Junho, Mês de Portugal | Exposições, música e gastronomia animam Macau

O dia de Portugal será celebrado em Junho com exposições, mostras de cinema, concertos, apresentação de livros e muita gastronomia lusa. Devido às eleições legislativas em Portugal, e posteriores formalidades de tomada de posse do novo Governo, o Presidente da República virá celebrar em Macau o mês de Portugal na segunda metade do ano

 

Maio ainda vai a meio, mas já cheira a Junho, mês em que celebra o 10 de Junho, dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Como é hábito, as celebrações vão-se estender ao longo de todo o mês. O programa das festividades do “Junho, Mês de Portugal na RAEM” foi apresentado ontem no Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong.

Macau irá celebrar a portugalidade com exposições variadas, concertos, workshops, lançamento de livros, palestras, eventos gastronómicos e as tradicionais comemorações, como o hastear da bandeira na chancelaria do consulado, a romagem à gruta de Camões, a recepção à comunidade na residência oficial da Bela Vista e o Arraial de Santo António na Escola Portuguesa de Macau.

Este ano, estava prevista a presença em Macau do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para comemorar o 10 de Junho. Porém, a agenda política portuguesa marcada pelas eleições legislativas do próximo fim-de-semana ditaram o adiamento da visita a Macau, o que também mexeu com o programa do Junho Mês de Portugal na RAEM, que incluía eventos com Marcelo Rebelo de Sousa.

“Tenho a certeza que teremos o Presidente da República entre nós este ano e, no fundo, isso será uma segunda fase do Junho mês de Portugal”, afirmou Alexandre Leitão, acrescentando que os eventos que incluíam a participação do Chefe de Estado “serão realizados mais tarde”.

O cônsul não quis arriscar a previsão de uma data precisa para a visita de Marcelo Rebelo de Sousa ao território, atirando para a segunda metade do ano, seguramente depois do Verão, tendo em conta os compromissos políticos, como a tomada de posse do novo Governo.

Dias animados

As celebrações arrancam ainda este mês, com três exposições. A partir de 29 de Maio, estará patente na Galeria Amagao, no Artyzen Grand Lapa, a mostra “Arte Portuguesa – Diálogo de Criatividade”, que apresenta uma selecção de obras de 24 artistas contemporâneos portugueses. Entre os autores representados, destaque para Júlio Pomar, Graça Morais, Cunha Nery, José Luís Tinoco, Númparo, Alfredo Luz e Maria Dulce Martins. A organização do evento descreve a exposição como “uma celebração vibrante da arte contemporânea que não apenas ilumina a cena artística em Portugal, mas também provoca reflexões sobre as questões que nos conectam e nos diferenciam na sociedade actual.

No dia seguinte, 30 de Maio, o destaque vai para a exposição de fotografia com curadoria de Francisco Ricarte “Somos – Imagens da Lusofonia 2025 – “O Homem e o Divino”, que estará patente na loja 3306 do 3.º piso do Parisian Macau. A exposição é organizada pela Somos – Associação de Comunicação de Língua Portuguesa.

No dia 31 de Maio, é inaugurada no Consultado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong a exposição de fotografia “Património Cultural de Macau”, que mostra ao público a colecção fotográfica do Instituto Internacional de Macau. O acervo “tem sido anualmente enriquecido com dezenas de novas fotografias submetidas ao concurso “À Descoberta de Macau e Hengqin”, organizado pelo instituto.

O evento irá incluir também o visionamento do documentário trilingue “Heritople”, realizado por António Salas Sanmarful, que realça “a importância do património cultural e as suas vivências” em Macau, através de uma série de entrevistas.

Paredes cheias

O programa do “Junho, Mês de Portugal na RAEM” apresenta várias oportunidades para disfrutar de exposições e filmes. No dia 3 de Junho, a Casa Garden passa a acolher a exposição “Objectos com Alma – Marionetas Portuguesas”, que conta com a curadoria de Elisa Vilaça. A mostra resulta de uma selecção do espólio pessoal da curadora, que tem “cerca de 1.000 marionetas, representativas de diversos continentes e quase todos os tipos de manipulação existentes”.

No dia 11 de Junho, a galeria da Fundação Rui Cunha exibe “Metamorfoses – Exposição Individual de Arte por Lúcia Lemos”, um conjunto de “44 peças que vinculam expressões e estécticas artísticas diversas, como gravura, fotografia, instalação, pintura e cerâmica”. Ainda no âmbito expositório, a sede da Casa de Portugal em Macau apresenta, a partir de 24 de Junho, e exposição de fotografia “Macau – Dias de Ontem e Dias de Hoje”.

Fazer filmes

Os eventos cinematográficos do programa deste ano, além do mencionado documentário “Heritople”, arranca no dia 4 de Junho com a exibição do filme documental “Metamórphosis”, realizado por António Luís Moreira, na galeria da Fundação Rui Cunha. “Metamórphosis” acompanha as “histórias de três aldeãs cujas vidas reflectem as mutações sociais mais vastas da modernidade”. O filme, exibido a partir das 18h30, retrata o despovoamento, a tenacidade do povo e identidade colectiva em três “aldeias de xisto” do concelho de Góis.

No dia seguinte, 5 de Junho, a Livraria Portugal exibe às 18h30 o documentário “Pequenos Mundos em Estado Sólido”, de Cláudia Falcão. Porém, a cereja no bolo cinematográfico será a 7.ª Mostra de Cinema Português em Macau da Portugal Film, que irá decorrer entre 20 e 22 de Junho.

Do ecrã para a prato, o Mês de Portugal na RAEM volta a apostar forte na gastronomia portuguesa. Ao longo de todo o mês, a comida lusa será celebrada no “Roteiro Gastronómico – Comer e Beber à Portuguesa”. A terceira edição do evento contará com a participação de 29 estabelecimentos, entre restaurantes de “fine dining”, a restaurantes mais tradicionais, cafetarias e bares, um número recorde para o evento.

Os clientes dos 29 estabelecimentos aderentes vão beneficiar de um desconto de 10,6 por cento (10 de Junho) e quem pagar com um cartão de crédito do BNU, ou pela aplicação BNU Pay, habilita-se a ganhar uma viagem a Portugal para duas pessoas. Além disso, no final do roteiro, será ainda sorteada uma refeição para duas pessoas.

Mais localizada, a Festa Gastronómica Portuguesa irá encher de aromas a Sala Baccara do Sofitel Macau no dia 12 de Junho, a partir das 18h30. Este ano será oferecida uma “selecção exclusiva das melhores iguarias portuguesas”, incluindo uma variedade de queijos, presunto ibérico Bellota, pães artesanais caseiros, bacalhau, bolinhas de alheira, pastéis de nata da Manteigaria e 30 vinhos de nove regiões portuguesas.

Notas e páginas

Como não há festa sem música, o programa deste ano do “Junho, Mês de Portugal na RAEM” irá trazer várias oportunidades para disfrutar de música ao vivo. A começar pelo recital de piano de Joana Rolo no Clube Militar no dia 6 Junho, às 19h30. O concerto tem como “inspiração” as viagens e estadias no exterior de compositores portugueses, musa que dá mote ao objectivo de levar a pianista a tocar na China.

“A ideia é que ela actue também noutras cidades da China, em parceria com outras embaixadas e consulados. É importante, mas não é fácil de fazer. Infelizmente, não conseguimos planear as coisas a muito longo prazo e dizem-me que na China é preciso apresentar os projectos com muita antecedência de modo a serem aprovados”, adiantou ontem Alexandre Leitão. Apesar das condicionantes, o objectivo permanece. “Queremos tentar, cada vez mais, que alguém que venha aqui actuar possa depois actuar na região”, acrescentou o diplomata.

Dois dias depois, a 8 de Junho, a Fundação Rui Cunha acolhe o concerto “Vocalini, Vamos Cantar a Ópera”, que junta a cantora Elvire de Paiva e Pona e a pianista Joana Rolo. No dia 13 de Junho, uma sexta-feira, é a vez do guitarrista Bruno Pernadas actuar na Red House Macau, no NAPE, num concerto a solo, seguido da actuação de vários djs.

No que toca aos livros, o jardim do Consulado-Geral será palco de jogos literários na tarde de 7 de Junho, no evento “Lançamento Dinis Caixapiz”, organizado pela Sílaba – Associação Educativa e Literária”. No dia 11 de Junho será lançada a obra “40 Anos da Livraria Portuguesa”, no próprio espaço e no dia 18 de Junho a chancelaria do consulado será palco da apresentação do livro e da exposição “O Vasto Império do Coração”, de autoria de Sara Augusto, que tem por alicerce principal a figura de Camões.

O poeta maior volta a estar em destaque no dia 28 de Junho com a apresentação da “Biografia Camões” de Isabel Rio Novo. O evento está marcado para as instalações do Instituto Português do Oriente, a partir das 17h.

Nos dias 26 e 27 de Junho, o Restaurante Lvsitanvs acolhe um evento centrado no “Tratado das Paixões da Alma”, livro de autoria do incontornável António Lobo Antunes. As sessões literárias servirão de aperitivo para os jantares que se seguem.

O nosso dia

A 10 de Junho, como manda a tradição, o dia irá começar às 09h com a cerimónia do hastear da bandeira, na Chancelaria do Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong. Segue-se a Romagem à Gruta de Camões, no Jardim Camões. O dia termina com a recepção à comunidade na residência oficial da Bela Vista, onde decorrerão as cerimónias oficiais.

“A entrada é aberta a todos os portugueses, mas pedimos às pessoas para fazerem um pré-registo, para podermos gerir o espaço interior para o caso de haver muita afluência”, indicou Alexandre Leitão, sublinhando que o evento não está sujeito a convite.

O programa de celebrações conta ainda com o Arraial de Santo António nos dias 14 e 15 de Junho na Escola Portuguesa de Macau, com os habituais concertos, jogos e comes e bebes, workshops ao longo do mês e palestras/seminários dedicados aos negócios.

Ochre Space | Exibidas em Lisboa imagens inéditas de performance histórica da arte chinesa

A exposição “To Add One Meter to An Anonymous Mountain” é inaugurada esta terça-feira, em Lisboa, 30 anos depois da ‘performance’ decisiva para a arte chinesa de vanguarda, anunciou a galeria Ochre Space, que revela a totalidade das imagens existentes.

“To Add One Meter to An Anonymous Mountain” (“Acrescentar um metro a uma montanha anónima”, em tradução livre) é hoje o testemunho em fotografia e vídeo da ‘performance’ empreendida por dez artistas da comunidade conhecida por Beijing East Village, que decidiram desafiar não só a altura do Monte Miaofeng, nos arredores de Pequim, mas também o sistema, com uma ‘performance’ alheia aos modelos tradicionais.

No dia 11 de Maio de 1995, os dez artistas reuniram-se para aumentar em um metro a altura do Monte Miaofeng, das montanhas Taihang, com os seus próprios corpos nus, empilhados, inertes, numa actuação registada em imagens.

A fotografia final ganhou dimensão internacional depois de apresentada na Bienal de Arte de Veneza de 1999, passando a fazer parte de coleções de instituições como a Tate Gallery, em Londres, o Museu de Arte de Seattle e o Museu de Arte Moderna (MoMA) de Nova Iorque.

Todas as imagens

A Ochre Space, no entanto, promete ir mais longe e “mostrar todas – mas todas! – as fotografias da famosa ‘performance’”, como disse à Lusa o curador João Miguel Barros. “To Add One Meter to An Anonymous Mountain”, em Lisboa, segundo o texto de apresentação da mostra, reúne pela primeira vez a documentação completa da ‘performance’, o que inclui imagens inéditas e o vídeo amador feito na altura, permitindo perceber a sequência integral da ação, a sua natureza e complexidade coletivas.

A exposição resulta de uma investigação de dois anos do curador, que envolveu conversas com nove dos dez artistas da ‘performance’, assim como com fotógrafos, curadores, colecionadores e académicos, procurando “lançar nova luz sobre a comunidade artística do East Village de Pequim” e reavivar o debate provocado pela obra, que se seguiu à apresentação na Bienal de Veneza de 1999.

A par de “To Add One Meter to An Anonymous Mountain” é também apresentada em Lisboa a exposição “RongRong’s East Village”, dedicada a RongRong, “um dos principais fotógrafos da China”, que documentou o quotidiano da comunidade de que fez parte e a sua atividade artística no livro “RongRong’s Diary: Beijing East Village”.

A comunidade de Beijing East Village, que se assumiu como movimento artístico no início da década de 1990, emergiu na zona leste da capital chinesa, após os protestos da Praça Tiananmen, em 1989.
Entre os seus elementos encontram-se os dez criadores de “To Add One Meter to An Anonymous Mountain”: Cang Xin, Duan Yingmei, Gao Yang, Ma Liuming, Ma Zongyin, Wang Shihua, Zhang Binbin, Zhu Ming e Zuoxiao Zuzhou, além de Zhang Huan, recorrentemente identificado como responsável pela concepção do projecto.

No âmbito da exposição será editada a investigação do curador e fotógrafo João Miguel Barros, com documentação e entrevistas, sobre as origens e o legado da ‘performance’. A Ochre Space fez ainda uma edição limitada da fotografia final de “To Add One Meter to An Anonymous Mountain”, numa parceria com Cang Xin, um dos artistas do projeto. A exposição fica patente até 21 de Junho.

Comércio | Chefe do Executivo quer mais investidores lusófonos

Sam Hou Fai, Chefe do Executivo, disse ontem que Macau pretende atrair mais investidores de países onde se fala português, a fim de dinamizar a economia local e promover a tão almejada “diversificação económica”

 

O líder do Governo de Macau, Sam Hou Fai, disse hoje que a região quer atrair mais investidores estrangeiros, incluindo dos países de língua portuguesa.

Numa conferência de imprensa, o Chefe do Executivo disse que o território tem de “receber os amigos estrangeiros para investir em Macau e também concretizar os seus sonhos em Macau”, principalmente na área da tecnologia avançada. Sam Hou Fai sublinhou que “podem ser provenientes dos países de língua português e espanhola”, pois “desde que sejam a favor da diversificação económica, são sempre bem-vindos”, acrescentou.

Sam defendeu que os empresários locais devem “explorar os mercados de língua espanhola e portuguesa e os mercados de África e o Médio Oriente”. O Chefe do Executivo sublinhou que este é “o papel de Macau no palco internacional”, atribuído pelo Governo central chinês. “Temos de conhecer quais são as nossas vantagens e promover ao exterior o nosso rumo de desenvolvimento”, disse Sam.

Visita a Portugal em Julho

Num comunicado divulgado na segunda-feira à noite, o dirigente já tinha apelado ao sector industrial e comercial da cidade para “atrair mais investimentos de capitais estrangeiros e concentrar em Macau mais recursos [humanos] de alta qualidade”.

Os empresários locais devem “tirar pleno proveito do papel singular e das vantagens únicas de Macau” para “explorar activamente os mercados prioritários, como os dos países de língua portuguesa”, acrescentou o líder do Governo.

Em 14 de Abril, Sam disse que irá visitar Portugal após as legislativas de 18 de Maio, mas não ofereceu qualquer solução para as restrições à residência de portugueses na região. Macau não aceita desde Agosto de 2023 novos pedidos de residência para portugueses, para o “exercício de funções técnicas especializadas”, permitindo apenas justificações de reunião familiar ou anterior ligação ao território.

Aos portugueses resta a emissão de um ‘blue card’, autorização limitada ao vínculo laboral, sem os benefícios dos residentes, nomeadamente ao nível da saúde ou da educação. Ontem o líder do Governo disse que a visita a Portugal “deve ser em Julho” e poderá incluir uma passagem por Espanha, “para assim encontrar mais projectos de desenvolvimento entre Macau e esses países”.

Sam disse que a delegação de Macau irá incluir empresários dos sectores industrial, comercial e financeiro da região e “até certas empresas do interior da China”.

Nissan | Cortes de mais 10 mil empregos em todo o mundo

A construtura automóvel Nissan vai suprimir mais de 10 mil postos de trabalho em todo o mundo, além dos nove mil já anunciados em Novembro, noticiaram ontem vários órgãos de comunicação social japoneses. De acordo com a televisão NHK, os cerca de 19 mil trabalhadores que serão dispensados equivalem a cerca de 15 por cento da força de trabalho da empresa japonesa.

O grupo automóvel escusou-se a confirmar esta informação, que foi divulgada também pelo diário económico Nikkei. A Nissan, na qual o grupo francês Renault detém uma participação de 35 por cento, deverá publicar na terça-feira os resultados relativos ao ano fiscal de 2024-2025 terminado em Março.

A Nissan deverá anunciar um prejuízo anual recorde, num contexto de reestruturação da empresa e após a aplicação de mais tarifas pelos Estados Unidos. No final de Abril, o grupo automóvel já tinha previsto perdas líquidas entre 700 a 750 mil milhões de ienes (entre 4,32 a 4,62 mil milhões de euros) no ano fiscal de 2024-2025, cerca de nove vezes mais do que previa em Fevereiro.

O prejuízo explica-se, nomeadamente, “pelos custos associados ao plano de relançamento em curso”, indicou o construtor automóvel, no final de Abril.

Perante a persistência do abrandamento das vendas nos seus principais mercados – o americano e o chinês – a Nissan anunciou no início de Novembro que pretendia suprimir 9.000 postos de trabalho em todo o mundo e reduzir em 20 por cento a sua capacidade de produção.

Tarifas | Ouro cai mais de 3 % após acordo entre Washington e Pequim

O ouro, activo de refúgio seguro em tempos de incerteza, caiu fortemente ontem, mais de 3 por cento, colocando em risco o nível de 3.200 dólares, depois de os Estados Unidos e a China terem anunciado um acordo comercial.

Às 11:00 em Lisboa, o preço do ouro descia 3,23 por cento para 3.217,58 dólares, embora após o anúncio do referido acordo, poucos minutos depois das 8:00, tenha caído ainda mais acentuadamente, para 3.216,29 dólares. E isto depois de os EUA e a China terem anunciado uma redução das tarifas. Concretamente, as tarifas chinesas passarão de 125 por cento para 10 por cento sobre os produtos norte-americanos nos próximos 90 dias.

Os EUA farão o mesmo, passando de 145 por cento para 30 por cento sobre os produtos chineses, como parte dos termos acordados durante o fim de semana para travar a nova guerra comercial que estalou este ano. As reduções tarifárias acordadas pela China e pelos EUA entrarão em vigor em 14 de Maio.

O acordo acima mencionado entre as duas principais potências comerciais impulsiona o dólar, afectando os preços dos metais em geral. O ouro também desce com a diminuição das tensões geopolíticas, na sequência do cessar-fogo acordado entre a Índia e o Paquistão, enquanto a Rússia e a Ucrânia podem reunir-se esta quinta-feira em Istambul para iniciar uma via diplomática para a resolução do conflito.

Com a queda de ontem, o ouro está a afastar-se do actual máximo histórico, de 3.414,65 dólares, verificado em 21 de Abril.

Macau mantém envio de encomendas por via aérea para Estados Unidos

A directora dos Correios de Macau disse ontem à Lusa que, ao contrário da vizinha Hong Kong, a região manteve o envio de encomendas para os Estados Unidos (EUA), mas apenas por via aérea. Em 02 de Maio, o Governo norte-americano eliminou a isenção de direitos aduaneiros sobre pequenas encomendas da China continental e de Hong Kong, como as enviadas pelos gigantes do comércio electrónico Shein e Temu.

“Na prática, agora Macau não está incluído e o correio [que] vai para os Estados Unidos está andando, excepto por via marítima. O resto, nós mantemos normal”, disse Derby Lau Wai Meng. A directora dos Serviços dos Correios e Telecomunicações (CTT) explicou que o envio de quaisquer mercadorias, por via marítima, de Macau para os EUA, implica uma passagem por Hong Kong, um dos portos mais movimentados do mundo.

Ou seja, sobra apenas a hipótese do envio de encomendas por via aérea, confirmou Derby Lau. “Este caso é algo sensível”, admitiu a dirigente. “Eu acho que é melhor não falar [deste assunto], porque o melhor é que não se lembrem de nós”, acrescentou.

Trump em acção

O fim da isenção de direitos aduaneiros sobre pequenas encomendas da China continental e de Hong Kong surgiu numa ordem executiva, assinada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 02 de Abril.

O documento pedia ao secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, que apresentasse um relatório, no prazo de 90 dias, sobre se o fim da isenção também deveria abranger Macau, “para evitar a fuga a estas medidas”.

Em 16 de Abril, os correios de Hong Kong anunciaram a suspensão do envio de encomendas para os Estados Unidos, em resposta à imposição, “de forma abusiva”, de tarifas pelas autoridades norte-americanas.

Um decreto presidencial emitido por Donald Trump, ainda no primeiro mandato, em 2020, eliminou o tratamento preferencial concedido a Hong Kong. A antiga colónia britânica é, por isso, igualmente afectada pela sobretaxa de 145 por cento imposta à China.

O principal responsável do Partido Comunista Chinês para os assuntos de Hong Kong e Macau e os líderes dos governos das duas regiões acusaram, em meados de Abril, os Estados Unidos de impor tarifas para sabotar a China.

O líder do executivo de Macau, Sam Hou Fai, criticou os Estados Unidos pela “imposição abusiva de impostos aduaneiros a todos os seus parceiros comerciais”, incluindo a China, “sob vários pretextos”. Ontem, o representante para o Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, afirmou que Washington e Pequim vão suspender a maioria dos direitos aduaneiros e negociar durante 90 dias.

Nas negociações realizadas em Genebra, os Estados Unidos e a China acordaram em reduzir em 115 pontos percentuais os direitos aduaneiros recíprocos impostos um ao outro, passando as importações chinesas a pagar um direito aduaneiro de 30 por cento, enquanto os produtos americanos vão pagar um direito aduaneiro de 10 por cento.

Os cábulas do Hong Kong Queen’s College

No passado mês de Abril, durante a realização do teste unificado de História da China no Queen’s College de Hong Kong, vários alunos de uma das turmas copiaram. Gritavam uns para os outros as respostas, consultavam os livros e os iPads. O vigilante tentou várias vezes detê-los, mas não conseguiu. A direcção do Colégio afirmou que só vai castigar os alunos prevaricadores de acordo com as regras internas.

O Colégio também notificou os pais sobre este incidente, dizendo que como só falta um mês para os exames finais e, para evitar pressões desnecessárias sobre os estudantes, não se irá repetir o teste. Os resultados do teste unificado de História da China desta turma serão cancelados e a classificação a esta disciplina vai depender do exame final. Para as outras turmas, a classificação à disciplina de História da China tomará em conta os resultados do teste unificado e do exame final.

Acontece frequentemente os estudantes copiarem nos testes. Com as novas tecnologias, as ferramentas que lhes permitem “fazer batota” mudam todos os dias. Das tradicionais cábulas em papel até aos dispositivos inteligentes, a evolução destas ferramentas reflecte a erosão da integridade académica através do abuso da tecnologia. Antigamente, os estudantes escreviam as respostas em pedaços de papel, comumente conhecidos por cábulas, e levavam-nos para a sala de exame; ou então pediam para ir à casa de banho e assim consultavam os materiais. Com a popularização dos relógios inteligentes, as funções dissimuladas de comunicação em tempo real permitem cabular remotamente online. Se o vigilante não estiver atento, os estudantes podem usar os relógios inteligentes para este fim, enquanto estão sentados nos seus lugares. Recentemente, apareceram óculos equipados com funções de tradução em tempo real que podem converter directamente os textos de inglês para chinês. A constante evolução destas ferramentas torna o trabalho dos vigilantes cada vez mais difícil.

Para apanhar um ladrão, precisamos de provas. Para apanhar um aluno que faz batota, também é preciso ter provas. No entanto, para os vigilantes, é sempre muito difícil obter essas provas; se não conseguirem provar que o aluno copiou, é complicado acusá-lo. No caso da ” cábula em papel “, o estudante pode engoli-la ou escondê-la no momento em que está a ser exposto, ou então discutir com o vigilante e recusar-se a entregar a cábula. Os professores não são agentes da polícia e não têm direito de revistar os alunos, pelo que vários “batoteiros” escapam impunes por falta de provas e naturalmente não podem ser acusados. Estes casos, até certo ponto, levam outros estudantes a arriscar.

Não existe certamente falta de alunos diligentes, estudiosos e trabalhadores numa sala de exames. Quando estes alunos descobrem as trafulhices dos colegas, podem escolher denunciá-los, mas se o fizerem o mais provável é virem a ser ostracizados e sujeitos a intimidação. Além disso, o ambiente de exames altamente stressante faz com que a maior parte dos estudantes se foque nas suas próprias respostas, e que não tenha tempo nem energia para observar os outros. Por conseguinte, as denúncias dos colegas representam uma pequena percentagem e a exposição destes casos depende de os vigilantes serem empenhados e quererem descobrir os infractores.

Copiar, usar certificados falsos e plagiar são todas violações académica da mesma natureza – desonestidade e más práticas. Nos últimos anos, não é difícil encontrar estes casos nas notícias. Ter ocorrido este incidente num dos mais antigos colégios de elite de Hong Kong, reflecte não só o desvio moral dos estudantes, mas também a distorção dos valores da aprendizagem. Quanto mais os estudantes fazem batota, maior será a alteração de valores e menos estudarão com afinco.

O grupo de “elite” criado por falsas conquistas pode parecer conhecedor, mas de facto é desprovido de valor e acabará por expor a sua falta de conhecimento nas respectivas áreas no futuro. Basta pensar: Um médico sem competências pode tratar um doente? Um advogado pode defender o cliente sem conhecer a lei? Este perigo escondido é como uma bomba relógio. O seu poder destrutivo continua a manifestar-se na próxima década ou mesmo mais tarde e, por fim, toda a sociedade pagará o seu preço. Temos de travar este problema.

As escolas têm de tomar as medidas adequadas, prescrever o remédio certo, aperfeiçoar as situações que lhe dão azo e cultivar os valores correctos nos estudantes. Conter a batota requer esforços multi-dimensionais.

Em primeiro lugar, os estudantes que copiam devem ser severamente punidos e esse comportamento não pode ser tolerado. As escolas devem ter regras para lidar com comportamentos fora do comum. Por exemplo, se pelo menos dois vigilantes virem um estudante a engolir papéis, deve ser desqualificado do exame. Depois do castigo devem ser reeducados. As escolas devem ter disciplinas que versem a integridade académica e cursos obrigatórios que moldem os valores da aprendizagem.

É preciso fazer com que os estudantes compreendam que uma nota de 60 não é vergonhosa, mas é vital que percebam que um falso 100 tem de ser punido. Uma vez que esta ideia pedagógica se torne consensual, a sociedade deixará de julgar os heróis pelas suas notas, os estudantes poderão manter os seus valores morais e o espírito empreendedor de “conhecer a vergonha e depois aprender a ser valente” irá reaparecer. Só depois de se salientar a importância de identificar o “real valor” dos estudantes pode a educação voltar ao seu propósito original de “ensinar e partilhar conhecimentos”, os motivos que levam a fazer batota podem diminuir e a promoção de pessoas talentosas deixará de ser um jogo em que se compara número grandes e pequenos.


Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau
Professor Associado da Faculdade de Ciências de Gestão da Universidade Politécnica de Macau
Email: cbchan@mpu.edu.mo

Ucrânia | China espera acordo de paz duradouro e vinculativo

A China disse ontem que espera um acordo de paz duradouro e vinculativo para pôr fim à guerra na Ucrânia, após a proposta do Presidente russo, Vladimir Putin, de abrir negociações diretas entre Kiev e Moscovo.

“Esperamos que as partes envolvidas continuem a usar o diálogo e as negociações para chegar a um acordo de paz justo, duradouro e vinculativo que seja aceitável para todas as partes envolvidas”, disse Lin Jian, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.

Vladimir Putin propôs, no sábado à noite, que a Ucrânia iniciasse negociações diretas entre as partes na quinta-feira, em Istambul, cidade que acolheu, em Março de 2022, as primeiras e únicas negociações entre as partes em mais de três anos de guerra.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reagiu à proposta considerando-a “um primeiro passo” do Kremlin para pôr fim à guerra, mas insistiu que primeiro deve haver um cessar-fogo antes que a Ucrânia se sente para negociar.

A proposta da Rússia foi apresentada algumas horas depois de a Ucrânia e os aliados europeus terem exigido a Moscovo que concorde com um cessar-fogo total e incondicional durante pelo menos 30 dias, sob pena de enfrentar novas sanções económicas.

Esta exigência surgiu após uma reunião realizada no sábado em Kiev entre os chefes de Estado e de Governo da Ucrânia, França, Alemanha, Reino Unido e Polónia, a chamada “coligação dos dispostos”. A proposta russa também foi olhada com desconfiança pelos aliados europeus da Ucrânia que exigiram que quaisquer conversações sejam precedidas por um cessar-fogo duradouro.

Tibete | Avaliação de danos após sismo de 5,5 na escala de Richter

Um terramoto de 5,5 graus na escala de Richter sacudiu ontem a região chinesa do Tibete, onde as autoridades ainda estão a recolher informações sobre possíveis danos e deslizamentos de terras, informaram os meios de comunicação locais.

O tremor foi registado às 5:11 locais no condado de Lazi da cidade de Xigaze, com o epicentro a uma profundidade de dez quilómetros, segundo o Centro de Redes Sismológicas da China.

Equipas de bombeiros e de salvamento do condado afectado já se deslocaram para a zona do epicentro, onde o tremor foi fortemente sentido, segundo agências locais, citadas pela agência noticiosa oficial Xinhua. As mesmas fontes acrescentaram que estão a recolher informações sobre possíveis deslizamentos de terras e feridos.

O Tibete e outras zonas do oeste da China são frequentemente palco de sismos, devido à proximidade do ponto de fricção da placa tectónica asiático-indiana, porém, em razão da baixa densidade populacional da região, os sismos ocorrem frequentemente em zonas pouco povoadas.

Ainda assim, no passado dia 07 de Janeiro, um terramoto de magnitude 6,8 na região tibetana, com epicentro no condado de Tingri, perto do campo base norte do Evereste, matou 126 pessoas, feriu mais de 200 e provocou o desmoronamento de centenas de casas e infraestruturas.

Visita | Pequim recebe Lula e outros líderes latino-americanos

Pequim recebeu ontem vários líderes latino-americanos, a começar pelo Presidente do Brasil, na véspera de um fórum diplomático que visa reforçar as relações com a região, face às tensões comerciais com Washington.

Alguns líderes latino-americanos já estão na China, como Luiz Inácio Lula da Silva, que chegou à capital no sábado para uma visita de Estado de cinco dias. Desde que regressou ao poder, no início de 2023, o líder de 79 anos tem trabalhado para melhorar as relações do país tanto com Pequim como com Washington.

Símbolo das fortes relações bilaterais, as exportações brasileiras para a China ultrapassaram 94 mil milhões de dólares em 2024, segundo dados das Nações Unidas. Como potência agrícola na América do Sul, o Brasil exporta principalmente soja e outras matérias-primas para a China. No sentido contrário, o gigante asiático vende semicondutores, telefones, veículos e medicamentos.

Ainda ontem, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, conversou em Pequim com o homólogo cubano, Bruno Rodriguez Parrilla.

O gigante asiático intensificou a cooperação económica e política com os países da América Latina nos últimos anos e espera que estes unam forças face à imposição de tarifas às importações pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.

Uma aproximação que será celebrada hoje com a abertura em Pequim da cimeira entre a China e a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e das Caraíbas (CELAC), uma organização intergovernamental regional. O encontro constitui-se como uma oportunidade para avaliar as relações entre os dois blocos, no contexto da guerra comercial lançada por Trump e da pressão de Washington para conter a influência de Pequim na América Latina.

Dois terços dos países latino-americanos já aderiram à Uma Faixa, Uma Rota, o principal programa de construção de infraestruturas comerciais da China (pontes, aeroportos, portos, estradas), realizado sobretudo nos países em desenvolvimento. Num sinal do crescente peso do gigante asiático, a China suplantou os Estados Unidos como principal parceiro comercial de países como o Brasil, Peru e Chile.

Presidentes presentes

Outros participantes esperados no fórum China-CELAC incluem o Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e o Presidente do Chile, Gabriel Boric. Na semana passada, Gustavo Petro anunciou que iria assinar, durante a viagem à China, uma carta de intenções para que o país se juntasse à Uma Faixa, Uma Rota.

O líder chinês, Xi Jinping, também deverá discursar hoje na abertura do fórum China-CELAC. O ministro assistente dos Negócios Estrangeiros chinês, Miao Deyu, disse no domingo que Pequim “sempre abordou o desenvolvimento das relações China-América Latina numa perspetiva estratégica e de longo prazo”.

“Os povos da América Latina e das Caraíbas pretendem construir o seu próprio destino, não servir de quintal a nenhum país”, disse Miao, numa referência aos Estados Unidos.

História | Lançada edição chinesa do livro de Manuel V. Basílio

Chama-se “Histórias e Memórias – Baixa do Monte e Arredores”, é um livro da autoria de Manuel V. Basílio e a sua edição em chinês será lançada no dia 19 de Maio na sede da Associação dos Reformados, Aposentados e Pensionistas de Macau (APOMAC). A obra, apresentada em 2023, ganha agora uma nova versão e conta com prefácio de Lok Po, director do jornal Ou Mun

 

Será lançada na próxima segunda-feira, 19, a edição chinesa de mais um livro de Manuel V. Basílio, professor aposentado que se tem dedicado a várias investigações sobre a história de Macau. Desta vez, trata-se do livro “Histórias e Memórias – Baixa do Monte e Arredores”, já apresentado na sua versão portuguesa em 2023, e que agora conta com prefácio de Lok Po, director do jornal Ou Mun. O lançamento decorre na sede da APOMAC – Associação dos Reformados, Aposentados e Pensionistas de Macau.

Segundo um comunicado da APOMAC, desde o primeiro lançamento da obra que “várias pessoas incentivaram o autor a editar também uma versão em língua chinesa, dado o interesse que poderá haver junto da comunidade chinesa na divulgação de um dos períodos mais marcantes da história de Macau – o da integração da população chinesa na chamada ‘cidade cristã'”, quando se deu “a miscigenação efectiva das culturas ocidental e oriental, com a remoção da barreira criada pela velha muralha e portas da cidade, passando todos a viver em harmonia como vizinhos”.

Estávamos em meados do século XIX. Mais concretamente, a partir de 1844, a administração portuguesa “autorizou todos os estrangeiros a ‘comprarem ou edificarem casas e possuírem qualquer terreno em Macau”. Assim, “esta medida acabou por favorecer, anos mais tarde, os negociantes chineses que possuíam alguma riqueza e que vieram para Macau, provenientes do sul da China, para escaparem da rebelião Taiping, também conhecida como Guerra Civil Taiping, que durou de 1850 a 1864, tendo aqui fixado residência e reiniciado as suas actividades como empresários”.

Segundo a mesma nota, o fim da separação entre a chamada cidade cristã e a zona em que vivia a comunidade chinesa ocorreu graças “ao fim da coexistência de duas jurisdições na península de Macau – a portuguesa e a chinesa, respectivamente, dentro e fora da muralha da cidade que, ao longo de séculos, separavam as duas comunidades”. Foi também fundamental para esta nova fase “o início do chamado período colonial, em que o governo português passou a ter autonomia territorial em toda a península até à Porta do Limite, que mais tarde ficou conhecida como Porta do Cerco”.

Zonas de eleição

Onde se instalaram então os chineses aquando do fim desta separação entre comunidades e modos de vida? O livro descreve que “uma das zonas preferidas pelos negociantes chineses para residir era precisamente a que era então designada por Baixa do Monte, por se situar perto do coração da cidade”.

“Desde então alguns nomes das vias públicas sofreram alterações por desejo dos seus moradores. Sabem, por acaso, o antigo nome da Travessa dos Anjos? E as razões porque foi alterado, e ainda qual foi o método antigo utilizado para dar nomes às vias públicas? Sabiam que alguns chineses também foram agraciados com títulos honoríficos pela corte portuguesa, e que esses títulos tinham prazo de validade para uma ou duas vidas?”, descreve-se na nota. A todas estas curiosidades e factos históricos o livro de Manuel V. Basílio pretende dar resposta.

No caso da Baixa do Monte, e segundo a informação disponível no “Cadastro das Vias Públicas e Outros Lugares da Cidade de Macau, de 1957, tratava-se de uma designação para “a encosta da Colina do Monte voltada ao Sul e abrangendo toda uma área, de limites vagamente definidos, que vai desde a fortaleza até às proximidades das Ruas da Palha, de S. Domingos e de Pedro Nolasco da Silva, entre a Rua de S. Paulo e a Calçada do Monte”.

Esta era uma zona “onde viveram muitas famílias portuguesas e macaenses”, sendo que, para provar este facto, Manuel V. Basílio “recolheu dados relativos a diversas famílias, sobretudo macaenses, que residiram naquela zona da cidade desde meados e finais do século XIX até à segunda metade do século XX, e cuja recolha inclui, nomeadamente, as famílias Batalha, Baptista, Valoma, Manhão, Marques, Xavier, Crestejo, Remédios, Lopes, Morais, Nogueira, Simões, Cameirão, Costa, Silva, Fernandes, Souza, Pires, Gonçalves, Jorge, Eusébio, Placé, Osório, Santos, Rosário e Martins”.

A partir de 1963, constam famílias que viveram nos blocos 3 e 4 do “Kwok Wá Tai Há”, ou seja, “Bairro Capitol”, junto da Calçada das Verdades, e “formaram, durante décadas, um autêntico bairro comunitário de macaenses”. Actualmente “apenas alguns macaenses residem lá”.

Biografias e títulos

Mas nem apenas de ruas fala este livro. O autor escreveu também biografias resumidas de algumas individualidades e negociantes chineses que viveram na Baixa do Monte, nomeadamente Chou Iau e Fong Seng, que, em 1880, foram agraciados com o título de Cavaleiro por mercê honorífica do rei D. Luís I de Portugal, devido aos valiosos contributos que deram à vida económica e social de Macau.

O autor faz também uma breve descrição sobre a divindade Na Tcha, o templo que lhe é dedicado, junto da Calçada das Verdades, bem como as festividades em sua honra que ali se realizam anualmente no 18.º dia do quinto mês do calendário lunar.

Faz, também, um breve resumo da história de alguns edifícios que existiram e outros que ainda existem, situados na zona limítrofe da Baixa do Monte, entre os quais se inclui o edifício do Teatro Capitol, desde a sua inauguração, em 18 de Abril de 1931 até ao seu encerramento, em 1 de Agosto de 1987, e a sua posterior requalificação, em que passou a ser o “Centro Comercial do Teatro Capitol”.

Assim, “Histórias e Memórias – Baixa do Monte e Arredores” inclui “memórias, vivências, usos e costumes, bem como histórias baseadas na história de Macau”, além de informações valiosas sobre a toponímia de algumas zonas de Macau e a sua história.

Melco | Plano de “Emprego + Formação” oferece 30 vagas

Abrem hoje as inscrições para mais um plano específico de “Emprego + Formação” lançado pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) e, desta vez, pela Melco Resorts & Entertainment, que irá disponibilizar 30 vagas para funções as de “embaixador de entretenimento”.

Segundo um comunicado divulgado ontem pela DSAL, o plano segue o regime de “primeiro contratação, depois formação”, “facultando formações em todas as vertentes e oportunidades de desenvolvimento profissional aos residentes de Macau que estejam interessados em exercer actividades de entretenimento não relacionados com o jogo”.

Os candidatos admitidos vão participar em acções de formação, organizadas pela Melco, ao longo de um ano e meio, que incluem uma parte prática e contexto real de trabalho. A formação irá apetrechar os candidatos de “conhecimentos de actividades nos teatros e em outros estabelecimentos de lazer” e capacitá-los para darem resposta imediata a “incidentes de segurança e gestão de controlo de crises”.

As inscrições encerram a 20 de Maio, daqui a uma semana. Para o dia 27 de Maio, está planeada uma palestra e serão realizadas as entrevistas aos candidatos.

Igreja | Estabilidade nas comunidades cristãs locais

Robert Francis Prevost foi escolhido há dias como o novo líder da Igreja Católica, tendo adoptado o nome de Leão XIV. O HM ouviu dois analistas sobre eventuais impactos no funcionamento das dioceses em Macau e Hong Kong e o que se espera é continuidade e estabilidade, tal como um relacionamento pacífico com Pequim

 

Durou apenas dois dias a escolha de um novo papa, depois da morte de Francisco. Leão XIV, nascido Robert Francisc Prevost em Chicago, EUA, foi a escolha dos cardeais do conclave do Vaticano. O HM falou com dois analistas para tentar perceber eventuais impactos ou mudanças no funcionamento da Igreja Católica nas dioceses de Macau e Hong Kong, mas o rumo parece ser o da estabilidade.

“Não creio que vá haver nada de concreto. A situação em Hong Kong e Macau é bastante bem compreendida e estável. Sei que os católicos e as pessoas de boa vontade em ambos os locais estarão a rezar e a desejar ao Papa Leão todas as graças, bênçãos e sucessos no seu pontificado”, defendeu Stephen Morgan, reitor da Universidade de São José (USJ).

Já Peter Stilwell, que antecedeu Morgan na reitoria da USJ e que actualmente é director do Departamento das Relações Ecuménicas e Diálogo Inter-religioso do Patriarcado de Lisboa, defende que “a relação de Hong Kong e Macau com a China continental [no tocante à religião] é determinada pelos acordos dos anos 90”.

“O que sucederá, no final dos 50 anos previstos para a transição, dependerá de muitas variáveis num mundo e num país (China) em rapidíssima transformação. Entretanto, a Santa Sé estabeleceu com as duas dioceses [de Macau e Hong Kong] uma relação que as mantém fora de qualquer conferência episcopal e numa relação directa com Roma. Será isso afectado pelo final do período de transição? Julgo que as dioceses e Roma gostariam de responder ‘Não’. Contudo, aí a evolução do acordo como o de Beijing, sobre a nomeação dos bispos católicos para as dioceses da China Continental, será um factor importante a observar”, notou Peter Stilwell.

Este acrescentou ainda que “os interessados nesta evolução, todavia, estarão a observar de perto como o Papa Leão XIV restrutura, ou não, a Secretaria de Estado do Vaticano – nomeadamente, a equipa que nela acompanha directamente o dossier da China”.

Relação antiga

Questionado sobre o relacionamento do Estado do Vaticano com Pequim com Leão XIV no poder, o antigo reitor da USJ também não prevê grandes alterações. “A relação continuará, discreta, mas persistente, como até aqui. O contacto tem uma história de 400 anos, e não o devemos reduzir ao recente acordo sobre nomeação dos bispos.”

Trata-se de um acordo que “decorre entre duas entidades com memória milenar, que pensam em termos de décadas e de séculos”. “O facto de o novo Papa ser de nacionalidade norte-americana será irrelevante. Como chefe de Estado, a sua nacionalidade passou a ser agora da Cidade do Vaticano; e as interpelações diárias a que irá responder terão a perspectiva de uma comunidade religiosa que hoje se estende a praticamente todos os países do mundo”, defendeu Peter Stilwell.

Stephen Morgan acredita que a escolha de Roberto Prevost para papa nada tem a ver com a presença de Trump na Casa Branca ou jogadas políticas face ao relacionamento China-EUA.

“A sua eleição terá mais a ver com o facto de ele estar familiarizado com a situação dos católicos no mundo em desenvolvimento e de ter tido alguns anos de experiência no Correio Romano, onde se estabeleceu como um par de mãos seguras que pensa por si próprio e ouve de forma ampla.”

Robert Prevost foi trazido para o Vaticano pelo Papa Francisco em 2023 para ser o responsável por examinar as nomeações de bispos em todo o mundo, um dos trabalhos mais importantes da Igreja Católica, ganhando assim destaque no conclave.

Construção civil | DSAL organiza cursos com UM

Decorre até final deste mês o processo de inscrições para cursos de formação na área da construção civil, realizados entre a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) e a Universidade de Macau (UM). Assim, vão decorrer o “Curso com certificado para inspector de segurança” e o “Curso de formação de chefe de segurança na construção civil”, com um total de 155 vagas para as duas formações.

Segundo uma nota da DSAL, estas acções realizam-se tendo em conta que “o sector da construção civil em Macau tem-se vindo a desenvolver de forma rápida”, pelo que “as medidas de gestão da segurança e saúde ocupacional são fundamentais para a segurança no trabalho”. Os formandos terão direito a um subsídio de formação de 2.500 patacas pago pela DSAL e certificado.

No caso do curso de formação de técnico superior de segurança na área da construção civil, os formandos que concluírem com aproveitamento o curso e tiverem, pelo menos, dois anos de experiência profissional na área de gestão de segurança na construção civil, podem pedir a licença de técnico superior nesta área. Os dois cursos são ministrados pelo Centro de Educação Contínua da UM.

Trânsito | Mudanças no Beco do Peixe Salgado

O Beco do Peixe Salgado, perto da Casa do Mandarim e na Rua do Almirante Sérgio, será alvo de mudanças de trânsito no sentido de se passar a proibir a circulação rodoviária nessa rua, “em resposta às solicitações dos cidadãos e após análise e avaliação”.

Segundo uma nota da Direção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), a instalação para a sinalização de trânsito proibido a veículos no Beco do Peixe Salgado será feita amanhã, 14, sendo objectivo “clarificar as medidas de regulamentação aplicáveis a este troço”.

Assim, esta quarta-feira prevê-se a “circulação condicionada na Rua do Peixe Salgado durante a intervenção”, pelo que a DSAT apela “à compreensão e atenção dos condutores”.

Turismo | Andy Wu diz que concertos não bastam para atrair visitantes

O Governo diz querer apostar na organização de espectáculos de grande escala para dinamizar a economia nos bairros com menos turismo, mas Andy Wu, dirigente associativo ligado ao turismo, diz que isso não basta, defendendo a venda de bilhetes com descontos associados para levar mais pessoas a consumir no território

 

Não é música para os ouvidos do turismo. Na visão de Andy Wu, presidente da Associação da Indústria Turística de Macau, não basta a realização de grandes espectáculos em Macau, nomeadamente concertos, para aumentar o número de consumidores nos bairros comunitários, ou seja, que estão mais afastados dos pontos turísticos.

Segundo o jornal Ou Mun, Andy Wu defendeu que são necessárias medidas complementares à realização dos concertos, nomeadamente a venda de bilhetes combinada com descontos associados em lojas locais, para que as pessoas que vão ao concerto possam também consumir antes dos espectáculos.

No tocante à economia nocturna, em bares e discotecas, Andy Wu declarou que ainda não consegue ser atractiva o suficiente para turistas, pelo que é importante ter medidas complementares aos concertos.

O Governo referiu que está a negociar com as plataformas de venda de bilhetes uma parceria para que haja pacotes de bilhetes com descontos em lojas, o que deverá ser uma realidade na segunda metade do ano, na sequência de muitos visitantes oriundos do Interior da China assistirem a concertos ou competições desportivas em Macau.

Sobre o modelo de descontos a adoptar, Andy Wu defendeu que se pode ter em conta o formato do Grande Prémio de Consumo para as Zonas Comunitárias, actualmente em curso, o que permitiria que os visitantes usassem cupões no comércio local. Tal seria mais indicado do que levar os turistas a consumir apenas nas lojas aderentes ao programa de descontos, disse.

Ser eficaz

Tendo em conta as negociações levadas a cabo pelo Executivo, Andy Wu referiu ao jornal esperar que estas parcerias sejam lançadas em tempo oportuno, nomeadamente já em Junho, aquando da realização do segundo concerto de grande dimensão no Cotai, na zona de espectáculos ao ar livre, perto do empreendimento Grand Lisboa Palace.

Andy Wu não esqueceu ainda o factor transportes públicos, essencial para que os turistas tenham melhor acesso aos bairros comunitários antes e depois dos espectáculos. Ficou feita a sugestão de criação experimental de autocarros exclusivos, do género shuttle-bus, com percursos concretos entre a zona de espectáculos e os bairros comunitários, para que os visitantes se desloquem a bairros menos conhecidos de Macau durante o dia e vejam depois o espectáculo à noite.

Taipa | Mais estacionamento para motos e carros

O parque de estacionamento público ao ar livre situado na Estrada Governador Albano de Oliveira passa a reduzir a apenas cinco o número de vagas de estacionamento de veículos pesados, criando lugares para motociclos e aumentar o número de lugares para carros, alterando-se também as tarifas a pagar. A alteração entra em vigor a partir do dia 21 deste mês.

Segundo o despacho publicado ontem em Boletim Oficial (BO), existem agora 73 lugares para automóveis ligeiros, 50 lugares para motociclos e ciclomotores e apenas cinco lugares reservados a veículos pesados. Além disso, será feito o pagamento a cada meia hora, com as motas a pagar uma pataca durante o dia e 50 avos à noite, enquanto as viaturas pagam quatro patacas por dia e duas patacas à noite.

No caso dos veículos pesados, o pagamento é de cinco patacas durante o dia, e metade desse valor no período nocturno.

Jogo | Criticada opacidade em investimentos alternativos

Ron Lam acusa o Governo de “actuar à porta fechada” em relação aos investimentos de 130 mil milhões de patacas que as concessionárias vão despender ao longo de 10 anos para revitalizar a cidade. Sem orçamentos públicos, planos e calendarização, o deputado entende que a sociedade fica afastada dos projectos

 

Como ficou estabelecido nos novos contratos de concessão de jogo, as operadoras assumiram o compromisso de contribuir com 130 mil milhões de patacas aos longo dos 10 anos de concessão em investimentos não-jogo. A medida prevista para imprimir “vitalidade” à cidade e estimular o desenvolvimento económico local tem passado ao lado da população e dos vários sectores sociais, na óptica de Ron Lam.

Na sessão plenária de hoje de respostas a interpelações orais, o deputado irá perguntar ao Governo que medidas irá promover para aumentar a transparência destes projectos, tanto ao nível do orçamento, mas também sobre os planos e calendarização de execução.

Segundo a interpelação divulgada ontem pelo gabinete do deputado, “a sociedade ainda nada sabe sobre a calendarização desses planos e a forma da sua concretização”. Dando como exemplo o Desfile Internacional de Macau, em que o Instituto Cultural afirmou não ter assumido as despesas devido à “cooperação mais estreita com as empresas de lazer neste ano”, Ron Lam critica a falta de transparência das autoridades que argumentaram não ser “conveniente divulgar o valor do orçamento, pois este envolvia investimentos de empresas privadas”.

Uma vez que os investimentos resultam de compromissos assumidos em contratos públicos, “o uso e a situação da concretização do respectivo orçamento devem ser tratados de forma equivalente à do erário público”, defende Ron Lam.

O deputado acusa o Governo de estar “a actuar à porta fechada”, sem haver uma fiscalização prévia, intercalar e posterior da sociedade sobre os investimentos não-jogo. Aliás, Ron Lam indica que os investimentos, que em média ultrapassam os 10 mil milhões de patacas por ano, “se transformaram em carteira privada do Governo para os seus planos e actividades”.

Face à sua natureza, o legislador entende que deveriam seguir as regras dos serviços públicos, empresas de capitais integralmente públicos e empresas de capitais públicos com influência dominante, sendo obrigados a publicar integralmente informações relativas ao capital envolvido.

Voltando ao caso do Desfile Internacional de Macau, Ron Lam pergunta em que lei o Governo se baseou “para fugir ao direito do público à informação sobre os investimentos não-jogo”.

O quadro maior

Face ao cenário traçado, Ron Lam pergunta se o Executivo irá definir mecanismos que garantam a divulgação de dados sobre os investimentos das concessionárias, assim como o ponto de situação da execução dos projectos.

O deputado pergunta também qual “o serviço responsável pela fiscalização e concretização dos planos não-jogo das seis concessionárias, pela avaliação do desempenho dos respectivos investimentos” e se existe um regime sancionatório se os resultados não corresponderam às expectativas.

Ron Lam aproveita para sublinhar a situação de emprego de residentes e não-residentes contratados pelas concessionárias, denunciando o despedimento de “trabalhadores veteranos que não cometeram erros, sem lhes oferecerem qualquer opção de mudança de emprego”. Além disso, afirma que trabalhadores participantes nos “Planos Específicos de Emprego + Formação” foram despedidos sem justa causa, e que residentes que procuravam emprego a tempo inteiro nas concessionárias acabaram por ficar em trabalhos a tempo parcial, depois de não serem contratados após as entrevistas de emprego. Para Ron Lam, esta situação reflecte a posição dos residentes enquanto “complemento da mão-de-obra importada das concessionárias do jogo”.

AL | Xia diz que relação com Executivo difere de separação de poderes

Num encontro com os deputados, o director do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado afirmou que a relação entre o Executivo e a Assembleia Legislativa é diferente do conceito de separação de poderes do “Ocidente”. Xia Baolong caracterizou a relação como uma colaboração com predominância do poder Executivo

 

O director do Gabinete de Trabalho de Hong Kong e Macau do Comité Central do Partido Comunista da China e director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado, Xia Baolong, deslocou-se no domingo à Assembleia Legislativa (AL) para uma sessão de troca de ideias com todos os deputados do plenário.

Durante o encontro, Xia Baolong terá afirmado que “a forma como a Lei Básica regula a relação entre os poderes Executivo e Legislativo não é a mesma relação que existe na separação de poderes utilizada pelo ‘Ocidente’”, contou o presidente da AL. Desde o início da sua passagem por Macau, e à semelhança das visitas anteriores, Xia Baolong é citado por responsáveis de altos cargos do Governo e, neste caso, por Kou Hoi In e alguns deputados.

Em declarações citadas pelo canal chinês da Rádio Macau, o presidente da AL indicou que Xia Baolong terá vincado a ascendência do Governo em relação à casa das leis.

“[O director] disse que temos de reforçar e optimizar ainda mais a relação entre os poderes Executivo e Legislativo. As duas partes precisam de respeito e apoio mútuo para que possamos beneficiar e desenvolver a particularidade de o nosso sistema político ser caracterizado pela predominância do poder Executivo”, contou Kou Hoi In.

Importa referir que em nenhum artigo da Lei Básica da RAEM, ou mesmo do anexo que regula a metodologia para a constituição da AL, é indicada a predominância do poder Executivo face ao poder Legislativo. Aliás, o Artigo 71.º da Lei Básica estabelece a possibilidade de a Assembleia Legislativa aprovar uma moção de censura “acusando o Chefe do Executivo de grave violação da lei ou de abandono das suas funções”. Além disso, apesar de ter poderes para dissolver a Assembleia Legislativa, o Artigo 54.º da Lei Básica indica duas situações de conflito com o poder Legislativo que podem resultar na renúncia do cargo do Chefe do Executivo.

Arregaçar mangas

Durante o encontro com os deputados, Xia Baolong elogiou o trabalho legislativo, em particular as revisões das leis relacionadas com segurança nacional, leis eleitorais e a legislação relacionada com o sector do jogo.

A cooperação com Hengqin foi um dos temas mais discutidos, com deputados e o director a concordarem na necessidade de reforçar a integração entre os dois territórios.

O director apontou ser “necessário estar consciencializado” e preparado “para as adversidades, fazer bem os trabalhos da aceleração da integração Hengqin-Macau e da diversificação adequada da economia de Macau, e dar mais um passo na optimização da relação entre o poder executivo e o poder legislativo, no sentido do respeito e apoio mútuos, para potenciar as vantagens institucionais da predominância do poder executivo.

Segundo um comunicado divulgado ontem pela AL, o director manifestou o desejo de que Macau, enquanto “pérola na palma da mão” da pátria, venha a luzir de forma mais resplendente.

Tarifas | Apelo à determinação das empresas locais

O director do Gabinete de Trabalho de Hong Kong e Macau do Comité Central do Partido Comunista da China e director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado, Xia Baolong, reuniu ontem com mais de 20 representantes do sector empresarial.

Num encontro que durou mais de duas horas, o responsável deixou palavras de incentivo e resiliência perante as adversidades causadas pela guerra comercial. De acordo com presidente do Conselho de Administração do Grupo Nam Kwong, Fu Jianguo, o director apresentou quatro requisitos específicos para a comunidade empresarial de Macau. Em primeiro lugar, a necessidade de ter espírito de luta e enfrentar a actual situação geopolítica a um nível mais elevado. Xia Baolong pediu também aos empresários para terem confiança nos planos nacionais de médio e longo prazo e contarem bem as histórias da China, de Hong Kong e de Macau.

O presidente da Associação de Bancos de Macau e presidente da sucursal de Macau do Banco da China, Jia Tianbing, afirmou que Xia Baolong terá deixado esperanças de que Macau irá superar as dificuldades de desenvolvimento económico.

Igreja | Vítimas de abuso sexual querem que Leão XIV assuma tema

Um dos porta-vozes do movimento que representa vítimas de abusos sexuais na Igreja Católica pediu ontem que o Papa Leão XIV ponha o tema como uma prioridade e definas regras globais para lidar com os casos.

“Agora que temos um novo papa latino-americano deve ser dado um exemplo em todos os episcopados latino-americanos que, ‘por decisão e por ordem do Papa, não pode existir um duplo padrão’ entre as várias hierarquias católicas espalhadas pelo mundo”, afirmou o argentino Sebastián Cuattromo, do colectivo Adultos pelos Direitos da Criança.

No dia em que o Papa fez a primeira saudação dominical na Praça de São Pedro, rezando o Regina Caeli, um grupo de vítimas juntou-se na Praça para pedir que o Vaticano imponha regras comuns a toda a Igreja.

Cuattromo, de 42 anos, deu o exemplo do que se passa “nas sociedades do primeiro mundo e a América Latina que funciona como um quintal do Vaticano, onde as mesmas exigências [de reparação] não são sentidas como, por exemplo, são sentidas perante a opinião pública europeia”.

“Como sobrevivente de abusos sexuais na infância no seio da Igreja Católica, com outros companheiros sobreviventes deste crime, esperamos que o Papa faça uma menção explícita a esta questão e uma referência explícita ao que tenciona fazer a este respeito para saldar as dívidas muito grandes que, na nossa opinião, a Igreja Católica ainda tem para com as vítimas”, afirmou Cuattromo.

“Nós, vítimas, quebrámos o tabu, o silêncio, a negação, a ocultação, com as nossas lutas, com um enorme sacrifício, e alcançámos um nível de visibilidade na opinião pública”, que obrigou a Igreja a encarar o problema.

Por isso, o grupo global de vítimas subscreveu uma petição já entregue, em que exigem “uma verdadeira lei de tolerância zero que seja estabelecida como direito canónico”, o que “implicaria a expulsão imediata da vida religiosa de qualquer pessoa que estivesse envolvida nestes actos”.

Além disso, propõem uma “comissão da verdade que não deve ser dirigida pelo Vaticano, mas por organizações internacionais de direitos humanos com padrões das Nações Unidas e com as quais o Vaticano teria de cooperar plenamente, libertando todos os arquivos que possui sobre o assunto”.

Finalmente, as vítimas pretendem um “processo de justiça para as vítimas, onde, entre outras coisas, haja acções concretas de reparação e justiça para os sobreviventes em todo o mundo”, com os custos suportados pelos próprios bens da Igreja.

Na primeira pessoa

No seu caso particular, Sebastian Cuattromo moveu uma acção contra um religioso de uma escola católica de Buenos Aires por abusos sexuais e ganhou o processo em 2012, ainda antes da eleição para Papa do então cardeal Bergoglio, arcebispo da capital argentina. “Então, a hierarquia católica da cidade pôs-se contra as vítimas e apoiaram a escola, que pretendia silenciar as vítimas desse delito através de um acordo económico privado”, recordou.

“Fizeram-nos sentir uma profunda subestimação da gravidade do crime de que estávamos falando”, até porque, naquele momento, “eu era um jovem que estava a lutar em solidão, com muitas dúvidas, com muitos menos, com muita angústia e senti uma absoluta falta de empatia e, em vez disso, profunda arrogância”, explicou.

Depois da eleição de Francisco, “convidei-o publicamente e privadamente para se reunir com as vítimas do seu país, especialmente os que tiveram más experiências”, mas o Papa “nunca teve a coragem nem a sensibilidade de nos convocar”.

Para o novo Papa, que é também acusado de ter ignorado queixas de abusos quando era prior geral dos Agostinhos, Cuattromo espera que Leão XIV “assuma este tema pessoalmente” e que demonstre estar disposto “a ir às últimas consequências”. O cardeal Robert Francis Prevost, de 69 anos, foi eleito na quinta-feira Papa, após dois dias de conclave, na Cidade do Vaticano, e assumiu o nome de Leão XIV.

Legislativas novas, alternativas velhas

Nunca tínhamos assistido a uma campanha eleitoral para eleições legislativas de tão má qualidade. Vê-se perfeitamente que certos políticos não têm nível para governar e para apresentar aos portugueses alternativas que lhes provoquem uma vida melhor. E há outros políticos que não esperavam nem estavam preparados para eleições. Uma campanha eleitoral onde se detecta logo à vista desarmada que o povo não está sensibilizado e em grande parte está desiludido com as promessas nunca cumpridas.

O povo não quer saber se Luís Montenegro tem uma empresa familiar e saca dinheiro de clientes potenciais com ligações ao Estado. O povo não quer saber se Pedro Nuno Santos comprou um monte no Alentejo ou um Maserati.

O povo quer algo de concreto. Quer que a sua vida melhore, que não vá ao supermercado e veja sempre os preços a aumentar; que ao encher o depósito do seu carro constate que o mesmo combustível em Espanha é muito mais barato; quer saber quando é que se constroem mais centrais eléctricas ao redor da Grande Lisboa, para que um apagão nacional não prejudique todo um país e uma capital cheia de milhares de turistas, alguns a dormir no chão do aeroporto – neste particular referir que o apagão foi uma vergonha relativamente à dependência de Espanha e ao fiasco das eólicas e das infindáveis estações voltaicas -, o povo quer ver os seus salários ao nível da Europa e que acabem as pensões de 200, 300 e 400 euros; quer que os seus filhos e netos parem de emigrar por não existir habitação acessível para jovens; quer ver construídos vários lares públicos, a preço acessível aos idosos pobres, com qualidade no bem-estar e bom serviço; quer que a corrupção abandone os departamentos estatais, nomeadamente nas autarquias onde um investidor de um hotel de charme aguarda dois anos pela licença de abertura apenas porque se negou a entregar determinado pecúlio para o edil; o povo quer deixar de ver os terrenos baldios a servirem de grande negócio de certos presidentes de Juntas de Freguesia; o povo quer que acabem com as urgências encerradas e que as futuras mães não tenham que ter os seus filhos no interior de uma ambulância porque a incompetência de uma ministra da Saúde continua a não resolver nada sobre o encerramento das urgências de obstetrícia; o povo só quer que os políticos se compenetrem de que se governam o país, estão a governar para mais de quatro milhões de cidadãos que vivem ao nível da pobreza.

A pré e a campanha eleitoral em si tem sido uma desilusão. Os debates televisivos tiveram um índice de audição baixíssimo. Os políticos líderes de partidos com assento parlamentar demonstraram uma nulidade de propostas alternativas para um futuro de 20 ou 30 anos. Debates televisivos mal moderados, onde o funcionário do canal pretendia ser a vedeta e só sabia interromper quem estava ali para debater. O próprio debate entre Montenegro e Nuno Santos foi desinteressante, apesar de Montenegro, surpreendentemente, ter aparecido tenso e nervoso, e por isso, ter perdido o debate.

A campanha eleitoral está nas ruas do país e vocês, caros leitores, não acreditam: os banhos de multidão acabaram. As pessoas não se mobilizam por altifalantes que gritam aos quatro ventos que está ali o melhor para primeiro-ministro. Os partidos pagam a “voluntários” que vão atrás dos líderes partidários com bandeiras e gritando vivas ao partido em causa. Já ninguém liga à passagem de uma caravana partidária e, isto, é grave. É sinal que a democracia não tem cumprido o seu papel. De tal forma, que o neofascista André Ventura, que chegou a dizer que iria ser primeiro-ministro, teve atrás dele em determinada localidade cinquenta pessoas, parou, falou para os jornalistas num tom crítico contra a AD e o PS, e lá foi à sua vidinha “trumpinha”…

Depois, nesta campanha eleitoral temos algo de risível, mas vergonhoso. São as sondagens. Já estamos habituados a nunca acertarem e a serem realizadas com a normalidade manobradora. Desta feita, a vergonha não existe. Chegámos ao ponto de uma estação de televisão apresentar uma espécie de sondagem diariamente, dando sempre uma vantagem substancial à AD, quando se repara que aquela “informação” apenas visa manobrar os potenciais eleitores para votarem na AD.

Há sondagens para vários gostos, mas uma sondagem da Intercampus, que apresentou o Partido Socialista à frente, não foi divulgada em canal televisivo algum, os quais estão nas mãos de Cristiano Ronaldo e de outros milionários como ele. As sondagens, que manobram a opinião do potencial eleitor são o reflexo do tipo de política que hoje se pratica em campanha eleitoral. “A” insulta “B”. “B” insulta “A”. “A” insulta “C”. “C” insulta “A”. “D” insulta “C”. “C” insulta “D”. Querem que faça um desenho? Eu faço: Montenegro insulta Nuno Santos. Nuno Santos insulta Montenegro. Montenegro insulta Ventura. Ventura insulta Montenegro. Mortágua insulta Ventura e Ventura responde do mesmo modo.

E isto é política, é alternativa para termos um país melhor? Nem pensar. Portugal está a viver o pior momento de seriedade e de ética política dos seus 51 anos de regime democrático. É pena. E não se adivinha qualquer medicamento para o doente.

Direito de Resposta da ATFPM

Direito de Resposta acerca do artigo “Eleições | PS volta a denunciar alegadas práticas da ATFPM”, da autoria da jornalista Andreia Sofia Silva – Jornal Hoje Macau 9 de maio de 2025

Exmo. Senhor Director,

Ao abrigo do Direito de Resposta consignado na Lei de imprensa, os abaixo-assinados, corpos gerentes da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), para os devidos efeitos concernente à publicação mencionada no assunto em epígrafe, em que é referido o alegado envolvimento de “voluntários” da ATFPM na abordagem de eleitores junto de uma estação de correios de Macau, no contexto das próximas eleições legislativas portuguesas, vêm por esta via solicitar a publicação do seguinte esclarecimento relativamente ao conteúdo do artigo “Eleições | PS volta a denunciar alegadas práticas da ATFPM”, da autoria da jornalista Andreia Sofia Silva – Jornal Hoje Macau, 9 de maio de 2025:

A ATFPM rejeita, de forma veemente, as falsidades e insinuações emanadas de fontes vinculadas a um partido político estrangeiro, as quais encontraram eco em certos órgãos de comunicação social portugueses. Os factos divulgados são destituídos de veracidade e não possuem qualquer relação, direta ou indireta, com esta Associação.

A ATFPM lamenta a persistência do Partido Socialista em veicular alegações infundadas que visam denegrir a imagem desta instituição, o que configura uma inaceitável ingerência nos assuntos de uma associação sediada na Região Administrativa Especial de Macau.

A ATFPM manifesta a sua preocupação face à reiterada prática de indivíduos com ligações e interesses ao referido Partido Político da República Portuguesa em invocar falsidades e imputar factos inverídicos a esta Associação, conduta que se verifica desde 2024. Tal prática, desprovida de qualquer fundamento, é abusiva e merece a mais firme condenação pública, porquanto não foi comprovada qualquer ligação desta organização aos alegados factos.

A ATFPM reitera o seu veemente repúdio e informa que pondera o acionamento das medidas legais cabíveis contra o Partido Socialista, em face da sua tentativa de influenciar e manipular a opinião pública em seu favor, nomeadamente no círculo eleitoral da China.

Acresce que a ATFPM considera censurável o recurso, por parte do Partido Socialista, aos meios de comunicação social em língua portuguesa para a divulgação de comunicados e queixas, o que configura uma forma indireta de propaganda eleitoral, através de órgãos de comunicação social que recebem subsídios do Governo da Região Administrativa Especial de Macau. Esta utilização dos meios de comunicação social de Macau, por parte do Partido Socialista, não é prática comum entre os demais partidos políticos de Portugal.

Gratos pela atenção dispensada, aproveitamos a oportunidade para apresentar a V. Exa., Sr. Director do Jornal Hoje Macau, os nossos melhores cumprimentos.

Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau aos 9 de Maio de 2025.

Coreia do Sul | Kim Moon-soo confirmado candidato presidencial do partido no poder

O Partido do Poder Popular (PPP) da Coreia do Sul formalizou ontem o registo de Kim Moon-soo como candidato às presidenciais do país, após este vencer uma disputa com outro potencial concorrente da formação política.

O registo do PPP – partido no poder – foi feito junto da Comissão Nacional de Eleições, depois de a assembleia geral da formação política ter rejeitado, no sábado, uma moção apresentada pela direcção, que queria que o candidato às eleições de 03 de Junho fosse o ex-primeiro-ministro Han Duck-woo.

Han e Kim tentaram, sem sucesso, durante a última semana, chegar a um consenso e unir as candidaturas, para evitar uma fragmentação dos votos do partido conservador, que deverá sofrer nas urnas as consequências da profunda crise política desencadeada pela declaração de lei marcial, em dezembro, pelo presidente deposto Yoon Suk-yeol.

Han Duck-woo foi presidente interino do país em duas ocasiões distintas, após a destituição de Yoon, e tem procurado dissociar-se do polémico líder e da breve declaração de lei marcial. Kim, por seu lado, foi ministro do Trabalho, tendo sido nomeado candidato presidencial nas primárias do PPP. No entanto, a candidatura do ex-ministro foi posta em causa com o aparecimento de Han, que contava com o apoio da direcção do PPP.

“Esta eleição presidencial é crucial, uma vez que irá definir um líder capaz de ultrapassar a crise que a nossa nação enfrenta e trabalhar para a felicidade do povo”, disse Kim aos jornalistas, depois de registar a candidatura nos escritórios do órgão eleitoral em Gwacheon, sul de Seul.

Antes das eleições presidenciais de 03 de Junho, o candidato do partido no poder anunciou que vai centrar a estratégia na construção de uma grande coligação, tanto dentro como fora do partido, com o objetivo de alcançar a unidade nacional e ouvir a voz do povo.

Filipinas | Eleições intercalares esta segunda-feira

As eleições intercalares de segunda-feira nas Filipinas são vistas como um referendo à gestão do Presidente Ferdinand Marcos Jr., com as sondagens a mostrar que a coligação do ex-chefe de Estado Rodrigo Duterte está bem posicionada.

Em jogo, estão metade dos 24 lugares do influente Senado, cujos resultados dominam grande parte das atenções, bem como toda a câmara baixa do Congresso, além de 18.000 lugares nas principais autarquias do país. Marcos Jr., ou Bongbong como é conhecido, tem estado na linha da frente da campanha, com uma lista de 11 candidatos ao Senado.

Entre eles, contam-se nomes consagrados da política filipina, como Erwin Tulfo, membro da Câmara dos Deputados e o candidato mais apoiado para um lugar de senador, de acordo com um inquérito da Social Weather Stations (SWS), e o ícone do boxe mundial e ex-candidato à presidência do país Manny Pacquiao.

Os candidatos apoiados pela Aliança para as Novas Filipinas (Alyansa para sa Bagong Pilipinas) de Marcos Jr. “continuam a liderar as sondagens apenas uma semana antes das eleições”, com oito deles bem colocados para conquistar um lugar de senador.

“Desde que tomámos posse em Julho de 2022, a economia filipina é reconhecida mundialmente como uma das que mais crescem. É por isso que as Filipinas são conhecidas hoje”, afirmou Marcos Jr. num ‘comício de antevisão’ em Manila, como são conhecidos no país asiático os grandes eventos eleitorais em que os partidos encerram as campanhas.

Equilíbrio nas sondagens

No entanto, as sondagens mostram também a força de outros candidatos apoiados pela coligação do ex-presidente Rodrigo Duterte, acusado de crimes contra a humanidade pela sangrenta guerra contra a droga e detido desde Março em Haia à espera de julgamento.

O senador Bong Go, que procura a reeleição, é o segundo candidato nas sondagens, enquanto a nível local uma sondagem realizada pela Universidade de Mindanau apontou que Duterte poderá ganhar a presidência da câmara de Davao, o seu reduto no sul do país, apesar de não estar no arquipélago de mais de sete mil ilhas. A campanha começou marcada pela disputa entre Marcos Jr. e a vice-Presidente filipinas, Sara Duterte, uma aliança formada para conquistar o poder em 2022, mas que pouco depois da vitória começou a desmoronar-se.

A detenção de Duterte veio alimentar o confronto entre os dois campos, ultrapassando as linhas políticas. A senadora filipina Imee Marcos, irmã mais velha do Presidente e apoiante de Duterte, assumiu a ruptura com a lista eleitoral de Bongbong.

Cerca de 68 milhões de filipinos são chamados a escolher 12 senadores, 254 representantes distritais, 63 representantes partidários e 17.942 governadores, membros de assembleias provinciais, autarcas e conselheiros. O escrutínio vai também abranger os assentos legislativos da região autónoma muçulmana de Bangasamoro, na ilha de Mindanao, a segunda maior do arquipélago, no sul.

Olhos portugueses

A eurodeputada portuguesa Marta Temido (PS) vai liderar a missão de observação eleitoral da UE a estas legislativas filipinas. Trata-se da primeira missão da UE a umas eleições filipinas que “marca um passo no sentido do reforço das relações entre a UE e as Filipinas”, segundo um comunicado do Serviço de Acção Externa europeu.

Marta Temido, que liderou a lista do PS ao Parlamento Europeu nas eleições de Junho do ano passado, foi designada pela alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Kaja Kallas. A missão no 13.º país mais populoso do mundo será “um enorme desafio”, acrescentou a eurodeputada.