Navios-escola de Portugal e Espanha repetem viagem de circum-navegação de Magalhães Hoje Macau - 2 Abr 2019 [dropcap]P[/dropcap]ortugal e Espanha apresentaram ontem o programa de acções conjuntas para comemorar os 500 anos da primeira volta ao mundo, da qual faz parte uma viagem de circum-navegação pelos navios-escola “Sagres” (português) e “Juan Sebastián Elcano” (espanhol). O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, e a vice-primeira-ministra espanhola, Carmen Calvo, fizeram ontem em Madrid uma primeira apresentação das comemorações da viagem “comandada” pelo português Fernão da Magalhães e “finalizada” pelo espanhol Juan Sebastián Elcano entre 1519 e 1522. “A expedição foi organizada e financiada pelo Reino de Espanha e concebida e proposta por um navegador português, Fernão de Magalhães”, explicou Santos Silva. O responsável português sublinhou que cada país terá de “interpretar e valorizar a viagem à sua maneira”, sem fazer qualquer referência à polémica inicial, já ultrapassada, quando a imprensa de direita espanhola acusou Portugal de estar a promover uma candidatura unilateral, junto da UNESCO, da viagem de circum-navegação do globo a património da humanidade. “Esta expedição poderia ser considerada como o primeiro grande feito de globalização do nosso planeta”, consideram os Governos português e espanhol numa declaração publicada. A viagem de circum-navegação da rota de Magalhães-Elcano, a empreender entre 2020 e 2021 pelos navios-escola dos dois países é uma das acções previstas no programa que também inclui a candidatura da viagem a Património Mundial da Humanidade “promovida conjuntamente por Portugal e Espanha, juntamente com os demais países da Rota”. Para o ministro dos Negócios Estrangeiros, “talvez a actividade que marque mais plenamente o significado desta associação entre” os dois países ibéricos seja a conferência internacional “Oceanos, Conhecimento e Globalização” que terá lugar em Portugal e Espanha no primeiro trimestre de 2021. “A ideia é simplesmente aproveitar-se da circum-navegação como fonte de inspiração para pensar, hoje, o futuro dos oceanos e o futuro da globalização”, considerou Santos Silva, acrescentando que se pode e deve “interpretar Magalhães e Elcano como ponto de partida para pensar a regularização da globalização e o aproveitamento cooperativo e sustentável dos recursos comuns da Humanidade”. Uma exposição itinerante organizada pelos Ministérios da Cultura dos dois países, a co-produção de uma série televisiva, a elaboração de um estudo sobre a “Projecção mundial do espanhol e do português” e a apresentação de uma Declaração dos Ministros da Cultura da União Europeia sobre o significado da circum-navegação são outras acções apresentadas. As embaixadas de Portugal e de Espanha também vão coordenar a organização de actividades conjuntas nos países da Rota de Magalhães-Elcano: Brasil, Uruguai, Argentina, Chile, Filipinas, Brunei, Indonésia, Timor-Leste, Moçambique, África do Sul e Cabo Verde. A participação de Portugal como país convidado na Feira do Livro de Sevilha de 2019 – 23 de Maio a 2 de Junho – subordinada ao tema “Lendo vou, viajando venho” também faz parte das comemorações. “A nossa ambição é que o mundo entenda que há 500 anos um conjunto de homens valentes” fez esta viagem, disse a vice-primeira-ministra espanhola, Carmen Calvo, que também fez referência ao programa do país para as comemorações com “193 actividades”. O programa de acções conjuntas do V centenário da viagem de circum-navegação complementa os programas nacionais que já foram apresentados por Portugal e por Espanha. Nas actividades espanholas destaque para palestras na Sociedade Geográfica de Lisboa, um colóquio sobre literatura de viagens e vários concertos, em Lisboa e na Universidade de Coimbra. A companhia aérea nacional espanhola Iberia também irá baptizar com o nome de Juan Sebastián o próximo avião A350 que receber, mantendo ele essa designação até 2022. Pelo lado de Portugal está previsto, entre outras acções, a construção de uma réplica das naus que constituíram a esquadra de Fernão de Magalhães, a reedições de livros e cartas náuticas, mapas, como o Planisfério de Cantino (1502), conferências científicas e seminários temáticos. Augusto Santos Silva e Carmen Calvo vão repetir a apresentação das comemorações conjuntas esta tarde em Lisboa.
Sarampo | Um em cada dez médicos não estava imune durante surto Diana do Mar - 2 Abr 20192 Abr 2019 Mais de 360 médicos e enfermeiros dos hospitais e centros de saúde não estavam protegidos contra o sarampo durante o recente surto. Todos foram, entretanto, vacinados [dropcap]O[/dropcap]s dados foram revelados ontem pelos próprios Serviços de Saúde: 14 por cento dos médicos e 6 por cento dos enfermeiros não estavam imunes contra o sarampo durante o surto da doença altamente contagiosa, traduzido, desde o início do ano, em 26 casos, dos quais oito envolvendo profissionais de saúde (três médicos, três enfermeiros, um auxiliar de enfermagem e um outro trabalhador), todos pertencentes ao Hospital Kiang Wu. O número facultado pelo director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, foi extraído dos dados recolhidos junto dos profissionais de saúde e apenas fornecido após todos terem sido vacinados. Contas feitas, com base em estatísticas oficiais, não estavam vacinados ou imunes (porque não contraíram a doença anteriormente), 228 de 1.633 médicos e 134 de 2.235 enfermeiros, ou seja, 362. Desconhece-se, porém, a taxa de imunidade ao sarampo de outros profissionais de saúde, como auxiliares de enfermagem. Embora prometidos para a tarde de ontem, os resultados completos do levantamento, levado a cabo através de um inquérito, não foram divulgados até ao fecho desta edição. De recordar que, na semana passada, os Serviços de Saúde reconheceram inicialmente desconhecer a proporção de profissionais de saúde vacinados ou imunes ao sarampo, estimando, depois, com base na taxa de imunidade da população em geral, uma cobertura na ordem dos 95 por cento. À espera de vacinas Segundo dados facultados pelos Serviços de Saúde, só na quinta e na sexta-feira foram administradas mais de 200 vacinas por dia. Vacinas destinadas actualmente apenas aos grupos definidos como prioritários: crianças com menos de 2 anos, pessoal de creches e profissionais de saúde. Macau possui actualmente aproximadamente de 1.300 doses de vacina contra o sarampo, rubéola e parotidite epidémica (papeira), mas encomendou, entretanto, 15 mil doses da vacina. Esta semana deve chegar a primeira remessa de 5.400, um número definido pelo director dos Serviços de Saúde como “suficiente” para responder à actual procura. Relativamente às restantes 9.600 vacinas “não há prazo” estimado de chegada, afirmou Lei Chin Ion, apontando que os fornecedores vão priorizar os países e regiões com surtos de sarampo de maior dimensão. O director dos Serviços de Saúde falava à margem da cerimónia de inauguração do Hospital de Reabilitação de Ká-Hó, em Coloane, que contou com a presença do Chefe do Executivo, Chui Sai On, e do secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam. Nenhum dos dois prestou declarações aos jornalistas. Macau sinalizou, desde o início do ano, 26 casos de sarampo. Todos os pacientes receberam alta hospitalar. Nos últimos quatro dias não houve registo de novos casos. Edifício de infecto-contagiosas sem abertura à vista O edifício de doenças infecto-contagiosas, a nascer junto ao Centro Hospitalar Conde de S. Januário (CHCSJ), ainda não tem data de abertura prevista. Segundo o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, a obra das fundações, que arrancou em 2018, deve estar concluída no próximo ano, não havendo calendário para a abertura. A construção do edifício, junto ao CHCSJ, foi fortemente contestada por moradores da zona, bem como por deputados que defenderam que seria mais conveniente erguer a nova unidade junto ao futuro Hospital das Ilhas, mas em vão.
Fronteiras I António de Castro Caeiro - 2 Abr 201918 Abr 2019 Dedicado a José António Tenedório [dropcap]A[/dropcap] palavra fronteira tem vários sentidos. O primeiro que ocorre é geográfico. A fronteira delimita países geograficamente. Mas historicamente alteram-se tal como diferentes foram os diversos povos que habitaram o espaço delimitado por uma mesma fronteira. Há fronteiras naturalmente geográficas: rios e montanhas. Outras foram forçadas política ou militarmente. O conceito de fronteira tem múltiplas dimensões. Definem-se espaços dentro das fronteiras nacionais e além-fronteiras. Além disso, ser fronteira não define apenas estaticamente localidades, locais, lugares, regiões, províncias terrestres, mas também há fronteiras marítimas que são território nacional de um país e vão muito além do território terrestre. Ser fronteira não é assim definido bem por uma linha geográfica. Ela é difusa ao olhar ainda que bem definida em latitude e longitude. Ser fronteira não é assim um objecto apenas realmente existente. Ao olhar para o globo terrestre como um todo, encontramos morfologias marítimas e terrestres que são as únicas heterogeneidades que encontramos a olho nu. Ser fronteira permite compreender o que é entrar num país e sair de outro país, o que é invadir e defender, acolher e exilar-se, regressar e partir. São muitos os infinitivos que estão conjugados no ser fronteira. A expansão das fronteiras nos impérios historicamente relevantes permite compreender também outros sentidos. Do ponto de vista do império e do invasor colonizador, o projecto para o mundo inteiro é integrar dentro dos seus limites. Do ponto de vista dos colonizados é ter sido invadido e ter perdido a identidade nacional dada pelo corpo definido na anatomia da sua fronteira. Aquém e além, dentro e fora, no interior e no exterior, acolher e libertar são determinações pensadas no fundo da concepção de fronteiras. A cabeça da serpente que era Roma para o seu império tinha as suas fronteiras numa periferia móvel. Um historiador como Tácito compreende o império a partir da relação tensa que há entre a fronteira na Germânia por exemplo e o que se passa na cidade. O arco tenso entre o núcleo duro do senado romano e as fronteiras do império funda o espaço interior estruturante do próprio império. A nossa vida tem diversas fronteiras vitais. Os sítios que habitamos na nossa existência estão localizados num mapa vital que pode ser partilhado com outras pessoas. Enquanto mapa definido pela vida humana desmultiplica-se em múltiplos sítios, lugares, localidades. Há tantos países quantas as pessoas que são naturais dos seus países e uma única pessoa conhece vários países. Há tantos globos terrestres quantas as pessoas que o habitam, ainda que só lhe acedam pelo ângulo particular do canto do olho. Há múltiplos globos terrestres vistos por uma única pessoa conforme o país que habita ou visita apenas e o duplo olhar que se constitui como natural de um país ou como habitante, provisória ou definitivamente, de um outro país. O conceito de fronteira corresponde em certa medida ao conceito de horizonte. Mesmo que compreendamos a existência de fronteiras e elas possam ser efectivamente ultrapassadas, mesmo que consigamos ver fronteiras representadas ou fotografadas na contemporaneidade ou ao longo da história, a interpretação do ser fronteira implica sempre uma vivência existencial do sentido, do que é estar em casa, em segurança, de um modo acolhedor, cómodo, familiar. E por outro lado, o que é projectado para fora dessa comodidade, o que é inóspito e inospitável, o que é estranho, está fora de casa, nos faz sentir como peixes fora de água. Gizamos, assim, as nossas próprias fronteiras ou vemos como elas são projectadas a partir do interior da existência humana. Define-se para nós de algum modo desde sempre o espaço estrutural do que é familiar e nós é próprio, do que nos pertence, e o espaço inóspito do que provoca alienação em nós, nos é estranho e não nos pertence. O espaço desta fronteira é afectivo ou sentimental. As fronteiras alteram-se a partir da intimidade da nossa sensibilidade que nos faz sentir em casa no mesmo sítio que nos faziam sentir não em casa. E vice versa: podemos deixar de nos sentir em casa no mesmo sítio a que outrora chamávamos casa. Há fronteiras delineadas com outros que ficam borradas, quando os outros desaparecem. Há fronteiras definidas com outros, quando não havia nenhuma linha a determinar qualquer horizonte de habitabilidade. Há fronteiras que são imaginadas, quando no passado eram inimagináveis, e passamos a habitar um sítio que é bom de ser habitado. Há mundos perfeitos que desabam por não terem fronteiras afectivas. Não por desaparecerem, mas porque nos lembram cidades fantasma inabitáveis pelos próprios nós que já foramos e não seremos outra vez ou só muito dificilmente. Cada pessoa giza as fronteiras do seu próprio império e tem que se ver com as fronteiras dos impérios que são as existências dos outros. Ao sermos com outros, somos por eles e contra elas, passamos por eles na nossa mais completa indiferença, ou ficamos presos uns aos outros pela ausência de indiferença, quando os outros fazem a diferença e nós fazemos a diferença nas suas vidas. Cruzam-se várias nações com outras pessoas, esboçam-se mundos, refazem-se mundos, desfazem-se mundos, constrói-se impérios e destroem-se impérios. Somos Roma e as zonas limítrofes mais periféricas, de nós mesmos e dos outros. As fronteiras são desenhadas a partir do próprio que é nosso, a partir do interior, da intimidade da nossa própria vida. A vida nas suas múltiplas formas com outros e sem eles, sensibilidades, impactos afectivos, crises emocionais, ganhos e perdas é vista a partir da Roma do império que somos nós com outros até à periferia do mundo inteiro na sua totalidade. É aí que se definem os outros na importância muita, pouca, nenhuma ou total das nossas vidas nas dos outros e das dos outros nas nossas vidas. É nesse interior que se define o ateniense em nós e os bárbaros, os que são nossos e os outros. É aí que nos definimos, que percebemos se riscamos ou não riscamos, se somos importantes, muito, pouco ou nada, ou somos tudo parar os outros. E nós próprios na multidão de gente que somos, na múltipla personalidade que é a nossa, definimos também fronteiras para o nosso eu mais íntimo, aquele mesmo que nós somos, e para os outros eus que desprezamos, de quem temos medo, que segregamos, que não afirmamos ou até negamos que alguma vez tenham existido. À superfície da consciência ou sou quem giza a fronteira entre o aquém de mim e o além de mim, quem eu integro e quem eu expulso. Que fronteiras são estas? Qual é o sentido do ser fronteira em que eu entro e saio, eu integro e expulso, eu segrego e acolho? Cancelar-me-ei de mim próprio ou estou sempre continuamente numa posição de apropriação? E a fronteira da vida que é o seu limite, o além, depois da morte?
Joseph Lau quer que tribunais evitem extradição para Macau João Santos Filipe - 2 Abr 20192 Abr 2019 Os advogados do empresário fizeram entrar um pedido em tribunal para evitar a possível entrega para cumprimento de pena em Macau. Lau foi condenado por corrupção activa para acto ilícito e branqueamento de capitais e tem uma pena de 5 anos e 3 meses por cumprir [dropcap]O[/dropcap] empresário Joseph Lau quer garantias de que não poderá ser entregue a Macau ao abrigo da nova proposta de lei de extradição em Hong Kong, que vai permitir o envio de fugitivos para o Interior da China, Macau e Taiwan. A revelação foi feita ontem pelo escritório de advogados Sit, Fung, Kwong e Shum, em representação de Lau, que fez entrar um pedido na primeira instância do Tribunal Superior de Hong Kong, para que sejam feitas alterações à proposta de lei. Joseph Lau foi condenado em Macau a uma pena de 5 anos e 3 meses devido à prática de um crime de corrupção activa para acto ilício e de um crime de branqueamento de capitais. Como o empresário está actualmente em Hong Kong e não há acordo de entrega de fugitivos, não pode ser enviado para Macau, onde é procurado para cumprir pena. No entanto, com o Governo de Carrie Lam a querer aprovar uma lei para que a entrega de fugitivos possa ser feita com jurisdições com as quais não há este tipo de acordos, onde se incluem Macau e o Interior da China, a porta para a transferir Lau pode mesmo abrir-se. É este o cenário que os advogados do multimilionário pretendem afastar. Segundo o pedido, cujo conteúdo foi publicado na integra pelo portal Hong Kong Free Press, os representantes legais do magnata pretendem assegurar algumas garantias. A primeira é que se declare que a entrega do empresário é contrária à Carta dos Direitos de Hong Kong. Em causa está o artigo número 10, que define o direito à “igualdade perante os tribunais e a um julgamento justo e aberto ao público, mas também o artigo 5, que define o direito à liberdade e à prisão dentro de condições justas e pré-definidas. Sem retroactivos Mas no caso da proposta do Governo de Hong Kong ser aprovada sem alterações ao texto actual, os advogados de Joseph Lau querem uma declaração dos tribunais a dizer que não se aplica de forma retroactiva, ou seja, que apenas incida sobre casos que se registem após a entrada em vigor da lei. A primeira sessão de discussão do diploma está agendada para amanhã no Conselho Legislativo, o órgão legislativo de Hong Kong. Também a secretária da Justiça do Executivo de Hong Kong, Theresa Chang, recebeu uma cópia dos pedidos que entraram em tribunal. O Executivo de Hong Kong decidiu apresentar esta proposta de extradição em resposta ao alegado homicídio cometido por um residente de Hong Kong que terá assassinado a namorada, que estava grávida. O crime aconteceu em Fevereiro do ano passado e o suspeito conseguiu regressar a Hong Kong, escapando à justiça taiwanesa. Apesar dos pedidos das autoridades taiwanesas, e face à inexistência de acordo de extradição entre as duas regiões, o adolescente de 19 anos não foi enviado para Taiwan. A proposta de alteração legal que será apreciada pelos legisladores de Hong Kong visa colmatar estas lacunas de cooperação judiciária.
Seul inicia trabalhos para exumação de vítimas da guerra Hoje Macau - 2 Abr 2019 A operação de investigação dos restos mortais das vítimas da Guerra da Coreia foi decidida durante o encontro entre o Presidente sul-coreano Moon Jae-in, e o líder norte-coreano, Kim Jong-um, em Setembro do ano passado [dropcap]A[/dropcap] Coreia do Sul lançou ontem o trabalho preparatório na zona desmilitarizada (DMZ) para a exumação dos restos mortais das vítimas da Guerra da Coreia (1950-1953), apesar do silêncio de Pyongyang, que inicialmente concordou em participar neste projecto. O Ministério da Defesa da Coreia do Sul divulgou que a Coreia do Norte não respondeu aos seus apelos e que o exército sul-coreano iniciaria hoje [ontem] o trabalho preparatório de escavação ao sul da zona desmilitarizada entre os dois países. “Estamos a lançar os preparativos para que esta possa tornar-se uma operação norte-sul, assim que a Coreia do Norte responda”, disse aos jornalistas o porta-voz adjunto do Ministério, Roh Jae-cheon. Esta operação foi decidida em Setembro, durante uma cimeira em Pyongyang entre o Presidente sul-coreano Moon Jae-in, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un. Os dois líderes haviam assinado um acordo militar para contribuir para a redução das tensões na península norte-coreana, prevendo-se ainda que uma centena de pessoas de ambos os lados participaria nas operações de investigação dos restos mortais entre 1 de Abril e 31 de Outubro. No entanto, nenhum progresso foi feito desde então sobre a questão fundamental da desnuclearização na península coreana. Banho-maria Kim e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reuniram-se em Hanói em Fevereiro numa cimeira que terminou sem uma declaração conjunta, fracasso que lançou uma sombra sobre as perspectivas de cooperação entre as Coreias. Moon, que se reuniu com Kim três vezes em 2018, promove há muito uma maior cooperação com os norte-coreanos para reverter os anos de tensão entre os dois países. O Presidente sul-coreano desempenhou um papel fundamental na reaproximação excepcional entre Pyongyang e Washington. Numa reunião de ontem com os seus principais conselheiros, Moon disse que o fracasso da cimeira de Hanói representou uma “dificuldade temporária”. “Foi confirmado que a Coreia do Sul, a Coreia do Norte e os Estados Unidos não pretendem voltar atrás”, disse Moon. O Presidente sul-coreano vai visitar Washington na próxima semana. Moon disse que esta rápida reunião organizada com Trump mostra que os dois aliados querem relançar “a dinâmica do diálogo o mais rápido possível”.
Director do IHMT | Malária continua um grande problema em todos os países africanos lusófonos Hoje Macau - 2 Abr 20191 Abr 2019 [dropcap]O[/dropcap] director do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT), Paulo Ferrinho, defende que a malária continua um grande problema em todos os países africanos lusófonos e um desafio maior em matéria de doenças tropicais. “A malária continua a ser um grande problema em todos os países lusófonos em África, sem excepção. Não podemos dizer que a situação está controlada e, em situações de crise, como a que temos agora em Moçambique, com cheias, esperamos um agravamento da situação”, disse Paulo Ferrinho, em entrevista à agência Lusa. “A malária continua realmente a ser o nosso grande desafio”, acrescentou. Mais de 90% dos 219 milhões de casos de malária de 2017 e das 435.000 vítimas mortais registaram-se no continente africano, a maioria crianças com menos de cinco anos. Moçambique é o único país lusófono que no grupo de 11 países em que se registaram 70% de casos (151 milhões) e mortes (274 mil) em 2017 e, por isso, foi escolhido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para aplicar uma nova estratégia de combate à doença. É o país com a terceira maior percentagem (5%) de casos de malária no mundo e o oitavo onde a doença mais mata (3% do total de vítimas), segundo o relatório anual sobre a doença divulgado em Novembro pela OMS. Angola surge em 13.º lugar com 2% do total mundial de casos. A Guiné-Bissau registou cerca de 144 mil casos suspeitos de malária em 2017 e 296 mortes, segundo o relatório. No pólo oposto, entre os países próximos da erradicação da doença está Cabo Verde, que registou, no entanto, em 2017, um surto de paludismo, concentrado sobretudo na ilha de Santiago, com 423 casos – incluindo uma vítima mortal -, nove vezes mais do que os registados no ano anterior. São Tomé e Príncipe está também próximo da erradicação da doença, com cerca de 2.240 casos suspeitos e sem registo de mortes. O director do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) falava, à Lusa, antecipando o 5.º Congresso Nacional de Medicina Tropical, que vai reunir, em Lisboa, de 10 a 12 de Abril, especialistas lusófonos, europeus e de outros países para debater as políticas e serviços de saúde no espaço da lusofonia. Paulo Ferrinho alertou também para a existência nestes países de outras doenças transmitidas por mosquitos (veCtores) “que vão ganhando terreno”. “Em Angola, temos dengue, Zika, chikungunya, febre-amarela. São doenças que também estão presentes na Guiné-Bissau, mas algumas ainda não estão presentes em Moçambique, onde o grande problema é a malária em todo o território nacional, mas sobre o dengue só temos conhecimento em Nampula, no Norte”, disse. O reforço dos sistemas de saúde e a promoção do acesso universal à saúde, com ênfase nos sistemas de saúde dos países lusófonos em África, será o foco do congresso, que irá ainda abordar a saúde dos viajantes nestes países e as migrações para a Europa. Nesse sentido, explicou Paulo Ferrinho, estarão em análise aspectos “considerados os principais estrangulamentos” dos sistemas de saúde, nomeadamente a formação, planeamento e recursos humanos em saúde, a regulação económica do sector ou o apoio laboratorial aos serviços de saúde. “Vamos ter uma sessão sobre serviços de saúde para viajantes nos países lusófonos. Será uma primeira vez em que vamos fazer um levantamento do que é que se faz nos países lusófonos em relação à saúde dos viajantes. Vamos ter também uma sessão sobre migrantes, olhando para os migrantes de acordo com as necessidades em trânsito para os países de acolhimento, quais as dificuldades e o que se faz para apoiar e acolher esses migrantes”, disse. Há tendência de globalização de doenças antes restritas ao trópicos Paulo Ferrinho, alertou, em entrevista à agência Lusa, para a tendência de globalização das doenças tropicais, admitindo a possibilidade de “surtos esporádicos” de malária na Europa. “A tendência actual das doenças tropicais é de uma convergência cada vez maior entre o tropical e o global. É cada vez mais difícil separar o tropical do global por causa das alterações de contexto, desde as alterações climáticas, à mobilidade das populações, das mercadorias e dos vectores (mosquitos), o que leva à globalização de doenças que antes estavam restritas aos trópicos”, disse Paulo Ferrinho. O especialista em saúde pública e medicina tropical assinalou que o agente vector (aedes albopictus) de várias destas doenças “é um invasor destemido, que avança mundo fora” e já está “a penetrar na Europa”. “Ao entrar na Europa, criou alguns surtos de doenças transmitidas por vectores, como a chikungunya, em alguns países europeus. Já temos o aedes albopictus em Portugal e temos de estar atentos para o controlar e para que não se instalem em Portugal doenças que até há pouco tempo eram tropicais”, acrescentou. Paulo Ferrinho lembrou que o vírus da sida, que surgiu na República Democrática do Congo, levou 80 anos a globalizar-se, mas alertou que a disseminação de doenças pode ser hoje muito mais rápida. “Há risco de termos surtos esporádicos de malária na Europa. Aliás, já tivemos, por exemplo, na Grécia e em Itália. O vector existe e é preciso estar atento e aconselhar os viajantes sobre como se comportar quando se deslocam a países de risco, mas também estar atentos aos migrantes desses países”, afirmou. Cerca de mil milhões de pessoas ficarão expostas a doenças como a febre dengue se o aquecimento global continuar, segundo um estudo científico publicado, na quarta-feira, no boletim científico PLOS, que se baseou no registo mensal das temperaturas mundiais. Os cientistas concluíram que as doenças de climas tropicais estão em expansão e atingirão zonas do globo com climas actualmente menos favoráveis aos mosquitos, porque os vírus que estes propagam provocam epidemias explosivas quando se verificam as condições certas. Fundado em 1902, o Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) dedica-se ao ensino e à investigação da saúde pública, medicina tropical, ciências biomédicas e epidemiologia, com especial incidência na ligação com os países de língua oficial portuguesa.
Nova Zelândia | Pequim pede ambiente de investimento justo e transparente Hoje Macau - 2 Abr 2019 A pressão do primeiro-ministro chinês sobre a sua homóloga neo-zelandesa, que se encontra de visita a Pequim, surge na sequência das restrições impostas por Wellington à utilização de equipamentos da Huawei no desenvolvimento da rede 5G no país [dropcap]O[/dropcap] primeiro-ministro da China, Li Keqiang, pediu ontem à homóloga da Nova Zelândia que assegure um ambiente de investimento “justo, transparente e conveniente”, depois de Wellington ter imposto restrições à gigante chinesa das telecomunicações Huawei. As relações bilaterais deterioraram-se nos últimos meses, depois de os serviços secretos da Nova Zelândia terem impedido a empresa nacional de telecomunicações Spark de usar equipamento da Huawei no desenvolvimento de redes de Quinta Geração (5G). No início de um encontro com Jacinda Ardern, em Pequim, Li Keqiang não mencionou a Huawei, mas disse que a China quer melhorar as relações para servir os interesses das empresas de ambos os lados. “A China está disposta a, com base no respeito mútuo e igualdade de tratamento, elevar a confiança política mútua com a Nova Zelândia, expandir a cooperação prática e aumentar o intercâmbio humano”, disse Li a Ardern, no Grande Palácio do Povo, após uma cerimónia formal de boas-vindas. “Esperamos que (…) quando as empresas de cada lado investem em negócios do outro, possam desfrutar de um ambiente justo, transparente e conveniente”, disse. Acordos assinados Nas suas declarações públicas, Ardern não abordou questões sobre investimento, mas agradeceu a Li por expressar condolências pelo ataque que matou 50 fiéis, em duas mesquitas, na Nova Zelândia. A primeira-ministra nova-zelandesa reunir-se ontem com o Presidente chinês, Xi Jinping, depois de a visita ter sido encurtada devido aos ataques de 15 de Março. No entanto, Ardern disse que, apesar do momento, manteve a visita a Pequim “para sublinhar a importância” que a Nova Zelândia atribui ao relacionamento com a China. “É uma das relações mais importantes e de maior alcance para nós, um ponto que frisei nos meus discursos públicos, no ano passado”, disse. Após a reunião, os dois líderes assistiram à assinatura de acordos nas áreas agricultura, intercâmbio financeiro, ciência e pesquisa, e para evitar a dupla tributação. Repúdio nacional A decisão dos serviços de inteligência da Nova Zelândia de restringir o uso de equipamento da Huawei, por representar um “risco significativo para a segurança”, provocou indignação na China. A imprensa estatal chinesa condenou a decisão e ameaçou com retaliação económica. A China é o maior parceiro comercial da Nova Zelândia e um importante mercado para os produtos lácteos e outros produtos agrícolas do país. Segundo o Governo da Nova Zelândia, o comércio entre os dois países quase triplicou nos últimos dez anos, desde que um acordo de livre comércio entrou em vigor, em 2008. No mês passado, Ardern disse que não foi ainda tomada uma decisão final sobre o uso de equipamento da Huawei na rede 5G do país. As redes sem fio 5G destinam-se a conectar carros autónomos, fábricas automatizadas, equipamento médico e centrais eléctricas, pelo que vários Governos passaram a olhar para as redes de telecomunicações como activos estratégicos para a segurança nacional.
Congresso internacional dedicado ao português em Novembro Hoje Macau - 2 Abr 2019 [dropcap]P[/dropcap]rofessores e investigadores de todo o mundo vão reunir-se em Macau, em Novembro, para um congresso internacional dedicado à língua portuguesa, disse ontem à Lusa o director do Instituto Português do Oriente (IPOR). “Podemos esperar um grande encontro de lusitanistas, de nível mundial, não só dos países lusófonos, como de outras regiões”, afirmou Joaquim Ramos, sublinhando a “dimensão global” do evento. O congresso “Macau e a língua portuguesa: Novas pontes a Oriente”, organizado em conjunto pelo IPOR e pelo Instituto Politécnico de Macau (IPM), vai realizar-se entre 27 e 29 de Novembro, num ano de várias celebrações. “Estamos a organizar isto em colaboração com Instituto Politécnico de Macau, onde vamos incluir também as celebrações dos 30 anos do IPOR, portanto acho que fazia sentido incluir aqui uma dimensão mais científica”, indicou. Neste sentido, o congresso vai “reunir professores, investigadores, editores e pessoas ligadas à cultura”, para partilharem as suas pesquisas sobre temas relativos à língua portuguesa, disse Joaquim Ramos, sem adiantar nomes.
Palestra | Ana Cristina Alves fala sobre noções ocidentais face à língua chinesa Hoje Macau - 2 Abr 2019 [dropcap]A[/dropcap] Fundação Rui Cunha (FRC) organiza, em parceria com a Universidade de Macau (UM) a oficina “Diálogo Intercultural – Caracteres Chineses e Noções Ocidentais”, protagonizada por Ana Cristina Alves, docente da UM. A oficina de duas horas e meia será dividida em duas partes, a primeira para a apresentação teórica dos temas e conceitos propostos para discussão, a segunda reservada ao diálogo com os participantes. O objectivo desta iniciativa consiste em “pensar algumas características fundamentais dos pensamentos grego e chinês comparativamente”, bem como descobrir “quais os preconceitos e más interpretações relativos ao ‘Mesmo’ e ao ‘Outro’”. Serão também abordados temas como as filosofias contemporâneas e o diálogo útil entre culturas: Dào (道), Rén (仁) Xīn (心) nas filosofias chinesa e ocidental, sendo que será feita uma leitura filosófica dos pictogramas chineses. Ana Cristina Alves é doutorada em Filosofia da História, Cultura e Religião, tendo obtido o grau na sequência da defesa duma dissertação sobre estudos de género: a Mulher na China (2007), na qual analisa os princípios Yin/Feminino e Yang/Masculino na tradição cultural chinesa do Clássico das Mutações (《易经》) à actualidade. Tem ainda vários trabalhos publicados, entre os quais se destacam: na área de Filosofia, A Sabedoria Chinesa (2005), na de literatura infantil em coautoria com Celina Veiga de Oliveira, Oito Cartas de Macau (1998); em cultura e tradução em coautoria com Wang Suoying, Contos da Terra do Dragão (2000) e Mitos e Lendas da Terra do Dragão (2009); nos estudos de tradução, Culturas em Diálogo: A Tradução Chinês-Português (2016); e na área linguística, dicionário de Chinês-Português/ Português-Chinês. As sessões vão decorrer até quinta-feira, entre as 19h e 21h30, na sala E21-1046 da UM. Apenas a sessão de hoje irá decorrer na FRC e tem entrada livre.
Cartaz do Hush!! 2019 com quase 40 bandas e DJs João Luz - 2 Abr 2019 Os nomes das bandas e DJs que compõem o cartaz do Hush!! 2019 estão aí. Durante os dias 28 e 30 de Abril e 1 de Maio, a Praia de Hac Sa será o epicentro da celebração da música ao vivo, num evento com uma tradição em Macau de mais de uma década. No cartaz despontam bandas internacionais e locais como Youngr e Concrete/Lotus [dropcap]O[/dropcap]s dias de areia preta nos pés e sons melodiosos com vista para o mar estão no horizonte próximo. Ao longo dos dias 28 e 30 de Abril e 1 de Maio, a Praia de Hac Sa terá três palcos montados, por onde vão passar quase quatro dezenas de bandas e DJs. O primeiro dia de concertos tem como destaque incontornável o britânico Youngr, uma estrela em ascensão no panorama da pop electrónica. Ainda a caminho de uma audiência mais alargada, o músico baseado em Manchester deu-se a conhecer em 2016 com uma versão de “Sweet Disposition” de Temper Trap. Em duas semanas, a cover rebentou a internet e conseguiu 15 milhões de visualizações, exposição que catapultou o jovem britânico para a ribalta. Desde então, Youngr, ou Dario Darnell fora dos palcos, lançou o seu primeiro single “Out Of My System”, que conseguiu até hoje mais de 11 milhões de streams no Spotify. Estava pavimentada a estrada para o álbum de estreia, “This Is Not An Album”, lançado no ano passado e que levou o britânico em tour pela Ásia, América e Europa. É de salientar que Youngr tem a música no sangue, uma vez que o seu pai é Kid Creole, uma lenda viva do funk e disco que mistura influências caribenhas e convida a dançar desde 1980. Youngr sobe ao palco Hot Wave no dia 28 ao final da tarde. No mesmo dia e no mesmo palco, antes da performance de Youngr, os fãs da soul mais relaxada não vão, por certo, querer perder o concerto de Phum Viphurit, um músico tailandês de 22 anos que cresceu na Nova Zelândia. Com um forte pendor romântico, Phum Viphurit tem uma sonoridade acústica, algures entre o indie folk e o funk que promete arrebatar corações no areal de Hac Sa. O dia seguinte O segundo dia do Hush!! 2019 será marcado só por um concerto: Jun Kung & the Latin Connection featuring Steve Thornton. Jun Kung é um produtor e músico local, com carreira em Hong Kong onde é conhecido como um dos mais icónicos e influentes bateristas da actualidade. Os melómanos podem esperar um concerto ritmado, abrilhantado com a participação especial do percursionista Steve Thornton, oriundo de Brooklyn em Nova Iorque. O norte-americano tem no seu currículo trabalhos com lendas como Miles Davis, Sadao Watanbe, Herbie Hancock, Mongo Santamaria, McCoy Tyner, Tracy Chapman, Mariah Carey e Michael Jackson. No último dia do Hush!! 2019, destaque para os locais Concrete/Lotus, o projecto constituído por Kelsey Wilhelm e Joana de Freitas que explora a melódica progressão entre sonoridades acústicas e electrónica. Ainda dentro das bandas locais, destaque para o concerto de João Gomes e Banda, no palco Hot Wave, às 13h15. Sensivelmente à mesma hora, mas no palco Summer Chill, actuam os 80 & Tal. Ainda no capítulo das bandas de Macau, destaque para os Evade, que sobem ao palco Hot Wave, no dia 28 de Abril, ao final da tarde. O grupo de música electrónica, lançou o seu EP de estreia, “Evade EP”, há dez anos atrás. Em 2012 saiu para os escaparates Destroy & Dream”, lançado pela editora de Singapura Kitchen Label. Também no primeiro dia, destaque para outra banda local, os Pyjamars, que actuam às 14h45 convidando à dança com as suas sonoridades situadas algures entre o Disco Funk, Acid Jazz e a música electrónica. Os Pyjamars, banda cujo nome alude à propensão para as improvisações em elaboradas jams com influências espaciais, venceram a sexta edição da Competição de Rock Clássico de Macau e o Concurso de Música Original e Jovem, entre outras distinções regionais. Finalmente, impossível não referir as SCANDAL, banda japonesa que fecha o palco principal do Hush!! 2019. O grupo feminino, oriundo de Osaka, foi formado em 2006 e fez parte de várias bandas sonoras de séries de animação como “Bleach” e “Fullmetal Alchemist: Brotherhood”. Com um imaginário profundamente influenciado pela anime, as SCANDAL têm rockado palcos do mundo inteiro e contam com sete álbuns na discografia.
Hospital de Reabilitação de Ká-Hó abre hoje, sem se saber número de profissionais de saúde Diana do Mar - 2 Abr 2019 [dropcap]O[/dropcap] Hospital de Reabilitação de Ká-Hó entra hoje em funcionamento, mas os Serviços de Saúde falharam em responder com quantos médicos ou enfermeiros ao serviço ou em facultar estimativas sobre o número de pacientes que a nova valência pode receber. “Vamos ter em consideração as necessidades [e] o ponto de situação actual. Precisamos de ter um número suficiente de pessoal de enfermagem, por exemplo, e depois precisamos de ver ainda se há doentes que precisam de ser transferidos para este hospital novo”, afirmou o subdirector dos Serviços de Saúde, Kuok Cheong U, garantindo que há “um plano”. “Claro que precisamos de considerar se os doentes do CHCSJ precisam ou não verdadeiramente do serviço de reabilitação e também consultar os [seus] familiares para saber se querem transferir”, complementou o também director do CHCSJ. Não obstante a insistência dos jornalistas, Kuok Cheong U não avançou com números: “Vamos pensar no número de doentes e só depois número exacto de profissionais necessários, mas um enfermeiro pode servir seis camas”. O Hospital de Reabilitação de Ká-Hó disponibiliza 188 camas, das quais 100 vão ser geridas pela Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM). No entanto, numa primeira fase, apenas “são precisas” 20, adiantou o mesmo responsável. Os Serviços de Saúde subsidiam há 13 anos o Centro de Reabilitação, na Taipa, subordinado à FAOM, destinado especialmente aos pacientes encaminhados pelo CHCSJ, que se transfere agora para a nova unidade em Ká-Hó, em Coloane. Nova fase Para o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, o facto de “serem criadas em Macau, pela primeira vez, instalações médicas independentes de reabilitação” marca a entrada “numa nova fase” dos serviços médicos existentes no território. “O Hospital de Reabilitação de Ká Hó destina-se a dar resposta à procura de serviços médicos integrados para idosos e, portanto, nesse mesmo edifício serão integradas as essenciais subunidades funcionais e disponibilizados equipamentos e serviços de qualidade para desenvolver serviços complexos mais adequados”, afirmou Alexis Tam, no discurso que proferiu durante a cerimónia de inauguração, que contou com a presença do Chefe do Executivo, Chui Sai On. Neste âmbito, Alexis Tam destacou a quantidade, mas também a qualidade de que estará dotada a nova valência em Coloane: “A enfermaria de reabilitação do CHCSJ dispõe de 88 camas – mais do dobro das existentes na área de reabilitação do hospital” e “de uma equipa médica especializada, proporcionando tratamentos complexos aos doentes, em especial, tratamento clínico, fisioterapia, terapia ocupacional, gestão da dor, aconselhamento psicológico, entre outros”.
Aeroporto | Três mulheres entram em zona de acesso restrito Hoje Macau - 2 Abr 2019 [dropcap]T[/dropcap]rês mulheres conseguiram ultrapassar o sistema de segurança do Aeroporto Internacional de Macau (AIM) e aceder a áreas de acesso restrito, de acordo com informação divulgada ontem pela Polícia Judiciária. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, duas das visitantes tinham passaporte do Interior da China e foram encontradas na área de entrega de bagagem à procura de uma mala que alegadamente estaria perdia. De acordo com a explicação de uma delas às autoridades, as duas mulheres só deram pela falta da bagagem na altura de fazer check-in no hotel, mas depois conseguiram regressar ao aeroporto e aceder à zona de acesso restrito de entrega de bagagem. Já a terceira mulher, da Coreia do Sul, entrou na zona de embarque apesar de não ter bilhete com o alegado intuito de embarcar num avião para o Japão. Por sua vez, a segurança argumentou que não conseguiu detectar os três casos a tempo de evitá-los devido ao elevado número de passageiros.
Receitas dos casinos diminuíram 0,4 por cento em Março Hoje Macau - 2 Abr 2019 [dropcap]O[/dropcap]s casinos fecharam Março com receitas de 25.840 milhões de patacas, um valor que traduz uma diminuição de 0,4 por cento em termos anuais homólogos, indicam dados divulgados ontem pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). Trata-se da segunda descida registada desde o início do ano, após a queda de 5 por cento em Janeiro, a primeira anual homóloga em dois anos e meio. No acumulado dos primeiros três meses do ano, as receitas dos casinos encaixaram receitas de 76.152 milhões de patacas, traduzindo uma descida de 0,5 por cento face ao primeiro trimestre do ano passado. Apesar da queda de 0,4 por cento, Março foi o mês com o melhor desempenho em termos de receita, ficando ligeiramente acima de Fevereiro, mês que coincidiu com a ‘semana dourada’ do Ano Novo Chinês.
Até Fevereiro houve menos motociclos matriculados e mais acidentes de viação Hoje Macau - 2 Abr 2019 [dropcap]D[/dropcap]ados revelados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) mostram que, até ao fim de Fevereiro, houve uma redução do número de motociclos matriculados. Pelo contrário, nas estradas de Macau verificaram-se mais acidentes de viação durante os primeiros dois meses. Até ao final de Fevereiro de 2019 havia 239.345 veículos matriculados, uma descida “ligeira” de 0,4 por cento face ao igual período do ano passado. O comunicado oficial da DSEC dá conta que “destes veículos, o número de ciclomotores (25.647) baixou 10,3 por cento, enquanto o de automóveis ligeiros (108.262) e o de motociclos (97.894) subiram um por cento e 1,2 por cento, respectivamente”. O número de veículos com matrículas novas equivaleu a 726, menos 36,9 por cento, em termos anuais. No que diz respeito às matrículas registadas na Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), a quantidade de motociclos (410) e o de automóveis ligeiros (282) diminuíram 31,9 e 40,6 por cento, respectivamente. Nos dois primeiros meses deste ano, o total de veículos com matrículas novas foi de 1.954, menos 31,6 por cento, face ao mesmo período do ano passado. A DSEC contabilizou também um aumento de 3,6 por cento no espaço de um ano dos acidentes de aviação, que foram de 1153, que resultaram num total de 410 feridos. “Nos dois primeiros meses do corrente ano, o número de vítimas de acidentes de viação totalizou 709, sendo que uma das quais morreu”, aponta a DSEC. Carros nas fronteiras Os dados da DSEC revelam também que se verificou um aumento de seis por cento na circulação de automóveis nas fronteiras, face a Fevereiro de 2018, tendo sido registado uma subida de 3,1 por cento em termos anuais. Destaca-se que o movimento de automóveis na Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau se situou em 19.691 veículos e que nas Portas do Cerco foi de 237.279, menos 4,8 por cento em termos anuais. Ao nível das viagens, foram realizados um total de 5.587 voos comerciais no Aeroporto Internacional de Macau, mais 16,1 por cento em termos anuais. Realça-se que o número dos voos entre Macau e a China Continental (2.256), bem como entre Macau e a Tailândia (590) cresceram 27,2 e 24,2 por cento, respectivamente. Já o número de voos entre Macau e Taiwan (1.054) desceu 2,2 por cento.
Invisuais | Song Pek Kei quer mais e melhores medidas João Santos Filipe - 2 Abr 2019 [dropcap]A[/dropcap] deputada Song Pek Kei está preocupada com os problemas dos invisuais e com o facto de algumas das orientações gerais não serem seguidas. Um dos problemas apontados pela deputada está relacionado com as garagens privadas com ligações aos passeios, que não têm instalado piso táctil. Este tipo de pavimento permite aos invisuais estarem alerta para a possibilidade de haver carros a atravessar o passeio. É também utilizado nas passadeiras, para indicar se podem atravessar. Por este motivo, Song Pek Kei quer saber como é que o Governo vai fazer para que os privados cumpram as suas responsabilidades e procedam à instalação do piso táctil e quais as medidas de inspecção a ser aplicadas.
MGM põe fim ao plástico de uso único em todos os restaurantes Hoje Macau - 2 Abr 20192 Abr 2019 A operadora de hotéis e casinos MGM anunciou ontem que eliminou o plástico de utilização única em todos os seus restaurantes em Macau, prevendo poupar mais de quatro milhões de peças de plástico todos os anos [dropcap]”O[/dropcap] MGM anuncia com orgulho que a empresa removeu com sucesso todos os plásticos de utilização única e substituiu-os por alternativas amigas do ambiente em todos os seus restaurantes”, lê-se num comunicado enviado às redacções. O grupo tinha prometido avançar com esta medida no primeiro trimestre do ano. “Como um dos principais resorts integrados de Macau (…) temos a responsabilidade de usar a nossa escala para o bem e liderar a indústria hoteleira local num movimento livre de plástico”, afirmou, em comunicado, o director-executivo da MGM China, Grant Bowie. Segundo Bowie, a medida traduz um “passo significativo para a redução das embalagens de plástico em Macau”, evitando o despejo para o ambiente de 4,5 milhões de peças de plástico descartável todos os anos. No primeiro dia de 2019, também o grupo hoteleiro e operadora de jogo Sands China anunciou a proibição do uso de palhinhas de plástico, prevendo economizar 2,2 milhões de palhinhas por ano, ou seja, uma tonelada de plástico. Combate ao problema O uso excessivo de plástico descartável tem sido alvo de duras críticas, com activistas a exigir ao Governo medidas legislativas para combater o problema. No mês passado, o Executivo anunciou a intenção de aplicar taxas sobre os sacos de plástico e prometeu avançar com a restrição de outros materiais. O Governo propõe que “o fornecimento de sacos de plástico nos actos de venda a retalho seja efectuado obrigatoriamente a título oneroso”, ou seja, através de “um preço a fixar por despacho do chefe do executivo”. De acordo com o Executivo, a maioria dos participantes de uma consulta pública considerou o “uso excessivo” de sacos de plástico “uma situação crítica” no território, que em 2017 registava mais lixo ‘per capita’ do que Pequim, Xangai ou Hong Kong. No final de Agosto, uma petição contra o uso do plástico descartável reuniu milhares de assinaturas.
Líder da Associação de Feiras e Comércio de Macau defende taxa turística Hoje Macau - 2 Abr 2019 [dropcap]A[/dropcap] presidente do Conselho da Associação de Feiras e Comércio de Macau, Synthia Chan, defendeu ontem a criação de uma taxa turística no território, considerando que será uma importante receita adicional. “Acho que a criação de uma taxa turística é uma boa ideia” e vai “ser importante porque vai dar mais uma receita adicional”, disse Synthia Chan, à Lusa, à margem de uma conferência, organizada pela Fundação Rui Cunha, sobre o turismo em Macau. As declarações da presidente do Conselho da Associação de Feiras e Comércio surgem após a entrevista da responsável pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST), Helena de Senna Fernandes, à agência Lusa, em meados de Março, na qual revelou que o Governo está a efectuar um estudo para a possível aplicação de uma taxa turística no território, à semelhança de outras cidades fora da China. Helena de Senna Fernandes disse à Lusa que não existe uma data limite para conclusão do estudo, mas que a intenção da DST é que seja realizado no mais curto espaço de tempo. “Temos muitos turistas a entrarem [em Macau] e já há a discussão se são ou não turistas a mais”, afirmou, por seu turno, Synthia Chan, acrescentando que “em vários países já há taxa turística” e isso não afectou o sector. O turismo em Macau cresceu 211% entre 1999 e 2018, passando de 11,5 para 35,8 milhões de pessoas, segundo as autoridades. Questionada sobre se esta taxa poderia afectar o sector de convenções e exposições (MICE), Synthia Chan defendeu que isso não será um problema para aquele sector. “Se o destino é bom e o conteúdo da feira ou da exposição é bom acho que a taxa não é um problema”, disse. Em relação à especificidade de Macau enquanto plataforma entre a China e os países de língua portuguesa, instou as autoridades de Macau a “aumentar as relações MICE com os países de língua portuguesa”. Em Macau, disse Synthia Chan durante a conferência, existe “uma relação única China/Portugal que não existe por exemplo em Hong Kong, com os britânicos”, enfatizou. Na mesma ocasião, o professor da Universidade de Macau e especialista em ‘resorts’ integrados, Glenn McCartney, um dos três oradores da conferência, mostrou alguma desconfiança com a ideia do governo de Macau, pois, na sua opinião, “as taxas normalmente são um desincentivo”. “A minha preocupação prende-se com o efeito que a taxa turística possa ter”, disse o docente, à Lusa. “Não estou a dizer que é uma má política (…) mas tem de assegurar que não afasta os turistas e que faça o que é suposto fazer: trazer qualidade turística a Macau”, defendeu. Acrescentou que as receitas “devem ser alocadas para apoiar os bairros que lidam com grandes quantidades de turistas, para melhorar os museus e a requalificação arquitectónica”. Ou seja, “o dinheiro ser usado pela razão para que foi recolhido”.
ONU apela a recuo do Brunei na adopção de pena de morte para gays e adúlteras Hoje Macau - 1 Abr 2019 [dropcap]A[/dropcap] ONU classificou hoje como cruel e desumana a nova legislação que instaura a pena de morte para homossexualidade ou adultério no Brunei, pequeno Estado do sudeste asiático muito rico em petróleo. “Apelo ao governo [do Brunei] para que não deixe entrar em vigor o novo código penal draconiano que, se for aplicado, representará um sério recuo da protecção dos direitos humanos”, apelou a Alta Comissária dos Direitos Humanos, Michele Bachelet, em comunicado hoje divulgado. A partir de quarta-feira, o Brunei vai juntar-se ao grupo de países que penaliza o adultério e a homossexualidade com a pena de morte, neste caso por apedrejamento e chicotadas. O actor norte-americano George Clooney e o cantor inglês Elton John já apelaram a um boicote aos nove hotéis de luxo detidos pelo sultão do Brunei. O Brunei, que adoptou uma interpretação mais conservadora do Islão nos últimos anos, anunciou pela primeira vez em 2013 a sua intenção de introduzir a lei da sharia, o sistema legal islâmico que impõe violentas penas físicas. A decisão resulta de uma directiva do sultão do Brunei, Hassanal Bolkiah, um dos chefes de Estado mais ricos do mundo – com uma fortuna pessoal que ronda os 20 mil milhões de dólares – e que se mantém no trono desde 1967. Hassanal Bolkiah descreveu a implementação do novo código penal como “uma óptima conquista”. O anúncio de que a lei da sharia passará a ser completamente implementada a partir de quarta-feira, sobretudo em relação à comunidade gay, foi acolhida com horror pelos grupos de defesa dos direitos humanos. A Amnistia Internacional instou o Brunei a “suspender imediatamente” a implementação destas sanções. “Além de serem penas cruéis, desumanas e degradantes, [a nova lei] restringe a liberdade de expressão, de religião e de fé e põe no papel a discriminação contra mulheres e raparigas. Legalizar penas tão cruéis e desumanas é pavoroso só por si”, afirmou a responsável da Amnistia Internacional no Brunei, Rachel Chhoa-Howard.
“Reiwa” é o nome da nova era que vai marcar reinado do imperador Naruhito Hoje Macau - 1 Abr 2019 [dropcap]O[/dropcap] Governo japonês anunciou hoje que o nome da nova era que marcará o reinado do imperador Naruhito será “Reiwa”, uma combinação de dois caracteres inspirados pela poesia waka nipónica. O termo é inspirado nos principais cânticos da colecção “Manyoshu” de waka, antiga poesia japonesa, compilada por volta do século VIII, e foi escolhido entre cinco possibilidades, anunciou em conferência de imprensa o porta-voz do Governo nipónico, Yoshihide Suga. O nome “Reiwa” surge da combinação de dois caracteres que podem ser traduzidos como “agradável” ou “ordem” e “harmonia” ou “paz”, explicou Suga, que expressou o desejo de que o nome seja bem recebido pelo público e “profundamente enraizado” nas suas vidas. A nova era vai começar a 1 de Maio, quando o príncipe herdeiro Naruhito, de 59 anos, assumir o papel de imperador após o pai Akihito abdicar a 30 de Abril, a primeira vez que tal sucede no Japão em mais de 200 anos. O reinado de 85 anos do imperador Akihito durou três décadas, desde Janeiro de 1989, na chamada era “Heisei”, um termo formado por dois caracteres que juntos poderiam ser traduzidos como “alcançar a paz”. Os nomes das épocas nipónicas anteriores eram “Meiji” (governo esclarecido) de 1867, quando o imperador Mutsuhito ocupava o trono; “Taisho” (grande legitimidade), de 1912, que correspondeu à era do imperador Yoshihito; e “Showa” (paz e harmonia) de 1926, durante a era do imperador Hirohito. A escolha do novo nome, tal como o próprio anúncio, é um evento histórico para os japoneses, e resultou de uma reflexão de vários meses feita por uma comissão que integrou especialistas e líderes políticos. “É um belo nome”, disse à emissora pública NHK o Prémio Nobel de Medicina, Shinya Yamanaka, que estava entre os nove membros da comissão. O anúncio do nome da nova era foi transmitido em directo na televisão e foram instalados vários espaços públicos para que fosse possível à população assistir à transmissão por todo o país.
Taiwan fala em provocação de Pequim após aproximação de caças chineses Hoje Macau - 1 Abr 2019 [dropcap]T[/dropcap]aiwan informou hoje que foi feita uma advertência aos caças chineses que cruzaram a linha central do Estreito de Taiwan, que separa a ilha da China continental, classificando o ato como uma provocação de Pequim. “Ontem [domingo], aeronaves militares chinesas provocaram-nos ao violarem o acordo tácito depois de cruzarem a linha mediana do Estreito de Taiwan. Eles recuaram para o lado oeste da linha mediana após advertências da Força Aérea”, disse a Presidente taiwanês Tsai Ing-wen em declarações à margem de uma cerimónia militar. O ministro das Relações Exteriores, Joseph Wu, disse aos jornalistas, que se tratou de um acto intencional, apelidando-a como provocação perigosa. O mesmo responsável disse que Taiwan informou os “parceiros regionais” sobre o incidente. O Ministério da Defesa de Taiwan explicou que um par de caças J-11 chineses entraram no espaço aéreo sudoeste da ilha na manhã de domingo. Taiwan enviou caças para estabelecer contacto com os aviões chineses, que ficaram a cerca de 185 quilómetros da ilha. O Ministério da Defesa adiantou, numa publicação na rede social Twitter, que os aviões chineses “violaram o acordo tácito de longa data, cruzando a linha mediana” do estreito. A Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, disse aos jornalistas que estes actos procuram alterar o ‘status quo’ e ameaçam a segurança e a estabilidade regionais.
Suspeita de matar meio-irmão de Kim Jong-un condenada a mais de três anos de prisão Hoje Macau - 1 Abr 2019 [dropcap]U[/dropcap]m juiz malaio condenou hoje a três anos e quatro meses de prisão a vietnamita acusada de matar o meio-irmão do líder norte-coreano por “causar dano voluntário com arma perigosa”. Doan Thi Huong pode ser libertada na primeira semana de maio, em resultado da redução de um terço da pena por bom comportamento, adiantou o seu advogado, Hisyam Teh Poh Teik. A mulher encontrava-se detida há mais de dois anos, na sequência da morte de Kim Jong-nam, em 13 de Fevereiro de 2017, com VX, um agente neurotóxico e uma versão altamente letal do gás sarín. Após ouvir a sentença, Huong levantou-se do banco dos réus e, através do tradutor, agradeceu ao juiz, aos promotores e aos governos da Malásia e do Vietname. Aos jornalistas, quando abandonava o tribunal, disse que estava feliz e espera ser cantora e actriz quando regressar ao Vietname. O tribunal malaio tinha rejeitado a 14 de Março a libertação de Doan Thi Huong, poucos dias depois de ter deixado cair a 14 de Março as acusações sobre a outra ré, Siti Aisyah, uma indonésia. O episódio fatal teve lugar num terminal do aeroporto em Kuala Lumpur. As duas mulheres alegaram estarem convencidas de que se encontravam a participar numa brincadeira para um programa de TV. As acusadas disseram às autoridades que toda a situação tinha sido orquestrada por um grupo de quatro homens, identificados como cidadãos norte-coreanos pela polícia malaia. Os homens pagaram 80 dólares a cada uma das suspeitas. De acordo com a polícia, os quatro embarcaram, na sequência do ataque, num avião com destino a Pyongyang. Desde o primeiro momento que os serviços secretos da Coreia do Sul e dos Estados Unidos atribuíram o crime a agentes norte-coreanos, mas Pyongyang argumentou que a morte foi provocada por um ataque cardíaco e acusou as autoridades da Malásia de conspirarem com os seus inimigos. As autoridades da Malásia nunca acusaram oficialmente a Coreia do Norte e deixaram claro que não querem que o julgamento seja politizado. Kim Jong-nam, que viajava com um passaporte com o nome de Kim Chol, ia embarcar para Macau, onde vivia exilado. Era o filho mais velho da actual geração da família governante da Coreia do Norte e vivia no exterior há anos. Vários analistas consideraram que Kim Jong-nam poderá ter sido visto como uma ameaça ao líder norte-coreano, Kim Jong-un.
Antigo Novo Banco Ásia incluído nas mais de 100 buscas do Ministério Público Andreia Sofia Silva - 1 Abr 20191 Abr 2019 [dropcap]A[/dropcap] falência do Grupo Espírito Santo continua a ser investigada pelas autoridades portuguesas e os números mais recentes dão conta da existência de 41 arguidos, bem como um arresto de mais de 122 milhões de euros e de 477 imóveis. Macau, onde funcionou durante anos o Banco Espírito Santo do Oriente (BESOR), mais tarde transformado em Novo Banco Ásia, e que foi posteriormente vendido ao grupo Well Link de Hong Kong, está a ser alvo das investigações por parte do Ministério Público (MP) em Portugal. De acordo com um comunicado emitido pela Procuradoria-geral da República na quinta-feira, foi accionada uma linha de cooperação judiciária com Macau “para obtenção de dados bancários, audições, arresto de bens e outros actos de recolha de prova”. O território foi também incluído nas 111 buscas realizadas, bem como Portugal, Espanha e Suíça. “O produto de buscas abrange, além de suportes documentais em papel, cerca de 100 milhões de ficheiros informáticos relativos a sistemas operativos bancários, sistemas de contabilidade, contratos, documentos contabilísticos, documentos de natureza bancária e transmissão escrita de comunicações entre Portugal, Suíça, Luxemburgo, Panamá, Dubai, Espanha, e redigidos em inglês, francês e espanhol”, lê-se no comunicado de imprensa. Quanto aos bens arrestados, o comunicado não específica se tais acções ocorreram também em Macau. O comunicado do gabinete da PGR diz apenas que “foram suscitados 16 incidentes de arresto, alguns dos quais concretizados no Brasil e Suíça”. No total, “estão arrestados ou apreendidos cerca de 120 milhões de euros em numerário e aplicações financeiras”, acrescenta. Os 30 milhões O caso do antigo Grupo Espírito Santo baseia-se na investigação sobre a possível prática dos “crimes de burla qualificada, falsificação de documentos, corrupção activa e passiva no sector privado, corrupção com prejuízo no comércio internacional, branqueamento de capitais, infidelidade e associação criminosa”. O accionamento da linha de cooperação judiciária entre Portugal e Macau foi notícia em Julho do ano passado, tendo sido pedida uma carta rogatória às autoridades locais para se saber o paradeiro de 230 milhões de patacas (30 milhões de euros), que Ricardo Salgado, ex-CEO do BES, terá depositado numa conta em Macau. O jornal Ponto Final citou passagens do acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, citado também pelo diário português Correio da Manhã. “O arguido [Ricardo Salgado] não apresentou justificação para um conjunto de inscrições na sua agenda de 2013, do qual aparentemente se extraem movimentos com destino a uma conta em Macau”. Quando foi ouvido pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) de Lisboa, em 2015, Ricardo Salgado não conseguiu explicar o conteúdo de uma anotação da sua agenda pessoal que continham as expressões “Chegaram a Macau 30 m €”, “com valores de 39 OK” e “saldo Suisse”. Salgado disse que essas expressões poderiam “dizer respeito a movimentos de clientes”, mas o MP apresentou outra opinião. “Resta explicar por que razão é feita alusão a esta operação na sua agenda pessoal”, lia-se no acórdão. Estas explicações terão de ser dadas pelos actuais administradores do banco Well Link Macau.
Sarampo João Luz - 1 Abr 2019 [dropcap]A[/dropcap] ignorância mata! Quando ouvir alguém dizer “a verdade para mim é ‘x’”, corra o mais depressa que conseguir, fuja a sete pés. Gente que tem “verdades pessoais” representa, com alarmante consistência, um perigo para a comunidade. Não estou a falar de pioneiros do conhecimento, que antes da publicação das suas descobertas, guardaram razões na sua esfera. Não! Falo daqueles que, indiferentes ao que se conhece da realidade, por motivos de fé religiosa ou crença nas suas incríveis capacidades de discernimento, optam por relegar a realidade para segundo plano, para uma dimensão conspirativa, apoderando-se de uma verdade que passa a ser sua. Uma das manifestações perigosas destas ego-verdades é a crença anti-vacinas. Vou passar por cima de todos os fundamentalismos religiosos e políticos que criam super-vilões e assassinos em massa. Não são tema desta humilde coluna. O meu propósito é endereçar as ilusões anticientíficas dos que julgam possuir, sem qualquer formação ou ideia, sabedoria que ultrapassa milénios de conhecimento adquirido. Pessoas que acreditam que a Terra é plana são apenas um sintoma de total desapego à factualidade. São divertidos numa medida, mas preocupantes no absoluto desprezo que devotam à realidade. Na Terra plana a ilusão está na área das ideias parvas e descabidas, mas com poucas ramificações materiais. O povo anti-vacina é portador de uma ignorância viral, literalmente. Ambas são profudamente egocêntricas porque supõem que a pessoa é especial, proclamadora de uma verdade que a todos escapou e que se encontra escondida num blog, fórum de internet, meme, dogma religioso, etc. A crença anti-vacina acha que a mesma comunidade científica que permitiu passar da esperança de vida de 33 anos, no início do século XIX, para 80 no ano 2000, nos quer matar a todos. A indústria farmacêutica, com todas as suas falhas, quer dizimar a população da Terra. Sim, leram bem, uma indústria que quer matar os seus próprios clientes. O problema dos dogmas é que são imunes à razão, estão vacinados contra factos. Apontar que desde que tivemos capacidade para campanhas de imunização paramos de morrer em massa é fútil. Cheguei a ler que a peste negra desapareceu sem vacinas… a pessoa que teve a coragem de dizer esta alarvidade não consegue computar que se estimam que tenham morrido entre 70 a 200 milhões de pessoas na Europa e Ásia. No seu pico, no século XIV, a peste negra dizimou entre 30 a 60% da população europeia e não saiu de cena de seguida. Cólera, varíola, gripe espanhola também resultaram em números de mortos de proporções bíblicas. A imunização erradicou muitas das doenças altamente contagiosas que mataram às centenas de milhar, aos milhões. Podemos mostrar aos que colocam a factualidade na categoria da crença pessoal a história de irradicação de doenças, e o seu ressurgimento em populações não vacinadas, sem qualquer efeito. Multiplicam-se os “sim, mas ouvi dizer”. A parte do ouvi dizer não me aflige tanto. A ignorância também é contagiosa, principalmente se vier condimentada com “eles mentem e só tu sabes a verdade”. Mas aquele “sim”, que passa pela factualidade como se ela não fosse nada, reduz a zero a informação fundamental para compreender situações complexas, o seu contexto. Esta é a parte doentia da coisa. A forma como o ego se blinda a uma verdade considerada inoportuna é um reflexo desta era de extremismo identitário, quando opiniões nascidas de memes de internet se transformam em características de personalidade. Uma pessoa não duvida que as vacinas sejam eficazes, ou suspeita que sejam uma conspiração numa seringa. Não. A pessoa é anti-vaxxer da mesma forma que não se limita a crer que a Terra é plana, (passando a ser terraplanista). A ignorância, alicerçada na crença, ultrapassa em muito o patamar da convicção. Torna-se naquilo que a pessoa é, ou que aspira a ser, faz parte da sua identidade. É preciso querer para crer (frase que marca o meu momento Gustavo Santos da semana). Entretanto, doenças que deviam pertencer à história da infectologia regressam impelidas por uma ignorância tão cega e assassina como os próprios vírus.
Reformas dos Calendários José Simões Morais - 1 Abr 2019 [dropcap]Q[/dropcap]uando os portugueses se estabeleceram em Macau, o mundo ocidental era ainda regido pelo calendário juliano. Este fora criado no ano 708 de Roma [46 a.C.] pelo grego Sosígenes, que transferiu o começo do ano de Março para o dia 1 de Janeiro, fazendo-o corresponder à Lua Nova depois do Solstício de Inverno. Mudou também o nome do quinto mês para Julho, em homenagem a Júlio César e à duração do ano trópico de 365 dias deu mais um quarto de dia, passando cada quatro anos a haver um de 366 dias. Teve esse ano 445 dias, para se estabelecer a concordância entre as estações e o Equinócio da Primavera, sendo os mais de dois meses atrasados agregados sem terem passado. No entanto, o ajuste do calendário teve um erro corrigido no ano 757 de Roma [4 d.C.] por Augusto César Octávio, que ordenou a mudança do nome do mês Sextilis para Agusto (Agosto), como Júlio César fizera e para ter tantos dias como o de Julho tirou um dia a Fevereiro, ficando este com 28 dias. Em 525, o monge Dionysos Exiguus fixou a origem do calendário cristão em 25 de Dezembro do ano 1, que representava o ano 753 após a fundação de Roma. Em 1582 o Equinócio da Primavera ocorreu a 11 de Março, percebendo-se haver um erro de dez dias no calendário juliano. Então, na 4ª feira de 4 de Outubro o Papa Gregório XIII decretou que o dia seguinte passava a ser 6ª feira, 15 de Outubro de 1582 do calendário gregoriano. Este foi logo adoptado por Portugal, Espanha, Itália, França e só mais tarde pelo resto dos países Europeus e suas colónias. Os jesuítas na China Ainda antes de ser estabelecido o novo calendário, Macau em 1582 iniciava o seu período de apogeu, em que a prata passava a ser usada nas transacções entre a China e os portugueses. Organizava-se então a Biblioteca dos Jesuítas com os livros chineses de D. Melchior Carneiro S.J., que desde 1568 aqui vivia e fora o primeiro a governar a Diocese de Macau, erecta a 23 de Janeiro de 1575 por bula de Gregório XIII, a abranger toda a China, Japão, terras vizinhas e ilhas adjacentes. O Capitão-mor D. João de Almeida e o Bispo do Japão e China D. Leonardo de Sá, chegado no ano anterior, recebiam a 9 de Março os quatro jovens embaixadores japoneses, que iam a caminho de Roma, e eram acompanhados por Alexandre Valignano, o Visitador dos Jesuítas no Japão. Por essa altura aqui ainda não existia o Senado, nem se sabia estar Portugal sob o domínio da Espanha, só revelado a 31 de Maio. Matteo Ricci (1552-1610), vindo de Goa, chegava a 7 de Agosto e ainda em 1582, Chen Rui, o novo Vice-rei de Guangdong e Guangxi, convocou o Capitão, o Ouvidor e o Bispo para se apresentarem em Zhaoqing (capital da província) a fim de esclarecer o estatuto de Macau, ainda não reconhecida legalmente pelo Governo de Cantão, apesar dos mandarins do distrito de Huengshan aqui terem funcionários chineses nos serviços alfandegários. Os governantes portugueses recusaram-se ir à sede da província, mas como era importante enviar uma delegação, para aí seguiram o ouvidor Matias Penela e o jesuíta italiano Michele Ruggieri. O Tutão (Vice-rei), atraído pela promessa do jesuíta de um relógio mecânico portátil em ferro como presente, em Dezembro desse ano mandou-o chamar e nesse encontro permitiu aos portugueses continuarem em Macau, mas sujeitos às leis chinesas, e aos padres, a possibilidade de viver na China. Quando a 19 de Agosto de 1583, pelo calendário gregoriano, D. Melchior Carneiro faleceu em Macau, os jesuítas Ricci e Ruggieri preparavam-se para seguir até Zhaoqing onde iriam fundar a primeira Missão católica na China. Aí ficou Ricci, até que em 1598 viajou para Beijing onde, expondo as novas teorias da Renascença, sobretudo na área das matemáticas e astronomia, cativou os eruditos e o Imperador Wanli (1573-1620). E foi pelo saber científico, sobretudo dessas duas matérias, que os jesuítas entraram na corte do Celeste Império, onde vigorava o Calendário Shou Shi. Narração do Tempo Os chineses tinham uma longa história na Astronomia e as muitas reformas dos calendários davam-lhe já um alto grau de perfeição. Se os primeiros resumiam-se a evidências fragmentárias, já no ano 2608 a.n.E. o Imperador Amarelo (Huang Di) mandara construir um observatório, sobretudo para corrigir o calendário. Após várias reformas, no ano de 462 apareceu o calendário “Da Ming”, cujo valor encontrado para o mês sinódico era ainda o mesmo em 1723 e no ano trópico havia uma diferença de 51,84 segundos para o calendário “Shixian” de 1645, feito por von Bell. Resultados ocorridos devido à melhoria das técnicas de observação levadas a cabo por Zu Chongzi, que encontrou a solução para saber a hora precisa do Solstício de Inverno ao prolongar por um espaço de 24 dias as medições da sombra do gnomo. Um maior comprimento da sombra projectada pelo Sol poderia ser observada nos dias mais distantes do Solstício de Inverno. Também inovou quanto à aplicação da precessão na formulação do calendário. Com os mongóis a conquistar a Ásia Central e o Médio Oriente, os astrónomos chineses tomaram contacto com os calendários usados por esses povos muçulmanos e com a expansão territorial do Império pela Dinastia Yuan, o calendário “Hui Hui”, após ser revisto, foi adoptado em 1236 pelos muçulmanos do Norte da China e chamado “Ma Ta Ba”. O astrónomo persa Jamal al-Din ibn Mahammad al Najjari, que muito contribuíra para a feitura desse calendário através dos estudos que fizera no Observatório de Samarcanda, veio em 1267 para a China e ofereceu o “Calendário dos Dez Mil Anos” ao Imperador mongol Kublai Khan, tornando-se este o calendário oficial da China. Mais bem concebido que o calendário chinês “Da Ming”, quanto ao cálculo das órbitas planetárias e na aplicação da astronomia esférica, no entanto continuava a conter muitos erros. Assim foi decidida a compilação de um novo calendário, tarefa entregue a dois astrónomos chineses, Wang Xun e Guo Shoujing. Guo inventara um novo gnomo, que permitiu confirmar o valor do ano trópico em 365,2425 e afirmava que o Solstício de Inverno era o instante em que o Sol se movimentava a uma velocidade máxima. Notou também que cada trimestre depois do terceiro dia a seguir ao Equinócio do Outono era de 88,91 dias e a duração do outro trimestre, que correspondia à Primavera, era de 93,71 dias. Estes factos levaram a concluir estarem correctos os cálculos do movimento da eclíptica do Sol e a flutuação da sua velocidade aparente, feitos em 728 pelo astrónomo Yixing. Resultante da compilação dos estudos efectuados na Grécia, Arábia, Pérsia e China, a Tabela Astronómica Il-Khanate (al-Zij al-Ilkhani), escrita em persa no ano de 1272, serviu de base a Wang Xun e Guo Shoujing para, combinando com a fórmula trigonométrica da esfera do calendário Hui Hui, fazerem os seus cálculos astronómicos do movimento diário do sistema solar. Assim, em 1281 criaram o novo calendário “Shou Shi” (Narração do Tempo), que foi a quarta grande reforma na história do sistema do calendário chinês.