Levantar a lebre 

[dropcap]A[/dropcap] apresentação do troço do metro ligeiro deixou a população de Macau quase satisfeita, não fossem os enormes atrasos e as derrapagens. Terminada a festa, restam inúmeras dúvidas sobre o seguimento do projecto, apesar de o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, sempre ter garantido uma execução faseada do projecto, numa dose pragmática de optimismo.

Mas eis senão quando, o jornal Ou Mun publica uma notícia que vem desvendar um fantasma antigo, relacionado com a suposta falta de capacidade da ponte Sai Van para suportar o troço do metro ligeiro. Depois do Governo ter garantido que existe capacidade para aguentar a passagem das carruagens, vem agora o arquitecto responsável pela obra dizer que não.

A população pára, então, para pensar: confiamos no Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes, que já nos causou derrapagens orçamentais e inúmeros atrasos na obra, ou no arquitecto que fez a ponte? Há aqui uma lebre qualquer que se quer levantar, como se diz em bom português. Convém recordar que a notícia saiu no jornal Ou Mun, o diário de língua chinesa mais lido e influente do território, e o que está mais próximo das autoridades que nos governam. Resta-nos esperar por desenvolvimentos em novos capítulos de uma novela que promete não ter fim.

André Pires aguarda convite para o GP Motos de Macau

[dropcap]A[/dropcap]ndré Pires prepara-se para ser novamente o único representante de Portugal no Grande Prémio de Motos de Macau em Novembro. O piloto português gostaria que outros pilotos de motociclismo lhe seguissem as pisadas, mas tal cenário é difícil dada a inexistência de corridas de estrada em Portugal e não só.

“Já estamos a preparar o regresso a Macau”, confirmou o piloto de Vila Pouca de Aguiar ao HM, enquanto aguarda o vital convite da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau.

Este ano, as expectativas pré-prova de Pires são quase sempre “as de sempre”: arranjar uma equipa com uma mota minimamente competitiva e patrocínios, algo que nunca é fácil em Portugal. Para a “Clássica do Estremo-Oriente”, Pires espera tripular uma Yamaha R1 da equipa portuguesa BeautyMachines Racing Team, estrutura que conhece bem do Campeonato Nacional de Velocidade de motociclismo de 2019.

“Este ano fizemos um bom trabalho, apesar de termos tido alguns azares em duas provas, por isso acredito que ainda vamos ganhar mais umas corridas e com isso vamos ainda mais motivados para o Grande Prémio de Macau”, explicou Pires que o ano passado ficou em 19º lugar na prova, numa corrida em que, para si, o mais importante era “chegar ao fim”, um ano depois de ter abandonado.

E mais portugueses?

A prova de duas rodas do Grande Prémio é considerada uma das mais perigosas do mundo, mas não é só isso que nos últimos anos a corrida tem uma presença muito reduzida de pilotos portugueses. Os regulamentos são claros: para competir no Circuito da Guia os pilotos têm que ter competido nas maiores provas da especialidade, como aquela que se realiza anualmente na Ilha de Man ou a North West 200.

No motociclismo, Portugal não tem tradição em circuitos de estrada e os constantes constrangimentos financeiros dos pilotos lusos não lhes permite “dar o salto” para o palco internacional. Actualmente a residir em Braga por questões profissionais, o piloto transmontano explica que “Macau é uma corrida de estrada e ou se tem mesmo gosto ou não. Eu gosto de corridas de estrada e adoro o Grande Prémio de Macau e por isso faço sempre questão de ir a Macau”.

O piloto luso que se estreou entre nós em 2013, e que desde aí tem sido uma presença regular, acredita que “para irem mais pilotos Portugueses é preciso que gostem deste tipo de provas. Para isso, primeiro têm que ir experimentar uma corrida, pois não podem ir directos para Macau. O primeiro passo é ir a Inglaterra, onde há várias corridas desta especialidade, e a partir daí penso que haverá condições para poderem receber o convite para participar em Macau”.

A 66ª edição do Grande Prémio de Macau disputa-se de 14 a 17 de Novembro. Os inscritos nas seis corridas do programa deverão ser revelados em Outubro.

Ilusão

[dropcap]M[/dropcap]aya é como as fundas Primaveras que nos agarra aos sentidos que reféns querem toda a manifestação das fomes trazidas, não por acaso Maio se nos dá em festa e das Maias são feitas as belas grinaldas das flores da Estação. Trazemos sentidos para as cores, imagens, cheiros e miragens, e nelas firmamos verdades que nos parecem eternas, como o germinar e o florir antes que se esgote o tempo de tão fecundo estar. Há quem se entranhe no mundo e mais não veja que o ciclo das coisas que o anima, são por si só os grandes animados, os soberbos animistas, as forças elementares em círculo nas fontes do desejo e na miragem da necessidade perpétua. Mas valerá ressalvar os diálogos perdidos que o prólogo de «Eclesiastes» 1, capítulo 2, traz a esta janela: “ilusão das ilusões: tudo é ilusão” que em latim é conhecida por :” vanitas, vanitatum et omnia vanitas”: mudada para vaidade, mas sinónima.

Todo o capítulo nos fala então do espectro ilusório e, se a abordagem não é simples devido ao carácter compósito da obra, ela abre o princípio da interrogação que torna um texto litúrgico muito rico e até diferente daquilo que estamos habituados, as reflexões mantém-se no trilho de uma autoanálise que se aproxima do ciclo poético da intervenção, em algumas passagens vamos encontrar a Roda como ciclo do eterno retorno, noutras, a dúvida acerca das realizações humanas e tudo o que isso significa, até essa natureza criada da imagem que em nós projecta a miragem das coisas e do mundo. Fala-nos ainda do tempo das coisas sem nenhum juízo de valor incluído, e em toda essa maravilha vemos que uma vida que se quer conseguida terá necessariamente de as abranger, é um mantra ritual do conhecimento humano talhado apenas para ser.

– Alude ao que ilude a resposta vã – nós que somos iludidos sempre que nos queremos mais velozes nem por isso estamos preparados para acarretar a desmesura dos erros nem conseguimos tirar as ideias feitas dos grandes observadores que somos que dizem coisas sem reconhecer quem as faz, ou quem as disse, ou porque foram ditas, e assim, na rigidez mental de uma forma de agir construímos imagens, conceitos e ideias que só a quimera mais terrível sabe fabricar. Dessas assombrações fazemos realidades, verdades, construímos conceitos, forjamos a moral, mas, o ser de que se fala, a coisa falada é até que aflore a bocas assim um completo desconhecido, somos vítimas da linguagem como submissos imprudentes, e dela não merecemos mais que a crítica constante e muitas vezes pertinaz.

Se de ilusão o nosso tecido mental é feito, ela protege-nos todavia de realidades terríveis e assombrosos vislumbres de impossíveis. Morreríamos de dor ao não conseguir recorrer a uma galopante abstracção que nos desviasse das fronteiras cerradas da condição, mas não será bom derrubar as formas graves que subjazem a toda ela, não para a negar, mas para nos fazer mais conscientes da felicidade breve e do bem que é sentirmos que a conquistamos: como o livro dos amantes que diz que o ser amado primeiro se possuí e só depois se conquista.

O erro de percepção é lúdico para com os nossos sentidos, a Nuvem por Juno é isso mesmo e, no entanto, cognitivamente, estamos talhados para o ilusório que fabrica assim todo o espaço do pensamento, e houve alguém que pensando, era aí que existia. O mundo tangível não dá nada aos que criam – recriando – mas as coisas criadas outros as completarão, e quem faz, quem dita e redita nele tudo quanto nele é capaz? Aqui, ficamos estoicos, mas isso abranda o uso costumeiro da análise e a ilusão é posta a irromper noutras vertentes. « Põe então tua mão sobre o meu cabelo, tudo é ilusão, sonhar é sabê-lo».

A ideia de Deus surge no livro como um ente desconhecido, infalível, e que premeditou a causa de toda a dúvida, será sempre mencionado como a força que nos impele a descobrir, não dita, é ditado, e essa natureza cria então um campo imenso de dura solidão na medida em que se ela nos faltar nem a nossa sombra existe no meio do invólucro que somos. Mais que ilusória se torna por isso a sua ausência em nós. Para caminhos diferentes a mesma finitude, a mesma conclusão: quem distingue o que está certo neste mundo? E se a ilusão está presa aos sentidos, sem eles, que outra ilusão nos colheria? Os poetas respondem bem ao improvável, talvez na sombra de outras naturezas e assombrados de lucidez, se mantenham estáticos nalgum lugar que esqueceram os seres: “….nada em mim é risonho, quero-te para sonho, não para te amar. Os meus desejos são cansaços nem quero ter nos braços meu sonho do teu ser.”

Aquilo que é já existiu, e também o que há-de ser já antes foi. Deus só vai à procura daquilo que não se encontrou.

Do envelhecer

[dropcap]O[/dropcap]s dias do regresso sucedem-se devagar e previsíveis, como sempre deveria ser quando há alguma paz nas nossas vidas. Gosto de ver os lugares e as pessoas quase recompostas numa subtil mudança para o que nunca irá mudar. Aqui e ali as mesmas piadas, o mesmo sorriso, as mesmas diatribes. Depois da falsa suspensão da vida a que chamamos férias, o recomeço dá oportunidade de apresentarmos a mesmíssima pele mas mais lustrosa, preparada e engalanada para as batalhas que nos esperam. Este é o meu tempo preferido, a promessa de um Outono depois dos excessos mais solares e quase forçados. Um Outono que me é mais apropriado, parafraseando o meu poeta.

No meio deste remanso procuro em vão a sábia do bairro, a inevitável menina Marina. Dizem-me que não está, que não regressa, que encontrou lugar melhor. Desde logo sinto-lhe a falta e digo-o a quem me quis ouvir. Respondem-me: “Mas está aquela rapariga no seu lugar, muito mais nova. Precisamos de juventude, de caras novas.” Olhei para a moça em questão, bonita, simpática e competente, com o sorriso de despreocupada arrogância que normalmente é conferido pela mistura explosiva de beleza e juventude. Está tudo certo, mas ainda assim…

Talvez seja por sempre ter achado que a juventude é sobrevalorizada. Talvez seja – não, é-o de certeza – por sempre ter desejado ser mais velho. E aqui ser mais velho não equivale apenas a contar com mais anos, numa percepção meramente cronológica. Trata-se sim de ter mais vida.

Desde sempre a vida que tinha não me chegava porque não me permitia saber de muitas coisas. Daí ter sempre, de uma forma ou de outra, procurado a companhia de pessoas mais velhas. Ainda hoje tenho grandes amigos bastante mais velhos do que eu.

Numa cultura como a ocidental (ou, para não ir mais longe, num país como este a que pertenço) esta atitude é quase uma forma de resistência. Nunca compreendi este doce desprezo pelos mais velhos, que ou são ignorados ou infantilizados de forma estúpida e abusiva quando na verdade deveriam ser ouvidos e respeitados. Olhem, amigos: eu não estou a fazer uma estetização da velhice, que pode ser difícil e dolorosa; a perda de faculdades, físicas ou mentais, e o reconhecimento disso mesmo não tornam a vida mais doce. Mas no meio desse percurso há a memória e o sossego que quem já viu muito; mais importante ainda, há a possibilidade do legado, de transmitir o que se amou a outros que ainda o poderão fazer. Que essa possibilidade seja tão maltratada por nós é algo que considero inaceitável.

Vivemos numa altura em que a longevidade é clinicamente aumentada. Mas de que serve viver mais se ninguém quer saber da vida que se teve?

Não, pela minha parte estou como a mais fabulosa canção do musical Gigi, I’m Glad I’m Not Young Anymore, em que entre outros versos memoráveis há este: “forevermore is shorter than before”. Que a juventude é necessária e bem-vinda – certamente. Mas que envelheçam, envelheçam se puderem. Como dizia um dos grandes cronistas americanos, Garrison Kellor, “Envelhecemos e percebemos que não existem respostas, só histórias”.

Hong Kong | Pequim apoia Governo caso situação se descontrole

Pequim manifesta a sua solidariedade para com as autoridades de Hong Kong e diz estar disponível para intervir caso os distúrbios se tornem ainda mais graves e a polícia perca o controlo da situação

 

[dropcap]O[/dropcap] Governo chinês afirmou ontem que ajudará as autoridades de Hong Kong a lidar com os manifestantes, caso as tensões escalem a um ponto em que a polícia local perca o controlo sobre a situação.

A porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado chinês, Xu Luying, lembrou que Pequim pode intervir de acordo com a Lei Básica, a miniconstituição de Hong Kong.

A lei de Hong Kong prevê que o Executivo da região possa pedir ao exército chinês, estacionado em vários quartéis da cidade, para “ajudar a manter a ordem pública”.

Xu negou que uma intervenção significasse o fim do princípio “um país, dois sistemas”, que garante um alto grau de autonomia a Hong Kong.

Forças da polícia militar estão reunidas desde o mês passado em Shenzhen, cidade adjacente a Hong Kong, e, num exercício recente, a China reforçou o número de soldados estacionados nos vários quartéis da cidade.

Xu enfatizou, no entanto, que Pequim “apoia resolutamente” a polícia e o governo de Hong Kong a punirem as pessoas por detrás de actos de violência.

Na quarta conferência de imprensa desde o início dos protestos em Hong Kong, em Junho passado, o outro porta-voz do Gabinete de Ligação, Yang Guang, enfatizou o papel do Executivo e do judiciário de Hong Kong no restauro da ordem.

O porta-voz do Governo central disse ainda que a voz dos manifestantes pacíficos e os actos dos radicais devem ser diferenciados.

“As suas exigências reflectem problemas profundamente enraizados em Hong Kong e deve-se prestar atenção às suas preocupações”, acrescentou.

Olhares tendenciosos

Sobre os comentários de governos estrangeiros, Yang afirmou que Londres não tem o direito de interferir nos assuntos internos da China e de Hong Kong e acusou “esses governos” de terem uma visão tendenciosa quando acusam a polícia de “excessiva” e enaltecem as acções dos manifestantes violentos.

Yang considerou ainda que os diplomatas ocidentais que criticaram a actuação da polícia de Hong Kong lembram “moscas que gemem e choram depois de baterem contra um muro”, citando um poema do fundador da República Popular da China, Mao Zedong, de 1962, quando Pequim enfrentava uma disputa ideológica com Moscovo.

Yang questionou ainda sobre o que fariam os governos estrangeiros caso uma situação semelhante ocorresse nos seus países.

Hong Kong vive um clima de contestação social, desde o início de Junho, desencadeado pela apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais da região administrativa especial a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental.

A proposta foi, entretanto, suspensa, mas as manifestações generalizaram-se e denunciam agora aquilo que os manifestantes afirmam ser uma “erosão das liberdades” na antiga colónia britânica, enquanto pedem a demissão da Chefe do Executivo, Carrie Lam, a retirada definitiva da emenda à lei, um inquérito independente à intervenção policial, a libertação dos detidos nos protestos e que estas acções não sejam consideradas motins.

 

A solução Grande Baía

O Governo chinês defendeu ontem que o desenvolvimento de Hong Kong no âmbito de um projecto de integração com o continente é “o melhor” para a região, mesmo quando “manifestantes tentam comprometer” o seu futuro.

O porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado chinês Yang Guang defendeu em conferência de imprensa os “benefícios” de uma maior conectividade entre Hong Kong, Macau e Shenzhen.

O porta-voz considerou que o projecto Área da Grande Baía trará a Hong Kong desenvolvimento e estabilidade “a longo prazo”. Na semana passada, o jornal oficial do Partido Comunista Chinês Global Times advertiu que, caso os tumultos persistam na antiga colónia britânica, a cidade “poderá perder o seu encanto” e levar à transferência de “alguns serviços financeiros importantes para o emergente vizinho Shenzhen”, em sectores como a captação de recursos para ‘startups’ ou a internacionalização da moeda chinesa, o yuan. Shenzhen aprovou já um plano de incentivos fiscais e subsídios visando atrair os melhores talentos de Hong Kong e Macau.

Hong Kong | Pequim apoia Governo caso situação se descontrole

Pequim manifesta a sua solidariedade para com as autoridades de Hong Kong e diz estar disponível para intervir caso os distúrbios se tornem ainda mais graves e a polícia perca o controlo da situação

 
[dropcap]O[/dropcap] Governo chinês afirmou ontem que ajudará as autoridades de Hong Kong a lidar com os manifestantes, caso as tensões escalem a um ponto em que a polícia local perca o controlo sobre a situação.
A porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado chinês, Xu Luying, lembrou que Pequim pode intervir de acordo com a Lei Básica, a miniconstituição de Hong Kong.
A lei de Hong Kong prevê que o Executivo da região possa pedir ao exército chinês, estacionado em vários quartéis da cidade, para “ajudar a manter a ordem pública”.
Xu negou que uma intervenção significasse o fim do princípio “um país, dois sistemas”, que garante um alto grau de autonomia a Hong Kong.
Forças da polícia militar estão reunidas desde o mês passado em Shenzhen, cidade adjacente a Hong Kong, e, num exercício recente, a China reforçou o número de soldados estacionados nos vários quartéis da cidade.
Xu enfatizou, no entanto, que Pequim “apoia resolutamente” a polícia e o governo de Hong Kong a punirem as pessoas por detrás de actos de violência.
Na quarta conferência de imprensa desde o início dos protestos em Hong Kong, em Junho passado, o outro porta-voz do Gabinete de Ligação, Yang Guang, enfatizou o papel do Executivo e do judiciário de Hong Kong no restauro da ordem.
O porta-voz do Governo central disse ainda que a voz dos manifestantes pacíficos e os actos dos radicais devem ser diferenciados.
“As suas exigências reflectem problemas profundamente enraizados em Hong Kong e deve-se prestar atenção às suas preocupações”, acrescentou.

Olhares tendenciosos

Sobre os comentários de governos estrangeiros, Yang afirmou que Londres não tem o direito de interferir nos assuntos internos da China e de Hong Kong e acusou “esses governos” de terem uma visão tendenciosa quando acusam a polícia de “excessiva” e enaltecem as acções dos manifestantes violentos.
Yang considerou ainda que os diplomatas ocidentais que criticaram a actuação da polícia de Hong Kong lembram “moscas que gemem e choram depois de baterem contra um muro”, citando um poema do fundador da República Popular da China, Mao Zedong, de 1962, quando Pequim enfrentava uma disputa ideológica com Moscovo.
Yang questionou ainda sobre o que fariam os governos estrangeiros caso uma situação semelhante ocorresse nos seus países.
Hong Kong vive um clima de contestação social, desde o início de Junho, desencadeado pela apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais da região administrativa especial a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental.
A proposta foi, entretanto, suspensa, mas as manifestações generalizaram-se e denunciam agora aquilo que os manifestantes afirmam ser uma “erosão das liberdades” na antiga colónia britânica, enquanto pedem a demissão da Chefe do Executivo, Carrie Lam, a retirada definitiva da emenda à lei, um inquérito independente à intervenção policial, a libertação dos detidos nos protestos e que estas acções não sejam consideradas motins.
 

A solução Grande Baía

O Governo chinês defendeu ontem que o desenvolvimento de Hong Kong no âmbito de um projecto de integração com o continente é “o melhor” para a região, mesmo quando “manifestantes tentam comprometer” o seu futuro.
O porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado chinês Yang Guang defendeu em conferência de imprensa os “benefícios” de uma maior conectividade entre Hong Kong, Macau e Shenzhen.
O porta-voz considerou que o projecto Área da Grande Baía trará a Hong Kong desenvolvimento e estabilidade “a longo prazo”. Na semana passada, o jornal oficial do Partido Comunista Chinês Global Times advertiu que, caso os tumultos persistam na antiga colónia britânica, a cidade “poderá perder o seu encanto” e levar à transferência de “alguns serviços financeiros importantes para o emergente vizinho Shenzhen”, em sectores como a captação de recursos para ‘startups’ ou a internacionalização da moeda chinesa, o yuan. Shenzhen aprovou já um plano de incentivos fiscais e subsídios visando atrair os melhores talentos de Hong Kong e Macau.

Livro | George Takei inspira-se na infância em campos de internamento

George Takei, o eterno Sulu de Star Trek, passou parte da infância num campo de internamento para norte-americanos de ascendência japonesa durante a Segunda Guerra Mundial. O actor recorda o pedaço de história pouco conhecida pelo qual a sua família passou numa novela gráfica intitulada “They Called Us Enemy”

 

[dropcap]O[/dropcap] norte-americano de ascendência japonesa George Takei entrou na cultura pop ao leme da USS Enterprise como o eterno Hikaru Sulu, uma das estrelas de “Star Trek”. Mais de vinte anos antes, o facto de ter nome e família japonesa fizeram com que o pequeno George, com apenas 5 anos, fosse deslocado com a sua família para o centro de relocação Rohwer, no Arkansas, um dos muitos campos de internamento destinados a norte-americanos com raízes japonesas.

Entre Fevereiro de 1942 e Março de 1946, cerca de 120 mil pessoas viram-se forçadas a deixar tudo para trás e a viver o pesadelo que cairia no esquecimento, episódio negro diluído entre outras memórias da Segunda Guerra Mundial.

O actor, autor e activista, que muitas vezes deu como exemplo este episódio de infância nas lutas contra a discriminação, verteu todo o episódio, que durou quatro anos, na novela gráfica “They Called Us Enemy”.

Em declarações ao Los Angeles Times, o autor manifestou esperança de que as suas memórias cheguem às novas gerações. A forma para o fazer teria de ser graficamente à sua medida, uma vez que cresceu com banda desenhada e ainda hoje, com 82 anos, recorda a forte impressão que esse meio lhe provocou na primeira vez que folheou uma BD. “Talvez através da novela gráfica, da típica tira de cartoon, consiga chegar aos mais novos num ponto das suas vidas em que estão em constante absorção de informação”, perspectiva o autor ao jornal norte-americano.

Luta por direitos

O livro foi escrito em parceria com Justin Eisinger, enquanto os artistas Steven Scott e Harmony Becker deram vida aos quadrados que ilustram a narrativa. Apesar da acção decorrer em grande parte, naturalmente, durante a Segunda Guerra Mundial, também inclui a época dos movimentos de luta por direitos civis dos anos 1960.

Uma das imagens mais marcantes de “They Called Us Enemy” está logo nas primeiras páginas, depois de Roosevelt ter declarado guerra ao império japonês. A imagem é simples: um mapa dos Estados Unidos que mostra as áreas onde se ergueram os campos de internamento, com zonas sombreadas cobrindo quase por completo toda a costa oeste até à fronteira com o México no Arizona.

Depois de serem declarados pelo Governo “inimigos do Estado”, a família Takei viveu perto de quatro anos com o horizonte cortado por arame-farpado.

A jornada começa em 1942, pouco tempo depois do quinto aniversário da criança que viria décadas mais tarde a tornar-se um ícone televisivo. A infância de George Takei foi interrompida por soldados armados com espingardas com baionetas a bater à porta da casa de família em Boyle Heights, em Los Angeles. De forma ríspida pediram que reunissem rapidamente os pertences que fossem capazes. Acompanhado pelos pais e os dois irmãos mais novos, George passou os primeiros meses de cativeiro em estábulos de cavalos na Pista de Corridas de Santa Anita, forçado a coabitar com ratos numa atmosfera empestada pelo cheiro a estrume.

Depois dos meses iniciais, foram deslocados para o Arkansas, onde o autor recorda “as paisagens mágicas, fantásticas, com árvores que brotavam de pântanos” e onde viu pela primeira vez uma bola de neve. Apesar das condições humilhantes, a família tentou sempre adaptar-se à nova vida de forma a sobreviverem intactos à realidade do internamento.

“Conto duas histórias paralelas. Queria captar a realidade daquele estranho novo mundo para o qual fui transportado, mas ao mesmo tempo quis contar a forma como os meus pais se sentiram, as angústias por que passaram”, explica o autor.

Livro | George Takei inspira-se na infância em campos de internamento

George Takei, o eterno Sulu de Star Trek, passou parte da infância num campo de internamento para norte-americanos de ascendência japonesa durante a Segunda Guerra Mundial. O actor recorda o pedaço de história pouco conhecida pelo qual a sua família passou numa novela gráfica intitulada “They Called Us Enemy”

 
[dropcap]O[/dropcap] norte-americano de ascendência japonesa George Takei entrou na cultura pop ao leme da USS Enterprise como o eterno Hikaru Sulu, uma das estrelas de “Star Trek”. Mais de vinte anos antes, o facto de ter nome e família japonesa fizeram com que o pequeno George, com apenas 5 anos, fosse deslocado com a sua família para o centro de relocação Rohwer, no Arkansas, um dos muitos campos de internamento destinados a norte-americanos com raízes japonesas.
Entre Fevereiro de 1942 e Março de 1946, cerca de 120 mil pessoas viram-se forçadas a deixar tudo para trás e a viver o pesadelo que cairia no esquecimento, episódio negro diluído entre outras memórias da Segunda Guerra Mundial.
O actor, autor e activista, que muitas vezes deu como exemplo este episódio de infância nas lutas contra a discriminação, verteu todo o episódio, que durou quatro anos, na novela gráfica “They Called Us Enemy”.
Em declarações ao Los Angeles Times, o autor manifestou esperança de que as suas memórias cheguem às novas gerações. A forma para o fazer teria de ser graficamente à sua medida, uma vez que cresceu com banda desenhada e ainda hoje, com 82 anos, recorda a forte impressão que esse meio lhe provocou na primeira vez que folheou uma BD. “Talvez através da novela gráfica, da típica tira de cartoon, consiga chegar aos mais novos num ponto das suas vidas em que estão em constante absorção de informação”, perspectiva o autor ao jornal norte-americano.

Luta por direitos

O livro foi escrito em parceria com Justin Eisinger, enquanto os artistas Steven Scott e Harmony Becker deram vida aos quadrados que ilustram a narrativa. Apesar da acção decorrer em grande parte, naturalmente, durante a Segunda Guerra Mundial, também inclui a época dos movimentos de luta por direitos civis dos anos 1960.
Uma das imagens mais marcantes de “They Called Us Enemy” está logo nas primeiras páginas, depois de Roosevelt ter declarado guerra ao império japonês. A imagem é simples: um mapa dos Estados Unidos que mostra as áreas onde se ergueram os campos de internamento, com zonas sombreadas cobrindo quase por completo toda a costa oeste até à fronteira com o México no Arizona.
Depois de serem declarados pelo Governo “inimigos do Estado”, a família Takei viveu perto de quatro anos com o horizonte cortado por arame-farpado.
A jornada começa em 1942, pouco tempo depois do quinto aniversário da criança que viria décadas mais tarde a tornar-se um ícone televisivo. A infância de George Takei foi interrompida por soldados armados com espingardas com baionetas a bater à porta da casa de família em Boyle Heights, em Los Angeles. De forma ríspida pediram que reunissem rapidamente os pertences que fossem capazes. Acompanhado pelos pais e os dois irmãos mais novos, George passou os primeiros meses de cativeiro em estábulos de cavalos na Pista de Corridas de Santa Anita, forçado a coabitar com ratos numa atmosfera empestada pelo cheiro a estrume.
Depois dos meses iniciais, foram deslocados para o Arkansas, onde o autor recorda “as paisagens mágicas, fantásticas, com árvores que brotavam de pântanos” e onde viu pela primeira vez uma bola de neve. Apesar das condições humilhantes, a família tentou sempre adaptar-se à nova vida de forma a sobreviverem intactos à realidade do internamento.
“Conto duas histórias paralelas. Queria captar a realidade daquele estranho novo mundo para o qual fui transportado, mas ao mesmo tempo quis contar a forma como os meus pais se sentiram, as angústias por que passaram”, explica o autor.

Guia | Estrada de Cacilhas fechada para finalizar obras do muro 

[dropcap]U[/dropcap]ma grande parte das obras do muro situado perto do circuito do Grande Prémio de Macau, na Rampa do Padre Vasconcelos, já foi concluída, sendo que os trabalhos começaram em finais de Julho. O orçamento para o projecto é superior a 6,4 milhões de patacas.

De acordo com o jornal Ou Mun, o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) assegura que o progresso da obra pode ser afectado pela ocorrência de fortes chuvas e tufões, entre outros factores. Para garantir a segurança, e evitar qualquer impacto na avaliação do circuito do Grande Prémio, é preciso fechar parte da Estrada de Cacilhas para concluir mais rapidamente os trabalhos.

Nelson Kot, presidente da Associação de Estudos Sintético Social de Macau, criticou o facto de o muro estar danificado há mais de três meses sem que tenham sido feitos trabalhos de reparação de imediato. Além disso, o dirigente lembrou que as obras começaram na mesma altura do arranque de um novo ano lectivo, o que trouxe maior pressão ao trânsito, apontando críticas ao Governo ao nível da coordenação.

Além disso, o responsável alerta para o facto de não ter ainda encontrado nenhuma informação relativa à realização de concurso público para adjudicar a obra em causa, exigindo mais dados por parte das autoridades. Nelson Kot pede ainda uma supervisão adequada das obras, com a presença de fiscais de forma permanente, para evitar atrasos.

Guia | Estrada de Cacilhas fechada para finalizar obras do muro 

[dropcap]U[/dropcap]ma grande parte das obras do muro situado perto do circuito do Grande Prémio de Macau, na Rampa do Padre Vasconcelos, já foi concluída, sendo que os trabalhos começaram em finais de Julho. O orçamento para o projecto é superior a 6,4 milhões de patacas.
De acordo com o jornal Ou Mun, o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) assegura que o progresso da obra pode ser afectado pela ocorrência de fortes chuvas e tufões, entre outros factores. Para garantir a segurança, e evitar qualquer impacto na avaliação do circuito do Grande Prémio, é preciso fechar parte da Estrada de Cacilhas para concluir mais rapidamente os trabalhos.
Nelson Kot, presidente da Associação de Estudos Sintético Social de Macau, criticou o facto de o muro estar danificado há mais de três meses sem que tenham sido feitos trabalhos de reparação de imediato. Além disso, o dirigente lembrou que as obras começaram na mesma altura do arranque de um novo ano lectivo, o que trouxe maior pressão ao trânsito, apontando críticas ao Governo ao nível da coordenação.
Além disso, o responsável alerta para o facto de não ter ainda encontrado nenhuma informação relativa à realização de concurso público para adjudicar a obra em causa, exigindo mais dados por parte das autoridades. Nelson Kot pede ainda uma supervisão adequada das obras, com a presença de fiscais de forma permanente, para evitar atrasos.

Atropelamento | Tribunal condena taxista a pagar 940 mil patacas

[dropcap]U[/dropcap]m taxista foi condenado pelo Tribunal Judicial de Base a pena de prisão de um ano e três meses de prisão, suspensa na sua execução pelo período de um ano e de seis meses, pela prática de um crime de ofensa à integridade física por negligência.

O caso remonta ao dia 17 de Agosto de 2017, quando Leong, taxista de 36 anos de idade, seguia da Rua Seng Tou, na Taipa, para a Avenida de Guimarães quando atropelou uma mulher que atravessava a estrada na passadeira. O condutor admitiu todos os factos que lhe eram imputados, e o juiz acabou por decretar a suspensão da pena, mas inibiu o taxista de conduzir.

Em matéria cível, as despesas médicas resultantes das lesões sofridas pela vítima foram avaliadas em 440 mil patacas, enquanto a indemnização por danos físicos e psíquicos ascendeu a 500 000 patacas. Ou seja, no total o taxista foi condenado a pagar à vítima de atropelamento 940 mil patacas, valor que será coberto pelo seguro da empresa.

Atropelamento | Tribunal condena taxista a pagar 940 mil patacas

[dropcap]U[/dropcap]m taxista foi condenado pelo Tribunal Judicial de Base a pena de prisão de um ano e três meses de prisão, suspensa na sua execução pelo período de um ano e de seis meses, pela prática de um crime de ofensa à integridade física por negligência.
O caso remonta ao dia 17 de Agosto de 2017, quando Leong, taxista de 36 anos de idade, seguia da Rua Seng Tou, na Taipa, para a Avenida de Guimarães quando atropelou uma mulher que atravessava a estrada na passadeira. O condutor admitiu todos os factos que lhe eram imputados, e o juiz acabou por decretar a suspensão da pena, mas inibiu o taxista de conduzir.
Em matéria cível, as despesas médicas resultantes das lesões sofridas pela vítima foram avaliadas em 440 mil patacas, enquanto a indemnização por danos físicos e psíquicos ascendeu a 500 000 patacas. Ou seja, no total o taxista foi condenado a pagar à vítima de atropelamento 940 mil patacas, valor que será coberto pelo seguro da empresa.

Jogo | Agosto com quebras de 25 por cento nas salas VIP

De acordo com uma estimativa de analistas da JP Morgan, Agosto foi um mês negro para o jogo VIP em Macau, com as receitas a registarem uma quebra de 25 por cento ao ano. A Morgan Stanley refere que o tombo pode ter chegado aos 30 por cento

 

[dropcap]S[/dropcap]e a JP Morgan Securities (Asia Pacific) diz mata, a Morgan Stanley Asia diz esfola. As duas consultoras emitiram notas sobre os resultados de Agosto do jogo VIP em Macau e os prognósticos não são bons. De acordo com um artigo publicado no portal GGRasia, a JP Morgan Securities (Asia Pacific) refere que o “rolling chip turnover”, um dos indicadores das receitas do jogo VIP, das três maiores empresas junket de Macau aponta para uma queda em Agosto na ordem dos 25 por cento.

Já o analista da Morgan Stanley Asia, Praveen Choudhary, depois de publicados os resultados do sector pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos referiu que o mercado dos maiores junkets de Macau deverá ter “sofrido um declínio de 30 por cento em Agosto”.

Nenhuma das instituições menciona as empresas abrangidas pelas análises, mas é conhecido o aperto a que têm sido sujeitas as companhias junkets em termos de regulação e na forma como se relacionam com os casinos.

Os analistas da JP Morgan DS Kim e Jeremy An, em relação à queda em Agosto de quase 9 por cento das receitas do sector do jogo, disseram “acreditar que os três maiores junkets de Macau deveriam ter um declínio entre os 25 e os 30 por cento ao ano, em linha com o que aconteceu em Julho”. Os analistas acrescentaram que o jogo VIP se “mantém teimosamente uma desilusão”, mas que esta situação “não é totalmente inesperada”.

Poder das massas

Os analistas da JP Morgan realçam também a desilusão com os resultados do mercado de massas durante o mês de Agosto, apesar do crescimento de 7 por cento em comparação com o período homólogo do ano passado, ainda assim abaixo dos crescimentos de 10 e 11 por cento registados no segmento nos primeiros sete meses de 2019.

Até agora, os números do mercado dos grandes apostadores assentam apenas em projecções, uma vez que o Governo só revela os dados separados dos dois segmentos, VIP e massas, no final de cada trimestre.

Os analistas da JP Morgan referem ainda que “ambos os segmentos ficaram aquém do esperado, mas, ainda assim, a maior desilusão foi o segmento de massas, principalmente porque os números oficiais de entrada de visitantes não mostraram sinais de abrandamento”.

Jogo | Agosto com quebras de 25 por cento nas salas VIP

De acordo com uma estimativa de analistas da JP Morgan, Agosto foi um mês negro para o jogo VIP em Macau, com as receitas a registarem uma quebra de 25 por cento ao ano. A Morgan Stanley refere que o tombo pode ter chegado aos 30 por cento

 
[dropcap]S[/dropcap]e a JP Morgan Securities (Asia Pacific) diz mata, a Morgan Stanley Asia diz esfola. As duas consultoras emitiram notas sobre os resultados de Agosto do jogo VIP em Macau e os prognósticos não são bons. De acordo com um artigo publicado no portal GGRasia, a JP Morgan Securities (Asia Pacific) refere que o “rolling chip turnover”, um dos indicadores das receitas do jogo VIP, das três maiores empresas junket de Macau aponta para uma queda em Agosto na ordem dos 25 por cento.
Já o analista da Morgan Stanley Asia, Praveen Choudhary, depois de publicados os resultados do sector pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos referiu que o mercado dos maiores junkets de Macau deverá ter “sofrido um declínio de 30 por cento em Agosto”.
Nenhuma das instituições menciona as empresas abrangidas pelas análises, mas é conhecido o aperto a que têm sido sujeitas as companhias junkets em termos de regulação e na forma como se relacionam com os casinos.
Os analistas da JP Morgan DS Kim e Jeremy An, em relação à queda em Agosto de quase 9 por cento das receitas do sector do jogo, disseram “acreditar que os três maiores junkets de Macau deveriam ter um declínio entre os 25 e os 30 por cento ao ano, em linha com o que aconteceu em Julho”. Os analistas acrescentaram que o jogo VIP se “mantém teimosamente uma desilusão”, mas que esta situação “não é totalmente inesperada”.

Poder das massas

Os analistas da JP Morgan realçam também a desilusão com os resultados do mercado de massas durante o mês de Agosto, apesar do crescimento de 7 por cento em comparação com o período homólogo do ano passado, ainda assim abaixo dos crescimentos de 10 e 11 por cento registados no segmento nos primeiros sete meses de 2019.
Até agora, os números do mercado dos grandes apostadores assentam apenas em projecções, uma vez que o Governo só revela os dados separados dos dois segmentos, VIP e massas, no final de cada trimestre.
Os analistas da JP Morgan referem ainda que “ambos os segmentos ficaram aquém do esperado, mas, ainda assim, a maior desilusão foi o segmento de massas, principalmente porque os números oficiais de entrada de visitantes não mostraram sinais de abrandamento”.

Aliança do Povo | Pedidas medidas para trabalho depois dos 60

[dropcap]L[/dropcap]ei Leong Wong, presidente da direcção da associação Aliança do Povo de Instituição de Macau, defendeu que o Governo deve pensar em medidas de promoção do trabalho depois dos 60 anos, uma vez que muitos reformados ainda continuam a ter capacidade de trabalho em várias áreas. Na visão do dirigente, este é um assunto que se deve estudar para os próximos dez anos, uma vez que, de acordo com as estatísticas, Macau tem um idoso por cada quatro pessoas.

Lei Leong Wong destacou o facto da Aliança do Povo de Instituição de Macau ter vindo a desempenhar vários trabalhos comunitários de apoio aos cidadãos. O dirigente falou à margem de um evento de entrega de mais de 1400 sacos com bens de primeira necessidade, uma actividade com o nome “Sobrescritos Auspiciosos de Chong Chau”.

No que diz respeito à lista de beneficiários, o responsável disse que foi verificada pela Fundação Macau e pela própria associação. Lei Leong Wong defende que o Governo também deve olhar mais para a fatia da população mais carenciada, com o desenvolvimento de novas medidas.

Aliança do Povo | Pedidas medidas para trabalho depois dos 60

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Lei Leong Wong destacou o facto da Aliança do Povo de Instituição de Macau ter vindo a desempenhar vários trabalhos comunitários de apoio aos cidadãos. O dirigente falou à margem de um evento de entrega de mais de 1400 sacos com bens de primeira necessidade, uma actividade com o nome “Sobrescritos Auspiciosos de Chong Chau”.
No que diz respeito à lista de beneficiários, o responsável disse que foi verificada pela Fundação Macau e pela própria associação. Lei Leong Wong defende que o Governo também deve olhar mais para a fatia da população mais carenciada, com o desenvolvimento de novas medidas.

Ensino Especial | Sulu Sou quer criação de licenciatura

[dropcap]O[/dropcap] deputado Sulu Sou pediu ao Governo a criação de uma licenciatura em Educação Especial num estabelecimento de ensino superior no território. A sugestão consta da interpelação escrita do pró-democrata, que também argumenta a favor do aumento do apoio financeiro a estudantes que escolham esta carreira académica, de forma a aliviar o corpo docente do ensino inclusivo.

De acordo com a interpelação, este segmento de ensino conta com 300 docentes. Neste universo, há quase uma unanimidade (95 por cento) quanto ao aumento da pressão no exercício da docência resultante do aumento do número de alunos com necessidades especiais, de acordo com um estudo citado de autoria da Associação Promotora de Educação Especial para Alunos com Necessidades de Ensino Especial de Macau.

Desde que entrou na Assembleia Legislativa, Sulu Sou afirma na interpelação que a questão do ensino especial foi um dos problemas para os quais se tornou particularmente sensível.

Ensino Especial | Sulu Sou quer criação de licenciatura

[dropcap]O[/dropcap] deputado Sulu Sou pediu ao Governo a criação de uma licenciatura em Educação Especial num estabelecimento de ensino superior no território. A sugestão consta da interpelação escrita do pró-democrata, que também argumenta a favor do aumento do apoio financeiro a estudantes que escolham esta carreira académica, de forma a aliviar o corpo docente do ensino inclusivo.
De acordo com a interpelação, este segmento de ensino conta com 300 docentes. Neste universo, há quase uma unanimidade (95 por cento) quanto ao aumento da pressão no exercício da docência resultante do aumento do número de alunos com necessidades especiais, de acordo com um estudo citado de autoria da Associação Promotora de Educação Especial para Alunos com Necessidades de Ensino Especial de Macau.
Desde que entrou na Assembleia Legislativa, Sulu Sou afirma na interpelação que a questão do ensino especial foi um dos problemas para os quais se tornou particularmente sensível.

Relatório CA | Pereira Coutinho pede fim do recrutamento centralizado 

O deputado José Pereira Coutinho defende o fim do recrutamento centralizado na Função Pública e as contratações levadas a cabo por cada serviço. Sónia Chan reagiu e disse que, apesar da flexibilidade já existente, é necessário “optimizar o regime”

 

[dropcap]O[/dropcap] relatório do Comissariado de Auditoria (CA) ontem divulgado arrasa o actual sistema de recrutamento centralizado na Função Pública (ver página ao lado). Para o deputado José Pereira Coutinho, que preside à Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), este regime deveria pura e simplesmente desaparecer.

“A solução seria a eliminação do actual regime de recrutamento central, devendo ser os próprios serviços públicos a contratar o seu pessoal para melhor desempenho das suas necessidades sob um regime de transparência e responsabilidade e estrito cumprimento das regras, deveres e obrigações constantes no actual regime do ETAPM (Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública de Macau)”, disse ao HM.

O deputado relaciona as falhas no processo de recrutamento com alegados interesses pessoais de dirigentes ao nível da contratação de familiares e amigos.

“Desde os tempos da ex-secretária para a Administração e Justiça (Florinda Chan) que tinha vindo a criticar o facto de alguns governantes influentes utilizarem os seus cargos para ‘enfiar’ nos serviços públicos familiares e amigos. O facto de alguns serviços públicos terem abusado dos seus poderes públicos não significa que a maioria deles não esteja a cumprir com os seus deveres e obrigações constantes no ETAPM.”

Lei Leong Wong, presidente da direcção da associação Aliança do Povo de Instituição de Macau, lamentou que os SAFP não tenham levado a cabo o aperfeiçoamento do regime de recrutamento, uma vez que deveria ter elaborado directrizes mais coerentes e claras. O dirigente sugeriu a criação de uma base de dados sobre as necessidades de recursos humanos em cada serviço público.

Falhas admitidas

Além da reacção do Chefe do Executivo ao relatório do CA, a secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, também reagiu às acusações.

“É ainda necessário rever e optimizar, em forma contínua, o actual regime”, disse, citada por um comunicado oficial, apontando que “os Serviços de Administração e Função Pública estão agora a acompanhar o assunto e a tomar uma série de medidas de optimização para os problemas”.

O objectivo é “acelerar o andamento do recrutamento, para reduzir os custos do concurso e o aumento da eficiência”, acrescentou. Apesar das críticas apontadas pelo CA, a secretária disse que o actual regime de recrutamento “numa base de imparcialidade e justiça, aumenta a flexibilidade dos serviços públicos em recrutamento, sendo assegurada, ao mesmo tempo, a liberdade dos candidatos quanto à escolha de profissão”.

Relatório CA | Pereira Coutinho pede fim do recrutamento centralizado 

O deputado José Pereira Coutinho defende o fim do recrutamento centralizado na Função Pública e as contratações levadas a cabo por cada serviço. Sónia Chan reagiu e disse que, apesar da flexibilidade já existente, é necessário “optimizar o regime”

 
[dropcap]O[/dropcap] relatório do Comissariado de Auditoria (CA) ontem divulgado arrasa o actual sistema de recrutamento centralizado na Função Pública (ver página ao lado). Para o deputado José Pereira Coutinho, que preside à Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), este regime deveria pura e simplesmente desaparecer.
“A solução seria a eliminação do actual regime de recrutamento central, devendo ser os próprios serviços públicos a contratar o seu pessoal para melhor desempenho das suas necessidades sob um regime de transparência e responsabilidade e estrito cumprimento das regras, deveres e obrigações constantes no actual regime do ETAPM (Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública de Macau)”, disse ao HM.
O deputado relaciona as falhas no processo de recrutamento com alegados interesses pessoais de dirigentes ao nível da contratação de familiares e amigos.
“Desde os tempos da ex-secretária para a Administração e Justiça (Florinda Chan) que tinha vindo a criticar o facto de alguns governantes influentes utilizarem os seus cargos para ‘enfiar’ nos serviços públicos familiares e amigos. O facto de alguns serviços públicos terem abusado dos seus poderes públicos não significa que a maioria deles não esteja a cumprir com os seus deveres e obrigações constantes no ETAPM.”
Lei Leong Wong, presidente da direcção da associação Aliança do Povo de Instituição de Macau, lamentou que os SAFP não tenham levado a cabo o aperfeiçoamento do regime de recrutamento, uma vez que deveria ter elaborado directrizes mais coerentes e claras. O dirigente sugeriu a criação de uma base de dados sobre as necessidades de recursos humanos em cada serviço público.

Falhas admitidas

Além da reacção do Chefe do Executivo ao relatório do CA, a secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, também reagiu às acusações.
“É ainda necessário rever e optimizar, em forma contínua, o actual regime”, disse, citada por um comunicado oficial, apontando que “os Serviços de Administração e Função Pública estão agora a acompanhar o assunto e a tomar uma série de medidas de optimização para os problemas”.
O objectivo é “acelerar o andamento do recrutamento, para reduzir os custos do concurso e o aumento da eficiência”, acrescentou. Apesar das críticas apontadas pelo CA, a secretária disse que o actual regime de recrutamento “numa base de imparcialidade e justiça, aumenta a flexibilidade dos serviços públicos em recrutamento, sendo assegurada, ao mesmo tempo, a liberdade dos candidatos quanto à escolha de profissão”.

SAFP | Auditoria arrasa regime de recrutamento centralizado

Foi ontem divulgado um relatório do Comissariado de Auditoria que põe a nu atrasos e gastos excessivos com o recrutamento centralizado de trabalhadores para a Função Pública nos últimos anos. O Governo é acusado de não se basear na realidade ao rever os diplomas legais, mantendo problemas antigos

 

[dropcap]O[/dropcap] Comissariado de Auditoria (CA) acusa os Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) de falhas no processo de recrutamento centralizado de trabalhadores que, mesmo depois de sucessivas revisões, continuou burocrático e a gerar gastos excessivos. As conclusões constam num relatório ontem divulgado.

Nesse sentido, “após os SAFP terem revisto o regime de recrutamento, alguns dos problemas constatados com o regime de recrutamento anterior mantiveram-se, nomeadamente a morosidade do procedimento concursal devido à demora na realização das diferentes etapas do concurso, não sendo possível suprir no mais curto espaço de tempo a carência de pessoal dos serviços interessados”.

A título de exemplo, o CA destaca que mesmo com a revisão levada a cabo em 2011, “a abrangência do regime era baixa e insatisfatória”, pois, apesar da lei prever o recrutamento centralizado para 34 carreiras, “numa primeira fase o regime de 2011 apenas se aplicou às carreiras de técnico superior e de adjunto-técnico, enquanto os concursos para as restantes carreiras seriam abertos pelos próprios serviços interessados por concurso comum”.

Toca a gastar

Entre 2012 e 2016 foram realizados apenas seis concursos no âmbito do recrutamento centralizado, dada a “exigência de serem constituídos júris compostos por 13 membros”, o que tornou “difícil encontrar pessoal suficiente para cumprir o requisito exigido”. Além disso, com “a complexidade do regime e as incertezas causadas, era natural que houvesse atrasos ou que os procedimentos ficassem paralisados”.

Nesse sentido, os SAFP chegaram mesmo a admitir “ser (…) inviável realizar concursos centralizados para cada uma das 34 carreiras nos termos do processo de recrutamento e selecção estabelecido no diploma em vigor”.

No que diz respeito aos três concursos realizados depois da revisão de 2016, o CA fala de uma baixa eficiência dos mesmos por questões burocráticas. “Perante a baixa taxa de comparência (dos candidatos a concurso), os procedimentos concursais realizados durante o regime de 2016 implicaram não só um grande dispêndio do erário público como também constituíram um desperdício de recursos administrativos e humanos.”

Os concursos em causa geraram despesas acima das 31 milhões de patacas, enquanto que apenas para as avaliações de competências profissionais ou funcionais foram gastos mais de 25 milhões de patacas.

Novas leis, problemas antigos

Na visão do CA, os SAFP sempre tiveram conhecimento dos problemas existentes nesta área e nunca agiram de acordo com a realidade.

“As insuficiências na concepção do regime e na prestação de apoio aos serviços interessados no recrutamento de pessoal agravaram ainda mais os problemas, porém a sua fonte não mudou de natureza. Pelo exposto, a questão principal reside no facto de os SAFP, durante o processo de elaboração do regime de 2011, não se terem baseado na realidade, causando problemas e transtornos de difícil resolução”, lê-se.

Nesse sentido, a revisão de 2011 “não só repetiria os mesmos problemas do seu antecessor como os agravaria”. Isto porque determinou “que as primeiras carreiras a serem sujeitas ao concurso centralizado seriam as de adjunto-técnico e técnico superior, duas carreiras que requerem uma maior especialização dos candidatos (quando comparada com a de técnico auxiliar e de oficial administrativo) sem sequer ter em conta qual o conteúdo funcional específico requerido pelos serviços interessados”.

Isso fez com que “os problemas se tenham agravado, sobretudo ao nível da afectação de pessoal e da substancial morosidade dos procedimentos concursais”.

O CA, na sua investigação, concluiu que “houve muitas deficiências na forma como os SAFP coordenaram todo o processo, levando ao aumento não só do volume de trabalho como também dos recursos despendidos pelos serviços interessados no recrutamento de pessoal”.

No relatório, o CA deixa como sugestão que o Governo crie um regime de recrutamento “que tenha em conta a realidade, que seja viável e que dure no tempo”. Além disso, “antes de ser promulgado qualquer novo regime de recrutamento de trabalhadores para a Administração Pública, estudar de forma aprofundada e planear com rigor e seriedade, analisando as vantagens e desvantagens, e prever, dentro do possível, problemas que possam eventualmente surgir”, defende o CA.

Instruções para Sónia Chan

Chui Sai On, Chefe do Executivo, reagiu ontem à divulgação do relatório do CA. De acordo com um comunicado oficial, o governante já terá dado instruções à secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, “para que inste e supervisione a Direcção dos Serviços de Administração Pública, no sentido de se estudar minuciosamente o documento e adoptar as sugestões ali indicadas, realizando uma avaliação abrangente dos problemas ora existentes em tal regime”. Chui Sai On disse dar grande importância ao relatório em causa, mas assumiu que o Governo sempre se “apercebeu dos problemas e também ouviu as opiniões da sociedade, por isso, tomou a decisão de resolver e aperfeiçoar os regimes em vigor”.

SAFP | Auditoria arrasa regime de recrutamento centralizado

Foi ontem divulgado um relatório do Comissariado de Auditoria que põe a nu atrasos e gastos excessivos com o recrutamento centralizado de trabalhadores para a Função Pública nos últimos anos. O Governo é acusado de não se basear na realidade ao rever os diplomas legais, mantendo problemas antigos

 
[dropcap]O[/dropcap] Comissariado de Auditoria (CA) acusa os Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) de falhas no processo de recrutamento centralizado de trabalhadores que, mesmo depois de sucessivas revisões, continuou burocrático e a gerar gastos excessivos. As conclusões constam num relatório ontem divulgado.
Nesse sentido, “após os SAFP terem revisto o regime de recrutamento, alguns dos problemas constatados com o regime de recrutamento anterior mantiveram-se, nomeadamente a morosidade do procedimento concursal devido à demora na realização das diferentes etapas do concurso, não sendo possível suprir no mais curto espaço de tempo a carência de pessoal dos serviços interessados”.
A título de exemplo, o CA destaca que mesmo com a revisão levada a cabo em 2011, “a abrangência do regime era baixa e insatisfatória”, pois, apesar da lei prever o recrutamento centralizado para 34 carreiras, “numa primeira fase o regime de 2011 apenas se aplicou às carreiras de técnico superior e de adjunto-técnico, enquanto os concursos para as restantes carreiras seriam abertos pelos próprios serviços interessados por concurso comum”.

Toca a gastar

Entre 2012 e 2016 foram realizados apenas seis concursos no âmbito do recrutamento centralizado, dada a “exigência de serem constituídos júris compostos por 13 membros”, o que tornou “difícil encontrar pessoal suficiente para cumprir o requisito exigido”. Além disso, com “a complexidade do regime e as incertezas causadas, era natural que houvesse atrasos ou que os procedimentos ficassem paralisados”.
Nesse sentido, os SAFP chegaram mesmo a admitir “ser (…) inviável realizar concursos centralizados para cada uma das 34 carreiras nos termos do processo de recrutamento e selecção estabelecido no diploma em vigor”.
No que diz respeito aos três concursos realizados depois da revisão de 2016, o CA fala de uma baixa eficiência dos mesmos por questões burocráticas. “Perante a baixa taxa de comparência (dos candidatos a concurso), os procedimentos concursais realizados durante o regime de 2016 implicaram não só um grande dispêndio do erário público como também constituíram um desperdício de recursos administrativos e humanos.”
Os concursos em causa geraram despesas acima das 31 milhões de patacas, enquanto que apenas para as avaliações de competências profissionais ou funcionais foram gastos mais de 25 milhões de patacas.

Novas leis, problemas antigos

Na visão do CA, os SAFP sempre tiveram conhecimento dos problemas existentes nesta área e nunca agiram de acordo com a realidade.
“As insuficiências na concepção do regime e na prestação de apoio aos serviços interessados no recrutamento de pessoal agravaram ainda mais os problemas, porém a sua fonte não mudou de natureza. Pelo exposto, a questão principal reside no facto de os SAFP, durante o processo de elaboração do regime de 2011, não se terem baseado na realidade, causando problemas e transtornos de difícil resolução”, lê-se.
Nesse sentido, a revisão de 2011 “não só repetiria os mesmos problemas do seu antecessor como os agravaria”. Isto porque determinou “que as primeiras carreiras a serem sujeitas ao concurso centralizado seriam as de adjunto-técnico e técnico superior, duas carreiras que requerem uma maior especialização dos candidatos (quando comparada com a de técnico auxiliar e de oficial administrativo) sem sequer ter em conta qual o conteúdo funcional específico requerido pelos serviços interessados”.
Isso fez com que “os problemas se tenham agravado, sobretudo ao nível da afectação de pessoal e da substancial morosidade dos procedimentos concursais”.
O CA, na sua investigação, concluiu que “houve muitas deficiências na forma como os SAFP coordenaram todo o processo, levando ao aumento não só do volume de trabalho como também dos recursos despendidos pelos serviços interessados no recrutamento de pessoal”.
No relatório, o CA deixa como sugestão que o Governo crie um regime de recrutamento “que tenha em conta a realidade, que seja viável e que dure no tempo”. Além disso, “antes de ser promulgado qualquer novo regime de recrutamento de trabalhadores para a Administração Pública, estudar de forma aprofundada e planear com rigor e seriedade, analisando as vantagens e desvantagens, e prever, dentro do possível, problemas que possam eventualmente surgir”, defende o CA.

Instruções para Sónia Chan

Chui Sai On, Chefe do Executivo, reagiu ontem à divulgação do relatório do CA. De acordo com um comunicado oficial, o governante já terá dado instruções à secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, “para que inste e supervisione a Direcção dos Serviços de Administração Pública, no sentido de se estudar minuciosamente o documento e adoptar as sugestões ali indicadas, realizando uma avaliação abrangente dos problemas ora existentes em tal regime”. Chui Sai On disse dar grande importância ao relatório em causa, mas assumiu que o Governo sempre se “apercebeu dos problemas e também ouviu as opiniões da sociedade, por isso, tomou a decisão de resolver e aperfeiçoar os regimes em vigor”.

Criminalidade | Números em quebra, mas mais 25 crimes violentos

Entre os crimes violentos, os sequestros e as violações foram os que registaram um maior aumento. Mesmo assim, os números da criminalidade na primeira metade de 2019 desceram 2,8 por cento, passando de 7.116 ocorrências em 2018 para 6.920 nos primeiros meses do ano

 

[dropcap]N[/dropcap]os primeiros seis meses do ano a criminalidade em Macau registou uma quebra de 2,8 por cento. A informação foi revelada ontem pelo secretário para a Segurança, que apresentou o relatório sobre o ponto da situação da criminalidade na RAEM.

“Conforme as estatísticas da criminalidade e dos trabalhos de execução da lei da primeira metade do ano de 2019, além de se ter registado um acréscimo dos ‘crimes violentos’ […] de um modo geral noutros tipos principais de crime registou-se um decréscimo, o que significa que o ambiente de segurança em geral […] se manteve estável”, afirmou Wong Sio Chak.

No que diz respeito à criminalidade violenta, houve uma subida nos registos de 8,4 por cento, com o número a aumentar de 298 ocorrências no ano passado para 323.

Entre estes aumentos, o sequestro cresceu em 25 ocorrências, passando de 144 casos para 169 e o número de violações aumentou 76,9 por cento, crescendo de 13 casos no ano passado para 23 este ano. “As vítimas de 11 casos são residentes de Macau que vieram a conhecer os suspeitos via software de comunicação e as restantes são não-residentes de Macau que vieram a conhecer os suspeitos em estabelecimentos de jogo ou nas zonas periféricas”, disse o secretário sobre as ocorrências. Em relação a este aspecto, Wong Sio Chak apontou que as autoridades vão promover mais acções de sensibilização junto de crianças e estudantes.

Crime do jogo a subir

Por outro lado, também a criminalidade relacionada com o jogo registou um aumento. Segundo os dados da Polícia Judiciária, na primeira metade deste ano houve um total de 968 processos por crimes conexos à actividade do jogo, o que representa um aumento de 15,2 por cento face aos 840 processos instaurados nos primeiros seis meses do ano passado. De acordo com os dados apresentados, houve um aumento de 128 processos instaurados.

Contudo, os envolvidos neste tipo de crimes, ou seja, nos sequestros e crimes de usura, são principalmente não-residentes. No que diz respeito aos crimes de sequestro, 98,6 por cento dos suspeitos e 100 por cento das vítimas são não-residentes. Já quanto às vítimas de usura, 94,6 por cento dos suspeitos são não residentes e 98,6 por cento das vítimas não-residentes.

Este ano as receitas do jogo estão a cair e no final dos primeiros seis meses havia uma redução de 0,5 por cento. Esta quebra, segundo Wong Sio Chak, “não trouxe, até agora, quaisquer consequências negativas para a situação da segurança de Macau”.

Criminalidade | Números em quebra, mas mais 25 crimes violentos

Entre os crimes violentos, os sequestros e as violações foram os que registaram um maior aumento. Mesmo assim, os números da criminalidade na primeira metade de 2019 desceram 2,8 por cento, passando de 7.116 ocorrências em 2018 para 6.920 nos primeiros meses do ano

 
[dropcap]N[/dropcap]os primeiros seis meses do ano a criminalidade em Macau registou uma quebra de 2,8 por cento. A informação foi revelada ontem pelo secretário para a Segurança, que apresentou o relatório sobre o ponto da situação da criminalidade na RAEM.
“Conforme as estatísticas da criminalidade e dos trabalhos de execução da lei da primeira metade do ano de 2019, além de se ter registado um acréscimo dos ‘crimes violentos’ […] de um modo geral noutros tipos principais de crime registou-se um decréscimo, o que significa que o ambiente de segurança em geral […] se manteve estável”, afirmou Wong Sio Chak.
No que diz respeito à criminalidade violenta, houve uma subida nos registos de 8,4 por cento, com o número a aumentar de 298 ocorrências no ano passado para 323.
Entre estes aumentos, o sequestro cresceu em 25 ocorrências, passando de 144 casos para 169 e o número de violações aumentou 76,9 por cento, crescendo de 13 casos no ano passado para 23 este ano. “As vítimas de 11 casos são residentes de Macau que vieram a conhecer os suspeitos via software de comunicação e as restantes são não-residentes de Macau que vieram a conhecer os suspeitos em estabelecimentos de jogo ou nas zonas periféricas”, disse o secretário sobre as ocorrências. Em relação a este aspecto, Wong Sio Chak apontou que as autoridades vão promover mais acções de sensibilização junto de crianças e estudantes.

Crime do jogo a subir

Por outro lado, também a criminalidade relacionada com o jogo registou um aumento. Segundo os dados da Polícia Judiciária, na primeira metade deste ano houve um total de 968 processos por crimes conexos à actividade do jogo, o que representa um aumento de 15,2 por cento face aos 840 processos instaurados nos primeiros seis meses do ano passado. De acordo com os dados apresentados, houve um aumento de 128 processos instaurados.
Contudo, os envolvidos neste tipo de crimes, ou seja, nos sequestros e crimes de usura, são principalmente não-residentes. No que diz respeito aos crimes de sequestro, 98,6 por cento dos suspeitos e 100 por cento das vítimas são não-residentes. Já quanto às vítimas de usura, 94,6 por cento dos suspeitos são não residentes e 98,6 por cento das vítimas não-residentes.
Este ano as receitas do jogo estão a cair e no final dos primeiros seis meses havia uma redução de 0,5 por cento. Esta quebra, segundo Wong Sio Chak, “não trouxe, até agora, quaisquer consequências negativas para a situação da segurança de Macau”.