Sérgio Fonseca DesportoGP Macau | Estrela do showbiz de HK pode regressar à Guia O Grande Prémio de Macau e o showbiz de Hong Kong encontraram-se por diversas vezes na sua história. No pretérito fim de semana, Aaron Kwok, uma figura incontornável do espectáculo em Hong Kong, participou nas corridas que serviram de preparação para o grande evento desportivo da RAEM do mês de Novembro, realizadas no Circuito Internacional de Guangdong (GIC), dando asas à especulação sobre uma eventual participação do artista na 70.ª edição do evento Apesar de nem o “piloto” nem a equipa o terem confirmado, a verdade é que o nome de Aaron Kwok poderá muito bem aparecer na lista de inscritos do 70.º Grande Prémio de Macau numa das três corridas a serem disputadas com viaturas de Turismo da classe TCR. Dono de uma colecção de automóveis invejável, Aaron Kwok sempre foi um aficcionado e praticante de desportos motorizados, tendo competido, de forma amadora e sempre pontual, em diversas disciplinas do automobilismo, desde monolugares a carros de Grande Turismo. Na década de 1990s, Aaron Kwok fez parte dos “quatro reis celestiais” da cena “pop” de Hong Kong, dominando, com Jacky Cheung, Andy Lau, Aaron Kwok and Leon Lai, a música, a cobertura mediática, a televisão, a publicidade e o cinema em Hong Kong. Com 58 anos de idade, o “Rei dos Palcos” continua bastante activo, e todos os sábados e domingos ao longo de mês de Julho, a estrela de Hong Kong subiu ao palco Centro de Eventos do Studio City para apresentar o exuberante espectáculo “Aaron Kwok Amazing Dream Live on Stage in Macau 2023”, onde não faltaram peixes tridimensionais, naves espaciais e robótica. Esta aparição no GIC, num evento com pouquíssima exposição mediática e dimensão desportiva, não será de todo inocente, mas pode proporcionar a Aaron Kwok um regresso ao Circuito da Guia dez anos depois. Em 2013, no 60.º Grande Prémio de Macau, o então representante da Audi Hong Kong teve uma participação acidentada na Taça Audi R8 LMS, desistindo após ter dado um toque na abordagem para a Curva Lisboa numa corrida difícil disputada em piso molhado. Bom treino Apanhado pelas objectivas dos fãs a treinar no circuito dos arredores de Zhaoqing ainda no final da passada semana, a verdade é que Aaron Kwok alinhou em ambas as corridas destinadas para viaturas da classe TCR, onde participaram também cinco pilotos de Macau: Kevin Wong, Ng Kin Veng, Ho Ka Meng, Cheong Chi On e Ryan Wong. Sem qualquer experiência em competição na mais popular classe de carros de Turismo a nível mundial, ao volante de um Lynk & Co 03 TCR da Teamwork Lynk & Co Racing, com as cores da equipa oficial da marca chinesa de automóveis, Aaron Kwok foi 11º classificado na primeira corrida, para depois terminar num muito positivo quinto lugar no segundo confronto. A melhor volta de Aaron Kwok foi menos de um segundo mais lenta que o vencedor da corrida, Lo Sze Ho, em Hyundai Elantra TCR. Mais especulação A possível participação de Aaron Kwok no 70.º Grande Prémio de Macau colocou muitos fãs a especularem nas redes sociais sobre a possibilidade deo artista de Hong Kong enfrentar no Circuito da Guia outra cara conhecida do showbiz asiático: Daniel Wu. O conhecido actor de Hong Kong, nascido na Califórnia, é também um grande apaixonado dos desportos motorizados, tendo participado em diversos eventos nos Estados Unidos da América. Daniel Wu vai estrear-se em provas neste lado do globo, quando o Campeonato de Carros de Turismo da China (CTCC) / TCR China visitar a cidade de Xangai em Setembro. O astro do cinema e lutador de artes marciais vai conduzir o terceiro Honda Civic FL5 TCR da Dongfeng Honda Racing Team nesse fim de semana, que nas duas provas anteriores foi tripulado pelo piloto de Macau André Couto. A Dongfeng Honda apenas confirmou a presença de Daniel Wu para esta prova.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteGP Macau | Taça do Mundo de GT pode ter número recorde de participantes O Grande Prémio de Macau prepara-se para acolher este ano a sexta edição da Taça do Mundo de GT da FIA. Após três anos sem a atribuição do troféu, os construtores de automóveis preparam o ataque a este troféu e o co-organizador da corrida espera uma das melhores grelhas de partida de sempre Stéphane Ratel, cuja empresa SRO Motorsports Group, a pedido da Federação Internacional do Automóvel (FIA), co-organiza a Taça do Mundo de GT da FIA no Circuito da Guia, está confiante que a Taça do Mundo vai voltar a atrair um forte grupo de pilotos, marcas e equipas de ponta da especialidade ao território. O empresário e piloto amador é um grande entusiasta do Circuito da Guia e não esconde a empatia que tem pelo maior cartaz desportivo da RAEM. “O Grande Prémio de Macau é um grande evento de corridas, para mim Macau é uma das quatro ou cinco corridas de GT mais importantes do mundo”, referiu o francês numa entrevista esta semana à revista alemã Motorsport Aktuell. Ao contrário de anos anteriores, em que o acordo entre o Grande Prémio, a FIA e a SRO era assinado anualmente, e por vezes bastante tarde no ano, desta vez o contrato assinado tem a duração de três anos, o que permitirá à maior organização de corridas de carros de GT do mundo uma preparação do evento da RAEM muito mais cuidada, atempada e de acordo com os níveis exigidos para uma competição desta dimensão. “A FIA tem um contrato de três anos com o organizador e eu continuo a ser o promotor da final de GT3”, explicou Ratel à publicação germânica. “Isto significa que todos têm agora certezas sobre o planeamento, o que é muito positivo.” Números prometedores Depois de anos em que esta foi a menos concorrida corrida do programa do Grande Prémio, este ano o cenário promete ser diferente. Logo na primeira comunicação às equipas, a SRO deixou claro que “as equipas internacionais e regionais aguardavam ansiosamente a confirmação da Taça do Mundo de GT da FIA e esperamos que as candidaturas excedam a capacidade”. Para além de aceitar pilotos profissionais, a corrida estará igualmente de portas abertas para pilotos semi-profissionais e amadores. “Actualmente, existem cerca de trinta e seis carros no campeonato GT World Challenge Asia, o que significa que temos carros suficientes na região. Penso que vamos ter um grande pelotão, todos os principais construtores de GT3 inscreveram-se – parece muito positivo.” O período de pré-inscrições está aberto até ao último dia do mês de Agosto, mas a lista de inscritos final só deverá ser revelada pela FIA e pela Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau durante o mês de Outubro. Construtores apoiam Em termos de construtores, espera-se, como é habitual, uma fortíssima presença dos quatro gigantes germânicos da indústria automóvel: Audi, BMW, Mercedes-AMG e Porsche. A estes poderão juntar-se outros construtores através de equipas privadas sediadas neste ponto do globo. Devido à realização das Finais Mundiais da Lamborghini em Itália, no mesmo fim de semana, não se espera uma presença assinalável da marca de Sant’Agata Bolognese. Com o novo 911 GT3 R (992) a ser um sucesso de vendas, a Porsche Motorsport Asia-Pacific deverá contar com várias das suas equipas-cliente e alguns pilotos de fábrica, o mesmo acontecendo com a Audi Sport Asia e a Mercedes-AMG. No que respeita ao mercado asiático, a BMW, que venceu esta corrida em 2018 com o brasileiro Augusto Farfus, costuma ser a mais comedida entre os “quatro grandes”, mas Andreas Roos, o patrão da competição da marca da Baviera, está confiante num bom número de M4 GT3 à partida. “Temos bastante interesse por parte das equipas, de patrocinadores, etc”, disse na pretérita semana ao portal Sportscar365. “Estamos a organizar-nos. Penso que vamos ver alguns carros por lá. Mas quantos e como, ainda não sabemos.”
Sérgio Fonseca Desporto MancheteAutomobilismo | Corridas locais entraram numa nova era em Zhaoqing No pretérito fim-de-semana, no Circuito Internacional de Guangdong, teve início um novo capítulo do automobilismo de Macau, com a primeira prova dos novos carros de Turismo da categoria Macau Road Sport Challenge. Presente neste evento esteve Rui Valente, que voltou a estar em destaque, ainda que o resultado final não tenha sido o esperado, muito devido a uma maldade cometida por um adversário Apesar do esforço financeiro que representa a aquisição de novos carros, a verdade é que a aposta da Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) resultou em pleno, com 44 concorrentes, 16 dos quais da RAEM e os restantes do Interior da China e de Hong Kong, a inscreverem-se nesta primeira prova destinada apenas aos modelos Toyota Gazoo Racing GR86 e Subaru BRZ. Tal foi o número de participantes, que o pelotão teve ser dividido em dois. As classificações destas duas primeiras corridas, a que se somarão os resultados da próxima jornada dupla, vão seleccionar os concorrentes participantes no 70º Grande Prémio de Macau. Dado o elevado número de concorrentes, e à expectativa que apareçam ainda mais carros no próximo confronto, poderá resultar que existam duas corridas, em vez de uma só, para os Toyota Gazoo Racing GR86 e Subaru BRZ no grande evento do mês de Novembro – uma no primeiro fim de semana e outra no segundo. Nota positiva em final inglório No segundo circuito permanente da Província de Cantão assistiram-se a duas corridas altamente disputadas, com toques e alguns excessos. Rui Valente foi uma das vítimas da impetuosidade alheia. “Estragaram-me o carro todo, fui empurrado para fora da pista quando estava em segundo lugar na segunda corrida”, contou o piloto, naturalmente desapontado, ao HM. “O fim-de-semana até começou bem. Depois de uma qualificação que não foi assim tão boa, fiz o 13º melhor tempo, a primeira corrida até correu bem, pois a ideia era ficar entre os cinco primeiros e depois lutar por um lugar no pódio na corrida da tarde”, explicou Rui Valente que, como quase todos os pilotos, ainda se está a adaptar à sua nova montada. “Eu estava no terceiro lugar, na penúltima volta, e se tivesse levantado o pé, seria esse de certeza o resultado da corrida. Mas como vi que podia passar o segundo, ultrapassei. Porém, a duas curvas do fim, fui abalroado por um adversário que seguia atrás de mim.” Este acidente, perfeitamente evitável, acabou por borrar a pintura de um fim de semana que estava a ser bastante bom para Rui Valente. “Fiquei com o carro bastante danificado e muito aborrecido porque ele apenas foi penalizado em dez segundos”, referiu o piloto do Subaru BRZ nº20. Menor velocidade e maior diversão Rui Valente terminou o seu Subaru BRZ praticamente nas vésperas da prova. Um pequeno teste antes da prova deu para colocar o carro pronto para a abertura de temporada, embora o piloto saiba que ainda pode evoluir a sua nova máquina japonesa. Sendo um carro muito diferente do seu anterior Mini Cooper S, por estar muito mais próximo de um carro de série, o experiente piloto português gostou da experiência. “Este é um carro muito mais lento, mas a corrida até que é divertida”, explicou Rui Valente, piloto que se estreou no Grande Prémio de Macau em 1988. “Nas corridas tens que te empenhar e andar ao máximo do princípio ao fim, pois os carros são todos iguais e rodam à mesma velocidade. A diferença está nos décimos de segundo.” Depois das boas indicações dadas nesta corrida no circuito dos arredores da cidade de Zhaoqing, a próxima e derradeira jornada dupla da Macau Road Sport Challenge antes do Grade Prémio está agendada para o fim de semana de 19 e 20 de Agosto neste mesmo palco; curiosamente Zhaoqing significa “início auspicioso”.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteF1 | Um projecto que ambiciona uma equipa no Sudeste Asiático “Por muito que a candidatura tenha a ver com a satisfação da FIA, o que importa é garantir que o desporto oferece oportunidades ao maior número possível de pessoas no mundo para se sentirem próximas da F1, para se divertirem ou para poderem trabalhar independentemente da sua origem, nacionalidade ou educação”, explicou ao HM, Andrew Pyrah, o co-fundador deste projecto. “A educação é a chave absoluta para a LKY Sunz, acreditamos que todos nascem com níveis de talento geniais, mas nem todos têm as mesmas oportunidades. Se vive em Macau e quer trabalhar para uma equipa de F1, é correcto ter de se mudar para o outro lado do mundo para ter essa oportunidade? Não.” Para além da LKY Sunz terão sido submetidas mais cinco candidaturas às duas vagas disponíveis no mundial de F1 dentro de dois anos. Entre as conhecidas estão a Andretti Global, com apoio o gigante General Motors via Cadillac, a Hitech Global, com um forte suporte financeiro proveniente do Cazaquistão, a Formula Equal de Craig Pollock, e ainda a Rodin Carlin, a conhecida equipa britânica vencedora do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3. “Todas as equipas actuais, juntamente com a proposta da Andretti, estão a olhar para o que podem fazer pelo público e pelas comunidades no Ocidente. A LKY Sunz sabe que existe um tipo de energia, talento e cultura totalmente diferente do outro lado do mundo que merece a sua própria equipa de F1”, refere Andrew Pyrah, que está confiante “que a FIA irá reconhecer os nossos planos para a Ásia como um todo como um enorme factor positivo, juntamente com todos os outros elementos da nossa candidatura, que inclui tudo, desde a nossa abordagem técnica, os nossos planos para África e para a Ásia, até à influência na cultura do hip-hop, que é de longe a maior influência entre as gerações mais jovens. Estamos a desafiar a norma em todas as áreas.” Uma base aqui ao lado Contando com investidores deste ponto do globo, a LKY Sunz está optimista que vai conseguir algo que outros empresários da região, como Teddy Yip de Macau ou o luso descendente Tony Fernandes, sonharam, mas nunca conseguiram concretizar: uma equipa de F1 com base no Sudeste Asiático. Andrew Pyrah está consciente que “ao ter uma base fora da Europa, estamos a tornar as coisas muito difíceis para nós próprios. Mas, sejamos realistas, as questões logísticas não são razão para impedir que um continente inteiro possa fazer parte de um Campeonato do Mundo.” O sonho asiático quer ser mais do que isso, até porque “um dos meus sócios, o Benjamin Durand, tem muita experiência na criação de novas equipas a partir do zero e na conquista de campeonatos. A nossa primeira época a competir na F1 será em 2026, mas tudo estará pronto se a FIA nos der luz verde nos próximos meses. Isto significa que, enquanto construímos o nosso complexo fabril de última geração no Sudeste Asiático, o nosso primeiro carro de corridas terá de ser construído com a ajuda dos nossos parceiros na Europa.” O plano passa por “à medida que as nossas instalações forem sendo desenvolvidas no Sudeste Asiático, iremos então abandonar gradualmente as operações na Europa e mudar-nos para onde será a nossa casa – isto também dá à LKY SUNZ tempo para formar talentos locais e recrutar aqueles que já são capazes de atuar ao mais alto nível”, até porque “tudo o que não esteja relacionado com o design automóvel”, como as vendas, marketing, produção de conteúdos, “ficará imediatamente sediado no Sudeste Asiático”. Além-fronteiras Por agora, os responsáveis do projecto preferem não apontar uma localização para a sua base, mas sempre referem que, se por exemplo, “a equipa estiver sediada na Malásia, então as oportunidades não se ficarão pela Malásia”. O discurso é mais expansivo: “Temos grandes planos para levar as actividades da equipa a toda a Ásia. Este projecto é maior do que aquilo que aparenta ser agora ou do que as ligações que pode ou não ter com o desporto automóvel asiático neste momento.” Numa altura em que a F1 vive um dos seus melhores momentos comerciais, todos acreditam que uma equipa do Sudeste Asiático iria pesar em futuras decisões para recuperar Grande Prémios perdidos na região, como o da Malásia, que durou de 1999 a 2017, ou o do Vietname, que nunca se chegou a realizar devido à crise pandémica. “De um ponto de vista pessoal, gostaria que a Malásia voltasse ao calendário, pois a corrida no Circuito Internacional de Sepang era aclamada pelos fãs de todo o mundo. Adoraria igualmente ver a Tailândia no calendário ou a Indonésia. A presença da LKY Sunz e a interagir de perto com as comunidades só pode aumentar as hipóteses de mais corridas para a região”, acredita Andrew Pyrah, que terá ainda que aguardar mais umas semanas até a FIA decidir se será em 2026 que o Sudeste Asiático voltará a estar representado nas grelhas de partida do mundial de F1.
Sérgio Fonseca DesportoAutomobilismo | Piloto local vence na estreia de nova pista na China A senda dos bons resultados dos pilotos de Macau no automobilismo da República Popular da China continuou no pretérito fim de semana, com Charles Leong Hon Chio a vencer as duas primeiras corridas da temporada do Campeonato da China de GT na província de Henan. Na prova de inauguração do Autódromo Internacional de Zhengzhou – um circuito cuja construção se iniciou em 2017, esteve parado em 2018 devido às medidas contra a poluição e, finalmente, foi concluído no início deste ano – o vencedor do Grande Prémio de Macau de 2020 e 2021 foi novamente chamado pela equipa chinesa Harmony Racing para conduzir um dos Ferrari 488 GT3. Charles Leong não acusou o facto de estar parado desde Novembro do ano passado e venceu as duas corridas do programa. “Antes de mais, estou muito feliz por ter representado a equipa Harmony Racing e vencido em Zhengzhou, a base da Harmony Racing”, explicou o piloto de Macau no final da conferência de imprensa de domingo. “Do ponto de vista da condução, esta semana foi mais um treino. Estabeleci alguns objectivos para mim próprio durante as corridas e atingi-os, o que também me deixou muito feliz.” O piloto de 21 anos enalteceu a presença do muito público neste novo circuito desenhado pelo australiano Michael McDonough, naquela que foi a primeira prova do Campeonato da China de GT com espectadores nas bancadas desde 2020. O evento reuniu mais de 20,000 espectadores numa cidade que, apesar de estar estrategicamente localizada no centro da China e nas margens do Rio Amarelo, mão tem qualquer tradição no desporto motorizado.n “A competição deste fim de semana foi cheia de emoção, actividades e actuações maravilhosas, como uma grande festa de atmosfera divertida”, elogiou o jovem piloto do território que espera que este tipo de espectáculo tenham repercussão na sociedade. “Acredito que a realização destes eventos pode fazer com que mais pessoas compreendam as corridas e se apercebam do ‘fair-play’ e do extraordinário encanto das corridas”. Abrir portas Este triunfo, a exemplo do ano passado, poderá abrir portas para mais corridas com este Ferrari, no entanto, Charles Leong mantém-se cauteloso e afirma não ter ainda um programa desportivo definido para o resto da temporada, incluindo para o 70º Grande Prémio de Macau. Já o Campeonato da China de GT, que reuniu 13 concorrentes em Zhengzhou, espera ter uma prova no Circuito da Guia no mês de Novembro.
Sérgio Fonseca DesportoAutomobilismo | Couto, Rodrigues e Valente somam sucessos nas pistas Numa tradição que já vem de longe, os pilotos lusófonos da RAEM continuam a fazer-se representar muito bem além-fronteiras. Em mais um fim de semana de competições por toda a China, os resultados dificilmente poderiam ser melhores. Depois de quase três anos afastado da competição, André Couto regressou em grande estilo na visita do campeonato TCR China ao circuito de Zhejiang, que fica localizado nos arredores de Shaoxing. O agora piloto da Dongfeng Honda Racing Team subiu ao pódio na primeira corrida, ao terminar na segunda posição numa corrida onde a chuva quis ser um protagonista influente. Largando do segundo lugar, novamente com a pista molhada, Couto manteve-se sempre firme no segundo lugar até à entrada do Safety-Car, que iria permanecer em pista até ao final da corrida, rumo a um pódio merecido, apenas ficando classificado atrás de Martin Cao da Hyundai N. A segunda corrida, que teve um arranque com a grelha de partida invertida nos dez primeiros lugares, foi novamente marcada por um longo período de Safety-Car em pista. Aos comandos do novo Honda Civic FL5 TCR, modelo que fez o seu baptismo em pista na China este fim de semana, Couto viu a bandeira de xadrez na nona posição. Nas redes sociais, o piloto português escreveu estar “muito feliz com o resultado” e com o “segundo lugar na minha primeira corrida da época”, pois este resultado foi obtido “em condições muito difíceis”, onde “a aquaplanagem e a visibilidade foram um problema quando os carros rodavam muito próximos uns dos outros!”. Couto ainda agradeceu “à MacPro Racing Team, JAS Motorsport e Dongfeng Honda por prepararem um bom carro!” Hat-trick de Rodrigues em Ningbo Não muito longe do Circuito Internacional de Zhejiang, na cidade de Ningbo, outro piloto de Macau “deu cartas” durante o fim de semana. Tiago Rodrigues confirmou as boas indicações dadas na prova de abertura do Campeonato da China de Fórmula 4, disputada em Zhuhai, e somou três vitórias nas quatro corridas da competição de monolugares realizadas no fim de semana no Ningbo International Speedpark. Depois de um terceiro e um quarto lugar nas sessões de qualificação, o jovem piloto do território teve uma actuação de alto nível e venceu a primeira corrida de um fim de semana também ele marcado pela chuva. Na segunda corrida, Rodrigues subiu uma posição após o arranque e terminou no terceiro lugar. O melhor estava guardado para o domingo, com duas corridas em que Mygale-Geely n.º56 esteve magistral, vencendo categoricamente as duas corridas do dia, uma delas arrancando do 10º lugar da grelha de partida. Apesar do excelente resultado, Rodrigues disse na conferência de imprensa que “consegui três vitórias nesta prova, mas não consegui vencer todas as corridas, por isso há espaço para melhorias para mim e para a equipa.” Valente já ganha A senda de bons resultados dos pilotos lusófonos do território no Interior da China iniciou-se há duas semanas no Circuito Internacional de Guangdong. Rui Valente não perdeu a oportunidade de retirar da garagem o seu ainda competitivo Mini Cooper S e mostrar que “quem sabe nunca esquece” nestas andanças do automobilismo. Em mais um “GIC Super Track Festival”, impondo a sua experiência de mais de três décadas nestas lides, Valente não deu hipóteses à concorrência no seu agrupamento, com um triunfo incontestado numa corrida em que alinharam quarenta e dois concorrentes. “Correu bem, ganhei a corrida e a minha classe, dois troféus, trezentos litros de gasolina e 800 renmimbis de prémio monetário”, frisou com satisfação o piloto luso ao HM que continua com a mesma vontade de vencer.
Sérgio Fonseca DesportoGP | Corridas de preparação em Julho e Agosto O Circuito Internacional de Guangdong (GIC) foi novamente o palco escolhido para acolher as habitualmente apelidadas “corridas de qualificação” para o Grande Prémio de Macau, com o intuito de apurar os pilotos locais e não só. Num ano em que se implementa uma nova regulamentação técnica para as viaturas da Corrida Macau Road Sport Challenge, as duas jornadas planeadas para o circuito dos arredores da cidade de Zhaoqing revelam-se ainda mais importantes Como é por demais sabido, esta temporada a Corrida Macau Road Sport Challenge terá novos protagonistas de quatro rodas. As ex-categorias Roadsport “1950cc & Acima” e “1600cc Turbo” serão substituídas por uma só categoria com base na Taça Toyota Gazoo Racing GR86/Subaru BRZ japonesa. Neste momento, são várias as equipas e preparadores de Macau que já começaram a trabalhar nestes dois modelos nipónicos. Para além da estreia absoluta destas corridas, haverá também espaço no programa do GIC para corridas do troféu monomarca Lotus Challenge da Grande China, para carros de GT4, GT3 e TCR, e ainda uma competição para viaturas clássicas a cargo da delegação da FIVA em Hong Kong. O primeiro fim de semana está agendado para os dias 22 e 23 de Julho e a segunda prova está marcada para quatro semanas depois, no fim de semana de 19 e 20 de Agosto. As inscrições para a Corrida Macau Road Sport Challenge custam dezassete mil dólares de Hong Kong e inclui o aluguer do sistema de dados do ECU, obrigatório para todos os concorrentes. Numa edição que irá ocupar dois fins de semana consecutivos, o programa desportivo do 70º Grande Prémio de Macau ainda se encontra no “segredo dos Deuses”. Como tal, ainda é difícil compreender qual vai ser o impacto destas corridas no escalonamento dos pilotos para o grande evento desportivo da RAEM do mês de Novembro. Um dos focos de interesse será perceber como será preenchida a grelha de partida da Corrida da Guia, visto que os concorrentes do TCR World Tour, que não ultrapassam a dezena, são sempre acompanhados pelos homólogos locais nos eventos por onde correm. Uma possibilidade em cima da mesa passa por colocar os pilotos das equipas oficiais do campeonato TCR Asia/TCR China na Corrida da Guia, ao passo que os pilotos privados do mesmo campeonato disputarão uma corrida à parte junto com pilotos “convidados” de Hong Kong e Macau. Cesto cheio Após uma ausência de três anos, a Taça do Mundo de GT da FIA regressa ao Circuito da Guia este ano. Para além dos detalhes que a Federação Internacional do Automóvel deu a conhecer na pretérita semana, o HM ficou também a saber que a corrida não será exclusiva a pilotos profissionais, neste caso, pilotos categorizados pela FIA como “Platinum” ou “Gold”. Pilotos teoricamente de valor inferior, categorizados como “Bronze” ou “Silver”, também poderão participar na corrida. Com uma inscrição que é superior a noventa e cinco mil patacas por concorrente, os prémios a distribuir pelos melhores classificados irão superar este ano as seiscentas mil patacas. Apesar destes prémios monetários serem bastante elevados, em relação a outras corridas do Grande Prémio, uma participação nesta prova, com uma viatura FIA GT3, requer um orçamento superior a um milhão de patacas. As inscrições para a Taça do Mundo de GT da FIA encerram no final do mês de Agosto e a FIA compromete-se a revelar os inscritos até ao final do mês de Outubro. Nenhum construtor automóvel confirmou ainda a sua participação na prova, mas tanto a Audi como as rivais Mercedes-AMG e Porsche, têm fortes interesses na região e certamente se farão representar. A co-organização desta corrida, a cargo da experiente SRO Motorsports, acredita que é possível que o número de inscritos ultrapasse o número de inscrições disponíveis.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteGP Macau | Contrato de três anos para as Taças do Mundo A Federação Internacional do Automóvel (FIA) emitiu um comunicado esta segunda-feira a confirmar o regresso das Taças do Mundo da FIA de Fórmula 3 e GT ao Grande Prémio de Macau, ausentes do programa do maior evento desportivo do território desde 2019 Num ano em que o Grande Prémio comemora o seu 70.º aniversário, o anúncio deste esperado regresso vem no seguimento de um acordo de três anos resultante dos esforços conjuntos da FIA, da Associação Geral de Automóvel de Macau-China (AAMC) e da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau. As duas competições FIA terão lugar de 16 a 19 de Novembro, com a acção em pista a começar na quinta-feira e o formato a incluir duas sessões de treinos livres de 40 minutos e duas sessões de qualificação para a Fórmula 3, bem como duas sessões de treinos livres de 30 minutos seguidas de uma única qualificação com a mesma duração para os carros de Grande Turismo. Ambas as competições terão uma corrida de qualificação seguida de uma corrida principal para a decisão do título de vencedor destas Taças. As durações das corridas serão de 10 e 15 voltas para a F3 e de 12 e 16 voltas para os carros de GT. Tal como aconteceu de 1983 a 2019, o vencedor da prova de F3 será considerado o vencedor geral do Grande Prémio de Macau. Bem-vindos a Macau No comunicado enviado pela FIA à imprensa, Pun Weng Kun, Coordenador do Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau, disse que “a Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau sente-se honrada por continuar a receber a confiança e o apoio da FIA. Acolher a Taça do Mundo de GT da FIA e a Taça do Mundo de F3 da FIA no 70.º Grande Prémio de Macau é um testemunho do reconhecimento da FIA das nossas capacidades organizativas e irá reforçar ainda mais a posição do Grande Prémio de Macau na indústria internacional dos desportos motorizados.” O actual responsável máximo pela prova nascida em 1954, afirmou também que a organização está “ansiosa por continuar a trabalhar com a FIA na finalização dos detalhes do regresso dos eventos e queremos dar as boas-vindas aos pilotos de elite que irão competir no nosso mundialmente famoso Circuito da Guia.” FIA saúda regresso da F3 Depois da estreia em 2019, que obrigou a alterações no Circuito da Guia, para que este recebesse a homologação Grau 2 da FIA, os monolugares do Campeonato de Fórmula 3 da FIA vão voltar este ano. Nikolas Tombazis, o director das provas de monolugares da FIA, afirmou que “estamos todos muito satisfeitos por ver o regresso da Taça do Mundo de Fórmula 3 da FIA em Macau – a história de Macau e da Fórmula 3 é uma das mais famosas do desporto automóvel e o evento é, desde há muito, o ponto alto do calendário de monolugares juniores. Ao longo das décadas, muitos dos grandes nomes das corridas foram testados no Grande Prémio de Macau, uma vez que um desempenho notável no Circuito da Guia é um sinal seguro de talento e empenho.” Visto que o evento da RAEM não conta para o campeonato, este regresso dos Fórmula 3 a Macau estava dependente de um acordo com o transporte das viaturas, visto que as equipas não queriam que o regresso fosse feito por barco. “É uma notícia fantástica que a história continue com a actual geração de carros de Fórmula 3, que se estreou com sucesso nas ruas de Macau em 2019”, referiu Tombazis. “Graças ao trabalho árduo e à colaboração entre a FIA, a AAMC, o Comité Organizador do Grande Prémio de Macau e o promotor do Campeonato de Fórmula 3 da FIA, a Taça do Mundo de Fórmula 3 da FIA tem um futuro brilhante”, prevê Nikolas Tombazis. Continuidade dos GT3 Apesar do comunicado não mencionar, a co-organização da prova está a cargo, como nas anteriores edições da Taça do Mundo de GT realizadas em Macau, da empresa SRO Motorsports. A competição será aberta a viaturas FIA GT3, que desde 2008 têm sido presenças regulares no Circuito da Guia. A competição deverá estar aberta tanto aos construtores como a equipas e pilotos privados. Marek Nawarecki, Director do Departamento de Velocidade da FIA, referiu que o “volume de construtores envolvidos e os carros homologados fazem da plataforma GT3 a categoria de corridas para clientes mais bem sucedida da FIA. Por isso, é importante que tenha o seu próprio auge, sob a forma de um evento autónomo em formato ‘sprint’ que atribui um título da Taça do Mundo FIA. A importância da classe GT3 vai crescer ainda mais, por isso ter as corridas da FIA de volta às ruas de Macau é um desenvolvimento extremamente positivo para todos os envolvidos, incluindo os fãs, uma vez que este circuito sempre produziu grandes corridas.”
Sérgio Fonseca DesportoAutomobilismo | Pilotos de Macau regressam em força e em várias frentes Durante os três anos de pandemia, os pilotos de Macau ficaram praticamente confinados à participação no Grande Prémio de Macau, salvo algumas, poucas, excepções. Os efeitos da reabertura e a retoma económica são evidentes no automobilismo local nesta primeira metade do ano, com vários atletas do território a regressarem às competições internacionais Entre os pilotos lusófonos, Rui Valente retornou em força ao GIC Challenge, onde subiu ao pódio com o seu estimado MINI Cooper S, ao passo que André Couto vai regressar ao activo em breve no TCR China, competição em que vai conduzir um dos novos Honda Civic TCR da equipa oficial da Dongfeng Honda. Depois de ter triunfado na Corrida da Guia do Grande Prémio de Macau, Filipe Souza procura uma oportunidade nas corridas de GT e recentemente testou na Malásia o Lamborghini Huracan Super Trofeo, que como o nome indica é a máquina que dá corpo ao troféu monomarca do construtor de Bolonha. Ainda sem um programa desportivo definido, o piloto português Rodolfo Ávila, que tinha no mês passado realizado uma prova de Fórmula 4, participou na segunda corrida da temporada do Campeonato da China de Endurance (CEC, na sigla inglesa). No pretérito fim de semana, Ávila fez equipa com os pilotos chineses Jack Pang Changyuan, Parcen Ye Pengcheng, no Lamborghini Huracán GT3 EVO da BlackJack Racing no Ningbo International Speedpark. Depois dos seus companheiros de equipa terem realizado a qualificação e os primeiros turnos da corrida de 150 minutos, Rodolfo Ávila assumiu as rédeas do “touro”, já quando este rodava longe dos lugares cimeiros. Mesmo assim, o piloto de Macau, que já não corria num carro da categoria GT3 desde 2011, estabeleceu a segunda melhor volta da corrida, cruzando a linha de chegada no sexto lugar na geral, assegurando um impressionante terceiro lugar na classe GT3 Pro-Am para a equipa. No final da corrida, Rodolfo Ávila disse: “Ficamos muito satisfeitos por garantir um lugar no pódio da classe GT3 Pro Am. Foi uma experiência positiva e aprendemos muitas lições valiosas. Não usámos pneus novos durante a qualificação e não corremos riscos desnecessários durante a corrida. Tendo em conta que esta foi a minha primeira vez ao volante deste carro, estou confiante de que temos margem para melhorar tanto a nível de afinações como o desempenho geral.” Boa estreia de Tiago Rodrigues O Campeonato da China de Fórmula 4, que tem a sua última prova da temporada agendada para o Grande Prémio de Macau, arrancou no fim de semana de 21 e 22 de Maio, no Circuito Internacional de Zhuhai, com quatro corridas. O jovem local Tiago Rodrigues teve uma estreia auspiciosa nas corridas de monolugares, ao terminar no terceiro lugar na terceira corrida do programa. Nas restantes corridas, o piloto do território terminou na quinta posição, ocupando a quinta posição num campeonato que tem cinco jornadas este ano. Tiago Rodrigues não foi o único piloto de Macau em pista, pois Marcus Cheong Man Hei recebeu uma chamada de última hora para conduzir o Mygale M14-F4 Geely da BlackJack Racing na prova. Apesar de nunca ter conduzido este monolugar anteriormente, aceitou o desafio. Dois abandonos nas corridas de sábado não desmoralizaram o piloto local das corridas de karting, que no domingo terminou num 11º e 9º lugar. Montanha ou Europa Aceitando um convite da organização, Billy Lo viajou até Hanyin, na província de Shaanxi, para disputar a primeira prova da história do recém criado Campeonato da China de Montanha. A mixórdia enorme de carros presentes reuniu desde carros de Turismo e GT a viaturas de rali e Todo-o-Terreno, para além de vários carros do dia-a-dia. Billy Lo conduziu o seu habitual Audi R8 LMS GT3 e foi um dos mais rápidos, apesar da sua total inexperiência em rampas. Pela Malásia, o veterano Keith Vong voltou à competição, para tripular o Lamborghini Huracán Super Trofeo da Kam Lung Racing na prova de abertura de temporada do Lamborghini Super Trofeo Asia. Fazendo equipa com o contemporâneo Dr Ma Chin Min de Hong Kong, o piloto do território radicado na Austrália foi o 16º classificado nas duas corridas realizadas no circuito de Sepang. Depois de experiências pontuais no ano passado no Reino Unido, onde estudam os seus filhos, Kevin Tse está a participar este ano o Campeonato Britânico de GT a tempo inteiro. Com quatro corridas já disputadas, o piloto de Macau ocupa o 12º lugar na classificação de pilotos, ele que faz equipa com o inglês Chris Froggatt no McLaren 720S GT3 Evo da equipa Sky Tempesta Racing.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteKarting | Provas internacionais voltam ao Kartódromo de Coloane As provas internacionais de karting vão regressar este ano ao Kartódromo de Coloane após três anos de ausência. O Campeonato Open Asiático de Karting (AKOC, na sigla inglesa) tem duas provas calendarizadas para a temporada de 2023 no território A organização do AKOC anunciou, nas redes sociais, a abertura das inscrições para a primeira prova, agendada para a RAEM no fim de semana de 1 e 2 de Julho. A prova estará aberta às categorias 125 Open Junior, 125 Open Master, 125 Open Sénior, 125 Open Veteranos, Cadete e Mini ROK. Em 2022, esta mesma organização tentou colocar de pé uma prova internacional de karting em Macau, mas esta acabou cancelada devido à pandemia. Após três anos sem conseguir organizar eventos devido às restrições de viagens, aquela que foi a maior competição de karting do sudeste asiático, cuja organização tem sede na República das Filipinas, quer dar os primeiros passos rumo à reconstrução do campeonato. Por isso, para limitar os custos, o calendário neste primeiro ano “pós-COVID” vai cingir-se a apenas três eventos, dois em Macau e um na República das Filipinas, este último em data a determinar. Nenhuma das provas planeadas para Macau coincide com o calendário do Campeonato de Karting da AAMC, que este ano se está a disputar novamente no formato de seis provas. Para o preparador e ex-piloto malaio Ryan Tan, “o apetite pelo karting em toda a Ásia não esmoreceu com a pandemia. Houve um abrandamento, mas não parou”. Os campeonatos nacionais das Filipinas, Indonésia, Malásia, Singapura ou Tailândia já recuperaram, portanto, “todos os agentes da modalidade, preparadores, equipas, importadores, querem corridas internacionais, até porque os pilotos começam a pedir mais. Se a economia ajudar estou em crer que vamos atingir os números do passado”, explicou ao HM. Segunda data é em Dezembro Antes da pandemia, o Kartódromo de Coloane era um dos palcos favoritos para acolher eventos do campeonato asiático da especialidade. Inaugurada no dia 17 de Outubro de 1996, a infra-estrutura continua a ser uma das melhores equipadas no continente asiático. Para além das competições de Macau, o kartódromo desenhado pelo arquitecto Carlos Couto recebia duas provas do AKOC, a ronda de abertura e a de encerramento, sendo que esta última costumava coincidir com o Grande Prémio Internacional de Karting. Apesar do apetite de Macau por realizar grandes eventos internacionais, o futuro do Grande Prémio Internacional de Karting de Macau é uma incógnita. Aquele que já foi o maior evento de karting da região, não consta, por agora, do calendário internacional da Comissão Internacional de Karting da FIA. Porém, a segunda prova do AKOC está agendada para Macau no fim de semana de 9 e 10 de Dezembro, data que habitualmente acomodava o evento co-organizado pela Associação Geral-Automóvel Macau-China (AAMC), Instituto do Desporto (ID) e Direcção dos Serviços de Turismo (DST). O finlandês Simo Puhakka, da TonyKart, venceu o último Grande Prémio Internacional de Karting, disputado em 2019.
Sérgio Fonseca DesportoTCR China: Entra Couto, sai Ávila O campeonato TCR China/Ásia arrancou no passado fim de semana no Circuito Internacional de Xangai com trinta e dois inscritos, três equipas de fábrica e nenhum piloto de Macau. Todavia, apesar de ausentes, os pilotos de Macau voltaram a ser notícia. Uma das novas equipas oficiais esta temporada na competição de carros de Turismo mais importante da China representa a aliança Dongfeng Honda. A Dongfeng Honda Racing Team participou já na primeira prova da temporada, inscrevendo dois Honda Civic Type-R FK7 TCR, um para o britânico Jack Young e outro para chinês Martin Xie. No entanto, a equipa prevê participar com três novos Honda Civic Type-R FL5 TCR a partir da próxima prova, sendo que o terceiro carro vai ser entregue a André Couto. “Só começo [o campeonato] a andar no carro novo. Para a próxima corrida já devo correr”, confirmou André Couto ao HM. “Eu vou estar no terceiro carro da Honda e eles desta vez só prepararam dois carros do modelo antigo e por isso eu não fui”. A Dongfeng Honda Racing Team conta com o apoio da JAS Motorsport, a estrutura italiana que constrói as viaturas Honda da categoria TCR, e usa como muleta operacional a MacPro Racing, a equipa de Macau que já em 2019 defendeu as cores do construtor japonês neste mesmo campeonato. Este é um regresso de André Couto, não só as pistas, onde não compete desde o início de 2020, como também à Mac Pro Racing, equipa com que correu no Grande Prémio de Macau de 2018 e pontualmente no TCR China nesse mesmo ano. MG deve parar Com a presença das equipas oficiais da Hyundai, Honda e Link & Co, a grande ausência nesta primeira corrida da temporada em Xangai foi da equipa oficial da MG. O construtor sino-inglês foi nos últimos três anos um dos principais animadores das corridas da categoria TCR na China, tendo vencido o campeonato em 2021, com o piloto da RAEM, Rodolfo Ávila, e lutado por vitórias no Grande Prémio de Macau, com o convidado Rob Huff. Contudo, a MG XPower Racing, que tem homologado na categoria os modelos MG5 e MG6, não deverá regressar este ano à competição. “Neste momento, a informação que temos é de que não vamos correr”, explicou Rodolfo Ávila ao HM. “Apesar da indefinição, realizamos alguns testes durante o defeso, mas não devemos correr mais.” O “canto do cisne” da MG XPower Racing pode ter acontecido na pretérita semana. O piloto português foi protagonista de um violento despiste num teste privado da marca na pista de Zhuzhou. Após ter ficado sem travões no seu MG5 XPower TCR, Rodolfo Ávila teve um forte impacto contra as barreiras de protecção, felizmente sem consequências físicas para o piloto, que mesmo assim não escapou a uma noite de observação num hospital local. Porém, este acidente não estará relacionado com a decisão da MG de se afastar da competição automóvel por agora. A equipa MG XPower Racing era gerida pela Shanghai Lisheng Racing, a estrutura que é propriedade da empresa que tem os direitos comerciais do TCR para República Popular da China e que via Lisheng Sports estendeu este acordo comercial até 2028. O TCR China/Ásia tem uma prova planeada para o programa da 70ª edição do Grande Prémio de Macau.
Sérgio Fonseca DesportoGP | Associação de Pilotos prevê menos 60% de participantes locais Num ano em que as despesas vão subir, fruto dos novos regulamentos desportivos, que obrigam a um investimento considerável em nova maquinaria, os pilotos de Macau uniram-se e transmitiram as suas preocupações No passado domingo, a Associação de Pilotos de Automobilismo de Macau convocou a comunicação social para dar conta das suas preocupações, esperando que os apoios e subsídios governamentais cortados durante a pandemia sejam repostos. O Grande Prémio de Macau já se realiza há sete décadas, tendo-se tornado um evento de marca do território. A Associação de Pilotos de Automobilismo de Macau (AAMC), pela voz do ex-piloto de Fórmula 3, Li Kit Meng, pediu que o governo continue a subsidiar os pilotos das corridas locais para que estes possam competir, de modo a que a cultura das corridas possa manter-se viva no território e mais pilotos locais possam ter a oportunidade de participar no Grande Prémio. Citado pela imprensa de língua chinesa, Li Kit Meng referiu que tinha recebido notícias da Associação Geral Automóvel de Macau China de que os pilotos da RAEM não seriam subsidiados para participarem em competições fora do território esta temporada. Além disso, antes de participarem no 70.º Grande Prémio de Macau, os pilotos da casa voltarão a ser obrigados a participar em provas de qualificação a designar. Segundo dados recolhidos pela associação de pilotos, se nada mudar, prevê-se que o número de pilotos a participarem no Grande Prémio deste ano seja 60 por cento inferior ao do ano passado, o que inevitavelmente lançará uma nuvem escura sobre a promissora indústria das corridas. Recorde-se que os pilotos de Macau não receberam qualquer apoio para realizarem provas fora do território em 2022, mas foram obrigados a participar num evento promovido pela AAMC, no Circuito Internacional de Guangdong, para se qualificarem para o 69.º Grande Prémio de Macau. Esta situação foi do desagrado de muitos concorrentes, porque o evento acarretou elevados custos num ano de muito poucos patrocínios comerciais disponíveis. IDM não fecha a porta a apoios De acordo com o Jornal “Ou Mun”, o Instituto do Desporto (IDM) respondeu que deseja continuar a apoiar os pilotos locais a participarem no Grande Prémio e noutros eventos de automobilismo, se as condições o permitirem. Uma vez que o Governo concentrou os seus recursos na luta contra a epidemia nos últimos anos, todos os sectores da sociedade concordam que a afectação racional dos recursos e a realização de um bom trabalho na luta contra a epidemia fossem os principais objectivos, estando actualmente o IDM a planear o Grande Prémio deste ano. No que diz respeito à competição automóvel, se os pilotos locais cumprirem os requisitos de inscrição da competição correspondente, segundo a mesma fonte, o IDM dará as boas-vindas aos pilotos locais qualificados para participarem no Grande Prémio de Macau. O Instituto do Desporto reiterou que não há qualquer anúncio oficial de que os pilotos de Macau não serão patrocinados para competir fora do território. Entretanto, a AAMC ainda não confirmou em que datas e moldes irá organizar estas corridas de qualificação para os pilotos do território. Antes da pandemia, a vontade da associação desportiva de Macau passava por realizar estas corridas no circuito de Zhuzhou, na Província de Hunan.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteAutomobilismo | Rui Valente sobe ao pódio em Zongqing Rui Valente deu início à sua temporada desportiva com um resultado muito positivo no Festival de Corridas da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, organizado pelo Circuito Internacional de Guangdong, em Zhongqing, no passado fim de semana Desta vez o piloto da RAEM alinhou com o seu Mini Cooper S, um carro visto nos últimos anos no Grande Prémio de Macau, na prova destinada aos carros de Turismo “Open Grupo B”. Isto, porque o seu histórico Honda Integra DC5, que tantas alegrias deu ao piloto do território nas provas disputadas em Cantão, estar neste momento “a ser preparado, pois para dentro de três ou quatro semanas voltar para a China para participar em três ou quatro corridas de resistência”. Depois de ter abandonado na corrida de sábado, Rui Valente voltou à carga para vencer uma muito animada segunda corrida. O piloto português travou um duelo até à bandeira de xadrez com o Toyota 86 GT (ZN6) de Chen Bingxiong, com o piloto chinês a impor a maior potência do seu carro para triunfar numa corrida em que os dois primeiros cortaram a linha de meta separados por menos de um segundo. “Fui 1.º na classe e 2.º na geral, mas mesmo quase… Ainda andei na frente duas vezes mas não foi possível manter o meu adversário, que estava muito rápido, atrás”, explicou Rui Valente ao HM. “Nesta prova, o peso mínimo, piloto mais carro, eram 1150 kg e tivemos que colocar lastro para estarmos dentro do regulamento, o que foi uma tarefa bastante complicada, pois o Mini pesa apenas 970 kg. Nunca desejei tanto pesar de mais de 130 kg…” O Toyota partiu da pole position, assumiu a liderança e Valente manteve o segundo lugar antes dos dois carros formarem gradualmente o grupo da frente. Um procedimento do Safety-Car começou na volta 6 e terminou na volta 9. A corrida foi retomada na volta 10. Após seis voltas, o Mini nº20 e o Toyota nº1 encenaram várias cenas de ultrapassagem, umas com mais sucesso outras com menos, nas duas rectas do GIC. Rui Valente passou o seu rival antes da linha de meta na volta 10, mas o Toyota recuperou o primeiro posto antes da T1 na volta 13. Sem baixar os braços, Rui Valente ultrapassou-o novamente na T1 na volta seguinte, mas na recta da meta ainda da mesma volta, o Toyota deu a estocada final, ultrapassando o robusto Mini branco. GP é uma incógnita Com a alteração de regulamentos nas corridas de carros de Turismo locais, que deixa de fora, por agora, as viaturas das classes Roadsport e 1600cc Turbo, incluindo o Mini Cooper S, Rui Valente ainda não sabe como irá materializar a sua participação no 70.º Grande Prémio de Macau. O veterano piloto português não esconde que deseja voltar ao Circuito da Guia no mês de Novembro, mas por agora não tem “nada definido” para o evento, estando a avaliar diversas possibilidades. O programa de corridas do 70º. Grande Prémio de Macau ainda está por confirmar, assim como as tradicionais corridas de qualificação organizadas pela Associação Geral Automóvel de Macau – China (AAMC).
Sérgio Fonseca Desporto MancheteF3 em negociações e mais novidades para a 70ª edição do Grande Prémio O programa do 70.º Grande Prémio Macau vai ser preenchido certamente com várias competições internacionais e existe a possibilidade de o evento acolher provas de monologares de Fórmula 3, Fórmula Regional e Fórmula 4 O regresso da Taça do Mundo de Fórmula 3 é uma das metas mais desejadas pelas entidades organizadoras do evento em Macau e também pela própria federação internacional. Contudo, a revista inglesa Autosport, noticiou na sua última edição que existe uma barreira por ultrapassar: o transporte dos carros para Macau. A última corrida da temporada do Campeonato FIA de Fórmula 3 está agendada para o fim de semana de 2 e 3 de Setembro, no circuito italiano de Imola. Habitualmente, a disciplina realiza um ou dois testes oficiais antes de dar por concluída a temporada, o que não limita o envio dos carros para Macau. A grande dúvida é o regresso dos carros, que não poderá ser feito por via marítima, pois a Mecachrome precisa de começar a fazer a morosa manutenção regular dos motores ainda no mês de Dezembro. “Estamos a tentar ver se conseguimos organizar isto, porque ainda há interesse e apetite pela corrida”, disse François Sicard, o director da Mecachrome, a empresa francesa que fornece todos os motores da actual F3. “É uma situação delicada – a única forma de fazê-lo é de transporte aéreo de Macau para a Europa. Devido ao elevado custo, estamos à procura de uma solução e não é uma tarefa fácil. Estamos confiantes de que irá acontecer e ficaremos felizes por encontrar uma solução, mas ainda é cedo para dizê-lo”. Novidades a caminho A publicação britânica também adianta que mais duas competições poderão fazer a sua estreia na RAEM pelas mãos da Top Speed, empresa com sede em Xangai que no 60.º Grande Prémio de Macau ajudou a trazer a Volkswagen Scirocco Cup, o Lamborghini Super Trofeo Asia e a Formula Masters China. Seis das dez equipas do campeonato FIA de F3 correm na Fórmula Regional do Médio Oriente (ex-Campeonato Asiático de F3) e na Fórmula 4 dos Emirados Árabes Unidos, duas competições organizadas pela Top Speed. “Estamos em discussões para termos ambos os campeonatos, e estou confiante que possamos ter entre 25 a 28 carros em cada corrida”, disse Davide DeGobbi, o responsável pela Top Speed. A Fórmula Regional foi concebida para estar um degrau abaixo da F3 e um degrau acima da F4, enquanto a competição de F4 organizada pela Top Speed já utiliza os novos monolugares aprovados pela FIA, ao contrário do Campeonato da China de Fórmula 4, que vimos correr no Circuito da Guia nos últimos três anos, que ainda usa maquinaria antiga. Apesar de ainda não ser oficial, a Top Speed deverá a partir deste ano assumir as rédeas do Campeonato de Fórmula 4 do Sudeste Asiático, daí o interesse da participação no evento de Macau. Euroformula Open de fora Entretanto, o campeonato de matriz espanhola Euroformula Open, que durante a pandemia foi apontado para substituir a Fórmula 3 no Grande Prémio de Macau, não tem planos nem interesse em visitar a RAEM agora que o território regressou à normalidade. “Não para este ano: para incluir Macau num calendário, é necessário um tempo significativo para o planeamento, orçamentos, etc, tanto para os organizadores como para as equipas. Não está claro quais seriam também os requisitos em matéria de saúde e segurança”, disse fonte oficial do campeonato gerido pela empresa GT Sport ao portal de automobilismo português SportMotores.com.
Sérgio Fonseca DesportoAAMC | Mais exigência no pedido da primeira licença desportiva A Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) alterou para este ano os critérios para emitir licenças desportivas nacionais para todos aqueles que em Macau querem dar os primeiros passos na competição automóvel O pedido da primeira licença desportiva nacional, que é o requisito mínimo para todas as corridas e eventos de campeonatos “nacionais” realizados pela AAMC, passa a ser a partir deste ano mais trabalhoso de requerer. Anteriormente, para obter esta licença, bastava ser titular de um Bilhete de Identidade de Residente emitido pelo Governo da RAEM e ser sócio da AAMC. A partir deste ano, segundo o documento “Qualification criteria for requirement of National and International Automobile Driver’s Licence 2023”, publicado na página oficial da AAMC e apenas escrito em chinês e inglês, os aspirantes a pilotos têm uma série de etapas a cumprir que começa pela participação num curso teórico de treino de segurança nas corridas, organizado pela associação automóvel no Kartódromo de Coloane. Passar neste teste é indispensável. Após aprovação na avaliação, os candidatos a pilotos têm que acumular um total de oito horas de prática de condução de um kart no Kartódromo de Coloane, no prazo de um ano após a candidatura à licença desportiva. Quando estas duas condições forem cumpridas, um instrutor submeterá o relatório de avaliação do candidato à AAMC para consideração na aprovação. A taxa do instrutor para o curso de formação teórica sobre segurança nas corridas e para avaliação às oito horas de condução é de 2,000 patacas. Para se salvaguardar, a AAMC, que tem sempre a última palavra na emissão das licenças, sejam elas nacionais ou internacionais, deixa claro que passa a emitir estas licenças desportivas nacionais segundo o artigo 9.3 do Código Desportivo Internacional (CDI) da Federação Internacional do Automóvel (FIA), respeitante ao direito de emissão das licenças, e ao anexo L do CDI. Novas regras para renovações A renovação de licenças desportivas nacionais também passará a ser mais criteriosa para os representantes da RAEM, algo que está em linha com outras associações desportivas nacionais devido ao maior grau de exigência requerido pela FIA aos seus associados nesta matéria. A renovação da licença desportiva nacional exige agora a participação em qualquer corrida do campeonato de Macau de karting ou num campeonato automóvel sancionado pela AAMC nos últimos trinta e seis meses (ou três anos). Os pilotos que estiveram parados durante esse tempo serão considerados como iniciados, no sentido que terão que seguir os procedimentos de acordo com os regulamentos do primeiro pedido da licença.
Sérgio Fonseca DesportoAutomobilismo | Hong Kong quer novamente corridas Durante décadas a fio os nossos vizinhos de Hong Kong tentaram ter o seu próprio Circuito da Guia, algo que só conseguiram entre 2016 e 2019, com a organização do Campeonato de Fórmula E. Enquanto a Kong Automobile Association (HKAA) trabalha com afinco para recuperar o seu evento FIA para monolugares eléctricos, estudando uma nova pista temporária na AsiaWorld-Expo ou no Distrito Cultural de Kowloon Oeste, a RAEHK prepara-se para acolher uma nova disciplina do automobilismo em Novembro: Ralicross. A Teamwork Creative Events, uma empresa de Hong Kong, assinou no final do ano transacto um acordo com o promotor do Campeonato do Mundo FIA de Rallycross (WRX), a Rallycross Promoter GmbH, uma empresa co-propriedade da Red Bull GmbH e KW25 Beteiligungs GmbH, para ficar com os direitos do campeonato até 2025, o que permitirá ao território vizinho receber a última prova da temporada no fim de semana de 25 e 26 de Novembro, um fim de semana após o Grande Prémio de Macau. A disciplina de ralicross é uma combinação entre ralis e corridas de circuito, com corridas agressivas de curta duração disputadas com viaturas do segmento B e C. O Campeonato do Mundo utiliza viaturas totalmente elétricas na sua categoria-rainha. São carros equipados com dois motores elétricos – um em cada eixo – e potências de 500kw, o equivalente a 680cv, com um binário de 880 Nm, disponível instantaneamente, o que faz deles mais rápidos que os F1 dos 0 aos 100 km/h. A competição que tem várias classes e vai sendo disputada por mangas, realiza-se em circuitos fechados de piso misto (asfalto e terra), com 850 a 1,5 quilómetros de extensão. O calendário do mundial vai passar por três continentes – Europa, África e Ásia. Históricas pistas europeias, como Lydden Hill (Reino Unido), Mettet (Bélgica), Estering (Alemanha) e Montalegre (Portugal) estão de regresso ao mundial, assim como a popular prova na Cidade do Cabo, na África do Sul. Um mês depois, o mundial termina em Hong Kong. A Teamwork Creative Events pretende a partir de 2024 realizar dois eventos neste ponto do globo, acrescentando ao calendário uma visita ao Interior da China, mais precisamente a Xangai. Procura de local Apesar de ter garantida a data e ter já submetido o pedido para contar com o apoio do governo, a Teamwork Creative Events ainda não confirmou o local onde será realizado o evento. Para montar este “circo”, o promotor local reconhece que necessita de cinquenta mil metros quadrados de área. “O Harbourfront seria uma grande atracção tanto para os pilotos como para os fãs e a espantosa linha do horizonte pode mostrar Hong Kong como uma cidade vibrante”, disse Leslie Wong, em entrevista recente ao South China Morning Post. “Se não for possível, o Distrito Cultural de Kowloon Ocidental ou algumas áreas abertas em Penny’s Bay, em Lantau, também podem servir o propósito, mas temos de obter a aprovação do governo antes de podermos iniciar o trabalho de preparação”. Com os requerimentos da FIA e do promotor internacional, a organização de Hong Kong estima um orçamento de mais de 50 milhões de dólares de Hong Kon, algo que não poderá ser feito sem patrocínios comerciais. Sucesso de Montalegre O que Hong Kong pretende, a vila raiana de Montalegre já tem desde 2014. O Circuito Internacional de Montalegre é o palco habitual da prova portuguesa do mundial de ralicross. Para Fátima Fernandes, Presidente da Câmara de Montalegre, citada pelo portal da Câmara Municipal, “o ralicross dá muita visibilidade ao concelho, mas não só. Os hotéis e os alojamentos locais já começam a estar reservados [a prova está marcada para Agosto]. Sendo certo que Montalegre não tem capacidade para alojar todas as pessoas, toda a região vai beneficiar com esta prova.” Ao contrário de Hong Kong, Montalegre tem um circuito permanente de ralicross, que acolhe eventos nacionais “Os grandes investimentos já estão feitos. O investimento para a prova já estava equacionado no orçamento municipal. Toda a organização, em parceria com o Clube Automóvel de Vila Real (CAVR), envolve cerca de 200 a 250 mil euros”, diz a autarca.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteGP Macau | 70.º edição vai ter dois fins de semana O 70.º Grande Prémio de Macau vai ser celebrado em dois fins de semana consecutivos, a exemplo das edições do 50.º e do 60.º aniversário, confirmou o Presidente do Instituto do Desporto e Coordenador da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau, Pun Weng Kun, à margem do Torneio de Futebol de Comemoração do Ano de Coelho – Taça de Guangdong, Hong Kong e Macau 2023. Em conversa com os jornalistas locais, Pun Weng Kun salientou que Macau fará história no mês de Novembro ao organizar o Grande Prémio por um período 70 anos consecutivos. O dirigente disse estar confiante de que a Taça do Mundo de Fórmula 3 voltará ao Circuito da Guia este ano, podendo assim o evento proporcionar aos espectadores um nível ainda mais elevado de corridas, e que tinha havido um “feedback” positivo sobre outras corridas de alto nível, como a de carros de GT. Pun Weng Kun revelou também que a par do evento, cujo programa será desvendado mais tarde no ano, se realizará com uma série de carnavais e outras actividades periféricas para promover a atmosfera das corridas e permitir aos visitantes de todo o mundo desfrutar da “clássica” do Oriente. A primeira vez que o Grande Prémio de Macau foi realizado em dois fins de semana consecutivos foi há mais de meio século, em 1972, no entanto, esta não foi a primeira vez que o Circuito da Guia recebeu dois eventos no mesmo ano. Em 1969, no mês de Maio, realizou-se no circuito temporário do território a “Guia 101”, uma prova de resistência de 101 voltas totalmente independente do Grande Prémio. Quem está convidado? No último fim de semana duplo do Grande Prémio, em 2013, o programa foi dividido por seis corridas no primeiro fim de semana e por sete corridas no segundo. A Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau terá que encontrar um número semelhante de corridas para este ano, sabendo que durante a pandemia várias competições asiáticas de automóveis foram extintas ou vão reiniciar este ano. Nenhuma das Taça do Mundo pretendidas por Macau foi ainda confirmada no calendário da Federação Internacional do Automóvel (FIA), mas dado o interesse da RAEM e o fim das restrições associadas à pandemia, o órgão máximo que regula o desporto não deverá colocar entraves ao regresso há muito esperado das Taças do Mundo da FIA de Fórmula 3 e de GT em Macau. Já a Corrida da Guia, fará parte da “TCR World Tour”, uma competição que vai preencher a vaga deixada em aberto pelo fim da Taça do Mundo de Turismo da FIA – WTCR. Ainda no que respeita às provas internacionais, o Grande Prémio de Motos de Macau é praticamente um dado adquirido. Entre as competições chinesas, o Campeonato da China de GT e o Campeonato da China de Carros de Turismo (TCR Asia/CTCC) já anunciaram os calendários para este ano, assinalando a sua presença em Macau no mês de Novembro. O Campeonato da China de Fórmula 4, a competição que ocupou a vaga na prova do Grande Prémio em três anos de ausência da Fórmula 3, ainda não apresentou o seu calendário, mas às equipas fora-lhes dito que há mais um ano de contrato para correr no Circuito da Guia.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteGP | FIA decide em Fevereiro sobre a Taça do Mundo de F3 Oficialmente, o Grande Prémio de Macau de 2023 ainda não consta do calendário internacional da Federação Internacional do Automóvel (FIA). Contudo, Gian Carlo Minardi, o presidente da Comissão de Monolugares da FIA, afirma que a reputação do Grande Prémio de Macau continua intacta e a confirmação do regresso da Taça do Mundo de Fórmula 3 da FIA ao Circuito da Guia deverá acontecer no próximo mês “Existe actualmente o Campeonato de Fórmula 3 na pirâmide da FIA [cujo calendário já é conhecido], mas a Taça do Mundo está sujeita a confirmação na reunião da Comissão de Monolugares da FIA de 7 de Fevereiro”, esclareceu ao HM o presidente da Comissão de Monolugares da FIA, uma posição que no passado foi ocupada por Barry Bland, Gerhard Berger ou Michael Masi. No paddock do Campeonato de Fórmula 3 da FIA, as equipas aguardam um anúncio para breve sobre o muito ansiado regresso do Circuito da Guia no mês de Novembro. Apesar da RAEM ter ficado afastada da rota das principais competições automóveis mundiais por três anos consecutivos, o apelo do seu evento não parece ter esmorecido. “Não creio que três anos de inactividade tenham diminuído o prestígio do Grande Prémio de Macau, que foi sempre como uma final mundial da categoria”, esclarece o influente Gian Carlo Minardi, fundador da extinta Minardi, uma equipa que entrou no campeonato mundial de F1 em 1985 e que hoje, após duas trocas de proprietário, se chama Scuderia AlphaTauri. Apesar do optimismo no retorno da Taça do Mundo, Gian Carlo Minardi voltou a tocar num ponto muito importante e que em 2019 foi motivo de várias discussões, a segurança do Circuito da Guia. “Talvez o foco devesse ser a segurança e se os actuais monolugares de F3 estão ou não sobredimensionados para estes circuitos urbanos, mas isso também depende de avaliações a serem abordadas pela Comissão de Segurança de Circuitos da FIA”, referiu o italiano. Recorde-se que a introdução destes carros mais potentes na 4.ª edição da mais recente iteração da Taça do Mundo de F3 da FIA foi tudo menos consensual. Várias questões de segurança foram levantadas devido às elevadas velocidades que estes monolugares construídos pela Dallara atingem. Felizmente, a edição de 2019 correu dentro da normalidade, mas para ser aprovado, o Circuito da Guia teve que receber uma nova homologação da FIA, passando de Grau 3 para Grau 2 após algumas alterações pontuais no circuito. F4 é para os nacionais Nos últimos três anos a prova principal do Grande Prémio ficou entregue aos monolugares de Fórmula 4 do campeonato nacional chinês, mas a categoria introdutória para os jovens pilotos provenientes do karting não deverá ganhar um protagonismo muito maior no futuro. Em Outubro de 2016, a FIA registou na Direcção dos Serviços de Economia de Macau a marca “F4 World Final”, mas a visão de hoje da FIA para esta categoria de promoção é que esta esteja confinada a campeonatos nacionais ou regionais. “Hoje, a F4 é a fórmula mais propedêutica do mundo, mas penso que neste momento deve permanecer em campeonatos nacionais e não se tornar num Campeonato Mundial ou combiná-la com a Fórmula 1 [como a Fórmula 3 e Fórmula 2]. Temos a tarefa de salvaguardar, não só a segurança, mas também os custos e permitir que o maior número possível de pilotos se aproxime do nosso desporto”, concluiu Gian Carlo Minardi.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteAutomobilismo | Corridas de carros de Turismo locais vão mudar em 2023 Ao fim de quase uma década, as corridas locais de automobilismo preparam-se para entrar numa nova era. O Ano Novo Chinês trará novos carros e uma mudança de filosofia no automobilismo de Macau Vários pilotos conhecidos do automobilismo local confirmaram ao HM que foram contactados telefonicamente na última semana pela Associação Geral Automóvel Macau-China (AAMC), tendo recebido a informação que na próxima temporada as categorias Roadsport “1950cc & Acima” e “1600cc Turbo” irão ser substituídas por uma só categoria com base na Taça Toyota Gazoo Racing GR86/Subaru BRZ japonesa. Mais detalhes são esperados, desta vez por escrito, depois das festividades do Ano Novo Lunar. O Toyota GR86 e o seu gémeo Subaru BRZ são ambos escolhas populares para eventos de velocidade em pista. As duas empresas reconheceram este facto e conhecendo o seu potencial para as corridas, agora vendem um pacote concebido no Japão para este fim, como também organizam em conjunto um campeonato no país do sol nascente. Os carros são vendidos com uma gaiola (rollcage) completa com barras de intrusão lateral e um arnês de segurança de seis pontos para o condutor. Vêm igualmente equipados com um motor boxer de 2,4 litros, que permanece nos 228 cavalos de potência, com tracção às rodas traseiras através da transmissão manual de seis velocidades. O custo dos carros deverá rondar as 250 a 280 mil patacas, sendo que os pilotos aguardam mais informações para perceberem exactamente quanto terão de investir em carros novos e material para a temporada de 2023 que se espera ser de retoma para o automobilismo local após os três últimos anos de quase estagnação. Fim de uma era Com a entrada de novos carros, as categorias Roadsport “1950cc & Acima” e “1600cc Turbo” serão muito provavelmente descontinuadas. Ambas as categorias, que na edição do 69º Grande Prémio de Macau preencheram a grelha de partida da Corrida Macau Roadsport Challenge, tinham uma forte componente local. Caracterizada pelos seus Mitsubishi, Nissan e Subaru que tinham tanto de potentes como de pouco fiáveis, a Roadsport, cujas raízes remontam à década de 1990s, ganhou força em 2008 com a entrada para o programa do Grande Prémio, onde foi uma presença assídua até 2022. Por seu lado, a classe “1600cc Turbo” foi lançada em 2014 pela AAMC e pela sua congénere de Hong Kong, a HKAA. Apesar de rapidamente ter caído no desinteresse pelos pilotos de Hong Kong, manteve-se atractiva para os pilotos de Macau. O facto de esta ser uma regulamentação técnica única no mundo, obrigava os preparadores e garagistas locais a construir os seus próprios carros de corrida. Este desenvolvimento acarretava custos elevadíssimos e desequilibrava a competição em pista. Com os carros a chegarem ao fim do seu ciclo de vida, as entidades responsáveis pelo desporto da RAEM, finalmente terão encontrado uma solução para revitalizar as populares corridas de Turismo, mas resta agora saber se os pilotos vão ter a capacidade financeira para acompanhar.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteRui Valente não planeia parar e já definiu a nova temporada Os anos passam, mas a motivação não esmorece. Rui Valente já começou a alinhavar a temporada que aí se avizinha e que promete ser novamente bastante preenchida entre corridas no Interior da China e a preparação para o sempre especial Grande Prémio de Macau. O mais antigo piloto português de Macau em actividade não pensa em atirar a toalha ao chão, bem pelo contrário. “A licença desportiva já está renovada para o corrente ano”, destaca Rui Valente, acrescentando: “Gosto muito do que faço e ainda não é desta que vou pendurar o capacete”. Apesar de todas as restrições nas viagens e limitações de toda a ordem que atravessamos nos últimos três anos, Rui Valente manteve-se sempre activo do outro lado das Portas do Cerco, conjugando participações no GIC Challenge, a competição organizada pelo Circuito Internacional de Guangdong (GIC, na sigla inglesa), com a presença habitual de fim de ano no Grande Prémio de Macau. Com um orçamento que não lhe permite excessos ou extravagâncias, o regresso ao circuito dos arredores de Zhaoqing está novamente nos planos de Rui Valente para esta temporada. O piloto luso tem somado bons resultados no GIC Challenge, muitas das vezes contra uma concorrência com outros meios e equipada com viaturas mais modernas e apetrechadas. “Para as corridas de uma hora de resistência vou novamente fazer com o ‘velhinho’ Honda para manter a forma”, revelou ao HM o veterano piloto luso, fazendo referência ao seu fiável Honda Integra DC5 que já o acompanha há mais de uma dezena de anos. “É só fazer umas pequenas trocas na bomba de gasolina e está pronto a acelerar”. Mini de boa saúde Na roleta do Circuito da Guia, Rui Valente não tem sido muito feliz. Na edição do passado mês de Novembro, o piloto que competiu pela primeira vez em Macau em 1988 foi o mais rápido dos carros da classe 1600ccTurbo na qualificação para a primeira das duas corridas da Macau Roadsport Challenge. Após ter terminado no terceiro lugar na primeira corrida, Rui Valente liderava a segunda corrida confortavelmente e a tão desejada vitória estava à sua mercê. Contudo, na derradeira volta da corrida, como se um golpe de água fria se tratasse, a caixa de velocidades do seu Mini Cooper S atraiçoava-o e atirava Rui Valente para fora dos lugares cimeiros. “Quando pensava que era desta, foi quando o pior aconteceu”, contou na altura Rui Valente. “Quando o Safety-Car saiu da pista fiquei [com o carro engatado] em sexta velocidade antes do Mandarim sem poder reduzir. Fiz a volta toda em sexta velocidade sem poder fazer nada. Estava em primeiro da classe e foi um azar enorme. Não havia nada a fazer, simplesmente aceitar, as corridas são assim”. O meticulosamente bem preparado Mini Cooper S deverá apenas sofrer uma pequena revisão no defeso e o seu futuro, que mais uma vez deverá passar pelo Circuito da Guia no mês de Novembro, será decidido. “Só preciso de ver a situação da caixa de velocidades quando ele voltar para a China, de resto está pronto”, afirma o piloto-preparador. Quanto ao futuro do Mini nas pistas, tudo depende do que os órgãos decisores definirem para as corridas locais de carros de Turismo e por isso Rui Valente é prudente: “Vamos aguardar até março. Até lá já deveremos ter uma resposta da organização”.
Sérgio Fonseca DesportoGP Macau | Vencedor não sabe o que vai fazer a seguir Andy Chang Wing Chung tornou-se o terceiro piloto de Macau, depois de André Couto e Charles Leong Hon Chio, a vencer a corrida principal do Grande Prémio de Macau. Apesar do êxito na prova que se realizou pelo terceiro ano consecutivo com monolugares de Fórmula 4, o piloto de 26 anos não sabe o que vai fazer a seguir na sua carreira desportiva A vitória na prova rainha do Grande Prémio foi durante décadas um trampolim para uma carreira internacional de sucesso, mas as últimas três edições, realizadas sob as condicionantes da pandemia, não tiveram o mesmo impacto, e dificilmente terão os mesmos reflexos nas carreiras dos intervenientes como as anteriores. Se Charles Leong conseguiu “dar o salto” para as corridas de GT após o seu segundo triunfo no Circuito da Guia, Andy Chang ainda não sabe o que irá fazer a seguir. “Ainda não tenho qualquer plano”, revelou Andy Chang ao HM, pois neste momento “estou concentrado nas minhas actividades profissionais”, acrescentou o piloto que antes do fim de semana da sua vitória reconhecia que “é bastante difícil entrar na categoria GT porque o orçamento é muito superior ao dos carros F4. Contudo, ainda estou a tentar encontrar uma oportunidade de experimentar um carro de GT”. O piloto do território que deu os primeiros passos no automobilismo com apenas cinco anos, não esconde que gostaria ficar ligado ao desporto no dia em que poise definitivamente o capacete, e já começou a preparar terreno. “Planeio treinar alguns jovens pilotos no karting”, revelou o ex-piloto da equipa oficial TonyKart, “mas também espero treinar pilotos nos fórmulas”. Chaves da vitória Depois de ter conquistado o Campeonato da China de Fórmula 4 em 2021, Andy Chang não teve oportunidade de realizar qualquer corrida em 2022, o que não o impediu de triunfar no Grande Prémio de Macau de Fórmula 4. O piloto do território bateu os compatriotas Charles Leong Hon Chio de Macau e Gerrard Xie de Hong Kong, numa animada corrida que encerrou a 69.ª edição do maior evento desportivo de carácter anual da RAEM Uma combinação de factores foram a chave do sucesso numa prova que podia ter acabado muito mal, quando na Corrida 1, no sábado, o piloto que fez a “pole-position” nas duas sessões de qualificação teve um mau arranque e saiu em frente na escapatória da travagem para a Curva Lisboa. Felizmente, este episódio não teve consequências de maior e uma recuperação notável levou-o ao terceiro lugar. No domingo, Chang impôs-se aos seus adversários com uma corrida isenta de erros. “Embora tenha sido a minha primeira corrida do ano, estava familiarizado com o carro e tinha muita quilometragem na pista. Esta era a minha vantagem. Também fiz alguns treinos em Zhuhai. O carro era excelente e competitivo e a equipa trabalhou arduamente nele”, concluiu Andy Chang, que espera que esta não tenha sido a sua última corrida.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteGP Macau | Vencedor da Corrida da Guia pensa noutros voos No ano em que a Corrida da Guia celebrava o seu quinquagésimo aniversário, Filipe Souza soube tirar proveito das circunstâncias e “quebrou um enguiço” dos pilotos de Macau, tornando-se o primeiro piloto do território a vencer a mais tradicional e emblemática corrida de carros de Turismo do sudeste asiático em 2022 Para o piloto macaense, que conta com mais de duas dezenas de participações no Grande Prémio de Macau, este era um objectivo há muito ambicionado, mas acabou por ter um sabor especial, até porque foi conquistado num ano particularmente complicado para o estagnado automobilismo da RAEM e ao volante de um carro que mal conhecia. “A vitória na Corrida da Guia teve um significado muito especial para mim”, recordou Filipe Souza ao HM. “Foi muito importante, pois este é o meu terreno. Também acho que tem um significado muito especial para os pilotos e residentes de Macau, pois pela primeira vez um piloto de Macau conseguiu ganhar esta corrida.” Depois de ter vencido a corrida de sábado no programa da 69.ª edição do Grande Prémio, para a qual arrancou mal mas soube como tirar partido dos erros dos seus principais adversários, Filipe Souza manteve-se sempre na frente no decisivo embate no domingo, aguentando a pressão dos rápidos pilotos de pelos pilotos de Hong Kong Lo Sze Ho (Hyundai i30 N TCR) e Andy Yan (Honda FK7 TCR). Para além de ter ganho a Corrida da Guia, Filipe Souza conquistou também a primeira edição do TCR Asia Challenge. Novo carro cumpriu Para esta corrida, o piloto do território tripulou a mais recente versão do Audi RS 3 LMS TCR, um carro que só foi entregue ao piloto a meio do ano, em pleno pico da pandemia e das restrições em Macau. Antes do Grande Prémio, Filipe Souza teve só um pequeno contacto com a sua nova máquina num evento provido pela associação automóvel local em Zhaoqing. Contudo, o pouco conhecimento do Audi não desmoralizou o piloto lusófono que sabia que era possível vencer. “Parti para este Grande Prémio com muita confiança em mim próprio e também no meu novo carro. A experiência que ganhei nos dois últimos anos nesta corrida faziam me acreditar que era possível ganhar a Corrida da Guia desta vez”, explica Filipe Souza, que, no entanto, reconheceu que “não foi nada fácil”. Isto, porque “o novo carro é muito mais sensível comparando com o anterior”, no entanto o piloto relembra que “foi possível adaptar-me e encontrar uma boa afinação”, até porque o carro que foi eleito TCR Model of Year 2022 “é muito forte, mas para andar no limite é preciso testar muito mais do que eu testei.” Outros voos Depois de ter conquistado o seu grande objectivo nas corridas de Turismo, Filipe Souza está novamente a avaliar a possibilidade de transitar de classe e correr em carros de Grande Turismo (GT). A categoria GT4, que está em pleno crescimento neste ponto do globo, interessa ao piloto. “Neste momento já estou a planear outras possibilidades para continuar. Estou a pensar na categoria de GT4, mas ainda estou a ver qual a marca é mais conveniente e a avaliar quais são os carros mais fortes ou competitivos”, revela Filipe Souza. A esperada reabertura das fronteiras de Macau aguça o apetite do piloto de 46 anos para regressar a outros voos. Apesar de ainda ser cedo para definir a temporada de 2023, “estou a considerar fazer algumas provas internacionais, não só na Ásia, também gostaria de fazer algumas corridas na Europa”.
Sérgio Fonseca DesportoGP Macau | Jovem americano chega à F1 mas quer voltar à Guia Logan Sargeant é a mais recente esperança dos Estados Unidos da América na Fórmula 1. O piloto de 21 anos, que assinou contrato com a Williams para a próxima temporada, afirma que a sua corrida favorita foi o Grande Prémio de Macau de 2019 e por isso quer cá voltar. O norte-americano, que fazia parte da academia de jovens pilotos da Williams, foi obrigado a completar a temporada de Fórmula 2 e esperar para ser anunciado oficialmente como piloto de F1 para a próxima temporada. O quarto posto na classificação de pilotos garantiu-lhe a ultrapassagem do último obstáculo – pontos para a superlicença – na sua caminhada para a F1, caminhada essa que ficou marcada pela passagem pelo Circuito da Guia. “A corrida mais memorável da minha carreira foi em Macau em 2019. Penso que quando vais para lá, como piloto, não sabes muito bem o que te espera. Tinha feito muito trabalho de simulador, mas é muito difícil simular exactamente como quando se vai tão depressa entre aqueles muros”, recordou ao site oficial da Fórmula 2 o jovem Sargeant, o primeiro piloto norte-americano na F1 desde Alexander Rossi, em 2015, ele que vai substituir Nicholas Latifi e correr ao lado do tailandês Alex Albon. Tal como a grande maioria dos pilotos estrangeiros que passam por Macau, Sargeant não esquece a vibrante atmosfera do evento como também recorda o desafio colocado por este circuito urbano nascido de uma conversa de café de um grupo de amigos portugueses, no Hotel Riviera em 1954. Resultado inesperado Sargeant correu em Macau no ano em que os monolugares do Campeonato FIA de Fórmula 3 fizeram até agora a sua única aparição na RAEM. O piloto da Flórida era nesse ano um dos jovens promissores da competição que habitualmente segue a F1 nos fins-de-semana europeus. “O óptimo daquele fim-de-semana [em Macau] foi que não foi como um típico fim-de-semana de Grande Prémio de Fórmula 1, tivemos um pouco mais de tempo nos treinos para realmente encontrarmos os nossos pés nos chão. Eu só usei a primeira sessão de treinos para compreender a pista e para entrar num bom ritmo e na rotina. A segunda sessão de treinos foi quando comecei realmente a puxar e a encontrar o limite absoluto. Foi um pouco mais fácil do que o esperado no início”, confessou o então piloto da Carlin Buzz Racing. “Honestamente, é um daqueles fins-de-semana em que nunca se sabe o que vai acontecer. É um circuito citadino e é sempre difícil, um erro e estás na parede. Por isso, tenta-se não colocar demasiadas expectativas”, relembra o piloto que usará o nº2 na sua temporada de estreia na F1. “Penso que, em última análise, durante todo o fim-de-semana, vimos que tínhamos um ritmo muito bom e o objectivo tornou-se entrar nos cinco primeiros, um pódio foi um bónus.” Vontade de voltar Nesse ano, quando chegou a Macau, Sargeant já sabia que em 2020 iria envergar as cores da super-competitiva Prema Racing, mas não era sequer um favorito, tendo terminado a sua primeira temporada de F3 num modesto 19.º lugar. “Lembro-me que a Qualificação não me correu de feição, mas nas corridas tivemos um ritmo muito bom e fomos capazes de continuar a subir lugares. Conseguimos terminar em terceiro lugar na corrida final. Foi um grande fim-de-semana depois do que foi um 2019 difícil. Foi um fim-de-semana fantástico e que sempre quis lá voltar e fazer novamente a corrida. Infelizmente, com a COVID, ainda não o conseguimos”, realçou Sargeant que fez mais duas temporadas na F3 antes de dar o salto para a F2, dois anos em que a disciplina esteve arredada do Grande Prémio de Macau. “Olhando para trás, se tivéssemos tido uma Qualificação ligeiramente melhor do que a que tivemos, possivelmente poderíamos ter lutado pela vitória. Isso foi uma pena, mas é uma grande parte da razão pela qual quero regressar e terminar o trabalho…” São raros os casos de pilotos que passaram pela F1 e um dia regressaram ao Circuito da Guia para conduzirem monolugares. Todavia, são vários os casos de pilotos que se estrearam em Macau ao volante de monolugares, progrediram até à F1 e cá regressaram para conduzirem nas corridas de Turismos e GT. O português Tiago Monteiro é um desses exemplos de sucesso.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteGT4 | Classe está a ganhar espaço nas corridas locais Num mundo em transformação, há uma tendência a que se está a assistir no automobilismo local que passa pela aposta na compra e participação nas corridas com carros da categoria GT4, a mais baixa das categorias de Grande Turismo (GT). Durante décadas, as categorias de carros de Turismo ocuparam todo o espectro das corridas destinadas aos pilotos amadores. Contudo, com o desenvolvimento da tecnologia, e o afastamento gradual entre um carro do dia-a-dia e um carro de corrida, as viaturas das categorias GT, um dia proibitivas em termos de custos e tecnologicamente demasiado complexas, tornaram-se hoje muito mais simples e apelativas no panorama do automobilismo regional. Este fenómeno que se vem espalhando por todo o mundo, incluindo em Portugal, já se pode assistir em Macau. Só na Taça GT Grande Baía, dos dezoito concorrentes que se inscreveram com carros da classe GT4, quinze tinham licença desportiva da RAEM. Este tipo de viaturas Grande Turismo “low cost” têm um preço que ronda os 2 milhões de patacas, podendo ser encontrados exemplares no mercado em segunda mão por preços muito mais acessíveis. Com uma exigência técnica idêntica a um carro de Turismo da categoria TCR, estes GT4 são igualmente atractivos pelo facto de serem construídos por célebres marcas de superdesportivos como a Porsche, Mercedes-AMG, Audi, BMW, McLaren ou Aston Martin ou até por construtores mais pequenos como a Ginetta ou KTM. “A GT4 está definitivamente a crescer na Ásia. Mas, como também foi o caso da Europa e da América, o seu sucesso não foi imediato”, explicou ao HM o francês Benjamin Franassovici, o responsável pela Ásia da SRO Motorsport Group, a empresa europeia que criou e tem os direitos da categoria GT4 para todo o mundo. A ganhar terreno Incluídos na Taça da Grande Baía do 69.º Grande Prémio de Macau, os carros da classe GT4, por ainda não serem em número suficiente, tiveram a companhia em pista dos mais rápidos carros de GT oriundos de alguns defuntos troféus monomarca. Este “convívio” entre carros de conceitos diferentes foi tudo menos “pacifico”, mas uma cerimónia de pódio à parte para os concorrentes que participaram com carros da classe GT4 permitiu apaziguar os ânimos. “Penso que nos estávamos a aproximar de um ponto de viragem mesmo antes da COVID ter despontado”, recorda Benjamin Franassovici e “ainda estamos a sentir os efeitos disso. Mas assim que as coisas voltarem ao normal, penso que há espaço para os GT4 correrem sozinhos”. O menor custo dos carros GT4, em comparação com a categoria FIA GT3, e a sua relativa fácil manutenção têm ajudado à implementação da categoria nesta parte do globo. “Os pilotos aspirarão sempre a competir na classe superior, mas a GT4 é um importante trampolim para lá chegar. Da mesma forma, e penso que é aqui que estamos a ver mudanças de atitude, também é agora visto como uma classe digna por direito próprio.” O também responsável pelo campeonato Fanatec GT World Challenge Asia, que tem o seu escritório em Hong Kong, não esconde que “pessoalmente adoro o elemento multiclasse dentro do Fanatec GT World Challenge Asia e do campeonato britânico de GT, mas não há como negar o espectáculo das competições GT4 autónomas existentes na Europa e na América.”