Sérgio Fonseca Desporto ManchetePromotores do Interior querem regressar ao Grande Prémio em 2024 Menos de duas semanas passaram desde a conclusão do 70.º Grande Prémio de Macau, mas já os promotores dos campeonatos de automobilismo do Interior da China tentam marcar posição para a edição número 71 do maior evento desportivo de carácter anual da RAEM O Campeonato da China de Fórmula 4 lançou o seu calendário para a temporada de 2024, colocando o Grande Prémio de Macau como a sua prova de encerramento, numa clara e pública demonstração de intenções sobre um eventual regresso à RAEM no próximo ano. Após três visitas consecutivas a Macau, o Campeonato Chinês de Fórmula 4 teve este ano a sua prova de encerramento agendada para o Circuito da Guia. Porém, a Comissão Organizadora do Grande Prémio acabou por optar pelos mais modernos e seguros monolugares Tatuus F4-T421 do revitalizado Campeonato do Sudoeste Asiático de Fórmula 4. Esta “derrota” gerou uma resposta imediata por parte do promotor do campeonato chinês que foi ganho este ano pelo jovem do território, Tiago Rodrigues. No próximo ano, o Campeonato Chinês de Fórmula 4, irá finalmente introduzir um monolugar de F4 da última geração. O novo Mygale M21-F4 vai substituir o desactualizado Mygale M14-F4, visto a correr no Grande Prémio de 2020 a 2022, que estava em uso desde 2015. O promotor da única competição nacional de monolugares da China apostará num calendário de seis provas, com a primeira a ser disputada no fim de semana do regresso do Grande Prémio da China de Fórmula 1, em Xangai, e a última agendada para o circuito citadino de Macau. Também o promotor do Campeonato da China de Carros de Turismo/TCR China, já divulgou às equipas o rascunho do calendário da próxima época. O Grande Prémio de Macau é a prova de final de ano, sendo que a competição onde correu André Couto esta temporada poderá optar por colocar a prova do Circuito da Guia como extra-campeonato, ao contrário deste ano, em que serviu de palco para a decisão dos títulos de pilotos e construtores. Mais ou menos fechado Com o regresso ao formato de fim de semana único, não se esperam grandes mexidas no programa do 71.º Grande Prémio de Macau. O acordo entre as autoridades competentes de Macau e a Federação Internacional do Automóvel (FIA) contempla a presença da Taça do Mundo de Fórmula 3 da FIA e a Taça do Mundo de GT da FIA no Circuito da Guia até 2025. O TCR World Tour ainda não anunciou o seu calendário para o próximo ano, mas dado o bom relacionamento entre o WSC Group e as entidades desportivas do território, é esperado que a Corrida da Guia volte a ser o palco para a prova de fim de temporada da maior competição internacional de carros de Turismo. O Grande Prémio de Motos de Macau, um dos elementos diferenciadores do evento, continua de boa saúde e ninguém acredita que o troféu bimarca Toyota GR86-Subaru BRZ, lançado com sucesso este ano pela Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC), não tenha o seu lugar no evento do mês de Novembro. A sexta prova é com certeza a Taça de Carros de Turismo de Macau, que provavelmente regressa como a prova final do Campeonato da China de Turismo/TCR China, ao passo que uma sétima corrida no evento, mesmo num horário já por si apertado, não é teoricamente impossível, tendo tal acontecido pela última vez em 2016. Contudo, para além da Corrida de Fórmula 4, a Taça GT – Corrida da Grande Baía, é outra forte candidata caso essa “slot” seja aproveitada.
Sérgio Fonseca DesportoGrande Prémio | Electrificação dos Turismo é uma possibilidade no futuro Numa altura em que as viaturas eléctricas vão invadindo o mercado automóvel, com as marcas a apostar forte neste segmento, o desporto ainda carece de opções. O WSC Group, o detentor dos direitos do conceito TCR, esteve na linha da frente nesta área, embora a ETCR, a versão electrificada do TCR e que chegou a ser uma Taça Europeia da FIA, não tenha alcançado o mesmo sucesso e a competição tenha terminado ao fim do segundo ano. “Diferentes razões levaram ao término do acordo com o promotor do campeonato, e por isso tornou-se impossível organizar o campeonato em 2023”, explicou Marcello Lotti, o responsável máximo do WSC Group, ao HM. “Estamos a ter reuniões com os construtores e com a FIA para analisar o projecto com o objectivo de reconstruirmos o campeonato de uma forma que seja interessante para todas as partes envolvidas. O objectivo é relançar a competição de carros de Turismo eléctricos em 2025”. Com a presença oficial da Cupra e da Hyundai, e de uma equipa privada Romeos Ferrari, o modelo desportivo da ETCR nunca convenceu os fãs. Devido às limitações técnicas, que obrigavam a corridas curtas, as provas tinham um formato mais próximo do rallycross do que de corridas de velocidade, com apenas seis carros em pista ao mesmo tempo e mangas com poucas voltas. “O formato foi escolhido pelo promotor e era completamente novo”, assevera Marcello Lotti. “Pessoalmente, não tinha nada contra, e achava-o inovador. Contudo, quando a categoria for recuperada, iremos para um formato mais tradicional”. Um dos factores que certamente prejudicou a ETCR reside no facto da electrificação no automobilismo não estar a ser recebida com enorme entusiasmo pelos fãs. “Quanto aos fãs, penso que ainda estão ligados às formas clássicas do desporto automóvel, pelo que o primeiro passo é educá-los”, diz o empresário italiano, o mentor do ressurgimento das provas de carros de Turismos no final dos anos 1990s e mais tarde do WTCC. “Vai levar tempo e temos de esperar até que haja mais carros eléctricos na estrada, especialmente carros de alto desempenho, porque, por enquanto, a primeira mensagem transmitida pelos construtores é sobre a autonomia. No momento em que começarem a falar do desempenho dos seus produtos, os adeptos ficarão cientes de que os carros eléctricos têm um enorme potencial desportivo.” O Circuito da Guia nunca esteve na rota do ETCR, mas de futuro não é de excluir que a Corrida da Guia, a grande clássica das corridas de Turismo no Sudoeste Asiático possa seguir esse caminho, até porque as marcas chinesas apostam forte neste mercado. “Eu acredito que o automobilismo irá ter uma evolução, devido a esta nova tendência que as marcas estão a seguir. Claro, isto também acontecerá na China, onde o mercado automóvel está a puxar bastante em direcção da electrificação.” Em 70 anos de história, o Circuito da Guia nunca recebeu uma corrida de carros eléctricos, no entanto, em 2018, dois protótipos propulsionados pela XPT, uma subsidiária do construtor automóvel chinês NIO, realizaram voltas de exibição. Estes carros foram mais tarde utilizados no Campeonato de Carros Eléctricos da China que apenas durou uma temporada.
Sérgio Fonseca DesportoGPM | Pódios para André Couto e Tiago Rodrigues em Zhuzhou Em contagem decrescente para a 70.ª edição do Grande Prémio de Macau, no pretérito fim de semana, no Circuito Internacional de Zhuzhou, André Couto e Tiago Rodrigues, que defendem as cores da RAEM, subiram ao pódio no Campeonato TCR China e no Campeonato do Sudeste Asiático de Fórmula 4 respectivamente De regresso aos comandos do Honda Civic Type-R FL5, após ter cedido por razões comerciais o seu volante ao actor Daniel Wu na prova de Xangai, André Couto voltou a mostrar porque é uma mais valia para Dongfeng Honda Racing Team. Depois de se ter qualificado em quinto para a primeira corrida do fim de semana, o piloto do território ficou imobilizado na grelha de partida. Fazendo uma corrida de recuperação, com a pista molhada e a presença do “safety-car” em pista, Couto terminou no quinto posto. No domingo, com o sol e muito público a marcarem na pista da província de Hunan, Couto encetou outra corrida de recuperação desde o nono lugar da grelha de partida. O piloto português foi o melhor representante da Dongfeng Honda, terminando no segundo lugar, apenas atrás de Ma Qing Hua, o “ponta de lança” da equipa de fábrica da Lynk & Co. “Na Corrida 1, partindo de segundo, deixei o carro ir a baixo no arranque e caí para 14º, mas consegui regressar à 5ª posição no final da corrida. O ritmo era bom! Na Corrida 2, com a grelha de partida invertida para os dez primeiros, arranquei em 9º e terminei no pódio em 2º. Foi um bom fim de semana para mim, pois foi uma boa preparação para o GP de Macau”, sumariou André Couto nas redes sociais. Ausente desde 2018 do Grande Prémio de Macau, Couto regressa à prova que lhe é tão querida na Taça de Carros de Turismo de Macau, que será a decisiva última jornada da temporada do TCR China, campeonato que é actualmente liderado pelo irlandês Jack Young, que tripula outro dos Civic Type-R FL5 oficiais. Liderança no campeonato O primeiro classificado do campeonato chinês de Fórmula 4, Tiago Rodrigues, esteve em destaque na prova de abertura do revitalizado Campeonato do Sudeste Asiático de Fórmula 4, uma competição que usa a última geração dos monolugares Tatuus da disciplina, ao contrário da competição chinesa, que ainda utiliza os fórmulas da primeira geração. A adaptação ao novo chassis Tatuus e a uma nova equipa, a Asia Racing Team, foi rápida e Rodrigues qualificou-se na segunda linha da grelha de partida para a primeira e terceira corrida do programa. Na corrida de sábado, Rodrigues teve um mau começo, ficando parado na grelha de partida, mas uma recuperação exemplar levou-o ao terceiro lugar final. Nas duas corridas de domingo, o jovem de 16 anos somou dois segundos lugares, o que lhe permitiu sair de Zhuzhou na frente do campeonato, com um ponto de vantagem sobre Jack Beeton, o australiano que venceu o programa Ferrari Driver Academy Asia Pacific and Oceania Selection em 2022, que fez duas pole-positions e ganhou duas das três corridas. “Foi um bom fim de semana. A segunda corrida foi bastante caótica e fiz o meu melhor para evitar os incidentes, conduzindo o melhor que pude. Na terceira corrida, fiquei ligeiramente atrás em termos de ritmo do Jack Beeton. Reduzir esta diferença para Macau vai ser um desafio, mas vou dar o meu melhor”, disse Rodrigues na conferência de imprensa, citado no comunicado da sua equipa. Tiago Rodrigues fará a estreia no Circuito da Guia na Corrida de Fórmula 4 de Macau, uma prova que não conta para o Campeonato do Sudeste Asiático de Fórmula 4, mas que reúne uma grelha de partida com vários pilotos europeus, japoneses e australianos.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteGPMacau | Poucos pilotos de matriz lusófona na 70.ª edição Apesar do Grande Prémio de Macau ter um número superior de corridas e de participantes este ano, dado que as celebrações do 70.º aniversário se prolongam em dois fins de semana de corridas, o contingente de pilotos de matriz lusófona no Grande Prémio de Macau é o mais pequeno de sempre desde o início dos anos 1980 “São poucos mas bons”, mas são apenas cinco os pilotos de matriz lusófona da RAEM que irão alinhar nas onze corridas do Grande Prémio. A Taça de Carros de Turismo de Macau – China Touring Car Championship conta com a presença de André Couto e Filipe Souza, sendo que este último já afirmou publicamente que esta será a última vez que disputa o evento enquanto piloto, dado que já cumpriu o seu objectivo de vencer a Corrida da Guia. Ainda nas corridas de Turismo, Jerónimo Badaraco vai alinhar na TCR Asia Challenge, e caso termine nos oito melhores classificados ainda poderá participar no segundo fim de semana na Corrida da Guia Macau – TCR World Tour, ao passo que Rui Valente tem presença confirmada no Desafio do 70.º Aniversário do Grande Prémio de Macau, uma corrida que acolhe os carros do novo troféu bimarca Toyota/Subaru. Num ano de muitas ausências, e um pouco contra a corrente, o jovem Tiago Rodrigues, o actual líder do Campeonato da China de Fórmula 4, vai estrear-se no evento na Corrida de Fórmula 4 de Macau, a prova principal do primeiro fim de semana do evento. Ausências várias De fora ficarão muitas caras conhecidas do desporto motorizado local, principalmente pelas dificuldades em colocar projectos de pé. Junio Pereira, que se tinha estreado em 2021 nestas andanças, já tinha revelado ao HM no início do ano que dificilmente iria competir este ano. Depois de ter subido ao pódio na Corrida Macau Roadsport Challenge em 2022, Sabino Osório Lei confirmou que não conseguiu concretizar os seus planos de correr este ano, enquanto Delfim Medonça Choi também teve a mesma sorte, ele que estava apostado em correr na TCR Asia Challenge. Por motivos pessoais, Célio Alves Dias estava fora de Macau quando foram disputadas as corridas de qualificação do AAMC, e assim, ficou impossibilitado de alinhar nas provas de qualificação da Corrida Macau Roadsport Challenge. Luciano Lameiras, outro piloto que também subiu ao pódio em Macau, e o veterano Eurico de Jesus, figuras habituais do Grande Prémio, não constam das listas de inscritos publicadas na passada quarta-feira. Sem um programa desportivo definido para este ano, após a MG ter colocado em pausa o seu projecto no automobilismo, Rodolfo Ávila é outra das ausências notadas em pista na edição deste ano. Porém, o campeão do TCR China em 2021 terá um primeiro fim de semana bastante ocupado como chefe de equipa, visto que terá de liderar a formação de quatro carros da Asia Racing Team na Corrida de Fórmula 4 de Macau. Nenhum de Portugal A exemplo dos dois primeiros anos da pandemia, 2020 e 2021, não viajará nenhum piloto de Portugal para participar no evento, nem nos automóveis nem nas motas. Com oito presenças no Grande Prémio de Motos de Macau, incluindo um sétimo lugar na edição do ano passado, André Pires não foi convidado para a edição deste ano, para enorme desgosto do piloto de Vila Pouca de Aguiar. Sheridan Morais, terceiro na prova do ano, também não irá comparecer, o que colocará um ponto final a uma presença ininterrupta de pilotos portugueses na prova de motociclismo de Macau que durava desde 1986. O HM sabe do interesse de pilotos de Portugal em participar no evento, em provas de automóveis, mas a obrigatoriedade de terem de participar em provas de qualificação no Interior da China e a tardia publicação dos regulamentos das várias corridas terão arrefecido esse interesse.
Sérgio Fonseca DesportoGPM | Filipe Souza desiste da Corrida da Guia para correr no TCR China Filipe Souza tinha inicialmente planeado participar na Corrida da Guia do 70º Grande Prémio de Macau, mas o vencedor da edição transacta desta corrida mudou de ideias e não irá defender o ceptro conquistado em 2023 O único piloto de Macau a vencer a Corrida da Guia abdicou do plano de competir contra os “craques” do TCR World Tour, para tentar voltar subir novamente ao pódio no maior acontecimento desportivo da RAEM e despedir-se do automobilismo enquanto piloto. Para isso, Filipe Souza vai alinhar na corrida pontuável para o competitivo campeonato TCR China. Questionado pelo HM sobre o volte-face, Filipe Souza explicou que esta mudança de planos se deve à enorme vontade de voltar a subir ao pódio: “Eu quero mesmo ir ao pódio, e isto é porque já decidi que este ano será o meu último ano no Grande Prémio de Macau. E se consegui ir ao pódio este ano, no 70º aniversário do Grande Prémio, ainda será mais fantástico…” O piloto macaense admite que ao não competir na Corrida da Guia, que servirá de última jornada do TCR Word Tour, está a sacudir “muita pressão”, para além do “elevado custo que é participar nesta corrida”. O experiente piloto de carros de Turismo local reconhece que a diferença entre participar na Corrida da Guia ou na Taça de Carros de Turismo de Macau, corrida onde deverá ser novamente inserido o pelotão do TCR China, é um “valor superior a duzentas mil patacas”. Pesou também na decisão de Filipe Souza, o facto de “não estarem assim tantos carros na grelha”, pois a corrida só deverá contar com dezasseis pilotos internacionais, aos quais se juntarão, muito provavelmente, uma dezena de pilotos locais provenientes da corrida do TCR Asia Challenge do primeiro fim-de-semana. Esta troca de corrida não tornará a vida de Filipe Souza muito mais fácil, pois a corrida do TCR China não será muito mais fácil para o piloto do Audi RS 3 LMS TCR. Numa grelha de partida que terá mais de duas dezenas de viaturas, incluem-se uma dezena de carros apoiados por marcas. A Dongfeng Honda, a Link & Co e a Hyundai estão representadas oficialmente este ano na maior competição chinesa de carros de Turismo da actualidade e consigo trazem um naipe de pilotos muito capazes e igualmente conhecedores dos segredos do Circuito da Guia. Para enfrentar uma forte concorrência, que ficou a conhecer em primeira mão no mês de Setembro, aquando da participação na corrida de Xangai, Filipe Souza vai contar com o apoio técnico da equipa belga Comtoyou Racing, a mesma estrutura que prepara os Audi semi-oficiais de Rob Huff e Frédéric Vervisch. Parar sem desligar Já há alguns anos que Filipe Souza considerava poisar o capacete de vez, mas a decisão tinha vindo a ser adiada sucessivamente pelas mais diversas razões. Todavia, depois do feito obtido na Corrida da Guia em 2022, pouco mais haverá para Filipe Souza vencer nas pistas. “Decidi que chegou a altura, já corri muitos anos. Este ano já é o meu 21º Grande Prémio de Macau”, explicou o piloto do território. “Se este não fosse o 70º aniversário do Grande Prémio, já tinha parado de correr. Consegui vencer no ano passado e assim o meu objectivo no automobilismo, como piloto, já foi alcançado.” Apesar de colocar um ponto final numa carreira que teve início no ano 2000, Filipe Souza não se quer desligar totalmente do desporto motorizado. “Não só vou ver corridas, mas vou também ajudar os pilotos amadores e os novos pilotos que queiram entrar nas corridas de automóveis”, afirma.
Sérgio Fonseca DesportoAutomobilismo | Primeiras corridas em Zhuhai realizaram-se há 30 anos Há trinta anos, a cidade vizinha de Zhuhai, com o apoio do Hong Kong Automobile Association, avançava para a organização do primeiro grande evento de desporto motorizado de velocidade realizado na República Popular da China. Em Macau, havia muitas reticências e apreensão sobre o que poderia representar este evento, em tudo semelhante ao Grande Prémio de Macau Com a coordenação desportiva a cargo de Phil Taylor, o inglês que então também era o Director de Corrida do Grande Prémio de Macau, e com uma forte presença da associação automóvel da então colónia britânica, a prova de Zhuhai teve logo desde o arranque o “know how” que necessitava para se afirmar além-fronteiras. Contudo, ao contrário do que era temido em alguns sectores em Macau, as autoridades do Interior da China não quiseram copiar o que melhor se fazia no território sob administração portuguesa. A cidade Zhuhai tinha outras ambições que iam para além deste circuito provisório que durou apenas três edições. A Zona Económica Especial chinesa queria mais do que isso, queria receber a Fórmula 1 no Circuito Internacional de Zhuhai (ZIC). Isto, anos depois de Macau ter fechado a porta ao “Grande Circo” e ter desistido da construção de um autódromo no território. “Sempre tive o espírito aberto a essas coisas e nunca acreditei que os nossos vizinhos pudessem vir a assombrar o evento de cartaz de Macau”, recorda Carlos Barreto, o primeiro colaborador do Automóvel Clube de Macau (ACM), agora Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC), a receber a Licença Desportiva da Federação Internacional de Motociclismo (FIM) como Director de Prova e Comissário Desportivo, precisamente em 1993. Outros voos Com cem mil espectadores espalhados pelos quatro quilómetros deste circuito devidamente asfaltado para receber os 127 carros e motos que compareceram – curiosamente só dois concorrentes eram do Interior da China – o primeiro evento decorreu sem sobressaltos, permitindo que em 1994 e 1995 a prova entrasse para o calendário internacional da FIA, acolhendo o campeonato BPR GT Endurance Series. “Os organizadores, para garantirem uma assistência em massa, como foi o caso, tiveram de ser criativos. Os bilhetes davam direito a sorteio de prémios como televisões, máquinas de lavar roupa, frigoríficos, ar condicionado e outras coisas”, lembra o piloto Rui Valente, que na altura se deslocou ao outro lado das Portas do Cerco para assistir à prova, onde participou o seu amigo José Mariano da Rosa. Assim que o ZIC abriu portas, em 1996, as corridas de Zhuhai passaram para a infra-estrutura permanente localizada em Jinding. O sonho da F1 esfumou-se, mas o ZIC ficou a “casa do automobilismo chinês”, tendo durante décadas desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento dos desportos motorizados na República Popular da China. “Sempre pensei que tendo um circuito permanente em Zhuhai poderia ser benéfico para os pilotos e para os comissários desportivos e de pista”, afirma Carlos Barreto. “Para os pilotos realizarem provas com frequência, coisa que não se podia fazer em Macau (e veio a acontecer), para os comissários desportivos e de pista, o ganhar a experiência em provas a sério, depois da formação, para se sentirem mais à vontade no Grande Prémio. Nem tudo correu bem, realizaram-se provas, mas os comissários de pista raramente tiveram essa possibilidade. Contudo, era cedo para antever o que iria acontecer e havia o receio, na mente de alguns, de eles entrarem por aí e acabarem com o Grande Prémio”. Macau ficou a ganhar O desconforto que estas provas causaram no então território português ultramarino era apenas causada por uma visão limitada que ignorava as vantagens desportivas e económicas, como Mário Sin, que presidiu o ACM e ex-membro da Comissão do Grande Prémio de Macau, relembra: “Não existia uma visão global das oportunidades [que iria trazer o circuito em Zhuhai] para os pilotos locais, pois [com o circuito] iriam poder praticar mais vezes e com menores encargos”. O início das corridas em Zhuhai serviu como trampolim para outros voos para os pilotos do território. “Para provar, basta ver que os pilotos de Macau começaram a obter mais lugares no pódio em todas as categorias, depois de poderem praticar mais vezes antes do Grande Prémio de Macau”, assevera Mário Sin, acrescentando que ”os pilotos de Macau começaram ganhar aos pilotos de Hong Kong, que tinham quase o exclusivo dos lugares de pódio.” No final de contas, o saldo é hoje visto como muito positivo, pois “o Grande Prémio continua vivo e Macau tem colaboradores que desempenham funções de relevância na FIA e na FIM. O ZIC ganhou o seu espaço, com provas nacionais e internacionais, e continua aberto a ser utilizado por quem lá queira ir sentir a adrenalina da alta velocidade”, conclui Carlos Barreto, que durante muitos anos desempenhou o cargo de Director de Corrida do Grande Prémio de Motos de Macau.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteCarlos Sainz gostaria de uma corrida com os 20 pilotos da F1 em Macau O Circuito da Guia deixa uma marca inesquecível em todos os pilotos que um dia têm a possibilidade de participar no Grande Prémio de Macau. Durante o périplo asiático do mundial de Fórmula 1, Carlos Sainz surpreendeu a imprensa ao sugerir que “devíamos todos [os pilotos de F1] correr na Fórmula 3 em Macau”. Com as exigências do calendário da Fórmula 1 a serem cada vez maiores, com mais obrigações para os pilotos, dentro e fora da pista, Carlos Sainz foi questionado sobre qual a regra que mudaria na Fórmula 1 da actualidade. Em resposta à esta questão, o filho do ex-campeão do mundo de ralis sugeriu que todos os pilotos da disciplina rainha do automobilismo corressem no lendário Circuito da Guia, em Macau, em monolugares de Fórmula 3, uma vez por ano. “Esta é uma pergunta difícil”, disse Carlos Sainz, citado pelo portal Planet F1. “Tenho a certeza que há uma, mas acho que uma vez por ano, todos nós deveríamos ir a Macau e correr na F3, [ter] 20 pilotos de F1 por lá.” Depois de ter vencido a corrida da Fórmula BMW Asia, na edição de 2010, Carlos Sainz participou, por duas vezes, na corrida de Fórmula 3 no Grande Prémio de Macau, tendo obtido um sétimo lugar como o seu melhor resultado, na altura defendendo as cores da Red Bull. Apesar de nunca ter subido ao pódio, o piloto madrileno disse que gostaria de ter a oportunidade de ver os actuais vinte pilotos do mundial de Fórmula 1 a acelerarem no traçado único do Circuito da Guia. Quando questionado sobre o quão próximos os pilotos estariam se corressem num circuito como o de Macau, Carlos Sainz indicou que a singularidade da pista da RAEM poderia levar a uma diferença um pouco maior entre o actual grupo de pilotos, pois se todos tivessem de correr com os mesmos carros numa pista tradicional do calendário da Fórmula 1, o espanhol acredita que não haveria grande diferença entre os 20 pilotos do mundial. “Acho que em Macau é diferente. Em Macau pode haver mais diferenças [entre os pilotos]”, explicou Carlos Sainz, “[mas numa] pista normal, se formos todos amanhã a Barcelona, por exemplo, e fizermos uma volta de qualificação, em condições normais de piso seco, seis conjuntos de pneus macios e novos como temos sempre? Não creio que haja mais de meio segundo entre nós.” Ideia que não é nova Obviamente, por diversos motivos, a ideia de Carlos Sainz não é hoje plausível. Contudo, esta não seria a primeira vez que o Circuito da Guia acolheria numa só corrida, e em carros iguais, grandes nomes do automobilismo. Pela mão do empresário Teddy Yip, em 1968, realizou-se a “Corrida dos Gigantes”, que reuniu ex-vencedores do mundial de Fórmula 1, das 500 milhas de Indianapolis e das 24 Horas de Le Mans. Ao volante de Ford Escort iguais, nomes sonantes do automobilismo mundial Phil Hill, Mike Stirling Moss, Jack Brabham, Denis Hulme, Jacky Ickx, Bobby Unser, ou o Príncipe Bira do Sião, mediram forças no Circuito da Guia. O belga Jacky Ickx, ex-piloto da Ferrari na F1 e multi-vencedor das 24 Horas de Le Mans, venceu a corrida categoricamente. Em 1989, o entuasiasta Teddy Yip reeditou a ideia, desta vez usando os Mazda MX5 Miata versão troféu. Agora baptizada como “Corrida de Campeões”, a prova foi ganha pelo britânico Geoff Lees, o vencedor do Grande Prémio de Macau em 1979 e 1980. Na edição do 60º aniversário, em 2013, a corrida “Scirocco R China Masters Challenge” voltou a trazer-nos à memória as corridas organizadas por Teddy Yip, ao reunir vários nomes grandes do Circuito da Guia numa só grelha de partida. Duncan Huisman, piloto que venceu por quatro vezes na Corrida da Guia, triunfou nesta corrida que usou os Scirocco construídos na Volkswagen Autoeuropa em Portugal.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteGrande Prémio de Motos | Presença feminina garantida nas motos Nadieh Schoots foi uma das sensações do 54º Grande Prémio de Motos de Macau, ao tornar-se a primeira mulher a participar na prova rainha de motociclismo de estrada do Sudeste Asiático. E em 2023, a piloto neerlandesa vai regressar ao traçado sinuoso do Circuito da Guia “A minha estreia no ano passado foi, de facto, uma grande experiência de aprendizagem e, ao mesmo tempo, um pouco difícil devido a acontecimentos que se passaram na minha vida fora da esfera das corridas, o que me deixa extremamente grata pela oportunidade de regressar”, explicou a piloto de 32 anos ao HM, confirmando que em Novembro participará no maior cartaz desportivo da RAEM. Apesar da experiência em provas de estrada, a prova do território foi uma surpresa para Nadieh Schoots, pois “há coisas óbvias que distinguem o Grande Prémio de Macau, tais como, o facto de o circuito estar rodeado de barreiras protecção, de ser um evento misto de carros e motas e do circuito se situar na cidade e não no campo.” Outra curiosidade que a piloto originária dos Países Baixos encontrou foi um horário do evento diferente. “O que foi mais interessante para mim, enquanto concorrente, foi o facto dos treinos, a qualificação e a corrida serem realizados de manhã cedo para as motos. Em quase todas as corridas de estrada na Europa/Reino Unido corremos à tarde ou mesmo à noite, em Macau temos de estar prontos às 7h30 da manhã!” A piloto não tem nada contra esta tradição do evento e realça a importância que essa diferença faz na segurança dos principais intervenientes do Grande Prémio. “Compreendo perfeitamente que isto é necessário, uma vez que os carros podem derramar óleo ou danificar as barreiras de protecção, sendo esta a única forma da organização garantir que a pista se encontra segura para a nossa corrida. No entanto, é uma sensação estranha sair da cama e, quase imediatamente, vestirmos os nossos fatos de pele e colocarmos o capacete para correr entre muros.” Esta abordagem, praticamente sem igual, requererá uma preparação mais acentuada para este ano: “vou preparar mais o meu corpo e a minha mente para isto, levantando-me mais cedo para treinar nas duas últimas semanas que antecedem Macau.” Objectivo de auto-superação Depois da edição do ano passado ter sido disputada sob o espectro da pandemia, e com uma grelha de partida de apenas quinze participantes, a agora única corrida de motociclismo do Grande Prémio deverá voltar a reunir este ano os craques da especialidade, o que irá aumentar a dificuldade para a 12ª classificada da prova de 2022. “Vai ser interessante e, esperemos, mais divertido para os pilotos e espectadores que vão ter novamente uma grelha completa este ano”, destaca Nadieh Schoots, acrescentando que em termos desportivos não coloca a fasquia muito alta e acima de tudo quer superar-se a si mesma, até porque “apesar de tudo, estou orgulhosa da forma como corri no ano passado!” Para a edição número cinquenta e cinco da prova, a piloto da Yamaha R1 cor-de-rosa, a preparar pela Basomba Racing, espera “ser significativamente mais rápida, porque no ano passado não pude andar de mota, nem sequer fazer exercício físico, durante os três meses que antecederam o evento. O meu objectivo é fazer uma volta a cerca de 105 por cento dos primeiros classificados, o que, com base nos anos anteriores, me dará um tempo por volta na casa dos 2 minutos 30 segundos – 2 minutos 33…, mas não me atrevo a especular onde isso me coloca na grelha”. Para a prova do Circuito da Guia, numa homenagem sentida, Nadieh Schoots vai envergar o nº49 que habitualmente era usado pelo bom amigo e corredor espanhol Raul Torras, um grande entusiasta do Grande Prémio de Macau, que tragicamente perdeu a vida num acidente na prova da Ilha de Man no passado mês de Junho.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteGPM | André Pires não foi convidado para a prova de Motos Foi com enorme surpresa que André Pires recebeu a notícia de que não foi convidado para participar na 55.ª edição do Grande Prémio de Motos de Macau. O piloto de licença portuguesa com mais participações na prova de duas rodas do Grande Prémio de Macau era uma presença assídua na prova desde 2013 André Pires explicou ao HM que contactou a Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC), a entidade responsável pela parte desportiva do Grande Prémio, e ficou a saber que o seu nome não constava da lista de pilotos seleccionados para a prova, isto por não ter participado este ano nas corridas britânicas North West 200 e Isle of Man TT. Embora os critérios de selecção não sejam do domínio público, a participação nestas provas será um dos principais critérios de selecção. Com oito presenças no Grande Prémio de Motos de Macau, André Pires confirmou ao HM que lhe foi dito que o seu nome está na lista de reservas e que ainda poderá ser considerado caso apareça uma vaga provocada por uma desistência ou um convite rejeitado. “É com muita tristeza que recebi a notícia, depois de ter participado oito vezes no Grande Prémio de Macau e de ser o piloto de estrada com mais experiência em Portugal. Além disso, fiquei em 7.º lugar na edição de 2022, e competi no passado com pilotos de estrada experientes que vão às principais provas da especialidade”, referiu ao HM o piloto luso de 34 anos. André Pires não coloca em causa os critérios de selecção da AAMC, mas lamenta a decisão, pois “sempre fui muito apoiado e acarinhado em Macau. Acredito que a comunidade portuguesa em Macau também vai sentir a falta de um piloto português no paddock na prova de motos. Esta alteração de normas vai penalizar-me a mim e aos pilotos portugueses no futuro.” O piloto de Vila Pouca de Aguiar foi um dos quinze pilotos que aceitou participar no 69.º Grande Prémio de Macau, no ano passado, mesmo estando sujeito a uma quarentena de duas semanas, tendo terminado a corrida no 7.º lugar, o seu melhor resultado da prova. Aliás, o piloto português foi um dos poucos pilotos que esteve ao lado do AAMC quando a federação nacional da RAEM tentou, em vão, organizar o Grande Prémio de Motos em 2020 e 2021. Rude golpe O Grande Prémio de Macau nasceu em 1967, mas a primeira participação de pilotos provenientes de Portugal só aconteceu em 1986, com a presença de Joe Domingues e Pedro Baptista. Desde dessa data até aos dias de hoje, a presença lusitana nas corridas de motos tem sido praticamente ininterrupta. Mas com os critérios da agora única prova de motociclismo no programa do Grande Prémio a obrigarem a presença nas “clássicas” britânicas do “road racing” internacional, a participação dos pilotos portugueses tem-se diluído. Na pretérita semana, o Macau Daily Times adiantou a informação de que só os quatro primeiros classificados da prova de motociclismo de 2022, assim como a holandesa Nadieh Shoots, foram convidados para a edição de 2023. A confirmar-se, o experiente português nascido na África do Sul e residente no Algarve, Sheridan Morais, que foi o terceiro classificado em 2022, mas que também não participou nas supracitadas provas este ano, poderá ser o único piloto a representar Portugal na prova.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteGPM | Filipe Souza vai a Xangai preparar a defesa do título em Macau A próxima prova do Campeonato da China de Carros de Turismo/TCR China vai disputar-se no Circuito Internacional de Xangai e contará com a presença de Filipe Souza. O piloto macaense tornou-se no ano passado o piloto do território a vencer na Corrida da Guia em quarenta anos de história, troféu que vai defender novamente este ano no mês de Novembro Após o triunfo mais alto da sua carreira de mais de vinte anos nos carros de Turismo, Filipe Souza pensou em colocar para trás esta disciplina e competir nas corridas de Grande Turismo em 2023. Aliás, em Janeiro passado, quando falou a última vez com o HM, o piloto macaense estava a preparar-se para deixar a categoria TCR para se dedicar a uma nova aventura na categoria GT4. Contudo, uma chama motivou uma mudança de planos. “No início pensei fazer os GT4, porque nessa altura achava que podia fazer corridas em ambos os fins-de-semana. Porém, a nossa associação ligou-me e disse que um piloto só pode fazer uma corrida no Grande Prémio e convenceu-me a participar na corrida do TCR World Tour em Macau, pois consideram que é mais exigente fazer essa corrida e, por ser uma corrida por convite, querem ter um piloto de Macau”, explicou Filipe Souza ao HM. Com o fim da Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA – WTCR no final de 2022, devido a uma mudança de estratégia do promotor Discovery Sports Events, o WSC Group, a empresa de Marcello Lotti, que lançou o conceito TCR em 2015, apostou no TCR World Tour. Como o nome indica, trata-se de uma competição para viaturas TCR e tem um calendário que passa pela Europa, América do Sul, Austrália e Ásia, onde os participantes deste “mundial” correm juntamente com os homólogos dos campeonatos TCR locais. No Circuito da Guia não será diferente, com a dezena e meia de concorrentes do TCR World Tour a enfrentarem os melhores da especialidade da região inseridos na célebre Corrida da Guia. “Ponderei muito bem sobre esta oportunidade que não é para todos e não é assim tão fácil de aparecer”, salienta Filipe Souza que se estreou no Circuito da Guia no ano 2000. “Também esta é uma das corridas do fim de semana principal, o que é muito importante para mim, para os meus patrocinadores e para a minha carreira, até mesmo para talvez finalizar a minha carreira de corridas com uma boa imagem e uma boa memória”. Ganhar ritmo Sem disputar qualquer corrida desde Novembro de 2022, Filipe Souza não esconde que pretende ganhar ritmo nesta prova no circuito de Fórmula 1 de Xangai junto das melhores equipas e pilotos da República Popular da China. Os resultados não vão ser uma prioridade neste evento, até porque o representante da RAEM não está em discussão por nenhum título e vai ter pela frente uma forte concorrência, incluindo as equipas oficiais da Link & Co, Hyundai e Dongfeng Honda. “Esta corrida será a minha primeira corrida deste ano, por isso não estou a pensar sobre subir ao pódio ou não, mas vou fazer os possíveis para ter uma boa prova. Só fiz um teste em Zhuhai no início do ano, por isso não tenho grandes ambições. Por outro lado, estou apreensivo, porque esta corrida vai ter muitos bom pilotos por lá. Mas isso eu gosto muito, pois sempre gostei de um bom desafio”, reflecte o piloto de Macau que vai novamente conduzir o seu Audi RS 3 LMS TCR. “Esta corrida também será boa para eu ganhar um bom ritmo e também para preparar a corrida de Macau”, acrescenta. Filipe Souza não descarta fazer mais corridas após esta participação em Xangai, pois os quilómetros competitivos vão contar quando chegar a “hora da verdade”, na grande prova do final de ano. “Vou continuar com o Audi do ano passado, com o qual ganhei em Macau, mas estou a ponderar a ajuda de uma equipa da Europa, porque correr em Macau e no pelotão do TCR World Tour não é uma tarefa nada fácil. Temos que ter uma boa equipa e com experiência”, acrescenta o único piloto lusófono, por agora, confirmado nesta corrida.
Sérgio Fonseca DesportoGPM | Sudeste Asiático confirma presença em Macau Logo após o Campeonato da China de Fórmula 4 ter concluído a sua segunda visita ao circuito urbano de Pingtan, o organizador do revitalizado Campeonato do Sudeste Asiático de Fórmula 4 confirmou a presença no primeiro fim de semana do 70.º Grande Prémio de Macau Depois de três anos em que o campeonato chinês de F4 foi presença assídua no Circuito da Guia, no fim de semana de 10 e 11 de Novembro, será o pelotão do campeonato agora promovido pela empresa Top Speed Shanghai a visitar a RAEM num evento extra-campeonato que irá contar com vários pilotos internacionais. Será igualmente a estreia dos monolugares da última geração de F4 entre nós. Tatuus F4 T421 GEN2 com motor Fiat Abarth 1400cc preparado pela Autotecnica Motori, e com o seu equipamento de segurança Halo homologado pela FIA. O Grande Prémio de Macau começa com os treinos livres e as sessões de qualificação no sábado, 10 de Novembro, seguidos de uma corrida de qualificação de oito voltas e de uma corrida principal de 12 voltas no domingo, proporcionando aos pilotos uma experiência inestimável de início de carreira na pista que recebe o Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 – Taça do Mundo FIA de F3. Antes de Macau, o campeonato do Sudeste Asiático realiza a sua corrida de abertura em Outubro, no circuito permanente da cidade Zhuhai, para depois da passagem pelo território viajar até ao Circuito Internacional de Sepang, a antiga casa do Grande Prémio da Malásia, para as rondas três e quatro. Para participarem, os pilotos devem ter pelo menos 15 anos e possuir uma licença FIA Internacional C ou Nacional emitida pela respectiva associação nacional de desportos motorizados. Rumo à liderança No remodelado e agora mais curto circuito citadino da Ilha de Pingtan, o Campeonato da China de Fórmula 4, que perdeu a sua prova no Grande Prémio de Macau, realizou a sua terceira jornada da temporada de 2023. Entre os dezasseis concorrentes presentes para disputar as quatro corridas do fim de semana estiveram dois pilotos de Macau: Tiago Rodrigues e Marcus Cheong Man Hei. Na sua temporada de estreia em provas de monolugares, Tiago Rodrigues voltou a estar em plena evidência ao terminar as quatro corridas em posições do pódio, tendo inclusive vencido a segunda corrida disputada na tarde de sábado. “Eu acredito que posso vencer este campeonato”, disse o jovem piloto na conferência de imprensa da tarde de sábado, citado pela assessoria de imprensa do campeonato. À vitória e ao segundo lugar obtido na primeira corrida de sábado, o piloto treinado por Charles Leong ainda juntou dois valiosos terceiros lugares no domingo. Esta série de óptimos resultados conquistados numa pista que não conhecia, colocam Tiago Rodrigues isolado na primeira posição do campeonato chinês. Já Marcus Cheong, a realizar a sua segunda prova de monolugares, conseguiu um quinto lugar à geral como melhor resultado. O novo circuito de Chengdu Tianfu, ainda por estrear, irá receber a prova seguinte do campeonato no próximo mês. A organização do campeonato, a cargo da empresa Mitime, uma subsidiária do gigante automóvel chinês Geely, ainda não confirmou que circuito irá substituir Macau no calendário.
Sérgio Fonseca DesportoGP Macau | Estrela do showbiz de HK pode regressar à Guia O Grande Prémio de Macau e o showbiz de Hong Kong encontraram-se por diversas vezes na sua história. No pretérito fim de semana, Aaron Kwok, uma figura incontornável do espectáculo em Hong Kong, participou nas corridas que serviram de preparação para o grande evento desportivo da RAEM do mês de Novembro, realizadas no Circuito Internacional de Guangdong (GIC), dando asas à especulação sobre uma eventual participação do artista na 70.ª edição do evento Apesar de nem o “piloto” nem a equipa o terem confirmado, a verdade é que o nome de Aaron Kwok poderá muito bem aparecer na lista de inscritos do 70.º Grande Prémio de Macau numa das três corridas a serem disputadas com viaturas de Turismo da classe TCR. Dono de uma colecção de automóveis invejável, Aaron Kwok sempre foi um aficcionado e praticante de desportos motorizados, tendo competido, de forma amadora e sempre pontual, em diversas disciplinas do automobilismo, desde monolugares a carros de Grande Turismo. Na década de 1990s, Aaron Kwok fez parte dos “quatro reis celestiais” da cena “pop” de Hong Kong, dominando, com Jacky Cheung, Andy Lau, Aaron Kwok and Leon Lai, a música, a cobertura mediática, a televisão, a publicidade e o cinema em Hong Kong. Com 58 anos de idade, o “Rei dos Palcos” continua bastante activo, e todos os sábados e domingos ao longo de mês de Julho, a estrela de Hong Kong subiu ao palco Centro de Eventos do Studio City para apresentar o exuberante espectáculo “Aaron Kwok Amazing Dream Live on Stage in Macau 2023”, onde não faltaram peixes tridimensionais, naves espaciais e robótica. Esta aparição no GIC, num evento com pouquíssima exposição mediática e dimensão desportiva, não será de todo inocente, mas pode proporcionar a Aaron Kwok um regresso ao Circuito da Guia dez anos depois. Em 2013, no 60.º Grande Prémio de Macau, o então representante da Audi Hong Kong teve uma participação acidentada na Taça Audi R8 LMS, desistindo após ter dado um toque na abordagem para a Curva Lisboa numa corrida difícil disputada em piso molhado. Bom treino Apanhado pelas objectivas dos fãs a treinar no circuito dos arredores de Zhaoqing ainda no final da passada semana, a verdade é que Aaron Kwok alinhou em ambas as corridas destinadas para viaturas da classe TCR, onde participaram também cinco pilotos de Macau: Kevin Wong, Ng Kin Veng, Ho Ka Meng, Cheong Chi On e Ryan Wong. Sem qualquer experiência em competição na mais popular classe de carros de Turismo a nível mundial, ao volante de um Lynk & Co 03 TCR da Teamwork Lynk & Co Racing, com as cores da equipa oficial da marca chinesa de automóveis, Aaron Kwok foi 11º classificado na primeira corrida, para depois terminar num muito positivo quinto lugar no segundo confronto. A melhor volta de Aaron Kwok foi menos de um segundo mais lenta que o vencedor da corrida, Lo Sze Ho, em Hyundai Elantra TCR. Mais especulação A possível participação de Aaron Kwok no 70.º Grande Prémio de Macau colocou muitos fãs a especularem nas redes sociais sobre a possibilidade deo artista de Hong Kong enfrentar no Circuito da Guia outra cara conhecida do showbiz asiático: Daniel Wu. O conhecido actor de Hong Kong, nascido na Califórnia, é também um grande apaixonado dos desportos motorizados, tendo participado em diversos eventos nos Estados Unidos da América. Daniel Wu vai estrear-se em provas neste lado do globo, quando o Campeonato de Carros de Turismo da China (CTCC) / TCR China visitar a cidade de Xangai em Setembro. O astro do cinema e lutador de artes marciais vai conduzir o terceiro Honda Civic FL5 TCR da Dongfeng Honda Racing Team nesse fim de semana, que nas duas provas anteriores foi tripulado pelo piloto de Macau André Couto. A Dongfeng Honda apenas confirmou a presença de Daniel Wu para esta prova.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteGP Macau | Taça do Mundo de GT pode ter número recorde de participantes O Grande Prémio de Macau prepara-se para acolher este ano a sexta edição da Taça do Mundo de GT da FIA. Após três anos sem a atribuição do troféu, os construtores de automóveis preparam o ataque a este troféu e o co-organizador da corrida espera uma das melhores grelhas de partida de sempre Stéphane Ratel, cuja empresa SRO Motorsports Group, a pedido da Federação Internacional do Automóvel (FIA), co-organiza a Taça do Mundo de GT da FIA no Circuito da Guia, está confiante que a Taça do Mundo vai voltar a atrair um forte grupo de pilotos, marcas e equipas de ponta da especialidade ao território. O empresário e piloto amador é um grande entusiasta do Circuito da Guia e não esconde a empatia que tem pelo maior cartaz desportivo da RAEM. “O Grande Prémio de Macau é um grande evento de corridas, para mim Macau é uma das quatro ou cinco corridas de GT mais importantes do mundo”, referiu o francês numa entrevista esta semana à revista alemã Motorsport Aktuell. Ao contrário de anos anteriores, em que o acordo entre o Grande Prémio, a FIA e a SRO era assinado anualmente, e por vezes bastante tarde no ano, desta vez o contrato assinado tem a duração de três anos, o que permitirá à maior organização de corridas de carros de GT do mundo uma preparação do evento da RAEM muito mais cuidada, atempada e de acordo com os níveis exigidos para uma competição desta dimensão. “A FIA tem um contrato de três anos com o organizador e eu continuo a ser o promotor da final de GT3”, explicou Ratel à publicação germânica. “Isto significa que todos têm agora certezas sobre o planeamento, o que é muito positivo.” Números prometedores Depois de anos em que esta foi a menos concorrida corrida do programa do Grande Prémio, este ano o cenário promete ser diferente. Logo na primeira comunicação às equipas, a SRO deixou claro que “as equipas internacionais e regionais aguardavam ansiosamente a confirmação da Taça do Mundo de GT da FIA e esperamos que as candidaturas excedam a capacidade”. Para além de aceitar pilotos profissionais, a corrida estará igualmente de portas abertas para pilotos semi-profissionais e amadores. “Actualmente, existem cerca de trinta e seis carros no campeonato GT World Challenge Asia, o que significa que temos carros suficientes na região. Penso que vamos ter um grande pelotão, todos os principais construtores de GT3 inscreveram-se – parece muito positivo.” O período de pré-inscrições está aberto até ao último dia do mês de Agosto, mas a lista de inscritos final só deverá ser revelada pela FIA e pela Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau durante o mês de Outubro. Construtores apoiam Em termos de construtores, espera-se, como é habitual, uma fortíssima presença dos quatro gigantes germânicos da indústria automóvel: Audi, BMW, Mercedes-AMG e Porsche. A estes poderão juntar-se outros construtores através de equipas privadas sediadas neste ponto do globo. Devido à realização das Finais Mundiais da Lamborghini em Itália, no mesmo fim de semana, não se espera uma presença assinalável da marca de Sant’Agata Bolognese. Com o novo 911 GT3 R (992) a ser um sucesso de vendas, a Porsche Motorsport Asia-Pacific deverá contar com várias das suas equipas-cliente e alguns pilotos de fábrica, o mesmo acontecendo com a Audi Sport Asia e a Mercedes-AMG. No que respeita ao mercado asiático, a BMW, que venceu esta corrida em 2018 com o brasileiro Augusto Farfus, costuma ser a mais comedida entre os “quatro grandes”, mas Andreas Roos, o patrão da competição da marca da Baviera, está confiante num bom número de M4 GT3 à partida. “Temos bastante interesse por parte das equipas, de patrocinadores, etc”, disse na pretérita semana ao portal Sportscar365. “Estamos a organizar-nos. Penso que vamos ver alguns carros por lá. Mas quantos e como, ainda não sabemos.”
Sérgio Fonseca Desporto MancheteAutomobilismo | Corridas locais entraram numa nova era em Zhaoqing No pretérito fim-de-semana, no Circuito Internacional de Guangdong, teve início um novo capítulo do automobilismo de Macau, com a primeira prova dos novos carros de Turismo da categoria Macau Road Sport Challenge. Presente neste evento esteve Rui Valente, que voltou a estar em destaque, ainda que o resultado final não tenha sido o esperado, muito devido a uma maldade cometida por um adversário Apesar do esforço financeiro que representa a aquisição de novos carros, a verdade é que a aposta da Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) resultou em pleno, com 44 concorrentes, 16 dos quais da RAEM e os restantes do Interior da China e de Hong Kong, a inscreverem-se nesta primeira prova destinada apenas aos modelos Toyota Gazoo Racing GR86 e Subaru BRZ. Tal foi o número de participantes, que o pelotão teve ser dividido em dois. As classificações destas duas primeiras corridas, a que se somarão os resultados da próxima jornada dupla, vão seleccionar os concorrentes participantes no 70º Grande Prémio de Macau. Dado o elevado número de concorrentes, e à expectativa que apareçam ainda mais carros no próximo confronto, poderá resultar que existam duas corridas, em vez de uma só, para os Toyota Gazoo Racing GR86 e Subaru BRZ no grande evento do mês de Novembro – uma no primeiro fim de semana e outra no segundo. Nota positiva em final inglório No segundo circuito permanente da Província de Cantão assistiram-se a duas corridas altamente disputadas, com toques e alguns excessos. Rui Valente foi uma das vítimas da impetuosidade alheia. “Estragaram-me o carro todo, fui empurrado para fora da pista quando estava em segundo lugar na segunda corrida”, contou o piloto, naturalmente desapontado, ao HM. “O fim-de-semana até começou bem. Depois de uma qualificação que não foi assim tão boa, fiz o 13º melhor tempo, a primeira corrida até correu bem, pois a ideia era ficar entre os cinco primeiros e depois lutar por um lugar no pódio na corrida da tarde”, explicou Rui Valente que, como quase todos os pilotos, ainda se está a adaptar à sua nova montada. “Eu estava no terceiro lugar, na penúltima volta, e se tivesse levantado o pé, seria esse de certeza o resultado da corrida. Mas como vi que podia passar o segundo, ultrapassei. Porém, a duas curvas do fim, fui abalroado por um adversário que seguia atrás de mim.” Este acidente, perfeitamente evitável, acabou por borrar a pintura de um fim de semana que estava a ser bastante bom para Rui Valente. “Fiquei com o carro bastante danificado e muito aborrecido porque ele apenas foi penalizado em dez segundos”, referiu o piloto do Subaru BRZ nº20. Menor velocidade e maior diversão Rui Valente terminou o seu Subaru BRZ praticamente nas vésperas da prova. Um pequeno teste antes da prova deu para colocar o carro pronto para a abertura de temporada, embora o piloto saiba que ainda pode evoluir a sua nova máquina japonesa. Sendo um carro muito diferente do seu anterior Mini Cooper S, por estar muito mais próximo de um carro de série, o experiente piloto português gostou da experiência. “Este é um carro muito mais lento, mas a corrida até que é divertida”, explicou Rui Valente, piloto que se estreou no Grande Prémio de Macau em 1988. “Nas corridas tens que te empenhar e andar ao máximo do princípio ao fim, pois os carros são todos iguais e rodam à mesma velocidade. A diferença está nos décimos de segundo.” Depois das boas indicações dadas nesta corrida no circuito dos arredores da cidade de Zhaoqing, a próxima e derradeira jornada dupla da Macau Road Sport Challenge antes do Grade Prémio está agendada para o fim de semana de 19 e 20 de Agosto neste mesmo palco; curiosamente Zhaoqing significa “início auspicioso”.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteF1 | Um projecto que ambiciona uma equipa no Sudeste Asiático “Por muito que a candidatura tenha a ver com a satisfação da FIA, o que importa é garantir que o desporto oferece oportunidades ao maior número possível de pessoas no mundo para se sentirem próximas da F1, para se divertirem ou para poderem trabalhar independentemente da sua origem, nacionalidade ou educação”, explicou ao HM, Andrew Pyrah, o co-fundador deste projecto. “A educação é a chave absoluta para a LKY Sunz, acreditamos que todos nascem com níveis de talento geniais, mas nem todos têm as mesmas oportunidades. Se vive em Macau e quer trabalhar para uma equipa de F1, é correcto ter de se mudar para o outro lado do mundo para ter essa oportunidade? Não.” Para além da LKY Sunz terão sido submetidas mais cinco candidaturas às duas vagas disponíveis no mundial de F1 dentro de dois anos. Entre as conhecidas estão a Andretti Global, com apoio o gigante General Motors via Cadillac, a Hitech Global, com um forte suporte financeiro proveniente do Cazaquistão, a Formula Equal de Craig Pollock, e ainda a Rodin Carlin, a conhecida equipa britânica vencedora do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3. “Todas as equipas actuais, juntamente com a proposta da Andretti, estão a olhar para o que podem fazer pelo público e pelas comunidades no Ocidente. A LKY Sunz sabe que existe um tipo de energia, talento e cultura totalmente diferente do outro lado do mundo que merece a sua própria equipa de F1”, refere Andrew Pyrah, que está confiante “que a FIA irá reconhecer os nossos planos para a Ásia como um todo como um enorme factor positivo, juntamente com todos os outros elementos da nossa candidatura, que inclui tudo, desde a nossa abordagem técnica, os nossos planos para África e para a Ásia, até à influência na cultura do hip-hop, que é de longe a maior influência entre as gerações mais jovens. Estamos a desafiar a norma em todas as áreas.” Uma base aqui ao lado Contando com investidores deste ponto do globo, a LKY Sunz está optimista que vai conseguir algo que outros empresários da região, como Teddy Yip de Macau ou o luso descendente Tony Fernandes, sonharam, mas nunca conseguiram concretizar: uma equipa de F1 com base no Sudeste Asiático. Andrew Pyrah está consciente que “ao ter uma base fora da Europa, estamos a tornar as coisas muito difíceis para nós próprios. Mas, sejamos realistas, as questões logísticas não são razão para impedir que um continente inteiro possa fazer parte de um Campeonato do Mundo.” O sonho asiático quer ser mais do que isso, até porque “um dos meus sócios, o Benjamin Durand, tem muita experiência na criação de novas equipas a partir do zero e na conquista de campeonatos. A nossa primeira época a competir na F1 será em 2026, mas tudo estará pronto se a FIA nos der luz verde nos próximos meses. Isto significa que, enquanto construímos o nosso complexo fabril de última geração no Sudeste Asiático, o nosso primeiro carro de corridas terá de ser construído com a ajuda dos nossos parceiros na Europa.” O plano passa por “à medida que as nossas instalações forem sendo desenvolvidas no Sudeste Asiático, iremos então abandonar gradualmente as operações na Europa e mudar-nos para onde será a nossa casa – isto também dá à LKY SUNZ tempo para formar talentos locais e recrutar aqueles que já são capazes de atuar ao mais alto nível”, até porque “tudo o que não esteja relacionado com o design automóvel”, como as vendas, marketing, produção de conteúdos, “ficará imediatamente sediado no Sudeste Asiático”. Além-fronteiras Por agora, os responsáveis do projecto preferem não apontar uma localização para a sua base, mas sempre referem que, se por exemplo, “a equipa estiver sediada na Malásia, então as oportunidades não se ficarão pela Malásia”. O discurso é mais expansivo: “Temos grandes planos para levar as actividades da equipa a toda a Ásia. Este projecto é maior do que aquilo que aparenta ser agora ou do que as ligações que pode ou não ter com o desporto automóvel asiático neste momento.” Numa altura em que a F1 vive um dos seus melhores momentos comerciais, todos acreditam que uma equipa do Sudeste Asiático iria pesar em futuras decisões para recuperar Grande Prémios perdidos na região, como o da Malásia, que durou de 1999 a 2017, ou o do Vietname, que nunca se chegou a realizar devido à crise pandémica. “De um ponto de vista pessoal, gostaria que a Malásia voltasse ao calendário, pois a corrida no Circuito Internacional de Sepang era aclamada pelos fãs de todo o mundo. Adoraria igualmente ver a Tailândia no calendário ou a Indonésia. A presença da LKY Sunz e a interagir de perto com as comunidades só pode aumentar as hipóteses de mais corridas para a região”, acredita Andrew Pyrah, que terá ainda que aguardar mais umas semanas até a FIA decidir se será em 2026 que o Sudeste Asiático voltará a estar representado nas grelhas de partida do mundial de F1.
Sérgio Fonseca DesportoAutomobilismo | Piloto local vence na estreia de nova pista na China A senda dos bons resultados dos pilotos de Macau no automobilismo da República Popular da China continuou no pretérito fim de semana, com Charles Leong Hon Chio a vencer as duas primeiras corridas da temporada do Campeonato da China de GT na província de Henan. Na prova de inauguração do Autódromo Internacional de Zhengzhou – um circuito cuja construção se iniciou em 2017, esteve parado em 2018 devido às medidas contra a poluição e, finalmente, foi concluído no início deste ano – o vencedor do Grande Prémio de Macau de 2020 e 2021 foi novamente chamado pela equipa chinesa Harmony Racing para conduzir um dos Ferrari 488 GT3. Charles Leong não acusou o facto de estar parado desde Novembro do ano passado e venceu as duas corridas do programa. “Antes de mais, estou muito feliz por ter representado a equipa Harmony Racing e vencido em Zhengzhou, a base da Harmony Racing”, explicou o piloto de Macau no final da conferência de imprensa de domingo. “Do ponto de vista da condução, esta semana foi mais um treino. Estabeleci alguns objectivos para mim próprio durante as corridas e atingi-os, o que também me deixou muito feliz.” O piloto de 21 anos enalteceu a presença do muito público neste novo circuito desenhado pelo australiano Michael McDonough, naquela que foi a primeira prova do Campeonato da China de GT com espectadores nas bancadas desde 2020. O evento reuniu mais de 20,000 espectadores numa cidade que, apesar de estar estrategicamente localizada no centro da China e nas margens do Rio Amarelo, mão tem qualquer tradição no desporto motorizado.n “A competição deste fim de semana foi cheia de emoção, actividades e actuações maravilhosas, como uma grande festa de atmosfera divertida”, elogiou o jovem piloto do território que espera que este tipo de espectáculo tenham repercussão na sociedade. “Acredito que a realização destes eventos pode fazer com que mais pessoas compreendam as corridas e se apercebam do ‘fair-play’ e do extraordinário encanto das corridas”. Abrir portas Este triunfo, a exemplo do ano passado, poderá abrir portas para mais corridas com este Ferrari, no entanto, Charles Leong mantém-se cauteloso e afirma não ter ainda um programa desportivo definido para o resto da temporada, incluindo para o 70º Grande Prémio de Macau. Já o Campeonato da China de GT, que reuniu 13 concorrentes em Zhengzhou, espera ter uma prova no Circuito da Guia no mês de Novembro.
Sérgio Fonseca DesportoAutomobilismo | Couto, Rodrigues e Valente somam sucessos nas pistas Numa tradição que já vem de longe, os pilotos lusófonos da RAEM continuam a fazer-se representar muito bem além-fronteiras. Em mais um fim de semana de competições por toda a China, os resultados dificilmente poderiam ser melhores. Depois de quase três anos afastado da competição, André Couto regressou em grande estilo na visita do campeonato TCR China ao circuito de Zhejiang, que fica localizado nos arredores de Shaoxing. O agora piloto da Dongfeng Honda Racing Team subiu ao pódio na primeira corrida, ao terminar na segunda posição numa corrida onde a chuva quis ser um protagonista influente. Largando do segundo lugar, novamente com a pista molhada, Couto manteve-se sempre firme no segundo lugar até à entrada do Safety-Car, que iria permanecer em pista até ao final da corrida, rumo a um pódio merecido, apenas ficando classificado atrás de Martin Cao da Hyundai N. A segunda corrida, que teve um arranque com a grelha de partida invertida nos dez primeiros lugares, foi novamente marcada por um longo período de Safety-Car em pista. Aos comandos do novo Honda Civic FL5 TCR, modelo que fez o seu baptismo em pista na China este fim de semana, Couto viu a bandeira de xadrez na nona posição. Nas redes sociais, o piloto português escreveu estar “muito feliz com o resultado” e com o “segundo lugar na minha primeira corrida da época”, pois este resultado foi obtido “em condições muito difíceis”, onde “a aquaplanagem e a visibilidade foram um problema quando os carros rodavam muito próximos uns dos outros!”. Couto ainda agradeceu “à MacPro Racing Team, JAS Motorsport e Dongfeng Honda por prepararem um bom carro!” Hat-trick de Rodrigues em Ningbo Não muito longe do Circuito Internacional de Zhejiang, na cidade de Ningbo, outro piloto de Macau “deu cartas” durante o fim de semana. Tiago Rodrigues confirmou as boas indicações dadas na prova de abertura do Campeonato da China de Fórmula 4, disputada em Zhuhai, e somou três vitórias nas quatro corridas da competição de monolugares realizadas no fim de semana no Ningbo International Speedpark. Depois de um terceiro e um quarto lugar nas sessões de qualificação, o jovem piloto do território teve uma actuação de alto nível e venceu a primeira corrida de um fim de semana também ele marcado pela chuva. Na segunda corrida, Rodrigues subiu uma posição após o arranque e terminou no terceiro lugar. O melhor estava guardado para o domingo, com duas corridas em que Mygale-Geely n.º56 esteve magistral, vencendo categoricamente as duas corridas do dia, uma delas arrancando do 10º lugar da grelha de partida. Apesar do excelente resultado, Rodrigues disse na conferência de imprensa que “consegui três vitórias nesta prova, mas não consegui vencer todas as corridas, por isso há espaço para melhorias para mim e para a equipa.” Valente já ganha A senda de bons resultados dos pilotos lusófonos do território no Interior da China iniciou-se há duas semanas no Circuito Internacional de Guangdong. Rui Valente não perdeu a oportunidade de retirar da garagem o seu ainda competitivo Mini Cooper S e mostrar que “quem sabe nunca esquece” nestas andanças do automobilismo. Em mais um “GIC Super Track Festival”, impondo a sua experiência de mais de três décadas nestas lides, Valente não deu hipóteses à concorrência no seu agrupamento, com um triunfo incontestado numa corrida em que alinharam quarenta e dois concorrentes. “Correu bem, ganhei a corrida e a minha classe, dois troféus, trezentos litros de gasolina e 800 renmimbis de prémio monetário”, frisou com satisfação o piloto luso ao HM que continua com a mesma vontade de vencer.
Sérgio Fonseca DesportoGP | Corridas de preparação em Julho e Agosto O Circuito Internacional de Guangdong (GIC) foi novamente o palco escolhido para acolher as habitualmente apelidadas “corridas de qualificação” para o Grande Prémio de Macau, com o intuito de apurar os pilotos locais e não só. Num ano em que se implementa uma nova regulamentação técnica para as viaturas da Corrida Macau Road Sport Challenge, as duas jornadas planeadas para o circuito dos arredores da cidade de Zhaoqing revelam-se ainda mais importantes Como é por demais sabido, esta temporada a Corrida Macau Road Sport Challenge terá novos protagonistas de quatro rodas. As ex-categorias Roadsport “1950cc & Acima” e “1600cc Turbo” serão substituídas por uma só categoria com base na Taça Toyota Gazoo Racing GR86/Subaru BRZ japonesa. Neste momento, são várias as equipas e preparadores de Macau que já começaram a trabalhar nestes dois modelos nipónicos. Para além da estreia absoluta destas corridas, haverá também espaço no programa do GIC para corridas do troféu monomarca Lotus Challenge da Grande China, para carros de GT4, GT3 e TCR, e ainda uma competição para viaturas clássicas a cargo da delegação da FIVA em Hong Kong. O primeiro fim de semana está agendado para os dias 22 e 23 de Julho e a segunda prova está marcada para quatro semanas depois, no fim de semana de 19 e 20 de Agosto. As inscrições para a Corrida Macau Road Sport Challenge custam dezassete mil dólares de Hong Kong e inclui o aluguer do sistema de dados do ECU, obrigatório para todos os concorrentes. Numa edição que irá ocupar dois fins de semana consecutivos, o programa desportivo do 70º Grande Prémio de Macau ainda se encontra no “segredo dos Deuses”. Como tal, ainda é difícil compreender qual vai ser o impacto destas corridas no escalonamento dos pilotos para o grande evento desportivo da RAEM do mês de Novembro. Um dos focos de interesse será perceber como será preenchida a grelha de partida da Corrida da Guia, visto que os concorrentes do TCR World Tour, que não ultrapassam a dezena, são sempre acompanhados pelos homólogos locais nos eventos por onde correm. Uma possibilidade em cima da mesa passa por colocar os pilotos das equipas oficiais do campeonato TCR Asia/TCR China na Corrida da Guia, ao passo que os pilotos privados do mesmo campeonato disputarão uma corrida à parte junto com pilotos “convidados” de Hong Kong e Macau. Cesto cheio Após uma ausência de três anos, a Taça do Mundo de GT da FIA regressa ao Circuito da Guia este ano. Para além dos detalhes que a Federação Internacional do Automóvel deu a conhecer na pretérita semana, o HM ficou também a saber que a corrida não será exclusiva a pilotos profissionais, neste caso, pilotos categorizados pela FIA como “Platinum” ou “Gold”. Pilotos teoricamente de valor inferior, categorizados como “Bronze” ou “Silver”, também poderão participar na corrida. Com uma inscrição que é superior a noventa e cinco mil patacas por concorrente, os prémios a distribuir pelos melhores classificados irão superar este ano as seiscentas mil patacas. Apesar destes prémios monetários serem bastante elevados, em relação a outras corridas do Grande Prémio, uma participação nesta prova, com uma viatura FIA GT3, requer um orçamento superior a um milhão de patacas. As inscrições para a Taça do Mundo de GT da FIA encerram no final do mês de Agosto e a FIA compromete-se a revelar os inscritos até ao final do mês de Outubro. Nenhum construtor automóvel confirmou ainda a sua participação na prova, mas tanto a Audi como as rivais Mercedes-AMG e Porsche, têm fortes interesses na região e certamente se farão representar. A co-organização desta corrida, a cargo da experiente SRO Motorsports, acredita que é possível que o número de inscritos ultrapasse o número de inscrições disponíveis.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteGP Macau | Contrato de três anos para as Taças do Mundo A Federação Internacional do Automóvel (FIA) emitiu um comunicado esta segunda-feira a confirmar o regresso das Taças do Mundo da FIA de Fórmula 3 e GT ao Grande Prémio de Macau, ausentes do programa do maior evento desportivo do território desde 2019 Num ano em que o Grande Prémio comemora o seu 70.º aniversário, o anúncio deste esperado regresso vem no seguimento de um acordo de três anos resultante dos esforços conjuntos da FIA, da Associação Geral de Automóvel de Macau-China (AAMC) e da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau. As duas competições FIA terão lugar de 16 a 19 de Novembro, com a acção em pista a começar na quinta-feira e o formato a incluir duas sessões de treinos livres de 40 minutos e duas sessões de qualificação para a Fórmula 3, bem como duas sessões de treinos livres de 30 minutos seguidas de uma única qualificação com a mesma duração para os carros de Grande Turismo. Ambas as competições terão uma corrida de qualificação seguida de uma corrida principal para a decisão do título de vencedor destas Taças. As durações das corridas serão de 10 e 15 voltas para a F3 e de 12 e 16 voltas para os carros de GT. Tal como aconteceu de 1983 a 2019, o vencedor da prova de F3 será considerado o vencedor geral do Grande Prémio de Macau. Bem-vindos a Macau No comunicado enviado pela FIA à imprensa, Pun Weng Kun, Coordenador do Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau, disse que “a Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau sente-se honrada por continuar a receber a confiança e o apoio da FIA. Acolher a Taça do Mundo de GT da FIA e a Taça do Mundo de F3 da FIA no 70.º Grande Prémio de Macau é um testemunho do reconhecimento da FIA das nossas capacidades organizativas e irá reforçar ainda mais a posição do Grande Prémio de Macau na indústria internacional dos desportos motorizados.” O actual responsável máximo pela prova nascida em 1954, afirmou também que a organização está “ansiosa por continuar a trabalhar com a FIA na finalização dos detalhes do regresso dos eventos e queremos dar as boas-vindas aos pilotos de elite que irão competir no nosso mundialmente famoso Circuito da Guia.” FIA saúda regresso da F3 Depois da estreia em 2019, que obrigou a alterações no Circuito da Guia, para que este recebesse a homologação Grau 2 da FIA, os monolugares do Campeonato de Fórmula 3 da FIA vão voltar este ano. Nikolas Tombazis, o director das provas de monolugares da FIA, afirmou que “estamos todos muito satisfeitos por ver o regresso da Taça do Mundo de Fórmula 3 da FIA em Macau – a história de Macau e da Fórmula 3 é uma das mais famosas do desporto automóvel e o evento é, desde há muito, o ponto alto do calendário de monolugares juniores. Ao longo das décadas, muitos dos grandes nomes das corridas foram testados no Grande Prémio de Macau, uma vez que um desempenho notável no Circuito da Guia é um sinal seguro de talento e empenho.” Visto que o evento da RAEM não conta para o campeonato, este regresso dos Fórmula 3 a Macau estava dependente de um acordo com o transporte das viaturas, visto que as equipas não queriam que o regresso fosse feito por barco. “É uma notícia fantástica que a história continue com a actual geração de carros de Fórmula 3, que se estreou com sucesso nas ruas de Macau em 2019”, referiu Tombazis. “Graças ao trabalho árduo e à colaboração entre a FIA, a AAMC, o Comité Organizador do Grande Prémio de Macau e o promotor do Campeonato de Fórmula 3 da FIA, a Taça do Mundo de Fórmula 3 da FIA tem um futuro brilhante”, prevê Nikolas Tombazis. Continuidade dos GT3 Apesar do comunicado não mencionar, a co-organização da prova está a cargo, como nas anteriores edições da Taça do Mundo de GT realizadas em Macau, da empresa SRO Motorsports. A competição será aberta a viaturas FIA GT3, que desde 2008 têm sido presenças regulares no Circuito da Guia. A competição deverá estar aberta tanto aos construtores como a equipas e pilotos privados. Marek Nawarecki, Director do Departamento de Velocidade da FIA, referiu que o “volume de construtores envolvidos e os carros homologados fazem da plataforma GT3 a categoria de corridas para clientes mais bem sucedida da FIA. Por isso, é importante que tenha o seu próprio auge, sob a forma de um evento autónomo em formato ‘sprint’ que atribui um título da Taça do Mundo FIA. A importância da classe GT3 vai crescer ainda mais, por isso ter as corridas da FIA de volta às ruas de Macau é um desenvolvimento extremamente positivo para todos os envolvidos, incluindo os fãs, uma vez que este circuito sempre produziu grandes corridas.”
Sérgio Fonseca DesportoAutomobilismo | Pilotos de Macau regressam em força e em várias frentes Durante os três anos de pandemia, os pilotos de Macau ficaram praticamente confinados à participação no Grande Prémio de Macau, salvo algumas, poucas, excepções. Os efeitos da reabertura e a retoma económica são evidentes no automobilismo local nesta primeira metade do ano, com vários atletas do território a regressarem às competições internacionais Entre os pilotos lusófonos, Rui Valente retornou em força ao GIC Challenge, onde subiu ao pódio com o seu estimado MINI Cooper S, ao passo que André Couto vai regressar ao activo em breve no TCR China, competição em que vai conduzir um dos novos Honda Civic TCR da equipa oficial da Dongfeng Honda. Depois de ter triunfado na Corrida da Guia do Grande Prémio de Macau, Filipe Souza procura uma oportunidade nas corridas de GT e recentemente testou na Malásia o Lamborghini Huracan Super Trofeo, que como o nome indica é a máquina que dá corpo ao troféu monomarca do construtor de Bolonha. Ainda sem um programa desportivo definido, o piloto português Rodolfo Ávila, que tinha no mês passado realizado uma prova de Fórmula 4, participou na segunda corrida da temporada do Campeonato da China de Endurance (CEC, na sigla inglesa). No pretérito fim de semana, Ávila fez equipa com os pilotos chineses Jack Pang Changyuan, Parcen Ye Pengcheng, no Lamborghini Huracán GT3 EVO da BlackJack Racing no Ningbo International Speedpark. Depois dos seus companheiros de equipa terem realizado a qualificação e os primeiros turnos da corrida de 150 minutos, Rodolfo Ávila assumiu as rédeas do “touro”, já quando este rodava longe dos lugares cimeiros. Mesmo assim, o piloto de Macau, que já não corria num carro da categoria GT3 desde 2011, estabeleceu a segunda melhor volta da corrida, cruzando a linha de chegada no sexto lugar na geral, assegurando um impressionante terceiro lugar na classe GT3 Pro-Am para a equipa. No final da corrida, Rodolfo Ávila disse: “Ficamos muito satisfeitos por garantir um lugar no pódio da classe GT3 Pro Am. Foi uma experiência positiva e aprendemos muitas lições valiosas. Não usámos pneus novos durante a qualificação e não corremos riscos desnecessários durante a corrida. Tendo em conta que esta foi a minha primeira vez ao volante deste carro, estou confiante de que temos margem para melhorar tanto a nível de afinações como o desempenho geral.” Boa estreia de Tiago Rodrigues O Campeonato da China de Fórmula 4, que tem a sua última prova da temporada agendada para o Grande Prémio de Macau, arrancou no fim de semana de 21 e 22 de Maio, no Circuito Internacional de Zhuhai, com quatro corridas. O jovem local Tiago Rodrigues teve uma estreia auspiciosa nas corridas de monolugares, ao terminar no terceiro lugar na terceira corrida do programa. Nas restantes corridas, o piloto do território terminou na quinta posição, ocupando a quinta posição num campeonato que tem cinco jornadas este ano. Tiago Rodrigues não foi o único piloto de Macau em pista, pois Marcus Cheong Man Hei recebeu uma chamada de última hora para conduzir o Mygale M14-F4 Geely da BlackJack Racing na prova. Apesar de nunca ter conduzido este monolugar anteriormente, aceitou o desafio. Dois abandonos nas corridas de sábado não desmoralizaram o piloto local das corridas de karting, que no domingo terminou num 11º e 9º lugar. Montanha ou Europa Aceitando um convite da organização, Billy Lo viajou até Hanyin, na província de Shaanxi, para disputar a primeira prova da história do recém criado Campeonato da China de Montanha. A mixórdia enorme de carros presentes reuniu desde carros de Turismo e GT a viaturas de rali e Todo-o-Terreno, para além de vários carros do dia-a-dia. Billy Lo conduziu o seu habitual Audi R8 LMS GT3 e foi um dos mais rápidos, apesar da sua total inexperiência em rampas. Pela Malásia, o veterano Keith Vong voltou à competição, para tripular o Lamborghini Huracán Super Trofeo da Kam Lung Racing na prova de abertura de temporada do Lamborghini Super Trofeo Asia. Fazendo equipa com o contemporâneo Dr Ma Chin Min de Hong Kong, o piloto do território radicado na Austrália foi o 16º classificado nas duas corridas realizadas no circuito de Sepang. Depois de experiências pontuais no ano passado no Reino Unido, onde estudam os seus filhos, Kevin Tse está a participar este ano o Campeonato Britânico de GT a tempo inteiro. Com quatro corridas já disputadas, o piloto de Macau ocupa o 12º lugar na classificação de pilotos, ele que faz equipa com o inglês Chris Froggatt no McLaren 720S GT3 Evo da equipa Sky Tempesta Racing.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteKarting | Provas internacionais voltam ao Kartódromo de Coloane As provas internacionais de karting vão regressar este ano ao Kartódromo de Coloane após três anos de ausência. O Campeonato Open Asiático de Karting (AKOC, na sigla inglesa) tem duas provas calendarizadas para a temporada de 2023 no território A organização do AKOC anunciou, nas redes sociais, a abertura das inscrições para a primeira prova, agendada para a RAEM no fim de semana de 1 e 2 de Julho. A prova estará aberta às categorias 125 Open Junior, 125 Open Master, 125 Open Sénior, 125 Open Veteranos, Cadete e Mini ROK. Em 2022, esta mesma organização tentou colocar de pé uma prova internacional de karting em Macau, mas esta acabou cancelada devido à pandemia. Após três anos sem conseguir organizar eventos devido às restrições de viagens, aquela que foi a maior competição de karting do sudeste asiático, cuja organização tem sede na República das Filipinas, quer dar os primeiros passos rumo à reconstrução do campeonato. Por isso, para limitar os custos, o calendário neste primeiro ano “pós-COVID” vai cingir-se a apenas três eventos, dois em Macau e um na República das Filipinas, este último em data a determinar. Nenhuma das provas planeadas para Macau coincide com o calendário do Campeonato de Karting da AAMC, que este ano se está a disputar novamente no formato de seis provas. Para o preparador e ex-piloto malaio Ryan Tan, “o apetite pelo karting em toda a Ásia não esmoreceu com a pandemia. Houve um abrandamento, mas não parou”. Os campeonatos nacionais das Filipinas, Indonésia, Malásia, Singapura ou Tailândia já recuperaram, portanto, “todos os agentes da modalidade, preparadores, equipas, importadores, querem corridas internacionais, até porque os pilotos começam a pedir mais. Se a economia ajudar estou em crer que vamos atingir os números do passado”, explicou ao HM. Segunda data é em Dezembro Antes da pandemia, o Kartódromo de Coloane era um dos palcos favoritos para acolher eventos do campeonato asiático da especialidade. Inaugurada no dia 17 de Outubro de 1996, a infra-estrutura continua a ser uma das melhores equipadas no continente asiático. Para além das competições de Macau, o kartódromo desenhado pelo arquitecto Carlos Couto recebia duas provas do AKOC, a ronda de abertura e a de encerramento, sendo que esta última costumava coincidir com o Grande Prémio Internacional de Karting. Apesar do apetite de Macau por realizar grandes eventos internacionais, o futuro do Grande Prémio Internacional de Karting de Macau é uma incógnita. Aquele que já foi o maior evento de karting da região, não consta, por agora, do calendário internacional da Comissão Internacional de Karting da FIA. Porém, a segunda prova do AKOC está agendada para Macau no fim de semana de 9 e 10 de Dezembro, data que habitualmente acomodava o evento co-organizado pela Associação Geral-Automóvel Macau-China (AAMC), Instituto do Desporto (ID) e Direcção dos Serviços de Turismo (DST). O finlandês Simo Puhakka, da TonyKart, venceu o último Grande Prémio Internacional de Karting, disputado em 2019.
Sérgio Fonseca DesportoTCR China: Entra Couto, sai Ávila O campeonato TCR China/Ásia arrancou no passado fim de semana no Circuito Internacional de Xangai com trinta e dois inscritos, três equipas de fábrica e nenhum piloto de Macau. Todavia, apesar de ausentes, os pilotos de Macau voltaram a ser notícia. Uma das novas equipas oficiais esta temporada na competição de carros de Turismo mais importante da China representa a aliança Dongfeng Honda. A Dongfeng Honda Racing Team participou já na primeira prova da temporada, inscrevendo dois Honda Civic Type-R FK7 TCR, um para o britânico Jack Young e outro para chinês Martin Xie. No entanto, a equipa prevê participar com três novos Honda Civic Type-R FL5 TCR a partir da próxima prova, sendo que o terceiro carro vai ser entregue a André Couto. “Só começo [o campeonato] a andar no carro novo. Para a próxima corrida já devo correr”, confirmou André Couto ao HM. “Eu vou estar no terceiro carro da Honda e eles desta vez só prepararam dois carros do modelo antigo e por isso eu não fui”. A Dongfeng Honda Racing Team conta com o apoio da JAS Motorsport, a estrutura italiana que constrói as viaturas Honda da categoria TCR, e usa como muleta operacional a MacPro Racing, a equipa de Macau que já em 2019 defendeu as cores do construtor japonês neste mesmo campeonato. Este é um regresso de André Couto, não só as pistas, onde não compete desde o início de 2020, como também à Mac Pro Racing, equipa com que correu no Grande Prémio de Macau de 2018 e pontualmente no TCR China nesse mesmo ano. MG deve parar Com a presença das equipas oficiais da Hyundai, Honda e Link & Co, a grande ausência nesta primeira corrida da temporada em Xangai foi da equipa oficial da MG. O construtor sino-inglês foi nos últimos três anos um dos principais animadores das corridas da categoria TCR na China, tendo vencido o campeonato em 2021, com o piloto da RAEM, Rodolfo Ávila, e lutado por vitórias no Grande Prémio de Macau, com o convidado Rob Huff. Contudo, a MG XPower Racing, que tem homologado na categoria os modelos MG5 e MG6, não deverá regressar este ano à competição. “Neste momento, a informação que temos é de que não vamos correr”, explicou Rodolfo Ávila ao HM. “Apesar da indefinição, realizamos alguns testes durante o defeso, mas não devemos correr mais.” O “canto do cisne” da MG XPower Racing pode ter acontecido na pretérita semana. O piloto português foi protagonista de um violento despiste num teste privado da marca na pista de Zhuzhou. Após ter ficado sem travões no seu MG5 XPower TCR, Rodolfo Ávila teve um forte impacto contra as barreiras de protecção, felizmente sem consequências físicas para o piloto, que mesmo assim não escapou a uma noite de observação num hospital local. Porém, este acidente não estará relacionado com a decisão da MG de se afastar da competição automóvel por agora. A equipa MG XPower Racing era gerida pela Shanghai Lisheng Racing, a estrutura que é propriedade da empresa que tem os direitos comerciais do TCR para República Popular da China e que via Lisheng Sports estendeu este acordo comercial até 2028. O TCR China/Ásia tem uma prova planeada para o programa da 70ª edição do Grande Prémio de Macau.
Sérgio Fonseca DesportoGP | Associação de Pilotos prevê menos 60% de participantes locais Num ano em que as despesas vão subir, fruto dos novos regulamentos desportivos, que obrigam a um investimento considerável em nova maquinaria, os pilotos de Macau uniram-se e transmitiram as suas preocupações No passado domingo, a Associação de Pilotos de Automobilismo de Macau convocou a comunicação social para dar conta das suas preocupações, esperando que os apoios e subsídios governamentais cortados durante a pandemia sejam repostos. O Grande Prémio de Macau já se realiza há sete décadas, tendo-se tornado um evento de marca do território. A Associação de Pilotos de Automobilismo de Macau (AAMC), pela voz do ex-piloto de Fórmula 3, Li Kit Meng, pediu que o governo continue a subsidiar os pilotos das corridas locais para que estes possam competir, de modo a que a cultura das corridas possa manter-se viva no território e mais pilotos locais possam ter a oportunidade de participar no Grande Prémio. Citado pela imprensa de língua chinesa, Li Kit Meng referiu que tinha recebido notícias da Associação Geral Automóvel de Macau China de que os pilotos da RAEM não seriam subsidiados para participarem em competições fora do território esta temporada. Além disso, antes de participarem no 70.º Grande Prémio de Macau, os pilotos da casa voltarão a ser obrigados a participar em provas de qualificação a designar. Segundo dados recolhidos pela associação de pilotos, se nada mudar, prevê-se que o número de pilotos a participarem no Grande Prémio deste ano seja 60 por cento inferior ao do ano passado, o que inevitavelmente lançará uma nuvem escura sobre a promissora indústria das corridas. Recorde-se que os pilotos de Macau não receberam qualquer apoio para realizarem provas fora do território em 2022, mas foram obrigados a participar num evento promovido pela AAMC, no Circuito Internacional de Guangdong, para se qualificarem para o 69.º Grande Prémio de Macau. Esta situação foi do desagrado de muitos concorrentes, porque o evento acarretou elevados custos num ano de muito poucos patrocínios comerciais disponíveis. IDM não fecha a porta a apoios De acordo com o Jornal “Ou Mun”, o Instituto do Desporto (IDM) respondeu que deseja continuar a apoiar os pilotos locais a participarem no Grande Prémio e noutros eventos de automobilismo, se as condições o permitirem. Uma vez que o Governo concentrou os seus recursos na luta contra a epidemia nos últimos anos, todos os sectores da sociedade concordam que a afectação racional dos recursos e a realização de um bom trabalho na luta contra a epidemia fossem os principais objectivos, estando actualmente o IDM a planear o Grande Prémio deste ano. No que diz respeito à competição automóvel, se os pilotos locais cumprirem os requisitos de inscrição da competição correspondente, segundo a mesma fonte, o IDM dará as boas-vindas aos pilotos locais qualificados para participarem no Grande Prémio de Macau. O Instituto do Desporto reiterou que não há qualquer anúncio oficial de que os pilotos de Macau não serão patrocinados para competir fora do território. Entretanto, a AAMC ainda não confirmou em que datas e moldes irá organizar estas corridas de qualificação para os pilotos do território. Antes da pandemia, a vontade da associação desportiva de Macau passava por realizar estas corridas no circuito de Zhuzhou, na Província de Hunan.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteAutomobilismo | Rui Valente sobe ao pódio em Zongqing Rui Valente deu início à sua temporada desportiva com um resultado muito positivo no Festival de Corridas da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, organizado pelo Circuito Internacional de Guangdong, em Zhongqing, no passado fim de semana Desta vez o piloto da RAEM alinhou com o seu Mini Cooper S, um carro visto nos últimos anos no Grande Prémio de Macau, na prova destinada aos carros de Turismo “Open Grupo B”. Isto, porque o seu histórico Honda Integra DC5, que tantas alegrias deu ao piloto do território nas provas disputadas em Cantão, estar neste momento “a ser preparado, pois para dentro de três ou quatro semanas voltar para a China para participar em três ou quatro corridas de resistência”. Depois de ter abandonado na corrida de sábado, Rui Valente voltou à carga para vencer uma muito animada segunda corrida. O piloto português travou um duelo até à bandeira de xadrez com o Toyota 86 GT (ZN6) de Chen Bingxiong, com o piloto chinês a impor a maior potência do seu carro para triunfar numa corrida em que os dois primeiros cortaram a linha de meta separados por menos de um segundo. “Fui 1.º na classe e 2.º na geral, mas mesmo quase… Ainda andei na frente duas vezes mas não foi possível manter o meu adversário, que estava muito rápido, atrás”, explicou Rui Valente ao HM. “Nesta prova, o peso mínimo, piloto mais carro, eram 1150 kg e tivemos que colocar lastro para estarmos dentro do regulamento, o que foi uma tarefa bastante complicada, pois o Mini pesa apenas 970 kg. Nunca desejei tanto pesar de mais de 130 kg…” O Toyota partiu da pole position, assumiu a liderança e Valente manteve o segundo lugar antes dos dois carros formarem gradualmente o grupo da frente. Um procedimento do Safety-Car começou na volta 6 e terminou na volta 9. A corrida foi retomada na volta 10. Após seis voltas, o Mini nº20 e o Toyota nº1 encenaram várias cenas de ultrapassagem, umas com mais sucesso outras com menos, nas duas rectas do GIC. Rui Valente passou o seu rival antes da linha de meta na volta 10, mas o Toyota recuperou o primeiro posto antes da T1 na volta 13. Sem baixar os braços, Rui Valente ultrapassou-o novamente na T1 na volta seguinte, mas na recta da meta ainda da mesma volta, o Toyota deu a estocada final, ultrapassando o robusto Mini branco. GP é uma incógnita Com a alteração de regulamentos nas corridas de carros de Turismo locais, que deixa de fora, por agora, as viaturas das classes Roadsport e 1600cc Turbo, incluindo o Mini Cooper S, Rui Valente ainda não sabe como irá materializar a sua participação no 70.º Grande Prémio de Macau. O veterano piloto português não esconde que deseja voltar ao Circuito da Guia no mês de Novembro, mas por agora não tem “nada definido” para o evento, estando a avaliar diversas possibilidades. O programa de corridas do 70º. Grande Prémio de Macau ainda está por confirmar, assim como as tradicionais corridas de qualificação organizadas pela Associação Geral Automóvel de Macau – China (AAMC).