Andy Chang sagrou-se campeão chinês de Fórmula 4 aos 25 anos

Depois de cinco anos praticamente ausente das lides, o sucesso obtido “fora de época” do novel campeão chinês de Fórmula 4, Andy Chang Wing Chung, abriu-lhe o apetite para continuar no automobilismo e hoje o piloto do território não “fecha a porta” à possibilidade de dar o salto para outras categorias do desporto motorizado.

Andy Chang deu os primeiros passos no desporto com apenas cinco anos de idade no Kartódromo de Coloane. Após uma carreira promissora no karting, Andy Chang era visto como o próximo grande talento do automobilismo de Macau depois dos portugueses André Couto e Rodolfo Ávila. No final de 2013, Andy Chang subiu aos monologares, para em 2014 completar a primeira temporada a tempo inteiro no Campeonato Britânico de Fórmula 3, terminando no sexto lugar.

Tal como os seus antecessores, quando chegou a altura de ir mais além, Andy Chang esbarrou com a normal dificuldade em arranjar apoios no território para correr num campeonato de topo. Ao fim de duas passagens incompletas pelo Campeonato de Fórmula 3 da FIA e ter realizado o Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 por três ocasiões, no final de 2016, Andy Chang pendurou o capacete.

Quatro anos depois, em 2020, surgiu a possibilidade de regressar ao Grande Prémio pela porta do Campeonato da China de Fórmula 4. Em 2020, Andy Chang voltou a pegar nas luvas e a vestir o fato, para terminar em segundo, apenas atrás de Charles Leong. Em 2021, surgiu a oportunidade de realizar as três provas do único campeonato chinês de monolugares e Andy Chang agarrou o desafio com uma nova motivação. Problemas técnicos não o permitiram lutar pela vitória no Grande Prémio, mas os bons resultados obtidos em Zhuhai e Ningbo permitiram-lhe fazer a festa no final.

“Estou muito contente por ter obtido o meu primeiro título num campeonato de fórmulas”, contou Andy Chang ao HM. “Considero isto como o primeiro objectivo alcançado na minha carreira, especialmente porque foi um título conquistado pouco depois do meu regresso às corridas, após quatro ou cinco anos de paragem”.

Para se sagrar campeão, bastou-lhe uma vitória em dez corridas. Com 254 pontos conquistados ao longo da mini-temporada, o piloto do território terminou com 120 pontos à frente do segundo classificado, Ryan Zexuan Liu, que optou por não correr no Grande Prémio de Macau, e com 129 pontos de avanço sobre Li Sicheng, o terceiro classificado pelo segundo ano consecutivo na prova de Fórmula 4 do Circuito da Guia.

Ir mais além

Este título encoraja Andy Chang a manter-se novamente activo no desporto motorizado e, se conseguir reunir apoios, talvez alinhar em mais corridas ao longo da temporada. “Esta vitória no campeonato dá-me definitivamente motivação para continuar no automobilismo”, reconheceu o piloto da RAEM que ao mais alto nível competiu em karting na Europa.

Andy Chang não esconde que gostaria de experimentar um carro de GT e continuar a competir nesta categoria. “Os carros de GT são muito mais semelhantes aos monolugares, ambos têm tracção traseira. A minha preferência seria conduzir carros de GT no futuro próximo. Contudo, não excluo a possibilidade de vir a guiar carros de Turismo se diferentes oportunidades aparecerem no futuro”.

O piloto de 25 anos juntou-se a Charles Leong (F4 China e Fórmula Renault Ásia), Diana Rosário (Fórmula Campus Ford) e a Rodolfo Ávila (Fórmula Renault China e Ásia), como únicos os pilotos da história da RAEM que conquistaram títulos em disciplinas de monolugares.

4 Jan 2022

Automobilismo | Rui Valente encerra a temporada como começou: no pódio

Rui Valente foi o primeiro piloto da RAEM a iniciar a sua temporada desportiva em 2021 e foi também o último a concluí-la, com a participação no fim-de-semana de 18 e 19 de Dezembro na prova final do “GIC Challenge”, a competição de carros de Turismo organizada pelo Circuito Internacional de Guangdong.

O veterano piloto do território encerrou a temporada, como começou: no pódio. Numa corrida que contou com trinta e dois concorrentes à partida, Rui Valente terminou na oitava posição da geral, mas garantiu o 2º lugar da classe C2 com o seu Honda Integra, onde desta vez teve pela frente nove oponentes.

Este foi o resultado possível, pois o piloto português foi obrigado a realizar todo o fim-de-semana com pneus usados, dada a indisponibilidade para a comercialização das “borrachas” da marca Yokohama neste final de ano. “Não deu para mais”, admitiu Rui Valente ao HM.

“Não consegui comprar pneus para a corrida. Fiz a qualificação nos mínimos, larguei em último. Fiz a corrida sozinho, com duas passagens pelas boxes. Terminei no 6º da geral, mas depois descemos para o 8º lugar devido a uma penalização, por alegadamente ter desrespeitado uma bandeira amarela. Mesmo assim, fui o 2º classificado da minha classe.” A correr desde 1988, Rui Valente não planeia abrandar. “Para o ano há mais”, destaca. Quanto ao Honda que o tem acompanhado na última década, este deverá novamente regressar às pistas em 2022.

Mãos à obra

Um mês após o 68º Grande Prémio de Macau, Rui Valente já prepara a 69ª edição do maior evento de automobilismo do território. O Mini Cooper S, que ficou bastante danificado após o aparatoso acidente na Taça de Carros de Turismo de Macau em que Rui Valente foi quinto classificado, vai ganhar uma nova vida com a chegada de um novo chassis. Apesar das dúvidas sobre a continuidade dos actuais regulamentos das corridas locais no próximo ano, Rui Valente já colocou mãos à obra, como próprio não esconde: “não tenho muitas hipóteses de conseguir reparar o carro se ficar a aguardar por uma informação oficial sobre o assunto.

Uma série de outros pilotos que estão na mesma posição que eu começaram a arranjar, por isso não me posso dar ao luxo de ficar à espera sem tomar qualquer decisão”. Existirá por parte das entidades decisoras a vontade de colocar um ponto final nas actuais categorias 1600cc Turbo e 1950cc e Acima (Road Sport) nas corridas de apoio de carros de Turismo locais já no próximo ano, a favor da maior prevalência da categoria internacional TCR.

No entanto, Rui Valente está optimista que tal não acontecerá já em 2022, até porque “da forma como se tem desenvolvido a pandemia é de esperar mais um Grande Prémio como os últimos dois”.

30 Dez 2021

Automobilismo | Estreante Junio Pereira já só pensa no regresso ao GP

O piloto macaense Junio Pereira deu muito boa conta de si na estreia no Circuito da Guia na 68ª edição do Grande Prémio de Macau e está ansioso para voltar ao palco de todas as emoções no próximo ano.

Com apenas quatro corridas de automobilismo no currículo, todas disputadas este ano no Circuito Internacional de Guangdong (GIC), ao volante de um Honda Fit 1.5, para cumprir os requisitos necessários para obter a licença desportiva de forma a participar na Taça de Carros de Turismo de Macau, Junio Pereira não se intimidou na sua estreia de fogo no Grande Prémio.

“Sinto que ganhei bastante experiência e agora que o fiz [o Grande Prémio] uma vez, estou mortinho por repetir no próximo ano”, afirmou Junio Pereira ao HM. “Com a esperança de que seja com um carro que aguente todo o Grande Prémio”, acrescentou.

Para o piloto, cuja experiência anterior não foi o karting ou qualquer outra disciplina do automobilismo tradicional, mas sim as corridas virtuais, onde é uma das referências do “sim racing” de Macau, esta primeira aparição no circuito citadino da RAEM revestiu-se de algumas inesperadas peripécias.

“Para ser honesto, tive bastante má sorte. O meu motor morreu durante a sessão de qualificação. Portanto, tive de ir à procura de um motor. Perdi a sessão de aquecimento de sábado de manhã, mas consegui ter o carro a funcionar outra vez para a primeira corrida. Arranquei das boxes para a primeira corrida e recuperei quinze lugares”, recordou o piloto do Ford Fiesta ST nº46 da SLM Racing Team. Mas os infortúnios não se ficaram por aqui.

“Era suposto começar a segunda corrida da 15ª posição, mas por alguma razão estranha, o meu carro parou logo após a Curva do Mandarim durante a volta de formação. Consegui que o carro pegasse novamente, mas já todos me tinha ultrapassado nessa altura, portanto comecei a segunda corrida de trigésimo outra vez”, relembrou o piloto do território. “Recuperei até ao 13º lugar antes do enorme acidente. Depois da corrida recebi uma penalização de trinta segundos por ultrapassar em bandeiras amarelas, que me colocou em 26º”.

Ainda recapitulando o fim-de-semana, Junio Pereira confessa “que não esperava tantos problemas no carro, mas suponho que isto faz parte das corridas… Porém, penso que tive sorte porque o meu carro parou na segunda corrida e colocou-me no 30º lugar. Caso contrário, acho que estaria muito próximo do grupo que bateu”.

Futuro ainda é uma incógnita

Semanas depois da sua estreia no Circuito da Guia, Junio Pereira ainda não sabe o que fará, no que respeita ao automobilismo, na próxima temporada, mas espera regressar ao maior palco da modalidade no Sudeste Asiático.

“Ainda não tenho a certeza”, disse o piloto de 33 anos. “Talvez na mesma categoria, conduzindo o Fiesta novamente”, acredita, sem antes dizer que “não está nada confirmado ainda”.

Os planos de Junio Pereira, e de muitos outros pilotos, poderão sofrer uma volta de 180ºC, caso as entidades decisoras deliberarem a abolição das categorias 1600cc Turbo e 1950cc e Acima (Road Sport) nas corridas de apoio de carros de Turismo já no próximo ano, a favor de uma maior prevalência da categoria internacional TCR. “Já ouvi sobre isso. E se tal acontecer, penso que será um pouco mais difícil correr no Grande Prémio de Macau para os locais”.

17 Dez 2021

GP Macau | Intervenientes gostariam que a F4 continuasse no programa

Com uma grelha de partida reduzida e uma competitividade aquém do desejado, a corrida de Fórmula 4 do Grande Prémio de Macau voltou a não convencer. Contudo, alguns dos intervenientes acreditam que esta corrida deveria ser mantida no programa, mesmo quando acontecer o regresso há muito esperado da Fórmula 3.

Charles Leong Hon Chio, o vencedor das duas corridas de Fórmula 4 no Circuito da Guia e que está a considerar investir mais tempo e esforço no agenciamento de jovens pilotos locais nos próximos anos, acredita que o primeiro degrau da pirâmide de monolugares da FIA “merece mesmo assim estar no Grande Prémio. Até pode ser como corrida de suporte”.

Tal como aconteceu no passado com a Fórmula Campus, Fórmula Renault, Fórmula BMW e Fórmula Master Series, o piloto de 20 anos vê a categoria de Fórmula 4 com potencial para “dar mais oportunidades aos jovens pilotos locais e estrangeiros para aprenderem a pista”, pois este é um circuito impossível de treinar presencialmente com antecedência. Esta seria uma forma para os pilotos “se prepararem para o próximo passo no Grande Prémio, a Fórmula 3”.

Andy Chang Wing Chung, o segundo classificado nas duas visitas do Campeonato Chinês de Fórmula 4 ao Circuito da Guia, partilha da mesma opinião do seu compatriota. “Na minha opinião, acho que podem manter a corrida de Fórmula 4. Qualquer piloto, independentemente da proveniência, pode assim guiar neste circuito antes de entrar no campeonato de Fórmula 3 da FIA”, diz o piloto de 25 da RAEM que chegou a fazer duas temporadas na Europa.

“Para os jovens locais esta é uma possibilidade para conduzirem um monolugar no Grande Prémio, pois a Fórmula 3 é muito cara e obriga a competir na Europa. Na verdade, se quiseres correr de Fórmula 3 tens que viver na Europa para treinares e testares.”

Como um dos participantes foi chumbado nas verificações administrativas, a prova deste ano reuniu apenas dezasseis concorrentes. Desde a 27.ª edição do Grande Prémio, em 1980, que não havia uma grelha de partida tão reduzida. Para agravar, a competitividade do pelotão esteve a anos luz do desejado, com a diferença na qualificação entre a melhor volta do primeiro, Charles Leong, e a do último, James Wong, a ser de uns monstruosos vinte e dois segundos.

Andy Chang é o campeão 2021

No pretérito fim de semana, no circuito de Ningbo, realizou-se a última prova da temporada da Fórmula 4 chinesa que sagrou Andy Chang como campeão chinês de Fórmula 4. Ao piloto do território bastou a vitória na primeira das quatro corridas para conquistar o seu primeiro título na disciplina, o segundo obtido por um piloto da RAEM.

Já Charles Leong não marcou presença na prova de Ningbo, até porque apesar dos bons resultados obtidos em Macau e em Zhuhai, não podia marcar pontos para o campeonato. A Federação Internacional do Automóvel (FIA) autoriza a participação de anteriores campeões de F4 em provas da categoria, mas não permite que estes pontuem para o campeonato.

7 Dez 2021

WTCR volta a colocar o GP Macau no calendário de 2022

A Eurosport Events, a empresa que tem os direitos de promoção da Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA – WTCR, divulgou no final da pretérita sexta-feira um calendário provisório de dez provas para a próxima temporada, sendo que o Grande Prémio de Macau é a última jornada dupla de 18 a 20 de Novembro de 2022.

O Grande Prémio de Macau acolheu a caravana do mundial de carros de Turismo em 2018 e 2019 e fez parte dos calendários provisórios das temporadas de 2020 e 2021, antes dos cancelamentos pelas razões por demais conhecidas. Como “gato escaldado de água fria tem medo”, a organização da FIA WTCR tem já um calendário alternativo para aprovação do Conselho Mundial da FIA caso a viagem de Outono ao continente asiático seja abortada pela terceira vez consecutiva.

“Mais uma vez, todos os esforços estão a ser feitos para um regresso à China (Ningbo) e a Macau, após a nossa primeira visita à Coreia do Sul planeada para o Outono”, disse François Ribeiro, o responsável máximo da Discovery Sports Events, em comunicado. “Contudo, como anteriormente, isto só será possível se as restrições nas viagens e regimes de quarentena o permitirem. Porém, um plano de contingência está pronto caso tenhamos que esperar mais um ano antes de regressar a esta importante parte do mundo”.

Com uma forte presença de marcas asiáticas no seu campeonato – Lynk & Co, Honda e Hyundai – a FIA WTCR está praticamente obrigada a tentar regressar ao continente asiático ano após ano. Isto, para além do facto da organização de matriz francesa ter de apresentar todos os anos um calendário com mais de dois continentes caso queira conservar o estatuto que tem de Taça do Mundo.

Outras pistas

Além de Macau, o calendário de 2022 da FIA WTCR promete mais duas corridas em circuitos citadinos; uma no histórico Circuit de Pau-Ville em França e outra na cidade de Vila Real, em Portugal. O município português espera conseguir realizar o seu evento no primeiro fim de semana de Julho, após dois anos em que a pandemia roubou o maior evento desportivo da vibrante cidade transmontana.

O comunicado de imprensa da FIA WTCR acrescenta também que uma série de mudanças nos regulamentos desportivos para a temporada de 2022 também foram aprovadas pela Comissão de Carros de Turismo da FIA, não revelando quais, apenas que estão sujeitas a ratificação no Conselho Mundial da FIA em Dezembro.

1 Dez 2021

Dia inglório para Souza

Filipe Souza tinha razões para estar desgostoso no final do dia. O piloto de Macau viu novamente fugir-lhe um lugar no pódio. Depois de ter obtido um brilhante segundo lugar na qualificação, na corrida de sábado, o piloto do Audi RS 3 LMS TCR caiu para sexto no arranque, recuperando duas posições até ao final da corrida de oito voltas para garantir a quarta posição na grelha de partida para a corrida decisiva de ontem. Porém, rapidamente todo o esforço se esfumou.

“O sistema de luzes não é igual às provas internacionais, o ritmo aqui é diferente”, explicou Souza ao HM. “As luzes têm um ritmo diferente de acender e apagar. Por isso, falhei o arranque e recebi um ‘Drive Through. Foi azar.”

Apesar de reconhecer o erro, Souza também aponta o dedo à direcção da corrida pelo que sucedeu a seguir. “Eu reparei que tinha o ‘Drive Through’, mas eles também falharam. Primeiro mostraram-me o aviso com o número nº26, o meu número, e depois mostram-me com o nº27. Fiquei na dúvida se seria o meu número ou não, e se não era um erro. Por isso, não entrei nas boxes imediatamente e ao dar mais uma volta recebi logo a bandeira preta. Não dava para entrar nas boxes”, esclareceu o piloto do território.

“Eu disse à organização que tinha visto dois números diferentes, mas sabia que tinha feito uma falsa partida. Só que a ver uma bandeira com um número diferente, pensei que tinham errado. Esperei que me mostrassem o número correcto mais uma vez, só que em vez disso, mostraram-me a bandeira preta. Acho que falharam um bocado. Complicaram as coisas. Mas não sei… Foi um azar”, disse o conformado experiente piloto da RAEM.

Num fim de semana em que voltou novamente a rodar na parte da frente da corrida, Souza acredita que teria sido possível terminar nos três primeiros classificados: “Eu estava com um ritmo bom e se não fosse o ‘Drive Through’ teria passado os dois carros que estavam à minha frente e tinha ido ao pódio. Tinha reparado que eles estavam com problemas de pneus e acabaram por rebentar. O carro estava bom, bem afinado. Estava com boas sensações e a lutar com pilotos de fábrica. Nunca poderia competir contra eles, porque eles têm apoios muito melhores. Para o ano ainda não sei o que vou fazer, vou parar e ver.”

22 Nov 2021

Pneus decidem vencedor da 50.ª Corrida da Guia

Jason Zhang Zhi Qiang venceu a 50.ª edição da Corrida da Guia, obtendo o seu segundo triunfo consecutivo na prova e o terceiro da marca chinesa de automóveis Lynk & Co. A equipa oficial do construtor automóvel do grupo Geely Auto confirmou o seu favoritismo, mas o que parecia um triunfo fácil acabou por se tornar uma vitória à tangente. Quanto aos pilotos do território, continua a manter-se a tradição de meio século sem pilotos locais no pódio.

Com o título do campeonato TCR Ásia também em jogo, Ma Qing Hua venceu a corrida de 8 voltas de sábado e colocou-se na pole-position para corrida de ontem, tendo ao seu lado Jason Zhang. Para este último, o segundo lugar atrás do seu companheiro de equipa era o suficiente para ir para casa com o título no bolso. Todavia, logo nos primeiros metros da prova ficou perceptível que esta não ia ser uma corrida aborrecida.

Inesperadamente, Sunny Wong, no terceiro Lynk & Co 03 TCR oficial, intrometeu-se entre os dois pilotos que discutiam o título. Depois, Lo Sze Ho, que guiava aqui pela primeira vez um Hyundai i30 N TCR, juntou-se ao grupo, mostrando que era capaz de, também ele, ter uma palavra a dizer na luta por um lugar no pódio. Acrescentando uma pressão suplementar aos favoritos, Filipe Souza seguia imediatamente atrás, a aguardar um erro de algum dos seus adversários.

Na primeira metade da prova, Ma, Zhang e Wong trocaram diversas vezes de posições, com Ma a subir a primeiro, seguido de Zhang e Wong. Entretanto, Filipe Souza desaparecia. O melhor dos pilotos de Macau recebeu uma penalização de “Drive Through” por alegada falsa partida, mas, como não a cumpriu ao fim de duas voltas, mostraram-lhe a bandeira preta e foi desclassificado.

 

 

Para todos os gostos

O construtor de pneus inglês Avon foi nomeado este ano como fornecedor exclusivo de pneus para a Corrida da Guia, sem nunca antes ter equipado a grelha de partida de uma corrida internacional com viaturas TCR. E acabaram por ser mesmo os pneus a ditar o vencedor da corrida.

Na última volta, quando Ma seguia à frente e Zhang era um feliz segundo classificado, o ex-piloto de testes de F1 teve um furo. O seu companheiro de equipa apercebeu-se da situação, mas não quis ficar com a vitória, até porque o título já não lhe fugia, e ambos os carros continuaram em marcha lenta sem trocar de posições num espectáculo bizarro.

Zhang aguentou a tentação até onde foi possível, mas como Lo Sze Ho rapidamente recuperou os seus trinta segundos de atraso, o piloto chinês partiu rumo à vitória na corrida, colocando a “cereja no topo do bolo”, vencendo pela segunda vez a mais prestigiada corrida de carros de Turismo da Ásia, conquistando assim o seu primeiro título internacional.

Lo Sze Ho subiu ao segundo lugar do pódio, fruto de mais um fim de semana imaculado, enquanto a “coxear” Ma cortou com esforço a linha de meta no terceiro lugar. Pior sorte teve Wong, no terceiro carro da equipa, que desistiu também ele com um furo.

E continuando a falar de furos, Kelvin Wong, em SEAT Leon TCR, foi o melhor dos pilotos de Macau, na 11.ª posição, também ele a terminar com um furo. Já no sábado, um furo arruinou as esperanças de um bom resultado final a um dos favoritos da corrida. Andy Yan (Honda Civic) foi obrigado a desistir quando seguia na terceira posição a pressionar os Lynk & Co.

Oito horas depois da corrida, foi confirmada a desclassificação de Lo Sze Ho, por irregularidades no turbo do Hyundai, sendo promovido Ma a segundo e Yang Xiao Wei (SEAT Léon) a terceiro.

22 Nov 2021

Taça GT: O’Young vence e Ye queixa-se

A segunda vitória na Taça GT Macau foi uma história recheada de peripécias para Darryl O’Young. Depois de cumprir 21 dias de quarentena e de ter sido vítima de um aparatoso acidente na corrida de qualificação, o piloto de Hong Kong tinha muitas razões para sorrir no final da corrida.

“Estou sem palavras, para ser honesto”, disse O’Young, que arrancou da segunda posição e ultrapassou o Porsche 911 GT3-R de Leo Ye Hongli logo nos primeiros metros da corrida. “Conseguimos chegar à grelha quando faltavam dez segundos. Se abrissem o portão e eu não conseguisse sair, estava fora. Literalmente dez segundos antes conseguimos ter o carro pronto. Os rapazes trabalharam durante toda a noite. Esta vitória é para eles”.

O experiente piloto de Hong Kong, com o seu Mercedes-AMG GT3 remediado, conseguiu subir ao primeiro lugar no arranque e aguentou a pressão do vencedor da corrida do ano passado no reinício da corrida para uma volta de “tudo ao nada” final. “O carro ainda está danificado, o chassis está dobrado. Estou seguro de que os rapazes que iam atrás podiam ver que estava em muitas dificuldades. Apenas tentei controlar a corrida. Na montanha não puxava muito para tentar poupar os pneus e cá em baixo tentei dar o máximo, onde me podiam atacar. Talvez o Safety-Car me tenha salvo um pouco, hoje”, explicou o vencedor da corrida.

 

Amargo óleo

Leo Ye, que tinha sido o mais rápido na qualificação e vencido a corrida de sábado, terminou no segundo lugar e visivelmente desagradado, queixando-se do óleo que saía do escape do Mercedes. O piloto chinês disse que o seu adversário deveria ter sido advertido por estar a espalhar óleo na pista, dificultando e de que maneira a sua condução. “Parabéns ao Darryl, realizou um bom trabalho”, disse Leo Ye. “O problema é que durante toda a corrida atirava óleo para o meu pára-brisas. No final já não conseguia ver nada. Também os meus pneus estavam cobertos de óleo. Mas gostei da luta com o Darryl. Ele defendeu-se bem”.

No fim da prova, a equipa de Leo Ye, a Toro Racing, protestou o arranque de O’Young. Contudo, os comissários técnicos verificaram a informação do dispositivo de registo de dados consideraram que o vencedor não infringiu a velocidade máxima de 90 km/h no arranque.

A surpresa da prova foi Luo Kai Luo, que fez a sua estreia este fim de semana no Circuito da Guia no Mercedes-AMG GT3 da Toro Racing. O piloto chinês foi uma ameaça consistente ao longo da corrida, passando toda a prova na traseira do seu colega de equipa Leo Ye para conquistar um inesperado terceiro lugar.

 

 

Traído pela sinalização

Darryl O’Young estava a fazer a corrida de qualificação de sábado e o suficiente para arrancar da primeira linha da grelha de partida para a corrida decisiva de ontem. Contudo, quando rodava confortavelmente na segunda posição, à quinta volta, o pior aconteceu: “Havia um carro parado à minha frente (ndr: o Lamborghini Huracán GT3 Evo de Tang Ruo Bin) com o motor partido e eu estava a aproximar-me bastante depressa porque não havia qualquer indicação de óleo na pista”, recordou. “Também não conseguia ouvir bem com o meu rádio… Eu sabia que havia um acidente à minha frente, mas não reparei que havia óleo na pista e não vi qualquer bandeira a assinalar que a pista estava escorregadia. Travei ligeiramente, mas não muito levemente e assim que toquei nos travões, o carro perdeu a traseira e ficou fora de controlo”, acrescentou sobre um dos grandes acidentes da prova.

Apesar de combalido, o experiente piloto de Hong Kong, e primeiro vencedor da Taça GT Macau em 2008, realçou que “o carro sofreu um forte impacto”, mas que estava bem. “Apenas tive que ir ao Centro Médico para ser examinado”, contou. Mal o carro chegou à zona das boxes, os mecânicos da Craft Bamboo Racing começaram a desmontar o Mercedes-AMG GT3 de forma a perceber se este estaria em condições para correr. Além da limitação de pessoal, pois os membros estrangeiros da equipa de Hong Kong não puderam estar presentes no evento, e do limite de passes atribuídos às equipas, restringindo a presença de apenas três mecânicos, um engenheiro e um chefe de equipa por carro, havia a questão de existirem em Macau todas as peças sobressalentes e se o chassis do carro alemão estaria danificado. Depois de uma “directa” a trabalhar no duro, os elementos da equipa conseguiram terminar a reparação do Mercedes a dez minutos do fecho do pitlane. Como o próprio piloto confessou, o carro ficou com o chassis danificado, mas tal não colocou em causa a segurança.

 

 

Desentendimento em pista causou brutal acidente

O dia de sábado ficou marcado por dois aparatosos acidentes na Taça GT Macau. No início da tarde, no “Warm Up”, uma sessão que não tem qualquer influência nos resultados, mas que todos os pilotos foram obrigados a participar, Dennis Zhang Ya Qi bateu de frente nas barreiras de protecção do lado de fora da Curva do Mandarim. Numa zona em que os carros da categoria GT3 atingem velocidades superiores a 215 km/h e os pilotos não travam, o chinês não se apercebeu que estava a ser ultrapassado por dentro por Alex Imperatori, e ambos os carros acabaram por se tocar. O resultado para o piloto do Audi foram duas costelas partidas, um pneumotórax e uma contusão no pulmão direito. Imperatori também não vai esquecer o episódio, até porque lhe custou uma possível vitória no domingo. O Porsche 911 GT3 R da Meidong Racing chegou à grelha de partida da corrida da tarde de sábado fora de horas e com os pneus montados do “Warm Up”, não tendo oportunidade para os trocar. Uma jante danificada causou um furo lento quando o piloto suíço residente em Xangai seguia em terceiro, o que obrigou a uma ida às boxes e a queda até ao 14.º lugar.

22 Nov 2021

Corrida da Guia: Souza quer vencer na sua 20.ª corrida no GP

Em quarenta e nove edições da Corrida da Guia, nunca um piloto de Macau conseguiu subir ao pódio. Filipe Souza é o piloto da RAEM que melhor se classificou na corrida, um quarto lugar no ano passado. Este ano, naquela que é a sua 19.ª participação e 20.ª corrida no Grande Prémio de Macau, o piloto macaense, que vai conduzir novamente um Audi RS 3 LMS TCR, vai tentar “quebrar esse enguiço”, quiçá mesmo vencer a corrida de 12 voltas de domingo.
Hoje Macau: Não escondes que queres terminar, pelo menos no pódio, achas que é possível vencer?
Filipe Souza: Sinceramente não quero só terminar pódio, quero ganhar e acho que posso ganhar. Este ano, não participei em muitas corridas na China mas testei muito. Não só em carros de Turismo, mas também fiz testes de Fórmula Renault no Circuito de Zhuhai para ganhar mais velocidade.
HM: Os Lynk & Co são os favoritos à vitória. Qual é a vantagem que eles têm sobre ti?
FS: Os Lynk & Co são carros muito fortes. Nãono equilíbrio, mas também têm um motor muito potente. Isto, para além de também terem apoio dos engenheiros de fábrica, da equipa oficial da FIA WTCR.
HM: Vai ser a primeira corrida internacional de TCR com pneus Avon. Achas que esta situação te pode ajudar?
FS: Acho que em principio não terei tanta vantagem nos pneus. Testei com estes pneus e já os conheço, mas tambémvi muitos carros que participam no campeonato TCR China a testaram no Circuito Internacional de Guangdong com estes pneus Avon.
HM: Quais são os teus planos depois desta prova?
FS: Ainda não sei o que vai acontecer no próximo ano e o que eu vou fazer. Tenho alguns planos e ofertas, mas agora só quero ter axima concentração para a Corrida da Guia deste ano. Por acaso, gostava de testar os novos carros eléctricos de corrida (ETCR), mas ainda não existem estes carros na Ásia ou na China para poder testar, por isso ainda tenho que esperar.
21 Nov 2021

Taça de Carros de Turismo: Junio Pereira em estreia

A falta de renovação no automobilismo local é um dos problemas que o desporto enfrenta há décadas, à qual não é alheia a comunidade lusófona do território. Como tal, a estreia do piloto macaense Junio Pereira na edição deste ano da Taça de Carros de Turismo de Macau reveste-se de especial interesse.
Com apenas quatro corridas disputadas, todas elas este ano no Circuito Internacional de Guangdong (GIC), ao volante de um Honda Fit 1.5, para cumprir os requisitos necessários para obter a licença desportiva da AAMC para participar no Grande Prémio, Junio Pereira parte para o fim de semana com moderação, tendo a perfeita noção daquilo que o espera.
“No que respeita a resultados, não tenho expectativas, pois nunca conduzi este carro antes. Portanto, vou tentar sentir-me confortável com o carro durante os treinos livres e a qualificação, já que não temos muito tempo de condução [antes das corridas]”, explicou o piloto do Ford Fiesta ST nº46 da SLM Racing Team.
Ao contrário da maior parte dos seus rivais, Junio Pereira não tem um passado nas corridas, tendo sobressaído em provas de simuladores. Os bons resultados no digital abriram-lhe as portas para o automobilismo real. “Participei em algumas ligas de ‘sim racing’ organizadas por pessoas de Hong Kong. No início da pandemia, todas as corridas na China foram canceladas e muitos pilotos saltaram para a nossa liga e a plataforma cresceu tremendamente. Pilotos de Macau, como o Billy Lo ou On Cheong, e alguns de Hong Kong juntaram-se a nós. E aí, suponho que a equipa se apercebeu do meu potencial e convidou-me a testar no GIC”.
O piloto, de 33 anos, espera que a sua experiência de “sim racing” o ajude este fim de semana no processo de “aprendizagem da pista e das trajectórias” a adoptar num circuito em que é impossível testar previamente na vida real. O próprio também reconhece que o “maior desafio vai ser habituar-me aos travões e, obviamente, às forças G”.
As corridas realizadas no circuito de Zhaoqing serviram o “sim driver” ter um primeiro contacto com a realidade e que acabou por ser bastante positivo. “Para ser honesto, senti-me bastante confortável”, diz Junio Pereira que obteve um quarto lugar na sua categoria no cômputo das quatro corridas. “O Honda Fit é um carro super fácil de conduzir. Não é muito rápido e senti-me confiante no carro desde a primeira sessão de treinos-livres. Eu tinha realizado algumas corridas ‘online’ no GIC, o que ajudou, pois assim não tive que aprender muito sobre a pista”.
E como foram os treinos no Circuito da Guia? “Um milhão de vezes, é a minha pista favorita…”
21 Nov 2021

Taça Challenge Macau: Badaraco espera que estrelas se alinhem

Jerónimo Badaraco venceu a classe 1600cc Turbo da edição passada da Taça de Carros de Turismo de Macau. Este ano, o piloto da Son Veng Racing Team iria alinhar na classe 1950cc e acima, mas, com o cancelamento da Taça Porsche Challenge, a categoria tornou-se novamente independente, dando lugar à Taça Challenge Macau.
Questionado se o objectivo era repetir o feito do ano transacto nesta nova corrida, “Noni”, como é conhecido no meio, não entra em falsas euforias na sua vigésima primeira participação no evento: “é uma pergunta complicada”. Apesar de a corrida ter apenas dezassete inscritos, a verdade é que o nível é bastante equilibrado e o lote de favoritos, todos eles da RAEM, está bem preenchido.
Desta vez, o piloto macaense vai deixar de lado o seu Chevrolet Cruze para conduzir um Mitsubishi Evo 9. Contudo, um bom resultado este fim de semana está dependente de vários factores: “Temos de ver várias coisas. Se a parte mecânica do meu carro corre ou não bem, se me consigo adaptar rapidamente e se consigo entrar no ritmo. Convém relembrar que não andei muito com este carro. Se tudo correr bem, eu acredito que consigo lutar por um lugar no pódio!”
Este não foi um ano com muitas oportunidades para os pilotos do território prepararem a corrida mais importante do ano. “Esta temporada não fizemos muitos testes”, reconhece o vencedor da última edição da Taça ACP, realizada em 1999. “Devido à pandemia, eu próprio só fiz um dia de testes na China com o meu carro”.
Com menos carros do que o habitual, devido à ausência do contingente de Hong Kong, não se espera muitas interrupções. Todavia, a fiabilidade das viaturas é sempre um ponto muito sensível nesta categoria e pode decidir uma corrida, como ficou visto em 2020 quando Kelvin Leong abandonou devido a uma falha técnica no carro quando seguia isolado na frente em direcção à Curva dos Pescadores já ao cair do pano.
“Os carros desta classe têm muitas modificações para atingir o máximo possível de potência para obterem um bom resultado. Mas claro, se tudo correr bem, vou lutar por um lugar no pódio”, afirma Jerónimo Badaraco, ou não dissesse o mais velho adágio do automobilismo: “para chegares em primeiro, primeiro tens que chegar ao fim…”
21 Nov 2021

GP F4: Charles Leong vs Andy Chang

O segundo Grande Prémio de Macau de Fórmula 4 deverá ser uma repetição da edição do ano passado, com um duelo entre os dois jovens pilotos de Macau: Charles Leong Hon Chio e Andy Chang Wing Chung
Depois do sucesso do ano passado, Charles Leong pode tornar-se no primeiro piloto do território a vencer por duas vezes a corrida principal do Grande Prémio de Macau. Na única prova que o Campeonato da China de Fórmula 4 realizou este ano, no mês passado, em Zhuhai, Charles Leong venceu as quatro corridas e é nele que recaí novamente o favoritismo para a corrida de 12 voltas de domingo.
“A prova de Zhuhai pareceu-me quase como um aquecimento para mim”, afirmou ao HM o piloto  de 20 anos. “Para ser honesto, sinto que ainda não estou a 100% de regresso ao ritmo. Espero que consiga voltar a esse ritmo durante os treinos livres desta sexta-feira. Mesmo assim, estou confiante para a corrida.”
O ex-campeão da F4 chinesa e da Fórmula Renault asiática, que não esconde as dificuldades que teve para reunir o orçamento necessário à participação, justifica a falta de ritmo com o facto de “antes da semana da corrida de Zhuhai, a última vez que tinha conduzido um carro de competição foi no Grande Prémio do ano passado. Foi muito tempo parado”. 
A aguardar uma qualquer fraqueza do seu adversário, e com as mesmas limitações, Andy Chang está igualmente optimista. “Sinto-me mais confiante”, disse ao HM. “Fiz algumas boas voltas em Zhuhai e bons resultados. Tenho uma melhor comunicação com o carro e vou dar o meu melhor para lutar pelo lugar mais alto do pódio.
Na edição passada, os dois primeiros terminaram separados por oito décimas de segundo na corrida de qualificação e por apenas meio segundo na corrida final. Andy Chang, no entanto, acredita que este ano vai ser diferente e que a luta entre os dois pilotos da RAEM vai ser ainda mais animada. “Espero que eu e o Charles consigamos oferecer um melhor espectáculo que no ano passado, com mais ultrapassagens e manobras defensivas”.
Tal como o seu oponente, Andy Chang também gostaria de ter testado mais antes do Grande Prémio, mas admite que o regresso no ano passado foi muito mais complicado. “Este ano sinto-me muito melhor que em 2020. No ano passado, não conduzia um carro há quatro anos. Sentia que não estava a usar o músculo da memória para conduzir. Necessitei de me treinar mentalmente e fisicamente, mas os carros de Fórmula 4 são muito mais fáceis de conduzir do que os Fórmula 3”, reconhece o piloto da equipa Chengdu Tianfu International Circuit Team.
Pressão zero
Todos os olhos de Macau vão estar neste duo no fim de semana. Afinal de contas, serão estes dois a discutir a maior coroa desportiva a atribuir em Macau este ano. Apesar das circunstâncias e cientes do desafio que têm pela frente, ambos os pilotos estão tranquilos. Pelo menos, da boca para fora.
“Não sinto pressão nenhuma”, responde prontamente Andy Chang, ele que vai disputar o seu sexto Grande Prémio de Macau. “Estar relaxado é a chave para conduzir no Circuito da Guia”, acrescenta.
Já Charles Leong, que vai conduzir um Mygale-Geely preparado pela Theodore Smart Life Racing, também se diz relaxado, apontando “a maior pressão para o esforço feito para arranjar apoios para participar na prova”.
21 Nov 2021

Taça GT: Pneus desconhecidos criam problema às equipas

Para as equipas da Taça GT Macau a edição deste ano reveste-se de um grande desafio suplementar. Ao contrário do ano transacto, onde a escolha de pneus era livre, um pneu obrigatório, que é do total desconhecimento de todos os participantes, vai complicar a vida das equipas este fim de semana
“Estamos este ano limitados a um único fornecedor de pneus, o qual não tem estado presente em campeonatos GT a nível internacional, nem regional, o que leva a obtenção de dados para podermos afinar os carros de maneira segura em pista muito difícil”, explicou ao HM, Duarte Alves, o engenheiro responsável pela UNO Racing Team, a equipa oficial da Aston Martin Racing Asia.
Para dificultar a vida dos participantes, “o anúncio tardio também por parte da AAMC no que refere aos regulamentos e pneus não deu oportunidade às equipas para testarem os limites dos pneus. Portanto, para todos será um autêntico tiro no escuro, onde na minha perspectiva, até poderá ser um problema de segurança, pois não sabemos até onde podemos puxar” e obviamente que todas as equipas e pilotos estão no Grande Prémio para lutar por bons resultados”, acrescenta o engenheiro do território.
No início da semana, as equipas ainda estavam à espera de receber um boletim da marca com as especificações técnicas das borrachas disponíveis, assim como os limites que poderiam explorar numa pista com as especificações tão particulares do Circuito da Guia.
À luz destes regulamentos e com decisões em cima da hora, o responsável macaense afirma que “faria mais sentido optar por um fornecedor que a maiorias das equipas já conhecesse e tivesse  competido nos campeonatos GT da China continental, onde todas as equipas competiram este ano, e conseguir assim trabalhar dentro da margem de segurança e poder optimizar a performance dos carros”.
Regresso britânico
Esta será a primeira vez desde 2015 que a Aston Martin enfrenta a Taça GT Macau com ambições. Além de Marchy Lee, segundo classificado na pretérita edição, a equipa de Hong Kong inscreve também um carro para David Pun, o vencedor da Taça GT – Corrida da Grande Baía de 2020. Contudo, apesar das aparências, os carros que vieram a Macau são bastante diferentes daquele que Stefan Mücke levou ao quarto lugar na Taça do Mundo de há seis anos.
“Este ano a UNO Racing Team inscreveu os mais novos Aston Martin Racing Vantage GT3, onde para além dos desafios que já mencionei, é um carro a que a nível mundial não existe informação sobre como afiná-lo para o Circuito da Guia. Partimos de antemão com esse ‘handicap comparado às outras marcas, as quais já estiveram presentes em várias edições”, conclui Duarte Alves, que não se arrisca a prognósticos, visto que “o Marchy nunca correu com o Aston Martin e o David é um piloto amador. Porém, um carro no pódio e o outro no Top-10 seria um resultado muito positivo”.  

Drones | Proibição de voar em toda a Península

Devido à realização do Grande Prémio de Macau fica proibida a utilização de drones na Península de Macau, entre 19 a 21 de Novembro, de acordo com um despacho publicado ontem no Boletim Oficial.” São proibidas, entre 19 a 21 de Novembro de 2021, todas as actividades de voo com aeronaves não tripuladas na península de Macau, excepto as actividades oficiais expressamente autorizadas pela Autoridade de Aviação Civil”, pode ler-se no despacho assinado por Chan Weng Hong, presidente da Autoridade de Aviação Civil.

 

TDM | Cobertura com 26 câmaras na pista

A Teledifusão de Macau assegura a transmissão televisiva do Grande Prémio de Macau e vai dedicar 26 das 31 câmaras disponíveis para o evento do Circuito da Guia. Além destas, existem ainda três câmaras instaladas ao nível do chão e duas para seguir as conferências de imprensa. “Temos 31 câmaras, das quais 3 câmaras são ao nível do chão – para ter ângulos mais espectaculares – e duas câmaras a servir o centro de imprensa. E temos 26 câmaras na pista”, afirmou Frederico do Rosário, membro da Comissão Executiva, citado pela própria emissora.

Prémios | Quase 200 mil dólares de Hong Kong para distribuir

Ao longo do fim-de-semana, a Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau vai distribuir aos pilotos quase 200 mil dólares de Hong Kong, mais precisamente 198 mil. A informação consta do regulamento das diferentes competições.

Se, por um lado, a corrida de Fórmula 4 é a principal do programa, o que é atestado pela Dança do Leão e pela presença do Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, antes da partida, por outro, na hora de recompensar os vencedores, não há diferenças para os organizadores.

Com o fim-de-semana divido em duas corridas por categoria, apenas a última vai atribuir prémios monetários. Os pilotos que ficarem no pódio no sábado limitam-se a receber os troféus, a garrafa de champanhe e a coroa de flores.

Já no domingo, os vencedores das seis corridas vão receber 16 mil dólares de Hong Kong, ou seja, mais 10 mil do que a maioria pagou só para se inscrever no Grande Prémio. À excepção do Fórmula 4, todos os outros pagam 6 mil patacas.

Os pilotos que ficarem no segundo lugar são recompensados com um cheque de 11 mil dólares de Hong Kong. O terceiro classificado recebe 6 mil dólares de Hong Kong, ou seja o que é pouco mais que o prémio pago só pela inscrição. Feitas as contas, cada corrida atribui 33 mil dólares de Hong Kong em prémios, o que multiplicando pelas seis competições representa 198 mil.

Para receberem os prémios, os pilotos precisam de comparecer na Cerimónia Oficial de Atribuição dos Prémios, ou seja, um jantar que normalmente acontece na noite de domingo.

18 Nov 2021

Taça de Turismo: Rui Valente prudente na sua 29.ª participação

Na sua 29.ª participação no Grande Prémio de Macau, Rui Valente é um sério candidato, pelo menos, a um lugar no pódio na Taça de Carros de Turismo de Macau, uma corrida que conta com uma exuberante lista de trinta carros inscritos este ano.

Na pretérita edição, em que os carros de cilindrada 1600cc correram em conjunto com os concorrentes da categoria Road Sport (1950cc e Acima), Rui Valente obteve um terceiro lugar nos 1600cc. Este ano, os dois primeiros classificados na categoria, Jerónimo Badaraco e Cheong Chi On, mudaram-se para outras corridas, o que coloca o veterano português novamente na lista de favoritos aos lugares de pódio para a edição deste ano. Contudo, Rui Valente prefere assumir uma posição cautelosa sobre o assunto.
“Este ano é possível pensarmos assim [terminar nos lugares do pódio da geral], pois corremos todos numa só classe”, afirma o piloto do MINI Cooper S nº20, carro que o vem a acompanhar nos últimos anos. “Se tudo correr bem, porque não pensar assim?”.
Este ano a Taça de Carros de Turismo de Macau terá à partida um número significante de participantes que vai fazer a sua estreia no desafiante circuito de 6,2 quilómetros. Isso não preocupa Rui Valente, ele que fez a sua estreia no Grande Prémio em 1988 na então Corrida de Iniciados, onde terminou no terceiro lugar.
Macau não é fácil para qualquer principiante”, relembra o piloto que irá fazer a sua 32.ª corrida no evento (ndr: em tempos idos era possível realizar mais do que uma corrida no GP). “Espero que vão com calma e que se adaptem ao ritmo de corrida, evitando eventuais surpresas.”
Este foi um ano sem grande actividade para os pilotos da RAEM. Contudo, Rui Valente foi uma presença, sempre que possível, nas corridas do “GIC Challenge” no Circuito Internacional de Guangdong, em Zhaoqing, ganhando com isso ritmo de corrida que poderá ser valioso no fim de semana mais importante do automobilismo no sul da China. “Como qualquer outra modalidade desportiva, quanto mais vezes a praticares durante o ano, a tua performance melhora”, explica o piloto. “Neste caso, manténs o teu ritmo de corrida e Macau sendo a última prova do ano queres sempre fazer o melhor aqui”.
Tecnicamente, o pequeno MINI também sofreu algumas alterações com vista a melhorar a sua performance. “Vou utilizar pneus diferentes, da Michelin, e optei por um óleo de motor diferente, para rodar mais solto que o habitual. De resto, é tudo praticamente igual, apenas mudamos algumas peças por novas, para aumentar a fiabilidade, como esticadores da correia, a própria correia, para além de calços de travões ou rotores novos”, esclarece.
18 Nov 2021

Antevisão | Grande Prémio marcado pelo segundo ano consecutivo por restrições transfronteiriças

As restrições de entrada em Macau fazem com que pela primeira vez desde 1954 o Grande Prémio seja disputado sem qualquer estrangeiro. E como o azar de uns é a sorte de outros, nestas condições especiais Charles Leong pode tornar-se no primeiro piloto de Macau a vencer de forma consecutiva a principal prova do Grande Prémio

Para os mais críticos e astutos na arte de maldizer, esta será mais uma edição de chacha, com uma chama em que nada se aproxima das edições de outros tempos. Infelizmente, as limitações fronteiriças não permitem muito mais que isto, embora haja um consenso generalizado no paddock que muito mais poderia ter sido feito no campo desportivo.

Em termos de imagem para o exterior, independentemente da qualidade das corridas e dos seus intervenientes, a verdade é que Macau vai mais uma vez passar uma mensagem de resiliência e o Grande Prémio, que no tempo da administração portuguesa resistiu a tufões, ameaças de morte, crises políticas, financeiras e sociais, mantém-se de “pedra e cal” após o regresso à Pátria Mãe e a sua honrosa continuidade mantém-se sem sair beliscada.

Grande Prémio de Macau de Fórmula 4

Com uma lista de inscritos que em tudo se assemelha à vista em 2020, e pelo que assistimos no ano passado, teremos novamente um duelo entre os jovens locais Charles Leong, vencedor na estreia da Fórmula 4 no Circuito da Guia, e Andy Chang. Qualquer outro resultado, que não a vitória de um destes dois, será uma surpresa. Se Leong ganhar, será o primeiro piloto de Macau a vencer por duas vezes a prova rainha do Grande Prémio.

Corrida da Guia Macau

O 50.º aniversário da Corrida da Guia merecia, pelo menos, a presença da MG, pois existe o risco de um domínio fácil dos Lynk & Co oficiais de Ma Qing Hua e Jason Zhang, vencedor da controversa Corrida da Guia no passado. Os dois pilotos da Teamworks vão igualmente disputar o título do TCR Asia nas ruas de Macau, tendo Zhang 22 pontos de vantagem sobre Ma. Felizmente, Andy Yan (Honda), Lo Sze Ho (Hyundai) e Filipe Souza dão garantias de que o resultado não está decidido à partida. O piloto macaense, um dos três representantes de Macau na prova, vai tentar, pelo menos, conquistar um resultado no pódio, algo que nenhum piloto do território conseguiu em 49 edições

Taça GT Macau

Talvez a única das corridas cuja qualidade dos participantes melhorou ligeiramente de um ano para o outro. O vencedor da corrida Leo Ye Hongli (Porsche) está de volta, assim como o vencedor da primeira edição, Darryl O’Young (Mercedes). A estes, há que juntar o segundo classificado do ano passado, Marchy Lee (Aston Martin), o segundo classificado de 2013, Alexandre Imperatori (Porsche), o terceiro classificado de 2020 e campeão chinês de resistência, David Chen (Audi),

Taça GT Grande Baía

A chegada de mais carros da classe GT4 ao outro lado das Portas do Cerco, a que se juntam os carros que ainda sobram da defunta Taça Lotus, permitem uma grelha de partida colorida, com oito marcas diferentes. Sem os dois vencedores anteriores desta corrida presentes, Chang Chien Shang (BMW) seria o favorito, se Kelvin Leong Ian Veng (BMW), que se estreia nesta corrida, não estivesse à partida.

Taça de Carros de Turismo de Macau

A corrida volta ao formato utilizado de 2014 a 2016, apenas para carros de cilindrada 1600cc. Sem os dois primeiros classificados da pretérita edição, apesar de não ter a melhor máquina, – essa será provavelmente o Chevrolet Cruze do local Ryan Wong – o veterano português Rui Valente (MINI) assume-se como um dos favoritos à vitória, assim como Célio Alves Dias (MINI), que num dia bom pode discutir pódios. Ainda entre os macaenses, destaque para a presença de Sabino Osório Lei (Ford), que já provou ser capaz de subir ao pódio, e do estreante Junio Pereira (Ford).

Taça Challenge Macau

Separados dos congéneres de motorizações de 1600cc, os “monstros” com cilindradas acima de 1950cc correrão a solo e um pódio sem pilotos de Macau seria como uma hecatombe. Wong Wan Long (Mitsubishi) quererá repetir as vitórias de 2013 e 2020, mas os pilotos de matriz portuguesa poderão ter uma palavra a dizer. Jerónimo Badaraco (Mitsubishi) regressa a uma corrida que conhece após ter conquistado o troféu dos 1600cc Turbo no ano passado e Luciano Lameiras (Mitsubishi) dominou as corridas de treino em Zhaoqing no Verão. Delfim Mendonça Choi (Mitsubishi) trocou de carro este ano e já mostrou que pode acompanhar os mais experientes rivais. O traquejado Eurico de Jesus (Honda) vai tentar a sua sorte com uma viatura completamente diferente das restantes.

 

Factos:

Este não é o primeiro Grande Prémio em que os estrangeiros não foram convidados a participar. A primeira edição, em 1954, também só permitiu a participação de pilotos de Macau e Hong Kong, apesar do interesse de pilotos de outras paragens.

A Corrida da Guia celebra a sua 50.ª edição, com uma corrida de 12 voltas no domingo. A primeira edição, disputada em 1972, teve 53 voltas ao Circuito da Guia,

– Este é o segundo ano consecutivo em que não haverá pilotos portugueses residentes em Portugal à partida em nenhuma das corridas. A última vez em que se registou um período tão longo de ausência de representação da “metrópole” durou de 1966 a 1986,

A nova Taça Challenge Macau mais não é que a antiga corrida Macau Road Sport Challenge que se disputou de 2008 a 2016

Curiosidades:

Os prémios monetários a atribuir nas seis corridas são todos iguais este ano. Os vencedores das corridas levam para casa HK$ 16,000, os segundos classificados HKD$ 11,000 e os terceiros classificados HK$ 6,000.

Rob Huff, Edoardo Mortara, Alessio Picariello ou Juju Noda (a filha de 15 anos do ex-piloto de F1 Hideki Noda) foram alguns pilotos que terão ponderado participar no evento, mesmo sabendo da obrigatoriedade da quarentena.

A prova deste ano vai ser marcada pela estreia de três construtores automóveis chineses no Circuito da Guia: Dongfeng Honda, GTMC (GAC Toyota Motor Co) e Changan Automobile.

A Avon será a fornecedora de pneus exclusiva da Taça GT Macau, Corrida da Guia e Taça GT Grande Baía. Esta será a primeira vez que a marca inglesa equipa pneus de uma prova internacional de TCR e a primeira desde há quase uma década de corridas de carros GT3.

18 Nov 2021

Taça Porsche sai do programa do Grande Prémio de Macau

Depois do anúncio do programa da 68ª edição do Grande Prémio de Macau, eis que se deu uma reviravolta, com o cancelamento inesperado da Taça Porsche Challenge. A alternativa para manter o mesmo número de corridas – seis – foi atribuir mais uma corrida aos concorrentes locais separando os concorrentes das categorias 1600cc Turbo e Acima 1950cc da Taça de Carros de Turismo de Macau
No final da tarde de sexta-feira, os vários pilotos de Macau foram chamados ao Edifício do Grande Prémio, onde lhes foi comunicado a decisão de atribuir uma corrida separada às categorias 1600cc Turbo e Acima 1950cc, após o cancelamento da corrida do troféu Porsche. Aliás, este era um desejo dos pilotos locais desde a fusão da Taça de Carros de Turismo de Macau e da Macau Road Sport Challenge em 2017.
Para o experiente piloto local Rui Valente, a separação de classes “é muito melhor para os concorrentes da classe 1600cc Turbo”, pois assim “não nos vamos ter que que preocupar em pista com os carros da categoria 1950cc e Acima”. A discrepância de andamentos entre carros de construções e conceitos diferentes, que poderia colocar em causa a segurança dos participantes, era um dos motivos de descontentamento mais vezes apontado pelos pilotos, mas que nunca teve qualquer tipo de compaixão por parte do organizador.
Apesar das listas de inscritos da 68ª edição do Grande Prémio de Macau ainda não serem do conhecimento público, é sabido que todos os concorrentes que participaram na Taça de Carros de Turismo de Macau em 2020 tinham automaticamente entrada na edição deste ano. Contudo, como o número de inscritos da pretérita edição em ambas as categorias – 1600cc Turbo (onze) e 1950cc e Acima (treze) – não eram suficientes para perfazer duas grelhas de partidas, o critério de selecção terá sido alterado para assim abrir a porta à participação de mais concorrentes. 
Porsche em silêncio
 A notícia da ausência da comitiva asiática do construtor de Weissach foi dada por Pun Weng Kun, coordenador da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau, à margem do “68º Grande Prémio de Macau – Festival em Família” do fim-de-semana passado. O responsável referiu que foi pedida à organização da corrida a lista de inscritos final, mas que esta não foi enviada e que assim houve a necessidade de cancelar a corrida.
Contactada pelo HM, a Porsche Motorsport Asia Pacific remeteu declarações para uma nota a emitir hoje. Naquele que seria o regresso da prestigiada marca alemã de automóveis ao Circuito da Guia, os organizadores da Taça Porsche Challenge apontavam para a presença de dezasseis concorrentes, um deles uma cara familiar do automobilismo de Macau, tendo inclusive convidado vários membros da comunicação social chinesa para assistirem ao evento.
 
8 Nov 2021

GP Macau | Dúvidas e certezas dos pilotos sobre a corrida de motos

O Grande Prémio de Motos de Macau disputou-se ininterruptamente de 1967 a 2019, mas este ano será o segundo consecutivo sem a maior prova de motociclismo de estrada do Extremo-Oriente. Contudo, os pilotos esperam que a prova passe incólume aos efeitos da pandemia e que volte depressa, já em 2022.

Mesmo antes da interdição da participação de concorrentes estrangeiros na 68.ª edição do Grande Prémio de Macau, a Associação Geral Automóvel Macau-China terá tentado novamente persuadir um grupo de concorrentes a realizar a prova este ano. Todavia, a quarentena obrigatória imposta a pilotos e técnicos das equipas terá inviabilizado quase imediatamente a ideia, dado que não haveria quórum para formar uma grelha de partida minimamente aceitável para os padrões exigidos.

“Devido à situação que estamos ainda a passar e toda a incerteza, acho que se percebe o cancelamento”, afirmou ao HM o piloto português André Pires. “Vi que a opinião generalizada no meio foi de tristeza, pois todos os pilotos e mecânicos, como também o público, gostaria que fossemos [correr a Macau].”

O motociclista de Vila Pouca de Aguiar, que este ano está a disputar o mundial de MotoE, para motos eléctricas, acrescenta que “sendo uma prova com grande prestígio, concordo que seja feito com todas as condições, como tem sido feito até aqui e sem restrições para não perder o prestígio e a magia que tem”.

Medos e receios

Os adeptos das provas de “road racing” viram a pandemia fazer as suas vítimas. Tal como o Grande Prémio de Motos de Macau, a North West 200 ou a Ilha de Man TT também não se realizaram nos dois últimos anos. Pior, o Grande Prémio de Ulster, que também não se disputou, e até pode nem voltar.

“Tivemos o Grande Prémio de Macau cancelado de novo este ano, o que sabíamos que ia ser o caso, é outra grande corrida de estrada que já não acontece há dois anos e não nos podemos dar ao luxo de ver mais nenhum importante evento cair do calendário”, disse o irlandês John Burrows, proprietário da equipa Burrows Engineering/RK Racing, ao Belfast Telegraph.

Raul Torras, que se estreou em Macau em 2018 com um acidente nos treinos-livres, também espera que a prova da RAEM se aguente, mas partilhou com o HM os seus receios. “Quando o público não recebe o que espera, termina procurando alternativas”, teme o piloto espanhol, cuja mota desconstruida é uma das atracções do Museu do Grande Prémio de Macau. “Pode ser que esta ‘falta’ faça com que os fãs ou os espectadores procurem outras diversões e, consequentemente, no futuro, coloquem essa outra diversão à frente do Grande Prémio. Para os verdadeiros fãs e para os pilotos que querem correr em Macau; o interesse permanece intacto.”

Vontade de voltar

Com a temporada de 2021 a caminhar para o seu término, os pilotos e as equipas começam a delinear 2022. Com a incerteza em redor do desenvolvimento da pandemia e as dúvidas legitimas sobre o futuro da corrida das motos em Macau, é difícil de antever o futuro. Porém, os intervenientes parecem seguros do que ambicionam.
André Pires não esconde a vontade de regressar: “Estamos todos ansiosos para que possamos ir a uma grande prova como o Grande Prémio de Macau”.
Raul Torras também tem nos planos da Toll Racing Team voltar ao Circuito da Guia: “espero poder estar em Macau no ano que vem. Com mais ‘ganas’ que nunca e poder agradecer aos fãs a sua fidelidade”.

3 Nov 2021

Automobilismo | Pilotos da Macau lideram campeonatos na China

Na véspera da conferência de imprensa do 68.º Grande Prémio de Macau, aqui ao lado, no Circuito Internacional de Zhuhai, o Campeonato da China de Fórmula 4 realizava a sua primeira corrida desde o Grande Prémio do ano passado, com total domínio dos pilotos da RAEM.

O primeiro evento da temporada teve quatro corridas e contou com a participação de quinze concorrentes, um número que a organização espera ver crescer quando dentro de três semanas a caravana seguir até ao Circuito da Guia. Sem grande surpresa, o domínio esteve a cargo dos pilotos de Macau, com Charles Leong Hon Chio a vencer as quatro corridas.

O piloto do território, que venceu o Grande Prémio na estreia da Fórmula 4 entre nós, apenas foi superado na primeira sessão de qualificação por um adversário, tendo estado praticamente inalcançável ao longo do fim de semana. Contudo, como Charles Leong não pode pontuar para o campeonato, pois a FIA não permite que anteriores vencedores dos campeonatos de Fórmula 4 possam marcar pontos em campeonatos da mesma categoria, o grande beneficiado foi outro piloto de Macau: Andy Chang Wing Chung.

O ex-piloto da F3 britânica, que terminou no segundo lugar em 2020 na corrida de Fórmula 4 do Circuito da Guia, vai tentar este ano bater o seu conterrâneo na tarde do dia 21 de Novembro. Andy Chang terminou duas corridas no segundo lugar e outras duas no terceiro lugar, o que lhe dá a liderança do campeonato com 86 pontos, contra 61 do segundo classificado, Ryan Liu.

O único campeonato chinês de monologares deveria prosseguir em Ningbo na próxima semana, mas a ronda deverá ser cancelada, com o objectivo de reduzir os custos antes do Grande Prémio. A prova de Zhuhai ficou marcada por dois episódios com carros que se incendiaram após acidentes, algo extremamente invulgar nos monologures construídos em França pela Mygale e motorizados pela chinesa Geely.

Ávila vence e lidera TCR

Rodolfo Ávila regressou à acção este fim de semana no Circuito Internacional de Zhuzhou, na Província de Hunan, para mais uma prova conjunta do TCR Ásia, TCR China e Campeonato Chinês de Carros de Turismo – Super Classe (CTCC), conquistando dois triunfos no campeonato TCR China. O piloto português de Macau, que alinha num dos quatro MG 6 XPower TCR oficiais, lidera o campeonato com 113 pontos, mais dez que o segundo classificado, o chinês Wang Tao.

Entretanto, por apenas estar concentrada no campeonato TCR China, a MG XPower Racing não vai participar este ano na Corrida da Guia do Grande Prémio, visto que a célebre prova de carros de Turismo apenas pontua para o TCR Ásia, em que os carros da rival Lynk&Co estão destacadamente à frente. O TCR China chega ao fim no primeiro fim de semana de Novembro em Xangai com mais uma jornada de quatro corridas.

27 Out 2021

F1 não vai à China, mas FIA já tem data para o GP Macau de 2022

A Federação Internacional do Automóvel (FIA) deposita grandes esperanças em que o Grande Prémio de Macau se realize este ano e, acima de tudo, que volte novamente a receber competições internacionais em 2022, ao ponto que já ter uma data provisória para o evento. Por outro lado, a China continuará, por mais um ano, fora do calendário do mundial de Fórmula 1.

Durante a anual conferência de apresentação de calendários e novidades da SRO Motorsports Group, o co-organizador da Taça do Mundo de GT da FIA, que desta vez se realizou em Barcelona, ficou-se a saber que a FIA tem já planeado organizar esta Taça do Mundo, uma das três previstas para Macau, no fim de semana de 19 e 20 de Novembro do próximo ano.

Imediatamente depois de a federação internacional ter cancelado as três Taças do Mundo que tinha previsto para Macau, em Agosto, o Secretário Geral do Desporto da FIA, Pete Bayer, afirmou que irá sentir falta estar em Macau e desejou aos organizadores um seguro e bem-sucedido Grande Prémio de Macau em Novembro. “Vamos começar a trabalhar imediatamente no evento de 2022”, rematou.

A Taça do Mundo de GT da FIA é uma vitrine para os construtores automóveis de GT graças a um formato peculiar numa localização de grande prestígio internacional. A Taça do Mundo de GT da FIA em Macau tornou-se um evento de referência, para além de ser de real importância para as marcas no mercado asiático, mas já por diversas vezes foi criticada, pois há quem defenda que se deveria realizar num circuito convencional, de preferência na Europa, em vez do imprevisível Circuito da Guia.

Ia ser edição recorde

Durante esta conferência de imprensa, Stéphane Ratel, o CEO e fundador do SRO Motorsports Group, que este ano organizou 163 corridas em cinco continentes, reconheceu as dificuldades actuais que o automobilismo atravessa no continente asiático.

“Na Ásia não conseguimos fazer nada”, referiu o empresário francês e piloto amador. “Tínhamos esperanças até ao último momento que Macau fosse possível, mas não foi possível”. Apesar da estagnação a que foram sujeitas as competições regionais na Ásia, Ratel acredita que o potencial e o interesse no desporto motorizado ainda estão bem vincados neste ponto do globo. “Quando quisemos fazer Macau, tivemos imediatamente vinte e sete inscrições. Sabemos que as equipas estão lá, adormecidas, mas preparadas para recomeçar assim que possível”, afirmou.

A organização recebeu vinte e sete pré-inscrições – o que seria um recorde de participantes para a Taça do Mundo de GT da FIA – numa mistura de equipas asiáticas locais e formações internacionais europeias, assim como equipas oficiais da Audi, BMW e Porsche. Além destas três marcas, também a Aston Martin, Mercedes-AMG, Ferrari e Honda estariam representadas numa grelha de partida que teria pilotos profissionais, semi-profissionais e amadores.

F1 não vai à China

Entretanto, o Conselho Mundial da FIA anunciou na sexta-feira passada o calendário de 2022 do Campeonato do Mundo de Fórmula 1, confirmando os rumores que davam como praticamente certo a ausência da China no calendário pelo terceiro ano consecutivo. Um comunicado da própria F1 diz que espera que o Grande Prémio da China seja reintegrado “logo que as condições o permitam”.

O Conselho Mundial da FIA, que agora só voltará a reunir em Dezembro, não confirmou o local e data da Taça do Mundo de Fórmula 3 da FIA, nem revelou o calendário da Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA – WTCR.

18 Out 2021

Automobilismo | Taça Porsche Ásia regressa ao GP de Macau e traz novidades

A 68.ª edição do Grande Prémio de Macau voltará a ter no seu programa seis corridas, tendo na pretérita quarta-feira a Porsche Motorsport Ásia-Pacific confirmado que a Taça Porsche Carrera Ásia (PCCA na sigla inglesa) voltará ao Circuito da Guia em Novembro

[dropcap]P[/dropcap]ara a Taça Porsche Carrera Ásia, competição que contou com a presença do piloto do território André Couto nas duas primeiras provas deste ano, este será um evento extra campeonato. E para além das habituais três classes da PCCA – Pro, Pro-Am e Am – que usam o novo modelo 911 GT3 Cup (992), será introduzida uma categoria para a geração 991 de carros germânicos, permitindo que as duas gerações de modelos da Porsche corram juntas pela primeira vez na Ásia.

Sobre o regresso da competição regional da Porsche a Macau, Alexandre Gibot, o director da Porsche Motorsport Asia Pacific, disse que “a Taça Porsche Carrera Ásia teve uma excelente temporada em 2021 e com o novo carro 992 um grande sucesso. Correr em Macau é uma grande honra e estou muito contente por ver o campeonato regressar ao incrível Circuito da Guia. O Grande Prémio de Macau é sempre um evento fantástico e sei que este ano vai ser fantástico mais uma vez”.

Única alternativa

Se o Grande Prémio queria mesmo voltar a ter um programa de seis corridas diferentes depois do cancelamento expectável das três Taças do Mundo da FIA, a Taça Porsche era a única alternativa de valor possível. Os riscos de colocar de pé uma prova de duas rodas seriam demasiado elevados dada a inexistência de provas de motociclismo de estrada no continente asiático e não há mais nenhum outro campeonato de automobilismo no Interior na China que se diferenciasse da oferta existente no evento da RAEM.

Devido à pandemia, todos os grandes construtores cancelaram os seus troféus monomarca na Ásia em 2020 e 2021, com a excepção da Porsche que conseguiu realizar a sua competição inteiramente na China com dezanove concorrentes permanentes. Esta corrida por convite marca o regresso do troféu monomarca da Porsche e da própria marca de Estugarda a Macau. A RAEM recebeu por cinco vezes a Taça Porsche Carrera Ásia entre 2003 e 2007, para além da visita pontual em 2013 integrada no fim de semana duplo da celebração do 60º aniversário do maior evento desportivo do território.

Para além da corrida para os concorrentes da Taça Porsche Carrera Ásia, o 68.º Grande Prémio de Macau deverá ser composto ainda pelas corridas de Fórmula 4, Taça GT, Taça de Carros de Turismo, Taça GT – Corrida da Grande Baía e ainda pela Corrida da Guia que celebra cinquenta anos.

6 Out 2021

GP Macau | Peças do puzzle começam a encaixar-se

A apenas dois meses do 68.º Grande Prémio de Macau, as equipas e pilotos locais ultimam os preparativos para o grande evento de fim de ano. As inscrições na Associação Geral Automóvel Macau-China (AAMC) para as provas do Grande Prémio terminam hoje e, por isso mesmo, para grande parte dos pilotos locais as decisões já têm que estar tomadas. Apesar da turbulência causada pela pandemia, as peças do puzzle começam a encaixar-se.

Charles Leong Hon Chio, o primeiro vencedor de uma corrida de Fórmula 4 no Circuito da Guia, vai tentar repetir a proeza de 2020. O piloto de 20 anos confirmou ao HM que “em princípio, vou fazer a corrida de F4 outra vez”, mas ainda não revela pormenores por “estar ainda em negociações”. O Campeonato da China de Fórmula 4, que realizará dois eventos antes do Grande Prémio, não organiza uma prova desde Novembro de 2020. Leong Hon Chio também tem estado parado, portanto aproveitou o feriado para testar no circuito de Zhuhai com um monolugar Mygale-Geely da equipa chinesa SmartLife.

Com mais quilómetros esta temporada, Rodolfo Ávila continua a aguardar uma tomada de posição da sua equipa, a MG XPower Team. O piloto português, que terminou no segundo posto na última prova do TCR China disputada em Xangai, diz que a participação no evento anual do território com um dos MG6 XPower TCR oficiais “é uma decisão da MG e que por agora ainda não foi comunicada aos pilotos”.

Num programa que deverá incluir seis corridas diferentes, a Corrida da Guia comemora a sua 50ª edição este ano e deverá ser disputada nos moldes da pretérita edição, combinando os participantes do TCR Ásia, TCR China e concorrentes locais, só que desta vez com um só fornecedor de pneus. Haverá novamente uma forte representação de Macau. Filipe Souza, Henry Ho, Kelvin Wong ou Eurico de Jesus participaram nas corridas da Taça Ásia-Pacifico para as viaturas da categoria TCR, em Zhaoqing, a pensar na corrida de Novembro.

À espera de decisões

O interesse nas corridas de GT por parte de pilotos locais tem crescido nos últimos anos e tanto a Taça da Grande Baía, para carros da classe GT4, como a Taça GT Macau, cujo principal enfoque são os carros da classe GT3, deverão ter uma forte participação de pilotos da RAEM. Os repetentes Liu Lic Ka e Billy Lo são esperados à partida, mas as atenções na Taça GT Macau certamente irão voltar-se para o eventual regresso de André Couto.

O vencedor do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 em 2000 tem admitido desde o início da temporada “a possibilidade de voltar a correr no Grande Prémio, uma vez que a Toro Racing tem três ou quatro Mercedes AMG GT3”, algo que voltou a reiterar ao HM. O piloto de Macau aguarda uma decisão da equipa chinesa que no ano transacto venceu a Taça GT Macau com Leo Ye.

28 Set 2021

Automobilismo | Competições nacionais na China voltam três meses depois

Depois de três meses de interregno forçado, o automobilismo voltou à República Popular da China. Isto é, competições motorizadas de carácter nacional foram novamente autorizadas, pois aquelas com estatuto meramente regional terão continuado a ser organizadas um pouco por todo o país, como são exemplo as corridas realizadas nos últimos meses em Zhaoqing e Zhuzhou.

No passado dia 27 de Maio, a Federação dos Desportos Automóveis e Motociclos da República Popular da China (CAMF) suspendeu, com efeito imediato, todas as actividades de automobilismo e motociclismo no país, seguindo assim as recomendações da autoridade máxima dos desportos do país. Todos os circuitos, organizadores e partes interessadas no desporto foram obrigados a rever os seus procedimentos de segurança e emergência. Esta medida, que também abrangeu outros desportos ao ar livre, surgiu depois da tragédia numa prova de atletismo no noroeste da China que vitimou vinte e um participantes.

No pretérito fim de semana, em Ningbo, houve finalmente “luz verde” para recomeçar, com a Taça Porsche Carrera Ásia a disputar a sua terceira prova do ano, enquanto o Campeonato da China de Resistência (CEC na sigla inglesa) teve honras de abertura de temporada. A RAEM esteve representada no “Ningbo Carnival” por um trio de pilotos locais – Ng Kin Veng, Cheung Chi On e Ip Tak Meng – que alinhou na corrida do CEC, com um Volkswagen Golf TCR, integrado na categoria de carros de Turismo.

Ausência esperada

Depois de ter disputado as duas primeiras provas da temporada de 2021 da Taça Porsche Carrera Ásia, André Couto não esteve presente no evento de Ningbo. Desde o início da temporada que era sabido que o experiente piloto do território não previa participar por inteiro na época desportiva do troféu da marca alemã. No entanto, Couto deveria ter estado presente na pista da província de Zhejiang para participar prova do CEC com a Toro Racing, algo que não veio a acontecer devido a uma súbita mudança de planos. A equipa chinesa inscreveu dois dos seus Mercedes-AMG GT3 na prova de Ningbo, mas optou por retirá-los já durante a semana que antecedeu o evento.

Assim, e se não existirem mais atrasos ou contratempos causados pela pandemia, André Couto deverá voltar ao volante do Mercedes-AMG GT3 da Toro Racing, fazendo dupla com o o piloto amador chinês Zang Kan, na prova do Campeonato da China de GT no circuito Qinghuangdao Shougang. A pista montada numa zona fabril na província de Hebei está designada para acolher a primeira prova do campeonato no fim de semana de 18 e 19 de Setembro, porém a data final do evento ainda carece confirmação oficial.

Optimismo para o recomeço

Quem regressa já este fim de semana às pistas é Rodolfo Ávila. No Circuito Internacional de Xangai, o piloto de Macau voltará aos comandos do MG6 XPower TCR na segunda jornada do TCR Ásia/TCR China. Depois de um início de temporada em que os carros da marca sino-britânica não conseguiram medir forças de igual para igual com os favoritos Lynk & Co, Ávila espera uma melhoria de performance já nesta prova.

“Já muito tempo passou desde a nossa última prova, mas estou feliz e preparado para este regresso”, afirmou Ávila, em entrevista publicada pela organização do campeonato nas redes sociais chinesas. “O desempenho do carro tem melhorado a cada ano. A experiente equipa 333 tem contribuído muito. Trabalho com esta equipa há mais de seis anos, pelo que nos conhecemos muito bem, o que também nos permite comunicar e trabalhar de forma mais eficiente, optimizando as afinações e assim melhorando os resultados nas corridas. Ir atrás de melhores resultados é sempre o nosso principal objetivo”.

6 Set 2021

Automobilismo | Regresso (pontual) de Isaías do Rosário às corridas em Portimão

Um convite inesperado levou Isaías do Rosário a regressar à competição automóvel no fim de semana de 21 e 22 de Agosto no Autódromo Internacional do Algarve. O piloto e comentador de automobilismo de Macau voltou a calçar as luvas e a colocar o capacete, alinhando à partida nas 12 Horas de Portimão, uma prova pontuável para o Troféu C1

 

Arredado das pistas há cerca de dez anos, o sócio fundador do Automóvel Clube de Macau foi convidado para participar na prova algarvia do troféu monomarca português que usa o modelo Citroen C1. Este convite surgiu por parte da equipa Silver Team, uma das trinta e seis formações inscritas no evento, tendo dividido a condução do pequeno carro francês com Miguel Pereira, Manuel Melo, João Silva e Raul Castro.

A corrida de doze horas no circuito de Fórmula 1 de Portimão foi dividida em duas corridas com a duração de seis horas. Na primeira corrida, Isaías do Rosário e os seus companheiros de equipa foram os décimos segundos classificados, enquanto que no segundo confronto terminaram no décimo sexto posto.

“O circuito não é fácil, pois tem várias zonas cegas. Não é fácil memorizar todas as curvas, mas com o tempo fui ganhando confiança e fui melhorando”, explicou ao HM o piloto da RAEM, que foi o segundo piloto do território a realizar uma corrida em Portimão, após a participação de Andy Chang na prova do europeu de Fórmula 3 em 2015.

Missão cumprida

Com pouco tempo de pista, Isaías do Rosário lamentou ter feito “pouco tempo de pista” nos treinos livres e nos treinos cronometrados “tivemos um problema com o carro”, o que atirou a equipa para a 28ª posição da grelha de partida.

Na primeira partida da prova de seis horas, que começou ao final da manhã de sábado e terminou já ao fim da tarde, Isaías do Rosário entrou para o quarto turno de condução. “Entreguei o carro em 13º, o que não foi nada mau. Quem veio atrás de mim ainda conseguiu ganhar uma posição e terminamos de 12º. Foi muito bom, porque saímos lá de trás”, rematou.

Na segunda parte da corrida, disputada no final do dia, o quinteto do Citroen C1 nº126 perdeu tempo com uma estratégia infeliz na escolha de pneus e depois acabou penalizada por não cumprir correctamente o procedimento do safety-car. “No cômputo geral até foi bom, pois começamos em 26º lugar e chegamos em 16º”.

No final da corrida, Isaías do Rosário admitiu que ficou com “a satisfação de terem visto na fase final da corrida, que eu era o quarto piloto mais rápido em pista. Ainda estou um pouco longe dos melhores pilotos, mas com um pouco mais de experiência e conhecimento do carro, que não é assim tão simples, poderia certamente rodar mais próximo dos pilotos da frente”.

Regressar à competição não está por agora nos planos de Isaías do Rosário que, no entanto, não fecha a porta “a futuros convites…”

31 Ago 2021

FIA | Canceladas as três Taças do Mundo em Macau

Este era um desfecho previsível, mas que só ontem foi oficializado. A Federação Internacional do Automóvel (FIA) tinha dado como prazo limite o fim de Agosto para a RAEM aliviar as restrições de entrada a cidadãos estrangeiros, colocadas no contexto do controlo da pandemia, mas como tal não aconteceu, nem irá acontecer a curto prazo, o órgão máximo que rege o desporto motorizado viu-se forçado a antecipar uma decisão inevitável e anulou a Taça do Mundo de Fórmula 3 da FIA, a Taça do Mundo de GT da FIA e a prova pontuável para a Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA – WTCR do 68.º Grande Prémio de Macau.

As equipas foram informadas na quarta-feira da decisão da FIA, no entanto só ontem a federação internacional comunicou a sua posição. Em comunicado, a FIA referiu que “como a maioria dos concorrentes que participam nos eventos da FIA são de fora da região, isto apresenta para os pilotos, equipas e fornecedores condições difíceis de cumprir. Como resultado, a Taça do Mundo de Fórmula 3 da FIA e a Taça do Mundo da FIA de GT não terão lugar em 2021, com o objectivo de regressar no próximo ano”.

Segundo uma comunicação enviada aos concorrentes inscritos na Taça do Mundo de GT da FIA na quarta-feira, a prova tinha já vinte e sete concorrentes que iriam representar seis construtores, o que demonstra bem o interesse que ainda existe em redor do evento. Também era esperada a presença no território dos trinta bólides do Campeonato FIA de Fórmula 3 e de duas dezenas de concorrentes da FIA – WTCR no Circuito da Guia. O comunicado da FIA de ontem menciona também que o “Promotor da WTCR, a Eurosport Events, confirmou a sua intenção de regressar ao Circuito da Guia em 2022”.

O Secretário Geral do Desporto da FIA, Pete Bayer, disse que “Durante muitos anos, o Grande Prémio de Macau foi o tradicional evento de encerramento de temporada para muito do mundo dos desportos motorizados e tem um significado especial para a FIA como o único evento que reúne três Taças do Mundo da FIA no mesmo programa.

Embora vamos sentir falta de não estar lá, desejamos aos organizadores um seguro e bem-sucedido Grande Prémio de Macau em Novembro. Vamos começar a trabalhar imediatamente no evento de 2022”.

Episódio repetido

O cancelamento expectável das Taças do Mundo da FIA não deverá colocar em risco o evento. “A 68.ª edição do Grande Prémio de Macau está agendada para Novembro de 2021 e irá apresentar competições de nível internacional. Mais detalhes sobre o programa do evento serão anunciados pela Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) em breve”, é possível ainda ler no comunicado da FIA.

Apesar de não ter sido comunicada qualquer decisão sobre uma das mais populares corridas do programa, a realização do Grande Prémio de Motos de Macau, que no ano passado também não se materializou, deverá ter o mesmo destino das Taças do Mundo da FIA. Sendo totalmente composta por concorrentes estrangeiros, a prova não se disputou em 2020 por manifesta ausência de quórum. Neste caso particular, a obrigatoriedade de cumprir catorze dias de quarentena obrigatória, tornou a prova do território inviável para a grande maioria dos pilotos que cumpre os requisitos mínimos para poder alinhar à partida.

Os trabalhos para o 68.ª Grande Prémio de Macau continuam a decorrer e este deverá manter um programa semelhante ao já visto no ano transacto, com a disciplina de Fórmula 4 a ocupar o espaço que normalmente pertencia à Fórmula 3 como prova “cabeça de cartaz”. Com uma forte presença de participantes do Interior da China, o programa do Grande Prémio de 2020 contou ainda com a Corrida da Guia Macau, a Taça GT Macau, a Taça de Carros de Turismo de Macau e a Taça GT – Corrida da Grande Baía.

20 Ago 2021