Sérgio Fonseca DesportoEuroformula Open não quer lugar da F3 no GP Macau O Conselho Mundial do Automobilismo da Federação Internacional do Automóvel (FIA), que se reuniu no final de Junho, não só cancelou a ronda asiática da Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA – WTCR, como também colocou um ponto final na possibilidade do 69º Grande Prémio de Macau receber qualquer outra Taça do Mundo, seja de GT ou de Fórmula 3. A possibilidade de trazer uma competição internacional substituta à altura da Taça do Mundo de Fórmula 3 da FIA em 2022 também está posta de parte. Numa alínea do extenso comunicado da federação internacional é possível ler que a “Taça do Mundo de Fórmula 3 da FIA em Macau não se realizará em 2022 devido às contínuas restrições relacionadas com a pandemia da COVID-19”. Este será o terceiro ano consecutivo que a Fórmula 3 não irá visitar o território, após ter sido lançada com enorme sucesso em 1982 no seguimento da recusa da FIA em autorizar a proposta do Automóvel Clube de Portugal (ACP) para que o Circuito da Guia fosse palco de corridas de Fórmula 2. Nos últimos dois anos, como alternativa, o reputado circuito de Macau tem acolhido a corrida de fim de temporada do Campeonato da China de Fórmula 4. Contudo, a competição chinesa não goza do mesmo estatuto internacional da saudosa corrida de Fórmula 3, nem os monolugares Mygale-Geely de Fórmula 4 têm a espectacularidade ou proporcionam as emoções dos carros da disciplina superior. Mesmo após a recusa da FIA, devido às restrições impostas por Macau, as entidades terão encetado contactos para tentar trazer outra competição internacional de monolugares do mesmo nível. De acordo com a imprensa ocidental especializada, os organizadores do Euroformula Open Championship e da japonesa Super Formula Lights terão sido sondados para ocuparem a vaga da Fórmula 3 no Grande Prémio de Macau. Ambas as competições, que um dia foram campeonatos de Fórmula 3, mas que presentemente não o são porque a FIA não os permite usar essa denominação, têm em comum utilizarem os chassis Dallara 320 e uma variedade de motores, no melhor espírito do que foi a categoria que se tornou famosa por catapultar vários pilotos para a Fórmula 1. Situação actual não se compadece Interrogado pelo portal italiano italiaracing.net sobre uma possível corrida em Macau este ano, Jesus Pareja, o empresário espanhol responsável pela Euroformula Open Championship, declinou a possibilidade. Tal como os concorrentes do Campeonato de Fórmula 3 da FIA, também as equipas da Euroformula Open Championship – algumas delas bem conhecidas do Circuito da Guia como a Carlin, Motopark, Double R ou a Van Amersfoort Racing – não se quiseram sujeitar às regras sanitárias impostas aos visitantes por Macau. “Fomos convidados pelo organizador nos últimos anos”, reconheceu Jesus Pareja, o homem que levou a Euroformula Open Championship ao Grande Prémio de Pau quando a Fórmula 3 abandonou o evento da pacata cidade francesa. O espanhol reconheceu, no entanto, que “com a Super Formula Lights formaríamos um bom alinhamento, mas com a actual situação sanitária na Ásia tal não é possível.” A 69ª edição do Grande Prémio de Macau está agendada no calendário internacional de 17 a 20 de Novembro, mas o programa de corridas ainda não foi dado a conhecer.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteFilipe Souza preparava-se para correr com um novo Audi no TCR Asia No final da pretérita edição do Grande Prémio de Macau, Filipe Souza não sabia se iria continuar ou se colocaria um ponto final na sua carreira de duas décadas no automobilismo. Porém, o “bichinho dos automóveis” foi mais forte e o piloto macaense decidiu continuar e no início do ano até tinha grandes planos para a temporada de 2022. Isto, até pandemia lhe ter trocado as voltas. Filipe Souza estava decidido a disputar o TCR Asia, competição que este ano apenas disputa corridas em solo chinês, e até tinha garantido um dos novos Audi RS 3 LMS TCR que vieram para o continente asiático. O novo carro do construtor de Ingolstadt, que foi apresentado na Ásia no Grande Prémio de Macau do ano passado, dava garantias a Souza de finalmente ter uma viatura capaz de ombrear com os carros oficiais das marcas chinesas Lynk & Co e MG. Contudo, o destino quis outra coisa e o recente confinamento parcial de Macau colocou a época de Filipe Souza, e de muitos outros pilotos da RAEM, em dúvida. “Faltam duas semanas para o início da temporada, mas com esta situação, acho que vai ser muito difícil participar na primeira prova ou até mesmo na maioria das provas do campeonato”, afirmou o experiente piloto do território ao HM. “O meu novo carro já chegou ao Circuito Internacional de Guangdong, mas não tenho como testá-lo ou realizar uma preparação mínima para a nova temporada”. “Este ano está a ser pior que 2020 e 2021”, reconhece Filipe Souza que na primeira metade do ano viajou até Zhuzhou para tomar conhecimento da pista que abre a temporada do TCR Asia em 2022. Além das restrições de viagens e dos sucessivos adiamentos das provas, Filipe Souza antevê “que o clima económico vai piorar e que para os pilotos de Macau vai ser mais difícil encontrar os imprescindíveis apoios”. Perante este cenário de indefinição, Filipe Souza escusa-se a fazer previsões sobre o que será a sua temporada desportiva, mas espera, pelo menos, “realizar algumas provas na China ainda este ano, e claro, o Grande Prémio de Macau, se houver.” Macau e Wuhan no calendário Pelo segundo ano consecutivo, o Campeonato da China de Carros de Turismo (CTCC na sigla inglesa) correrá em conjunto com o campeonato TCR Asia, num calendário que engloba sete eventos. A temporada, se a pandemia permitir, arranca com uma jornada de quatro corridas em quatro dias no Circuito Internacional de Zhuzhou, na Província de Hunan, de 27 a 31 de Julho. Em Agosto e Setembro, o campeonato prevê duas provas em Xangai, uma no pequeno circuito de Tianma e outra no circuito de Fórmula 1, que, entretanto, reabriu após praticamente quatro meses encerrado. Em Outubro, a competição de velocidade mais popular da República Popular da China regressa a Zhuzhou antes do muito antecipado retorno ao circuito citadino de Wuhan. O traçado citadino da província de Hubei, que chegou a fazer parte do calendário da Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA – WTCR, tem estado em “banho-maria” desde a sua última edição em 2019. Por fim, o binómio CTCC/TCR Asia tem a sua prova final de temporada agendada para o 69º Grande Prémio de Macau, de 17 a 20 de Novembro.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteWTCR prepara-se para cancelar prova de Macau A entidade promotora da Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA – WTCR, a Discovery Sports Events, vai avançar com o cancelamento das três rondas no continente asiático, incluindo aquela marcada para o Circuito da Guia em Macau. O Conselho Mundial de Automobilismo da Federação Internacional do Automóvel, que se realiza este final de semana, irá ratificar e confirmar a alteração no calendário da Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA – WTCR de 2022, em que o Circuito da Guia irá ser retirado do calendário pelo terceiro ano consecutivo. Esta informação foi dada por Jean-Baptiste Ley, o director da Taça do Mundo, ao portal especializado TouringCarTimes.com. “Há mais de um ano, quando tivemos de submeter o calendário à FIA, tivemos de tomar uma decisão sobre se iríamos para a Ásia ou se nos manteríamos na mesma situação”, disse Ley a TouringCarTimes. “Por isso decidimos permanecer positivos e optimistas e esperar que a situação melhorasse, o que foi o caso em todo o mundo excepto na Ásia. Por causa disso, e desde o início, ficou claro que, se a Ásia saísse do calendário, reduziríamos (o calendário) a nove eventos em vez de dez, procurando um cenário no Médio Oriente ou fora da Europa”. Em Abril, Jean-Baptiste Ley, o director da Taça do Mundo, deixou claro ao HM que uma quarentena longa poderia afastar a intenção de realizar a última prova do ano no território. A organização de matriz francesa tentou adiar uma decisão ao máximo, mas os indicadores que chegaram a Paris vindos deste lado do mundo e a pressão das equipas para que fosse tomada uma decisão o mais cedo possível forçaram o cancelamento do “tour” asiático. Regresso a Vila Real A FIA WTCR disputa este fim-de-semana mais uma prova, desta vez no Circuito Internacional de Vila Real. No regresso, após dois anos de ausência do circuito urbano português, nenhuma medida restritiva será colocada aos participantes. Protocolos habituais nos dois últimos anos, como o uso obrigatório de máscaras, o certificado de vacinação ou a prova de teste negativo, tudo isso já não será mandatório num fim de semana em que se espera “casa cheia” na cidade de Trás-dos-Montes. As três provas agendadas para o continente asiático – Inje (Coreia do Sul), Ningbo (China) e Circuito da Guia (Macau) – vão dar lugar muito provavelmente a corridas nos circuitos de Jidá, na Arábia Saudita, e Marraquexe, em Marrocos. O Circuit international automobile Moulay El Hassan no norte de África deverá ocupar o lugar de Macau como prova de encerramento de temporada. O 69º Grande Prémio de Macau está agendado de 17 a 20 de Novembro e a histórica Corrida da Guia deverá, a exemplo dos dois anos anteriores, ser disputada por um conjunto de concorrentes oriundos dos campeonatos TCR Ásia e TCR China, a que se juntam uma série de pilotos convidados, incluindo vários pilotos locais, da RAE de Hong Kong ou até mesmo do estrangeiro, caso sejam encontradas soluções viáveis, dentro do contexto do combate à pandemia no território, para a sua participação. Entretanto, o Conselho Mundial da FIA também deverá decidir se a Taça do Mundo de Fórmula 3 da FIA se mantém por mais algum tempo no calendário, tendo como palco o Grande Prémio de Macau, ou se é também cancelada. Segundo a última versão do calendário do Campeonato da China de Fórmula 4, a competição que tem substituído a Fórmula 3 nos últimos dois anos no Circuito da Guia, a temporada de encerramento de temporada será novamente disputada na RAEM.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteAsiático de Karting cancela prova dias depois de simulacro no kartódromo Depois de dois anos e meio sem realizar corridas, os organizadores do Campeonato Open Asiático de Karting (AKOC na sigla inglesa) estavam entusiasmados com a possibilidade de os motores voltarem a rugir em meados de Julho em Macau. Contudo, a série de novos casos que assolam o território obrigaram ao cancelamento do evento Num comunicado colocado nas redes sociais, os organizadores do Campeonato Open Asiático de Karting anunciaram na passada quarta-feira o cancelamento do evento no território: “A ronda de Julho de 2022 em Macau está cancelada. Isto é devido ao recente ressurgimento de casos de covid e novas medidas de quarentena impostas”. No calendário internacional da CIK FIA, o órgão que regula o karting internacional, o Campeonato Open Asiático de Karting tinha agendado para o Kartódromo de Coloane uma prova no fim de semana de 16 e 17 de Julho, para as seguintes categorias: 125 Open Junior, 125 Open Master, 125 Open Senior, 125 Open Veteranos, MAX, MAX Junior, MAX Veteranos, MINI ROK, ROK-GP, X30 Junior e X30 Senior. Antes da pandemia, o Kartódromo de Coloane era um dos palcos favoritos para acolher eventos do Campeonato Open Asiático de Karting. Inaugurada no dia 17 de Outubro de 1996, a infra-estrutura continua a ser uma das melhores equipadas no continente asiático. Para além das competições de Macau, o kartódromo recebia habitualmente duas provas do AKOC, a ronda de abertura e a de encerramento, sendo que esta última costumava coincidir com o Grande Prémio Internacional de Karting. Segundo o que apurou o HM, a organização do AKOC, que tem o seu quartel-general nas Filipinas, acreditava inicialmente que o evento iria ser realizado usando o sistema de bolha implementado com sucesso durante os Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim, mas até ao início desta semana aguardava ainda mais informações. A organização do AKOC, cujos campeonatos são maioritariamente compostos por pilotos de vários países do sudeste asiático, vai aguardar por uma decisão da AAMC quanto a uma nova data para evento. Entretanto, as provas organizadas pela Associação Geral Automóvel de Macau – China (AAMC) no Kartódromo de Coloane marcadas para o fim de semana, foram também canceladas. Numa nota colocada na sua página electrónica, a AAMC esclareceu: “Tendo em conta a grave situação epidémica, em resposta à política anti-epidemia do Governo da RAEM, a AAMC vai continuar a suspender os serviços externos de 22 a 24 de Junho. Obrigado pela vossa compreensão.” Simulacro no Kartódromo No fim de semana passado, o Kartódromo de Coloane serviu para um simulacro com vista à preparação do 69.º Grande Prémio de Macau. Numa iniciativa gerida pelo Instituto do Desporto, com o intuito de explorar a viabilidade de convidar atletas estrangeiros para competir em Macau, foi testada a possibilidade de realizar o evento em “circuito fechado”, à imagem do que foi feito nos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim. Segundo o que foi noticiado pela imprensa local de língua chinesa, o conceito passa por dividir os intervenientes do evento em duas zonas: “zona verde” e “zona vermelha”. Todas as equipas participantes, o seu pessoal e mesmo alguns meios de comunicação social são colocados na zona vermelha em “circuito fechado”, onde autocarros farão o seu transporte entre o circuito e o hotel. O simulacro terá incluído operações de socorro, eliminação de lixo, cerimónia de entrega de prémios, entrevistas instantâneas em vídeo entre os meios de comunicação social e os pilotos, e até autocarros realizaram o transporte de pessoas em “circuito fechado”.
Sérgio Fonseca DesportoGP Macau | Pessimismo ocidental contrasta com optimismo nacional A contagem decrescente para a 69.ª edição do Grande Prémio de Macau já começou. Contudo, a cerca de cinco meses do maior cartaz desportivo de carácter anual da RAEM são mais as dúvidas do que as certezas O Macau Daily Times revelou na passada terça-feira que na pretérita semana vários pilotos receberam convites formais da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau para participarem no Grande Prémio de Motos de Macau, prova que não se realizou nos últimos dois anos devido às restrições de entrada de estrangeiros de acordo com as medidas de prevenção e controlo da pandemia de Covid-19. Segundo a publicação de língua inglesa, do ponto de vista dos pilotos, parece ser unânime a opinião de que desejam regressar a Macau “desde que as restrições de quarentena sejam abandonadas”. Entretanto, a Taça do Mundo FIA de Carros de Turismo – WTCR mantém no seu calendário as três provas asiáticas – Inje (Coreia do Sul), Ningbo (China) e Circuito da Guia (Macau) – contudo, o optimismo sobre um eventual regresso à Ásia não é grande. Em Abril, Jean-Baptiste Ley, o director da Taça do Mundo, deixou claro ao HM que uma quarentena longa poderia afastar a intenção de realizar a última prova do ano em Macau. Neste momento, tudo aponta que a entidade promotora da FIA WTCR, a Discovery Sports Events, opte pelo plano B e cancele as rondas do continente asiático nas próximas semanas. Segundo a edição desta semana da revista alemã Motorsport Aktuell, a cidade marroquina Marraquexe, é a mais forte candidata mais forte a receber a prova de final de temporada. O Circuit international automobile Moulay El Hassan deverá ocupar o lugar de Macau, no mês de Dezembro. Os circuitos de Jidá, na Arábia Saudita, e de Istambul, na Turquia, têm sido apresentados como outras possibilidades caso o “tour” asiático não aconteça novamente. A confirmar-se este cenário, um novo calendário da FIA WTCR poderá ser apresentado no final de Junho, durante o Conselho Mundial de Automobilismo da FIA. Paddock da F3 na expectativa A Taça do Mundo FIA de Fórmula 3 está no calendário da FIA agendada para o período de 17 a 20 de Novembro, no entanto a expectativa entre as equipas é tão grande como a incerteza. O Campeonato FIA de Fórmula 3 corre nos fins-de-semana da Fórmula 1, onde a obrigatoriedade de testagem à Covid-19 foi abolida este ano, sendo a apresentação do certificado de vacinação o suficiente para a livre circulação. Apesar da elevadíssima reputação da prova do território e da vontade geral que esta recupere a pujança de outros tempos, caso seja imposta uma quarentena à chegada, estes factores poderão não ser suficientes para convencer um paddock que está todo vacinado e livre de restrições em todos os sítios para qual viaja. Entretanto, a Fórmula 3 garantiu ontem que a partir do próximo ano acompanhará a Fórmula 1 na viagem a Melbourne, na Austrália. TCR Asia e F4 China contam voltar Se nas competições internacionais o optimismo de um regresso a Macau está em declínio, em contrapartida nas nacionais, o regresso as ruas do território é quase “ponto assente”. Devido aos confinamentos a que tiveram sujeitas as grandes metrópoles de Pequim e Xangai, os calendários de todas as competições automobilísticas chinesas foram revistos e alterados. Com o arranque previsto para o segundo fim de semana de Julho, o campeonato TCR Asia manteve no seu calendário a visita à RAEM para a prova de encerramento de uma temporada que duas semanas antes de Macau regressa ao circuito citadino de Wuhan, um evento que não se realiza desde 2019. O Campeonato da China de Fórmula 4, que já não realiza uma prova desde o Grande Prémio de Macau de 2021, prevê começar no mês de Agosto, em Ningbo. O revisto calendário provisório de quatro jornadas enviado esta semana às equipas volta a incluir o Circuito da Guia como prova final. A concretizar-se, esta será a terceira vez consecutiva que o campeonato reconhecido pela FIA se desloca a Macau. O piloto local Charles Leong Hon Chio venceu em ambas as ocasiões.
Sérgio Fonseca DesportoAutomobilismo | F1 na China com dificuldades inesperadas de vingar Três meses depois do arranque da temporada de 2022, o entusiasmo da chegada do piloto chinês Guanyu Zhou ao Campeonato do Mundo de Fórmula 1 tem perdido força. Uma série de factores fora de pista têm contribuído para isso, e o próprio estreante Zhou, o primeiro piloto da República Popular da China a correr na disciplina, admite que não tem a certeza se vai manter o seu lugar na Alfa Romeo na próxima temporada Nos últimos dias, o nome do jovem de 23 anos apareceu várias vezes na imprensa internacional entre os pilotos cujo futuro na Fórmula 1 não é claro para além de 2022. Isto, apesar do chefe de equipa da Alfa Romeo, Frédéric Vasseur, parecer satisfeito com a época de Zhou até agora, especialmente porque a relação que o piloto chinês tem com o colega de equipa Valtteri Bottas tem sido profícua. “O Valtteri é rápido no carro, bom com a equipa fora do carro, é fantástico em termos de motivação e contribuição”, disse o responsável francês. “E a colaboração com Zhou é mais do que boa”. No entanto, Zhou não tem a certeza sobre a sua continuidade, até porque não tem um contrato assinado. “Ainda estamos no início desta temporada, por isso ainda não tenho planos para o futuro e ainda não sei qual é o plano”, disse o piloto natural de Xangai. “Claro que tem sido uma temporada com pontos altos e baixos, mas no geral sinto-me muito feliz por estar aqui. E sinto que ainda há muitas corridas para eu desenvolver as minhas capacidades na Fórmula 1”. A boa temporada que Bottas está a realizar este ano deverá mantê-lo na equipa, mas o lugar de Zhou é muito cobiçado pelo francês Théo Pourchaire. O piloto de reserva da Alfa Romeo F1 Team Orlen e membro da Sauber Academy é também um protegido de Vasseur. Vice-campeão em 2021 da Fórmula 2, Pourchaire ocupa a segunda posição no campeonato este ano e quer dar o assalto, preferencialmente em 2023. Com um ponto já alcançado esta época, o que o coloca no 18.º lugar entre os vinte e um pilotos participantes, Zhou está aparentemente tranquilo e confiante. “Se tudo correr como planeado, não vejo razão para estar demasiado preocupado com o que vai acontecer no próximo ano”, referiu. Outras dificuldades Durante décadas acreditou-se que a presença de um piloto chinês no “Grande Circo” iria quebrar as barreiras e finalmente se iriam abrir as portas do actual maior mercado automóvel do mundo. Contudo, na prática, tal não está a acontecer, bem longe disso. A presença de Zhou trouxe o interesse de novos patrocinadores para o desporto, principalmente para a Alfa Romeo, mas ainda não se assistiu à chegada de fortes patrocinadores chineses. Apesar dos intentos que a Fórmula 1 tem em realizar um dia dois Grandes Prémios na China, a verdade é que a categoria rainha do automobilismo não pisa solo chinês desde 2019. O contrato de Xangai foi mesmo assim renovado até 2025, mas hoje ninguém se atreve a garantir que haverá Grande Prémio da China em 2023 devido às actuais restrições de entrada de estrangeiros no país. Outro problema que a Fórmula 1, neste caso a Liberty Media, tem encontrado na China prende-se com as transmissões televisivas. Fora das duas Regiões Administrativas Especiais, apenas em Xangai e na província de Guangdong é possível assistir às transmissões em directo dos eventos. Apesar dos rumores que a China Telecom poderia ter ganho o concurso dos direitos de transmissão online, a verdade é que não existe ainda uma plataforma autorizada a transmitir as corridas pela internet, o que condiciona a expansão da disciplina no país.
Sérgio Fonseca DesportoVP da FIA não vê possível circuito de HK como ameaça ao GP Macau A Hong Kong Automobile Association (HKAA) voltou a apresentar uma proposta ao Executivo da RAE vizinha para a construção de um circuito permanente no território. Contudo, se tal se vier a concretizar, uma pista de automobilismo em Hong Kong não é vista pela Federação Internacional do Automóvel (FIA) como uma ameaça ao Grande Prémio de Macau Em declarações ao South China Morning Post (SCMP), no mês passado, Lawrence Yu Kam-kee, o presidente da HKAA, a Associação Desportiva Nacional de Hong Kong, revelou que um plano de vinte páginas foi entregue ao Gabinete do Chefe do Executivo e aguarda resposta. Yu referiu que a HKAA esteve em contacto com os vários departamentos governamentais antes de submeter a proposta, com a esperança de segurar uma localização no lado norte da Ilha de Lantau, onde estava anteriormente o Aeroporto Internacional de Hong Kong. Yu afirmou ao SCMP que ainda é muito cedo para dizer se o local poderia ajudar a trazer as corridas de Fórmula 1 para Hong Kong, isto numa altura em que a categoria rainha do automobilismo deseja ter mais corridas na China. “Um evento de Fórmula 1 precisa de um circuito longo e uma recta de uma ponta à outra, …, será parte do circuito proposto para apenas quando precisássemos dele para realizar grandes eventos – o que tornaria a instalação mais económica. Isto acontece em outros circuitos de automobilismo em todo o mundo.” O comissário dos desportos Yeung Tak-keung respondeu ao SCMP que o projecto de reaproveitamento ainda está em fase de planeamento e “a proposta de fornecer instalações desportivas será incluída no estudo detalhado”. Criar sinergias Este renascer do interesse da ex-colónia britânica num circuito permanente é visto com bons olhos para o novo Vice-Presidente da FIA para a Ásia, Lee Lung Nien. O ex-presidente da Motor Sports Singapore (MSS) referiu ao HM que ambas as RAE só têm a ganhar caso o governo de Hong Kong dê seguimento à proposta. “Será positivo para todos, porque dá possibilidades às pessoas”, disse Lung ao HM. “E se fizerem [grandes eventos] em fins-de-semana consecutivos ainda melhor. Um fim de semana Hong Kong, outro Macau, ou vice-versa.” “Se Hong Kong tiver o seu próprio circuito, óptimo. Cria melhores corridas para todos; [Os pilotos] podem treinar em Hong Kong, e correr em Macau”, acrescenta Lung, também ele um praticante de desportos motorizados, particularmente de karting. “Tens escolhas, e no momento que tens escolhas, o nível aumenta, a participação aumenta, e permite às pessoas terem opções para correrem. Quando tens opções as pessoas aparecem. O problema é quando não há oferta ou estamos limitados a uma corrida ou a um só circuito. Ambos [Macau e Hong Kong] poderão co-existir e ambos podem beneficiar um com o outro”. Não é ameaça Apesar de nunca ter tido um evento com a dimensão do Grande Prémio de Macau, Hong Kong realizou ao longo dos anos várias corridas locais de diferentes disciplinas do desporto motorizado e chegou mesmo a organizar um Grande Prémio Internacional de Karting, em Victoria Park. Em 2016, 2017 e 2019, Central Harbourfront recebeu o Campeonato FIA de Fórmula E, de carros eléctricos. O evento, que foi uma vitória pessoal do presidente da HKAA, seria descontinuado, primeiro devido aos protestos pró-democracia e depois devido à pandemia. O responsável máximo do automobilismo para a Ásia não acredita que Macau poderá sequer estar em risco caso Hong Kong use a sua infra-estrutura para cativar eventos internacionais de alto nível. “Macau não irá desaparecer, é como o Mónaco. Eu descreveria o Grande Prémio de Macau como o ‘Mónaco do Este’. É um festival, um grande evento internacional, todos querem lá ir”.
Sérgio Fonseca DesportoAutomobilismo | Rodolfo Ávila deve continuar com a MG para tentar a renovação do título O campeão em título do Campeonato TCR China de 2021, o piloto de Macau Rodolfo Ávila, deverá continuar a defender as cores da MG XPower Racing na época desportiva de 2022. Isto, apesar da equipa oficial do construtor sino-britânico ainda não ter revelado os seus planos para a temporada vindoura O TCR China deveria arrancar no fim de semana de 7 e 8 de Maio no Circuito Internacional de Xangai. Contudo, devido ao confinamento por tempo indeterminado da capital económica da República Popular da China e às restrições impostas na circulação de pessoas, aguarda-se pelo adiamento inevitável do evento de abertura. “Neste momento, devido à situação em que nos encontramos, não sabemos quando vamos mesmo começar”, explicou Ávila ao HM. “Muito possivelmente, se a pandemia abrandar, vamos ter como em anos anteriores um calendário bastante concentrado na segunda parte do ano. Temos que aguardar.” A versão original do calendário do TCR China contava com seis jornadas duplas de Maio a Novembro, e passagens pelos circuitos de Xangai, Ningbo, Zhejiang, Zhuzhou e Tianma (Xangai). O Grande Prémio de Macau também estava neste calendário provisório como prova extracampeonato. Contudo, o calendário poderá estar sujeito a alterações ao longo das próximas semanas com o evoluir da crise sanitária. Objectivo será renovar Rodolfo Ávila, ao volante de um MG 6 XPower TCR, sagrou-se em Novembro passado campeão do TCR China, depois de uma derradeira prova em que conseguiu recuperar de uma desvantagem de 14 pontos. Por isso, os seus objectivos para a nova temporada não são muito diferentes. “Vou tentar renovar o título, mas não espero facilidades. Em 2021, o campeonato foi discutido até à última corrida da temporada e não espero que seja muito diferente este ano”, contou o também campeão asiático de Fórmula Renault de 2013 e vencedor do Asia SuperCar Challenge de 2008. A coroa de campeão não lhe dá o favoritismo per se, pois “ainda não sei bem quem irá ser a concorrência deste ano, mas o nível da competição será sempre alto”, afirma Ávila, que porém acredita que “além dos meus companheiros de equipa, que são sempre pilotos rápidos e experientes, temos que contar com a equipa oficial da Lynk & Co, que mesmo sem o Ma Qing Hua, que foi para a Europa, tem sempre todos os recursos necessários para vencer. Não podemos ignorar também alguns dos pilotos privados, principalmente aqueles que vão contar este ano com o novo modelo da Audi.” Novidades no horizonte? Há rumores sobre possibilidade de a MG introduzir um novo carro na categoria TCR, no entanto, em Itália, na pretérita semana, apenas o novo Toyota Corolla GRS TCR e o Fiat Tipo TCR da Tecnodom Sport passaram pelo processo de homologação para serem certificados pelo Departamento Técnico do Grupo WSC e assim iniciarem as suas actividades nesta categoria. “A MG tem trabalhado continuamente para evoluir os seus carros de competição e o título do campeonato TCR China de 2021 com o MG 6 é um bom exemplo disso”, esclarece Ávila. “Se haverá um carro novo num futuro próximo, é algo que temos que aguardar por uma decisão das entidades responsáveis da marca, pois são eles que decidem qual o caminho que a MG deve percorrer no automobilismo”.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteAutomobilismo | Quarentena prolongada pode afastar WTCR do Grande Prémio Após dois anos de ausência forçada, a Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA – WTCR espera regressar este ano ao Circuito da Guia. Todavia, Jean-Baptiste Ley, o director da WTCR, deixa claro que uma decisão final ainda não foi tomada, mas uma quarentena longa poderá afastar essa intenção “Nós continuamos a monotorizar as restrições de viagens com a esperança de regressar a Macau este Novembro para o que é uma corrida icónica numa pista lendária”, referiu Jean-Baptiste Ley, o novo homem forte da entidade promotora da WTCR, a Discovery Sports Events, ao HM. Enquanto a Discovery Sports Events avalia a possibilidade de substituir as provas anuladas na República Checa e na Rússia, oito eventos agora permanecem no calendário de 2022, começando a Taça do Mundo nas ruas francesas de Pau no início de Maio. Contudo, dessas oito provas que permanecem no calendário há três ainda em dúvida, mais precisamente as três rondas planeadas para o continente asiático: Coreia do Sul, Interior da China e Macau. “As regras das quarentenas existem por uma boa razão e não cabe à WTCR exigir a sua remoção. Obviamente, que se um prolongado período de quarentena for obrigatório, então regressar a Macau será desafiante”, refere o engenheiro francês que num passado recente foi o coordenador do campeonato europeu de ralis, acrescentando que “temos que aguardar por mais claridade antes de dizermos com absoluta certeza se poderemos correr em Macau esta época ou não. Temos prazos definidos para tomar estas decisões”. Apesar de Jean-Baptiste Ley não apontar uma data exacta para uma decisão, existe a noção de que a FIA irá aguardar até ao Verão para compreender se é viável ou não organizar as suas três Taças do Mundo – F3, GT e Turismos – na RAEM este ano. No mês passado, Pun Weng Kun, coordenador da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau, em declarações à TDM, aludiu novamente à vontade da organização em voltar a abrir as portas do evento à participação estrangeira, dando como exemplo o sucesso da ‘bolha’ sanitária anti-COVID-19 implantada durante os últimos Jogos Olímpicos de Inverno, em Pequim. Vacinação não obrigatória No início da temporada, a organização do Campeonato do Mundo de Fórmula 1 determinou que todo o seu pessoal e das equipas tivesse vacinado, com doses de reforço incluídas. Contudo, esta medida não é obrigatória para todos os Campeonatos ou Taças do Mundo sob a égide da FIA. “Se o país ou a ADN (Autoridade Desportiva Nacional) estipularem este requerimento, então claro que todos os que queiram participar no evento terão que cumprir”, explica Jean-Baptiste Ley. “Mas não é uma regra que a WTCR fosse capaz de aplicar nos termos dos nossos regulamentos desportivos. No entanto, é importante enfatizar que as vacinas são cruciais na luta contra a COVID-19 e pedimos que as pessoas ainda não vacinadas sejam vacinadas”. Locais serão aceites Como já acontecia no seu antecessor, o WTCC, a concretizar-se a presença no Grande Prémio, a organização da WTCR vai autorizar a participação de pilotos locais no Grande Prémio de Macau, com o estatuto de “wildcards”, ou convidados. “A regulamentação da WTCR permite inscrições corrida-a-corrida em todos os eventos e nós damos as boas-vindas à participação de pilotos locais e equipas em cada um dos eventos do calendário”, salienta o Director da Taça do Mundo, acrescentando que ao permitir “inscrições corrida-a-corrida damos a oportunidade para os pilotos e equipas locais mostrarem as suas capacidades e angariarem experiência num evento de nível mundial, algo que só pode ser benéfico para o desporto como um todo”. Com um custo de inscrição de 5,000 euros e sujeitos a aprovação da FIA, os pilotos convidados que queiram estar à partida da Corrida da Guia na WTCR não pontuam para o campeonato e carregarão nos seus carros dez quilogramas de peso extra.
Sérgio Fonseca DesportoGrande Prémio | Célio Alves Dias vai recuperar o Mini Célio Alves Dias é um veterano das corridas de automóveis do território e no ano passado conseguiu a proeza de vencer uma corrida no programa do Grande Prémio de Macau. Contudo, ainda lhe falta cumprir o sonho de subir ao degrau mais alto do pódio no evento, algo que lhe escapou no ano passado, após um final de corrida caricato, mas que este ano não quer deixar fugir Numa corrida que ficou marcada por uma carambola de dezanove carros na curva de entrada para a recta da meta e que teve de ser concluída prematuramente devido a mais uma série de acidentes no recomeço que envolveram os pilotos do pelotão da frente, o vencedor da Taça de Carros de Turismo de Macau de 2021 não recebeu o troféu de primeiro classificado. Dada a violência do impacto, o então líder da corrida, que foi um dos envolvidos no aparatoso acidente, foi levado ao Centro Hospital Conde de São Januário por precaução, tendo sido a sua namorada quem recebeu a taça do vencedor. Na altura, Célio afirmou que a existência de óleo na pista pode ter estado na origem do acidente. “Quando passei naquele local do acidente [na altura do recomeço], senti que havia ali óleo porque o carro escorregou bastante”, revelou ao HM. Este é um episódio que o piloto quer esquecer, até porque o seu Mini Cooper S , da classe 1.6T, ficou em muito mau estado após colidir com as barreiras de protecção. Felizmente para o piloto da Fu Lei Loi Racing Team, “o Mini já seguiu para a China para realizar a reparação. Em princípio, será possível repará-lo”, esclareceu Célio ao HM. Por isso, “este ano vou continuar a correr com o Mini de 2021 no Grande Prémio de Macau. Este Mini é novo, foi o primeiro ano a correr no Circuito da Guia”, acrescentou. Como tudo indica que os regulamentos técnicos e desportivos das corridas de carros de Turismo locais não irão ainda sofrer alterações esta temporada, a continuidade da aposta no “musculado” Mini faz todo o sentido. Até porque a experiência adquirida nas curvas e contracurvas do mais conhecido circuito urbano do continente asiático permitiram a Célio e à sua equipa uma melhor compreensão do comportamento da máquina. Célio recorda que “após os primeiros treinos do Grande Prémio pensei em alterar as afinações, para melhorar nas curvas. Alterei as afinações em quase todas as vezes que fomos para a pista e na final, na segunda corrida, até alterei muito mais. Quer dizer que este Mini poderia ter sido ainda mais rápido do que foi na segunda corrida do Grande Prémio. Agora, já sabemos quais os problemas deste carro e vamos continuar a trabalhar nas afinações, em particular para torná-lo mais rápido nas curvas.” Parar não, mudar talvez O piloto que se estreou no Grande Prémio de Macau de 1999, na última edição da Corrida Automóvel Clube de Portugal, ao volante de um Honda Civic EG6, tem sido uma presença assídua no maior evento desportivo do território, contando hoje com vinte e duas participações. “Nunca pensei em parar”, afirma Célio. “Gosto muito do circuito de Macau. Só faltei ao Grande Prémio uma vez, no ano em que faleceu o meu pai.” Alguns pilotos de Macau são a favor de que a categoria 1.6T, para viaturas de preparação local com motor turbo de 1600cc de cilindrada, deveria terminar e ser trocada por carros da internacional classe TCR. Tal não irá acontecer este ano, mas Célio também concorda que o futuro do automobilismo da RAEM “deve ser com carros da categoria TCR, porque são mais baratos.” Porém, o que está para vir nos próximos anos ainda não é uma preocupação para Célio, pois o que mais importa é voltar a ter o Mini na antiga forma e conseguir finalmente cumprir a missão de escalar até ao lugar mais alto do pódio.
Sérgio Fonseca DesportoFIA confirma data da F3 e F4 China anuncia corrida no GP Na passada sexta-feira, o organizador do Campeonato da China de Fórmula 4 divulgou nas redes sociais o calendário da temporada de 2022 que inclui a prova final, pelo terceiro ano consecutivo, no Circuito da Guia. Um dia depois, no sábado, a Federação Internacional do Automóvel (FIA) confirmava a data da Taça do Mundo de Fórmula 3 em Macau. O calendário da F4 chinesa deste ano, que se estende de Junho a Novembro, contempla quatro eventos, num total de catorze corridas. O organizador, o Mitime Group, uma subsidiária do grupo automóvel Zhejiang Geely Group, colocará de lado o Circuito Internacional de Zhuhai, que nos últimos dois anos foi o coração do campeonato, para regressar ao circuito de Fórmula 1 de Xangai para a prova de abertura. O circuito Ningbo, que pertence ao Mitime Group, e um circuito citadino a realizar em Pingtan, na Província de Fujian, a que se junta a visita a Macau, completam o calendário. De acordo com a informação publicada, na derradeira prova da temporada na RAEM, “haverá duas corridas e os pilotos irão receber pontos a dobrar”. Diz também o comunicado que “o Campeonato Shell Helix da China de Fórmula 4 da FIA de 2022 é apoiado pela Associação Geral Automóvel de Macau-China. As duas corridas de Fórmula 4 do Grande Prémio de Macau terão como ensaio as três primeiras provas da temporada.” Para a organização chinesa, a visita a Macau pretende que “mais jovens talentos tenham a oportunidade de seguir os passos de pilotos de Fórmula 1 famosos como Senna, Schumacher e Hamilton, e gravar os seus nomes no Hall of Fame do lendário Grande Prémio de Macau”. Ao contrário das congéneres de todo o mundo, a Fórmula 4 irá ainda manter os mesmos antigos chassis Mygale, motorizado com blocos de 2 litros da Geely, cuja homologação foi estendida até 2023. As duas únicas vezes que a Fórmula 4 marcou presença no maior cartaz desportivo de Macau a vitória ficou na casa, com Charles Leong Hon Chio a vencer nas duas ocasiões. Macau no calendário internacional O Conselho Mundial de Automobilismo da FIA confirmou a data do evento com uma curta menção no comunicado de imprensa de sábado: “A data da Taça do Mundo de Fórmula 3 da FIA 2022, a realizar em Macau, está confirmada para 17 a 20 de Novembro”. A presença da Taça do Mundo no Calendário Internacional da FIA não quer dizer por si só que a prova, que já não acontece desde 2019, se realizará este ano. Recorde-se que no ano passado, a Taça do Mundo de Fórmula 3 da FIA foi colocada no Calendário Internacional para meses depois ser retirada, pois não foram encontradas as condições para a RAEM aliviar as restrições de entrada de estrangeiros no território. Recentemente, Pun Weng Kun, coordenador da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau e presidente do Instituto do Desporto, em declarações à TDM, mencionou novamente as intenções da organização do evento em trazer de volta concorrentes estrangeiros. O dirigente deu como exemplo o sucesso da ‘bolha’ sanitária anti-covid-19 implantada durante os últimos Jogos Olímpicos de Inverno, em Pequim.
Sérgio Fonseca DesportoAutomobilismo | Filipe Souza quer correr no TCR China 2022 Com o arranque da temporada desportiva no Interior da China a acontecer dentro de um mês, a pandemia não dá tréguas e continua a colocar sérios obstáculos aos pilotos de automobilismo de Macau, que têm de se deslocar ao outro lado das Portas do Cerco para exercerem a sua actividade; Filipe Souza é um deles. Depois de ter sido o único piloto capaz de enfrentar os Link & Co oficiais na última edição da Corrida da Guia do Grande Prémio de Macau, o piloto macaense foi punido por uma alegada falsa partida e não conseguiu conquistar aquele lugar no pódio que tanto procurava. No final da corrida, Souza estava bastante agastado com a decisão e afirmou aos jornalistas que iria repensar se voltava a competir ou não. Contudo, no final, o piloto da RAEM decidiu que tem uma missão por cumprir, além do desejo de alinhar no seu vigésimo Grande Prémio de Macau. “Vou voltar esta temporada e estou a planear participar no campeonato TCR China, como nos anos anteriores, mas a pandemia ainda está a atrapalhar”, explicou o piloto ao HM. “Tenho de continuar a acompanhar a situação, para tomar uma decisão no próximo mês, é que o TCR China começa em Maio no Circuito Internacional de Xangai”. O calendário do TCR China, competição que foi ganha em 2021 pelo piloto de Macau Rodolfo Ávila, conta com seis jornadas duplas, e passagens pelos circuitos de Xangai, Ningbo, Zhejiang, Zhuzhou e Tianma (Xangai). O Grande Prémio de Macau também está no calendário provisório do TCR China, mas como prova extracampeonato. Carro novo com olho no GP As últimas temporadas de Souza têm sido realizadas ao volante de um Audi RS 3 LMS TCR e, em princípio, assim continuará a ser, pelo menos, na primeira metade do ano. “Devo continuar com o Audi TCR, um carro que eu tenho confiança ganha ao longo dos anos”, no entanto, o piloto do território pondera “correr com um carro TCR da nova geração. Estou a planear ter um carro novo no mês de Junho. Não pode ser muito tarde, porque depois não há tempo para testar ou fazer algumas corridas antes do Grande Prémio”. A prova de final de ano no Circuito da Guia é sempre dúvida a prioridade para Souza, como o próprio admite: “O Grande Prémio está a preparar o regresso dos pilotos internacionais, como aqueles que participam na Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA – WTCR. Ouvimos que vão fazer como nos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim. Se a WTCR conseguir vir ao Grande Prémio este ano, quer dizer que eu só posso fazer as provas locais, como a Taça de Carros de Turismo de Macau. Espero que este ano possa fazer mais corridas e preparar-me melhor para obter um bom resultado em Macau”. E a temporada de Souza poderá não se ficar apenas pelo TCR China, pois “ouvi dizer que a Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) quer recomeçar o MTCC este ano e quer realizar estas provas no circuito de Zhuzhou. Contudo, tudo dependerá da evolução da COVID-19. Vamos a ver.”
Sérgio Fonseca Desporto MancheteGP Macau | Sophia Floersch diz que acidente lhe trouxe fama mas não proveito Há momentos que marcam a carreira de um piloto. Para Sophia Floersch, definitivamente será o assustador acidente no Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 de 2018, como a própria admitiu ao jornal bávaro “Münchner Merkur”. Sophia Floersch reconhece que o infortúnio lhe trouxe fama, mas que não a ajudou a progredir na sua carreira desportiva Quase quatro anos após o aparatoso acidente na travagem para a Curva Lisboa, a piloto alemã admitiu à publicação germânica que ainda continua a ser muito associada ao acidente no Circuito da Guia. Apesar do aparato, que catapultou o evento de Macau para todos os noticiários em todo o mundo, felizmente o acidente não teve consequências físicas, e Sophia Florsch regressou logo ao activo em 2019, tendo recebido o ” World Comeback of the Year” na cerimónia dos Laureus World Sports Awards. Sophia Floersch disse que vários patrocinadores capitalizaram com o seu salto para a fama, mas que “nenhum deles ainda está comigo”. A jovem alemã, que recebeu o título de Embaixadora da Boa Vontade do Turismo de Macau após o seu acidente, referiu que “o automobilismo move-se depressa. O acidente deu-me atenção, mas no sentido desportivo, não foi um passo em frente”. Depois de ter regressado à corrida de Fórmula 3 em Macau, onde desistiu com problemas técnicos no seu carro, em 2020 completou outra temporada na disciplina, aproveitando também para se estrear nas corridas de resistência. Em 2021, foi a vez de se estrear no campeonato alemão DTM e no Campeonato do Mundo FIA de Endurance (WEC). Sophia Floersch tinha planeado para este ano uma participação no European Le Mans Series e nas 24 Horas de Le Mans, mas continua a afirmar que o seu grande objectivo “é regressar às corridas de monologares”, sendo a Fórmula 1 “o seu grande sonho”. “Aos 21 anos, devo continuar a perseguir este objectivo”, insiste a piloto de Munique. “Com um orçamento grande seria mais rápido, mas com um orçamento pequeno, por vezes tens que fazer desvios. Porém, estou a lutar para subir e acredito firmemente que há um futuro. A determinada altura, o investimento irá compensar”. A piloto, que sempre disse que estava disposta a regressar ao evento automobilístico da RAEM, aproveitou a entrevista para criticar a hipocrisia existente na Fórmula 1, “apesar de todo o alarido em redor de chavões da actualidade como diversidade, igualdade e inclusão, as equipas adornam-se com pilotos (senhoras), mas elas não têm qualquer hipótese. São usadas para justificar lemas modernos e chiques para promoverem as mulheres e a igualdade”. Apanhada pelas sanções à Rússia Sophia Floersch tinha esta temporada bem delineada, com contrato assinado para conduzir um Oreca 07 Gibson da classe “Le Mans Prototype 2” (LMP2) que seria preparado pela equipa portuguesa Algarve Pro Racing sob a bandeira da G-Drive Racing na Europa. A G-Drive é uma cadeia de postos de combustível russa, que é administrada pela gigante estatal do petróleo Gazprom, que por sua vez passou a enfrentar sanções dos EUA e de outros países Ocidentais após a invasão russa à Ucrânia. Perante as sanções económicas e as limitações colocadas pela FIA, como a proibição da bandeira russa, símbolos, cores ou hino nacional do país, os mentores do projecto G-Drive Racing retiraram-se de cena, deixando a equipa portuguesa e os seus pilotos, incluindo Sophia Floersch, numa situação incómoda, vista a necessidade de procurar novos apoios para compensar a saída do forte patrocinador.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteAutomobilismo | André Couto conta voltar às pistas este ano Apesar de estar afastado das pistas desde Maio do ano passado, André Couto ainda não poisou o capacete e espera voltar à competição esta temporada. Embora não tenha ainda nada “preto no branco”, o piloto português não esconde que gostaria de regressar ao Japão e está atento ao que se passa na China A temporada de 2021 do vencedor do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 de 2000 foi fortemente prejudicada pela pandemia e resumiu-se às duas primeiras provas da Taça Porsche Carrera Ásia com a Toro Racing. Couto tinha alinhavado tripular um dos Mercedes AMG GT3 da Toro Racing no Campeonato da China de GT, todavia tal acabou por não se concretizar, pois, após os adiamentos sucessivos no arranque do campeonato, a equipa de Xangai decidiu apenas realizar a prova de abertura em casa com pilotos locais. A Toro Racing tinha guardado o seu melhor Mercedes AMG GT3 para Couto competir no Grande Prémio de Macau, o carro que Luo Kai Luo levou ao terceiro lugar da Taça GT Macau, no entanto, o piloto do território teve que abdicar do lugar por razões de ordem pessoal e não foi em 2021 que regressou à sua prova favorita. “Fui aconselhado a não correr no Grande Prémio, mas felizmente está tudo bem e posso voltar às pistas sem preocupações”, esclareceu Couto ao HM. “Foi uma pena não ter participado, mas quero acreditar que novas oportunidades irão aparecer no futuro”. Neste momento, o Japão e a China são as melhores possibilidades para Couto prosseguir uma carreira que começou no karting em Coloane. Japão ainda é hipótese Depois de mais de uma década, com bastante sucesso, no Japão, o piloto de Macau ainda não foi esquecido no país do sol nascente. Couto mantém a proximidade com a JLOC (Japan Lamborghini Owners’ Club), a equipa com quem deveria competir em 2020, quando a pandemia o obrigou a mudar de planos, e acredita que uma porta ainda se pode voltar a abrir no Super GT. “Tenho estado em contacto com a minha anterior equipa. Devido à incerteza nas fronteiras, optámos por esperar. Eles já definiram os seus pilotos para 2022, os mesmos da temporada passada, mas existe a possibilidade de poder entrar a meio da época se os resultados não forem muito positivos”, explicou o ex-campeão da categoria GT300. “Eles chegaram a falar comigo no ano passado e até estava tudo bem encaminhado para eu substituir um dos pilotos japoneses, mas não foi possível obter o visto de entrada”. Depois de ter competido em monolugares e carros de GT no Japão, Couto continua a guardar o Super GT no coração. “É um campeonato muito forte”, diz o piloto, e “que me dá uma motivação para correr”. Quarentenas não ajudam Mesmo com a pandemia ainda a atrapalhar um pacífico desenrolar do automobilismo na China, Couto não vira a cara a um programa desportivo do outro lado das Portas do Cerco, porém reconhece que “ainda não me mexi muito”, optando por aguardar “para ver os calendários e os projectos das equipas que só agora começam a definir o que vão fazer nas corridas de GT”. A medidas impostas na prevenção e controlo da COVID-19 são actualmente um obstáculo para os desportistas que tenham que passar a fronteira com alguma regularidade. “O cenário das quarentenas torna complicado correr na China, pois de um momento para o outro podes ter de ficar preso por tempo indeterminado onde estás e impedido de regressar a casa. No ano passado recebi várias propostas para fazer corridas na China, mas nem sempre era sequer possível de as concretizar”. Igualmente atractivo para Couto era retornar ao GT World Challenge Asia, competição que esteve parada dois anos e que espera voltar em 2022 com corridas na Malásia, Japão e Indonésia. Contudo, mais uma vez, se as restrições nas fronteiras não forem aliviadas, tal é praticamente inexequível.
Sérgio Fonseca DesportoGT | Pandemia não tirou o apetite por Macau aos construtores O GT World Challenge Asia, a ainda competição de carros da categoria GT3 mais importante no continente asiático, não contempla no seu calendário provisório qualquer corrida em solo chinês este ano, enquanto que, ao contrário de outros anos, nenhum dos construtores colocou nos seus planos desportivos para a temporada de 2022 a presença no Grande Prémio de Macau. Contudo, a chama do maior evento desportivo do território ainda não se apagou Em 2021, a Federação Internacional do Automóvel (FIA) quis novamente realizar as suas três Taças do Mundo na RAEM, mas como o território não aliviou as restrições de entrada de cidadãos estrangeiros, impostas no contexto da pandemia, incluindo a obrigatoriedade do cumprimento de uma quarenta, o órgão máximo que rege o automobilismo optou por cancelar a viagem ao Oriente. Em comunicado, a FIA expressou a vontade que as suas Taças regressem a Macau em 2022. Hoje, apenas a Corrida da Guia faz parte do calendário provisório da Taça do Mundo de Carros de Turismo – WTCR de 2022, sendo que a federação internacional ainda não se pronunciou sobre a Fórmula 3 e GT. De 2015 a 2019, o Circuito da Guia recebeu a Taça do Mundo de GT da FIA, uma competição para viaturas da classe GT3, co-organizada pela Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) em parceria com a Stephane Ratel Organisation. A organização europeia, que também gere o GT World Challenge Asia a partir da sua base em Hong Kong, estava confiante que a prova do ano passado teria sido um sucesso e acredita que a vontade das marcas automóveis em Macau ainda não esmoreceu. “Definitivamente o apetite para correr em Macau continua elevado por parte dos construtores”, sublinhou ao HM o coordenador das últimas edições da Taça do Mundo de GT da FIA, Benjamin Franassovici. “Antes de termos abortado a edição do ano passado, tínhamos vinte e sete carros inscritos”, recorda o responsável pela Stephane Ratel Organisation na Ásia. Caso tivesse ido à avante, a edição de 2021 da Taça do Mundo de GT da FIA teria contado com equipas oficiais da Audi, BMW e Porsche. Mercedes, Aston Martin, Ferrari e Honda também teriam uma representação na corrida a título privado. Como não se disputou a Taça do Mundo, realizou-se mais uma edição da Taça GT Macau que foi ganha, com uma boa dose de drama pelo meio, por Darryl O’Young (Mercedes AMG GT3). Singularidade inigualável Durante vários anos, alguma imprensa estrangeira noticiou a vontade de alguns intervenientes, incluindo representantes das marcas envolvidas, em que a Taça do Mundo de GT da FIA fosse realizada noutras paragens, preferencialmente num outro circuito mais convencional. Contudo, Stephane Ratel e a sua organização continuam a considerar o Grande Prémio de Macau, pela sua unicidade, a prova que melhor se coaduna para este troféu. “Para mim, Macau é o melhor lugar para a Taça do Mundo de GT da FIA”, refere Benjamin Franassovici. “É um circuito citadino único e com história. Tem público e atmosfera, mais ainda, na altura do ano em que se desenrola penso que não há outra localização que possa ser considerada.” Por enquanto, para além da WTCR, apenas o organizador dos campeonatos TCR China e TCR Ásia colocou a 69ª edição do Grande Prémio de Macau no seu calendário provisórios, e neste caso como prova extra-campeonatos.
Sérgio Fonseca DesportoAutomobilismo | Macaenses mantêm forte representação na nova FIA Macau reforçou a sua posição nas Comissões Desportivas da Federação Internacional do Automóvel (FIA) para o biénio 2022-2023. O território estará presente em seis das vinte e cinco comissões permanentes do órgão máximo que rege o desporto automóvel Na pretérita semana, o novo presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, liderou o seu primeiro Conselho Mundial da FIA. Este encontro, realizado em formato digital, permitiu eleger os membros do Senado em falta, assim como determinar a formação das Comissões Desportivas. São estes grupos de trabalho, constituídos por pessoal escolhido pelas diversas associações desportivas nacionais, que decidem o futuro das várias disciplinas do automobilismo e cujas medidas são colocadas para aprovação do Conselho Mundial da FIA. Serão quatro os elementos da RAEM presentes nestas Comissões Desportivas. Herculano Ribeiro, vice-presidente da Associação Geral Automóvel Macau-China (AAMC), irá manter o seu assento nas comissões de Circuitos e de carros de GT. Sancho Chan, presidente do colégio de comissários desportivos do último Grande Prémio de Macau, foi reconduzido como membro das comissões de Monolugares (fórmulas) e de veículos históricos. Na comissão internacional de karting, que foi presidida pelo ex-piloto brasileiro de F1 Felipe Massa, entretanto colocado à frente da comissão de pilotos, Américo Martins de Jesus foi renomeado no cargo. A RAEM mantém também o seu lugar na comissão de carros de Turismo, mas neste caso particular, na posição de representante dos eventos e com uma novidade. Nam Kuan deixa a posição que ocupava, cedendo o seu lugar a Carlos Osório. Entre os países da lusofonia, Portugal é aquele com mais assentos nas Comissões Desportivas da FIA, catorze no total, enquanto que o Brasil tem nove e Moçambique segurou oito. A República Popular da China tem agora sete e Hong Kong não tem qualquer presença. A zona Ásia-Pacifico é agora presidida por Lee Lung Nien, o ex-presidente da associação automóvel de Singapura. Novo chefe na casa A lista presidencial de Mohammed Ben Sulayem, que levou a melhor, com 61,62% dos votos, sobre aquela apresentada pelo inglês Graham Stoker, era a mais lusófona das duas listas concorrentes, contando com a brasileira Fabiana Ecclestone, esposa do ex-patrão da F1 Bernie Ecclestone, no cargo de Vice-Presidente para o Desporto na América do Sul, e com o moçambicano Rodrigo Ferreira Rocha, no cargo de Vice-Presidente para o Desporto na África. Jean Todt terminou em Dezembro o seu périplo de doze anos e três mandatos à frente dos destinos da FIA. Aos 60 anos, o ex-piloto de ralis será o primeiro não-europeu a presidir à instituição que rege o desporto automóvel. “Uma nova era começou para a FIA, através da criação de uma estrutura de governança baseada na abertura e na diversidade global. Este é um pilar fundamental da nossa estratégia e agradeço calorosamente aos membros do Conselho Mundial que aprovaram as mudanças. A responsabilidade e autoridade serão aumentadas”, afirmou. O nativo dos Emirados Árabes Unidos criou três grupos de trabalho específicos, sendo que o primeiro terá a função de recomendar uma lista de candidatos aos Conselhos Mundiais e ao Senado para a selecção de um CEO. Dois outros grupos de trabalho foram criados, um para preparar a análise da governança e outro para lançar uma auditoria financeira.
Sérgio Fonseca DesportoFuturo do carro construído por Eduardo Carvalho continua incerto O nome Edsbrat não dirá muito até ao mais fervoroso adepto do automobilismo. Contudo, este monolugar de construção local, e cuja história se confunde com o Grande Prémio de Macau, é o único existente de uma era em que o génio de alguns se sobrepunha às dificuldades naturais da época O português Eduardo Carvalho, o vencedor da primeira edição do Grande Prémio em 1954, foi um dos pioneiros na construção de carros de corrida no continente asiático. Logo na segunda edição do Grande Prémio, “Eddie”, como era conhecido à época, trocou o seu Triumph TR2 por um “Femcar Special” – um protótipo monolugar de aspecto muito artesanal construído e tripulado por si em 1955 e por Eduardo Noronha em 1956. No início dos anos 1960s, quando os carros do Grande Prémio de Macau passaram a ser máquinas construídas propositadamente para as corridas, os fórmulas passaram a ser aceites na corrida principal do programa. Em 1962, “Eddie”, com 44 anos e proibido de correr pela avó, trabalhava na Hong Kong Garage, onde era o gerente da oficina, decidiu voltar a construir um carro de corridas, este de acordo com a pujante regulamentação da Fórmula Junior, que na altura era aceite no Grande Prémio de Macau. Esta foi uma categoria de promoção que pontificou em todo o mundo entre 1958 e 1963 e que, com monolugares leves e eficazes, deu ao automobilismo mundial nomes como Jim Clark, Jochen Rindt ou John Surtees. Em 1964, a Fórmula Junior perderia a preponderância internacional, para dar espaço à Fórmula 3. O britânico John Kirk, que era amigo de Eddie e precisava de um carro para competir, aceitou de bom grado conduzir o Edsbrat no Grande Prémio de 1962, para além de ter realizado provas com ele na Malásia e Singapura. O piloto-aviador da Japan-Cathay Pacific, Brian Lewis, conduziu-o em 1963, tanto no Grande Prémio, como na única corrida da Fórmula Junior no Circuito da Guia, onde viu a bandeira de xadrez no terceiro lugar. Em 1964, John Tse, um nativo de Hong Kong e um reputado piloto das corridas de carros de Turismo locais, adquiriu este fórmula e participou com ele no segundo Grande Prémio do Japão, onde acabou por desistir ao fim de quatro voltas. O carro nunca mais viria a correr. No início da década de 1990, o ex-piloto e antigo engenheiro aeronáutico australiano Neville McKay foi encontrá-lo abandonado numa garagem em Hong Kong. Conseguiu comprá-lo e trouxe-o para Macau, onde na oficina da Historic Motor Sports, na Rua Fernão Mendes Pinho, o carro foi restaurado. Não se pense que esta foi uma tarefa fácil, porque não foi. Um mini Ferrari Este Fórmula Junior, um exemplar único, tem uma característica muito peculiar que é o bico em forma de nariz de tubarão, inspirado no Ferrari 156 “Sharknose”, o carro com que Phil Hill e a Ferrari venceram o mundial de Fórmula 1, em 1961, e assim quebraram a hegemonia dos carros ingleses. “Em 1961, a Ferrari venceu o Campeonato do Mundo de Fórmula 1 com um monolugar de “sharknose” e o Carvalho queria que o seu carro se parecesse com um Ferrari. Até o pintou de vermelho”, explica McKay ao HM. O pequeno Edsbrat estava em muito mau estado quando chegou às mãos de Neville McKay, tendo demorado três anos até voltar ao seu estado de glória. O carro voltou a ser visto em público pela primeira vez em 2014, sendo uma das estrelas do “Classic Car and Vintage Festival”, em Hong Kong. “Restaurar o carro demorou três anos. Tivemos que fazer os moldes e outro tipo de coisas. Em 1962, os carros não tinham cintos de segurança ou arco de segurança”, relembra McKay, ele que chegou a fazer parte da Comissão Internacional de Históricos da FIA, em representação da Associação Geral Automóvel Macau-China (AAMC). À procura de uma nova vida Em 2013, durante o 60º aniversário do evento, Neville McKay terá tentado que o Edsbrat voltasse a sentir o asfalto do Circuito da Guia, numa volta de exibição, mas tal não foi deferido. “É um carro único de Macau, representativo do Grande Prémio de Macau. Pesa 400 kg e está equipado com um motor original Ford 1100cc da Fórmula Junior”, recorda McKay. Guardado numa oficina em Hong Kong, o futuro do carro é incerto. Conversações para um possível ingresso do Edsbrat no Museu do Grande Prémio não deram os frutos esperados. Neville McKay procura uma nova casa e está disposto a deixá-lo partir quando “aparecer uma oferta sensível”. De todos os carros construídos localmente nos vibrantes anos 1950s e 1960s, este é o único exemplar existente. Nem todos os carros de corrida são peças de museu, mas este, por tudo o representa, possivelmente merecia outro lugar de destaque.
Sérgio Fonseca DesportoAutomobilismo | Faye Ho conta estrear a equipa em Macau No final de 2020, Faye Ho, neta de Stanley Ho e Clementina Leitão, causou sensação ao comprar a equipa britânica de motociclismo Smiths Racing. Após um ano de estreia a competir na Grã-Bretanha, a FHO Racing quer conquistar os palcos internacionais, Macau incluído Em 2022, a FHO Racing irá fazer a sua estreia nas corridas de estrada, como equipa oficial da BMW Motorrad, tendo garantido a continuação dos serviços de Peter Hickman, por três vezes vencedor do Grande Prémio de Macau de Motos, e Brian McCormack. “Hicky” e McCormack vão tripular as BMW M 1000RR nas categorias de Superbike e Superstock na Ilha de Man TT e na North West 200, assim como no Grande Prémio do Ulster, que este ano regressa ao calendário internacional após cinco anos de ausência. Desde o início da pandemia que nenhuma das provas rainhas de estrada do motociclismo mundial foi disputada, existindo uma grande expectativa em redor do retorno destes carismáticos eventos esta temporada. Segundo o comunicado da equipa, “ambos os pilotos irão participar no Grande Prémio de Macau, que está programado para regressar em Novembro do próximo ano”. Para Faye Ho, “é uma honra que a FHO Racing tenha sido escolhida pela BMW Motorrad como sua equipa oficial para as corridas de estrada internacionais de 2022, especialmente porque só existimos há um ano! Isto demonstra o progresso e a marca que deixamos, dentro e fora das pistas, e regressar às estradas em 2022, com o Peter e o Brian, é bastante entusiasmante para todos aqueles ligados à equipa”. “Numa nota pessoal, as corridas de estrada são muito importantes para mim, e tendo assistido a provas como a Ilha de Man TT e obviamente, Macau regularmente, estou muito feliz por participar nestas provas em 2022 com a equipa e em qualidade oficial”, acrescentou Faye Ho cuja primeira cooperação no motociclismo foi no Grande Prémio de Macau em 2009, para no ano seguinte estar ao lado do vencedor Stuart Easton. Na sua primeira temporada no desporto, a FHO Racing viu Hickman subir por cinco ocasiões ao pódio do Campeonato Britânico de Superbikes, incluindo duas vitórias, tendo o inglês terminado em quinto no campeonato. Na categoria Superstock, Alex Olsen obteve o terceiro lugar no campeonato. Nos circuitos e no feminino Para além das provas de “road racing”, a FHO Racing vai continuar a sua forte aposta nos circuitos ingleses. No popular Campeonato Britânico de Superbikes, aonde alinha com duas BMW, Hickman terá este ano como companheiro de equipa o jovem de 22 anos Ryan Vickers. Nos mesmos fins de semana, a equipa irá ainda inscrever uma BMW M 1000 RR na categoria de Superstock para Alex Olsen. Ainda no Reino Unido, aonde reside actualmente, Faye Ho continuará a apoiar três jovens nas corridas de apoio do campeonato britânico. A iniciativa foi lançada no início de 2021, com a FHO Racing a trabalhar de perto com as pilotos Charlotte Marcuzzo (16 anos) e Scarlett Robinson (17 anos) na classe Junior Supersport, para além de Holly Harris (16 anos) que participa na “Honda British Talent Cup”. Esta colaboração ofereceu a estas três jovens a orientação e apoio durante as suas campanhas ao longo da pretérita temporada, algo que será repetido este ano, com Faye Ho a esforçar-se para que a representação feminina dentro do desporto seja ainda mais forte.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteAndy Chang sagrou-se campeão chinês de Fórmula 4 aos 25 anos Depois de cinco anos praticamente ausente das lides, o sucesso obtido “fora de época” do novel campeão chinês de Fórmula 4, Andy Chang Wing Chung, abriu-lhe o apetite para continuar no automobilismo e hoje o piloto do território não “fecha a porta” à possibilidade de dar o salto para outras categorias do desporto motorizado. Andy Chang deu os primeiros passos no desporto com apenas cinco anos de idade no Kartódromo de Coloane. Após uma carreira promissora no karting, Andy Chang era visto como o próximo grande talento do automobilismo de Macau depois dos portugueses André Couto e Rodolfo Ávila. No final de 2013, Andy Chang subiu aos monologares, para em 2014 completar a primeira temporada a tempo inteiro no Campeonato Britânico de Fórmula 3, terminando no sexto lugar. Tal como os seus antecessores, quando chegou a altura de ir mais além, Andy Chang esbarrou com a normal dificuldade em arranjar apoios no território para correr num campeonato de topo. Ao fim de duas passagens incompletas pelo Campeonato de Fórmula 3 da FIA e ter realizado o Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 por três ocasiões, no final de 2016, Andy Chang pendurou o capacete. Quatro anos depois, em 2020, surgiu a possibilidade de regressar ao Grande Prémio pela porta do Campeonato da China de Fórmula 4. Em 2020, Andy Chang voltou a pegar nas luvas e a vestir o fato, para terminar em segundo, apenas atrás de Charles Leong. Em 2021, surgiu a oportunidade de realizar as três provas do único campeonato chinês de monolugares e Andy Chang agarrou o desafio com uma nova motivação. Problemas técnicos não o permitiram lutar pela vitória no Grande Prémio, mas os bons resultados obtidos em Zhuhai e Ningbo permitiram-lhe fazer a festa no final. “Estou muito contente por ter obtido o meu primeiro título num campeonato de fórmulas”, contou Andy Chang ao HM. “Considero isto como o primeiro objectivo alcançado na minha carreira, especialmente porque foi um título conquistado pouco depois do meu regresso às corridas, após quatro ou cinco anos de paragem”. Para se sagrar campeão, bastou-lhe uma vitória em dez corridas. Com 254 pontos conquistados ao longo da mini-temporada, o piloto do território terminou com 120 pontos à frente do segundo classificado, Ryan Zexuan Liu, que optou por não correr no Grande Prémio de Macau, e com 129 pontos de avanço sobre Li Sicheng, o terceiro classificado pelo segundo ano consecutivo na prova de Fórmula 4 do Circuito da Guia. Ir mais além Este título encoraja Andy Chang a manter-se novamente activo no desporto motorizado e, se conseguir reunir apoios, talvez alinhar em mais corridas ao longo da temporada. “Esta vitória no campeonato dá-me definitivamente motivação para continuar no automobilismo”, reconheceu o piloto da RAEM que ao mais alto nível competiu em karting na Europa. Andy Chang não esconde que gostaria de experimentar um carro de GT e continuar a competir nesta categoria. “Os carros de GT são muito mais semelhantes aos monolugares, ambos têm tracção traseira. A minha preferência seria conduzir carros de GT no futuro próximo. Contudo, não excluo a possibilidade de vir a guiar carros de Turismo se diferentes oportunidades aparecerem no futuro”. O piloto de 25 anos juntou-se a Charles Leong (F4 China e Fórmula Renault Ásia), Diana Rosário (Fórmula Campus Ford) e a Rodolfo Ávila (Fórmula Renault China e Ásia), como únicos os pilotos da história da RAEM que conquistaram títulos em disciplinas de monolugares.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteAutomobilismo | Rui Valente encerra a temporada como começou: no pódio Rui Valente foi o primeiro piloto da RAEM a iniciar a sua temporada desportiva em 2021 e foi também o último a concluí-la, com a participação no fim-de-semana de 18 e 19 de Dezembro na prova final do “GIC Challenge”, a competição de carros de Turismo organizada pelo Circuito Internacional de Guangdong. O veterano piloto do território encerrou a temporada, como começou: no pódio. Numa corrida que contou com trinta e dois concorrentes à partida, Rui Valente terminou na oitava posição da geral, mas garantiu o 2º lugar da classe C2 com o seu Honda Integra, onde desta vez teve pela frente nove oponentes. Este foi o resultado possível, pois o piloto português foi obrigado a realizar todo o fim-de-semana com pneus usados, dada a indisponibilidade para a comercialização das “borrachas” da marca Yokohama neste final de ano. “Não deu para mais”, admitiu Rui Valente ao HM. “Não consegui comprar pneus para a corrida. Fiz a qualificação nos mínimos, larguei em último. Fiz a corrida sozinho, com duas passagens pelas boxes. Terminei no 6º da geral, mas depois descemos para o 8º lugar devido a uma penalização, por alegadamente ter desrespeitado uma bandeira amarela. Mesmo assim, fui o 2º classificado da minha classe.” A correr desde 1988, Rui Valente não planeia abrandar. “Para o ano há mais”, destaca. Quanto ao Honda que o tem acompanhado na última década, este deverá novamente regressar às pistas em 2022. Mãos à obra Um mês após o 68º Grande Prémio de Macau, Rui Valente já prepara a 69ª edição do maior evento de automobilismo do território. O Mini Cooper S, que ficou bastante danificado após o aparatoso acidente na Taça de Carros de Turismo de Macau em que Rui Valente foi quinto classificado, vai ganhar uma nova vida com a chegada de um novo chassis. Apesar das dúvidas sobre a continuidade dos actuais regulamentos das corridas locais no próximo ano, Rui Valente já colocou mãos à obra, como próprio não esconde: “não tenho muitas hipóteses de conseguir reparar o carro se ficar a aguardar por uma informação oficial sobre o assunto. Uma série de outros pilotos que estão na mesma posição que eu começaram a arranjar, por isso não me posso dar ao luxo de ficar à espera sem tomar qualquer decisão”. Existirá por parte das entidades decisoras a vontade de colocar um ponto final nas actuais categorias 1600cc Turbo e 1950cc e Acima (Road Sport) nas corridas de apoio de carros de Turismo locais já no próximo ano, a favor da maior prevalência da categoria internacional TCR. No entanto, Rui Valente está optimista que tal não acontecerá já em 2022, até porque “da forma como se tem desenvolvido a pandemia é de esperar mais um Grande Prémio como os últimos dois”.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteAutomobilismo | Estreante Junio Pereira já só pensa no regresso ao GP O piloto macaense Junio Pereira deu muito boa conta de si na estreia no Circuito da Guia na 68ª edição do Grande Prémio de Macau e está ansioso para voltar ao palco de todas as emoções no próximo ano. Com apenas quatro corridas de automobilismo no currículo, todas disputadas este ano no Circuito Internacional de Guangdong (GIC), ao volante de um Honda Fit 1.5, para cumprir os requisitos necessários para obter a licença desportiva de forma a participar na Taça de Carros de Turismo de Macau, Junio Pereira não se intimidou na sua estreia de fogo no Grande Prémio. “Sinto que ganhei bastante experiência e agora que o fiz [o Grande Prémio] uma vez, estou mortinho por repetir no próximo ano”, afirmou Junio Pereira ao HM. “Com a esperança de que seja com um carro que aguente todo o Grande Prémio”, acrescentou. Para o piloto, cuja experiência anterior não foi o karting ou qualquer outra disciplina do automobilismo tradicional, mas sim as corridas virtuais, onde é uma das referências do “sim racing” de Macau, esta primeira aparição no circuito citadino da RAEM revestiu-se de algumas inesperadas peripécias. “Para ser honesto, tive bastante má sorte. O meu motor morreu durante a sessão de qualificação. Portanto, tive de ir à procura de um motor. Perdi a sessão de aquecimento de sábado de manhã, mas consegui ter o carro a funcionar outra vez para a primeira corrida. Arranquei das boxes para a primeira corrida e recuperei quinze lugares”, recordou o piloto do Ford Fiesta ST nº46 da SLM Racing Team. Mas os infortúnios não se ficaram por aqui. “Era suposto começar a segunda corrida da 15ª posição, mas por alguma razão estranha, o meu carro parou logo após a Curva do Mandarim durante a volta de formação. Consegui que o carro pegasse novamente, mas já todos me tinha ultrapassado nessa altura, portanto comecei a segunda corrida de trigésimo outra vez”, relembrou o piloto do território. “Recuperei até ao 13º lugar antes do enorme acidente. Depois da corrida recebi uma penalização de trinta segundos por ultrapassar em bandeiras amarelas, que me colocou em 26º”. Ainda recapitulando o fim-de-semana, Junio Pereira confessa “que não esperava tantos problemas no carro, mas suponho que isto faz parte das corridas… Porém, penso que tive sorte porque o meu carro parou na segunda corrida e colocou-me no 30º lugar. Caso contrário, acho que estaria muito próximo do grupo que bateu”. Futuro ainda é uma incógnita Semanas depois da sua estreia no Circuito da Guia, Junio Pereira ainda não sabe o que fará, no que respeita ao automobilismo, na próxima temporada, mas espera regressar ao maior palco da modalidade no Sudeste Asiático. “Ainda não tenho a certeza”, disse o piloto de 33 anos. “Talvez na mesma categoria, conduzindo o Fiesta novamente”, acredita, sem antes dizer que “não está nada confirmado ainda”. Os planos de Junio Pereira, e de muitos outros pilotos, poderão sofrer uma volta de 180ºC, caso as entidades decisoras deliberarem a abolição das categorias 1600cc Turbo e 1950cc e Acima (Road Sport) nas corridas de apoio de carros de Turismo já no próximo ano, a favor de uma maior prevalência da categoria internacional TCR. “Já ouvi sobre isso. E se tal acontecer, penso que será um pouco mais difícil correr no Grande Prémio de Macau para os locais”.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteGP Macau | Intervenientes gostariam que a F4 continuasse no programa Com uma grelha de partida reduzida e uma competitividade aquém do desejado, a corrida de Fórmula 4 do Grande Prémio de Macau voltou a não convencer. Contudo, alguns dos intervenientes acreditam que esta corrida deveria ser mantida no programa, mesmo quando acontecer o regresso há muito esperado da Fórmula 3. Charles Leong Hon Chio, o vencedor das duas corridas de Fórmula 4 no Circuito da Guia e que está a considerar investir mais tempo e esforço no agenciamento de jovens pilotos locais nos próximos anos, acredita que o primeiro degrau da pirâmide de monolugares da FIA “merece mesmo assim estar no Grande Prémio. Até pode ser como corrida de suporte”. Tal como aconteceu no passado com a Fórmula Campus, Fórmula Renault, Fórmula BMW e Fórmula Master Series, o piloto de 20 anos vê a categoria de Fórmula 4 com potencial para “dar mais oportunidades aos jovens pilotos locais e estrangeiros para aprenderem a pista”, pois este é um circuito impossível de treinar presencialmente com antecedência. Esta seria uma forma para os pilotos “se prepararem para o próximo passo no Grande Prémio, a Fórmula 3”. Andy Chang Wing Chung, o segundo classificado nas duas visitas do Campeonato Chinês de Fórmula 4 ao Circuito da Guia, partilha da mesma opinião do seu compatriota. “Na minha opinião, acho que podem manter a corrida de Fórmula 4. Qualquer piloto, independentemente da proveniência, pode assim guiar neste circuito antes de entrar no campeonato de Fórmula 3 da FIA”, diz o piloto de 25 da RAEM que chegou a fazer duas temporadas na Europa. “Para os jovens locais esta é uma possibilidade para conduzirem um monolugar no Grande Prémio, pois a Fórmula 3 é muito cara e obriga a competir na Europa. Na verdade, se quiseres correr de Fórmula 3 tens que viver na Europa para treinares e testares.” Como um dos participantes foi chumbado nas verificações administrativas, a prova deste ano reuniu apenas dezasseis concorrentes. Desde a 27.ª edição do Grande Prémio, em 1980, que não havia uma grelha de partida tão reduzida. Para agravar, a competitividade do pelotão esteve a anos luz do desejado, com a diferença na qualificação entre a melhor volta do primeiro, Charles Leong, e a do último, James Wong, a ser de uns monstruosos vinte e dois segundos. Andy Chang é o campeão 2021 No pretérito fim de semana, no circuito de Ningbo, realizou-se a última prova da temporada da Fórmula 4 chinesa que sagrou Andy Chang como campeão chinês de Fórmula 4. Ao piloto do território bastou a vitória na primeira das quatro corridas para conquistar o seu primeiro título na disciplina, o segundo obtido por um piloto da RAEM. Já Charles Leong não marcou presença na prova de Ningbo, até porque apesar dos bons resultados obtidos em Macau e em Zhuhai, não podia marcar pontos para o campeonato. A Federação Internacional do Automóvel (FIA) autoriza a participação de anteriores campeões de F4 em provas da categoria, mas não permite que estes pontuem para o campeonato.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteWTCR volta a colocar o GP Macau no calendário de 2022 A Eurosport Events, a empresa que tem os direitos de promoção da Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA – WTCR, divulgou no final da pretérita sexta-feira um calendário provisório de dez provas para a próxima temporada, sendo que o Grande Prémio de Macau é a última jornada dupla de 18 a 20 de Novembro de 2022. O Grande Prémio de Macau acolheu a caravana do mundial de carros de Turismo em 2018 e 2019 e fez parte dos calendários provisórios das temporadas de 2020 e 2021, antes dos cancelamentos pelas razões por demais conhecidas. Como “gato escaldado de água fria tem medo”, a organização da FIA WTCR tem já um calendário alternativo para aprovação do Conselho Mundial da FIA caso a viagem de Outono ao continente asiático seja abortada pela terceira vez consecutiva. “Mais uma vez, todos os esforços estão a ser feitos para um regresso à China (Ningbo) e a Macau, após a nossa primeira visita à Coreia do Sul planeada para o Outono”, disse François Ribeiro, o responsável máximo da Discovery Sports Events, em comunicado. “Contudo, como anteriormente, isto só será possível se as restrições nas viagens e regimes de quarentena o permitirem. Porém, um plano de contingência está pronto caso tenhamos que esperar mais um ano antes de regressar a esta importante parte do mundo”. Com uma forte presença de marcas asiáticas no seu campeonato – Lynk & Co, Honda e Hyundai – a FIA WTCR está praticamente obrigada a tentar regressar ao continente asiático ano após ano. Isto, para além do facto da organização de matriz francesa ter de apresentar todos os anos um calendário com mais de dois continentes caso queira conservar o estatuto que tem de Taça do Mundo. Outras pistas Além de Macau, o calendário de 2022 da FIA WTCR promete mais duas corridas em circuitos citadinos; uma no histórico Circuit de Pau-Ville em França e outra na cidade de Vila Real, em Portugal. O município português espera conseguir realizar o seu evento no primeiro fim de semana de Julho, após dois anos em que a pandemia roubou o maior evento desportivo da vibrante cidade transmontana. O comunicado de imprensa da FIA WTCR acrescenta também que uma série de mudanças nos regulamentos desportivos para a temporada de 2022 também foram aprovadas pela Comissão de Carros de Turismo da FIA, não revelando quais, apenas que estão sujeitas a ratificação no Conselho Mundial da FIA em Dezembro.
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de MacauDia inglório para Souza Filipe Souza tinha razões para estar desgostoso no final do dia. O piloto de Macau viu novamente fugir-lhe um lugar no pódio. Depois de ter obtido um brilhante segundo lugar na qualificação, na corrida de sábado, o piloto do Audi RS 3 LMS TCR caiu para sexto no arranque, recuperando duas posições até ao final da corrida de oito voltas para garantir a quarta posição na grelha de partida para a corrida decisiva de ontem. Porém, rapidamente todo o esforço se esfumou. “O sistema de luzes não é igual às provas internacionais, o ritmo aqui é diferente”, explicou Souza ao HM. “As luzes têm um ritmo diferente de acender e apagar. Por isso, falhei o arranque e recebi um ‘Drive Through. Foi azar.” Apesar de reconhecer o erro, Souza também aponta o dedo à direcção da corrida pelo que sucedeu a seguir. “Eu reparei que tinha o ‘Drive Through’, mas eles também falharam. Primeiro mostraram-me o aviso com o número nº26, o meu número, e depois mostram-me com o nº27. Fiquei na dúvida se seria o meu número ou não, e se não era um erro. Por isso, não entrei nas boxes imediatamente e ao dar mais uma volta recebi logo a bandeira preta. Não dava para entrar nas boxes”, esclareceu o piloto do território. “Eu disse à organização que tinha visto dois números diferentes, mas sabia que tinha feito uma falsa partida. Só que a ver uma bandeira com um número diferente, pensei que tinham errado. Esperei que me mostrassem o número correcto mais uma vez, só que em vez disso, mostraram-me a bandeira preta. Acho que falharam um bocado. Complicaram as coisas. Mas não sei… Foi um azar”, disse o conformado experiente piloto da RAEM. Num fim de semana em que voltou novamente a rodar na parte da frente da corrida, Souza acredita que teria sido possível terminar nos três primeiros classificados: “Eu estava com um ritmo bom e se não fosse o ‘Drive Through’ teria passado os dois carros que estavam à minha frente e tinha ido ao pódio. Tinha reparado que eles estavam com problemas de pneus e acabaram por rebentar. O carro estava bom, bem afinado. Estava com boas sensações e a lutar com pilotos de fábrica. Nunca poderia competir contra eles, porque eles têm apoios muito melhores. Para o ano ainda não sei o que vou fazer, vou parar e ver.”