Grande Prémio de Macau – Taça do Mundo de FR da FIA

A chegada da Fórmula Regional (FR) no lugar da Fórmula 3 abre um novo capítulo no Grande Prémio. Com carros idênticos para todos – o Tatuus F3 T-318, equipado com o motor Alfa Romeo turbo – vinte e sete “jovens lobos”, provenientes dos campeonatos de Fórmula Regional da Europa, Médio Oriente, Oceânia, Américas e Japão, bem como de outras categorias, vão tentar deixar o seu nome na galeria de vencedores da mítica prova de final de temporada.

Na grelha de partida, repleta de talento, estão pilotos das academias da Red Bull (Oliver Goethe e Enzo Deligny), da Ferrari (Dino Beganovic e Tuukka Taponen), da McLaren (Alex Dunne e Ugo Ugochukwu) e da Toyota Gazoo Racing (Rikuto Kobayashi e Jin Nakamura). Estão também filhos de ex-vencedores da prova, como Rintaro Sato (filho de Takuma Sato), recém-coroados campeões de F4, como Freddie Slater e Mattia Colnaghi, e ex-campeões de F4, como Théophile Naël, Cooper Webster e Tiago Rodrigues.

Obviamente, destaque para a presença do jovem piloto de Macau, que é o único piloto da RAEM nas quatro corridas principais do programa. Devido à sua pouca experiência neste carro, a fasquia não pode ser colocada injustamente alta para o campeão chinês de F4 de 2023 nesta sua primeira corrida com este monolugar.

A grande incógnita

Depois do desastre de comunicação que foi o anúncio da troca da F3 pela FR, em que a FIA esteve particularmente mal, agora a FR terá de convencer em pista que não se trata de uma despromoção para Macau, mas sim uma adaptação a uma nova realidade na pirâmide dos monolugares a nível mundial. Não há dúvidas de que a marca “F3” será difícil de igualar a curto prazo, mas um bom espectáculo na tarde de domingo poderá amenizar qualquer sentimento de frustração existente.

Facto

Num espaço de seis edições, a prova rainha do Grande Prémio recebe a terceira categoria monomarca diferente, após a F3 (2019, 2023) e a F4 (2020, 2021, 2022).

14 Nov 2024

71º Grande Prémio | Tudo sobre a 56ª competição do Grande Prémio de Motos de Macau

Suspeitos do costume

Com apenas vinte inscritos, todos eles provenientes do continente europeu, a única prova de duas rodas do Grande Prémio reúne os “suspeitos do costume” e alguns estreantes.

Vencedor no ano passado, Peter Hickman vai tentar obter a sua quinta vitória na mais prestigiada corrida de estrada do continente asiático, enquanto o seu companheiro de equipa na FHO Racing, o veterano Michael Rutter, lutará pelo décimo triunfo. O terceiro membro da FHO Racing, Davey Todd, vai tentar contrariar o domínio dos dois grandes favoritos na terceira BMW M1000RR da equipa, e diz-se que estará muito motivado com a possibilidade de os superar em pista.

A concorrência é liderada pelo finlandês Erno Kostamo, vencedor da corrida em 2022, quando as estrelas anglófonas se recusaram a viajar para Macau. Aos comandos de uma BMW M1000RR, provavelmente a melhor moto de estrada da actualidade, o nórdico chega a Macau igualmente confiante, após de se impor ao ausente Michael Dunlop, em Imatra, em Julho passado.

A grande incógnita

Será que alguém é capaz de superar as motos da FHO Racing? Na teoria tudo indica que a equipa de Faye Ho vai ter um passeio no parque, a exemplo de 2023. Hickman, Rutter e Todd carregam todo o favoritismo nas suas motos. Se alguém os contrariar em pista, nem que seja por breves momentos, será elevado ao estatuto da “grande surpresa” da prova.

Facto

Esta é uma das grelhas de partida mais pequenas da história do Grande Prémio de Motos de Macau.

Ameaça de Chuva

A passagem nas proximidades de Macau do tufão Toraji traz um clima de incerteza acrescida à corrida deste ano. Sendo certo que em caso de chuva as motas não vão para o Circuito da Guia, existe o risco de a corrida sofrer alterações face ao horário programado ou não se chegar mesmo a realizar.

14 Nov 2024

71º Grande Prémio | Taça GT – Corrida da Grande Baía

GT dos pequeninos

Depois de anos a ser o “patinho feio” do programa, a aposta nos carros GT4 e num Balance of Performance (BoP) da SRO Motorsports Group, deu à Taça GT – Corrida da Grande Baía outra credibilidade e outros motivos de interesse.

Num pelotão com muitas caras conhecidas do automobilismo chinês, as marcas começam a fazer-se representar. A Porsche trouxe o jovem francês Alessandro Ghiretti para vencer, enquanto a Toyota confia na presença da “sua” Gazoo Racing China, com Han Lichao ao volante, e a Lotus entregou um Emira ao capaz jornalista-piloto Yan Chuang.

A grelha de partida conta também ex-vencedores desta corrida, como são os casos de Alex Jiang (BMW M4), em 2022, e Kevin Tse (Mercedes AMG GT4), em 2019, e vencedores de outras corridas passadas disputadas no Circuito da Guia, como são o local Kelvin Leong (BMW M4), talvez o mais rápido do contingente de oito pilotos de Macau, ou Lo Ka Chun (BMW M4) de Hong Kong, o mais ornado de todos.

A corrida é também um interessante espectáculo visual, tanto pela acção arrebatadora em pista quanto pela variedade de carros de marcas conhecidas e reconhecidas no automobilismo, como a Audi, a BMW, a Toyota, a Lotus, a McLaren, a Mercedes, a Porsche ou até a Ginetta.

A grande incógnita

Que corrida vamos ter? No ano passado, quando até estava animada, esta mesma corrida teve um final prematuro devido a uma bandeira vermelha. Com uma grelha de partida que é composta maioritariamente por pilotos amadores, embora alguns com profundo conhecimento do Circuito da Guia, a possibilidade de termos mais uma corrida estragada por bandeiras vermelhas e safety-cars é elevada.

Facto

Esta será corrida com a maior grelha de partida com carros GT4 no continente asiático no ano de 2024.

14 Nov 2024

71º Grande Prémio | Macau Roadsport Challenge / Macau Roadsport – Taça do Estabelecimento da RAEM

Espaço para os talentos locais

Desde o primeiro Grande Prémio, em 1954, que a presença dos pilotos locais é levada muito a sério. Quando os grandes nomes internacionais começaram a preencher as grelhas de partida, houve sempre um especial cuidado para manter a “prata da casa” no evento. Muitos se perguntarão qual a diferença entre estas duas corridas com nomes semelhantes e a resposta é simples: nenhuma. Dado o número de inscritos e o entusiasmo em redor das corridas de apuramento para o Grande Prémio, este ano realizadas no circuito chinês de Zhuzhou, que obrigou a separar a grelha de partida em dois, a Associação Geral Automóvel Macau-China conseguiu arranjar forma de encaixar todos os concorrentes no evento do Circuito da Guia.

Todos os pilotos competem em carros Toyota GR86 (ZN8) ou Subaru BRZ (ZD8), o que permite, na teoria, corridas bastantes animadas. As centralinas são sorteadas antes do evento, para evitar excessos de criatividade, e todos os carros são obrigados a utilizar pneus da marca Pirelli.

São treze os concorrentes com licença desportiva da RAEM, quatro deles nomes bem conhecidos da comunidade lusófona – Rui Valente, Jerónimo Badaraco e Célio Alves Dias correm na Macau Roadsport Challenge e Sabino Osório Lei na Macau Roadsport – Taça do Estabelecimento da RAEM.

A grande incógnita

No ano passado, ano da estreia destes carros nas corridas de Turismos locais, houve um ascendente claro dos pilotos de Hong Kong. Um ano depois, e com muito mais quilómetros em cima, será que esta tendência se mantém? Os resultados das corridas realizadas em Zhuzhou dizem que sim, mas o Circuito da Guia é a verdadeira prova de fogo.

Facto

Apesar da igualdade dos carros, 20 pilotos escolheram os Subaru e 34 os Toyota.

14 Nov 2024

GP | Theodore Racing em três frentes no mesmo fim de semana

A Theodore Racing é sinónimo do Grande Prémio de Macau há mais de quatro décadas. Este ano, a equipa de Teddy Yip Jr. vai apostar em três frentes no mesmo fim-de-semana, com um toque especial italiano

 

Sem surpresa, a Theodore Racing manterá a sua habitual aposta na prova rainha de monolugares, preservando o legado do fundador, Teddy Yip Sr., mas acrescentará um elemento extra à sua participação anual no Grande Prémio de Macau, com a inscrição de dois carros na Taça do Mundo de GT da FIA. A histórica equipa, que conta com múltiplas vitórias no território, sobretudo nas provas de Fórmula 3, vai aliar-se este ano ao seu patrocinador, a SJM Resorts, e à equipa italiana Vincenzo Sospiri Racing, para colocar nas mãos dos experientes Edoardo Mortara e Matteo Cairoli dois competitivos Lamborghini Huracán GT3 Evo2.

Para Teddy Yip Jr., “entrar na arena dos carros de GT é um desenvolvimento empolgante para a equipa” e, quanto à sua formação de pilotos para a Taça do Mundo, o empresário diz-se “entusiasmado por contar com Edoardo e Matteo — dois pilotos de fábrica excepcionais da Lamborghini”, referindo ainda que este será um “evento que certamente será disputado ao mais alto nível.”

A escolha do Lamborghini Huracán será uma adição bem-vinda à grelha da Taça do Mundo de GT da FIA, com a marca ausente do evento desde que a equipa chinesa FFF Racing competiu com as versões originais do Huracán GT3 nas corridas de 2016 e 2017. Esta parceria com a marca de Sant’Agata Bolognese deu os primeiros passos esta temporada no Lamborghini Super Trofeo Asia.

Aliás, enquanto nas ruas de Macau se disputa o 71.º Grande Prémio de Macau, no mesmo fim-de-semana, em Espanha, no Circuito de Jerez, o piloto do território Charles Leong Hon Chio, aos comandos de um Lamborghini Huracán Super Trofeo Evo 2 da equipa SJM Iron Lynx Theodore Racing, vai tentar conquistar o título da categoria PRO. Esta será também a primeira participação da Theodore Racing nas Finais Mundiais da Lamborghini.

Objectivo: vencer

Mantendo a tradição, neste novo capítulo do Circuito da Guia com a chegada da Fórmula Regional (FR), a Theodore Racing voltará a unir forças com a equipa vencedora Prema Racing, para assim inscrever três monolugares construídos pela Tatuus na primeira edição da Taça do Mundo de FR da FIA, sob a designação de SJM Theodore PREMA Racing. Muda a categoria de carros, mas o objectivo é o mesmo de sempre: vencer.

“Tenho total confiança no nosso incrível trio de pilotos”, afirma Teddy Yip Jr. “Todos eles são vencedores e campeões, e tenho a certeza de que nos colocarão na posição certa para alcançar resultados memoráveis para a equipa.”

Para liderar esta ofensiva, a Theodore Racing garantiu os serviços de Dino Beganovic, piloto da Scuderia Ferrari Driver Academy e campeão da FR europeia em 2022. No segundo carro estará o inglês Alex Dunne, piloto que no ano passado deu nas vistas na RAEM ao alcançar um pódio na Corrida de Qualificação da Fórmula 3. O terceiro carro será conduzido pelo actual campeão de F4 dos Emirados Árabes Unidos e de Itália, o britânico de 16 anos Freddie Slater, que fará a sua estreia na Fórmula Regional, mas que conhece o Circuito da Guia por ter participado na prova de 2023 da F4.

6 Nov 2024

GP | Foco na F1 não impede grande armada Audi em Macau

A Audi está a preparar a todo o vapor a entrada no Campeonato do Mundo de Fórmula 1 em 2026, tendo praticamente cessado todas as outras actividades da marca no desporto automóvel a nível mundial. Contudo, e um pouco contra a corrente, a casa de Ingolstadt vai regressar em força ao Grande Prémio de Macau este mês de Novembro

 

 

Desde 1981, a Audi Sport tem representado o lema “Vorsprung durch Technik” no desporto motorizado internacional. Seja no Campeonato Mundial de Ralis, Pikes Peak, Turismos, DTM, corridas de GT, protótipos de Le Mans, Fórmula E ou, mais recentemente, no Rali Dakar, a Audi conquistou inúmeras vitórias e títulos importantes. Com o ex-Ferrari Mattia Binotto ao leme do projecto da Audi F1, que herdará muito do que actualmente constitui a equipa Sauber, a administração do construtor germânico optou por abandonar todas as outras disciplinas onde estava envolvida para se concentrar nesta cara e exigente aventura. Todavia, dado o interesse de clientes privados nas disciplinas de GT e Turismo e a representatividade da marca em alguns pontos do globo, como na Ásia, não é surpreendente, embora hoje em dia invulgar, ver dez carros Audi a competir no Circuito da Guia este ano.

“O Grande Prémio de Macau é sempre o ponto alto absoluto do calendário asiático e, este ano, em conjunto com as nossas equipas clientes, reunimos uma forte formação para a Taça GT, que representa todo o espectro do pool global de pilotos da Audi Sport”, afirmou Alexander Blackie, Director da Audi Sport customer racing Asia.

A marca do Grupo Volkswagen tentará novamente conquistar a Taça do Mundo na RAEM, feito que apenas alcançou em 2016, quando o belga Laurens Vanthoor celebrou aquela inesquecível vitória com o seu Audi R8 LMS GT3, com as quatro rodas viradas para o ar. Para isso, trouxe dois dos seus pilotos sob contrato na Europa para enfrentar as rivais BMW, Mercedes-AMG e Porsche.

“Com Ricardo Feller e Christopher Haase, temos dois profissionais de topo da Europa a competir pelo quinto título da Taça GT para a Audi. Com James Yu e Adderly Fong, contamos com dois talentos locais altamente qualificados, representando a Audi Sport Asia na nossa maior corrida ‘em casa’. Com centenas de milhares de fãs ao longo do famoso Circuito da Guia todos os anos, a atmosfera é sempre electrizante”, referiu Alexander Blackie. “Mal podemos esperar para começar,” acrescentou.

Um dos quatro Audi R8 LMS GT3 inscritos na sétima edição da Taça GT Macau – Taça do Mundo de GT da FIA será alinhado pela FAW Audi Sport Asia Racing Team. Este exemplar, que será conduzido por Ricardo Feller, simboliza a parceria entre a FAW (First Automotive Works) e a Audi na China. Esta é uma “joint venture” estratégica que desde o primeiro dia visa a produção e comercialização de veículos Audi no gigante mercado chinês. A colaboração começou em 1988, tornando a Audi numa das primeiras marcas premium ocidentais a estabelecer uma presença local robusta na China. Recentemente, as duas marcas criaram a Audi-FAW NEV Company, uma joint venture destinada à produção de veículos eléctricos da Audi numa nova fábrica localizada em Changchun.

Várias frentes

A Audi também terá uma presença relevante na Corrida da Guia, prova que venceu pela primeira vez em 1996, por intermédio do alemão Frank Biela. Numa corrida em que enfrentará equipas oficiais e semi-oficiais da Link & Co, Hyundai e Honda, a marca dos quatro anéis – que representam a união das quatro marcas que formaram a Auto Union em 1932: Audi, DKW, Horch e Wanderer – contará com os serviços do inglês Rob Huff, para tentar triunfar novamente no território e com um carro que é especialmente eficaz nas curvas e contracurvas do circuito urbano de Macau.

“O Rob Huff é sinónimo do Grande Prémio de Macau e, incrivelmente, está a uma vitória de se tornar o primeiro a atingir um total de dez vitórias no circuito. Estamos muito contentes por ele voltar a tentar aumentar o seu recorde de vitórias com um Audi RS 3 LMS”, explicou Alexander Blackie, optimista quanto às possibilidades de um Audi vencer na última prova da temporada de 2024 do FIA TCR World Tour.

Para além da presença na Taça GT Macau e na Corrida da Guia, a Audi terá ainda um carro a competir na Taça GT – Corrida da Grande Baía. O piloto de Macau, Miguel Lei, vai conduzir um Audi R8 LMS GT4, assistido pela Liwei World Team, nesta corrida.

1 Nov 2024

GP | André Couto confirma ida às Finais Mundiais da Lamborghini

André Couto juntar-se-á ao rol de pilotos locais ausentes da 71.ª edição do Grande Prémio de Macau. Nesse fim de semana do mês de Novembro, o vencedor do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 de 2000 vai estar na Europa, com o intuito de tentar trazer para casa o ceptro da categoria Pro-Am do Lamborghini Super Trofeo Asia

 

 

De 14 a 17 de Novembro, aquando da 71.ª edição do Grande Prémio de Macau, André Couto encontrar-se-á em Jerez de la Frontera, no sul de Espanha, nas Finais Mundiais da Lamborghini. Antes dos concorrentes dos Lamborghini Super Trofeo América, Europa e Ásia competirem entre si, os vinte Huracán Super Trofeo Evo 2 participantes do troféu asiático disputam a sua derradeira jornada dupla da temporada de 2024.

“Claro que gostaria de estar no Grande Prémio de Macau, mas tenho um compromisso com a Madness Racing Team e vamos a Espanha tentar ganhar a nossa categoria no campeonato”, disse André Couto ao HM. “Estamos em igualdade pontual com os nossos adversários e próximos de os conseguir vencer”.

Depois de dez emocionantes corridas em cinco países da Ásia-Pacífico, quando só faltam disputar duas corridas, a dupla luso-chinesa está no comando da classe Pro-Am, com os mesmos pontos da dupla composta por Thomas Yu Lee de Hong Kong e Nikolas Pirttilahti da Finlândia. Contudo, esta classificação é traiçoeira e não demonstra o domínio de André Couto e Jason Chen na categoria. Infelizmente, devido a um compromisso pessoal do piloto chinês, o duo faltou à prova de Fuji, no Japão, não marcando qualquer ponto, e assim diluindo toda a vantagem construída em pista até aquele momento.

Rumo ao desconhecido

Jerez está prestes a tornar-se o segundo circuito a receber as Finais Mundiais da Lamborghini mais do que uma vez, depois de em 2019 ter acolhido este evento anual que se realiza desde 2013. O Autódromo do Dubai Autodrome esteve em consideração, mas Jerez acabou por ser o escolhido. Este será o oitavo ano consecutivo em que um circuito europeu acolhe o evento da prestigiada marca italiana de automóveis de luxo, sendo que Sebring, nos Estados Unidos da América, em 2015, foi o último anfitrião fora da Europa.

Apesar de ter feito uma parte da sua carreira desportiva na Europa, há mais de duas décadas, o piloto português de Macau nunca conduziu no Circuito de Jerez – Ángel Nieto. O traçado que fica apenas a 90 quilómetros de Sevilha, e que chegou a acolher vários Grande Prémios de Fórmula 1, tanto de Espanha como da Europa, sempre esteve mais vocacionado para as provas de motociclismo do que para as de automobilismo.

“Vai ser a primeira vez para mim e vai ser interessante descobrir um novo circuito”, reconhece o experiente piloto do território, que estará em igualdade de circunstâncias com grande parte do pelotão do Lamborghini Super Trofeo Asia que desconhece por completo o traçado bem cuidado da Andaluzia.

Para além de André Couto, na pista espanhola estará também outro piloto da RAEM. Charles Long Hon Chio também se viu forçado a escolher e optou por rumar a Espanha. O vencedor do Grande Prémio de Macau de Fórmula 4 de 2020 e 2021 tripulará um Lamborghini Huracán Super Trofeo Evo 2 da equipa SJM Iron Lynx Theodore Racing, partilhando o volante com a sua habitual companheira de equipa, a japonesa Miki Koyama.

21 Out 2024

Grande Prémio | Tiago Rodrigues na Taça do Mundo de Fórmula Regional

No final da pretérita semana, a Evans GP confirmou, através de um comunicado de imprensa, que contará com o piloto de Macau Tiago Rodrigues, o campeão da Fórmula 4 Chinesa de 2023, na primeira edição da Taça do Mundo de Fórmula Regional da FIA do 71º Grande Prémio de Macau

 

O jovem piloto da RAEM já competiu no Circuito da Guia, tendo-se estreado entre nós na prova de Fórmula 4 do ano passado. Aos comandos de um monolugar da Asia Racing Team, Tiago Rodrigues terminou em oitavo e sexto nas duas corridas, que foram provas não pontuáveis para o campeonato da Fórmula 4 do Sudeste Asiático. Já antes, o jovem talento tinha alinhado na prova de abertura da F4 SEA em Zhuzhou, onde subiu ao pódio em todas as três corridas, o que foi suficiente para o colocar em quinto lugar na classificação do campeonato

Na sua campanha na Fórmula 4 Chinesa, ao serviço da Champ Motorsport, o piloto de Macau conquistou sete vitórias, oito outros pódios, duas pole positions e seis voltas mais rápidas. No início deste ano, Tiago Rodrigues ficou em 22º na Fórmula 4 dos Emirados Árabes Unidos, e no mês passado, esteve em destaque ao alcançar uma vitória na Fórmula 4 Australiana, já com a Evans GP, em Sepang. Também participou no Programa de Selecção Ásia-Pacífico e Oceânia da Ferrari Driver Academy, cujos resultados ainda não foram publicamente revelados.

Entusiasmo natural

Para um piloto da casa, correr no Grande Prémio tem sempre um significado especial. Na sua segunda participação no evento, Tiago Rodrigues vai disputar pela primeira vez a corrida de monolugares mais importante do evento e muito provavelmente será o único piloto da RAEM a alinhar na corrida.

“Estou muito entusiasmado por voltar a competir com a Evans GP no Grande Prémio de Macau na Taça do Mundo de Fórmula Regional. Depois de ter corrido em Macau no ano passado na Fórmula 4, sei o quão desafiante é o circuito”, disse o piloto de 17 anos que deu os primeiros passos no automobilismo no Kartódromo de Coloane em 2021.

Ao contrário da concorrência que se deverá apresentar em Macau com várias corridas de experiência, Tiago Rodrigues sabe que não tem uma missão fácil pela frente. “Subir para a Fórmula Regional será difícil, especialmente com o nível de competição, mas estou pronto para me desafiar e aprender o máximo que puder”, reconhece o piloto do território, que deixou claro que “competir diante do público da minha terra torna esta corrida ainda mais especial, e mal posso esperar para representar Macau novamente.”

Apoio da equipa

Neste momento, dos vinte e sete pilotos esperados nesta Taça do Mundo no mês de Novembro, apenas Tiago Rodrigues e o seu colega de equipa Cooper Webster estão até hoje oficialmente confirmados para aquela que será a primeira edição a utilizar monolugares de Fórmula Regional.

O chefe de equipa da Evans GP, Joshua Evans, referiu que estão “muito satisfeitos por receber o Tiago de volta à equipa para o Grande Prémio de Macau na Taça do Mundo de Fórmula Regional. A sua performance [na Fórmula 4 Australiana] em Sepang, onde garantiu a pole position e uma vitória, mostrou o potencial que traz consigo. Passar para a Fórmula Regional será um grande passo, especialmente com os pilotos experientes contra os quais vai competir, mas a experiência anterior do Tiago em Macau certamente que o ajudará. É sempre especial correr diante dos fãs da sua terra, e estamos confiantes de que ele dará o seu melhor.”

O 71° Grande Prémio de Macau terá lugar de 14 a 17 de Novembro, sendo que as listas oficiais de inscritos deverão ser divulgadas ainda durante este mês, como é aliás tradição.

13 Out 2024

GP Macau | Huff regressa à Guia ao volante de um Audi

A Corrida da Guia do Grande Prémio de Macau vai contar com o seu maior vencedor, o britânico Rob Huff. Actualmente a competir no popular BTCC, o campeonato britânico de carros de Turismo, Huff vai disputar os dois últimos eventos da temporada de 2024 do FIA TCR World Tour, conduzindo um Audi RS 3 LMS pela estreante equipa espanhola Volcano Motorsport.

O piloto de 44 anos volta a tripular o carro com o qual esteve na disputa pelo título de 2023 até ao evento final da RAEM, agora com uma nova equipa para ele, os campeões da série TCR Europe de 2021, que subiram este ano para o TCR World Tour. Huff é conhecido pelo seu impressionante recorde no circuito citadino de Macau, com as suas 10 vitórias desde 2008, tanto na Corrida da Guia como na Taça de Macau de Carros de Turismo.

Na próxima semana, o piloto britânico vai juntar-se à grelha do FIA TCR World Tour pela primeira vez este ano no próximo evento agendado para o Circuito Internacional de Zhuzhou, a primeira ronda chinesa de sempre do TCR World Tour, em preparação para o seu regresso a Macau. Nesta prova, as estrelas do mundial correrão em conjunto com o pelotão do TCR China.

Huff não esconde o seu entusiasmo neste seu regresso a uma categoria que tantas alegrias lhe deu: “Estou absolutamente encantado por voltar a Macau, e também estou entusiasmado para ver o que podemos fazer em Zhuzhou, correndo com o TCR China, uma série que também conheço muito bem. É bom estar de volta ao TCR World Tour, especialmente agora que é uma categoria FIA. Conheço alguns dos elementos da equipa da Volcano Motorsport, uma vez que trabalharam comigo no ano passado, e claro, conheço o carro, tendo ajudado no seu desenvolvimento”.

Em preparação

O objectivo de Huff passa por ganhar ritmo com o carro na prova chinesa, para depois tentar vencer nas ruas de Macau. Huff correu pela Toyota Gazoo Racing UK este ano no BTCC e terminou em nono lugar do campeonato. “Não corro no TCR há dez meses, por isso ir a Zhuzhou será uma boa preparação para Macau. O objectivo é claro, estamos a procurar a vitória, e estou encantado por terminar o ano num dos meus lugares favoritos no mundo”, disse Huff.

O 71.° Grande Prémio de Macau terá lugar de 14 a 17 de Novembro, sendo que as listas oficiais de inscritos deverão ser divulgadas ainda durante este mês.

10 Out 2024

GP | Charles Leong vai às Finais Mundiais da Lamborghini

Charles Leong Hon Chio já decidiu. No fim de semana de 18 e 19 de Novembro, aquando da 71.ª edição do Grande Prémio de Macau, o vencedor do Grande Prémio de Macau de Fórmula 4 de 2020 e 2021 vai estar em Jerez de la Frontera nas Finais Mundiais da Lamborghini.

O piloto da RAEM confirmou ao HM que vai participar nas Finais Mundiais da prestigiada marca italiana de automóveis de luxo no Circuito de Jerez, participando também na derradeira prova da temporada do Lamborghini Super Trofeo Asia no Lamborghini Huracán Super Trofeo Evo 2 da equipa SJM Iron Lynx Theodore Racing, partilhando o volante com a sua habitual companheira de equipa, a japonesa Miki Koyama. Com o título da categoria PRO em jogo, devido à coincidência de datas, o jovem piloto do território viu-se obrigado a escolher entre rumar ao sul de Espanha e uma possível sétima participação consecutiva no Grande Prémio de Macau.

“Infelizmente, existe esta coincidência de datas da Lamborghini com o Grande Prémio, e nós estamos a fazer a temporada completa. Portanto, não posso perder a participação no campeonato”, disse ao HM, Charles Leong, reconhecendo um pouco de tristeza, porque se trata do Grande Prémio, aquela prova especial para todos os pilotos do território.

Com apenas duas corridas para disputar, a dupla sino-nipónica encontra-se na segunda posição da categoria PRO, mas com menos dez pontos, o equivalente a um terceiro lugar, que o líder, o piloto britânico de Hong Kong, Dan Wells, e mais seis pontos que os terceiros classificados, Gavin Huang / Jonathan Cecotto. A decisão do título da classe PRO acontecerá no ex-circuito de Fórmula 1 nos dois dias que antecedem as Finais Mundiais da Lamborghini na pista espanhola.

A última prova, em Xangai, não correu de feição para o duo da SJM Iron Lynx Theodore Racing, apesar de Leong ter liderado as corridas nas duas vezes que esteve ao volante. Para o que falta da competição, Leong deixou claro que “nós vamos continuar a lutar juntos e vamos lutar para vencer o campeonato.”

A pensar no futuro

Graças à boa temporada que está a fazer na competição monomarca organizada pela Lamborghini Squadra Corse, a divisão de competição da Automobili Lamborghini elegeu Leong como um dos 28 pilotos que fazem parte do “Programa de Pilotos Júnior” para jovens pilotos que competem em um dos três campeonatos regionais Lamborghini Super Trofeo (Europa, América do Norte e Ásia). O piloto de 23 anos, que está a fazer a sua primeira temporada completa em carros de GT, foi um dos três seleccionados da região asiática.

Na pista a sul de Sevilha, após uma cuidada avaliação, Leong e os restantes pilotos seleccionados pela Lamborghini Squadra Corse vão participar num “shootout”. O vencedor receberá apoio financeiro do departamento de competição da marca italiana para a temporada de 2025. Mesmo que não seja seleccionado, esta foi a primeira vez que um piloto de Macau fez parte de um programa de jovens pilotos de um construtor automóvel europeu.

O campeão asiático de Fórmula Renault e campeão chinês de Fórmula 4 tem sido uma presença regular no Circuito da Guia desde 2018. Depois de ter participado na prova de Fórmula 3 em 2018 e 2019, Leong alinhou na corrida de Fórmula 4 nos últimos quatro anos, tendo vencido por duas ocasiões e terminado no segundo lugar no ano passado quando a prova contou para o campeonato do sudeste asiático.

25 Set 2024

Xangai | André Couto e Charles Leong adiam decisões para Espanha

André Couto e Charles Leong Hon Chio viajaram no pretérito fim de semana até ao Circuito Internacional de Xangai para disputar a quinta prova da temporada de 2024 do Lamborghini Super Trofeo Asia e a última jornada do troféu italiano disputada este ano no continente asiático. Ambos os pilotos de Macau voltaram a subir ao pódio no Interior da China.

Ausente por razões pessoais do seu companheiro de equipa na Madness Racing Team na prova de Fuji, o piloto português voltou ao cockpit do Lamborghini Huracan Super Trofeo Evo 2 nº88 da Madness Racing Team, onde esta época faz equipa com o Jason Fangping Chen. Num troféu que não tem uma classificação geral, mas sim classificações à classe, André Couto e o seu companheiro de equipa chinês cortaram a linha de meta no quinto lugar em ambas as corridas, mas foram segundos classificados na primeira corrida e vencedores na segunda.

Enquanto a primeira corrida decorreu sob um calor abrasador, a segunda do fim de semana foi antecipada para uma hora mais cedo devido à ameaça de um forte tufão que se aproximava da cidade de Xangai. E foi na segunda corrida que se deu um insólito, após ter herdado o Lamborghini na segunda posição da classe Pro-Am, André Couto perdeu a asa traseira que se soltou do carro. O piloto apercebeu-se do comportamento diferente da viatura, mas optou por não entrar nas boxes, até porque isso iria custar a possibilidade de vitória. Felizmente, para a equipa chinesa a chuva apareceu em força e a corrida teve que ser interrompida por mais de 15 minutos. No recomeço, André Couto selou a sexta vitória da temporada.

Com estes resultados, e quando só faltam disputar duas corridas, a dupla luso-chinesa está no comando da classe Pro-Am, em igualdade pontual com a dupla Thomas Yu Lee e Nikolas Pirttilahti. Depois de dez emocionantes corridas em cinco países da Ásia-Pacífico, o Lamborghini Super Trofeo Asia vira-se para o Ocidente para o seu final de temporada no circuito espanhol de Jerez de la Frontera, a 14 e 15 de Novembro. Logo de seguida, as equipas e os pilotos do troféu asiático irão medir forças com os seus homólogos dos Lamborghini Super Trofeo dos continentes europeu e americano nas Finais Mundiais, de 16 a 17 de Novembro.

Soube a pouco

Charles Leong não teve uma jornada muito fácil, somando um quarto e um lugar na classe PRO, nono e terceiro lugar da geral respectivamente. O Lamborghini da SJM Iron Lynx Theodore Racing, que Charles Leong partilha com a japonesa Miki Koyama, só teve na discussão pela vitória na segunda corrida, quando o piloto da RAEM assumiu a liderança após ter sido responsável pelo primeiro turno de condução. E este terceiro lugar só foi possível após uma penalização na secretaria ao terceiro classificado, o piloto chinês Li Zhi Cong, devido a um toque deste em Miki Koyama no momento da ultrapassagem.

Com estes resultados, a dupla sino-nipónica está agora na segunda posição da categoria PRO, mas com menos dez pontos, o equivalente a um terceiro lugar, que o líder, o piloto britânico de Hong Kong, Dan Wells, e mais seis pontos que os terceiros classificados, Gavin Huang / Jonathan Cecotto. A decisão do título da classe PRO foi também adiada para a pista do sul de Espanha.

Dado transtorno da coincidência de datas, no fim de semana de 16 a 17 de Novembro, tanto Charles Leong como André Couto terão que decidir nas próximas semanas se vão a Jerez de la Frontera tentar conquistar um saboroso título ou se ficam entre nós para participar na 71ª edição do Grande Prémio de Macau.

16 Set 2024

F4 | Tiago Rodrigues vence e sonha com a Academia da Ferrari

Depois de ter participado na F4 dos Emirados Árabes Unidos (F4 UAE) nos dois primeiros meses de 2024 e de ser presença habitual no Campeonato de Karting de Macau, organizado pela AAMC no Kartódromo de Coloane, Tiago Rodrigues voltou ao cockpit de um monolugar além-fronteiras. O jovem piloto do território juntou-se à grelha de partida do Campeonato da Austrália de Fórmula 4, na prova disputada no Circuito Internacional de Sepang, tendo conquistado uma pole position e uma vitória

Na Malásia, o campeão de F4 da China mostrou que “quem sabe, não esquece” e, ao volante de um Tatuus FIA F4-T421 da Evans GP, no sábado, alcançou uma pole position e uma vitória incontestável na primeira corrida do programa. Nas redes sociais, o piloto da RAEM considerou que foi “um bom fim de semana no geral”, até porque esta primeira corrida “foi praticamente perfeita, liderei da pole até ao fim e ganhei com uma diferença de 7,5 segundos” para o segundo classificado, a que somou “a volta mais rápida após seis meses sem conduzir”.

Na primeira das duas corridas de domingo, Tiago Rodrigues não tirou partido da primeira posição na grelha de partida, pois, devido a um problema técnico no monolugar da Evans GP, teve de arrancar das boxes. A situação agravou-se momentos depois com uma penalização de “drive-through”. O décimo lugar no final da corrida, ganha pelo australiano Cooper Webster, acabou por saber a pouco, considerando que o jovem piloto de 16 anos fez novamente a volta mais rápida.

Na última contenda do programa, “não tive um bom arranque, caí de segundo para quarto e, frustrantemente, fiquei lá até ao final da corrida, com dificuldades em ultrapassar o carro da frente, mas considerando que foi a minha pior corrida, diria que não foi nada mau”. O indiano residente em Hong Kong, Kai Daryanani, foi o vencedor desta terceira corrida.

Mundo Ferrari

A Scuderia Ferrari Driver Academy (FDA) vai realizar o seu Programa de Seleção da Ásia-Pacífico e Oceânia no Circuito Internacional de Sepang, na Malásia, de 15 a 18 de Setembro. A casa de Maranello revelou os treze pilotos, entre os 14 e os 17 anos, que vão competir por um lugar na Final Mundial de Scouting da FDA, em Itália, que por sua vez atribuirá uma vaga na cobiçada Scuderia Ferrari Driver Academy em 2025.

Os australianos Tyler Calleja, Harrison Duske, Lincoln Evans, Seth Gilmore, Cohen Kokotovich, Jesse James Samuels, Nicolas Stati, Costa Toparis e Dante Vinci, Visal Raman do Azerbaijão, o indiano Arjun Chheda, o japonês Sena Tsukamoto e Tiago Rodrigues compõem a lista dos participantes que serão avaliados. Arjun Chheda e Nicolas Stati já participaram nesta iniciativa no ano passado, mas os restantes onze seccionados são novatos neste desafio. A avaliação em pista será feita com os mesmos Tatuus FIA F4-T421, mas outros parâmetros também irão pesar na decisão.

10 Set 2024

Taça do Mundo de GT | Edoardo Mortara esperado na Guia

Edoardo Mortara está a preparar-se para ser um candidato à vitória na sétima edição da Taça do Mundo de GT da FIA, que será novamente realizada dentro do programa do Grande Prémio de Macau. De acordo com a imprensa alemã, o piloto suíço, que venceu este troféu pela Mercedes-AMG em 2017, será um dos pilotos que a Lamborghini irá enviar para conquistar o ambicionado troféu no Circuito da Guia

A marca italiana tem sido uma das grandes ausentes da Taça do Mundo, em parte porque tem existido uma coincidência de calendário entre o Grande Prémio do território e as Finais Mundiais dos troféus monomarca da casa de Sant’Agata Bolognese. Este ano, o evento da RAEM volta a coincidir com o maior evento desportivo organizado pela Automobili Lamborghini, mas mesmo assim, dada a importância do mercado neste ponto do globo, a marca terá decidido inscrever dois carros.

Segundo a revista alemã Motorsport Aktuell, a Lamborghini Squadra Corse delegou a “missão Macau” à equipa italiana Vincenzo Sospiri Racing, que este ano está a disputar o Fanatec GT World Challenge Asia. O plano dos italianos passa por inscrever dois Huracán GT3 Evo 2 para Edoardo Mortara, que defende as cores da marca no Campeonato do Mundo de Resistência da FIA (WEC), e para Mirko Bortolotti, que para além de ser companheiro de equipa de Mortara no mundial, é também o “ponta-de-lança” da marca transalpina no DTM e um dos melhores pilotos de GT3 a nível mundial.

Conhecido como “Sr. Macau”, por ter vencido no Circuito da Guia por seis ocasiões, duas vezes na Fórmula 3 e quatro vezes nos GT, Mortara tem sido uma presença habitual entre nós. Apesar de já não fazer provas de GT com regularidade, a correr pela Audi, terminou em segundo lugar nas duas últimas edições da corrida. Bortolotti também não é um novato no Circuito da Guia, tendo defendido as cores da Lamborghini em 2016 e 2017, no entanto, sem obter resultados de vulto.

A Lamborghini nunca venceu este prestigiado troféu atribuído pela FIA, mas já venceu a Taça GT Macau, a corrida que serve de berço à Taça do Mundo, por duas ocasiões. Em 2009 e 2010, o japonês Keita Sawa, aos comandos de um Gallardo GT3, deu as primeiras vitórias à Lamborghini no Circuito da Guia.

Qualidade garantida

A FIA restringiu a edição deste ano da Taça do Mundo a apenas 23 concorrentes. Para além da presença da Lamborghini, está igualmente prevista a presença, com pilotos e equipas apoiadas pela fábrica, da Porsche, da Mercedes-AMG e da Audi, sendo que esta última marca talvez se apresente com menos carros por estar a desinvestir na categoria. Quem também deverá estar novamente representada na grelha de partida é a Ferrari e com mais do que um 296 GT3.

A prova irá atribuir novamente um título de pilotos e um título de construtores. O período de inscrições terminou no final de Julho, mas a lista oficial de inscritos só deverá ser revelada no mês de Outubro, quando a Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau assim o decidir.

O evento de “sprint” da categoria GT3, de formato de piloto único, contará novamente com duas corridas – a de qualificação com 12 voltas e a final com 16 – que foram vencidas no ano passado pelo italo-suíço Raffaele Marciello (Mercedes-AMG GT3). O 71º Grande Prémio de Macau decorre de 14 a 17 de Novembro.

6 Set 2024

GP | Apresentado F3 que não correrá no Circuito da Guia

O Autódromo Nazionale de Monza, em Itália, foi palco da apresentação do Dallara F3 2025, a próxima geração de monolugares de Fórmula 3 e o primeiro da disciplina, em quatro décadas, que não será visto a competir no Circuito da Guia

 

O Dallara F3 2025 irá suceder ao Dallara F3 2019 que se retirou oficialmente das pistas este fim de semana. Este último, foi o primeiro monolugar de Fórmula 3 após a fusão entre a GP3 Series e o Campeonato Europeu de Fórmula 3, tendo competido no Circuito da Guia em 2019 e 2023. Para os livros de história também fica escrito que este foi o monolugar com que o inglês Luke Browning estabeleceu no ano passado o recorde da volta mais rápida em corrida no Circuito da Guia, com o tempo de 2:06.257, uma marca que provavelmente irá perdurar imbatível durante alguns anos.

Visualmente, este novo carro tem semelhanças com os actuais modelos F1 e F2 e está equipado com o mesmo motor Mecachrome de 6 cilindros e de 3,4 litros que debita 380 cavalos de potência às 8000 rpm. Curiosamente, o carro que está confirmado para as três próximas temporadas, terá jantes de 16 polegadas, uma nova caixa de seis velocidades e será pela primeira vez alimentado por um combustível cem por cento sustentável.

“Ao alinhar-se estreitamente com a aerodinâmica da Fórmula 2 e da Fórmula 1 da FIA, o novo carro de F3 oferece aos jovens pilotos uma plataforma essencial para desenvolverem as suas capacidades, preparando-os para os desafios que se avizinham nas categorias superiores”, disse o presidente da Federação Internacional do Automóvel (FIA), Mohammed Ben Sulayem, que acrescentou que “o design melhorado do cockpit reflete os nossos esforços contínuos para tornar o desporto motorizado mais inclusivo, garantindo que pilotos de todos os perfis físicos tenham a oportunidade de competir ao mais alto nível.”

O ex-piloto de ralis e o primeiro presidente da FIA não europeu, que publicamente nunca comentou a exclusão da Fórmula 3 do Grande Prémio de Macau, referiu ainda que “este novo FIA Fórmula 3 incorpora a visão da FIA de um desporto que é progressivo, inclusivo e sustentável”.

Este novo carro, que contou com a experiente colombiana Tatiana Calderón como piloto de desenvolvimento, terá sido uma das razões para a FIA decidir trocar no Grande Prémio de Macau os emblemáticos monolugares de Fórmula 3 pelos monolugares da muito menos reconhecida Fórmula Regional a partir já deste ano. Curiosamente, não foram reveladas as dimensões do novo carro, nem se este foi mais rápido nos testes que o modelo anterior, apenas que é capaz de atingir velocidades acima dos 300 km/h e acelerar dos 0 aos 100 km/h em três segundos.

Um novo capítulo

Os monolugares de Fórmula 3 usados até aqui serão ainda utilizados nos testes oficiais no mês de Outubro em Jerez e Barcelona e depois serão retirados. Grande parte destes carros serão adaptados para uso privado pelas equipas e outros acabarão como modelos de exposição. Por exemplo, o chassis com que Richard Verschoor venceu o Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 de 2019 ainda se encontra na MP Motorsport e será provavelmente vendido a um coleccionador privado.

O 71.°Grande Prémio de Macau terá lugar de 14 a 17 de Novembr o e “a vinda de carros de Fórmula Regional a Macau para a Taça do Mundo FIA é uma consequência natural da evolução do panorama das corridas de monolugares de formação nos últimos anos e é um passo lógico na pirâmide”, disse o diretor de estratégia e operações de monolugares da FIA, François Sicard.

A F3 foi introduzida no Grande Prémio de Macau em 1983, pelas mãos de Barry Bland com o apoio de Rogério Santos, na altura o presidente do Leal Senado, quando a FIA considerou que o Circuito da Guia não reunia as condições para receber a F2. As equipas de F3 visitaram o território por 38 vezes, uma vez que, de 2020 a 22, a pandemia de COVID-19 restringiu as viagens à RAEM. Durante esta quatro décadas, a prova de F3 de Macau recebeu inúmeras Taças Intercontinentais e Taças dos Mundo da FIA.

2 Set 2024

GP | André Couto e Charles Leong com uma decisão difícil em mãos

André Couto e Charles Leong Hong Chio enfrentam um enorme dilema. De um lado da balança está a participação no 71.º Grande Prémio de Macau, no outro prato da mesma está a possibilidade de conquistar um título no Lamborghini Super Trofeo Asia

 

A competição monomarca do prestigiado construtor italiano de automóveis deslocou-se este fim de semana ao Japão, para a quarta prova da temporada no circuito de Fuji. Couto esteve presente, mas apenas para fazer ‘coaching’ aos pilotos da sua habitual equipa, pois o seu companheiro de equipa, o chinês Fangpin Chen, não viajou até ao “país do sol nascente” por razões pessoais. Com isto, o piloto português perdeu, por apenas seis pontos, a primeira posição que ocupava na classe Pro-Am para a dupla Nikolas Pirttilahti/Thomas Yu. Couto ainda poderá recuperar o primeiro lugar, mas terá que alinhar nas restantes jornadas do troféu e continuar a senda de vitórias (foram cinco em seis corridas), quando faltam disputar ainda quatro corridas, duas em Xangai (China) e outras duas em Jerez de la Frontera (Espanha) na semana que precede as “finais mundiais” das Lamborghini.

Segundo o que apurou o HM, a Madness Racing Team conta com André Couto e Fangpin Chen para as últimas duas provas da temporada. Porém, como tem acontecido nos últimos anos, as Lamborghini World Finals voltam a coincidir no calendário com o Grande Prémio de Macau. Quer isto dizer, que Couto terá que escolher onde estará de 16 a 19 de Novembro – em Macau ou em Espanha. O piloto português não esconde que gostaria de voltar a competir no Circuito da Guia, e até existirão possibilidades para o voltar a fazer. Caso não encontre um volante competitivo, Couto não quererá perder a oportunidade de somar mais um título para o seu longo palmarés.

Ainda mais a perder

Presente em Fuji, mas ao volante, Charles Leong alcançou um segundo e um terceiro lugar, o que lhe permite estar no segundo lugar na classificação da classe PRO do Lamborghini Super Trofeo Asia, em igualdade de pontos com os rivais Dan Wells/Emilien Carde e com a sua companheira de equipa na SJM Iron Lynx Theodore Racing, a japonesa Miki Koyama. Graças à boa temporada que está a fazer na competição monomarca do prestigiado construtor italiano, no mês passado, a Lamborghini Squadra Corse, a divisão de competição da Automobili Lamborghini, elegeu Leong como um dos 28 pilotos que fazem parte do “Programa de Pilotos Júnior” para jovens pilotos dos Super Trofeo. Leong foi um dos três seleccionados da região asiática.

O Super Trofeo Junior Driver Program é dedicado a pilotos até aos 25 anos e que competem em um dos três campeonatos regionais Lamborghini Super Trofeo (Europa, América do Norte e Ásia). Após a avaliação, os pilotos que mais impressionarem ao longo da temporada serão selecionados pela Squadra Corse para participar num “shootout”, a realizar após as tradicionais Lamborghini World Finals, o evento de encerramento da temporada dos troféus Lamborghini, que este ano decorrerá no circuito de Jerez de la Frontera, no sul da Espanha. O vencedor receberá apoio da fábrica da Squadra Corse durante a temporada de 2025.

Tal como Couto, Leong não faz segredo da sua vontade em competir no Circuito da Guia, principalmente se for aos comandos de um carro competitivo, mas confessou ao HM “não saber de momento” onde estará naquele fim de semana de Novembro. Se a opção de Leong for correr entre nós no mês de Novembro, então deixará cair as ambições de conquistar o título na categoria PRO no Circuito de Jerez, pois durante a semana que precede as “finais mundiais” das Lamborghini, serão disputadas as duas últimas corridas pontuáveis para o Lamborghini Super Trofeo Asia. A não presença em Jerez também irá colocar um “ponto final” no sonho de um dia poder vir a ser piloto de fábrica da Lamborghini.

20 Ago 2024

Taça do Mundo de FR no GP Macau sem equipas chinesas

A Federação Internacional do Automóvel (FIA) emitiu um comunicado a anunciar as equipas que participarão na primeira edição da Taça do Mundo de Fórmula Regional (FR) da FIA que será disputada no programa da 71.ª edição do Grande Prémio de Macau de 14 a 17 de Novembro. Nenhuma das equipas seleccionadas é da República Popular da China.

Tradicionalmente disputado com carros de Fórmula 3 desde o início da década de 1980s, a prova principal do Grande Prémio de Macau será agora uma corrida para monolugares de Fórmula Regional, especificamente chassis Tatuus T-318 e motores Alfa Romeo. O comunicado, publicado na noite de sexta-feira, refere que “a edição deste ano do Grande Prémio de Macau, que utilizará pela primeira vez máquinas da Fórmula Regional da FIA, tem atraído a atenção das melhores equipas de quase todos os campeonatos de FR em todo o mundo, incluindo o campeonato japonês de FR, FRECA, FR Américas, FR Oceânia e FR Médio Oriente”.

Segundo o comunicado da FIA foram escolhidas doze equipas, mas na lista de inscritos apresentada pela entidade reguladora do desporto automóvel mundial apenas constam o nome de onze equipas, sendo que a equipa francesa Sainteloc Racing é mencionada a duplicar. A FIA não revelou quantos carros cada equipa irá inscrever, mas indicou, como o Hoje Macau já tinha revelado anteriormente, que o número total de participantes será limitado a 27 concorrentes, o que sugere que apenas algumas equipas, as quais não sabemos, competirão com um máximo de três carros.

O regulamento desportivo da primeira edição Taça do Mundo de FR da FIA é omisso no que respeita à forma como foi feita a selecção das equipas e quantos carros poderão trazer para o evento da RAEM. No entanto, este é bastante explicito a indicar que “qualquer decisão sobre se um piloto tem a experiência necessária [para participar na prova] será tomada a exclusivo critério da FIA.”

A selecção dos pilotos deverá começar agora, pois de acordo com o mesmo comunicado, “abre-se agora a porta para que jovens pilotos talentosos de todo o mundo se candidatem às equipas registadas e comecem o processo de se juntarem a uma das grelhas mais prestigiadas do desporto motorizado.”

Oportunidade perdida

Destaque a para a ausência de qualquer equipa do Reino Unido e da República Popular da China na lista de inscritos, sabendo que neste último caso existem carros no país e equipas que estavam interessadas em participar. Entre as equipas inscritas, há apenas duas equipas asiáticas, ambas japonesas, a Tom’s Formula e a TGM Grand Prix, visto que a SJM Theodore Prema Racing, não é mais que a estrutura da reputada equipa italiana com o apoio do entusiasta local Teddy Yip Jr.

Numa altura em que a China é uma super potência da indústria automóvel, as equipas do Interior da China e das duas Regiões Administrativas Especiais têm demostrado nos últimos anos estar ao nível das melhores do mundo. Basta recordar que os grandes construtores germânicos Audi, Mercedes e Porsche recorrem a estruturas chinesas para colocarem em pista os seus carros oficiais na Taça do Mundo de GT da FIA no Circuito da Guia. A inexistência de um campeonato de FR na China poderá ser um argumento para a rejeição das equipas chinesas, embora a equipa japonesa TGM Grand Prix tenha sido aceite à partida sem nunca ter participado numa prova de FR.

Equipas Inscritas:

ART Grand Prix

Evans GP

MP Motorsport

Kiwi Motorsport

Pinnacle Motorsport

PHM Racing

R-Ace GP

Sainteloc Racing

SJM Theodore Prema Racing

TGM Grand Prix

Tom’s Formula

12 Ago 2024

Austrália gostaria de correr no Circuito da Guia

O promotor do campeonato TCR Austrália, o Australian Racing Group, está a estudar várias possibilidades para revitalizar a sua competição de carros de Turismo, sendo que uma das possibilidades que agradava aos australianos era uma visita ao Circuito da Guia.

Segundo o portal especializado australiano speedcafe.com, entre as dúvidas que ainda existem sobre o futuro da categoria TCR na Austrália, surgiram duas possibilidades distintas, que poderão ser concretizadas já no próximo ano. Uma das soluções em cima da mesa passa pelo TCR Australia acompanhar o super popular campeonato australiano Supercars em algumas provas de 2025. A segunda possibilidade, e possivelmente a mais forte, passa por entrar numa colaboração com o TCR Asia para formar um mini-campeonato Ásia-Pacífico, com provas em comum.

O Director Geral do Australian Racing Group, Liam Curkpatrick, revelou que contactou os organizadores do TCR Asia para ver se existe algum interesse para uma colaboração. “Quer sejam eles a vir fazer algumas provas aqui e/ou o TCR Austrália a ir a provas de lá, e também se existe a possibilidade de o TCR Austrália competir em Macau”, revelou Curkpatrick citado pela publicação online australiana.

Apesar do TCR Australia estar a viver um momento menos bom, com apenas treze carros a comparecerem na última prova realizada em Queensland, o responsável do maior campeonato TCR na Oceânia está convicto que o campeonato não vai desaparecer e sublinhou novamente que a categoria TCR ainda tem relevância no automobilismo mundial, mesmo após o fim da Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA – WTCR no final da temporada de 2022.

“Infelizmente, este ano o TCR World Tour teve de fazer uma pausa [não visitando a Austrália este ano] porque teve de fazer o evento da China e, obviamente, não pôde fazer Bathurst”, relembrou Curkpatrick à imprensa do seu país. “Continuam as conversações com o WSC Group (o promotor do FIA TCR World Tour) sobre o regresso de uma prova do World Tour à Austrália no próximo ano. Estamos muito interessados em manter essas ligações. Há muitas hipóteses de haver outra prova do World Tour no próximo ano. Não sei até que ponto [as conversações] progrediram, mas tivemos as primeiras conversas com o TCR Asia sobre as possibilidades. É mais um complemento ao que vamos fazer. Nada é para substituir o que estamos a fazer”.

Sem necessidade de corrida extra

Ao longo das suas sete décadas de história, o Grande Prémio de Macau sempre foi muito acarinhado em “Down Under”, mas apesar das várias tentativas, as competições australianas nunca conseguiram visitar o território. O Kumho FIA TCR World Tour fará parte do programa do 71.º Grande Prémio de Macau e a dúzia de pilotos que compete a tempo inteiro no “mundial” irá partilhar a grelha de partida da Corrida da Guia com o pelotão de pilotos do TCR China. Os concorrentes do TCR Australia poderão ganhar o desejado bilhete para Macau sem que haja a necessidade de adicionar uma corrida o programa, visto que poderão juntar-se a esta grelha de partida, uma vez que a regulamentação técnica da categoria é universal.

9 Ago 2024

Automobilismo | Futuro das pistas de Zhaoqing e Zhuhai não é risonho

Este Verão trouxe más notícias para o desenvolvimento do desporto motorizado de Macau. O futuro dos dois circuitos permanentes da província de Guangdong está envolto de muitas dúvidas. O Circuito Internacional de Guangdong (GIC) deverá cessar actividade no dia 30 de Setembro, enquanto que o Circuito Internacional de Zhuhai (ZIC) tem um novo accionista maioritário, não se sabendo que planos tem o gigante do imobiliário que irá a partir de agora gerir a infraestrutura

 

Sem uma infraestrutura para a prática dos desportos motorizados no território, para além do Kartódromo de Coloane, os pilotos de Macau de duas e quatro rodas, assim como os seus congéneres de Hong Kong, têm recorrido nas últimas duas décadas e meia aos circuitos permanentes das cidades vizinhas. Contudo, este cenário poderá mudar abruptamente por falta de alternativas.

Zhaoqing é para demolir

Esta semana ficou-se a saber que a Zona de Alta Tecnologia de Zhaoqing emitiu uma revisão de várias parcelas do Plano Detalhado de Controlo da Área Sudeste do Parque Dawang, onde neste momento está edificado o GIC. Onde hoje é o circuito, está planeada a construção de um parque de exposições de automóveis de novas energias e de um parque industrial de armazenamento de peças sobressalentes. As equipas que têm sede no GIC terão uma reunião com a administração do circuito esta sexta-feira, mas a informação oficial é que a pista cessa actividade já no próximo dia 30 de Setembro.

Erguido em 2008, o circuito desenhado pela arquitecta Qiming Yao abriu oficialmente as portas em 2009. Apesar de incluir a palavra internacional no nome e ter feito parte de um calendário provisório do defunto WTCC, em 2011, o circuito de 2,8 quilómetros dos arredores de Zhaoqing, nunca acolheu provas para além das locais e de algumas competições nacionais chinesas. Foi igualmente ao longo dos anos palco de várias provas dos campeonatos de carros de Turismo de Macau, embora este ano tenha sido preterido pelo Circuito Internacional de Zhuzhou na província de Hunan.

Nunca tendo recebido grandes investimentos, o circuito de Grau 3 da FIA, que sempre teve um aspecto inacabado e envelhecido, era actualmente o favorito das equipas e pilotos de Macau para basearem as suas oficinas de competição e deixarem os seus carros do outro lado da fronteira. Os seus preços acessíveis faziam do GIC o circuito ideal para os pilotos privados testarem as suas máquinas, sendo a sua alargada disponibilidade uma mais valia.

Dúvidas sobre Zhuhai

Mais perto das Portas do Cerco, na cidade de Zhuhai, a empresa malaia LBS Bina Group Bhd comunicou que venceu a sua participação no primeiro circuito permanente construído no Interior da China por 124,7 milhões de ringuites (cerca de 214,15 milhões de patacas). Numa declaração apresentada à Bursa Malaysia Securities Bhd, o grupo informou que a sua unidade Dragon Hill Corporation Ltd vendeu a totalidade da sua participação na Lamdeal Investments Ltd (LIL) à Huafa Urban Operation (HK) Ltd. A LIL detém uma participação de 60 por cento no operador do circuito, a Zhuhai International Circuit Limited (ZICL). No âmbito do acordo, o Huafa liquidará cerca de 257,55 milhões de patacas em empréstimos que a LIL e as suas filiais deviam à LBS Bina.

“O circuito tem-se deparado com desafios cada vez mais difíceis devido aos requisitos cada vez mais rigorosos de conformidade com a sustentabilidade. Estes desafios incluem a resolução de questões relacionadas com o ruído, em que o cumprimento destes regulamentos exige ajustamentos operacionais significativos”, afirmou a LBS Bina, em comunicado.

Mais conhecida pelos seus gigantes empreendimentos imobiliários da empresa mãe, a Huafa Urban Operation foca-se no investimento e na aquisição de participações em várias empresas, operando no sector das finanças empresariais. A gestão do dia-a-dia do circuito de Zhuhai esteve sempre a cargo da empresa malaia. No entanto, ainda não é visível qualquer reestruturação ou alteração de gestão no circuito nascido em 1996 para acolher o mundial de Fórmula 1, algo que não se concretizou. Um dia construído numa zona inóspita, mas hoje cercado por zonas residenciais, o futuro da infraestrutura tem sido colocado em causa por diversas vezes, operando presentemente com rigorosas limitações de ruído que condicionam a prática de diversas modalidades.

Apesar de ter recebido as competições automobilísticas da RAEM no passado, nos últimos anos, o ZIC perdeu predominância no desporto motorizado local devido aos preços mais altos praticados, à disponibilidade limitada e à actividade desportiva reduzida em prol de actividades comerciais.

2 Ago 2024

Automobilismo | Da Guia para Portugal 25 anos depois

Entre as várias dezenas de carros que participaram no 53.º Circuito Internacional de Vila Real, um carro em particular chamou-nos à atenção, tratava-se de um Honda Civic EG6 amarelo com um logótipo antigo de “Macau”. Vinte cinco anos depois, o mesmo carro que competiu na Taça ACP do Grande Prémio de Macau em 1998 e 1999 regressou às pistas…em Portugal

 

Paulo Ascensão participou no Grande Prémio por duas ocasiões, onde foi 15.º (1998) e 17.º (1999) classificado, mas depois da transferência regressou a Portugal e com ele levou o seu carro de corrida. “Quando viemos para Portugal em 1999 havia alguma incerteza em relação ao futuro tanto de Macau, como da evolução familiar e profissional. A decisão de deixar Macau foi alvo de muita ponderação e foi com muita dificuldade que a decisão foi tomada”, explicou Paulo Ascensão ao HM. “Após a decisão ser tomada, tudo o que havia em Macau, carros inclusive, acompanharam a família. Tanto o Honda como também os Alfa Romeos, e todos os restantes projectos.”

O “bichinho das corridas” sempre o acompanhou e, assim que apareceu a oportunidade, Paulo Ascensão voltou a vestir o fato e a colocar o capacete. Com o filho Luís Ascensão, inscreveu-se na prova do Campeonato de Portugal de Velocidade Legends, na categoria 1600, e com o mesmo Honda que, ainda nos dias da administração portuguesa do território, comprou a um amigo chinês de Hong Kong.

“A ideia de correr em Portugal com o Honda sempre foi uma semente que estava latente, bem como a preparação de mais um carro de corrida (um Alfa Romeo clássico), mas os compromissos pessoais e profissionais nem sempre nos deixam tempo para levar todos os projectos em frente. A família e o trabalho sobrepuseram-se aos projectos lúdicos”, mas acresce que “o Honda na garagem gritava todos os dias por ar fresco!”

Com os filhos mais velhos já crescidos, e com o mais novo a estudar Engenharia Mecânica, Paulo Ascensão confessa que tinha “chegado a altura de voltar a pôr os carros a andar. O Honda era o candidato ideal para esse regresso.”

Futuro nas pistas

Depois da estreia positiva em Vila Real, sem toques nem incidentes, o EG6 irá continuar a ser visto nos circuitos portugueses, pois “vai cumprir o restante calendário dos Legends, com mais duas provas em Setembro e Outubro”. Isto, porque o projecto pai e filho em Vila Real ficou em suspenso, devido a uma indisposição do filho Luís, “pois não tendo sido possível realizar as qualificações, para conhecer a pista e adaptar-se ao carro, optou-se por ser o pai a fazer ambas as corridas.”

Bem estimado, o Honda “macaense” apareceu no circuito transmontano com muita saúde e como se os vinte e cinco anos de inactividade não tivessem passado por si. “Esteve a ser revisto e actualizado, com tudo o que é obrigatório e carece de homologação, como por exemplo, o banco, os cintos, depósito combustível, extintor, etc. Foram feitas melhorias que nos anos noventa eram extremamente difíceis, pois a tecnologia à data não o permitia com facilidade, como por exemplo a afinação em tempo real em banco de potência. Essas melhorias pretendem trazer uma fiabilidade extra ao carro, que de si já é lendária. Contudo, é basicamente o mesmo carro que correu em Macau, com a mesma suspensão, travões, caixa de velocidade, escape, admissão, etc.”

O Honda nº38, que competiu com pneus semi-slicks como mandam as regras, e não slicks como em Macau, completou com êxito as duas corridas, em 7.º e 5.º lugar da Taça Legends 1600 do Campeonato de Portugal de Velocidade Legends.

Voltar a Macau

Paulo Ascensão não perdeu a esperança de um dia voltar a competir no Circuito da Guia, apesar de ter a noção que hoje em dia não é fácil conseguir uma vaga no programa do maior cartaz desportivo da RAEM. Esta experiência no actualmente único circuito urbano português trouxe-lhe à memória recordações do traçado da “Pérola do Oriente”.

“Vila Real trouxe de volta memórias de Macau, pois também é um circuito citadino. Não tem grandes escapatórias e os limites da pista são os rails”, realça o piloto que é residente de Macau. “Correr em Macau é algo único, é um circuito muito mais rápido, com uma zona baixa muito rápida, e depois uma zona superior com todos os SS, onde os limites do piloto e do carro são desafiados constantemente. As ultrapassagens em Macau são muito difíceis, e em Vila Real também. Macau tem uma zona rápida mais larga, mas por ser rápida é difícil ultrapassar. Por seu lado, Vila Real é mais apertada, mas com mais transições, sendo por isso mais propícia a ultrapassagens na saída das travagens.”

“O Honda ainda tem algumas referências a Macau, e foi muito bem recebido pelos outros concorrentes. Houve vários pilotos que questionaram sobre a sua proveniência e muitos referiram ambicionaram também correr em Macau. Embora seja um desafio deslocar máquinas e equipas, ainda mantemos o sonho de voltar a correr em Macau. Ambiciono, um dia, voltar e, quem sabe, levar mais três ou quatro pilotos nacionais para disputarem provas em Macau.”

23 Jul 2024

Couto volta às vitórias na Coreia do Sul

Os pilotos de Macau, André Couto e Charles Leong Hong Chio, viajaram no fim de semana até à Coreia do Sul, para a terceira jornada da temporada de 2024 do Lamborghini Super Trofeo Asia. No Inje Speedium, os dois pilotos do território voltaram a estar em evidência, com André Couto a vencer a sua categoria em ambas das corridas.

Localizado nas montanhas de Taebaek, na província de Gangwon, aproximadamente a 121 quilómetros a leste da capital sul-coreana, Seul, o Inje Speedium foi inaugurado em 2013. Desde então, o circuito tem acolhido regularmente uma série de competições regionais, com o seu traçado a proporcionar um desafio emocionante para os pilotos e corridas interessantes para os espectadores, emoldurado por uma paisagem pitoresca.

Os pilotos da RAEM destacaram-se logo na qualificação. André Couto marcou o segundo melhor tempo na Qualificação 1, ficando a duas décimas da pole-position, conquistada pelo neo-zelandês e campeão em título, Chris van der Drift. Já Charles Leong, o piloto da SJM Iron Lynx Theodore Racing fez o quarto melhor tempo da sessão.

Na tarde de sábado, André Couto fez um bom arranque e manteve sempre van der Drift sob pressão no seu turno de condução. Com a habitual troca de pilotos, e já com Fangping Chen ao volante, o Lamborghini Huracán Super Trofeo Evo 2 nº88 acabou por cair até ao sexto lugar. No entanto, a vantagem conquistada pelo piloto português na primeira metade da corrida foi o suficiente para a dupla da Madness Racing Team celebrar uma vitória na classe Pro-Am.

Charles Leong também teve razões para sorrir no sábado, pois fez uma boa corrida, tendo no seu turno de condução ganho uma posição. A japonesa Miki Koyama fez o que lhe competia na integra e subiu ao segundo lugar, por troca com Fangping Chen, vendo a bandeira de xadrez apenas atrás de van der Drift.

Para a segunda corrida do fim de semana, disputada no início da tarde de domingo e com os dois pilotos de Macau a assistirem das boxes à primeira parte da corrida, Koyama largou do segundo lugar, ao passo que Fangping Chen partiu de sétimo. A japonesa cumpriu o que se lhe pediu, mantendo-se sempre na pegada do primeiro classificado, no entanto, a dupla do carro patrocinado pela Theodore Racing caiu para o terceiro lugar da geral e da classe Pro já no final da contenda. No entanto, nas contas do campeonato, este conjunto de resultados, permitiu ao jovem duo subir para a primeira posição na classe Pro.

André Couto herdou o seu Lamborghini no oitavo lugar, mas Fangping Chen já liderava entre os carros inscritos na classe Pro-Am. Com o ex-campeão de Super GT, na classe GT300, aos comandos, o “touro” da equipa chinesa subiu três posições, terminando no quinto posto, e vencendo a corrida na sua classe. A dupla luso-chinesa está isolada na classificação da classe Pro-Am quando ainda faltam três eventos por realizar.

O troféu da prestigiada marca de automóveis de luxo italiana continua no próximo mês, com uma jornada dupla no emblemático circuito japonês de Fuji, no fim de semana de 17 e 18 de Agosto.

22 Jul 2024

GP | Preocupação e alívio no apuramento de Zhuzhou

O automobilismo local convergiu no pretérito fim de semana ao Circuito Internacional de Zhuzhou, na província de Hunan, para disputar as duas corridas que faltavam do Macau Road Sport Challenge que serviram para carimbar o passaporte para o 71.º Grande Prémio de Macau. Para os pilotos de matriz portuguesa, no que respeita aos resultados, o fim de semana esteve longe daquilo que nos habituaram, no entanto, veio com uma excelente notícia

No início do fim de semana, no Briefing de Pilotos, foi comunicado aos concorrentes que haverá em Novembro, no fim de semana do Grande Prémio, não uma, mas duas provas do Macau Road Sport Challenge, a exemplo de 2023. Quer isto dizer, que todos os pilotos que participaram nos dois eventos de qualificação para a grande corrida terão selado o apuramento, apesar de caber à Comissão Organizadora do evento a última palavra nesta matéria.

No que às corridas de Zhuzhou diz respeito, com Américo de Jesus a assumir o papel de Director de Corrida, dada a popularidade da competição que junta em pista os Toyota GR86 (ZN8) e os Subaru BRZ (ZD8), a Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) viu-se obrigada novamente a dividir por sorteio o pelotão em duas grelhas, o que determinou a realização de quatro corridas ao longo do fim de semana. O domínio foi claro e pertenceu aos pilotos de Hong Kong. Damon Chan venceu as duas corridas no Grupo A, ao passo que no Grupo B, Wong Chuck Pan e Jactin Chung dividiram os triunfos.

Suor e sofrimento

No Grupo A, Jerónimo Badaraco e Rui Valente tiveram outro fim de semana modesto para os resultados que já nos habituaram. No seu primeiro ano ao volante destes carros, “Noni” qualificou-se no 19.º lugar, um lugar pouco habitual para o vencedor da última edição da Taça ACP em 1999. Na primeira corrida, o piloto macaense fez prevalecer a sua experiência e rapidez para conquistar um 14.º lugar, para na segunda corrida voltar a subir lugares e a entrar pela primeira vez no top-10, uma posição que lhe daria por mérito um lugar para o Grande Prémio mesmo que houvesse só uma corrida.

Rui Valente teve um fim de semana penoso, debatendo-se com um motor “cansado” e com menos 20 cavalos que a concorrência, qualificando-se apenas no 22º lugar. Depois de uma primeira corrida vistosa, onde cortou a linha de meta no 11.º posto, uma penalização do Colégio de Comissários Desportivos, por alegadamente desrespeitar os limites de pista, atirou-o para o 20º lugar, posição de onde partiu para o segundo embate. Mesmo com um motor limitado e a aquecer durante a segunda corrida, Rui Valente lá conseguiu “arrancar a ferros” um honroso 15º lugar.

No Grupo B, Sabino Osório Lei e Célio Alves Dias, dois pilotos que também fizeram a sua estreia na categoria, tiveram prestações muito parecidas à primeira jornada. Já com o apuramento garantido desde o primeiro fim de semana e sempre com um andamento ao nível dos pilotos da frente, Sabino Osório obteve um sexto e um sétimo lugar. Continuando a ter dificuldades, Célio Alves Dias terminou em 20.º lugar na primeira corrida e em 15.º lugar no segundo confronto.

Final de contas

Contas feitas ao somatório dos dois fins-de-semana, na classificação oficiosa do cômputo dos dois grupos e das oito corridas realizadas no sinuoso traçado de Zhuzhou, Damon Chan foi o grande vencedor, seguido por Adrian Chung e Jactin Chung, todos eles pilotos de Hong Kong. Sabino Osório foi o 10.º classificado e o melhor piloto classificado da RAEM. Badaraco, Alves Dias e Valente foram respectivamente os 35.º, 39.º e 43.º classificados entre os cinquenta e oito participantes.

Estes resultados demostraram que para os pilotos do território há muito trabalho de casa a fazer nos próximos três meses se quiserem ombrear com os pilotos de Hong Kong e do Interior da China na corrida mais importante do ano. O 71.° Grande Prémio de Macau terá lugar de 14 a 17 de Novembro. O período de inscrições dos pilotos locais na prova deverá ser anunciado nas próximas semanas, sendo que as Listas de Inscritos oficiais dos participantes só deverão ser divulgadas ao grande público, como é tradição, no mês de Outubro.

9 Jul 2024

Spa | Presença macaense nas 24 Horas

Por estes dias, no coração das Ardenas belgas, ecoa com estrondo o roncar dos motores. No Circuit de Spa-Francorchamps, que os locais orgulhosamente consideram “le plus beau circuit du monde”, disputa-se a 100.ª edição das 24 Horas de Spa. Na boxe nº11, está a equipa de bandeira chinesa Uno Racing Team with Landgraf, cuja gestão desportiva do seu Mercedes AMG GT3 está a cargo do engenheiro macaense Duarte Alves

 

Figura conhecida do desporto na RAEM, Duarte Alves vai para a sua quinta prova de resistência este ano e “a minha terceira de 24 horas este ano”. Apesar da sua devida reputação, as 24 Horas do Dubai, as 12 Horas de Bathurst, as 12 Horas de Sepang e as 24 Horas de Fuji, não se comparam em estatura e estatuto às 24 Horas de Spa, que é hoje a maior corrida de GT3 do calendário mundial, com um impressionante pelotão de 66 carros de nove marcas. Estas provas “clássicas da endurance” têm sempre um gosto especial, tanto para os pilotos como para todos em que nelas trabalham.

“Uma prova de resistência é mais interessante, pois exige mais como engenheiro, em termos de planeamento e estratégia. Uma corrida de ‘sprint’ é muito mais simples”, explicou Duarte Alves ao HM, enquanto os técnicos da equipa preparavam o Mercedes-AMG para a participação no muito aclamado desfile que leva os carros do circuito até ao centro da cidade. “Por outro lado, uma corrida de 24 horas exige muito em termos físicos. É que não são só as 24 horas da corrida. Há o antes e o depois, e não dormir durante 38 horas não é fácil!”

Depois da experiência de 2023, em que a Uno Racing Team, com um Audi R8 LMS GT3 terminou no 37.º lugar da prova, Indy Dontje, David Pun, “Rio” e Kevin Tse perfazem o quarteto de pilotos da equipa para edição deste ano da prova. Desta vez, a equipa chinesa optou por não trazer o seu ‘staff’ para a prova belga, apostando numa parceria com a equipa alemã Landgraf que por sua vez fez questão de contar com os serviços de Duarte Alves, ele que este ano está a disputar o GT World Challenge Asia com a Craft-Bamboo Racing de Hong Kong.

“No ano passado, viajou a equipa toda de Zhuhai para esta prova, mas os vistos e as viagens tornam os custos proibitivos. Por outro lado, as equipas aqui na Europa conseguem sempre oferecer um preço muito mais competitivo”, esclareceu, acrescentando que a participação, seja em que moldes forem, é sempre “uma boa experiência”.

Diferenças continentais

Antes mesmo de exercer a profissão na Ásia, Duarte Alves começou a sua carreira no automobilismo na Europa, mais precisamente no Reino Unido, e depois nos Estados Unidos da América. Quase duas décadas depois desses tempos, o engenheiro e empresário de Macau continua a ver diferenças entre as equipas ocidentais e as asiáticas.

“Em termos operacionais, são muito diferentes”, explica, dando como exemplo “a quantidade de competições e de testes que justifica que as equipas europeias tenham pessoal a tempo inteiro, enquanto na Ásia, essa modalidade praticamente não existe, talvez excepto no Japão, onde a industria está mais desenvolvida”.

Outro factor significativo prende-se com a “logística na Europa continental também ajudar bastante. Na Ásia, as equipas não têm camiões para transportar equipamento e as viaturas, trabalha-se a partir de contentores durante a época toda.” Por isso mesmo, “na Europa, sem dúvida, que se está a um nível com exigências muito mais altas. É uma indústria com mais de cem anos, obviamente que está muito mais madura e consegue desenvolver mais talentos”.

Envolvido nas provas asiáticas desde 2009, Duarte Alves considera que “na Ásia, ainda se está longe de se conseguir desenvolver a indústria com profissionais a tempo inteiro, e por consequência, oferecer a experiência necessária para se conseguir trabalhar a um nível onde se possa exigir mais profissionalismo”. Apesar dessas discrepâncias, “nos últimos anos, as equipas asiáticas mais sérias têm crescido bastante”.

Limite da FIA faz sentido

Uma presença habitual no Grande Prémio de Macau, Duarte Alves compreende a imposição de um tecto máximo de 23 carros que a FIA impôs na Taça do Mundo de GT da FIA para a corrida de “sprint” do Circuito da Guia.

“Trata-se de uma Taça do Mundo, onde competem os melhores pilotos de GT3 do mundo”, relembra o engenheiro macaense. “Misturá-los com pilotos regionais ou outros com menos experiência, os quais podem ser até cinco segundos por volta mais lentos, não faz sentido. Até mesmo, por motivos de segurança.”

Dado que apenas os pilotos categorizados como “Gold” ou “Platinum” têm entrada directa na corrida de GT3 do território, Duarte Alves reconhece que, dados os números do ano passado, também não deverá ser fácil para a FIA “conseguir aceitar mais pilotos categorizados como ‘Silver’”, pilotos esses que estão dependentes do aval da Comissão de Selecção da corrida.

28 Jun 2024

FIA limita os GT a 23 carros no Grande Prémio

As inscrições estão abertas para a sétima edição da Taça do Mundo de GT da FIA, que será novamente realizada dentro do programa do Grande Prémio de Macau, cuja 71.ª edição se disputa de 14 a 17 de Novembro. A grande novidade é que a Federação Internacional do Automóvel (FIA) impôs um tecto ao número de inscritos.

O evento de “sprint” da categoria GT3, de formato de piloto único, do mundialmente famoso Circuito da Guia contará novamente com duas corridas – a de qualificação com 12 voltas e a final com 16 – que foram vencidas no ano passado pelo italo-suíço Raffaele Marciello (Mercedes-AMG GT3).

A edição deste ano não deverá ter muitas diferenças em relação às anteriores, mas a grelha de partida vai estar limitada a 23 concorrentes, um número que a FIA não justificou quando, na pretérita semana, fez o anúncio da abertura do período de inscrições, que termina no próximo dia 29 de Julho, e da criação de uma plataforma para o efeito. Este número pode ser considerado aquele que a FIA vê como o mais adequado para a realização em segurança das corridas, mas também estará relacionado com as limitações de espaço no paddock.

O valor da pré-inscrição na prova por carro é de 3,000 euros, cerca de 25,900 patacas, e o valor final da inscrição a pagar é de 11,500 euros, cerca de 99,400 patacas, um valor igual a 2023, e que terá que ser pago até ao dia 29 de Agosto. A lista oficial de inscritos tem que ser confirmada, o mais tardar, até ao dia 25 de Outubro. A prova irá atribuir novamente um título de pilotos e um título de construtores, sendo que este último está pendente da participação de pelo menos três marcas na prova.

Quantidade e qualidade em harmonia

No ano passado, a Audi, a BMW, a Mercedes-AMG, a Ferrari e a Porsche marcaram presença na prova, quase todas elas colocando os seus pilotos de fábrica em carros assistidos por equipas da região ou provenientes da Europa. A prova de Macau mantém-se a mais importante para os carros da classe FIA GT3 no continente asiático e, este ano, o número de construtores poderá aumentar com a chegada de outras marcas, dado o interesse mostrado pela Aston Martin, Lamborghini e Ford na prova do território.

Em comunicado, Marek Nawarecki, Director Sénior da Velocidade da FIA, disse que “o regresso da Taça do Mundo de GT da FIA a Macau no ano passado revelou-se uma grande história de sucesso. As regras do GT3 estão a tornar-se cada vez mais fortes, com praticamente todos os construtores premium não só presentes nesta classe, mas também a desenvolver novos carros. Portanto, para 2024, estamos ansiosos por um evento talvez ainda mais forte, com alguns dos melhores pilotos de GT do mundo na grelha de partida e, esperamos, ainda mais construtores representados.”

Segundo o Regulamento Desportivo provisório da prova, a exemplo do ano passado, serão distribuídos um máximo de 80,750 dólares norte-americanos, cerca de 650 mil patacas, em prémios monetários. Este documento também contempla que todos os carros participantes tenham que estar disponíveis para acções promocionais do dia 9 ao 11 de Novembro. É de recordar que a Exposição de Carros e Motos do Grande Prémio de Macau, na Praça do Tap Seac, tem sido uma aposta ganha da Comissão Organizadora do evento para abrir as hostilidades.

21 Jun 2024

GP | Fórmula Regional é bom para os pilotos portugueses

A controversa substituição operada pela Federação Internacional do Automóvel (FIA) na prova rainha de monolugares do Grande Prémio de Macau poderá permitir o regresso de pilotos portugueses ao Circuito da Guia. Essa é a convicção de César Campaniço, o único piloto com licença desportiva de Portugal que participou nas provas de F3, Turismo e GT do Grande Prémio de Macau

 

Desde que a GP3 Series deu lugar ao Campeonato de Fórmula 3 da FIA, em 2019, não houve qualquer piloto português a participar na competição sob a gestão da Formula One Management. Com custos mais baixos que a Fórmula 3, cujos orçamentos da Taça do Mundo de Fórmula 3 em Macau ultrapassavam com a facilidade o milhão e meio de patacas, a Fórmula Regional poderá novamente abrir a porta ao regresso de jovens pilotos portugueses ao mais antigo circuito citadino do continente asiático.

“Claramente a Fórmula Regional abre muito mais a porta à participação de pilotos portugueses do que a FIA F3”, referiu ao HM César Campaniço, ex-piloto profissional e actual consultor e ‘driver coach’ de vários projectos no automobilismo. “Por um lado, porque financeiramente é muito mais viável e por outro, porque na geração actual temos poucos pilotos nas fórmulas de formação ou nas provas de protótipos para poder encarar uma participação digna naquele que é o mais desafiador e bonito, na minha opinião, circuito citadino ‘natural’ do mundo”

O actual ‘driver coach’ do FPAK Junior Team, o projecto da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting para o lançamento de jovens pilotos na velocidade, recorda que “já nos meus anos de Fórmula 3, era a final mundial da categoria, pelo seu simbolismo e por ser disputada no final do ano, após o termino dos campeonatos nacionais e continentais da mesma.”

Candidatos que se perfilam

Depois da sua estreia no Circuito da Guia no ano passado, com um entusiasmante sexto lugar na corrida prova de Fórmula 4, o jovem piloto luso de Macau e actual campeão chinês de Fórmula 4, Tiago Rodrigues, já publicamente mostrou interesse em participar na prova do território, sendo que a sua participação dependerá dos apoios que conseguir reunir.

Campaniço dá outro exemplo de um compatriota que poderá marcar presença já na prova no mês de Novembro: “Neste momento temos o Ivan Domingues que está na FRECA (Formula Regional European Championship by Alpine) e tem feito a sua formação desde a F4 de maneira estruturada. Certamente poderá fazer muito boa figura neste grande evento.”

Nas trinta e oito passagens dos monolugares da Fórmula 3 pelo território, dez pilotos portugueses participaram na prova, tendo vencido três edições, uma por André Couto (2000) e duas por António Félix da Costa (2012 e 2016).

Manter a relevância

O ex-piloto lisboeta, que correu no Circuito da Guia de F3 em 2002 e 2003, acredita que o evento do território não irá perder a relevância internacional construída ao longo de sete décadas, “pois os pilotos de Fórmula 3 já treinam e correm de Fórmula Regional, porque é proibido treinar de Fórmula 3. Por isso mesmo, não me admiraria, que pela importância do evento e da pista que muitos deles, ainda ativos na Fórmula 3 deste ano, também considerassem participar na prova”.

Ciente do impacto destas mudanças, Campaniço realça que “Macau é um evento especial, apesar de na pandemia ter perdido um pouco a pujança, mas esta decisão penso que vai tornar o evento muito mais composto e competitivo a nível da categoria de Fórmula de topo que vai participar este ano.”

Apesar de ainda não ter sido anunciado oficialmente, a grelha de partida da primeira edição da Taça do Mundo de Fórmula Regional da FIA deverá utilizar os monolugares Tatuus T-318 (inicialmente chamados Tatuus F.3 T-318), equipados com motores Alfa Romeo preparados pela Autotecnica Motori, com 1742cc e 270 cavalos, habitualmente vistos a competir na Fórmula Regional do Médio Oriente. A grelha de partida deverá reunir entre 27 a 30 monolugares.

“Não nos podemos esquecer que a Fórmula Regional nasce como categoria de topo que se pode fazer a nível nacional ou regional”, esclarece Campaniço. “Aliás, o seu primeiro nome era mesmo F3 Regional. A F3 Internacional de hoje em dia é só para alguns e esses iriam chegar ao fim do ano sem dinheiro para correr em Macau ou com pouca vontade de investir mais do que as corridas que têm no calendário deles”.

O 71.° Grande Prémio de Macau terá lugar de 14 a 17 de Novembro e, de acordo com a Comissão Organizadora da prova, os preparativos para as provas estão a decorrer de forma ordenada.

Director da FIA deixa escapar o motivo

Entretanto, em declarações proferidas à revista inglesa Autosport, François Sicard, o Director de Operações e Estratégia de monolugares da FIA, levantou um pouco mais o véu sobre a saída da F3 da RAEM. “Não foi possível manter a F3 porque vamos mudar para a nova geração de carros em 2025, pelo que, por razões logísticas, não era possível ter os carros em Macau”, explicou o responsável francês, que acrescentou que “ao mesmo tempo, estávamos a questionar se ainda seria relevante manter a F3 em Macau.
Foi [em 2019 e 2023] apenas uma corrida extra adicionada ao Campeonato de F3 da FIA, o que não é a filosofia do evento de Macau”. A ideia da FIA é “recriar a ideia da (antiga) corrida de F3 – ter os melhores pilotos de todas as categorias juniores do mundo”, explicou à reputada publicação britânica. Sicard também revelou que “há dois anos, eu já queria fazer isso. Sabíamos que o conceito da F3, tal como é actualmente, era bom, mas faltava-nos algo. Esperamos ter pilotos de todas as regiões”. A ideia da FIA passa por fazer uma selecção dos melhores pilotos dos vários campeonatos regionais.

12 Jun 2024