USJ | Assinado protocolo com Marinha Grande

A Universidade de São José (USJ) quer ajudar as empresas do concelho da Marinha Grande a entrar no mercado da China, disse à Lusa O chefe da delegação da USJ em Portugal, Francisco Peixoto. A USJ assinou um acordo com a Câmara Municipal da Marinha Grande que prevê a realização de workshops de empreendedorismo e a organização de missões comerciais à China para as empresas locais.

O objectivo é “apoiar as empresas do concelho [da Marinha Grande] na internacionalização, através do sistema de incubação [da USJ], (…) que está neste momento a ligar Portugal, Macau e a ilha de Hengqin”, afirmou o representante da USJ.

No caso das missões comerciais, a USJ quer “criar condições para que as micro, pequenas e médias empresas” da Marinha Grande “consigam uma internacionalização mais forte”, acrescentou. O representante da universidade sublinhou que o protocolo com a Marinha Grande é “um projecto-piloto”, acrescentando que outros acordos semelhantes se podem suceder com outros concelhos portugueses.

Este protocolo, envolve também o Agrupamento de Escolas da Marinha Grande, Poente, tendo, neste caso, como alvo os alunos finalistas do ensino secundário do concelho do distrito de Leiria. Francisco Peixoto afirmou que a USJ vai disponibilizar bolsas de estudo para estes alunos, no âmbito do “número considerável” de bolsas abertas anualmente para estudantes dos países de língua portuguesa.

Óbito | Macau com bandeiras a meia haste pela morte de Wu Bangguo

Ao longo do dia de hoje as bandeiras na Sede do Governo, Palacete de Santa Sancha, e em todos os postos fronteiriços, terminais marítimos e aéreo vão estar içadas a meia-haste, devido à morte de Wu Bangguo, ex-presidente do Comité Permanente da 10.ª e 11.ª Assembleia Popular Nacional (APN).

“Em conformidade com as instruções do Governo Central, aplicadas em todo o território nacional, serão colocadas as bandeiras nacional e regional a meia-haste, no dia 14 de Outubro”, foi explicado pelo Gabinete de Comunicação Social (GCS), através de um comunicado.

Wu Bangguo morreu na terça-feira passada, aos 84 anos, devido a doença prolongada, que não foi revelada. Os restos mortais do ex-presidente do Comité Permanente da APN vão ser cremados hoje, em Pequim, de acordo com a informação divulgada pela agência Xinhua.

Wu nasceu em 1941 e em 1964 aderiu ao Partido Comunista Chinês. Ao longo da carreira foi ganhando predominância principalmente na zona de Xangai, onde trabalhou de perto com o ex-presidente da República Popular da China, Jiang Zemin. Entre os cargos desempenhados consta o de secretário do partido na capital financeira da China, onde supervisionou o desenvolvimento da Nova Área de Pudong, vice-primeiro-ministro, membro do Comité Permanente da APN e membro do Comité Permanente do Politburo, entre 2002 e 2012.

Nota de pesar

Além das mensagens das várias autoridades chinesas sobre a morte de Wu Bangguo, também o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, se pronunciou sobre o assunto e recordou o ex-dirigente como um “excepcional revolucionário proletário”.

De acordo com o GCS, Ho Iat Seng “sublinhou que o presidente Wu Bangguo foi um excepcional revolucionário proletário, estadista e líder notável do Partido e do Estado, tendo contribuído de forma significativa para a reforma e a abertura do País, bem como o desenvolvimento económico, a democracia e o sistema jurídico”. O líder do Governo indicou também que “ao longo da sua vida, [Wu] dedicou-se de corpo e alma a servir o povo, e a trabalhar incansavelmente pelo ideal comunista e a causa do Partido e do Estado”.

Segundo Ho Iat Seng, “Wu Bangguo prestou desde sempre atenção e apoio ao desenvolvimento do princípio um país, dois sistemas e da RAEM, tendo em consideração o bem-estar dos compatriotas de Macau”.

O Chefe do Executivo recordou igualmente a visita de 2013 de Wu a Macau, no âmbito das comemorações do 20.º aniversário da promulgação da Lei Básica.

A ver vamos que frutos dão estes ramos

O Mestre disse: “Estudar para aplicar na altura certa aquilo que se aprendeu – não será isto uma fonte de prazer? Ter amigos que chegam de partes distantes – não será isto uma fonte de alegria?

Analectos I.1

Foi um recentíssimo Chefe do Executivo (indigitado) que ontem respondeu a perguntas de jornalistas, momentos depois de ter sido eleito pela Comissão. Havia alguma expectativa para ver como se comportaria, na medida em que não se trata de alguém com conhecida experiência política. Pelo contrário, Sam Hou Fai distinguiu-se no papel de presidente do Tribunal de Última Instância, cujo desempenho implica distanciamento dos meandros político-sociais e ainda mais dos económicos. Além disso, mostrou sempre ser uma pessoa reservada, portanto com eventuais dificuldades na comunicação política. Mas não foi bem assim.

Uma das notas positivas que imediatamente se deve registar é que, nas suas respostas, Sam Hou Fai não se limitou a repetir “palavras de ordem”, vulgo slogans, algo que ultimamente nos faz desligar o receptor. Pelo contrário, tendo passado rapidamente pelo “um país, dois sistemas” e toda a parafernália de conceitos adjacentes, pareceu improvisar as respostas, demonstrando que encontrou alguns axiomas para as suas exposições, nomeadamente um eixo político que consiste na necessidade de melhorar a qualidade de vida dos cidadãos de Macau. A economia, sim; mas também o entendimento de que a economia são as pessoas e não os números astronómicos dos casinos.

A ver vamos que frutos dão estes ramos.

Mas o aspecto para mim mais saliente da conferência de imprensa foi o facto de Sam Hou Fai não ter apresentado soluções, mas intenções. Para decidir sobre o que fazer, disse, temos primeiro de estudar as situações (carentes, dizemos nós). Estas são a Habitação, a Saúde, o Trânsito, a Educação, a Ecologia, o Turismo, a Diversificação Económica, o Entretenimento, a Cultura… ufff!

Ele há muito para estudar. Bem podem começar a tirar os calhamaços das prateleiras, espalhá-los em larga mesa, limpar com afinco os óculos, para garantir que nada os embaciou e ala ao trabalho que se faz tarde. Rapidamente se descobrirá que, afinal, isto anda tudo misturado.

Mas estudar não só é bonito como é fundamental. É um esteio do ser, uma âncora do respeito, uma chama na escura noite da ignorância. Contudo, não chega.

Poderia dizer que de centenas de estudos está Macau cheio, tantos quanto o inferno de boas intenções. E parece que o resultado tem sido mais ou menos idêntico: tanto os estudos em Macau como as boas intenções no inferno de pouco têm servido.

E isto porque: ou os nossos governantes se têm esquecido de aplicar os estudos encomendados ou esses estudos não estudaram o suficiente ou entendeu-se que era melhor ter mais estudos para ter uma visão tão abrangente dos problemas que deixamos de os ver.

Já a meu ver, esqueceram-se de um importante ditame de Confúcio, a saber: “Estudar para aplicar na altura certa aquilo que se aprendeu – não será isto uma fonte de prazer?” Aqui o Mestre sublinha que ter conhecimento não basta, é preciso aplicá-lo. E mais: que quando isso é bem feito, na altura certa, transforma-se numa fonte de prazer.

Ora bem. Está visto. Um governo mais hedonista é o que precisamos. Oiça bem, senhor Chefe do Executivo indigitado, e aprenda com o Mestre. Governemos, mas com saber, eficácia e alegria. Não com avareza, soberba ou tristeza.

E por falar em Mestre Confúcio não nos escapou a frase seguinte, que reza: “Ter amigos que chegam de partes distantes – não será isto uma fonte de alegria?” Pode ser, se soubermos fazer as coisas, acrescentamos, ao dar uma interpretação muito própria à sentença. Mas não apenas uma fonte de alegria, neste caso, mas uma fonte de comércio, diplomacia, entendimento e amizade.

Sam Hou Fai encontra-se muito bem posicionado para dar um grande impulso ao desígnio de Macau enquanto ponte para os países lusófonos e, se realmente assistirmos nos próximos anos a uma real intensificação de relações, isso deixar-nos-ia, como diz o Mestre, cheios de alegria.

Nesse sentido, é bom que o novo Chefe do Executivo conte com a comunidade lusófona residente para implementar esse desiderato, não desperdiçando as óbvias condições e características excelentes da nossa comunidade para participar e levar a bom porto os desafios que este projecto nacional encerra.

Ainda segundo Confúcio, um bom governante depende e muito de quem escolhe para consigo governar. Daí que exista alguma expectativa de conhecer as escolhas de Sam Hou Fai para o seu governo. Esse será o próximo passo no qual o Chefe do Executivo, de algum modo, dirá ao que vem, como e com quem. Só então começaremos a descortinar como se irá posicionar nos próximos quatro anos, que nos parecem decisivos para entender no que irão dar as metamorfoses de Macau no futuro.

A ver vamos que frutos dão estes ramos.

Grande Prémio | Tiago Rodrigues na Taça do Mundo de Fórmula Regional

No final da pretérita semana, a Evans GP confirmou, através de um comunicado de imprensa, que contará com o piloto de Macau Tiago Rodrigues, o campeão da Fórmula 4 Chinesa de 2023, na primeira edição da Taça do Mundo de Fórmula Regional da FIA do 71º Grande Prémio de Macau

 

O jovem piloto da RAEM já competiu no Circuito da Guia, tendo-se estreado entre nós na prova de Fórmula 4 do ano passado. Aos comandos de um monolugar da Asia Racing Team, Tiago Rodrigues terminou em oitavo e sexto nas duas corridas, que foram provas não pontuáveis para o campeonato da Fórmula 4 do Sudeste Asiático. Já antes, o jovem talento tinha alinhado na prova de abertura da F4 SEA em Zhuzhou, onde subiu ao pódio em todas as três corridas, o que foi suficiente para o colocar em quinto lugar na classificação do campeonato

Na sua campanha na Fórmula 4 Chinesa, ao serviço da Champ Motorsport, o piloto de Macau conquistou sete vitórias, oito outros pódios, duas pole positions e seis voltas mais rápidas. No início deste ano, Tiago Rodrigues ficou em 22º na Fórmula 4 dos Emirados Árabes Unidos, e no mês passado, esteve em destaque ao alcançar uma vitória na Fórmula 4 Australiana, já com a Evans GP, em Sepang. Também participou no Programa de Selecção Ásia-Pacífico e Oceânia da Ferrari Driver Academy, cujos resultados ainda não foram publicamente revelados.

Entusiasmo natural

Para um piloto da casa, correr no Grande Prémio tem sempre um significado especial. Na sua segunda participação no evento, Tiago Rodrigues vai disputar pela primeira vez a corrida de monolugares mais importante do evento e muito provavelmente será o único piloto da RAEM a alinhar na corrida.

“Estou muito entusiasmado por voltar a competir com a Evans GP no Grande Prémio de Macau na Taça do Mundo de Fórmula Regional. Depois de ter corrido em Macau no ano passado na Fórmula 4, sei o quão desafiante é o circuito”, disse o piloto de 17 anos que deu os primeiros passos no automobilismo no Kartódromo de Coloane em 2021.

Ao contrário da concorrência que se deverá apresentar em Macau com várias corridas de experiência, Tiago Rodrigues sabe que não tem uma missão fácil pela frente. “Subir para a Fórmula Regional será difícil, especialmente com o nível de competição, mas estou pronto para me desafiar e aprender o máximo que puder”, reconhece o piloto do território, que deixou claro que “competir diante do público da minha terra torna esta corrida ainda mais especial, e mal posso esperar para representar Macau novamente.”

Apoio da equipa

Neste momento, dos vinte e sete pilotos esperados nesta Taça do Mundo no mês de Novembro, apenas Tiago Rodrigues e o seu colega de equipa Cooper Webster estão até hoje oficialmente confirmados para aquela que será a primeira edição a utilizar monolugares de Fórmula Regional.

O chefe de equipa da Evans GP, Joshua Evans, referiu que estão “muito satisfeitos por receber o Tiago de volta à equipa para o Grande Prémio de Macau na Taça do Mundo de Fórmula Regional. A sua performance [na Fórmula 4 Australiana] em Sepang, onde garantiu a pole position e uma vitória, mostrou o potencial que traz consigo. Passar para a Fórmula Regional será um grande passo, especialmente com os pilotos experientes contra os quais vai competir, mas a experiência anterior do Tiago em Macau certamente que o ajudará. É sempre especial correr diante dos fãs da sua terra, e estamos confiantes de que ele dará o seu melhor.”

O 71° Grande Prémio de Macau terá lugar de 14 a 17 de Novembro, sendo que as listas oficiais de inscritos deverão ser divulgadas ainda durante este mês, como é aliás tradição.

Japão | PM destaca significado do Nobel da Paz

O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, congratulou-se sexta-feira com a atribuição do Prémio Nobel da Paz à Nihon Hidankyo, a organização que representa os sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki, qualificando-a de “extremamente significativa”.

“O facto de o Prémio Nobel da Paz ter sido atribuído a esta organização, que trabalhou durante muitos anos para a abolição das armas nucleares, é extremamente significativo”, declarou Ishiba à imprensa, segundo a agência francesa AFP.

O Comité Nobel norueguês atribuiu sexta-feira o Prémio Nobel da Paz à Nihon Hidankyo, uma organização formada por sobreviventes às radiações atómicas (conhecidos por ‘hibakusha’) das bombas lançadas há 79 anos pelos Estados Unidos em Hiroshima e Nagasaki.

Fundada em 10 de Agosto de 1956, a Nihon Hidankyo defende “a assinatura de um acordo internacional para a proibição total e a eliminação das armas nucleares”, segundo a página da organização na Internet.

Um dos líderes da organização galardoada, Toshiyuki Mimaki, disse que “gostaria de ver a abolição das armas nucleares” e lembrou as ameaças actuais com os conflitos na Ucrânia e no Médio Oriente.

Trançando um paralelo, Mimaki disse que situação em Gaza é “como a do Japão há 80 anos”, devastado pelas bombas no final da Segunda Guerra Mundial, referindo-se às imagens das “crianças a sangrar” do território palestiniano. O Prémio Nobel, que consiste num diploma, numa medalha de ouro e num cheque de 11 milhões de coroas suecas (cerca de 970 mil euros), será entregue formalmente em 10 de Dezembro, em Oslo.

Em 2023, o comité norueguês atribuiu o Prémio Nobel da Paz à activista iraniana Narges Mohammadi, presa no Irão, pela sua luta contra o uso obrigatório do véu pelas mulheres e a pena de morte.

Pyongyang adverte Seul sobre “desastre” se voltar a enviar ‘drones’ para o Norte

A Coreia do Norte advertiu ontem a Coreia do Sul de que enfrentará um “horrível desastre” se voltar a enviar ‘drones’ para sobrevoar Pyongyang.

“A próxima vez que um ‘drone’ da República da Coreia [nome oficial da Coreia do Sul] for avistado no céu sobre a nossa capital irá certamente desencadear um desastre horrível”, avisou a irmã do líder norte-coreano, Kim Yo-jong, num comunicado divulgado pela agência de notícias estatal norte-coreana.

Na sexta-feira, Pyonyang afirmou que o Sul tinha enviado ‘drones’ que sobrevoaram a capital norte-coreana pelo menos três vezes na última semana, numa grave violação militar da soberanía. A KCNA afirmou que os ‘drones’ transportavam panfletos de propaganda contra o regime de Kim Jong-un.

“Desencadearemos uma forte retaliação, independentemente dos factores envolvidos nos ‘drones’ que transportam propaganda política da República da Coreia e que se infiltram no nosso território”, afirmou a também vice-directora do Departamento de Propaganda e Agitação da Coreia do Norte.

“Não estamos preocupados em saber quem é a principal força provocadora por trás do recente incidente com o ‘drone'”, acrescentou Kim, na mesma nota.

Trocas aéreas

A KCNA publicou também uma imagem em que alegadamente mostra um dos ‘drones’ e um pacote de panfletos a sobrevoar o céu nocturno, classificando a acção como uma “violação flagrante” da soberania e segurança norte-coreanas e uma “violação violenta do direito internacional”.

O Ministro da Defesa sul-coreano, Kim Yong-hyun, negou estas afirmações no mesmo dia e disse “desconhecer a situação” quando questionado pelos deputados, na sequência da publicação da KCNA.

Por seu lado, o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul indicou que “não pode confirmar a veracidade das alegações da Coreia do Norte”, estando a investigar se organizações civis podem ter enviado panfletos por ‘drone’.

Nos últimos meses, a Coreia do Norte enviou mais de 5.000 balões de lixo para o Sul, em resposta aos balões de propaganda antirregime enviados regularmente por activistas do Sul. Estes grupos de activistas dos direitos humanos afirmaram que, por vezes, também conseguiram enviar ‘drones’ carregados de panfletos para a Coreia do Norte.

Timor-Leste | Xanana Gusmão em visita oficial a Portugal

O líder do governo timorense tem uma agenda apertada com deslocações aos Açores, lançamento de livros e a assinatura do Programa Estratégico de Cooperação para o período 2024-2028 no valor de 75 milhões de euros

 

O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, iniciou sábado uma visita oficial a Portugal durante a qual será assinado o Programa Estratégico de Cooperação para o período 2024-2028 e mais dois acordos relativos a reabilitação de património e infraestruturas.

O novo Programa Estratégico de Cooperação para o período 2024-2028 tem o valor de 75 milhões de euros e terá cinco áreas prioritárias, nomeadamente Desenvolvimento Humano, Estado de Direito e Boa Governação, Administração Pública, Finanças Públicas e Economia, Juventude e Emprego e Oceanos Sustentabilidade e Infraestruturas.

O último PEC entre os dois Estados, que vigorou no período 2019-2023, teve uma execução de 102 por cento e tinha um envelope financeiro de 70 milhões de euros para intervenções nos setores de Consolidação do Estado de Direito e Boa Governação, Educação, Formação e Cultura e Desenvolvimento Socioeconómico Inclusivo.

Programa das festas

Para hoje, estão marcados encontros com o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, e com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, quando se realizará também um jantar oficial, oferecido pelo chefe do Governo português.

Na terça-feira, Xanana Gusmão viaja para a ilha do Faial, no arquipélago dos Açores, onde vai ter vários encontros, incluindo com o presidente da Assembleia Legislativa Regional, Luís Garcia.

No Faial, onde vai permanecer até quarta-feira, o primeiro-ministro timorense vai visitar também a Escola do Mar dos Açores, o edifício das actividades marítimas e turísticas, o Instituto de Investigação em Ciências do Mar e o Observatório do Mar dos Açores.

Na quinta-feira à tarde, já em Lisboa, Xanana Gusmão participa na sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa numa sessão solene e lança dois livros, nomeadamente um de discursos com o título “Dalan ba Dame” e um de poemas denominado “Mauberíadas”. Os livros vão ser apresentados pelo antigo chefe da diplomacia portuguesa, Luís Amado.

Xanana Gusmão vai, na visita oficial a Portugal, liderar uma delegação que inclui o vice-primeiro-ministro, ministro coordenador dos Assuntos Económicos e ministro do Turismo, Francisco Kalbuadi Lay, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Bendito Freitas, e ainda os ministros da Educação, Dulce Neves, do Ensino Superior, José Jerónimo, da Justiça, Sérgio Hornai, e do Interior, Francisco Guterres, bem como o secretário de Estado da Comunicação Social, Expedito Ximenes, e o presidente da Câmara de Comércio e Indústria timorense, Jorge Serrano.

China | Anunciadas grandes divergências nas negociações com UE sobre carros eléctricos

O Ministério do Comércio chinês anunciou no sábado que as discussões em Bruxelas sobre os direitos aduaneiros impostos pela União Europeia aos veículos eléctricos importados da China terminaram com a observação de que permanecem “grandes divergências”.

“Ainda existem grandes diferenças entre os dois lados. Até agora, as consultas não resultaram numa solução aceitável para ambos os lados”, disse o ministério num comunicado, acrescentando que convidou negociadores da União Europeia (UE) para a próxima ronda de negociações na China.

Na sexta-feira, o Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, apelou à China para que “adapte o seu comportamento” de forma a aliviar as tensões comerciais com Bruxelas, na sequência de uma série de medidas aduaneiras contestadas por ambas as partes.

“Contamos com a China para adaptar o seu comportamento e compreender que é necessário reequilibrar as relações económicas para uma maior equidade, para uma concorrência leal”, afirmou o dirigente, que se encontrou com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, à margem da cimeira da Associação das Nações do Sudeste Asiático, no Laos.

Charles Michel disse esperar que se chegue a um acordo nos próximos dias ou semanas, embora o contexto seja “muito difícil”.

Na passada terça-feira, Pequim impôs mais condições para a importação de brandy europeu – sobretudo conhaque francês – na sequência da decisão de Bruxelas de impor taxas alfandegárias punitivas sobre os automóveis eléctricos fabricados na China.

A Comissão Europeia acusa Pequim de distorcer a concorrência ao subsidiar os fabricantes no seu território, permitindo-lhes oferecer preços mais baixos. A China retaliou lançando inquéritos ‘antidumping’ sobre a carne de porco e os produtos lácteos.

Pequim anuncia emissão de obrigações no valor de quase 300 mil milhões de euros

A gigantesca injecção financeira visa dar um novo ânimo ao desenvolvimento da economia chinesa

O ministro das Finanças chinês anunciou no sábado que a emissão de quase 300 mil milhões de euros em obrigações especiais do Tesouro para reanimar a segunda maior economia do mundo, que está a perder dinamismo.

Pequim vai emitir “obrigações especiais do Tesouro” para “ajudar os grandes bancos comerciais estatais a reconstituir a base de capital, melhorar a resistência ao risco e capacidade de empréstimo e servir melhor o desenvolvimento da economia”, afirmou Lan Fo’an, em conferência de imprensa.

“Nos próximos três meses, um total de 2,3 biliões de yuan em obrigações especiais estará disponível para utilização”, acrescentou.

Esta despesa pública vem juntar-se a uma série de medidas anunciadas nas últimas semanas, incluindo a redução das taxas de juro e a concessão de liquidez aos bancos. Pequim vai também aumentar o limite máximo da dívida das autoridades locais para que estas possam gastar mais em infra-estruturas e aumentar o emprego.

O Governo central chinês ainda tem “uma margem considerável” para emitir dívida e aumentar o défice e vai continuar a estudar possíveis medidas anticíclicas, disse Lan.

O responsável procurou acalmar os receios de muitos analistas e investidores, que apontavam precisamente a sustentabilidade da dívida como um possível travão ao aumento da despesa pública para relançar o crescimento da segunda maior economia do mundo, que não tem sido o esperado após o fim dos anos das restrições impostas para combater a pandemia da covid-19.

A cobrança de impostos deste ano será inferior ao previsto, mas o sistema mostra resiliência suficiente para equilibrar receitas e despesas, disse o ministro, sem números específicos sobre os estímulos fiscais.

Em andamento

Na manhã de sábado, a emissora estatal CCTV noticiou que os principais bancos chineses vão baixar as taxas de juro da maioria dos empréstimos à habitação a partir de dia 25, em conformidade com um pedido feito pelo banco central em Setembro.

No ano passado, a China registou uma das taxas de crescimento mais fracas das últimas três décadas.

Lan avançou outras iniciativas para resolver problemas-chave da economia chinesa, como a dívida oculta dos governos locais e regionais – mais de nove biliões de dólares acumulados através de canais de financiamento informais – ou uma crise imobiliária prolongada que parece não estar a chegar ao fim.

Em relação à primeira questão, o plano consiste em aumentar o limite máximo da dívida “numa escala relativamente grande”, a título excepcional, com o objectivo de trocar estes passivos ocultos e, assim, ajudar as administrações locais a reduzir os seus riscos de endividamento, um plano cujos pormenores serão conhecidos quando os respectivos procedimentos legais estiverem resolvidos.

Lan precisou que, nos últimos três meses do ano, as regiões do país poderão ainda beneficiar de cerca de 2,3 biliões de yuans em obrigações especiais para acelerar o avanço dos projectos.

Relativamente à crise imobiliária, o ministro adjunto das finanças Liao Min afirmou que serão emitidas obrigações a nível da administração local para “abrandar a queda do mercado imobiliário e estabilizá-lo”.

Estas obrigações poderão ser utilizadas para comprar terrenos ociosos a promotores imobiliários em dificuldades ou propriedades não vendidas, com o objectivo de as converter em habitações a preços acessíveis, um plano que inicialmente envolvia a construção, mas que agora se centrará mais numa solução para casas já construídas e que não encontraram compradores, a fim de equilibrar a oferta e a procura.

Além disso, Liao disse que as Finanças estão a estudar a possibilidade de eliminar o IVA sobre os imóveis residenciais.

Os Barcos de Maravilhas da Dinastia Ming

Zheng He (1371-1433), no regresso da sua quarta grande viagem (1413-15) em que comandou a maior frota de navios de madeira jamais constituída para exposição do poder e grandeza do Império, trouxe, além de enviados de trinta Estados, como tributo ao imperador uma girafa.

Trouxe-a de Bengala (no actual Bangladesh), um lugar onde esse animal não existia. Tinha vindo de África, como seria de esperar, já como uma oferta do rei de Melinde (actual Quénia) para esse Estado. Depois de observada pelo imperador Yongle, habituado a receber invulgares animais exóticos, alguns olhando o estranho animal, espantados com o que viam, disseram reconhecer nele o imaginário qilin, a quimera que se dizia surgir para anunciar o advento de um sábio.

Da girafa, colocada nos jardins imperiais onde foi cuidada, foram depois feitas pinturas que guardaram o seu inusitado aspecto. Num rolo vertical conservado no Museu de Arte de Filadélfia (tinta e cor sobre seda, 80 x 40,6 cm) ela é apresentada junto do seu tratador e em cima, à esquerda, é identificada como um qilin.

Mas, se da perigosa navegação cortando ondas alterosas se podiam esperar eventos incríveis, capazes de estimular auspiciosas fantasias, a necessidade espiritual de navegar, descobrir lugares e pessoas desconhecidos, dominaria a imaginação de literatos durante a dinastia Ming.

Muitas vezes e de modo particular na arte da pintura, o antigo relato que Tao Yuanming (365-427) fizera de uma singular viagem solitária em que não eram protagonistas naves de alta proa sulcando os mares, enfrentando ondas colossais, mas um humilde esquife de madeira serpenteando na suave ondulação das águas de um rio, seria recontado e imaginado vezes sem conta.

A popularidade da história da Nascente das flores de pessegueiro (Taohua yuan) situada num lugar inacessível, alcançado por acaso com um pequeno bote, ficaria resumida no ditado (chengyu) shiwai taoyuan, «fora do Mundo há uma nascente de flores de pessegueiro».

Wang Shichang (1462- depois de 1531), um pintor literato de Jinan (Shandong) imaginou o momento em que um pescador, um «homem de Wuling que se esquecera das distâncias da rota», é recebido com afecto (rolo horizontal, tinta e cor sobre seda, 24,4 x 190,5 cm na Galeria de arte da Universidade de Yale).

A mesma cena que, no século XVIII, seria figurada no Longo corredor do Palácio de Verão em Pequim. Ao chegar, o pescador espantara-se com o que encontrara: árvores de flores cor-de-rosa prenunciavam o encontro com uma acolhedora comunidade pacífica. O veículo feito com um tronco de árvore que o transportara, discretamente preso na margem, tão comum quanto admirável fora muitas vezes tomado como metáfora por poetas como Zhao Ju, no século III: «Move-se mas não deixa rasto, Não cria raízes mesmo parando, Não tem pressa mas é rápido, É veloz como um cavalo galopando.»

Creative Macau | “Time Pixels” para ver até ao dia 26

Foi inaugurada recentemente a nova exposição patente na galeria da Creative Macau, intitulada “Time Pixels – Exposição de Trabalhos de Estudantes de Artes Visuais da Universidade Politécnica de Macau”. Segundo um comunicado, a Creative Macau, enquanto centro de indústrias criativas, “tem vindo a estabelecer uma parceria anual com a Universidade Politécnica de Macau há mais de uma década para apresentar obras de arte criadas por estudantes da Faculdade de Artes e Design”.

Assim, em “Time Pixels” apresentam-se 22 obras dos alunos do curso de Artes Visuais concluídas em dois módulos, nomeadamente “Prática Artística Social” e “Sociologia da Arte”. O objectivo destas disciplinas “é orientar os estudantes para a aplicação das suas capacidades artísticas, nas áreas da pintura chinesa, pintura a óleo, gravura, escultura, cerâmica, aos temas sociais”.

A exposição gira em torno do conceito “Cronologia da Família”, “adoptado pela primeira vez como o tema que atravessa o ensino e a criação de obras de arte”. Neste contexto, os alunos “foram orientados a investigar as suas histórias familiares, a construir e a integrar as ligações entre o indivíduo, a história familiar e as mudanças na sociedade, e a expor o seu pensamento e prática artística sob a forma de pinturas, esculturas, instalações, fotografias ou textos”.

Anteriormente designada por Instituto de Artes Visuais, a Faculdade de Artes e Design da Universidade Politécnica de Macau foi criada pelo Instituto Cultural de Macau em 1989 e incorporada na Universidade Politécnica de Macau em 1993, tendo passado a designar-se Faculdade da Escola das Artes em 2022.

Doci Papiaçam | Coro actua em Lisboa e volta a juntar comunidade

Quarta-feira foi um dia especial para a comunidade macaense de Macau e a residir em Lisboa: a actuação do coro do grupo Doci Papiaçam di Macau juntou, na Casa de Macau, macaenses e antigos residentes portugueses que quiseram matar saudades do território. Carlos Piteira, presidente da Casa, anunciou que pode ser criado uma extensão dos Doci em Portugal

 

O coro dos Doci Papiaçam di Macau esteve em Lisboa na última semana a convite do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, a propósito das eleições para o Conselho das Comunidades Portuguesas. Porém, a visita serviu de argumento para uma visita de maior importância: a ida à Casa de Macau em Lisboa, actualmente presidida por Carlos Piteira.

Na quarta-feira, ao final da tarde, já se vivia o rebuliço na Casa, localizada na Avenida Almirante Gago Coutinho, com ensaios do coro, as mesas a serem preparadas com petiscos macaenses e membros da comunidade a chegar. Tratou-se de uma actuação que juntou os macaenses que vivem entre cá e lá, no meio de abraços e muitos sorrisos.

Já no dia anterior os Doci tinham actuado no Palácio de São Bento, embora tenha sido “uma actuação muito breve”, com apenas duas músicas, conforme descreveu ao HM Miguel de Senna Fernandes, que se mostrou muito satisfeito por poder cantar numa casa que também é sua e de todos os macaenses.

“Por falta de tempo só podemos cantar duas músicas. Gostámos de conhecer o Palácio de São Bento, porque não conhecia. Penso que as pessoas ficaram maravilhadas, e havia pessoas que não sabiam que em Macau havia este tipo de projectos.”

Do grupo dos Doci vieram a Lisboa apenas alguns integrantes, como foi o caso de Agurtzane Azpiazu, Aleixo Siqueira, Arnaldo Ritchie, Carlos Anok Cabral, Isabela Pedruco, Ivone de Senna Fernandes, José Basto da Silva, José António Carion Jr., Luís Pedruco Novo, Manuel Jesus, Marina de Senna Fernandes e Miguel de Senna Fernandes, Paula Carion e Sónia Palmer.

Trata-se de rostos que habitualmente são vistos em palco nas peças dos Doci, em patuá, mas que agora vestiram a pele de cantores, cantando também em patuá. “As letras e arranjos são meus, mas claro que, obedecendo à tradição antiga, as melodias são conhecidas e fazemos a adaptação. Há uma música do Adé, que é o hino”, disse Miguel.

O espectáculo arrancou com “Nós Maquista Sâm” [Nós Macaenses Somos], uma letra sobre a personalidade dos macaenses, “gente com paixão” e com “bom coração”, apesar das discussões e coscuvilhices. Seguiu-se “Palavra di Amigo”, “Quelôra Sol Ta Quentá” [Quando o Sol Aquece] e a bem conhecida “Macau Sã Assí” [Macau é Assim], cantada por todos os presentes.

Doci em Lisboa

Na apresentação do espectáculo, Miguel de Senna Fernandes, autor das músicas e dos arranjos, bem como das peças de patuá, disse estar “sensibilizado” por poder estar com o grupo em Lisboa.

“Somos um grupo cujos membros, por acaso, também cantam. Já que viemos a Lisboa, porque não fazer uma visita à Casa de Macau. Faz 25 anos que o grupo dos Doci não actua em Portugal, pelo que faz todo o sentido.”

Do lado de Carlos Piteira, destacou-se o facto de o grupo estar naquela que é também a sua casa. “Se tivesse a ideia que a fama dos Doci era esta, teria contratado o Coliseu (risos). A contrapartida é que não vinham à Casa de Macau, e o virem aqui é virem também à vossa casa aqui em Portugal. É um tributo ao patuá, e nós Casa de Macau temos tentado manter este traço identitário paralelamente com a gastronomia. É uma pena estas canções não serem mais divulgadas aqui em Portugal.”

O presidente destacou ainda a ideia de vir a criar em Portugal, mais concretamente em Lisboa, uma extensão dos Doci Papiaçam di Macau. “Ainda não é formal, mas estamos a tentar criar um grupo de patuá também aqui em Portugal”, disse.

No dia seguinte a esta actuação, na quinta-feira, os Doci estiveram junto à Câmara Municipal de Lisboa a cantar em patuá, por ocasião da cerimónia de encerramento das actividades do Conselho das Comunidades, que reuniu durante três dias.

Empreendedorismo | ‘Startup’ portuguesa vence concurso de inovação

A ‘startup’ portuguesa Connected venceu o concurso de inovação e empreendedorismo para empresas de tecnologia do Brasil e de Portugal, realizado em Macau. A Connected, criada em 2023, desenvolveu módulos de comunicação entre objectos e aparelhos (conhecida como Internet das coisas) através da rede 5G, que podem ser integrados em satélites de observação da Terra.

A tecnologia da empresa, com sede no Porto, pode ter vastas aplicações em áreas como a agricultura, monitorização marítima, infra-estruturas de auto-estradas e instalações de energias renováveis. A tecnologia foi testada no espaço em 2022 e a Connected garantiu um contrato com a Agência Espacial Europeia, que inclui Portugal, em 2023, ano em que conseguiu atrair um investimento total de dois milhões de euros.

Um painel de investidores, académicos e especialistas financeiros seleccionou ainda para o pódio dois projectos brasileiros: a SleepUp, uma plataforma de terapias digitais para melhorar o sono, e a Pix Force, especializada em inteligência artificial e análise de dados.

O Concurso de Inovação e Empreendedorismo (Macau) para as Empresas de Tecnologia do Brasil e de Portugal 2024 recebeu 64 candidaturas dos dois países e seleccionou 17 finalistas em áreas como biomedicina, dispositivos médicos, novas energias e tecnologia agrícola.

Os sete projectos eleitos receberam prémios monetários, com um valor máximo de 150 mil patacas, e garantiram apoio para facilitar o acesso a financiamento chinês e ao mercado da China.

O concurso foi organizado pela Direcção dos Serviços de Desenvolvimento Económico e Tecnológico do Governo de Macau e realizado pela incubadora Parafuturo de Macau e pelo Centro de Incubação de Jovens Empreendedores de Macau.

Óbito | Jovem local de 18 anos atropelada em passadeira

O acidente aconteceu numa passadeira a escassos metros da fronteira de Qingmao. O óbito foi declarado no local. A viatura, um Lamborghini Aventador, tinha dupla matrícula de Macau e Cantão, mas não foram revelados pormenores sobre a identidade do condutor

 

Uma jovem de Macau morreu em Zhuhai, depois de ter sido atropelada por um carro, quando atravessava uma passadeira. O caso aconteceu na madrugada de quarta-feira, e as imagens do embate, captadas por um carro que seguia na estrada, tornaram-se virais na noite do dia seguinte.

O acidente terá acontecido por volta da 1h de quarta-feira, quando a mulher atravessava a estrada Guihua South Road na passadeira, a escassos metros da fronteira com Macau de Qingmao. Esta é uma fronteira que só pode ser utilizada por peões, na Zona Norte do território.

De acordo com as imagens captadas, por um veículo que circulava no sentido oposto, vários carros abrandaram para ceder passagem à jovem de 18 anos. No entanto, na via mais rápida das quatro existentes naquela rua, surge um carro da marca Lamborghini a velocidade mais elevada, que aparenta não ter visto a jovem até ter chegado à passadeira. O carro tinha dupla matrícula, de Macau e do Cantãoo.

Como consequência do embate, a mulher é atingida e projectada no ar durante vários metros. Quando aterra no asfalto, a jovem aparenta ter ficado imediatamente inconsciente.

Por sua vez, o condutor do Lamborghini modelo Aventador é visto a parar a viatura e sair para fora do carro, ao telemóvel, embora não se saiba se ligou logo para as autoridades. A informação disponibilizada também não adiantou qualquer dado sobre a identidade do condutor, nem permitiu perceber se um era residente de Macau.

Outras imagens colocadas a circular horas mais tarde, mostram os momentos depois das equipas de salvamento terem chegado ao local, com a faixa de rodagem a ser cortada ao trânsito e o corpo da jovem a ser coberto, depois do óbito ter sido declarado no local.

Autoridades alertadas

Horas depois do acidente, as autoridades de Macau emitiram um comunicado, com poucos detalhes, a revelar que tinham sido informadas sobre o ocorrido e da morte de uma residente em Zhuhai. Nessa mensagem, a única disponível até ao momento, era indicado que as causas do acidente ainda estavam a ser investigadas por parte das autoridades de Cantão.

Este é o segundo acidente de trânsito, em pouco mais de um ano, em Zhuhai que resulta na morte de residentes locais.

Também em Setembro do ano passado, um residente com 10 anos perdeu a vida num túnel de Gongbei, em Zhuhai, depois da viatura em que seguia se ter avariado na estrada. A viatura imobilizada foi depois abalroada por uma camioneta, o que causou um incêndio.

Na altura, o acidente acabou por se revelar polémico, devido às diferentes informações que circularam, e que indicavam que, num primeiro momento, ninguém teria morrido. Contudo, horas mais tarde, o óbito acabaria por ser confirmado.

Economia | Macau e Interior actualizam CEPA

A partir de Março de 2025, as empresas de Macau vão ter condições mais facilitadas no acesso ao mercado dos serviços do Interior. A novidade foi apresentada no âmbito da versão mais recente do Acordo de Estreitamento das Relações Económicas e Comerciais entre o Interior da China e Macau (CEPA), assinado na sexta-feira, entre Macau e o Interior. Como consequência, os prestadores de serviços de Macau podem começar a operar no Interior, sem que lhe seja exigido a prática de três anos de operações na RAEM.

Como parte das novidades, vai ser lançado um programa piloto na Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau que vai permitir às empresas constituídas com capitais de Macau registadas na Grande Baía a escolherem Macau ou Hong Kong como local de arbitragem, em caso de conflitos contratuais. Estas também vão ter a opção de escolher se pretendem que nos seus contratos vigore o direito de Macau ou de Hong Kong, além de poderem ainda optar pelo direito do Interior.

Existem outras medidas de abertura do mercado do Interior às empresas de Macau, principalmente a nível dos sectores identificados como chave para a diversificação económica, como as tecnologias avançadas, serviços financeiros ou indústrias criativas e culturais.

Nos sectores audiovisuais e culturais vai ser possível às empresas de Macau investirem na produção cinematográfica e nas telenovelas co-produzidas com o Interior da China, e ainda poderem ser consideradas como domesticamente produzidas para efeitos da sua emissão e distribuição. Actualmente, o Interior controla o número de produções distribuídas provenientes do exterior.

Aviação | CAM quer mais voos internacionais

A empresa gestora do aeroporto de Macau afirmou estar a “trabalhar activamente” com companhias aéreas para lançar mais voos para a Europa e Estados Unidos.

Num comunicado, a CAM – Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau disse que o objectivo é disponibilizar “um serviço de bilhete único através do despacho de bagagem”, para “atrair mais turistas internacionais”.

A empresa indicou ainda que está a planear lançar rotas aéreas para o Laos até ao final do ano e prometeu continuar a expandir o mercado de aviação do Sudeste Asiático e Nordeste da Ásia. Nos primeiros oito meses de 2024, Macau recebeu quase 23,4 milhões de turistas. No entanto, a esmagadora maioria veio da China ou de Hong Kong, enquanto a cidade recebeu 1,5 milhões de visitantes internacionais.

Comunidades | Rui Marcelo na equipa do Conselho

Rui Marcelo, conselheiro das comunidades de portuguesas eleito pelo círculo da Ásia e residente de Macau, vai integrar a equipa de Flávio Martins, que foi reconduzido como presidente do Conselho Permanente do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP).

A reeleição do também deputado pelo Partido Social Democrata aconteceu durante o segundo dia do primeiro plenário mundial do CCP, que terminou na passada quinta-feira. Além de Rui Marcelo, que vai desempenhar as funções de secretário, integram ainda a equipa de Flávio Martins, Paulo Marques, como vice-presidente, eleito pelo círculo das comunidades de França, e Vasco Abreu (África do Sul), como secretário. Rui Marcelo foi ainda escolhido como presidente do conselho regional para a zona da Ásia e Oceânia.

Arbitragem | Bruno Nunes alerta para falta de peritos

Para o presidente da Associação Lusófona de Arbitragem e Mediação a aposta na arbitragem entre a China e os países de língua portuguesa exige a captação de um painel de árbitros com reputação internacional

 

Macau precisa de atrair mais peritos para se tornar a base de arbitragem de disputas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa, disse à Lusa o presidente da Associação Lusófona de Arbitragem e Mediação (ALAM), Bruno Nunes, durante o Congresso de Arbitragem Lusófona, realizado em Macau.

“O que falta é um painel de árbitros internacionais. Os centros de arbitragem têm a sua reputação, o seu prestígio e são procurados quanto melhor for o painel de árbitros que faz parte do centro”, explicou o presidente da Associação Lusófona de Arbitragem e Mediação (ALAM).

A associação organizou a primeira edição do Congresso de Arbitragem Lusófona, em Macau, com a mediação de disputas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa como o principal tema.

“Macau deveria aproveitar as ligações que tem à lusofonia para tentar recrutar ou atrair candidaturas de árbitros de todos os países de língua portuguesa e também da China continental”, defendeu Bruno Nunes.

O advogado recordou que já em 2013 a conferência ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa tinha apontado Macau como “lugar de arbitragem de disputas entre empresários” dos dois blocos.

O dirigente defendeu que a região tem “condições únicas”, uma vez que aprovou em 2019 uma nova lei da arbitragem “extremamente moderna, que está de acordo com os padrões internacionais”, e que “oferece um espaço neutro para a resolução de litígios”. “Tudo aponta para que Macau assuma cada vez mais o papel de plataforma comercial entre a China e os países lusófonos e nesse comércio haverá sempre disputas que têm de ser arbitradas”, disse Nunes.

Quase 170 participantes

De acordo com dados oficiais, as trocas comerciais entre os mercados lusófonos e a China atingiram 132,2 mil milhões de dólares entre Janeiro e Julho, um novo máximo para os primeiros sete meses do ano.

Nunes afirmou que a decisão de realizar o primeiro congresso em Macau foi “fruto da adesão e do interesse registado, principalmente da China continental”. Quase 170 pessoas, incluindo árbitros da China continental e de todos os países de língua portuguesa, participaram no evento, realizado sob o tema “Macau 2024 Harmonização na Arbitragem Sinolusófona”.

Os três dias do congresso foram encarados como uma oportunidade de “agregação de conhecimento e estabelecimento de pontes”, explicou o presidente da ALAM. Isto porque “não é fácil a um árbitro chinês ou a um árbitro de Macau, por exemplo, ter contacto cara-a-cara com um árbitro de Timor-Leste, Cabo Verde ou São Tomé e Príncipe”, sublinhou o responsável.

Durante o congresso, foi também publicado “um guião prático sobre arbitragem nas diferentes jurisdições lusófonas”, disse o advogado.

A ALAM foi estabelecida em 2019, em Macau, e conta actualmente com 181 membros de 20 jurisdições. “O futuro levar-nos-á talvez a outras jurisdições lusófonas, sendo que o congresso está pensado para ser realizado de dois em dois anos”, rematou Bruno Nunes.

Sam Hou Fai: As reacções à vitória

Carlos Cid Álvares acredita em crescimento

O presidente do BNU, Carlos Cid Álvares, acredita que Sam Hou Fai vai tomar medidas para incentivar a recuperação das Pequenas e Médias Empresas (PME). “O novo Chefe do Executivo é uma pessoa bastante próxima das populações, conhecido por ir ao mercado. No âmbito da campanha, ouviu bastante as populações de diferentes áreas. Tomou o pulso à situação real e acredito que vá tomar medidas para recuperação das PME”, afirmou, em declarações ao HM. “Na campanha falou da possibilidade de serem criados fundos para apoiar esse segmento das empresas em Macau e acho que é uma ideia positiva”, acrescentou. Carlos Cid Álvares destacou também as boas condições económicas que dão margem de manobra ao futuro Governo: “Felizmente Macau goza de um ranking internacional muito forte, com uma notação financeira AA, tem reserva bastantes excedentárias, e o futuro Chefe do Executivo tem hipótese de meter em prática um plano de crescimento da economia, de forma diversificada, de acordo com aquilo que o Governo Central tem solicitado”, vincou.

Rui Pedro Cunha destaca “boas expectativas” no comércio

O presidente da Câmara de Comércio Europeia em Macau, Rui Pedro Cunha, destacou as boas expectativas criadas por Sam Hou Fai, durante a campanha eleitoral. “É um novo ciclo para Macau e todos depositamos esperanças de que esta mudança seja em benefício de Macau e das suas gentes”, afirmou Rui Pedro Cunha, em declarações ao HM. “Foram criadas boas expectativas durante a campanha eleitoral e agora temos de tempo ao candidato para preparar uma equipa capaz e forte, para liderar Macau nos próximos anos”, realçou.

Rui Pedro Cunha destacou como principal desafio a situação económica, principalmente a diversificação que definiu como “essencial para o futuro” da RAEM. Sobre medidas concretas a adoptar no futuro, o presidente da câmara de comércio destacou a necessidade de formar quadros qualificados, mas também de reter os estudantes que passam pelas instituições do ensino superior local, e que depois são obrigados a deixar o território. O responsável pediu ainda que as emissões licenças para certos negócios, como acontece com os restaurantes, sejam aceleradas para facilitar a contratação de mão-de-obra não residente.

Gabinete dos Assuntos de Macau deixa felicitações

Após a eleição de Sam Hou Fai como futuro Chefe do Executivo, o Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado emitiu um comunicado a elogiar a eleição de Sam Hou Fai, por considerar que foi uma expressão da implementação bem-sucedida do princípio um país, dois sistemas. Além disso, o gabinete definiu seis desejos da população de Macau para o futuro. O primeiro, passa pela promoção dos sentimentos de patriotismo, de amor pelo país e de Macau, “de forma sincera”. A segunda esperança atribuída à população visa a união “harmoniosa”, para que se trabalhe para a promoção do desenvolvimento e prosperidade. Os restantes desejos visam o “desenvolvimento pragmático” da RAEM, a “melhoria do bem-estar da população”, a “promoção de medidas de defesa da segurança nacional” e o aprofundar das reformas “de forma inovadora” no âmbito da Zona de Cooperação Aprofundada e da governação da RAEM.

HK | John Lee felicita Sam Hou Fai e destaca ligações culturais

Momentos depois de ter sido confirmada a eleição, Sam Hou Fai recebeu uma mensagem de parabéns de John Lee, Chefe Executivo de Hong Kong. “Felicito o Dr. Sam por ter sido eleito o sexto Chefe do Executivo da RAEM e por conduzir Macau a novos patamares”, podia ler-se na mensagem. O líder da RAEHK destacou ainda as ligações entre as duas regiões. “Hong Kong e Macau têm laços geográficos estreitos e partilham as mesmas raízes culturais. […] Tenho toda a confiança que no futuro vamos trabalhar em estreita colaboração, a fim de alcançar uma relação complementaridade entre Hong Kong e Macau e obter benefícios mútuos […] para servir as necessidades do país e dar novos e maiores contributos para a construção de um grande país e para o rejuvenescimento nacional através da modernização chinesa”, acrescentou. John Lee destacou também o compromisso de vários anos de Sam Hou Fai, enquanto presidente do Tribunal de Última Instância, com a prosperidade e estabilidade de Macau.

Membros da Comissão Eleitoral com esperança no próximo Governo

Vários membros da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo expressaram as suas expectativas em relação ao futuro Executivo liderado por Sam Hou Fai, que tomará posse no dia 20 de Dezembro. Ouvido pelo canal chinês da Rádio Macau, Lao Ngai Leong, também membro de Macau à Assembleia Popular Nacional, disse esperar que Sam Hou Fai possa continuar a tirar partido das políticas traçadas por Pequim para Macau a fim de promover a diversificação económica.

Ng Sio Lai, membro e presidente da União Geral das Associações de Moradores de Macau, defendeu que o novo Governo deve continuar a ouvir as expectativas do sector social, apostando em políticas que promovam o desenvolvimento da economia e o bem-estar da população.

Leong Sun Iok, que é também deputado na Assembleia Legislativa (AL), ligado aos Operários, disse esperar que o candidato eleito ajude os sectores sociais na construção de Macau como território, sempre com o espírito de “amor à pátria”. Zheng Anting, outro deputado na AL, afirmou desejar que a eficácia da Administração pública melhore e que haja mais transparência na governação. O legislador pediu ainda mais apoios para as pequenas e médias empresas.

Wong Kit Cheng, também deputada à AL, pede uma maior comunicação entre Executivo e o hemiciclo, além de uma melhoria nas políticas sociais e na concessão de benefícios à população.

Leonel Alves, membro da Comissão, advogado e ex-deputado à AL, disse que a eleição de Sam Hou Fai representa uma “fase de consolidação” do trabalho que vem sendo feito desde a transição, tendo-se mostrado optimista em relação ao futuro novo Governo.

Chefe do Executivo | Sam Hou Fai eleito com 394 votos

Apenas duas pessoas das 400 que compõem o colégio eleitoral que elege o Chefe do Executivo não votaram ontem, tendo sido ainda registados quatro votos em branco. Sam Hou Fai assegurou a eleição por volta das 11h, reunindo um total de 394 votos. O ex-juiz, eleito Chefe do Executivo, afirmou que este é o ponto alto da sua carreira

 

Sam Hou Fai foi eleito ontem o novo Chefe do Executivo da RAEM com 394 votos da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo, o que significa que duas pessoas não votaram, além de que se registaram quatro votos em branco. Contudo, por volta das 11h o candidato único contabilizava já 201 votos, o que assegurou a sua eleição.

O homem que foi presidente do Tribunal de Última Instância (TUI) nos últimos 25 anos torna-se agora líder de uma região que celebra precisamente este ano o 25º aniversário enquanto RAEM. A candidatura surgiu subitamente após Ho Iat Seng ter desistido de concorrer a um segundo mandato devido a problemas de saúde. A partir daí, o caminho estava feito.

Sam Hou Fai só tomará posse a 20 de Dezembro, precisamente a data do aniversário da RAEM, mas já frisou que este é o momento mais alto da sua carreira. A votação e conferência de imprensa, que decorreram no edifício do Fórum Macau, começou às 10h, sendo que a votação terminou meia hora depois.

O candidato eleito agradeceu também à família, que vive em Macau há cerca de três gerações, tendo destacado que, como governante, vai dar atenção às relações comerciais com os países lusófonos.

Sam Hou Fai disse que “no próximo mandato do Governo temos de estudar bem o conteúdo e funcionalidades da plataforma” comercial em Macau, “promovendo mais a cooperação entre a China e os países de língua portuguesa”. Prometeu “melhorar a ligação com os países de língua portuguesa” e fortalecer o papel de Macau como “uma ponte para maximizar as vantagens singulares” do território, como um local onde as empresas lusófonas e chinesas podem fazer negócios.

“Ao nos integrarmos e ajudarmos a conjuntura do desenvolvimento nacional, podemos maximizar as nossas vantagens singulares, sendo esse um rumo importante e crucial para o rumo de Macau. A base jurídica do território é o facto de este estar subordinado ao Governo popular, sendo uma região administrativa especial, e o tempo tem mostrado que essa política é muito adequada para o desenvolvimento de Macau”, declarou também.

O novo líder frisou ainda que “no futuro temos de aproveitar bem as nossas vantagens”, explicando que a transição tem sido um sucesso sobretudo devido aos princípios ‘um país, dois sistemas’ e ‘Macau governada por patriotas’.

Parabéns de Ho

No rescaldo da vitória, Ho Iat Seng, que se mantém em funções até 20 de Dezembro, deu os parabéns ao candidato eleito, referindo que Sam Hou Fai “expôs o conteúdo do programa [eleitoral] e ideias de governação aos diversos sectores sociais e aos residentes”, procurando “inteirar-se das condições sociais e ouvindo a opinião pública, o que lhe granjeou amplo reconhecimento e apoio dos diversos quadrantes da sociedade”.

Para Ho Iat Seng, o próximo governante “continuará a promover com sucesso o princípio de “um país, dois sistemas” e a “impulsionar o desenvolvimento da RAEM para um novo patamar”.

De destacar que para a corrida a Chefe do Executivo chegou a estar na calha Jorge Chiang, natural de Macau, com 61 anos e católico, e que denunciou as “famílias poderosas” que dominam certos sectores da sociedade. Porém, o desejo de querer ser Chefe do Executivo caiu pelo caminho.

Prémio Nobel da Literatura 2024 atribuído a sul-coreana Han Kang

O prémio Nobel da Literatura de 2024 foi atribuído à escritora sul-coreana Han Kang, anunciou na quinta-feira a Academia Sueca. Em 2023, o escolhido pela academia foi o norueguês Jon Fosse, precisamente o mesmo que liderou até ao fim a lista das apostas, juntamente com Can Xue.

Han Kang nasceu em Gwangju, na Coreia do Sul. Em 1994 começou a sua carreira de escritora vencendo o primeiro lugar de um concurso literário em Seul. “A Vegetariana”, o seu primeiro romance publicado pela Dom Quixote, em Portugal, ganhou o Man Booker International Prize em 2016. “Actos Humanos” venceu o Prémio Manhae na Coreia do Sul e o Prémio Malaparte em Itália. A obra seguinte, “O Livro Branco”, foi, em 2018, finalista do Man Booker International Prize.

Han Kang recebeu ainda os prémios literários Yi Sang, Jovens Criadores, Melhor Romance da Coreia, Hwang Sun-won e Dongri. Foi professora no Departamento de Escrita Criativa do Instituto das Artes de Seul e dedica-se atualmente apenas à escrita. Está publicada em mais de trinta línguas.

O Nobel da Literatura é um prémio concedido anualmente, desde 1901, pela Academia Sueca a autores que fizeram notáveis contribuições ao campo da literatura, e tem um valor pecuniário superior a 900 mil euros.

China | Acções de empresas caem face a desilusão com estímulos

As principais praças financeiras da China registaram ontem perdas, depois de os pormenores sobre os planos de estímulo económico de Pequim terem ficado aquém das expectativas dos investidores, enquanto outros mercados na Ásia subiram.

As acções em Hong Kong oscilaram entre ganhos e perdas, com o índice Hang Seng a cair 2,4 por cento, para os 20.418,61 pontos. Esta descida seguiu-se a uma queda de mais de 9 por cento na terça-feira, com os investidores a venderem acções, após as recentes subidas.

“A falta de novos estímulos tem sido a causa da desilusão, com muitos participantes no mercado a esperarem políticas fiscais que seguissem os passos da ‘bazuca’ financeira entregue no final de Setembro, mas houve claramente um recuo no anúncio de terça-feira”, escreveu Yeap Jun Rong da IG, líder mundial no comércio e investimentos ‘online’, num comentário.

O Shanghai Composite, o índice de Xangai, perdeu 5,1 por cento, depois de ter encerrado com ganhos de 4,6 por cento, na terça-feira. O índice CSI300, que acompanha as 300 principais acções negociadas nos mercados de Xangai e Shenzhen, cedeu 5,6 por cento.

Química | Nobel distingue ‘design’ computacional de proteínas

O Prémio Nobel da Química foi atribuído aos químicos David Baker, Demis Hassabis e John M. Jumper, “pelo ‘design’ computacional de proteínas” e “pela previsão da estrutura de proteínas”, anunciou ontem a Real Academia Sueca de Ciências.

De acordo com o Comité do Prémio Nobel, que atribui os galardões, o premiado David Baker criou em 2023 a primeira proteína “totalmente diferente de todas as existentes”, algo descrito como “um desenvolvimento extraordinário”.

A proteína, Top7, criada pelo professor da Universidade de Washington, em Seattle, tem uma “estrutura única que não existia na natureza”, possuindo 93 aminoácidos (unidades formadoras de proteínas), sendo maior “do que qualquer outra produzida anteriormente”.

David Baker também lançou um código para o ‘software’ de computador Rosetta, que tem sido desenvolvido pela comunidade de investigação, encontrando novas áreas de aplicação.

O grupo de investigação do cientista norte-americano produziu uma criação de proteínas, incluindo proteínas que podem ser usadas como produtos farmacêuticos, vacinas, nanomateriais e pequenos sensores.

A outra metade do prémio, “pela previsão da estrutura de proteínas”, foi entregue a Demis Hassabis e John M. Jumper em conjunto. Este é o terceiro dos Nobel a ser anunciado, depois dos da Física e da Fisiologia ou Medicina, seguindo-se nos próximos dias os galardões relativos à Literatura e Paz.

Em 2023, o prémio foi atribuído aos cientistas Moungi Bawendi, Louis Brus e Alexei Ekimov, pela descoberta de pontos quânticos, fundamentais para a nanotecnologia pela descoberta e síntese de pontos quânticos.

Gaza | Mortes superam 42.000 após um ano de guerra

O número de mortos na Faixa de Gaza, onde Israel mantém há um ano uma intensa ofensiva militar, ultrapassou ontem os 42.000, a maioria mulheres e crianças, após uma noite de ataques no norte e centro do enclave palestiniano.

“Nas últimas horas, a ocupação israelita cometeu três massacres contra famílias na Faixa de Gaza, incluindo 45 mártires e 130 feridos”, pormenorizou, num comunicado, o Ministério da Saúde local, tutelado pelo grupo extremista palestiniano Hamas, que controla o enclave desde 2007.

O número total de mortos aumentou assim para 42.010, incluindo mais de 16.900 crianças e cerca de 11.500 mulheres, o que equivale a 69 por cento do total de vítimas mortais, segundo dados do Hamas.

Entre as crianças estão mais de 700 que morreram antes de completar um ano de idade, referiu ainda o Ministério da Saúde tutelado pelo Hamas. A mesma fonte indicou que o número total de feridos na rede de hospitais locais é de 97.720 desde 7 de Outubro de 2023.

Efeito borboleta

A guerra em curso em Gaza foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas no sul de Israel, a 7 de Outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva militar contra o enclave palestiniano com mais de dois milhões de habitantes. Devido à guerra, Gaza está também a enfrentar uma crise humanitária sem precedentes, com milhares de pessoas a necessitarem de ajuda urgente, segundo as organizações internacionais. O conflito em Gaza tem desestabilizado toda a região do Médio Oriente.