Pedro Arede Manchete SociedadeMotociclos | Abate dá 3.500 patacas para aquisição de veículo eléctrico A Direcção dos Serviços de Proteção Ambiental revelou que entre 1 de Março e 31 de Dezembro, os proprietários de motociclos obsoletos qualificados para abate, que pretendam adquirir um motociclo eléctrico serão subsidiados com 3.500 patacas. A verificar-se a saída de circulação de cerca 7.500 veículos, o organismo espera melhorias na qualidade do ar A Direcção dos Serviços de Proteção Ambiental (DSPA) anunciou ontem um plano de abate de motociclos obsoletos, que prevê a atribuição de um incentivo monetário de 3.500 patacas destinado aos proprietários que pretendam substitui-los por ciclomotores eléctricos. Com a medida, o organismo estima tirar de circulação entre 2550 e 7650 motociclos e contribuir para melhorar a qualidade do ar e alcançar as metas relativas ao pico de emissões de carbono e à neutralidade carbónica. Segundo explicou ontem o director da DSPA, Raymond Tam, o chamado “Plano de Concessão de Apoio Financeiro ao Abate de Motociclos Obsoletos e a sua Substituição por Motociclos Eléctricos Novos” irá decorrer entre o dia 1 de Março e 31 de Dezembro de 2022 e estabelece que os proprietários dos veículos matriculados antes de 30 de Junho de 2009 podem usufruir de um apoio financeiro de 3.500 patacas para adquirir um motociclo eléctrico novo. Além disso, os novos motociclos eléctricos adquiridos pelos beneficiários serão isentos das taxas de emissão da matrícula de experiência, no valor de 900 patacas, e da primeira matrícula, no valor de 3.600 patacas, para ciclomotores, e de 4.400 patacas para motociclos. Os proprietários qualificados podem apresentar as candidaturas no Fundo para a Protecção Ambiental e a Conservação Energética. Uma vez aprovado o apoio, o pagamento será feito após o abate do respectivo motociclo e a sua substituição por um motociclo eléctrico novo, dentro do prazo definido. Respirar melhor Durante a apresentação, Raymond Tam partilhou ainda que o programa faz parte da intenção a longo prazo de restringir, “passo a passo”, a utilização de veículos altamente poluentes em Macau, acrescentando que, para além de apoios financeiros ao abate, está previsto que, gradualmente, os critérios de emissão de gases sejam “mais rigorosos”. Além disso, o responsável partilhou que, através do plano de abate anunciado ontem, seja possível retirar de circulação entre 2.550 e 7.650 motociclos, ou seja, entre 10 e 30 por cento deste tipo de veículos existentes em Macau. Caso a taxa de participação atinja os 30 por cento, Raymond Tam estima, inclusivamente, que a qualidade do ar melhore, já que pode representar uma diminuição anual de 10 por cento na emissão de hidrocarbonetos e 7,0 por cento das emissões de carbono. Questionado sobre se o plano poderá vir a ser permanente ou alargado a outras tipologias de veículos, o director da DSPA não afastou essa possibilidade, mas reiterou a importância de, antes de mais, avaliar a eficácia do plano apresentado ontem. “Tomámos como referência as experiências das regiões vizinhas que lançaram planos semelhantes de abate de motociclos e trata-se, geralmente, de medidas provisórias. No entanto, precisamos de ver o resultado do actual plano para considerarmos o lançamento de novas medidas no futuro”, indicou Raymond Tam. Sobre os postos de instalação de baterias, o responsável lembrou que actualmente existem nove destes serviços em Macau e que a DSPA tenciona instalar mais, de acordo com o plano definido, não só em espaços públicos, mas também em coordenação com estabelecimentos privados como estacionamentos e lojas de conveniência.
Hoje Macau SociedadeUrbanismo | Plano Director publicado em Boletim Oficial Foi hoje publicado em Boletim Oficial (BO) o Plano Director do território, depois de vários anos de debate e de consulta pública. O documento prevê o desenvolvimento de várias zonas urbanísticas em Macau e ilhas, incluindo o novo campus da Universidade de Macau (UM). O Plano Director tem como objectivos transformar o território num centro mundial de turismo e lazer, consolidar o papel de Macau como plataforma comercial entre a China e os países de língua portuguesa e apostar na integração regional e cooperação económica. Outro dos objectivos deste Plano é “construir um belo lar para os residentes”. O Plano Director, tal como já tinha sido anunciado, estabelece as Unidades Operativas de Planeamento e Gestão e pretende “a organização racional das infra-estruturas públicas e dos equipamentos de utilização colectiva”, bem como “um aproveitamento apropriado dos solos”. Pretende-se ainda “delimitar zonas não urbanizáveis e respectivos usos dos solos, estabelecendo restrições para os espaços com recursos naturais e valores paisagísticos, arqueológicos, históricos ou culturais que não possam ser desenvolvidos em circunstâncias normais”. As autoridades querem também, com o Plano Director, “utilizar eficazmente os recursos marítimos, expandindo o espaço tridimensional e optimizando os espaços existentes para acomodar mudanças demográficas e sócio-económicas e, simultaneamente, apoiar o desenvolvimento regional”.
João Santos Filipe SociedadeEstudantes em Hong Kong impedidos de regressarem a Macau Os estudantes de Macau em Hong Kong estão a ser impedidos de regressarem ao território, devido à falta de hotéis para cumprirem a quarentena. A informação foi avançada pela TDM, que entrevistou Justin Cai, um dos alunos que não consegue regressar a Macau. “A quinta vaga de infecções por covid-19 em Hong Kong levou as universidades a sugerirem aos alunos que regressem ao território de origem. No entanto, os residentes de Macau estão a encontrar vários obstáculos para regressarem, uma vez que não há vagas nos hotéis de quarentena”, relatou o afectado. Justin faz parte de um grupo de WeChat com 100 estudantes locais em Hong Kong que pretendem voltar à RAEM. No entanto, foram informados que só podem voltar a partir de 1 de Abril. Em causa, está a incapacidade dos Serviços de Saúde de aumentarem o número de quartos disponíveis. “Estou a representar alguns dos meus colegas de Macau. Começámos a pensar no regresso depois das escolas terem anunciado que a maior parte das aulas ia ser realizada de forma online, em vez de ser presencial”, indicou Cai. No entanto, em Macau, apesar da “simpatia”, não foi oferecida uma solução. “Contactámos os Serviços de Educação de Macau que foram muitos simpáticos e disponíveis. Mas, responderam-nos que devido à forma como os hotéis de quarentena são organizados em Macau, e ao envolvimento de muitas autoridades, que nada pode ser feito no curto prazo”, foi justificado. Entregues à sorte “A universidade diz-nos para regressarmos a casa, mas não podemos. É… muito irónico”, considerou o estudante face à situação. Justin Cai admitiu ainda estar preocupado com o facto de ficar num dormitório, onde há pessoas infectadas a fazer o isolamento. “Os casos de covid-19 não são enviados para o hospital, em vez disso, as pessoas ficam em casa, o que é uma grande ameaça para nós”, destacou. Com o Governo a recusar ajudar os alunos, aos estudantes resta o cenário de se deslocarem para Interior primeiro, cumprirem lá uma quarentena de 14 dias, e depois voltar para Macau. Porém, até este cenário é complicado. “Zhongshan, Zhuhai e Shenzhen têm uma quota diária do número de pessoas que podem candidatar-se à quarentena. As pessoas que competem pelas vagas não são apenas residentes de Macau, também há pessoas do Interior e de Hong Kong”, desabafou.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCovid-19 | Residente vindo de Portugal é caso assintomático As autoridades revelaram no sábado a existência de mais um caso importado de Portugal. No entanto, o homem não tem sintomas, e não entra para as estatísticas Um homem que voou de Portugal para Macau testou positivo à covid-19, dois dias depois de ter chegado ao território. A informação foi divulgada no sábado à tarde pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus. “Um residente de Macau, proveniente de Portugal, chegou a Macau na quarta-feira (9 de Fevereiro) e o seu teste de ácido nucleico deu resultado positivo ontem (11 de Fevereiro), tendo sido classificado como caso importado de infecção assintomática pela COVID-19”, foi revelado, através de um comunicado. O residente, de 53 anos, estava vacinado com três doses da BioNtech, administradas em Março, Abril e Novembro de 2021. Segundo o historial de viagem, o homem apanhou um voo a 8 de Fevereiro de Portugal para a Alemanha, da companhia Lufthansa, e, no mesmo dia, de Munique para Singapura, da Singapore Airlines. No dia seguinte, apanhou um outro voo da Singapore Airlines, com destino ao território. “Logo que entrou em Macau, no dia 9 de Fevereiro, foi sujeito a um teste de zaragatoa nasofaríngea, cujo resultado deu negativo, tendo sido encaminhado para o Hotel Tesouro para observação médica”, foi indicado. À terceira foi de vez No hotel, o homem ainda teve um outro teste com um resultado negativo, antes de finalmente surgir o positivo: “No dia 11 de Fevereiro, o resultado foi positivo, tendo a amostragem sido remetida para o Laboratório de Saúde Pública para revisão cujo resultado continua ainda positivo”, foi revelado. Como medida de precaução, foi encaminhado para o Centro Clínico de Saúde Pública, onde vai cumprir isolamento. Como o residente não apresenta sintomas, as autoridades de Macau, e ao contrário da prática mais comum, não contabilizam esta infecção. Por isso, o território mantém o número de infecções desde que começou a pandemia em 79 casos, sem que se tenha verificado qualquer morte. Ontem, as autoridades revelaram também que entre sábado e as 8h de domingo receberam 261 telefonemas com opiniões relacionadas com a pandemia e as medidas de prevenção e controlo. Os Serviços de Saúde receberam 260 chamadas, entre as quais 14 sobre vacinas, 156 sobre medidas de isolamento, 53 sobre testes de ácido nucleico, 36 sobre código de saúde e um telefonema classificada como “outro”. Por sua vez, o Corpo de Polícia de Segurança Pública recebeu uma chamada sobre as medidas de imigração para residentes do Interior.
Hoje Macau SociedadeBNU | Esperados lucros de 500 milhões em 2022 Após registar lucros de 447,4 milhões de patacas em 2021, o Banco Nacional Ultramarino (BNU) espera atingir a fasquia das 500 milhões de patacas de lucros em 2022. Contudo, em declarações à TDM-Rádio Macau, o presidente da comissão executiva do BNU, Carlos Cid Álvares, mostra-se prudente com as projecções, dado que pairam ainda muitas dúvidas acerca da recuperação da economia de Macau e o regresso, em força, dos turistas. “Há alguns sinais positivos que podem fazer com que a economia mexa, como o lançamento do concurso para as novas licenças de jogo, mas ainda há poucos sinais de abertura neste lado. Se não houver muitos turistas, a economia não vai recuperar. Estamos prudentes, admitimos chegar aos 500 milhões de resultados em 2022, mas ainda são previsões bastante prudentes”, partilhou segundo a mesma fonte. Sobre os lucros de 447,4 milhões de patacas obtidos em 2021, que apesar de traduzirem melhorias sobre o ano anterior, representam menos 38 por cento em relação a 2019, o responsável aponta que além da pandemia de covid-19, também as baixas taxas de juro estiveram na base dos resultados alcançados. “O viver um período de taxas de juro muito baixas (…) não costuma ser fantástico para os bancos apresentarem bons resultados”, disse, acrescentado que embora o banco esteja “satisfeito”, o ideal seria que a actividade económica ganhasse vitalidade, alavancando o crédito à habitação, que tem sido tímido, e o crédito às empresas. Acerca Ilha da Montanha, Carlos Cid Álvares diz que o projecto é uma “oportunidade interessante” para o BNU, mas que importa ainda compreender ao certo qual poderá ser o papel a desempenhar pelos investidores e empresários de Macau em Hengqin.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeNova City | Shun Tak acusada de não entregar direito de administração Fong Ka Leong, ex-secretário geral da associação de condóminos do edifício Nova City, na Taipa, acusa a empresa proprietária, a Shun Tak Holdings, de, em dez anos, nunca ter transferido o direito de administração para os moradores, o que faz com que estes não consigam resolver os problemas inerentes ao complexo habitacional A Shun Tak Holdings, empresa promotora dos blocos de apartamentos Nova City, na Taipa, é acusada pelos condóminos de, ao fim de dez anos, ainda não ter transferido os direitos de administração do prédio, o que tem causado dificuldades aos moradores na resolução dos problemas do condomínio. Em comunicado, Fong Ka Leong, ex-secretário geral da associação de condóminos Administração Integral da Nova City, disse que em 2010 foram eleitos os membros desta entidade, mas a Shun Tak continuava a exercer os direitos de administração, não tendo assinado o contrato com os moradores. Mesmo com uma acção em tribunal ganha em 2014, a empresa continuou a “ignorar” esta decisão judicial e não contactou os moradores no tempo previsto, acusou o responsável. O facto de este direito de administração não ter sido transferido tem causado problemas financeiros na gestão do condomínio. “Em 2006, no início da ocupação das casas, a Shun Tak atribuiu à empresa Watt Hung Chow a auditoria das contas. No entanto, dois anos depois, os condóminos sabiam que a pessoa responsável pela auditoria das contas eram alguém ligado ao grupo [Shun Tak], pelo que foi pedido um auditor independente, a fim de garantir a equidade”, pode ler-se no comunicado. Em 2010, ambas as partes concordaram que a empresa HMV & Associates – Certified Public Accountants ficaria responsável pela auditoria. No entanto, os condóminos tiveram conhecimento, apenas em 2013, que esta empresa já não exercia estas funções e que, neste período de tempo, não havia qualquer fiscalização das contas do complexo habitacional Nova City. “Fomos recebendo os relatórios de auditoria nos primeiros dois anos, mas depois a Shun Tak Holdings foi adiando a sua entrega por diversos motivos. Só então é que um membro da associação de condóminos soube que a auditora deixou de exercer funções em 2013 porque não conseguiu obter os cadernos de contabilidade junto da Shun Tak Holdings”, explicou Fong Ka Leong no mesmo comunicado. Governo ao barulho O responsável adiantou que já apresentou queixa da situação, por diversas vezes, nos serviços públicos, mas o problema continua sem solução. Fong Ka Leong apela, por isso, ao Governo para que reveja a legislação em vigor no sentido de reforçar a regulação das empresas de administração. Isto porque responsáveis do Instituto da Habitação já declararam que os direitos dos condóminos previstos na lei são limitados e que o regime das empresas de administração de condomínios não é perfeito. Fong Ka Leong acredita que a arbitragem poderia ser um meio eficaz para a resolução deste tipo de problemas, defendendo que a lei da protecção dos direitos e interesses do consumidor também poderia abranger estes casos.
Pedro Arede SociedadeDroga | Taxista envolvido em tráfico no valor de 110 mil patacas A Polícia Judiciária (PJ) deteve na quarta-feira quatro homens suspeitos da prática dos crimes de tráfico e consumo de estupefacientes, entre os quais um taxista que alegadamente utilizava o seu veículo para distribuir droga na zona norte de Macau. De acordo com dados enviados pela PJ, o caso veio a lume após os agentes terem interceptado o taxista na Areia Preta, encontrando no interior do veículo 1,14 gramas de metanfetaminas e 5.000 patacas em dinheiro. Depois de o taxista confessar ter adquirido a droga a um residente por 2.500 patacas e de prestar declarações sobre o sucedido, a PJ interceptou outros dois homens na zona norte da cidade, que tinham na sua posse e dentro das suas residências 29,4 gramas de metanfetaminas, 5.500 patacas em dinheiro e utensílios para consumir droga. Contas feitas, foram apreendidos 31,7 gramas de estupefacientes, com um valor de mercado estimado de 110 mil patacas. De acordo com a PJ, todos os suspeitos acusaram positivo nos resultados efectuados à urina para detectar a presença de droga no organismo. Os quatro detidos, três residentes e um cidadão de nacionalidade estrangeira, foram ontem presentes ao Ministério Público (MP) por suspeitas da prática dos crimes de tráfico e consumo de estupefacientes e ainda, por posse de utensílios destinados consumo de substâncias ilícitas.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeQuarentenas | Aumento de número de hotéis em estudo O Governo pretende aumentar o número de hotéis disponíveis para a realização de quarentenas numa altura em que há relatos de falta de vagas. Hotel Tesouro ainda tem quartos disponíveis, mas há estudantes de Macau em Hong Kong sem conseguirem regressar ao território por não terem vaga para a quarentena obrigatória O Centro de Coordenação e de Contingência do novo tipo de coronavírus pretende encontrar mais hotéis para a realização de quarentenas no território, numa altura em que surgem testemunhos da falta de vagas para quem viaja para Macau. Na conferência de imprensa de ontem, Leong Iek Hou, médica e coordenadora do Centro, adiantou que está a ser feito um levantamento da situação, mas que, a curto prazo, será difícil disponibilizar mais quartos. “A Direcção dos Serviços de Turismo está a tentar encontrar mais hotéis para a observação médica, mas os hotéis têm de cumprir determinadas exigências dos Serviços de Saúde de Macau. Num curto período de tempo não podemos aumentar muito o número de quartos”, disse. A mesma responsável adiantou que o Hotel Tesouro ainda tem quartos disponíveis. Actualmente, existe um grupo de estudantes de Macau em Hong Kong que não consegue regressar ao território por não encontrar uma vaga para a realização da quarentena. Até ao momento, o Governo recebeu 11 pedidos de consulta, sendo que ainda não há uma data de regresso para estes alunos. Passe em estudo Os responsáveis do Centro de Coordenação foram também ontem questionados sobre a possibilidade de Macau aderir ao passe de vacinação, tal como acontece em Hong Kong. Isto porque, a partir do dia 24 deste mês, será obrigatória a vacinação em Hong Kong para a entrada em alguns locais. “Não descartamos a hipótese quando a situação pandémica em Macau for grave. Temos vindo a estudar [a medida] e quando tivermos um calendário vamos divulgar [as informações] o mais rapidamente possível”, disse Leong Iek Hou. Relativamente às viagens de funcionários públicos nos feriados do ano novo chinês, os Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) vão proceder a uma contagem daqueles que saíram. Leong Iek Hou referiu que foram poucos os que viajaram e fez um apelo para que “os empregadores ou chefes [de departamentos de serviços públicos] cumpram o dever de conhecer o historial de viagem e contactos dos trabalhadores, devendo prestar especial atenção aos trabalhadores que viajaram no período do ano novo chinês”, tendo em conta a “nova vaga pandémica em cidades da China e em Hong Kong”. Outra das medidas anunciadas, prende-se com o facto de, desde ontem, ser decretada uma quarentena obrigatória de 14 dias para quem tenha estado em alguns locais da China, como é o caso do Grupo 2 da Aldeia de Xiyuanzi, na Vila de Chengjiao do Condado de Suizhong, em Huludao, cidade da província de Liaoning. Também desde ontem, estão canceladas as medidas preventivas para viajantes de zonas de cidades chinesas como Tianjin, Xangai ou Pequim, entre outras. Covid-19 | Residente vindo da Turquia testa positivo ao fim de três dias Um residente de Macau de 55 anos proveniente da Turquia, via Emirados Árabes Unidos e Singapura teve um resultado “positivo fraco” à covid-19 na passada terça-feira, ou seja, três dias depois de chegar ao território, no sábado. Um novo teste realizado na quarta-feira acusou negativo, tendo sido classificado como um “caso importado de infecção assintomática”. Até testar positivo, o paciente esteve durante três dias no Hotel Tesouro, designado para a observação médica, onde testou negativo por mais duas vezes. Após o resultado positivo, foi transportado de ambulância para o Centro Clínico de Saúde Pública em Coloane. O paciente, que se encontra inoculado contra a covid-19 com três doses da vacina da BioNTech, nunca apresentou qualquer sintoma relacionado com a doença e negou qualquer historial de infecção.
Hoje Macau SociedadeWynn Macau | Ex-presidente condenado a um ano de prisão Gamal Aziz, ex-presidente da Wynn Macau, foi condenado a cumprir uma pena de prisão de 12 meses e um dia, por ter pago 300 mil dólares de norte-americanos, para garantir a entrada da filha na Universidade do Sul da Califórnia. Aziz é um dos pais que à semelhança de Felicity Huffman, ex-actriz da série Donas de Casa Desesperadas, foi apanhado numa rede que permitia que os filhos de personalidades famosas entrassem nas principais universidades dos EUA, a troco de subornos. A sentença do caso foi lida ontem. Aziz foi considerado culpado de um crime de conspiração para cometer fraude e de conspiração para corromper um programa federal. Além de cumprir a pena de prisão, o executivo foi igualmente condenado a pagar uma multa de 250 mil dólares e a cumprir 400 horas de serviços comunitários. De acordo com a Reuters, Gamal Aziz, de 65 anos, tinha pedido ao juiz Nathaniel Gorton que mostrasse clemência, e que a pena não fosse além dos quatro meses de prisão. Contudo, na leitura da sentença, o juiz defendeu que é necessário enviar uma mensagem para todos os pais ricos e sem escrúpulos. Ainda de acordo com Gorton, Aziz mostrou “falta de integridade, moral e senso comum”. “Ao cometer este crime, o arguido roubou um lugar numa das melhores universidades a aluno que merecia mais e que não teve a seu favor todas as vantagens do arguido”, vincou Nathaniel Gorton. O caso não deve ficar por aqui. À saída da sessão de leitura de sentença, Brian Kelly, advogado de defesa, prometeu recorrer da decisão. Entre os vários pais acusados de comprarem a entrada dos filhos nas universidades com subornos, Aziz recebeu até agora a pena de prisão mais elevada.
João Santos Filipe Manchete SociedadeMGM China | Receitas líquidas subiram para 1,2 mil milhões dólares de HK A melhoria não significa que a concessionária consiga apresentar resultados positivos, depois das perdas de 5,2 mil milhões de dólares de Hong Kong no ano passado As receitas líquidas da MGM China subiram para os 1,2 mil milhões de dólares de Hong Kong no ano passado. Os resultados da concessionária foram apresentados ontem, num comunicado enviado à Bolsa de Hong Kong. As receitas líquidas são o total do montante gerado pelo negócio, ao qual são subtraídos custos com devoluções, reembolsos, descontos, entre outros. O número representa um aumento das receitas líquidas de 84 por cento face a 2020, o primeiro ano da pandemia, em que este valor se tinha fixado em 656,7 milhões de dólares de Hong Kong. Em 2020, a MGM China tinha registado perdas de 5,2 mil milhões de dólares para os accionistas, um indicador que ontem ainda não foi revelado. Tal só deverá acontecer com a publicação do relatório anual. Na apresentação dos resultados, William Hornbuckle, presidente da MGM International, empresa-mãe da MGM China, mostrou-se animado com as perspectivas para o futuro. “Apesar de o ambiente operacional continuar a ser cortante a devido a factores variados como as restrições de viagem e as mudanças estruturais no segmento VIP, a MGM China alcançou um recorde de 14 por cento de quota do mercado”, afirmou Hornbuckle. Por outro lado, o responsável destacou o processo de atribuição das concessões, depois das alterações à lei do jogo terem sido aprovadas, na especialidade, na Assembleia Legislativa. “É importante destacar, que os desenvolvimentos construtivos à volta do processo da renovação das concessões servem para reafirmar a nossa confiança no Governo e na capacidade de conduzir o processo de forma justa”, vincou. Mais do mesmo Quanto ao presente ano, o director das operações da MGM China, Hubert Wang, admitiu esperar uma recuperação lenta, devido à política de controlo da covid-19 no Interior. De acordo com as explicações avançadas aos analistas, enquanto as restrições não forem levantadas é difícil ver as receitas do jogo a subirem para níveis próximos daqueles registados antes da pandemia. Hubert Wang abordou igualmente a campanha contra os junkets promovida pelo Governo de Macau, com as detenções de Alvin Chau, dono da Suncity, e Levo Chan, principal accionista da Tak Chun. Segundo Wang, o cenário representa uma oportunidade, uma vez que os jogadores podem ser absorvidos pelas concessionárias, e tornarem-se em jogadores do segmento premium de massas. “Por agora, acho que todos os junkets que operavam no modelo tradicional deixaram de existir em Macau. Por isso, os jogadores e agentes que trabalhavam com os junket estão à procura de um lugar no mercado para se estabelecerem”, explicou Wang. Estes jogadores são assim uma das apostas para a MGM China. “A nossa prioridade é o mercado de massas, porque sabemos que é o futuro do jogo em Macau. A nossa segunda prioridade passa por absorver tanto quanto possível esses jogadores e transformá-los em clientes do mercado de massas”, acrescentou.
Pedro Arede Manchete SociedadePandemia | Preocupação com saúde mental dos trabalhadores O Gabinete Coordenador dos Serviços Sociais, Sheng Kung Hui, diz que os pedidos de apoio psicológico relacionados com questões financeiras aumentaram 10 por cento em relação ao período antes da pandemia. Insónias, ansiedade e depressão são os principais sintomas apontados. FSS diz que entre Janeiro e Outubro do ano passado, 22 desempregados receberam subsídios para obter formação profissional O Chefe do Gabinete Coordenador dos Serviços Sociais Sheng Kung Hui de Macau, Ip Kam Po, está preocupado com os efeitos que a pandemia está a ter nos trabalhadores das empresas locais, sugerindo que as entidades patronais prestem mais atenção à saúde mental e física dos colaboradores. Além disso, o responsável pela associação ligada à igreja anglicana, espera que as empresas do território se mostrem mais disponíveis para cooperar com os serviços sociais locais, com o objectivo de “organizar actividades que apoiem de forma relevante os funcionários”. De acordo com o jornal Ou Mun, Ip Kam Po justificou a tomada de posição com o facto de o volume de pedidos de ajuda recebidos pela associação que chefia ter aumentado em cerca de 10 por cento relativamente ao período antes da pandemia. O responsável revelou ainda que a maioria das sessões de apoio visaram atender preocupações económicas e o pagamento de dívidas e que os trabalhadores apresentaram sintomas como insónias, ansiedade e depressão. Dirigindo-se ao Governo, Ip Kam Po espera que as autoridades lancem medidas de apoio dirigidas às empresas e a pensar na saúde mental e física dos trabalhadores. Já da parte da associação Sheng Kung Hui, revelou, será feito um estudo para avaliar a condição dos colaboradores do território nesses parâmetros e divulgado um vídeo de sensibilização. Desde que começou a prestar serviços de apoio a funcionários das empresas de Macau em 2010, o organismo já acolheu mais de 130 mil pessoas, dos quais 90 por cento eram trabalhadores locais. E quem não trabalha? Noutro espectro do mercado laboral, neste caso referente ao universo de desempregados que tem vindo a aumentar a reboque da pandemia, o Fundo de Segurança Social (FSS) revelou em resposta a uma interpelação do deputado Lei Chan U que entre Janeiro e Outubro do ano passado, houve um total de 22 casos subsidiados sob o enquadramento do “Regulamento dos Incentivos e Formação aos Desempregados”. O apoio, que se traduz num montante de subsídios concedidos no valor de 157 mil patacas, revela “um aumento” em relação a 2020. Em termos totais, o saldo de dotação específica do “Regulamento dos Incentivos e Formação aos Desempregados” que está ainda a ser gerido pelo FSS, é de cerca de 103 milhões de patacas, revela ainda o organismo. No que diz respeito à revisão do plano de apoio aos desempregados, o FSS diz apenas que a viabilidade de uma eventual alteração à lei e à sua operabilidade está a ser coordenada em conjunto com a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL).
João Santos Filipe Manchete SociedadeOrquestra | IC envia 22 trabalhadores para a nova sociedade A Sociedade Orquestra de Macau conta desde o início do mês com 22 trabalhadores do Instituto Cultural, que vão permanecer na empresa pública durante um ano O Instituto Cultural (IC) nomeou 22 trabalhadores para serem enviados em comissão de serviço para a recém-criada Sociedade Orquestra de Macau. O anúncio foi publicado ontem através de um despacho em Boletim Oficial, assinado pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U. “São nomeados os 22 trabalhadores do Instituto Cultural, constantes da tabela em anexo para exercer funções, em comissão eventual de serviço, na Sociedade Orquestra de Macau, Limitada, pelo período de um ano, a partir de 1 de Fevereiro de 2022”, pode ler-se no texto do despacho. O HM contactou o IC, para perceber as funções desempenhadas por estes trabalhadores e tentar perceber a razão de não terem sido despedidos e contratados pela nova orquestra, como aconteceu com os músicos, mas até ao fecho da edição não recebeu qualquer resposta. Segundo o anúncio publicado ontem no Boletim Oficial, os trabalhadores vão manter os respectivos salários e benefícios com o IC a assumir as despesas: “A remuneração mensal de cada um dos trabalhadores referidos […] é a correspondente à dos cargos de origem no Instituto Cultural, a quem caberá suportar as respectivas remunerações e os encargos com os descontos […] para efeitos de assistência na doença, aposentação e sobrevivência ou previdência, na parte respeitante à entidade patronal”, é referido. O despacho apresenta também os nomes dos trabalhadores afectados com a mudança. Processo polémico O processo da extinção da Orquestra de Macau e da Orquestra Chinesa de Macau e a transferência dos respectivos músicos para uma empresa com capitais públicos tem sido marcado por várias polémicas. A medida serviu como pretexto para despedir o maestro chinês Lu Jia, que em declarações à TDM, admitiu ter ficado a saber do despedimento através de amigos, ainda antes de ter havido qualquer comunicação oficial. Além disso, aos trabalhadores não-residentes foi igualmente feito um ultimato: ou assinavam um documento com a transferência para a nova empresa ou tinham de deixar o território. Os documentos da transferência foram assinados sem que houvesse informações sobre os salários nem outros direitos laborais. Ao longo das reuniões para explicar as mudanças, os músicos não-residentes saíram sempre com mais dúvidas do que respostas. Quanto aos músicos residentes, o IC garantiu que foram despedidos, com direito a receberem as respectivas compensações, mas que seriam contratados pela nova empresa. Durante o processo turbulento com as orquestras, houve ainda tempo para uma troca na presidência no Instituto Cultural com a saída de Mok Ian Ian e a promoção da vice-presidente Deland Leong Wai Man. A troca nunca foi explicada oficialmente, e Elsie Ao Ieong U também não prestou declarações durante a tomada de posse de Deland Leong. No entanto, a relação entre Mok Ian Ian e a secretária Elsie Ao Ieong U nunca foi fácil. Mok tinha sido uma escolha de Alexis Tam, antecessor de Elsie, e o facto terá pesado sempre na relação entre as duas.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCanídromo | Francisco Manhão destaca oportunidade para desenvolver desporto O ex-presidente da Associação de Veteranos de Futebol defende que o Canídromo deve ser aproveitado para lançar um novo centro desportivo que permita ao desporto de Macau internacionalizar-se e finalmente obter resultados Francisco Manhão, ex-presidente da Associação de Veteranos de Futebol, apelou ao Governo para assumir as rédeas do desporto local e criar um projecto de internacionalização com resultados desportivos. Para este fim, Manhão considera que o Canídromo é fundamental e que deve ser dotado de instalações para as diferentes modalidades. Anteriormente, o Governo tinha anunciado que pretendia utilizar o Canídromo para desenvolver espaços para as escolas. Contudo, o projecto foi abortado, numa decisão elogiada por Manhão. “Fiquei satisfeito com a decisão do Governo de manter o Canídromo. Para mim, estamos a falar do espaço desportivo mais importante de Macau e também aquele que é o mais antigo e tradicional”, reconheceu, em entrevista ao HM. “O Canídromo é uma oportunidade para Macau desenvolver o desporto, através da criação de infra-estruturas para finalmente se conseguir competir a nível internacional. Ainda há tempos ouvi o Presidente Xi, num discurso, a dizer que o desporto tem de ser uma aposta”, afirmou Manhão. “E como é que se pode desenvolver o desporto? De certeza que não chega apenas recuperar o campo, o balneário e as bancadas. É preciso mais”, vincou. Para Manhão, o projecto deve passar pela aposta na construção de campos para modalidades como voleibol, andebol, fustal, além do futebol de onze, assim como num centro médico feito a pensar nos atletas, com piscina para tratar lesões. “É muito importante que os atletas tenham um espaço para poderem recuperar e receber todos os cuidados necessários”, justificou. Para expandir Além das instalações desportivas, o ex-presidente da associação defendeu a construção de alojamentos para os atletas, à semelhança do que aconteceu com o centro de alto rendimento, no Cotai. Questionado sobre se os dois projectos não seriam redundantes, Manhão recusou o cenário por considerar que as novas instalações não resolveram o problema da falta de espaços para as diferentes modalidades. Quanto à gestão do projecto, o macaense considerou que o Instituto do Desporto deveria entregar a gestão às diferentes associações, que tratariam dos pedidos para a utilização das instalações. “O Instituto do Desporto ficava com o papel de supervisão, mas como eles têm tantas tarefas, e recebem tantos pedidos, era mais fácil para todos se fossem as associações a gerirem os pedidos para os seus membros. Haveria menos burocracia e seria mais eficaz”, indicou. Cultura de exigência Sobre o desporto local, Francisco Manhão defendeu que é essencial uma maior intervenção do Governo para criar uma cultura de exigência de resultados, que não existe actualmente. “Não temos desporto com qualidade. Há cinquenta anos que oiço que não há problema face à ausência de resultados porque se está a ganhar experiência. É uma resposta que não resolve nada”, sublinhou. “É um discurso que impede que se evolua e que faz com que Macau nunca tenha capacidade para competir internacionalmente”, acrescentou. Por isso, Manhão considera que tem de ser o Governo a apostar num novo modelo de desenvolvimento, criar o estatuto de atleta de alta competição, com carreiras atractivas, e enviar os jovens e técnicos para o exterior, onde podem ser formados com os melhores profissionais. “Se olharmos para Hong Kong, vemos que o que conseguiram alcançar a nível internacional, e ganham medalhas em competições a nível mundial, tudo isso se deve a muito trabalho e à aposta no desporto. Temos de seguir o exemplo”, apontou. O ex-presidente da Associação de Veteranos de Futebol disse ainda que podem ser feitas parecerias para formação de técnicos e atletas com os países mais desenvolvidos. “Se pensarmos no futebol, Alemanha, Inglaterra ou Portugal são boas hipótese. Se quisermos ver o caso do voleibol, a China é um bom destino para se aprender”, afirmou. Claro para Francisco Manhão, é que o projecto do Canídromo tem de ser central para o desporto em Macau poder dar um salto qualitativo e poder chegar a um nível que seja efectivamente internacional.
Hoje Macau SociedadeLegislativas | 44 % dos portugueses emigrantes não conseguiu votar Um inquérito realizado pela associação “Também somos portugueses” conclui que 44 por cento dos inquiridos não conseguiu votar nas últimas eleições legislativas para a Assembleia da República (AR), em Portugal. Quanto às razões, 69 por cento disse que não chegou a receber o boletim de voto, ou por estarem recenseados em Portugal ou por não estarem na morada habitual. Ainda assim, uma grande parte dos inquiridos disse que conseguiu votar sem problemas. No inquérito, 80 por cento dos inquiridos disse preferir a implementação do voto electrónico, enquanto que 60 por cento dos participantes “quer o aumento do número de deputados eleitos pela emigração”. Num comunicado, a associação “lamenta que tantos cidadãos portugueses tenham sido privados do direito ao voto. Os comentários mostram a frustração e indignação de quem tentou exercer o seu direito de cidadão mas não conseguiu votar. A dificuldade em actualizar a morada parece ser o principal problema, mas não o único.” Este inquérito obteve respostas de 56 países onde vivem portugueses, sendo que será enviada uma versão completa do documento para a Comissão Nacional de Eleições, a Administração Eleitoral, ao Presidente da República e ao Executivo, liderado por António Costa.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeEstudo | Proposta maior cooperação entre farmácias e turismo Um estudo dos investigadores Glenn Mccartney, Carolina Ung e José Ferreira Pinto defende que a abertura gradual de fronteiras do território poderia ser feita mediante uma maior cooperação entre o sector do turismo e as farmácias locais para a vacinação e testagem de visitantes Macau deveria abrir gradualmente as suas fronteiras mediante a adopção de uma maior cooperação entre as farmácias locais e o sector do turismo, para que os turistas pudessem testar-se ou vacinar-se e visitar o território de forma segura, à semelhança do que acontece noutros países. Esta é a conclusão principal deixada pelo estudo “Living with covid-19 and Sustaining a Tourism Recovery—Adopting a Front-Line Collaborative Response between the Tourism Industry and Community Pharmacists” [Viver com a covid-19 e manter a recuperação do turismo – A adopção de uma colaboração na linha da frente entre a indústria do turismo e os farmacêuticos locais”, desenvolvido pelos investigadores Glenn McCartney, Carolina Ung e José Ferreira Pinto, da Universidade de Macau (UM). “Sugerimos uma nova posição para uma estratégia de recuperação da pandemia em Macau, que poderia ocorrer de forma mais segura através de uma parceria colaborativa com uma rede de farmácias na cidade, bem como com a comunidade e websites de turismo mais populares”, pode ler-se. Os autores defendem ainda que existe “uma grande necessidade de gestão e partilha de conhecimento entre sectores”, uma vez que, devido ao programa de distribuição de máscaras, entre outras medidas, “os farmacêuticos licenciados já estão registados na base de dados das autoridades de saúde de Macau, o que promove uma rápida proximidade”. Desta forma, “com Macau a olhar para uma fase de desenvolvimento em termos de visitantes, o aproveitamento de uma contínua colaboração e criação de uma rede de farmácias comunitárias com o sector do turismo poderia reforçar a compreensão sobre a crise do sector e a comunicação”. Glenn McCartney, José Ferreira Pinto e Carolina Ung fala mesmo do exemplo da Região Autónoma da Madeira, em Portugal, que exige que os turistas façam um teste de despistagem à covid-19 em farmácias comunitárias aderentes à campanha de testagem em curso. Os quatro C’s Para a realização deste estudo, os autores falaram com farmacêuticos, empresários do sector do turismo e outros profissionais, que responderam a questionários específicos. Foi depois desenvolvido um quadro conceptual baseado em “Quatro C’s”, ou seja, na comunicação, cooperação, coordenação e colaboração entre o sector farmacêutico e do turismo. “Com base nas nossas hipóteses, as respostas às entrevistas com empresários do turismo e das farmácias comunitárias confirmam a adequação deste quadro e a importância de uma colaboração interdisciplinar entre as farmácias comunitárias para desenhar um caminho sustentável para a recuperação da covid-19”, lê-se no estudo. Relativamente aos empresários do turismo, estes sugeriram “a cooperação com os serviços de farmácias comunitárias em matéria de vacinação e testagem”, sendo que uma das opiniões se refere à possibilidade de o território tornar-se, a curto prazo, “num destino em matéria de vacinação, com a melhor opção em termos de vacinas”. Outra das opiniões contidas no estudo, defende a criação de uma aplicação de telemóvel “com vários idiomas e actualizações ao minuto que providenciasse informação aos hotéis para que estes pudessem encaminhar directamente os hóspedes e viajantes internacionais para o local certo”. Os farmacêuticos ouvidos para este trabalho “projectaram a necessidade de elevar o seu papel profissional no controlo do vírus e nas medidas de prevenção para proteger a comunidade e os turistas”. Isto porque “alguns farmacêuticos já colaboram com o sector do turismo apenas ao nível da coordenação, mas uma formalização é exigida”. O estudo refere ainda que, em 2020, Macau possuía 296 farmácias comunitárias.
Pedro Arede Manchete SociedadeCovid-19 | Portugal passa a reconhecer vacina da Sinopharm À semelhança do que já acontecia noutros países da União Europeia, Portugal passou a reconhecer a vacina da Sinopharm ministrada em Macau, para efeitos de emissão do certificado digital de vacinação. Cidadãos portugueses que optaram pela vacina deixam de ter de apresentar teste negativo à covid-19 ao entrar no país e circular no espaço europeu As autoridades de saúde de Portugal passaram a reconhecer, desde ontem, a vacina inactivada da Sinopharm utilizada em Macau para efeitos de emissão do Certificado Digital da União Europeia relativo à covid-19. A informação, que consta numa circular assinada pela directora Geral de Saúde, Graça Freitas, e pelo presidente do Infarmed, Rui dos Santos Ivo, foi divulgada pela secção do PS-Macau, que afirma ter tomado diligências nesse sentido junto do MNE e do Ministério da Saúde de Portugal. “A partir de hoje [ontem], 8 de Fevereiro de 2022, os cidadãos portugueses que administraram (…) em Macau a vacina ‘SINOPHARM BIBP VERO CELL’, com a apresentação do certificado de vacinação completo emitido pelas autoridades locais, esta vacina passa a ser reconhecida em Portugal”, pode ler-se numa nota assinada secretário da secção do PS-Macau, Vitor Moutinho. Circular sem restrições Em declarações à TDM-Rádio Macau, Vitor Moutinho apontou a importância do reconhecimento do fármaco, dada a existência de muitos portugueses que residem, não só em Macau, mas noutras partes do mundo e que se encontram inoculados com a vacina da Sinopharm, permitindo assim evitar constrangimentos como a obrigatoriedade de apresentar testes negativos à covid-19 para entrar em Portugal ou circular livremente no espaço europeu. “O Infarmed e a DGS perceberam finalmente que há um conjunto bastante alargado de cidadãos portugueses que vivendo em Macau ou noutras partes do mundo, como o Brasil e Angola, lhes foi administrada voluntariamente ou, por não terem opção, a vacina da Sinopharm inactivada”, começou por dizer. “Foi uma luta que começou há mais de meio ano porque havia outros países da UE que já reconheciam a vacina da Sinopharm e Portugal ainda não o estava a fazer. Isso estava a criar um conjunto de constrangimentos aos portugueses, que optaram por essa vacina, e que para se deslocarem a Portugal tinham de cumprir um outro conjunto de requisitos que se tivessem optado por outra vacina não tinham necessidade de fazer”, acrescentou. Desta feita, explicou também o responsável, qualquer cidadão português inoculado com a vacina da Sinopharm está agora habilitado para pedir a emissão de um certificado digital de vacinação, que permite circular livremente em Portugal e na União Europeia. Recorde-se que antes da actualização da medida, a vacina da BioNTech era a única ministrada em Macau reconhecida pelas autoridades portuguesas.
João Santos Filipe SociedadeOrganização da maratona evita tempos de chip de participantes para não causar confusões O Instituto do Desporto acredita que os concorrentes da Maratona Internacional de Macau só devem ter acesso ao tempo do disparo e não do chip pessoal, de forma a evitar confusões. A explicação foi dada ao deputado Leong Sun Iok, no âmbito de uma interpelação escrita. Actualmente, os concorrentes têm acesso ao tempo do disparo, ou seja, o tempo é calculado a partir do momento que começa a prova. No entanto, esse tempo não corresponde ao que a maioria dos participantes demora a percorrer os 42,125 quilómetros. Muitos só começam mais tarde, devido ao natural congestionamento na partida. Numa interpelação escrita, Leong Sun Iok tinha pedido que além do tempo do disparo, cada concorrente tivesse acesso ao tempo do chip pessoal, ou seja, o tempo individual desde o momento em que passa a linha de partida e chega à meta. A pretensão foi recusada, por Pun Weng Kun, presidente do Instituto to Desporto: “Os resultados das provas são calculados com base no momento do disparo pela organização até ao momento da chegada à meta, não sendo exibido o tempo pessoal (tempo do chip), por forma a não causar confusão”, justificou. De acordo com o presidente do ID, a posição da organização da maratona tem por base as “práticas internacionais em vigor”. Eterna questão Quanto à possibilidade de haver mais tempo para o desenrolar das provas e fazer ajustes nos horários, a organização considera que é uma matéria difícil, pelo impacto para o trânsito. “O tempo limite estabelecido na Maratona Internacional de Macau é determinado de acordo com as actuais condições gerais de tráfego local e o desempenho dos participantes nas edições anteriores”, foi explicado. Pun Weng Kun insistiu também que um dos grandes desafios é adequar este tipo de prova à realidade de Macau, o que é encarado como limitador não só em termos de horário, mas também à definição do percurso. Por outro lado, o ID admite utilizar o evento para promover o turismo, mas mais do que fazer alterações ao nível do trajecto, a aposta passa por complementar a prova com feiras e outros eventos.
João Santos Filipe Manchete SociedadeAnima | Dificuldades financeiras levam à suspensão de resgate de animais Com cerca de 700 animais nos abrigos e dívidas de 2,4 milhões de patacas, a associação está a promover uma nova campanha para aumentar as doações financeiras e adopções As grandes dificuldades financeiras levaram a Anima – Sociedade Protectora dos Animais de Macau a suspender praticamente o serviço de resgate de animais. Em causa, está uma redução muito significativa dos apoios recebidos nos últimos anos do sector privado, devido aos efeitos da pandemia. Segundo a informação divulgada pela associação, no final de Janeiro havia uma dívida acumulada de 2,4 milhões de patacas, restando em caixa 70 mil patacas. “Sabemos que muitas empresas estão com dificuldades e não nos podem apoiar como acontecia antes. As empresas ainda nos apoiam, com doações e voluntários, mas há uma grande diferença”, explicou Billy Chan, presidente da Anima, ao HM. “As dificuldades das empresas prolongam-se há dois anos e é natural que quem nos apoia não o consiga fazer como no passado. E isso nota-se a nível das nossas finanças”, acrescentou. As dívidas acumuladas estão relacionadas com a comida para os animais resgatados, despesas com veterinários e até salários dos funcionários dos abrigos. Perante este cenário, a Anima teve de optar por suspender o serviço de resgate de animais. Segundo os dados da associação, só no ano passado foram resgatados 197 gatos, 128 cães e 41 hamsters, coelhos, chinchilas, tartarugas, pássaros, entre outros. Contudo, o número de animais acumulados nos abrigos torna-se incomportável. “Temos 700 animais acumulados nos nossos abrigos. O número é muito superior à nossa capacidade, os abrigos estão cheios e isso consome os nossos recursos muito rapidamente, quer seja ao nível de dinheiro como de tempo”, afirmou Billy Chan. “O assunto não é novo. Mas está a ficar pior, e a redução do financiamento torna tudo mais grave”, vincou. Nova campanha Para tentar reduzir o número de animais nos abrigos, a Anima lançou no mês passado uma campanha para aumentar as adopções e também pedir mais financiamento junto da população. Segundo o presidente da associação, uma das grandes prioridades é aumentar o número de adopções, para também permitir que se salvem mais animais. Quanto mais animais deixarem o abrigo, mais vagas haverá para que outros sejam resgatados. Para Billy Chan, os primeiros resultados foram animadores: “Acho que nos primeiros dias as pessoas se têm envolvido na campanha e mostram que não querem que a Anima encerre”, reconheceu. Contudo, realçou que ainda se está muito longe de encontrar uma solução para o problema. Quanto ao financiamento público, e através da Fundação Macau, o presidente da Anima realçou que tem sido cumprido. “Nos últimos dois anos cumpriram sempre e ajudaram-nos. Foi muito importante. Esperamos que a situação se mantenha neste ano, caso contrário os nossos problemas vão ser muito maiores”, reconheceu.
Hoje Macau SociedadePoluição | Ambientalistas contra compra de veículos eléctricos A associação Green Student Union defende que o Governo deve reduzir o número de veículos privados em vez de promover a compra de veículos eléctricos. A posição foi tomada na sequência do relatório com o Planeamento da Protecção Ambiental de Macau, publicado pela Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental, onde consta como objectivo a promoção da compra de veículos eléctricos. Em declaração ao jornal All About Macau, Joe Chan, o presidente da associação, explicou que este planeamento só está a incentivar a população a trocar os carros movidos a combustíveis fósseis por carros eléctricos. Contudo, a associação quer é promover a redução dos veículos. Segundo as explicações, mesmo um veículo eléctrico precisa de electricidade para andar, que é produzida com recurso à queima de combustíveis fósseis, o que também provoca poluição. Ainda no que diz respeito ao transporte privado, Joe Chan apelou ao Governo para pensar em como promover a substituição dos veículos antigos e mais poluidores e aplicar exigências mais restritivas sobre a emissão de gases poluentes dos veículos.
Hoje Macau SociedadeFundação Jorge Álvares quer mais portugueses a estudar na China A Fundação Jorge Álvares (FJA) está a preparar o lançamento de uma plataforma digital para encorajar mais portugueses a estudar em universidades chinesas, assim como chineses a estudar em Portugal. Fernanda Ilhéu, do Conselho de Administração da FJA, disse à Lusa que cada universidade e instituto politécnico de Portugal, da China continental e de Macau terá direito a gerir um espaço próprio no portal, onde poderá colocar a sua oferta educativa. O objetivo é facilitar aos alunos a consulta de informação sobre cursos, programas, perfil dos professores, condições de inscrição e pagamento de propinas. A FJA vai ainda disponibilizar informação sobre “o meio envolvente”, por exemplo sobre as cidades onde se localizam os ‘campus’ das instituições e as residências universitárias disponíveis. A plataforma terá ainda informações úteis, nomeadamente sobre a obtenção de vistos, abertura de contas bancárias, realização de seguros e acesso a serviços de saúde para estudantes estrangeiros. Embora a China e Macau não permitam atualmente a entrada de estudantes estrangeiros, Fernanda Ilhéu disse acreditar que o portal poderá ter um efeito positivo num futuro pós-covid-19. “Esperamos que a pandemia seja controlada em breve e as situações de quarentena sejam levantadas”, salientou a investigadora. A plataforma da FJA pretende também promover a cooperação entre instituições de ensino superior chinesas e portuguesas na área da investigação científica. O portal vai ter uma área específica para ajudar investigadores a identificar potencial parceiros de pesquisa, partilhar trabalhos e publicações e organizar eventos conjuntos. A fase de concepção de modelagem da plataforma deverá estar concluída no final de abril, seguindo-se a divulgação junto de instituições do ensino superior e investigação científica em Portugal, Macau e China. A FJA é uma estrutura criada em dezembro de 1999, no quadro da transferência da administração portuguesa de Macau para a China, e tem como objetivo promover o diálogo intercultural entre Lisboa e a região administrativa especial chinesa. Desde 2016 que o presidente da Fundação Jorge Álvares (nome do português e primeiro europeu a chegar à China, por via marítima, no século XVI) é o general Garcia Leandro, governador de Macau entre 1974 e 1979. Em janeiro, Zhao Zilin, aluna da Universidade de Estudos Internacionais de Xangai, venceu a primeira edição dos Prémios Fundação Jorge Álvares, para trabalhos sobre as relações entre Portugal e a China. A China continua a sentir uma forte procura por profissionais que falem português, disseram à Lusa Catarina Gaspar e Madalena Teixeira, duas das co-autoras de uma obra académica sobre os estudantes chineses da língua portuguesa apresentada a 14 de janeiro. Cerca de 50 instituições chinesas de ensino superior têm cursos de língua portuguesa, disse à Lusa, em novembro de 2020, o coordenador do Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa do Instituto Politécnico de Macau, Gaspar Zhang Yunfeng.
Hoje Macau SociedadeLas Vegas Sands | Terminada relação com principais junkets de Macau A Las Vegas Sands, empresa-mãe dos casinos de Macau sob a alçada da Sands China, anunciou ter terminado as ligações e acordos de cooperação que detinha com “os três principais” promotores de jogo do território. “Não existem garantias de que seremos capazes de manter ou desenvolver as nossas relações com os promotores de jogos ou que estes continuem a estar licenciados pelo regulador do jogo [DICJ] para operar em Macau, o que poderá ter um impacto nos nossos negócios, resultados operacionais e fluxos de caixa”, pode ler-se no relatório anual da Las Vegas Sands divulgado na sexta-feira e citado pelo portal GGR Asia. No mesmo documento, a Las Vegas Sands sublinha ainda que a “qualidade dos promotores de jogos” com os quais se relaciona é “importante” para a reputação do grupo e a sua capacidade de “continuar a operar em conformidade com as licenças de jogo” concedidas pelo Governo de Macau. “Embora nos esforcemos por cultivar a excelência nas ligações que estabelecemos (…) não conseguimos assegurar que os promotores de jogos com os quais estamos associados irão satisfazer os elevados padrões pelos quais nos regemos”, é acrescentado. Recorde-se que o anúncio acontece poucos dias depois de a Macau Legend ter confirmado a detenção de Levo Chan, líder do grupo Tak Chun, que possui uma licença para operar como junket. Antes disso, a indústria do jogo em Macau já levara um duro golpe em Novembro, após a queda do grupo Suncity e a detenção de Alvin Chau, indiciado pelos crimes de participação em associação criminosa, chefia de uma associação criminosa, branqueamento de capitais e de exploração ilícita do jogo.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCaso IPIM | Repetição do julgamento adiada para 28 de Fevereiro Zheng Chun Mei, ex-amante de Jackson Chang, faltou ao julgamento e a sessão teve de ser adiada. Antes, houve tempo para o juiz recusar o pedido do Ministério Público de acrescentar à acusação mais um crime de abuso de poder A repetição do julgamento do ex-presidente do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), Jackson Chang, estava prevista para ontem de manhã, mas foi adiada devido à falta da arguida Zheng Chun Mei. “Parece que a arguida foi notificada, mas está em falta. Tem de apresentar uma justificação dentro de 10 dias. Se não o fizer vai haver uma multa”, avisou o juiz, após anunciar que a sessão seria adiada. Zheng Chun Mei terá sido notificada e recebido a carta através de correio registado, mas não compareceu no tribunal. No primeiro julgamento, tinha sido apresentada pela acusação como a ex-amante do ex-presidente do IPIM. Face à ausência, o juiz agendou uma nova sessão para 28 de Fevereiro pelas 9h30. Segundo as indicações dadas em tribunal, na nova data vão ser ouvidas testemunhas, mesmo que Zheng Chun Mei opter por voltar a comparecer sem justificação. Entre os arguidos, apenas Jackson Chang, que está em liberdade, esteve no tribunal, acompanhado pela mulher, como sempre aconteceu ao longo do julgamento inicial. Miguel Ian é o único que se encontra a cumprir pena de prisão, em Coloane, mas optou por não ir a tribunal, fazendo-se representar pelo advogado. Por sua vez, Glória Batalha que tinha sido condenada a pena de prisão efectiva na primeira decisão, foi absolvida dos crimes de que estava acusada, no âmbito do recurso. Linhas do campo A sessão serviu também para que ficasse totalmente definido o teor do julgamento, que se vai limitar, no caso de Jackson Chang, a quatro crimes de corrupção passiva, quatro crimes de branqueamento de capitais e três de abuso de poder. No primeiro julgamento, o ex-presidente do IPIM tinha sido absolvido destes crimes e condenado a dois anos de prisão efectiva pela prática de quatro crimes de violação de segredo e três crimes de inexactidão de elementos no preenchimento da declaração de rendimentos. O Ministério Público pretendia que Chang fosse acusado por mais um crime de abuso de poder, mas o pedido foi recusado. “O TSI foi muito claro na decisão. Temos de fazer o julgamento com base no que foi decidido pelo TSI”, justificou. “O julgamento vai seguir as ordens do TSI e não vamos acrescentar mais crimes”, esclareceu. Não foram só os pedidos do MP a serem negados, o tribunal recusou igualmente analisar outras questões levantadas pelos advogados de defesa dos arguidos. “Só vamos seguir a decisão do TSI. O objecto do julgamento é o definido pelo TSI”, reiterou. Entre os 26 arguidos do processo inicial, 19 tinham sido considerados culpados e sete ilibados. Segundo a primeira decisão, o casal de empresários Ng Kuok Sao e Wu Shu Hua, marido e mulher, tinham criado uma associação criminosa para vender autorizações de fixação de residência e foram condenados, respectivamente, a penas de 18 e 12 anos de prisão. Ng Kuok Sao foi julgado à revelia por estar fora de Macau, ao contrário de Wu, que compareceu no primeiro julgamento. Porém, depois da primeira decisão Wu também terá deixado a RAEM. Secretária Irene Iu morre na prisão No julgamento inicial, Irene Iu, ex-secretária dos empresários Ng Kuok Sao e Wu Shu Hua, tinha sido condenada com uma pena de oito anos e seis meses, pelo crime de associação criminosa e vários de falsificação de documentos. Contudo, Irene Iu faleceu em Dezembro do ano passado na prisão de Coloane. Era a única arguida presa, além de Miguel Ian. Segundo o HM apurou, Irene Iu foi diagnosticada com um cancro, mas recusou receber tratamento, optando por morrer, apesar de lhe terem sido disponibilizados todos os cuidados. A residente local morreu aos 48 anos, e antes de ser presa tinha declarado um rendimento mensal de 7 mil patacas. No dia da condenação, deixou a sessão em lágrimas.
Hoje Macau SociedadeAno Novo Lunar | Macau perde 90,6% de turistas em relação a 2019 Mais de 113 mil turistas entraram em Macau na semana dourada do Ano Novo Lunar, menos 90,6 por cento que em 2019, ou seja, antes da pandemia da covid-19. Ainda assim, o registo ficou acima dos números registados em 2021, anunciou ontem Direção dos Serviços de Turismo (DST). De acordo com os dados divulgados pela DST, o território registou a entrada de apenas 113.699 visitantes, uma média diária de 16.242 turistas. No entanto, o balanço da semana, que este ano decorreu entre 31 de Janeiro e 06 de Fevereiro, é positivo (+25,4 por cento), quando comparado com o de 2021, entre 11 e 17 de Fevereiro. Dois anos após o início da pandemia, e apesar do regresso das celebrações do Ano Novo Lunar, tradicionalmente um ponto alto para o turismo de Macau, o contexto pandémico voltou a afastar os turistas da capital mundial do jogo, que recebeu 7,7 milhões de visitantes em 2021, um valor muito distante dos quase 40 milhões registados em 2019. Os visitantes são quase todos oriundos do Interior da China, que beneficiam de excepções face às restrições fronteiriças determinadas no âmbito do combate à pandemia do novo coronavírus. Recorde-se que Macau tem promovido a cidade como um território seguro em relação à covid-19, procurando capitalizar com o facto de ter registado apenas 79 casos durante a pandemia. No entanto, apesar de se tratar de uma das festas mais importantes para as famílias, as autoridades do Interior da China pediram à população para não viajar durante os feriados.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEscola Internacional | Pandemia leva à saída de 20 por cento dos professores Devido aos efeitos da pandemia, a Escola Internacional de Macau chegou a temer perder metade dos professores no final do ano lectivo, mas o número afinal vai ser menor. Neste momento, trabalha-se na contratação de novos docentes Apesar de ter chegado a temer perder metade dos professores no final do ano lectivo, a Escola Internacional de Macau (TIS, em inglês) acredita ter resolvido o problema. Inicialmente, havia a expectativa de que no final do ano lectivo metade dos professores pudesse deixar Macau, muitos deles motivados pelas políticas de restrições de circulação nas fronteiras, mas o número foi reduzido e deverá rondar apenas os 20 por cento. A contratação de novos profissionais está quase terminada. “Estávamos à espera que no final deste ano lectivo um grande número dos nossos funcionários deixasse a escola. Por isso, a questão foi sempre tratada como a nossa prioridade”, começou por explicar Howard Stribbell, director da TSI, ao HM. “Felizmente através de uma estratégia em que, por um lado, fizemos tudo para lidar com as preocupações dos nossos funcionários para o próximo ano lectivo e, por outro, apresentámos planos muito concretos, fomos capazes de minimizar as saídas”, acrescentou. Howard Stribbell explicou igualmente que em condições normais cerca de 10 por cento dos professores deixavam a escola. Neste sentido, a saída de 20 por cento dos docentes, num contexto em que as fronteiras estão praticamente fechadas há dois anos, é encarada como um número dentro do expectável. Além das saídas, o grande desafio é a contratação de professores, porque há poucas alternativas. A contratação de docentes no Interior é assim uma das poucas alternativas, além da contratação de residentes que estejam foram da RAEM. “Fomos capazes de recrutar e preencher 80 por cento das vagas em aberto”, admitiu Stribbell. “Agora já estamos numa fase em que se não conseguirmos preencher todas as vagas, podemos sempre ter um plano B”, considerou. Tempos difíceis No entanto, o arrastar da pandemia tem feito com que as instituições de ensino tenham cada vez mais dificuldades para arranjar professores. O problema estende-se a todo o sector, como reconheceu Howard Stribbell. “Não podemos deixar de agradecer ao Governo todos os esforços que tem feito para nos manter seguros, mas, neste momento, há muitas dificuldades para contratar professores. É uma dificuldade comum a todas as instituições”, apontou. O HM sabe que, por exemplo, no caso da Escola Portuguesa de Macau também há alguma incerteza sobre a saída de professores, e que, por agora, está em cima da mesa a saída de quatro a cinco docentes. No entanto, esta não é uma situação definitiva. Pior é a situação da Alliance Français, que desde o início do ano suspendeu todos os serviços, inclusive o ensino da língua francesa. Apesar de não ter havido um esclarecimento sobre este aspecto, o jornal Ponto Final avançou que a situação tinha sido motivada pela falta de docentes. Lorne Schmitdt novo director A partir do próximo ano lectivo Howard Stribbell vai ser substituído por Lorne Schmitdt no cargo de director da Escola Internacional de Macau. A notícia foi transmitida no final do mês passado, através de uma carta enviada por Stribbell, à associação de pais da Escola Internacional.