Hoje Macau SociedadeDSAL | Organizados encontros de trabalho com operadoras Nos próximos dias 21, 22 e 23 de Março, a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) organiza uma série de encontros de emparelhamento de emprego, com 690 vagas disponíveis, em cooperação com as seis concessionárias de jogo. Um comunicado do Governo justificou as sessões com “as recentes mudanças no ambiente de emprego”, a necessidade de “equilibrar a oferta e a procura no mercado de trabalho e proteger os direitos laborais dos residentes de Macau”. As 690 vagas dizem respeito a cargos na “linha da frente e serviços logísticos de hotéis e estabelecimentos de restauração, envolvendo os postos de trabalho de nível básico, intermediário e técnicos especializados”. As posições disponíveis incluem “chefe de secção da recepção de hotéis, chefe de secção dos serviços de restauração, assistente de gerente de restaurante, escanção de chá, analista de segurança cibernética, analista estratégico e encarregado de limpeza e arrumação de quartos”. O salário mais elevado entre as ofertas disponíveis é de 32 000 patacas. As sessões de emparelhamento profissional estão programadas nas seguintes datas: 21 de Março (MGM e Galaxy), 22 de Março (Sands e STDM) e 23 de Março (Wynn e City of Dreams).
João Santos Filipe Manchete SociedadeUrbanismo | Executivo vai expropriar terreno comprado por 21 milhões As Obras Públicas planeiam criar uma nova zona verde na Península, e vão avançar para a expropriação de um terreno privado. Na reunião de ontem do Conselho do Planeamento Urbanístico foi também discutido o novo edifício dos tribunais, que ameaça o corredor visual para a Colina da Guia O Governo quer expropriar o terreno da Escada do Caracol n.º 7, um espaço verde situado nas traseiras do Jardim de Camões, comprado em 2013 por 21 milhões de patacas. A informação foi divulgada ontem no Conselho do Planeamento Urbanístico, numa reunião que serviu para aprovar uma Planta de Condições Urbanísticas (PCU), a impedir a construção no local. “A elaboração da Planta de Condições Urbanísticas foi feita de acordo com os nossos planos. Pretendemos que não se possa construir naquele terreno”, começou por explicar o funcionário das Obras Públicas, que apresentou os planos. “Claro que vamos ter de cumprir as formalidades e assinar um contrato com o proprietário para a cedência do terreno ao domínio público. Nesta fase, estamos apenas a apresentar uma proposta ao conselho”, acrescentou. Face à proposta para criar uma zona verde no centro, Álvaro Rodrigues, membro do CPU, alertou que o terreno é uma propriedade privada e que em 2013 foi comprado por uma empresa, a actual proprietária, por 21 milhões de patacas. O nome da empresa não foi revelado. “O pedido para a planta foi solicitado pela proprietária, por isso, acho que antes de se discutir a expropriação que os serviços competentes devem informar a requerente, em vez de se avançar já com a emissão da planta”, considerou Álvaro Rodrigues. “Legalmente, não há problema com a expropriação, é possível, desde que esteja reunido o interesse público e seja paga uma indemnização de acordo com o preço do mercado. Não vejo problema. Mas, vamos aprovar um plano para zonas verdes, que implica a perda do regime do terreno, sem ouvir o proprietário?”, perguntou. A questão não impediu a votação e a planta foi aprovada, com Wong Chiu Man, director da DSSOPT e presidente do CPU, a prometer que os pormenores da proposta de expropriação seriam posteriormente tratados com a empresa. O corredor da polémica Também na reunião de ontem, o arquitecto André Lui mostrou-se preocupado com a altura do novo edifício para os tribunais na Zona do Lago Nam Van, que considerou levar ao aumento da construção em altura na área. O arquitecto teme que a altura da construção com 58 metros, a partir da linha do mar, ameaça o corredor visual para a Fortaleza de Nossa Senhora do Bom Parto, Residência Consular e Igreja da Penha. “Sei que sentimos que os recursos de terras em Macau são escassos e que precisamos de aproveitar bem todos terrenos. Mas, se não houver um bom planeamento podemos deixar consequências negativas para as próximas dezenas de anos, que depois vão ser irreversíveis”, avisou o arquitecto. “Se permitirmos uma construção que bloqueie o corredor visual, no futuro, os terrenos que vão ser construídos nos arredores vão utilizar esta altura como referência. E isso vai ter impacto negativo para esta zona”, acrescentou. Vários terrenos ficaram por desenvolver devido à demora na implementação do Plano Director, levando o Governo a congelar a autorização de obras na Zona do Lago Nam Van. Por isso, são vários os terrenos que ainda podem ser construídos naquele lugar, inclusive para habitação privada. André Lui considerou ainda que faltou informação para ponderar totalmente o impacto visual e sugeriu que fosse feito um modelo 3D, para “ver se após a conclusão das obras o corredor visual vai ficar bloqueado”. Esta opinião foi igualmente partilhada pela arquitecta Chan Chio I. Como este projecto é público, o CPU não tem poder de veto, e apenas exerce funções consultivas.
João Luz Manchete SociedadeAssociação das Mulheres | Política nacional de três filhos é exemplo a seguir A Associação Geral das Mulheres quer que o Governo garanta um ambiente social propício à natalidade e que siga a política nacional de três filhos. A posição surgiu depois do anúncio de que no ano passado Macau registou a mais baixa natalidade desde 2005. A deputada Lo Choi In sugeriu uma nova ronda de apoio ao consumo com valor mais elevado Temos de recuar até 2005 para encontrar um ano com menos nascimentos do que os registados no ano passado. Em 2021, “o número de nados-vivos totalizou 5.026, menos 519, em termos anuais. A taxa de natalidade situou-se em 7,4 por cento, sendo esta a taxa mais baixa desde 2005”, indicou a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos na segunda-feira. Os dados fizeram soar alarmes em vários sectores, em particular na tradicional Associação Geral das Mulheres de Macau que emitiu ontem um comunicado a defender que o Executivo de Ho Iat Seng deve seguir a política nacional de natalidade dos três filhos, enquadrada num rol de medidas de apoio familiar. O comunicado assinado pela vice-presidente da associação, Chong Leng Leng, sugeriu um conjunto de medidas para inverter a tendência de envelhecimento populacional que se verifica em Macau, que passa pela criação do ambiente político e social que favoreça a natalidade e que “deixe a população feliz com a perspectiva de ter um bebé”. A dirigente indicou ainda que deve ser seguido o espírito da lei de bases da política familiar, em vigor há quase três décadas, e que o Governo adiantou recentemente não ter planos para rever. “Face às mudanças demográficas verificadas em Macau, é necessário formular políticas de longo prazo que sejam apropriadas ao desenvolvimento social e aos problemas económicos das famílias, como as preocupações com habitação, apoio social e familiar”, afirmou Chong Leng Leng. Por outro lado A dirigente da Associação Geral das Mulheres entende que “a lei das relações laborais também deve ser revista para implementar medidas pró-família”, fortalecer a comunicação entre empresas e a sociedade. Outra vertente a explorar, é a comunicativa, com “campanhas de marketing dirigidas a casais jovens e apoio a associações e organizações que ofereçam serviços de educação familiar e matrimonial, guias de fertilidade e materiais informativos que reduzam a ansiedade dos jovens em relação ao casamento e à natalidade”. Além dos factores económicos, Chong Leng Leng aponta o dedo à pandemia enquanto elemento que trouxe incerteza aos casais que ponderavam ter um filho. A dirigente salientou que os residentes de Macau casam e procriam cada vez mais tarde ou, pura e simplesmente, não têm intenção de casar ou ter filhos. A recém-eleita deputada Lo Choi In também endereçou o tema, relacionando-o apenas com a recuperação económica de Macau, a única forma para aliviar o stress dos jovens. Em declarações ao jornal do Cidadão, a legisladora ligada à comunidade de Jiangmen relacionou a baixa natalidade com o aumento do desemprego, preço da habitação e bens de consumo. Nesse sentido, Lo Choi In sugeriu mais uma ronda de cartão de consumo com montante mais elevado e com menos limitações nas compras para incentivar a economia e apoiar as famílias.
João Luz Manchete SociedadeContrabando | Oito autorizações de permanência a TNR anuladas Nos dois primeiros meses do ano, a polícia apreendeu quase metade da carga contrabandeada durante o todo o ano de 2021, num valor total de 12,25 milhões de patacas. Ao longo de Janeiro e Fevereiro, foram acusados 109 indivíduos de delitos relacionados com contrabando Durante os primeiros dois meses do ano, os Serviços de Alfândega apreenderam 12,25 milhões de patacas em artigos contrabandeados em 75 casos detectados ao abrigo dos quais foram acusadas 109 pessoas. Os números revelados ontem por José Pou, dos Serviços de Alfândega, em declarações à TDM – Rádio Macau, mostram uma tendência de subida no combate ao contrabando, tendo em conta que durante todo o ano passado foram acusadas 249 pessoas e apreendidos artigos no valor de 28 milhões de patacas. “Até Fevereiro desenvolvemos catorze acções de combate ao comércio paralelo, incluindo duas acções conjuntas transfronteiriças e em cooperação com Serviços de Alfândega de Gongbei, CPSP, IAM, e Serviços de Saúde e detectados 75 casos de violação envolvendo A realidade do contrabando, com particular incidência na zona das Portas do Cerco, é um cenário habitual há muito tempo. Porém, este tipo de actividade clandestina voltou ao radar das autoridades depois de uma mulher que fazia contrabando nas Portas do Cerco ter testado positivo a covid-19 no final do mês passado. As declarações de representantes dos Serviços de Alfândega e do Corpo da Polícia de Segurança Pública foram prestadas na sequência de um episódio do programa Fórum Macau, do canal chinês da TDM, onde vários ouvintes se queixaram que a prática de contrabando por pessoas que têm visto familiar para entrar em Macau se tornou uma ocorrência normal. Ma Chio Hong, da Divisão de Operações e Comunicações do CPSP, sublinhou que a aprovação dos documentos é da competência das autoridades chinesas, mas que o Executivo da RAEM reportou às suas congéneres no Interior da China a situação e reforçou o controlo e inspecção de quem passa as fronteiras. Além disso, dados dos Serviços de Alfândega indicam que 20 por cento dos detidos por contrabando é residente de Macau. Universo paralelo Além de detenções e proibições de entrada no território, Lao Ka Weng, da Divisão de Investigação e Repatriamento, afirmou que nos primeiros dois meses de 2022 as autoridades anularam autorizações de permanência provisória a oito trabalhadores não residentes por suspeitas de contrabando. Os tipos de produtos que mais circulam no mercado clandestino são produtos domésticos, electrónicos, telemóveis, computadores, componentes informáticos, vestuário de marca, alimentos, medicamentos, tabaco e plantas. A página de Facebook do CPSP mostra fotografias de operações diárias de combate ao contrabando na zona das Portas do Cerco desde 2 de Março, um delito que até à descoberta de um caso positivo de covid-19 beneficiou de relativa complacência das autoridades. Por exemplo, o balanço da criminalidade de 2021 divulgado na semana passada não menciona actividades de contrabando ao longo das suas 97 páginas.
João Santos Filipe Manchete SociedadeIAM | Ligação de ciclovias da Taipa à Flor de Lótus em estudo Apesar de as estimativas iniciais apontarem para que as obras ficassem concluídas no ano passado, o presidente do Instituto para os Assuntos Municipais admite estar ainda à espera de pareceres para arrancar com a construção O Governo está a ponderar criar uma ponte para fazer a ligação entre as ciclovias da zona de lazer da Marginal da Taipa e a ciclovia Flor de Lótus. A revelação foi feita por José Tavares, presidente do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), em resposta a uma interpelação do deputado Lei Chan U. As autoridades acreditam que a ponte é a melhor solução para encontrar um equilíbrio entre a passagem das bicicletas e as embarcações que navegam no local. “Devido à localização da conexão entre as duas ciclovias estar situada na foz da zona de embarcações de recreio de Coloane, a forma mais adequada para a ligação entre ambas seria uma ponte”, revelou José Tavares, presidente do IAM. Nesta fase, as autoridades aguardam por um estudo “para decidir o grau de inclinação” porque consideram imprescindível “ponderar a passagem de bicicletas e de barcos” no local e ser necessário avaliar “a questão do planeamento de vias navegáveis”. Quanto ao andamento dos trabalhos, o IAM pediu pareceres “aos serviços competentes” sobre o design do projecto, e só depois vai ser possível fazer uma nova revisão para avançar com a execução das obras. A resposta revela igualmente uma nova abordagem à ligação, uma vez que em 2018, também numa resposta a uma interpelação do deputado Lei Chan U, o IAM tinha admitido que estava mais inclinado para a construção de um viaduto naquela zona, em vez da construção de uma ponte. Sem previsão Quando escreveu a interpelação, Lei Chan U recordou o debate das Linhas de Acção Governativa de 2020, em que o Executivo tinha previsto que as obras iam ficar concluídas no final do ano passado. No entanto, Lei também reconhece que no início deste ano, o IAM tinha reconhecido alguns atrasos em obras locais “devido à situação de pandemia”. Por isso, o deputado voltou a questionar o IAM sobre uma data para as conclusões do trabalho. No entanto, em resposta, o presidente do IAM não se comprometeu com qualquer calendário, uma vez que o andamento dos trabalhos está dependente dos estudos dos “serviços competentes”. Com a conclusão dos trabalhos, a ligação entre as ciclovias da zona de lazer da Marginal da Taipa e a Flor de Lótus vai ter 1,5 quilómetros. Esta extensão vai fazer com que os ciclistas tenham uma distância de 7,5 quilómetros para pedalar.
Hoje Macau SociedadeReceitas do jogo mantêm tendência de queda As receitas brutas do jogo de Macau deverão cair 75 por cento em Março em relação aos níveis pré-pandemia, prevê a consultora Bernstein, de acordo com um relatório citado pela Rádio Macau. Em Março de 2019, as receitas do jogo tinham sido de 25,84 mil milhões de patacas, e a queda prevista implica uma redução para 6,46 mil milhões. A consultora aponta como razões para a queda a estagnação da indústria na primeira semana de Março, devido a uma menor procura de viagens motivada pelo número crescente de casos de covid-19 em Hong Kong e na província de Cantão. Outro facto que afecta de forma negativa a indústria, é a realização das reuniões da Assembleia Popular Nacional, e da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês. Segundo dados citados, as receitas brutas do jogo nos primeiros seis dias de Março totalizaram cerca de 1,1 mil milhões de patacas, menos 78 por cento do que mesmo no mesmo período de 2019, e 32 por cento abaixo dos valores do ano passado. No ano passado, em Março, as receitas foram de 8,31 mil milhões de patacas. A consultora previu igualmente que as receitas continuem sob pressão, no curto prazo, mas mantém previsões optimistas quanto a uma recuperação acentuada, no longo prazo. Uma das razões que contribui para o optimismo é o regresso da emissão de vistos individuais e de grupo de turismo. No entanto, o Interior não indicou qualquer data para o regresso dessas emissões.
João Santos Filipe Manchete SociedadeAmbiente | Emissões de gases do efeito estufa caíram 17 por cento Apesar de o consumo de electricidade ter permanecido estável em 2020, no primeiro ano da pandemia, a redução das viagens de avião contribuiu de forma significativa para uma quebra nas emissões dos gases de efeito estufa No primeiro ano da pandemia da covid-19, a emissão de gases do efeito estufa no território registou uma quebra de cerca de 17 por cento, de 6,13 mil toneladas de dióxido de carbono (CO2) para 5,05 mil toneladas de CO2. Os números constam de um estudo realizado pelos académicos To Wai Ming, da Universidade Politécnica de Macau, e Lam King Hang, da Universidade de Hong Kong, sobre relação entre o crescimento económico, o consumo de energia e a emissão de gases de efeito estufa. A redução foi justificada com uma diminuição das viagens de avião da RAEM. A queda no consumo do combustível de avião foi de 78 por cento, de 344,7 milhões de litro por ano para 75,4 milhões de litro por ano. “Os resultados indicam que em 2020 a queda nas emissões de gases do efeito estufa para 5,05 mil toneladas de CO2 e equivalentes se ficou a dever principalmente à redução do combustível de avião”, é justificado. Segundo estes dados, em 2019, antes da pandemia, cada residente era “responsável” por emissões de 1,68 toneladas gases do efeito estufa. O consumo de 75,4 milhões de litro de combustível por ano é o mais reduzido desde a transferência da soberania. Em comparação, em 2000 o consumo tinha sido de 106,9 milhões de litro por ano. Por contraste, o valor de 2019 tinha sido o mais alto de sempre, desde que há registos. O combustível de avião tem por base a querosene, também conhecida como óleo de parafina. De acordo com os dados da Organização Internacional de Aviação Civil, por cada quilo de combustível de avião que é queimado durante uma viagem são libertados para atmosfera 3,16 quilos de dióxido de carbono, o que faz com que esta seja uma das principais razões da libertação dos gases do efeito estufa. Menos energia A pandemia levou igualmente a um menor consumo de energia tanto nas habitações, como nos casinos ou nos transportes que circulam no território. O consumo total de energia, gerado por diversas fontes, como gás natural, gasolina, gasóleo ou gás liquefeito, em 2019 foi de 46.632 terajoules para 32.1879 terajoules, em 2020, o que significa que houve uma quebra de cerca de um terço, 31 por cento. No entanto, os autores reconhecem que no que diz respeito à produção de electricidade em Macau, há limitações muito claras face à expectativa de haver uma redução significativa dos gases do efeito estufa. Em causa, está o facto de a maioria da energia local ser produzida em Zhuhai, o que faz com que as emissões não entrem na estatística local. A atestar este facto está o dado sobre a importação de electricidade, que sofreu uma alteração muito ligeira. Em 2020, foram importados de Zhuhai 17.459 terajoules de electricidade, quando em 2019 tinham sido importados 17,914 terajoules. A produção local foi de 2.025 terajoules, uma redução face a 2019, quando se tinham produzido na RAEM 2.987 terajoules. Apesar das limitações, os académicos destacam que a pandemia teve um lado positivo ao mostrar que as fundações da economia local são frágeis. “A pandemia da covid-19 é uma bênção escondida porque vai permitir que Macau atravesse um período de recuperação climática e repense a estrutura económica”, sublinharam.
Hoje Macau SociedadeCovid-19 | Detectados quatro casos de recaída As autoridades detectaram quatro casos de recaída da covid-19 após quatro residentes de Macau, oriundas de Hong Kong, terem testado “fracos positivos” à doença. Em causa estão quatro estudantes, três mulheres e um homem, com idades compreendidas entre os 19 e os 20 anos, que foram diagnosticados com covid-19 em Hong Kong entre os dias 16 e 17 de Fevereiro. Dois deles estão vacinados com duas doses da vacina mRNA/BionTech, enquanto que os outros dois têm as três doses da mesma vacina. Os quatro estudantes chegaram a Macau esta segunda-feira, às 14h, tendo viajado de Hong Kong num autocarro dourado. Com o resultado de “fraco positivo” os quatro estudantes foram encaminhados para o Centro Clínico de Saúde Pública de Coloane para isolamento, não apresentando sintomas.
Andreia Sofia Silva SociedadeDemografia | Mais TNR na construção civil. Menos em trabalhos domésticos Dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) revelam que o número de trabalhadores não residentes (TNR) era, no final do ano passado, 30.362, o que representa um aumento de 3.378 trabalhadores face a igual período de 2020. Por sua vez, registaram-se, em Dezembro, menos 3.372 TNR na área do trabalho doméstico, que empregava um total de 26.033 pessoas. No ano passado, existiam 2.627 indivíduos do Interior da China recém-chegados a Macau titulares de “Salvo-Conduto Singular”, uma quebra de 346 em termos anuais. Desses, 1705 eram provenientes de Guangdong, sendo que 65,9 por cento diz respeito a mulheres. No ano passado, foi concedida residência a 468 pessoas, menos 262 em termos anuais. Em Dezembro, Macau tinha uma população de 683.200 pessoas, mais 900 face a Setembro e mais 100 em termos anuais. A população local, que não inclui TNR ou estudantes vindos do exterior, era de 570.100 pessoas, um aumento de 1,1 por cento face a 2020. O índice de envelhecimento, aumentou para 83,7 por cento. No ano passado, morreram mais 90 pessoas face a 2020, num total de 2.320 óbitos. A maior causa das mortes foi a ocorrência de tumores malignos, num total de 873 casos e 37,6 por cento. Seguem-se as doenças de coração, com 253 casos, e pneumonia, 252, representando ambos 10,9 por cento do total de óbitos.
Pedro Arede Manchete SociedadeLago Nam Van | Rui Leão defende estudo de impacto visual Rui Leão defende que o Governo deve encomendar um estudo de impacto visual para as construções previstas para os lotes C1 e C4 do Lago Nam Van. Em causa, está o facto de a altura dos futuros edifícios, poder vir a impactar negativamente a envolvência de património classificado, como a Fortaleza de Nossa Sra. do Bom Parto, a Residência Consular Portuguesa e Igreja da Penha O arquitecto Rui Leão considera que o facto de existirem três edifícios classificados na área envolvente dos lotes C1 e C4 do Lago Nam Van, onde se prevê a construção de edifícios até 50 metros de altura junto ao actual edifício do Tribunal Judicial de Base, justifica a encomenda de um estudo de impacto visual por parte do Governo. Em causa, segundo os comentários elencados por Rui Leão através de uma nota escrita, está o impacto negativo que as novas construções poderão vir a ter nas imediações da Fortaleza de Nossa Sra. do Bom Parto (Monumento Classificado), da Residência Consular Portuguesa e da Igreja da Penha, sendo estes últimos classificados como edifícios de interesse arquitectónico. Para o arquitecto, a encomenda de estudos de impacto visual sobre a planta de condições urbanísticas (PCU) em questão, “justifica-se” dado estarem “previstos na Lei de Salvaguarda de Património para edifícios classificados ou em vias de classificação” e no “Plano de Gestão de Património, elaborado pelo Governo da RAEM”. Isto, além de que este tipo de estudo “é prática corrente pelo mundo fora”, incluindo em Hong Kong, China, Singapura, Japão, Coreia do Sul e Malásia. “Será má prática que num caso tão gritante, onde se encontram três edifícios classificados, não se cumpra com boas práticas de impacto visual sobre a áreas de património”, pode ler-se na nota enviada. “Caso esta PCU avance sem ser questionada e re-equacionada, para que precisamos de Leis e Planos de Gestão e Salvaguarda, se eles não são aplicados quando existe um contexto explicitamente essencial e crítico de valores patrimoniais. Não é obrigação do Governo (…) estabelecer precedentes nas situações que são exemplarmente importantes e em contextos históricos de relevância para história de Macau, como aliás foi o caso do Farol da Guia em 2008?”, questionou ainda Rui Leão. Para firmar a necessidade de realizar o estudo, o arquitecto alerta ainda para o facto de os corredores visuais definidos para a área serem “precários e indicativos”, dado que o impacto das novas construções apenas foi avaliado da partir de um único ponto de vista, ou seja um corredor visual, e não de um “campo alargado”. “Chamo a atenção que se devia falar neste caso em cone visual protegido, e nunca de corredor visual. Isto porque o corredor visual é claramente a definição de uma linha, e um cone visual é um campo alargado”, apontou. Respeitar a memória Para Rui Leão, a questão é tanto mais premente, tendo em conta que defende que as autoridades devem respeitar o plano original do “Fecho da Baía da Praia Grande”, que tinha como intenção, não só separar os novos aterros da linha histórica da costa através da criação de dois lagos, mas também de “manter a linha de encontro entre a cidade e o rio bem visível e reconhecível”. Por isso mesmo, o arquitecto considera que “não faz sentido” permitir que as cotas máximas permitidas sejam definidas de acordo com a cota alta do monte da Penha porque o contexto urbano em causa é diferente e se assume como ponto-chave para ligar “os novos aterros à antiga marginal, à Fortaleza do Bom Parto e à encosta”. Na opinião de Rui Leão, como alternativa, deve ser ponderado um traçado que obstrua “significativamente menos” os três edifícios classificados e o recorte da encosta da Penha. O arquitecto sugere, por isso, que a altura das construções seja definida como uma “sequência de degraus”, que diminui à medida que se afasta do edifício do futuro tribunal e se aproxima da Fortaleza do Bom Parto.
Hoje Macau SociedadeCrime | Consome droga e tenta entrar em escola Um homem, com 44 anos, foi detido na sexta-feira, devido a ter consumido estupefacientes e ter tentado entrar numa escola na Zona Norte do território. O caso foi revelado ontem pela Polícia Judiciária, que foi alertada para o estado de “anomalia psíquica” do indivíduo por um dos funcionários da instituição escolar. Segundo o relato, na sexta-feira, o homem que aparentava estar alterado, fez uma primeira tentativa para entrar na escola fazendo-se passar como pai de uma criança. No entanto, o funcionário conseguiu perceber que não era encarregado de educação e não permitiu a sua entrada. Momentos mais tarde, o homem voltou a insistir, desta vez pegando numa das crianças pela mão. Todavia, voltou a ser barrado e o funcionário ligou para as autoridades a alertar para o sucedido. Quando a polícia chegou ao local, foi alertada por um outro residente de que um homem suspeito se encontrava numa casa-de-banho pública, onde se teria injectado com uma substância proibida. A PJ deslocou-se ao local e encontrou duas seringas abandonas, uma das quais com vestígios de metadona. Apesar de o sujeito não ter confessado a prática do alegado crime, a PJ considerou estarem reunidos os indícios necessários, depois de ter havido outros depoimentos de residentes da zona. O caso foi assim reencaminhado para o Ministério Público e o homem está indiciado pela prática do crime de consumo ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas, que implica uma pena de pode ir de 3 meses a 1 ano de prisão, ou 60 a 240 dias de multa.
Pedro Arede SociedadeSubchefe do CPSP com ligação a sala VIP suspeito de corrupção Um subchefe do Departamento de Trânsito do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) é suspeito da prática de crimes de corrupção passiva após o Comissariado contra a Corrupção (CCAC) ter recebido uma denúncia a indicar que o agente providenciava informações sobre a polícia ao dono de uma sala VIP, em troca de benefícios. “Um subchefe (…) [terá] praticado crimes de corrupção passiva revelando a um dono de uma sala de jogo informações sobre o corpo policial. Por sua vez, o referido dono da sala de jogo ofereceu ao subchefe e à sua esposa alojamento em suites de luxo como retribuição”, pode ler-se numa nota divulgada ontem pelo CCAC De acordo com o comunicado, após a investigação, o organismo confirmou que o subchefe se manteve “frequentemente em contacto” com indivíduos de uma sala VIP de um casino, “tendo entrado e permanecido ilegalmente em salas VIP dos casinos por diversas vezes”. “O subchefe terá fornecido informações sobre o corpo policial a um dono de uma sala VIP de um casino e recebido, em troca, dinheiro e alojamento gratuito em quartos de hotel entre outros benefícios”, pode ler-se na mesma nota. Disfarce perfeito No decorrer da investigação, o CCAC encontrou na casa do subchefe “uma grande quantidade de dinheiro, diversos equipamentos de comunicação e documentos”, bem como telemóveis e computadores relacionados com o caso. O subchefe terá praticado os crimes de abuso de poder e de corrupção passiva para acto ilícito previstos no Código Penal, pelos quais poderá vir a ser punido com pena de prisão até 3 anos ou pena de multa, pelo primeiro, e com pena de prisão entre 1 e 8 anos. Por seu turno, o dono da sala VIP do casino terá praticado o crime de corrupção activa, pelo qual poderá vir a cumprir uma pena de prisão até 3 anos ou uma pena de multa O caso foi encaminhado para o Ministério Público. Sob proposta do Ministério Público, o juiz do Juízo de Instrução Criminal autorizou a aplicação, aos indivíduos, das medidas de coacção de prestação de caução e de apresentação periódica, entre outras.
Hoje Macau Manchete SociedadeDia da Mulher | Pandemia acelerou desigualdade de género no território Números de pedidos de assistência na Associação Geral de Mulheres mais que triplicou devido à pandemia. Perda de rendimentos e de emprego entre as principais causas das solicitações de auxílio Especialistas disseram à agência Lusa que a pandemia de covid-19 acelerou a desigualdade de género em Macau, com a Associação Geral de Mulheres a registar um aumento considerável de pedidos de ajuda nos últimos dois anos. Segundo a associação, o número de pedidos ajuda cresceu significativamente em comparação com o período pré-pandémico: 359 casos em 2018, 337 em 2019, 1.236 casos em 2020 e 904 em 2021. “A pandemia causou a algumas mulheres a perda dos seus empregos, perturbou o mercado de empregadas domésticas em Macau, aumentou as responsabilidades financeiras e familiares das mulheres, e dificultou a progressão das mulheres em Macau na carreira profissional, o que, de facto, afectará o progresso da igualdade de género”, salientou a professora associada da Universidade de Macau e ex-deputada da Assembleia Legislativa, Agnes Lam. De acordo com os últimos dados oficiais, a população feminina ainda é superior à população masculina, representando 53 por cento da população total, sendo que a taxa de participação da força de trabalho feminina é de 66,8 por cento. No entanto, “as mulheres representam 44,1 por cento do número total de funcionários públicos e 41 por cento do número total de líderes e dirigentes”, adiantou a deputada e vice-presidente da Direcção da Associação Geral das Mulheres de Macau, Wong Kit Cheng. A Associação Geral de Mulheres é uma das mais influentes no território ao nível da representação do género feminino, mas marcada por uma forte componente tradicional. Em 2013, recusou apoiar uma proposta de lei a criminalizar a violência doméstica. Licenças de maternidade Outra das questões onde a diferença de género fica marcada, é na legislação e na atribuição de uma licença de maternidade paga até 70 dias para as funcionárias. Apesar de a lei ter sido revista nos últimos anos, os homens têm direito a apenas cinco dias de licença de paternidade. Agnes Lam sustentou que Macau é uma sociedade com fortes valores tradicionais, na qual “o homem ganha o dinheiro, enquanto a mulher se ocupa das tarefas domésticas” e que a entrada das mulheres na política não é bem vista. “Isto é uma fonte de desigualdade”. “Além disso, muitas mulheres em Macau são novas imigrantes que casaram no país e têm poucos laços sociais próprios, o que as torna um grupo de alto risco para a violência doméstica em Macau”, acrescentou. De acordo com um último estudo governamental, datado de 2017, o Índice de Desigualdade de Género de Macau deixa o território em 14.º lugar, entre 189 países/regiões do mundo.
Andreia Sofia Silva SociedadeJogo | Número de trabalhadores em queda. Média salarial aumenta O sector dos casinos e lotarias registou, em termos anuais, uma quebra de 1774 trabalhadores, sendo que, no final do quarto trimestre do ano passado, estavam empregadas nesta área um total de 54.839 funcionários a tempo inteiro. Os dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) ontem divulgados revelam ainda uma quebra no número de croupiers a trabalhar, 758, sendo que estão actualmente empregados 24.406 no total. Em relação ao pessoal dos serviços e vendedores era, no quarto trimestre do ano passado, 4.899, representando uma queda homóloga de 410. Estes dados, que não incluem promotores ou colaboradores de jogo, mostram também uma ligeira subida, de 1,1 por cento, na remuneração média dos trabalhadores deste sector. O ordenado médio está hoje nas 23.700 patacas, enquanto que a remuneração média dos croupiers é de 20.020 patacas. No fim do trimestre em análise existiam apenas 58 postos vagos no sector das lotarias e outros jogos de aposta, correspondendo a um aumento homólogo de 32. No mesmo período foram recrutados 128 pessoas, enquanto que 521 trabalhadores deixaram os seus empregos nesta área. Segundo a DSEC, “a taxa de recrutamento de trabalhadores (0,2 por cento) e a taxa de rotatividade de trabalhadores (0,9 por cento) diminuíram ambas 0,1 pontos percentuais, em termos anuais, enquanto a taxa de vagas foi somente de 0,1 por cento”. Os números “reflectem que a procura de mão-de-obra no sector das lotarias e outros jogos de aposta permaneceu num nível relativamente baixo”, aponta a DSEC em comunicado. Quanto à formação profissional, mais de 309 mil pessoas frequentaram cursos de formação profissional organizados pelas empresas do sector do jogo, um aumento de 57,3 por cento em termos anuais.
Hoje Macau SociedadeDSEDJ | Alunos de Tanzhou regressam hoje às aulas Os alunos e docentes que frequentam o ensino de Macau e vivem na Vila de Tanzhou, em Zhongshan, estão autorizados a partir de hoje a regressar às aulas presenciais. A decisão foi anunciada no sábado pela Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ). “A Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude, após ter auscultado os pareceres dos Serviços de Saúde, decidiu que os estudantes e o pessoal docente e não docente das instituições do ensino superior e das escolas do ensino não superior de Macau, residentes nessa vila, vão também retomar as aulas e o ensino presencial no dia 7 de Março”, pode ler-se no comunicado. A decisão surgiu depois de as autoridades terem concluído que a situação em Tanzhou é estável, uma vez que também nesta vila do Interior as aulas vão ser hoje retomadas. Para este desfecho terá ainda pesado o facto de os testes realizados em Macau terem resultados negativos. A DSEDJ voltou também a insistir na vacinação de docentes, crianças e pais. “Tendo em conta a gravidade da situação epidémica nas regiões vizinhas, assim como a existência de casos mortais e de doenças graves resultantes da infecção com o novo tipo de coronavírus relacionados com crianças, a DSEDJ vem novamente apelar a pais e encarregados de educação para que vacinem o mais rápido possível os seus educandos com idade igual ou superior a 3 anos”, foi apelado. Segundo a DSEDJ a vacinação contribui para proteger a saúde e segurança dos agentes escolares.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCovid-19 | Testes a grupos de contacto com infectada deram todos negativo Os mais de 170 mil testes realizados nos últimos dias tiveram todos resultado negativo. Apesar disso, o território registou mais dois casos importados assintomáticos, o que significa que o número de positivos desde o início da pandemia se mantém em 82 casos Todos os testes realizados após a entrada no território de uma mulher do Interior infectada com covid-19 deram resultado negativo. O anúncio foi feito na sexta-feira pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, que indicou terem sido testadas 28.861 pessoas. A pessoa infectada é originária da Vila de Tanzhou da Cidade de Zhongshan da Província de Guangdong e deslocava-se frequentemente a Macau, onde as autoridades suspeitam que praticava actividades de comércio paralelo. Por isso, após o caso ter sido detectado, foram impostos teste em massa para três grupos: indivíduos que saíram ou entraram em Macau por mais de 4 vezes, nos dias 25, 26, e 27 de Fevereiro; pessoas com percurso comum com a mulher que testou positivo e ainda indivíduos que entraram ou saíram pelas Portas do Cerco entre os dias 25 e 27 de Fevereiro. Além dos testes ao grupo de contacto, o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus apontou que desde 28 de Fevereiro até sábado tinham sido realizados 142.070 testes de ácido nucleico em outros postos, também todos com resultados negativos. Importações vizinhas O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus anunciou no sábado mais dois casos importados, que não entram nas estatísticas por serem assintomáticos. Os casos dizem respeito a uma residente de Macau e uma cidadã das Filipinas, que vieram de Hong Kong e acusaram positivo no teste de ácido nucleico. Não existe qualquer relação entre as duas pessoas infectadas. A mulher local tem 46 anos e tinha sido inoculada com duas doses da vacina Sinopharm, em Junho e Julho de 2021, e ainda uma dose de vacina Sinovac em Hong Kong. Entrou em Macau, depois de ter apanhado um autocarro dourado às 12h de 4 de Março. Foi encaminhada para o Centro Clínico da Saúde Pública de Alto de Coloane para isolamento médico. Por sua vez, a empregada doméstica, de 36 anos de idade, recebeu 2 doses da vacina Sinovac em Julho e Agosto de 2021. Entrou em Macau, por volta das 19h do dia 19 de Fevereiro num veículo privado. A mulher é acompanhante e cuidadora do caso da infecção assintomática confirmado no dia 1 de Março, uma criança com 6 anos. Por isso, já estava desde 2 de Março no Centro Clínico de Saúde Pública de Alto de Coloane. Até ontem tinham sido registados no território 82 casos confirmados de Covid-19 e 41 casos de infecção assintomática.
Hoje Macau Manchete SociedadeIncerteza geopolítica afecta perspectivas dos casinos norte-americanos em Macau O analista Edward Moya considerou que a incerteza sobre o posicionamento da China no conflito Rússia-Ucrânia vai afetar as perspectivas do jogo em Macau, quando estão a ser finalizadas as alterações das regras de licenciamento de casinos. “O maior risco neste momento são as tensões geopolíticas”, indicou o analista sénior para as Américas da corretora Oanda. “Não sabemos exatamente qual será a próxima jogada dos chineses, se vão apoiar a Rússia, se vão movimentar-se no Mar do Sul da China”, indicou. Os operadores norte-americanos Sands, Wynn e MGM têm licenças de jogo em Macau que vão expirar no final do ano. O processo de renovação será feito após aprovada a reforma da lei, a maior dos últimos vinte anos, que deverá incluir uma redução do período de licenciamento para dez anos e requisitos de dupla nacionalidade para os directores. “O que parece é que os operadores de casinos norte-americanos vão ser um pouco espremidos”, afirmou Edward Moya, apesar de haver a expectativa de que se mantenha o ‘status quo’. “Quaisquer mudanças abruptas abririam a porta a retaliação e essa não parece ser a carta que os chineses querem jogar”. No entanto, além de ser necessário perceber qual a versão final da emenda da legislação que enquadra os casinos, há um grande ponto de interrogação sobre os investimentos futuros. “Até sabermos exactamente qual o cenário geopolítico e a relação entre a China e a Rússia e a China e os Estados Unidos, não vamos ter grande confiança no futuro”, disse Edward Moya. “Há uma crença de que a China não vai tomar uma posição dura contra o Ocidente, mas se por alguma razão o fizer, então isso vai complicar tudo para os operadores de casinos sediados nos Estados Unidos”, avisou. A China é um mercado de crescimento crucial para estes operadores, que investiram muito no mercado e antes da pandemia tinham grande parte (MGM) ou a maior parte (Wynn e Sands) das suas receitas a provir de Macau. “Se daqui a uns meses parecer que há uma aliança entre a China e a Rússia e houver uma escalada do conflito militar e movimentos de navios no Mar do Sul da China, penso que haverá questões sobre a manutenção das licenças de jogo na China”, considerou o analista. “É um risco forte e importante. Até termos clareza nisto, não vamos ver decisões sobre investimentos na China”, acrescentou. O que o analista considera possível é ver os operadores a focarem-se no mercado doméstico dos Estados Unidos e em regiões como o Médio Oriente, onde poderão abrir novos casinos. A Europa, que estava com boas perspectivas, mudou de figura. “Mesmo depois de aliviada a crise Rússia-Ucrânia, muitos europeus vão ter de lidar com preços energéticos muito elevados”, indicou Moya. “Toda a gente pensou que a Europa ia beneficiar de alguns anos bastante fortes, e agora essa previsão está a ser completamente revista”, disse. “Vamos ver um consumidor europeu enfraquecido e isso nunca é bom para os casinos”. A esta incerteza acresce a situação da pandemia de covid-19, cujas restrições afectaram brutalmente as receitas dos casinos, em particular em Macau. Notícias de que o executivo chinês estará a preparar-se para aliviar algumas restrições deram um grande impulso às ações dos operadores de casinos na primeira semana de março. Todavia, Moya referiu que o mercado ainda será vulnerável a possíveis novas variantes e que os consumidores vão apostar primeiramente em viagens. “Os casinos podem fazer parte disso, mas não será a primeira escolha para muita gente”.
Pedro Arede SociedadeMulheres | Caso de idosa que esfaqueou marido preocupa Associação A assistente social do Centro de Solidariedade Social Lai Yuen da Associação Geral das Mulheres de Macau, Fok Im Hong, mostrou-se muito preocupada com o caso de violência doméstica que envolveu um casal de idosos e acabou com a mulher a esfaquear o marido por quatro vezes, após uma discussão. Em declarações ao jornal Ou Mun, a representante do organismo sublinhou que a situação demonstra que a violência doméstica é um problema que não distingue “idades ou géneros” e a população deve ser capaz, não só de eliminar eventuais estereótipos sobre uma matéria que deve ser encarada com “tolerância zero”, mas também de prestar maior atenção às necessidades daqueles que lhes são próximos. Além disso, para Fok Im Hong, dado que o contexto da pandemia de covid-19 tem contribuído para aumentar as preocupações financeiras e sociais da população de Macau, os residentes não devem hesitar em assumir as dificuldades por que estão a passar ou pedir ajuda para a resolução de disputas familiares, com o objectivo de “evitar a deterioração das relações familiares”. “À luz da pandemia de covid-19, acreditamos que a população está mais vulnerável a problemas financeiros e sociais e que os residentes devem ser mais proactivos no apoio que dão aos seus familiares e amigos, independentemente da idade (… ) de modo a evitar incidentes infelizes”, disse ao jornal Ou Mun. Segundo a PJ, citada pelo jornal Tribuna de Macau, a agressão aconteceu na passada segunda-feira, após uma troca de insultos, que levou a mulher de 72 anos a atacar o marido com uma faca, também ele na casa dos 70 anos. O homem foi esfaqueado por quatro vezes, tendo sofrido ferimentos numa das orelhas e nas costas. Depois da agressão, a idosa viria a entregar-se à polícia pelo seu próprio pé, tendo o caso seguido para o Ministério Público. A detida vai agora responder pelo crime de ofensa grave à integridade física, pelo qual pode vir a ser punida com pena de prisão entre os 2 e os 10 anos.
João Luz Manchete SociedadeSegurança | Crimes informáticos e de emigração ilegal com subidas exponenciais O balanço da criminalidade de 2021 revela um disparo dos crimes informáticos, das burlas por telefone e dos delitos penais relacionados com emigração e permanência ilegal, decorrentes do cancelamento de blue cards e dificuldades para viajar. Wong Sio Chak aponta que a contabilidade criminal do ano passado se situa algures entre os números de 2019 e 2020 A crescente popularidade e uso da internet para compras, transacções bancárias, sociabilização e entretenimento, assim como as repercussões sociais da pandemia em Macau, ditaram mudanças nos padrões de criminalidade verificados no território ao longo do ano passado. Segundo o balanço da criminalidade, divulgado ontem pelo Governo, o número de crimes registado no ano passado situou-se algures entre 2020 e 2019, antes da pandemia. “Resumindo as estatísticas da criminalidade e dos trabalhos de execução da lei entre os anos de 2019 e 2021, constata-se que o número total de crimes registado do ano 2021 é um número que se situa entre os números de 2020 e de 2019 (registou-se um total de 11.376 crimes em 2021, de 10.057 crimes em 2020 e de 14.178 crimes em 2019), e não se verificaram alterações significativas no crime violento que prejudiquem gravemente a segurança da sociedade, pelo que consideramos que a situação geral de segurança se apresentou estável”, conclui o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak. Um dos crimes que mais subiu no ano passado foi o aliciamento, auxílio, acolhimento e emprego ilegal a emigrantes ilegais/indivíduos com permanência ilegal, que o Governo afirma apresentar uma “tendência de aumento nos últimos dois anos”. No ano passado registaram-se 696 casos, o que representa um aumento de 73,6 por cento em relação a 2020, e uma subida de 104,1 por cento em relação a 2019. A larga maioria dos casos, 80 por cento, prendeu-se com acolhimento de pessoas em situação de permanência ilegal. Wong Sio Chak explica este fenómeno com as medidas restritivas que a pandemia obrigou a implementar, nomeadamente na redução da frequência de voos internacionais, ou mesmo da sua suspensão total. “Alguns não residentes de Macau não podem, ou não querem, regressar aos seus locais de origem após o termo da autorização do período de permanência, ou, ainda, temem ser compulsivamente expulsos quando se apresentam”, contextualiza Wong Sio Chak. Face a esta nova situação, o Governo passou a manter “comunicação activa com embaixadas e consulados de vários países com o objectivo de obtenção de assistência ao regresso de pessoas retidas em Macau”. No comentário ao balanço da criminalidade, o governante sublinha que o acolhimento ou a contratação consciente de imigrantes ilegais ou em situação irregular constitui crime. Cuidados na internet A solidão a que muitos ficam votados nos tempos que correm foi uma vulnerabilidade usada por criminosos, com particular incidência nas burlas telefónicas, que no ano passado aumentaram exponencialmente, com 91 casos registados, o que representa um acréscimo de 193,5 por cento em relação a 2020. Entre as burlas on-line, a “burla de namoro on-line” e a burla em apostas ilegais online, conhecida como “Sha zhu pan”, são os mais comuns. O criminoso começa por estabelecer uma relação íntima, através da internet, com a vítima, ganhando a sua confiança e passando-se por uma pessoa de extremo talento e sucesso, para posteriormente lhe pedir dinheiro. Outro tipo de “engodo” é aliciar a vítima com investimentos de elevado retorno. O ano passado foi também marcado pelas burlas em que os criminosos fingem ser funcionários do Governo da RAEM, ou de regiões vizinhas, ou bancários. A criminalidade informática também aumentou consideravelmente no ano passado, uma tendência que se vem verificando desde 2019. No ano transacto, foram registados 800 crimes informáticos, uma subida de 50,7 por cento em relação a 2020 e um aumento de 196,3 por cento comparado com 2019. A larga maioria deste tipo de delito, 82,9 por cento, verificou-se com a utilização de informações de cartão de crédito para consumo online. O Governo explica o aumento destes crimes com “a dependência do público da Internet e a falta de vigilância e alerta, em resultado da influência da epidemia”. História de violência Mesmo sem alterações significativas no número de crimes violentos, registou-se uma ligeira subida, como os 3 casos de homicídio, que representaram uma subida de 1 caso relativamente a 2020. Todos os homicídios estiveram ligados a troca ilegal de moeda, as vítimas eram todas originárias do Interior da China e o modus operandi dos três crimes foram muito semelhantes. Finalmente, no ano passado foram detidos e presentes ao Ministério Público 3.995 indivíduos, uma subida de 380 indivíduos e de 10,5 por cento em relação a 2020 e uma descida de 40 por cento comparando com 2019.
João Santos Filipe SociedadeAPOMAC | SSM lamentam fecho de clínica mas disponibilizam auxílio Os Serviços de Saúde (SSM) lamentaram o encerramento da clínica da APOMAC – Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau, mas dizem poder servir as pessoas afectadas. A posição foi tomada ontem, através de um comunicado. “Os Serviços de Saúde lamentam a suspensão do funcionamento da clínica”, pode ler-se. “Os Serviços de Saúde enfatizam que prestam serviços médicos adequados a todos os residentes de Macau, incluindo aos membros desta associação, de acordo com os níveis de gravidade e urgência da doença, tais como serviços de cuidados médicos especializados e comunitários”, foi acrescentado. A polémica em torno da clínica da APOMAC começou no final do ano passado, quando alterações legislativas fizeram com que a clínica só pudesse ser subsidiada pelos SSM, em vez da Fundação Macau, como costumava acontecer. Contudo, os SSM exigem que os serviços da clínica sejam abertos a toda a população. Só nessa condição pode haver financiamento. Por sua vez, a APOMAC considera que os seus estatutos impedem que os serviços da clínica sejam prestados a quem não é sócio. A posição da APOMAC é vista como inaceitável para os SSM. “Tem sido transmitido, de forma clara, a essa associação, quais são os princípios de concessão de subsídios às organizações sem fins lucrativos, tidos com base nos princípios de justiça e preferências generalizadas”, foi explicado. “Os destinatários dos serviços médicos prestados pelas instituições médicas sem fins lucrativos subsidiadas são obrigatoriamente todos os cidadãos de Macau, não podendo servir apenas os seus associados”, foi complementado. Apesar da posição, os SSM garantiram que “já comunicaram de forma aprofundada e por escrito com esta associação em relação a este assunto” e que vão “colaborar com instituições médicas sem fins lucrativos elegíveis de acordo com a Lei, no sentido de prestar serviços de cuidados de saúde adequados aos cidadãos de Macau”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCovid-19 | SSM sem base científica para critérios de quarentenas Pela segunda semana consecutiva, a médica Leong Iek Hou foi incapaz de avançar com uma justificação para a diferença de quarentenas para quem vem de Hong Kong ou do resto do mundo. Ontem, a RAEHK registou 56.827 casos, contra 8.833 em Portugal Os Serviços de Saúde estão a analisar uma redução das quarentenas para quem vem para Macau do estrangeiro. No entanto, não conseguem justificar cientificamente o facto de exigirem 14 dias de quarentena para quem chega de Hong Kong e 21 dias para pessoas vindas do estrangeiro. Pela segunda semana consecutiva, Leong Iek Hou, médica e coordenadora do Centro de Coordenação e de Contingência do novo tipo de coronavírus, foi confrontada sobre os critérios científicos que justifiquem a diferença de quarentenas e pela segunda vez não respondeu. Em vez disso, acenou com o “fantasma” do perigo vindo de fora, mesmo que tenha reconhecido que a situação em Hong Kong deixou de ser estável e é grave. “A nível mundial, e ao dia de hoje, a situação epidémica é muito grave, na Europa, na América e nos outros países do Sul da Ásia. Por isso, continuamos a exigir um prazo de quarentena de 21 dias”, justificou. “Estamos a monitorizar as novas situações, para ver se há possibilidade de ajustar os prazos de quarentena, nomeadamente reduzir o prazo de 21 dias para 14 dias”, acrescentou. Sobre a situação de Hong Kong, ontem as autoridades anunciaram a existência de 56.827 casos positivos de covid-19. Um recorde desde o início da pandemia. Para fazer uma comparação, Portugal teve no dia 2 de Março, os dados mais recentes à hora da publicação, 8.833 ocorrências. Leong Iek Hou mencionou ainda que para haver um ajustamento das quarentenas era preciso “verificar o período de incubação, dos casos confirmados nos últimos 14 dias”. Diferença de critérios Se, por um lado, para reduzir as quarentenas, Leong Iek Hou precisou de destacar que é necessário estudar o período de incubação para os casos mais recentes importados em Macau, por outro, não teve dúvidas em balizar o período de quarentena para quem vem de Hong Kong. A diferença foram alguns minutos de conferência de imprensa e uma pergunta diferente. “A ómicron, com base nos dados que dominamos, tem um período de incubação de três a cinco dias. Em alguns casos, o período de incubação pode chegar a 14 dias, mas normalmente é dentro dos 14 dias. Só em casos excepcionais, o período de incubação pode ultrapassar esses 14 dias, como aconteceu na China”, indicou. “Hong Kong está numa situação muito grave, mas a percentagem dos casos positivos vindos de HK é de 2,6 por cento”, acrescentou. A taxa de casos positivos vindos de fora não foi apresentada. Também sem explicação científica, ficou o facto de os casos “excepcionais” com um período de incubação superior a 14 dias terem sido detectados na China, mas a medida de quarentena de 21 dias ser aplicada a quem vem do estrangeiro. Minutos depois do final da conferência semanal, os SSM revelaram ainda a existência de mais um caso importado de Hong Kong, de um residente com 53 anos, que tinha duas doses da vacina Sinopharm. Sem apresentar sintomas, o caso não entra para a estatística oficial. Até ontem, Macau declarava a existência de 82 casos confirmados de COVID-19. Por outro lado, houve 38 casos de infecção assintomática, que não entram nas estatísticas. Critérios apertados O Governo anunciou que quem desejar visitar lares da terceira idade vai ter de fazer um teste a cada 48 horas, no caso de não estar vacinado. A novidade foi avançada ontem por Choi Sio Un, chefe do Departamento de Solidariedade Social do Instituto de Acção Social. No caso de terem duas doses das vacinas de covid-19, o teste é pedido para cada sete dias. Choi explicou também que neste momento há 1.000 idosos nos lares que não querem ser vacinados, apesar de estarem aptos.
Hoje Macau SociedadeDSEDJ | EPM e D. José da Costa Nunes recebem mais 20 milhões A Escola Portuguesa de Macau recebeu apoios de cerca de 19 milhões de patacas da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), no último trimestre de 2021. Os números foram revelados ontem, através da publicação dos apoios distribuídos em Boletim Oficial. Entre os 19 milhões de patacas entregues à escola dirigida por Manuel Machado, 3,3 milhões de patacas foram cedidos no âmbito do subsídio para o ensino integrado no ano lectivo de 2021/2022. Por outro lado, 2,6 milhões foram justificados com o protocolo de cooperação entre a DSEDJ e a Fundação Escola Portuguesa de Macau, 8 milhões de patacas com a concessão de subsídios de propinas e 1.360 patacas para a vacinação de professores e alunos. Para o bolo de 19 milhões de patacas contribuíram igualmente os subsídios para a para prestação de serviços de aconselhamento aos alunos, plano de subsídio para actividades extracurriculares, subsídio para melhoria do rácio turma/professor ou do rácio professor/aluno, subsídio para aquisição de manuais escolares, subsídio para a elaboração de contas das instituições educativas particulares sem fins lucrativos e ainda para as propinas do curso intensivo de língua portuguesa. Dos pequenos Por sua vez, o Jardim de Infância Dom José da Costa Nunes recebeu 2 milhões de patacas em apoios da entidade. Entre o montante, 344,4 mil patacas dizem respeito ao subsídio para prestação de serviços de aconselhamento aos alunos, 451,2 mil patacas em subsídio para a melhoria do rácio turma/professor ou do rácio professor/aluno, 684 mil patacas para a aquisição de manuais escolares e 526,5 mil patacas como parte do subsídio para o ensino integrado do ano lectivo.
João Santos Filipe Manchete SociedadeMelco | Lawrence Ho fala de “implosão” VIP. Prejuízos caem para 811 milhões O presidente e CEO da Melco referiu-se à “implosão” do jogo VIP em Macau, numa altura em que as receitas do segmento caíram entre 21 e 46 por cento no último trimestre de 2021. Operadora anunciou prejuízos líquidos anuais de 811 milhões de dólares, uma redução de 389 milhões em relação a 2020 O presidente e CEO da Melco Resorts and Entertainment, Lawrence Ho, referiu-se ao momento em que a operadora deixou de trabalhar com os promotores de jogo em Dezembro do ano passado na sequência do caso Suncity, como a “implosão” do segmento VIP em Macau. Isto, depois de ter revelado que as receitas do sector VIP caíram entre 21 e 46 por cento no último trimestre de 2021. A declaração do presidente da Melco surgiu durante a conferência de apresentação de resultados da empresa, em resposta às preocupações levantadas por um analista da JP Morgan em relação às operações da Melco no Altira. “Considero que, mesmo antes de o sector VIP e dos junkets ter implodido, o foco depositado no Altira já tinha sido direccionado para o sector premium de massas. De facto, tendo em conta o actual fluxo de visitantes que vêm a Macau, não se justifica manter a participação em propriedades como o Altira. No entanto, esperamos que, com a normalização da covid-19 e o retorno do número de visitantes para valores normais ao longo de 2022, o Altira pode ocupar um posicionamento de nicho”, disse Lawrence Ho segundo uma nota oficial. Recorde-se que em Novembro de 2021, a indústria do jogo de Macau foi afectada pela queda do maior angariador de apostas VIP do mundo, o grupo Suncity, logo após ter sido decretada a prisão preventiva do director executivo do grupo, Alvin Chau. Poucos dias depois, a Suncity anunciou o fim das operações relacionadas com os junkets, já depois de ter encerrado as salas de jogo VIP em Macau, sendo que o grupo estava presente em mais de 40 por cento dos casinos do território. Sobre a performance da Melco Resorts no decorrer de 2021, foram anunciados prejuízos anuais líquidos de 811 milhões de dólares, traduzindo-se numa redução em relação a 2020, altura em que foram registados 1,2 mil milhões de dólares de prejuízos. Detalhando os resultados do último trimestre de 2021, a operadora anunciou prejuízos líquidos de 159,9 milhões de dólares, em comparação com os 199 milhões registados no ano anterior. Em termos trimestrais, foi reportado um aumento de receitas de 16,18 por cento em relação ao período compreendido entre Julho e Setembro. Mais clareza Convidado a comentar o andamento da nova proposta da lei do jogo, Lawrence Ho apontou que, apesar de o processo estar a ser conduzido de uma forma “justa e razoável”, ainda é preciso obter “clarificações” por parte do Governo. Isto, quando a nova lei jogo prevê que serão concedidos três anos para que todos os casinos satélites passem a estar localizados em bens imóveis pertencentes às concessionárias. A Melco detém dois casinos deste tipo (Studio City e Grand Dragon). “Nunca olhámos para o Studio City como um casino satélite, dado que a Melco Resorts é proprietária da maioria do Studio City e que a revisão da lei do jogo também não encara o Studio City como um casino satélite. Até agora, o processo da lei do jogo tem sido expedito, justo e razoável, embora estejamos ainda à procura de obter algumas clarificações por parte do Governo, antes da aprovação da lei pela Assembleia Legislativa algures em Junho. Por isso, iremos trabalhar com o Governo nessa frente”, apontou o presidente da Melco.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEstudo / Covid-19 | Grávidas sofreram com ausência forçada de parceiros A resposta inicial do Governo à covid-19 foi elogiada num estudo publicado na revista Studies on Social and Education Sciences 2021. Contudo, as medidas que impediram os pais de acompanhar os nascimentos deixaram marcas profundas As limitações impostas pelo Governo às visitas aos hospitais e a ausência forçada dos pais deixaram as mães com marcas psicológicas negativas. A conclusão faz parte de um estudo sobre os impactos da covid-19 nas grávidas durante a pandemia, publicado na revista Studies on Social and Education Sciences 2021. O estudo foi publicado recentemente pelos académicos Wang Xin, Liu Ming e Ho Ka Ian, da Universidade Politécnica de Macau, e teve por base a entrevista com 18 grávidas, entre Novembro e Dezembro de 2020. O objectivo passou por analisar a forma como a pandemia afectou a experiência da gravidez durante a covid-19. Segundo os resultados apurados, a resposta do Governo, principalmente a rapidez inicial, mereceu muitos elogios das entrevistadas. Contudo, houve um preço a pagar: “Alguns dos participantes revelaram ter sentido dificuldades para lidarem com alguns aspectos, como a interrupção das consultas de rotina, o cancelamento das sessões presenciais de educação sobre a gravidez, entre outros”, pode ler-se no trabalho. Limitações nas visitas Entre Janeiro e Maio de 2020, foram várias as medidas que limitaram a presença dos pais no serviços pós-parto, com limitação das visitas e do tempo das mesmas. Este processo, fez com que algumas das mulheres se tivessem sentido desamparadas e com receio de voltarem a engravidar. “As mães tiveram de enfrentar o processo do nascimento sozinhas, o que levou algumas das entrevistadas a dizer que a gravidez durante a pandemia deixou uma marca psicológica, com impacto negativo para futuras gravidezes”, foi revelado. Por outro lado, o estudo permitiu ainda concluir que as futuras mães com parceiros que exercem profissões de risco, ou seja, aquelas da linha da frente no combate à pandemia, como bombeiros, médicos ou polícias, mostraram-se sempre mais preocupadas com as infecções dos parceiros. “As mulheres grávidas admitiram estar sob uma pressão psicológica tremenda quando os membros das famílias, e principalmente os maridos, estavam a trabalhar na linha da frente”, foi vincado. Apesar dos vários problemas indicados, o estudo concluiu que a rapidez da resposta por parte do Governo mereceu muitos elogios e foi apoiada pelas pessoas entrevistadas.