Cinema | CCM apresenta 11 produções locais de jovens cineastas 

A 14ª edição da iniciativa “O Poder da Imagem”, que apresenta produções locais de jovens realizadores de Macau, regressa ao Centro Cultural de Macau entre os dias 5 e 8 de Maio. O cartaz promete estar recheado de histórias urbanas, entre o género curta-metragem e documentário

 

O Centro Cultural de Macau, sob a égide do Instituto Cultural, apresenta a 14.ª edição do Macau – O Poder da Imagem, a decorrer de 5 a 8 de Maio (de quinta a domingo) no Pequeno Auditório. A plataforma cinematográfica local está de regresso com uma mescla de realizadores emergentes e experientes que vão estrear uma série de novas narrativas projectadas em seis sessões.

Das curtas-metragens e documentários aos filmes de animação, a edição deste ano do Poder da Imagem (LVP) apresenta 11 produções, revelando dramas sociais e humanos, contando tanto histórias pessoais como ficcionais, inspiradas pela família, por experiências urbanas e um sentido de pertença comunitário.

Tendo ao longo dos últimos 13 anos comissionado para cima de 140 filmes, o LVP tem estimulado a arte cinematográfica, desafiando realizadores locais a materializar os seus projectos no grande ecrã, alguns dos quais viram as suas produções premiadas pela crítica internacional.

Um dos filmes incluídos nesta selecção é “Herança de Família”, de João Nuno Brochado, realizador e docente na Universidade de São José desde 2016. Natural da cidade do Porto, Portugal, João Nuno Brochado é formado em Som e Imagem pela Universidade Católica Portuguesa, tendo já trabalhado na realização de filmes, documentários e campanhas publicitárias. Além da carreira académica, João Nuno Brochado tem a sua própria produtora, a Cimbalino Films.

A estreia de “Herança de Família” acontece dia 6 de Maio, podendo ser visto no ecrã do pequeno auditório do CCM juntamente com produções como “O Paraíso Perdido da Aves”, de Suki Chan, “Medusa”, de Zue Ku, e “Voar para Casa”, de Kiwi Chan.

Estreias anunciadas

No primeiro dia de exibições o cartaz inclui “Jardim de Sonho”, de Tang Chi Fong, e “O Fantasma e o Gato”, de Lei Weng I. O público poderá ainda ver, no dia 5, películas como “O Melhor Presente de Sempre”, de Hao Chit, e “As Traseiras”, de Chao Kin Kuan.

No sábado é dia de estreia de “Punctum”, de Kate Ngan Wa Ao, uma artista que trabalha sobretudo com fotografia e media digitais e que estuda na Polónia há seis anos. Também neste dia, serão exibidos “Memória Desenterrada”, de Ho Kueng Lon, e “Trabalho de Casa”, de Io Lou Ian. Haverá ainda lugar a mais duas estreias no domingo, dia 8.

Para esta edição de “O Poder da Imagem”, os bilhetes começam a ser vendidos na próxima sexta-feira. O CCM procura, além da exibição dos filmes, “oferecer um olhar mais próximo aos trabalhos em estreia”, estando por isso previstas conversas com os realizadores após a projecção de cada filme.

19 Abr 2022

MAM | Exposição “Imaginação Selvagem” decorre até Junho

O Museu de Arte de Macau (MAM) tem patente, até ao dia 19 de Junho, a exposição “Imaginação Selvagem: Arte a Tinta Contemporânea em Guangdong-Hong Kong-Macau de 2000 a 2022”. Trata-se de uma mostra organizada pelo Instituto Cultural (IC) e pelo Departamento de Cultura e Turismo da Província de Guangdong, integrando a 32ª edição do Festival de Artes de Macau.

A exposição “apresenta a natureza de auto-demonstração e a expressão criativa da arte a tinta contemporânea em Guangdong, Hong Kong e Macau, analisando e estudando as obras expostas do ponto de vista da história ideológica e da sociologia”. Dividindo-se em quatro secções, de acordo com o respectivo tema e método, nomeadamente “Natureza como Poesia”, “Imaginação Selvagem – Imagem”, “Pensamento Metafísico” e

“Paisagens em Tinta e Água”, a exposição reúne cerca de 80 peças ou conjuntos de arte a tinta contemporânea da autoria de mais de 50 artistas de Guangdong, Hong Kong e Macau.

O objectivo é “observar, classificar e resumir a evolução desta arte nestas três regiões do século XXI ao presente através de uma série de obras de arte criadas em diferentes fases”.

A exposição reúne, assim, “obras de pintura a tinta contemporâneas, técnica mista, animação, instalação de vídeo e instalação”, pretendendo revelar “a evolução da arte a tinta na região da Grande Baía, que partiu da pintura tradicional chinesa para se transformar numa linguagem de arte contemporânea internacional nas últimas duas décadas”.

18 Abr 2022

Arte | “In Between” é a instalação que Celeste C. Da Luz leva às vivendas de Mong-Há 

Celeste C. Da Luz, formada em artes no Reino Unido, faz parte da nova geração de artistas de Macau, tendo começado a expor em 2018. O seu mais recente trabalho, “In Between”, uma instalação, poderá ser vista na exposição “Forget the Frame”, em Mong-Há, a partir do dia 23 deste mês

 

No trabalho de Celeste C. Da Luz, na maioria pinturas, a cor anda de mãos dadas com as ideias sobre aquilo que somos e do mundo à nossa volta. Formada em Comunicação e Media pela Universidade de Macau, Celeste C. Da Luz resolveu apostar na formação como artista no Reino Unido. Tendo começado a expor o seu trabalho em 2018, ela faz parte da nova geração de artistas de Macau.

O seu mais recente projecto, “In Between”, uma instalação de grandes dimensões, que ocupará todo o segundo andar de uma das vivendas de Mong-Há, pode ser visto no âmbito da exposição “Forget the Frame”, promovida pela Associação para o Desenvolvimento das Novas Mulheres de Macau, e que abre portas dia 23.

“Para mim, o objectivo de criar obras de arte é expressar as minhas próprias emoções e sentimentos”, começa por revelar, em entrevista. “In Between” é, até à data, um dos maiores trabalhos que criou.

“Normalmente, quando faço uma pintura, trabalho com o formato normal, com uma tela e moldura, mas desta vez tentei sair deste formato e formar grandes peças de um campo e estendê-las até ao tecto.”

Esta ideia está, aliás, ligada à temática da própria exposição, que visa quebrar preconceitos e estereótipos de género, levando as mulheres a definirem o papel que querem para si próprias, ao invés de cumprirem papéis definidos pela sociedade e pelos outros.

“A ideia por detrás deste trabalho é como uma transição entre capítulos da minha vida. O tema desta exposição é o esquecimento dos padrões e a tentativa de criar algo novo. Desta vez tentei criar uma peça que se refere a estas ideias, e é como uma descoberta, como algo que nunca tenha feito antes. A quantidade de materiais que tive de usar para esta peça e o espaço que ocupo em estúdio foram muito diferentes e superiores em relação aos trabalhos anteriores”, frisou Celeste C. Da Luz.

Um olhar breve sobre a sua obra permite perceber que a artista se move bem no campo abstracto. Mas Celeste C. Da Luz não quer restringir-se unicamente a esse universo.

“Não me restrinjo ou me defino apenas como uma artista ligada ao universo abstracto, mas é um estilo do qual gosto bastante. Antes trabalhava mais com objectos reflectivos, como o espelho, porque gostava de saber mais sobre a história dos materiais e de como afectam a vida das pessoas e mudam o seu pensamento. Então trabalhava com esses objectos e criava diferentes formatos em espaços e convidava as pessoas a interagir com o meu trabalho. Interesso-me, portanto, por diferentes temas artísticos.”

Acima de tudo, Celeste C. Da Luz acredita que cada pessoa que olhe para as suas obras ou cada crítico de arte vai apresentar diferentes opiniões e perspectivas. “Não me importo da forma como as pessoas me identificam ou categorizam o meu trabalho”, frisou.

Fotografia como hobbie

Celeste C. Da Luz cria porque pretende expressar algo. “O objectivo de criar obras de arte é expressar as minhas próprias emoções e sentimentos. Também adoro trabalhar com diferentes cores, e interesso-me muito pela forma como a cor afecta as emoções das pessoas, e sobre o que representa. A arte é como uma expressão de mim mesma, mas há muitas interacções com o público.”

Quando pinta quadros, Celeste C. Da Luz expressa-se a si mesma, mas quando cria instalações estabelece uma maior interacção com o público, adiantou.

Fotografar é algo muito presente no seu dia-a-dia, constituindo uma influência para o seu trabalho como artista. “Tenho o hábito de tirar fotografias todos os dias. Gosto de observar as coisas à minha volta, é uma grande inspiração para o meu trabalho, apesar de não pintar essas imagens ou objectos reais. A observação é muito importante para mim.”

Questionada sobre o percurso que pretende fazer como artista, Celeste C. Da Luz assume que, em Macau, é difícil viver apenas da arte.

“Neste momento tento aceitar que em Macau ser artista é apenas uma das minhas entidades. Gosto muito de ser artista, mas penso que não posso ser apenas isso e viver disso. Como mulher, temos várias identidades e diferentes papéis que temos que desempenhar. E para mim ser artista é um dos papéis e identidades que assumo, mas se me perguntar como quero construir a minha carreira em Macau, diria que vou continuar a criar as minhas peças e a participar em exposições, mas para mim, neste momento, é ainda difícil ser verdadeiramente uma artista. Então é apenas uma das coisas que posso fazer e das quais gosto imenso”, rematou.

14 Abr 2022

Música | Amizade é tema central de “Conversas Ilustradas com Música”

A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta, na quinta-feira, dia 21, às 18h30, mais uma palestra inserida na iniciativa “Conversas Ilustradas com Música”, desta vez sob o tema da Amizade.

A sessão conta com a participação de Shee Va e José Carlos Pereira, que vão abordar temas como o “afecto, carinho, estima e dedicação”. Além disso, a sessão conta com a música dos compositores Benjamin Britten e Dmitri Shostakovich.

“Pese embora tenham estado separados pela língua e pela Cortina de Ferro em tempos de Guerra Fria, sempre se entenderam através da arte e da profunda admiração que nutriam pela música um do outro”, aponta a FRC, em comunicado. Exemplo disso foi o facto de Britten ter dedicado a Shostakovich a sua ópera “O filho pródigo”, tendo este retribuído com a XIV Sinfonia.

Ambos foram verdadeiros alicerces na construção da música do Século XX, o que levou o maestro britânico Jan Latham-Koening a fundar a Britten-Shostakovich Festival Orchestra, que agrega jovens músicos oriundos dos Conservatórios dos dois países de origem dos dois compositores. De frisar que este evento ocorre no âmbito do décimo aniversário da FRC.

13 Abr 2022

IPOR | 2ª edição do “Letras&Companhia” arranca na próxima semana 

Começa no próximo dia 23 a segunda edição do festival literário e cultural “Letras & Companhia”, organizado pelo Instituto Português do Oriente (IPOR) e pensado para pais e filhos. Segundo um comunicado, esta iniciativa promove actividades “dinâmica intergeracional em torno do conceito dos ‘três L’s’: língua, livro e leitura”.

Desta forma, pretende-se “motivar os jovens para a aprendizagem da língua portuguesa, envolvendo instituições de ensino, professores e educadores como promotores activos de divulgação, ao mesmo tempo que se incentiva a criatividade, a cultura, a educação e a construção da cidadania”.

Sob o tema “O Mar”, serão realizadas actividades como oficinas de escrita criativa, sessões de histórias contadas em português ou a inauguração da exposição “Zero Resíduos”, em parceria com associações e entidades locais.

No dia 23, nas instalações do IPOR, decorrem, entre as 16h e as 18h, actividades como a entrega de mini-bibliotecas às escolas, oficinas de Escrita Criativa, o evento “Uma Noite na… Biblioteca” e ainda o “Mercado das Letrinhas”, entre outras.

A 7 de Maio, desta vez na Casa Garden, acontecem, entre as 15h e 18h, eventos como um espectáculo de música ao vivo com François Girouard e Rita Portela, sendo também inaugurada uma exposição intitulada “Zero Resíduos”. Sara Figueira, maquilhadora, irá realizar uma série de pinturas faciais. A Casa de Portugal em Macau apresenta também um espectáculo de marionetas, intitulado “En-Cantos”.

13 Abr 2022

Cinema | FRC apresenta filme japonês “Tampopo”

Na próxima terça-feira, às 18h30, será apresentado o segundo filme do ciclo “Gastronomia e Cinema”. Trata-se da produção japonesa “Tampopo”, de Jûzô Itami, uma “elegante” comédia em que a arte culinária constitui um fio condutor entre diversas narrativas.

A história principal gira à volta de dois amigos: um camionista e o seu companheiro que um dia, ao pararem num restaurante, são confrontados uma das suas piores experiências degustativas após provarem um intragável Ramen (sopa de macarrão), feito pela proprietária, Tampopo (Nobuko Miyamoto).

Tampopo é uma simpática viúva, que perante o seu falhanço culinário, pede-lhes ajuda para melhorar o seu método de confecção. É então que começa um verdadeiro périplo por vários restaurantes, pesquisando, investigando e descobrindo segredos com vista à confecção do Ramen perfeito.

Paralelamente à saga de Tampopo e seus amigos, são apresentadas outras pequenas narrativas, as quais se desenrolam sempre à volta da alimentação e seus rituais, com especial destaque para a relação sensorial entre as pessoas e a comida, salientando a importância da gastronomia na cultura e sociedade japonesas.

Antes de ser exibido, o filme terá ainda uma pequena apresentação por Dennis Tou Kuok Keong, Chef do restaurante de Ramen Sio Seng Hin, na Taipa.

13 Abr 2022

Documentário | Universo de Ruby Yang em destaque na Cinemateca Paixão 

Arranca dia 19 um novo ciclo de cinema na Cinemateca Paixão, desta vez dedicado a Ruby Yang, cineasta de Hong Kong mais conhecida pelo género documentário e que ganhou mesmo um Óscar com “The Blood of YingZhou District”, tendo sido a primeira cineasta chinesa a consegui-lo

 

Foi em 2006 que Ruby Yang, cineasta nascida em Hong Kong, se tornou na primeira chinesa da sua área a ganhar um Óscar. E consegui-o ao concorrer, na 79.ª edição de um dos eventos mais importantes da indústria do cinema, com um documentário que é um murro no estômago. “The Blood of Yingzhou District” retrata um ano na vida das crianças que vivem nas aldeias remotas da província de Anhui, na China, e que perderam os pais vítimas da Sida. O filme gira em torno do contraste entre as obrigações familiares tradicionais e o medo da doença.

Produzido por Thomas Lennon, este documentário pode agora ser revisto na Cinemateca Paixão, no ciclo especialmente dedicado a Ruby Yang e que tem início no dia 19. Nesse dia, será feita a primeira exibição deste multipremiado documentário, que poderá ser visto também nos dias 27 e 30 deste mês.

Até ao dia 8 de Maio, o público de Macau poderá ver um programa que conta com a curadoria da própria Ruby Yang, uma cineasta que tem abordado temáticas relacionadas com a pobreza em cidades chinesas, entre outros temas marcantes.

“A Moment in Time”, documentário realizado em 2010, também consta no programa, tendo sido realizado em parceria com o seu marido, Lambert Yam, produtor. Na película, com uma hora de duração, poderão ser conhecidas as experiências de vida dos chineses emigrados na cidade norte-americana de São Francisco, que vivem na Chinatown.

O documentário foi exibido nos canais públicos de televisão nos EUA e ganhou inúmeros prémios em festivais de cinema, nomeadamente no Festival do Documentário Chinês de Hong Kong. “A Moment in Time” foi ainda nomeado para a categoria de Melhor Documentário no Festival Internacional de Cinema de Pequim, em 2010, e Festival de TV de Sichuan, no mesmo ano. De frisar que este documentário será também exibido nos dias 19, 27 e 30 de Abril.

Cineasta premiada

Para os dias 23 e 27 de Abril, e para o dia 3 de Maio, estão agendados os documentários “Ritoma” e “In Search of Perfect Consonance”. “Ritoma”, realizado em 2018, conta a histórias dos nómadas do Tibete que descobriram uma nova paixão, o basquetebol. Ao mesmo tempo que lutam para manter a sua cultura e deixam para trás a sua vida, estas pessoas tentam abraçar laivos de modernidade.

“In Search of Perfect Consonance”, datado de 2016, recua 22 anos para o período em que a história da diplomacia estava marcada pela intervenção chinesa na guerra do Vietname e quando as relações no estreito de Taiwan eram tensas. O foco deste documentário é a Asian Youth Orchestra [Orquestra Jovem Asiática], que tentou apelar à união das pessoas através da música.

Este documentário obteve dois prémios, um deles em 2017 no Festival Internacional de Realizadores da Ásia-Pacífico e em 2018, no Festival Internacional de Cinema de Sedona.

Relativamente ao documentário vencedor de um Óscar, o primeiro contacto que Ruby Yang teve com a realidade do HIV na China foi em 2003, quando, juntamente com Thomas F. Lennon, fundou o projecto Chang Ai Media, a fim de aumentar a consciência das populações sobre a doença.

“The Blood of Yingzhou District” faz parte de uma trilogia de documentários focados sobre a realidade na China, complementado com “Tongzhi in Love” e “The Warriors of Qiugang”.

Depois de ter vivido um longo período em São Francisco, Ruby Yang mudou-se para Pequim em 2004, residindo actualmente em Hong Kong. Em 2019, recebeu a distinção de “Artista do Ano em Cinema” nos Prémios de Desenvolvimento das Artes de Hong Kong.

No programa da Cinemateca Paixão inclui-se ainda um debate sobre o género documentário via Zoom, agendado para o dia 7 de Maio, às 17h, que terá a própria Ruby Yang como moderadora e que conta com a participação de Rintu Thomas e Sushmit Ghosh, realizadores de “Writing with Fire”. As inscrições podem ser feitas através deste formulário: https://forms.gle/jm2GSinvU2VwYu1G7

13 Abr 2022

Museu do Grande Prémio | Disponibilizadas visitas virtuais com visão panorâmica de 360 graus 

O Museu do Grande Prémio de Macau (GPM) passa agora a disponibilizar aos seus visitantes uma visita virtual com visão panorâmica de 360 graus. Para este projecto, o museu foi filmado “com câmaras profissionais”, tendo sido criada “uma visão tridimensional de 360 graus de todo o espaço, mostrando aos visitantes as zonas de exposições, a decoração e os artigos do museu”. Para ter acesso a esta experiência, os visitantes apenas precisam de aceder à página electrónica de visita virtual online do Museu do GPM, mgpm.macaotourism.gov.mo/vrtours.

Além disso, foi instalada uma mostra de produtos filatélicos, denominada “Museus e Peças Museológicas VI – Museu do Grande Prémio de Macau”. Devido às obras de ampliação e abertura oficial do Museu do GPM no ano passado, a Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações escolheu o Museu do GPM como tema para a emissão filatélica “Museus e Peças Museológicas VI”, lançada no dia 18 de Novembro do ano passado. Os produtos filatélicos da emissão especial denominada “Museus e Peças Museológicas VI – Museu do Grande Prémio de Macau”, estão agora em exibição no museu.

Estas iniciativas visam “optimizar o conteúdo do Museu do GPM”, através da adição de novos elementos, mais diversos e interactivos. A ideia é “dar a conhecer aos visitantes a história e conhecimentos sobre o GPM, promovendo a integração intersectorial de ‘turismo + desporto’”.

Além destas duas actividades, o Museu do GPM lança agora uma nova iniciativa em cooperação com a Air Macau, a fim de atrair mais visitantes. Desta forma, quem viajar para Macau, através da companhia aérea, entre os dias 1 de Março e 30 de Junho, pode apresentar o seu cartão de embarque válido até sete dias na bilheteira do Museu do GPM, e receber dois bilhetes pelo preço de um. A oferta especial aplica-se apenas na compra de bilhetes regulares, no valor de 80 patacas.

12 Abr 2022

Exposição | Mostra em Mong-Há visa quebrar estereótipos de género 

“Forget The Frame” é o nome da exposição que a Associação para o Desenvolvimento das Novas Mulheres de Macau apresenta no próximo dia 23, nas Vivendas de Mong-Há. O público poderá conhecer melhor o trabalho das artistas locais Celeste C. da Luz, Alice Ieong e Su Cheng

 

A Associação para o Desenvolvimento das Novas Mulheres de Macau [New Woman Development Association of Macao] está de regresso às exposições com a mostra que apresenta, no próximo dia 23 de Abril, nas Vivendas de Mong-Há, um novo espaço cultural criado a partir dos antigos alojamentos dos funcionários públicos.

A mostra, que termina a 15 de Maio, intitula-se “Forget The Frame”, conta com curadoria de Carol Lei e Hannah Ieong e revela o trabalho de três jovens artistas de Macau, Celeste C. da Luz, Alice Ieong e Su Cheng. A exposição gira em torno das ideias da imaginação e de liberdade criativa, no sentido de que “quem cria este tipo de trabalhos pode quebrar quaisquer estereótipos de género que existem na sociedade, ao mesmo tempo que apresenta mensagens de uma perspectiva feminina”.

Estas três artistas são, assim, convidadas a desenvolver trabalhos através de diferentes meios criativos, espelhando a sua imaginação através da arte e revelando a sua “criatividade única”. A ideia é que o público possa “ser encorajado a abandonar todas as limitações, sair da caixa e deixar-se inspirar pela possibilidade de liberdade”.

Além da exposição em si, estão previstas uma série de actividades, incluindo uma zona interactiva intitulada “Breaking the Frames in Life” [Quebrar as molduras da vida], visitas guiadas ou workshops, que estão sujeitas a marcação prévia. A ideia, com estas iniciativas paralelas, é fazer com que os interessados compreendam a temática central do evento, bem como os artistas que nele participam e os trabalhos apresentados, para que se possa “desencadear uma reflexão sob diferentes perspectivas”.

Papel feminino

Recorde-se que esta associação, criada em 2017, tem vindo a chamar a atenção, através da arte, dos papéis diversificados que a mulher pode desempenhar na sociedade local, tentando quebrar estereótipos de género que ainda persistem.

Esta exposição pretende abordar a ideia de que as mulheres, muitas vezes, “vivem dentro de estruturas que outras pessoas criam ou com base nas premissas adoptadas pela sociedade, tal como as expectativas criadas para as diferentes idades, ou segundo uma identidade social em particular ligada às ocupações, posições, interesses, talentos ou relacionamentos”.

Além disso, nos tempos actuais, a mulher “desempenha um determinado papel como filha, mulher ou mãe que pode ser estereotipado”, sendo que “as pessoas assumem que vivem como deveriam viver” e não consoante os seus gostos pessoais, acrescenta a associação na mesma nota.

A Associação para o Desenvolvimento das Novas Mulheres de Macau foi criada por “nove mulheres independentes e confiantes”, pretendo juntar mulheres de vários campos e de várias idades que vivam no território.

“Encorajamos as mulheres a descobrirem os seus próprios valores e a aceitar novas coisas. Também pedimos que as mulheres quebrem as restrições pessoais e tradicionais e sejam pró-activas, além de desenvolverem os seus talentos”, acrescenta ainda a associação.

12 Abr 2022

Literatura | Escritor britânico “Jack Higgins” morre aos 92 anos

O escritor britânico Henry Patterson, que escrevia com o pseudónimo Jack Higgins e era conhecido pelos seus livros de espionagem e suspense, morreu aos 92 anos, anunciou no domingo a editora HarperCollins. Henry Patterson, nascido em Newcastle, em Julho de 1929, é autor de 85 livros, que escreveu entre 1959 e 2017, dos quais se destaca “The Eagle has Landed” (“A águia aterrou”, 1975) uma história de ficção que relata uma tentativa de sequestro do primeiro-ministro britânico Winston Churchill, durante a II Guerra Mundial, que vendeu mais de 50 milhões de exemplares.

Um ano depois da sua publicação, o livro viria a ser adaptado ao cinema, por John Sturges, tendo como protagonistas os actores Robert Duvall, Donald Sutherland e Michael Caine.

O director executivo da editora HarperCollins, Charlie Redmayne, citado pela agência Efe, afirmou que Patterson “foi um escritor clássico de suspense” e descreveu-o com o um autor “instintivo, duro e implacável”.

“Sou fã de Jack Higgins desde que me conheço. A sua morte marca o fim de uma era”, afirmou Charlie Redmayne, sublinhando que “foi um privilégio participar na publicação de algumas das suas obras”.

Além de “The Eagle has Landed”, destacam-se deste escritor as obras “Comes the Dark Stranger”, “Hell is Too Crowded” e “To Catch a King”. O seu último livro, com o título “The Midnight Bell, foi publicado em 2016.

Do autor, estão publicados em Portugal livros como “O rei em Lisboa”, um ‘thriller’ histórico passado durante a II Guerra Mundial, e “Confessional”, centrado numa tentativa de assassínio do Papa. “Exocet: missão impossível”, “Atentado na catedral”, “O solista”, “Os guerrilheiros da sombra”, “Solo”, “Vingança no inferno”, “O centro da tempestade”, “A águia levantou voo” e “O voo das águias” são outros títulos do escritor que foram editados em Portugal.

11 Abr 2022

Grande Prémio | Museu inclui visitas virtuais com visão panorâmica de 360 graus

O Museu do Grande Prémio de Macau (GPM) passa agora a disponibilizar aos seus visitantes uma visita virtual com visão panorâmica de 360 graus. Para este projecto o museu foi filmado “com câmaras profissionais”, tendo sido criada “uma visão tridimensional de 360 graus de todo o espaço, mostrando aos visitantes as zonas de exposições, a decoração e os artigos do museu”.

Para ter acesso a esta experiência, os visitantes apenas precisam de aceder à página electrónica de visita virtual online do Museu do GPM, mgpm.macaotourism.gov.mo/vrtours.

Além disso, foi instalada no museu uma mostra de produtos filatélicos, denominada “Museus e Peças Museológicas VI – Museu do Grande Prémio de Macau”. Devido às obras de ampliação e abertura oficial do Museu do GPM no ano passado, a Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações escolheu o Museu do GPM como tema para a emissão filatélica “Museus e Peças Museológicas VI”, lançada no dia 18 de Novembro do ano passado. Os produtos filatélicos da emissão especial denominada “Museus e Peças Museológicas VI – Museu do Grande Prémio de Macau”, estão agora em exibição no museu.

Estas iniciativas visam “optimizar o conteúdo do Museu do GPM”, através da adição de novos elementos, mais diversos e interactivos. A ideia é “dar a conhecer aos visitantes a história e conhecimentos sobre o GPM, promovendo a integração intersectorial de ‘turismo + desporto’”.

Além destas duas actividades, o Museu do GPM lança agora uma nova iniciativa em cooperação com a Air Macau, a fim de atrair mais visitantes. Desta forma, quem viajar para Macau, através da companhia aérea, entre os dias 1 de Março e 30 de Junho, pode apresentar o seu cartão de embarque válido até sete dias na bilheteira do Museu do GPM, e receber dois bilhetes pelo preço de um. A oferta especial aplica-se apenas na compra de bilhetes regulares, no valor de 80 patacas.

11 Abr 2022

Moda | Rita Sales Marques lança a dim sum basics, uma nova marca de roupa 

Formada em design gráfico, Rita Sales Marques decidiu apostar na criação da sua própria marca de roupa depois de sentir que faltavam no mercado peças básicas que se adaptassem a todas as idades e corpos. A dim sum basics acaba de ser lançada e já aceita encomendas de todo o mundo

 

Sempre que pensa em Macau é o dim sum que lhe vem à memória. Esta refeição típica da comida cantonense acabou por dar o nome ao novo projecto de Rita Sales Marques, que decidiu criar a sua própria marca de roupa.

A dim sum basics acaba de ser lançada nas redes sociais e já aceita encomendas de todo o mundo, mas a ideia é ir evoluindo aos poucos no objectivo de desenvolver peças confortáveis e básicas que sirvam a todo o tipo de pessoas.

Formada em design gráfico pela Escola Superior de Artes e Design, em Matosinhos, Portugal, Rita Sales Marques começou a desenvolver a marca há um ano e meio, mas a sua veia perfeccionista fez com que só agora esteja a lançar o projecto.

“A dim sum basics surgiu com a ideia de criar básicos que satisfaçam as pessoas de todas as idades e géneros. A maior parte das nossas peças são unissexo e com um formato ‘oversize fit’ que faz com que se tornem confortáveis para qualquer tipo de corpo. Desta forma, temos uma maior variedade de pessoas interessadas [na nossa marca], porque às vezes o problema é mesmo esse [ter o mesmo tamanho que nem sempre serve com todas as marcas]. Queremos ter roupa que realmente sirva a todas as pessoas”, contou ao HM.

Numa altura em que se debate a problemática de roupa barata produzida de forma pouco ecológica em fábricas onde as condições de trabalho nem sempre são as ideais, a dim sum basics quer, também aqui, marcar a diferença.

“O nosso objectivo é fazer com que as pessoas não tenham de recorrer a lojas de ‘fast fashion’ para comprar peças básicas, que são as mais usadas no nosso dia-a-dia. Oferecemos produtos de qualidade, que duram uma vida e aguentam muitas lavagens. São peças que combinam o conforto e a prática.”

A preocupação com o ambiente é também uma aposta de Rita Sales Marques, que não só selecciona o número de peças que vai produzir em cada colecção como só trabalha com materiais orgânicos. As roupas da marca são também produzidas em Portugal.

“Considero super importante, neste tipo de projectos, o cuidado com o nosso planeta, e por isso escolhemos fazer as nossas peças em algodão 100 por cento orgânico”, adiantou a designer.

Prato preferido

Quem visitar o Instagram da marca pode ver peças básicas e desportivas em apenas três cores – preto, branco e cinza – mas Rita Sales Marques acredita que poderá criar uma segunda marca associada à dim sum basics que ofereça outro tipo de colecções que “possam agradar a um público mais específico”.

Para já a marca funciona com encomendas em regime de pré-venda, sendo que Rita Sales Marques aceita pedidos de todo o mundo. Outra inovação da dim sum basics é a adaptação das peças a qualquer estação do ano.

“A dim sum basics não trabalha com estações do ano porque acredito mesmo que a marca seja para todas as épocas e para todo o mundo. Dentro dessa lógica, temos sempre produtos que se enquadram em qualquer estação do ano. Neste primeiro lançamento temos calças mais grossas, com tecidos mais quentes, e calções e camisolas que encaixam num look de verão.”

Rita Sales Marques sente-se macaense, mas não nasceu em Macau, território que visitou pela primeira vez apenas em 2013. No entanto, o amor a um território à qual tem ligações familiares ficou para sempre.

“É um lugar muito especial para mim e, entretanto, já lá voltei várias vezes. O dim sum é a minha comida preferida desde pequenina. Se precisar de pensar em Macau, automaticamente penso em dim sum. É um nome inspirado nas minhas raízes. Não me englobo naquele tipo de pessoas que daria o seu próprio nome à marca e achei muito mais interessante arranjar algum elemento que me descrevesse, mas que não tivesse o meu nome.”

Questionada sobre as suas inspirações para este projecto, Rita Sales Marques pensou de imediato em responder a uma necessidade da maior parte das pessoas na hora de vestir: o conforto.

“A maior parte das vezes penso no que gostaria de ter ao nível de artigos básicos no meu armário e também naquilo que os meus amigos e pais gostam. Juntei essa necessidade que várias pessoas têm de ter roupas básicas e expus em peças de roupa que eu sentia que não tinha no meu armário”, confessou.

11 Abr 2022

Literatura | Três obras chinesas traduzidas para português e publicadas no Brasil 

“Bei Dao – Não acredito no eco dos trovões”, “Além da Montanha”, de Yao Feng, e “Contos de Fantasia Chineses”, de Pu Songling, são os novos projectos literários que Yao Jingming, poeta, tradutor e académico da Universidade de Macau, ajudou a desenvolver e que acabam ser editados no Brasil com a chancela da editora Moinhos

 

Acabam de ser lançadas nas livrarias brasileiras três obras traduzidas, escritas e coordenadas por Yao Jingming em parceria com alunos de mestrado e doutoramento do curso de tradução português-chinês da Universidade de Macau (UM), incluindo colegas do departamento de português.

A obra de Bei Dao ganha assim um novo destaque na língua de Camões com a obra “Bei Dao – Não acredito no eco dos trovões”. Os poemas foram traduzidos por Yao Jingming e Huang Lin, estudante de doutoramento da UM, tendo a revisão literária ficado a cargo de Manuela Carvalho e do escritor português José Luís Peixoto.

A editora Moinhos lançou também o livro “Além da Montanha”, que reúne poemas de Yao Feng, pseudónimo de Yao Jingming na hora de escrever poesia. A mesma editora apresentou ainda a tradução de “Contos de Fantasia Chineses”, escritos por Pu Songling. Para a tradução de alguns contos desta obra colaboram Ana Cardoso, Zhang Mengyao, Chen Qu, Xiong Xueying e Lou Zhichang.

Ao HM, Yao Jingming disse que estas publicações visam colmatar um vazio que existia no mercado. “Quisemos preencher uma lacuna que ainda existe em relação à tradução de obras literárias para português. [Bei Dao e Pu Songling] são dois grandes escritores e merecem ser traduzidos e divulgados em português”, acrescentou.

Este trabalho parte de um projecto de investigação do próprio Yao Jingming, financiado pela UM, intitulado “Chinese Literature in Portuguese: Research, Translation and Anthology” [Literatura chinesa em português: Investigação, Tradução e Antologia].

“Ao longo do projecto contei com a colaboração dos meus estudantes de mestrado e de doutoramento. A maior parte da tradução foi assumida por eles, eu fiz a orientação. Depois entrámos em contacto com a editora [Moinhos], que aceitou a publicação.”

“Contei com o apoio das minhas colegas, que trabalham na área da literatura e são portuguesas, e também com a revisão de José Luís Peixoto. De alguma forma conseguimos manter a qualidade da tradução”, disse Yao Jingming, que não esconde as dificuldades no processo.

“É sempre difícil traduzir, sobretudo quando falamos de tradução de poesia. Temos de manter o poema original na língua de destino, mas há muitas diferenças entre o chinês e português em termos de símbolos, imagens e metáforas. Como podemos manter o que é poético na língua de chegada? Mas escrevo em português também e penso que, de alguma forma, isso ajuda”, frisou.

Destaque na Folha

As edições da Moinhos no Brasil mereceram destaque num dos jornais mais importantes do país, a Folha de São Paulo. “Literatura da China tem lacunas supridas no Brasil com livros fundamentais”, lê-se no título. A mesma notícia dá conta de que “a editora Moinhos está colocando nas prateleiras novos títulos de alguns dos mais relevantes escritores chineses contemporânea, colaborando para suprir uma lacuna crónica do mercado brasileiro”.

Sobre a obra “Além da Montanha”, José Luís Peixoto escreve no prefácio que ao longo das páginas do livro se desenrola “uma língua que é, ao mesmo tempo, cotidiana e rara, que nos catapulta para muito longe num único verso, que nos desconcerta”.

“É como se a poesia reclamasse uma língua própria para a construção do seu universo exclusivo. A poesia, como um território autónomo, como uma região administrativa especial, onde se cruzam referências históricas e culturais de um modo comparável ao que acontece em Macau, onde Yao Feng vive há mais de duas décadas”, escreve Peixoto, que frisa que, desde o Brasil, é agora possível “chegar a Macau e à China através da poesia, através do olhar deste importante autor”.

Relativamente a Bei Dao, Yao Jingming destacou o facto de ser “um poeta altamente respeitado na China e vastamente conhecido a nível internacional”, embora ainda “pouco conhecido no mundo português”.
Vítima do período da Revolução Cultural, Bei Dao acabou por se tornar “uma voz mais sonora e activa dos poetas da sua época”, tendo sido proibido de regressar à China em 1989 depois de ter viajado até Berlim para participar numa conferência. Regressado ao seu país em 2006, Bei Dao tem publicado várias obras de poesia e crónicas.

Nascido no período da dinastia Qing, Pu Songling ficou conhecido como escritor de ficção, tendo editado “Liaozhai zhiyi”, em 1766, ou “Histórias estranhas do estúdio de Liaozhai”. No total, este autor escreveu 431 contos sobre o mundo da fantasia e do sobrenatural.

8 Abr 2022

Cinemateca | Filmes e exposição revelam estética do cineasta Wes Anderson 

A Cinemateca Paixão associou-se à Sociedade de Fotografia de Macau para celebrar a estética usada pelo cineasta americano Wes Anderson nos seus filmes. Além de uma exposição que estabelece uma relação com a arquitectura do centro histórico de Macau, estão previstas as exibições dos filmes “The Grand Budapest Hotel”, “The Darjeeling Limited” e “The Royal Tenenbaums”

 

O próximo evento especial da Cinemateca Paixão é dedicado aos filmes do cineasta norte-americano e à sua exuberante estética muito especial, cheia de cor. Para isso, estão previstas até Junho exibições de filmes, nomeadamente o multipremiado “The Grand Budapest Hotel”, e uma exposição promovida em cooperação com a Sociedade de Fotografia de Macau.

Esta mostra de fotografia visa criar uma ligação entre a estética dos filmes de Wesley Anderson com a arquitectura tão característica do centro histórico de Macau, onde os edifícios antigos, com uma mescla de elementos da arquitectura portuguesa e chinesa, contrastam com os edifícios mais comuns da cidade e proporcionam um ambiente especial.

“Se olharmos atentamente para Macau e para a sua selva urbana, descobrimos que alguns edifícios apresentam uma estética clássica. No centro histórico de Macau, muitos edifícios apresentam elementos cromáticos também presentes nos filmes de Wes Anderson. A exposição convida a Sociedade de Fotografia de Macau a explorar a relação entre as cenas dos filmes de Wes Anderson com o cenário arquitectural [da cidade], revelando os seus estilos visuais”, pode ler-se.

Relativamente aos filmes, destaque para a película “The Grand Budapest Hotel”, filme de 2014 cuja história decorre na década de 30, na Europa, na fictícia República de Zubrowka.

Gustave H é “concierge” num luxuoso hotel situado no meio de uma montanha cheia de neve e trabalha ao lado de Zero Moustafa, um jovem paquete muito dedicado o seu trabalho.

Quando Madame D., amiga e amante de Gustave H, morre, a tranquilidade que se vivia depressa se desvanece, culminando com o desaparecimento de uma pintura do período do Renascimento. Gustave H é acusado de homicídio e roubo, iniciando, com a ajuda de Zero Moustafa, uma longa luta para provar a sua inocência.

Vencedor de quatro Óscares em 2015, além de ter recebido cinco nomeações, “The Grand Budapest Hotel” será exibido no próximo dia 23, bem como nos dias 8 e 15 de Maio.

Outras fitas

O cartaz inclui ainda o filme “The Royal Tenenbaums”, de 2001, exibido no próximo dia 16 e também nos dias 1 e 14 de Maio. A película conta a história de Royal Tenenbaum e da sua mulher, Etheline, que tiveram três filhos, considerados génios extraordinários, e que depois se separaram.

Anos depois, num Inverno, a família volta a reunir-se de uma forma inesperada, sendo visível que a genialidade dos filhos se dissipou com o tempo, graças à ocorrência de inúmeros desastres e traições. O pai é tido como o grande culpado desta catástrofe familiar.

Este filme obteve duas nomeações para a edição de 2002 dos Óscares, além de ter sido distinguido com o Urso de Ouro no Festival Internacional de Cinema de Berlim, sem esquecer a distinção nos Globos de Ouro, no mesmo ano.

A partir do dia 17 deste mês começa a ser exibido o filme “The Darjeeling Limited”, de 2007, repetindo-se a sua exibição nos dias 30 de Abril e 7 de Maio.

A história, desta vez, centra-se em torno de três irmãos que viajam até à Índia, numa viagem que se pretende espiritual e de busca interior, após a morte do pai e desaparecimento da mãe. Depressa a viagem fica marcada por peripécias provocadas pela sua imaturidade e falta de confiança mútua.

Esta é uma comédia de Wes Anderson filmada quase inteiramente na Índia, tendo sido usado um verdadeiro comboio para as filmagens. Mais uma vez apresenta-se uma película vibrante e cheia de cores, inspirada pelo filme “The River”, de Jean Renoir, datado de 1951. Outra inspiração para esta obra, foi Satyajit Ray, cineasta indiano, nascido na cidade de Calcutá, tido como um dos grandes realizadores indianos do século XX.

7 Abr 2022

Ka-Hó | Património, cultura e fotografia em destaque sábado 

É já no próximo sábado que acontece, em Ka-Hó, na galeria Hold on Hope, o evento “Uma viagem ao património de Macau em Ka-Hó”, que conta com a apresentação de algumas imagens vencedoras do concurso “A Macau que eu mais amo”.

A exposição, que terá ainda produtos culturais e criativos graças à colaboração da Associação dos Embaixadores do Património de Macau, será inaugurada às 15h. Além desta associação, participam na iniciativa o Instituto Internacional de Macau e a Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau.

Um dos objectivos do evento passa por “alargar ainda mais a promoção sobre a importância do património de Macau”, bem como “convidar um ainda maior número de famílias e turistas num espaço novo de Macau, fora das principais atracções turísticas existentes”.

6 Abr 2022

Banda desenhada | Desenhos do II Raid Macau-Lisboa em versão bilingue 

A viagem feita de jipe entre Macau e Lisboa, atravessando toda a URSS, em 1990, vai ser contada em banda desenhada. Joaquim Correia, um dos participantes da viagem e promotor do projecto, revela que esta é a primeira vez que uma aventura deste género é contada em banda desenhada

 

A história louca história do II Raid Macau-Lisboa, feita em 1990, era para ser contada em livro, mas a pandemia fez atrasar o projecto. Desta forma, a aposta passa a ser feita na edição de uma banda desenhada, em português e chinês, que deverá ser lançada ainda este ano.

“No livro estaria incluída uma banda desenhada, algo simples, com três ou quatro páginas, a contar a história do Raid. Mas resolvemos avançar para a edição de um álbum para contar a história completa do Raid em banda desenhada, com textos introdutórios. Temos metade da BD já pronta, com cerca de 20 vinhetas, e vamos avançar com o resto. Temos alguns apoios já certos”, contou Joaquim Correia ao HM.

Com base na história contada por Joaquim Correia, Marco Fraga da Silva elaborou o guião da banda desenhada, sendo que as ilustrações são da autoria de Fil e Sofia Pereira. A BD é desenvolvida em parceria com a Associação Tentáculo.

“A primeira parte da BD foi feita por dois autores, e a continuação será feita por artistas diferentes para haver várias versões da viagem. Terá também a perspectiva de termos levado, na viagem, muitos materiais, como livros relativos a Macau, e que distribuímos em várias bibliotecas nos sítios por onde passámos. É apresentada esta ponte entre o Oriente e Ocidente.”

Além disso, as vinhetas farão também referência às filmagens realizadas durante a viagem, e transmitidas em canais de televisão portugueses, como a RTP2.

O livro, que não tem ainda um título definido, terá 72 páginas e deverá ser lançado em Portugal nos próximos meses, estando também previsto a sua apresentação em Macau. “Mais de metade do livro está feito. Não apostámos numa versão em inglês porque ficava confuso, com as legendas. E justificava-se mais uma publicação em português e chinês”, adiantou Joaquim Correia.

Nas palavras do promotor do projecto, “este álbum será um registo histórico pertinente que, através da banda desenhada, procurará aliciar miúdos e graúdos a conhecerem mais sobre um feito importante para o automobilismo português e mundial, uma aventura que ligou Macau a Lisboa em 50 dias”.

Foi “uma viagem épica que permitiu a ligação entre Macau e Portugal por terra, atravessando vários países como a China e a antiga URSS e diversos países da Europa, mostrando que a união entre os povos é possível e desejável”.

Projecto inédito

Esta obra deverá ter uma apresentação especial no Festival Internacional de Banda Desenhada, o Amadora BD, que acontece entre os meses de Outubro e Novembro deste ano. Joaquim Correia não tem dúvidas de que esta será a primeira BD que relata uma viagem deste género, apesar de existirem muitas obras relacionadas com o automobilismo, nomeadamente de Michel Vaillant, entre outras.

“Em Portugal foram editados dois volumes, ‘Os Portugas no Dakar’, por Luís Pinto Coelho e Elisabete Jacinto, mas são bandas desenhadas ligadas à condução. A nossa tem uma perspectiva histórica, da amizade entre os povos. Curiosamente passámos por sítios que agora estão em convulsão, nomeadamente a zona da Ucrânia. Por más razões, tornou-se um livro actual”, concluiu Joaquim Correia.

6 Abr 2022

FRC | Exposição de pintura de Ada Zhang abre portas quarta-feira

“A Casa é onde o coração mora” é o nome da exposição da artista chinesa Ada Zhang que é inaugurada esta quarta-feira, às 18h30, na Fundação Rui Cunha. O público poderá ver um total de 35 obras que funcionam como um diário e um “documentário jornalístico de Macau”

 

Entre quarta-feira e o dia 14 de Abril pode ser vista, na Fundação Rui Cunha (FRC), a exposição “A Casa é onde o coração mora”, da autoria da artista chinesa Ada Zhang, residente em Macau há sete anos. A mostra reúne 35 obras que descrevem “a paisagem urbana e os costumes do território através do seu olhar de imigrante, rendida ao charme local”.

Recorrendo à aguarela, óleo, acrílico e técnica mista, Ada Zhang procura criar imagens cheias de conotações e significados. “Os residentes costumam esquecer-se de apreciar a beleza do que os rodeia e que vivenciam todos os dias. Por isso, as suas obras mostram muitos detalhes que ela descobriu em Macau numa perspectiva de forasteira. Cada uma das suas obras é como um diário pessoal e também um documentário jornalístico de Macau», revela a proposta expositiva.

Delia Jing, curadora desta mostra, acrescenta que Ada Zhang “considera Macau como a casa no fundo da sua alma, por causa do seu amor pelo lugar”. “Embora as pinturas da artista sobre as cenas de rua de Macau usem a aguarela como principal forma de expressão, no âmago do seu pensamento continua a estar a ideia do rolo de pergaminho chinês que ela exprime inconscientemente”, acrescentou.

Uma terra tolerante

Nas palavras da curadora da exposição, Ada Zhang encara Macau como “um lugar extremamente tolerante”. “Aqui, o tradicional Tudi Gong (土地公), o Deus da Terra, também abençoa os altos e belíssimos casinos e os barulhentos restaurantes, o Farol da Guia reflecte a trajectória das bênçãos de Mazu (媽祖), a majestosa Nezha (哪吒) vive ao lado do supremo deus ocidental. Todos os tipos de paisagem são harmoniosamente colocados juntos, como telas que se desdobram desde a antiguidade até ao presente, permitindo que as pessoas abandonem as suas crenças ou descrenças e simplesmente se concentrem em observar as pessoas, os prédios, um feixe de luz, flores na parede – pois são essas as obras-primas que nos encantam com a sua graciosidade”, aponta ainda Delia Jing.

Ada Zhang é natural de Sichuan e é especialista em aguarela, pintura a óleo, desenho e esboço. É membro da Associação de Artes de Macau, da Associação de Arte da Juventude de Macau, da Associação de Pintura de Macau e da Associação dos Artistas de Aguarela Contemporâneos de Macau. As suas obras ganharam o Prémio de Excelência do Concurso de Desenho Cheng Yang Bazhai em 2021 e foram seleccionadas para a Bienal de Aguarela da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau de 2021.

Delia Jing, curadora e amiga da artista, é natural da província de Jiangsu e licenciou-se pelo Departamento de Cultura Visual da Academia de Belas Artes da China em 2021. Actualmente estuda na Faculdade de Arte e Design da Universidade Politécnica de Macau (UPM) e interessa-se por história da arte e estudos culturais.

4 Abr 2022

Cinemateca | Cartaz com películas internacionais e uma grande estreia da China

A par com o festival de curtas-metragens europeias, a Cinemateca Paixão apresenta já em Abril uma panóplia de filmes internacionais e chineses para todos os gostos. O público poderá ver títulos como “Whether the Wheather is Fine” ou “Magnetic Beats”, sem esquecer uma das grandes estreias do cinema chinês dos últimos tempos, “Are You Lonesome Tonight?”, o primeiro filme de Ship Wen

 

A selecção da direcção da Cinemateca Paixão para o mês de Abril revela uma mescla de produções asiáticas e internacionais que promete dar resposta ao gosto de diferentes públicos. A par com o festival de curtas-metragens europeias, que decorre até 9 de Abril, os amantes do cinema poderão assistir a diferentes histórias na Travessa da Paixão.

O primeiro filme desta selecção é exibido já este sábado e intitula-se “Whether the Weather is Fine”, de Carlo Francisco Manatad, uma co-produção entre Filipinas, França, Singapura, Indonésia, Alemanha e Qatar.

O filme, realizado no ano passado, será exibido até ao dia 17 de Abril e conta uma história em torno do impacto da passagem do tufão Haiyan pelas Filipinas e a quase destruição da cidade costeira de Tacloban. No meio do caos e da destruição, Miguel, a sua mãe e a sua amiga Andrea tentam sair de barco em direcção a Manila, a capital do país, em busca de um futuro melhor. Os três estabelecem as suas prioridades de vida, mas os desafios que enfrentam vão levá-los em direcções diferentes.

Este filme obteve, no ano passado, uma nomeação e um prémio no Festival de Cinema de Locarno, tendo ganho ainda o prémio de melhor filme asiático nos prémios Golden Horse.  “Whether the Weather is Fine” foi também escolhido pelo público do Festival Internacional de Cinema de Pingyao como melhor filme.

Da China chega-nos “Are You Lonesome Tonight?”, de Ship Wen, que tem a sua primeira exibição este domingo e depois nos dias 24 e 29 de Abril. Nomeado para um prémio na edição do ano passado do festival de Cannes, este é o primeiro filme de Ship Wen, um jovem realizador, e tido como uma das estreias mais fortes dos últimos tempos no panorama do cinema chinês.

Entre os dias 13 e 26 de Abril será exibido “Magnetic Beats”, de Vincent Maël Cardona, uma co-produção francesa e alemã, também do ano passado. A história passa-se nos anos 80, numa Alemanha ainda dividida, onde um grupo de amigos opera uma estação de rádio pirata a partir da sua cidade natal, no campo. Philippe é o técnico de som e vive na sombra do seu irmão Jerome, que apresenta todo o carisma ao microfone, na colocação de músicas e apresentação de programas radiofónicos. As coisas mudam quando Philippe é chamado a cumprir o serviço militar, sendo obrigado a deixar a cidade de Berlim Ocidental.

“Clara Sola” é o título do filme de Nathalie Álvarez Mesén que será exibido entre os dias 10 e 20 de Abril. Esta película conta a história de Clara, uma mulher de 40 anos que sente uma ligação especial com Deus. Ela ganha a vida como curandeira, sustentando a sua família e vivendo uma relação abusiva com a mãe. Até que, um dia, Clara se sente atraída pelo novo namorado da sua sobrinha, uma paixão que a leva a descobrir novos territórios um pouco fora da espiritualidade.

“Un Monde”, de Laura Wandel, está agendado para os dias 12 a 22 de Abril, sendo esta uma produção belga. O filme conta a história de Nora, uma menina de sete anos, e do seu irmão Abel, que regressam à escola. Nora tenta proteger o seu irmão, que é vítima de bullying, mas este pede-lhe que fique em silêncio. É então que Nora tenta buscar o seu lugar entre o mundo das crianças e dos adultos.

O filme “The Souvenir: Part II” será exibido já a partir de domingo, até ao dia 15 de Abril, uma película com a assinatura de Joanna Hogg. Este filme conta a história de Julie, que se vê livre de um amor que vivia com um homem manipulador e se foca na sua licenciatura em cinema. Esta não é mais do que um retrato de uma artista que mistura memória e fantasia. O filme ganhou três prémios na edição de 2021 do Festival de Cinema Independente do Reino Unido, tendo obtido também seis nomeações em várias categorias.

“France”, de Bruno Dumont, é uma co-produção de França, Itália e Alemanha, e será exibida na Cinemateca Paixão entre os dias 14 e 28 de Abril. “France” conta a história de France de Meurs, uma jornalista de televisão que se confronta diariamente com a sua vida profissional frenética e a sua vida familiar. Tudo muda quando protagoniza um acidente de carro que deixa uma pessoa ferida.

Arquitectura e companhia

Ainda no conjunto das produções internacionais, destaque para “Aalto”, de Virpi Suutari, um filme da Finlândia que volta a ser exibido hoje, depois de uma primeira exibição no passado dia 27, e que pode ser visto até ao dia 6.

Esta é uma película que conta a história da vida e trabalho de Alvar Aalto, uma figura carismática da arquitectura do século XX, nascido em Helsínquia. Mais do que mostrar o seu lado profissional, “Aalto” explora também a sua paixão pela mulher, Ano.

“The Restless”, de Joachim Lafosse, conta uma história de amor entre Leila e Damien, que é bipolar e sente que, apesar de tudo, nunca vai conseguir oferecer a Leila o que ela deseja. O cartaz dos filmes em exibição na Cinemateca completa-se com “The Lost Prince”, de Michel Hazanavicius.

1 Abr 2022

Venetian Theatre acolhe espectáculo solidário de apoio a Eddy Murphy

É já no próximo dia 16 de Abril que decorre no The Venetian Theatre um concerto com o grupo Macau4Eddy, um espectáculo solidário de apoio ao mestre de capoeira brasileiro Eddy Murphy, que vive em Macau há vários anos e que foi diagnosticado com cancro, necessitando de apoios financeiros para pagar os tratamentos. Uma vez que Eddy Murphy é trabalhador não residente, necessita de pagar a totalidade das contas hospitalares, que neste momento são de quase 1,2 milhões de patacas, relativas aos meses de Maio de 2021 a Março deste ano.

Uma nota de imprensa dá conta que a medicação de Eddy Murphy vem dos Estados Unidos, além de que “muitos exames têm de ser feitos no estrangeiro devido à falta de equipamentos ou de especialistas na região”. Até à data, “os tratamentos têm decorrido com sucesso”.

O objectivo desta iniciativa é atingir a fasquia dos dois milhões de patacas, sendo que o dinheiro remanescente que for adquirido será doado à Associação Anti-Cancro de Macau-China.

O espectáculo, que começa às 19h, reúne músicos do território por esta causa, tal como os membros do grupo da Casa de Portugal em Macau, Billy Chan e a sua banda ou a cantora brasileira Jandira Silva, entre outros. Victor Kumar, bailarino e professor de yoga, irá ainda apresentar um espectáculo de Bollywood. Os bilhetes custam 300 patacas e estão à venda no website www.macau4eddy.com. Além desta iniciativa, também se aceitam donativos através da conta BNU número 9008318078, ou através desta plataforma de crowdfunding: https://fundrazr.com/81xt55?ref=ab_3YEqUonzASu3YEqUonzASu

31 Mar 2022

Filosofia | Grupo de estudantes da USJ cria associação para debater pensamento 

Um grupo de estudantes de filosofia da Universidade de São José criou a Associação da Filosofia Chinesa e Ocidental com o objectivo de promover o debate sobre o pensamento e uma reflexão colectiva sobre matérias relacionadas com a existência. Hoje acontece o segundo evento, focado na obra do filósofo alemão Friedrich Nietzsche

 

Aproximar a filosofia às pessoas comuns que não são dessa área é o objectivo da recém-criada Associação da Filosofia Chinesa e Oriental, fundada por um grupo de alunos do curso de filosofia da Universidade de São José (USJ). Hoje, vai ter lugar o segundo evento promovido pela associação, focado no pensamento do filósofo alemão Friedrich Nietzsche sobre a estética, espelhado na obra “A Origem da Tragédia”, lançada em 1872.

O evento, intitulado “Nietzsche – Aesthetics” acontece entre as 18h30 e as 21h na avenida de Venceslau de Morais, 218A, e tem entrada livre.

“No primeiro evento que realizámos focámo-nos no existencialismo, mas desta vez decidimos falar sobre Nietzsche, porque muitos dos seus pensamentos, sobretudo sobre a estética, têm influência nas pessoas no que diz respeito à criatividade”, disse Maggie Chiang, uma das promotoras do evento ao HM.

Sobre “A Origem da Tragédia”, a responsável adiantou que o aparecimento deste livro “culminou no nascimento da estética moderna”, tendo tido “um profundo impacto na arte moderna, sobretudo no seu pensamento em relação ao conflito e à harmonia”.

A associação, composta por alunos de licenciatura, mestrado e doutoramento, visa “reunir a essência do pensamento chinês e ocidental e também promover a existência de uma diversidade de culturas, bem como a aplicação prática do pensamento filosófico”.

Maggie Chiang defende que a filosofia não é uma área assim tão estranha às pessoas de Macau. “Acredito que a maior parte das pessoas tem interesse na filosofia, mas é-lhes difícil falar disso, ou expressar, se não pertencerem a um ambiente académico e profissional”.

Para aproximar esta área às pessoas estão na calha eventos como sessões de cinema, a criação de um clube de leitura ou a realização de palestras de filosofia com professores.

Época de reflexão

Maggie Chiang não tem dúvidas de que esta é a altura ideal para o nascimento desta associação, uma vez que a sociedade enfrenta questões de saúde mental devido à pandemia.

“Neste período de caos, muitas pessoas começaram a pensar sobre a vida e tentam reflectir sobre coisas em que acreditavam antes, sobre a sua veracidade. Em filosofia, uma das coisas mais importantes é olhar para a verdade. Penso que esta é a altura em que as pessoas começam a repensar nas suas vidas, é um bom período para termos esta associação.”

Maggie Chiang tem outro emprego, encontrando-se neste momento a finalizar a sua tese. Assegura que nem sempre é fácil para quem procura a filosofia como uma hipótese de carreira.

“Quem tem interesse em filosofia não pensa desta forma, se é uma área que nos pode proporcionar uma carreira ou dinheiro. Na maior parte das vezes o nosso interesse tem a ver com o conhecimento ou a verdade, e temos sempre muitas questões em mente. Pensamos em teorias, na existência humana, na felicidade, por exemplo. Mas quem vai para filosofia no sentido de ter uma carreira, não é o caminho mais certo. No entanto, penso que estudar filosofia pode ser uma vantagem para aplicar em qualquer emprego”, concluiu.

31 Mar 2022

Gastronomia | Macau volta a ter apenas um restaurante entre os 50 melhores da Ásia

Pelo segundo ano consecutivo, Macau tem apenas um restaurante entre os 50 melhores asiáticos, numa lista liderada por estabelecimentos japoneses, de acordo com a classificação “Os 50 Melhores Restaurantes da Ásia”, anunciada ontem.

À semelhança do ano passado, o “Wing Lei Palace”, localizado no hotel-casino Wynn Palace, na ilha da Taipa, foi o único restaurante de Macau presente no ‘ranking’, alcançando a 47.ª posição, numa subida de três lugares em relação à edição anterior. Já há dois anos, o “Sichuan Moon”, também naquele casino da operadora Wynn, juntava-se à lista.

“Dirigido pelo chefe Tam Kwok Fung, uma das principais autoridades da cozinha requintada cantonesa, o ‘Wing Lei Palace’ é um estudo de temperos, pureza e sabores”, notou a organização da 10.ª edição dos prémios, numa cerimónia ‘online’, acompanhada com eventos em Macau, Tóquio e Banguecoque.

Na lista alargada aos cem melhores restaurantes asiáticos encontram-se outros três estabelecimentos da região administrativa especial: “Golden Flower” (84.º), no Wynn Macau; “Jade Dragon” (89.º), no Hotel Parisian; e o “The Eight” (97.º), no hotel-casino Grand Lisboa.

Entre as regiões e países asiáticos, o Japão foi o vencedor desta edição, com 11 restaurantes entre os 50 melhores do continente, seguindo-se a Tailândia, com nove, Singapura, com sete, e Hong Kong, com seis.

“Den”, em Tóquio, no Japão, ficou na primeira posição, destronando o vencedor do ano passado, “The Chairman”, de Hong Kong, que nesta edição de 2022 passou para quinto lugar.

A lista dos 50 melhores restaurantes da Ásia foi lançada pela primeira vez em 2013 “para celebrar a gastronomia na região e fornecer aos clientes de todo o mundo informações locais e recomendações culinárias”, segundo uma apresentação que se pode ler no portal da organização do evento.

30 Mar 2022

Óscares | Will Smith pede desculpa, mas Academia analisa agressão 

A Academia de Cinema dos Estados Unidos condenou na segunda-feira a agressão do actor Will Smith ao humorista Chris Rock, na cerimónia dos Óscares, no domingo, e revelou que irá analisar o caso e tirar daí as consequências.

“Iniciámos oficialmente uma análise sobre o incidente e iremos considerar possíveis acções e consequências, de acordo com os nossos regulamentos, padrões de conduta e segundo a lei da Califórnia”, afirmou a academia em comunicado citado pela imprensa norte-americana.

O incidente aconteceu durante a cerimónia dos Óscares quando o humorista Chris Rock, que ia apresentar o Óscar de Melhor Documentário, iniciou a sua intervenção com um número de comédia, durante o qual comparou a mulher de Smith, a actriz Jada Pinkett-Smith – que não tem cabelo, por sofrer de uma doença auto-imune -, à tenente O’Neil, “GI Jane”, do filme de Ridley Scott.

Will Smith levantou-se, subiu a palco deu uma bofetada em Chris Rock e regressou ao lugar, de onde continuou a gritar: “Mantém o nome da minha mulher fora da tua ‘fucking mouth'”.

Ontem foi emitido um comunicado onde Will Smith pede desculpa a Chris Rock. “A violência, em todas as suas formas, é venenosa e destrutiva. O meu comportamento na passada noite dos Óscares foi inaceitável e indesculpável. Uma piada sobre a situação médica de Jada foi demasiado para eu aguentar e reagi de forma emocional. Gostaria de, publicamente, pedir-te desculpa, Chris”, pode ler-se.

30 Mar 2022

FRC | Filme “Eat Drink Man Woman” exibido hoje 

A Fundação Rui Cunha (FRC) acolhe hoje, às 18h30, a exibição do filme “Eat Drink Man Woman” de 1994, realizado por Ang Lee. O filme será precedido de uma apresentação feita por Alex Ieong, responsável pela cozinha do restaurante “Solmar”.

“Eat Drink Man Woman” conta a história de um cozinheiro de Taiwan para quem a comida é fundamental na sua vida. Apesar dos seus dotes culinários serem reverenciados por todos, não é capaz de confeccionar o mais sublime dos pratos: a educação das filhas. Jia-Jen, uma professora de química convertida ao cristianismo, Jia-Chen, uma executiva numa empresa de aviação e Jia-Ning, uma estudante que trabalha num restaurante de fast-food.

O filme foi um sucesso de crítica e bilheteira, tendo recebido, entre outros, o prémio de Melhor Filme no Festival Asia Pacific Film e sendo, mais tarde, nomeado para Melhor Filme Estrangeiro nos Óscares de 1995.

Este é o primeiro de muitos filmes que vão integrar um ciclo de cinema na FRC dedicado à gastronomia, e que terá uma periodicidade mensal. Uma vez que Macau “dispõe de uma impressionante variedade de tipos de cozinha, de diferentes origens, tal faz desta região um verdadeiro paraíso para os visitantes apreciadores de comida”. A FRC acrescenta, numa nota, que esta foi a razão pela qual a gastronomia foi escolhida como o tema central deste novo ciclo de cinema.

29 Mar 2022

FAM | Mais de 200 espectáculos e eventos até 2 de Junho

O 32.º Festival de Artes de Macau decorre entre 29 de Abril e 2 de Junho, abarcando mais de 200 espectáculos e eventos de teatro, dança, música e artes visuais, centrados em produções locais e do Interior da China. Do teatro em Patuá aos clássicos gregos, passando pela ópera chinesa e a projecção no grande ecrã de espectáculos internacionais, o FAM promete “Revigorar” os tempos conturbados que Macau atravessa devido à pandemia

 

Com o tema “Revigorar” em pano de fundo, o Festival de Artes de Macau (FAM) irá decorrer entre 29 de Abril e 2 de Junho em vários palcos e espaços da cidade, que serão povoados por mais de 200 produções locais, do Interior da China e Hong Kong, e afectas a áreas tão distintas como o teatro, a dança, a música e as artes visuais.

Adicionalmente, será possível assistir no grande ecrã, a produções internacionais de grande escala ou participar em experiências de realidade virtual. Os bilhetes para todas as actividades e espectáculos do FAM podem ser adquiridos, a partir das 10 horas do próximo domingo, 3 de Abril. A lotação das salas de espectáculos terão a lotação reduzida em 50 por cento devido às medidas anti-epidémicas em vigor.

À margem da apresentação do programa da edição deste ano do FAM, a presidente do Instituto Cultural (IC), Leong Wai Man, revelou que o evento está orçamentado em 24 milhões de patacas, mais três milhões de patacas que a edição do ano passado. Segundo a responsável, tal deve-se ao acréscimo do número de actividades de extensão em relação a 2021.

“No ano passado só realizámos 44 actividades de extensão, mas este ano vamos realizar mais de 100. O nosso objectivo é atrair mais participantes e realizar actividades em diferentes espaços, incluindo não só teatros, mas também espaços ao ar livre, para que os cidadãos possam participar no evento de forma diversa”, explicou Leong Wai Man.

Questionada sobre os critérios de cancelamento dos espectáculos à luz da actual situação epidémica, a presidente do IC disse apenas que a realização, ou não, das actividades está dependente da evolução da pandemia e que a decisão passará por uma “avaliação dinâmica” em coordenação com os Serviços de Saúde. Contudo, assegurou, “foi preparado um plano B”.

Para todos os gostos

Ao nível das artes performativas, destaque para o espectáculo “Homem Livre do Sul”, da autoria do conceituado coreógrafo Willy Tsao. Inspirado em 26 poemas de Li Bai, poeta da dinastia Tang, o espectáculo que poderá ser visto no Grande Auditório do Centro Cultural de Macau no dia 29 de Abril, integra poesia, dança e música numa “exploração criativa” de 14 bailarinos que usam um palco totalmente branco para rumar a um “belíssimo mundo marcado por montanhas, rios, flores e também pela lua”.

Do Centro de Artes Dramáticas de Xangai chega uma interpretação do clássico da tragédia grega “Electra”, de Sófocles. O texto da obra que ensaia sobre a justiça e a vingança foi traduzido Luo Tong, investigadora de literatura e teatro da Grécia Antiga.

Nota ainda para “Xiao Ke”, uma produção co-criada pela bailarina e coreógrafa chinesa com o mesmo nome e o coreógrafo francês Jerôme Bel, que pretende representar, através de um “diálogo transcultural” entre os dois e os movimentos corporais e a música, “a evolução da dança e da cultura da China nos últimos 40 anos”.

Do lado da ópera de Pequim, “A Nova Estalagem Dragão” promete elevar a parada, com uma criação que reúne actores de artes marciais e outros ligados à estética da ópera tradicional chinesa, rompendo com essa tradição “de uma forma inovadora”.

O festival encerra na sala de espectáculos do Venetian, com a cantora de Hong Kong, Liza Wang a juntar-se à Orquestra de Macau para interpretar clássicos chineses.

Criado em Macau

Quanto à produção local, destaque para o teatro em Patuá “Cruzeiro do Amor” (“Lorcha di Amor”), que será levado à cena nos dias 7 e 8 de Maio, no Grande Auditório do Centro Cultural de Macau.

Encenado e escrito por Miguel de Senna Fernandes, o enredo do espectáculo deste ano conta as peripécias e os anseios de várias personagens, que embarcam naquele que é o primeiro cruzeiro de luxo da Era pós-pandemia entre Macau e Hainão. O suspeito de um crime que tenta sair cladestinamente de Macau, uma artista de cabaret que parte em busca de uma vida nova e um casal desejoso por novos recomeços fazem parte das caricaturas deste ano.

Da autoria da associação Cai Fora, “Carlos I” é um espectáculo inspirado na antiga Doca D. Carlos I para produzir uma peça na qual não há actores, mas apenas instalações de luz, som e espaço, que promete levar o público a imaginar “o percurso histórico e o caminho futuro deste local”.

Por seu turno, “As Figuras Desaparecidas” é uma obra que pretende explorar, de acordo com Jenny Mok, encenadora da Associação de Arte e Cultura Comuna de Pedra, o tema da mão-de-obra feminina na sociedade actual.

Destaque ainda para “Nove Paisagens Sonoras”, uma peça de teatro multimédia apresentada pelo Grupo de Teatro Experimental “Pequena Cidade”, baseada nos nove tons do cantonês, que pretende demonstrar “o ritmo da cidade em constante transformação”.

Num cinema perto de si

Com os estrangeiros impedidos de entrar em Macau, várias produções internacionais vão ser exibidas apenas no grande ecrã. Exemplo disso, foi revelado ontem, é a “Triologia de Lehman”, do Teatro Nacional de Inglaterra, “O Conde de Monte Cristo”, do Teatro de Opereta de Moscovo, “Um Lago dos Cisnes” do Ballet Nacional da Noruega e o “Akhenaten”, da Ópera Metropolitana de Nova Iorque.

Coordenada pelo Museu de Arte de Macau e pelo Museu de Arte de Guangdong, a exposição “Imaginação Selvagem: Arte a Tinta Contemporânea em Guangdong-Hong Kong-Macau de 2000 a 2022”, destaca a natureza da arte a tinta contemporânea, exibindo cerca de 80 peças da autoria de mais de 50 artistas de Guangdong, Hong Kong e Macau.

A pensar nos mais novos, haverá ainda espectáculos para toda a família como o teatro interactivo “Doople POP” da companhia “Cultura do Grande Barco” e o musical infantil “A História de Kong Yiji”, criado pela Associação de Artes Pequena Montanha.

Destaque ainda para “A Mostra de Espectáculos ao Ar Livre”, que terá lugar no Jardim do Mercado do Iao Hon e onde, ao longo de três noites, serão exibidos espectáculos de marionetas, dança swing, narração de histórias, acrobacias aéreas e música portuguesa.

29 Mar 2022