Literatura | Escritor Paul Auster diagnosticado com cancro

O escritor norte-americano Paul Auster está em tratamentos por causa de um cancro diagnosticado em Dezembro, revelou sábado a mulher do autor, a escritora Siri Hustvedt. Numa mensagem na rede social Instagram, Siri Hustvedt explica que Paul Auster foi diagnosticado com cancro em Dezembro passado, depois de vários meses doente, estando actualmente a fazer tratamentos de quimioterapia e imunoterapia em Nova Iorque.

“Tenho vivido num lugar ao qual passei a chamar ‘Cancerland’ [país do cancro, em tradução livre]. Muita gente atravessou as suas fronteiras, ou porque esteve ou está doente, ou porque ama alguém, um parente, um filho, cônjuge ou amigo que tem ou já teve cancro”, escreveu a autora.

Romancista, ensaísta, argumentista, Paul Auster tem 76 anos e uma extensa obra literária publicada em mais de 40 línguas. Em Janeiro deste ano publicou “Bloodbath Nation”, inédito ainda no mercado português, com fotografia de Spencer Ostrander, no qual reflecte sobre a violência nos Estados Unidos e a relação dos norte-americanos com as armas.

Em Portugal, Paul Auster tem grande parte da obra literária publicada, em particular os romances, como “Mr. Vertigo”, “Palácio da Lua”, “Música do Acaso”, “Leviathan”, “Trilogia de Nova Iorque”, “Timbuktu”, “O livro das ilusões”, “As loucuras de Brooklyn”, “O homem na escuridão” e “4 3 2 1”, com o qual foi finalista ao Booker Prize.
Assinou a realização de um par de filmes, o último dos quais “A vida interior de Martin Frost” (2007), rodado parcialmente em Portugal.

Paul Auster foi já amplamente reconhecido, nomeadamente o Prémio Médicis, o International Dublina Literary Award ou o Prémio Príncipe das Astúrias.

13 Mar 2023

Festival da Eurovisão | Mimicat vai representar Portugal

A cantora Mimicat, com a música “Ai Coração”, venceu sábado o Festival da Canção e vai representar Portugal no Festival Eurovisão da Canção, previsto para Maio em Liverpool, Reino Unido. Mimicat é o nome artístico da cantora portuguesa Marisa Mena, de 38 anos, que se candidatou ao Festival da Canção, submetendo “Ai Coração”. A cantora já tinha participado em 2001 numa das semifinais do festival, com o nome Izamena.

Mimicat vai representar Portugal no 67.º Festival Eurovisão da Canção, cuja final está marcada para 13 de Maio em Liverpool, no Reino Unido. A final é antecedida por duas semifinais nos dias 09 e 11 de Maio e Portugal está na primeira semifinal.

Na final do Festival da Canção,em Lisboa, competiram 13 canções. Na votação do júri regional, houve um empate entre as canções de Mimicat e de Edmundo Inácio, mas na votação do público, os 12 pontos foram para a canção “Ai Coração”. Em 2022, Portugal participou na Eurovisão com “Saudade, Saudade”, composta e interpretada por Maro, tendo ficado em nono lugar.

A vitória da Eurovisão em 2022 coube à Ucrânia com a canção “Stefania”, pelo grupo Kalush Orchestra. A Ucrânia deveria ser este ano o país anfitrião do festival, mas por causa da invasão militar da Rússia no país, a organização decidiu que a cerimónia seria no Reino Unido, em Liverpool.

Portugal participou no Festival Eurovisão da Canção pela primeira vez em 1964 e venceu pela primeira e única vez em 2017, com “Amar pelos dois”, interpretado por Salvador Sobral e composto por Luísa Sobral.

13 Mar 2023

Exposição | “In-Between”, de José Drummond, na galeria ATTN até Junho

José Drummond, artista e ex-residente de Macau, expõe “In-Between” na galeria ATTN, sediada em Guangzhou, até 4 de Junho, numa mostra que introduz a representação do artista na China. A exposição faz uma espécie de retrospectiva do trabalho de Drummond realizado nos últimos anos através de oito séries de peças que divergem entre pintura, instalação ou vídeo. Destaque para a nova instalação “So the darkness shall be the light”

 

A nova exposição de José Drummond junta uma ponta de ironia a um pedaço de coincidência. “In-Between”, patente na galeria ATTN, em Guangzhou, até 4 de Junho, marca o início da representação do artista na região, logo agora que Drummond decidiu deixar temporariamente Xangai, onde vivia há alguns anos depois de um longo período a viver em Macau.

“Até tem alguma piada, porque a partir do momento em que decidi regressar a Portugal apareceram uma série de coisas, como que a quererem prender-me à China. Esta colaboração é muito recente e não sei muito bem o que vai sair daqui”, confessou ao HM.

“In-Between” faz uma espécie de retrospectiva do trabalho artístico multidisciplinar que José Drummond tem realizado nos últimos anos na área das artes plásticas. A curadoria é de Lijun Liu e Ryan Wang e foram eles que escolheram todas as peças. Assim, o público chinês poderá ver peças já expostas.

A única novidade é mesmo “So the darkness shall be the light”, uma instalação com espelhos baseada numa outra peça já apresentada em Macau entre 2017 e 2018 e inspirada no verso de um poema de T.S. Elliot. Há aqui um lado interactivo, pois o público será convidado a ir colando fita adesiva nos espelhos até não restar mais nenhum outro espaço livre.

“Em Macau tinha um corredor com espelhos dos dois lados que iam acendendo e apagando. Esta instalação é uma variação desse tema e tem a ver com essa necessidade ou sujeição a que estamos dispostos, como pessoas, às redes sociais, com a extrema visibilidade. Tem também a ver com a forma como os Governos cada vez mais nos controlam e a forma como tratamentos a nossa persona, daí a presença do espelho.”

A “escolha ecléctica” de trabalhos presente em Guangzhou é o início de uma parceria que traz “boas perspectivas” a José Drummond. “Esta é uma galeria bastante recente, revelaram interesse no meu trabalho e eu aceitei. É importante ter uma galeria que represente o meu trabalho na China. Há outras galerias e museus que durante este ano e início do próximo ano vão mostrar o meu trabalho.”

“Estamos ainda numa fase pós-pandemia e as coisas economicamente ainda estão a ser feitas com algum cuidado, porque especialmente o último ano já foi complicado para a economia chinesa. Assim, a exposição vai estar patente mais tempo do que é habitual. Gosto do projecto, das pessoas que estão por detrás dele, e tenho boas expectativas”, adiantou ainda sobre a parceria com a galeria ATTN.

Em Portugal o artista já tem projectos agendados, mas não quer, para já, revelar mais detalhes. “Não acredito que o meu trabalho seja especial ou se destaque de outros. Acho que trabalhamos todos mais ou menos com o mesmo tipo de linguagem, uma linguagem contemporânea. Mas uma coisa é certa: eu sou a soma das minhas experiências, aquilo que vivi tem sempre influência naquilo que faço e no modo como abordo as coisas. No meu trabalho isso até é bastante nítido, porque é a tal história do estado intermédio entre culturas. Tenho trabalhado bastante esse tema da influência de uma outra cultura na minha própria cultura, criando esta entidade mista.”

Ser e estar

O nome da exposição, “In-Between”, nasce precisamente de um estado intermédio em que o artista português tem vivido nos últimos anos desde que emigrou para Macau, uma terra da qual tem saudades, mas que nunca foi verdadeiramente sua, tal como não foi Xangai.

“Sempre trabalhei este estado intermédio, o ‘In-Between’, com muita consciência, pelo menos nos últimos dois anos. É um estado que geograficamente diz respeito a alguém que passa muito tempo fora da sua terra natal e depois acaba sempre por viver nesse espaço intermédio, de não fazer parte do sítio para onde se vai e deixar de fazer parte do sítio de onde se veio. Daí as minhas referências ao Camilo Pessanha, por exemplo.”

De frisar que o poeta português, considerado o expoente máximo do Simbolismo na poesia portuguesa, viveu entre Lisboa e Macau por longos períodos, mas foi a Oriente que morreu, em 1926, depois de anos dedicado às letras e ao Direito, estando sepultado em Macau.

“Este tema foi-se acentuando no meu trabalho, mas não se esgota nesse sentido existencial. Tem também a ver com a minha prática artística, que também é, em si, uma prática ‘in between’, que se move de um lado para o outro, entre pintura, vídeo ou instalação. É uma prática que vive no meio destas disciplinas”, acrescentou José Drummond.

Assumindo que está “numa fase de maturação ao nível de temas” para trabalhar artisticamente, e que já não fogem muito “do trabalho em torno deste lado existencial e de espaço intermédio, com a ligação à poesia e filosofia”. “Penso que as coisas vão seguir por esse caminho”, concluiu.

13 Mar 2023

24.º aniversário do MAM celebrado com actividades culturais

O Museu de Arte de Macau (MAM) celebra 24 anos de existência no próximo dia 19 e, a pensar na efeméride, foram organizadas uma série de actividades culturais para esse dia e também para o dia 18. Será, assim, promovida a iniciativa “Fim-de-semana com Artes 2023”, com o tema “Artes sem Limites”, que significa que “a exploração das artes chinesa e estrangeira, a criatividade e a partilha das artes não têm fronteiras”.

O evento agendado para os dias 18 e 19 inclui programas culturais como “Artes Visuais x Música — Performance Interdisciplinar ao Vivo”, “Visuais × Imagens ― Exibição de Documentários”, “Encontro no MAM”, “Domingo de Arte em Família”, bem como a actividade “Tire uma Foto de Grupo e Compartilhe!” e a visita guiada sobre a exposição de Fang Lijun, patente no MAM.

Música e companhia

No programa “Artes Visuais x Música — Performance Interdisciplinar ao Vivo” os curadores Pal Lok, Fan Sai Hong e três músicos de Macau, Iat U Hong, Akitsugu Fukushima e Ivan Wing, inspirados pela mostra de Fang Lijun, criaram um “espectáculo interdisciplinar” de nome “De Sombra e Luz”, baseado “num conjunto diversificado de músicas originais e efeitos visuais abstractos”. Trata-se de um espectáculo que apresenta “ao público, de forma curiosa, a luz e a escuridão de um universo caótico” no mesmo espaço onde são exibidos os trabalhos do artista chinês.

Na iniciativa “Visuais X Imagens – Exibição de Documentários” apresenta três documentários representativos do universo das artes, intitulados “Papel & Cola”, “As vidas chinesas de Uli Sigg” e “Ascensão”. Estes vão “permitir ao público sentir as infinitas possibilidades da criatividade artística, do coleccionismo e dos efeitos visuais a partir do prisma do famoso artista francês JR, do coleccionador de artes modernas chinesas Uli Sigg e da jovem realizadora de documentários Jessica Kingdon”.

As exposições “Alegoria dos Sonhos”, do colectivo YiiMa, composto por Guilherme Ung Vai Meng e Chan Hin Io e “Luz Poeirenta”, de Fang Lijun, serão exploradas com mais detalhe no programa “Encontro no MAM”, bem como a mostra “Prelúdio do Estilo Moderno de Macau”. Neste “Encontro” participam a directora do MAM, Un Sio San, o coordenador da exposição, Tong Chong, o curador Ng Fong Chao e a investigadora Kan Pui Ian. Além disso, serão ainda realizados, sucessivamente, os programas “Domingo de arte em família: Humanos e Figuras, “Tire uma foto de grupo e compartilhe!,“Flash, Flash para Amigos do MAM – Presentes surpresa a serem resgatados com selos Flashing, bem como visitas guiadas, criando um ambiente artístico ao público.

A participação nos programas do evento “Fim-de-Semana de Artes 2023” é gratuita, sendo necessária a inscrição prévia para alguns programas. As inscrições podem ser feitas desde ontem na plataforma da Conta Única.

10 Mar 2023

Cinemateca Paixão | Festival do Cinema Holandês arranca amanhã

É já amanhã que tem início um novo festival de cinema na Cinemateca Paixão, desta vez dedicado ao cinema holandês, feito inteiramente por realizadores do país ou em co-produção. Até dia 25, o público poderá ver curtas e longas-metragens, das produções mais recentes às antigas

 

“Fazer o caminho holandês” é o nome do novo festival de cinema da Cinemateca Paixão inteiramente dedicado às produções cinematográficas holandesas. Entre amanhã e o dia 25 deste mês, será possível ver curtas e longas-metragens de diversos realizadores. O filme mais antigo data de 2001. Incluem-se ainda co-produções produzidas por realizadores holandeses e de outros países.

Numa nota divulgada no seu website, a direcção da Cinemateca Paixão aponta que os filmes europeus são conhecidos por “revelarem culturas ricas e por apelarem à consciência do público para com diversas questões”, sendo que os filmes da Holanda, ou Países Baixos, “são conhecidos por apresentarem um ponto de vista único e diversificado”, bem como “críticas às questões sociais”.

Alguns os filmes que se apresentam nesta iniciativa foram parte integrante do Festival de Cinema de Roterdão, considerado um dos maiores festivais de cinema do mundo. Com este festival, será possível “vaguear por esta nação livre com uma rica atmosfera artística”, conhecida pela sua “progressividade, igualdade, pragmatismo, abertura, diversidade cultural e inovação”.

Viagens e histórias pessoais

O primeiro filme a ser exibido, já esta sexta-feira, é o mais antigo de todos, datando de 2001, e é uma produção totalmente holandesa, do realizador Nanouk Leopold. Exibido também no dia 22, “Îles Flottantes”, uma comédia, conta a história de três mulheres na casa dos 30 anos que querem mudar de vida, mas acabam por fazê-lo de forma errada.

Nas vidas de Sasha, Kaat e Isa contam-se separações dolorosas, casos de violência doméstica e paixões que se transformam em densos labirintos, onde a amizade é ponto fulcral nesta história.

No sábado, e também no dia 21, será exibido “Zurich”, de Sacha Polak, uma co-produção entre a Holanda, Alemanha e Bélgica. Este filme de 2015 revela a história de Nina que inicia uma viagem de carro sem destino certo para deixar o passado para trás. Pelo meio, encontra-se com um camionista alemão, Matthias, com quem decide prosseguir viagem.

No entanto, opta por esconder a sua identidade e a sua vida, mas esta será uma viagem que lhe dará muitas das respostas que ela procura para si mesma.

No domingo, e também no dia 18, será dia de exibir “Splendid Isolation”, de Urszula Antoniak, uma produção do ano passado feita totalmente na Holanda. Esta é a história de Anna e Hannah e de uma catástrofe pouco conhecida à qual escaparam. É numa ilha algo isolada, e vivendo numa casa abandonada, que Anna toma conta de Hannah, que se encontra numa condição muito frágil. Têm uma relação, mas aquele período fá-las pensar na forma como a vivência entre as duas evoluiu. Quando Hannah vê alguém na praia, que representa a Morte, tudo muda.

A co-produção com a Bósnia e Herzegovina, “Take Me Somewhere Nice”, de Ena Sendijarevic, integra também o cartaz do festival. A película poderá ser vista nos dias 15 e 19 de Março. Destaque ainda para os títulos “Layla M.”, de Mijke de Jong, exibido nos dias 17 e 23 de Março, e ainda “Three Minutes: A Lengthening”, de Bianca Steiger, um trabalho mais recente, de 2021. Este filme será exibido nos dias 14 e 25 de Março.

A Cinemateca Paixão optou ainda por exibir uma selecção de quatro curtas-metragens, nos dias 19 e 24 de Março. São elas “Noor”, de Louka Hoogendijk, “Spotless”, de Emma Branderhorst, “The Walking Fish”, de Thessa Meijer, e “Harbour”, de Stefanie Kolk.

10 Mar 2023

IC | Actividade “Troca de Livros” até 9 de Abril

Decorre até ao dia 9 de Abril a actividade “Troca de Livros”, promovida pelo Instituto Cultural (IC) e inserida na iniciativa “Série de Actividades da Cidade de Leitura – Semana da Biblioteca de Macau 2023”. A “Troca de Livros” consiste na entrega de livros em segunda mão por parte dos utilizadores que os podem depois trocar por outras publicações que sejam mais do seu interesse, ou simplesmente deixar as obras que já não são lidas ou utilizadas.

O período de entrega de livros em segunda mão decorre às segundas-feiras das 14h às 20h e de terça-feira a domingo das 8h às 20h em todas as bibliotecas públicas do território. Aquando da entrega, os leitores recebem uma ficha classificativa carimbada. A troca de livros por outros de valor equivalente acontecerá depois nos dias 22 e 23 de Abril no Centro Cultural de Macau e na biblioteca pública de Seac Pai Van.

Os funcionários irão classificar cada livro de acordo com o seu preço original, sendo atribuído um ponto por cada dez patacas. Por cada ponto, será colocado um carimbo na ficha classificativa. A pontuação máxima atribuída por livro ou colecção será de 100 pontos. Livros sem preço recebem o valor de dez patacas. Não podem ser trocados livros escolares, cadernos de exercícios, revistas, publicações de cariz pornográfico ou religioso, livros de banda desenhada ou jornais publicados há mais de um ano, bem como livros turísticos publicados antes de 2021.

9 Mar 2023

Casa Garden | Segunda edição da “Highly Collectable Art Fair” a partir de sábado

A Casa Garden, delegação da Fundação Oriente (FO) em Macau volta a receber a exposição “Highly Collectable Art Fair”, naquela que é a segunda edição do evento. A inauguração acontece sábado, às 17h30, sendo que a exposição encerra no próximo dia 19.

Esta segunda exposição realiza-se seis meses após a primeira edição, que foi bem recebida pelo público, segundo uma nota da FO. Esta mostra “é ligeiramente diferente da do ano passado, a qual se centrou em artistas locais e artistas de ukiyo-e japoneses”, sendo, portanto, “apresentadas esculturas em madeira de cultura sino-portuguesa pertencentes a coleccionadores locais e estrangeiros”.

A FO explica que, ao longo dos séculos, e no decurso do desenvolvimento urbano, “este tipo de objectos decorativos, pertencentes a residências de empresários estrangeiros que viveram em Macau durante a época da administração portuguesa, quase desapareceu e raros são os que foram resgatados e preservados”.

Assim, a “Highly Collectable Art Fair” apresenta cerca de 60 trabalhos artísticos “únicos e raramente expostos”, tal como peças de porcelana de exportação, de pinturas China Trade e de outros objectos. Além disso, a colecção chinesa inclui uma paisagem em miniatura de quatro painéis de Sun Yunsheng, discípulo de Zhang Daqian, cujo trabalho em pincel é precioso, pinturas a tinta de Feng Zikai, famoso pelas suas caricaturas, e, ainda, um esboço do célebre pintor a óleo chinês Ai Xuan.

A colecção de arte ocidental integrada nesta mostra inclui litografias de Chagall, que são bastante populares entre os coleccionadores devido à sua acessibilidade. Também estão expostas algumas raras impressões em tamanho original das gravuras de Albert Durer, do final do século XIX, da Biblioteca Nacional de Paris.

9 Mar 2023

CCM | “Percursos pela Dança” apresentado este fim-de-semana

Estreia, esta sexta-feira, no pequeno auditório do Centro Cultural de Macau o espectáculo “Percursos pela Dança”, do grupo teatral “Hou Ying”. O espectáculo incorpora imagens vídeo que se misturam com movimentos corporais abstractos que revelam mensagens ligadas a ideias como avidez, hesitação, impulsividade ou confiança

 

“Percursos pela Dança”, da companhia teatral Hou Ying, é o espectáculo que sobe ao palco do pequeno auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) esta sexta-feira e sábado às 19h45, com uma duração de 60 minutos. Este promete ser um espectáculo “pleno de cores e linhas”, revelando “uma tonalidade e uma impressão de vida”.

A nota divulgada pelo CCM descreve uma peça que mistura movimentos corporais abstractos com dramatização e imagens de vídeo, girando em torno dos conceitos de “avidez e hesitação, receios e impulsos para seguir em frente, confiança e independência, numa persistente procura pelo sentido da vida”. Esta é uma peça que “explora a relação entre os indivíduos e o mundo, a construção e destruição, a morte e renascimento”.

Este espectáculo é encenado pela coreógrafa e artista independente Hou Ying, contando com música de Randall Love, da Universidade de Duke, nos EUA. A ideia para esta peça surgiu “das reflexões da própria coreógrafa sobre a vida”, sendo “um retrato do Homem a viver o presente, entre realidade e ilusão”.

Desta forma, “o palco é exposto como uma cena resultante de um desastre, talvez um tsunami, um tremor de terra, durante a qual as pessoas foram separadas, soltadas, deixadas à deriva ou em conflito”. No entanto, “talvez nada disso aconteça, de facto, fora das nossas mentes, num mundo à beira do colapso e a desfazer-se”, descreve o CCM.

Recorrendo à linguagem corporal, Hou Ying confronta o público “com as incertezas e dificuldades da vida, com as cores a representar tensão, e as linhas (suspensas) a representar percursos vividos, expondo por completo o estado das mentes humanas”.

A peça propõe-se a apresentar uma visão “fanática e psicótica a uma atmosfera de sensualidade, racionalidade e pureza”, com uma “fisicalidade que é utilizada enquanto mensageira, libertando-se de uma corrente de auto-reconhecimento, escapando-se do corpo”.

Dança de fusão

Criada em 2011, em Pequim, a companhia teatral Hou Ying surgiu depois da coreógrafa ter criado o grupo “Dança Teatro Vision” em Nova Iorque. Hou Ying decidiu incorporar a sua formação em dança tradicional clássica chinesa, dança popular, ballet, ópera chinesa e artes marciais com as técnicas adquiridas nos EUA junto de mestres como Martha Graham, José Limon, Merce Cunningham e Trisha Brown. Desde então que a companhia de Hou Ying dedica-se a explorar a junção de conceitos coreográficos orientais e ocidentais.

Desde 2011 que já foram apresentados os espectáculos “Interface”, “Infinitude”, em 2013, e “Tu Tu”, em 2014. O mais recente, apresentado no ano passado, intitulava-se “Desaparecer”. Tratam-se de espectáculos que podem ser considerados como “peças interdisciplinares de vanguarda”, incorporando “elementos teatrais, música experimental e arte contemporânea”.

O grupo Dança Teatro Hou Ying já fez digressões em vários países, tendo passado ainda por vários festivais internacionais e instituições de prestígio, como é o caso do Tisch Theatre in Art Institute de Nova Iorque, o Festival de Artes ao Ar Livre do Centro Lincoln, o Festival de Arte Asiática de Nova Iorque ou o Openlook de São Petersburgo. Ao longo dos anos, o Dança Teatro Hou Ying estabeleceu-se internacionalmente enquanto companhia de dança contemporânea chinesa, e força motriz da fusão entre a cultura oriental e ocidental.

Relativamente ao percurso de Hou Ying, o seu primeiro trabalho como coreógrafa foi “Night of Spirit”, tendo vencido o prémio maior do Concurso Internacional de Coreografia Moderna da Bielorrússia em 1996. Em 2001 foi-lhe atribuída uma bolsa do Concelho Cultural Asiático para pesquisar e criar em Nova Iorque. Um ano depois, na mesma cidade, a coreógrafa ingressou na companhia de Artes da Dança Shen Wan onde se tornou um elemento relevante no processo criativo, tendo aparecido por três vezes em artigos da revista do New York Times e eleita “Bailarina do Ano”, em 2004.

Em 2008, Hou Ying regressou à China com a companhia Shen Wei para criar The Picture, um dos espectáculos de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim. Em 2009, a sua carreira mudou o foco para a capital chinesa, onde estabeleceu a Dança Teatro Hou Ying. A companhia tornou-se numa das pioneiras de arte contemporânea multigénero, dedicando-se a promover o improviso e o ensino de dança contemporânea.

9 Mar 2023

João Paulo Cotrim, editor e autor, homenageado em Portugal

É já no próximo sábado, dia 11, que decorre na Livraria Municipal Verney, em Oeiras, Portugal, um evento de homenagem ao autor e editor João Paulo Cotrim, antigo colaborador do HM já falecido, vítima de doença prolongada.

O evento conta com um debate mais alargado sobre o livro, recentemente publicado, “Foi Quase um Prazer”, que recorda a carreira de Cotrim não apenas na edição de livros, com a editora Abysmo, mas também na área da banda desenhada, já que foi um dos programadores da Bedeteca de Lisboa, entre 1996 e 2002.

O evento começa às 16h com a oficina para crianças e famílias “Agora é que são elas!”, monitorizada pelos ilustradores Nuno Saraiva e Catarina Sobral a partir de jogos e brincadeiras escritas por João Paulo Cotrim para a revista “UP Kids”, o suplemento da já extinta revista “UP Magazine”, editada pela TAP.

Às 18h, decorre o debate sobre o livro, com as presenças do autor, Jorge Silva, o ilustrador André Carrilho, Catarina Sobral, Cristina Sampaio, João Fazenda, Nuno Saraiva, Miguel Rocha, Pedro Burgos e Tiago Manuel. Segue-se, a partir das 21h, um DJ set com “música que é ‘Quase um Prazer'” com Valério Romão, escritor, e Cláudia Marques Santos.

Escrita profícua

Os textos do livro são da autoria do próprio Cotrim, publicados em catálogos, jornais, revistas e redes sociais, e com ilustrações de André Carrilho. Tratam-se de ensaios, comentários e recensões críticas que João Paulo Cotrim escreveu em mais de 30 anos, relacionados com a sua carreira de editor e programador cultural.

O livro começa nos anos 80, com as suas primeiras revistas, “Lua Cheia” e “Lx Comics”, referindo a sua passagem pelo jornal “Combate” e os seis anos em que esteve à frente da programação da Bedeteca de Lisboa. O livro fecha com uma desconhecida faceta de João Paulo Cotrim: as dezenas de colagens que realizou, provavelmente entre 2005 e 2010, confirmam-no também como um talentoso ilustrador.

Nascido em 1965, João Paulo Cotrim foi o autor da crónica semanal “Diário de um Editor” que durante vários meses foi editada na antiga secção “H” do HM. Foi guionista de filmes de animação, autor de novelas gráficas, ensaios e ainda poesia. Faleceu em 2021.

8 Mar 2023

Creative Macau | Yaya Vai expõe obras a partir de quinta-feira

“Awaken and To Be Continued” é o nome da nova exposição de pintura e instalação de Yaya Vai, artista de Macau. Nesta mostra, Yaya revela estados de espírito de quem ainda se encontra num estado letárgico, sem conseguir seguir em frente, num limbo semelhante ao despertar de uma nova natureza

 

A nova exposição da Creative Macau aposta em mais um talento local e volta a fazer referência aos tempos duros da pandemia. Em “Awaken and To Be Continued” [Desperta e em Continuação] Yaya Vai, natural de Macau, expõe, a partir de quinta-feira e até 4 de Abril, trabalhos de pintura e instalações artísticas que revelam estados de espírito de quem ainda precisa recuperar de tudo o que aconteceu nos últimos três anos.

“As pessoas desejam que tenha sido apenas um sonho aquilo que aconteceu nos últimos anos. Se é tempo de acordar, estás pronto para isso? Seria como o termo solar ‘O despertar dos insectos’, quando a natureza se torna viva de novo depois de um período de hibernação. No entanto, se o ambiente mudou, o que precisamos é de nos prepararmos e seguir em frente. Qual é o teu plano e esperança para o futuro?”, explica-se numa nota.

Yaya Vai acrescenta que, nos últimos anos, “tem havido muitos desconhecidos” em si mesma, com a vida a parecer “estagnada, sem uma porta de saída”. “Parece demasiado a ideia de ‘Vamos!’ para que eu siga em frente.

Honestamente, ainda estou numa fase entre o despertar e o estar deitado. Esta série de trabalhos é um auto-diálogo. Sobre a ideia de ‘continuando’, necessito de esquecer o passado e seguir em frente. Pode não ser fácil alterar os maus hábitos e dar mais atenção ao ambiente e às pessoas em volta. Mas sei que o mundo continua a mover-se mesmo que eu continue deitada”, acrescenta-se na mesma nota.

Da gestão e criatividade

Esta não é a primeira vez que Yaya Vai expõe em Macau, tendo já revelado o seu trabalho como pintora no Salão de Outono, ao ser uma das artistas integrantes da exposição colectiva organizada pela Fundação Oriente, ou na Macau H853 Super Art Fair. Destaque ainda para a participação, em 2020, numa mostra colectiva com oito artistas de Macau que decorreu no bairro de São Lázaro. A exposição foi organizada pela Ark – Associação de Arte de Macau (AAMA, na sigla inglesa) e a Associação para a Promoção das Indústrias Criativas.

Yaya Vai começou por se licenciar em Gestão de Empresas, mas depressa a arte passou a fazer parte do seu dia-a-dia como passatempo. Foi então que aprendeu a desenhar com caneta e a óleo e, mais tarde, obteve o certificado em Marketing de Artes Visuais e Gestão. A sua arte é, sobretudo, inspirada por temas florais e mais ligados ao universo feminino. Para a artista, “a arte é uma forma de reduzir o stress” e ela espera que o seu trabalho possa levar a uma maior consciencialização sobre a saúde emocional das mulheres.

8 Mar 2023

Já há livros “escritos” por ChatGPT à venda na Amazon

A Amazon tem cerca de 200 livros à venda escritos com recurso ao ChatGPT, ferramenta de Inteligência Artificial, uma situação que é vista como uma ameaça para os escritores.

O número 200 foi avançado pela agência Reuters em finais de Fevereiro e, nos dias seguintes, surgiram alertas quanto aos riscos desta ferramenta, como o de Mary Rasenberger, directora executiva da Authors Guild, a maior e mais antiga organização de escritores profissionais dos Estados Unidos.

“Estes livros inundarão o mercado e muitos autores ficarão desempregados”, afirmou, citada pelo ‘site’ BusinessInsider.

O exemplo de um livro totalmente escrito pelo ‘robot’ é “ChatGPT on ChatGPT: The AI Explains Itself” (“ChatGPT sobre ChatGPT: A Inteligência Artificial Explica-se”) e a versão em papel custa 11,9 dólares (11 euros), grátis na versão Kindle.

Outro é “The “Wise Little Squirrel” (“O Esquilozinho Sábio”), de Brett Schickler, um vendedor de Rochester, Nova Iorque, que concretizou o sonho de escrever um livro, mas com o ChatGPT.

Tem 30 páginas, foi escrito em poucas horas com esta ferramenta, e está à venda na Amazon Kindle, em versão digital, por 2,99 dólares, ou 9,99 dólares na versão impressa. Até final de Fevereiro, Shickler tinha ganho menos de 100 dólares, segundo disse à Reuters.

A Amazon afirmou que todos os livros na sua loja ‘on-line’ devem cumprir as regras de propriedade intelectual, mas nada adiantou quanto a uma eventual mudança de regulamentos sobre o uso da tecnologia. A OpenAI, que lançou o ChatGPT, optou por não se pronunciar.

Revolução em curso

A inteligência artificial promete uma revolução na pesquisa da internet e outras utilizações, mas especialistas alertam que também apresenta riscos, como a violação de privacidade, algoritmos tendenciosos, que exigirão regulamentação, difícil de implementar, pois essas tecnologias avançam rapidamente.

Os modelos de inteligência artificial generativa, como as ChatGPT, são capazes de a partir de um texto simples gerar, criar textos extremamente complexos, com resposta a questões, com criação de novas questões, criação de conteúdo, peças jornalísticas.

Na descrição do especialista português Luís Paulo Reis, feita à Lusa, é também possível fazer programas para disciplinas do ensino superior ou do ensino secundários, respostas a exames, criar inclusivamente exames.

7 Mar 2023

Palestra com escritor Jonathan Kaufman acontece segunda-feira

Jonathan Kaufman, autor norte-americano e vencedor de um prémio Pulitzer, estará em Macau na próxima segunda-feira, na Livraria Portuguesa, a partir das 18h30, para conversar com leitores e apresentar o seu mais recente livro, “The Last Kings of Shanghai: The Rival Jewish Dynasties that Helped Create Modern China”.

Esta obra conta a história de famílias judaicas em Xangai nos anos 30, nomedamente os Sassoon e Kadoories, oriundos de Bagdad, e que acabaram por desempenhar um importante papel nos negócios e no mundo da política na China ao longo de 175 anos. As histórias percorrem, assim, períodos históricos como é o caso da Guerra do Ópio, a ocupação japonesa na II Guerra Mundial e a liderança de Chiang Kai-shek até à tomada do poder pelo Partido Comunista Chinês e a formação da República Popular da China, em 1949.

Trata-se de histórias que percorrem Bagdad, Hong Kong, Londres e Xangai carregadas de episódios ligados ao contrabando de ópio, rivalidades familiares e intrigas.

Prémios e percursos

Jonathan Kaufman é, além de autor, jornalista, sendo actualmente editor executivo na área das notícias sobre negócios da agência Bloomberg, coordenando uma equipa de mais de 300 jornalistas e editores de todo o mundo.

Além do Pulitzer, que venceu com um trabalho coordenado na Bloomberg, Jonathan Kaufman ganhou ainda os prémios George Polk, o prémio do Clube de Imprensa Estrangeira, o Prémio Gerald Loeb e ainda o Grande Prémio da Associação de Escritores de Educação.

Antes de passar pela agência de notícias de economia e finanças Jonathan Kaufman foi editor adjunto da página “One”, do The Wall Street Journal, tendo trabalhado também em Pequim como chefe de gabinete do mesmo jornal na China.

Kaufman é ainda autor de dois livros muito aclamados pelo público, nomeadamente “A Hole in the Heart of the World: Being Jewish in Eastern Europe”, editado em 1997, e “Broken Alliance: The Turbulent Times Between Blacks and Jews in America”, lançado em 1995, com o qual ganhou o Prémio Nacional do Livro Judaico.

7 Mar 2023

FRC | Exposição de fotografia de Tam Keng inaugurada hoje

Abre hoje ao público, na Fundação Rui Cunha, a exposição “Photography in Free Style” [Fotografia em Estilo Livre], com 30 imagens da autoria de Tam Keng que foram premiadas ao longo dos anos. A mostra apresenta ainda alguns trabalhos inéditos. Nascido em Xangai, Tam Keng vive em Macau desde os anos 80

 

A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta hoje, a partir das 18h, e até ao dia 18 de Março, a exposição “Photography in Free Style” [Fotografia em Estilo Livre] da autoria de Tam Keng, um dos mais conhecidos fotógrafos de Macau.

Revelam-se aqui 30 imagens capturadas ao longo dos últimos dez anos. Segundo uma nota da FRC, todas as fotografias expostas “são obras premiadas do autor, com alguns trabalhos inéditos, que se encontram expostos na galeria da FRC desde o dia 1”. Esta mostra é co-organizada com o grupo de media e publicações Skyscape Times.

Segundo a FRC, as obras de Tam Keng são “ricas em conteúdo e mostram bem a elevada formação artística do autor”, reflectindo ainda “o verdadeiro sentimento do fotógrafo pela vida real e pela beleza da natureza”. Além disso, expressam “de forma genuína o seu estilo pessoal, processo de auto-desenvolvimento e de realizações a nível profissional”.

Tam Keng conta que “a fotografia não é apenas uma arte fácil de aprender, é também uma forma de entender as conquistas interiores que a arte pode trazer a uma pessoa”. Além disso, “a busca pela arte da fotografia é ainda mais: uma espécie de gratificação e prazer pessoal”. Diz o artista que “enquanto houver luz, é possível capturar o momento”.

“Espero que cada trabalho que mostro conte uma história e que crie uma ligação afectiva”, acrescenta ainda o fotógrafo. “Mesmo que eu o reveja ao fim de muito tempo, será sempre um momento tocante para mim.” Estas citações do autor constam do prefácio da exposição e são reveladas por Paul Ao Leong, presidente da Skyscape Times.

De Xangai para Macau

Tam Keng nasceu em Xangai, na China. Mudou-se para Macau no início dos anos 80 e, em 1988, fundou a “Art House”, inicialmente focada em design publicitário. Em 2000 começou a publicar postais e livros de arte, a partir das suas pinturas e fotografias “Monumentos de Macau”. Em 2016, apresentou a exposição individual

“Fotografia”, patrocinada pelo Programa de Promoção de Artistas de Macau, e organizada pela Fundação Macau. Em 2018, expôs “História da Antiga Casa de Chá”, projecto individual organizado pela Sociedade de Fotografia Digital de Macau.

Os seus trabalhos fotográficos ganharam medalhas de ouro da Photographic Society of America (PSA), da Photographic Society of Great Britain (RPS), da International Federation of Photographic Art (FIAP) e de outras instituições de referência em diversos países. Tam Keng é, ainda, Presidente da China (Macao) Overseas Chinese Photographic Society; Presidente da Associação de Fotografia Aérea de Macau; Presidente Honorário da União dos Fotógrafos de Macau; e membro associado da Royal Photographic Society (ARPS), da International Federation of Photographic Art Outstanding Artists (EFIAP), da Photographic Society of Hong Kong (PSHK), da Photographic Society of Macau (PSM), e da Macau Digital Photography Association (MDPA).

7 Mar 2023

Fundo Nacional de Artes da China financia 11 projectos culturais locais

O Fundo Nacional de Artes da China (FNAC) vai financiar 11 projectos locais este ano. A lista, publicada na sexta-feira, revela que um dos contemplados é a Associação de Intercâmbio Cultural de Macau com o projecto de teatro infantil “Conversas de Jovens sobre a China”. Segue-se a Associação dos Antigos Alunos do Conservatório Central de Música de Macau com a obra de crossover “Imagem de Macau”.

A Associação de Arte de Sansan de Macau vai receber financiamento para a composição da cantata “A Pátria está do meu lado”, enquanto a Associação de Dançarinos Regina obteve financiamento para criar a dança “Canção da pesca de Macau”.

Por sua vez, o artista Ieong Weng Kuong obteve apoio para criar a pintura chinesa “Ode ao Lótus Dourado – Macau”, enquanto a Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau (MUST, na sigla inglesa) contará com o apoio da FNAC para o projecto de exposição intitulado “Fusão artística entre o Oriente e o Ocidente – Exposição de Imagens de Macau e Guangdong do século XIX na perspectiva da Rota Marítima da Seda”.

A Associação Industrial e Comercial do ZAPE de Macau vai desenvolver, com o financiamento do FNAC, um programa de formação de “talentos futuros de Macau na gestão das artes e tecnologias”.

O FNAC financiou ainda o projecto de Chan Meng, da MUST, ligado às áreas do bailado e coreografia, enquanto Pun Kuan Pou, ligado à empresa Chessman Entertainment Production, vai desenvolver uma composição musical. Sit Ka Kit, artista da Universidade Politécnica de Macau, vai fazer uma pintura a óleo.

Mais dois projectos

Uma das novidades deste ano passa pela inclusão de mais dois projectos financiados de Macau por comparação com os anos anteriores, sendo esta a segunda vez que os projectos artísticos e culturais de Macau foram seleccionados pelo FNAC. A ideia é que estes projectos “poderão proporcionar mais recursos e plataformas ao sector artístico e cultural de Macau”.

Um comunicado da secretaria para os Assuntos Sociais e Cultura dá conta de que “a nova inclusão dos projectos representativos de Macau contribuirá para a promoção do desenvolvimento diversificado e profissional do sector artístico e cultural de Macau, proporcionando um espaço de desenvolvimento mais amplo e potenciando uma conjuntura nova e próspera para o desenvolvimento cultural e artístico”.

Desde 2021 que o FNAC permite candidaturas de Macau e Hong Kong. No ano passado, nove projectos de Macau obtiveram financiamento. As candidaturas para o programa de financiamento da FNAC para 2024 devem ser apresentadas entre 15 de Abril e 15 de Junho deste ano.

6 Mar 2023

Grande Prémio | Museu de Macau recebe oito estátuas do Madame Tussaud de Hong Kong

John Macdonald, Ron Haslam, Ayrton Senna da Silva e Sebastian Vettel serão quatro das oito grandes figuras do desporto automóvel representadas em estátuas de cera e que poderão ser vistas no final deste mês no Museu do Grande Prémio. Esta iniciativa nasce de uma parceria com o museu Madame Tussaud de Hong Kong

 

A fim de celebrar os 70 anos da organização do Grande Prémio de Macau (GPM), o museu do GPM recebe, no final deste mês, oito estátuas de cera de pilotos famosos, oriundas do conhecido museu Madame Tussaud de Hong Kong. A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) não revela para já, no comunicado já divulgado sobre a iniciativa, os nomes de todos os pilotos, mas já são conhecidos quatro: John Macdonald, Ron Haslam, Ayrton de Senna e Sebastian Vettel.

Os nomes são divulgados no contexto do concurso “Estátuas de Cera dos Pilotos: Adivinha Quem?” que a DST organizou e que terminou no passado dia 28 de Fevereiro. As identidades dos restantes quatro pilotos retratados em figuras de cera, bem como as datas de inauguração da exposição, serão tornados públicos brevemente.

Esta será a oportunidade para o público apreciar “oito estátuas de cera tão verosímeis que parecem verdadeiras, bem como ter a oportunidade de ver outros objectos expostos e experienciar as diversões interactivas multimédia”.
Ayrton Senna da Silva foi um piloto brasileiro nascido na cidade de São Paulo a 21 de Março de 1960. Começou a sua carreira no automobilismo em 1973, em corridas de karts, passando, em 1981, para os carros. Em 1983 foi campeão do Campeonato Britânico de Fórmula 3, tendo-se estreado na Fórmula 1 no Grande Prémio do Brasil de 1984. A sua morte, com apenas 34 anos, em plena competição no Grande Prémio de San Marino, deixou o mundo consternado e fez dele uma lenda mundial do desporto automóvel.

Outra das figuras retratadas no museu é Ron Haslam, britânico que foi, durante mais de 30 anos, piloto de motos, tendo ganho dois títulos mundiais, quatro campeonatos britânicos e competido em quase 110 competições de Grande Prémio em todo o mundo.

De uma geração mais recente de pilotos surge Sebastian Vettel, alemão nascido em 1987 que já foi campeão do mundo de Fórmula 1 quatro vezes consecutivas, além de ter sido vice-campeão por três vezes. Em 2010, tornou-se o mais jovem campeão da história da Fórmula 1.

Primeiro passo

Esta mostra de estátuas de cera de pilotos constitui a primeira cooperação entre a DST e o Madame Tussauds de Hong Kong. A DST sempre procurou “inovar e enriquecer o acervo do Museu do GPM”, além de “realizar projectos e actividades multimédia, promovendo a divulgação e a transmissão da cultura do GPM”.

Em 2021 o museu foi alvo de obras de ampliação, tendo reaberto com uma nova estrutura que disponibiliza mais itens de exposições interactivas multimédia, equipamentos de exposição de cenários, corridas e peças relacionadas com o Grande Prémio, instalações sem barreiras, entre outros. A ideia é proporcionar aos residentes e turistas uma experiência de “educação e diversão”, mostrando a diversidade por detrás do conceito de “turismo +”, a fim de aumentar o número de atracções turísticas existentes no território.

6 Mar 2023

ARTM | Exposição de fotografia de Lúcia Lemos inaugurada este domingo

A galeria Hold On To Hope, da Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau (ARTM), inaugura, este domingo, a exposição de fotografia “20 Artistas de Macau”, da autoria de Lúcia Lemos, directora da Creative Macau. Mais do que recordar um projecto exposto em 2001, este é também um exercício expositivo que celebra o Dia Internacional da Mulher

 

Em 2001, tinha a RAEM pouco tempo de vida, Lúcia Lemos expôs 20 retratos de mulheres artistas de e a viver em Macau, como é o caso de Anabela Gralhados, Elisa Vilaça, Fernanda Dias, Margarida Cheung Vieira e Wong Lai Chi, entre outras.

Entre a pintura, a performance ou as palavras, são várias as artes que dominam as mulheres destes retratos. Agora, 22 anos depois, é altura de estas imagens saíram da gaveta para onde voltaram e serem de novo expostas na galeria Hold On To Hope, em Ka-Hó, Coloane, espaço sócio-cultural gerido pela Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau (ARTM). A inauguração acontece no domingo às 16h.

Além de recordar um projecto antigo, esta mostra visa também celebrar o Dia Internacional da Mulher que se comemora na próxima quarta-feira. Lúcia Lemos mostrou o material à ARTM que prontamente disponibilizou o espaço para a exposição. No entanto, as fotografias não estarão à venda, por se tratar de “retratos pessoais”, contou Lúcia Lemos ao HM.

“Na altura convidei várias mulheres, mas muitas não se quiseram expor porque é uma coisa muito pessoal. Uma das condições é que elas só veriam o seu retrato no dia da exposição, porque não queria nenhuma influência. Tive inteira liberdade e fiz por isso. Quis contribuir para a divulgação de muitas artistas que as pessoas, por vezes, não conhecem”, disse.

Alguns nomes já deixaram Macau, outros permanecem, como é o caso de Elisa Vilaça, que continua a desenvolver um trabalho ligado ao teatro de marionetas com a Casa de Portugal em Macau. Neste projecto, Lúcia Lemos fotografou sempre com recurso ao analógico e usando diversas máquinas fotográficas, nomeadamente a Rolleiflex, Canon, Nikon, Pentax. O trabalho de edição das imagens foi feito no laboratório do artista Wong Ho Sang.

Captar emoções

Lúcia Lemos não sabe precisar porque decidiu fotografar apenas mulheres artistas. “Já fiz trabalhos com homens também, e com várias pessoas, e talvez um dia os exponha. Simplesmente interessou-me fazer um trabalho sobre mulheres, talvez por eu ser mulher e ter contacto com esse meio artístico. Não tem nada de particular. Algumas artistas foram fotografadas no local onde fazem a sua arte, como o estúdio, enquanto outras foram fotografadas em minha casa. É um trabalho de filme, analógico.”

Na hora de fotografar foi dada total liberdade à pessoa fotografada para ser ela própria ou, por exemplo, criar um personagem para a câmara. “Elas sentavam-se, faziam o que lhes apetecia enquanto conversavam comigo, mas sempre quis captar um olhar que transmitisse o seu interior. Sempre quis captar as emoções”, rematou Lúcia Lemos.

Estas imagens mostram ainda mulheres para quem a arte “tem uma importância maior para a sua vida”. “Algumas delas faziam parte da arte e do ensino da arte a sua profissão. Todas elas se libertaram na criação artística”, acrescenta-se numa nota, que diz que Lúcia Lemos ainda hoje “se revê nessas fotografias pela intuição estética e espontaneidade que apresentam”, por “gostar de ler nos olhos e gestos das pessoas e adivinhar o que lhes vai lá dentro”.

Neste tipo de fotografia há sempre “uma tensão que define a obra e a torna especial”, pelo que Lúcia Lemos considera “o seu trabalho não convencional”. No final da mostra as fotografias poderão voltar ao seu lugar de origem ou ficar nas mãos da pessoa fotografada.

2 Mar 2023

Casa Garden | Fernando António dos Santos em concerto sexta-feira

A Casa Garden, sede da Fundação Oriente em Macau, acolhe, esta sexta-feira, a partir das 20h30, o concerto do compositor e pianista português Fernando António dos Santos. Radicado em Taiwan, onde abriu o Piano Café, o músico é conhecido pelas suas colaborações com músicos como Carlos Paião, Lena D’ Água, Raúl Indipo e o grupo Da Vinci, muito populares em Portugal nos anos 80.

O espectáculo de sexta-feira será uma primeira apresentação do seu trabalho no território, tratando-se de um concerto intimista. Fernando António dos Santos apresentará um repertório de piano, cruzando temas clássicos com originais, incluindo o Fado, que se mistura com poesia e temas originais. O concerto acontece com as colaborações dos músicos Paulo Pereira, Paula Monteiro e Luís Bento, entre outros.

A ligação de Fernando António dos Santos à música começou bem cedo, aos cinco anos, quando começou a estudar piano na escola “Bracur”, na Figueira da Foz. Fez parte do conhecido grupo “Beatnicks”, ligada ao rock sinfónico, integrando depois a banda alemã “WAVEBAND”. Chegou a gravar um LP, com a chancela da Polygram, com o grupo “DOYO”. Colaborou com a cantora Ana no trabalho “Sou Laranja Laranjinha”, tendo produzido a música “Vamos lá cambada” com Carlos Paião. Com Raúl Indípuo colabora no trabalho discográfico “Sô Santo”. António Fernando dos Santos compôs ainda inúmeros temas para programas de entretenimento em televisão

1 Mar 2023

MAM | Mostra de Fang Lijun, nome de vulto da arte contemporânea chinesa

Um dos grandes nomes da arte contemporânea chinesa expõe em Macau a partir de sexta-feira. “Fang Lijun: A Luz Poeirenta” é o título da mostra que estará patente no Museu de Arte de Macau e que revela o trabalho de um dos pioneiros do movimento artístico “Realismo Cínico”

O Museu de Arte de Macau (MAM) acolhe, a partir desta sexta-feira, a mostra “Fang Lijun: A Luz Poeirenta” que revela um total de 190 trabalhos do reconhecido artista chinês Fang Lijun, um dos maiores nomes da arte contemporânea chinesa que começou a ganhar um grande desenvolvimento a partir da década de 90.

Esta exposição conta com o apoio da Universidade de Cerâmica de Jingdezhen, do Museu de Arte de Guangdong e de Luzhou Laojiao – National Cellar 1573, tendo ainda o apoio, na vertente académica e de pesquisa, do Arquivo de Arte Contemporânea. Poderão, assim, ser vistos quadros com as conhecidas “figuras carecas” de Fang Lijun, que foi um dos pioneiros do “Realismo Cínico”, um movimento artístico surgido na China nos anos 90, bem como dos movimentos “Cultura Malandra” e “Nova Arte da China pós-1989”.

Segundo uma nota do MAM, o fio narrativo desta mostra baseia-se no conceito “Humanos e Figuras”, apresentando “uma perspectiva clássica e, ao mesmo tempo, nova e refrescante sobre Fang”. Nesta exposição, “o artista faz interagir e fundir, de modo desconstrutivo, os retratos típicos e os rostos estereotipados de uma época, a fim de capturar as dores e os sentimentos universais do tempo presente e da vida de modo transcendental”.

O público poderá ver os trabalhos repartidos em quatro secções principais, intituladas “Passagem: O Processo de Crescimento”, “Introspecção: Auto-retratos”, “Reflexões Mútuas: Amigos”, e “A Luz Poeirenta: Humano”. Pretende-se, assim, “dar a conhecer o percurso criativo do artista ao longo de mais 40 anos, especialmente a última década, com particular destaque para as suas novas experiências com uma variedade de técnicas”.

Reflexo social

Com a abertura do país ao mundo, a partir da década de 80, graças às reformas económicas, a própria arte chinesa começou a ganhar grande desenvolvimento e notoriedade internacional, levando para a tela temas diferentes do que eram até então revelados pelos artistas.

O trabalho de Fang Lijun é também um reflexo das mudanças sociais e económicas que ocorrem no país, retratando a desilusão da juventude e os sentimentos de rebeldia ou de não pertença em relação a uma série de bruscas alterações ocorridas no país na altura. Os quadros contêm ficções que sugerem cenários sócio-económicos reais, protagonizados por personagens carecas.

Ao mesmo tempo, Fang Lijun é um artista capaz de recorrer a técnicas mais tradicionais no seu trabalho. Nascido Handan, província de Hebei, o artista chinês já realizou 52 exposições individuais em diversos museus e galerias de arte no país e no exterior, tendo também participado em muitas exposições colectivas, como a Bienal de Veneza, a Bienal Internacional de Arte de São Paulo, a Bienal de Arte de Gwangju e a Bienal de Xangai. As suas obras integram colecções de muitos museus de arte famosos do mundo.

A exposição “Fang Lijun: A Luz Poeirenta” estará patente até ao dia 11 de Junho. Serão ainda organizadas visitas guiadas, em cantonense, todos os sábados, domingos e feriados, às 15h, a partir do dia 11 deste mês.

1 Mar 2023

CCCM | Ciclo de conferências sobre Macau arranca sexta-feira

Começa esta sexta-feira mais um ciclo “Conferências da Primavera” promovido pelo Centro Científico e Cultural de Macau, com um primeiro programa inteiramente dedicado aos estudos sobre Macau, havendo lugar a palestras sobre a China e a Ásia. A sessão de abertura conta com a presença da Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, entre outras personalidades

 

A segunda edição do ciclo “Conferências da Primavera” começa esta sexta-feira em Lisboa, no Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM), e apresenta, até sábado, uma série de palestras sobre o território. Seguem-se depois apresentações de estudos sobre a China, entre os dias 6 e 11 de Março, e Ásia, de 20 a 25 de Março.

A sessão inaugural desta iniciativa contará com a presença da ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Portugal, Elvira Fortunato, o embaixador da China em Portugal, Zhao Bentang, bem como a chefe da Delegação Económica e Comercial de Macau, Lúcia Abrantes dos Santos, entre outras personalidades.

O primeiro painel, dedicado ao tema “História”, será moderado pela investigadora Isabel Murta Pina e conta com a apresentação “Relações Transculturais Portugal-Ásia nos séculos XVI e XVIII”, de Luís Filipe Barreto, académico ligado à Universidade de Lisboa que foi anteriormente presidente do CCCM. Actualmente, é Carmen Amado Mendes que está à frente desta entidade.

Roderich Ptak, académico da Universidade de Munique e colaborador do HM na secção “Via do Meio” irá falar das “Questões relacionadas ao mundo insular de Guangdong Central e do Lingdingyan no período Ming”. O painel conta ainda com apresentações de Célia Reis, académica da Universidade Nova de Lisboa que se dedica habitualmente ao estudo da história de Macau e do Oriente. Desta vez, irá apresentar um estudo sobre a política religiosa entre lisboa e Macau, nomeadamente “a presença de jesuítas e irmãs da caridade nas décadas de 1860-70”.

Noel Golvers, da Universidade de Leuven, integra também o painel, que se encerra com a apresentação “Originalidades do poder municipal a Oriente: os casos das Câmaras Municipais de Bardez e Salsete (Goa) e do Senado de Macau”, da autoria de Luís Cabral de Oliveira e João Carlos Faria, académicos da Universidade Nova de Lisboa e Instituto Politécnico de Leiria.

Lembrar Senna Fernandes

A partir das 17h10, hora de Lisboa, será possível assistir ao painel temático “Literatura e Identidade”, moderado por Ana Cristina Alves, coordenadora do departamento educativo do CCCM. Regina Campinho, da Universidade de Coimbra (UC), inaugura a palestra com a apresentação “Identidades patrimoniais de uma paisagem urbana em mutação: Macau do século XIX ao século XXI”.

Segue-se uma recordação dos escritos daquele que é considerado um dos grandes escritores de Macau, Henrique de Senna Fernandes, por Cristina Zhou, académica também ligada à UC.

João Ferreira Oliveira, da Universidade Católica Portuguesa, irá falar das “atitudes linguísticas na literatura cómica em crioulo de Macau”, nomeadamente o patuá. Felipe de Saavedra, da Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau, falará da ligação do poeta português Luís de Camões e Macau. O mesmo tema será abordado por Eduardo Ribeiro, antigo funcionário do Governo de Macau, com a palestra “Camões em Macau”.

No sábado é dia de abordar outras vertentes da cultura e história de Macau. Vera Borges, da Universidade Cidade de Macau, irá apresentar “O drama da crioulidade: a ressurgência da figura do Vate em ‘Poemas para Macau’, de Cecília Jorge”. Aida Zhong Caiyan, da Universidade de Lisboa, irá falar da “identidade macaense sob a hibridez cultural”.

Ondina e propaganda

Fernanda Gil Costa, ex-directora do departamento de português da Universidade de Macau, vai apresentar a palestra “Entre a periferia e Literatura-Mundo: Dois romances de Macau depois da transição política”, enquanto Dora Nunes Gago, que também dirigiu o mesmo departamento, falará da poesia de Maria Ondina Braga.

O trabalho da mesma poetisa vai também ser abordado pelo académico Duarte Drumond Braga em “Angola, Goa e Macau: as errâncias e as memórias coloniais de Maria Ondina Braga”.

No painel “Sociedade” destaque para a apresentação de um estudo desenvolvido por José Sales Marques, presidente do Instituto de Estudos Europeus de Macau, Catherine Chan, da Universidade Lingnan, de Hong Kong, e Elisabela Larrea, doutorada pela Universidade de Macau. Este trabalho versa sobre a propaganda política do regime de Salazar em Macau no período do Estado Novo.

Segue-se a apresentação da antropóloga Sheyla Zandonai, que vai falar das ligações do território ao urbanismo focado no jogo e no turismo.

Isabel Morais, da Universidade de São José, apresenta um trabalho sobre o historiador macaense Augusto Montalto de Jesus, autor da conhecida obra “Macau Histórico”, que teve a primeira edição lançada em 1906. A académica irá abordar a relação entre o trabalho deste historiador e a informação política da I Guerra Mundial em língua portuguesa.

Cátia Miriam Costa vai falar do antigo jornal “Echo Macaense” como exemplo do papel político da imprensa em Macau, seguindo-se Hélder Beja, jornalista e ex-residente, que falará de “Macau, Cidade Imaginada: Representações de Macau no cinema português”.

Segue-se um momento musical com a banda composta por Carlos Piteira e Jaime Mota que se dedica a mostrar mais sobre o território através da música. Destaque ainda para o facto de esta quarta e quinta-feira decorrer, também no CCCM e inserido neste ciclo de conferências, uma série de apresentações destinadas a mostrar as investigações de jovens académicos. Os programas dedicados a estudos sobre a China e Ásia não foram ainda divulgados pelo CCCM.

28 Fev 2023

Cinema | João Canijo diz que prémio de Festival de Berlim “significa uma nova vida”

O realizador João Canijo disse hoje à Lusa que o prémio atribuído ao seu filme “Mal Viver” pelo Festival de Cinema de Berlim “significa uma nova vida” e “prova que o cinema português tem qualidade”. “Mal Viver” venceu no sábado o Urso de Prata para prémio do júri do 73.º Festival de Cinema de Berlim.

À Lusa, o cineasta afirmou que a distinção “significa uma nova vida”. “Pelo menos tenho a certeza de que consigo fazer mais um filme”, assinalou, apontando “Mal Viver” como o seu “melhor filme”. Para João Canijo, o prémio recebido no Festival de Berlim foi a recompensa de um trabalho em equipa.

“Foi uma equipa muito dedicada, deu tudo, o que tinha e não tinha, para fazer este filme, foram recompensados”, frisou, expressando que “a equipa está toda delirante” com a distinção.

Depois do Urso de Prata, “mais um prémio que prova que o cinema português tem qualidade”, João Canijo admite “ter eventualmente melhores condições para fazer um próximo filme”. E o próximo, ainda em projeto, será sobre a encenação de uma peça de teatro, tendo como protagonistas mulheres, novamente.

“Mal Viver” é, segundo a sinopse, “a história de uma família de várias mulheres de diferentes gerações, que arrastam uma vida dilacerada pelo ressentimento e o rancor, que a chegada inesperada de uma neta vem abalar, no tempo de um fim de semana”.

O elenco conta com as atrizes Rita Blanco, Anabela Moreira, Madalena Almeida, Cleia Almeida, Vera Barreto, Filipa Areosa, Leonor Silveira, Lia Carvalho, Beatriz Batarda, Leonor Vasconcelos e Carolina Amaral, às quais se juntam os atores Nuno Lopes e Rafael Morais.

O filme estreia nas salas portuguesas em 11 de maio. Com a longa-metragem “Sangue do Meu Sangue” (2011), que conta igualmente com Rita Blanco e Anabela Moreira no elenco, João Canijo ganhou diversos prémios em festivais de cinema europeus.

27 Fev 2023

Festival de Cinema de Berlim | “Mal Viver”, de João Canijo, ganha prémio do júri

O realizador português levou para casa o Urso de Prata para o prémio do júri pelo seu filme “Mal Viver”, uma distinção que já mereceu os parabéns dos principais dirigentes políticos portugueses. Canijo agradeceu à equipa que com ele trabalhou neste filme e não esqueceu o conflito na Ucrânia

 

O filme “Mal Viver”, de João Canijo, venceu este sábado o Urso de Prata para o prémio do júri do 73.º Festival de Cinema de Berlim, anunciou o júri na cerimónia de palmarés. No seu discurso, Canijo agradeceu à equipa de produção e distribuição, assim como à equipa que consigo criou o filme, “composta quase completamente por mulheres”, nomeando em especial a directora de fotografia, Leonor Teles.

“Para terminar, [agradeço] às mulheres que me deram a sua vida para este filme, as actrizes, são maravilhosas e deram-me a sua vida”, afirmou o realizador português. O realizador terminou a sua intervenção declarando “Slava Ukraini!” (“Glória à Ucrânia!”).

João Canijo esteve na competição desta edição do festival com duas longas-metragens interligadas, que tiveram estreia em secções distintas: “Mal Viver” esteve na competição oficial e “Viver Mal” na secção Encontros.

“Mal Viver” “é a história de uma família de várias mulheres de diferentes gerações, que arrastam uma vida dilacerada pelo ressentimento e o rancor, que a chegada inesperada de uma neta vem abalar, no tempo de um fim de semana”, lê-se na sinopse. “Viver Mal” segue em paralelo àquela história, focando-se nos hóspedes que passam pelo hotel.

O elenco conta sobretudo com mulheres, com Rita Blanco, Anabela Moreira, Madalena Almeida, Cleia Almeida, Vera Barreto, Filipa Areosa, Leonor Silveira, Lia Carvalho, Beatriz Batarda, Leonor Vasconcelos e Carolina Amaral, às quais se juntam Nuno Lopes e Rafael Morais.

A produtora Midas Filmes descreve as duas longas-metragens como “um dos mais ambiciosos empreendimentos artísticos dos anos mais recentes” no percurso de João Canijo. Ambos se estreiam nos cinemas portugueses a 11 de Maio.

João Canijo já tinha estado presente noutros festivais de cinema de relevo, como Cannes, com “Noite Escura” (2004), Veneza, com “Mal Nascida” (2007), e San Sebastian, onde venceu dois prémios com “Sangue do meu Sangue” (2011).
Leonor Teles, a directora de fotografia de “Mal Viver”, conquistou o Urso de Ouro do Festival de Berlim, em 2016, na competição de curtas-metragens, com “Balada de um Batráquio”.

Costa e companhia

Foram vários os dirigentes políticos portugueses que dirigiram os parabéns ao realizador português. O primeiro-ministro, António Costa, saudou a atribuição considerando um “merecido reconhecimento internacional” para o realizador português com uma “obra marcante e de grande maturidade”.

“João Canijo está de parabéns pelo Urso de Prata Prémio do Júri atribuído ao filme “Mal Viver” na Berlinale. Merecido reconhecimento internacional para um cineasta português com uma obra marcante e de grande maturidade. O cinema nacional demonstra uma vez mais a sua excelência”, felicitou António Costa. O chefe de Governo divulgou esta mensagem através da rede social Twitter.

Por sua vez, Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, disse ser “um grande orgulho” a distinção, sendo “uma das provas da excelência” do cinema feito em Portugal.

“É espectacular. O cinema português está de facto num momento muito, muito bom e é uma das provas da excelência do nosso cinema a todos os níveis”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa. Numa nota divulgada no ‘site’ da Presidência, Marcelo Rebelo de Sousa salientou que “o reconhecimento internacional do cinema vivido e intenso de Canijo, na sequência de outras nomeações e premiações de cineastas portugueses, muito diferentes entre si, tem feito prova do mérito” do cinema português, “bem como da sua diversidade e tenacidade”.

O presidente da Assembleia da República salientou que o Urso de Prata atribuído a João Canijo “reconhece a coerência e valia da sua obra”, num momento “particularmente significativo para todo o cinema português”. “O Urso de Prata atribuído hoje, no Festival de Berlim, ao filme de João Canijo, reconhece a coerência e valia da sua obra. É também um momento particularmente significativo para todo o cinema português”, escreveu Augusto Santos Silva.

Os outros premiados

Na edição deste ano do Festival de Berlim, o Urso de Ouro de Melhor Filme, prémio principal do festival, foi para “Sur l’Adamant”, do realizador francês Nicolas Philibert. O troféu foi entregue aos produtores Céline Loiseau, Gilles Sacuto e Miléna Poylo.

“Roter Himmel”, do realizador alemão Christian Petzold, recebeu o Urso de Prata do Grande Prémio do Júri. O Urso de Prata de Melhor Realizador foi para o cineasta francês Philippe Garrel, por “Le Grand Chariot”.
Nome da ‘nouvelle vague’, criador de “O Sal das Lágrimas” e “Os Amantes Regulares”, Garrel dedicou o prémio a Jean-Luc Godard (1930-2022), o ‘patriarca’ do cinema novo com filmes como “O Acossado” e “Pedro, o Louco”.

O Urso de Prata de Melhor Interpretação distinguiu a jovem Sofía Otero, pelo desempenho em “20.000 especies de abejas”, primeira longa-metragem da espanhola Estibaliz Urresola Solaguren. Otero interpreta a figura de Aitor, um rapaz de nove anos de uma pequena comunidade basca que se considera uma menina, e que como tal quer ser tratada. O Urso de Prata de Melhor Interpretação de Apoio (Secundária) foi atribuído a Thea Ehre, por “Bis ans Ende der Nacht”, do alemão Christoph Hochhäusler.

Na competição de Curtas-Metragens, o Urso de Ouro foi para “Les chenilles”, dos irmãos libaneses Michelle e Noel Keserwany, que ficou automaticamente nomeado para os Prémios do Cinema Europeu, com esta vitória.

Na secção Encontros, dedicada a “novas visões cinematográficas”, o prémio de Melhor Filme foi para “Here”, do belga Bas Devos, e o de Melhor Realização, para a cineasta salvadorenha de origem mexicana Tatiana Huezo, pelo filme “The Echo”, que também recebeu o prémio de Melhor Documentário do festival.

Nesta secção, foi ainda atribuído o Prémio Especial do Júri ex-aequo a dois realizadores espanhóis: Paul B. Preciado, por “Orlando, My Political Biography” (igualmente menção honrosa nos documentários), e Lois Patiño, por “Samsara”.

O júri da Competição Internacional da Berlinale deste ano foi presidido pela atriz norte-americana Kristen Stewart, e composto pela atriz iraniana Golshifteh Farahani, pela realizadora alemã Valeska Grisebach, pelo romeno Radu Jude, pela diretora de ‘casting’ norte-americana Francine Maisler, pela realizadora espanhola Carla Simón e pelo realizador de Hong Kong Johnnie To.

26 Fev 2023

Livraria Portuguesa | Paul French fala da sua obra na próxima sexta-feira

O autor britânico Paul French fala na próxima sexta-feira, dia 3, na Livraria Portuguesa, sobre a sua obra e sobre as “estranhas histórias da velha Macau”. O evento começa às 18h30. Segundo um comunicado, o autor promete explorar estórias intrigantes sobre a história de Macau ao longo do século XX, como é o caso do contrabando com Xangai nos anos 30 gerido por portugueses, cujo dinheiro seria investido no jogo, ou a possibilidade de o Japão ter tentado comprar Macau em 1936.

Paul French é o autor de dois livros que viraram bestsellers, reconhecidos pelo jornal New York Times, intitulados “Midnight in Peking” e “City of Devils: The Two Men Ruled the Underworld of Old Shanghai”, os quais estão a ser adaptados para cinema. Além disso, acaba de lançar a primeira série de três livros sobre Macau, Hong Kong e o sul da China incluída na colecção “China Revisited”. Coordenada e anotada por Paul French, esta série vai buscar relatos de viajantes que passaram por esta região entre meados do século XIX e princípios do século XX.

Paul French está ainda a trabalhar num livro sobre Wallis Spencer, a americana que casou em segundas núpcias com Eduardo VIII, que por esse casamento abdicou do trono britânico. O livro versa especificamente sobre os anos 1924 e 1925, quando Wallis esteve na China. A obra deverá ser lançada no próximo ano.

24 Fev 2023

Cinemateca Paixão | Estreia hoje “Império de Luz”, de Sam Mendes

A Cinemateca Paixão exibe hoje o filme “Império de Luz”, realizado por Sam Mendes e tido como um dos favoritos aos Óscares. A película conta com a actriz inglesa Olivia Colman como protagonista. O cartaz dos filmes de Março inclui ainda duas produções asiáticas

 

Olivia Colman tem vindo a tornar-se numa actriz cada vez mais conhecida do grande público sobretudo desde que interpretou o papel da rainha Isabel II na série “The Crown”. Mas a actriz inglesa tem vindo a dar cartas no cinema.

O seu mais recente papel, como protagonista de “Império de Luz”, do realizador Sam Mendes, pode muito bem dar-lhe um novo Óscar. Para já, a actriz foi nomeada para a edição deste ano dos Globos de Ouro, cujos prémios foram entregues em Janeiro, mas não ganhou.

“Império de Luz” estreia hoje na Cinemateca Paixão e terá uma segunda exibição no dia 1 de Março. O papel de Hilary, uma gerente de um cinema situado no litoral de Inglaterra, terá sido escrito especialmente para Olivia Colman, que se entregou totalmente à personagem. Hilary é uma mulher deprimida que inicia uma amizade especial com Stephen, funcionário do cinema, interpretado por Michael Ward, que sonha sair da pequena cidade onde se sente preso. “Império de Luz” promete, assim, ser um filme sobre diferentes estados emocionais e a complexidade e o poder das relações humanas.

Ecrã asiático

Com o mês de Fevereiro a terminar, a Cinemateca Paixão já tem também no cartaz de Março duas produções asiáticas. “GAGA”, produção taiwanesa de Laha Mebow, será exibido nos dias 5 e 23 de Março. O público poderá assistir a uma comédia dramática centrada em torno do regresso de uma mulher do estrangeiro e da forma como o retorno desta figura traz consigo uma série de eventos que mudará para sempre a história da sua família.

Laha Mebow, conhecida por explorar no grande ecrã histórias contemporâneas e, sobretudo, as que contam a génese do povo indígena Atayal, de Taiwan, em “GAGA” aborda todos estes elementos num argumento com uma forte carga realista.

A Cinemateca apresenta também, nos dias 4 e 13 de Março, o filme “A Man” [Um Homem], do realizador japonês Kei Ishikawa. Girando em torno das temáticas do drama e mistério, “A Man” conta a história do advogado Kido que se depara com um estranho pedido de Rie, uma antiga cliente, que pede que Kido averigue o misterioso caso da morte do seu ex-marido, Daisuke, uma vez que, no dia do seu funeral, o seu próprio irmão não o reconhece numa fotografia. É então que Rie percebe que esteve casada com uma outra pessoa, e se dedica a tentar desvendar o seu passado misterioso.

24 Fev 2023

Kun Iam | Inaugurada exposição sobre flores de lótus

O Centro Ecuménico Kun Iam exibe até ao dia 30 de Junho deste ano uma exposição sobre flores de lótus, apresentando 19 peças ou conjuntos de trabalhos de caligrafia, pintura e arte digital que pertencem à colecção do Museu de Arte de Macau.

A mostra, promovida e organizada pelo Instituto Cultural, permite, assim, conhecer de perto o trabalho de artistas como Jao Tsung-I, mestre em sinologia; Yuan Yunfu, director-geral da Direcção da Associação de Artistas da China; Situ Qi, um dos pintores mais experientes da Escola de Lingnan; e Lok Cheong, prestigiado artista de Macau. Segundo um comunicado, a exposição “reúne uma grande variedade de estilos criativos, permitindo ao público admirar diferentes formas de representar o lótus e as suas qualidades espirituais de paz e de pureza”.

Na cultura chinesa tradicional, o lótus simboliza a bondade e encarna a verdade, a virtude e a beleza. Macau sempre foi conhecida como uma terra abençoada pelo lótus. Nesse sentido, esta mostra é especialmente organizada para “simbolizar a estabilidade, a paz e a prosperidade da RAEM, tal como uma flor de lótus plenamente aberta”.
Além da exposição, haverá ainda espaço para a actividade familiar “Desenhar Flor de Lótus no Centro Ecuménico”.

22 Fev 2023