Grande Prémio | Exposição sobre pneus Pirelli em exibição até Março

O Museu do Grande Prémio de Macau (MGPM) acolhe até 2 de Março do próximo ano a exposição “Museu do Grande Prémio de Macau X Lenda da Pirelli – Exposição Temática de Pneus de Corrida”, realizada em parceria com a marca Pirelli, fabricante italiano de pneus com 100 anos de história.

A mostra apresenta nove modelos de pneus, incluindo uma versão especial de pneus com padrão de dragão, que foi oferecida à Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau no ano passado. Inclui-se ainda um pneu de Fórmula 1 e sete dos pneus de corrida usados no circuito do Grande Prémio de Macau.

Por outro lado, a exposição especial mostra, em vídeo, o percurso dos pneus refinados fabricados pela fábrica da Pirelli em Milão, numa viagem rápida e veloz até ao Circuito da Guia de Macau.

Citado por uma nota oficial, o director-executivo da Pirelli para a Ásia-Pacífico, Andrea Maganzani, disse que o que se apresenta no museu “não é apenas uma demonstração do percurso da Pirelli nas corridas motorizadas, mas é também um elogio à paixão, à inovação e ao desenvolvimento sustentável de uma peça central para o futuro do desporto motorizado”.

Fundada em 1872, a Pirelli é um dos principais fabricantes de pneus a nível mundial. Todos os anos participa em mais de 350 provas de carros e motos de duas e quatro rodas, incluindo como fornecedor parceiro de pneus da FIA para os campeonatos do mundo de Fórmula 1, Fórmula 2 e Fórmula 3, do Campeonato Europeu de Fórmula Regional e do Campeonato do Mundo de GT. Além disso, a Pirelli participa nos mais prestigiados e lendários eventos desportivos da Ásia-Pacífico, incluindo o Grande Prémio de Macau.

16 Set 2025

Bienal de Veneza | Obra “Polifonia de Jacone” escolhida para ir a Itália

Os artistas locais Eric Fok, O Chi Wai e Lei Fung Ieng são os autores de um projecto artístico que celebra a vida de Wu Li e que foi escolhido para representar a RAEM na 61ª Bienal de Arte de Veneza. “Polifonia de Jacone” tem curadoria de Feng Yan e Ng Sio Ieng

 

Já é conhecido o resultado da selecção das propostas apresentadas para a participação da RAEM na 61ª Exposição Internacional de Arte Bienal de Veneza, nomeadamente no “Evento Colateral de Macau, China”. Trata-se do projecto “Polifonia de Jacone”, com assinatura dos artistas locais Eric Fok Hoi Seng, O Chi Wai e Lei Fung Ieng, tendo curadoria de Feng Yan e Ng Sio Ieng. O projecto será revelado ao público na cidade italiana de Veneza, em Maio do próximo ano.

“Polifonia de Jacone” tem como base de fundo a vida do artista Wu Li, cujo nome português era Jacone, que estudou teologia em Macau no início da dinastia Qing. Estabelece-se então “um diálogo multifacetado, que transcende tempo e espaço, entre a história e a era contemporânea, em torno da trajectória criativa e das explorações de fusão cultural” deste artista. Os criadores encontraram uma “lógica narrativa ‘polifónica'” pensando também no tema da Bienal de Arte de Veneza de 2026, “Em Tons Menores”.

Assim, “Polifonia de Jacone” explora “a fluidez e a fusão da cultura, da crença e do espírito num contexto globalizado, realizando caminhos para a compreensão intercultural e a auto-reflexão, preservando simultaneamente a singularidade cultural”. Segundo uma nota do Instituto Cultural (IC) sobre este projecto, pretende-se destacar “o gene singular de Macau como um centro importante do intercâmbio cultural entre o Oriente o Ocidente”.

Uma abordagem original

Relativamente à posição do júri sobre a proposta, foi elogiada “a abordagem, que toma como ponto de partida a ligação histórica entre Wu Li e Macau”, trabalhando-se também o contexto religioso e cultural da época, em conexão “com o contexto de Veneza, Itália, demonstrando a profundidade académica e a originalidade”.

Para o júri, a proposta “não só reflecte a fluidez cultural e o diálogo espiritual, como também destaca a presença histórica e a vitalidade contemporânea do multiculturalismo de Macau”.

Feng Yan e Ng Sio Ieng, os curadores do projecto, “actuam há muito tempo no campo da arte contemporânea”, enquanto Fok Hoi Seng, O Chi Wai e Lei Fung Ieng são “jovens artistas de Macau que participaram em várias exposições internacionais e projectos de arte, sendo especialistas na exploração da identidade cultural e do diálogo transregional”.

Para escolher a representação de Macau na Bienal de Veneza, o IC convidou curadores que se distinguiram no concurso de propostas para a exposição do “Projecto de Curadoria Local” da “Arte Macau: Bienal Internacional de Arte de Macau 2025”, que ainda decorre no território. Foram recebidas seis propostas.

O júri é composto pelo curador e crítico de arte independente Feng Boyi, pelo vice-presidente da Academia de Belas-Artes de Guangzhou, Hu Bin e pelo representante do IC, Tong Chong. Segundo o IC, “as propostas foram avaliadas com base em critérios como o grau de pertinência em relação ao tema, o conceito curatorial, o carácter visionário, académico, original, inovador e único, exequibilidade e operacionalidade da proposta”.

Desde 1985 que é realizada a Exposição Internacional de Arte – Bienal de Veneza, tratando-se do “maior e mais antigo evento internacional de arte contemporânea do mundo”. O tema da edição de 2026 da bienal, “Em Tons Menores”, foi proposto pelo curador Koyo Kouoh, pretendendo-se “criar um grande evento artístico polifónico, focalizado em diversas vozes e narrativas marginais na cultura global”.

16 Set 2025

Arte Macau | Museu do Neo-Realismo português apresenta-se em Macau

Foi inaugurado na sexta-feira o “Pavilhão da Cidade de Vila Franca de Xira”, integrado na Arte Macau: Bienal Internacional de Arte de Macau que apresenta peças da colecção do Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira. O director do museu, David Santos, conta ao HM o que o público poderá esperar do trabalho de 14 artistas que compõem a mostra

 

Representações artísticas do neo-realismo português vão estar em exibição numa exposição incluída na programação da Arte Macau: Bienal Internacional de Arte de Macau. De Vila Franca de Xira, vieram 20 obras de 14 artistas portugueses que integram o “Pavilhão da Cidade de Vila Franca de Xira”, com curadoria de David Santos, director do Museu do Neo-Realismo, localizado na cidade do distrito de Lisboa, e José Maçãs de Carvalho, artista visual. O projecto nasceu de um convite do Consulado-geral de Portugal e Hong Kong e do Instituto Português do Oriente.

Os trabalhos, de artistas como Alice Geirihas, Ana Pérez-Quiroga, André Cepeda, Carla Filipe, Fernando José Pereira, José Maçãs de Carvalho, Luciana Fina ou Luísa Ferreira, entre outros, “dão uma expressão e uma perspectiva da qualidade da colecção do Museu do Neo-Realismo ao nível da produção mais contemporânea”, explicou ao HM David Santos.

“A colecção do museu está mais focada nos trabalhos dos anos 40, 50 e 60, um período referente à afirmação do movimento cultural e artístico neo-realista em Portugal. Mas através de ciclos de arte contemporânea feitos desde 2006 que vários artistas contemporâneos têm feito doações ao museu e à sua colecção, o que tem vindo a enriquecer a colecção ao nível da expressão contemporânea”, referiu.

As 20 obras presentes no Pavilhão correspondem a um período compreendido entre os anos de 1990 até 2025 e constituem “a expressão do melhor que tem sido feito na arte portuguesa nos últimos 25 anos”. A mostra “é também uma forma de afirmar o peso e a importância institucional da colecção do Museu do Neo-Realismo”, acrescenta David Santos.

A nova realidade

A mostra intitula-se “A Reinvenção do Real” e apresenta sinais do movimento Neo-Realista, “uma arte com um sentido mais crítico, com maior observação sobre as questões sociais e política, fazendo memória, de algum modo, e também uma homenagem ao espírito que alimentou o Neo-Realismo no seu sentido contestatário ao Estado Novo e à ditadura, em meado do século XX”.

Porém, David Santos salienta que o criticismo inerente ao movimento artístico, e a própria “observação do real é diferente nos seus conteúdos”, embora haja “pontos e uma relação próxima com esse sentido contestatário, crítico, interventivo na consciência do observador, do espectador da obra de arte”.

Assim, os 20 projectos artísticos presentes nesta mostra em Macau remetem “para um olhar muito crítico sobre alguns temas da nossa contemporaneidade, como a questão da guerra ou a percepção sobre o sistema capitalista, o modo como nos desenvolvemos, de forma consciente ou não, com o mundo e com o real, ou até sobre a importância da própria imagem”.

Há, nestas obras, “um processo de significação daquilo que nos rodeia do ponto de vista social e político, mas sempre com um assento crítico”, pelo que não se pode encontrar uma arte mais abstracta, mas sim “formalista”, no sentido em que “todas as obras têm uma grande ligação ao real”.

Apresentar esta mostra em Macau propõe um certo diálogo, tendo em conta que “a arte contemporânea, e a arte de todos os tempos, sempre se relacionou com o seu tempo e o seu espaço, e pode-se dizer que a arte produzida em Portugal, ou por artistas portugueses, está a ser mostrada num contexto do Extremo-Oriente”. “Sabemos que Macau é uma região com uma ligação muito forte a Portugal, até do ponto de vista histórico”, acrescentou o director do museu.

A participação de José Maçãs de Carvalho como artista e curador é salientada por David Santos, até por se tratar de um ex-residente de Macau. “Trata-se de um artista que já fez exposições individuais no Museu do Neo-Realismo e colaborou com a Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira, e tem uma relação próxima com a cidade e o museu. Além disso, é alguém que tem experiência de afirmação artística no contexto de Macau na segunda metade dos anos 90, e isso foi importante na decisão de o convidar.”

Algo que já não existe

Apesar de podermos observar em “A Reinvenção do Real” certas referências ao Neo-Realismo, este é “um movimento que já não existe”, pelo menos na sua forma mais pura de contestação a uma ditadura, até porque esse regime terminou em 25 de Abril de 1974.

David Santos explica que “até ao início dos anos 60 ainda podemos falar da existência de um movimento neo-realista na literatura, artes plásticas, mas desde aí que não é possível pensarmos numa expressão artística identificada com a designação de neo-realismo”.

Contudo, persistem “preocupações políticas e sociais em artistas de diversas gerações, mas não significa que estes artistas que cá estão [na exposição] são os novos neo-realistas”. O que há é “um ponto entre as preocupações sociais e políticas que são manifestadas no trabalho artístico de artistas de outras gerações, nomeadamente dos mais recentes, mas isso não faz deles artistas neo-realistas”.

“Estamos quase com 100 anos passados sobre esses meados do século passado [em que surgiu o movimento neo-realista] e os artistas de hoje revêem-se em cruzamentos que não são possíveis de identificar no período neo-realista. Portanto, não há um novo movimento, mas na expressão individual da criatividade de cada artista aqui representado, encontramos ligações com a questão do Neo-realismo e com o sentido crítico dessa tal reinvenção do real”, destacou David Santos.

A Bienal Internacional de Arte de Macau foi inaugurada a 18 de Julho e inclui um total de 30 exposições e 46 artistas, sendo que muitas das actividades já terminaram. A mostra com as obras do Museu do Neo-Realismo pode ser vista na Galeria Tap Seac até 16 de Novembro.

15 Set 2025

Fado | Mariza regressa a Macau para concerto de Ano Novo

A fadista portuguesa Mariza vai regressar a Macau para um concerto de Ano Novo, em 31 de Dezembro, em conjunto com a orquestra da região. De acordo com um comunicado do Instituto Cultural de Macau, divulgado na quinta-feira à noite, Mariza vai actuar no Centro Cultural, como parte do programa da Orquestra de Macau para a temporada 2025-26.

O programa refere que Mariza, descrita como uma “superestrela internacional do fado”, vai apresentar canções deste género musical, acompanhada por uma versão sinfónica da orquestra, conduzida pelo maestro local Tony Yeh Cheng-te. Mariza esteve no território em novembro de 2024, para um concerto com a Orquestra Chinesa de Macau, no âmbito do último Festival Internacional de Música de Macau (FIMM).

O próximo FIMM conta, pela terceira edição consecutiva, com uma fadista, uma vez que Cuca Roseta vai actuar, também acompanhada pela Orquestra Chinesa de Macau, em 11 de Outubro.

O FIMM voltou aos palcos em 2022, após um interregno de dois anos devido à pandemia, com um programa que incluía dois espetáculos com convidados estrangeiros, um dos quais do português António Zambujo, mas apenas através de actuações gravadas. O regresso dos artistas estrangeiros aconteceu em 2023, depois do fim das restrições à entrada na região, num programa que incluiu um concerto de Gisela João.

A Orquestra Chinesa de Macau já tinha anterirmente realizado concertos com músicos portugueses, incluindo os fadistas (e irmãos) Camané e Hélder Moutinho, o guitarrista Custódio Castelo e o grupo Ala dos Namorados.

A Orquestra Chinesa de Macau foi fundada em 1987, ainda durante a administração portuguesa da cidade, enquanto a Orquestra de Macau foi oficialmente criada em 2001. Ambas as orquestras fazem, desde Fevereiro de 2022, parte de uma sociedade de capitais públicos.

15 Set 2025

2º Festival Internacional de Curtas-Metragens arranca este domingo

Decorre entre domingo e o dia 21 de Setembro a segunda edição do Festival Internacional de Curtas-Metragens de Macau do Galaxy, com sessões em locais tão diversos como os Cinemas Galaxy e Cinemateca Paixão. Os bilhetes já estão à venda na plataforma Enjoy Macao, existindo vários descontos disponíveis.

Fica a promessa de um “programa rico e diversificado”, com sessões de cinema, um fórum da indústria, workshops temáticos e masterclasses. Para encerrar, está programada a cerimónia de entrega de prémios.

Além disso, já está escolhido o júri, composto pela directora artística de Giornate degli Autori (Dias de Veneza), Gaia Furrer; a curadora e produtora do Interior da China, Shen Yang; o curador do Festival Internacional de Cinema de Singapura, Jeremy Chua e o curador do Festival Internacional de Cinema de Jeonju, na Coreia do Sul, Sung Moon. Destaque também para a inclusão de “curadores experientes de festivais internacionais de cinema”, como Giovanna Fulvi, Winnie Lau e Mike Goodridge.

De Macau para o mundo

Há cinco secções de filmes para ver neste festival, sendo uma delas “Curtas de Macau”, inteiramente dedicada às produções locais, podendo ser vistos dez filmes que concorrem ao “Prémio de Unidade de Macau” e “Menção Especial do Júri”, nomeadamente “Chuc Chuc Chuc, de Chao Koi Wang; “Família de Baratas” de Ho Cheok Pan; “Caixa da Raposa” de Ao Ka Meng; “Girl with Amen” de Teng Kun Hou; “Vovó Pirata 3: Tufão Novamente” de Ho Wai Tong; “Hand Hand” de Jarvis Xin; “Voo Nupcial” de Chan Chon Sin; “Roxo” de Ho Keung Un; “The Performance” de Keo Lou e “Waves Under the Sea” de Chan Si Ieong.

O festival traz também a secção “Novas Vozes do Horizonte”, com 26 filmes de todo o mundo, feitos em 2024 e este ano, “com variados temas e géneros de animação, experimental, ficção e documentário”. Neste caso, há quatro prémios a concurso, tal como Melhor Curta-Metragem, Menção Especial do Júri, Melhor Realizador e Prémio de Narrativa Inovadora.

De referir também a secção “Panorama da Ásia Oriental”, com dez curtas-metragens exclusivamente asiáticas que “reflectem o notável dinamismo cultural e a identidade única da região”. Neste caso, o júri que irá escolher os melhores projectos desta secção é presidido por Wang Muyan, programador da Quinzena dos Realizadores, em Cannes. Há ainda para ver a secção “Realizador em Destaque”, onde serão exibidos filmes clássicos do realizador japonês Nobuhiro Yamashita. Inclui-se aqui a exibição comemorativa do 20.º aniversário do filme “Linda Linda Linda”.

O festival inclui ainda a secção “Sessões Especiais”, onde se apresenta “uma selecção de obras não competitivas, ricas em inovação artística e profundidade cultural”.

12 Set 2025

Fogo de artifício | Equipas da Áustria e Coreia do Sul actuam amanhã

Decorre amanhã mais uma competição integrada na 33.ª edição do Concurso Internacional de Fogo de Artifício de Macau, desta vez com a apresentação pirotécnica das equipas da Áustria e Coreia do Sul. Mais uma vez o território prepara-se para registar os melhores momentos deste festival icónico

 

Com mais um fim-de-semana a chegar, é também a hora de assistir a duas novas actuações integradas na 33.ª edição do Concurso Internacional de Fogo-de-Artifício de Macau (CIFAM), organizado pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST), e que acontecem amanhã.

Espera-se a actuação das companhias pirotécnicas da Coreia do Sul e da Áustria, com exibições de fogo-de-artifício, na baía frente à Torre de Macau, pelas 21h e 21h40, respectivamente. Decorre ainda o Arraial do Fogo de Artifício, que começa às 17h30 e termina às 22h30, disponibilizando-se no passeio ribeirinho do Centro de Ciência de Macau um “arraial colorido com gastronomia, espectáculos e jogos”, descreve a DST, em comunicado. A entidade espera, com este evento, poder “atrair mais visitantes e promover a economia nocturna nos bairros comunitários” através da junção das áreas de turismo com eventos.

A Coreia do Sul traz, assim, o terceiro espectáculo de um festival que arrancou no passado dia 6 de Setembro, e que se intitula “Universe of Lake”, com referência à “história do pastor e da tecelã”. O espectáculo está a cargo da empresa “HWARANG Art Pyrotechnics”, que participa pela primeira vez no CIFAM, esperando-se uma apresentação com música e “um design criativo com características da Coreia do Sul”.

Harmonia no ar

A partir das 21h40, surge nos céus o quarto espectáculo, protagonizado pela empresa “FIREevent”, e que se intitula “The Power of Harmony”. Promete-se uma “viagem emocionante”, em que o fogo-de-artíficio e a música servirão para “enaltecer a beleza e a solidariedade”, bem como “partilhar o amor, a amizade e a alegria”. Esta empresa actuou no CIFAM nos anos de 2011, 2015 e 2018, pelo que já conhece bem os cantos à casa e de toda a competição.

Para ver toda a magia proporcionada por estes espectáculos, e até para a captar, haverá seis pontos de visionamento para fotografias e vídeo, nomeadamente na Avenida Dr. Sun Yat-Sen do Centro Ecuménico Kun Iam até à Zona de Lazer Marginal da Estátua de Kun Iam, no passeio ribeirinho do Centro de Ciência de Macau, na Avenida de Sagres (ao lado do Hotel Mandarin Oriental, Macau), no Anim’Arte Nam Van, no caminho marginal do Lago (ao lado do Hotel YOHO Ilha de Tesouro Resorts Mundial), e na Avenida do Oceano, na Taipa, permitindo apreciar o fogo-de-artifício sob diferentes perspectivas.

Quem não puder estar presente nas actuações pode ouvir a música do festival no canal chinês da Rádio Macau (FM100.7), além de que os canais de televisão TDM Ou Mun e TDM Entretenimento transmitirão as exibições em directo. O CIFAM chega ao fim no próximo dia 20 de Setembro.

12 Set 2025

Ricardo Borges fala este sábado sobre os anos do conflito sino-japonês

“Laponicus ad Portas (do Cerco): a new perspective of Macau during the Second Sino-Japanese War” é o nome da palestra protagonizada por Ricardo Borges este sábado, entre as 14h30 e 16h30, no Instituto de Estudos Europeus de Macau (IEEM). Tal como o nome indica, trata-se de apresentar novas perspectivas históricas dos anos da II Guerra Mundial e do impacto que o conflito teve em Macau, mas a partir do ponto de vista da fronteira das Portas do Cerco.

Ricardo Borges é investigador sobre a história militar de Macau desde 2016 e tem “estado activamente envolvido na continuação desta pesquisa”, continuando a desenvolver entrevistas com antigos responsáveis militares e tratando a grande maioria da informação disponível em arquivos que continua por analisar, em fontes históricas que são consideradas essenciais para contar a história da presença militar no território.

Neste caso, Ricardo Borges irá basear-se em estudos e investigações já feitas para contar como foram os anos de 1939 a 1945 em Macau, pautados por uma grande vaga de refugiados oriundos de Hong Kong e da China continental, então ocupada por japoneses, o que gerou um período de grande tensão social. O orador vai procurar “enfatizar novos aspectos que moldaram a pequena Macau e a sua Guarnição Militar”, analisando-se também “as fases iniciais das operações das forças imperiais japonesas no Sul da China, especialmente nas áreas em torno de Macau”. Nessa fase, os japoneses forçaram o bloqueio junto ao Rio das Pérolas e “efectivamente retiraram o regime de Chiang Kai-Shek do comércio internacional naval e da potencial ajuda que vinha do estrangeiro”.

Pretende-se também analisar a questão da neutralidade de Macau neste período, tendo em conta que o território tinha administração portuguesa e Portugal assumiu desde o início da II Guerra a sua neutralidade, movendo-se entre as forças aliadas e de Hitler. Desta forma, Macau acabou por se tornar “num dos poucos territórios na Ásia que manteve a neutralidade enquanto estava completamente rodeado de batalhas”.

10 Set 2025

Teatro | Comuna de Pedra apresenta espectáculo “Narrativas na Margem”

A associação local Comuna de Pedra, dedicada às artes do espectáculo, traz este mês ao Centro Cultural de Macau uma nova peça de teatro, “Corpo/Desconstrução 2025 – Narrativas na Margem: Iluminar”, nos dias 20 e 21. Trata-se de um trabalho autobiográfico sobre as vidas difíceis, mas por vezes divertidas, de Nada e Rui: ela com um passado de pobreza, ele a ser portador de paralisia cerebral. Antigos colegas de escola, encontram-se finalmente em palco

 

Jenny Mok está habituada a pegar em pessoas que habitualmente não subiriam aos palcos e fazer deles actores e criadores. Essa ideia inicial de que nunca subiriam a um palco prende-se com o facto de serem portadores de uma deficiência, o que à partida os afastaria desta área.

Porém, a fundadora da associação Comuna de Pedra tem transformado ideias feitas em espectáculos e formas expressivas diferentes, e eis que apresenta, em Setembro um novo espectáculo no Centro Cultural de Macau (CCM), nos dias 20 e 21, em que um dos actores tem paralisia cerebral.

A peça “Corpo/Desconstrução 2025 – Narrativas na Margem: Iluminar”, apresenta a ideia de deixar, “na escuridão do teatro, recolher a luz que cada um deixou cair”, contando as histórias reais da vida dos actores Nada Chan e Rui.

Ao HM, Jenny Mok explicou como surgiu este espectáculo, que é um “trabalho autobiográfico, em que os materiais do espectáculo são gerados a partir das histórias reais dos actores.

“O Rui viveu toda a vida com paralisia cerebral, enquanto Nadia lidou, na infância, com o estatuto social e a pobreza. Nascemos em circunstâncias diferentes, mas todos lidamos com a vida, por mais difíceis que essas circunstâncias possam ser para alguns de nós. É isso que torna a história deles tão interessante.”

Em palco, o público pode conhecer melhor “as suas próprias histórias, em que algumas são difíceis, mas em que também há humor e momentos divertidos”. “A vida não é feita apenas de algodão-doce, mas também não é só feita de amargura e limões”, exemplificou Jenny Mok.

A fundadora da Comuna de Pedra confessa que sempre teve “interesse e a intenção de abordar a questão da deficiência e da inclusão através do teatro”, mas neste caso, trabalhar com a Nadia e Rui mostra como eles são “seres humanos cativantes ao serem simplesmente eles próprios”, sendo que “há muitas diferenças entre eles e, ao mesmo tempo, muito em comum”.

Na apresentação do espectáculo, lê-se que esta peça é “o encontro inesperado de duas linhas paralelas”, em que ele “tem o corpo preso pela paralisia cerebral”, sendo “um jovem caçador do vento a habitar-lhe o coração, sonhando poder correr livremente pela terra firme”. Já ela, “cresceu entre brechas e restrições, sendo filha sensata entre cinco irmãos, mas sempre preferiu viver como uma soberana da sua própria aventura nas profundezas do mar”.

Nada e Rui “foram colegas de escola, mas nunca se conheceram verdadeiramente”, pelo que foi o “destino, depois de tantas voltas, que os trouxe ao mesmo palco”. Quando as luzes se acenderem, “as suas histórias vão começar, finalmente, a entrelaçar-se”, num espectáculo que “não é uma lenda épica, nem mesmo uma narrativa de super-heróis”, mas sim uma história “de duas pessoas comuns que, à sua maneira, vivem uma vida que lhes pertence”. A questão é se, do lado do público, o espectador consegue ver nestes actores “um reflexo de si mesmo”.

Primeiros encontros

Jenny Mok cruzou-se com os dois actores em momentos diferentes do seu percurso artístico. “A Nada e o Rui são dois actores com quem já tinha trabalhado anteriormente, mas apenas em ocasiões separadas. Com a Nada Chan trabalho desde 2018 em diferentes projectos meus, e ela sempre foi uma actriz muito dedicada e atenciosa. Tive a oportunidade de conhecer o Rui em 2021, quando foi curador da primeira edição do Todos Fest!”, festival esse que também apresenta uma forma inclusiva de fazer arte.”

Jenny Mok confessa ter ficado “fascinada com a forma como ele [Rui] dançava e movia o corpo”. “Para mim, a sua história de vida está inscrita no corpo e ele move-se com um conteúdo imenso dentro da sua fisicalidade. Desde então começámos a trabalhar juntos e sempre pensei em criar um solo com ele. Ele tem tanto para partilhar e é tão interessante de ver em palco. No ano passado, durante a quarta edição do Todos Fest!, a Nada veio assistir ao espetáculo e contou-me que tinha sido colega de turma do Rui. Que coincidência! A partir daí surgiu a ideia de juntá-los num dueto em palco.

A responsável considera ser “óptimo trabalhar com a Nada e o Rui”, pois “a comunicação é sempre uma tarefa interminável, não apenas entre diferentes capacidades, mas simplesmente entre seres humanos”. Há dificuldades no processo, e “nem sempre é fácil compreendermo-nos, mas o tempo e a paciência ajudam”, assume.

Existências políticas

Para Jenny Mok, “em palco há certas existências que serão sempre políticas”, no sentido em que “pessoas que ocupam lugares marginais na sociedade têm corpos que já carregam conteúdo só por estarem presentes em cena”.

Assim, a presença de Rui em palco “será sempre política”, defende a fundadora da Comuna de Pedra, uma vez que “o seu corpo contém significados que podem ser lidos e interpretados de várias formas, e o mesmo acontece com a Nada”.

“Acredito que o corpo, apresentado como conteúdo em palco, pode ser uma forma de re-imaginar a relação entre o indivíduo e a sociedade, assim como a nossa identidade”, defendeu.

Com “Corpo/Desconstrução 2025 – Narrativas na Margem: Iluminar”, a Comuna de Pedra pretende transmitir a ideia de que “somos todos diferentes, mas não ouvimos o suficiente uns dos outros”, isto porque “simplesmente não há tempo e espaço para isso”. “O bonito do teatro é precisamente o facto de ser um lugar onde podemos criar tempo e espaço para nos conhecermos e escutarmos as histórias uns dos outros”, revelou Jenny Mok.

10 Set 2025

Banda desenhada | Associação “Somos!” lança competição para residentes

A “Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa”, lança em Outubro uma competição de artes visuais, mais concretamente de banda desenhada, a pensar num público de residentes jovens com idades compreendidas entre os 15 e os 25 anos. Esperam-se trabalhos com tema livre, contando também com um workshop de Wesley Chan, presidente da Hyper Comic Society, e com o cartoonista local Rodrigo de Matos

 

Está quase a surgir uma competição para os amantes de artes visuais e usam esta forma artística para expressar a sua visão. Trata-se do concurso “BD-Macau”, promovido pela “Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa” (Somos – ACLP), que será lançado em Outubro.

Trata-se de uma competição direccionada para um público jovem local, pretendendo-se, segundo uma nota da associação, “incentivar a criação de banda desenhada original” sobre o território.

Naquela que será a primeira edição deste concurso, que se pretende bi-anual, o tema é livre. O evento será precedido por um workshop dirigido pelo cartoonista local Rodrigo de Matos, nome habitual dos cartoons editoriais publicados no jornal Ponto Final e também no semanário português Expresso, e ainda Welsey Chan, presidente da Hyper Comic Society, que prometem relevar todos os segredos e mestrias para desenhar um bom cartoon ou banda desenhada.

O prazo de inscrições decorre até ao dia 5 de Outubro, sendo que os trabalhos finais deverão ser submetidos de 12 de Outubro a 30 de Novembro.

Os participantes têm de ser residentes de Macau, com idades compreendidas entre os 15 e 25 anos. Cada trabalho deve ter no mínimo quatro pranchas, utilizando-se a narração por imagens e a linguagem típica da banda desenhada. As especificidades socioculturais de Macau devem ser destacadas, com a acção das “histórias aos quadradinhos” a desenrolar-se na cidade, ilustrando-se a sua paisagem urbana. No caso de haver incorporação de texto, este deve ser escrito numa das línguas oficiais, o chinês ou português. Podem ser submetidos a concurso trabalhos originais feitos anteriormente, desde que nunca tenham sido premiados.

O workshop decorre a 11 de Outubro, esperando-se que os participantes possam “aprender ou consolidar as técnicas básicas de desenho e de criação de personagem, assim como de desenvolvimento de narrativa para este género literário”.

Uma estreia

Não sendo o primeiro concurso da “Somos!”, que já apresentou iniciativas na área da fotografia ou do desenho, com uma ligação ao mundo da lusofonia, esta é a primeira vez que se apresenta um concurso virado para a BD.

Com este projecto, a associação pretende apoiar o desenvolvimento criativo na área do desenho e ilustração e impulsionar o surgimento de mais obras locais nesta expressão artística, é referido na mesma nota.

O júri irá escolher o grande vencedor e os segundo e terceiro classificados, sendo-lhes atribuídos, respectivamente, prémios pecuniários de 7000, 4000 e 2000 patacas.

Além disso, uma eventual edição em livro de algumas das bandas desenhadas a concurso poderá ser considerada, mediante uma avaliação qualitativa prévia por parte do júri e da Somos – ACLP. A associação visa, assim, contribuir para o aumento de livros produzidos e editados em Macau, bem como para o registo imagético e escrito do progresso da cidade e das suas mutações.

Com a organização da Competição de Arte Visual: “BD-Macau”, a Somos – ACLP pretende celebrar Macau e a sua riqueza arquitectónica e histórica, como local de confluência cultural e base sino-lusófona. As inscrições devem ser feitas através da página electrónica da Somos – ACLP.

10 Set 2025

23.ª edição do Festival Fringe já está na rua

Começou na passada sexta-feira mais uma edição do Festival Fringe, que habitualmente traz a Macau várias artes performativas num contacto estreito com o público, os palcos e a rua. A passagem do tufão “Tapah” já obrigou a alguns ajustes na agenda, nomeadamente o cancelamento, ontem, da actividade “Um Mar na Velha Casa das Orquídeas”, enquanto que o espectáculo “Orquídeas à Velha Casa”, originalmente previsto para ter lugar no domingo, decorre hoje, às 18h, no Yuan Coffee.

Mas há ainda muito mais para ver: nas imediações da Rua do Cunha, na Taipa, entre amanhã e sexta-feira, a partir das 15h, acontece a performance “Para Sobreviver nas Cidades”, do grupo “Co.SCOoPP”, oriundo do Japão.

Com direcção de Asami Yasumoto e música de Sachie Fujisawa, a performance dura 25 minutos e conta com um “grupo de criaturas brancas, fofas e misteriosas que, em nome de nós, sobreviventes, oscila pela cidade em busca de uma direcção”. Então, coloca-se a questão: “devem seguir as multidões para se forjar ou abrir o próprio caminho?”. Este grupo vem do Japão e assume contribuir “para o desenvolvimento das artes performativas contemporâneas através de actividades criativas e experimentais no novo género de circo contemporâneo”.

À descoberta

Também a partir de amanhã, e até ao dia 21 de Setembro, decorre a actividade gratuita e interactiva “Velado Brilho: Exposição de Instalação de Micro-Sensações Urbanas”, com os artistas Calvin Lam, Shadow Fong, Kaze Chan e Chloe Lao. Trata-se de uma “caminhada nocturna para descobrir os brilhos ocultos pela cidade”, entre as 17h e as 23h, num percurso traçado por uma aplicação de telemóvel em que os participantes são levados a tornarem-se “exploradores urbanos, caminhando por ruas e vielas para descobrir miniaturas quase invisíveis e cantos que guardam memórias e histórias”.

Dentro das experiências digitais e interactivas inclui-se ainda o “Livro de Aventura ‘Uma Janela Oculta em Macau’ – Versão com Acompanhamento Musical”, um projecto de Kaze Chan, Chikara Fujiwara, Minori Sumiyoshiyama e Erik Kuong. Entre esta quarta-feira e o dia 21 de Setembro, existe um percurso a explorar de forma digital entre as freguesias de São Lázaro, Santo António e São Lourenço, entre as 10h e as 23h, em que é necessária uma aplicação. Este “Livro” foi criado pelo colectivo artístico japonês “Orangcosong”, tratando-se de uma reinvenção “da cidade através de livros, jogos e teatro, oferecendo uma nova e emocionante forma de explorar Macau”. O “Livro” conta com quatro rotas pré-definidas.

Nas mesmas datas, acontece também a actividade “Diários à Deriva – Teatro do Passeio Urbano”, nas mesmas zonas da península. Trata-se de um projecto de Chikara Fujiwara e Minori Sumiyoshiyama, onde se observa uma “busca pelas memórias flutuantes da cidade”, e se contam “histórias subtis nas paisagens urbanas familiares” do território. A produção também está a cargo do grupo japonês “Orangcosong”.

A partir de sexta-feira, e até ao dia 21, há ainda lugar a uma outra experiência digital, “O Monstro – Um Teatro de Aventura Imersiva e Pessoal”, de Barrie Lei, Nero Lio, Kaze Chan, Erik Kuong, numa redefinição “do teatro na fusão entre a realidade e virtualidade”.

9 Set 2025

“Arte Macau” | Novas exposições para ver a partir do final do mês

Há vários meses que a “Arte Macau – Bienal Internacional de Arte de Macau 2025” deambula pelo território, mas está longe de chegar ao fim. A partir do dia 24 deste mês serão inaugurados mais três projectos: “Mãos Emprestadas”, “Mercadorias e Guerreiros” e “Não Terminal”. O primeiro vê-se no Teatro D. Pedro V, os restantes levam a reflexões e interacções entre a Rua da Tercena e a praça do Centro Cultural de Macau

 

Em Setembro há ainda tempo e espaço para desfrutar das novas exposições que a “Arte Macau – Bienal Internacional de Arte de Macau 2025” traz ao território. A partir do dia 24, apresentam-se ao público três projectos integrados na secção “Exposição de Arte Pública”, subordinada ao tema “Ondas e Caminhos”.

Trata-se de cinco peças ou conjuntos de obras da autoria de nove artistas, intituladas “Mãos Emprestadas”, “Mercadorias e Guerreiros” e “Não Terminal”.

Além disso, também no dia 24 de Setembro, entre as 19h e as 20h30, decorre o colóquio “Conversa e Diálogo: A Natureza Pública da Arte Pública”, no auditório do Museu de Arte de Macau, e que conta com Wu Wei, co-curadora da bienal, e os artistas Ann Hamilton, Yin Xiuzhen, Jason Ho e Assemble, bem como com o curador Feng Boyi e o co-curador Liu Gang.

A palestra irá incidir “sobre formas de cultivar uma nova abordagem ampla, dinâmica e vibrante no contexto da arte pública ‘presencial'”. As inscrições decorrem até ao dia 19 de Setembro na plataforma da Conta Única de Macau.

Ann Hamilton, artista norte-americana, é o nome que está por detrás de um dos novos projectos em exposição, “Mãos Emprestadas”, patente no Teatro D. Pedro V. Esta artista é, segundo uma nota do Instituto Cultural (IC), “reconhecida internacionalmente pelas suas instalações multimédia de grande escala, pelos projectos públicos e pelas suas colaborações em performances”. Em Macau a artista recria “a memória histórica do comércio sino-ocidental com arte multimédia”.

Caminhos interactivos

Outra das artistas participantes no colóquio, Yin Xiuzhen, é considerada uma “conceituada artista contemporânea chinesa”. Apresenta em Macau a “Não Terminal”, uma instalação de vídeo interactiva patente na praça do Centro Cultural de Macau (CCM).

Esta instalação, que pode ser vista até ao dia 12 de Dezembro, centra-se numa “passadeira de bagagens estática” feita de metal, madeira e borracha, formando uma plataforma interactiva, onde o público pode descansar, movimentar-se e socializar.

Em redor da passadeira, existem tapetes de plástico onde o público pode correr, andar de skate e de bicicleta. Os nove ecrãs pendurados acima da instalação exibem imagens ao vivo do local e cenas da vida pré-gravadas, podendo o público também enviar os seus próprios vídeos para criar em conjunto um teatro animado da vida. “Esta obra transforma os espaços culturais e as cenas artísticas num campo experimental para o comportamento social, evidenciando a ideia de que a viagem da vida e da arte não tem fim e sugerindo a fluidez da vida, da memória e da identidade”, descreve o IC.

O papel da agricultura

Por fim, o colectivo interdisciplinar britânico Assemble, conhecido por revitalizar espaços urbanos através da colaboração comunitária e de design criativo, apresenta “Mercadorias e Guerreiros”, um projecto que “serve para reflectir sobre a relação entre a terra e as pessoas”.

Disponível no número 19 da Rua da Tercena, em Macau, este projecto “examina os desenvolvimentos actuais da agricultura de pequena escala na China e no Reino Unido, recorrendo a instalações de vídeo e técnicas de micronarrativa para apresentar directamente cenas da vida quotidiana e do trabalho em pequenas propriedades rurais em ambas as regiões”.

Desta forma, explora-se “a relação simbiótica entre a terra e a humanidade através da exibição de documentos e da realização de eventos públicos, criando-se assim uma ligação emocional entre a terra e o público de Macau”, descreve o IC.

Com “Mercadorias e Guerreiros”, apresenta-se uma “perspectiva ascendente” da ligação da agricultura com as pessoas e o “valor único da economia agrícola de pequena escala para o equilíbrio ecológico, a resiliência comunitária e a estabilidade económica, desafiando-se a ideia pré-concebida do ‘centrismo urbano’ e reexaminando-se também o papel construtivo das práticas rurais na construção de um futuro sustentável”.

“Mercadorias e Guerreiros” também fica disponível para visita do público até ao dia 12 de Dezembro deste ano, visando “estabelecer um elo entre terra, comida e sentidos humanos e desenvolver um novo diálogo entre o público urbano e as paisagens agrícolas que o nutrem, oferecendo, ao mesmo tempo, uma validação visual para o valor cultural e a sabedoria de sobrevivência necessários para o futuro desenvolvimento urbano face às crescentes incertezas da globalização”.

9 Set 2025

FIMM | Cuca Roseta actua ao lado da Orquestra Chinesa de Macau

O cartaz do Festival Internacional de Música de Macau deste ano traz a fadista portuguesa Cuca Roseta, que sobe aos palcos ao lado da Orquestra Chinesa de Macau, numa fusão de sonoridades que já não é novidade em Macau. Destaque também para a ópera “Carmen”, do francês Georges Bizet

 

O Festival Internacional de Música de Macau (FIMM) conta, pela terceira edição consecutiva, com uma fadista. Desta feita, a eleita é Cuca Roseta que vai actuar acompanhada pela Orquestra Chinesa de Macau (OCM), tal como Mariza em 2024, anunciou a organização na sexta-feira.

O Centro Cultural de Macau (CCM) acolhe, a 11 de Outubro, a lisboeta de 43 anos, descrita num comunicado como uma “diva portuguesa do fado” pelo Instituto Cultural (IC), que organiza o festival. O programa do FIMM sublinha que o concerto “materializa um intercâmbio cultural”, entre a “rica herança cultural” da OCM e as “influências de jazz, bossa nova e músicas do mundo” no estilo de Cuca Roseta.

O FIMM voltou aos palcos em 2022, após um interregno de dois anos devido à pandemia, com um programa que incluía dois espectáculos de convidados estrangeiros, um dos quais do português António Zambujo, mas apenas através de actuações gravadas.

O regresso dos artistas estrangeiros aconteceu em 2023, após o fim das restrições à entrada na região, num programa que incluiu um concerto de Gisela João. No ano passado, foi a vez de Mariza actuar com a OCM.

A orquestra foi criada ainda durante a administração portuguesa de Macau, em 1987 – ano em que decorreu também a primeira edição do FIMM – e utiliza instrumentos tradicionais chineses. Desde então já realizou concertos com músicos portugueses, incluindo os fadistas (e irmãos) Camané e Hélder Moutinho, o guitarrista Custódio Castelo e o grupo Ala dos Namorados.

Regresso de “Carmen”

O FIMM arranca em 3 de Outubro, com a ópera clássica do francês Georges Bizet (1838-1875) “Carmen”, que será levada à cena pela Ópera de Zurique e pela Opéra Comique de Paris, sob a batuta do maestro norueguês Eivind Gullberg Jensen. O espectáculo inclui ainda uma colaboração com a Orquestra de Macau, o Coro da Orquestra Sinfónica Nacional da China e o Coro Juvenil de Macau.

O programa do festival apresenta ainda dois concertos com obras de Xian Xinghai (1905-1945), um compositor nascido em Macau e conhecido por escrever músicas patrióticas durante a luta contra a invasão japonesa, a partir de 1937.

Os dois concertos, em 18 de Outubro e 7 de Novembro, irão comemorar não apenas os 120 anos do nascimento de Xian Xinghai, mas também o 80.º aniversario do fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico.

Em 31 de Outubro, será a vez de “Duetos nas Pontas dos Dedos”, que juntará em palco um casal russo, a bailariana Svetlana Zakharova e o violinista Vadim Repin, acompanhados de vários bailarinos principais do Ballet Bolshoi, com sede em Moscovo.

Mahler e Rachmaninoff

Destaque também para o espectáculo “Thomas Hampson Canta Mahler”, marcado para o dia 16 de Outubro, às 20h, naquela que promete ser “uma noite de enorme mestria artística pela voz de Thomas Hampson, barítono mundialmente reconhecido, num recital dedicado às evocativas canções (lieder) de Gustav Mahler”.

Segundo a programação do festival, há muito que Hampson “é saudado como um dos maiores intérpretes vocais do compositor austro-boémio”, participando agora no FIMM com um repertório “de inigualável visão emocional, elegância vocal e profundidade intelectual”.

“Neste recital, Hampson explora uma selecção das canções mais apreciadas, joias únicas na obra do compositor, a maioria delas relacionadas com a lendária ‘Des Knaben Wunderhorn’ (A Trompa Mágica do Rapaz). A interpretação de Hampson ilumina a poesia minuciosa e complexa que define a arte do grande mestre. Mergulhemos na alma da música de Mahler, usufruindo de um momento que promete ser um ponto alto deste festival, uma celebração do poder eterno das canções”, descreve-se no cartaz do evento.

Com o apoio da Melco decorre também outro concerto de música clássica, mas desta vez dedicado a um compositor russo, Rachmaninoff. O espectáculo “Mikhail Pletnev e a Orquestra Internacional Rachmaninoff” sobem ao palco do grande auditório do CCM nos dias 25 e 26 de Outubro, a partir das 20h.

No dia 8 de Novembro é a vez do mesmo palco receber a actuação “As Quatro Estações – Daniel Hope e a Orquestra do Festival de Gstaad”, a partir das 20h.

O programa é composto pelas composições de Vivaldi e Max Richter, nomeadamente com as “Quatro Estações”, originalmente composto pelo primeiro, e depois “Recomposto – As Quatro Estações de Vivaldi”, uma homenagem do segundo.

Descreve o cartaz do FIMM que “quando o primor barroco de Antonio Vivaldi se funde com a reinvenção pós-moderna de Max Richter, nasce uma intemporal celebração da beleza e da inovação”, sendo que a versão de Richter consiste numa “ousada transformação do original de Vivaldi”.

Ainda assim, Max Richter, compositor germano-britânico, usou “uma linguagem musical distinta, tendo reconstruindo a obra inspirado pelo minimalismo, nas texturas pós-clássicas e na música electrónica”. Neste trabalho de composição, “as melodias da composição de Vivaldi emergem, desaparecem e reaparecem inesperadamente, criando uma paisagem sónica que é ao mesmo tempo assombrosamente familiar e surpreendentemente nova”.

Daniel Hope é também figura central deste concerto “enquanto intérprete fluente e conhecedor da obra de Richter”, distinguido-se “pela virtuosidade expressiva e interpretações arrojadas, trazendo à peça uma intimidade e autoridade inigualáveis”.

O FIMM conta ainda com 14 actividades do Festival Extra, incluindo palestras e ‘masterclasses’. De acordo com a imprensa local, tem este ano um orçamento de 25,5 milhões de patacas, menos 22,7 por cento do que em 2024.

8 Set 2025

Música | NOYB apresenta “Improvised Live Sessions” na Taipa

É já amanhã, 6 de Setembro, que acontece o evento “None of Your Business (NOYB) Improvised Live Sessions”, que traz a Macau uma série de artistas e djs em que a música tocada de improviso e de forma experimental promete ser a palavra de ordem. A festa acontece entre as 17h e as 23h e traz à Fábrica Van Nam, na Avenida Olímpica, na Taipa, “um mundo vanguardista de actuações musicais improvisadas, instalações de vídeo e um inovador workshop de sintetizador modular”, descreve a NOYB nas redes sociais.

Juntam-se assim, na Taipa, “artistas visionários de Macau, Portugal, Espanha, Japão e outros lugares, criando-se uma tapeçaria única de sons e arte visual”, sendo que não faltarão espaços de gastronomia e a “companhia de outros entusiastas da arte” de fazer música e desfrutar dela.

O cartaz faz-se com LAGOSS, que actua no dia anterior em Beishan, Zhuhai; Dj Sniff, Larsq, Ezara Thustra e os Djs Tongrim e Fon.

Manobras experimentais

Relativamente ao percurso artístico dos participantes nesta festa de experimentações, Fon nasceu em Cantão, Guangzhou, mas foi criado em Macau. Porém, também viveu em Nova Iorque e Los Angels, onde trabalhou como músico e artista conceptual. “A sua formação diversificada inspira a exploração do som, das artes visuais, da performance e da improvisação”, destaca a NOYB. O gosto musical de Fon é ainda “fortemente influenciado pelos clubes vanguardistas de Nova Iorque, como o h0l0 e o Bossa Nova Civic Club, bem como pela cena ‘underground’ de festas em Macau e pela música trap cantonense”.

Destaque ainda para o projecto sonoro “Larsq”, de Rui Rasquinho, designer e ilustrador de Lisboa que há muito faz de Macau a sua casa. Com “Larsq” o público pode desfrutar de “pedais de efeitos, sintetizadores de ruído e uma guitarra sob a influência da improvisação, situados algures entre o abstracto e o narrativo”.

No caso do Dj Sniff, trata-se de um músico, curador e educador cujo trabalho “se faz com práticas distintas que combinam o ‘Djing, o design de instrumentos e a improvisação livre”. Dj Sniff já trabalhou em Amesterdão e foi professor assistente visitante na Universidade Cidade de Hong Kong entre 2012 e 2017. Já colaborou com nomes como Evan Parker, Otomo Yoshihide, Paul Hubweber, Tarek Atoui, Senyawa e Ken Ueno.

De Espanha, mais concretamente Tenerife, surge o projecto LAGOSS, e a sua apresentação faz-se logo com um aviso: ouvir estes sons pode “causar vagueações involuntárias por ilhas que não existem”.

LAGOSS é, portanto, um “projecto audiovisual cujo som ultrapassa o espectro daquilo a que os nossos ouvidos estão habituados”, inspirando-se em “mitologias exóticas e sonoridades espirituais”. Criam-se, desta forma, “paisagens sonoras imersivas que desafiam qualquer categorização simples”, com uma música que é “uma fusão singular de explorações cósmicas de sintetizador, ritmos instáveis de dub e gravações de campo de ilhas imaginadas, tudo sustentado por uma saudável dose de psicadelismo, improvisação e ‘live looping’ de instrumentos electrónicos e acústicos”.

Desta forma, o público poderá ver, ouvir e sentir amanhã “um universo sonoro e orgânico particular, que a própria banda descreve como folclore insular do futuro ou ciber-tropicalismo”.

5 Set 2025

Orquestra Chinesa | Peng Xiuwen e Liu Tianyi homenageados em nova temporada

A Orquestra Chinesa de Macau traz ao público uma nova temporada de concertos que pretende destacar o território como uma “Cidade de Cultura do Leste Asiático”. Os espectáculos agendados para 2025/2026 homenageiam ainda figuras da música chinesa como Liu Tianyi e Peng Xiuwen, além de celebrar datas como a transição de Macau ou o aniversário da RPC

 

Espera-se que Macau se transforme numa “Cidade da Cultura do Leste Asiático” e, por isso, a nova programação de concertos da Orquestra Chinesa de Macau (OCM) 2025/2026 está aí com muitos espectáculos de homenagem a mestres da música clássica chinesa e para celebrar datas especiais para Macau e a China.

Depois do concerto de abertura da temporada que decorreu a 30 de Agosto, o dia 29 de Novembro acolhe o espectáculo de homenagem a Liu Tianyi, tido como um grande mestre de música tradicional chinesa, sobretudo cantonense, e com foco no instrumento tradicional Gaohu.

“Em Comemoração ao 115.º Aniversário de Nascimento de Liu Tianyi – Cantonês Harmónico” é o nome do espectáculo que mostra “a brilhante carreira musical do maestro e a notável contribuição para este género musical”. Apresenta-se, assim, “um repertório cuidadosamente seleccionado”, lê-se no programa da OCM, num concerto que tem direcção artística de um discípulo de Liu Tianyi, Yu Qiwei. Em palco, estará ainda o grupo “Ensemble de Música Chinesa Windpipe”, um grupo de música de câmara de Hong Kong.

Em Março do próximo ano, dia 21, é a vez se de homenagear, no grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM), Peng Xiuwen e os 95 anos do aniversário do seu nascimento. “Homenagem ao 95.º Aniversário de Nascimento de Peng Xiuwen – O Titã” é o nome do concerto que destaca a mestria deste conhecido nome da música chinesa.

“A dedicação dada ao longo da sua vida à inovação e desenvolvimento da música, além da adaptação e composição de mais de 400 obras clássicas, lançaram as bases para o estabelecimento da orquestra chinesa moderna”, além de abrirem “caminho à ‘sinfonia nacional'”, descreve a OCM.

Peng Xiuwen é chamado de “Pai da Sinfonia Nacional Moderna da China”, e no CCM serão apresentadas “algumas das obras mais emblemáticas, como a adaptação da sinfonia ‘Quadros Numa Exposição’, de Mussorgsky, e a magnífica fantasia ‘Guerreiros de Terracota de Qin’”. Em palco estará o maestro Pang Ka Pang.

Zhang Lie, director musical e maestro principal da OCM, destaca que a programação para a temporada 2025/2026 visa “cultivar a cultura local, contando a história de Macau através de obras musicais originais”. Fica ainda a promessa de um envolvimento “activo com a comunidade, promovendo a educação musical” e a adopção de “uma atitude aberta de ‘Introduzir de Fora e Sair para o Mundo'” no que às escolhas musicais diz respeito.

O responsável assume que a OCM tem feito um “grandioso percurso de preservação dos tesouros artísticos da China e de desenvolvimento da música tradicional chinesa”

Assim, Zhang Lie destaca que esta nova temporada constitui “uma oportunidade para a Orquestra Chinesa apoiar Macau na sua transformação em prol de uma ‘Cidade da Cultura do Leste Asiático'”. Sobre o concerto de Novembro, Zhang Lie destaca o foco que fará não apenas à carreira de Liu Tianyi mas também da música cantonesa como “joia da região de Lingnan”.

Depois, com o concerto “O Titã”, dedicado a Peng Xiuwen, faz-se a ligação “entre o painel poético da adaptação de ‘Quadros numa Exposição’ com os ecos históricos da fantasia ‘Guerreiros de Terracota de Qin’, numa resplandecência artística eterna”.

As celebrações prometidas

De resto, a OCM estará presente em palco para celebrar datas importantes para a RAEM, como é o caso do concerto intitulado “Lírios da Estrela da Manhã para Sempre”, de celebração dos 26 anos de instituição da RAEM, a 20 de Dezembro de 1999, e da transferência da administração portuguesa de Macau para a China, a 19 de Dezembro do mesmo ano.

Este espectáculo acontece com a colaboração da Orquestra Chinesa da Radiodifusão de Shaanxi e Orquestra Nacional de Shaanxi, incluindo outros grupos musicais.

Ainda antes desta data especial, celebra-se mais um aniversário da implantação da República Popular da China e também o Festival da Lua, pelo que a 6 de Outubro é a vez das Ruínas de São Paulo acolherem “Uma Noite de Lua Cheia nas Ruínas de S. Paulo 2025”. Aqui fica a promessa, segundo Zhang Lie, de uma evocação de “melodias emocionantes em um cenário de reencontro”. A OCM apresenta ainda o espectáculo de teatro musical, pensado para toda a família, “Varinha Mágica Musical– Família de Sopro”.

Para Zhang Lie, esta temporada “será, sem dúvida, um sucesso retumbante”, esperando-se um “festim musical vibrante a todos, transformando cada nota numa força calorosa e comovente”.

5 Set 2025

Aniversário da RPC comemorado com espectáculo “Cisne”

Nos dias 30 de Setembro e 1 de Outubro, bem a tempo de celebrar o 76.º aniversário de implantação da República Popular da China (RPC), acontece em Macau o “Espectáculo de Comemoração do 76.º Aniversário da Implantação da República Popular da China e da Noite de Luar de Haojiang – Novo Espectáculo Acrobático Cisne”. O evento está marcado para o The Venetian Theatre a partir das 20h, sendo que os bilhetes já estão à venda.

“Cisne” é uma obra criada pelo premiado Teatro de Artes Acrobáticas de Guangzhou, narrando “o emocionante percurso de crescimento e formação da artista acrobática Yu Meng, desde os campos de treino encharcados de suor até ao centro do palco deslumbrante”.

Segundo uma nota do Instituto Cultural (IC), o público irá deambular entre o “sonho” e o “real”, experimentando “a impressionante fusão entre a excelência artística de nível nacional e um espectáculo visual fantástico”.

O espectáculo que se apresenta no The Venetian Theatre “foi seleccionado para o programa de apoio financeiro pelo Fundo Nacional das Artes e homenageado com o ‘Prémio de Produ de Excelência'”, sendo dirigido pelo coreógrafo Zhao Ming. A direcção artística está a cargo de Wu Zhengdan, actriz e fundadora do “Balé Sobre os Ombros”.

Cheirinho a “Lago dos Cisnes”

“Cisne” é uma peça que “reúne artistas prestigiados, utilizando as melodias intemporais do balé clássico ocidental ‘O Lago dos Cisnes’, ao mesmo tempo integra a acrobacia chinesa grandiosa e inédita, oferecendo ao público um espectáculo cénico que mostra a fusão entre arte oriental e ocidental”.

O “Espectáculo de Comemoração do 76.º Aniversário da Implantação da República Popular da China e da Noite de Luar de Haojiang – Novo Espetáculo Acrobático Cisne” é organizado pelo Ministério da Cultura e Turismo da China e pela Secretaria para os Assuntos Sociais e Cultura do Governo da RAEM, sem esquecer a organização do IC e Departamento de Publicidade e Cultura do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM, entre outras entidades.

Os bilhetes estão à venda a partir de hoje na bilheteira “Enjoy Macao” a partir das 10h, sendo que a data de venda dos bilhetes na plataforma “Cotai Ticketing” será anunciada posteriormente. Os ingressos têm preços que variam entre as 200 e 400 patacas.

3 Set 2025

Coloane | Música, exercícios e workshops no final do mês

A terceira edição do “Connections – Music.Movement.Nature”, regressa a Coloane nos dias 27 e 28 de Setembro ao espaço “Urban Farm”. É lá que acontecem actividades para todos os gostos, mas sempre em conexão com a natureza, a música, as artes e até o próprio corpo, graças à prática de pilates e yoga

 

Imagem de Elói Scarva

No último fim de semana de Setembro, o espaço Urban Farm, no centro da vila de Coloane, vai acolher o evento “Connections – Music.Movement.Nature”. Trata-se de um evento de dois dias, a acontecer a 27 e 28 de Setembro, que reúne actividades artísticas, música e a prática de exercício físico, com yoga e pilates.

Esta é uma “iniciativa privada sem fins lucrativos que pretende reunir diferentes comunidades, oferecendo música, actividades para famílias, workshops corporais e holísticos, uma zona de comidas e bebidas e um mercado de artesanato com criadores locais”, destaca um comunicado da organização.

Quem está por detrás deste evento assume que o “Connections” é uma “criação colectiva que alia um modo de vida consciente com experiências únicas”, e que já existe desde 2018 e 2019, anos em que o evento se realizou junto à Barragem de Ka-Hó, também em Coloane.

Porém, o “Connections” passa agora para um espaço maior, o que irá permitir que possam decorrer diversas actividades espalhadas por sete zonas distintas. São elas o “Village”, descrita como “uma pitoresca área que se assemelha a uma aldeia tradicional chinesa, com casas de madeira num jardim oriental”, e que será a zona de refeições e bebidas e de venda de artesanato.

Aqui vão estar representados espaços de restauração de Macau, como é o caso do Larry’s Place, Concept H, Black Lotus, Cakes By Rose & Muse, Juk e Happy Stand. Haverá ainda 12 artesãos a vender os seus produtos nas várias casinhas de madeira do “Village”: Dreama, Neska, Zarja’s Selections, CeraGigi, Odoodoodo, Dollfie, Wickd, White Lodge Dreamland, Wutoyeah, Gems Awakening, Lylon Skincare e Knotme.

A “Urban Farm” contará ainda com o “Gypsy Camp”, uma “zona com almofadas e lugares de descanso à sombra que promete ser uma oferta interactiva, em que os participantes poderão explorar instrumentos musicais como o asalato, participar num círculo de tambores, ou assistir a um concerto de handpan com o duo Nàv, que faz a curadoria da área”.

“Será também aqui que se poderá assistir ao ritual da fogueira, a uma palestra sobre temáticas espirituais e participar em sessões individuais de tarot e leitura da alma”, explica ainda a organização.

As actividades para famílias irão ter lugar na “Family Tent”, oferecendo sessões de meditação para famílias, pinturas em desenhos de mandalas, crochet, construção de máscaras em cartolina e ainda momentos de leitura interactiva.

A organização pretende, com o “Connections”, levar “os mais novos a participar em qualquer actividade que esteja a decorrer no recinto, desde que acompanhados pelos pais, podendo também explorar a oferta do ‘Urban Farm’, que disponibiliza canas de pesca para pescar e actividades de agricultura”.

Árvore da meditação

Uma zona que merece destaque é a “Treetop”, uma “mezannine” construída na copa de uma árvore, e que foi o espaço escolhido para todas as actividades de exploração corporal e “momentos mais serenos”, de meditação e relaxamento. Com actividades a decorrer da manhã ao entardecer, o “Treetop” vai albergar sessões de dança, com Zumba, Bachata, Dança Consciente e “InsideFlow”, assim como de yoga, gyrokinesis [movimento que mistura princípios de yoga, dança e Tai Chi], e pilates. Estão igualmente previstas sessōes de “Sound Bath”, exploração de mantras e meditações ao pôr do sol e de ligação à natureza.

O “Urban Farm” também disponibiliza uma “yurte mongol” [tenda típica dos povos nómadas da Mongólia], decorrendo ainda uma sessão das “Noites de Quiz”, que já acontece regularmente em Macau. “Esta é a primeira vez também que a Noite de Quiz será orientada em inglês para que mais pessoas possam participar na sessão”, explicaram os organizadores.

Ao fundo da propriedade do Urban Farm, na zona “Concrete”, estão agendadas sessões de graffiti e arte urbana com os colectivos de artistas locais Outloud International Street Art Festival e Mid Age of Dawn Skateboards (M.A.O.D.).

Por último, no “Woods”, numa clareira de um pequeno bosque, situa-se o espaço de música electrónica e de dança ao ar livre, que contará com prestações de diversos djs locais e da região. A oferta musical irá também marcar presença na zona do “Village”, com uma selecção mais orgânica, lounge, e focada em músicas do mundo.

Os bilhetes para o “Connections” já estão em venda antecipada até amanhã, com preços que variam entre as 150 e as 250 patacas, para uma entrada de um ou dos dois dias do evento. O “Urban Farm” disponibiliza também espaços de estacionamento que podem ser reservados ao dia com antecedência.

3 Set 2025

Exposição de Francisco Ricarte na Casa de Portugal até final do mês

A exposição “Macau: Dias de Ontem e Dias de Hoje”, com imagens do arquitecto Francisco Ricarte, foi estendida até ao final do mês, podendo ser visitada até 30 de Setembro na sede da Casa de Portugal em Macau (CPM). Trata-se de uma iniciativa integrada na programação das celebrações do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas.

A mostra contém 20 “dípticos”, ou seja, “vinte propostas visuais comparativas entre imagens antigas de Macau, como registos fotográficos e iconográficos da cidade da primeira metade do Séc. XIX, ou existentes em postais antigos dos inícios do Séc. XX, com imagens contemporâneas desses espaços ou do que resta deles, onde se possam entender não só a presença dos antigos elementos construídos ou naturais ainda existentes, mas sobretudo a continuidade do seu significado social e humano relevantes”, explicou o arquitecto e fotógrafo ao HM.

Segundo Ricarte, o que se pretende fazer nesta mostra não é apenas “o registo meramente documental ou comparativo das modificações necessariamente ocorridas nos espaços e imóveis registados, mas sim captar como o seu ‘espírito’, sob o ponto de vista da sua presença, significado urbano ou presença humana significativa, mantêm a sua identidade e significado imagético para a cidade, hoje”.

Passado e presente

Em “Macau: Dias de Ontem e Dias de Hoje” faz-se a “introdução de registos cromáticos nas fotografias contemporâneas”, convidando-se o público a “identificar uma continuidade entre o antigo e o contemporâneo, encontrando novas identidades e significados nas imagens contemporâneas apresentadas, fazendo assim uma outra leitura interpretativa desses registos fotográficos”.

Aqui, a cor “articula a perenidade e identidade dos locais e seu significado, patente nos ‘dias de ontem’ com a contemporaneidade desses mesmos espaços, evidenciado pela sua presença e identidade nos ‘dias hoje'”, remata Ricarte.

Francisco Ricarte é arquitecto de profissão, estando em Macau desde 2006. É um dos membros da associação Halftone, dedicada à fotografia profissional e amadora que se faz no território e fora dele, tendo ajudado a criar este projecto em 2021. A Halftone publica também uma revista de fotografia de forma regular.

2 Set 2025

Livro | Pensamento do filósofo chinês Xun Kuang editado em português

A Livros do Meio, editora local criada por Carlos Morais José, juntou esforços à Fundação Macau para a edição de “Escritos de Mestre Xun”, que pela primeira vez traduz integralmente do chinês para português o pensamento do filósofo chinês Xun Kuang, também conhecido por Xun Zi. O lançamento desta obra dedicada ao pensamento sobre Confúcio acontece dia 10 deste mês na Fundação Rui Cunha

 

No pensamento confucionista chinês da antiguidade, os grandes nomes que surgem no imediato são Confúcio e Mencius. Mas inclui-se também nesta lista um homem nascido com o nome de Xun Kuang, que ficaria mais conhecido na história como Xun Zi e que é considerado um dos grandes filósofos confucionistas chineses do período antigo da China.

A editora de Macau Livros do Meio, de Carlos Morais José, prepara agora um lançamento inédito sobre os escritos e o pensamento deste filósofo, na medida em que pela primeira vez estarão disponíveis em português. A tradução esteve a cargo de Rui Cascais, Gong Yuhong e do próprio Carlos Morais José, que também fez a parte da edição e notas.

A edição de “Escritos de Mestre Xun” contou com a co-edição da Fundação Macau e será lançada no dia 10 de Setembro em Macau, na Fundação Rui Cunha. Segundo uma nota de imprensa divulgada pela Livros do Meio, trata-se de uma “pedra angular do pensamento filosófico chinês finalmente acessível ao leitor lusófono em edição definitiva”.

Esta é a “primeira tradução para língua portuguesa de todos os 32 capítulos do filósofo confuciano Xun Zi (c. 310 – c. 235 a.E.C)”, tratando-se de uma “edição histórica que preenche uma lacuna crucial nos estudos filosóficos e sinológicos em português”.

Segundo a descrição da editora, o livro “conta com extensas notas explicativas, comentários críticos e uma introdução abrangente que situa Xun Zi no contexto do período dos Reinos Combatentes e traça sua influência ao longo da história”.

“A Livros do Meio orgulha-se, depois de ter publicado recentemente o último dos ‘Quatro Livros’, de tornar este clássico acessível aos leitores de língua portuguesa”, acrescenta ainda.

Uma longa jornada

Traduzir aquilo que Xun Zi deixou constituiu “uma jornada de vários anos”. O filósofo deixou um pensamento pautado pelo “racionalismo, a defesa da cultura como antídoto para o caos e uma análise da linguagem”, elementos que “ressoam de forma poderosa nos dias de hoje”.

Neste processo de tradução, procurou-se “capturar a precisão e a força argumentativa do seu texto, permitindo que o leitor de língua portuguesa enfrente, pela primeira vez em toda a sua extensão, um dos pensadores mais lúcidos e desafiadores da humanidade”.

Se Mencius, contemporâneo de Xun Zi, “acreditava na bondade inata do ser humano”, o “Mestre Xun” defendia, por sua vez, “que a natureza humana é originalmente má (xing er), e que a bondade é adquirida através do esforço consciente, da educação ritualizada (li) e da orientação dos sábios e de um governo justo”.

Daí a Livros do Meio entender que ler e analisar Xun Zi permite ter acesso a um “tratado profundo sobre ética, política, educação, linguagem e cosmologia, oferecendo perspectivas surpreendentemente modernas sobre a natureza da sociedade”.

“Xun Zi é um gigante intelectual, cujo pensamento é fundamental para entender não apenas o Confucianismo, mas toda a história intelectual chinesa. Publicar as suas obras completas em português é um marco editorial e um presente para estudantes, académicos e todos os leitores que buscam compreender as bases da civilização chinesa”, descreve ainda a Livros do Meio.

A obra tem 422 páginas e um custo de 200 patacas. A Livros do Meio foca-se na edição de obras clássicas chinesas traduzidas para português em áreas como a poesia, o pensamento, Arte, História ou Etnologia, entre outras.

2 Set 2025

Hong Kong | Sparks e Dave Clarke juntam-se ao cartaz do Clockenflap

A organização do festival Clockenflap revelou na sexta-feira a segunda ronda de bandas e artistas do cartaz do maior evento musical de Hong Kong. Os veteranos Sparks e Dave Clarke vão acrescentar glamour e batidas de tecno. Entre as sete novidades contam-se três projectos japoneses, da jovem estrela do J-Pop Vaundy aos veteranos rockeiros Ellegarden

 

O cartaz deste ano do Clockenflap ganhou contornos mais concretos no passado fim-de-semana com o anúncio de mais sete nomes à programação do festival que vai decorrer entre 5 e 7 de Dezembro no Central Harbourfront, em Hong Kong.

A um cartaz que já contava com o indie rock dos escoceses Franz Ferdinand, as viagens progressivas dos Godspeed You! Black Emperor e a introspecção encantatória de Beth Gibbons, a eterna vocalista de Portishead, juntam-se agora os Sparks, o “barão do techno” Dave Clarke e o cantar Jeremy Zucker.

O anúncio de sexta-feira acrescenta um naipe de bandas e projectos musicais diversificados ao Clockenflap deste ano. A começar pelos veteranos Sparks, o dueto formado pelos irmãos Ron e Russel Mael, que há mais de meio século testam os limites conceptuais do glam e do art-rock. O público pode esperar uma actuação plena de teatralidade e sonoridades nostálgicas da new wave a convidar à dança logo no primeiro dia do festival (sexta-feira 5 de Dezembro).

Outra das novidades anunciadas, é um especialista a fornecer batidas dançáveis: o dj e produtor Dave Clarke. Vulto incontornável da música electrónica britânica, Clarke produziu remisturas para artistas como The Cheminal Brothers, New Order, Underworld e Depeche Mode.

A notoriedade que foi ganhando valeu-lhe a alcunha de “O Barão do Techno” dada pelo lendário apresentador de rádio da BBC John Peel. Os adeptos da música de dança vão poder comprovar as duas credenciais no sábado, 6 de Dezembro no palco electrónico do Central Harbourfront.

Vaga nipónica

Ainda a puxar a um pé de dança, o projecto francês L’Impératrice irá apresentar-se em palco no segundo dia do festival. A sonoridades da banda formada em Paris em 2012 situa-se algures entre a pop mais dançável e a disco sound.

Jeremy Zucker foi uma das novidades anunciadas no final da semana passada, com actuação marcada para o último dia do festival, 7 de Dezembro. Com três discos na bagagem, o cantor norte-americano deverá basear a sua actuação no novo disco “Garden State” lançado na semana passada.

A completar as novidades do Clockenflap surge um trio de projectos japoneses, com destaque para o fenómeno de j-pop Vaundy, que faz a sua estreia em actuações fora do Japão em Hong Kong. Com uma carreira que arrancou em 2019 com lançamentos independentes no YouTube, Vaundy tornou-se num sucesso em plataformas musicais de streaming, como o Spotify. Passado um novo, o músico estreava-se com a edição do primeiro disco “Strobo”.

No pólo oposto da indústria musical japonesa, os Ellegarden vão chegar a Hong Kong com um estatuto de banda veterana de rock, com quase três décadas de palco. As guitarras a evocar Weezer e Blink-182 vão soar no Central Harbourfront no último dia do festival.

No sábado, a dupla que forma os Rikon actua pela primeira vez em Hong Kong no Clockenflap. O projecto composto pelo vocalista Ayumu Matsuda e o guitarrista Jun Beppu, tem o mesmo nome do título japonês do álbum de Marvin Gaye de 1978, “Here My Dear”, uma referência ao som pop soul característico da dupla.

A banda conquistou uma enorme base de fãs no Japão desde sua formação em 2022, mesmo ano em que lançaram o single de estreia “Love is More Mellow”, que se tornou viral. Passados dois anos, saía o primeiro disco da dupla “RIKONDENSETSU”.

Os bilhetes estão à venda e custam 1.990 dólares de Hong Kong para os três dias e 1.280 dólares de Hong Kong para um dia.

2 Set 2025

Arquitectura | Nuno Soares defende material em construção permanente

A estudar e trabalhar o bambu há mais de 20 anos, Nuno Soares vê futuro para as construções permanentes com este material em Macau, onde tem tradição e valor económico associado, mas onde também falta regulamentação. Empresária de andaimes conta os segredos de um negócio tradicionalmente gerido por homens

 

Para Nuno Soares, a versatilidade do bambu não se esgota na construção temporária. Nem nos habituais andaimes que revestem arranha-céus em progressão, nem em palcos de ópera cantonense erguidos em festividades, ou esculturas gigantes, pensadas por estudantes ou artistas, ou até mesmo em momentos que hoje seriam improváveis – e que não dispensaram contestação – como o que ocorreu na recta final da administração portuguesa, quando se improvisou uma praça de touros em bambu no centro de Macau.

O arquitecto e académico português distingue “um potencial que ainda não está totalmente explorado”: a utilização deste material, enraizado na tradição e no tecido económico da cidade, para dar vida a estruturas de bambu sem data de demolição. Existe regulamentação apenas para projectos temporários. “Não podemos ser fundamentalistas e defender só o que conhecemos e estamos habituados”, diz em entrevista à Lusa o arquitecto. Há uma obrigação disciplinar do campo da arquitectura e da construção de criar melhores produtos “do ponto de vista da sustentabilidade, resistência e estética”, defende.

Soares, natural de Lisboa, mas a viver em Macau desde 2003, cruzou-se pela primeira vez com o potencial deste “material lindíssimo” na construção quando visitou Macau em 1997. E o que é um elemento tão rotineiro para quem vive o dia-a-dia da região foi para o português, com visão habituada a outra paisagem urbana, o início de uma viagem.

No Centro de Arquitectura e Urbanismo (CURB), que fundou com a designer Filipa Simões em 2014, tem conduzido investigação neste campo, com trabalho feito junto de artesãos de bambu.

Também na Universidade de São José (USJ), onde está à frente do Departamento de Arquitectura e Design, o português orienta anualmente, em colaboração com a indústria, a construção de um pavilhão em bambu – com material usado na montagem de andaimes e que, no final, volta a servir esse mesmo propósito.

“Uma arquitectura que é muito inovadora, muito desafiante, que usa design paramétrico do mais sofisticado a nível mundial e depois constrói com uma técnica artesanal”, diz sobre o projecto, notando que apenas empresas e técnicos especializados estão autorizados a construir em bambu por uma questão de segurança pública.

Pernas para andar

No campo da construção permanente, a USJ está a desenvolver em parceria com a Assumption University, da Tailândia, um projecto que prevê a edificação de uma estrutura, “para depois monitorizar ao longo do período de vida” envelhecimento e desempenho do edifício e se poderem tirar conclusões. Apesar de ser um material que se degrada, existem técnicas para lidar com a construção permanente em bambu que diferem das opções para obras limitadas no tempo. “Não devemos impedir a evolução”, defende.

Além da Tailândia, onde existe um código que permite a edificação de construções permanentes em bambu, a arquitectura sem termo é comum em várias outras geografias da região, como é o caso da Indonésia, sendo a ‘Green School’, em Bali, uma escola privada, obra de destaque.

“O bambu, como construção permanente entra numa classificação de materiais que são aqueles que são as estruturas leves, como algumas estruturas de metal. É importante que nós usemos os materiais que sejam adequados. Em Macau temos tanta experiência e tradição de utilização do bambu, que ele já faz parte da paisagem urbana”, reflecte.

Há que perceber onde estas estruturas em bambu podem ser úteis: “Nomeadamente nas construções em edifícios que existem, construções em terraços, porque são estruturas que são leves naturalmente, que transportam pouco peso para a estrutura existente.”

“O bambu tem pernas para andar e coisas para fazer no futuro, e já vimos que há uma indústria de ponta que está também a trabalhar com bambu, a fazer aglomerados com bambu”, concretiza, referindo-se à criação de produtos compostos produzidos a partir deste material.

Madame Bambu

Manifestação “do desenrascar” e da vontade de construir rapidamente, a tradicional técnica de montagem de andaimes de bambu ajusta-se ainda hoje à moderna Macau de densa malha urbana. A transição total para metal teria impacto socioeconómico.

A Yoyo Leong pertence um império. E para perceber isso, basta percorrer o terreno da empresária no centro da Taipa, onde está localizada a Wiyu, negócio de instalação de andaimes que herdou do pai. Assume-se como a única mulher na gestão de uma empresa do género, e não é difícil acreditar: Yoyo circula entre armazéns, andaimes de metal encavalitados pelo caminho, um mundo com homens a orbitar em torno desta empresária.

“Onde estão os de bambu?”, pergunta a um funcionário. O homem segue ao nosso lado, aponta para onde gigantescas mantas de lona protegem as canas da chuva, do sol. A exposição pode limitar o tempo de vida da planta. “No início, não estava habituada a ir para a obra. Tive de ultrapassar muitos obstáculos, a sujidade, o trabalho duro, uma ida à casa de banho, o peso dos sapatos e capacete de segurança”, lembra.

Foi em Zhuhai, do outro lado da fronteira, que o pai se lançou no negócio dos andaimes de metal. O bambu veio mais tarde, no arranque do século, quando se mudaram para Macau. Desses primeiros tempos, Yoyo recorda o acto de amarração. “É necessário ter técnica para amarrar o bambu, pois se não estiver bem apertado, fica solto e isso afecta toda a estrutura do andaime. A técnica é muito importante e é necessário usar os pés também”, explica.

Numa das extremidades do terreno, está o escritório da Wuyi, numa estrutura pré-fabricada. A fachada não denuncia o interior: está lá a tradicional mesa de servir chá, um tanque com carpas – símbolo de sorte e fortuna na cultura chinesa -, uma figueira-dos-pagodes a atravessar o tecto até ao exterior e até o modelo de um foguetão decorado com a bandeira chinesa e com mais de dois metros.

Nas paredes, fotografias do pai de Yoyo ao lado de antigos líderes do Governo local. Também imagens que testemunham alguns projectos da empresa, como o Centro de Ciência de Macau, o hotel-casino MGM e, mais recentemente, o resort integrado Londoner, da concessionária de jogo Sands China. As intervenções da empresa nestas três obras foram realizadas com andaimes de metal.

Apesar disso, diz Yoyo Leong, metal e bambu são usados em igual proporção em Macau. As seis torres residenciais que a Wuyi está agora a trabalhar na Zona A, onde vai nascer habitação pública, crescem em paralelo com andaimes de bambu.

Mudança no horizonte

O debate sobre esta antiga técnica de construção voltou à ordem do dia desde que as autoridades da vizinha Hong Kong anunciaram, em Março, que vão “promover uma adopção mais ampla de andaimes metálicos em obras públicas”. Alegaram questões de segurança, com a ocorrência de 23 mortes a envolver andaimes de bambu desde 2018.

Em Macau, quatro pessoas morreram em acidentes de trabalho graves com andaimes de bambu desde 2018, de acordo com dados facultados em Abril pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais ao Jornal Tribuna de Macau, “sendo a causa dos acidentes principalmente a queda humana”.

Mas para já, não há planos de baixar as canas na cidade, onde a montagem de andaimes com este material está inscrita desde 2017 no inventário do património intangível cultural local. Numa resposta à Lusa, as autoridades dizem estar atentas ao desenvolvimento do sector, “tendo uma atitude aberta” perante a utilização dos de metal.

Sobre esta nova directriz em Hong Kong, o arquitecto Nuno Soares avalia que, “aparentemente, é uma medida de evolução tecnológica e ao nível da segurança na construção”, embora “muito ditada pelo interesse económico das grandes empresas construtoras” daquela região.

Já no caso de Macau, nota o português, a obrigatoriedade do metal pode ter impacto socioeconómico na região: “Estamos a falar de uma economia em que temos muitas empresas que são pequenas e médias. A construção civil tem centenas de empresas e se nós tornarmos obrigatório o uso de andaimes de metal, estamos a transformar este tipo de economia.”

Ainda sobre os andaimes de metal, refere o arquitecto, estes podem ser “mais resistentes, mas também mais pesados e dispendiosos”, além de “exigirem maquinaria especializada e empresas de grande porte”.

Vergar sem quebrar

Mas a segurança é também elemento categórico da alternativa bambu, um material flexível, que cresce rápido, abunda na região e é barato. Em períodos de ventos fortes ou tempestades tropicais, explica Nuno Soares, “a estrutura de bambu é mais leve e tem mais redundância, ou seja, está ligada à estrutura dos edifícios em mais pontos, verga mais rápido do que parte”.

Além disso, numa cidade com uma malha urbana densa como Macau, com ruas estreitas, o andaime de metal vai ocupar uma base maior, podendo dificultar a circulação, ao passo que os de bambu “têm um ‘footprint’ muito pequeno, aumentando à medida que se sobe em altura”.

Apesar de as hastes desta opção serem reutilizáveis, Yoyo Leong admite que as barras de metal têm maior esperança de vida, além de serem resistentes ao fogo e exigirem menos conhecimento técnico na montagem.

E nesta discussão, claro, cabe ainda o futuro dos artesãos locais, que dificilmente encontrarão uma nova geração disposta a trepar o xadrez de bambu. “Como todos os trabalhos muito físicos, tem menos adesão da nova geração, mas há também uma oportunidade, porque, novamente, tem um valor económico que ainda é significativo”, realça Soares.

O bambu, diz ainda, não é só passado. E em Macau há que continuar a valorizar esta técnica local, ao invés de “importar só outras tradições”. “Esta técnica vernacular, esta técnica de desenrascar e de construir rapidamente está intrinsecamente ligada à construção em Macau e é regulada. O bambu fez Macau”, afirma-

1 Set 2025

Praça do CCM acolhe instalação “A Torre do Tempo”

Já está instalada na praça do Centro Cultural de Macau (CCM) a instalação “A Torre do Tempo”, integrada na iniciativa “Arte Macau: Bienal Internacional de Arte de Macau 2025”, que desde há vários meses vem apresentando mais de 30 exposições integradas em seis secções.

Segundo uma nota do IC, a instalação “A Torre do Tempo” visa celebrar o “vínculo cultural entre cidades da Ásia Oriental” e foi elaborada por “três artistas consagrados da China, Japão e Coreia do Sul”.

Trata-se de “figuras de referência na arte contemporânea asiática”, sendo eles Guan Huaibin, “famoso artista contemporâneo chinês e especialista em instalações artísticas e arte multimédia espacial”. Hirotoshi Sakaguchi, “famoso artista japonês e professor honorário da Universidade de Arte de Tóquio”, também deu o seu contributo. No caso deste artista, já realizou “obras que abrangem vários meios, entre eles a pintura e arte paisagística”.

Nesta instalação, colaborou ainda o artista contemporâneo sul-coreano Kim Sang-yeon, “cuja criação é profundamente influenciada pela filosofia oriental e se concentra em questões relacionadas com a coexistência entre o homem e a natureza”.

“Farol da alma”

“A Torre do Tempo” combina, segundo o IC, “a filosofia oriental sobre o tempo e o espaço com a linguagem da arte contemporânea, ultrapassando as limitações do espaço físico”. Constrói-se, assim, um “farol da alma” que “incorpora tanto a profundidade histórica como as futuras tensões”.

“Através da forma poética no fluxo de luz e sombra, a obra estimula a interacção sensorial entre o público e a instalação, para construir em conjunto memórias individuais e colectivas, inspira o sentido da vida e da eternidade, tornando-se um marco artístico que inscreve a amizade cultural entre as cidades da Ásia Oriental”, descreve ainda o IC.

Esta instalação integra-se na secção da Bienal “Exposição de Arte Pública”, sujeita ao tema “Ondas e Caminhos”. Dentro desta secção da Bienal tem vindo a ser desenvolvido outro projecto, desde Julho, intitulado “Co-Criação Comunitária e Ajuda Mútua de San Mei On”, liderado pelo artista australiano Jason Ho. Trata-se de um projecto que mistura trabalhos de oficina, técnica mista e arte comunitária.

Resta agora as apresentações do artista Zhang Xiao, que irá desenvolver as suas actividades artísticas na mesma comunidade entre este sábado e 5 de Setembro. Uma vez que o Edifício San Mei On (Bloco II) é um bloco de apartamentos privados, e como os eventos não têm um horário fixo, os interessados em participar neste evento artístico podem verificar os dados na conta oficial de WeChat “Jason Ho’s Mapping Workshop”.

29 Ago 2025

Concerto | Rapper Travis Scott chega em finais de Outubro

O rapper norte-americano Travis Scott traz a Macau a sua digressão “Circus Maximus World Tour 2025”, esperando-se um concerto agendado para o dia 29 de Outubro na zona de concertos do Cotai criada pelo Governo, “Local de Espectáculos ao Ar Livre de Macau”. Scott marcará também presença noutras cidades asiáticas

 

Há mais de um ano que o rapper norte-americano Travis Scott anda pela estrada em digressão com a “Circus Maximus World Tour 2025” e, desta vez, a paragem marcada na agenda do letrista e músico é Macau. Há dois anos, o rapper levou aos palcos a tour “UTOPIA – Circus Maximus”, apenas na América do Norte, mas agora decidiu prosseguir com os espectáculos pelo mundo, incluindo na Europa e Ásia.

O espectáculo do artista está agendado para o dia 29 de Outubro na zona do Cotai, no “Local de Espectáculos ao Ar Livre de Macau”, com os bilhetes postos à venda a partir do dia 5 de Setembro.

O sucesso tem marcado a carreira de Travis, sendo que esta digressão promete agora trazer aos fãs do género musical rap e ao público em geral uma grande experiência audiovisual.

A digressão arranca no Brasil, mais concretamente em São Paulo, a 6 de Setembro, fazendo depois um périplo pela África do Sul, Índia e Coreia do Sul, seguindo-se, depois da actuação em Macau, espectáculos em Sanya, China, Japão e Abu Dabi.

Esta digressão nasce do lançamento, em 2023, do álbum “UTOPIA”, considerado o disco de hip-hop mais vendido desse ano, tendo estado no primeiro lugar da Billboard Top 200 durante quatro semanas consecutivas. Além disso, no que diz respeito às plataformas de streaming usadas para ouvir música, “UTOPIA” registou mais de 50 mil milhões de streams em todo o mundo, sendo que a plataforma Spotify considerou o álbum de Scott o mais ouvido na primeira semana de 2023. Também a Apple Music confirmou que este álbum bateu records como álbum mais ouvido no dia de lançamento em 2023.

Sucesso desde 2013

“UTOPIA” conta com faixas como “Thank God”, “Hyaena”, “Modern Jam”, “My Eyes” ou “God’s Country”, tendo Travis Scott recebido uma nomeação para um Grammy, considerados os prémios mais importantes da indústria musical.

Dentro do universo do hip-hop Travis Scott é um nome a reter. Nascido na zona de Houston com o nome de Jacques Berman Webster II, o rapper adoptou esse nome artístico e começou a explorar as mudanças do estilo trap com uma abordagem bem mais melódica e experimental. Desta forma, o artista, que também é produtor musical, conseguiu fundir diversas sonoridades como o rap, hip-hop ou R&B.

Travis Scott é considerado um dos artistas mais influentes da nova geração do rap americano tendo em conta o uso do chamado auto-tone e uso de batudas densas, explorando também o lado de linguagem visual que a sua música pode apresentar.

A nomeação para um Grammy com “UTOPIA”, o seu quarto álbum de estúdio, não foi, porém, a única. O artista já tinha sido nomeado oito vezes ao longo de uma carreira que começou a formar-se seriamente a partir do primeiro grande lançamento, em 2013.

Primeiro, surgiu no mercado o projecto discográfico “Owl Pharaoh”, seguindo-se, em 2014, o “Days Before Rodeo”. Estes dois projectos dariam origem ao álbum de estreia produzido em estúdio, simplesmente intitulado “Rodeo”, lançado precisamente há dez anos. Aí, Travis Scott começou a conhecer algum sucesso em termos de vendas e reconhecimento da crítica.

Mas o lançamento de “Birds in the Trap Sing McKight”, em 2016, começou a consagrá-lo como artista, que pela primeira vez teve um álbum seu a entrar para a lista Billboard 200.

Além do seu trabalho na música, Travis Scott criou também a Cactus Jack Foundation. Trata-se de uma organização sem fins lucrativos que tem por missão apoiar os jovens da zona onde nasceu, Houston, com campanhas de recolha de brinquedos, programas de bolsas de estudo para estudantes universitários e apoio no pagamento de despesas relacionadas com educação e projectos criativos.

29 Ago 2025

Creative Macau celebra 22.º aniversário com nova exposição

É hoje inaugurada na galeria da Creative Macau uma nova mostra que visa celebrar o 22.º aniversário da entidade, e que se intitula, simplesmente, “22”. Na mostra, que fica patente até ao dia 27 de Setembro deste ano, revelam-se trabalhos de artistas locais ou de nomes ligados a anteriores projectos da Creative Macau, como é o caso de Alice Costa (LiLi), Angel Chan, Coco Cheong Ut Man, Cristina Lu, David Chio, Denis Murrell, Elisa Vilaça, Eloi Scarva, Gigi Lee, Irene Chio, Joan Lam, Justin Chiang, Justin Ung, Ken C.I. Chau, Lei Sao I, Leong Leng, Li Li, Liesl Lee, Lúcia Lemos, m.chow, Maria João Das, mavin zin, Ng Cheok Ieng e Yaya Vai.

Nesta exposição colectiva faz-se uma referência ao conceito filosófico de tautologia, que corresponde a um vício de linguagem que leva à repetição desnecessária de termos e expressões de forma não intencional. Assim, as obras expostas na Creative Macau contêm várias formas de expressão da “linguagem do dia-a-dia”, quando são usadas “tautologias de forma não intencional”.

Neste caso, em que se recorre ao uso da tautologia no campo das artes, tal torna-se “uma técnica expressiva e inspiradora”, onde se exploram “as possibilidades” dessa repetição da linguagem no sentido de perceber se “é uma limitação ou libertação”, ou ainda “uma repetição sem sentido ou uma autoafirmação com significados ocultos”.

Segundo uma nota da Creative Macau, esta exposição “reúne artistas que utilizaram diversos meios para apresentar a ‘tautologia’, desafiando a novidade da linguagem e da imagem, e inspirando múltiplas perspectivas”. Pretende-se, com as obras expostas, “encontrar profundidade dentro da repetição” e provocar um “repensar da essência do ‘significado'”, levando o público a descobrir-se na “simplicidade”.

Conceito filosófico

Na tautologia há enunciados repetidos, os mesmos conceitos ditos de forma diferente e com palavras também elas diferentes. Há, na lógica, o símbolo “⊤” como representação “de uma proposição verdadeira que apenas depende da coerência interna e que é independente de condições externas”. Parece, à partida, que esses enunciados repetidos são vazios, mas na verdade “contêm uma ‘variante na repetição'”. No fundo, estas obras de arte pretendem responder à ideia ou possibilidade de o “significado poder transformar-se em diferentes contextos”.

Segundo os organizadores de “22”, “a apresentação repetida de elementos na arte desafia as nossas expectativas de ‘significado’, levando-nos a questionar se a compreensão é sempre construída a partir de símbolos e linguagens repetidos”. “Talvez, apenas por meio da repetição, consigamos perceber diferenças subtis”, é referido.

27 Ago 2025

Palestra | Xu Bing, artista contemporâneo chinês, protagoniza conferência

O Instituto Cultural vai realizar, no próximo mês, uma palestra em que a figura principal é o artista chinês de arte contemporânea Xu Bing. A conferência, com o nome “A era sem coordenadas já chegou!” integra-se na iniciativa “Palestra sobre Estética”, integrada no “Mês da Promoção Cultural”

 

Xu Bing, um dos mais importantes e reconhecidos artistas chineses contemporâneos, vai estar em Macau no dia 7 de Setembro para apresentar a palestra “A era sem coordenadas já chegou!”. Trata-se de uma iniciativa do Instituto Cultural (IC) intitulada “Palestra sobre Estética”, sendo “uma das principais actividades” do “Mês da Promoção Cultural”.

A conferência decorre às 15h na Sala de Conferências do Centro Cultural de Macau, onde Xu Bing irá “partilhar a evolução do seu pensamento nos últimos anos, reflectir e julgar em conjunto com o público de Macau”, nomeadamente sobre “as possibilidades da arte sob a luz das novas tecnologias, através da sua animação em stop motion ‘Lago Satélite'”, que é o primeiro projecto artístico filmado no Espaço. A obra está exposta na Bienal Internacional de Arte de Macau deste ano.

O artista é descrito como alguém que se tem dedicado, nos últimos anos, “a alargar os limites da arte com as suas obras, e é amplamente reconhecido como um dos principais artistas conceptuais nas áreas da linguística e semiótica da actualidade”.

A palestra desta vez será conduzida em mandarim, com tradução simultânea para português e inglês, sendo adequada para participantes com idade igual ou superior a 15 anos, não havendo lugares marcados. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas na plataforma da “Conta Única de Macau”.

Esta não é a primeira vez que Xu Bing vem ao território mostrar a sua arte e falar do seu trabalho. Em 2017 foi inaugurada, no Museu de Arte de Macau, a mostra “A Linguagem e a Arte de Xu Bing”, naquela que foi a primeira exposição individual do artista em Macau. Foram apresentadas 30 obras “importantes” do artista, nomeadamente “Livro do Céu” e “Livro da Terra”.

Longa carreira

Xu Bing nasceu em Chongqing, China, em 1955, mas cresceu em Pequim. A sua ligação às artes começou em 1977, quando entrou no Departamento de Gravura da Academia Central de Belas Artes de Pequim, tendo aí concluído os estudos em 1981. Depois, passou a dar aulas nesse departamento. Em 1987 Xu Bing obteve o título de mestre pela mesma instituição.

Em reconhecimento às suas realizações, foi convidado para os EUA, em 1990, como artista honorário, tendo recebido, em 1999, uma distinção, a MacArthur Fellowship, o maior prémio de talento criativo dos EUA. Em 2004, recebeu o primeiro Prémio Artes Mundi, enquanto que em 2018 foi galardoado com o Prémio Xu Bei Hong – Criação Artística da CAFA.

Xu Bing voltou à China em 2007, tendo assumido vários cargos de liderança na Academia Central de Belas Artes, incluindo os de vice-presidente, professor e orientador de doutorado. Desde 2014 que actua como presidente do Comité Académico da instituição. Actualmente, divide seu tempo entre Pequim e Nova Iorque, onde vive e trabalha, sendo professor na Academia Central de Belas-Artes de Pequim (CAFA).

É, portanto, longa a carreira de Xu Bing, que tem obras expostas em diversas instituições artísticas, incluindo o Museu Nacional de Arte da China, o Museu Metropolitano de Arte, o Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, o Museu Solomon R. Guggenheim e o Museu Britânico, integrando ainda múltiplas colecções.

27 Ago 2025