Fotografia | Imagens em skates prestam tributo ao Grande Prémio

A loja de skates EXIT e o fotojornalista português Gonçalo Lobo Pinheiro voltaram a colaborar, desta vez para lançar a “Race Series”, “uma colecção exclusiva de tábuas de skate que celebra a adrenalina e o espírito vibrante das icónicas corridas de Macau”, indica um comunicado divulgado pelos criadores.

A série reúne imagens captadas por Gonçalo Lobo Pinheiro formam a colecção que prestam uma homenagem à cultura automobilística de Macau, inspiradas em momentos emblemáticos do universo das corridas (acidentes, curvas e recta da meta).

“Esta série é uma forma de eternizar a energia única de Macau durante as corridas. Não se trata apenas de velocidade, mas de cultura, identidade e paixão”, afirma Pinheiro. “Trabalhar novamente com a EXIT é voltar a casa”, acrescenta.

Para a EXIT, a colaboração reforça o compromisso da marca em valorizar expressões culturais locais. “Acreditamos que o skate também é uma forma de contar histórias. As imagens do Gonçalo têm vindo a capturar a verdadeira alma de Macau, e isso é o que queremos trazer para debaixo dos pés de quem anda de skate”, afirma um porta-voz da EXIT.

A parceria continuará a desenvolver novas séries, a começar no próximo mês com uma colecção inspirada no projecto fotográfico do fotógrafo “O que foi, não volta a ser…”, onde o fotojornalista proporcionou um encontro entre o passado e o presente de Macau. No início do próximo ano, surgirá uma linha dedicada ao património da cidade.

19 Nov 2025

Taipa Village | Exposição de Elizabeth Briel encerra programa de 2025

A exposição “Waves of Influence: Foreign Materialities”, da norte-americana Elizabeth Briel, fecha o programa artístico deste ano da Associação Cultural Taipa Village. A mostra, em exibição a partir de 3 de Dezembro, é composta por um mural, feito de vestuário reciclado, representando os azulejos portugueses que “pintam” Macau de azul e branco

A nova galeria de arte da Associação Cultural Taipa Village acolhe a partir de 3 de Dezembro a mostra “Waves of Influence: Foreign Materialities”, de Elizabeth Briel, encerrando o programa cultural de 2025.

A mostra exibe uma instalação feita em papel, que forma de um mural com impressões dos típicos azulejos brancos e azuis portugueses incorporados na paisagem urbanista de Macau, especialmente em infra-estruturas municipais. O papel usado no mural foi feito a partir da reciclagem de peças de vestuário em ganga e t-shirts.

A associação cultural refere que o trabalho da artista norte-americana, especializada em arquitectura e património, se alinha perfeitamente com as iniciativas da Taipa Village, “que integram arte contemporânea, arquitectura e design de formas inovadoras”. O trabalho “Waves of Influence” foi concluído este ano e exibido num centro de arte em papel na região de Guangzhou, juntamente com obras seleccionadas da sua série anterior, “Impressions: What Lies Beneath Paris & Hong Kong”.

Num comunicado divulgado pela Associação Cultural Taipa Village, a artista explica que a instalação que estará em exibição nasceu das horas que passou a trabalhar no estúdio em Macau, rodeada por porcelana chinesa azul e branca pintada à mão, criada para o mercado de exportação.

“Segui os desenhos intricados da porcelana, lembrando-me dos azulejos portugueses em azul cobalto que vemos nos espaços públicos de Macau e das maneiras como esta forma de arte ligou culturas tão díspares com a chinesa e ocidental”, conta Elizabeth Briel.

Os azuis do delta

A autora começou a encontrar pontos de convergência entre os “azuis que eram a arte dos impérios” e materiais como o papel e a ganga, que também foram transportados entre continentes e séculos através da migração, comércio, do poder e do conflito, e transformados por pessoas de todos os níveis da sociedade à medida que incorporavam estes objectos nas suas vidas”.

Com um olhar sobre as transformações culturais entre os impérios chineses, os califados mediterrâneos e os poderes ibéricos, Elizabeth Briel desenvolveu um interesse especial na forma como estas transições se estenderam à arte com papel e à porcelana azul e branca nos últimos mil anos.

A artista indica ainda que este projecto “surgiu do fascínio pela materialidade dos impérios” e permitiu fazer “uma jornada pessoal do Ocidente à Ásia e vice-versa”. A organização da exposição indica que a pintora e artista gráfica “trabalha principalmente com papel em resposta ao local onde vive, imprimindo directamente a partir da arquitectura, fazendo papel a partir de linho e algodão e criando instalações modulares de papel em grande escala”. O material usado acaba por encapsular significados, como fez, por exemplo, usando papel fustigado por tufões, feito a partir de uniformes miliares ou através da pintura em osso e chumbo.

Nascida na Califórnia e criada em Minneapolis, onde fez um bacharelato em Belas Artes, Elizabeth Briel viveu na Ásia durante duas décadas, antes de se mudar para Paris em 2024. No currículo conta com exposições na Europa, Ásia e Austrália e com os recorrentes regressos ao continente asiático para trabalhar em projectos anuais.

A mostra estará patente no Taipa Village Art Space, na Rua dos Mercadores (29-31), na Taipa, entre 3 de Dezembro e 4 de Fevereiro.

19 Nov 2025

IIM | Banda desenhada bilingue celebra Batalha de Macau de 1622

O Instituto Internacional de Macau (IIM), em co-edição com a Mandarina Books, vai lançar o livro de banda desenhada bilíngue “Vitória, vitória – episódio da nossa história”, que “oferece uma visão refrescante e notavelmente divertida sobre a Batalha de Macau de 1622, um episódio decisivo na história do território”, indica o IIM em comunicado.

O lançamento do livro, previsto para 4 de Dezembro a partir das 18h, realizar-se-á durante a feira de livros no pavilhão polidesportivo do Tap Seac, situado no Jardim Vasco da Gama. A apresentação vai estar a cargo de Rodrigo de Matos, cartoonista da obra, Miguel de Senna Fernandes, em representação da Associação dos Macaenses (ADM) e António Monteiro, Secretário-Geral do IIM.

Segundo o IIM, “Vitória, vitória – episódio da nossa história” é “mais do que uma simples recriação histórica”, seguindo uma linha satírica “inteligente e afectuosa”, seguindo a linha criativa do cartoonista Rodrigo de Matos.

Como o título deixa entender, a obra “aborda os eventos do cerco holandês de forma humorística e irreverente”, e “estabelece uma ligação espirituosa com as celebrações actuais do Dia de São João Baptista, padroeiro de Macau, cuja festa comemora precisamente essa vitória histórica. O resultado é uma obra que ri da História e das suas tradições, sem nunca deixar de as celebrar”.

A equipa que criou a banda desenhada é composta por António Monteiro na concepção, Rodrigo de Matos nas ilustrações e Catarina Mesquita no texto. A obra, que contou com o apoio financeiro do Fundo de Desenvolvimento da Cultura, vai estar disponível em português e chinês, vai custar 180 patacas e poderá ser comprada nas livrarias de Macau e nas plataformas digitais do IIM e da Mandarina.

18 Nov 2025

Clockenflap | Cartaz encerrado com Bloc Party e my bloody valentine

O Festival Clockenflap anunciou no fim-de-semana as últimas bandas do cartaz deste ano. Bloc Party, my bloody valentine e Bright Eyes juntam-se a Franz Ferdinand, Beth Gibbons, Sparks e companhia para três dias de música ao vivo no Central Harbourfront, em Hong Kong, entre 5 e 7 de Dezembro

O cartaz do Clockenflap fechou com o anúncio de três projectos de espectros diferentes de música alternativa: Os ingleses Bloc Party, os pioneiros my bloody valentine e o cantor norte-americano de folk Bright Eyes.

Durante três dias, entre 5 e 7 de Dezembro, vão actuar dezenas de bandas dos mais variados estilos musicais, no Central Harbourfront, na ilha de Hong Kong. Ainda há bilhetes à venda para os três dias (1.990 dólares de Hong Kong) e para um dia (1.280 dólares de Hong Kong).

Entre as novidades anunciadas no fim-de-semana, destaque para os Bloc Party que vão tocar pela primeira vez na região vizinha no sábado, 6 de Dezembro.

A celebrar o vigésimo aniversário do seu estrondoso disco de estreia, “Silente Alarm”, a banda de Kele Okereke e Russell Lissack foi uma das mais brilhantes estrelas da constelação de bandas que elevou o indie-rock para patamares de popularidade normalmente reservados a bandas pop, à semelhança dos Franz Ferdinand (que actuam no dia seguinte, encerrando o palco principal do festival), e bandas como The Strokes, Artic Monkeys e The White Stripes.

Após “Silent Alarm”, a banda britânica procurou afastar-se da fórmula instrumental de guitarras, baixo e bateria e aventurou-se por ritmos que incorporaram algumas batidas electrónicas e experimentação com outros instrumentos. Músicas como “Hunting for Witches” e “The Prayer” não desiludiram os fãs e crítica e o segundo disco dos Bloc Party conseguiu o feito de não defraudar expectativas depois de um avassalador primeiro registo.

O terceiro álbum da banda britânica afastou-os ainda mais das sonoridades clássicos do rock. Depois da tournée que promoveu “Intimacy”, a banda interrompeu actividade, com os seus membros a dividirem-se entre outros projectos musicais. Entretanto, a banda lançou mais três discos e voltou ao activo.

Suavidade e barulho

Os irlandeses my bloody valentine também vão marcar a sua estreia na cidade vizinha no Clockenflap deste ano. Com uma carreira com mais de 35 anos, a banda de Dublin foi uma das bandas pioneiras do shoegaze, com melodias marcadamente pop assentes em fundações de distorção de guitarra.

Depois de lançar o segundo disco, o aclamado “Loveless”, a banda dissolveu-se e regressou cerca de 20 anos depois, em 2007, para uma tournée mundial e em 2013 lançaram “m b v”, o terceiro disco da banda.

“Apesar de terem lançado apenas três álbuns, a banda alcançou um estatuto quase mítico entre os fãs, em grande parte graças aos seus incríveis espectáculos ao vivo, que combinam uma intensidade sombria e riffs melódicos com ondas de distorção e paredes de som estrondosas”, descreve a organização do festival. Os my bloody valentine foram a chave que abriu portas a bandas como Slowdive, Lush e Dive e tornando-se num fenómeno de culto nos circuitos alternativos.

Outra das novidades anunciadas no fim-de-semana, foi o concerto de Bright Eyes, o projecto folk do músico norte-americano Conor Oberst, que irá actuar pela primeira vez em Hong Kong no último dia do festival.

Bright Eyes vai apresentar-se no Central Harbourfront como um trio centrado em Conor Oberst, “o talento prodigioso amplamente apelidado de ‘novo Bob Dylan’ quando mal tinha saído da adolescência”, refere a organização do festival. O público pode esperar um concerto intimista, apesar da dimensão do palco, com um alinhamento movido a sonoridades acústicas.

Para todos os gostos

Além de veteranos entre as diversas escalas de barulho e silêncio do rock, o Clockenflap anunciou a actuação de Ano e Kento Nakajima, duas estrelas em ascensão no universo do pop japonês, que também vão actuar pela primeira vez em Hong Kong.

Recorde-se que o cartaz deste ano do maior festival de música da região já contava com Beth Gibbons, a eterna vocalista do colectivo de trip-hop Portishead, os canadianos Godspeed You! Black Emperor, o seminal duo Sparks e nomes incontornáveis da cena de música de dança como Dave Clark e Digitalism.

Além da música, o festival inclui ainda “uma série de instalações artísticas de encher o olho, workshops e espectáculos para toda a família e uma selecção de estabelecimentos de comida e bebida de fazer crescer água na boca, incluindo petiscos únicos de alguns dos restaurantes mais apreciados da cidade”.

Uma das novidades artísticas que o festival traz para esta edição é o projecto “Minimax – A Mobile & Modular Theatrical Experience”, entendido pela organização como “um novo conceito para todos os amantes das artes”, actualmente na fase de recrutamento de “talentos locais”.

18 Nov 2025

Cinema | Festival entre China e PLP apresenta 30 filmes

Começou na passada sexta-feira o Festival de Cinema entre a China e os Países de Língua Portuguesa, integrado no 7.º Encontro em Macau – Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Até ao dia 5 de Dezembro, o público pode ver cerca de 30 filmes e participar em palestras pós-projecção e workshops

Arrancou na sexta-feira o Festival de Cinema entre a China e os Países de Língua Portuguesa. O evento organizado pelo Instituto Cultural (IC), com o Galaxy Entertainment Group como parceiro da cerimónia de abertura, está integrado no 7.º Encontro em Macau – Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa.

Até ao dia 5 de Dezembro, os amantes da sétima arte têm cerca de 30 filmes para ver, numa selecção que inclui obras de realizadores da China, países de língua portuguesa, Japão e Coreia do Sul. O evento conta ainda com um programa de actividades de extensão, incluindo uma sessão de cinema comunitária, palestras pós-projecção e workshops.

Sob o tema central “Transcendendo Fronteiras”, o festival deste ano divide-se em cinco secções: “Principal Cineasta do Leste Asiático: Zhang Lü”, “Intercultural e Inter-regional”, “Estreia de Filmes Chineses e Lusófonos”, “Curtas-Metragens Sino-Portuguesas” e “Projecção Comunitária”

Entre os filmes em cartaz, o IC destaca o documentário de 2016 “Ama-San”, da realizadora portuguesa Cláudia Varejão, que se centra no quotidiano das mergulhadoras japonesas de Península de Shima que apanham abalone, ouriços-do-mar e pérolas.

“The Yangtze River”, do realizador japonês Ryo Takeuchi, é outro dos documentários em exibição. Lançado em 2023, o filme tornou-se num sucesso de bilheteira tanto no Japão como na China.

O documentário retrata a vida de várias pessoas de diferentes origens sociais, bem como as condições e costumes locais ao longo de diferentes partes do rio. Com 6.300 quilómetros de extensão, o Yangtze é o rio mais longo da China e o terceiro maior do mundo, o que lhe valeu o apelido de Rio da Vida da nação.

Lançado no mesmo ano, “Ask the Mountain”, produzido pelo conceituado realizador sul-coreano Kim Ki-duk e dirigido pelo realizador chinês Xu Lei, que “explora a vida nas regiões montanhosas da China, reflectindo sobre a coexistência da natureza e da cultura tradicional através de uma narrativa humanística cheia de nuances”, descreve a organização.

Partilha de experiências

Durante o festival, “vários criativos de renome serão convidados para encontros presenciais, incluindo os realizadores Zhang Lü, Zhu Xin, Viv Li, bem como o letrista de Hong Kong Siu Hak. A participação destes convidados tem como objectivo a interacção próxima com o público, reflectindo o tema do festival de transcender fronteiras geográficas e culturais para fomentar o diálogo.

Será ainda realizada uma sessão de partilha após a projecção do filme de encerramento, “A Memória do Cheiro das Coisas”, que contará com a presença do realizador António Ferreira e da produtora Tathiani Sacilotto.

Alargando o escopo dos locais de exibição, além dos cinemas Galaxy e a Cinemateca Paixão, será realizada uma projecção comunitária nocturna no dia 22 de Novembro, no Parque Dr. Carlos d’Assumpção, com a exibição gratuita do filme chinês “Deep Sea”, uma fantasia animada em 3D. Os lugares são limitados, sem necessidade de reserva e disponíveis por ordem de chegada. O evento incluirá também uma actividade de pintura corporal com tintas fluorescentes.

Coisas para fazer

Além das projecções de filmes e da organização de palestras, o festival de cinema deste ano terá dois workshops no dia 23 de Novembro, um para confecionar dumplings e outro para construir uma “ama concha”, em alusão ao documentário “Ama-San”, da realizadora portuguesa Cláudia Varejão.

Os interessados podem usufruir de um desconto na compra de dois bilhetes, pagando apenas um na compra presencial de bilhetes para o Festival de Cinema na bilheteira da Cinemateca Paixão. Para tal, é necessário apresentar bilhete do concerto, ou do comprovativo de compra na Exposição de Livros Ilustrados do 7.º Encontro em Macau – Festival de Artes e Cultura. Para os Bilhetes de Amigo, o público pode comprar um bilhete ao preço de 60 patacas para duas pessoas.

Será ainda oferecido um desconto de 20 por cento para portadores do Cartão de Professor de Macau válido, da credencial de voluntário, participante, funcionário da Zona de Competição de Macau dos 15.º Jogos Nacionais e Jogos Olímpicos Especiais de Macau, ou do cartão de vendedor da Feira de Artesanato do Tap Siac. Os bilhetes encontram-se à venda na bilheteira da Cinemateca Paixão e também estão disponíveis para venda online.

17 Nov 2025

Fotografia | Livro de Ale Ruaro apresentado na Livraria Portuguesa

Nos próximos dias 24 e 25 de Novembro, a Livraria Portuguesa irá acolher um evento dedicado ao fotógrafo brasileiro Ale Ruaro, que inclui a apresentação de um livro e uma palestra sobre fotografia. No primeiro dia, a partir das 18h, terá lugar a apresentação do livro “Vestígios”, publicado pela editora Selo Vertigem.

A obra reúne mais de duas décadas de pesquisa visual e desconstrução da linguagem fotográfica, propondo uma reflexão sobre a fotografia expandida — uma abordagem que ultrapassa os limites da representação tradicional e convida o público a questionar percepções e significados. No dia seguinte, também às 18h, o fotógrafo brasileiro participa numa conversa sobre fotografia e o seu trabalho, partilhando o percurso que tem trilhado e a sua visão artística.

O evento é apresentado pela associação HALFTONE e a Livraria Portuguesa, enquanto a vinda do fotógrafo brasileiro a Macau contou com o apoio da Fundação Oriente e da Com Viagens, assim como o apoio institucional do Consulado-Geral do Brasil em Hong Kong e Macau, da Universidade de São José e do Leitorado do Instituto Guimarães Rosa – USJ Macau.

Com uma carreira de três décadas, Ale Ruaro tem-se dedicado nos últimos anos quase exclusivamente ao retrato. As suas imagens, sempre a preto e branco, são construídas em colaboração com os retratados, criando uma harmonia entre o rosto e a luz que o envolve. A iluminação contrastada e densa é uma das marcas do seu trabalho, evocando os contornos e a atmosfera de pintores holandeses como Vermeer e Rembrandt. Ruaro retrata pessoas do seu tempo com um olhar suave, amoroso e solidário — o olhar de um artista do século XVII em pleno século, descreve a organização dos eventos.

14 Nov 2025

Exposição | Obras de Eduardo Nery no Aeroporto de Macau

A criação do mural de azulejos encomendado a Eduardo Nery pelo Executivo para adornar o terminal de passageiros do Aeroporto de Macau é o mote para a exposição patente no próprio aeroporto. A mostra assinala os 30 anos da inauguração do Aeroporto Internacional de Macau

O Aeroporto Internacional de Macau inaugurou uma exposição sobre a criação do mural de painéis de azulejo por parte do artista plástico português Eduardo Nery (1938-2013). Num comunicado, a companhia gestora da infra-estrutura indica que a mostra, no terminal de passageiros, “apresenta materiais preciosos do processo criativo” de Nery, “incluindo esboços, estudos de cor e projectos gráficos”.

A exposição “Arte Icónica: O Ícone do Terminal” oferece aos visitantes “um olhar aprofundado sobre a metodologia do artista”, acrescentou a CAM – Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau.

A mostra concentra-se no mural de azulejos portugueses criado por Eduardo Nery para a inauguração, em 9 de Novembro de 1995, do aeroporto, ainda durante a administração portuguesa do território.

O mural, com 210 metros de comprimento e 2,1 metros de altura, “inspira-se na mitologia, na história marítima, na evolução da aviação e nas trocas culturais entre a China e Portugal”, referiu a CAM. A obra “integra com mestria a essência das culturas chinesa e portuguesa, reflectindo o papel histórico singular de Macau como ponto de encontro das civilizações oriental e ocidental”, acrescentou a empresa.

Trabalho de uma vida

A exposição, que serve também para assinalar os 30 anos do aeroporto, foi organizada em conjunto pela CAM e pela Faculdade de Artes e Humanidades da Universidade de São José. Na cerimónia de inauguração, o presidente da CAM, Ma Iao Hang, agradeceu ao director da faculdade, o português Carlos Sena Caires, “pela estreita colaboração” com a família de Eduardo Nery, que permitiu apresentar ao público “manuscritos e esboços de design gráfico de valor inestimável”.

Nascido na Figueira da Foz, em 1938, Eduardo Nery exerceu a sua actividade nas áreas da pintura, tapeçaria, vitral, mosaico e azulejo, entre outras. Desde a década de 60 realizou diversas intervenções em espaços arquitectónicos, de que são exemplo os painéis de azulejo no viaduto do Campo Grande (Lisboa) ou os vitrais da capela de São José, na Basílica de Fátima.

Entre 1970 e 1972, Eduardo Nery leccionou as disciplinas de Desenho e Texturas no IADE, à altura designado Instituto de Arte e Decoração. Em 1973 integrou a primeira direcção pedagógica do Centro de Arte e Comunicação Visual (Ar.Co), escola onde se manteve até 1975.

Ao longo da carreira artística foi premiado por diversas vezes, com destaque para um galardão atribuído na 1.ª Bienal Internacional de Arte Contemporânea Europeia (Itália, 1975) ou o Prémio Bordalo da Imprensa, na categoria de Artes Plásticas (1995).

14 Nov 2025

Cinema | Diáspora de Macau debatida em festival na Polónia

O Festival de Cinema Asiático “Cinco Sabores”, que começou ontem em Varsóvia e se estende até à próxima quarta-feira, terá no sábado um painel de debate que irá focar os temas da migração. A dupla formada pelo artista e antropólogo de Macau Cheong Kin Man e a artista polaca Marta Stanisława Sala, irá participar na conversa com o objectivo de oferecer ao público uma perspectiva da diáspora de Macau. O debate terá lugar no Museu de Arte Moderna da capital polaca.
A participação no festival de cinema asiático é parte integrante de um projecto conjunto de investigação e criação artístico-etnográficas em Berlim e na Universidade Nova de Lisboa, onde Cheong Kin Man é doutorando em antropologia.
Em relação ao futuro, o artista de Macau radicado na Europa revelou ao HM que tem planos para prosseguir a série de exposições de autoetnografias experimentais “As Espantosas e Curiosas Viagens”, uma delas com passagem por Macau (em Julho de 2026) na Fundação Rui Cunha. A mostra em Macau terá a curadoria de Sara Neves.
A dupla pretende também fazer exposições pop-up em Berlim, “Galerie Met”, no “Mayer Pavilion”, no “mp43 – Project Space for the Peripheral” e no “WerkStadt”. Ainda com alguns detalhes por acertar, a dupla artística pretende levar “As Espantosas e Curiosas Viagens” também a Portugal, mas desta feita fora de Lisboa.

13 Nov 2025

Studio City | MIRROR e companhia animam fim de ano

Os MIRROR estão de volta a Macau para dois espectáculos na noite de 31 de Dezembro e 1 de Janeiro no Centro de Eventos do Studio City. O local de espectáculos da Melco Resorts & Entertainment será um dos pontos fulcrais das festividades de passagem de ano, com um evento especial na noite de fim de ano.
No meio de champanhe e antecipação pelas doze baladas que irão relegar 2025 para o passado, os MIRROR serão o grande destaque do espectáculo que irá levar sete bandas ao palco do Studio City, todas saídas do mesmo programa de talentos que revelou a mais famosa boys band de Hong Kong. A festa da contagem decrescente, como é referida na região, será abrilhantada com as performances de COLLAR, ERROR, LYMAN, P1X3L, ROVER e 5G, com o início dos concertos está marcado para as 22h.
No dia seguinte, às 19h, será a vez dos fãs dos MIRROR se regalarem com um concerto da banda de Keung To, Anson Lo e Edan Lui.
Os bilhetes para os espectáculos serão colocados à venda hoje, a partir do meio-dia. Os ingressos para os concertos da noite de fim de ano custam entre 988 patacas e 1.888 patacas. Para o concerto a solo dos MIRROR, os bilhetes custam entre 1.088 patacas e 2.388 patacas.

Família em palco
Com sete anos de carreira na bagagem, os MIRROR e os ERROR foram apresentados ao mundo cantonês através da primeira série do programa de talentos da ViuTV “King Maker”. As restantes bandas que vão subir ao palco do Studio City na noite de passagem de ano fizeram o mesmo percurso televisivo. A organização salienta que esta será a primeira vez que toda a “família” King Maker irá actuar em Macau.
Além de MIRROR e ERROR, a noite de réveillon será abrilhantada pela performance da girls band COLLAR, mais um membro da família, saídas da série de 2021 do mesmo programa de talentos.
Ainda sem um álbum na bagagem, as sete artistas que formam a banda contam com 11 singles na discografia.
Porém, a noite de passagem de ano irá muito além de performances individuais de cada banda, com a organização a prometer vários momentos de partilha de palco e combinações de vários membros das sete bandas. Para já, e tendo em conta a oportunidade rara de “reunião familiar”, as colaborações em palco estão guardadas no segredo dos deuses.

Os doze apóstolos
Já há algum tempo que os MIRROR não se juntam todos em palco, circunstância que a organização sublinha nos materiais promocionais. “Os doze membros proporcionarão uma experiência de palco totalmente nova, interpretando com energia uma série dos seus sucessos clássicos mais apreciados, criando um Dia de Ano Novo único e inesquecível para os seus fãs”, indica a organização.
Sete anos depois do lançamento do primeiro single “In a second”, os MIRROR tornaram-se num fenómeno de popularidade sem precedentes. Os membros da boys band multiplicaram-se em participações em programas de televisão, filmes e série de ficção, assim como pontuais momentos musicais a solo.
O membro mais popular da banda é Keung To. Todos os anos, no dia do seu aniversário, milhares fãs enchem a zona de Causeway Bay, que passa a ser Keung To Bay, e os eléctricos que circulam na ilha de Hong Kong são grátis (pagos pelo clube de fãs) e enfeitados com fotos do jovem ídolo. Aliás, por toda a cidade, e também em Macau, apesar da escala menor, os fãs pagam a empresas de transportes públicos publicidade para homenagear Keung To no seu aniversário, assim como em painéis publicitários.

13 Nov 2025

Galeria Tap Seac | Mostra de arte contemporânea chega ao fim no domingo

A exposição “A Reinvenção do Real”, patente no Galeria do Tap Seac até domingo, é mote para exibições de tauromaquia e de caricaturas ao vivo. As actividades são integradas na participação do Pavilhão da Cidade de Vila Franca de Xira no cartaz da Bienal Internacional de Arte de Macau

 

 

Está a chegar ao fim a exibição da mostra “A Reinvenção do Real – Arte Contemporânea Portuguesa na Colecção do Museu do Neo-Realismo, integrada no Pavilhão da Cidade de Vila Franca de Xira”, que vai estar exibição na Galeria Tap Seac até domingo.

Para fechar a exposição, o Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong e o Instituto Português do Oriente (IPOR) organizaram um programa de actividades paralelas, para promover a exposição e as características culturais da cidade de Vila Franca de Xira nas quais se inclui a arte tauromáquica.

Como tal, o jardim do Consulado-Geral de Portugal será palco de curtas exibições de tauromaquia da Associação de Escola de Toureio José Falcão, de Vila Franca de Xira, amanhã e na sexta-feira. As exibições têm a duração de 15 minutos e começam às 15h e às 15h45 dos dois dias. Em simultâneo, entre as 15h e as 17h de quarta e quinta-feira, também no jardim do consulado, vão decorrer sessões de caricaturas desenhadas ao vivo pelo cartoonista Vasco Gargalo.

Recorde-se que a exposição “A Reinvenção do Real – Arte Contemporânea Portuguesa na Colecção do Museu do Neo-Realismo, integrada no Pavilhão da Cidade de Vila Franca de Xira” foi aberta ao público a 12 de Setembro. Com a curadoria de David Santos, director do Museu do Neo-Realismo, e o artista visual José Maçãs de Carvalho, a mostra é composta por 20 obras da autoria de 14 artistas portugueses (Alice Geirinhas, André Cepeda, Carla Filipe, Pedro Cabral Santo, Fernando José Pereira, Luciana Fina, Luísa Ferreira, Manuel Santos Maia, Miguel Palma, Paulo Mendes, Rita Barros, Válter Vinagre, José Maçãs de Carvalho).

 

Touros e outras faenas

Em relação aos convidados da cidade ribatejana, a organização indica que “a Associação Escola de Toureio José Falcão de Vila Franca de Xira, fundada em 11 de Agosto de 1984, nasceu da vontade de preservar a tradição taurina vilafranquense e de formar novas gerações de toureiros, inspiradas na figura e no exemplo do inesquecível matador José Falcão”.

É referido ainda que a instituição oferece aulas tauromáquicas e organiza novilhadas de promoção e provas públicas, e que, ao longo de quatro décadas, “tem formado gerações de jovens que hoje representam Portugal nas arenas de todo o mundo”.

Quanto a Vasco Gargalo, o IPOR apresenta-o como “um dos mais reconhecidos cartoonistas e ilustradores portugueses”, com trabalho publicado em vários meios de comunicação nacionais e internacionais. O vila-franquense tem colaborado com o jornal I, Diário de Notícias, Courrier Internacional, revista Groene Amsterdammer, revista Spotsatire, e é colaborador permanente do Correio da Manhã e da revista Sábado.

12 Nov 2025

Cinema | A balada de Colin Farrell por Macau é uma obra “muito autobiográfica”

Em “Ballad of a small player”, Lord Doyle (Colin Farrell), jogador compulsivo, é a voz do próprio criador, assume à Lusa Lawrence Osborne, autor do livro que inspirou o filme da Netflix. Tudo começou num remoto mosteiro chinês na província de Sichuan

 

Logo numa das primeiras cenas de “Ballad of a small player”, Lord Doyle – é assim que se dá a conhecer Brendan Reilly, um vigarista que fugiu do Reino Unido com fortuna roubada – desce as longas escadas rolantes do casino (ficcionado) Rainbow, para nova sessão de bacará. E é nesta descida ao inferno que o jogador inveterado, com contas milionárias por acertar, se cruza pela primeira vez com Dao Ming (Fala Chan), do Interior da China, a trabalhar como agiota em Macau e uma possível avenida para a redenção (e para o crédito).

Dao Ming é, aliás, o ponto de partida desta balada nocturna, ainda antes do realizador Edward Berger (“Conclave”, 2024) imaginar transferi-la para o grande ecrã, conta em entrevista à Lusa Lawrence Osborne, autor do livro “The ballad of a small player” (2014). É preciso recuar a 2007 quando, enviado pela revista Vogue, o jornalista britânico passa uma noite num mosteiro remoto, a oeste da província chinesa de Sichuan. “Os monges contaram-nos que todas as raparigas daquela localidade tinham ido para Hong Kong e Macau e a maioria nunca mais voltou, ninguém sabia o que tinha acontecido”, lembra Osborne, a viver em Banguecoque.

Ideia “estranha e inquietante”, que ressurgiu quando viajou a Macau e se hospedou, como era habitual, no hotel-casino Lisboa, obra dos anos 1970 e parte do império do magnata do jogo Stanley Ho (1921-2020) – “nunca tinha estado num sítio assim”. “Quantas dessas raparigas serão de Sichuan?”, lembra-se de pensar ao ver circularem prostitutas pelo átrio do Lisboa. “Descia à noite e tinham na cave uma espécie de área onde se apostava nas corridas de galgos, e uns tipos ficavam ali sentados de óculos escuros à noite – era bastante divertido. Eu sentava-me no café e observava essas raparigas a andarem no sentido dos ponteiros do relógio, circulavam assim o dia todo”, lembra.

 

Da mesa para as páginas

Dao Ming desenhava-se naqueles corredores – no livro de Osborne é prostituta – mas a resistência de se pôr na pele de uma migrante chinesa, acabou por relegá-la para segundo plano nesta história. A escolha do protagonista resolveu-se quando, uma noite, o jornalista se cruzou com um “britânico solitário, todo suado, com uma espécie de casaco aveludado meio fajuto”, a jogar. “Parecia completamente perdido, o único ‘gwai lou’ naquele lugar”, diz, ao usar uma expressão cantonesa local, em referência a estrangeiros caucasianos, mas que significa literalmente “diabo” ou “fantasma”.

Osborne descobriu assim Doyle, um pretenso aristocrata (‘Lord’) – com o título nobiliárquico inspirado, contou numa entrevista à Monocle, por Lord Stow, como foi baptizado por locais Andrew Stow (1955-2006), o farmacêutico britânico que fundou o império dos pastéis de nata em Macau. Ou melhor, em Doyle descobriu quem lhe projectasse a voz.

 

Macau caleidoscópica

Narrado na primeira pessoa, “The ballad of a small player” é uma obra “muito autobiográfica”. “Não no sentido de ser um viciado louco ou um impostor – bem, algumas pessoas discordariam – mas a voz sou eu”, acrescenta.

A relação com Macau já tinha anos e evoluiu quando começou a viajar mais até ao território por precisar de sair da Tailândia para renovar o visto de entrada. Os dias orbitavam muito em torno do Lisboa. À noite descia até ao casino e pasmava-se com “aquela incrível espécie de ópera”. Depois começou a jogar. “Foi bastante divertido, perdi dinheiro, e isso foi ainda mais divertido. E toda aquela atmosfera sobrenatural que os chineses têm em relação ao jogo era algo que eu nunca tinha visto”, diz.

Sobre Macau, nota que é hoje uma cidade diferente daquela que passou para livro em 2014. Também a retratada por Berger distancia-se, de certa forma, da de Osborne – não aparecem muitas das referências do livro à gastronomia ou locais portugueses ou mesmo aos velhos casinos do território. O Greek Mythology, na área da Taipa, onde Osborne arranca o livro, já nem existe.

Macau descobre-se num “filme operático, que é muito colorido, muito intenso, muito barulhento”, avalia. E para quem vê o filme, é possível que fique exausto ao fazer por acompanhar Farrell, que vai avançando, suado, à beira do colapso, por salões e quartos opulentos, a fugir à lei e à lei das probabilidades, e sem saber o que o espera na próxima mão – “a sensação pela qual todos os jogadores vivem”, como escreve Osborne na obra, que lhe valeu comparações a Dostoievsky e Graham Greene.

O livro “é mais tranquilo, mais interior e mais calmo, é um tipo diferente de voz”, considera o autor, admitindo, porém, estar surpreendido “de forma positiva” com este “filme sensual”, que veio ainda adicionar novos elementos ao universo de Doyle, como a investigadora enviada a Macau para o encontrar, Cynthia Blithe (Tilda Swinton). “A história é muito ‘dark’, não é um folheto turístico, mas a cidade parece incrível no filme. (…) Acho que fizemos algo bom para Macau. E não é uma coisa pequena, é grande”, refere.

Lawrence Osborne diz ter visto o filme apenas quando estreou em Londres, a 9 de Outubro no Royal Festival Hall, e admite ter “ficado muito emocionado”: “parecia que estava a olhar para a minha vida há 20 anos.”

“E eu sentado naquele cinema e ninguém sabia quem eu era, completamente anónimo (…) Na sessão de perguntas e respostas, era apenas Collin Farrell e Tilda Swinton, mas ainda assim é o meu mundo e é uma sensação estranha. Fui até lá completamente sozinho, tinha uma pequena limusina da Netflix à minha espera, bebi um uísque sozinho e fui para casa. Foi estranhamente satisfatório”, conta.

“Ballad of a small player” estreou na Netflix a 29 de Outubro.

11 Nov 2025

Exposição foca intercâmbio entre China e Portugal desde o século XVI

Foi inaugurada na sexta-feira a exposição “Reflexos das Ligações Marítimas: O Intercâmbio Cultural Sino-Português entre os Séculos XVI e XIX”, que estará patente ao público, no quarto piso Museu de Arte de Macau (MAM), entre 15 de Novembro e 8 de Março do próximo ano.
A mostra é composta por uma selecção de 177 peças e conjuntos do acervo do Museu do Palácio, de instituições culturais portuguesas e do Instituto Cultural.
“Dividida em três secções – ‘Aurora da Rota da Porcelana’, ‘Intercâmbio Cultural em Porcelana’ e ‘Diálogos entre Cortes’ –, a exposição revela de forma abrangente as diversas vertentes do intercâmbio cultural entre a China e Portugal através da Rota Marítima da Seda, entre os séculos XVI e XIX, abrangendo desde o comércio privado até às relações oficiais.”
O Instituto Cultural destaca a “posição singular” de Macau no intercâmbio cultural entre a China e o Ocidente.
As peças em exibição incluem cerâmicas de exportação escavadas em Macau, bem como exemplares produzidos e preservados na China e em Portugal, testemunhando a fusão e a aprendizagem mútua entre as duas culturas nesse período.
Segundo o Governo, a exposição foi enriquecida com uma zona multimédia interactiva, projecções panorâmicas e áudio guias acedidos por código QR.

Coisas para fazer
Durante todo o período em que a exposição estará patente serão organizadas actividades promocionais, educativas e lúdicas. Neste último aspecto, serão promovidos “jogos com prémios, que darão aos participantes a oportunidade de ganhar produtos culturais e criativos de edição limitada, como a “chávena de porcelana Guangcai pintada a ouro com motivos de pássaros e flores pintada à mão por Lei Iat Po”, o “íman de frigorífico do fragmento de porcelana azul e branca com padrão de fénix” ou cartões coleccionáveis especiais.
A exposição é organizada conjuntamente pelo Instituto Cultural do Governo da RAEM e pelo Museu do Palácio, co-organizada pelo Museu Nacional de Arte Antiga, pela Fundação Oriente e pela Biblioteca da Ajuda, com o apoio da Fundação Macau, da Direcção dos Serviços de Turismo e do Jornal Macao Daily News. A entrada é gratuita.

10 Nov 2025

Fotografia | AMAGAO acolhe exposição que reinterpreta a Ásia Oriental

É inaugurada esta semana, na galeria AMAGAO, a exposição “EASTASIA TROUGH THE LENS”, que exibe 25 obras de cinco autores que, através da fotografia, reflectem e reinterpretam a riqueza e diversidade das culturas, pessoas e cidades da Ásia Oriental

Cores, texturas, jogos de sombra e luz, pessoas e recantos explorados com profundidade, revelando detalhes únicos que distinguem as gentes e culturas da Ásia Oriental, são o ponto de partida para a exposição de fotografia “EASTASIA TROUGH THE LENS”. A mostra será inaugurada na próxima quinta-feira, às 18h30, na galeria AMAGAO no hotel Artyzen Grand Lapa, exibindo 25 trabalhos de cinco fotógrafos que procuram explorar através da fotografia “a riqueza das artes, cidades, pessoas e marcos culturais da Ásia Oriental”, indica a organização do evento num comunicado.

Com a curadoria a cargo de Francisco Ricarte, a exposição apresenta trabalhos de fotógrafos que vivem na região da Ásia Oriental: André Carvalhosa, de Portugal, Cássia Shutt, do Brasil, José Sales Marques, de Macau, Manesok Ha, da Coreia do Sul, e Tang Kuok Hou, de Macau.

A exposição, patente até ao dia 30 de Novembro, é uma iniciativa da ARTBIZ ASIA, em cooperação com a HALFTONE – Associação Fotográfica de Macau.

Segundo a organização do evento, as obras em exibição “incorporam a diversidade e a vitalidade da paisagem cultural da Ásia Oriental, destacando as visões dos artistas e a sua percepção de uma diversidade de lugares como Macau, Hong Kong, Butão e Coreia do Sul”.

Os organizadores pretendem que a mostra estimule “um diálogo sobre como a cultura pode moldar sua identidade, intercambio social e padrões de vida da comunidade no mundo interconectado de hoje”.

Os dedos da mão

Por partes, a série fotográfica “When Darkness Falls” da autoria de André Carvalhosa captura a pulsação de Hong Kong, apresentando a colisão e coexistência do caos e da calma. Citado pela organização da mostra, o autor revela que procurou explorar a tensão poética entre presença e ausência, entre a intensidade humana e os espaços silenciosos que a sustentam. “Com essas fotografias, convido os espectadores a sentirem a quietude dentro do próprio movimento, o eco das multidões que partem, o ritmo das ruas quase vazias enquanto a cidade expira ao final do dia”, afirmou André Carvalhosa.

Por sua vez, José Luís Sales Marques lançou-se num “subtil exercício de luz e sombras profundas” que teve como “musa” “A Casa do Mandarim”. “Decidi fotografar em preto e branco e pude apreciar com calma a atmosfera delicada criada pelo seu design de interiores, suavemente iluminado por luz natural e artificial, projectando belas sombras nas paredes austeras”, indicou Sales Marques.

Também de Macau, Tang Kwok Hou revisitou fotograficamente a expressão e contrastes visuais da vida nocturna da cidade na série “Fotossíntese”. “Fotossíntese é um dos meus planos de exploração para o meu projecto de observação social. Ao examinar as paisagens nocturnas frias e claras, tentei descobrir como a sociedade contemporânea usa a iluminação para incentivar as pessoas a expandirem suas experiências de vida à noite, bem como a iluminação noturna em espaços públicos confere à cidade um padrão operacional visível”, revelou o autor.

Por aí fora

A lente da brasileira Cássia Shutt procurou captar a beleza do Butão e das suas gentes, assim como a resiliência silenciosa butanesa na série “The Wisdom of Being”. “As fotos testemunham que o povo butanês quer-se desenvolver, mas sabe, profundamente, que desenvolvimento não é sinónimo de renúncia”, indicou a fotógrafa.

Noutra latitude, Manseok Ha focou aspectos culturais do vestuário tradicional da Coreia do Sul, num “exercício de ironia”, indica a organização da mostra. A série fotográfica “Hanbok”, nome de uma vestimenta diária que expressava visualmente género, estado civil, classe e hierarquia social sul-coreana, explora a queda em desuso do vestuário ancestral e o irónico uso por turistas. O hanbok é, hoje em dia, usado apenas ocasionalmente em eventos cerimoniais, como casamentos ou comemorações de primeiro aniversário.

No entanto, diariamente no Palácio Gyeongbokgung, outrora um símbolo da autoridade real, visitantes de todo o mundo “caminham pelos jardins do palácio vestidos com hanbok. Outrora um emblema de identidade colectiva e ordem social, o hanbok agora é usado por indivíduos de diversas nacionalidades, etnias e géneros”.

10 Nov 2025

Sucesso de “troca de livros” leva IC a organizar mais sessões

O Instituto Cultural (IC) resolveu prolongar o prazo de realização da iniciativa “Troca de Livros”, que abrange diversas actividades nas bibliotecas públicas do território e bairros comunitários, a fim de incentivar a leitura.

Segundo um comunicado, a extensão do programa deve-se ao facto de “a actividade ter sido amplamente aclamada”, pelo que haverá mais sessões aos fins de semana durante este mês e também Dezembro, a fim de se “expandir ainda mais a circulação e a partilha de livros”.

Assim, decorrem este fim-de-semana, sábado e domingo, novas sessões de troca de livros na Praça de Luís de Camões, e depois no Largo do Lilau nos dias 27 e 28 de Dezembro. Estas duas sessões juntam-se às que já estavam agendadas antes para o Espaço Lateral do Jardim Cidade das Flores, nos dias 22 e 23 de Novembro. O horário de todas as sessões é das 12h às 18h.

Para estas sessões, descreve o IC, “os participantes precisam apenas de levar os livros que cumpram as regras de troca ao pessoal no local, seleccionando os preferidos e trocando-os por um número igual ao dos seus próprios livros”.

Normas a cumprir

As regras determinam que não podem ser trocados revistas, folhetos, guias para entrar numa escola, livros escolares, catálogos de eventos, livros infantis, anuários publicados não localmente, livros jurídicos, livros de preparação para exames, livros com conteúdo pornográfico e/ou violento, livros religiosos, livros sem licença de publicação ou com infracções aos Direitos de Autor, livros com páginas incompletas ou estragadas, volumes de livros pertencentes a uma colecção incompleta, livros com encadernação solta, com páginas fáceis de ser separadas ou com falta de páginas, livros com folhas escritas ou garatujadas e livros com mais de cinco exemplares.

A fim de manter a actualidade e a utilidade dos livros, não são aceites livros de ciência e engenharia publicados há mais de cinco anos, livros de informática editados há mais de três anos, guias turísticos editados há mais de dois anos. Cada pessoa poderá trocar no máximo de 20 livros durante o evento.

7 Nov 2025

CCM | Temporada de espectáculos de ópera decorre até Março

É no dia 27 deste mês que arranca a primeira iniciativa cultural integrada na “1ª Temporada de Espectáculos de Cultura Chinesa”. Trata-se de “Um Encontro de Heróis, Invocando o Vento Leste e A Passagem de Huarong”, peças de ópera chinesa da responsabilidade da Companhia Nacional Chinesa de Ópera de Pequim. Mas há mais espectáculos para ver até Março do próximo ano

Foi apresentada esta semana, terça-feira, a programação relativa à “1ª Temporada de Espectáculos de Cultura Chinesa”, um “banquete artístico” onde se prometem “espectáculos de excelência com experiências diversificadas”.

A iniciativa foi criada a partir da anterior “Temporada de Espectáculos de Companhias de Arte Nacionais em Macau”, com a primeira apresentação a ter lugar no dia 27 de Novembro, com a ópera de Pequim “Um Encontro de Heróis. Invocando o Vento Leste. A Passagem de Huarong”, apresentados num espectáculo de três horas e meia pela Companhia Nacional Chinesa de Ópera de Pequim, no Centro Cultural de Macau (CCM).

Segundo a descrição oficial do espectáculo, sobem ao palco os artistas principais Yu Kuizhi e Li Shengsu, liderando o elenco que apresenta “a tradição lírica chinesa em toda a sua expressividade”.

Apresentam-se “três peças magnas” e “épicos retirados do clássico Romance dos Três Reinos”, fazendo-se a “mescla de canto e encenação teatral, que evidencia um equilíbrio perfeito entre personagens civis e militares, encarnados por uma série de figuras históricas”. No dia 28 deste mês, é a vez de se apresentar, também no CCM, “A Lenda da Cobra Branca”, escrita pelo célebre dramaturgo Tian Han e originalmente dirigida pelo prestigiado encenador Li Zigui.

“Esta reconhecida obra-prima tem sido meticulosamente refinada em palco ao longo de mais de 60 anos. Tida como obra fundamental do repertório operático, a peça foi representada por inúmeras gerações de intérpretes ‘dan’ (papéis femininos)”, lê-se na descrição do espectáculo.

Em palco, os artistas são Li Shengsu, uma distinta representante e defensora da escola Mei Lanfang, sendo também mentora da talentosa Zhu Fengyi, artista com a qual partilha o papel principal de Bai Suzhen (a Madame Cobra Branca). “Nesta reencenação, as intérpretes retratam de forma magnífica o inabalável amor proibido que a lendária personagem nutre por um mortal, transportando a plateia a um hipnotizante cenário onírico”, lê-se ainda.

Novas interpretações

Na programação desta iniciativa, contam-se ainda apresentações teatrais como “Adeus, Minha Concubina”, da responsabilidade do Teatro do Povo de Pequim. Trata-se de uma adaptação a partir da criação original do Prémio Nobel da Literatura Mo Yan, e que tem como pano de fundo o confronto histórico Chu–Han.

“A peça rompe com a estrutura narrativa tradicional do drama histórico e explora temas eternos como o poder, a sobrevivência e a responsabilidade através de múltiplos encontros e diálogos que entrecruzam o tempo e o espaço entre a consorte Yu e a Imperatriz Lü”, pode ler-se.

Está ainda programada a apresentação da peça de dança teatro “Mulan”, do Grupo de Artes e Espectáculos de Ningbo. Esta tem “como linha principal a piedade filial, a lealdade, a coragem e o amor, combinando a dança, as artes marciais, o drama e os elementos tecnológicos”.

Serão ainda convidados grupos como a Trupe Artística de Minas de Carvão da China e a Ópera Nacional da China para realizar actuações de intercâmbio em vários locais de Macau, nomeadamente em escolas e bairros comunitários. Destaque ainda para o facto de a Ópera Nacional da China regressar às actuações em Macau em Janeiro do próximo ano para apresentar “Flores de Lótus Douradas – Concerto de Obras Vocais da Ópera Nacional da China” em várias escolas.

“O concerto reúne obras-primas da música vocal, chinesa e estrangeira, com peças musicais ricas e artistas excepcionais, conduzindo os estudantes numa jornada musical que atravessa o Oriente e o Ocidente”, é referido. Ao todo, esta primeira temporada inclui oito apresentações de intercâmbio e 50 actividades comunitárias.

“Usando a cultura chinesa como elo de ligação, o evento visa criar um evento cultural que envolva toda a população, promover a ressonância emocional e a transmissão cultural, trabalhando em conjunto para construir um círculo de vida feliz, belo e harmonioso”, é descrito.

7 Nov 2025

“Mensagem” de Fernando Pessoa traduzido para tétum timorense

A primeira tradução da “Mensagem”, de Fernando Pessoa, para tétum, língua oficial de Timor-Leste a par do português, é apresentada amanhã, num esforço para levar “a maior obra” do escritor “a leitores de todo o mundo”.

“Queríamos ser os primeiros a lançar algumas edições. O ano passado lançámos em hindi, que é a quinta língua mais falada em todo o mundo, e que não tinha nenhuma tradução”, destacou a directora de comunicação da Valor do Tempo, o grupo que adquiriu o café de Lisboa e que avançou com traduções da obra de Fernando Pessoa em 2020.

Segundo Sónia Santiago, o grupo queria “voltar a ter a ‘Mensagem’ em mais edições”, pelo que escolheram o tétum, após terem descoberto, em conversa com o especialista em Fernando Pessoa Ricardo Belo de Moraes, que não havia nenhuma obra traduzida para esta língua oficial de Timor-Leste. A edição conta ainda com uma introdução sobre a relação de Fernando Pessoa com A Brasileira do Chiado.

Com o fecho temporário do café devido à pandemia de covid-19, o grupo teve mais “tempo para pensar” como é que poderia “apresentar A Brasileira ao mundo”, tendo decidido “começar a fazer traduções da ‘Mensagem'”, visto que “recebem clientes de tantos sítios”, que vão de propósito “tirar fotografias com a estátua [de Fernando Pessoa] que está na esplanada”, acrescentou.

Em 2021, o grupo lançou a edição da obra em português e edições bilingue em inglês, francês, espanhol, mandarim, e mais tarde, em alemão e italiano. O grupo começou a preparar traduções do livro para outros idiomas em 2024, com foco em edições inéditas, nomeadamente para hindi, lançada em Outubro desse ano.

Época de aniversários

O lançamento da obra em tétum “adquire particular significado por acontecer no mês em que A Brasileira do Chiado celebra 120 anos de existência, a 19 de Novembro, e em que Timor-Leste assinala, a 28 do mesmo mês, os 50 anos da primeira declaração de independência”, segundo um comunicado.

A tradução da obra “Mensagem”, uma edição d’A Brasileira do Chiado, é da autoria de Paulo Henriques, formador, tradutor e Professor convidado do Mestrado em Ensino de Português no Contexto de Timor-Leste da Universidade Nacional de Timor-Leste.

O grupo vai anunciar na sexta-feira o lançamento das edições da Mensagem em romeno, árabe, polaco, russo, e ucraniano, que é também uma tradução inédita. O lançamento da obra acontece sexta-feira, às 11h, no Instituto Camões, em Lisboa, numa sessão aberta ao público.

O evento conta com a presença da embaixadora de Timor-Leste em Lisboa, Isabel Amaral Guterres, da presidente do Instituto Camões, Florbela Paraíba, do presidente da Fundação Oriente, Carlos Monjardino, com o tradutor, Paulo Henriques, a participar por videochamada a partir da capital timorense, Díli.

6 Nov 2025

Grande Prémio | Os anos de 1967 a 1978 pela mão de Victor H. de Lemos

O Grande Prémio é o desporto automóvel de Macau por excelência, e há residentes que sempre se dedicaram a esta paixão. Victor H. de Lemos foi um deles, e a segunda parte do seu espólio será hoje lançada em livro na sede da APOMAC – Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau. O HM conversou com o seu filho sobre o lançamento do segundo volume de Grande Prémio de Macau – Colecção Pessoal de Victor H. de Lemos (1967-1978)

“O meu pai tinha muito orgulho deste seu trabalho.” É desta forma que Carlos Lemos, filho de Victor H. Lemos, o grande coleccionador de imagens e materiais relacionados com a competição do Grande Prémio de Macau (GPM), conta ao HM o desfilar de memórias que agora se desfilam também nas páginas de um livro. Trata-se do segundo volume de “Grande Prémio de Macau – Colecção Pessoal de Victor H. de Lemos”, desta vez dedicado aos anos de 1967 a 1978. Em 2023, foi lançado o primeiro volume, focado nos anos de 1954 a 1966. Os dois projectos editoriais contam com o apoio da Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC).

O evento de lançamento do segundo volume acontece hoje a partir das 15h, na sede da APOMAC. Esta obra contém, segundo descreveu Carlos Lemos, “jornais, fotos e os acontecimentos do GPM de 1967 a 1978”, e não faltam registos de episódios marcantes da competição no Circuito da Guia.

Incluem-se “artigos relacionados com o primeiro acidente fatal no circuito do popular corredor filipino Arsénio Dodgie Laurel, que foi duas vezes vencedor do GPM, ou artigos sobre a fracassada criação do Circuito da Associação de Corridas Automóveis do Extremo Oriente (FEMRAC)”. Há também, nestas páginas, registos “das primeiras provas da Corrida da Guia e de motociclos, e da primeira piloto feminina a vencer a corrida de ‘Carros de Produção Corrente'”.

O leitor poderá ainda encontrar “a corrida dos gigantes, com participação de famosos corredores do mundo como o Dan Gurney, Jacky Ickx, que foi seis vezes vencedor do 24 hours Le Mans, Sir Stirling Moss; Jack Brabham, o único piloto a vencer o campeonato de Fórmula 1 num carro que tem o seu nome (Brabham); Roy Salvadori”.

“Na última secção do livro fiz uma pequena introdução com cerca de 100 fotos de outra colecção do meu pai, intitulada ‘Mundo do Automobilismo’, que contém quase duas mil fotos autografadas pelos pilotos, proprietários de carros, designers e personalidades de renome do mundo relacionados com o automobilismo como ‘Il Commendatore’ Enzo Ferrari, Juan Manuel Fangio ou Sir Jackie Stewart “.

Vida de dedicação

Victor H. Lemos fez esta colecção de forma mais permanente enquanto viveu em Macau, sendo que a partir de 1975 o macaense, emigrado no Canadá, passou a ter dificuldades em ter a sua colecção actualizada. “Ele dependia dos amigos para o envio de fotos, jornais e programas para a sua colecção, e decidiu terminar o projecto em 1978, no 50.º aniversário [da competição]. O volume 2 completa uma significativa parte da colecção”, adiantou ao HM.

Carlos Lemos admite que teve de deixar material de fora desta edição e que o processo de escolha “foi difícil”. “Decidi incluir as partes mais importantes e que têm maior interesse para os fãs do GPM, caso contrário, seria um livro mais volumoso”, disse. Nos anos descritos visualmente nesta obra, deu-se “a transição dos carros do tipo ‘Sport’ e ‘GT’ para carros de tipo ‘Fórmula’ com motores mais potentes e velozes”.

“Também começou a participação de corredores de outras partes do mundo como a Austrália, a Inglaterra, a Alemanha e com carros particionados por fábricas como o BMW e Renault-Alpina, deixando de ser um evento de amadores. Foi ainda o período de melhoramento e modernização do circuito”, descreveu Carlos Lemos.

Victor H. Lemos “dedicou-se muito a essa colecção”. “Depois do trabalho ia colocar-se à espera, nos corredores e nos ‘lobbies’ dos hotéis para recolher as assinaturas” dos pilotos. “As pessoas faziam troça dele, mas essa colecção é, hoje, provavelmente, a mais completa do GPM e contém informações que são muito procuradas.”

Sobre a possibilidade de este espólio pessoal poder integrar a colecção do Museu do GPM, Carlos Lemos assegura que não há novidades. “Tocámos duas vezes neste assunto, há alguns anos, e também foi feita essa sugestão aquando do lançamento do primeiro volume, mas nada se concretizou.”

6 Nov 2025

IIM | Exposição de fotografia inaugurada no final do mês

No próximo dia 27 de Novembro, quinta-feira, a partir das 18h30, vai ser inaugurada a exposição de fotografias “À descoberta de Macau e Hengqin”.

A iniciativa do Instituto Internacional de Macau (IIM) é patrocinada pela Fundação Macau, em co-organização com a Associação de Fotografia Digital de Macau, a Associação dos Embaixadores do Património de Macau, a Halftone – Macao Photographic Association e a Macau Cable TV, tendo ainda a colaboração da Associação dos Jovens Macaenses, a Language Exchange and Culture Promotion (LECPA) e o Clube Leo Macau Central.

Segundo uma nota do IIM, trata-se de uma iniciativa que visa “estimular o conhecimento da população, especialmente entre os mais jovens, das riquezas patrimoniais e das tradições que enformam a cultura de Macau, incluindo as atracções da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin”.

Destaca-se “a participação significativa dos residentes de Macau e também de participantes do exterior, tendo recebido a candidatura de mais de 200 fotografias a concurso, findo no passado dia 6 de Outubro.

O júri foi constituído por António Monteiro, do IIM, Yuen Wai Man e Cheong Chi Keong, em representação da Associação de Fotografia Digital de Macau, Cheong Hio I, da Associação dos Embaixadores do Património de Macau, e José Sales Marques, ligado à Halftone.

Após avaliação dos trabalhos apresentados, foram classificados nos primeiros lugares, na categoria de Residentes de Macau, Lei Heong Ieong, Kou Wai In e Chan Chi Pan, enquanto que na categoria geral foram classificados Alka Li, Wyatt Lin e Ng Pak Lun, além de cinco obras premiadas com menção honrosa e de um prémio especial apresentado por sócio da Associação de Fotografia Digital de Macau.

A exposição, aberta ao público interessado, terá lugar na sala de actividades do Jardim Cidade das Flores na Taipa, até ao dia 9 de Dezembro do corrente ano.

5 Nov 2025

FRC | Historiadora da USJ fala hoje sobre o “Pai dos Tufões”

Os interessados em história, nomeadamente na história dos tufões e dos serviços meteorológicos no território, podem hoje, 5 de Novembro, deslocar-se à Fundação Rui Cunha para assistir à sessão “O ‘Pai dos Tufões’: Ernesto Gherzi”, protagonizada pela historiadora Priscilla Roberts. A docente da Universidade de São José vai abordar a vida deste homem, nascido em finais do século XIX, e do trabalho dos serviços meteorológicos na década de 50

A Fundação Rui Cunha (FRC) acolhe hoje, 5 de Novembro, a partir das 19h, mais uma conferência ligada à história de Macau, intitulada “O ‘Pai dos Tufões’: Ernesto Gherzi (1886-1973) e o Serviço Meteorológico de Macau, 1950-1954”, com a historiadora Priscilla Roberts, actualmente professora associada da Universidade de São José (USJ). Esta sessão insere-se no “Ciclo de Palestras Públicas de História e Património”, tratando-se de uma parceria regular entre a FRC e o Departamento de História e Património da USJ.

A sessão de hoje aborda “uma história que merece ser contada”, descreve uma nota da FRC, nomeadamente sobre a figura do padre Ernesto Gherzi, “eminente meteorologista jesuíta e especialista em tufões, que passou mais de quatro anos em Macau no início da década de 1950, vivendo no Seminário de São José e trabalhando como director adjunto do Observatório de Macau”.

Citada pela nota, a docente e investigadora explica que “após quase trinta anos a trabalhar no Observatório de Zikawei, em Xangai, Gherzi foi forçado a abandonar a China em 1949”, com a instauração da República Popular e a saída em massa de ordens religiosas e de população estrangeira.

Depois, “com alguma astúcia”, o “Bispo de Macau, Dom João de Deus Ramalho, e o Governador de Macau, Albano Rodrigues de Oliveira, viram no exílio de Xangai de Gherzi uma oportunidade para a sua própria cidade”.

Trabalho de modernização

Gherzi, descrito como tendo “uma personalidade marcante”, e “um verdadeiro homem do Renascimento, organista, compositor e poeta”, trabalhou em Macau durante quatro anos para “modernizar as instalações do Observatório de Macau e para aumentar a sua visibilidade local e internacional”.

Assim, “os seus esforços foram o elemento central de um programa de melhorias comunitárias lançado por Oliveira [governador] para demonstrar a confiança portuguesa na capacidade de Macau para sobreviver e prosperar”, é referido na mesma nota.

Priscilla Roberts é uma historiadora britânica que, ao longo da sua carreira académica, pesquisou aspectos das transições internacionais de poder, e o papel das elites, como pessoas anónimas ou instituições, na elaboração da política externa dos EUA, da Grã-Bretanha e dos domínios britânicos.

A investigadora leccionou muitos anos na Universidade de Hong Kong, tendo recebido diversas bolsas de investigação de entidades em Hong Kong, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Canadá, Austrália e Macau, onde actualmente reside. Tem igualmente extensa obra publicada, com 32 livros de autoria única, além de artigos vários em periódicos e capítulos em livros de co-autoria. Priscilla Roberts tem doutoramento em História pelo King’s College de Cambridge, no Reino Unido. Desde que se mudou para Macau que a docente “desenvolveu um forte interesse pela história do território, nomeadamente sobre o seu significado no contexto global”, é descrito na nota da FRC.

5 Nov 2025

Arquitectura | Johannes Widodo fala sobre cidades e modernismo esta semana

O arquitecto e investigador Johannes Widodo dá, esta semana, duas palestras com o cunho da associação Docomomo. Uma delas é “Reenquadrando o Modernismo: Modernidades Fundamentadas no Mediterrâneo da Ásia”, a ter lugar na Fundação Rui Cunha, enquanto a Casa Garden acolhe um debate em torno da habitação pública de Singapura

Decorrem esta semana duas palestras de arquitectura promovidas pela associação Docomomo Macau, e que contam com a presença do arquitecto e investigador Johannes Widodo. Uma delas, acontece na Fundação Rui Cunha (FRC) esta sexta-feira, intitulando-se “Reenquadrando o Modernismo: Modernidades Fundamentadas no Mediterrâneo da Ásia”. Trata-se de uma conversa que se insere no ciclo de palestras “Revisitando o Modernismo e o seu Impacto na Ásia”. Esta sessão começa às 18h45.

Com este evento, pretende-se “revisitar o conceito de modernismo através de uma lente asiática, desafiando as narrativas eurocêntricas dominantes”, propondo-se “uma reformulação enraizada nos contextos culturais e ambientais locais”.

A Docomomo descreve, numa nota, a Declaração de Macau da mAAN (modern Asian Architecture Network) de 2001, que “afirmou a Ásia como uma fonte dinâmica de identidade moldada pela industrialização, colonização e interacção sustentada com o Ocidente”.

Nesse contexto, a palestra visa redefinir “o modernismo e a modernidade asiáticos com uma mudança deliberada de ênfase: um ‘a’ minúsculo para arquitectura, um ‘m’ minúsculo para modernismo e um ‘s’ para modernismos plurais”. Este “reposicionamento linguístico” não é mais do que uma reflexão “da multiplicidade e a natureza fundamentada das experiências modernas em toda a Ásia”.

“Tendo foco no Sudeste Asiático e na região em torno do ‘Mar Mediterrâneo da Ásia’, onde Macau está situada, a palestra destaca expressões arquitectónicas que incorporam respostas locais às influências globais”, ilustrando-se “como a arquitectura moderna na Ásia é um testemunho da engenhosidade das gerações passadas e uma base para a resiliência cultural futura”.

Na conversa de sexta-feira, irão também revisitar-se “os princípios estabelecidos na Declaração da mAAN”, defendendo-se “um compromisso renovado com a documentação, conservação e envolvimento crítico com o património arquitectónico moderno da Ásia”.

O caso de Singapura

Na quinta-feira é dia da Casa Garden, sede da Fundação Oriente (FO), receber outra palestra de Johannes Widodo, desta vez sobre o caso particular da habitação pública em Singapura. “From Sit to HDB: Singapore’s Public Housing Morphology and Policy In The 20th Century” acontece a partir das 18h45 e conta com moderação do arquitecto, e membro da Docomomo, Tiago Rebocho.

Nesta sessão irá traçar-se “a trajectória da habitação pública em Singapura, desde o Singapore Improvement Trust (SIT) da década de 1920 até o Housing & Development Board (HDB), fundado em 1960, destacando-se a mudança da habitação social colonial para uma estratégia de desenvolvimento nacional”.

Será analisado o caso do Fundo Central de Previdência, que “possibilitou a aquisição generalizada de habitação própria”, e também “como as políticas urbanas de Singapura enfrentaram os desafios da escassez de terrenos, da diversidade cultural e da sustentabilidade”.

Desta forma, “através da análise espacial e política, a palestra explora a evolução morfológica da habitação HDB e o seu papel na formação da coesão social, identidade e resiliência ambiental”, promovendo-se ainda uma reflexão “sobre desafios futuros, como o envelhecimento dos bairros, a inclusão e a adaptação climática”.

Johannes Widodo é professor na Universidade Nacional de Singapura e é fundador executivo da mAAN (Rede de Arquitectura Asiática Moderna), pertencendo também ao comité executivo da Academia Asiática para Gestão do Património. Além disso, é também júri do Prémio UNESCO Ásia-Pacífico para Conservação do Património Cultural e fundador da Docomomo para os territórios de Macau e Singapura.

4 Nov 2025

Mercado de San Kio e Festival de Gastronomia em destaque nas próximas semanas

Decorrem nas próximas semanas uma série de eventos que visam fomentar o turismo comunitário, apoiados e promovidas pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST). Entre a cultura, gastronomia e desporto, haverá oportunidade para residentes e turistas explorarem as ruas do território.

Uma das iniciativas já arrancou e dura até ao dia 20 de Novembro, sempre aos fins-de-semana (sexta-feira, sábado e domingo). É o “2025 San Kio Traditional Market Tour”, a ter lugar no Largo do Templo de San Kio, Jardim San Kio, Rua da Emenda e Rua da Erva.

Segundo uma nota da DST, as actividades “incluem tendas de jogos, visitas guiadas aos bairros comunitários, sorteio de fim-de-semana, benefícios de consumo no bairro de San Kio e breves actuações de rua”, sem esquecer workshops e “cinco feiras temáticas”.

Outro evento, é o “2025 Ferreira de Almeida Festival”, a decorrer até ao fim deste mês, na Avenida do Conselheiro Ferreira de Almeida, na freguesia de São Lázaro. Acontecem “exposições, feiras, workshops, espectáculos, carnaval e exibições”, sendo que seis das actividades incluem o Carnaval de São Lázaro, um workshop sobre Macau com o Grande Prémio como tema ou a exibição de curtas-metragens, entre outras.

Destaque ainda para o “Roving Manduco – Street Life Festival”, que começa esta semana, sábado, e acontece até ao dia 30 deste mês, sempre aos sábados e domingos. Abrange-se a Rua da Praia do Manduco, o Pátio da Restauração, a Zona da Doca da Barra e as zonas envolventes, com “destaques variados, como um mercado de tendas que reúne objectos característicos, espectáculos teatrais e musicais sucessivos”, sem esquecer “visitas guiadas para levar os participantes a viajar na história e a ter a experiência de tomar chá na rua”.

Festejar com comida

Novembro é também o mês do 25º Festival de Gastronomia de Macau, com data marcada para os dias 14 a 30 deste mês, durando 17 dias consecutivos na Praça do Lago Sai Van.

O público e os amantes das comidas das mais variadas origens podem esperar mais de 100 estabelecimentos de restauração e bebidas de Macau, comidas típicas, espectáculos de palco e tendas de jogos apelativos. A DST pretende, com este evento, “demonstrar a cultura gastronómica diversificada de Macau, na qualidade de Cidade Criativa de Gastronomia, enriquecendo a experiência gastronómica dos visitantes e residentes”.

Na área do desporto, a DST promove ainda, até ao dia 9 deste mês, a “Sports Carnival: National Games Celebration Party”, a pensar na 15ª edição dos Jogos Nacionais. O evento compõe-se de “várias actividades, tais como Torneio Juvenil da Liga de Ouro 3×3 em Macau, tendas de indústrias culturais e criativas, tendas de gastronomia, espectáculos culturais e artísticos”, entre tantas outras.

Os Jogos Nacionais são também destaque nos “15th National Games – Cheer Up! Community Fun Day”, a decorrer entre os dias 8 e 16 de Novembro na antiga Fábrica de Panchões Iec Long, na Taipa velha. Trata-se de uma actividade com “tendas de divertimento temáticas de desporto”, com o foco em várias modalidades, e acontece sempre aos sábados e domingos.

4 Nov 2025

Xangai acolhe primeira exposição do CACE fora da Europa

A Colecção de Arte Contemporânea do Estado (CACE) vai inaugurar a sua primeira exposição internacional fora do espaço europeu, em Xangai, na China, a 8 de Novembro, com obras de artistas como Paula Rego, Júlio Pomar e Lourdes Castro. Intitulada “Paisagem Instável / Unstable Landscape”, a mostra estará patente na Fosun Foundation até 14 de Dezembro de 2025, no âmbito da 7.ª edição da Shanghai International Art Trade Week, anunciou ontem a Museus e Monumentos de Portugal (MMP).

Com curadoria de Sandra Vieira Jürgens, a exposição reúne obras de artistas portugueses provenientes da Colecção de Arte Contemporânea do Estado e da Coleção Millennium bcp, destacando-se nomes como Paula Rego, Ângelo de Sousa, Lourdes Castro, Jorge Pinheiro, Júlio Pomar e Maria Helena Vieira da Silva, bem como criadores de gerações mais recentes, entre os quais Alice dos Reis, Diogo Evangelista, Joana da Conceição, Carlos Bunga, Catarina Leitão e Daniela Ângelo.

Sob o tema da paisagem, entendida de forma ampliada, como território físico, mental, simbólico e social, “Unstable Landscape” propõe uma reflexão sobre as formas como os artistas portugueses têm reinterpretado este conceito nas últimas décadas.

A mostra articula diferentes linguagens, do desenho à escultura, passando pela pintura e pela fotografia, e constrói um percurso entre “memória e imaginação, matéria e metáfora, explorando o modo como o espaço é habitado, percebido e transformado pela experiência humana”, explica a MMP, em comunicado. Todas as obras apresentadas partilham a “mesma inquietação”, de mapear a instabilidade do mundo, a mudança constante da natureza e das formas de viver e representar o real.

Um longo diálogo

Neste sentido, “Unstable Landscape” coloca em diálogo “memórias colectivas e subjectivas, paisagens naturais e urbanas, presenças humanas e forças geológicas, construindo uma cartografia aberta das relações entre o humano, o natural e o social”. A exposição resulta de uma parceria entre a Museus e Monumentos de Portugal, o Consulado-Geral de Portugal em Xangai/Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, e conta com o apoio da Fundação Millennium bcp, do Turismo de Portugal e da Fidelidade Seguros.

Em destaque, a obra “Porto” (1962), de Maria Helena Vieira da Silva, cedida pela Colecção Millennium bcp e cuja exibição assinala o 30.º aniversário da geminação entre as cidades do Porto e Xangai. A pintura, que reinterpreta a geografia urbana como um labirinto luminoso, simboliza o diálogo cultural entre os dois países e reflecte o espírito da exposição: o da paisagem como construção instável e mutável.

Ao estrear-se fora da Europa, a Colecção de Arte Contemporânea do Estado reforça o seu compromisso com a internacionalização da arte portuguesa e o diálogo intercultural, projectando Portugal como parceiro activo nas redes culturais globais. “A mostra convida o público chinês a descobrir a pluralidade de vozes e linguagens que compõem a arte contemporânea portuguesa”, acrescenta a MMP.

A exposição em Xangai insere-se no programa de circulação internacional da Coleção de Arte Contemporânea do Estado, que já passou por Madrid, com “Uma Casa, Teatro do Mundo” (2023), por Berlim, com “Fresh Breeze” (2023–2024), e por Roma, com “Uma Volta ao Sol” (2024), e que prosseguirá com um regresso a Madrid, com “Inquietude. Liberdade e Democracia” (2025–2026).

31 Out 2025

Arquitectura | Livro “Layering The City” apresentado hoje na Livraria Portuguesa

Decorre hoje, a partir das 18h45, o lançamento de um livro de arquitectura da autoria do atelier LBA – Architecture and Planning, de Rui Leão e Carlotta Bruni. A obra, “Layering The City – Research on Infrastructure and Public Space in Macau” tem contributos de outros académicos e profissionais ligados à arquitectura, como Jorge Figueira, Jun Jiang, Nicholas Boyarsky e Ana Vaz Milheiro.

Numa nota de divulgação, refere-se que o LBA – Architecture and Planning procura “a concepção de projectos que integram a arquitectura contemporânea com o contexto histórico e cultural da região”, tendo contribuído “para moldar a identidade urbana e arquitectónica de Macau nos últimos 20 anos de rápida urbanização”.

Descreve-se ainda que este atelier de arquitectura trouxe “contribuições intelectuais evidentes em narrativas especiais que integram contextos urbanos complexos com estratégias de design culturalmente sensíveis”, enfatizando-se “a importância de criar espaços que se harmonizem com o ambiente circundante, ao mesmo tempo que respondem às necessidades funcionais da vida urbana moderna”.

31 Out 2025

Azulejos | Gonçalo Lobo Pinheiro e Stephan Weixler em projecto artístico

“In the Middle of Concrete” é uma obra criada numa colaboração entre o fotojornalista português Gonçalo Lobo Pinheiro, radicado em Macau há vários anos, e o artista austríaco Stephan Weixler. Trata-se de uma iniciativa realizada no contexto do projecto de intervenção urbana intitulado “Missing Tiles of Lisbon”, que procura sensibilizar para o roubo e a destruição do património azulejar português. A instalação encontra-se na Rua de Macau, em Lisboa.

O projecto “Missing Tiles of Lisbon”, fundado por Stephan Weixler, devolve peças artísticas ao espaço urbano, ocupando simbolicamente lugares onde azulejos tradicionais foram furtados ou destruídos, promovendo a protecção do património e consciencialização pública.

Segundo um comunicado, a imagem de Gonçalo Lobo Pinheiro, e que dá corpo à obra “In the Middle of Concrete”, foi “captada ao entardecer nas Ruínas de São Paulo, em Macau, evidenciando a relação entre escalas humanas, estruturas urbanas densas e a memória histórica”.

“A sobreposição entre a monumentalidade moderna e o património icónico traduz uma reflexão sobre identidade, espaço e transformação urbana”, é ainda descrito. Esta obra foi produzida com o apoio financeiro da União Europeia.

31 Out 2025