Hush! | IC recebe propostas para vídeos de música

O Instituto Cultural (IC) recebe, até ao dia 8 de Outubro, propostas para videoclips no âmbito do festival de música Hush!, que todos os anos acontece na praia de Hac-Sá, em Coloane. As propostas vencedoras serão conhecidas a 14 de Outubro nas páginas oficiais do evento nas redes sociais, com o nome “Hush Full Music”. Os prémios serão entregues no próprio festival no dia 19 de Outubro.

O festival decorre entre 11 e 19 de Outubro, integrando o concurso de curtas-metragens “Hush! 300 Segundos”, destinada a mostrar talentos na área dos videoclips de música.

Os candidatos “podem enviar um vídeo da sua própria actuação musical ou interpretação vocal”, sendo atribuídos distinções como “o Prémio Música no Desporto”, para “o vídeo com mais musicalidade e energia dinâmica”; bem como o “Prémio Música e JAM”, “Prémio Criativo e Divertido”, “Prémio Entusiasmo” e “Prémio Espírito de Participação”.

Todos os prémios serão atribuídos tendo como critérios “a musicalidade, criatividade, impacto emocional e espírito participativo dos vídeos”. O “Prémio Mais Popular” será atribuído “ao trabalho com maior popularidade”.

29 Set 2025

Concertos | Black Eyed Peas actuam em Macau em Novembro

Fizeram um sucesso estrondoso com músicas como “I Gotta Feeling”, “Let’s Get It Started” e “Where’s The Love?”, ainda com Fergie a acompanhar nas canções. Agora, com uma nova cantora, os Black Eyed Peas estreiam-se em Macau a 21 de Novembro, no Local de Espectáculos ao Ar Livre de Macau, no Cotai. Os bilhetes já estão à venda

 

A zona de concertos no Cotai, com o nome oficial Local de Espectáculos ao Ar Livre, vai receber em Novembro um concerto que promete encher as medidas do público: os norte-americanos Black Eyed Peas (BEP). Formados em 1992, a banda começou a ser conhecida com o terceiro disco de estúdio, “Elephunk”, lançado em 2003, de onde saiu o êxito que ainda hoje toca nas rádios: “Where Is The Love?”, em parceria com o cantor Justin Timberlake.

No dia 21 de Novembro os BEP actuam em Macau, mas já com algumas alterações na formação original do grupo, pois Fergie saiu em 2018, apostando numa carreira a solo. O seu lugar foi ocupado pela cantora J. Rey Soul. Os bilhetes para o espectáculo de Macau já estão à venda e variam entre 699 e 1,699 dólares de Hong Kong na plataforma uutix. Os BEP também actuam na vizinha Hong Kong no dia 19 de Novembro, no West Kowloon Cultural District.

Se no final dos anos 90 os BEP eram um trio apostado em fazer hip hop alternativo, quando assinaram com a Interscope Records começaram a apostar em batidas mais pop. Com essa editora lançaram os álbuns “Behind The Front”, em 1998, e depois “Bridging the Gap”, em 2000.

No terceiro disco tudo explodiu e os BEP conseguiram alcançar o verdadeiro sucesso comercial. “Where Is The Love?”, uma canção que questiona o rumo do mundo e os valores da humanidade, subindo no top de vendas em vários países, alcançando a posição 14 na Billboard 200 e vendido, só no Reino Unido, 1.6 milhões de cópias. Em todo o mundo vendeu 8.5 milhões.

Com “Elephunk” os BEP não saíam da grelha da MTV e Fergie foi conquistando notoriedade no meio do grupo. Saíram outros êxitos, como “Shut Up”, “Hey Mama” e “Let’s Get It Started”. Aproveitando a onda do sucesso, “Monkey Business”, saído em 2005, também gerou mais canções que os fãs dos BEP não esquecem, como “Pump It”, uma canção que é pop puro e que enche qualquer pista de discoteca, “Don’t Phunk With My Heart” ou “My Humps”.

Não se pode ignorar ainda o enorme sucesso do hit “I Gotta Feeling”, saído de um álbum posterior, o “The E.N.D.”, de 2009, que também teve o single bem-sucedido “Boom Boom Pow”. Com “I Gotta Feeling”, os BEP também deixaram a sua marca nas rádios e pistas de dança por esse mundo fora, até hoje.

Os trabalhos a solo

No meio do sucesso dos BEP, Fergie aproveitou para ir fazendo uns trabalhos a solo que também tiveram notoriedade. Em 2006 saiu “The Dutchess”, que vendeu 12 milhões de cópias em todo o mundo e trouxe cinco singles às tabelas musicais, nomeadamente “London Bridge”, “Glamorous”, “Big Girls Don’t Cry”, esta última mais a puxar para os tons de balada. Produzindo mais álbuns nos anos seguintes, e apostando na sua vida pessoal, ao casar e ter filhos, Fergie acabou por deixar os BEP em 2018.

Porém, também outros membros dos BEP foram fazendo as suas canções, como foi o caso de will.i.am, que fez “#willpower”. Há dez anos os BEP fizeram uma nova música com o dj David Guetta, e a preparar novo material discográfico.

O disco mais recente dos BEP é “Elevation”, foi lançado em 2022, e tem canções como “Simply The Best”, “Muevelo”, “Audios” e “Double D’z”, num total de 15 faixas mais marcadas pelas sonoridades latinas. Em 2020, em plena pandemia, saiu “Translation”.

29 Set 2025

Fundação Oriente apresenta, em Lisboa, semana dedicada à Coreia

Entre os dias 3 e 10 de Outubro a Fundação Oriente, recebe no Museu do Oriente em Lisboa o programa cultural “Celebrar a Coreia”, que apresenta actividades ligadas aos elementos da cultura coreana, como o “K-Beauty”, a música ou a gastronomia, com o popular kimchi.

Este evento acontece porque, em Outubro, se assinalam “duas datas marcantes na história da Coreia”, nomeadamente o Dia Nacional da Fundação da Coreia, conhecido como Gaecheonjeol, a 3 Outubro, e o Dia do Hangeul, a 9 Outubro, que celebra o alfabeto criado no século XV pelo Rei Sejong.

A mostra “expõe peças do seu acervo que habitualmente não estão acessíveis ao público”, apresentando também “um programa que visa aproximar ainda mais duas culturas cujos caminhos se cruzaram no século XVI”, destaca a organização.

No primeiro dia do evento, a 3 de Outubro, decorre um curso de introdução à pintura tradicional coreana, uma oficina de contos e jogos coreanos, e ainda uma demonstração da dança K-Pop, a partir das 18h. Nos dias seguintes haverá espaço para actividades tão diversas como um curso de taekwondo, nas modalidades de defesa pessoal e “freestyle”, uma oficina de “K-Beauty”, a maquilhagem tipicamente coreana.

Um pouco de história

No domingo, 5, às 16h30, terá lugar uma conferência sobre a “História dos Primeiros Contactos Luso-Coreanos”, com o professor Byung Goo Kang, do King Sejong Institute Lisbon. O professor regressa à Fundação Oriente no dia 9 de Outubro para falar da “Introdução à Língua Coreana”.

No tocante à gastronomia coreana, a 7 de Outubro haverá a “Oficina Chuseok”, onde se vai ensinar a cozinhar os pratos tradicionais Songpyeon e Bibimbap. Também neste dia haverá a “Oficina K-Skincare para Iniciantes” e ainda a “Oficina Maedeup”, também ligada ao universo do K-Pop.

No último dia do programa realiza-se a “Oficina Coreia do Sul”, onde se darão dicas a futuros viajantes, organizando-se também uma visita orientada de máscaras coreanas patentes na colecção do Museu do Oriente. Há ainda espaço para a demonstração de “Danças Talchum” e de Taekwondo.

26 Set 2025

Fotografia | “Outros Portos – Outros Olhares” para ver em Zhuhai

A mostra “Outros Portos – Outros Olhares” é inaugurada hoje em Zhuhai, no The Moment Art Space, depois de uma primeira passagem por Portugal. A exposição itinerante que reúne trabalhos de cinco fotógrafas chega a Macau em 2027, com curadoria conjunta entre Macau, com a designer Clara Brito, Portugal e Pequim

 

O The Moment Art Space, em Zhuhai, prepara-se para receber hoje, a partir das 18h30, a mostra de fotografia que vai passar por vários locais da Grande Baía, depois de uma primeira apresentação em Portugal. Trata-se de “Outros Portos – Outros Olhares”, patente na vizinha Zhuhai até 17 de Novembro, revelando ao público “um olhar feminista sobre identidade, resistência e transformação cultural”.

A exposição “reúne uma narrativa visual de obras fotográficas de cinco artistas mulheres oriundas de Macau, de Portugal e da China Continental”, nomeadamente Mina Ao, Margarida Gouveia, Ting Song, Xing Danwen e O Zhang. Segundo os organizadores da exposição, cada fotógrafa “traz uma abordagem visual própria para reflectir sobre o papel da mulher na sociedade e na cultura, explorando temas como identidade, resistência e transformação dentro do pensamento feminista contemporâneo”.

Propõe-se, assim, com “Outros Portos – Outros Olhares” uma “narrativa visual intensa e diversificada, construída através de registos documentais, reflexão pessoal e crítica cultural”. Nesta exposição, as “artistas envolvidas questionam ideias fixas sobre o que é ser mulher e desafiam os discursos predominantes nas suas sociedades”. No próximo mês a exposição estará patente em Shenzhen, encerrando-se depois em Macau em 2027.

Os talentos de cada uma

Na equipa de curadores está a designer Clara Brito, ligada a Macau e Portugal, e representante da Associação Cultural +853, sediada na RAEM. A designer está também ligada ao grupo “Tomorrow’s Heritage”. De Pequim, Gu Zhenqing colabora também na curadoria.
Olhando para o rol de artistas, Ting Song “destaca-se como pioneira na arte digital” e “a primeira criptoartista a integrar o acervo de um museu nacional na China, tendo criado as primeiras obras chinesas com inteligência artificial e NFT vendidas em leilão”.

A mostra da sua autoria “The Counter-Cyborg Cathedral and Bazaar” marcou “a primeira colaboração asiática entre humanos e inteligência artificial baseada em blockchain”. Ting Song já foi inclusivamente destacada nas listas “Forbes 30 Under 30” e “Gen.T Asia”, tendo participado na campanha “Dare”, da Chanel.

“A sua obra combina tecnologia de ponta com estética tradicional para explorar a feminilidade digital e a construção da identidade, trazendo à exposição uma voz ousada, inovadora e profundamente actual”, destaca a organização da mostra.

Quanto a Xing Danwen, Mina Ao e Margarida Gouveia, as suas imagens remetem para “formas de violência simbólica e material, oferecendo reflexões profundamente pessoais sobre autonomia e identidade”. Já O Zhang documenta “o legado das políticas de adopção na China, centrando-se na vida de mais de 55.000 meninas chinesas adoptadas por famílias americanas, levantando questões comoventes sobre pertença, troca cultural e identidade feminina”.

Hoje haverá ainda uma mesa-redonda, com sessão de perguntas e respostas, moderada por Clara Brito, e que conta com a participação de curadores convidados e artistas da exposição.

26 Set 2025

Cinema | Actriz Claudia Cardinale morre aos 87 anos

A actriz franco-italiana Claudia Cardinale, um ícone do cinema dos anos 1960, morreu nesta terça-feira, “aos 87 anos, junto dos seus filhos”, em Nemours, perto de Paris, onde residia, anunciou o seu agente à agência de notícias francesa AFP. Nascida em Tunes, Claudia Cardinale trabalhou com os maiores actores e realizadores, como Luchino Visconti, Federico Fellini, Richard Brooks, Henri Verneuil e Sergio Leone. “Ela deixa-nos o legado de uma mulher livre e inspirada, tanto na sua trajectória como mulher, quanto como artista”, afirmou o seu agente Laurent Savry, numa mensagem enviada à AFP. A actriz, que entrou no filme do realizador português Manoel de Oliveira, “Gebo e a Sombra”, subjugou Visconti e Fellini, encantou Delon, Belmondo e Mastroianni.

25 Set 2025

Lisboa | Casa de Macau promove almoços às quartas-feiras

A Casa de Macau em Lisboa começou esta quarta-feira uma iniciativa gastronómica onde se pretende servir almoços, mostrando algumas das iguarias da comida macaense. “Às Quartas-Feiras Pode Almoçar” é o mote da iniciativa que decorre na sede da Casa de Macau em Lisboa, na Avenida Gago Coutinho, em que “todas as semanas há um menu diferente de comida asiática, preferencialmente cantonense ou macaense”, destaca-se na nota enviada aos sócios. Justina do Rosário ficará encarregue da elaboração das refeições.

O horário dos almoços funciona entre as 13h e as 15h, servindo-se uma entrada, prato principal, sobremesa e café, havendo a oferta de chá ou o tradicional xarope de figo. Trata-se de um novo ciclo iniciado, “ainda a título experimental” de almoços em que se pretende que o público e sócios possam “usufruir do nosso espaço de almoço semanal na Casa de Macau”.

A macaense Justina do Rosário tem “experiência na área da restauração e irá oferecer, a cada semana, um prato representativo do vasto repertório de menus diversificados na linha da gastronomia asiática com pendor na cozinha cantonense e macaense, sempre com a opinião abalizada das especialistas Maria João dos Santos Ferreira e Edith Lopes”.

25 Set 2025

Hong Kong | Men I Trust ao vivo em Kowloon em Janeiro

Os canadianos Men I Trust vão tocar em Hong Kong na nova sala de espectáculos TIDES, em Kowloon, no dia 29 de Janeiro. Os bilhetes para o concerto foram postos à venda hoje. Os fãs do trio de electro-pop terão de desembolsar entre 670 e 890 dólares de Hong Kong por um bilhete

 

Hong Kong prepara-se para receber a banda canadiana Men I Trust, formada em 2014 por Jessy Caron, Dragos Chiriac e Emma Proulx, e que navega entre as sonoridades “indie” e “electro-pop”. O espectáculo, que acontece na região vizinha, a 29 de Janeiro do próximo ano, está marcado para a nova sala de espectáculos TIDES, que ocupa o primeiro andar de um peculiar edifício em Whampoa (Kowloon) em forma de navio.

Em jeito de antecipação da grande procura, os bilhetes começam a vender-se hoje em diversas plataformas online, a partir das 10h.
O espectáculo dos Men I Trust integra-se na tour que a banda irá fazer ao longo de 2026, a “Equus Tour 2026”. Segundo uma nota da organização do evento, o grupo “deixou a sua marca na cena musical de forma discreta, mas profunda”, mantendo até à actualidade Emma Proulx na voz e guitarra, Jessy Caron na guitarra e no baixo, e Dragos Chiriac nos teclados. O trio faz “um som encantador que mistura dream pop e elementos indie, ressoando para um público global”.

Os Men I Trust são reconhecidos pelas “suas melodias hipnóticas e vocais cativantes”, fazendo uma “abordagem distinta à música”. A banda produz as suas próprias músicas e tem demonstrado “uma maturidade que vai além dos anos que tem na indústria”.

“A influência dos Men I Trust estende-se pelas suas composições evocativas e apresentações discretas ao vivo, porém envolventes, oferecendo-se ao público uma experiência música genuína e íntima”, descreve a organização. “Numa era em que a música desafia as classificações fáceis, os Men I Trust destacam-se pela capacidade de criar sons que transcendem géneros musicais, tendo moldado o cenário da música indie com graça e autenticidade”, lê-se ainda.

Uma marca no Clockenflap

Esta é a terceira vez que os Men I Trust vão actuar em Hong Kong. Em 2019 aconteceu um “concerto intimista” de estreia, voltando depois o grupo à edição de 2023 do festival Clockenflap. O que é certo é que os Men I Trust ” conquistaram um lugar especial no coração do público de Hong Kong”, sendo que este concerto marca não apenas a chegada de uma nova tour, mas “o novo projecto” do grupo para este ano, nomeadamente a edição da “série de álbuns em duas partes, ‘Equus Asinus’ e ‘Equus Caballus'”, como “dois mundos sonoros distintos, porém conectados”.

“Enquanto Equus Asinus (O Burro) oferece uma atmosfera intimista com toques folk, Equus Caballus (O Cavalo) expande-se para territórios mais grandiosos e atmosféricos. Ver como essas energias contrastantes se entrelaçam no palco promete constituir uma experiência única e imperdível”, destaca a organização. Os bilhetes têm valores que variam entre os 670 e 890 dólares de Hong Kong.

25 Set 2025

Fotografia | David Hartung apresenta a gastronomia de Sichuan

A Associação Cultural da Vila da Taipa inaugura no dia 30 de Setembro uma exposição de fotografia de David Hartung dedicada à gastronomia da província de Sichuan. “Os Sabores de Sichuan: Uma Homenagem à Arte da Cozinha Sichuanesa” apresenta 34 imagens que nasceram de viagens a Chengdu

 

Era para ser inaugurada amanhã, mas a chegada do tufão “Ragasa” trocou as voltas à Associação Cultural da Vila da Taipa, que apresenta assim, no dia 30 de Setembro, uma exposição de fotografia com imagens de David Hartung. Contudo, esta é uma mostra inteiramente dedicada à gastronomia de Sichuan, revelando-se 34 imagens a cores e a preto e branco da autoria do conceituado fotógrafo que andou por Chengdu a descobrir cores e sabores que traduziu em imagens.

“Os Sabores de Sichuan: Uma Homenagem à Arte da Cozinha Sichuanesa” presta homenagem “a uma região com uma das culinárias mais distintivas e saborosas do mundo”, onde o picante é palavra de ordem. A captura destas imagens na China começou antes da pandemia, quando David Hartung realizou inúmeras viagens a Chengdu para “imergir nas deslumbrantes paisagens, nas vibrantes comunidades rurais e no rico mosaico da vida local”.

Desta forma, “através da sua lente, [o fotógrafo] estabeleceu ligações significativas com chefs, mestres do chá, agricultores, vendedores de mercado, fabricantes de tofu, artesãos de noodles, produtores de vegetais em conserva e artesãos de molhos de feijão fermentado, além de documentar fábricas de defumação de carnes e instalações de secagem”, destaca uma nota da Associação Cultural Taipa Velha sobre a exposição.

David Hartung inspirou-se “nos conceitos tradicionais que sustentam a vasta gama de sabores da cozinha sichuanesa, retratando a arte culinária dentro dos seus contextos culturais, geográficos e históricos”. Assim, o público pode “explorar os inúmeros elementos que moldaram uma das grandes cozinhas do mundo, em que cada imagem está impregnada das histórias humanas que sustentam o rico património culinário da província”.

As imagens retratam “a colorida história, cultura e gastronomia da província de Sichuan, outrora parte da Antiga Rota do Chá e dos Cavalos, que beneficiou de séculos de comércio e intercâmbio cultural com o Tibete, a oeste, e Yunnan, a sul”. Estas rotas comerciais “continuam vivas até hoje, com influências adicionais de outras partes da China e além”.

A região é pautada por “diversos microclimas, estruturas de solo e fontes de água de Sichuan que permitiram o cultivo de ingredientes únicos e perfis de sabor essenciais a cada prato da região”, mas “não são apenas os ingredientes que tornam a cozinha de Sichuan tão distinta, mas também a combinação da longa história, cultura e técnicas culinárias da região que se fundem para criar os seus sabores icónicos”, destaca a associação.

Um novo livro

A par das imagens, será ainda lançado no dia da inauguração o livro de fotografia com o mesmo nome da mostra: “Os Sabores de Sichuan: Uma Homenagem à Arte da Cozinha Sichuanesa”. Citado pela mesma nota, David Hartung revela que a exposição pretende “oferecer ao público um olhar aprofundado sobre as muitas influências que contribuíram para o desenvolvimento de uma das grandes cozinhas do mundo”.

“A fotografia gastronómica oferece possibilidades infinitas, permitindo que as minhas competências documentais criem narrativas visuais envolventes através de cada prato, ingrediente e retrato, revelando as histórias humanas por detrás das ricas tradições culinárias da Ásia”, afirma o autor, citado pela organização do evento.

Já Pamela Chan, vice-presidente da associação que acolhe esta mostra, diz ser “uma honra apresentar o extraordinário trabalho do renomado fotógrafo David Hartung”. “Após anos de esforço dedicado, David trouxe esta notável colecção fotográfica à Vila da Taipa, um bairro com um rico património cultural, situado no paraíso gastronómico que é Macau. A cidade, designada como Cidade Criativa da Gastronomia pela UNESCO, é muito semelhante a Chengdu, já que ambas prezam e promovem um rico património cultural de arte culinária”, destacou a responsável.

David Hartung publicou fotografias em publicações de renome como a Time Magazine, New York Times ou Newsweek, entre outras. A Ásia tem estado bastante presente na sua carreira de fotojornalista, sendo que a partir dos 22 anos não mais deixou de fotografar o continente nas suas mais diversas vertentes social, cultural ou política.

A carreira de David começou em Seul, onde testemunhou e fotografou as transformações sociais, políticas e económicas do final dos anos 1980. Mais tarde, mudou-se para Taipé e depois para Xangai, para cobrir o crescimento económico explosivo da cidade. Em 2008, David fixou-se em Macau, onde ajudou a lançar a revista Destination Macau, integrando a equipa fundadora da revista Tasting Kitchen (TK). Desde então, tem permanecido em Macau, utilizando a cidade como base regional para o seu trabalho fotográfico. A exposição fica patente até ao dia 26 de Novembro ano na intersecção entre a Rua dos Clérigos e Rua dos Mercadores.

23 Set 2025

Cinema | “Waves Under The Sea” vence festival de curtas

O filme “Waves Under The Sea”, de Chan Siieong, venceu o “Prémio Unidade de Macau” no 2º Festival Internacional de Curtas-Metragens de Macau, que terminou no sábado e que foi promovido pela operadora de jogo Galaxy, em parceria com o Instituto Cultural (IC). Outro dos vencedores do evento foi o filme “No Skate!”, de Guil Sela, que ganhou o prémio de “Melhor Curta-metragem”.

“No Skate!” apresentou-se no festival na secção “Novas Vozes do Horizonte”, que teve 26 curtas-metragens finalistas. Houve ainda outros prémios, como o de “Melhor Realizador”, ganho por Tawfeek Barhom, com “I’m Glad You’re Dead Now”. O português Gonçalo Almeida, que levou a curta “Atom & Void” a Macau, recebeu o “Prémio de Narrativa Inovadora. Já “Conex”, realizada por Dina Rezaei, obteve uma “Menção Especial do Júri”.

No que diz respeito aos projectos locais premiados, “Granny Pirate 3: Typhoon Again”, de Vitty Ho Wai Tong, obteve uma “Menção Especial do Júri”. Além disso, o “Prémio Leste Asiático do Amanhã” foi atribuído a “Dear Kankan”, realizado por Hana Zhang e Eugene Lee. Este prémio visava reconhecer “obras cinematográficas excepcionais da Ásia Oriental”.

A segunda edição do festival decorreu em várias salas, nomeadamente os Cinemas Galaxy ou a Cinemateca Paixão, tendo recebido filmes de 31 países e regiões, num total de 60 curtas e longas-metragens. Houve ainda cinco fóruns onde se discutiu com mais detalhe o panorama da indústria de cinema na região.

22 Set 2025

Art Macao | O percurso do pintor Wu Li contado em “A Torre de Jacone”

O programa da “Art Macao: Bienal Internacional de Arte de Macau” tem em destaque a exposição “A Torre de Jacone”, que foi inaugurada na sexta-feira e remete para a história de Wu Li, pintor, poeta e calígrafo, mais tarde tornado padre, em Macau. Até 16 de Novembro, pode-se ver, na Travessa dos Poços, o trabalho de vários artistas com curadoria de Feng Yan e Cindy Ng Sio Ieng

 

Há novidades no programa da “Art Macao: Bienal Internacional de Arte de Macau”, um evento que desde o Verão tem trazido à cidade diversos eventos e exposições, pautando-se pela diversidade de temas, estilos e lançamentos.
Desta vez há uma nova exposição para ver. Trata-se de “A Torre de Jacone”, inaugurada na última sexta-feira, na Travessa dos Poços, onde pode ser vista até ao dia 16 de Novembro.

Com trabalhos assinados por Jiang Jun, Lei Fong Ieng, Liu Xiangbo, Loi Nok Man, Ng Sio Ieng e O Chi Wai, esta mostra “tem como ponto de partida espiritual a viagem europeia não concretizada de Wu Li”, que viveu entre 1623 e 1718. Wu Li é uma figura histórica de Macau, com percurso como pintor no início da dinastia Qing, assinando obras como Mojing Daoren, que acabou por ser converter ao catolicismo.

Um dos detalhes peculiares passa pelo local escolhido para a instalação da mostra, um edifício independente na Travessa dos Poços, a “historicamente rica Rua dos Curtidores de Macau, o antigo local da Aldeia do Poço de Água Fria, a primeira residência de Wu Li em Macau”.

Nesta mostra, apresentam-se “três enquadramentos conceptuais”, nomeadamente “O Olhar do Tempo”, “Desconstrução e Reconstrução” e “Empoderamento Emocional”, combinando “a resiliência cultural única de Macau com o conceito da modernidade líquida do sociólogo e filósofo Zygmunt Bauman. Pretende-se “explorar como as mudanças contemporâneas nas crenças espirituais permitem a Macau gerar novas transformações criativas a partir de interstícios culturais”.

Entre Macau e Roma

No que diz respeito ao leque de artistas, “a exposição reúne criadores interdisciplinares de Macau e do Interior da China para revitalizar a comunidade urbana antiga através de instalações, vídeos e artes performativas”. Faz-se, assim, o aproveitamento “do próprio espaço arquitectónico, criando-se uma plataforma de diálogo cultural que funciona como ponto de convergência de espíritos artísticos, reconfigurando a memória cultural de Macau”.

Citado por outra nota oficial, Feng Yan, curador da exposição, explica que “há mais de três séculos, o pintor de renome Wu Li, que esteve no activo entre o final da dinastia Ming e o início da dinastia Qing, chegou a Macau, instalando-se na Aldeia do Poço de Água Fria. Embora tivesse planeado viajar para Roma, acabou por permanecer em Macau durante três anos”.

O curador explica que Wu Li olhou Macau como “uma cidade onde as culturas chinesa e ocidental se misturavam”, tendo-se tornado um local importante para “a fase de transição da sua vida”. “Foi aqui que o espírito refinado dos literatos se fundiu com a sua profunda espiritualidade, dando origem a trocas artísticas e culturais da primeira globalização”, adiantou o curador.

O espaço onde Wu Li viveu acabou por ser restaurado e recuperado por outra artista de Macau, de nome Veronica [Veronica Lei Fong Ieng], foi então que Feng Yan percebeu que aquele seria o local ideal para expor “Torre de Jacone”.

Entre a história e a IA

Cada artista apresenta a sua própria perspectiva deste tempo e da vida de Wu Li. No caso de Jiang Jun, natural de Pequim, foi escolhida a obra “Sonetos de Dados”, que “utiliza a poesia de Wu Li como base para gerar novos textos visuais através de algoritmos de inteligência artificial, unindo genes históricos e contextos contemporâneos”.

Depois, de Xangai, Liu Xiangbo traz “Sanctus Cross”, onde se “remodela a música sacra de Wu Li em tijolos de papel, criando-se símbolos concretos de fé junto a tijolos reciclados”. Há também “100×100: Vessel”, em que Liu Xiangbo coleccionou “informações do antigo cemitério de Wu Li em Xangai”, transportando-as depois para Macau.

Já Veronica Lei Fong Ieng apresenta “Rose Veneration”, onde se utiliza cera, madeira e folhas de estanho para construir uma peça que estabelece “um diálogo espiritual com Wu Li através do tempo e do espaço”. Cindy Ng Sio Ieng, natural de Macau, apresenta “Flowing Polyphony”, onde “os genes divinos dos vitrais das igrejas dançam com a tinta chinesa abstrata sob a luz natural, transformando-se em emoções visuais do espaço”. A artista apresenta também “Subcloud Void”, que “traduz dados meteorológicos locais em algoritmos fluidos que apresentam o fluxo digital da tinta, criando um espaço de cura espiritual”, e ainda “Pupil of Light Quantity”, onde a artista “estende os experimentos criativos com tinta para as dimensões da luz e do espaço, refractando uma ordem dentro do caos num ambiente fechado”.

Também de Macau, o artista O Chi Wai criou “Scattered Divinity: Between Data and Flesh”, onde se recorre a “12 estados actuais da existência humana como amostras”, em que as imagens distorcidas “são então formadas por erros dinâmicos em digitalizações 3D [três dimensões]”.

Com assinatura de O Chi Wai temos também “Unwritten Prayers”, onde se “desconstrói e reorganiza diversos símbolos de fé e imagens 3D de espaços sagrados, apresentando-os no local da exposição, em eco com a ressonância contemporânea do multiculturalismo e da memória histórica de Macau”.

Por último, Loi Nok Man, também de Macau, apresenta nesta mostra “Sonic Resonance Topography”. Aqui destacam-se “performances vocais da artista que, em tempo real, geram visuais dinâmicos através de um microfone, com ondas sonoras intangíveis criando projecções visuais em fluxo”. Com assinatura de todos os artistas há ainda a obra “Summit of Light”, que recorre a “fluxos de luz e sombra para reconfigurar a dimensão divina do quotidiano, continuando a narrativa de Wu Li na nossa cidade”.

22 Set 2025

Cerimónia do chá | Exposição para ver este fim-de-semana

Decorre amanhã e domingo a exposição “O Encanto da Cultura Contemporânea do Chá Chinês”, organizada pela Chinese Teaism Association of Macau, entidade dedicada a divulgar a cultura do chá. A mostra, patente no Centro Cultural e de Artes Performativas Cardeal Newman, pretende dar a conhecer as diferentes cerimónias do chá nas quatro estações do ano

 

A Chinese Teaism Association of Macau é uma associação que divulga da arte e cerimónias associadas ao chá tradicional chinês. Desta vez, essa divulgação faz-se através da exposição intitulada “O Encanto da Cultura Contemporânea do Chá Chinês”, que decorre apenas dois dias, amanhã e domingo, a partir das 11h, no Centro Cultural e de Artes Performativas Cardeal Newman, na Calçada da Vitória.

A partir das 11h, será possível conhecer mais sobre “as disposições da cerimónia do chá durante as quatro estações do ano”. Nas palavras da presidente da associação, Lo Heng Kong, pretende-se “desfrutar da verdade do conhecimento, da bondade das relações humanas e da beleza da poesia ao nosso redor”, através das disposições do chá nas quatro estações.

A exposição marca também a celebração dos 25 anos da entidade organizadora, que se tem dedicado a divulgar as mudanças que ocorreram com o simples acto de beber chá, que na cultura chinesa é muito mais do que isso.

“O hábito de beber chá evoluiu ao longo de várias eras — desde ser consumido como sopa, fervido, batido e infusionado — até alcançar uma nova etapa no século XXI, marcada pela integração cultural e por uma individualidade distinta. Essa individualidade impulsiona a inovação que, por sua vez, realça a individualidade, desenvolvendo-se como uma questão de gosto e moda”, explica Lo Heng Kong.

Assim, no passado, “as pessoas interessavam-se sobretudo pela ideia de ‘como beber chá’, mas mais tarde passaram a preocupar-se com ‘o que beber chá proporciona’. Por fim, começaram a escolher ‘que tipo de chá beber'”.

A presidente da associação adianta, numa nota sobre a mostra, “que além da qualidade das folhas de chá, as exigências aumentaram também em relação aos utensílios de chá, à qualidade da água, ao ambiente elegante e até à forma e companhia com que se saboreia o chá”. Desta forma, o acto de beber chá transformou-se “numa arte de viver que satisfaz também o prazer espiritual, dando origem à arte da cerimónia do chá chinês”.

Uma cerimónia “abrangente”

Para Lo Heng Kong, “a cerimónia do chá é uma arte abrangente que incorpora artes visuais, artes performativas e até música”, o que resultou em “novos conceitos como ‘disposição da cerimónia do chá’, com o termo chinês chaxi, ‘arranjos florais para a cerimónia do chá’ e ‘apresentação da cerimónia do chá’, formando uma cultura contemporânea do chá que vai além do prazer material”.

A dirigente diz ter criado, em 1998, o modelo “Xiyuan”, que “significa valorizar um encontro”, no sentido de potenciar relações humanas em torno do acto de beber chá. Assim, a “Reunião de Chá Xiyuan” não tem propriamente “regras específicas”, exigindo-se apenas “que o anfitrião prepare com atenção um espaço funcional para preparar e servir o chá, prepare um bule de chá e, em conjunto com os amigos do chá, desfrute da verdade (a verdade do conhecimento), da bondade (a bondade das relações humanas) e da beleza (a beleza da poesia) do nosso meio, valorizando cada ligação significativa”.

Acredita-se que a “disposição da cerimónia do chá” dá acesso para a arte do próprio chá. “Quando se desenvolve uma paixão por esta arte, é natural coleccionar diversos utensílios e manter peças requintadas para criar uma experiência personalizada de degustação e convívio”, sendo esse “o impulso por detrás da ‘disposição da cerimónia do chá'”.

Eventos desde 1998

A entidade que antecedeu a Chinese Teaism Association of Macau foi o Centro de Estudos de Cultura do Chá Chun Yu Fang, que reuniu quase uma centena de participantes e 25 disposições de chá para a “Reunião do Chá do Século de Hong Kong”. Este foi o primeiro encontro internacional em que a original “disposição da cerimónia do chá” de Macau foi apresentada, originando a “Exposição de Arte da Combinação de Utensílios de Chá Zhejiang-Macau”, em 2002.

Anos mais tarde, em 2010, realizou-se também a “Exposição Internacional de Lugares de Chá de Hangzhou”.
Nos últimos 25 anos de vida, a associação tem colaborado com diversos grupos artísticos como a International Art Community, o Australian Will Art Group e a Orquestra Chinesa de Macau “para experimentar a integração e inovação entre a cerimónia do chá e diversas formas de arte, enriquecendo o conteúdo da cultura contemporânea do chá”.

19 Set 2025

Festival de Curtas-Metragens de Macau termina este fim-de-semana

Termina este fim-de-semana a segunda edição do Festival Internacional de Curtas-Metragens de Macau, com a exibição dos filmes vencedores no domingo. Porém, ainda é possível ver muitos filmes em locais como a Cinemateca Paixão, o Galaxy House 7 ou o Galaxy Grand Theatre.

Hoje, “Holy Motors” começa às 19h15, apresentando-se na sala Galaxy House 7. À mesma hora, mas na Cinemateca Paixão, apresentam-se as curtas-metragens “Top Right Corner”, “To The Woods”, “A Pear Tree In The Star Village” e “Agapito”. Depois, a sala do Galaxy House 7 recebe o filme “No One’s Ark”, seguindo-se à mesma hora a exibição de “I’m Glad You’re Dead Now”, “No Skate!” e “Yonne”, na Cinemateca.

“I’m Glad You’re Dead Now” conta a história de dois irmãos que retornam à ilha onde passaram a infância, onde se escondem segredos e tensões muito pesadas que os levam a confrontar o passado sombrio que os conecta, revela a sinopse do filme.

No filme “Agapito”, dirigido por Arvin Belarmino e Kyla Romero, a história centra-se em torno da ligação entre Mira, que pretende chamar a atenção de Júnior com uma canção ensaiada por si e a sua equipa, mas Júnior parece não prestar muita atenção. Será que deste contacto pode surgir um final feliz?

Amanhã, sábado, o programa arranca às 14h com a exibição de “Heading South”, seguindo-se uma sessão de conversa com a actriz Fala Chen, nos cinemas Galaxy Grand Theatre. A partir das 15h é tempo de ver curtas-metragens na Cinemateca Paixão, como “Dear Kankan”, “Golden Times”, “12 Moments Before the Flag-Raising Cerimony” e “Before The Sea Forgets”.

A partir das 19h exibem-se, no mesmo local, os filmes “Zange”, “Perfectly Strangeness”, “Agapito”, “Debaters”, “Loca” e ainda “I’m Not a Robot”. “Perfectly Strangeness”, de Alison Mcalpine, foca-se na “deslumbrante incandescência de um deserto desconhecido, em que três burros descobrem um observatório astronómico abandonado e o universo”. Esta curta é “uma exploração sensorial e cinematográfica do que uma história pode ser”.

Falar do trabalho

Por sua vez, “Debaters”, de Alex Heller, apresenta uma narrativa que se passa num local onde alunos do ensino secundário discutem um projecto de lei sobre o salário mínimo, tentando impressionar dois adultos, que representam a figura de juiz, e que pertencem à classe trabalhadora.

A partir das 19h15 exibe-se, nos cinemas Galaxy House 7, “At The Bench” e depois, a partir das 21h, na Cinemateca Paixão, os filmes “Little Rebels Cinema Club”, “Conex”, “No Skate!”, “Vox Humana” e “Into a Landscape”. “Bad Blood”, com 118 minutos, apresenta-se no Galaxy House 7 a partir das 21h15.

Em “Vox Humana”, de Don Josephus Raphael Eblahan, conta-se a história de um homem que é descoberto numa floresta após ocorrer um terramoto. Depois, um zoologista, uma pessoa que grava áudio e uma equipa de jornalistas têm de lidar com o facto de ele poder ser a causa de todos os desastres naturais que destruíram a pequena cidade na montanha.

Este domingo é dia de exibir os filmes vencedores nas suas diversas categorias, seguindo-se, às 21h, a exibição de “The Lovers On The Bridge” na Cinemateca Paixão.

19 Set 2025

Palestra e degustação dão a conhecer cultura do chá de Yunnan hoje na FRC

A Fundação Rui Cunha hoje a partir das 18:30, uma palestra e cerimónia de degustação de chá, num evento intitulado “A Herança Cultural Imaterial de Yunnan da Arte do Chá”. A sessão, que tem entrada gratuita, é co-organizada pela Associação de Comerciantes de Chá de Yunnan em Macau, e conta com a participação dos oradores convidados Chen Haoyan, fundador da referida instituição; Zheng Zhanpeng, fundador da Companhia de Chá Lao Ban Zhang, Ltd. de Menghai; e Xu Yanting, herdeira da marca de chá Pu’er étnico “Fire Pond Boiling Water”.

O médico, escritor, e presença habitual nos eventos da FRC, Shee Va irá assistir na interpretação simultânea entre as línguas mandarim, cantonês e português.

Segundo a FRC, o evento tem como objectivos promover a compreensão da história e das origens do chá “Lao Ban Zhang”, proveniente da aldeia com o mesmo nome no condado de Menghai, no sudoeste da província de Yunnan, perto da fronteira com o Myanmar.

Situada numa zona montanhosa de 1.700 a 1.900 metros de altitude, com uma temperatura média anual de 18,7 graus Celsius, Lao Ban Zhang produz um dos mais raros e apreciados tipos de chá Pu’er. As minorias locais, como a tribo Bu Lang, são desde há séculos responsáveis pelas plantações de chá que se dão nesta região elevada, que permanece quase metade do ano coberta por um denso nevoeiro.

O chá Pu’er é uma variedade de chá fermentado tradicional da província de Yunnan, na China, produzido a partir das folhas da planta nativa Camellia sinensis var. assamica. No contexto da produção desta variedade de chá chinesa, a fermentação refere-se ao processo microbiano que normalmente acontece após as folhas de chá terem sido suficientemente secas e enroladas, sob a forma de “empilhamento húmido”, permitindo que continuem a oxidar até que os sabores desejados sejam atingidos.

A prova final

A divulgação da arte e cultura do chá Pu’er de Yunnan inclui também uma cerimónia de demonstração e degustação de “Sete Infusões”, que será partilhada com o público na galeria da FRC, permitindo aos apreciadores conhecerem o seu autêntico sabor.

“A maioria dos produtos actualmente vendidos, nos supermercados e nas casas de chá, não são chá puro. Os consumidores estão simplesmente a comprar um bolo de chá enrolado num pedaço de papel de seda, e não o chá puro de Bingdao, Lao Ban Zhang ou outras variedades. O resultado é um sabor mau e amargo”, explicam os organizadores da sessão.

18 Set 2025

Festival Fringe apresenta novos espectáculos este fim-de-semana

Por entre temas tão diversos como maternidade, novas composições familiares ou o chá tradicional, o festival Fringe continua a percorrer as ruas de Macau com novos espectáculos este fim-de-semana. Uma das iniciativas foi inaugurada na terça-feira, a “Exposição de Arte para Todos”, disponível até ao dia 28 de Setembro ao lado do Jardim da Cidade das Flores, na Taipa, na Rua de Seng Tou.

Pretende-se aqui “incentivar a participação de pessoas apaixonadas pela criação”, bem como “proporcionar uma plataforma para o público exibir os seus trabalhos criativos, promovendo-se a ideia de que todos podem ser artistas”. A mostra constitui “uma zona criativa que permite ao público manifestar o seu potencial criativo de forma improvisada e participar na criação artística”.

Há ainda espaço para performances artísticas e projectos teatrais, como “Obrigado por Estar Aqui”, de Suzuki Cheng, acolhido pela última vez no espaço Bookand amanhã. Este espectáculo remete para a escolha da maternidade e para a questão “se perdemos a liberdade de dizer ‘não'” à possibilidade de ter filhos.

Trata-se de uma “experiência teatral imersiva” marcada por “três linhas temporais”, em que a mãe dança livremente em discotecas antes de ter o filho, depois o presente, marcado pela mãe cansada e a lidar com a maternidade, e depois a mãe a perder-se.

“Toda a mãe verá o seu próprio reflexo: o campo de batalha da parentalidade, onde os maridos ficam impotentes à margem, o julgamento silencioso da sociedade sobre a ‘mãe perfeita’ e os contornos desfocados do seu próprio rosto no espelho”. O espectáculo, de 1h30, será interpretado em cantonense.

Pensar na família

Sexta-feira e sábado decorre “Uma Reunião na Solidão”, às 20h, no Estabelecimento de Comidas Tai Long Fong. Trata-se de uma performance que nos faz questionar como se pode manter “o calor dos jantares de reunião familiar quando os lugares ficam vazios”.

Há um actor que percorre as mesas, “usando uma performance a solo para apresentar vinhetas desses jantares: saudações por videochamada, idosos solitários a aquecer sopa para uma só pessoa, perguntas indiscretas dos familiares e conversas repetitivas nos encontros festivos”. A performance lança uma reflexão sobre as novas estruturas da família tendo em conta “o aumento do celibato, o declínio da natalidade e a emigração”.

O número 16 da Travessa do Mastro será o ponto de encontro para outra iniciativa, desta vez da Associação para o Desenvolvimento da Cultura do Chá de Ervas”. Na sexta-feira e sábado, às 18h30, 19h45 e 21h, haverá pontos de encontro para perceber o lugar, nos dias de hoje, do tradicional chá de ervas, “uma bebida tradicional saudável”. Sob o mote “deixe-nos ajudá-lo a desintoxicar e renovar a sua vida”, reflecte-se sobre o novo “chá de ervas multifuncional”, criado pelo mestre herbalista da associação que promove o espectáculo.

Ainda a pensar nos criativos, apresenta-se no sábado e domingo, na Feira do Carmo, na Taipa, a “Estação de Interpretação de Personagens”, nos horários das 13h às 13h45, das 14h30 às 15h15, e ainda das 16h às 16h45.

Haverá “uma variedade de figurinos excêntricos” e adereços para que o público adopte a personagem que quiser. Ainda no fim-de-semana a companhia Canu Theatre apresenta “Tu ou Eu?”, um “confronto cómico no aquário” com palhaços. O espectáculo é gratuito e decorre no sábado às 14h e às 17h, e depois no domingo às 15h30.

Ainda no sábado e domingo é apresentado o espectáculo “Congregação”, que resulta de uma “colaboração entre o artista sonoro britânico Ray Lee e Tempest Projects”. Aqui, “através da emissão de sons, a esfera sónica guiará os participantes por caminhos e vielas em Macau, convidando o público para se envolver numa dinâmica interacção entre o som e a exploração”.

18 Set 2025

Ilha Verde | CURB volta a organizar passeios de bicicleta este mês

“On The Move VII: Ilha Verde Moments” é o nome da iniciativa do Centro para a Arquitectura e Urbanismo no próximo dia 27 deste mês. Através de passeios de bicicleta entre a Ilha Verde e o Fai Chi Kei pretende-se descobrir os segredos destes locais e, a partir daí, produzir um registo em vídeo

 

Pegar numa bicicleta e trilhar segredos arquitectónicos ou urbanísticos ainda escondidos aos olhos de muitos. É isto que propõe o CURB – Centro para a Arquitectura e Urbanismo, que no próximo dia 27 de Setembro organiza a sétima edição destes passeios, com a iniciativa intitulada “On The Move VII: Ilha Verde Moments”, que propõe “passeios criativos de bicicleta que oferecem aos participantes a oportunidade de explorar a Ilha Verde”.

O “On the Move” é um projecto “único que combina passeios criativos de bicicleta com a exibição de um documentário”, destaca uma nota da organização, sendo que este ano os passeios “seguirão uma direcção diferente, tendo como ponto de partida o pátio da Universidade de São José e explorando uma nova área de Macau: a Ilha Verde”.

A iniciativa oferece um convite para “descobrir diferentes bairros em redor da Ilha Verde através de quatro percursos comentados em inglês pelo curador Nuno Soares, presidente do CURB”. Nuno Soares é também arquitecto e está ligado à docência de arquitectura na Universidade de São José.

Para bem pedalar

Para andar de bicicleta no próximo dia 27 é preciso ter mais de 18 anos. A organização fornece no evento materiais como capacetes, coletes reflectores e receptores de áudio. Haverá duas rotas e duas sessões de cada uma. As sessões decorrem entre as 10h e as 11h, e depois entre as 16h e as 17h, na rota do Fai Chi Kei; e depois entre as 11h30 e 12h30, e entre as 14h30 e 15h30, na rota do bairro de Toi San.

Na mesma nota explica-se que o som e imagens recolhidos nos “Passeios Criativos de Bicicleta” serão utilizados na criação artística de um projecto de vídeo-arte e documentário, que serão exibidos numa mostra paralela, em local e data ainda a anunciar.

No ano passado, a iniciativa “On the Move” andou também pela zona norte para fazer o percurso “North City Wall”, passando depois pela zona do Porto Interior, num passeio a que se chamou “Inner Harbour Boundary”.

O CURB apresenta-se como uma instituição sem fins lucrativos e que pretende promover a investigação, a educação, a produção e a disseminação de conhecimento em arquitectura, urbanismo e cultura urbana. O Centro constitui-se como uma plataforma de intercâmbio entre a academia, a sociedade civil, a prática profissional e as instituições governamentais, servindo os interesses da comunidade em geral através de estudos de investigação, workshops, conferências, exposições, concursos e outras iniciativas.

Além de organizar o “On the Move”, o CURB é também promotor de outras iniciativas ligadas à arquitectura e urbanismo, como é o caso do “Open House Macau”, o primeiro evento deste tipo na Ásia, sendo ainda parceiro associado da “World Urban Campaign”.

18 Set 2025

Jorge Paiva reúne em livro 100 plantas mencionados na obra épica de Camões

Cerca de 100 plantas de vários continentes mencionadas por Camões na sua obra levaram o botânico Jorge Paiva a reconstituir em livro, disponível desde ontem, as viagens realizadas pelo poeta, no século XVI, entre Lisboa e o Extremo Oriente.

Luís de Camões estudou primeiro em Coimbra, de cuja Universidade Jorge Paiva é professor jubilado, antes de partir para Norte de África, Ilha de Moçambique, Goa e Macau, período que parcialmente coincide com a saga dos navegadores portugueses, algumas décadas depois de a armada de Vasco da Gama chegar à Índia, em 1498.

“Como ‘Os Lusíadas’ foram escritos, quase na sua totalidade, no Oriente e centrados nos Descobrimentos, grande parte das plantas referidas neste poema são asiáticas, particularmente especiarias e medicinais”, explica o cientista.

O livro “As plantas na obra poética de Camões”, resultado de uma investigação de vários anos, “vai ser disponibilizado em acesso aberto no ‘site’ da Imprensa da Universidade de Coimbra (IUC)”, disse à agência Lusa a directora da instituição, Carlota Simões.

No estudo, com 166 páginas, o biólogo afirma, por outro lado, que na lírica de Camões, “maioritariamente escrita em Portugal e centrada no amor e paixão, as plantas referidas são, quase na totalidade, europeias, mediterrânicas e, geralmente, utilizadas pelos poetas desde a Antiguidade Clássica”.

“Algumas expedições botânicas em que participei [um pouco por todo o mundo] coincidiram com algumas das regiões por onde Camões andou ou alude nos seus poemas”, esclarece.

Estando a decorrer as comemorações oficiais dos 500 anos do nascimento do criador de “Os Lusíadas”, que tem como comissário o camonista José Augusto Bernardes, da Universidade de Coimbra, a edição do trabalho de Jorge Paiva está prevista no programa desde o início.

“Na época em que Camões viveu, as plantas mais conhecidas e citadas na literatura eram mais as plantas medicinais do que as alimentares e, na poesia, as ornamentais ou com relevância mitológica”, escreve.

60 plantas na obra épica

Em “Os Lusíadas”, segundo o ambientalista, são referidas cerca de 60 plantas, “muitas asiáticas e aromáticas”, ao passo que na obra lírica surgem “muito menos espécies”, à volta de 40, sobretudo “europeias, campestres ou ornamentais”.

“Camões conhecia bem as plantas medicinais asiáticas utilizadas por Garcia de Orta, não só através da leitura dos ‘Colóquios [dos Simples e Drogas da Índia’], como também por as observar vivas na natureza. Além disso, (…) conhecia certamente o horto de Garcia de Orta, em Goa”, admite.

O investigador, nascido em Angola, em 1933, adianta que, “durante a sua estada na Ásia, particularmente em Goa, Camões, além dos conhecimentos botânicos e de fitoterapia conseguidos através do convívio com Garcia de Orta, seguramente teve oportunidade de convívios culturais com portugueses ilustres e cultos” que na altura residiam na colónia, anexada pela União Indiana, em 1961.

Em “As plantas na obra poética de Camões”, Jorge Paiva também interpreta referências a árvores, ervas e flores originárias de terras que o poeta-soldado nunca visitou, como o Brasil e Timor.
“Os portugueses quando viram o pau vermelho asiático, chamaram-lhe também pau-brasil, mas trata-se da madeira de uma árvore das florestas tropicais da Ásia Oriental”, exemplifica.

17 Set 2025

Cinema | Festival de curtas marca regresso de João Pedro Rodrigues e Rui Guerra da Mata

Os realizadores João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata marcam presença amanhã na segunda edição do Festival Internacional de Curtas-Metragens de Macau, que vai exibir obras como “Mahjong” e “Iec Long”. Mas há espaço na programação para histórias fora do contexto asiático, como “Turdus Merula, Linnaeus, 1758” e “Manhã de Santo António”

 

A dupla de realizadores portugueses João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata está de regresso a Macau para mostrar, amanhã, um conjunto de curtas-metragens realizadas sobre o território ou a cultura chinesa. A iniciativa integra-se na programação do 2º Festival Internacional de Curtas-Metragens de Macau e traz ao público local filmes mais antigos como “Mahjong”, “Iec Long”, “Turdus Merula Linnaeus,1758” e “Manhã de Santo António”.

Além disso, a dupla de realizadores participa numa conferência com moderação de Sung Moon, programadora do Jeonju International Film Festival, subordinada ao tema “From Shorts to Features: The Artistic Journey”, onde se falará do percurso artístico dos dois.

Nas redes sociais, a dupla disse “estar muito honrada com o convite e feliz por voltar a Macau”, tendo feito parte, por exemplo, do rol de convidados do Festival Literário Rota das Letras. Além disso, o realizador João Rui Guerra da Mata já residiu em Macau.

“Mahjong” é uma curta-metragem com referências à cultura chinesa, neste caso o tradicional jogo que dá título à obra, mas que foi filmada em Varziela, Vila do Conde, na zona norte de Portugal, onde reside uma importante comunidade chinesa de comerciantes. Varziela é tida como a maior “Chinatown” de Portugal.

Neste filme, vemos um homem de chapéu e uma mulher desaparecida, bem como um sapato de salto alto, uma peruca loira e um vestido chinês. Dá-se “o confronto entre o Vento Leste e o Dragão Vermelho”, em que “os pontos cardeais são trocados como num derradeiro jogo de Mahjong”.

O filme, feito em 2013 e com 35 minutos, contou com 45 selecções em festivais, 59 exibições e um total de 4.440 espectadores.

“Iec Long”, de 2014, remete para a tradicional indústria de produção de panchões. Na sinopse do filme, lê-se que “foi em Macau que primeiro se ouviu a palavra panchão”, que vem do chinês “pan-tcheong” ou “pau-tcheong” e que está nos dicionários “como um regionalismo macaense também chamado ‘estalo da China’ ou ‘foguete chinês'”. O filme questiona “quem vive na antiga Fábrica de Panchões Iec Long”, isto numa altura em que o espaço não tinha sido alvo de renovação. Hoje, com o investimento do Instituto Cultural, a antiga Fábrica de Panchões Iec Long, na Taipa Velha, tornou-se num espaço cultural aberto ao público.

Amores e desamores

Outro filme escolhido para a exibição de amanhã, “Manhã de Santo António”, afasta-se deste cenário específico de Macau e da sua cultura, focando-se nos festejos do Santo António. Segundo a sinopse, “manda a tradição que no dia 13 de Junho, dia de Santo António, o padroeiro de Lisboa, os namorados ofereçam vasos de manjericos enfeitados com cravos de papel e bandeirolas com quadras populares como prova do seu amor”. É em torno dessas ideias e tradições que gira o filme.

Numa perspectiva completamente diferente apresenta-se “Turdus Merula Linnaeus, 1758”, outro filme com realização de João Pedro Rodrigues e de João Rui Guerra da Mata. Trata-se de um filme de 2020 feito a convite da Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, no âmbito do projecto “Sala de Projecção”. O filme “literaliza o olhar do realizador após a longa-metragem imediatamente precedente, ‘O Ornitólogo'”, feita em 2016, e que “de forma muito objectiva, é um filme observador de pássaros”.

“Turdus Merula Linnaeus, 1758” é filmado em pleno confinamento, quando João Pedro Rodrigues se apercebeu “que na árvore diante do seu apartamento, um melro fizera um ninho e que lá nasceria uma ‘ninhada’ de pequenos melros”, sendo que “Turdus” remete para o “registo do choco, do eclodir, da alimentação e do primeiro voo destas aves”.  O nome completo do filme é o nome científico atribuído ao melro comum, descreve-se na sinopse.
A palestra com a dupla de realizadores decorre no Centro Internacional de Convenções da Galaxy, enquanto os filmes serão exibidos no Galaxy Cinema House 7.

17 Set 2025

Grande Prémio | Exposição sobre pneus Pirelli em exibição até Março

O Museu do Grande Prémio de Macau (MGPM) acolhe até 2 de Março do próximo ano a exposição “Museu do Grande Prémio de Macau X Lenda da Pirelli – Exposição Temática de Pneus de Corrida”, realizada em parceria com a marca Pirelli, fabricante italiano de pneus com 100 anos de história.

A mostra apresenta nove modelos de pneus, incluindo uma versão especial de pneus com padrão de dragão, que foi oferecida à Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau no ano passado. Inclui-se ainda um pneu de Fórmula 1 e sete dos pneus de corrida usados no circuito do Grande Prémio de Macau.

Por outro lado, a exposição especial mostra, em vídeo, o percurso dos pneus refinados fabricados pela fábrica da Pirelli em Milão, numa viagem rápida e veloz até ao Circuito da Guia de Macau.

Citado por uma nota oficial, o director-executivo da Pirelli para a Ásia-Pacífico, Andrea Maganzani, disse que o que se apresenta no museu “não é apenas uma demonstração do percurso da Pirelli nas corridas motorizadas, mas é também um elogio à paixão, à inovação e ao desenvolvimento sustentável de uma peça central para o futuro do desporto motorizado”.

Fundada em 1872, a Pirelli é um dos principais fabricantes de pneus a nível mundial. Todos os anos participa em mais de 350 provas de carros e motos de duas e quatro rodas, incluindo como fornecedor parceiro de pneus da FIA para os campeonatos do mundo de Fórmula 1, Fórmula 2 e Fórmula 3, do Campeonato Europeu de Fórmula Regional e do Campeonato do Mundo de GT. Além disso, a Pirelli participa nos mais prestigiados e lendários eventos desportivos da Ásia-Pacífico, incluindo o Grande Prémio de Macau.

16 Set 2025

Bienal de Veneza | Obra “Polifonia de Jacone” escolhida para ir a Itália

Os artistas locais Eric Fok, O Chi Wai e Lei Fung Ieng são os autores de um projecto artístico que celebra a vida de Wu Li e que foi escolhido para representar a RAEM na 61ª Bienal de Arte de Veneza. “Polifonia de Jacone” tem curadoria de Feng Yan e Ng Sio Ieng

 

Já é conhecido o resultado da selecção das propostas apresentadas para a participação da RAEM na 61ª Exposição Internacional de Arte Bienal de Veneza, nomeadamente no “Evento Colateral de Macau, China”. Trata-se do projecto “Polifonia de Jacone”, com assinatura dos artistas locais Eric Fok Hoi Seng, O Chi Wai e Lei Fung Ieng, tendo curadoria de Feng Yan e Ng Sio Ieng. O projecto será revelado ao público na cidade italiana de Veneza, em Maio do próximo ano.

“Polifonia de Jacone” tem como base de fundo a vida do artista Wu Li, cujo nome português era Jacone, que estudou teologia em Macau no início da dinastia Qing. Estabelece-se então “um diálogo multifacetado, que transcende tempo e espaço, entre a história e a era contemporânea, em torno da trajectória criativa e das explorações de fusão cultural” deste artista. Os criadores encontraram uma “lógica narrativa ‘polifónica'” pensando também no tema da Bienal de Arte de Veneza de 2026, “Em Tons Menores”.

Assim, “Polifonia de Jacone” explora “a fluidez e a fusão da cultura, da crença e do espírito num contexto globalizado, realizando caminhos para a compreensão intercultural e a auto-reflexão, preservando simultaneamente a singularidade cultural”. Segundo uma nota do Instituto Cultural (IC) sobre este projecto, pretende-se destacar “o gene singular de Macau como um centro importante do intercâmbio cultural entre o Oriente o Ocidente”.

Uma abordagem original

Relativamente à posição do júri sobre a proposta, foi elogiada “a abordagem, que toma como ponto de partida a ligação histórica entre Wu Li e Macau”, trabalhando-se também o contexto religioso e cultural da época, em conexão “com o contexto de Veneza, Itália, demonstrando a profundidade académica e a originalidade”.

Para o júri, a proposta “não só reflecte a fluidez cultural e o diálogo espiritual, como também destaca a presença histórica e a vitalidade contemporânea do multiculturalismo de Macau”.

Feng Yan e Ng Sio Ieng, os curadores do projecto, “actuam há muito tempo no campo da arte contemporânea”, enquanto Fok Hoi Seng, O Chi Wai e Lei Fung Ieng são “jovens artistas de Macau que participaram em várias exposições internacionais e projectos de arte, sendo especialistas na exploração da identidade cultural e do diálogo transregional”.

Para escolher a representação de Macau na Bienal de Veneza, o IC convidou curadores que se distinguiram no concurso de propostas para a exposição do “Projecto de Curadoria Local” da “Arte Macau: Bienal Internacional de Arte de Macau 2025”, que ainda decorre no território. Foram recebidas seis propostas.

O júri é composto pelo curador e crítico de arte independente Feng Boyi, pelo vice-presidente da Academia de Belas-Artes de Guangzhou, Hu Bin e pelo representante do IC, Tong Chong. Segundo o IC, “as propostas foram avaliadas com base em critérios como o grau de pertinência em relação ao tema, o conceito curatorial, o carácter visionário, académico, original, inovador e único, exequibilidade e operacionalidade da proposta”.

Desde 1985 que é realizada a Exposição Internacional de Arte – Bienal de Veneza, tratando-se do “maior e mais antigo evento internacional de arte contemporânea do mundo”. O tema da edição de 2026 da bienal, “Em Tons Menores”, foi proposto pelo curador Koyo Kouoh, pretendendo-se “criar um grande evento artístico polifónico, focalizado em diversas vozes e narrativas marginais na cultura global”.

16 Set 2025

Arte Macau | Museu do Neo-Realismo português apresenta-se em Macau

Foi inaugurado na sexta-feira o “Pavilhão da Cidade de Vila Franca de Xira”, integrado na Arte Macau: Bienal Internacional de Arte de Macau que apresenta peças da colecção do Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira. O director do museu, David Santos, conta ao HM o que o público poderá esperar do trabalho de 14 artistas que compõem a mostra

 

Representações artísticas do neo-realismo português vão estar em exibição numa exposição incluída na programação da Arte Macau: Bienal Internacional de Arte de Macau. De Vila Franca de Xira, vieram 20 obras de 14 artistas portugueses que integram o “Pavilhão da Cidade de Vila Franca de Xira”, com curadoria de David Santos, director do Museu do Neo-Realismo, localizado na cidade do distrito de Lisboa, e José Maçãs de Carvalho, artista visual. O projecto nasceu de um convite do Consulado-geral de Portugal e Hong Kong e do Instituto Português do Oriente.

Os trabalhos, de artistas como Alice Geirihas, Ana Pérez-Quiroga, André Cepeda, Carla Filipe, Fernando José Pereira, José Maçãs de Carvalho, Luciana Fina ou Luísa Ferreira, entre outros, “dão uma expressão e uma perspectiva da qualidade da colecção do Museu do Neo-Realismo ao nível da produção mais contemporânea”, explicou ao HM David Santos.

“A colecção do museu está mais focada nos trabalhos dos anos 40, 50 e 60, um período referente à afirmação do movimento cultural e artístico neo-realista em Portugal. Mas através de ciclos de arte contemporânea feitos desde 2006 que vários artistas contemporâneos têm feito doações ao museu e à sua colecção, o que tem vindo a enriquecer a colecção ao nível da expressão contemporânea”, referiu.

As 20 obras presentes no Pavilhão correspondem a um período compreendido entre os anos de 1990 até 2025 e constituem “a expressão do melhor que tem sido feito na arte portuguesa nos últimos 25 anos”. A mostra “é também uma forma de afirmar o peso e a importância institucional da colecção do Museu do Neo-Realismo”, acrescenta David Santos.

A nova realidade

A mostra intitula-se “A Reinvenção do Real” e apresenta sinais do movimento Neo-Realista, “uma arte com um sentido mais crítico, com maior observação sobre as questões sociais e política, fazendo memória, de algum modo, e também uma homenagem ao espírito que alimentou o Neo-Realismo no seu sentido contestatário ao Estado Novo e à ditadura, em meado do século XX”.

Porém, David Santos salienta que o criticismo inerente ao movimento artístico, e a própria “observação do real é diferente nos seus conteúdos”, embora haja “pontos e uma relação próxima com esse sentido contestatário, crítico, interventivo na consciência do observador, do espectador da obra de arte”.

Assim, os 20 projectos artísticos presentes nesta mostra em Macau remetem “para um olhar muito crítico sobre alguns temas da nossa contemporaneidade, como a questão da guerra ou a percepção sobre o sistema capitalista, o modo como nos desenvolvemos, de forma consciente ou não, com o mundo e com o real, ou até sobre a importância da própria imagem”.

Há, nestas obras, “um processo de significação daquilo que nos rodeia do ponto de vista social e político, mas sempre com um assento crítico”, pelo que não se pode encontrar uma arte mais abstracta, mas sim “formalista”, no sentido em que “todas as obras têm uma grande ligação ao real”.

Apresentar esta mostra em Macau propõe um certo diálogo, tendo em conta que “a arte contemporânea, e a arte de todos os tempos, sempre se relacionou com o seu tempo e o seu espaço, e pode-se dizer que a arte produzida em Portugal, ou por artistas portugueses, está a ser mostrada num contexto do Extremo-Oriente”. “Sabemos que Macau é uma região com uma ligação muito forte a Portugal, até do ponto de vista histórico”, acrescentou o director do museu.

A participação de José Maçãs de Carvalho como artista e curador é salientada por David Santos, até por se tratar de um ex-residente de Macau. “Trata-se de um artista que já fez exposições individuais no Museu do Neo-Realismo e colaborou com a Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira, e tem uma relação próxima com a cidade e o museu. Além disso, é alguém que tem experiência de afirmação artística no contexto de Macau na segunda metade dos anos 90, e isso foi importante na decisão de o convidar.”

Algo que já não existe

Apesar de podermos observar em “A Reinvenção do Real” certas referências ao Neo-Realismo, este é “um movimento que já não existe”, pelo menos na sua forma mais pura de contestação a uma ditadura, até porque esse regime terminou em 25 de Abril de 1974.

David Santos explica que “até ao início dos anos 60 ainda podemos falar da existência de um movimento neo-realista na literatura, artes plásticas, mas desde aí que não é possível pensarmos numa expressão artística identificada com a designação de neo-realismo”.

Contudo, persistem “preocupações políticas e sociais em artistas de diversas gerações, mas não significa que estes artistas que cá estão [na exposição] são os novos neo-realistas”. O que há é “um ponto entre as preocupações sociais e políticas que são manifestadas no trabalho artístico de artistas de outras gerações, nomeadamente dos mais recentes, mas isso não faz deles artistas neo-realistas”.

“Estamos quase com 100 anos passados sobre esses meados do século passado [em que surgiu o movimento neo-realista] e os artistas de hoje revêem-se em cruzamentos que não são possíveis de identificar no período neo-realista. Portanto, não há um novo movimento, mas na expressão individual da criatividade de cada artista aqui representado, encontramos ligações com a questão do Neo-realismo e com o sentido crítico dessa tal reinvenção do real”, destacou David Santos.

A Bienal Internacional de Arte de Macau foi inaugurada a 18 de Julho e inclui um total de 30 exposições e 46 artistas, sendo que muitas das actividades já terminaram. A mostra com as obras do Museu do Neo-Realismo pode ser vista na Galeria Tap Seac até 16 de Novembro.

15 Set 2025

Fado | Mariza regressa a Macau para concerto de Ano Novo

A fadista portuguesa Mariza vai regressar a Macau para um concerto de Ano Novo, em 31 de Dezembro, em conjunto com a orquestra da região. De acordo com um comunicado do Instituto Cultural de Macau, divulgado na quinta-feira à noite, Mariza vai actuar no Centro Cultural, como parte do programa da Orquestra de Macau para a temporada 2025-26.

O programa refere que Mariza, descrita como uma “superestrela internacional do fado”, vai apresentar canções deste género musical, acompanhada por uma versão sinfónica da orquestra, conduzida pelo maestro local Tony Yeh Cheng-te. Mariza esteve no território em novembro de 2024, para um concerto com a Orquestra Chinesa de Macau, no âmbito do último Festival Internacional de Música de Macau (FIMM).

O próximo FIMM conta, pela terceira edição consecutiva, com uma fadista, uma vez que Cuca Roseta vai actuar, também acompanhada pela Orquestra Chinesa de Macau, em 11 de Outubro.

O FIMM voltou aos palcos em 2022, após um interregno de dois anos devido à pandemia, com um programa que incluía dois espetáculos com convidados estrangeiros, um dos quais do português António Zambujo, mas apenas através de actuações gravadas. O regresso dos artistas estrangeiros aconteceu em 2023, depois do fim das restrições à entrada na região, num programa que incluiu um concerto de Gisela João.

A Orquestra Chinesa de Macau já tinha anterirmente realizado concertos com músicos portugueses, incluindo os fadistas (e irmãos) Camané e Hélder Moutinho, o guitarrista Custódio Castelo e o grupo Ala dos Namorados.

A Orquestra Chinesa de Macau foi fundada em 1987, ainda durante a administração portuguesa da cidade, enquanto a Orquestra de Macau foi oficialmente criada em 2001. Ambas as orquestras fazem, desde Fevereiro de 2022, parte de uma sociedade de capitais públicos.

15 Set 2025

2º Festival Internacional de Curtas-Metragens arranca este domingo

Decorre entre domingo e o dia 21 de Setembro a segunda edição do Festival Internacional de Curtas-Metragens de Macau do Galaxy, com sessões em locais tão diversos como os Cinemas Galaxy e Cinemateca Paixão. Os bilhetes já estão à venda na plataforma Enjoy Macao, existindo vários descontos disponíveis.

Fica a promessa de um “programa rico e diversificado”, com sessões de cinema, um fórum da indústria, workshops temáticos e masterclasses. Para encerrar, está programada a cerimónia de entrega de prémios.

Além disso, já está escolhido o júri, composto pela directora artística de Giornate degli Autori (Dias de Veneza), Gaia Furrer; a curadora e produtora do Interior da China, Shen Yang; o curador do Festival Internacional de Cinema de Singapura, Jeremy Chua e o curador do Festival Internacional de Cinema de Jeonju, na Coreia do Sul, Sung Moon. Destaque também para a inclusão de “curadores experientes de festivais internacionais de cinema”, como Giovanna Fulvi, Winnie Lau e Mike Goodridge.

De Macau para o mundo

Há cinco secções de filmes para ver neste festival, sendo uma delas “Curtas de Macau”, inteiramente dedicada às produções locais, podendo ser vistos dez filmes que concorrem ao “Prémio de Unidade de Macau” e “Menção Especial do Júri”, nomeadamente “Chuc Chuc Chuc, de Chao Koi Wang; “Família de Baratas” de Ho Cheok Pan; “Caixa da Raposa” de Ao Ka Meng; “Girl with Amen” de Teng Kun Hou; “Vovó Pirata 3: Tufão Novamente” de Ho Wai Tong; “Hand Hand” de Jarvis Xin; “Voo Nupcial” de Chan Chon Sin; “Roxo” de Ho Keung Un; “The Performance” de Keo Lou e “Waves Under the Sea” de Chan Si Ieong.

O festival traz também a secção “Novas Vozes do Horizonte”, com 26 filmes de todo o mundo, feitos em 2024 e este ano, “com variados temas e géneros de animação, experimental, ficção e documentário”. Neste caso, há quatro prémios a concurso, tal como Melhor Curta-Metragem, Menção Especial do Júri, Melhor Realizador e Prémio de Narrativa Inovadora.

De referir também a secção “Panorama da Ásia Oriental”, com dez curtas-metragens exclusivamente asiáticas que “reflectem o notável dinamismo cultural e a identidade única da região”. Neste caso, o júri que irá escolher os melhores projectos desta secção é presidido por Wang Muyan, programador da Quinzena dos Realizadores, em Cannes. Há ainda para ver a secção “Realizador em Destaque”, onde serão exibidos filmes clássicos do realizador japonês Nobuhiro Yamashita. Inclui-se aqui a exibição comemorativa do 20.º aniversário do filme “Linda Linda Linda”.

O festival inclui ainda a secção “Sessões Especiais”, onde se apresenta “uma selecção de obras não competitivas, ricas em inovação artística e profundidade cultural”.

12 Set 2025

Fogo de artifício | Equipas da Áustria e Coreia do Sul actuam amanhã

Decorre amanhã mais uma competição integrada na 33.ª edição do Concurso Internacional de Fogo de Artifício de Macau, desta vez com a apresentação pirotécnica das equipas da Áustria e Coreia do Sul. Mais uma vez o território prepara-se para registar os melhores momentos deste festival icónico

 

Com mais um fim-de-semana a chegar, é também a hora de assistir a duas novas actuações integradas na 33.ª edição do Concurso Internacional de Fogo-de-Artifício de Macau (CIFAM), organizado pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST), e que acontecem amanhã.

Espera-se a actuação das companhias pirotécnicas da Coreia do Sul e da Áustria, com exibições de fogo-de-artifício, na baía frente à Torre de Macau, pelas 21h e 21h40, respectivamente. Decorre ainda o Arraial do Fogo de Artifício, que começa às 17h30 e termina às 22h30, disponibilizando-se no passeio ribeirinho do Centro de Ciência de Macau um “arraial colorido com gastronomia, espectáculos e jogos”, descreve a DST, em comunicado. A entidade espera, com este evento, poder “atrair mais visitantes e promover a economia nocturna nos bairros comunitários” através da junção das áreas de turismo com eventos.

A Coreia do Sul traz, assim, o terceiro espectáculo de um festival que arrancou no passado dia 6 de Setembro, e que se intitula “Universe of Lake”, com referência à “história do pastor e da tecelã”. O espectáculo está a cargo da empresa “HWARANG Art Pyrotechnics”, que participa pela primeira vez no CIFAM, esperando-se uma apresentação com música e “um design criativo com características da Coreia do Sul”.

Harmonia no ar

A partir das 21h40, surge nos céus o quarto espectáculo, protagonizado pela empresa “FIREevent”, e que se intitula “The Power of Harmony”. Promete-se uma “viagem emocionante”, em que o fogo-de-artíficio e a música servirão para “enaltecer a beleza e a solidariedade”, bem como “partilhar o amor, a amizade e a alegria”. Esta empresa actuou no CIFAM nos anos de 2011, 2015 e 2018, pelo que já conhece bem os cantos à casa e de toda a competição.

Para ver toda a magia proporcionada por estes espectáculos, e até para a captar, haverá seis pontos de visionamento para fotografias e vídeo, nomeadamente na Avenida Dr. Sun Yat-Sen do Centro Ecuménico Kun Iam até à Zona de Lazer Marginal da Estátua de Kun Iam, no passeio ribeirinho do Centro de Ciência de Macau, na Avenida de Sagres (ao lado do Hotel Mandarin Oriental, Macau), no Anim’Arte Nam Van, no caminho marginal do Lago (ao lado do Hotel YOHO Ilha de Tesouro Resorts Mundial), e na Avenida do Oceano, na Taipa, permitindo apreciar o fogo-de-artifício sob diferentes perspectivas.

Quem não puder estar presente nas actuações pode ouvir a música do festival no canal chinês da Rádio Macau (FM100.7), além de que os canais de televisão TDM Ou Mun e TDM Entretenimento transmitirão as exibições em directo. O CIFAM chega ao fim no próximo dia 20 de Setembro.

12 Set 2025

Ricardo Borges fala este sábado sobre os anos do conflito sino-japonês

“Laponicus ad Portas (do Cerco): a new perspective of Macau during the Second Sino-Japanese War” é o nome da palestra protagonizada por Ricardo Borges este sábado, entre as 14h30 e 16h30, no Instituto de Estudos Europeus de Macau (IEEM). Tal como o nome indica, trata-se de apresentar novas perspectivas históricas dos anos da II Guerra Mundial e do impacto que o conflito teve em Macau, mas a partir do ponto de vista da fronteira das Portas do Cerco.

Ricardo Borges é investigador sobre a história militar de Macau desde 2016 e tem “estado activamente envolvido na continuação desta pesquisa”, continuando a desenvolver entrevistas com antigos responsáveis militares e tratando a grande maioria da informação disponível em arquivos que continua por analisar, em fontes históricas que são consideradas essenciais para contar a história da presença militar no território.

Neste caso, Ricardo Borges irá basear-se em estudos e investigações já feitas para contar como foram os anos de 1939 a 1945 em Macau, pautados por uma grande vaga de refugiados oriundos de Hong Kong e da China continental, então ocupada por japoneses, o que gerou um período de grande tensão social. O orador vai procurar “enfatizar novos aspectos que moldaram a pequena Macau e a sua Guarnição Militar”, analisando-se também “as fases iniciais das operações das forças imperiais japonesas no Sul da China, especialmente nas áreas em torno de Macau”. Nessa fase, os japoneses forçaram o bloqueio junto ao Rio das Pérolas e “efectivamente retiraram o regime de Chiang Kai-Shek do comércio internacional naval e da potencial ajuda que vinha do estrangeiro”.

Pretende-se também analisar a questão da neutralidade de Macau neste período, tendo em conta que o território tinha administração portuguesa e Portugal assumiu desde o início da II Guerra a sua neutralidade, movendo-se entre as forças aliadas e de Hitler. Desta forma, Macau acabou por se tornar “num dos poucos territórios na Ásia que manteve a neutralidade enquanto estava completamente rodeado de batalhas”.

10 Set 2025