Hoje Macau EventosPiano, pente e manuscrito de “Bohemian Rhapsody” entre itens de Freddie Mercury leiloados em Londres O piano Freddie Mercury, no qual compôs quase toda a sua obra, foi hoje vendido por dois milhões de euros num leilão da Sotheby’s, em Londres, em que o manuscrito de “Bohemian Rhapsody” rendeu 1,6 milhões de euros. Vários bens do vocalista dos Queen começaram hoje a ser leiloados pela Sotheby’s que irá fazer novos leilões este mês para tentar encontrar compradores para os cerca de 1.500 objetos que ficaram em Garden Lodge, o edifício de estilo georgiano que Mercury comprou no afluente bairro londrino de Kensington, em 1980. O piano de cauda Yamaha, que o músico adquiriu em 1975 e o acompanhou durante grande parte da sua carreira, foi vendido abaixo das estimativas que apontavam para um valor de 3,5 milhões de euros. Vários manuscritos do músico, que morreu a 24 de novembro de 1991, um dia depois de ter admitido publicamente que sofria de SIDA, bem como uma extensa coleção de obras de arte, mobiliário e vestuário, foram vistos por mais de 100 mil pessoas durante a exposição de um mês em Londres, este verão. Anteriormente, o público de Nova Iorque, Los Angeles e Hong Kong pôde ver de perto objetos pessoais do vocalista dos Queen, como o pente que utilizava para aparar o seu bigode (40 mil euros), e documentos históricos, como um esboço a lápis da letra de “Bohemian Rhapsody” desenhado num calendário publicitário. Este manuscrito, onde escreveu uma das suas obras mais emblemáticas, foi vendido por 1,6 milhões de euros. Uma pulseira de prata de estilo vitoriano que Freddie Mercury usou com um fato de cetim marfim no vídeo “Bohemian Rhapsody” foi vendida pelo preço mais alto alguma vez pago em leilão por uma peça de joalharia pertencente a uma estrela de rock. A pulseira foi vendida por 881 mil dólares, 100 vezes mais do que o seu baixo preço estimado. O primeiro lote da venda de hoje incluiu uma das portas da mansão, na qual centenas de fãs deixaram as suas condolências nos dias que se seguiram à morte do cantor, arrematada por 481.700 euros, após um braço de ferro de 15 minutos entre vários compradores. Um caderno com as letras escritas à mão do sétimo álbum dos Queen, “Jazz” (1978), e o traje de estilo monárquico que Mercury usou na digressão “Magic tour”, em 1986, também estiveram na mira dos compradores. Antes do início do leilão, a Sotheby’s divulgou uma nota pessoal do músico Elton John, amigo de Mercury. “Freddie e eu partilhávamos o gosto pelo colecionismo e trocámos muitas prendas durante um longo período de tempo, incluindo algumas que fazem parte deste leilão. Ele era gentil, generoso e divertido e a tragédia da SIDA levou-o do mundo demasiado cedo”, disse o compositor de “Rocket Man”. Os objetos foram vendidos pela amiga íntima de Mercury, Mary Austin, a quem Mercury deixou a sua casa e todos os seus bens quando morreu. Uma parte das receitas da série de leilões ao vivo e online destina-se a instituições de caridade.
Hoje Macau EventosMúsica | Rolling Stones lançam novo álbum de originais A banda britânica Rolling Stones vai lançar um novo álbum de originais, intitulado “Hackney Diamonds”, o primeiro desde “A Bigger Bang”, de 2005, e desde a morte do baterista Charlie Watts. O anúncio foi feito através das redes sociais na segunda-feira e mais detalhes foram divulgados ontem num evento em Hackney, uma zona de Londres, onde os membros da banda Mick Jagger, Keith Richards e Ronnie Wood vão ser entrevistados pelo apresentador de televisão norte-americano Jimmy Fallon. “Vamos falar do novo álbum, de nova música, de uma nova era”, pode ler-se na publicação da banda sobre a conversa com Fallon. De acordo com um comunicado dos Rolling Stones, citado pela Associated Press, “Hackney pode estar no centro de ‘Hackney Diamonds’, mas este é um momento verdadeiramente global que queremos partilhar com os fãs por todo o mundo via YouTube”. A concretização do anúncio segue-se a uma campanha em que o logo do grupo foi projectado em várias cidades, como Nova Iorque e Paris, e do lançamento de um ‘site’ específico para o álbum. Os Rolling Stones formaram-se em 1962, em Londres, mantendo actividade contínua – e popularidade – desde então, algo sem paralelo na história da música popular, como recorda a entrada do grupo na Enciclopédia Britânica. Depois de “A Bigger Bang”, de 2005, o grupo lançou um disco de versões de ‘blues’ intitulado “Blue & Lonesome”, que conquistou um Grammy para melhor álbum daquele género, o segundo recebido pela banda de “Sympathy for the Devil”, depois de “Voodoo Lounge” ter ganho o prémio de melhor disco de rock.
Hoje Macau EventosLivraria Portuguesa | Novo livro de Natividade Ribeiro apresentado dia 14 A Livraria Portuguesa acolhe no próximo dia 14, às 18h30, a apresentação do mais recente livro de Natividade Ribeiro, docente de português, intitulado “Que Lenço Cobriria a Dor”. A obra remete para um dia de 2020, na altura do Carnaval, quando uma mulher é informada de que padece de cancro da mama, diagnóstico que lhe chega pouco tempo antes da pandemia. Assim, “o leitor vai sendo conduzido pelo relato sobre a experiência da doença, num presente ‘estranho’, e pelo quotidiano de um passado recente normal e ilusoriamente dado como adquirido”, aponta um comunicado divulgado pela Livraria Portuguesa. Além disso, a narrativa “percorre um quotidiano transtornado, em que as redes sociais, fatalmente, têm um papel de relevo, assim como a importância da leitura, dos livros e da escrita se impõem como salvadores”. “Que Lenço Cobriria a Dor” aborda o sofrimento, mas “é também um exemplo de luta, luz e humor, esta grande arma contra o trágico”. A autora é natural da ilha de São Miguel, Açores, pelo que “a memória da ilha é a presença que ajuda a ultrapassar um momento exigente e que a leva a acreditar na cura”. Natividade Ribeiro nasceu em Vila Franca do Campo, ilha de S. Miguel. Licenciou-se em Filosofia na Universidade de Letras de Lisboa. Durante vinte anos, foi professora de português em Macau. Com a chancela da Livros do Oriente já editou “Nada, nada professora”, em 2000, seguindo-se os títulos, com outras editoras, “Os três lugares de uma mulher”, “A casa azul – Verão em S. Miguel”, “Amor em viagem (Circular)”, “Calçada das Verdades”, livro de poesia, e “Em corpo de palavra”, também poesia, editado em 2021. Vive actualmente em Lisboa.
Hoje Macau EventosHK | Companhia de dança contemporânea arranca com nova temporada Já são conhecidos os espectáculos da nova temporada da Companhia de Dança de Hong Kong. Sob o tema “Renascimento e Transcendência”, a companhia apresenta já no dia 29 deste mês o espectáculo “A Dança dos Ritmos Celestiais”, com coreografia de Yang Yuntao, uma ode aos “Vinte e Quatro Termos Solares”, considerados Património Imaterial da UNESCO A Companhia de Dança de Hong Kong [Hong Kong Dance Company] apresentou recentemente o cartaz da nova temporada de espectáculos para 2023/2024, sendo que o primeiro projecto é apresentado já no final deste mês. “A Dança dos Ritmos Celestiais”, com coreografia do director artístico da companhia Yang Yuntao, será apresentado ao público nos dias 29 e 30 de Setembro no auditório Sha Tin Town Hall. O espectáculo baseia-se nos “Vinte e Quatro Termos Solares”, inscritos na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO, e que mais não são do que uma lista de termos do calendário antigo chinês, que faz a divisão do ano em 24 períodos, além das quatro estações, em ligação à agricultura e à relação do indivíduo com a natureza. Segundo o programa, “A Dança dos Ritmos Celestiais” promete “cativar o público com visuais deslumbrantes, uma música inspiradora e efeitos de iluminação de última geração”, e que decorre em torno “dos ciclos naturais do tempo e da vida”. O público poderá, assim, obter “uma compreensão vívida da natureza”. Os “Vinte e Quatro Termos Solares” são, portanto, “um aspecto importante da cultura e da sabedoria tradicionais chinesas”. “A nossa missão com este novo trabalho vai muito para além dos termos solares em si. Queremos reflectir sobre os vários aspectos da vida moderna, recorrendo à sabedoria antiga. Em termos metafísicos, é simultaneamente um tributo ao mundo natural que nos rodeia e um apelo à sua proteção”, disse o coreógrafo. Para este espectáculo, a companhia convidou vários designers asiáticos, de diferentes disciplinas criativas, que trabalham com artistas locais, existindo ainda a colaboração com uma conhecida marca de produtos de beleza. A ideia é recriar mesmo cenários da natureza, “despertando os sentidos visuais, auditivos e olfactivos do público”. Renascer do corpo “Renascimento e Transcendência” é o tema do cartaz da Companhia de Dança de Hong Kong para os próximos meses, apresentando uma série de espectáculos diversificados que misturam práticas tradicionais e contemporâneas. Yang Yuntao, director artístico, explica que esta temporada reflecte ideias como o “renascimento do corpo” ou a “transcendência da vida”. “Que a dança regresse ao corpo e dê vida a diferentes domínios da consciência – esta será a filosofia orientadora das nossas produções no futuro”, disse. Apresentam-se, assim, um total de sete programas de dança “emocionantes e inovadores”, com uma “fusão fascinante de dança e instalação multimédia” que prometem levar a audiência a “viagens inspiradoras de descoberta da beleza abstracta da dança”. Para Dezembro estão agendados espectáculos como “Convergence” [Convergência], apresentado em parceria com o West Kowloon Cultural Districte nos dias 8 e 10. Este espectáculo é “o culminar de um estudo de investigação interdisciplinar sobre a dança chinesa e as tradições das artes marciais chinesas”, sendo apresentado ao vivo pela primeira vez depois de uma apresentação online em 2020 devido à pandemia. Com “Convergence”, os bailarinos da companhia “exploraram a essência destas práticas tradicionais, descobrindo novas perspectivas sobre o movimento e a fluidez de expressão entre a ideologia e o gesto físico”, numa “sinergia entre dança e artes marciais”. A coreografia está também a cargo de Yang Yuntao. “Her Story” [A História Dela] apresenta-se nos dias 15 e 17 de Dezembro e promete desvendar “escritos esotéricos de e sobre mulheres”, baseando-se na escrita feminina Nüshu, uma linguagem escrita desenvolvida e usada exclusivamente por mulheres no condado de Jiangyong, na província de Hunan, que tem uma história de quatrocentos anos. A coreografia está a cargo de Helen Lai, que integrou no espectáculo os escritos de Xi Xi e Wong Bik-wan, duas autoras de Hong Kong. Destaque ainda para “Lands in the South” [Terras no Sul], um espetáculo inspirado na cultura regional de Lingnan, em colaboração com bailarinos da área da Grande Baía, bem como o projecto “All About The Three Kingdoms”, que promete guiar o público na “apreciação da dança chinesa através de movimentos interactivos e excertos clássicos do drama de dança Romance of the Three Kingdoms”. A temporada de espectáculos da Companhia de Dança de Hong Kong encerra-se com “Fun Ride with Big Beard – Dancing Poems 2.0”, um espectáculo teatral e de dança que mistura poemas e letras de canções das dinastias Tang e Song, contando com o actor Anthony Ho como artista convidado.
Hoje Macau EventosCinema | “Oppenheimer” gera 32 milhões na China em seis dias Oppenheimer, o mais recente filme do realizador Christopher Nolan, gerou, até às 18h de segunda-feira, 32 milhões de dólares, ou 233 milhões de yuan, em receitas de bilheteira em apenas seis dias, noticiou o Global Times. Tal reflecte “o progresso da sociedade chinesa em termos de abertura de mentalidade”, escreve o jornal. De frisar que o filme estreou na China na quarta-feira da semana passada. Adaptado de um livro vencedor do Prémio Pulitzer, o filme fala do papel fundamental do físico norte-americano J. Robert Oppenheimer no Projecto Manhattan, que produziu a bomba atómica durante a II Guerra Mundial. O jornal escreve que o filme, que conta ainda com uma forte componente do pós-II Guerra Mundial, num mundo em Guerra Fria, gerou “amplas discussões entre os internautas chineses”, com muitos a revelarem a intenção de se deslocarem às salas de cinema para ver a última criação de Nolan. Long, um dos cibernautas citados pelo Global Times, diz que se sente atraído pelo ritmo narrativo do filme, os planos criados, a música e as actuações doa actores. “O povo chinês tem vindo a melhorar a sua visão e a promover uma abertura através do desenvolvimento da educação e do cultivar da cultura, o que é de louvar”, disse Wang, um residente da província de Anhui. O filme tem a duração de três horas, o que para muitos cibernautas se torna “longo e aborrecido”, disse Xu, de Xangai. “Saí antes do filme acabar. Acho que é um pouco aborrecido porque não estava familiarizado com a informação central [do filme]”, frisou.
Hoje Macau EventosVenetian Theatre | Bilhetes à venda para espectáculo “A Ponte” Estão à venda desde ontem os bilhetes para o espectáculo de acrobacia “A Ponte”, que serve de celebração aos 74 anos de implementação da República Popular da China (RPC). O espectáculo acontece nos dias 30 de Setembro e 1 de Outubro no Venetian Theatre, sendo apresentado pela Companhia das Artes Acrobáticas de Nanjing. “A Ponte” relata a história de dezenas de milhares construtores, que, na década de 1950, afluíram de todo o país para as pastagens desertas ao longo do Rio Yangtzé para construir a ponte do rio Nanjing Yangtze. A companhia “representa integralmente cenas marcantes da construção da ponte, interpretando os conflitos entre os personagens e realçando imagens colectivas de heróis e de patriotismo manifestadas durante o processo de construção”, aponta um comunicado do Instituto Cultural, que organiza o espectáculo em colaboração com o Departamento de Propaganda e Cultura do Gabinete de Ligação do Governo Central em Macau. Apresenta-se, em “A Ponte”, uma “cenografia meticulosa, que não só potencia as abordagens criativas do teatro acrobático, como também alarga a influência artística deste tipo de teatro”, descreve o IC. Os bilhetes custam entre 100 e 200 patacas. A compra de bilhetes é limitada a um máximo de 4 bilhetes por espectáculo e por pessoa.
Hoje Macau Eventos“Valquíria Miss Dior” | Instalação de Joana Vasconcelos para ver no Cotai O público local já se habituou a ver o trabalho icónico da artista portuguesa Joana Vasconcelos em Macau. Desta vez, novamente pela mão do MGM, os curiosos e admiradores podem ver de perto a instalação “Valkyrie Miss Dior” até 8 de Outubro, integrada na Bienal Internacional de Arte de Macau Foi inaugurada na semana passada, no dia 29, a instalação “Valkyrie Miss Dior” [Valquíria Miss Dior] com a assinatura da artista portuguesa Joana Vasconcelos. Assim, até ao dia 8 de Outubro, o público poderá ver, no MGM Cotai, mais um trabalho de um dos nomes mais internacionais da arte contemporânea portuguesa que, pela segunda vez, está presente em Macau. O projecto faz parte do cartaz da Arte Macau – Bienal Internacional de Arte de Macau. A primeira colaboração entre a artista e o MGM teve lugar em 2015 com a apresentação da “Valkyrie Octopus”, uma instalação de grande escala, com tecidos e costurada, disposta na Grande Praça do empreendimento do MGM na península de Macau. Desta vez, a “Valkyrie Miss Dior”, produzida em conjunto com a conhecida marca de moda. Em Fevereiro deste ano, a peça foi exibida na Semana da Moda de Paris no desfile da colecção de Outono/Inverno 2023/2024 da marca. Destaque para o facto de esta Valquíria ter sido produzida com tecidos da própria Dior usados para a colecção apresentada em Paris, algo que nunca tinha sido feito. À Lusa, Joana Vasconcelos disse, à data, que “trazer esse impacto das artes plásticas para o mundo da moda é interessante, porque é uma outra relação e isso é inovador”. “Nunca as artes plásticas se cruzam com a moda desta maneira, pode haver uma peça, pode haver uma interação, mas a este grau de escala, esta colaboração tão estreita que é partir do mesmo material em duas direcções diferentes, acho que nunca foi feito”, afirmou a artista durante a montagem da peça em Paris. As Valquírias de Joana Vasconcelos são grandes estruturas com vários braços, inspiradas no mito escandinavo em que as mulheres enviadas de Odin tinham a missão de escolher os vencedores e acompanhar os guerreiros mais corajosos após a morte. Arte e diplomacia Para o MGM, esta é a oportunidade de a operadora de jogo “promover o intercâmbio cultural global” através da introdução de “obras de arte de classe mundial”. Citada por um comunicado divulgado pela empresa, Pansy Ho, presidente e directora executiva da MGM China, disse que a operadora “sempre foi inovadora na fusão entre arte e turismo, criando programas artísticos e culturais de nível internacional, mas que se integram perfeitamente na nossa vida quotidiana”. “Juntamente com Joana Vasconcelos, transformámos o ‘Valkyrie Octopus’ não só num local de turismo, mas também [numa espécie de] embaixador cultural de Macau”, frisou. A empresária lembrou ainda que a exibição da instalação “Valkyrie Miss Dior”, depois da passagem por Paris, “reforça ainda mais a posição de Macau como um destino turístico cultural diversificado”. Em 2019 a MGM levou a “Valkyrie Octopus” à Bienal de Veneza, uma forma de apresentar “uma obra que estabelece uma verdadeira harmonia entre o Oriente e Ocidente”, destaca o mesmo comunicado. A instalação regressou depois à MGM servindo para celebrar o 20.º aniversário da transferência de soberania sobre Macau de Portugal para a China. A instalação de Joana Vasconcelos segue depois para Lisboa para uma exposição individual da artista, fazendo uma digressão por várias cidades chinesas antes de regressar ao MGM Macau no próximo ano, para celebrar os 25 anos da criação da RAEM. Para a MGM, este projecto serve também para lembrar os 45 anos do estabelecimento de relações diplomáticas entre Portugal e a China, em 1979.
Hoje Macau EventosArte Macau 2023 | UM acolhe exposição de arte dos estudantes do ensino superior A Universidade de Macau (UM) acolhe até 5 de Novembro a “Exposição de Arte de Instituições de Ensino Superior”, mostra integrada na “Arte Macau: Bienal Internacional de Arte de Macau 2023”, organizada pelo Instituto Cultural (IC) e pela Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ). Participam nesta mostra os alunos de belas-artes de academias do Interior da China e quatro instituições de ensino superior de Macau, designadamente a Academia Central de Belas-Artes, a Academia de Artes da China, o Instituto de Belas-Artes de Sichuan, a Academia de Belas-Artes de Guangzhou, a UM, a Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, a Universidade Politécnica de Macau e a Universidade de São José. Segundo um comunicado do IC, a mostra “visa fomentar um ambiente criativo para os jovens locais e estimular o intercâmbio artístico a nível universitário, injectando novos ímpetos criativos no desenvolvimento da Bienal Internacional de Arte de Macau”. Poderão ser vistas 24 peças ou conjuntos de trabalhos “inovadores e de qualidade”, que suscitam “a partir de perspectivas artísticas peculiares, reflexões sobre as tradições religiosas e a história da ciência e tecnologia, demonstrando o acentuado espírito explorador dos jovens artistas”. Inaugurada na sexta-feira, a exposição pode ser visitada no Museu de Arte da UM e na Biblioteca Wu Yee Sun da UM. A “Arte Macau 2023”, inclui 30 exposições de arte divididas em oito secções, apresentando, por toda a cidade, obras-primas modernas e contemporâneas, da autoria de mais de 200 artistas provenientes de mais de 20 países e regiões.
Andreia Sofia Silva EventosFestival da Lua | Operadoras de jogo festejam com arte e criatividade Setembro é o mês da celebração do Festival da Lua, ou do Meio Outono, coincidente com o aniversário de implementação da República Popular da China no início de Outubro. A pensar na efeméride muito própria da comunidade chinesa, as operadoras de jogo promovem uma série de actividades que incluem exposições de lanternas criadas por artistas de renome, instalações e eventos em família Este ano o feriado relativo ao dia seguinte ao Chong Chao (Bolo Lunar) marca-se no calendário a 30 de Setembro, celebrando-se o chamado Festival da Lua, em que é habitual criarem-se lanternas artesanais com os mais diversos formatos e comer bolos lunares. Segue-se, nos dias seguintes, a semana dourada que marca mais um aniversário da implementação da República Popular da China. A pensar nestas datas festivas tão importantes para a comunidade chinesa, as operadoras de jogo organizam vários eventos comemorativos. A Sociedade de Jogos de Macau (SJM) promove “Esplendor da Lua – Festival das Lanternas da SJM”, um evento organizado em parceria com a Sociedade de Artistas de Macau que apresenta “criações vibrantes de lanternas que destacam as tradições culturais chinesas” do território, com a assinatura “dos artistas mais talentosos da Ásia”. Assim, a exposição decorre entre os dias 21 de Setembro e 10 de Novembro no Grand Lisboa Palace, no Cotai, e também no hotel Grand Lisboa. Foram convidados artistas asiáticos de renome como Rukkit, conhecido artista de arte urbana tailandês; ANTZ, também artista de arte urbana oriundo de Singapura, RUOB, vindo da China, e ainda Rainbo Peng, natural de Hong Kong. A SJM convidou ainda artistas locais, nomeadamente a ilustradora Yolanda Kog; a artista multimédia Hera Ieong; o escultor Carlo Lio, conhecido pelos seus trabalhos em pedra; o pintor Wing Pun e o artista de escultura Yanlas Sou. Poderão ser vistas 11 lanternas que expressam o estilo individual de cada artista, além de que a SJM organiza também diversos workshops para pais e filhos com os artistas participantes no evento. Uma “superlua” Também a Galaxy se associa a estas celebrações promovendo, em parceria com a Associação de Design de Macau, o “Festival de Arte de Lanternas da Galaxy”, com diversos eventos organizados a partir desta sexta-feira, dia 8, e até 31 de Outubro. O festival inclui um concurso de design de lanternas destinado a jovens universitários e designers das cidades da Grande Baía, sendo os trabalhos expostos no empreendimento Galaxy Macau entre sexta-feira, dia 8, e 31 de Outubro. O festival integra ainda a mostra de uma colecção de lanternas digitais da autoria de quatro designers bem conhecidos da China, Macau e Singapura. Estes “expressam a sua criatividade através da fusão de desenhos de lanternas tradicionais chinesas com a tecnologia de projecção de luz”, com recurso a uma parede com luzes LED que inclui “uma série contínua de obras de arte digitais”. Uma das atracções especiais desta quadra festiva apresenta-se entre os dias 24 de Setembro e 8 de Outubro. Trata-se da instalação de uma “Superlua” gigante com seis metros de altura no empreendimento da Galaxy no Cotai, na zona conhecida como “The Lawn”. Segundo um comunicado da operadora, a instalação proporciona a quem a vê uma “experiência imersiva”. Destaque ainda para a realização de piqueniques ar livre em família, espectáculos e desfiles no mesmo local entre as 18h e as 23h nos dias 29 e 30 de Setembro, respectivamente, na véspera e no dia feriado do Festival da Lua ou do Meio Outono. Design a rodos A operadora associa-se ainda à organização da Semana do Design de Macau 2023, que se realiza entre os dias 11 e 24 de Setembro na Praça Oriental do empreendimento no Cotai. O evento junta 50 entidades e associações de design de Macau, Singapura e Japão, com a exibição de cerca de 80 trabalhos. O empreendimento Broadway, também no Cotai, acolhe ainda o Festival de Gastronomia e Artesanato, que decorre entre 28 de Setembro e 8 de Outubro das 14h às 22h, onde se promove um “paraíso gastronómico” com ofertas e eventos que levarão os visitantes de regresso aos anos 50. Na rua cheia de bares e restaurantes decorrerão ainda diversas actividades dignas de serem registadas nas redes sociais com as melhores imagens, além de que as pequenas e médias empresas locais terão a oportunidade de mostrar os seus produtos. As atracções especiais incluem a primeira Superlua de seis metros em Macau e o Festival de Comida e Artesanato da Broadway, juntamente com uma série de ofertas de F&B e de retalho temáticas do meio do Outono, e novas aberturas proporcionarão aos habitantes locais e aos turistas de todo o mundo uma experiência festiva a não perder.
Andreia Sofia Silva EventosExposição | Clara Brito é a mentora do projecto “She Left Her Body” “She Left Her Body” é o nome da exposição que a designer Clara Brito traz à Casa Garden a partir do dia 23 de Setembro, que reúne trabalhos seus e também das artistas locais Elsa Lei Pui Mio, artista de luzes, Lora Lo Iok Iong, estilista, e Mandy Cheuk Yin Kin, maquilhadora. A possibilidade de dissociação das emoções do corpo de quem as sente é, assim, revelada em diversas expressões artísticas E se abandonássemos o nosso próprio corpo quando vivemos um momento difícil para não sentirmos todas as emoções negativas que brotam a partir dele? Deixando o corpo, não sentimos, e sobrevivemos numa espécie de piloto automático. É esta a ideia por detrás de “She Left Her Body” [Ela Deixou o Seu Corpo], uma exposição com mentoria e curadoria da designer Clara Brito e organizada através da Associação Cultural +853. Nesta mostra, Clara Brito reuniu os seus trabalhos juntando-se a mais três artistas locais de outras áreas, como é o caso de Elsa Lei Pui Mio, artista de luzes, Lora Lo Iok Iong, estilista, e Mandy Cheuk Yin Kin, maquilhadora. O público poderá, assim,observar trabalhos com recurso à caligrafia, instalação, colagem e desenho, entre outras expressões. A mostra nasce depois de uma residência artística realizada este ano pela própria Clara Brito na Casa Garden, apoiada por diversas entidades. Ao HM, a designer disse que criar esta exposição foi um processo quase novo, com elementos que a própria está a “reavivar”. “Uma das coisas que encaro como sendo nova é o facto de ser a primeira exposição em que, apesar de ser a artista principal, a mentora do projecto e a curadora da exposição, ter convidado três mulheres com perfis, competências e um trabalho criativo diferente do meu. Há uma colaboração entre quatro criativas com experiências diferentes que narram este conceito de deixar o corpo.” Neste processo, Clara Brito acabou por ir buscar elementos performativos que usava nos projectos que desenvolveu em Portugal antes de se mudar para Macau, há mais de 20 anos. Observa-se, assim, “um lado de fusão entre as indústrias tradicionais, o artesanato, os tecidos e a moda, mas também um lado cenográfico que estava muito presente nas minhas instalações de moda. Para Macau pode ser algo novo, o lado performativo da moda”. Citada por um comunicado, Clara Brito explica melhor a parte emocional tão intrínseca neste projecto, que começou a ser desenvolvido em 2021. “Fiz algumas leituras e escrevi sobre a fase da vida em que estava a viver, na qual me sentia muito infeliz. Quando visualizo esses momentos, é quase como se eu tivesse deixado o meu próprio corpo, para deixar esse momento [em específico] e apagar as emoções.” Na área da psicologia, o acto inconsciente de colocar emoções de lado e continuar como se nada tivesse acontecido é entendido como uma dissociação. O projecto pretende ainda passar alguma literacia emocional a quem o vê ou visita, “permitindo que os outros tenham uma vida melhor”. Ao mesmo tempo, Clara Brito recorreu aos materiais tradicionais usados a Oriente, explorando “a oportunidade de fazer uma grande pesquisa desses mesmos materiais e usando-os como uma ferramenta de comunicação, a fim de fazer um trabalho artístico que explora esses conceitos”, referiu ainda, segundo o mesmo comunicado. Património do amanhã “She Left Her Body” é um desafio que Clara impôs a si mesma, “[de pensar] o que poderiam ser, em termos artísticos e até filosóficos, os patrimónios do amanhã relacionados com as indústrias”. A mostra é também resultado “de um processo auto-biográfico criativo e artístico, especificamente ligado à ideia de dissociação”. É feito um cruzamento do lado emocional com as ideias de património e de auto-conhecimento. “Sou uma coleccionadora por natureza, uma designer que olha para os materiais e que tem apreço pela indústria e pelas tradições, por esse saber fazer, e pareceu-me um cruzamento interessante.” A exposição acontece abrangida pelo projecto “Tomorrow’s Heritage” [O Património do Amanhã], no qual Clara Brito participa e que tem vindo a ser desenvolvido “de uma maneira intuitiva e inconsciente já há bastante tempo”, onde se faz um levantamento de materiais e indústrias tradicionais de Macau, Hong Kong e do sul da China. Algo que a designer tem vindo a pôr em prática com colaborações com a marca portuguesa Burel, que fabrica roupas e produtos têxteis com o burel, um tecido feito com lã de ovinos da Serra da Estrela. “Todos estes projectos de correlação entre o Ocidente e o Oriente, desenhando cá e produzindo lá, e vice-versa, foram trazendo ao de cima uma ideia e uma vontade de fazer um cruzamento [de ideias] e um levantamento das indústrias tradicionais deste lado do mundo na minha relação com Portugal e os países de língua portuguesa”, disse a designer, que, depois de fazer o mapeamento, quis “aproveitar e desenvolver criativamente um projecto que trabalhasse estas indústrias”.
Hoje Macau EventosFotografia | Gonçalo Lobo Pinheiro vence prémio no Brasil O fotojornalista Gonçalo Lobo Pinheiro, radicado em Macau há 13 anos, foi o vencedor, na categoria de ensaio, na edição deste ano do Paraty em Foco – Festival Internacional de Fotografia, no Brasil. O projecto premiado, intitulado “O que foi não volta a ser…”, cativou o júri e destacou-se entre uma série de trabalhos de excepção. Gonçalo Lobo Pinheiro expressou a sua gratidão ao júri do festival, afirmando estar “sem palavras perante esta distinção”. “É uma honra inigualável ser reconhecido neste prestigiado evento de fotografia. Agradeço do fundo do meu coração por esta distinção, que representa anos de trabalho e dedicação à arte da fotografia. Quero também parabenizar todos os vencedores e finalistas deste incrível Festival, que vai já na sua 19.ª edição. A qualidade das obras apresentadas é verdadeiramente inspiradora. Estou orgulhoso de fazer parte desta comunidade de talento global”, afirmou o fotojornalista. A obra premiada estará em exposição no Centro Histórico (Quadra da Matriz) da cidade de Paraty. Gonçalo Lobo Pinheiro já havia arrecadado uma menção honrosa na edição de 2019 do mesmo festival com o retrato de Ratna Khaleesy, uma migrante indonésia residente em Macau.
Andreia Sofia Silva EventosIdentidade e futuro em duas obras da artista Kate Ngan Wa Ao A artista Kate Ngan Wa Ao, natural de Macau e actualmente a residir na Polónia, foi um dos nomes integrantes do cartaz do festival Hvitsten Salong, que decorreu entre os dias 6 e 9 deste mês na Noruega. A artista participou com dois trabalhos que abordam as identidades de Macau e Hong Kong que nasceram de uma residência artística realizada na Noruega intitulada “Whose Voice is Being Heard?” [De quem é a voz que está a ser ouvida?]. Com a peça “No Colour is Fine”, feita com metal e poliésteres, a artista fala da cor como uma expressão política. “Como asiática comecei a entender as implicações de ser uma pessoa de cor a viver nos países ocidentais. As cores representam diversos aspectos das nossas vidas, definindo os nossos valores ou afiliações políticas”, descreveu. É disse exemplo as cores da bandeira LGBT ou “o azul e o amarelo mostrando o apoio à Ucrânia”. Em Hong Kong, temos o exemplo do amarelo e do preto usados no chamado “Movimento dos Guarda-Chuvas”. Com a instalação “Bowling Game” a artista aborda a política “Um país, dois sistemas” que vigora em Macau e Hong Kong desde a transição. A referência ao bowling é uma metáfora a questões políticas vividas nos dois territórios, nomeadamente a chegada das novas leis de segurança nacional e a educação nacional nas escolas, “que causam incertezas em relação ao futuro”. A primeira obra “explora o sentido fronteiriço de identidade, em particular a forma como se relaciona com conceitos artificiais, como o significado simbólico da cor”, enquanto “Bowling Game” remete “para a sensibilização dos 50 anos de política inalterada e o futuro desconhecido que enfrentamos”. No mesmo barco Kate Ao encontra-se em Pozna, na Polónia, há vários anos onde estuda artes. Ao HM, confessou que participar nesta residência artística, que decorreu em Julho, proporcionou-lhe “uma grande oportunidade de conhecer artistas que vêm de países que enfrentam desafios relacionados com a liberdade de expressão e várias formas de repressão política”. “As experiências partilhadas de incerteza quanto ao futuro e a luta pela identidade foram lições profundas para mim, tanto como artista como como ser humano. Além disso, tive a oportunidade de organizar uma conversa com artistas e de apresentar Macau aos habitantes locais, já que a maioria das pessoas nunca tinha ouvido falar de Macau”, disse ainda.
Andreia Sofia Silva EventosDocumentário | Festival internacional arranca na próxima semana “Toda a Beleza e Carnificina”, documentário de Laura Poitras sobre a fotógrafa americana Nan Goldin, dá o pontapé de saída para a sétima edição do Festival Internacional do Documentário de Macau. Entre os dias 8 e 24 de Setembro o evento organizado pela associação Comuna de Han-Ian traz uma panóplia de películas sobre temas tão diversos como a guerra na Ucrânia ou o Myanmar, entre outros Poucos poderão negar que a vida da fotógrafa norte-americana Nan Golding dava um filme. E deu mesmo. O documentário “Toda a Beleza e Carnificina”, de Laura Poitras, revela o percurso pouco vulgar de uma mulher que, através da máquina fotográfica, revelou as vidas da comunidade LGBT na Nova Iorque dos anos 70, com imagens carregadas de boémia, sentimentos e, muitas vezes, violência. O documentário aborda também a luta pessoal de Nan Goldin contra os opiáceos e a sua prescrição médica. É esta película que serve de arranque à sétima edição do Festival Internacional do Documentário de Macau (MOIDF, na sigla inglesa), evento organizado pela associação Comuna de Han-Ian e que decorre a partir da sexta-feira da próxima semana, dia 8, até 24 de Setembro. “Toda a Beleza e Carnificina” será exibido, precisamente, nesses dias. No total, o programa conta com 29 documentários com uma diversidade de temas, incluindo produções locais, como é o caso de “Mama Dream of Family” dos realizadores emergentes Hao Chit e Kiwi Chan. Esta película conta a história de um grupo de mulheres que emigrou para Macau, de forma ilegal, nos anos 80. Além disso, será exibida a cópia restaurada de “Center Stage”, uma produção de Hong Kong do realizador Stanley Kwan Kam Pang de 1991. Este filme retrata a vida da actriz chinesa de cinema mudo Ruan Lingyu nos anos 40. O realizador franco-cambojano Davy Chou será o “realizador em destaque” neste festival, onde dará uma masterclass em inglês para os amantes de cinema ou interessados na sua carreira. Serão ainda exibidos os principais títulos do cineasta, como “Return to Seoul”, que explora questões de identidade e que foi seleccionado para a categoria de “Melhor Filme Internacional” na 95.ª edição dos Óscares. A organização do MOIDF trouxe ainda para o cartaz “Golden Slumbers”, que conta a história do cinema feito no Camboja dos anos 60 até à actualidade, e “Diamond Island”, o primeiro filme de Davy Chou, que “captura a melancolia e as contradições vividas pela juventude cambojana no meio de uma sociedade em transformação”. Histórias internacionais A sétima edição do MOIDF inclui também documentários de cariz internacional, como é o caso da produção da agência Associated Press “20 Dias em Mariupol”, que conta um pouco da história do conflito que se vive na Ucrânia, com foco nos jornalistas que, muitas vezes, arriscaram a sua vida para contar a guerra aos leitores e telespectadores. O cartaz do festival apresenta também “Myanmar Diaries” [Diários de Myanmar], produção independente de um grupo de cineastas intitulado “Myanmar Film Collective” que retrata o golpe de Estado que decorreu no país do sudeste asiático em Fevereiro de 2021 e que colocou de novo os militares no poder. Destaque ainda para “And Miles to Go Before I Sleep”, que reconstrói a história por detrás de um fatal tiroteio que vitimou um trabalhador vietnamita em Taiwan em 2017. Em “After the Rain” revelam-se as histórias de vida interligadas ao sismo de Sichuan, de 2008, que retirou os filhos a seis mil pais. Na tela de cinema, irão contar-se histórias de quem vive com o luto e teve novos filhos, aprendendo a viver uma nova vida. Em português O MOIDF inclui ainda a secção “Taste of Portuguese” [Sabor Português] que, como o nome indica, inclui apenas filmes feitos por realizadores portugueses. O cartaz integra “Rising Sun Blues” [Rua dos Anjos], de Renata Ferraz, feito em conjunto com Maria Roxo, trabalhadora do sexo com 65 anos. “Juntas, partilham os seus papéis e respectivos segredos à frente e detrás da câmara”, lê-se no comunicado. “Astrakan 79”, de Catarina Mourão, conta a história de um jovem de 15 anos, natural de Lisboa, que foi enviado para esta cidade da antiga União Soviética em 1979 onde viveu durante um período. Trata-se de um filme que gira em torno de memórias e as falhas de uma educação ideológica, ligada ao comunismo, com todas as questões e convicções postas em causa no presente. “Através do filme, a realizadora tenta explorar questões relacionadas com os segredos de família e memórias que atravessam gerações”, sendo este um trabalho cinematográfico que, até certo ponto, “reflecte o contexto político português de 1974 até ao presente”. O cartaz do MOIDF encerra com a realização de seminários temáticos e exposições que “exploram a ética, autenticidade e a estética cinematográfica da realização de documentários”. As exibições de filmes e eventos acontece nos cinemas CGV Nova Mall, na avenida de Kwong Tung, na Taipa.
João Luz EventosMacau Art Garden | Festival de curtas de Hong Heng Fai exibido no sábado No sábado, o espaço Macau Art Garden acolhe o “3 in 1”, um pequeno festival de curtas-metragens que irá exibir três filmes do realizador local Hong Heng Fai. Após a exibição das películas, a noite prossegue com uma tertúlia com o cineasta e Wong Pak Hou, o protagonista masculino da trilogia de curtas apresentadas Se as condições meteorológicas deixarem, no próximo sábado o Macau Art Garden, na Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues, irá acolher um pequeno festival de cinema, “3 in 1”, centrado nas obras do realizador local Hong Heng Fai. O início da projecção tem hora marcada para 21h30, a que se segue uma sessão de perguntas e respostas e interacção regada etilicamente entre o público, o realizador e Wong Pak Hou, actor que protagoniza as três curtas-metragens exibidas. Exceptuando o primeiro filme, todos têm legendas em inglês. A película que abre a sessão é “Before Dawn”, lançado em 2014 e que arrebatou o prémio “48 Rush Hours” Video Challenge Award, organizado pelo Centro Cultural de Macau. O segundo filme na lista é “In Memory of Her”, obra seleccionada na edição de 2015 do Festival Internacional de Filme e Vídeo de Macau. Finalmente, a fechar a sessão será exibido “Crash”, curta multipremiada que correu festivais como o Festival de Curtas de Berlim, o Festival de Filme Independente de Hong Kong, e foi nomeado para o Taipei Golden Horse Film Festival and Awards. O filme de 20 minutos conta a história de um homem de 50 anos de idade que sofreu com a “perda” da sua mãe e se vê envolvido numa crise existencial. Tendo como tema a relação entre o espaço virtual e a realidade, o filme procura introduzir questões éticas, explorando a situação de “digitalização” nos tempos modernos. O outro lado da câmara O realizador estreou-se no formato de longa-metragem no ano passado com “Kissing the Ground You Walked On”, filmado em Macau. A obra foi reconhecida com o prémio de melhor realizador dos “Firebird Awards in the Young Cinema Competition” da 47ª edicção do Festival Internacional de Cinema de Hong Kong. Hong Heng Fai foi director do Teatro Horizonte (Macau), estando envolvido na área das artes performativas há mais de uma década e meia. Licenciado em publicidade pela Universidade de Shih Hsin em Taiwan, o realizador, juntamente com seus amigos, produziu o documentário “Rice for the Dead” durante a sua estadia em Taiwan, que trata dos fenómenos na área de comunicação social de Taiwan, gerando repercussões a nível social. Fundou o “Day Day Studio” em 2014, e a sua primeira curta-metragem de ficção, “Before Dawn”, ganhou o prémio do desafio “Rush: 48 Horas a Abrir”. Mais tarde, os filmes “Caged”, “In Memory of Her” e “Crash” entraram na selecção do “Festival Internacional de Cinema e Vídeo de Macau”. O evento na Macau Arte Garden tem um preço de entrada de 50 patacas, com uma bebida incluída.
Andreia Sofia Silva EventosArmazém do Boi | Mostra de Peng Hung-Chih para ver até Setembro “Double Skins” é o nome da exposição de Peng Hung-Chih que resulta de uma residência artística no Armazém do Boi. Até ao dia 24 de Setembro será possível ver trabalhos que remetem para o contraste entre o desenvolvimento urbano de Macau e a permanência da povoação Hakka que, outrora, emigrou para a vila de Ka-Hó, em Coloane Peng Hung-Chih é o artista em destaque na mais recente exposição proposta pelo Armazém do Boi. “Double Skins”, inaugurada na última sexta-feira, 25 de Agosto, e patente até ao dia 24 de Setembro no espaço 川·Twist Art Space, na Travessa da União, é o resultado de uma residência artística realizada em Macau sobre o desenvolvimento social e urbanístico do território, nomeadamente em Coloane, e as memórias dos tempos em que parte da comunidade chinesa Hakka emigrou, estabelecendo-se na povoação de Ka-Hó, conhecida por ter tido uma indústria viva de construção naval. Destaque para o facto de a comunidade Hakka ser oriunda de zonas do sul da China como é o caso das províncias de Guangdong, Fujian, Jiangxi, Sichuan ou Zhejiang, entre outras. Com curadoria de Cai Guojie, esta é uma mostra que “gira em torno de espaços representados por duas extremidades de um pólo: uma delas regida pelo capitalismo e outra guiada pela povoação Hakka, que evoluiu organicamente ao longo desse desenvolvimento histórico” Segundo uma nota do Armazém do Boi, “com o desenvolvimento urbano de Macau as aldeias das ilhas periféricas da cidade foram sendo gradualmente esquecidas”, sendo exemplo dessa realidade a povoação de Ka-Hó que, nos últimos 200 anos, “preservou o seu modo de vida e a língua Hakka”. Desta forma, “pode dizer-se que a povoação de Ka-Hó tornou-se um refúgio para a preservação deste dialecto”, mediante uma série de factores sociais “coincidentes”, tal como a distância em relação ao centro da península. Os tempos mudaram e, com eles, verificou-se que “a geração mais nova mudou-se para o centro da cidade em busca de emprego e de maiores oportunidades de desenvolvimento”. Além disso, alguns terrenos ficaram desaproveitados, com destaque para o progressivo abandono dos estaleiros de construção de juncos de madeira, “o que teve um impacto negativo no ambiente ecológico da zona, marginalizando ainda mais a povoação”. O “aqui e agora” Pang Hung Chih pega em todos estes elementos para explorar, de forma artística, a história desta comunidade estreitamente ligada com a história da própria povoação, cujos estaleiros se tornaram numa peça central de atracção e de necessidade de preservação. O artista optou por desenvolver os conceitos do “aqui e agora”, com referências ao passado, assumindo o papel de “flaneur”, que significa alguém que passeia, de forma errante, por um lugar, absorvendo vivências e observando pedaços das memórias que perduram. Nascido em 1969, Peng Hung-Chih é natural de Taiwan, onde ainda vive e trabalha. O seu trabalho varia entre a instalação, vídeo, pintura e escultura, incorporando diversos elementos relacionados com a arte, religião e humanidade como formas de explorar a cultura contemporânea ligada à história dos lugares.
Hoje Macau EventosFogo de artifício | Concurso está de regresso com empresa portuguesa Macedos Pirotecnia é o nome da empresa portuguesa que, este ano, vai a concurso na primeira edição do Concurso Internacional de Fogo de Artificio de Macau após a pandemia, com actuação marcada para dia 1 de Outubro, Dia Nacional da China. A 31.ª edição do evento conta com dez apresentações de empresas de pirotecnia de todo o mundo Uma empresa portuguesa vai estar presente no regresso do Concurso Internacional de Fogo-de-Artifício de Macau, entre 9 de Setembro e 7 de Outubro, após uma pausa de três anos devido à pandemia, foi ontem anunciado. A 1 de Outubro, Dia Nacional da China, a Macedos Pirotecnia vai apresentar o espectáculo “Supernova”, que vai “permitir ao público estabelecer uma ligação emocional com Portugal”, afirmou a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) de Macau, em conferência de imprensa. A Macedos Pirotecnia, com sede no concelho de Felgueiras, no distrito do Porto, vai participar pela quinta vez no concurso, tendo vencido em 2000, a 12.ª edição, a primeira realizada depois da transição de administração de Macau de Portugal para a China. Além de Portugal, a 31.ª edição vai contar com 10 espectáculos, cada um com uma duração de 18 minutos, a combinar fogo de artifício e música, de companhias vindas da Austrália, da Suíça, da Áustria, da Rússia, das Filipinas, do Japão, do Reino Unido, da Alemanha e da China. A DST recomenda as melhores localizações para ver o fogo de artificio e captar fotografias, nomeadamente na Avenida Dr. Sun Yat-Sen do Centro Ecuménico Kun Iam até à Zona de Lazer Marginal da Estátua de Kun Iam, no passeio ribeirinho do Centro de Ciência de Macau, no Anim’Arte Nam Van, na Avenida de Sagres (ao lado do Hotel Mandarin Oriental, Macau) e na Avenida do Oceano, Taipa. A música de fundo dos espectáculos será transmitida, em tempo real, no canal chinês da Rádio Macau (FM100.7). Por sua vez, a TDM, Ou Mun e TDM Entretenimento irão transmitir o evento. Os espectáculos decorrem às 21h e 21h40 de cada noite. O concurso inclui ainda outras actividades, nomeadamente uma votação online “para aumentar o envolvimento dos residentes e visitantes”, e um arraial que acontece durante as cinco noites do concurso entre as 17h e as 23h junto à Torre de Macau com um programa que combina gastronomia e espectáculos. Por outro lado, pela primeira vez este ano, associações comunitárias organizam no Anim’Arte Nam Van e na Zona de Lazer da Marginal da Taipa, uma feira do festival de fogo-de-artifício, para que os residentes e visitantes possam escolher diferentes locais para apreciar cada noite de exibição de fogo de artifício, saborear petiscos, participar em jogos e assistir a espectáculos de animação. Destaque ainda para a realização de concursos de fotografia e desenho para estudantes e amantes da fotografia, organizados pela Associação Fotográfica de Macau e Associação dos Artistas de Belas-Artes de Macau. O prazo de entrega das obras decorre de 9 de Setembro a 31 de Outubro. A directora da DST, Maria Helena de Senna Fernandes, afirmou que, após a pandemia de covid-19, período em que “não havia condições para realizar o concurso”, o regresso do evento “é um símbolo do reforço das ligações entre Macau e o exterior”. Boas expectativas Em Dezembro, o território anunciou o cancelamento da maioria das medidas de prevenção e contenção, depois de quase três anos de rigorosas restrições, que incluíam a proibição da entrada de turistas vindos do estrangeiro. Com o fim das restrições, Macau recebeu 14,4 milhões de visitantes nos primeiros sete meses de 2023, quatro vez mais do que em igual período do ano passado, mas ainda longe do registado em 2019: 23,8 milhões. A 12 de Agosto, a cidade recebeu quase 140 mil turistas, o valor diário mais elevado desde o início da pandemia. À margem da conferência de imprensa, Senna Fernandes disse à Lusa esperar que Agosto termine com uma média acima de 100 mil visitantes por dia, que seria o número mais alto desde Outubro de 2019. A directora da DST previu ainda uma média diária de 90 mil visitantes para a chamada ‘semana dourada’, no início de Outubro. Antes da pandemia, Macau recebeu 140 mil turistas por dia nesse período, que concentra vários feriados, entre 1 e 7 de Outubro. Senna Fernandes disse que o número de visitantes da China continental já ultrapassou 60 por cento dos valores registados em 2019, mas admitiu que Macau tem de “continuar a lutar” para atrair mais turistas internacionais. A DST tem promovido o território sobretudo no Sudeste Asiático, em países com ligações aéreas directas a Macau. No entanto, a directora sublinhou que a cidade poderá apostar em outros países após o lançamento, em breve, de um serviço de autocarro directo do aeroporto da vizinha região de Hong Kong, um dos mais movimentados do mundo.
Hoje Macau EventosGisela João no regresso dos estrangeiros ao Festival Internacional de Música Após um interregno de três anos devido à pandemia de covid-19, o Festival Internacional de Música de Macau (FIMM) vai voltar a receber artistas estrangeiros, incluindo a portuguesa Gisela João, foi hoje anunciado. O Centro Cultural de Macau vai acolher a 28 de Outubro Gisela João, descrita como uma “conceituada fadista” por Leong Wai Man, presidente do Instituto Cultural (IC), que organiza o festival. De acordo com o programa da 35.ª edição do FIMM, Gisela João vai apresentar uma selecção de canções do seu terceiro álbum, “AuRora”, editado em 2021, “o seu registo mais pessoal e intimista e que representa um novo capítulo na sua carreira”. “É a primeira vez que podemos convidar músicos e grupos do exterior” desde o início da pandemia, disse numa conferência de imprensa Leong Wai Man, que demonstrou esperança de que o festival possa atrair “muitos visitantes das regiões vizinhas”. “Num festival internacional, temos de ter convidados internacionais”, disse, também na conferência de imprensa, o director do programa do FIMM, o maestro Lio Kuokman. Regresso aos palcos O FIMM regressou aos palcos em 2022, após um interregno de dois anos devido à pandemia, com um programa que incluía dois espectáculos de convidados estrangeiros, mas apenas através de actuações gravadas, um dos quais do português António Zambujo. Entre os 16 programas do FIMM, Lio Kuokman destacou a primeira actuação em Macau do japonês Joe Hisaishi, conhecido por ter composto as 100 bandas sonoras para quase todos os filmes do animador japonês Hayao Miyazaki. Já Leong Wai Man referiu o concerto da “diva do jazz” norte-americana Stacey Kent, que irá apresentar clássicos e canções originais, incluindo “Tango In Macau”, uma colaboração com o marido Jim Tomlinson e com o japonês Kazuo Ishiguro, Prémio Nobel da Literatura em 2017. A presidente do IC recordou ainda o regresso da ópera, uma vez que a edição deste ano arranca a 30 de Setembro com “O Barbeiro de Sevilha”, do italiano Gioachino Rossini (1792-1868), “reinventada” pelo Teatro Real Dinamarquês. O festival encerra um mês depois, em 30 de Outubro, com “Ecos da Vida”, um espectáculo que combina um recital da pianista alemã-japonesa Alice Sara Ott e instalações de vídeo do arquitecto turco Hakan Demirel, em torno dos “24 Prelúdios” de Frédéric Chopin (1810-1849). Com o regresso dos artistas estrangeiros, o orçamento do FIMM mais que duplicou, de 13 milhões de patacas em 2022 para 33 milhões de patacas, que Leong descreveu como “um ligeiro aumento”. O FIMM decorreu pela primeira vez em 1987, ainda durante a administração portuguesa de Macau.
Hoje Macau EventosMAM | Caligrafias para ver a partir de sexta-feira A exposição “Yun Shouping: Pinturas e Caligrafia do Museu do Palácio e do Museu de Xangai” será inaugurada na próxima sexta-feira, dia 1, pelas 18h30, no Museu de Arte de Macau (MAM). Segundo um comunicado do Instituto Cultural (IC) apresentam-se mais de 180 pinturas paisagísticas, pinturas de pássaros-e-flores e obras caligráficas da autoria do pintor Yun Shouping, bem como dos seus discípulos e artistas companheiros. Yun Shouping foi um conceituado pintor da dinastia Qing, sendo aclamado como um dos “Seis Mestres do Início do Período Qing”, juntamente com Wang Shimin, Wang Jian, Wang Hui, Wang Yuanqi e Wu Li. Além disso, é conhecido por ter desenvolvido uma técnica de pintura singular de flores conhecidas como “sem ossos”, ou através do termo “mogu”. A técnica caracteriza-se pela representação de imagens com pinceladas livres de tinta colorida, procurando a semelhança em termos de forma, mas pretendendo, por outro lado, transcender as formas naturalistas e capturar o humor e o estilo da pintura característica dos eruditos. Mostra tripartida Dividindo-se em três secções, nomeadamente “Obras-primas”, “Discípulos e Sucessores” e “Artistas Companheiros”, esta exposição apresenta obras representativas de Yun em diferentes períodos, bem como trabalhos da autoria de familiares e discípulos do artista e peças conhecidas da autoria de vários amigos, incluindo os ilustres artistas Wang Shimin, Wang Hui e Zha Shibiao. Para dar a conhecer melhor os feitos artísticos de Yun Shouping aos visitantes, o MAM irá organizar a palestra “Natureza Maravilhosa – Os Pássaros, Flores e Crustáceos de Yun Shouping” no próximo dia 30 de Agosto, com vista a analisar os temas e as técnicas das obras de pintura de pássaros e flores do artista. Um simpósio sobre a exposição “Yun Shouping: Pinturas e Caligrafia do Museu do Palácio e do Museu de Xangai” terá também lugar no MAM, no sábado, contando com a participação de uma série de especialistas e académicos do Interior da China, de Hong Kong e Macau, os quais elaborarão discursos e desenvolverão debates sobre o estilo artístico e a influência de Yun Shouping. A exposição “Yun Shouping: Pinturas e Caligrafia do Museu do Palácio e do Museu de Xangai” está patente até 12 de Novembro, sendo organizadas visitas guiadas em cantonense aos sábados, domingos e feriados, pelas 15h00, a partir de 9 de Setembro.
Hoje Macau EventosFRC | Associação Wa Kei apresenta exposição de caligrafia e pintura A Fundação Rui Cunha inaugura amanhã a exposição “Obras da Associação de Caligrafia e Pintura Wa Kei 2023”, que estará aberta ao público até ao dia 9 de Setembro. Esta é a oportunidade para ver os trabalhos da associação com o nome do conhecido calígrafo e artista Mok Wa Kei Os amantes de pintura e caligrafia podem ver, a partir das 18h30 de amanhã e até ao dia 9 de Setembro, na Fundação Rui Cunha (FRC) a mostra “Obras da Associação de Caligrafia e Pintura Wa Kei 2023”, criadas pelos membros da Associação de Arte e Estudo de Caligrafia. Esta exposição, com um total de 42 obras, conta com curadoria de Mok Hei Kei, filha do renomado calígrafo e artista Mok Wa Kei, presidente da referida instituição. O público poderá ver, segundo um comunicado da FRC, uma exposição que revela “estilos bem diversificados que incluem a escrita de sinete, a escrita clerical, a escrita regular, a escrita cursiva, entre outros exemplos”. Além disso, os 41 artistas representados exercem várias profissões. Empresários, funcionários públicos, professores, escriturários, reformados e alunos do ensino básico e secundário, integram o grupo de artistas abrangendo diferentes faixas etárias, dos mais idosos até aos jovens aprendizes. Citada pelo mesmo comunicado, a curadora, Mok Hei Kei, afirmou que, com a organização desta mostra colectiva “a associação espera oferecer aos membros a oportunidade de mostrarem os seus trabalhos, incentivando as capacidades artísticas de cada um e promovendo a aprendizagem, pesquisa e criação da caligrafia e da pintura, para dinamizar a cultura e a arte tradicionais chinesas em Macau”. Trabalho permanente Desde 2018 que a associação se dedica a realizar exposições colectivas regularmente, promovendo também o ensino da calígrafia e pintura. A entidade pretende “melhorar o conhecimento e o talento dos membros, e reunir à sua volta os amantes da caligrafia e da pintura”. Também artista, a curadora Mok Hei Kei é autora de uma das obras expostas, tal como o pai, Mok Wa Kei, que preside e dá nome à associação, com duas peças assinadas. A família de artistas inclui ainda o irmão, Mok Hei Sai (Elvis Mok), já com nome no circuito artístico local, e até a mãe, Tou Ut Ieng. A Associação de Arte e Estudo de Caligrafia e Pintura Wa Kei foi criada em 2017, com o objectivo de pesquisar, desenvolver, treinar, promover e propagar a cultura e a arte da caligrafia e pintura chinesa, fornecendo uma plataforma para os entusiastas trocarem ideias e cultivarem o sentimento artístico e espiritual das próximas gerações de talentos chineses. Fundador e presidente, Mok Wa-Kei é um calígrafo sénior e educador conceituado no território. Nascido em Macau em 1950, formou-se na Universidade Normal do Sul da China com um grau de bacharel em Educação. Mais tarde, estudou Caligrafia na Universidade de Macau, no Guangdong Literary Vocational College e no Xi’an College.
Hoje Macau EventosMAM | Calígrafias de Yun Shouping para ver a partir de sexta-feira Será inaugurada na próxima sexta-feira, dia 1, pelas 18h30, a exposição “Yun Shouping: Pinturas e Caligrafia do Museu do Palácio e do Museu de Xangai” será inaugurada no dia 1 de Setembro, que pode ser vista no Museu de Arte de Macau (MAM). Segundo um comunicado do Instituto Cultural (IC) apresentam-se mais de 180 pinturas paisagísticas, pinturas de pássaros-e-flores e obras caligráficas da autoria do pintor Yun Shouping, bem como dos seus discípulos e artistas companheiros. Yun Shouping foi um conceituado pintor da dinastia Qing, sendo aclamado como um dos “Seis Mestres do Início do Período Qing”, juntamente com Wang Shimin, Wang Jian, Wang Hui, Wang Yuanqi e Wu Li. Além disso, é conhecido por ter desenvolvido uma técnica de pintura singular de flores conhecidas como “sem ossos”, ou através do termo “mogu”. A técnica caracteriza-se pela representação de imagens com pinceladas livres de tinta colorida, procurando a semelhança em termos de forma, mas pretendendo, por outro lado, transcender as formas naturalistas e capturar o humor e o estilo da pintura característica dos eruditos. Mostra tripartida Dividindo-se em três secções, nomeadamente “Obras-primas”, “Discípulos e Sucessores” e “Artistas Companheiros”, esta exposição apresenta obras representativas de Yun em diferentes períodos, bem como obras da autoria de familiares e discípulos do artista e peças conhecidas da autoria de vários amigos, incluindo os ilustres artistas Wang Shimin, Wang Hui e Zha Shibiao. Para dar a conhecer melhor os feitos artísticos de Yun Shouping aos visitantes, o MAM irá organizar a palestra “Natureza Maravilhosa – Os Pássaros, Flores e Crustáceos de Yun Shouping” no próximo dia 30 de Agosto, com vista a analisar os temas e as técnicas das obras de pintura de pássaros e flores do artista. Um simpósio sobre a exposição “Yun Shouping: Pinturas e Caligrafia do Museu do Palácio e do Museu de Xangai” terá também lugar no MAM, no sábado, contando com a participação de uma série de especialistas e académicos do Interior da China, de Hong Kong e Macau, os quais elaborarão discursos e desenvolverão debates sobre o estilo artístico e a influência de Yun Shouping. A exposição “Yun Shouping: Pinturas e Caligrafia do Museu do Palácio e do Museu de Xangai” está patente até 12 de Novembro do corrente ano, sendo organizadas visitas guiadas em cantonense aos sábados, domingos e feriados, pelas 15h00, a partir de 9 de Setembro.
Hoje Macau EventosOrquestra de Macau | Nova temporada arranca dia 2 de Setembro A nova temporada de concertos da Orquestra de Macau (OM) arranca já a 2 de Setembro com o concerto “Lio Kuokman e a Orquestra de Macau”, que terá lugar no grande auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) pelas 20h. O concerto inaugural terá como convidado o célebre pianista coreano Yekwon Sunwoo, sob a batuta do director da OM, Lio Kuokman. Este irá dirigir a nova temporada de concertos pautada pelo tema “150.º Aniversário do Nascimento de Sergei Rachmaninoff”, célebre compositor russo. Yekwon Sunwoo, por sua vez, foi vencedor de uma medalha de ouro no 15.º Concurso Internacional de Piano Van Cliburn, um dos mais prestigiados concursos de música a nível mundial. Na sua primeira colaboração com a OM, Sunwoo interpretará o Concerto para Piano N.º 2, tida como uma das obras de referência de Rachmaninoff e sendo uma “peça notável pelo seu romantismo e rica variedade de melodias e técnicas”, descreve o Instituto Cultural. Além disso, o maestro Lio dirigirá a orquestra numa interpretação da Abertura Festiva de Dimitri Shostakovich, o tema instrumental Vocalise de Sergei Rachmaninoff e a suite Der Rosenkavalier de Richard Strauss. Os bilhetes para este espectáculo já se encontram à venda e custam entre 180 a 400 patacas.
João Luz EventosRota das Letras | Festival regressa com convidados internacionais A 12ª edição do festival literário Rota das Letras regressa com uma programação que volta a incluir convidados internacionais. Francisco José Viegas, Valério Romão e Yara Monteiro são alguns dos convidados do evento que se realiza entre 6 e 15 de Outubro. No plano musical, destaque para “Samba de Guerrilha”, a obra de Luca Argel que ilustra a história do Brasil A 12.ª edição do festival literário Rota das Letras já mexe, com a divulgação dos primeiros convidados do evento que marca o regresso de escritores e artistas internacionais. O festival, que se realiza entre 6 e 15 de Outubro, será o primeiro desde 2019 a contar com a presença de convidados internacionais, depois das edições anteriores marcadas pelas restrições impostas pelo combate à pandemia. Entre os primeiros nomes anunciados pela organização do festival, destaque para Francisco José Viegas, Valério Romão e Yara Monteiro. Francisco José Viegas, convidado recorrente nos cartazes do Rota das Letras, regressa a Macau um ano depois do lançamento do romance policial “Melancholia”. A obra marca o retorno de um personagem que o escritor criou há mais de 30 anos, o inspector Jaime Ramos, curiosamente a braços com a investigação da morte de uma escritora num festival literário (o Correntes d’Escritas, na Póvoa de Varzim). “Melancholia” segue-se ao aclamado e premiado romance “A Luz de Pequim”, e é a última obra da prolífera carreira do escritor dos sete ofícios, que foi professor, cronista no Jornal de Letras, Expresso, Semanário, O Liberal, O Jornal, Se7e, Diário de Notícias, O Independente, Record, Visão, Notícias Magazine, Elle, Volta ao Mundo e Oceanos. Além disso, foi director das revistas Ler e Grande Reportagem, bem como da Gazeta dos Desportos e dirigiu, entre 2006 e 2008, a Casa Fernando Pessoa. Foi Secretário de Estado da Cultura do Governo de Passos Coelho, cargo que acabaria por ocupar durante apenas um ano depois de se demitir. Valério Romão é outro dos destaques entre os primeiros nomes anunciados da programação deste ano do Rota das Letras. Com uma carreira literária dispersa entre vários géneros e formas de expressão, mas quase sempre com os pés assentes em terrenos literários, Valério Romão escreve de tudo um pouco. Conto, romance, teatro, crónica, fez traduções de clássicos, e aventurou-se em expedições conceptuais entre música e literatura, como o projecto MAO MAO que junta spoken word e a experimentação musical (com José Anjos ao leme). O seu último livro, “Cair para Dentro”, é um roteiro de vida e das relações complicadas de um duo constituído por mãe e filha. A posição de absoluto domínio maternal começa a ser colocada em causa a partir do momento que a começa a demonstrar os primeiros sintomas de demência. A 12.ª edição do Rota das Letras conta também com a presença de Yara Monteiro, a escritora portuguesa nascida em Angola que se estreou em 2018 na vida literária com a publicação do seu primeiro romance “Essa Dama Bate Bué!”. No ano passado, a autora venceu o Prémio Literário Glória de Sant’Anna, com a obra ‘Memórias Aparições Arritmias’. Sobre a obra de poesia, um dos jurados do prémio literário, a escritora brasileira Jane Tutikian, referiu: “Não se pense em rodeios estilísticos, em jogos de figuras de linguagem, em complexidade. Ao contrário, os poemas são construídos numa linguagem simples, objectiva, libertando, assim, a subjectividade e cocriação imagética do leitor”. Samba e clássicos Com os eventos a terem como principais epicentros a Casa Garden e a Livraria Portuguesa, a organização do festival literário revelou ontem que a edição deste ano irá celebrar a obra e os 500 anos do nascimento de Luís de Camões, assim como o nascimento de Henrique de Senna Fernandes, que faria 100 anos no último dia do Rota das Letras (15 de Outubro). A programação do festival irá apresentar também aos amantes das letras sessões que irão incidir sobre autores como Pablo Neruda, W’H Auden e J.R.R. Tolkien, três vultos literários que faleceram há 50 anos. Além disso, a organização do festival promete a publicação de novos livros de autores locais, exibição de filmes e exposições. Com a revelação dos primeiros detalhes do festival literário foi também anunciada a apresentação de “Samba de Guerrilha”, um espectáculo operático que alia música e literatura em três actos. O espectáculo criado por Luca Argel, artista carioca radicado no Porto, terá lugar no Teatro Broadway no dia 14 de Outubro, às 20h30. Os bilhetes para o espectáculo já estão à venda. Segundo Luca Argel, “Samba de Guerrilha” foi pensado como “uma ópera samba” dividida em três actos, através da qual se conta a História do Brasil. Composto por arrojadas versões de clássicos do samba, que se revelam um “interessante instrumento de pesquisa histórica”, o disco parte da premissa de demonstrar como as velhas questões dos tempos coloniais e dos primeiros anos do Brasil enquanto nação, em especial a escravatura, continuam, ainda hoje, a condicionar a vida de milhões de pessoas, sob a forma de racismo, pobreza e todo o tipo de discriminação social. O primeiro acto começa ao som de Samba do Operário, tema escrito pelo mítico Cartola em parceria com um português de Alfama, chamado Alfredo, que se estabeleceu no morro da Mangueira em fuga à ditadura de Salazar. As faixas são antecedidas por uma narração que contextualiza histórica e socialmente cada momento – na voz da rapper luso-angolana Telma Tvon.
Hoje Macau EventosPoesia em português distinguida na 1ª edição do prémio chinês de tradução Poemas de Moçambique, Portugal e do Brasil estiveram entre os seis vencedores da edição inaugural de um prémio de tradução para chinês de poesia em português e espanhol, anunciados na terça-feira. Um dos prémios foi para Luís Lu Jing e Jasmim Wu Hui, dois alunos do doutoramento em Português da Universidade Politécnica de Macau (MPU, na sigla em inglês), pela tradução de poemas do moçambicano José Craveirinha (1922-2003). Um trabalho que resultou no livro “Poemas Seleccionados”, sob a coordenação da professora da MPU, Lola Geraldes Xavier, que foi publicado em Macau pela editora Praia Grande Edições em Maio de 2022. O poeta e tradutor chinês Yao Jingming, membro do júri, disse que a tradução “transmite o ritmo, tom e respiração” dos “poemas de batalha, rítmicos e sonoros, mas também poemas de amor terno” de José Craveirinha. Entre os vencedores esteve ainda Huang Lin, da Universidade de Macau, graças a seis poemas da portuguesa Natália Correia (1923-1993), que Yao Jingming descreve como de “palavras muito sedutoras e perigosas” para um tradutor. Chen Yibing, da Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim, foi também premiado pela tradução do poema “Março”, da luso-angolana Alice Neto de Sousa e de poesia da brasileira Cecília Meireles (1901-1964). Prémios e motivações O prémio de tradução para chinês de poesia em português e espanhol foi lançado no ano passado por uma associação de antigos alunos da Universidade de Pequim, em homenagem ao poeta e tradutor Hu Xudong, que morreu em 2021. A Associação de Alumni da Universidade de Pequim na Província de Hubei disse à Lusa que decidiu lançar o prémio bienal, destinado a estudantes universitários, após receber apoio dos familiares e amigos de Hu Xudong. A associação sublinhou que o prémio tem como objetivo motivar jovens tradutores chineses a olhar para línguas menos populares na China. Os candidatos, que vieram de universidades “de todo o país”, eram “encorajados a descobrir poemas de poetas” que ainda não tinham sido traduzidos para chinês, disse a associação. A China tem actualmente pelo menos 25 instituições de ensino superior que oferecem licenciaturas em português. Hu Xudong, que morreu em 22 de Agosto de 2021, é considerado um dos principais poetas chineses nascidos na década de 1970 e, além de poesia, publicou uma colecção de ensaios sobre o Brasil. Entre 2003 e 2005, Hu Xudong esteve no Brasil a dar aulas na Universidade de Brasília, tendo então começado a traduzir poesia em língua portuguesa para chinês.
Andreia Sofia Silva EventosBienal | Inteligência Artificial em foco na mostra “Livro da Revelação de___” Lam Sio Man e Pal Lok Chok assinam a curadoria da exposição “Livro da Revelação de__”, do colectivo “My Land Culture”, que reúne trabalhos de sete artistas. A exposição, patente na Galeria Lisboa a partir de Outubro, na Doca dos Pescadores, integra a Bienal Internacional de Arte de Macau e traz diversas visões sobre crenças tradicionais, tecnologia e inteligência artificial O colectivo “My Land Culture”, com sete artistas locais e estrangeiros, faz-se representar na exposição intitulada “Livro da Revelação de___”, com curadoria de Lam Sio Man e Pal Lok Chok, e que pode ser vista a partir de 6 de Outubro e até 30 de Novembro na Galeria Lisboa, na Doca dos Pescadores. Integrada no cartaz da Bienal Internacional de Arte de Macau, a mostra foi uma das quatro propostas de curadoria local escolhidas pelo Instituto Cultural (IC) para integrar a bienal, cujo tema é “A Estatística da Fortuna”. Os artistas escolhidos para a exposição são Fan In Kuan, Leong Chi Mou, Leong Chon, Ani Liu, a dupla Marta Stanisława Sala e Cheong Kin Man, Clement Valla e ainda Lu Zhang. Numa resposta por escrito ao HM, assinada em conjunto, os curadores explicam a génese deste projecto, que surge num ano que constitui “um marco histórico na integração da Inteligência Artificial (IA) na sociedade humana”. Apesar da enorme difusão da IA no nosso dia-a-dia, Lam Sio Man e Pal Lok Chok consideram que “há ainda uma tendência notória de jovens que visitam templos e abraçam as práticas religiosas tradicionais”, sendo que “o ressurgimento das crenças tradicionais tornou-se um fenómeno comum entre as novas gerações e a sociedade como um todo”. Desta forma, tornou-se imperativo explorar, na exposição, “este contraste intrigante”, explorando-se “a interligação entre o progresso tecnológico e a observância da religião”. “A nossa intenção era investigar, de uma perspectiva artística, o impacto da tecnologia no nosso processo de tomada de decisões, emoções, comportamentos e normas sociais, nas várias dimensões das nossas vidas. A nossa dependência face à tecnologia, juntamente com a falta de consciência sobre os seus impactos, pode levar-nos a desenvolver certas superstições ou a ignorar os potenciais riscos de desumanização”, frisaram. Assim, o trabalho de curadoria consistiu em chamar os artistas a “desconstruir aparentes aspectos comuns das nossas rotinas diárias”, sempre com um olhar na interacção entre superstições e tecnologia, a fim de “obter um profundo conhecimento da tecnologia, algo que nos pode facilitar uma maior compreensão da própria humanidade”. O nome da exposição, “Livro da Revelação de__” não é comum. O espaço em branco remete para uma “identidade fluída, simbolizando uma nova geração inquieta que navega [online] nesta era”. Esta parte do título significa também que todos os visitantes da exposição são abrangidos pelo projecto, “convidando-os a envolverem-se com as obras de arte e a descobrirem o poder transformador da arte numa era em que a tecnologia pode parecer inadequada e a fé pode estar a diminuir”, apontam. Utopias e interpretações A dupla composta por Cheong Kin Man, artista e antropólogo local, a residir em Berlim, e a artista polaca Marta Sala apresentam um conjunto de obras com o título provisório de “Apocalipses”, constituído por uma peça de tecido, um vídeo experimental e uma publicação artística, ainda em desenvolvimento. Ao HM, Cheong Kin Man explicou que o tema central dos trabalhos desta dupla é a “linguagem utópica”. “A parte principal da instalação, uma peça de tecido com nove a dezasseis quadrados com diferentes motivos e ideogramas, conta a história de uma linguagem emergente, numa época em que a linguagem e a tradução proporcionadas pela inteligência artificial desempenham um papel importante na comunicação humana”, disse ainda. Marta Sala adiantou também que o projecto permitiu à dupla “observar como o trabalho artístico e a inteligência artificial estão a ser incorporados entre si”. Os trabalhos da dupla contribuem, segundo os curadores, para explorar o “impacto da Globalização, a tradução da IA, o impacto da tecnologia nas culturas locais e as linguagens”. É uma colaboração “que atravessa diversas origens linguísticas e culturais, prestando atenção à pressão da homogeneização da cultura num mundo sempre em mudança”. Segue-se o trabalho da artista americana Ani Liu, que apresenta “A.I. Toys (unboxing mania)”, uma obra de 2021 feita em torno da ideia de uma máquina que aprende algoritmos e da IA que gera novos brinquedos. Este projecto “levanta importantes questões sobre a influência da tecnologia nas normas sociais e expectativas, particularmente se considerarmos o papel significativo que os brinquedos e jogos têm no pensamento e socialização das crianças”, adiantam os curadores. Clement Valla, outro artista americano, traz a Macau “Postcards from Google Earth”, um projecto em desenvolvimento desde 2010 que gira em torno do que é realidade e ficção no meio digital, através do trabalho artístico em torno de falhas e erros encontrados em imagens capturadas pelo Google Earth. Depois, Valla “transforma as imagens em postais com várias paisagens distorcidas”. De Macau Na Galeria Lisboa pode ainda ser visto o trabalho de Leong Chon, um artista de Macau cujos trabalhos mais recentes desconstroem “os limites entre o virtual e o real”, nomeadamente com a obra, de 2022, intitulada “Diego Velázquez – Retrato de Inocêncio X”, onde é recriado o quadro do pintor espanhol sobre o Papa Inocêncio X com recurso a técnicas de pintura digitais. Também de Macau, Leong Chi Mou apresenta, com “NeOracle”, uma “interpretação digital das práticas tradicionais [na religião], [algo que] reflecte a enigmática natureza do destino humano na era tecnológica”. Fan In Kuan, também artista local, apresenta duas esculturas com os nomes “Twelve Records”, de 2022, e “Pataca”, de 2020. Questionados quanto aos desafios sentidos para desenvolver esta mostra, Lam Sio Man e Pal Lok Chok alertam para as disparidades em termos de recursos face ao que as operadoras de jogo podem oferecer em termos artísticos, tendo em conta “as desvantagens em termos de equipamentos e recursos”. “O nosso objectivo principal para o público é fazer com que este consiga realizar uma profunda contemplação da nossa vida tecnológica contemporânea, encorajando as pessoas a desenvolver críticas e opiniões com base nas obras de arte provocatórias, em matéria de pensamento, exposição”, rematam.