De cara lavada, Clube Lusitano de Hong Kong tenta recuperar do impacto da pandemia Andreia Sofia Silva - 24 Nov 2020 Depois dos protestos e no meio da pandemia, o Clube Lusitano de Hong Kong, que representa as comunidades macaense e portuguesa no território, quer manter a estabilidade e atrair novas gerações. Esta semana foi inaugurada uma exposição para comemorar os 20 anos da RAEM [dropcap]S[/dropcap]tephen Handley é um homem de esperança. O gerente do Clube Lusitano de Hong Kong, casa dedicada às comunidades macaense e portuguesa, espera recuperar não só do investimento feito na renovação do espaço, que abriu portas em Outubro do ano passado, como do impacto da pandemia da covid-19. “O clube tem tido alguns altos e baixos, com toda a reestruturação dos últimos meses. Investimos muito dinheiro na renovação, tínhamos um plano de negócios que parecia muito bom, mas infelizmente tudo abrandou ao nível das receitas”, disse Stephen Handley ao HM. A renovação estética teve como objectivo mostrar o legado cultural da comunidade. “Não fizemos nenhuma alteração nos últimos anos e precisávamos mesmo de renovar. Quisemos garantir que a nova concepção do projecto fosse buscar inspiração à cultura das comunidades portuguesa e macaense. Também queremos garantir que atraímos a nova geração.” “Desde Abril, temos menos membros a visitar o clube porque há uma preocupação genuína. Agosto foi o pior mês para nós. Mas quisemos manter as portas abertas o máximo de vezes possível, porque os membros têm direito a frequentar o clube, não somos como um restaurante”, disse Stephen Handley. Para dar continuidade aos projectos já pensados, foi inaugurada, esta segunda-feira, uma exposição de fotografias que assinala os 20 anos da RAEM. “Fazemos uma celebração dos 20 anos da RAEM com uma série de fotografias que marcam o progresso e desenvolvimento do território. Essa é a ligação que temos com Macau e esperamos que venhamos a ter mais”, disse. A Fundação Macau apoia a mostra. “Estamos contentes por fazer algo relacionado com a nossa história e com as velhas gerações”, acrescentou Stephen Handley. “Somos sobreviventes” Há 150 anos que o Clube Lusitano de Hong Kong mantém as portas abertas e assim pretende continuar. “Queremos que este legado continue. Os macaenses e portugueses são sobreviventes. Queremos também que as novas gerações possam usufruir do facto de serem membros deste clube.” Stephen Handley contabilizou, nos últimos meses, 80 pedidos de informação para novas inscrições, mas nem todos podem ser elegíveis, assegura. “A nossa base de jovens tem aumentado, e há também uma maior diversidade. Cerca de 42 por cento dos nossos membros são mulheres.” Com um plano de negócios que teve de ser alterado, o clube quer continuar a trabalhar para a comunidade. “Queremos assegurar que temos instalações para macaenses e portugueses. Temos uma presença em Hong Kong, somos próximos do consulado e de algumas organizações. Queremos seguir em frente e adaptar-nos”, concluiu.
IAS | Música contra a toxicodependência custou 12,5 mil patacas Salomé Fernandes - 24 Nov 2020 O Instituto de Acção Social lançou este ano uma música que alerta contra a toxicodependência, para os efeitos nocivos das drogas leves e recorda que o consumo pode levar à prisão. O organismo apostou também em jogos para prevenir o consumo e na mesma mensagem da esposa de Ronald Reagan [dropcap]D[/dropcap]epois de um intervalo de dez anos, o Instituto de Acção Social (IAS) voltou este ano a lançar uma música para dissuadir o uso de drogas. “Caminho Certo” foi produzida por voluntários de instituições particulares, com um orçamento de cerca de 12.500 patacas. Em resposta ao HM, o IAS acrescentou que a interpretação foi feita em conjunto por cidadãos, pessoal do organismo e instituições particulares. A mensagem da música evoca o slogan repetido por Nancy Reagan “just say no” (diz apenas que não), difundido nos anos 80 nos Estados Unidos da América numa campanha de luta contra as drogas. O refrão da música lançada pelo IAS chega mesmo a dizer em inglês “say no” (diz não). A letra frisa a necessidade de que para se “resolver o problema de abuso oculto, é necessária a colaboração da família”. A música alerta para efeitos negativos que o consumo de canábis e drogas leves têm no corpo – e na liberdade. “A dependência mental ou física, pode implicar prisão a qualquer momento”, é uma das mensagens, a par de avisos sobre a perda de uma “cara e corpo bonitos”. A música integra a iniciativa “vamos fazer RAP juntos para resistir às drogas”, organizada pelo IAS e a Associação dos Jovens Cristãos de Macau, e fez parte das actividades do Dia Internacional contra o Abuso e Tráfico Ilícito de Drogas 2020. São várias as opções musicais deste género no site do IAS, embora a maioria tenha sido divulgada em 2010. Nesse ano, saíram títulos como “rainha do veneno” ou “cada um tem o seu próprio caminho”. Jogos para todos O site disponibiliza também jogos antidrogas, cuja personagem central é um cão. Num dos jogos, o jogador dispara sobre outros cães de aspecto criminoso em cenários como uma bomba de gasolina ou um parque infantil. Noutro jogo, são identificadas bagagem com droga num scanner de aeroporto. “Os jogos antidrogas foram iniciados em 2013 e destinam-se a todos os cidadãos de Macau. O orçamento foi de cerca de 40 mil patacas”, respondeu o IAS. Nos últimos dois anos o IAS criou também jogos de tabuleiro antidrogas, em colaboração com instituições particulares. “Minha Vida, Minha Escolha” é uma das opções, em que os jogadores são confrontados com diferentes histórias de vida. “Através deste jogo, os jogadores podem compreender e sentir a história dos toxicodependentes em tratamento”, indica o IAS. A deputada Agnes Lam mostrou-se preocupada com os dados do Governo sobre os consumidores de drogas de Macau. “Os dados indicam que os jovens que trabalham são o maior grupo de consumidores de droga, e que os adolescentes passaram a consumir droga em casa”, indicou em interpelação escrita. A deputada observou que o Governo não interveio na faixa etária dos 21 aos 40 anos e que faltam “soluções eficazes” para os adolescentes que passaram a consumir droga em casa. Assim sendo, Agnes Lam quer saber se o Governo vai redefinir estratégias para o combate à droga.
Turismo | Período de validade do teste de ácido nucleico é para manter João Luz - 24 Nov 2020 [dropcap]E[/dropcap]m resposta a interpelação escrita de Ho Ion Sang, a directora dos Serviços de Turismo (DST) confirma que o Governo não planeia alargar o período de validade do teste de ácido nucleico de sete para 14 dias, como tem sido pedido por vários deputados e sectores sociais. “O actual período de validade é comprovado com uma base científica, no entanto, o período de validade de 14 dias ainda não foi. Portanto, o prolongamento só poderia ser implementado pela Comissão Nacional de Saúde, após fornecimento dos devidos fundamentos científicos”, aponta Helena de Senna Fernandes. A responsável adianta que, sob a tutela local do secretário para a Segurança, desde 23 de Janeiro, a RAEM coordena a prevenção e controlo da pandemia com as autoridades de Guangdong e de Zhuhai. “Passados 9 meses, a parte de Macau, a província de Guangdong e a Cidade de Zhuhai já realizaram mais de 20 reuniões de trabalho, mantendo a negociação das medidas nos postos fronteiriços e das questões alfandegárias entre os residentes de Macau, trabalhadores não residentes e visitantes”, revela a DST. Além disso, Senna Fernandes adianta que será lançada brevemente uma nova aplicação de planeamento de itinerários turísticos, que usa tecnologia de inteligência artificial, faculta dados e informações e permite aos turistas traçarem um roteiro personalizado.
Imigração | Pedidas soluções para problemas de repatriação Nunu Wu - 24 Nov 2020 [dropcap]E[/dropcap]m interpelação escrita, a deputada Chan Hong apelou ao Governo para resolver problemas relacionados com o guia de permanência provisória via legislação, noticiou o canal chinês da Rádio Macau. Quando os processos de repatriamento não conseguem ser concluídos durante o tempo de detenção dos imigrantes ilegais, estes são autorizados a permanecer na RAEM, através de uma notificação de apresentação, o guia de permanência provisória. De acordo com a deputada, foram cometidos recentemente vários crimes por indivíduos que aguardavam repatriação, motivo pelo qual pede medidas de supervisão e redução destas ilegalidades. Além disso, questionou também o Governo sobre como é que o regime jurídico do controlo de migração, permanência e autorização de residência aborda o guia de permanência provisória. A revisão da lei que vai dar origem a esse regime ainda não foi entregue para apreciação na Assembleia Legislativa, apesar de ter sido sujeita a consulta pública em 2018. Por outro lado, a legisladora sugere que o Governo comunique com alguns países do sul da Ásia, com vista a encurtar o tempo para identificação e acelerar o procedimento de repatriação.
Empresas públicas | Governo diz que “não convém” definir regras fora do código comercial Pedro Arede - 24 Nov 2020 Em resposta a uma interpelação de Sulu Sou, a Coordenadora do Gabinete para o Planeamento da Supervisão dos Activos Públicos, Sónia Chan, afirma que, para já, não serão criadas leis específicas para obrigar todas as empresas com capitais públicos a divulgar informações ao público. Prometida fica apenas a realização de uma consulta pública [dropcap]O[/dropcap] Governo considera que “não convém” definir regras obrigatórias fora das disposições do código comercial e dos seus estatutos, sobre a divulgação de informações de empresas de capitais públicos. A posição surge em resposta a uma interpelação escrita enviada por Sulu Sou, onde o deputado pergunta se o Governo está a ponderar tornar pública a informação sobre as remunerações dos quadros superiores das empresas de capitais públicos e criar legislação específica para obrigar as empresas com participação pública inferior a 50 por cento a publicar informações. Apesar não esclarecer directamente as questões colocadas, na resposta assinada por Sónia Chan, Coordenadora do Gabinete para o Planeamento da Supervisão dos Activos Públicos, é reiterado que, através da criação de um regime jurídico unificado, o Governo irá promover o “funcionamento e a gestão eficazes” das empresas de capitais públicos, com o objectivo de “facilitar a supervisão do público em geral”. “Este Gabinete está a realizar o trabalho de estudo preliminar da legislação, a fim de, em fundamento do vigente código comercial, proceder plenamente à revisão e ao estudo de uma série de mecanismos, como a supervisão das decisões sobre a exploração, a avaliação de eficácia, os critérios de remunerações dos membros dos órgãos das empresas de capitais públicos e fazer preparação para a elaboração de um regime jurídico unificado”, pode ler-se na resposta. Promessas e dúvidas Além disso, em cima da mesa, fica ainda a promessa de lançar uma consulta pública sobre o regime jurídico das empresas de capitais públicos “para recolher opiniões e sugestões da sociedade”. Segundo Sónia Chan, para conjugar o aumento da eficácia das empresas, as necessidades de acção governativa e a situação das finanças públicas, o organismo que tutela irá criar “políticas necessárias e adequadas”, tais como a injecção ou desinvestimento de capitais, a transferência de competências ou o ajustamento da estrutura orgânica. Recorde-se que no início de Outubro, Sónia Chan revelou que o Governo retirou a participação de 15 por cento que detinha na sociedade gestora do Centro Incubador de Novas Tecnologias de Macau, S.A. A decisão levou mesmo Sulu Sou a questionar o Governo sobre a existência de um plano “para retirar a participação, mandar encerrar ou reverter investimentos em empresas de capitais públicos” e em que indicadores e mecanismos de avaliação assentou a deliberação.
EUA | Biden anuncia membros do Governo depois de Trump permitir transição Hoje Macau - 24 Nov 2020 Joe Biden anunciou as primeiras escolhas do futuro Governo norte-americano, incluindo o nome de Antony Blinken como secretário de Estado e John Kerry para a pasta do combate às mudanças climáticas. A antiga dirigente da Reserva Federal (Fed) Janet Yellen será a primeira mulher à frente da pasta do Tesouro. Alejandro Mayorkas será o novo secretário de Segurança Interna, numa Administração que vai retomar o papel fundamental da NATO [dropcap]A[/dropcap]s escolhas do Presidente eleito norte-americano para posições-chave no novo Governo revelam uma preocupação de mudança fundamental em relação às políticas de Donald Trump, de encontrar figuras muito próximas do ex-Presidente Barack Obama e de aposta na diversidade. Entre as escolhas que deverão ser anunciadas esperam-se nomes como Michele Flournoy, uma veterana do Pentágono, que deverá ser indicada para o cargo de secretária de Defesa, sendo a primeira mulher neste cargo, Jake Sullivan, um conselheiro de longa data de Biden e Hillary Clinton, para conselheiro de segurança nacional da Casa Branca e Avril Haines, que deverá ser indicada para directora dos serviços de inteligência nacional. O Presidente eleito deverá ainda anunciar a veterana diplomata Linda Thomas-Greenfield como futura embaixadora dos EUA nas Nações Unidas. “Preciso de uma equipa pronta desde o primeiro dia”, escreveu Joe Biden num comunicado divulgado na segunda-feira, explicando que as suas escolhas recaíram sobre “pessoas tão experientes e testadas como inovadoras e criativas”. Além disso, Biden prometeu construir o Governo mais diversificado da história moderna de forma muito célere. Apesar das birras O Colégio Eleitoral de Michigan, um dos estados decisivos nas eleições presidenciais norte-americanas de 3 de Novembro, certificou ontem a vitória do democrata Joe Biden naquele Estado, apesar das pressões de Donald Trump para atrasar o processo. Após a análise do relatório executado por uma comissão, que demonstrou a vitória de Joe Biden naquele Estado por 154 mil votos, o Colégio Eleitoral, composto por dois democratas e dois republicanos, confirmou a vitória de Biden com três votos a favor e uma abstenção. Na sexta-feira, Donald Trump tinha recebido juízes estaduais e líderes do Senado e da Câmara dos Representantes do Michigan na Casa Branca, pressionando-os para que não certificassem a vitória de Joe Biden naquele Estado, segundo a agência AFP. A decisão constituiu mais um revés nos esforços de Trump para utilizar meios não convencionais para mudar o rumo das eleições presidenciais. Segundo a lei de Michigan, Biden reivindica todos os 16 votos eleitorais, após vencer por 2,8 pontos percentuais, uma margem maior do que em outros Estados onde Donald Trump também contesta os resultados, como Geórgia, Arizona, Wisconsin e Pensilvânia, noticia a agência AP. Os esforços do republicano para evitar o reconhecimento da derrota eleitoral têm encontrado cada vez mais resistência nos tribunais e de outros republicanos, a apenas três semanas do Colégio Eleitoral se reunir para certificar a vitória de Biden. Além da boa notícia para os democratas vinda do Michigan, a Administração dos Serviços Gerais, uma agência federal dos EUA, comunicou oficialmente ao Presidente eleito Joe Biden que a Administração do Presidente em funções, Donald Trump, está preparada para fazer a transição formal de poder. O Presidente ainda em funções confirmou esta informação através do Twitter. Segundo um documento obtido pela CNN, a Administração dos Serviços Gerais informou a equipa de Joe Biden de que é o “vencedor aparente” das eleições presidenciais, notícia que também é avançada pela agência Associated Press (AP). Desastre judicial A decisão terá sido tomada depois dos “mais recentes desenvolvimentos envolvendo disputas legais e certificações de resultados eleitorais” disse a administradora Emily Murphy, citada pela AP, apesar de Donald Trump ainda estar a tentar reverter os resultados das eleições nos estados considerados de ‘maior peso’ no colégio eleitoral. Apesar de não serem mencionados, esses desenvolvimentos estarão relacionados com a certificação da vitória de Biden no Michigan, assim como a rejeição de um processo judicial no Pensilvânia por parte da campanha de Donald Trump para impedir a ratificação dos resultados. Esta decisão ‘abre o caminho’ para o democrata Joe Biden aceder às agências e fundos federais, de modo a começar a constituir formalmente a Administração que vai governar o país durante os próximos quatro anos e cuja tomada de posse está agendada para 20 de Janeiro. A AP também explicita que Donald Trump deu instruções à sua equipa para cooperar na transição de administrações, mas o ainda Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) promete continuar a lutar para reverter os resultados, que considera fraudulentos desde que foram conhecidas as primeiras projecções que apontavam para a vitória de Biden. Trump, entretanto, utilizou a rede social Twitter para confirmar esta informação. “No melhor interesse do nosso país, recomendei a Emily [Murphy, responsável da Administração dos Serviços Gerais dos EUA] e à sua equipa para fazerem o que tem de ser feito em relação aos protocolos iniciais [de transição de administrações], e disse à minha equipa para fazer o mesmo”, escreveu. Ainda assim, o ainda Presidente dos EUA fez questão de realçar que vai manter a luta judicial para invalidar os resultados das eleições e que vai ser bem-sucedido. Trump diz também que Murphy foi “assediada, ameaçada e abusada” e que não quer ver tal coisa a acontecer “a ela, à sua família ou aos funcionários da Administração dos Serviços Gerais”. Contudo, o ainda chefe de Estado norte-americano não admitiu a derrota nas presidenciais e considerou, no mesmo ‘tweet’ que ainda há hipóteses de reverter os resultados eleitorais. “O nosso caso continua fortemente, vamos manter a boa luta e acredito que vamos prevalecer”, explicitou Donald Trump. A senhora do Tesouro A antiga dirigente da Reserva Federal (Fed) Janet Yellen foi a escolhida por Joe Biden para Secretária do Tesouro, e vai ser a primeira mulher a desempenhar este cargo. A notícia é avançada pela Associated Press (AP), que confirmou a informação junto de uma fonte, que pediu o anonimato, familiarizada com o processo de escolha dos elementos da equipa de Biden para os próximos quatro anos. Enquanto Secretária do Tesouro, Yellen vai iniciar o primeiro de quatro anos de mandato da Administração Biden com a economia norte-americana fragilizada, por causa da pandemia. O desemprego que subiu em ‘flecha’, a reposição de medidas de confinamento obrigatório em várias cidades dos EUA para mitigar a propagação do SARS-CoV-2 e a incerteza que está a dominar os mercados são obstáculos com os quais Yellen se vai deparar a partir do final de Janeiro. Janet Yellen, de 74 anos e que foi também a primeira mulher a chefiar a Fed (2014-2018), era uma das conselheiras presidenciais da candidatura de Biden. Entre as funções da futura Secretária do Tesouro vai estar a negociação da política económica com o senador Mitch McConnel, republicano eleito pelo Kentucky, que vai continuar como líder da maioria republicana no Senado. Outra pasta a anunciar será ocupada por Alejandro Mayorkas enquanto próximo Secretário da Segurança Interna. Importa recordar que Mayorkas já desempenhou a função de subsecretário nesta pasta entre 2013 e 2016, no Governo de Barack Obama. Saída da toca O secretário-geral da NATO e o Presidente eleito dos Estados Unidos mantiveram ontem uma conversa telefónica sobre a importância da Aliança Atlântica como “pedra angular” da segurança colectiva na Europa e na América do Norte. Num comunicado da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) é referido que o secretário-geral Jens Stoltenberg manifestou o desejo de “trabalhar muito de perto” com Joe Biden para fortalecer “ainda mais” a ligação entre a América do Norte e a Europa e, ao mesmo tempo, preparar a reunião da liderança da Aliança Atlântica me 2021. Stoltenberg, lê-se no comunicado, também felicitou Biden pela vitória nas eleições presidenciais norte-americanas de dia 3 deste mês e agradeceu ao dirigente democrata por sempre ter defendido a NATO e a relação transatlântica. Entretanto, também a Europa apelou ao futuro ocupante da Casa Branca para um encontro de trabalho. O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, convidou Joe Biden, para uma reunião em Bruxelas com os líderes europeus em 2021, para relançar a parceria transatlântica, anunciou o seu gabinete. Em comunicado, o porta-voz do presidente do Conselho indica que este conversou ao telefone com Biden “e felicitou-o pela sua eleição como 46.º Presidente dos Estados Unidos e Kamala Harris como futura vice-presidente”. “Durante a chamada, o presidente Michel propôs a reconstrução de uma forte aliança transatlântica, baseada nos interesses comuns e valores partilhados”, aponta o porta-voz, acrescentando que Charles Michel “saudou o forte compromisso do Presidente eleito Biden para com os aliados da América e o seu apoio à cooperação europeia”. Sublinhando que “a UE está pronta a enfrentar juntamente com os Estados Unidos os grandes desafios de hoje”, tais como “a pandemia da covid-19, a recuperação económica, as alterações climáticas, a segurança e o multilateralismo”, o comunicado dá conta então de que Charles Michel “convidou o Presidente eleito para uma reunião especial com os membros do Conselho Europeu, em Bruxelas, em 2021, para uma discussão sobre as prioridades partilhadas”. Caso Biden aceite o convite, a sua primeira deslocação à Europa como Presidente dos Estados Unidos poderá assim ocorrer durante a presidência portuguesa da UE, no primeiro semestre do próximo ano. De acordo com o porta-voz, o presidente do Conselho Europeu agradeceu ainda a Biden “o seu claro apoio relativamente à implementação do Acordo de Saída que a UE concluiu com o Reino Unido no ano passado”, acordo esse que “preserva a paz e a estabilidade na Irlanda e respeita integralmente o acordo da Sexta-feira Santa. Biden recebeu outro telefonema de Bruxelas, da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou a própria na sua conta oficial na rede social Twitter. “Fantástico ter falado com o Presidente eleito Joe Biden. Felicitei-o pela sua vitória. É um novo começo da parceria global UE-EUA”, escreveu Von de Leyen, concluindo que, “trabalhando em conjunto, uma União Europeia forte e uma América forte podem moldar a agenda global com base na cooperação, multilateralismo, solidariedade e valores partilhados”.
Filipinas | Duterte já despediu cerca de 800 funcionários por corrupção Hoje Macau - 24 Nov 2020 [dropcap]O[/dropcap] Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, despediu cerca de 800 funcionários governamentais por actividades ilegais, desde que iniciou o mandato em 2016, no âmbito de uma campanha anti-corrupção. “Continuarei a perseguir todos os trabalhadores do governo envolvidos em casos de corrupção”, advertiu na segunda-feira à noite o chefe de Estado filipino, num discurso televisivo. Acusado por vozes da oposição de alegadamente esconder uma fortuna ilegal em contas estrangeiras, Duterte adiantou que, na próxima semana, vai identificar mais funcionários despedidos por terem cometido ilegalidades. Alfândegas, Imigração, Obras Públicas, Receita Federal ou Filhealth, empresa pública de Segurança Social, têm sido algumas das agências governamentais afetadas por casos de corrupção durante o mandato de Duterte. O Presidente filipino acrescentou que os funcionários despedidos foram punidos com multas administrativas e que o Provedor de Justiça é a figura encarregada de apresentar acusações criminais contra funcionários do Governo envolvidos em crimes como suborno ou corrupção. A guerra contra a corrupção, juntamente com a guerra antidroga e contra os rebeldes comunistas, é um dos pilares da política de Duterte. No mês passado, ordenou ao Departamento de Justiça, que atua como Ministério Público, que “investigasse todo o Governo por corrupção” até ao fim do mandato, em 2022. Duterte mostrou ainda uma lista da Comissão Presidencial Anticorrupção que inclui nomes de congressistas que alegadamente solicitaram comissões em troca da aprovação de projetos de lei, sem identificar os suspeitos. O chefe de Estado filipino sublinhou que o cargo não lhe confere jurisdição para acusar os congressistas suspeitos de corrupção, mas indicou que ia transmitir a lista ao Provedor de Justiça para que este tome medidas. “Segundo a lei política, não tenho o direito de investigar os congressistas, eles pertencem a um órgão governamental separado”, disse Duterte, instando o parlamento a abrir uma investigação interna.
MNE chinês no Japão para negociar retoma de viagens e questões regionais Hoje Macau - 24 Nov 2020 [dropcap]O[/dropcap] ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, chegou hoje ao Japão para abordar com o homólogo japonês formas de reavivar as economias dos dois países, atingidas pela pandemia da covid-19, e questões regionais. Durante a visita de dois dias, Wang Yi e Toshimitsu Motegi vão abordar a retomada de viagens de negócios entre a segunda e a terceira maiores economias do mundo, o que permitiria aos visitantes participarem em atividades comerciais limitadas durante os períodos de quarentena de 14 dias. O Japão lançou recentemente acordos semelhantes com alguns países asiáticos. A visita ocorre numa altura em que o Japão enfrenta nova vaga de infeções pelo novo coronavírus e o Executivo japonês tenta equilibrar medidas de prevenção contra a doença e a necessidade de reavivar a economia. Wang Yi deverá reunir-se com o primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, durante a visita a Tóquio. O Japão e a China não estão a considerar reagendar a visita de Estado do Presidente chinês, Xi Jinping, ao Japão, originalmente planeada para a primeira metade deste ano, mas adiada devido à pandemia. As relações entre os dois países são frequentemente abaladas por disputas territoriais e memórias da invasão japonesa da China, mas os laços melhoraram nos últimos anos. O Japão, um importante aliado de Defesa dos Estados Unidos, vê a China como um parceiro comercial crucial e enfrenta o desafio de equilibrar as relações com os dois países. A visita também ocorre numa altura de preocupações crescentes sobre a crescente influência da China na região. O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, manteve conversações na semana passada com Suga, com quem concordou intensificar a parceria militar para “promover a paz e a estabilidade na região do Indo-Pacífico”, numa reação à crescente assertividade da China. O Japão e a Austrália, junto com os EUA e a Índia, estão a tentar recrutar outros países para se juntarem a um bloco que visa conter a assertividade territorial da China, o que foi alvo de críticas de Pequim. Após visitar o Japão, Wang Yi vai-se deslocar à Coreia do Sul.
IPOR discute ensino de português à distância após pandemia Hoje Macau - 24 Nov 2020 [dropcap]O[/dropcap] Instituto Português do Oriente (IPOR) organiza esta sexta-feira e sábado, dias 27 e 28, a VI edição dos “Encontros de Pontos de Rede”, este ano dedicados ao ensino à distância de português como língua estrangeira (PLE), após a pandemia. Em comunicado, o IPOR recorda que a edição de 2020 se realiza no contexto da pandemia de covid-19, que “impôs ao mundo uma nova realidade, até aqui apenas explorada como possibilidade fantástica em obras de ficção”, mas que pode servir de pista para o futuro. “Tal como em outras áreas de actividade, em Educação as dinâmicas de trabalho à distância – já anteriormente em uso e em expansão – emergiram como alternativa natural à presença física dos intervenientes”, pode ler-se na nota. Apesar das “dificuldades e limites” originados pela pandemia, o IPOR aponta também a possibilidade de “aferir potencialidades da interação à distância”, nomeadamente em relação “à racionalização e agilização de processos administrativos e à condução da acção pedagógico-didáctica”. “É, pois, altura de fazer os balanços possíveis e de repensar o futuro próximo e o futuro mais distante pós-pandemia, em tempo ainda incerto”, indica-se na nota. Organizados anualmente, os Encontros de Pontos de Rede “pretendem criar um espaço de partilha de experiências entre professores de PLE e investigadores nesta área”. A edição deste ano, que vai discutir, entre outros, “estratégias e recursos didáticos” e a “avaliação e certificação de aprendizagens”, conta com a participação de académicos de vários países, incluindo José Pascoal, da Universidade de Macau, Raquel Carinhas, da Universidade da República do Uruguai e do Camões I.P., Helena Araújo e Sá, da Universidade de Aveiro, Filomena Capucho, da Universidade Católica Portuguesa, e Ana Sofia Pinho, da Universidade de Lisboa. Estão ainda confirmadas comunicações de docentes e investigadores do Brasil, Chile, França e Tailândia, bem como do Instituto Politécnico de Macau e de várias universidades do interior da China, incluindo a Universidade de Comunicação da China e a Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim, além das universidades de Nankai, Jiaotong e Hebei, segundo a mesma fonte. A sessão de abertura realiza-se no dia 27 de novembro, às 09h00, no auditório Dr. Stanley Ho, no Consulado-Geral de Portugal em Macau.
TUI | Wong Sio Chak soma vitória nos tribunais João Santos Filipe - 24 Nov 2020 [dropcap]O[/dropcap] secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, está mais perto de aplicar a pena de suspensão a um agente dos Serviços Correccionais que deixou o posto de vigia, em Junho de 2010. Após processo disciplinar instaurado em 2011, Wong, que assumiu funções de secretário em 2014, decidiu suspender o agente por 90 dias, já em 2016. No entanto, o agente recorreu para o tribunal e a punição foi declarada ilegal, devido à alegada prescrição de um prazo. No entanto, o secretário, segundo o comunicado dos tribunais, decidiu levar o caso da suspensão do agente para o Tribunal de Última Instância (TUI), onde acabou por ver parte dos seus intentos realizados. De acordo com o TUI, o ETAPM regula completamente os prazos de prescrições para os processos disciplinares, pelo que o TSI errou ao chegar a uma decisão com base não só no ETAPM, mas também no Código Penal. Por este motivo, o TUI enviou de novo o caso para o TSI que agora vai analisar todos os outros argumentos da defesa do agente, antes de decidir.
Polícia Judiciária interroga menores devido à prática de bullying Hoje Macau - 24 Nov 2020 [dropcap]A[/dropcap] Polícia Judiciária revelou ontem que investigou quatro jovens com idade entre os 14 e 15 anos, devido à prática de bullying. Segundo um comunicado, o caso começou em 14 de Outubro, quando um dos estudantes terá fotografado, sem autorização, uma jovem. A imagem terá sido partilhada em grupos de conversações e usada para fazer “piadas “sobre o aspecto da estudante. Como o gozo com a fotografia nunca mais chegava ao fim, a aluna apresentou queixa a um professor, que utilizou o mecanismo de comunicação das escolas com a polícia para instaurar um processo. Perante a queixa, a PJ interrogou os quatro alunos envolvidos e todos confessaram ter partilhado as fotografias e utilizado os materiais digitais, por se sentirem “aborrecidos”. Contudo, e ao contrário do que acusou a estudante alvo de bullying, os quatro rapazes recusaram que a fotografia tivesse sido tirada sem consentimento da aluna. Mesmo assim, a PJ entendeu que os alunos tinham cometido o crime de “devassa da vida privada”, punível com pena de prisão que pode chegar aos dois anos, e, apesar destes não terem idade para serem acusados, reencaminhou a queixa para o Ministério Público. O objectivo será agora apurar a origem das fotografias. No comunicado de ontem, a PJ apelou aos alunos para não fazerem bullying.
Serviços de Saúde afastam legislação sobre comida vegetariana Salomé Fernandes - 24 Nov 2020 [dropcap]O[/dropcap] director dos Serviços de Saúde (SS) considera que a alimentação vegetariana não satisfaz as necessidades nutricionais do corpo e afasta a possibilidade de se criar legislação sobre este tipo de comida. “Nesta fase, os Serviços de Saúde continuarão a promover conhecimentos básicos em nutrição com vista a alcançar uma vida saudável e uma alimentação equilibrada, portanto, neste momento, não será considerada a promoção de uma cultura vegetariana, de legislação ou elaboração das orientações pertinentes”, respondeu Lei Chin Ion a uma interpelação escrita de Agnes Lam. A deputada tinha submetido uma interpelação em que indicava ter recebido muitos pedidos de residentes que solicitavam que o Governo tomasse como referência a lei sobre vegetarianismo aprovada em Portugal em 2017. Além disso, observou que uma associação de vegetarianos recolheu duas mil assinaturas e apresentou uma petição ao Governo a pedir que se dê mais importância à produção legislativa sobre o tema. Agnes Lam apelou assim a que se crie em Macau legislação a prever o fornecimento de pelo menos um prato vegetariano em cantinas e restaurantes de serviços e instituições públicas. Em resposta, Lei Chin Ion descreve que existem poucos tipos de alimentos vegetarianos e que “na ingestão de apenas comida vegetariana os nutrientes não serão suficientemente abrangentes nem poderão satisfazer as necessidades nutricionais do corpo”.
Classe sanduíche | Mais de 90% apoia plano do Governo Hoje Macau - 24 Nov 2020 [dropcap]D[/dropcap]e acordo com os resultados preliminares da consulta pública sobre o plano de habitação da classe sanduíche, mais de 90 por cento dos residentes mostraram ser a favor ou não se opuseram à sua implementação. A informação foi avançada ontem pelo director substituto dos Serviços de Estudo de Políticas e Desenvolvimento Regional, Ung Hoi Ian no programa Fórum Macau, do canal chinês da TDM – Rádio Macau. Segundo o mesmo responsável, apenas 4,5 por cento dos residentes mostraram estar contra a medida. Sobre a definição dos destinatários do programa, Ung Hoi Ian avançou que 50 por cento dos residentes são da opinião de que o termo “classe sanduíche” deve ser aplicado à população que não tem, nem capacidade para adquirir habitação no mercado privado, nem se pode candidatar ao plano de habitação económica. O programa de habitação da classe sanduíche está em consulta pública até dia 11 de Dezembro.
Administração | Reorganização passa por leis mais específicas Pedro Arede - 24 Nov 2020 [dropcap]O[/dropcap] Governo considera necessário definir “leis e diplomas mais específicos”, capazes de clarificar as responsabilidades e os procedimentos de trabalho, por parte dos serviços da Administração Pública. A informação foi avançada pelo director dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP), Kou Peng Kuan, em resposta a uma interpelação escrita enviada por Agnes Lam. De acordo com Kou Peng Kuan, estando já definidos os princípios que irão pautar a reforma administrativa, a reorganização “dos primeiros serviços” passa pela clarificação de funções, demarcação das competências e responsabilidades, simplificação e maior eficiência. Por escrito, o director dos SAFP diz ainda que a segunda fase da reorganização irá focar-se na reorganização das funções e diplomas legais das entidades gestoras de fundos públicos. Sobre o mecanismo de “cooperação interdepartamental”, o Governo irá debruçar-se em serviços que “desde há muito têm importunado a população”, tais como as obras nas vias públicas e as infiltrações de água nos edifícios.
Emprego | Pedidos mais residentes em quadros superiores Nunu Wu - 24 Nov 2020 [dropcap]O[/dropcap]s deputados Sulu Sou e Ng Kuok Cheong querem que o Governo implemente mecanismos de controlo sobre o acesso de trabalhadores não residentes (TNR) a cargos médios e superiores em sectores afectados pela pandemia, como o jogo, turismo, hotelaria e retalho. Os pedidos foram enviados sob a forma de interpelações escritas. Recordando que, desde o final do ano passado e até Maio de 2020, a percentagem de residentes que ocupam cargos médios e superiores nas empresas ligadas ao sector do jogo caíram de 88 por cento para 87,7 por cento, Ng Kuok Cheong defende que o Governo aumente a quota destinada aos residentes para os 90 por cento. Em sentido contrário, o deputado sugere que a proporção de TNR que ocupam cargos superiores no sector do jogo seja reduzida para um novo máximo de 25 por cento. Isto porque, segundo Ng Kuok Cheong, se em 2011 esta proporção era de 20 por cento, em Agosto de 2020 já tinha sido aumentada para 28,8 por cento. Por seu turno, Sulu Sou perguntou ao Governo se já tem plano para lidar com o expectável aumento de despedimentos e encerramentos no início do próximo ano, tendo em conta que chegará ao fim o prazo de seis meses em que os beneficiários dos planos de apoio do Governo estiveram obrigados a não despedir ou fechar portas.
Austrália lamenta “deterioração desnecessária” das relações com Pequim Hoje Macau - 24 Nov 2020 [dropcap]O[/dropcap] primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, denunciou hoje a crescente pressão exercida pela China sobre o seu país, acusando Pequim de estar a causar uma “deterioração desnecessária” das relações bilaterais. Numa intervenção durante um encontro ‘online’ com um ‘think tank’ do Reino Unido, Morrison destacou o desejo da Austrália de ter relações “mutuamente benéficas” com Pequim e com os Estados Unidos, enquanto persegue os seus próprios interesses de forma independente. O primeiro-ministro também negou que a Austrália esteja subjugada aos Estados Unidos, num contexto de deterioração das relações sino-americanas. Nos últimos meses, o relacionamento entre Camberra e Pequim deteriorou-se rapidamente. A Austrália excluiu o grupo chinês das telecomunicações Huawei das suas redes de quinta geração (5G) e solicitou uma investigação independente sobre a origem do novo coronavírus. A China, o maior parceiro comercial da Austrália, retaliou ao suspender as importações de um grande número de produtos australianos, incluindo carne, cevada e madeira. De acordo com Morrison, esta diplomacia coerciva é apenas uma “amostra” do que outros países poderão sofrer no futuro. Aludindo ao futuro governo do presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, o primeiro-ministro insistiu que países como a Austrália não deveriam ser forçados a escolher entre Washington e Pequim. “Será necessária mais latitude por parte das maiores potências do mundo, para satisfazer os interesses individuais dos seus parceiros e aliados. Todos nós precisamos de um pouco mais de espaço para avançar”, disse Morrison, no encontro com a unidade de investigação Policy Exchange, do Reino Unido. “Deve haver uma apreciação mais matizada dos interesses dos diferentes estados na maneira como lidam com as grandes potências. As escolhas difíceis não atendem aos melhores interesses de ninguém”, acrescentou o primeiro-ministro australiano.
Ex-PM japonês investigado por utilização ilegal de fundos para financiar eventos privados Hoje Macau - 24 Nov 2020 [dropcap]P[/dropcap]rocuradores no Japão estão a investigar o gabinete pessoal do antigo primeiro-ministro Shinzo Abe pela alegada utilização ilegal de fundos para financiar eventos privados, para os quais foram convidados apoiantes do líder japonês entre 2013 e 2019. Como parte desta investigação, a acusação começou a recolher declarações de secretários que trabalharam para Abe e de funcionários de organizações políticas, para obter mais informação sobre a forma como estes eventos foram financiados, de acordo com as notícias hoje publicadas nos meios de comunicação locais. Estas festas foram realizadas todos os anos em hotéis de luxo, entre 2013 e 2019, para as quais foram convidados centenas de apoiantes da Abe, que são suspeitos de receber um financiamento de cerca de oito milhões de ienes, disseram fontes judiciais à agência local Kyodo. A lei japonesa exige que os partidos e organizações privadas simpatizantes dos políticos declarem todas as suas receitas e despesas, algo que o gabinete pessoal da Abe não teria feito neste caso, de acordo com as mesmas fontes. O antigo primeiro-ministro japonês, que renunciou ao cargo em meados de setembro, devido a problemas de saúde, disse hoje que o seu gabinete privado “está a cooperar plenamente com a investigação”. A acusação abriu a investigação na sequência de um processo instaurado em maio por um grupo de cerca de 660 advogados e académicos contra Abe e os seus assistentes, acusando-os de infringir a lei. O último destes jantares realizou-se na primavera de 2019, no Hotel New Otani, em Tóquio, na véspera de um feriado tradicional para ver as flores de cerejeira, e contou com a presença de cerca de 800 convidados, incluindo figuras proeminentes e apoiantes de Abe, muitos deles de Yamaguchi, a sua terra natal.
Espaço | Preparação final para recolha de material lunar Hoje Macau - 23 Nov 2020 A China continua a dar passos em frente na conquista do espaço. Pela primeira vez, desde os anos 70, uma nave vai pousar na superfície lunar para recolher rochas e destroços que poderão vir a ser determinantes na compreensão do sistema solar [dropcap]T[/dropcap]écnicos chineses estiveram ontem a fazer os preparativos finais para uma missão que visa trazer de volta material da superfície lunar, no que seria um grande avanço para o programa espacial da China. A nave Chang’e 5 vai realizar a missão lunar mais ambiciosa do país asiático até à data e marca a primeira vez em quatro décadas que um país tenta trazer rochas e destroços da Lua para a Terra. Isto poderia aumentar a compreensão humana sobre a Lua e o sistema solar em geral. Os quatro módulos da Chang’e 5 devem ser enviados para o espaço esta terça-feira, a bordo do foguete Longa Marcha-5, a partir do centro de lançamento de Wenchang, na província de Hainan, extremo sul da China, de acordo com uma descrição da missão feita pela agência norte-americana NASA. A Administração Espacial da China disse apenas que o lançamento está programado para o final de Novembro. A principal tarefa da missão é perfurar dois metros abaixo da superfície da Lua e recolher cerca de dois quilogramas de rochas e outros detritos para serem trazidos de volta à Terra, de acordo com a NASA. Esta seria a primeira oportunidade que os cientistas teriam para estudar o material lunar, desde as missões norte-americana e russa das décadas de 1960 e 1970. A missão é “realmente desafiadora”, mas a China já conseguiu pousar por duas vezes na Lua com as missões Chang’e 3 e Chang’e 4 e mostrou com um teste da Chang’e 5, realizado em 2014, que pode fazer com que a cápsula volte à Terra, entrando novamente na atmosfera e aterrando na superfície terrestre, disse Jonathan McDowell, astrónomo do Centro de Astrofísica da Harvard-Smithsonian. Agora só falta mostrar que pode recolher amostras e descolar novamente da lua, disse McDowell. “Estou bastante optimista de que a China conseguirá fazê-lo”, disse. Bom exemplo O módulo da Chang’e 5 só pode permanecer na lua por um dia lunar, ou cerca de 14 dias terrestres, porque não tem as unidades de aquecimento de radioisótopos que a actual sonda lunar na China, a Chang’e 4, possui, para resistir às noites gélidas da lua. O módulo de pouso cavará em busca de materiais com uma broca e braço robótico. Os materiais serão transferidos para um elevador. Os materiais serão então movidos para a cápsula de retorno, que regressará à Terra. A complexidade técnica do Chang’e 5, com os seus quatro componentes, torna-o “notável em muitos aspectos”, disse Joan Johnson-Freese, especialista em assuntos do Espaço do Colégio de Guerra Naval dos Estados Unidos. Se for bem-sucedido, pode ser um projecto replicado para recolher amostras em Marte ou mesmo para uma missão lunar tripulada, disse Johnson-Freese. “A China está a revelar-se capaz de desenvolver e executar com sucesso programas sustentados em alta tecnologia, importantes para aumentar a sua influência regional e realizar parcerias potencialmente globais”, disse. A missão, baptizada em homenagem à deusa chinesa da lua Chang’e, está entre as mais ousadas da China desde que colocou um homem no espaço, pela primeira vez, em 2003, tornando-se a terceira nação a fazê-lo, depois dos EUA e da Rússia. Embora muitas das conquistas anteriores do programa espacial da China, incluindo a construção de uma estação espacial experimental e a realização de uma caminhada espacial, reproduzam feitos alcançados por outros países anteriormente, o país está agora a progredir para a realização de feitos únicos. Sempre a abrir A Chang’e 4 foi a primeira sonda a pousar no lado relativamente inexplorado da Lua, que não é visível a partir da Terra, e está a fornecer medições completas da exposição à radiação da superfície lunar, que são vitais para qualquer país que planeie enviar astronautas à Lua. Em Julho passado, a China tornou-se um dos três países a lançar uma missão a Marte, que vai procurar sinais de água no planeta vermelho. As autoridades chinesas dizem que a nave Tianwen 1 está em curso para chegar a Marte por volta de Fevereiro. Embora os EUA tenham seguido de perto os sucessos da China, é improvável que colaborem com o país, numa altura de crescentes tensões e desconfiança política, rivalidade militar e acusações de usurpação de tecnologia por parte da China.
Hong Kong | Eurodeputada Isabel Santos quer visitar Tsz Lun Kok Pedro Arede - 23 Nov 2020 A eurodeputada, ligada ao Partido Socialista, enviou um pedido às autoridades da China para visitar o jovem com nacionalidade portuguesa e chinesa detido em Shenzhen desde 23 de Agosto, sem oportunidade de contactar a família ou o advogado. Isabel Santos defende o total esclarecimento da situação e a libertação de Tsz Lun Kok [dropcap]A[/dropcap] eurodeputada Isabel Santos enviou um pedido às autoridades da República Popular da China para visitar Tsz Lun Kok, o estudante de nacionalidade chinesa e passaporte português que se encontra detido em Shenzhen desde Agosto e que continua incontactável deste então. Segundo avançou a TDM – Canal Macau, a eurodeputada comunicou a intenção de se encontrar com o jovem de 18 anos, através de uma publicação na rede social Facebook, onde informa ter enviado cartas aos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Justiça da China. Recorde-se que Tsz Lun Kok enfrenta acusações relacionadas com os protestos pró-democracia em Hong Kong no ano passado, após ter sido detido pela guarda costeira chinesa a 23 de Agosto, juntamente com mais 11 activistas, quando tentavam chegar por mar a Taiwan, onde se pensa que procuravam asilo. Sobre aquilo que considera ser a “nova e sinistra Lei de Segurança Nacional imposta em Hong Kong”, Isabel Santos lembra que o estudante é acusado de participar em motins, sendo essa “uma acusação cada vez mais utilizada pelas autoridades para conter a revolta popular e o combate pela Democracia nas ruas de Hong Kong”. A eurodeputada revela ainda que, além das autoridades da China, comunicou o envio do pedido ao embaixador da China em Lisboa, ao chefe de missão da China junto da União Europeia e ainda a Josep Borrel, Alto Representante e vice-presidente da Comissão Europeia, a quem pediu “intervenção na defesa dos direitos deste cidadão português”. “A todos manifestei a minha profunda preocupação com as condições de detenção deste estudante, que possui nacionalidade portuguesa, e de todos os seus colegas detidos nas mesmas condições”, pode ler-se na publicação. Até ao fim Afirmando que irá continuar a acompanhar a situação “sem descanso” e no exercício das suas funções como eurodeputada, Isabel Santos compromete-se a tomar “as iniciativas que entender necessárias” na defesa “dos Direitos Humanos e dos valores da Democracia e Liberdade”. Quanto a Tsz Lun Kok, a eurodeputada defende a sua libertação e mais esclarecimentos. “Esta é uma causa que merece uma grande mobilização de todos na defesa destes valores, batendo-nos pelo total esclarecimento desta situação e pela libertação de Tsz Lun Kok. E peço que se juntem a mim neste combate”, apontou. Recorde-se que, sobre o caso, o embaixador de Portugal na China, José Augusto Duarte, considerou, durante a sua passagem por Macau no mês passado, que uma abordagem discreta é preferencial e que tem visto “elementos alentadores” num “jogo diplomático que é delicado e que exige muita paciência e determinação”. Em Setembro, tanto o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) como o Consulado de Portugal em Macau e Hong Kong afirmaram que estão a acompanhar o caso, apontando, no entanto, que “a China não reconhece a dupla nacionalidade a cidadãos chineses”, o que limitaria a intervenção das autoridades portuguesas “ao domínio humanitário, procurando assegurar que o detido se encontra bem, que lhe seja dispensado um tratamento digno e que possa ser defendido por um advogado”.
Tele-trabalho I David Chan - 23 Nov 2020 [dropcap]A[/dropcap] semana passada, o Hongkong and Shanghai Banking Corporation (HSBC) e o Standard Chartered Bank anunciaram que iam colocar os empregados em tele-trabalho. Será este o modelo de trabalho do futuro? E terá Macau condições para o aplicar? O HSBC permite que os empregados trabalhem a partir de casa até quatro dias por semana e atribui subsídios até $2,500 para que possam adquirir o equipamento necessário, tal como mobiliário de escritório, computadores, etc.; o Banco também encoraja os trabalhadores a discutirem com os seus supervisores a melhor forma de optimizar as condições do trabalho a partir de casa. O Standard Chartered Bank já anunciou que, a partir de 2021, irá colocar os funcionários progressivamente em tele-trabalho. Os trabalhadores poderão escolher os horários e o local onde desempenham as suas funções. Poderão trabalhar no escritório ou em casa, ou em ambos os locais. Este modelo vai aplicar-se a todos os países onde o Banco tem delegações, a saber, Reino Unido, Estados Unidos, Hong Kong, Singapura, Emiratos Árabes, Polónia, Malásia, China e Índia. O Standard Chartered Bank espera vir a aplicar este modelo a 90 por cento dos seus funcionários em 2023. O DBS Bank of Hong Kong também propôs que o modelo do tele-trabalho passe a representar 40 por cento da sua actividade laboral. Além das entidades bancárias, o Twitter e a Microsoft também informaram que os seus empregados vão trabalhar a partir de casa de forma permanente. O Facebook e o Google estão igualmente a aderir a este modelo e vão colocar a maior parte dos seus colaboradores em tele-trabalho até 2021. Devido à actual pandemia, é necessário manter a distância social. Os locais de trabalho são zonas de risco que podem facilitar os contágios. Podemos pois afirmar que esta pandemia veio alterar a forma de trabalhar. Mas será que este modelo se vai manter depois da epidemia passar? O trabalho à distância tira as pessoas dos escritórios e coloca-as em casa. O trabalho colectivo transforma-se em trabalho individual. O computador passa a ser o único companheiro de trabalho. Os horários podem flexibilizar-se; as directrizes “humanas” transformam-se em directrizes fornecidas por bases de dados. Do ponto de vista empresarial, este modelo implica redução de despesas. Não havendo necessidade de instalações, não há lugar ao pagamento de aluguer, nem de electricidade, ou água, nem existe quaisquer outro tipo de custo relacionado com a manutenção de um espaço. A 9GAG é um bom exemplo do que foi dito. A 9GAG é um website de comunicação social quer permite a colocação de imagens e de vídeos dos seus utilizadores. A empresa foi fundada a 23 de Abril de 2008. No início, sete dos oito empregados trabalhavam num pequeno escritório, tendo-se mudado posteriormente para Tsuen Wan, em Hong Kong. Este novo espaço tinha 7.000 metros quadrados. Para criar um bom ambiente de trabalho, a empresa deu aos funcionários uma série de benefícios. Foram gastos 2 milhões de dólares de Hong Kong em renovações, compraram mesas de ténis, havia salas de jogos, comida grátis, etc. Após o surto de covid, a empresa desistiu deste espaço, permitindo que os funcionários trabalhassem a partir de casa e passou a recorrer às videoconferências e ao software de mensagens instantâneas para organizar e distribuir as tarefas. O funcionamento da empresa não foi afectado. O tele-trabalho faz com que as empresas reduzam custos, mas será este modelo perfeito? No início da pandemia, os funcionários de um Banco de Hong Kong encararam o tele-trabalho como uma espécie de férias, e juntavam-se em grupos para passear nos suburbíos. Depois de a comunicação social ter exposto esta situação, questionou-se se o trabalho a partir de casa não tornaria as pessoas indolentes e se não iria afectar a relação de confiança entre superiores e subordinados. Por aqui se pode ver que o tele-trabalho não é só um mar de rosas. Na próxima semana, analisaremos se este modelo é aplicável a Macau. Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau Professor Associado da Escola Superior de Ciências de Gestão/ Instituto Politécnico de Macau Blog:http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog Email: legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk
O mais popular concerto para violino Michel Reis - 23 Nov 2020 [dropcap]O[/dropcap] compositor alemão Max Christian Friedrich Bruch, cujo centenário da morte se assinalou no passado dia 2 de Outubro, nasceu em 1838 em Colónia, filho de Wilhelmine Almenräder, uma cantora, e de August Carl Friedrich Bruch, um advogado e mais tarde oficial da polícia de Colónia. Bruch recebeu uma formação musical precoce com o compositor e pianista Ferdinand Hiller, a quem Robert Schumann dedicou o seu famoso Concerto para Piano e Orquestra em Lá menor. O compositor boémio e virtuoso do piano Ignaz Moscheles também reconheceu a aptidão do jovem Bruch, que aos nove anos escreveu a sua primeira composição, uma canção para o aniversário da sua mãe. A partir de então, a música passou a ser a sua paixão e os seus estudos foram entusiasticamente apoiados pelos seus pais. Escreveu muitas obras iniciais menores, incluindo motetes, configurações de salmos, peças para piano, sonatas para violino, um quarteto de cordas e até obras orquestrais, e o prelúdio de uma ópera, Scherz, List und Rache. Poucas dessas primeiras obras sobreviveram, e o paradeiro da maioria das suas composições sobreviventes é desconhecido. Bruch teve uma longa carreira como professor, regente e compositor, movendo-se entre vários postos musicais na Alemanha: Mannheim (1862-1864), Koblenz (1865-1867), Sondershausen (1867-1870), Berlim (1870-1872) e Bona, onde residiu de 1873 a 1878, trabalhando como professor particular. No auge da sua carreira, passou três temporadas como regente da Liverpool Philharmonic Society (1880-83), em Londres. Ensinou composição na Berlin Hochschule für Musik de 1890 até à sua reforma em 1910. Bruch casou-se com Clara Tuczek, uma cantora que tinha conhecido numa digressão a Berlim em 1881. A sua filha, Margaretha, nasceu em Liverpool em 1882. Alunos de destaque incluíram a pianista, compositora e escritora alemã Clara Mathilda Faisst (1872-1948). As obras complexas e bem estruturadas de Bruch na tradição musical romântica alemã colocaram-no no campo do classicismo romântico exemplificado por Johannes Brahms, ao invés da “Nova Música” de Franz Liszt e Richard Wagner. Na sua época, era conhecido principalmente como um compositor coral e, para seu desgosto, muitas vezes era ofuscado pelo seu amigo Brahms, que era mais popular e amplamente considerado. Max Bruch encarnou absolutamente o período Romântico da música clássica na sua obra. Cada uma de suas ideias musicais é como uma definição de dicionário daquilo que significava ser um compositor romântico – extraordinário, na verdade, dado que viveu até a idade notavelmente madura de oitenta e dois anos e ainda compunha música ao lado de compositores como Schoenberg e Bartók. Hoje em dia, como durante a vida de Max Bruch, o seu Concerto para Violino e Orquestra nº 1 em Sol menor, op. 26 é um dos concertos para violino românticos mais populares e o mais popular do repertório alemão. Nesta obra, Bruch usa várias técnicas do Concerto para Violino em Mi menor de Felix Mendelssohn, incluindo a ligação dos andamentos, bem como a omissão da exposição orquestral de abertura clássica e outros dispositivos estruturais formais conservadores de concertos anteriores. Apesar dessas alterações ao estilo romântico convencional, Bruch foi frequentemente considerado um compositor conservador. O Concerto foi composto entre 1864 e 1866. A primeira versão foi interpretada pelo violinista Otto von Königslöw em Coblenz, no dia 24 de Abril de 1866, sob a direcção do próprio Bruch. A versão final, para a qual Bruch obteve a ajuda do famoso violinista Joseph Joachim, a quem acabou por dedicar a obra, foi estreada por este último no dia 5 de Janeiro de 1868, em Bremen, sob a batuta de Karl Reinthaler. O Concerto é a peça mais conhecida de Bruch e a sua popularidade eclipsou outras obras do compositor, os seus outros concertos para violino e a sua Fantasia Escocesa. O primeiro andamento é incomum por ser um Vorspiel, um prelúdio do segundo andamento e está directamente ligado a ele. A peça começa lentamente, com a melodia primeiro tomada pelas flautas, tornando-se então o violino solo audível com uma curta cadência. Isso repete-se, servindo como uma introdução à parte principal do andamento, que contém um primeiro tema forte e um segundo tema muito melódico e geralmente mais lento. O andamento termina como começou, com as duas cadências curtas mais virtuosísticas do que antes, e o tutti final da orquestra flui para o segundo andamento, ligado por uma única nota grave dos primeiros violinos. O segundo andamento, Adagio, é frequentemente admirado pela sua melodia e geralmente é considerado o coração do concerto. Os temas, apresentados pelo violino, são sublinhados por uma parte da orquestra em constante movimento, mantendo o andamento vivo e ajudando-o a fluir de uma parte para a seguinte. O terceiro andamento, Finale: Allegro energico, abre com uma introdução orquestral intensa, porém tranquila, que cede à declaração do solista do tema energético brilhantes em cordas duplas. É muito parecido com uma dança que se move a um ritmo confortavelmente rápido e enérgico. O segundo tema é um belo exemplo de lirismo romântico, uma melodia mais lenta que interrompe o andamento várias vezes, antes do tema da dança retornar com os seus fogos de artifício. A peça termina com um grande accelerando, levando a um final ardente que fica mais agudo à medida que fica mais rápido e mais ruidoso e, eventualmente, termina com dois acordes curtos, mas grandiosos. Sugestão de audição: Max Bruch: Violin Concerto no. 1 in G minor, Op. 26 Kyung-Wha Chung, violin, London Philharmonic Orchestra, Klaus Tennstedt – EMI Classics, 1990
Cinzas Amélia Vieira - 23 Nov 2020 Quem é este? Ele chama-se Devorador de Milhões, quando está na colina de Unet. se alguém o percorre, que se acautele para não cair sobre as facas! Ele chama-se o Violento, é o guarda da porta do Ocidente. in Livro dos Mortos do Antigo Egipto [dropcap]E[/dropcap] a morte terá por fim o seu domínio sobrepondo-se ao abandono a que tentámos reduzi-la. Um tempo que a disfarçou em emaranhados silêncios, encruzilhadas que a subestimaram com os depósitos excrementícios da novela de má qualidade das vidas, que ela, mesmo empilhada, incinerada, esquecida e escondida, é a mais precisa das fontes, que a seu lado, toda a expansão se reduz a uma gigantesca avaria mecânica. Mas sim, a morte é sempre triste, a condição é trágica, a vida demasiado curta para contemplar tanto definitivo, mas impressionantemente há coisas piores, como o não saber lidar com ela por não haver vida que se consinta a ser vivida, só existida, assistida… estamos em viagem de cruzeiro esquecendo por completo a Barca. São os tempos em que as crianças nunca foram a um enterro e queremos delas sempre outras coisas e mais, por isso as doutrinamos ao ponto da sujeição, da utilização, em aglomerados de insanidade sempre com temor injectado nas veias para o caso de perguntarem algum dia por aquelas coisas essenciais. Uma sociedade de argumentistas saberá a um tempo ponderar a propósito daquilo que a diminui face ao corpo vital das provas, por isso se reveste de uma higiene que a imortalize e de uma segurança que lhe permita um certo elo de perenidade. E eis-nos no caminho mais temível que é o do sorvedor das cinzas: quando nos tiram os corpos para as incenerações num lustral nazismo sem mácula que nos faz acreditar até em goelas necromânticas que se escondem mesmo por detrás das câmaras de extinção. Esperamos acabrunhados para que tudo esteja reduzido a pó, e que a natureza emocional de cada um impluda para níveis de relativismo programado. Tudo isto é tido como uma prática normal e desejável para a não expansão de corpos na Terra por decomposição em profundida, ela, que continua cada vez mais pequena para um enxame de gentes cuja felicidade as espera logo ali ao virar da esquina. E as pobres pessoas bem-intencionadas lá andam a acompanhar o vazio ardente de um momento que se evapora mas também lhes inspira alguns súbitos galanteios à vida. Toda a litania fúnebre se desfaz, e as carpideiras, esses abençoados seres que evocavam o tamanho da nossa dor, tão esquecidas foram que se inverteram os cânticos. A morte não gosta disto, e como tal, foi precipitando a nossa demanda, temos só números e poucas vozes por parte daqueles por ela visitados, o que faz ultrapassar em muito o que é expectável. – Sem querer entrámos no domínio da Besta com a plumagem de lindos Cordeiros, amigos de Lobos, em marcha para a liquidação total. Das cinzas, alguns já fizeram anéis para continuarem com os seus defuntos entre os dedos, e algumas ainda foram espalhadas pelas reservas dos vivos, debaixo das árvores, ou em torrões de açúcar embalsamados com lúgubres indicações por cima, isto dá-se naquele reino da desflorestação em série e no domínio anatómico da sexualidade intrusiva, e nesse fim de mundo de grande superficialidade, abrir uma cova tornou-se um esforço de tal ordem gigantesco que exige argumentos capazes de revirar as tripas do centro planetário. A diferença face ao nazismo primeiro é que não há aproveitamento comercial de outro material orgânico, muito embora o negócio da queima seja bastante lucrativo: a pira funerária está lá para não permitir que se ocupe espaço na terra- a terra- esse elemento abrasivo e lento que ao invés de nos ceder sempre nos resiste… terra, excrementícia anatomia cinzelada pelas nossas cinzas que até fará brilhar os caminhos vulcânicos. O plano da organização da morte dita sempre a composição das leis sociais, ela acompanha o fluxo das circunstâncias, como o tempo da implantação dos cemitérios públicos a grande medida social das Luzes, democratizando-a e banindo pragas, hoje, é-nos filtrada pela desmesura negacionista e pela falta de um período chamado luto que nada mais é que a salutar época de saber integrar um processo doloroso. Ela surge-nos em muitos contextos pela culpa, relembrando-nos a todo o instante que o mundo está repleto de assassinos involuntários, ou não, mas nunca afirmando que se morreu. Falece, fenece … É! Para o que não se pode dizer todo o eufemismo serve até aos seus sinónimos. Por culpa ou não, nós sempre morremos, pois que somos mortais. Deve haver um culpado para tal condição?! Talvez… talvez não… e neste interregno construamos, isso sim, o direito a ter uma alma, intacta, firme, em altos voos, enquanto o corpo carregado de desamor se encaminhe para um espaço protector. Nesse invólucro habitou uma centelha imortal que não esquecerá a sua antiga casa, só que nesta habitação de poeiras corremos o risco de retrocesso até à primeira ovulação da Terra. Bom lembrar aquilo que nos define como espécie, a noção do mistério da morte, e que os primeiros altares do mundo foram todos em seu nome. Naquelas pedras erguia-se uma certa evolução de que hoje tanto nos orgulhamos. Por isso, a não podemos esconder. Só que Tu Subiste ao Céu Atravessaste as águas celestes, Estás associado às estrelas, e na Barca te aclamamos.
Nunca vemos Paulo José Miranda - 23 Nov 2020 [dropcap]A[/dropcap]lfonso Guillermo Ibarra, nascido em San Sebastian em 1978, publicou um romance em 2013 que rapidamente se tornou um clássico: «Nunca Vemos». O livro começa com este diálogo: «Estraguei tudo, pá, disse ele. Mal me tinha sentado à sua frente e perguntava-me como é que ele poderia ter estragado tudo e o que era esse tudo? Por insegurança, continuou ele, enquanto entornava mais vinho no copo, por me fazer passar por quem não sou, ou exagerar partes minhas até ao caricato. E eu continuava a não entender aonde ele queria chegar com a conversa. Mas não demorou que me respondesse: porque a verdade é que queria aquela mulher como a mim mesmo, aliás, mais do que a mim mesmo. E eu continuava a não entender nada; como é que se podia estragar algo? Como é que alguém pode estragar algo se dois não querem estragar?» Assim, logo no início percebemos que se trata de um livro acerca da solidão. Da solidão dos encontros, isto é, da solidão que espoleta por existirem pessoas e elas nunca se entenderem, e da solidão maior, segundo um dos heróis do romance, Xavier, que é a de encontrar alguém que julgamos certo e não fazer nada por isso ou até fazer tudo para que isso não aconteça. Como brinde, o romance mostra-nos ainda a solidão de não nos fazermos compreender, mesmo àqueles que nos são mais próximos, amigos de longa data. Xavier leva todo o romance a falar – a um grande amigo – de um encontro que teve com uma mulher com quem viveu durante um mês, até que acabaram. É este amigo que nos conta a história. Xavier e Maitê acabaram, tendo ele a certeza de que ambos não deram o seu melhor «como se cada um de nós estivesse boicotando a felicidade». Durante o romance nunca ouvimos a mulher falar, nunca a conhecemos a não ser por palavras de Xavier. Percebemos que Xavier e o amigo, o narrador – Alfonso, o mesmo nome do escritor –, estão bebendo, e à medida que o romance avança Xavier vai ficando mais bêbedo e torna-se surpreendente como o final se liga ao que ele dizia no início, sem que no final o diga, mas mostre. No final, Alfonso entende perfeitamente o que pode ter acontecido a Xavier, que tentou explicar durante um romance inteiro sem se fazer compreender. Como em determinado momento se lê: «Não conseguimos dizer o que sentimos, nem o que pensamos. E quando estamos próximos de o fazer, muitas vezes dizemos precisamente o contrário, julgando que isso poderia parecer mal, de tão estranho nos parece. Porque tudo nos parece estranho quando é bom. Alfonso, sinto que estamos perdidos entre o que não conseguimos dizer e o que queremos dizer.» O livro pode ser lido como a génese de uma bebedeira, como a descrição alargada de uma dor de corno ou ainda como um elogio ao amor. Elogio no sentido em que o amor aparece no romance como aquilo que se almeja, embora não se alcance. Apesar de tudo é um elogio. Lê-se: «As palavras de Xavier levaram-me a pensar que o facto de ser tão difícil amar e ser amado mostra bem que se trata de um exercício que os humanos têm de praticar até ao fim; suspeito que os humanos nunca serão suficientemente bons no amor.» Um dos interesses do romance é o facto de Alfonso, o narrador, amigo de Xavier, que passa o romance a falar de terem dado cabo do amor – por vezes diz que foi ele, por vezes diz que foram os dois, por vezes diz que é do humano estragar as coisas –, é padre. E este padre vai reflectindo acerca do amor erótico através do relato do amigo. É como se de algum modo fosse um olhar estrangeiro, pois Alfonso nunca sentiu esse amor, embora tenha lido acerca dele em romances e ouvido os seus amigos de escola, antes do seminário, falarem. Assim, se de um lado temos alguém que, por experiência, julga que o amor está condenado a fracassar, de cada vez que se tenta, e mais fracassa quanto mais próximo parecemos estar dele, do outro lado temos alguém que, a despeito de não ter experiência e talvez por isso, vai fazendo tudo para salvar o amor dos fracassos humanos. Há momentos hilariantes nesse confronto. Como o caso em que Xavier conta «E depois eu não tenho nenhum talento em pedir desculpa ou em agradecer; dou as coisas por certas, como se fosse normal alguém me dar um abraço vindo do nada ou trazer-me uma garrafa de vinho da rua ou levar-me a jantar fora […]; e se me chamam a atenção, ou eu mesmo me dou conta de ter feito um gesto mal ou que deveria ter dito algo que não disse, não consigo dizer desculpa. Xavier, disse-lhe eu, o que tu tens é de treinar; começa por dizer várias vezes ao dia “obrigado” e “desculpa”, “obrigado”, “desculpa”, sempre que alguém falar contigo. Isto muito fez rir Xavier, o que por si só já foi um bem sem medida.» No fundo, embora em tom de brincadeira, o padre tem razão: tudo no humano é prática. Como ele diz um pouco mais à frente: «Embora a prática possa não ser suficiente para tudo, talvez não nos faça mal nenhum em insistir nela.» Infelizmente não vou ter tempo – e talvez não seja a pessoa indicada – para falar acerca da questão de estilo do romance. Mas, e como já devem ter visto, a escrita ocorre sem separação de voz, quer seja por aspas ou por travessões. Damo-nos conta de quem está a falar pela própria voz do narrador ou, melhor seria dizer, pelo contraste entre a voz de Xavier e a do narrador. A verdade, é que não nos damos conta desse artifício, ou pelo menos rapidamente esquecemos, tal é o ritmo de escrita que Alfonso Guillermo Ibarra nos impõe. Nas últimas páginas do livro, Xavier, já muito embriagado, começa por dizer ao amigo que não devia tê-lo convidado para isto, para desabafar, para tentar que ele o entendesse, que na verdade foi uma estupidez, visto que ele nunca sentiu o corpo de uma mulher, que não sabe o que isso pode fazer a um homem. Nas últimas páginas, vemos um homem diferente do que vimos no início e do que fomos vendo ao longo do romance e percebemos como as coisas podem dar errado. Quero deixar claro, contudo, que as coisas não darem certo não tem apenas a ver com o excesso de bebida de Xavier, embora possa ter sido por isso ou algumas vezes isso possa ter ajudado. As coisas não darem certo entre a maioria das pessoas tem apenas a ver com a frase que o narrador pensa, quando Xavier vai pela última vez a caminho da casa de banho: «Faz-se tudo… tudo não. Mas há pessoas que fazem o que se pode para que nada dê certo.» É como se fôssemos cegos, como se nunca víssemos o bem que nos acontece. Porque, como pensa Alfonso, «[…] só por cegueira posso entender que alguém deite tudo a perder.» Mas deita. Não é só da nossa natureza perder, deitar a perder também. Mas no fundo é como diz o padre: nunca vemos. Porque deitar a perder é uma forma de cegueira.
Exposição | Konstantin Bessmertny apresenta “Intermissão” no Clube Militar João Luz - 23 Nov 20204 Dez 2020 A mais recente mostra de Konstantin Bessmertny, “Intermissão”, está patente no Clube Militar de Macau até 29 de Novembro. Os 25 trabalhos, entre pinturas e instalações, são o resultado do exílio a que a pandemia obrigou. Entre trópicos coloridos de Henri Rousseau e festins mórbidos de Bruegel, a linguagem de Bessmertny é a vacina artística de que o mundo precisa [dropcap]“I[/dropcap]ntermissão” é a mais recente exposição de Konstantin Bessmertny que se encontra patente no Clube Militar até domingo, 29 de Novembro. Poder-se-ia dizer que é o melhor sintoma da pandemia, num ano marcado pelo terror, a crise e o isolamento. “Intermissão” foi o resultado de um exílio provocado microbiologicamente, que afastou o artista russo do seu estúdio “principal” em Hong Kong. “Fiquei aqui preso. Tudo o que está exposto, foi feito aqui este ano, ou acabado este ano. Com excepção de dois trabalhos, que achei que encaixariam bem”, contou Konstantin Bessmertny ao HM. Uma dessas excepções é um conjunto de quadros que transferem o exílio de Napoleão Bonaparte para a ilha tailandesa de Koh Samui. Partindo da familiaridade histórica rumo ao absurdo, o artista coloca o imperador francês num contexto tropical e balnear. “Como umas férias, com peste, que duram muito tempo. Foi também como me senti, como se a quarentena acontecesse no ambiente perfeito, com tempo para pensar bem sobre o que fizemos ao planeta e a nós próprios”, conta o artista. Esta série, composta por sete trabalhos, mostra Napoleão a observar o pôr-do-sol (com um violino a servir de tela), entre outras representações balneares do líder militar a espiar um retiro de ioga, uma mulher em topless ou mergulhado em luxuriante vegetação, numa aproximação estilística à linguagem do francês Henri Rousseau. Bessmertny serve-se do tropicalismo para conferir colorido numa mostra concebida num ano cinzento. “Tentei acrescentar algumas cores, alguma energia positiva aos quadros, como a evocação de uma terra sonhada”, refere ao HM. Na série sobre o exílio de Napoleão, coroada com uma medalha por cumprir quarentena em Koh Samui, o artista explora a Era do culto das celebridades, algo que já vem de trabalhos anteriores. Múltiplas leituras Apesar da primeira abordagem de leitura facilmente apreensível, de rasgo cómico e absurdo, também as obras de “Intermissão” revelam significados em série numa observação mais cuidada. Um deles é “The Other Mountain”, uma obra que enche a tela de luz e flores coloridas. No centro da narrativa está uma representação dos Alpes, com os Himalaias no fundo. “Através da meditação, tentei que este trabalho abrisse uma realidade totalmente diferente”. A expressão criativa de Bessmertny usa frequentemente referências, ou citações, de outros artistas, slogans revolucionários e imagens familiares. “Intermissão” tem uma abordagem ao clássico “O Triunfo da Morte”, de Pieter Bruegel. “Comecei esse trabalho bem antes do vírus, mas no início deste ano tudo surgiu de repente e continuei o quadro”, explica. O ponto de partida foi “um dos quadros mais horríveis produzidos pela arte ocidental nos últimos 2000 anos. É algo difícil de aceitar, sente-se a presença da morte, é deprimente, como uma parada mórbida”, conta o artista, acrescentado que tentou dar outra perspectiva ao clássico de Bruegel. “O quadro chama-se ‘O Triunfo da Vida’, é uma narrativa completamente diferente. Não citei nada do original, talvez uma ou duas figuras possam ter relação, mas mantive a composição”. Nas palavras de Konstantin Bessmertny, “O Triunfo da Vida” coloca duas partes em antagonismo, em choque frontal, algo que, para si, advém do dever de criar. “Acho que é a responsabilidade dos artistas responder às mudanças dos tempos e pensar filosoficamente a arte, a cultura e a influência na sociedade. No mundo da arte, com a excepção da moda, as correntes não são lineares, mas circulares, num movimento entre arte e anti-arte. Neste momento, estamos num ciclo anti, não-arte. Todos são artistas, tudo é arte. Nestes trabalhos tentei não fazer uma abordagem vulgar, para destruir, mas com a intenção de ligar o velho e o novo, de encontrar conexões e trazer desenvolvimento”. Como noutras séries de trabalhos, “Intermissão” oferece a possibilidade de várias leituras. Por vezes, por trás de cores vivas e situações absurdas, existem verdades que cortam fundo, realidades negras ou pesadelos quiméricos. “Se nos aproximarmos, os detalhes fazem-nos parar e pensar, às vezes vão contra aquilo que vimos primeiro e são mais conceptuais do que a superfície aparenta. Quanto mais profundo a pessoa analisar as imagens, formas e cores, espero poder conduzi-la a um labirinto, a descobrir coisas escondidas. Sempre fui assim. Procuro não me repetir, apesar de seguir a minha linha. Mas, este ano, acho que acrescentei uma outra coisa.” Essa outra coisa, sobressai das obras de Konstantin Bessmertny, que podem ser visitadas no Clube Militar de Macau, até ao próximo domingo.