Ka-Hó | Wang Sai Man sugere optimização de terminal Andreia Sofia Silva - 12 Jun 2025 O deputado Wang Sai Man defendeu ontem, no período de interpelações antes da ordem do dia na Assembleia Legislativa (AL), que são necessárias reformulações no terminal de Ka-Hó, em Coloane. Na sua visão, é necessária “uma inspecção sanitária regular e abrangente”, sendo que o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) “só pode inspeccionar produtos de carne não congelada, como lacticínios e enlatados, em determinados períodos de tempo, e não pode tratar dos produtos de carne congelada que chegam através da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau”. Trata-se de algo que “afecta a eficiência logística, provocando a perda de clientes”. “Por outro lado”, destaca Wang Sai Man, “sempre que é içado o sinal de tufão, as empresas têm de rebocar as embarcações atracadas em Ká-Hó para se abrigarem no Porto Interior, e as operações só são retomadas quando o sinal de tufão baixa para 1”, pelo que “durante este período há atrasos na entrega de mercadorias, incluindo a aérea, e a mercadoria congelada não é inspeccionada a tempo, o que resulta em perda de tempo e dinheiro”. Além disso, “como a Ponte-Cais de Ká-Hó está longe do centro da cidade, o transporte dos contentores para o armazém é demorado, o que aumenta os custos de combustíveis”. Assim sendo, Wang Sai Man pede ao IAM que “melhore, o mais rápido possível, as instalações do posto de inspecção do Teminal de Ká-Hó, ajuste os recursos humanos para prestar serviços de inspecção que abrangem as mercadorias da cadeia fria por via marítima e importados através da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, evitando o impacto das actuais disposições do referido Terminal, a fim de responder às necessidades reais do sector”.
Droga | “Space Oil” passa a estar integrado na lei Andreia Sofia Silva - 12 Jun 2025 Os deputados aprovaram ontem na generalidade e na especialidade, com carácter de urgência, a revisão à lei de 2009 sobre a “proibição de produção, tráfico e consumo ilícitos de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas”. O processo incluiu o aditamento de novas substâncias já existentes no mercado, nomeadamente o “space oil”. Wong Sio Chak, secretário para a Segurança, referiu que estes aditamentos à lei se devem às novas classificações feitas pelas Nações Unidas, no ano passado. “Confirmou-se que, de entre as 23 substâncias novas, três já estavam sujeitas a controlo na ‘lei de combate à droga’. Porém, as restantes, que correspondem a duas substâncias e 18 precursores, ainda não foram incluídas nas tabelas” da referida lei. Aditam-se ainda “quatro novos tipos de droga”, nomeadamente o “Etomidate [Space Oil] e suas três substâncias análogas Metomidate, Propoxate e Isopropoxate, as quais, apesar de não estarem sujeitas a controlo internacional, constituem uma ameaça grave à segurança da saúde pública”. Wong Sio Chak referiu que o “space oil” já é regulado no interior da China desde Outubro de 2023, enquanto o Metomidate, o Propoxate e o Isopropoxate o são desde Julho do ano passado. No caso de Hong Kong, esse controlo existe desde Fevereiro. Este foi um dos pontos destacado pelos deputados: a lentidão do processo para aditar estas novas substâncias à legislação em vigor. “Porque somos os últimos a combater as novas drogas? Os nossos trabalhos são lentos em comparação com as outras regiões, como podemos aperfeiçoar isso?”, questionou Ron Lam U Tou. O secretário garantiu que o atraso se deve ao próprio mecanismo de produção de leis. “No Interior da China [o processo faz-se] através de uma ordem do Conselho de Estado, tratando-se de uma medida administrativa para controlo de substâncias, e em Taiwan há uma comissão para assuntos de saúde em que basta emitir uma ordem. Em Hong Kong, também basta emanar um documento, mas no nosso caso tem de haver a aprovação legislativa no hemiciclo”, adiantou.
Deputados continuam a questionar situação dos trabalhadores de casinos-satélite Andreia Sofia Silva - 12 Jun 2025 A semana arrancou com novidades em relação ao fecho dos casinos-satélite, tendo sido anunciado pelo Executivo o encerramento dos 11 espaços até 31 de Dezembro deste ano, além de que a Melco e SJM Resorts vão encerrar os casinos-satélite, Mocha Clubs, relocalizar mesas de jogo e trabalhadores, entre outras medidas. A pensar nos trabalhadores e nos possíveis cenários de desemprego, vários deputados recorreram ontem ao período de interpelações antes da ordem do dia para apelar à protecção laboral. Em causa, estão 5600 trabalhadores. “As concessionárias do jogo manifestaram publicamente que os trabalhadores afectados iam continuar a trabalhar noutras empresas por si detidas, e algumas concessionárias afirmaram que iam convidar os trabalhadores locais das empresas [casinos-satélite] para candidatura a lugares adequados. Mas não referiram se serão afectados os trabalhadores dos hotéis que não pertencem aos casinos. Em caso afirmativo, que medidas vão ser tomadas pelo Governo e pelas concessionárias do jogo?”, questionou Ron Lam U Tou. O deputado diz que, “face à actual situação insatisfatória de emprego em Macau, duvida-se muito que as concessionárias do jogo tenham capacidade para absorver mais de 5000 trabalhadores”. Questões e mais questões Também a deputada Ella Lei duvida da relocalização efectiva de todos os trabalhadores, destacando que muitos deles “receiam que as concessionárias do jogo não tenham vagas suficientes”, pelo que “o Governo deve exigir a todas as concessionárias e às empresas com postos de trabalho correspondentes que providenciem postos para a contratação prioritária dos trabalhadores em causa e definam, com antecedência, medidas para lhes assegurar emprego”. Ho Ion Sang, por sua vez, referiu que, no ano passado, a taxa de desemprego foi de 1,8 por cento, sendo que, no caso dos residentes, o desemprego foi de 24 por cento. “Para além do problema do desemprego estrutural dos idosos e das pessoas de meia-idade, com baixas qualificações técnicas ou baixas habilitações académicas, actualmente, a questão da elevada escolaridade e da baixa empregabilidade merece a nossa atenção, porque algumas pessoas têm dificuldade em arranjar um emprego permanente, por isso, só podem trabalhar a tempo parcial. Mais, no final do ano, o encerramento de 11 casinos-satélite vai afectar o emprego de um grande número de trabalhadores locais”, disse. Em declarações ao Jornal do Cidadão, o deputado Nick Lei também exigiu a supervisão a longo prazo da situação laboral dos trabalhadores dos casinos-satélite, lembrando também o impacto nas lojas das zonas adjacentes, 320, que incluem 800 empregados.
Cheques pecuniários | Governo fala de consenso e afasta acusações Andreia Sofia Silva - 12 Jun 2025 Foi ontem votada na generalidade, na Assembleia Legislativa, a proposta de revisão orçamental para este ano, com as mudanças na atribuição dos cheques pecuniários a fazeram parte do debate. Vários deputados acusaram o Governo de não ouvir a população, mas o secretário Tai Kin Ip afirma que houve “consenso da sociedade” “De repente as regras mudam, não sabemos qual o objectivo do plano de comparticipação pecuniária, que pode ser cancelado no próximo ano. Peço ao Governo que apresente uma posição clara, porque agora, de repente, há a obrigatoriedade de estar em Macau durante 183 dias.” A crítica é do deputado Ron Lam U Tou e resume bem o debate de ontem em torno desta matéria, integrado na votação, na generalidade, da proposta de revisão orçamental para este ano. No essencial, o orçamento foi revisto com a estimativa em baixa para as receitas brutas do jogo, com menos 12 mil milhões de patacas face ao estimado no final do ano passado. Todos os deputados votaram a favor da revisão orçamental, à excepção de Ron Lam U Tou, que se absteve. “Não consegui ouvir fundamentos que me convencessem, porque não houve uma consulta pública sobre as regras para o plano de comparticipação pecuniária”, justificou. O coro de vozes dos deputados que acusaram o Governo de não ouvir a população em relação aos cheques fez-se ouvir, mas Tai Kin Ip, secretário para Economia e Finanças, afastou as críticas. “Tal resulta de um consenso obtido junto da sociedade desde o início do ano. Ficaram definidos os montantes [a atribuir], mas quanto à forma de atribuição, auscultámos a sociedade e chegámos a um consenso. Todas as excepções estão no regulamento administrativo, e esta medida é uma forma de utilização mais adequada do nosso erário público.” Os pobres do exterior A deputada Loi Choi In salientou a situação dos residentes com uma posição económica mais vulnerável que vivem fora de Macau por diversos motivos. “Recebemos muitas opiniões da população, questionando se há um calendário para a mudança do plano. Há pessoas que não têm casa em Macau e que, por motivos familiares, têm de viver fora, em Hong Kong por exemplo, ou até porque não encontram trabalho em Macau.” Para a deputada, “as pessoas querem que o Governo dê o alerta com alguma antecedência, e agora nada podem fazer”. “Há pessoas para quem esse montante é muito, e que antes contribuíram muito para a nossa sociedade”, acrescentou.
Docomomo traz a Macau sessão sobre arquitectura do Nepal Hoje Macau - 11 Jun 2025 Decorre na próxima segunda-feira, 16, a conferência “Encontros Modernos na Arquitectura: Desafios de Documentação de Edifícios Modernistas no Nepal”, na Fundação Rui Cunha, a partir das 18h30. O evento é organizado pelo Centro de Investigação DOCOMOMO em Macau e a conversa será protagonizada pela arquitecta e docente Jharna Joshi, sendo moderada pelo arquitecto João Nuno marques. Jharna Joshi é arquitecta, formada na Universidade de Tsinghua, em Pequim, tendo feito especializações em conservação histórica e paisagens culturais. Concluiu recentemente um doutoramento em Gestão (Turismo) na Victoria University of Wellington, Nova Zelândia, com a dissertação “Estética da Paisagem, Turismo e Mudança: Estudos de Caso no Nepal”, onde analisa como residentes e turistas percebem as mudanças estéticas da paisagem em Ghandruk, Bandipur e Sauraha. Uma larga experiência Com mais de vinte anos de experiência em arquitectura, conservação, paisagens culturais, turismo e ensino, Jharna trabalhou no Nepal, China, Hong Kong, EUA, Vietname, Grécia e Nova Zelândia. Liderou projectos de restauro e reutilização adaptativa em todo o Nepal, com ênfase em materiais locais, saberes tradicionais e reutilização criativa. Colabora com profissionais nacionais e internacionais em projetos de arquitetura e conservação do património, e leciona como docente convidada, com foco na conservação urbana, arquitetura vernacular, povoamentos e paisagens culturais. Em relação ao panorama arquitectónico do Nepal, tem havido um foco nos edifícios patrimoniais, que precisam de ter pelo menos 100 anos para obter reconhecimento oficial. Como consequência, a arquitectura moderna inicial — estruturas construídas entre 1945 e 1985 — permanece desvalorizada, não documentada e vulnerável à demolição ou ao abandono. A ausência de uma tradição consolidada de arquivamento de materiais arquitetónicos dificulta ainda mais a compreensão e o ensino deste período, deixando estudantes e docentes com poucos recursos. A recente iniciativa do Instituto de Kathmandu para documentar edifícios modernos iniciais evidenciou esta lacuna. Estas construções simbolizavam o impulso de modernização do Nepal, transformando zonas agrícolas em espaços urbanos. No entanto, o desenvolvimento acelerado e a comercialização colocaram-nas em risco de desaparecer. A recolha de documentação revelou-se difícil, devido à escassez de arquivos e à diversidade de formatos, obtidos de coleções privadas, instituições e arquivos online. Segundo uma nota da DOCOMOMO, esta palestra apresenta as conclusões iniciais do projecto, visando promover o diálogo e a valorização desta era negligenciada da arquitetura nepalesa. Para além da preservação histórica, o projecto tem também uma vertente educativa e de sensibilização pública, lançando as bases para futuras iniciativas de proteção legal e investigação contínua.
Concerto G-Dragon | CPSP confirma trabalhadores ilegais Hoje Macau - 11 Jun 2025 O Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) confirmou mesmo que houve trabalhadores ilegais na realização do concerto dos G-Dragon, tendo trabalhado em postos de venda de produtos. Segundo declarações citadas pelo jornal Ou Mun, trata-se de três mulheres naturais do interior da China que são suspeitas de facilitarem o emprego ilegal, enquanto 68 trabalhadores ilegais investigados são estudantes do Interior da China que estudam em Macau. Além disso, apenas um trabalhador não residente (TNR) está envolvido. As autoridades policiais suspeitam de que há duas empresas envolvidas, sendo que os suspeitos recrutaram trabalhadores nas redes sociais na qualidade de voluntários para vender lembranças durante o concerto. Todos os trabalhadores ilegais disseram às autoridades que não foram pagos. Já os TNR, prestaram serviços numa categoria profissional diferente daquela que está associada ao seu blue card. Questionados sobre quantos ilegais receberam dinheiro e quanto tempo prestaram serviço durante o concerto, os agentes do CPSP afirmaram que não possuem ainda informações.
Empresa chinesa constrói acessos a Inhambane e porto da Beira Hoje Macau - 11 Jun 2025 O ministro dos Transportes e Logística moçambicano, João Jorge Matlombe, disse ontem à Lusa que Moçambique irá assinar contratos com uma empresa chinesa para construir estradas de acesso a Inhambá e ao porto da Beira. Matlombe explicou que irá assinar hoje os contratos, um envolvendo “financiamento directo” e outro uma parceria público-privada (PPP), com o grupo estatal China Road and Bridge Corporation (CRBC). A CRBC vai construir uma estrada com quase 78 quilómetros para melhorar o acesso à província de Inhambane, no sul de Moçambique, que o ministro descreveu como “uma zona turística importante”. Matlombe assumiu que o custo do projecto “vai mesmo ser assumido pelo próprio Estado”, uma vez que “não tem demanda que justifique uma PPP ou um investimento directo privado”. Pelo contrário, o dirigente defendeu que, de acordo com um estudo já realizado”, a estrada de ligação ao porto da Beira, “do ponto de vista do modelo de negócios, permite que qualquer investidor recupere o seu investimento”. O ministro sublinhou que o porto da Beira “é um dos maiores da zona sul do país” e que o novo acesso será “um corredor alternativo” que irá facilitar, por exemplo, “a saída dos camiões do porto” para o vizinho Zimbabué. Encontros em Macau O ministro falava à margem de uma sessão do 16.º Fórum e Exposição Internacional sobre o Investimento e Construção de Infraestruturas (IIICF, na sigla em inglês), que está a decorrer até quinta-feira em Macau. Matlombe revelou que já tem pelo menos cinco encontros marcados em Macau com membros do Governo de Botsuana, Angola, Cabo Verde e República Democrática do Congo (RDCongo). Em cima da mesa vai estar o corredor logístico na zona norte, que liga Maláui, Zâmbia e RDCongo, para “capitalizar a utilização do porto de Nacala”, referiu o dirigente. Matlombe revelou que o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos moçambicano, Fernando Rafael, também viajou para a região. O responsável pela tutela dos Transportes e Logística disse que, durante a estadia em Macau, o colega de Governo “também vai assinar alguns acordos para o programa de massificação da habitação social para os jovens”.
No mês da diversidade sexual, a quem pregamos? Tânia dos Santos - 11 Jun 2025 A minha intuição diz-me que estamos no caminho errado. Estamos a entrar num complexo sistema de túneis tenebrosos, numa montanha labiríntica, com pouca possibilidade de ver pontos de luz. Esses clarões ainda estão longe do nosso alcance — não antes de atravessarmos a escuridão e as curvas sinuosas que a rocha naturalmente forma. No jogo entre a luz e as sombras, perdemo-nos em dicotomias que nos iludiram, julgando-nos no caminho do progresso, da união, da diversidade e do respeito. Face ao que está a acontecer no mundo, social e politicamente, surgem teorias vazias — teorias de quem julga compreender o sistema complexo de desenvolvimento que é o nosso: o humano. Somos peixes no oceano a tentar dar sentido à água, sem nunca termos estado fora dela. Junho é o mês de celebração LGBTQIA+, e a tensão é palpável. O pinkwashing, i.e., o marketing que se aproveita de causas sociais e de movimentos cívicos para fins lucrativos — revela-se frágil. Já não se veem as cores do arco-íris como se viam no ano passado ou há dois anos. Agora, defender a causa LGBTQIA+ pode causar prejuízo. Para além disso, as redes sociais enchem-se de queixumes, como se a celebração do orgulho homossexual exigisse uma celebração oposta do “orgulho heterossexual”. Como se ser heterossexual não fosse já celebrado em cada esquina do mundo, com direitos plenos no amor e na união. O que vemos, ao invés, é uma incompreensão que só alimenta mais ódio, mais preconceito — e, em muitos casos, mais morte. Vivemos num mundo esquizofrénico: de um lado, a ilusão; do outro, a podridão disfarçada. Ambos os lados padecem dos mesmos males. Desenvolver espaços para falar sobre sexualidade — para que as pessoas se compreendam melhor a si próprias e aos outros — pareceu-me um mecanismo natural para a normalização do tema. No entanto, os caminhos de informação confusa e odiosa sobrepuseram-se. Como é que surge a teoria absurda de Elon Musk? De que a empatia destrói civilizações? E o amor — também as destrói? Esse ato tão natural, que leva ao sexo e à procriação, não se baseia nessa relação íntima e simples da empatia? Estamos perdidos. Rastejando nas trincheiras da batalha das ideias, há ainda assim esperança — esperança de que certas ideias não tenham de ser derrotadas por outras. Na Tailândia, em janeiro deste ano, legalizou-se o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Em Hong Kong, agências noticiosas celebram uniões homoafetivas — impossíveis na China, em Macau ou em Hong Kong— que encontram noutros países do Sudeste Asiático a possibilidade de aceitação. Tenho refletido muito sobre como alcançar quem mais precisa de se rever numa palavra amiga, e de entender que a liberdade de ser é um direito humano. Há muitas vidas, neste momento, cujo valor é minimizado — como se uma vida valesse menos do que outra. No mês da diversidade sexual e de género, onde reina o sentido do direito à existência, quero honrar as pessoas que se diminuem, que são apagadas, violentadas e mortas pelas piores razões. Da Palestina ao resto do mundo. Não sei se estou a pregar para os peixes, para os convertidos, ou simplesmente para ninguém. Mas, se algum dia estas palavras chegarem aos olhos de quem mais precisar, dou-me por satisfeita. Não há aqui fantasias revolucionárias — apenas a crença de que é preciso estar do lado da compreensão e da empatia. O mecanismo que permitiu o progresso das sociedades até hoje.
Arraial de S. João | Torre de Macau em festa nos dias 21 e 22 Hoje Macau - 11 Jun 2025 O Arraial de S João está de regresso, mas continua a não se realizar no bairro de São Lázaro como era habitual há uns anos. A festa está marcada para o espaço polivalente da Torre de Macau, nos dias 21 e 22 do presente mês, das 14h30 às 22h. Segundo uma nota da organização, à semelhança do que aconteceu no ano passado, haverá “tendas de artesanato, de petiscos e de jogos, com muita música proporcionada por bandas locais”. O arraial é da iniciativa da Associação dos Macaenses (ADM) com o subsídio da Fundação Macau, contando com o apoio logístico da Torre de Macau, a colaboração de outras associações como a Associação dos Jovens Macaenses (AJM), Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM) a Casa de Portugal em Macau (CPM), o Instituto Internacional de Macau (IIM). O arraial, mais do que uma festa em homenagem a um santo popular, corresponde a um esforço comunitário para manter a tradição de comemorar a data histórica de 24 de Junho de 1622, em que, por benção de S. João, a população de Macau resistiu e derrotou a força expedicionária holandesa, preservando Macau com as características que lhe são próprias. Esta data foi assinalada durante séculos, como o dia da Cidade de Macau. Segundo a mesma nota, a realização do arraial “é fundamental e justificativa para que lhe seja reconhecido o seu lugar no Património Cultural Intangível da RAEM”.
FRC | Lúcia Lemos apresenta hoje a exposição “Metamorfoses” Hoje Macau - 11 Jun 2025 Como parte integrante do cartaz das comemorações do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas, a Fundação Rui Cunha acolhe, a partir de hoje, a mostra “Metamorfoses”, da autoria de Lúcia Lemos. A mostra faz uma retropectiva do trabalho da fotógrafa, artista e ex-directora da Creative Macau A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta hoje, a partir das 18h, a exposição “Metamorfoses”, de Lúcia Lemos, que faz uma retrospectiva do seu percurso artístico, com trabalhos e composições de diferentes géneros. O evento encontra-se inserido no Programa das Festividades de “Junho, Mês de Portugal na RAEM”. “Metamorfoses” reúne 44 peças que vinculam expressões e estéticas artísticas diversas, como a gravura, fotografia, instalação, pintura e cerâmica. Lúcia Lemos utiliza materiais orgânicos para dar corpo às ideias, e significados à sua arte, nas diferentes linguagens e formas que foi experimentando e aprendendo ao longo da vida, agora com maior liberdade e tempo para explorar. A mostra emerge de “transformações vividas e observações visuais pessoais do espaço físico – Macau – onde me permiti contaminar, sem nunca deixar de praticar a portugalidade, como sentido de pertença do lugar de onde parti há quatro décadas”, reflecte a artista, citada numa nota da FRC. Lúcia Lemos aposentou-se recentemente do projecto Creative Macau que fundou em Agosto de 2003. Uma espécie de simbiose Segundo Lúcia Lemos, a retrospectiva que agora expõe ao público significa também a simbiose de construção e maturação da sua “identidade, modelada pelas mudanças de adaptação e adopção à metamorfose do novo lugar”. “A arte e o processo artístico procuram formas de integração e ligação do ser humano à natureza e ao mundo que o rodeia”, acrescentou. Lúcia Lemos construiu uma carreira profissional que cruzou várias artes e estéticas, tendo começado pela obtenção de um diploma em Gestão de Artes em 2001. Posteriormente, instalou o Centro de Indústrias Criativas – Creative Macau, que coordenou por mais de 20 anos, e lançou o Festival Internacional de Curtas de Macau. Participou em mais de 50 exposições colectivas em Macau e noutros lugares, com alguns trabalhos premiados e linguagens artísticas variadas. Desde 2002, exibiu individualmente fotografia a preto e branco em Berkeley, Curitiba, Lisboa, Macau, Monza, Palermo, Porto, Salzburgo e Xangai. A mostra vai estar patente até ao dia 21 de Junho.
Comércio | Prolongado até Dezembro inquérito ‘antidumping’ sobre carne de porco europeia Hoje Macau - 11 Jun 2025 O Ministério do Comércio da China anunciou ontem que vai prolongar até Dezembro a investigação por concorrência desleal às importações de determinados produtos de carne de porco provenientes da União Europeia (UE), iniciada em Junho de 2024. Em comunicado publicado no seu portal oficial, o ministério justificou a extensão da investigação “atendendo à complexidade do caso”, fixando como novo prazo 16 de Dezembro. O inquérito, lançado em 17 de Junho de 2024, tinha inicialmente uma duração prevista de um ano, com a possibilidade de extensão “em circunstâncias especiais”, como já havia sido sinalizado na altura. A investigação incide sobre carne de porco e miudezas, tanto refrigeradas como congeladas, bem como gordura e derivados, com origem na UE. Pequim iniciou esta medida como retaliação às taxas alfandegárias impostas por Bruxelas sobre veículos eléctricos fabricados na China, alegando que os subsídios estatais recebidos por este sector criam distorções na concorrência face às marcas europeias. Apesar das tensões, nos últimos meses registou-se uma ligeira aproximação entre a China e a UE, nomeadamente após o impacto da guerra comercial iniciada pelo Presidente norte-americano, Donald Trump. O comissário europeu do Comércio, Maros Sefcovic, que visitou a China em Março, afirmou recentemente que Bruxelas e Pequim “partilham interesses mútuos significativos na resolução dos desafios bilaterais e globais” e sublinhou que é “igualmente importante enfrentar as divergências”. Segundo o responsável europeu, as duas partes estão “a trabalhar arduamente” para alcançar avanços antes da cimeira bilateral agendada para Julho, na China, ocasião em que se celebrará o 50.º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre Pequim e Bruxelas.
Quénia | País estuda com a China investimento na criação de fábricas de vacinas Hoje Macau - 11 Jun 2025 Quénia e China iniciaram conversações para a criação de centros de produção de vacinas e medicamentos no país africano, um projecto avaliado em 500 milhões de dólares, informaram segunda-feira as autoridades quenianas. O ministro da Saúde queniano, Aden Duale, realizou segunda-feira uma “reunião estratégica” com uma delegação chinesa liderada pela embaixadora do país asiático no Quénia, Guo Haiyan, para discutir o estabelecimento de centros locais de produção de vacinas e produtos farmacêuticos com tecnologia chinesa, afirmou o ministério da Saúde do Quénia em comunicado. A iniciativa visa “fortalecer as cadeias de abastecimento do Quénia, reduzir a dependência das importações, criar emprego de acordo com a agenda de desenvolvimento do Governo” e posicionar o Quénia como líder continental no processo de fabrico de produtos sanitários, uma visão que se espera que se torne realidade até 2028 com o apoio do Governo chinês, explicou o departamento de Duale. O ministro queniano também acolheu com satisfação a oferta da China de 500 bolsas de estudo e 20 programas anuais de intercâmbio, considerando-a um investimento fundamental para a futura liderança do Quénia nesse sector.
EUA | Estudantes chineses enfrentam incertezas sobre estudar no país Hoje Macau - 11 Jun 2025 Apesar das afirmações de Trump de que os EUA “adoram receber estudantes chineses”, o número de recusas de vistos a jovens chineses é cada vez maior He Qixuan, uma estudante de Xangai, exultava de alegria quando na última sexta-feira atendeu o telefonema da Lusa e contou que o seu visto para estudar nos Estados Unidos tinha sido aprovado. “Vou festejar! É o primeiro passo para estudar no estrangeiro!”, disse à Lusa a jovem candidata ao mestrado em Estudos dos Media Emergentes na Universidade de Boston, depois de uma entrevista no consulado dos Estados Unidos em Xangai, onde, como ela, na mesma fila, quase 200 candidatos que aguardavam entrevistas receberam aprovação. Se a cena parece ilustrar o compromisso assumido pelo Presidente norte-americano na conversa telefónica com o homólogo chinês, Xi Jinping, na passada quinta-feira – e dar corpo à afirmação de Donald Trump de que os EUA “adoram receber estudantes chineses” -, os sinais de Washington sobre o tema são mais do que contraditórios, na perspectiva de diversas fontes chinesas em declarações à Lusa. A agência Yi Si, sediada em Guangzhou, especializada no apoio de estudantes chineses que pretendem estudar no estrangeiro, dá conta da crescente preocupação com a rejeição de vistos entre os candidatos que recorrem aos seus serviços. “Tenho dois estudantes da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau a quem foram negados os vistos para estudarem nos Estados Unidos já por três vezes”, disse à Lusa o director da agência, Christ Feng, observando que o consulado dos EUA “não forneceu quaisquer razões” para as rejeições. “Durante a anterior presidência de Trump, eram os estudantes de informática os que enfrentavam as taxas de rejeição mais elevadas, mas agora os candidatos de todas as especialidades correm o risco de ser recusados”, acrescentou Feng. Recusas agressivas Xiangning Wu, uma professora associada do Departamento de Governo e Políticas Públicas da Universidade de Macau, disse à Lusa que, nos últimos anos, o número de alunos seus que estudam nos Estados Unidos “tem vindo a diminuir”, devido ao “aumento das propinas” e a “razões de segurança”. Wu referiu ainda que as recusas de visto têm visado maioritariamente os estudantes de ciências e engenharia, o que tem feito com que estes alunos acabem por fazer as especializações em Hong Kong e Singapura. As descrições parecem encontrar ressonância no que o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, anunciou em comunicado na véspera do telefonema entre Trump e Xi na semana passada. Segundo o comunicado do Departamento de Estado, os Estados Unidos vão começar a “revogar agressivamente” os vistos concedidos aos estudantes chineses, e a medida terá como foco principal os estudantes com ligações ao Partido Comunista Chinês (PCC) e os que se encontrem nos Estados Unidos a estudar em áreas sensíveis. “Sob a liderança do Presidente Trump, o Departamento de Estado trabalhará com o Departamento de Segurança Interna para revogar agressivamente os vistos concedidos a estudantes chineses, incluindo aqueles com ligações ao Partido Comunista Chinês ou estudando em áreas críticas”, informou Rubio. “Também vamos rever os critérios de concessão de vistos para aumentar o escrutínio de todos os futuros pedidos de visto da República Popular da China e de Hong Kong”, acrescentou o secretário de Estado norte-americano. Apoios caseiros Esta determinação foi escutada com a devida atenção na China. A Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) em Macau disse à Lusa que está a preparar-se para “assistir” cerca de 200 estudantes da região administrativa especial chinesa a estudar nos Estados Unidos, assim como outros que aí pretendam prosseguir os estudos. “A DSEDJ comunicou com instituições terceiras em Macau e solicitou-lhes que estejam atentas aos últimos desenvolvimentos e prestem a necessária facilitação e assistência aos estudantes que se encontram nos Estados Unidos, ou que pretendem estudar nos Estados Unidos, com o objectivo de se transferirem para outros países”, indicou a instituição em comunicado enviado à Lusa. No ano lectivo de 2022/2023, o número total de estudantes chineses nos Estados Unidos era de 289.526, representando aproximadamente 27,4 por cento do número total de estudantes internacionais dos EUA, e encabeçando a lista pelo 14.º ano consecutivo, de acordo com o relatório Portas Abertas, financiado pelo Departamento de Estado norte-americano. Jing Wu, Lusa
Tufão | Primeira tempestade do ano com sinal 1 esta manhã João Luz - 11 Jun 2025 Uma área de baixa pressão que estava ontem na parte central do Mar do Sul da China irá intensificar-se a caminho da ilha de Hainan e da costa oeste de Guangdong no final da semana. Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos vão içar o sinal 1 de tempestade tropical, o primeiro do ano, hoje de manhã Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) vão içar hoje de manhã o primeiro sinal 1 de tempestade tropical de 2025. Num comunicado publicado ontem, quando a tempestade se situava a 810 quilómetros de Macau, os SMG indicavam que uma “área de baixa pressão situada na parte central do Mar do Sul da China intensificou-se para uma depressão tropical”, movendo-se lentamente “para as regiões entre a ilha de Hainan e a zona oeste de Guangdong”. Tendo em conta que a previsão aponta para que a depressão tropical se continue a desenvolver nos próximos dias, devido à sua influência, “prevê-se que o vento se intensifique em Macau no final desta semana”, e que o território seja fustigado por aguaceiros frequentes e trovoadas. Os SMG garantem que vão continuar a acompanhar a evolução da primeira tempestade da época de tufões, e apelaram à população que “preste atenção às informações meteorológicas mais recentes, adoptando medidas preventivas atempadamente”. Tempos de bonança Antes da aproximação da tempestade à costa de Guangdong, os SMG estimam que durante o dia de hoje o tempo continue muito quente, apesar da descida de três graus da temperatura máxima em relação a ontem para 32 graus. O céu estará muito nublado intervalado de períodos de pouco nublado. O cenário muda amanhã, com os aguaceiros, trovoadas e céu geralmente muito nublado. Segundo a Agência Meteorológica da China, a depressão tropical irá deslocar-se para oeste a uma velocidade de 10 quilómetros por hora. Uma vez que as previsões apontam para o aumento de intensidade, as autoridades nacionais não afastam a possibilidade de a depressão se transformar no primeiro tufão deste ano. O ponto de contacto com a terra deverá acontecer na sexta-feira. A agência acrescentou ainda que o tempo de formação do primeiro tufão deste ano foi mais tardio do que o habitual e que em anos anteriores, por esta altura, o número de tempestades rondaria uma média de 2,7. O Observatório de Hong Kong também anunciou ontem que iria hoje içar o sinal 1 de tempestade tropical e que amanhã iria avaliar a necessidade de aumentar a o sinal de alerta. Em declarações à emissora RTHK, um responsável do Observatório de Hong Kong não arriscou prever o impacto da tempestade na região vizinha, devido à multitude de factores envolvidos. “Para além da distância a que se encontra de Hong Kong, o impacto depende também da sua força na altura [em que passa pela região]. A estrutura do campo de ventos do ciclone também afectará a força do vento e a quantidade de chuva que trará”, indicou Shum Chi-tai.
Obras | Rede de drenagem altera circulação Hoje Macau - 11 Jun 2025 Várias vias do território estarão encerradas ao trânsito devido aos trabalhos de desobstrução da rede de drenagem, a cargo do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM). Assim, haverá alterações de circulação entre quinta e sexta-feira em zonas como a Travessa do Bem-Estar, Rua de Brás da Rosa ou Avenida do Almirante Lacerda, entre outras. Entre sábado e segunda-feira, a circulação será reduzida em zonas como a Travessa dos Vendilhões, Rua de Nossa Senhora do Amparo e Travessa da Caldeira, entre outras. O encerramento ao trânsito será faseado, funcionando de madrugada entre as 1h30 e 5h30. Patane | Trânsito condicionado na Avenida Marginal A empreitada de construção da passagem superior para peões na Avenida Marginal do Patane, que arrancou há cerca de um ano, irá obrigar ao condicionamento do trânsito, por fases, entre amanhã e 9 de Agosto, de acordo com um comunicado conjunto divulgado ontem pelas direcções de serviços de Obras Públicas e para os Assuntos de Tráfego. Entre amanhã e domingo, o troço da Avenida Marginal do Patane junto a Van Sion Son Chun terá o trânsito condicionado e, a partir da próxima semana até ao fim do mês será a vez do cruzamento entre a Rua Sul do Patane e a Avenida Marginal do Patane. As obras vão prosseguir, afectando várias secções das vias da zona, até 9 de Agosto. As autoridades indicaram que a empreitada estará concluída em Setembro.
Análise | Fecho de casinos-satélite com impacto mais complexo para SJM Hoje Macau - 11 Jun 2025 O anúncio do encerramento de 11 casinos-satélite até ao final deste ano foi recebido por analistas e especialista do sector como uma “surpresa negativa”. Numa sucessão de notas divulgadas ontem, em reacção ao anúncio de segunda-feira, vários analistas realçaram a maior complexidade para a SJM da transição para um período sem casinos-satélite, face à expectável suavidade transitória para as concessionárias Melco e Galaxy. Recorde-se que dos 11 espaços de jogo que vão encerrar, nove operavam sobre a licença da SJM, restando apenas os casinos da Ponte 16 e do L’Arc Macau. Para já, ainda não se sabe se a concessionária irá adquirir toda a propriedade ou apenas os espaços de jogo, mas qualquer que seja a decisão irá requerer a aprovação do Governo. Numa nota divulgada ontem, a JP Morgan Securities indica que o impacto do encerramento das operações dos casinos-satélite que operavam com as licenças da Melco e Galaxy será “insignificante” para as concessionárias, uma vez que os seus resultados representam percentagens mínimas nas operações dos dois grupos. A SJM está numa situação completamente diferente. Apesar das operações dos casinos-satélite apenas representarem cerca de 4 por cento dos lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA, em inglês), um volume “controlável”, o realinhamento de cerca de 440 mesas de jogos dos casinos-satélite irá acrescentar milhares de trabalhadores às folhas de pagamento de salários da empresa. Se a SJM não acrescentar de forma significativa a sua quota de mercado graças às novas mesas de jogo, o fluxo de trabalhadores pode resultar em prejuízos para a empresa, indicam os analistas da JP Morgan. Por outro lado, a CLSA destacou a surpresa do fim das operações de alguns casinos-satélite que vinham apresentando lucros, como o Casino Kam Pek Paradise.
IAM / Portal | Actualização elimina cerca de 20 anos de estatísticas João Santos Filipe - 11 Jun 2025 Ao eliminar os dados, o IAM fez com que se perdesse o acesso a informação como a que revela que em 2023 e 2024 houve um pico de abates de animais. O HM tentou obter esclarecimentos, mas ainda não teve resposta O Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) actualizou o portal com os dados sobre o número de animais abatidos e aproveitou para deixar de apresentar as estatísticas de cerca de 20 anos. O HM tentou obter esclarecimentos sobre o motivo da eliminação dos dados, mas apesar de um email enviado para quatro assessores a 25 de Maio, até ontem não tinha recebido qualquer resposta, nem sequer de confirmação de recepção do email. No passado, antes da actualização recente, quem visitasse o portal do IAM sobre o número de animais abatidos conseguia não só perceber o número de mortes de cães e gatos por mês, mas também tinha acesso a um historial com mais de 20 anos. Os dados mais antigos, entre 2003 e 2007, eram menos completos, uma vez que apenas apresentavam o total dos animais abatidos sem fazerem a discriminação se os animais eram caninos ou felinos. Contudo, todos estes dados deixaram de estar disponíveis, sem que o IAM tenha fornecido qualquer explicação sobre a decisão de deixar de disponibilizar os dados à população. Além disso, segundo a nova apresentação, deixa de ser possível acompanhar mensalmente as tendências do abate de animais no território. Tal deve-se ao facto de o IAM ter começado a apresentar os dados por trimestre em vez de apresentar por mês. Limpeza geral A eliminação dos dados surge numa altura em que o Governo defende estar a implementar uma política de “captura, esterilização e adopção (TNA em inglês)” dos animais de rua, ao invés de recorrer aos abates. Esta era uma política pedida durante vários anos pelas associações de protecção dos animais, como alternativa face ao número de abates. No entanto, entre 2023 e 2024 o número de abates cresceu. A eliminação dos dados faz também com que desapareça da estatística o pico de mortes de felinos registado na primeira metade de 2023, quando só em seis meses foram abatidos 105 gatos. Em termos das mortes dos caninos, a eliminação da estatística mostra como o ano com maior número de abates foi 2024, o ano passado, quando o IAM eliminou um total de 311 cães. No entanto, este número é menos de metade do que acontecia em 2010, o ano com maior mortalidade canina de acordo com as estatísticas apagadas pelo IAM, quando foram registadas 718 ocorrências. À luz da nova estatística oficial, o número de abates de gatos em 2023 e 2024 foi de 140 e 119, respectivamente. Em termos de cães, os números mostram uma subida, com 220 abates em 2023 e 311 abates em 2024. No primeiro semestre do ano, houve 32 abates de gatos e 69 de cães.
Gestão Pública | Totalidade de empresas avaliadas com notas acima de B João Santos Filipe - 11 Jun 2025 A Direcção dos Serviços da Supervisão e da Gestão dos Activos Públicos (DSSGAP) avaliou com nota positiva todas as empresas da RAEM com capitais públicos. Numa escala de 0 a 100 pontos, não houve nenhuma avaliada com uma nota abaixo dos 70 pontos. Nenhum das empresas conseguiu a nota máxima, mas a CAM – Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau e a Sociedade para o Desenvolvimento dos Parques Industriais de Macau foram avaliadas com “A-“, o que significa uma nota entre 80 e 84 pontos. A maioria das empresas avaliadas obteve uma pontuação superior a 75 pontos, mas inferior a 80, o que significa uma escala de “B+”. Foi o caso da UMCERT Investigação e Ensaios em Engenharia, Macau Renovação Urbana, Central de Depósito e Liquidação de Valores Mobiliários de Macau, Macau Investimento e Desenvolvimento, S.A., Centro de Ciência de Macau, Sociedade Orquestra de Macau, Matadouro de Macau, Sociedade do Metro Ligeiro de Macau e da TDM – Teledifusão de Macau. Finalmente, as empresas com pior avaliação foram a UMTEC e o Centro de Comércio Mundial de Macau, cuja nota final foi um “B”, o que representa uma avaliação de pelo menos 70 pontos e um máximo de 74 pontos. A avaliação dos resultados da exploração e do funcionamento resulta da obrigação imposta pelo Regime Jurídico das Empresas de Capitais Públicos de avaliar anualmente estas empresas. As avaliações têm em conta diferentes critérios, conforme a natureza e os objectivos das empresas avaliadas. “Entre os indicadores da avaliação do desempenho de exploração e funcionamento do ano de 2024, o indicador essencial para todas as empresas foi o desempenho de gestão, prestando atenção designadamente à racionalidade e regularidade do estabelecimento da estrutura de governação, à completude do estabelecimento dos regimes de gestão interna, à exploração em conformidade com a lei, bem como à regularidade da divulgação de informações”, foi indicado pela DSSGAP.
Cultura | Wu Zhiliang quer fundo para garantir segurança nacional Nunu Wu e João Luz - 11 Jun 2025 O presidente da Fundação Macau considera que o Governo deve ter um mecanismo para garantir a segurança nacional e o patriotismo na cultura. Como tal, Wu Zhiliang defende a criação de um fundo para promover narrativas nacionais na literatura e nas artes em geral e o estabelecimento de equilíbrios jurídicos entre liberdade de expressão e segurança nacional O presidente do Conselho de Administração da Fundação Macau, Wu Zhiliang, entende que o território está a enfrentar desafios que não podem ser negligenciados e que nem na cultura se deve baixar os braços na defesa da segurança do Estado e do nacionalismo. Num discurso proferido na segunda-feira em Pequim, na Academia Chinesa de Ciências Sociais, Wu Zhiliang defendeu a criação de um mecanismo que assegure a segurança nacional e a promoção do nacionalismo na cultura e nas artes. Assim sendo, o líder da Fundação Macau, que financia, entre outros, projectos culturais, entende que é necessário criar um fundo especial para promover as narrativas nacionalistas na literatura e nas restantes artes. Para garantir que não existem violações à lei e aos direitos dos residentes, Wu Zhiliang sugeriu a aposta na cooperação regional para juntar esforços entre as faculdades de Direito de Macau, Hong Kong e Interior da China. Os objectivos da parceria passariam por criar um sistema de interpretação jurídica, com análise a casos típicos para definir padrões de equilíbrio entre liberdade de expressão e segurança nacional. A parceria poderia também ser alargada a outras áreas do ensino, por exemplo, com o estabelecimento de uma plataforma de partilha de recursos de recursos de educação destinada à segurança nacional na Grande Baía, com vista a promover um modelo da aprendizagem imersiva. Resposta musculada A intervenção na área cultural é encarada pelo presidente da Fundação Macau como uma forma de responder aos desafios que a RAEM enfrenta actualmente, indicou em Pequim, sem concretizar especificamente. O responsável destacou o ambiente social e as bases culturais da população enquanto elementos que não só demonstram a eficácia da governação em Macau, como garantem a segurança nacional através da articulação profunda da estrutura social e dos valores culturais. Para tal, Wu Zhiliang realçou o papel fundamental desempenhado pelo princípio “Um País, Dois Sistemas”, cujo sucesso também depende do ambiente social único da Macau, assim como da sólida identidade cultural. Além da aplicação do princípio político, o responsável destacou a melhoria do bem-estar da população, o sistema educativo e o papel desempenhado pelo tecido associativo. Wu Zhiliang destacou particularmente as associações patrióticas, e as suas redes de serviços sociais que cobrem toda a cidade, que promovem actividades relacionadas com segurança nacional. Neste aspecto, o dirigente deu como exemplo a mobilização que as associações conseguiram, levando cerca de três mil pessoas para participarem nas sessões de consulta pública, aquando das alterações à lei relativa à defesa da segurança do Estado em 2023.
Casinos-satélite | Davis Fong diz que fechos se devem ao mercado Hoje Macau - 11 Jun 2025 O académico Davis Fong considerou que o encerramento de 11 casinos-satélite se deve ao funcionamento do mercado e ao facto de as concessionárias e as empresas que exploram os casinos-satélite não terem chegado a acordo sobre o pagamento pela exploração dos casinos. A posição do académico, e ex-deputado nomeado pelo Chefe do Executivo, foi tomada em declarações ao Jornal Ou Mun. Na óptica de Davis Fong, o fim destes espaços deveram-se principalmente ao desencontro das posições entre os operadores e as concessionárias do jogo, dado que com as alterações à lei do jogo, as empresas que exploram os casinos-satélite deixaram de ser pagas de acordo com as receitas dos casinos, e apenas podem ser pagas através da chamada retribuição do contrato de exploração do jogo, ou seja, um pagamento mensal fixo. O director do Instituto de Estudos sobre a Indústria do Jogo da Universidade de Macau desvalorizou ainda o impacto do encerramento destes casinos na economia local, ao indicar que actualmente decorre um período de transição para os casinos-satélite, e que nos últimos dois anos e meio era conhecida a possibilidade do encerramento. Por este motivo, indicou Davis Fong, muitos restaurantes mudaram de localização do ZAPE para o NAPE, para se prepararem para o novo cenário, sem estes casinos. Embora ser conhecido como especialista na área do jogo, Davis Fong não se coibiu de considerar que mesmo sem casinos o ZAPE continua a ser uma área com valor comercial, e que os comerciantes daquela zona devem pensar em novas forma de atrair outros clientes. Fong deixou como sugestão o desenvolvimento do comércio nocturno. O ex-deputado também opinou que os funcionários dos casinos-satélite ligados a áreas que não-jogo vão enfrentar dificuldades em obter um novo emprego, pelo que defendeu que as concessionárias devem arranjar alternativas de emprego para os futuros desempregados.
Portugal | Luís Montenegro visita Macau e China em Setembro João Santos Filipe - 11 Jun 202511 Jun 2025 O primeiro-ministro português planeia visitar a China em Setembro, naquela que será a primeira visita do chefe do Governo de Portugal a Pequim desde 2016, altura em que António Costa esteve na capital chinesa. A novidade foi avançada por Marcelo Rebelo de Sousa, que admitiu não vir a Macau até ao final do mandato O Presidente da República portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, afastou um regresso a Macau, na segunda-feira, mas anunciou que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, deverá passar pela RAEM em Setembro, durante uma visita à China. O chefe de Estado de Portugal falava aos jornalistas em Lagos, no distrito de Faro, onde chegou na segunda-feira para as celebrações do 10 de Junho, que segundo o programa original iriam prosseguir em Macau, deslocação que foi entretanto cancelada. “Estava previsto para Macau. Mas não se podia ir a Macau porque temos que estar dia 12 [de Junho] a comemorar a entrada na Europa. Como é que íamos a Macau? Enfim, era impossível”, justificou o Presidente da República. Interrogado se ainda irá a Macau neste seu segundo e último mandato presidencial, que terminará em 9 de Março do próximo ano, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: “Não. Vai o senhor primeiro-ministro, se puder, mas lá mais para diante, em Setembro”. “Enquanto eu vou às Nações Unidas, ele vai a Macau, à China. Porque ele tem uma visita à China que também se entroncava na ida a Macau. Vamos ver se ele consegue marcar, enquanto estou em Nova Iorque, ele aproveita para ir a Macau e à China”, acrescentou. Celebrações canceladas Após o cancelamento das comemorações do Dia de Portugal em Macau, na sequência da queda do Governo PSD/CDS-PP, em Março, e da convocação de eleições legislativas antecipadas para 18 de Maio, não ficou prevista qualquer celebração desta data no estrangeiro. Contudo, o Presidente da República e o primeiro-ministro, Luís Montenegro, acabaram por festejar o 10 de Junho na Alemanha, no sábado, junto da comunidade portuguesa em Estugarda, antes de assistirem à vitória de Portugal na final da Liga das Nações, no domingo à noite, diante a Espanha, em Munique. Marcelo Rebelo de Sousa realizou uma visita de Estado à República Popular da China entre Abril e Maio de 2019, que começou em Pequim, onde foi recebido pelo Presidente Xi Jinping, passou por Xangai e terminou na Região Administrativa Especial de Macau. Olhos no futuro Amélia António, presidente da Casa de Portugal, considerou que a vista de Luís Montenegro a Macau é mais importante do que a visita de Marcelo Rebelo de Sousa, dado que o primeiro-ministro vai manter-se no cargo, enquanto o Presidente está de saída. “De certa maneira compreende-se, seria uma espécie de despedida de Marcelo, em fim de mandato. Mas, se calhar, é bastante mais importante, do ponto de vista diplomático e político, que venha quem esteja numa perspectiva de andar para a frente”, afirmou Amélia Antónia, em declarações à Rádio Macau.
Casinos-satélite | FAOM diz que vai ajudar na procura de emprego Hoje Macau - 11 Jun 2025 A Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) garante que vai continuar a comunicar com as empresas do jogo, os casinos-satélite e o Governo, a fim de garantir o acompanhamento necessário dos funcionários que vão deixar de ter trabalho nos casinos-satélite. Segundo o jornal Ou Mun, a FAOM diz ter recebido vários pedidos de ajuda dos trabalhadores antes do anúncio de encerramento dos espaços de jogo a funcionar fora dos empreendimentos das seis concessionárias. Agora, a FAOM sugere que caso as mesas de jogo sejam transferidas para outro lado e estes trabalhadores fiquem sem emprego, cabe às empresas encontrar alternativas de trabalho para estas pessoas. Em relação aos funcionários contratados pelas próprias entidades gestoras dos casinos-satélite, e não pelas operadoras, a FAOM defendeu a prioridade ao seu recrutamento. De frisar que na segunda-feira a Melco, Galaxy e SJM Resorts anunciaram os planos de fechar casinos satélite sob sua alçada, salas Mocha e relocalizar mesas de jogo, prometendo garantir a devida transferência dos trabalhadores para outros postos de trabalho.
Neto Valente teme que comunidade portuguesa perca influência Hoje Macau - 11 Jun 2025 Ouvido pela TDM Rádio Macau, Jorge Neto Valente, advogado e presidente da Fundação da Escola Portuguesa de Macau (FEPM) disse que é “altura de nos interrogarmos quanto tempo será necessário para a influência dos portugueses desaparecer por completo [em Macau]”. Estas palavras foram proferidas tendo em conta as crescentes dificuldades para a obtenção da residência, apesar de, segundo a Lei Básica, os cidadãos com nacionalidade portuguesa terem direito à residência. Neto Valente falou à rádio no contexto das celebrações do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas. “Para a cultura portuguesa não há melhor do que ter portugueses. Quando nós estamos a assistir à saída de alguns portugueses, ao desaparecimento [deles] por emigração ou por falecimento de portugueses que não são substituídos porque a dificuldade de trazer portugueses para Macau tem vindo a aumentar, é altura de nos interrogarmos quanto tempo será necessário para a influência dos portugueses desaparecer por completo”, referiu. Para o ex-presidente da Associação dos Advogados de Macau, “não são os chineses que aprendem português e muito bem, e são pessoas válidas, talentosas, mas não são eles que vão trazer a cultura, que vão promover a cultura portuguesa em Macau”, referindo que tudo depende da “decisão política” de definir o futuro deste panorama. Desta forma, Neto Valente pede uma “visão”, que se trace um “caminho óbvio”, pois, caso contrário, “Macau vai-se diluindo, perde a sua identidade, deixa de ser Macau”. Este disse ainda acreditar que haverá, da parte das autoridades, “discernimento suficiente e visão”. Faltam qualificados Também ouvida pela TDM Rádio Macau, Maria Amélia António, presidente da Casa de Portugal em Macau, frisou que “desde que se começou a enfrentar essa nova situação que me tem preocupado muito, e cada vez me preocupa mais” a crescente saída de portugueses e a não renovação da comunidade. “Como se fazem omeletes sem ovos?”, questionou, salientando como é que Macau pode “ser um ponto de difusão da língua portuguesa e um polo de diferença, como a China quer, se não tiver os ingredientes necessários para essa afirmação?”. E deixa um exemplo concreto da falta de técnicos para a Escola de Artes e Ofícios da Casa de Portugal, sentida com a saída de portugueses. “Tem saído muita gente qualificada e sentimos essa falta ao nível das muitas actividades que realizamos. Há profissões que não são académicas, e dou um exemplo: preciso de técnicos que saibam mexer nos fornos de cerâmica”, disse.
10 de Junho | Alexandre Leitão destaca fim das listas de espera no Consulado Andreia Sofia Silva e João Santos Filipe - 11 Jun 2025 Realizou-se ontem, na residência consular na Bela Vista, a habitual cerimónia de celebração do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas. Alexandre Leitão, cônsul, destacou o fim das listas de espera no Consulado e a modernização de alguns serviços, referindo que Portugal está pronto para promover laços económicos mais fortes com a RAEM Depois de anos em que renovar o cartão de cidadão ou o passaporte poderia constituir um pequeno grande problema para cidadãos portugueses a residir na RAEM, eis que esse assunto parece estar resolvido. Alexandre Leitão, Cônsul-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong, mostrou ontem ser um homem satisfeito ao falar dos últimos feitos conseguidos no funcionamento do Consulado-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, isto a propósito das comemorações do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas. “Depois de dois anos de intensa concentração na normalização dos serviços consulares, eliminámos listas de espera no domínio da emissão de cartões de cidadão e passaportes”, referiu. Segundo Alexandre Leitão, “os utentes voltaram a ter acesso a 90 por cento dos serviços sem obrigatoriedade de marcação prévia, introduzimos meios de pagamento electrónico, reduzimos drasticamente os tempos de resposta e de encaminhamento após a admissão dos processos, e reorganizamos os recursos humanos e procedimentos”. O cônsul não esqueceu a equipa do Consulado, “que é constituída, quase na íntegra, por macaenses que têm reagido positivamente aos sucessivos desafios que lhes têm sido apresentados”, destacando também que “em 15 meses foram emitidos ou renovados 55 mil cartões de cidadão e passaportes, o que também demonstra a dimensão da comunidade portuguesa de Macau e de Hong Kong”. Portugal com valor Assim, o responsável disse poder “com segurança afirmar que o essencial, do ponto de vista estritamente consular, está feito”, mas que pretende apostar no “aprofundamento das relações diplomáticas, económicas e culturais de Portugal com as regiões administrativas especiais” de Macau e Hong Kong. Dirigindo-se ao Chefe do Executivo em exercício, Sam Hou Fai, Alexandre Leitão lembrou que o governante “tem defendido a aceleração da abertura e da diversificação da economia” local e que, desse ponto de vista, Portugal tem um papel privilegiado a cumprir. “Portugal tem o mesmo desígnio, o que nos torna, mais uma vez, irmanados num propósito comum: crescer e diversificar as nossas economias, internacionalizando-as para benefício dos nossos povos. As empresas portuguesas estão preparadas para aproveitar a ‘postura mais aberta e inclusiva para intensificar laços internacionais e aumentar a projecção e atractividade globais e o renome de Macau como metrópole internacional'”, citou, destacando que “todos, na RAEM, estão conscientes do contributo das empresas e dos trabalhadores portugueses para o crescimento e qualidade dos serviços da economia de Macau”. O cônsul foi claro ainda ao dizer a Sam Hou Fai que “pode contar com a comunidade portuguesa para participar activamente no ambicioso desígnio de diversificação económica da RAEM”. Alexandre Leitão não esqueceu o último grande investimento chinês em Portugal, nomeadamente em Sines, por parte da CALB – China Aviation Lithium Battery, sendo “o maior da década”, o que “demonstra a confiança das grandes empresas chinesas e do mundo na qualidade e capacidade de Portugal como destino preferencial de investimento”. Camões, o grande Tendo em conta que prosseguem inúmeras comemorações dos 500 anos do nascimento de Luís Vaz de Camões, Sam Hou Fai trouxe o poeta português para o seu discurso na cerimónia de ontem na Bela Vista. “Os fortes e profundos laços históricos entre Portugal e Macau já são conhecidos por todos, e encontram-se reflectidos neste dia, pois hoje celebra-se também o maior poeta português que viveu uns anos em Macau e fez parte dos primeiros momentos deste encontro histórico de dois povos.” “Nunca é demais recordar que é por conta deste encontro centenário de culturas, nesta ‘janela para o exterior’ da China, que surge a ‘singularidade’ de Macau enquanto ‘único local do mundo que tem como línguas oficiais o português e o chinês’, como foi expressamente sublinhado pelo Presidente Xi Jinping”, destacou ainda o Chefe do Executivo. Sam Hou Fai não esqueceu ainda o “empenho e compromisso do Governo da RAEM na concentração de esforços para a construção de uma plataforma de abertura ao exterior de nível mais elevado”, bem como o “reforço da abertura bilateral com a lusofonia e na promoção de uma cooperação abrangente de benefícios mútuos, que enriqueça e alargue ainda mais o papel e as funções de Macau enquanto plataforma sino-lusófona”. As palavras do Chefe do Executivo referiram ainda a defesa “das características multiculturais de Macau” e na promoção do “desenvolvimento em todas as vertentes, procurando assegurar e melhorar continuamente o bem-estar de todos os residentes de Macau, incluindo as comunidades portuguesas em Macau”.