Exposição | Aguarelas de Ada Zhang dão cor à vila de Ká-Ho

A exposição “Home’s where the heart is” reúne aguarelas de Ada Zhang no espaço “Hold on to Hope Project”, na vila de Ká-Ho. A mostra que estará patente até 26 de Junho, reflecte as visões da artista que se formou depois de perder o emprego que tinha na indústria do jogo

 

“Home’s where the heart is” é o nome da exposição de Ada Zhang, que pode ser vista no espaço “Hold on to Hope Project”, que a Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau (ARTM) gere na vila de Ká-Ho. Porém, a mostra podia também ser um resumo dos últimos setes anos de vida da artista, desde que veio viver para Macau em 2015.

O conjunto de aguarelas, e algumas pinturas a óleo, que compõem a mostra têm como fio condutor um conceito retirado da obra do clássico poeta chinês Su Shi, nascido há quase mil anos, durante a dinastia Song. “O significado da frase que dá nome a esta exposição é a insignificância do lugar em que estamos, a localização geográfica da nossa terra natal é de menor importância. O que importa é o sítio onde nos sentimos confortáveis e em paz”, explica Ada Zhang.

Oriunda da província de Sichuan e a viver no território há cerca de sete anos, a artista revela que o conceito de “lar interior” foi algo que sempre lhe agradou e que encontrou em Macau. “É uma terra acolhedora, tranquila, que transmite o tipo de calma e boas emoções conducentes à pintura”, acrescenta.

Além das paisagens mais emblemáticas de Macau, os quadros da artista transpiram frescura e vivacidade, mas também a sobreposição de camadas de cor típicos da pintura clássica chinesa.

Oportunidade de ouro

Apesar de pintar desde criança, as voltas que a vida dá acabaram por colocar a arte numa esfera além do passatempo.
Depois de passar para licença sem vencimento e a receber metade do salário enquanto analista de dados numa concessionária de jogo, Ada Zhang passou a ter mais tempo para pintar e viu na tela uma alternativa. “Desde a infância que gosto de pintar, mas nunca pensei que poderia vir a fazê-lo a tempo inteiro. O tédio de passar metade do mês sem nada para fazer levou-me à pintura. Entrei num grupo de Facebook, fiz muitos amigos e, por vezes, pintamos juntos.”

Com uma atitude refrescantemente humilde, Ada Zhang confessou ao HM preocupar-se com as opiniões do público, e da forma como a sua arte é recebida. Nesse sentido, “Home’s where the heart is” podia ser o antídoto perfeito, uma vez que em pouco tempo de exibição, já foram vendidas cerca de 90 por cento das obras expostas. A artista conta que a larga maioria dos quadros foi comprada por estrangeiros. “Acho que os residentes chineses não têm o hábito de comprar arte, mas os residentes que falam português e inglês, assim como os macaenses, compram”, revela.

Clássico e contemporâneo

“É claro que, por vezes, faço questão de pintar cenários que não são populares no mercado artístico. Por exemplo, tentei retratar um grupo de pessoas a jogar às cartas. Deu-me muito trabalho, demorei semanas a completá-lo. Mas, apesar do processo de criação exaustivo, diverti-me muito a pintar e nem tenho planos para vendê-lo”, contou a artista ao HM.

“Macau é uma cidade de jogo. A imagem de pessoas a jogarem às cartas é como uma representação do microcosmo da cidade. Por isso, pintei os jogadores com um gaiola no fundo.”

Na colecção de paisagens retratadas por Ada Zhang constam “postais” incontornáveis do território, como o Templo de A-Má, as Ruínas de São Paulo e a Torre de Macau, numa espécie de abordagem moderna ao imaginário bucólico das aguarelas de George Chinnery.

A exposição “Home’s where the heart is” tem alguns trabalhos pintados a óleo, porém, as aguarelas ocupam o espaço central. Além de entender que a aguarela é mais popular, a artista acha que implica um método de criação mais divertido. Além disso, é da opinião que a aguarela permite maior progresso no domínio da técnica e “uma forma mais fiável de verificar o nível de qualidade das obras”, algo que não consegue aferir nas pinturas a óleo, uma vez que a falta de talento pode ficar camuflada pelo estilo artístico.

8 Jun 2022

ARTM | Magia, exposições e angariação de fundos para celebrar dia da criança

Para assinalar o dia da criança, a ARTM vai organizar na Vila de Nossa Senhora de Ká-Hó uma tarde de actividades onde não vão faltar espectáculos de magia, caricaturas, pintura em madeira e uma exposição de desenhos com o objectivo de angariar fundos para ajudar as crianças afectadas pela guerra na Ucrânia. A entrada é livre e o evento acontece no dia 29 de Maio

 

O espaço “Hold on to Hope Project”, que a Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau (ARTM) gere na vila de Ka-Hó, em Coloane, irá acolher no próximo dia 29 de Maio uma série de actividades para celebrar o Dia Mundial da Criança, que se assinala anualmente a 1 de Junho.

A ideia, como explicou Augusto Nogueira, presidente da ARTM, passa por proporcionar uma tarde em família, onde os mais novos terão a oportunidade assistir, entre as 14h e as 18h, a espectáculos de magia de rua e participar, entre outros, em workshops de pintura em madeira, botânica e modelagem de balões. Haverá ainda expositores de venda de livros e artesanato e desenho de caricaturas.

“Queremos que neste dia tragam as crianças até Ká-hó, pois haverá imensos divertimentos, a maior parte deles gratuitos. Claro que a aquisição de artesanato não, mas os balões, as caricaturas e a magia de rua são actividades gratuitas para que as pessoas possam celebrar o Dia Mundial da Criança e partilhar um bom ambiente familiar”, começou por dizer ao HM.

“A entrada é livre. Esperamos que esteja bom tempo e um dia radioso para que as pessoas possam vir até Ká-Hó. Deixamos em aberto a toda a comunidade de Macau que, nesse dia, traga as suas crianças e venha passar uma boa tarde connosco. Esperamos ter o maior número possível de pessoas”, acrescentou.

Detalhando, os mais novos terão a oportunidade de participar nos workshops de pintura em madeira e de botânica ao longo de toda tarde, assim como a venda de livros e artesanato, que estará disponível entre as 14h e as 18h. Entre as 15h e as 15h30 haverá lugar a um evento de storytelling em língua inglesa, ao passo que a modelagem de balões acontece entre as 15h e as 17h. Tanto os espectáculos de magia de rua, como o desenho de caricaturas terão lugar entre as 16h30 e as 17h30.

Para quem precisa

Um dos pontos altos do evento será a inauguração, pelas 16h, da mostra “World Children’s Day”, uma exposição de desenhos feitos por crianças de várias escolas de Macau, que poderão ser adquiridos pelos visitantes com o intuito de angariar fundos para ajudar as crianças afectadas na guerra da Ucrânia.

“A exposição de pinturas feitas por crianças tem como objectivo angariar fundos para ajudar as crianças que estão a sofrer com a guerra na Ucrânia. As pessoas poderão adquirir os desenhos pelo montante que desejarem e os fundos angariados serão doados à Unicef de Hong Kong e destinam-se aos cuidados médicos, acesso a água potável, educação, protecção infantil e aquisição de bens para essas crianças”, explicou Augusto Nogueira.

O evento que terá lugar nas casas da antiga leprosaria da Vila de Nossa Senhora de Ká Hó, conta também com a participação de várias associações e organizações, que segundo o presidente da ARTM estão focadas em promover um “bom ambiente” na comunidade.

“Convidámos várias associações e companhias como a Associação dos Jovens Macaenses, Mandarina Books, ChillMa Lab e a Savonnerie e elas quiseram colaborar. São várias associações e companhias que convidámos, umas porque estão ligadas às crianças e outras porque são parceiros habituais de várias actividades e que estão focados em promover um bom ambiente na comunidade”, partilhou.

20 Mai 2022

Coloane | Cobra gigante encontrada em Ká Hó

Uma cobra gigante foi encontrada na tarde de ontem em Ká Hó, durante obras de escavação. As autoridades foram chamadas ao local, e um trabalhador do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) removeu o animal.

Depois de ter sido encontrada, a cobra manteve-se imobilizada durante vários minutos. Porém, segundo o jornal Ou Mun, na altura em que os trabalhadores avançaram para remover o animal, a cobra deu sinal de vida e ainda tentou fugir. Contudo, acabou mesmo por ser apanhada, sem que se tenham registados feridos.

29 Dez 2021

Substâncias perigosas | Consulta pública dá luz verde à localização em Ká-Ho

A consulta pública do Regime Jurídico do Controlo de Substâncias Perigosas acabou na semana passada e o gabinete do secretário para a Segurança afirma que a opiniões apuradas mostraram-se favoráveis à localização que vai albergar o material perigoso. A nota expressa que houve “apoio total” à escolha do local para a construção do depósito e armazém permanente de substâncias perigosas – o terreno do antigo centro de reabilitação de toxicodependentes “Desafio Jovem” em Ká-Ho – e que há vontade de “acelerar” as obras.

Além disso, o próprio diploma merece aprovação. “Os diversos quadrantes da sociedade apoiaram, na generalidade, a elaboração do ‘Regime Jurídico do Controlo de Substâncias Perigosas’, considerando que a nova lei poderá enquadrar positivamente a importação, o armazenamento, o transporte e a utilização de substâncias perigosas e que concordaram que é necessário e urgente elaborar a nova lei, esperando que a mesma possa entrar em vigor o mais rápido possível.”, pode ler-se.

As substâncias perigosas dispersas pelo território, com particular incidência para estaleiros de construção civil, vão ser transferidas para o depósito e armazém por fases e grupos, de acordo com o seu grau de perigosidade. A ideia é “resolver de raiz os problemas relacionados com a segurança comunitária com que os cidadãos se têm preocupado”.

Estão também previstas melhorias à base de dados de substâncias perigosas criada pelo Corpo de Bombeiros, para activar o socorro imediato em caso de acidente.

18 Mar 2021

Substâncias perigosas | Armazém em Ká-Hó é obra “urgente”, Wong Sio Chak

O secretário para a Segurança considera a construção de um armazém permanente de substâncias perigosas uma obra “urgente”, apesar de ainda não existirem datas. A nova lei de controlo de substâncias perigosas entra em consulta pública a partir de amanhã e prevê penas de prisão até três anos e multas entre 10 mil e 500 mil patacas

 

O secretário para a Segurança, Wong Sio Chak considerou ontem que a construção do armazém permanente de substâncias perigosas, previsto para Ká-Hó, em Coloane, é uma obra “urgente”. Contudo, e apesar de ser ponto assente que, em primeiro lugar, serão depositados os materiais “mais perigosos” quando a infraestrutura estiver pronta, são ainda incertas as datas de início e conclusão da obra.

Na conferência de imprensa de apresentação do documento que estará em consulta pública a partir de amanhã sobre o Regime Jurídico do Controlo de Substâncias Perigosas, Wong Sio Chak recordou ainda que, após vários avanços e recuos sobre a construção do armazém, que chegou a ser projectado com cariz temporário e pensado para um aterro, não há mais tempo a perder e que a localização escolhida é a que oferece mais garantias.

“A proposta original passava por construir o armazém num aterro (…) mas isso levaria mais de 10 anos e, com base da natureza perigosa dos materiais, não devemos prolongar este projecto. [O local escolhido] é o mais remoto, longe dos cidadãos e das zonas habitacionais e, por isso, é o local que oferece melhores condições de segurança.

Esperamos com a utilização deste terreno instalar infra-estruturas de segurança e, sobretudo, criar condições que cumpram as normas técnicas para o armazenamento permanente de substâncias perigosas. É impossível garantir que, no futuro, tendo em conta o desenvolvimento da sociedade, não vão existir mais mudanças, mas, para resolver, de raiz, este problema (…) esta é uma [obra] absolutamente necessária e urgente”, sublinhou o secretário.

Recorde-se que o anúncio da construção do armazém no terreno do antigo centro de reabilitação de toxicodependentes “Desafio jovem”, foi feito em reunião plenária do passado mês de Novembro pela directora dos Serviços de Solos Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), Chan Pou Ha.

Questionado sobre onde se encontram actualmente armazenadas as substâncias perigosas, Wong Sio Chak respondeu que o paradeiro “não pode ser revelado”, mas que estão “espalhadas pela cidade”, sob o controlo atento da PSP.

Controlar e prevenir

Com o objectivo de estabelecer um regime de controlo e prevenção da ocorrência de acidentes graves decorrentes do transporte, fabrico, manuseio e utilização de substâncias perigosas, o Governo anunciou que a partir de amanhã será lançada a consulta pública sobre o Regime Jurídico do Controlo de Substâncias Perigosas.

A recolha de opiniões sobre a proposta de lei irá vigorar durante 45 dias, e procura validar junto da população alterações como o “estabelecimento dum regime sancionatório criminal e administrativo mais dissuasor”. Isto porque o diploma prevê penas de prisão até três anos para o crime de produção, detenção ou transação de substâncias perigosas proibidas e multas entre 10 mil e 500 mil patacas pela prática do crime de desobediência, ou seja, para quem não cumprir “as medidas cautelares” ou se opuser à fiscalização das autoridades.

O documento, que categoriza as substâncias perigosas em nove classes (como explosivos, gases e líquidos inflamáveis), prevê ainda isenções como a possibilidade armazenar em casa até três garrafas de gás cuja capacidade não exceda 90 dm3. Produtos como estupefacientes, resíduos hospitalares e antibióticos ficam fora deste regime.

Para Wong Sio Chak, o diploma é da maior importância para a manutenção da segurança da população e recordou “a grande explosão no porto de Beirute, no Líbano e a explosão de um camião cisterna de petróleo na autoestrada Wenling na China, ambas ocorridas no ano passado e que causaram muitas mortes e danos materiais”.

“Muitas vezes, estes acidentes estão relacionados com a falta de regimes legais adequados, má gestão e falta de consciência de segurança, pelo que a construção de um regime de gestão de substâncias perigosas em Macau está, de facto, intimamente relacionada com a vida da população e a segurança de pessoas e bens, requerendo efectiva atenção e participação activa de todos os sectores da sociedade e de todos os residentes”, vincou o secretário.

22 Jan 2021

Ká Hó vai ter centro de exposições sobre a comunidade leprosa

[dropcap]O[/dropcap] Governo vai construir um centro de exposições na Vila de Ká Hó para mostrar aos residentes como vivia a comunidade leprosa quando ali residia em isolamento. Anteriormente, já tinha sido anunciado que uma das casas no local ia ser transformada num Centro de Formação de Jovens na Área da Educação Artística, mas ontem o Instituto Cultural (IC) revelou mais pormenores.

“Vai servir como centro de exibição sobre a história da vida em Ká Hó. Sabemos que existiam doentes que ficavam isolados nessa vila e vamos tentar exibir como era a sua vida”, informou Deland Leong, vice-presidente do IC. “Queremos que a população tenha acesso a esse centro e que conheça como era a vida nessa altura”, acrescentou.

A Planta de Condições Urbanísticas para o local foi apresentada ontem devido à necessidade de construir naquela área instalações públicas complementares, nomeadamente casas-de-banho.
Apesar destas construções, Deland Leong explicou que o objectivo é manter a área como está, como árvores e espaço livre entre as casas da vila de Ká Hó.

Quanto às futuras construções, Rui Leão advertiu para a necessidade de as instalações serem “escondidas” atrás das casas já existentes para não alterar a paisagem. “Sei que o Instituto Cultural vai ter isto em conta, mas a construção devia ser feita atrás dos pavilhões. Se for assim, quem entrar na vila não vai ver as novas construções imediatamente e isso faz com que a paisagem não seja muito alterada”, sustentou.

Ainda sobre as obras, Deland Leong prometeu que a paisagem não vai ser alterada. “Vamos revitalizar esta área, queremos que seja visitada pelos residentes. Sabemos que faltam instalações públicas, mas queremos manter as características de uma área muito livre e com arborização, tal como está”, comprometeu.

A directora das Obras Públicas, Chan Pou Ha, não se coibiu de partilhar uma certa nostalgia sobre a vila e admitiu ser uma área onde ia com frequência na infância. “Quando era pequena também visitava esta zona”, recordou.

19 Mar 2020

Saúde | Aberto concurso para monitorizar cinzas volantes em Ká-Hó

[dropcap]O[/dropcap] Governo abriu um concurso público para prestação de serviço de monitorização e avaliação de impacto ambiental do aterro de cinzas volantes situado em Coloane junto à Estrada de Nossa Senhora de Ká-Hó, um trabalho que tem vindo a ser desempenhado pela AECOM Macau.

A informação anunciada ontem em Boletim Oficial aponta o dia 8 de Julho como prazo para a entrega de propostas. De acordo com a publicação oficial, os serviços devem ser prestados ao longo de um período de 32 meses, de Outubro deste ano até 31 de Maio de 2022.

Além do aterro em Ká-Hó, a proposta vencedora terá a cargo a monitorização e avaliação de impacto ambiental do depósito temporário de cinzas volantes do Aterro para resíduos de Materiais de Construção, sito na Avenida do Aeroporto da Taipa.

6 Jun 2019

Ká Hó | Aberto concurso público para duplicar capacidade da barragem

[dropcap]O[/dropcap] Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI) lançou ontem o concurso público para a ampliação da barragem de Ká Hó. Segundo o anúncio publicado ontem em Boletim Oficial, a empreitada tem um prazo máximo de execução de 750 dias de trabalho, ou seja, de pouco mais de dois anos.

A obra vai permitir ampliar a capacidade de armazenamento global da barragem de Ká Hó para o dobro, ou seja, dos actuais 340 mil metros cúbicos para 740 mil metros cúbicos, de acordo com o GDI. O projecto encontra-se dividido em duas empreitadas: a da ampliação da barragem propriamente dita e a relativa ao assentamento de tubagem de distribuição de água. As propostas para a primeira fase – de ampliação da barragem – têm de ser entregues até 11 de Abril, estando o acto público de abertura das mesmas marcado para o dia seguinte.

A ampliação da barragem da Ká Hó foi lançada “no intuito de intensificar o desenvolvimento urbanístico sustentável de Macau em termos de abastecimento de água, aperfeiçoar o sistema de abastecimento de água e elevar a capacidade de armazenamento do recurso de água doce”, justifica o GDI, num comunicado publicado no seu portal.

A obra de ampliação da barragem de Ká Hó, em Coloane, foi viabilizada depois de a Sociedade de Turismo e Desenvolvimento Insular ter prescindido da concessão, por arrendamento, de cinco parcelas de terreno. Segundo um despacho do secretário para os Transportes e Obras Públicas, publicado no final do mês passado, a empresa, liderada por Pansy Ho, abdicou de cinco parcelas que totalizam 3.632 metros quadrados de um terreno com uma área global de 767.373 metros quadrados, de cujos direitos resultantes da concessão é titular. As cinco parcelas de terreno foram integradas, livres de ónus ou encargos, no domínio público do Estado sem lugar a qualquer tipo de contrapartidas, segundo assegurou Raimundo do Rosário.

Imobiliário | Número de casas vendidas em Fevereiro caiu 76,8%

Em Fevereiro foram transaccionadas 279 fracções destinadas à habitação, contra 1207 em igual mês do ano passado. Em queda esteve também o preço médio por metro quadrado que desceu de 110.243 patacas para 98.618 patacas. Segundo os dados publicados no portal da DSF, contabilizados a partir das declarações para liquidação do imposto de selo por transmissões de bens, a península figura como a ‘campeã’ de vendas – com 272 – contra 54 na Taipa e 13 em Coloane. A península apresentou o preço médio por metro quadrado mais baixo (94.500 patacas), seguindo-se a Taipa (101.973 patacas) e Coloane (133.766 patacas).

21 Mar 2019

Ká Hó | Empresa fundada por Stanley Ho prescinde de terrenos para ampliar barragem

[dropcap]A[/dropcap] Sociedade de Turismo e Desenvolvimento Insular declarou a desistência da concessão, por arrendamento, de cinco parcelas de terreno, junto à Estrada da Barragem de Ká Hó, em Coloane. A informação consta de um despacho do secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, publicado ontem em Boletim Oficial.

A empresa, que era detida em 35 por cento pela Shun Tak em 2017, declarou a desistência das cinco parcelas, “a fim de viabilizar a obra de ampliação da barragem de Ká Hó”, a 25 de Janeiro, segundo o despacho, que produz efeitos imediatos. A empresa vai prescindir de cinco parcelas que totalizam 3.632 metros quadrados de um terreno com uma área global de 767.373 metros quadrados, de cujos direitos resultantes da concessão é titular, onde se encontra implantado um complexo turístico e recreativo”, o Grand Coloane Resort (antigo Westin).

As cinco parcelas de terreno vão ser integradas, livre de ónus ou encargos, no domínio público do Estado. O HM questionou a secretaria dos Transportes e Obras Públicas sobre se vai haver lugar a qualquer tipo de contrapartida, mas até ao fecho da edição não obteve resposta.

IC | Candidaturas para Bolsas de Investigação abrem em Março

A partir de 1 de Março, até 31 de Maio, estão abertas as candidaturas para Bolsas de Investigação Académica do Instituto Cultural (IC). O objectivo é “estimular o desenvolvimento de estudos académicos originais sobre a cultura de Macau e sobre o intercâmbio cultural entre Macau, a China e outros países”, de acordo com um comunicado. Podem concorrer doutorados e investigadores locais ou estrangeiros, “com comprovada experiência de investigação académica”. Os montantes das bolsas vão de 250 mil às 280 mil patacas, dependendo das credenciais académicas do candidato e do conteúdo do respectivo projecto de investigação.

28 Fev 2019

Ka-Hó | Antiga leprosaria dá lugar a centro de ensino e formação em arte

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, visitou ontem a povoação de Ka-Hó, em Coloane, tendo anunciado novos planos para o aproveitamento da antiga leprosaria. De acordo com um comunicado, o edifício “irá albergar, no futuro, uma base de ensino e formação em arte para os jovens”, estando “ao dispor dos residentes e turistas para visitas.

A antiga leprosaria é composta por cinco casas e uma igreja e “constituem um conjunto de construções com estilo arquitectónico coerente, foram construídas em 1885 e receberam, posteriormente, a designação de Vila de Nossa Senhora de Ká-Hó”.

“O processo de restauração das cinco casas, sobretudo, da sua estrutura, paredes, portas e janelas, arrancou em 2013 pelo Instituto Cultural, que insistiu no princípio de autenticidade, pelo que foram preservadas várias partes originais, nomeadamente, as paredes, os vãos de portas e os corredores, enquanto que as restantes partes foram reparadas com materiais originais”, aponta o mesmo comunicado.

O processo de restauração dos edifícios já está concluído, sendo que o IC “irá iniciar brevemente os trabalhos de restauração do centro de actividades (antiga igreja)”. Na sua visita, Alexis Tam “sublinhou que, mesmo não sendo património classificado, o Governo valoriza muito a revitalização e aproveitamento das cinco casas e igreja da antiga Leprosaria”.

Tendo em conta “a história e o ambiente artístico da vila de Nossa Senhora de Ká-Hó”, é objectivo “transformar o local numa base de ensino e formação em arte para os jovens”, sendo que no centro de actividades “está planeado um espaço de exposição para demonstrar a história dos serviços sociais, prestados pela igreja naquela zona”.

21 Jun 2018

Ká-Hó | Não há solução para as dificuldades em casas antigas

O secretário para os Transportes e Obras Públicas não tem solução para os habitantes de Ká-Hó que se queixam das restrições às obras nas casas em que vivem. Contadores de água e luz desactualizados, e más condições de vida são algumas das queixas. Em causa está o direito de propriedade, necessário para trabalhos de reconstrução

[dropcap style≠’circle’]”N[/dropcap]ão sei o que fazer”, declarou ontem o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, relativamente à situação de habitação precária dos moradores de Ká-Hó. Em causa estão os problemas associados ao direito de propriedade.

A questão foi levantada por Kwan Tsui Hang, em sessão plenária da Assembleia Legislativa (AL) dedica a interpelações orais. A deputada deu conta de queixas dos moradores que não podem fazer obras nas suas casas, naquela zona de Coloane.  “Muitos moradores estão a encarar problemas tais como a possibilidade de cortes de electricidade, água potável e o arruinar das suas casas”, disse a deputada. A razão, apontou, é não estarem autorizados a fazer as obras necessárias na medida em que não são proprietários.

Os problemas associados à água e luz estarão relacionados com os contadores que são antigos e, como tal, de baixa capacidade.

Para o Governo, esta é uma questão com solução, mas apenas para os proprietários, o que não se aplica aos moradores mais antigos de Ká-Hó.  “No caso de Coloane, não podemos fazer nada”, sublinhou Raimundo do Rosário.

De qualquer forma, para o governante as situações urgentes não ficam sem resposta. “Nos últimos anos não foi emitida nenhuma licença para a realização de obras, mas quando se trata de uma situação muito urgente, com certeza que vamos tratar do assunto, especialmente quando estiver em risco a segurança”, afirmou o secretário.

Problema de alguns

Raimundo do Rosário fez ainda questão de dizer que a situação dos contadores não é exclusiva de Coloane e que há muitos residentes, especialmente nas zonas antigas de Macau, a terem as mesmas condições, sem se registarem queixas. “Mais de 20 mil estão a utilizar o contador de menor capacidade e não é assim tão difícil a situação destes moradores. Há muita gente a viver assim”, afirmou.

O secretário reconheceu que a questão é uma herança histórica que, neste momento, não tem solução.

Apesar da sugestão feita pela deputada Melinda Chan, no sentido de considerar o tempo de utilização das casas pelas pessoas que ali vivem e os contratos de papel de seda como forma de atribuir direitos de utilização semelhantes aos que teriam caso fossem proprietários, Raimundo do Rosário apontou que o Governo já está a mostrar o seu respeito pelo longo tempo de ocupação. “Apesar de ser um problema herdado da história, o Executivo respeita e por isso permite às pessoas que ali habitam continuarem a ficar”, sublinhou.

4 Ago 2017

Macauport perde terreno que servia para expansão do Porto de Ká Hó

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Macauport – Sociedade de Administração de Portos perdeu um terreno em Coloane, junto ao porto de Ká Hó. O lote de 90 mil metros quadrados serviria para a expansão do porto, sendo que o prazo de arrendamento expirou em Abril de 2013 sem que este se mostrasse aproveitado.
A empresa – administrada por Ambrose So e que tem como presidente do Conselho Fiscal José Chui Sai Peng, deputado e empresário – detinha o terreno desde os anos 1990, quando este lhe foi adjudicado sem concurso público por arrendamento. O arrendamento seria válido “pelo período que durar a concessão da construção e exploração do porto de Ká-Hó, até ao prazo máximo legal de 25 anos, contados a partir de 11 de Abril de 1988”.
O Governo, de acordo com despacho do Secretário para os Transportes e Obras Públicas, recupera não só o terreno, como “as benfeitorias por qualquer forma incorporadas no terreno, livre de quaisquer ónus ou encargos”. A Macauport não tem direito a qualquer indemnização e o terreno vai integrar o domínio da RAEM, mas a empresa tem 30 dias para interpor recurso em tribunal.
O HM tentou perceber junto de Chui Sai Peng se a Macauport tem intenções de contestar a decisão e que motivos levaram a que a empresa não expandisse o porto de Ká Hó, mas o deputado e empresário não se mostrou disponível.
A Macauporto é responsável pela operação do Terminal de Contentores do Porto de Ká-hó, em Coloane, tendo ainda como subsidiárias a Macauport Sociedade de Administração do Terminal de Contentores, Lda., a Companhia de Navegação Veng Lun Fat, Lda. e a Sociedade de Gestão do Terminal de Combustíveis de Macau.

25 Ago 2016

Alexis Tam quer levar turismo para a zona de Ka-Hó

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, pretende revitalizar a zona de Ka-Hó, em Coloane. Segundo um comunicado, o responsável terá referido que é objectivo “explorar novos projectos turísticos, dinamizando e salvaguardando as velhas povoações”. Alexis Tam terá mesmo avançado com um calendário. “O trabalho relativo à salvaguarda e à dinamização da Povoação de Ka Ho estará previsto nas Linhas de Acção Governativas para a área dos assuntos sociais e culturais, para o próximo ano”, confirmou.
Alexis Tam referiu “o seu desejo em salvaguardar essas povoações através da criação de visitas, estabelecendo ligações terrestres e marítimas, a fim de proporcionar aos residentes de Macau e aos turistas um ponto turístico de lazer ou passeio de interesse turístico”.
O Secretário acrescentou que “o Governo irá transformar as zonas da Povoação de Ka-Hó e da Vila da Nossa Senhora em projectos de turismo e lazer, através da revitalização e do reaproveitamento, desenvolvendo sinergias entre o Instituto Cultural (IC), a Direcção dos Serviços de Turismo e outros serviços competentes, ponderando, ao mesmo tempo, as reivindicações dos habitantes da Povoação de Ka Hó e demais interessados, com o objectivo de salvaguardar as povoações antigas”.
Alexis Tam deu ainda explicações para o facto de o Governo não ter ainda levado a cabo qualquer preservação do local. “Anteriormente o IC estava condicionado com limites financeiros e era, ao mesmo tempo, responsável por trabalhos em diversas áreas culturais, e por isso, conseguiu apenas, até agora, restaurar as paredes exteriores de uma casa pequena”, pode ler-se. O Secretário terá garantido que irá “dotar o IC de mais recursos, de forma a poder restaurar a construção nessa zona”.

Olhos no Cartório

A visita a Ka-Hó serviu também para o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura comentar a saída do 1º Cartório Notarial do edifício da Santa Casa da Misericórdia (SCM), localizado no Largo do Senado, para a zona norte. Alexis Tam terá referido que a mudança é boa porque “não é apenas conveniente para a população como permite também poupar o erário público”. Alexis Tam promete dar atenção à preservação do edifício classificado como monumento. “O edifício da SCM foi classificado como monumento, pelo que não é permitido colocar ou instalar qualquer objecto promocional, incluindo cartazes de publicidade, já que pode afectar a aparência do edifício. O IC irá prestar total atenção ao plano de utilização futuro da SCM, de forma a proteger o património cultural em Macau”, pode ler-se.

20 Jun 2016

Ká Hó | Construção de lar e hospital junto à leprosaria desagrada a arquitectos

Bem entre as casas antigas de Ká Hó está a nascer um lar de idosos e um hospital de convalescença. Arquitectos criticam o projecto porque, dizem, aquela zona não é boa para acolher construções. A solução? Aproveitar as casas o mais rápido possível

[dropcap style=’circle’]Q[/dropcap]uem por ali passa à procura de contacto com a natureza e conhecer um pouco da história de Macau pode esquecer a ideia. Falamos da zona de Ká Hó que acolhe as cinco casas e o centro de actividades da antiga leprosaria.
No total são seis edifícios construídos nos anos 30. As paredes gritam os danos trazidos pelo tempo. As casas imploram atenção, mas o silêncio deixou de existir: a paisagem foi ocupada por uma cimenteira que ocupa todo o horizonte e, agora, há máquinas ocupadas com a mais recente obra a nascer no local – um lar de idosos e um hospital de convalescença públicos.
Questionada sobre a construção, a Direcção para os Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) explica que ali vai nascer “um complexo de reabilitação e convalescença” composto pelo hospital e um asilo. O lote tem uma área de 5084 metros quadrados e a obra passa pela demolição do lar de idosos de Ká Hó existente e a construção no seu lugar de um complexo de com uma área bruta total de construção de 22.734 metros quadrados. ka ho
“Este complexo vai dispor de dois pisos em cave, destinando-se um deles a parque de estacionamento que terá uma capacidade para 40 veículos ligeiros e 36 motociclos. Deste modo, o complexo de reabilitação e convalescença divide-se em duas partes, uma será o ‘hospital de convalescença’ e a outra o ‘lar de idosos de Ká Hó’”, pode ainda ler-se nas informações tornadas públicas pelo Governo.
O hospital de convalescença fica nos pisos inferiores e inclui um átrio, uma área de enfermaria de isolamento, uma zona logística, uma zona para actividades, uma área de inspecção e tratamento e uma área de administração, entre outras. Quanto ao lar de idosos, este vai ficar nos pisos superiores e incluirá uma zona de alojamento, uma zona de actividades para os doentes, uma área de cuidados de saúde e de tratamento e reabilitação e uma área de apoio, prestando serviços a cerca de 181 idosos.

Erros arquitectónicos

Apesar da necessidade de ter lares de idosos em Macau, a construção poder ser diferente, como defendem arquitectos contactados pelo HM. É não saber aproveitar o melhor que temos, na opinião do arquitecto Tiago Quadros, quando questionado sobre a obra e o aproveitamento do espaço que acolhe as casas antigas.
“De facto, a melhor prática é sempre a da reconversão do património que, por um lado está desqualificado, degradado e sem uso. Esta é a prática mais adequada, sobretudo numa área como a de Coloane, onde interessa preservar e não aumentar o índice de construção”, argumentou.
Para o arquitecto, o facto de existirem naquele lugar casas “com qualidade arquitectónica”, sem utilização e sem estarem aproveitadas e o facto “de poderem ser utilizadas para um novo uso”, iria permitir “que o património fosse recuperado, passasse a ter uma função e não existisse uma construção nova”. ka ho
Esta seria, para Tiago Quadros, a melhor opção que a Administração poderia ter assumido. O cenário actual é “bastante pior”, porque afinal de contas, um património que aguarda “há tanto tempo recuperação” continua por recuperar. Mas não só.
“Além disso estamos a aumentar o índice de construção, porque passa a haver mais edifícios construídos naquela zona. É uma opção que não interessa. A construção é já imensa em Macau, em Coloane não interessa construir. O que verdadeiramente interessa é preservar aquele espaço com alguma qualificação ambiental e de espaço público”, finalizou.

Saber preservar

Sobre as casas sem uso, o Instituto Cultural (IC) é claro: vão ter utilidade, só não se sabe qual. “Actualmente, ainda não há decisão final sobre a utilização futura destes seis edifícios”, esclareceu o organismo em reposta enviada ao HM.
Até ao momento, apenas uma casa foi recuperada. A olho nu vê-se que foi apenas pintada, mas continua fechada a cadeado. “O IC tem-se concentrado continuamente na situação destes seis edifícios. Desde 2013 que vem procedendo a um exame e avaliação dos mesmos, elaborando um plano de restauro rigoroso com base em princípios de conservação da sua fachada original e da sua autenticidade. De acordo com a urgência e as condições reais, o IC procedeu, no final do mesmo ano, a obras de restauro num dos edifícios, tendo as mesmas sido concluídas no início de 2014”, confirmou.
Em Maio, o Conselho do Património Cultural falava sobre um projecto de recuperação de uma segunda casa, que obteve o acordo do Conselho. “Assim, o IC realizará em breve as obras de restauro de um segundo edifício este ano. No futuro, serão realizados trabalhos de recuperação gradual com base nos princípios da utilização eficiente de recursos”, clarificou, adiantando que o Instituto tem “como objectivo proteger e reparar os mesmos”.

Riscos no ar

Para Lam Iek Chit, membro do Conselho do Planeamento Urbanístico (CPU), aproveitar as casas antigas é algo pouco provável. “São antigas, o tamanho é muito reduzido e o espaço é altamente limitado”, argumentou.
Já para o arquitecto Francisco Vizeu Pinheiro, a opção da construção do centro hospitalar e lar de idosos não é boa, a começar pelas condições ambientais do local. “Aquela é uma zona poluída, está ao pé de uma fábrica de cimento, portanto não é dos melhores sítios [para a construção]. Claro que podem colocar super filtros no edifício, mas aquela é uma zona em si que é poluída”, começou a argumentar.
Esta é também a opinião de Lam Iek Chit, que diz que a qualidade do ar na zona deve ser melhorada para garantir a saúde dos idosos. “O que mais me preocupa naquela construção é a qualidade do ar do local. É má em Ká Hó. Aquele ar vai afectar não só o lar de idosos e o hospital, como também já afecta a escola e as habitações em redor”, explicou ao HM. ka ho
Explorando ainda a questão, Vizeu Pinheiro acredita que se o Governo quer apostar na saúde dos residentes, então uma das hipóteses será afastar a fábrica de cimento ali localizada. “É possível fazê-lo. Basta pagar mais dinheiro a alguém. O fornecimento pode vir através da zona do Cotai”, rematou.
Ideia partilhada por Wu Chou Kit, membro do CPU, que acredita que a fábrica poderia passar para a zona E dos novos aterros, ainda que agora não é altura para discutir a construção do lar e do hospital naquele local.

Sem futuro

Nestas condições, com problemas ambientais e novas construções, aquela zona deixa de poder ser um ponto de turismo verde. “Estamos a estragar as nossas zonas verdes, Coloane está a ser comida por habitação”, aponta Vizeu Pinheiro, adiantando que tudo poderia ser mais cuidado do que está a ser realmente.
Com estes exemplos, a grande questão é “qual é o tipo de Macau que queremos para o futuro?”, lança o arquitecto. “Queremos uma floresta de cimento, ou queremos uma zona agradável de residência e turismo com partes verdes? Não podemos ter as duas e a verdade é que estamos a caminhar cada vez mais para a primeira opção”, defendeu.

24 Mai 2016

Cinema | Documentários e filme de Macau em Espanha

[dropcap style=’circle’]C[/dropcap]inco películas made in Macau vão ser exibidas em Espanha, num evento de cinema que terá lugar em Granada. “Uma Ficção Inútil”, de Cheong Kin Man, é o único filme a ser mostrado, mas um documentários de dois portugueses radicados em Macau foi outra das escolhas.
“Era uma vez em Ká-Hó”, da autoria de Hélder Beja e Filipa Queiroz, jornalistas, fala da antiga leprosaria que se situava no espaço agora abandonado. Ao longo de 30 minutos, os autores quiseram mostrar aquilo que foi mais do que documentar e investigar uma história sobre a qual pouco se sabe e o estigma da lepra.
“A experiência de conhecer de perto estas pessoas e esta realidade tão marginal e desconhecida de Macau foi um grande desafio. Uma experiência inesquecível. Macau e a história das suas gentes estão a ficar dramaticamente submersas pela realidade do jogo e do desenvolvimento desenfreado do território por isso acho que é mesmo importante contar estas histórias”, explica no comunicado Filipa Queiroz, co-autora do documentário, cuja banda sonora ficou a cabo do músico português Noiserv.
O documentário é apresentado no sábado, no Festival Internacional de Cinema “Otoño Antropológico”, em conjunto com “Who Are Those Devils”, de Penny Lam, e “As Fontes de Água de Macau” realizado por Season Lao e produzido por Cheong Kin Man.

Com distinção

Ontem, foi a vez de “Uma Ficção Inútil” ser apresentada no festival de Granada, onde foi nomeada para o melhor filme experimental chinês. O filme já passou em dezenas de outros festivais, tendo sido merecedor de distinções. Desta vez, foi do agrado do público espanhol, sendo que Cheong Kin Man recebe, no domingo, a “Distinción Amarilla” na Corrala de Santiago da Universidade de Granada.
“A cidade de Granada foi considerada pelo reputado cineasta José Val Del Omar como o ponto de encontro necessário entre o Ocidente e Oriente. Por isso, estes filmes de Macau vão ser apresentados ao público da cidade pelo jovem realizador Cheong Kin Man, que tomou por si próprio a iniciativa de promover a cultura da sua terra-natal”, descreve, em comunicado, o director do Festival, Manuel Polls Pelaz.
O evento tem o apoio do Instituto Cultural.

11 Dez 2015