Economia | Negociação de obrigações atinge nível recorde

Desde o início do ano, cerca de 28 mil milhões de dólares americanos em obrigações foram transaccionados em Macau. A diversificação económica está a ser impulsionada pelos governos da RAEM, de províncias chinesas e empresas estatais

 

Desde o início do ano até 27 de Dezembro foram transaccionados cerca de 28 mil milhões de dólares americanos em obrigações em Macau, através da empresa Chongwa (Macao) Financial Asset Exchange (MOX, na sigla em inglês). Os números constam de um artigo publicado ontem pela agência noticiosa Bloomberg.

O sector das finanças e enquadra-se na estratégia de diversificação da economia 1+4, em que os impostos do jogo ajudam a desenvolver outras áreas, como as finanças, medicina ou o sector cultural.

Entre os 28 mil milhões de dólares em obrigações, a Bloomberg indica que cerca de 63 por cento das obrigações foram emitidas em yuan e por governos provinciais do Interior, directamente ou através das plataformas de financiamento.

Os números mostram também que o valor das obrigações emitidas tem crescido de forma sucessiva, com excepção do ano de 2022. Em 2018, no arranque das operações da MOX, o total de obrigações transaccionadas atingiu 614,2 milhões de dólares americanos. Em 2019 subiu para 4,8 mil milhões de dólares, e para 7,5 mil milhões no ano seguinte.

Em 2021, o total das negociações transaccionadas chegou a 14,9 mil milhões. No entanto, em 2022, quando se sentiram os efeitos económicos da pandemia, houve uma redução para 10,9 mil milhões. Em 2023, o crescimento voltou, com um valor de 21,6 mil milhões de dólares.

Muito para fazer

Em declarações à Bloomberg, Henrietta Lau Hang Kun, membro do Conselho de Administração da Autoridade Monetária de Macau, afirmou que o território ainda tem muito para fazer para atingir o objectivo da diversificação da economia.

“Ainda estamos numa fase inicial. Precisamos de fazer muito mais para criar aqui um conjunto de investidores e emissores”, disse Henrietta Lau. “O nosso objectivo é construir o mercado obrigacionista como uma ponte de financiamento entre o Interior da China e o exterior”, acrescentou.

De acordo com os números apresentados, as transacções de obrigações em Macau representam 26 por cento do nível de Hong Kong, uma das principais praças financeiras internacionais. Em 2020, as obrigações estavam ao nível de 3,8 por cento do valor das obrigações de Hong Kong.

Por sua vez, Zerlina Zeng, directora do departamento de investigação empresarial da zona da Ásia Oriental na Creditsights Singapore LLC destacou o apoio do Governo Central na transformação de Macau, e a participação dos Governo locais do Interior e das empresas estatais na transformação: “O governo chinês pretende transformar Macau num dos principais locais de negociação de obrigações na Ásia, especialmente para as obrigações offshore em yuan e as obrigações da zona de comércio livre”, destacou Zeng. “Como resultado, os veículos de investimento dos governo locais e as empresas estatais são incentivadas a ajudar a promover essas iniciativas”, explicou.

CAEAL pronta para excluir potenciais candidatos a legislativas

Os membros da Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) tomaram ontem posse e Seng Ioi Man, presidente da comissão, garantiu que o organismo vai trabalhar para que qualquer candidato que não seja considerado patriota fique impedido de concorrer nas eleições.

De acordo com as declarações citadas pelo jornal Ou Mun, o juiz do Tribunal de Segunda Instância (TSI) que preside à CAEAL afirmou que logo após a tomada de posse ia ser feita a primeira reunião de trabalho. Entre os pontos da agenda constava a análise às alterações à lei eleitoral, aprovadas em Abril, tendo Seng Ioi Man destacado a importância do mecanismo de exclusão dos candidatos que as autoridades não consideram patriotas.

De acordo com o jornal Ou Mun, o magistrado terá igualmente sublinhado a importância de poder excluir os candidatos não desejados, para cumprir o princípio “Macau governada por patriotas” e a protecção da segurança nacional.

Criminalização dos apelos

A agenda da reunião incluía ainda outros aspectos da lei, como a criminalização de qualquer atitude que possa ser considerada como apelo à abstenção, voto em branco ou voto nulo, ou as sanções para o caso de haver campanha durante o período da proibição.

Seng Ioi Man prometeu também que a CAEAL vai realizar e promover os trabalhos relacionados com as eleições de acordo com a lei, e garantir que as eleições decorrem sem problemas, num “ambiente legal, justo e transparente”.

Além de Seng Ioi Man, foram ainda nomeados como membros da comissão eleitoral Mak Kim Meng, futuro vice-presidente do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), Wong Lok I, subdirector do Gabinete de Comunicação Social (GCS), Ho In Mui, subdirectora dos Serviços de Finanças, Ng Wai Han, directora dos Serviços de Administração Pública (SAFP), e Lai U Hou, delegado coordenador do Procurador do Ministério Público.

Governação | Conselheira de Estado elogia nacionalismo de Macau

Shen Yiqin passou por Macau, elogiou o trabalho dos últimos 25 anos e pediu ao Executivo da RAEM que siga o rumo governativo apontado pelos discursos de Xi Jinping

 

A conselheira de Estado e presidente da Federação Nacional das Mulheres da China, Shen Yiqin, elogiou os esforços de Macau no âmbito das políticas de segurança nacional e promoção do patriotismo. Shen reuniu no domingo com o novo Chefe do Executivo, Sam Hou Fai, segundo um comunicado divulgado pelo Gabinete de Comunicação Social.

De acordo com a versão oficial, Shen Yiqin destacou que “desde o regresso à pátria, Macau tem alcançado resultados notáveis na defesa da segurança nacional, no desenvolvimento social e económico e no aperfeiçoamento do bem-estar da população”. A responsável explicou também que os objectivos da visita passaram por “aprofundar a implementação do espírito dos discursos importantes do Presidente Xi Jinping”, proferidos durante as celebrações do 25º aniversário do estabelecimento da RAEM, e “participar na actividade sobre a integração de mulheres da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau no desenvolvimento sinérgico 2024”. A visita teve ainda como propósito “observar a actual situação social da cidade”.

Como presidente da Federação Nacional das Mulheres da China, Shen considerou que “as organizações femininas de Macau têm levantado bem alto a bandeira do amor pela pátria e por Macau, participado amplamente no desenvolvimento social e económico da RAEM, integrado e servido de forma activa na conjuntura do desenvolvimento nacional”.

A responsável não terá nomeado as associações, mas indicou que a Federação Nacional das Mulheres da China mantém “uma ligação estreita com as associações homólogas em Hong Kong e Macau”. Entre estas associações deverá estar a Associação das Mulheres de Macau, que conta actualmente com dois deputados na Assembleia Legislativa.

Elogios ao passado

Por sua vez, também o Chefe do Executivo elogiou o legado criado deste a transferência. Segundo Sam Hou Fai, “o desenvolvimento de Macau, nos 25 anos, estabeleceu uma boa base em todos os aspectos, nomeadamente na economia, na sociedade e no bem-estar da população, o que criou uma força fundamental do amor pela pátria e por Macau, e um forte sentido de identidade, pertença e orgulho pelo país em todos os sectores”.

Sam prometeu também que o seu Governo vai “unir toda a sociedade, para implementar as ‘quatro experiências’ e as ‘quatro esperanças’ apontadas pelo Presidente Xi Jinping, não defraudando ‘as três expectativas’ e ‘outras exigências’” deixada pelo líder da China, aquando a passagem recente pela RAEM.

Sam destacou igualmente que as “associações locais do amor pela pátria e por Macau” têm desempenhado um papel indispensável no processo de desenvolvimento da RAEM.

SS alertam para aumento de casos de metapneumovírus na China

Os Serviços de Saúde (SS) lançaram na sexta-feira um alerta à população na sequência dos dados recentemente divulgados pelas autoridades de saúde do Interior da China, onde se regista “uma tendência de crescimento de casos de infecções por metapneumovírus humano”. O organismo liderado por Alvis Lo salientou que, “actualmente, não existe vacina para a prevenção do metapneumovírus humano e o tratamento é baseado principalmente no tratamento sintomático”.

As autoridades salientaram que a situação de infecção por metapneumovírus humano em Macau é considerada estável, prevendo que as infecções por gripe, covid-19 e metapneumovírus humano “tenham maior incidência no período de Inverno-Primavera”.

De acordo com os dados de monitorização do Laboratório de Saúde Pública dos Serviços de Saúde sobre as amostras de doenças do tracto respiratório, nos últimos anos, a taxa de positividade de detecção de metapneumovírus humano em Macau tem-se “mantido relativamente estável”.

Em 2024, a taxa média de positividade de detecção do vírus foi de 6,7 por cento. Este valor representa um ligeiro aumento em relação à taxa média entre 2021 e 2023 (4,6 a 6,1 por cento). Com a chegada do Inverno, as infecções por metapneumovírus oscilaram bastante, passando de 7 por cento em meados de Novembro, para 15,7 por cento no fim desse mês, voltando a descer para 10,3 por cento no início de Dezembro.

O que fazer

O metapneumovírus humano (HMPV) é um vírus respiratório agudo comum e tem sido detectado em todo o mundo desde que foi identificado pela primeira vez em 2001. Transmite-se principalmente por gotículas respiratórias ou contacto com secreções de doentes ou contacto com superfícies contaminadas e o seu período de incubação varia de três a seis dias.

Os principais sintomas incluem febre, tosse, congestão nasal, dificuldade respiratória ou falta de ar. Também pode causar bronquiolite ou pneumonia, e, geralmente, os sintomas são ligeiros e o doente pode curar-se sem ajuda médica. Os grupos de alto risco incluem bebés e crianças, idosos, pessoas com baixa imunidade e doentes com doenças crónicas.

Além de manter um estilo de vida saudável, os SS recomendam as vacinas contra a gripe e covid-19, o uso de máscara em caso sintomas de gripe e evitar deslocações a lugares densamente povoados.

25 anos de transferência de Macau – A grande diferença

Por João Severino, jornalista e antigo director do Macau Hoje

Em 1982 conversava com o pintor macaense Herculano Estorninho, no Hotel Sintra, em Macau. O tema era pertinente e quase inimaginável. Eu perguntei ao artista se tinha alguma ideia sobre o futuro de Macau quando ambos tínhamos conhecimento de rumores de que um dia a China recuperaria a soberania de Hong Kong, Taiwan e Macau. Estorninho respondeu-me que a lei natural da política chinesa seria direcionada para que um dia recuperasse os três territórios. Estávamos a anos-luz de saber o que e quando poderia acontecer o tal “futuro”.

O pintor salientou-me que eu era um jornalista muito atento aos valores políticos, sociais e culturais de Macau e que estava muito embrenhado em todas as especificidades de Macau. Agradeci e voltámos ao tema várias vezes.
Certo dia, da década de 1980, um amigo que era íntimo do general António Ramalho Eanes, enviou-me um email dizendo que me preparasse para o “futuro” porque tinham-se iniciado negociações diplomáticas entre Portugal e a China com o intuito de prepararem um acordo para que Macau regressasse à soberania chinesa.

De início, senti alguma perturbação psicológica, mas fiquei em silêncio. Não traí a minha função de jornalista porque o meu interlocutor pediu-me o maio segredo sobre o assunto. Mais tarde, a notícia foi pública e o Presidente da República Aníbal Cavaco Silva estava em Pequim ao lado de Deng Xiaoping, a fim de se cumprimentarem devido ao acordo firmado entre os dois países para que o território chinês de administração portuguesa passasse a ser governado sobre a soberania chinesa.

Infelizmente, já não tinha Herculano Estorninho para conversar sobre a política macaense, portuguesa e chinesa. Tinha vários amigos macaenses, incluindo Carlos d’Assumpção, que me salientaram o natural desgosto de terem de aceitar que afinal a história não era história. Que afinal, a China não reconhecia que tinha doado Macau a Portugal, como esses macaenses tinham aprendido no banco da escola.

A partir daí, assisti a tudo. Ao Grupo de Ligação; à Lei Básica; às visitas últimas dos Presidentes Soares e Sampaio; às obras apressadas; aos convites a imensas personalidades portuguesas para visitar Macau, a maioria dos convites com segunda intenção; à transferência de milhões de patacas para a Fundação Casa de Macau, para a Agência Lusa, para a Expo’98; para os jornais Expresso, Diário de Notícias e outras publicações, quando alguma imprensa de Macau em língua portuguesa vivia no fio da navalha; à tentativa do Presidente Sampaio demitir o governador Rocha Vieira para nomear o seu colega de escritório Magalhães e Silva; ao embarque de dezenas de contentores dos governantes; à transferência dos arquivos e dos quadros com a imagem dos governadores para Portugal à revelia das autoridades chinesas; à construção de um aeroporto cujos custos foram inflacionados a triplicar; ao saneamento e discriminação de jornalistas que não seguiam as directrizes do governador; à injustiça de um tribunal onde certos juízes e procuradores corruptos nem serviam para motoristas de táxi e ao baixar da Bandeira portuguesa e ao hastear da Bandeira da China na noite de 19 de Dezembro de 1999.

Conheci cinco governadores e todos eles foram unânimes em me transmitir que Portugal pouca atenção dava a Macau e às suas gentes. Os governantes de Portugal visitavam Macau apenas com a preocupação de passarem pela San Ma Lou e “adquirirem” umas jóias, muito valiosas, para oferecerem às esposas. Carlos d’Assumpção, presidia à Assembleia Legislativa e desabafou comigo que os governadores de Macau faziam e ganhavam o que queriam e que Portugal nunca dignificou os macaenses.

Foram 22 anos a assistir ao impensável, terminando por assistir à página mais negra da história de Macau: o governador Rocha Vieira, sem que a quase totalidade dos seus secretários-adjuntos tivessem conhecimento, resolveu transferir para Portugal uma quantia astronómica pela calada da noite (um dia conto-vos a estória do cheque) e esse pecúlio viria a criar a triste Fundação Jorge Álvares, o que poderá ter custado a Rocha Vieira a sua eleição de Presidente da República, cargo com o qual sempre sonhou.

Pois, essa Fundação Jorge Álvares que apenas tem servido para certas pessoas que passaram por Macau, teve a desfaçatez de na passagem dos 25 anos da transferência do exercício da soberania de Macau de Portugal para a China de apoiar a edição de uma espécie de livro com alguns testemunhos de oportunistas que só souberam sacar dinheiro do povo de Macau, com a agravante de essa “obra” ter sido coordenada pela pior presidente da administração da TDM e que foi demitida pela tutela da empresa.

Igualmente a Fundação Jorge Álvares quis dar a entender que estava a comemorar as bodas de prata da transferência da soberania de Macau de Portugal para a China e organizou uma sessão de discursos no Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM). De forma ignóbil. Começou por convidar por email.

Depois, assumiu – rebaixando a dignidade da directora do CCCM – o protocolo da sessão de discursos colocando vergonhosamente dois antigos secretários-adjuntos do último Governo de Macau e a esposa de outro secretário-adjunto já falecido na quarta ou quinta fila e o português com mais anos de deputado na Assembleia Legislativa no fundo da plateia. Esta mesma Fundação Jorge Álvares, segundo fontes credíveis, pretende retirar o CCCM da esfera governamental e assumir a sua administração. De todo a rejeitar. Um dia chegará que a Fundação Jorge Álvares não terá mais dinheiro e lá se vai o Centro Científico e Cultural de Macau. Vergonhosamente Portugal não comemorou a data importante dos 25 anos da transferência de Macau.

O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa enviou uma mensagem de um minuto para a sessão dos discursos. O primeiro-ministro, os seus ministros e secretários de Estado primaram pela ausência. Uma cerimónia que devia ter sido preparada com um ano de antecedência, com a coordenação da Fundação da Casa de Macau e onde a dignidade das relações sino-portuguesas fosse realçada de forma vibrante e amistosa, tal como ficará registado nos anais da História.

Passaram 25 anos e a diferença de atitude de Portugal e da China é enorme. Esteve à vista de todos: Portugal abandonou os portugueses que vivem em Macau e nem sequer resolve um problema relacionado com a contratação de professores para a Escola Portuguesa de Macau. A China permitiu o grande desenvolvimento de Macau, permitiu a continuação de órgãos de comunicação social em língua portuguesa, permitiu que residentes de Macau adquirissem casa em Zhuhai e em outras cidades continuando a ser residentes de Macau e tudo tem feito para promover a Região Especial.

Apenas um exemplo de grande significado político: enquanto que em Portugal se realizou a tristeza que vos descrevi, a China leva o seu Presidente Xi Jinping a Macau precisamente para comemorar a transferência do exercício de soberania de Macau de Portugal para a China, demonstrando que Macau nunca será esquecido pela mãe-pátria.

Passaram 25 anos e a quase totalidade de todos nós já não assistiremos aos 50 anos. O importante é que vivamos com o nosso amor por Macau e sempre com a verdade acima de tudo em defesa de Macau e da sua população.

Coreia do Sul | Presidente deposto volta a falhar interrogatório

O presidente deposto da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, não compareceu ontem, pela terceira vez, para interrogatório sobre a imposição da lei marcial, disse uma equipa especial de investigação.

Yoon tinha sido convocado para estar na sede da agência anticorrupção, o Gabinete Sénior de Investigação de Corrupção, em Gwacheon, nos subúrbios de Seul, às 10h (09h em Macau), mas não apareceu. Esta é a terceira vez que Yoon, um antigo procurador, se recusa a obedecer a intimações dos investigadores, depois de ter rejeitado uma primeira intimação, em 18 de Dezembro.

No sábado foi revelado que Yoon Suk Yeol autorizou o exército a abrir fogo para entrar no parlamento no início de Dezembro, durante a tentativa de impor a lei marcial, segundo um relatório do Ministério Público consultado pela AFP.

““Ainda não entraste? O que estão a fazer? Arrombem a porta e tirem-nos de lá, mesmo que seja preciso disparar”, disse a 3 de Dezembro, durante uma chamada telefónica com o comandante militar de Seul, Lee Jin-woo, que se encontrava perto do parlamento, segundo a procuradoria.

O Ministério Público divulgou aos meios de comunicação social o relatório de acusação contra o antigo ministro da Defesa Kim Yong-hyun, apontado como a pessoa que pressionou o Presidente Yoon a impor a lei marcial.

Segundo o relatório, com 10 páginas, o Presidente sul-corenano também ordenou ao chefe da contraespionagem militar, general Kwak Jong-keun, que “entrasse rapidamente” no parlamento. “Tirem as pessoas do interior da assembleia, destruam as portas com um machado, se necessário”, disse ainda Yoon Suk Yeol. No relatório aponta-se ainda que o Presidente tinha discutido a lei marcial com oficiais militares superiores já em Março.

Enquanto os deputados se apressavam em rejeitar a lei marcial na madrugada de 4 de Dezembro, o Presidente Yoon disse a Lee que a declararia “uma segunda e terceira vez”.

Queda de avião na Coreia: O que se sabe até ao momento

Um avião de passageiros incendiou-se quando aterrava este domingo, 29, num aeroporto na Coreia do Sul, matando 179 pessoas, num dos desastres aéreos mais mortíferos da história do país. Houve apenas dois sobreviventes no voo 2216 da companhia de baixo custo Jeju Air, segundo as autoridades.

Um vídeo mostrou o avião a derrapar e ultrapassar a pista de aterragem e depois a colidir com uma barreira no aeroporto. O trem de aterragem dianteiro aparentemente não foi acionado.

O que aconteceu?

O jato Boeing 737-800, proveniente de Banguecoque, despenhou-se ao aterrar no aeroporto de Muan (sudoeste), a cerca de 290 quilómetros a sul da capital, Seul, às 09:03 locais, segundo o Ministério dos Territórios.

As autoridades do Ministério dos Transportes disseram que a torre de controlo do aeroporto emitiu um alerta de colisão com aves aos pilotos pouco antes da sua intenção de aterrar e deu-lhes permissão para usar uma área diferente.

Um vídeo transmitido pela emissora sul-coreana MBC mostra o avião a aterrar com fumo a sair dos motores, aparentemente sem trem de aterragem. A aeronave saiu da pista e ficou envolvida pelas chamas.

Apenas dois sobreviventes

Todos os 175 passageiros e quatro dos seis tripulantes a bordo morreram. Os passageiros eram todos coreanos, exceto dois tailandeses, uma criança de 3 anos e um homem de 78, disseram as autoridades. As equipas de socorro resgataram dois tripulantes dos destroços do avião. Segundo o ‘site’ especializado Flightradar, o avião, um Boeing 737-800 da empresa sul-coreana de baixo custo Jeju Air, entrou ao serviço em 2009.

Como estão a decorrer as operações de socorro?

Centenas de membros da equipa de resgate, incluindo bombeiros e soldados, foram enviados para o local. Os familiares aguardavam no primeiro andar do aeroporto.

Imagens transmitidas pelos canais de televisão locais mostraram a aeronave completamente carbonizada, com exceção da cauda, e corpos envoltos em mortalhas azuis retirados em macas. O Presidente sul-coreano em exercício, Choi Sang-mok, presidiu a uma reunião governamental de emergência e visitou hoje o local. O Governo declarou Muan uma zona de catástrofe especial.

Kim E-bae, presidente da Jeju Air, fez uma profunda vénia a outros altos funcionários da empresa ao pedir desculpa às famílias enlutadas e afirmou que sente “total responsabilidade” pelo desastre. A Boeing também apresentou condolências e disse em comunicado na rede X que está pronta para apoiar a empresa na investigação do acidente.

O que provocou o acidente?

Serão necessários meses para determinar as causas. Mas existem algumas pistas possíveis. Lee Jeong-hyeon, chefe do corpo de bombeiros de Muan, disse que os trabalhadores estavam a analisar várias possibilidades, incluindo se a aeronave foi atingida por aves.

“Suspeita-se que a causa do acidente tenha sido uma colisão com aves combinada com condições meteorológicas desfavoráveis. Mas a causa exata será anunciada após uma investigação”, disse Lee Jeong-hyun. Os primeiros elementos noticiados pela agência de notícias sul-coreana Yonhap deram conta de um “mau funcionamento do trem de aterragem”. Segundo a mesma fonte, a aeronave aterrou de barriga e incendiou-se ao embater numa vedação no final da pista.

Questionado sobre a possibilidade de a pista de aterragem ser demasiado curta, um responsável disse que isso provavelmente não era um fator. “A pista tem 2.800 metros de comprimento, ou 9.200 pés, e os aviões de tamanho semelhante utilizam-na sem problemas”, esclareceu. As duas caixas negras – o gravador de dados de voo e o gravador de voz da cabine – foram recuperadas.

Quais os perigos das colisões de aves?

As colisões de aves, que podem causar danos significativos no motor ou no pára-brisas, são a causa de muitos acidentes aéreos.

Na maioria dos casos, a colisão ocorre durante a descolagem ou aterragem, quando os motores estão a trabalhar a toda a velocidade. Os danos materiais variam desde uma simples deformação do bordo de ataque da asa até à destruição parcial ou total do reator.

Um dos casos mais famosos remonta a janeiro de 2009, quando o piloto de um Airbus A320 da US Airways com 155 pessoas a bordo conseguiu aterrar de emergência no rio Hudson, em Nova Iorque, após uma colisão deste tipo, e salvou todos os ocupantes.

E quanto aos acidentes aéreos anteriores?

Este é o primeiro acidente mortal na história da Jeju Air, fundada em 2005. Em 12 de agosto de 2007, um Bombardier Q400 da sua frota que transportava 74 pessoas despistou-se sob ventos fortes no aeroporto de Busan-Gimhae (sudeste), provocando cerca de 10 feridos ligeiros.

Antes do acidente de hoje, o acidente de avião mais grave da história da Coreia do Sul foi a queda de um Boeing 767 da Air China vindo de Pequim contra uma colina perto do aeroporto de Busan-Gimhae, que fez 129 mortos a 15 de abril de 2002.

O último acidente mortal numa companhia aérea sul-coreana foi o de um Boeing 777 da Asiana Airlines que falhou a aterragem no aeroporto de São Francisco, matando três pessoas e ferindo 182 a 6 de julho de 2013.

O desastre mais mortífero para uma empresa sul-coreana continua a ser o de um Boeing 747 da Korean Air, que ligava Nova Iorque a Seul via Anchorage (Alaska), que foi abatido por um caça soviético sobre o Mar do Japão, causando a morte de 246 passageiros e 23 tripulantes em 1 de setembro de 1983.

No entanto, os especialistas acreditam que o setor do transporte aéreo sul-coreano é globalmente fiável e seguro.

Acidente de avião terá causado 179 mortos na Coreia do Sul

Um total de 179 pessoas terão morrido este domingo na queda de um avião da Jeju Air no aeroporto de Muan, no sudoeste da Coreia do Sul, de acordo com informações preliminares dos bombeiros. Segundo a agência de notícias pública sul-coreana Yonhap, as equipas de emergências conseguiram resgatar dois sobreviventes, um tripulante e um passageiro, do avião que tinha 181 pessoas a bordo.

O número oficial de mortos é de 120, enquanto os bombeiros continuam a trabalhar na zona e a verificar o estado das vítimas, embora já tenham notado que a maioria estaria “presumivelmente morta” e que o número oficial deverá aumentar drasticamente nas próximas horas.

O anterior balanço provisório daquele que é já um dos piores desastres aéreos na história da Coreia do Sul apontava para pelo menos 85 mortos. O avião ficou “quase completamente destruído” e os passageiros e tripulantes tiveram “poucas hipóteses de sobreviver”, disseram os bombeiros.

“Os passageiros foram ejetados do avião quando este colidiu com uma barreira, deixando-os com poucas hipóteses de sobrevivência”, disse um bombeiro local, durante uma reunião com familiares das vítimas. “O avião está quase totalmente destruído e a identificação dos falecidos está a ser difícil”, acrescentou.

O avião, com 175 passageiros e seis membros da tripulação a bordo, despenhou-se por volta das 09:07 (hora local) ao aterrar no aeroporto da cidade de Muan, no sul da Coreia do Sul, a cerca de 290 quilómetros da capital, Seul.

De acordo com a polícia e bombeiros, o avião, um Boeing 737-8AS vindo da capital da Tailândia, Banguecoque, colidiu com uma vedação de betão e incendiou-se. As autoridades aeroportuárias disseram que o avião estava a tentar uma aterragem forçada, após uma primeira tentativa ter falhado, devido a uma avaria do trem de aterragem.

No entanto, o avião não terá conseguido reduzir a velocidade até chegar ao fim da pista, o que provocou a colisão com a vedação e o incêndio. O chefe do corpo de bombeiros de Muan, Lee Jeong-hyun, disse que a queda se deveu provavelmente a uma colisão com um pássaro, combinada com condições meteorológicas adversas.

O presidente em exercício do país, Choi Sang-mok, ordenou que fossem feitos todos os esforços possíveis nas operações de resgate após o acidente. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Tailândia confirmou em comunicado a presença de dois cidadãos no avião e disse que o país está em contacto com Seul.

Nikorndej Balankura instou os familiares destes dois cidadãos a telefonar para a embaixada tailandesa em Seul para receber mais informações.

A última vez que a Coreia do Sul sofreu um desastre aéreo de grande escala foi em 1997, quando um avião da companhia aérea sul-coreana Korean Airline se despenhou no território norte-americano de Guam, matando as 228 pessoas a bordo.

Transportes | Apresentado comboio mais rápido para serviços comerciais

A China apresentou ontem em Pequim o protótipo do CR450, o comboio de maior velocidade para serviços comerciais chineses, concebido para operar a 400 quilómetros por hora

 

O modelo, desenvolvido pelo conglomerado estatal China State Railway Group (CRRC), atingiu os 450 quilómetros por hora em testes, consolidando a liderança do país na tecnologia ferroviária. De acordo com listas elaboradas por meios de comunicação especializados, como a Railway Technology, esta velocidade ultrapassa em 50 quilómetros por hora o actual recorde, estabelecido pelos comboios CR Fuxing e CR Harmony, também chineses.

No entanto, os comboios de levitação magnética, como o Shanghai Maglev, continuam a ser mais rápidos, atingindo velocidades até 501 quilómetros por hora. O desenvolvimento do CR450 começou em 2018 como parte de um projecto de inovação tecnológica.

Em 2021, foram lançadas as primeiras iniciativas do programa, seguindo-se ensaios em linhas como Mianchi-Mengzi e Fuzhou-Xiamen, entre 2022 e 2023. O protótipo apresentado este ano integra um fabrico inteligente avançado e controlos de qualidade mais rigorosos, garantiu a CRRC.

As inovações incluem uma redução de 22 por cento na resistência operacional e um design mais leve, com um peso total reduzido em 10 por cento. Além disso, o comboio oferece maior conforto aos passageiros, com cabines maiores e mais silenciosas, serviços personalizados e sistemas de monitorização e controlo inteligentes.

Menos peso

O CR450 é o sucessor do CR Fuxing, o primeiro comboio de alta velocidade totalmente desenvolvido na China sem tecnologia estrangeira. Em 2021, um estudo científico chinês tinha proposto adicionar cinco pares de pequenas asas a cada vagão do comboio CR450, então em desenvolvimento, para reduzir o seu peso e aumentar a velocidade.
Engenheiros japoneses tiveram uma ideia semelhante na década de 1980, mas esta foi descartada porque as asas eram muito grandes e tornavam impossível que os comboios circulassem nas linhas ferroviárias e túneis existentes.

No entanto, os cientistas chineses optaram por colocar asas menores no tecto dos comboios, em vez de nas laterais.
De acordo com os cientistas, que publicaram o seu estudo na revista científica Acta Aerodynamica Sinica, a ideia é um “avanço no campo da aerodinâmica dos comboios de alta velocidade que reduzirá custos e energia”, embora eles alertem que velocidades maiores podem reduzir “a vida útil das rodas e que as asas teriam que ser instaladas e cuidadosamente projectadas”.

Com 37,9 mil quilómetros de extensão, a malha ferroviária de alta velocidade da China compõe mais de dois terços do total do mundo. A primeira linha chinesa de alta velocidade – um troço de 117 quilómetros entre Pequim e Tianjin – começou a funcionar em 2008, quando a capital chinesa organizou os Jogos Olímpicos, 28 anos depois do nascimento do TGV francês.

Zhuhai | Autor de atropelamento intencional condenado à morte

Foi condenado à morte, na sexta-feira, o autor do atropelamento intencional que, em Novembro, causou 35 mortos e 43 feridos na cidade vizinha de Zhuhai. Segundo a agência noticiosa Xinhua, o Tribunal Popular Intermédio de Zhuhai condenou o homem a pena de morte por “colocar em risco a segurança pública através de métodos perigosos”, sendo ainda “privado de direitos políticos para o resto da vida”.

Na sessão de julgamento, os juízes consideraram que o homem “decidiu descarregar a sua raiva por causa do fim do seu casamento, os resultados do divórcio e divisão de bens”, tendo atropelado intencionalmente, na noite de 11 de Novembro, pessoas que praticavam desporto junto ao Centro Desportivo do Distrito de Xiangzhou, em Zhuhai.

O tribunal entendeu, segundo a mesma nota, “que os motivos criminosos do réu foram extremamente desprezíveis”, e que “a natureza do crime foi extremamente grave e métodos criminosos particularmente cruéis”. O crime praticado teve “consequências graves, com grandes danos sociais”.

Ao julgamento assistiram familiares das vítimas e alguns sobreviventes do atropelamento, bem como membros da classe política do país, nomeadamente deputados da Assembleia Popular Nacional e delegados da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês.

O Espelho Incerto Dos Alegres Encontros no Vaso Celeste

Gong Kai (1222-1307), um antigo funcionário que no final da dinastia Song se mudou para os arredores da próspera Hangzhou aí vivendo pobremente dedicado à pintura, seria reconhecido pela nobreza do seu carácter íntegro e selvagem que se reflectia no aspecto de algumas das figuras nas suas pinturas, como o cortejo de Zhong Kui, o caçador de demónios ou shouma, o «cavalo magro».

No futuro, dado o apreço que as suas pinturas alcançariam, outros se apropriariam do seu estilo ou atribuiriam o seu nome como uma marca de distinção, a pinturas alheias que assim se valorizavam. É possível que esse seja o caso de um longo rolo horizontal de pintura a tinta sobre papel que hoje se encontra cortado em três partes e em dois museus.

No Museu de Arte da Universidade de Princeton, a pintura Hutian jule tu, «Encontro Feliz no vaso celestial» (29,7 x 298 cm) é atribuída ao pintor profissional de Fujian, Zheng Wenlin (activo entre 1522-1566). No Metmuseum, uma parte é atribuída a Gong Zuiyen (Gong Kai, 29,8 x 431,8 cm) e outra sem autor definido mas no estilo de Gong Kai (29,2 x 374,4 cm).

No final do rolo outorgado a Gong Kai onde se observam diversas personagens entregues a variadas actividades ao longo de um rio numa paisagem com dragões, pêssegos da imortalidade, grous e cogumelos lingzhi, há um extenso comentário informado sobre o que foi observado que diz: «O grande jardim de Benglai shan ‘A montanha do eterno devir’, é muito longe deste Mundo, para além do grande rio que o separa do monte, tudo é muito diferente (…) Como não há estações, não se distingue a Primavera do Verão nem o Outono do Inverno (…) Estranhas pessoas aladas reúnem-se ali para estudar as verdades da filosofia daoísta, suas faces são de velhos sérios; não conhecem as preocupações mundanas nem se ocupam do princípio ou do fim do Mundo (…) Alguns divertem-se dançando ou fazendo música no qin, outros escrevendo, pintando ou jogando weiqi (…)»

Zheng Wenlin tem a seu favor para ser o autor do rolo o facto de tanto se ter dedicado à figuração, de um modo desregrado e selvagem, desses obscuros seres em trânsito entre dois mundos, que foi conhecido como o «imortal louco».

Em muitas outras pinturas, evocando tantos selectos encontros, mostrou imortais usufruindo das gratas actividades a que se dedicavam os letrados, como num espelho impreciso. E aqui invocando hutian, o «vaso celeste», tantos sentidos; como Fanghu, o «pote quadrado», a ilha dos imortais ou a conhecida história do folclore que fala de um lenhador que, regressando a casa no fim de um dia de trabalho com o machado às costas, encontrou um belo pote de latão.

Resolveu levá-lo com o machado lá dentro e ao chegar a casa, a esposa reparou que lá dentro estavam dois machados. Em seguida, repetindo o processo, os dois repararam que era possível fazer dois de tudo.

Wynn Palace | Obras do pintor chinês Qi Baishi em estreia em Macau

“Flores de Lótus em Pares, Flores de Ameixoeira em Grupos – O Mundo Artístico de Qi Baishi” é uma exposição patente no Wynn Palace que exibe criações do pintor chinês falecido em 1957. A mostra foca-se em quatro obras icónicas que retratam aspectos da cultura chinesa

 

O Wynn Palace, no Cotai, apresenta até ao dia 15 de Fevereiro uma exposição que celebra a arte feita por Qi Baishi, artista chinês falecido em 1957 e que foi um dos mais importantes pintores do país. Em “Flores de Lótus em Pares, Flores de Ameixoeira em Grupos – O Mundo Artístico de Qi Baishi” apresentam-se quatro grandes pinturas do autor, trazidas a Macau em exclusivo graças à parceria com a Academia de Belas Artes de Pequim.

Estes trabalhos intitulam-se “A New Year Celebration Painting” [Celebração do Ano Novo], “Osmanthus and Ribbon Bird”, “Guanyin” e “Demon Queller Zhong Kui”. Trata-se, segundo um comunicado da organização, de “obras-primas que representam o auge da carreira artística de Qi Baishi e que são tesouros da cultura chinesa que incorporam um profundo significado histórico e cultural”.

A exposição pretende celebrar, além dos 25 anos da RAEM, o 160º aniversário do nascimento de Qi Baishi, constituindo “um tributo ao lendário artista e uma poderosa iniciativa para preservar e promover a cultura chinesa”. A organização espera conseguir levar ao público “uma compreensão mais profunda da cultura chinesa” numa conjugação com o mundo digital no tocante à apresentação das obras artísticas.

Assim, é feita uma “integração perfeita entre as obras de arte clássicas e a tecnologia moderna”, construindo-se “uma viagem cultural que transcende o tempo e espaço, realizando a integração perfeita do legado artístico de Qi Baishi e Macau como ‘Cidade Cultural da Ásia Oriental'”, descreve a organização.

Múltiplos significados

No caso da pintura “Celebração do Ano Novo”, retrata-se “vividamente a atmosfera alegre do Ano Novo Chinês, repleta de imagens vibrantes e de uma energia festiva, reflectindo-se as esperanças e bênçãos do povo chinês antigo para um novo ano”, além de se mostrar “a profunda herança da cultura chinesa e o anseio das pessoas por uma vida melhor”.

Na peça “Osmanthus and Ribbon Bird”, o pintor retrata “uma espécie rara de ave”, nomeadamente “o gracioso papa-moscas do paraíso, o pássaro de cauda de fita, também conhecido como o ‘pássaro da longevidade’ e símbolo das bênçãos e longevidade”. Na obra pode-se observar uma combinação de “delicadas pinceladas e cores vibrantes”, em que Qi Baishi “apresenta uma combinação deslumbrante de flores de osmanthus e o papa-moscas do paraíso, captando na perfeição a sua observação perspicaz da beleza da natureza e transmitindo a harmonia e o fascínio da cultura chinesa”.

No caso de “Guanyin”, o artista interpretou a imagem de Bodhisattva Guanyin, a divindade que representa a compaixão no Budismo, e que é “muito amada e venerada pelos chineses”. Já a pintura “Zhong Kui” remete para a divindade taoísta considerada o “aniquilador de demónios”, sendo que pintura “retrata a divindade da protecção e das bênçãos domésticas, amplamente adorada e venerada pelos chineses”.

Todas peças são apresentadas com recurso à tecnologia digital, proporcionando uma “experiência imersiva de 360 graus das pinturas e caligrafia” do artista. Além disso, “a exposição inclui também uma série de áreas interactivas que permitem aos visitantes não só apreciar as obras de arte, mas também obter um conhecimento mais profundo do percurso artístico de Qi Baishi”.

Cotai | Cerca de 11 mil viram concertos no novo recinto

Cerca de 11 mil pessoas assistiram aos concertos inaugurais do Local de Espectáculos ao Ar Livre, situado no Cotai, que abriu ao público no sábado para espectáculos de grande dimensão.

Vários cantores de foram convidados para este concerto, nomeadamente Hins Cheung, Julian Cheung, Pakho Chau, Janice M. Vidal, Vinida Weng, David Wong, Maria Cordero, Jun Kung, Alan Po@Mr., Supper Moment, Nancy Wu, Ruco Chan, Ramon Lo, Yumi Chung, Aska Cheung, Janees Wong, Fleix Lam, Chantel Yiu, Grupo Asia Super Young, Hendery e Sabrina Mendes.

Segundo uma nota do Instituto Cultural (IC), o espectáculo apresentou “um naipe brilhante de estrelas, um palco deslumbrante e efeitos visuais dinâmicos, mostrou ao público a versatilidade do palco, valorizando a reputação de Macau como ‘Cidade de Espectáculos’”.

Além disso, o evento “serviu para testar as instalações e equipamentos do espaço, as disposições para a circulação de pessoas, a capacidade do trânsito e outros aspectos, que continuarão melhorados durante o período experimental”, é referido.

O período experimental de funcionamento desta zona de espectáculos dura todo o próximo ano, estando o IC aberto a receber propostas e programas de eventos. A zona de espectáculos tem uma área de 94 mil metros quadrados e capacidade para mais de 50 mil espectadores. A ideia é “atrair entidades de organização de grandes festivais culturais”, bem como “espectáculos e actividades itinerantes ao ar livre”, de preferência de cariz internacional.

Exposição | “10 Marias” apresenta “Conexões Históricas”

A 10 Marias – Associação Cultural inaugura amanhã, na Livraria Portuguesa, a exposição “Historic Connections” [Conexões Históricas], da autoria de Mónica Coteriano, co-fundadora da associação. A mostra pode ser vista até ao dia 14 de Janeiro.

Segundo um comunicado da associação, o “projecto explora a história entre Macau e os países de língua portuguesa através da mistura de técnicas de colagem e instalações de luz”. “A exposição contará com uma gama diversificada de objectos artísticos criados a partir de materiais como jornais, revistas de Macau e media mistos”, pode ler-se. A organização do evento aponta que as colagens pretendem “ilustrar pessoas, lugares e ideias”, sempre na base das vivências da própria artista.

A mostra terá ainda a integração de luzes LED programáveis que “destacarão vários elementos dentro da obra de arte, dando vida às peças e desafiando a experiência do espectador”. Além disso, serão também utilizados dispositivos de voz “para fornecer contexto e narrativas em torno das peças exibidas”.

Com esta mostra, Mónica Coteriano procura “oferecer ao público uma visão abrangente do seu universo e herança cultural como ponte entre o Oriente e o Ocidente”. “Ao mostrar as influências mútuas entre estas regiões, a exposição e instalação pretende levar a uma apreciação mais profunda da identidade luso-chinesa de Macau, que é única”, lê-se ainda.

A organização refere que a exposição “tem um valor cultural e educativo significativo para Macau, promovendo a consciencialização e compreensão do nosso património comum com os países de língua portuguesa”.

Registados quatro casos de droga que matou três pessoas em HK

A Polícia Judiciária (PJ) afirmou ter detectou quatro casos ligados a uma nova droga sintética, conhecida como ‘petróleo espacial’, que terá causado três mortes na vizinha região de Hong Kong.
A PJ acrescentou que os quatro processos envolveram cápsulas para cigarros electrónicos adquiridas na China continental ou enviadas para Macau através de correio internacional.

A informação surgiu numa resposta do Instituto de Acção Social (IAS) a questões apresentadas pela deputada Ella Lei, que tinha demonstrado preocupação com o primeiro caso de ‘petróleo espacial’ encontrado numa escola local, em Outubro de 2023.

O narcótico contém etomidato, um anestésico que só pode ser prescrito por profissionais de saúde.
O IAS prometeu “continuar a prestar atenção ao risco de abuso de novos tipos de substâncias”, incluindo o etomidato. O Governo vai “proceder à revisão da lei atempadamente, permitindo que a lista de substâncias sujeitas ao controlo possa estar em linha com as regiões vizinhas e a nível internacional”, acrescentou o IAS.

Novos desafios

No início de Novembro, as autoridades de Hong Kong confirmaram terem suspeitas de que pelo menos três mortes estão relacionadas com o ‘petróleo espacial’. Até ao final de Setembro, a polícia de Hong Kong tinha detido 98 pessoas em 60 processos. Entre os detidos, 16 eram jovens com menos de 21 anos.
Em todo o ano de 2023, apenas nove pessoas tinha sido detidas em ligação ao ‘petróleo espacial’.

A droga é conhecida em Hong Kong como ‘droga zombie’ porque pode causar graves danos físicos e mentais, incluindo dependência, perda de memória, convulsões, perda de consciência e até morte, de acordo com o Comité de Acção contra as Drogas do Governo de Hong Kong. Segundo a imprensa de Hong Kong, a polícia desmantelou um laboratório que produzia esta droga, apreendendo cerca de 1,5 quilogramas de etomidato, e deteve um homem de 20 anos.

No final de Outubro, o secretário para a Segurança de Hong Kong, Chris Tang Ping-keung, disse que a região estava a trabalhar para incluir o etomidato na lista de produtos perigosos alvo de restrições já no início de 2025.

O etomidato é actualmente classificado como uma substância controlada, pelo que a venda ou posse ilegal pode acarretar uma pena de dois anos de prisão e uma multa de 100 mil dólares de Hong Kong.

Tráfico humano | Cinco residentes levados para centros de burlas

Atraídos com promessas de salários elevados, os residentes foram levados para Taiwan e Camboja, onde foram forçados a participar em burlas online. A vítima mais jovem tinha 16 anos

 

A Polícia Judiciária (PJ) disse que cinco residentes locais foram vítimas de tráfico humano para centros, em Taiwan e Camboja, dedicados à burla e extorsão com recurso às telecomunicações e à internet. Num relatório divulgado na sexta–feira, a PJ disse que as cinco pessoas foram enganadas com falsas promessas de uma remuneração elevada para supostos empregos no exterior. Quatro das vítimas, incluindo um jovem de apenas 16 anos, viajaram até Taiwan, onde foram obrigadas a participar em actividades criminosas, tendo mais tarde sido detidas pela polícia local, referiu a PJ.

A quinta vítima, uma residente de 38 anos, foi aliciada para ir para o Camboja, mas conseguiu escapar e regressar a Macau, acrescentou a polícia. A PJ disse que recebeu a primeira queixa sobre o desaparecimento de residentes em Setembro.

Após investigação, a polícia descobriu que grupos criminosos têm utilizado plataformas e redes sociais para publicar falsos anúncios de emprego, oferecendo até bilhetes de avião. Quando as vítimas chegam ao país de destino, os grupos criminosos ficam com os passaportes e telemóveis, para os impedir de fugir ou contactar a família ou amigos, disse a PJ.

Centenas de milhares de pessoas, a maioria dos quais chineses, têm sido alvo de tráfico humano para centros no Sudeste Asiático, onde são forçadas a defraudar compatriotas através da internet, de acordo com um relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

Em força para o Myanmar

Pelo menos 120 mil pessoas foram traficadas para Myanmar (antiga Birmânia) e cerca de 100 mil para o Camboja, apontou-se no relatório, divulgado em Agosto de 2023. Os casos de burla e extorsão com recurso às telecomunicações e à internet em Macau subiram 75,8 por cento em 2023, com perdas estimadas em 311 milhões de patacas.

De acordo com dados oficiais divulgados em Fevereiro, Macau registou 1.306 burlas cometidas através do telefone ou ‘online’ no ano passado, mais 735 casos do que em 2022. A maioria das burlas (894, mais 43,7 por cento) aconteceram com recurso à Internet, embora o maior aumento tenha ocorrido nas burlas através do telemóvel (412), que quase quadruplicaram.

Num relatório, a tutela da Segurança referiu que em 329 casos as vítimas revelaram a burlões os dados de cartões de crédito quando tentavam comprar bens ou serviços ‘online’, mais do dobro do registado em 2022.

O secretário para a Segurança Wong Sio Chak sublinhou ainda que no ano passado 148 pessoas foram alvo de extorsão após terem partilhado fotos nuas em plataformas de mensagens na Internet, um aumento de 60,9 por cento.

Hengqin | Rui Martins reitera que UM terá curso de Medicina

A Universidade de Lisboa vai ajudar a criar uma Faculdade de Medicina no novo campus da Universidade de Macau (UM), na vizinha Hengqin (ilha da Montanha), disse um vice-reitor da instituição.

“A Faculdade de Medicina, que será a primeira faculdade de medicina pública aqui em Macau, será feita em parceria com a Universidade de Lisboa. Já temos um acordo nesse sentido”, disse Rui Martins. A Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, uma instituição privada, tem desde 2008 uma Faculdade de Ciências da Saúde, oficialmente rebaptizada como Faculdade de Medicina em 2019.

A notícia de que a UM terá uma faculdade de medicina, já noticiada pelo HM, foi dada por Rui Martins por ocasião de um evento no Centro Científico e Cultural de Macau de celebração dos 25 anos da transição da administração portuguesa de Macau para a China.

“O novo campus deverá aparecer na zona oeste da Ilha de Hengqin, tendo cerca de metade da superfície do actual campus. Terá quatro faculdades, nomeadamente a primeira faculdade de medicina pública de Macau, concretizada em associação com a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Teremos ainda uma faculdade de ciências da informação, de engenharia e outra de design, que inclui o curso de arquitectura”, disse no evento.

Numa entrevista ao canal em língua portuguesa da televisão pública TDM, Martins disse que a ideia para o campus é facultar ‘dual degrees’ [cursos em co-tutela] com universidades estrangeiras. “A medicina já está com Lisboa e agora estamos a definir para as outras faculdades”, acrescentou Martins.
O novo campus em Hengqin, cuja primeira pedra foi lançada em 9 de Dezembro, deverá ser inaugurado em 2028 e permitir à UM passar dos actuais 15 mil para um máximo de 25 mil alunos. Com Lusa

Trabalho | Deputado pede apoios para profissionais do exterior

O deputado Leong Hong Sai pretende saber quais são as medidas que o Governo vai adoptar para atrair para Macau mais quadros qualificados, e como vai garantir que se podem integrar na sociedade local. A pergunta foi feita através de uma interpelação escrita, com o deputado ligado aos Moradores de Macau a considerar que o envelhecimento da população é um obstáculo para a diversificação da economia.

“A fim de atrair e reter os talentos do exterior, será que o Governo vai proporcionar aos talentos internacionais uma plataforma única de apoio à sua vida, que abranja o planeamento da carreira profissional, a educação dos filhos, a protecção da habitação e as instalações auxiliares de vida, etc., de modo a ajudá-los a integrarem-se rapidamente na sociedade de Macau?”, questionou.

Leong Hong Sai indica ainda que no domínio da educação é necessário prestar apoio às famílias com crianças em idade escolar, para que estas possam compreender as informações “sobre o planeamento da educação e a dinâmica das inscrições” nas escolas locais.

O deputado alerta também para a necessidade de criar um período de segurança para as crianças que frequentam as escolas, para os casos em que os pais ficam sem vistos de permanência. De acordo com a situação actual, as crianças podem ter de deixar o ano escolar a meio, se os pais ficarem sem visto. Leong Hong Sai pretende que os alunos fiquem em Macau até ao fim do ano lectivo.

Economia | Défice da balança comercial caiu 11% até Novembro

Até Novembro, a balança comercial de Macau apresentou um défice de 105,23 mil milhões de patacas, uma redução de 12,04 mil milhões de patacas, em comparação com os primeiros onze meses do ano passado. Os números revelados na sexta-feira pela Direcção de Serviços de Estatística e Censos (DSEC) representam uma redução de 11,4 por cento.

Nos primeiro onze meses de 2024, as exportações atingiram 12,46 mil milhões de patacas, um crescimento e 1,7 por cento do valor em termos anuais, enquanto as importações desceram para 117,70 mil milhões de patacas, uma redução de 9,1 por cento, que explica o défice de 105,23 mil milhões de patacas.

Em relação apenas a Novembro, nesse mês as exortações foram de 1,15 mil milhões de pataca, o que significou uma redução de 17,3 por cento em comparação com o mesmo período do ano passado. Ao mesmo tempo, as importações totalizaram 11,49 mil milhões de patacas, o que representou uma redução de 7,8 por cento face a Novembro de 2023, reflectindo um défice da balança comercial de 10,34 mil milhões de patacas.

Em Novembro o valor da reexportação, 1,04 mil milhões de Patacas, apresentou uma descida de 18,4 por cento, face a Novembro de 2023. “O valor da reexportação de artigos para casino e o de bebidas alcoólicas diminuíram 91,4 por cento e 50,1 por cento, respectivamente”, foi revelado pela DSEC.
No pólo oposto, o valor da reexportação de vestuário e o de relógios de pulso cresceu 105,0 por cento e 84,6 por cento respectivamente.

DSEC | Subemprego continua a subir, mas desemprego estabiliza

Entre Setembro e Novembro o número de subempregados, ou seja, de pessoas que trabalham menos horas pagas do que aquelas que pretendem, aumentou 1.100 pessoas, face ao período entre Agosto e Outubro. Os números foram revelados na sexta-feira pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), através de um comunicado.

Durante o período em análise, 5.800 pessoas estavam em layoffs ou a trabalhar menos horas pagas do que as pretendidas. “A maior parte dos subempregados pertencia ao ramo de actividade económica das actividades imobiliárias e serviços prestados às empresas e ao ramo dos transportes e armazenagem”, foi indicado pela DSEC.

A taxa de subemprego situou-se assim em 1,5 por cento, um aumento de 0,3 pontos percentuais face à do período transacto. Em termos de desemprego, entre Setembro e Novembro, a taxa global, que inclui os residentes e não-residentes, foi de 1,7 por cento. Em relação ao desemprego de residentes a taxa foi de 2,3 por cento.

Entre Setembro e Novembro a população activa totalizava 386 mil pessoas, com 379,3 mil empregados, um crescimento de ambos os números de 1.800 pessoas, em comparação com o período precedente. O número de residentes empregados subiu 800, para 287,3 mil.

A população desempregada foi de 6.700 indivíduos, nível que a DSEC apontou ser “semelhante ao observado no período transacto”. A maior parte dos desempregados tinha trabalhado anteriormente no sector do jogo: “Entre os desempregados à procura de novo emprego, a maioria trabalhou anteriormente no ramo de actividade económica das lotarias e outros jogos de aposta e no ramo do comércio a retalho”, foi explicado.

Economia | Quase 70% dos trabalhadores com salários congelados

Um inquérito realizado pela Federação das Associações dos Operários de Macau e a Associação Económica de Macau mostra que no último ano cerca de 10 por cento dos trabalhadores enfrentaram cortes salariais

 

Ao longo de 2024, cerca de 70 por cento dos trabalhadores tiveram o salário congelado e 10 por cento enfrentaram cortes. O cenário laboral foi traçado através de um inquérito, com 2.050 respostas válidas, realizado pela Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) em conjunto com a Associação Económica de Macau.
Os resultados foram divulgados pela FAOM através de um comunicado, em que apenas são mencionadas algumas das conclusões do trabalho elaborado pela associação tradicional e financiado pela Fundação Macau.

Em termos da satisfação do trabalho, numa escala de 1 a 10 pontos, a média de satisfação foi de 6,19 pontos, o que significa que os inquiridos estão de uma maneira geral satisfeitos com as condições no local de trabalho.

Apesar da satisfação, mais de metade dos inquiridos demonstrou preocupações com as condições do local de trabalho. Sobre este número, o deputado Lam Lon Wai, membro da equipa da FAOM envolvida no inquérito, destacou que apesar da preocupação ainda estar muito presente, em comparação com os resultados de 2023, houve uma redução da quatro por cento ao nível das pessoas preocupadas. O comunicado não indica o número concreto apurado no estudo.

Entre as conclusões consta também que 36 por cento dos inquiridos considera que a prestação de trabalho ilegal continua a ser um problema “grave”. O trabalho ilegal ocorre quando os patrões contratam pessoas de fora do território que não têm a autorização prévia, emitida pela Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), para trabalharem em Macau.

A ritmo lento

Parte das preocupações dos trabalhadores com as condições de trabalho prende-se com a situação das empresas, cuja recuperação do volume do negócios avança a ritmo lento, apesar da expansão do mercado do jogo, que eleva as estatísticas macroeconómicas.

De acordo com os números apresentados pela FAOM e pela Associação Económica de Macau, em 42 por cento das empresas onde trabalham os inquiridos, os volumes de negócios atingiram 70 por cento a 90 por cento do nível pré-pandemia. Em 10 por cento das empresas, a recuperação ainda está muito distante, com o volume de negócios a ser metade do que era antes da pandemia da covid-19.

Em relação à vontade de mudar de emprego, apenas 11 por cento afirmou estar a activamente a procurar outro trabalho. Em comparação com os resultados de 2023, houve uma redução de 3 pontos percentuais no número de pessoas à procura de um novo emprego.

AAM | Lançado livro de Paula Silva e José Figueiredo sobre arbitragem

A Associação de Advogados de Macau (AAM) acaba de lançar o segundo volume do livro “Lei da Arbitragem de Macau Anotada”, da autoria dos juristas Paula Costa e Silva e José Miguel Figueiredo.

Numa nota da AAM, lê-se que a primeira edição “obteve um reconhecimento profundo dos sectores jurídico e da arbitragem, com aplicação ampla no estudo do regime da arbitragem de Macau e na actividade prática da arbitragem”.

Relativamente ao segundo volume agora editado, contém “anotações dos artigos 46º a 86º da Lei da Arbitragem de Macau, com recurso a várias fontes do direito e doutrinas importantes, bem como, referências bibliográficas, jurisprudenciais e normativas”. A obra foi subsidiada pela Fundação Macau.

CCAC | Ao Ieong Seong pede cultura de responsabilidade

A comissária Contra a Corrupção, Ao Ieong Seong, pediu ao seu adjunto, Wong Kim Fong, que implemente uma cultura de responsabilização no organismo. O pedido foi deixado durante a cerimónia de tomada de posse de Wong Kim Fong, na sexta-feira.

De acordo com a nota de imprensa da instituição, Ao Ieong Seong afirmou que ao longo de 20 anos o Comissariado contra a Corrupção (CCAC) “se tem empenhado no combate contra a corrupção e na promoção da integridade”, ao mesmo tempo que defende “a justiça da sociedade de Macau”. Por isso, a responsável “fez votos de que, no futuro, Wong Kim Fong continue a liderar o pessoal da Direcção dos Serviços contra a Corrupção para trabalhar em conjunto com empenho e dedicação, implementando as funções da Direcção dos Serviços contra a Corrupção com uma atitude de assunção de responsabilidade”.

Wong Kim Fong passou a ser adjunto da Comissária contra a Corrupção e ao mesmo tempo do director dos Serviços contra a Corrupção, que fazem parte do CCAC. Wong ingressou na função pública em 2000, tendo desempenhado sucessivamente as funções de investigador e de Chefe do 1º Departamento de Investigação da Direcção dos Serviços contra a Corrupção do CCAC.

Na sexta-feira também foi realizada a cerimónia de tomada de posse de Chan In Chio, chefe do gabinete da Comissária contra a Corrupção, cargo que desempenhava no anterior Governo de Ho Iat Seng.

De acordo com a informação disponibilizada, Chan deixou o desejo de que “além da gestão dos trabalhos administrativos existentes”, assuma a liderança da equipa do Gabinete do CCAC “com um pensamento dinâmico e inovador no âmbito da promoção da sensibilização para a integridade, enraizando a ‘semente da honestidade’ no coração dos cidadãos”.

IAM | José Tavares revela ter pedido reforma no Verão

Com a saída da Função Pública agendada para o início de 2025, José Tavares sublinhou ter pedido a reforma no Verão passado. Na quinta-feira, André Cheong afirmou em comunicado que as alterações no IAM se ficaram a dever ao caso das placas toponímicas

 

O ainda presidente do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) afirmou ter feito o pedido para se reformar no Verão. Foi desta forma que José Tavares reagiu ao comunicado do Governo em que foi indicado que as mudanças na liderança do IAM se ficaram a dever ao escândalo com as placas toponímicas.

“O tempo passa rápido e a reforma é apenas uma questão de tempo. Trabalho há 40 anos. Entre Junho e Julho deste ano, já tinha falado com o secretário [para a Administração e Justiça] sobre a minha reforma, que foi aprovada em Agosto”, afirmou José Tavares, em declarações à imprensa na sexta-feira. “Depois entreguei o papel [com o pedido de reforma]”, acrescentou.

Quando questionado sobre a conclusão da investigação interna do Governo ao caso das placas toponímicas, Tavares limitou-se a responder, de acordo com o jornal Ou MUn, que depois das conclusões da investigação foram feitas as “mudanças necessárias”.

A polémica com as placas toponímicas surgiu em Setembro, através das redes sociais, depois dos nomes das ruas em várias placas terem começado a descolar-se. Após investigação preliminar, as autoridades anunciaram que em cerca de 400 placas substituídas a empresa a quem foi adjudicado o serviço recorreu a fita adesiva para “gravar” os nomes, em vez da tradicional pintura em azulejo. Como consequência do escândalo foi ainda instaurado um processo criminal, que está a decorrer.

Dedos apontados

No entanto, na quinta-feira, quando Chao Wai Ieng foi anunciado como o futuro presidente do IAM, tomando posse a 1 de Janeiro, André Cheong, secretário para a Administração e Justiça, emitiu um comunicado a apontar que as mudanças haviam sido motivadas pela investigação interna ao caso das placas toponímicas.

“O relatório de investigação interna revela ainda que o incidente teve um impacto negativo na sociedade tendo demonstrado ainda deficiências na criação do regime da área de obras do IAM e falhas na gestão interna e o respectivo pessoal de direcção e chefia deve assumir a respectiva responsabilidade”, pode ler-se no comunicado.

“Após uma rigorosa ponderação, o secretário para a Administração e Justiça propôs ao Chefe do Executivo que procedesse ao ajustamento da direcção do IAM e o Conselho de Administração para os Assuntos Municipais procedeu, também, ajustamentos de algum do pessoal de chefia do IAM”, foi acrescentado.

Em relação à saída do IAM, José Tavares recordou ter recebido muito apoio nas várias funções que exerceu, e pediu à população para continuar a apoiar os trabalhos do departamento que liderou.