Artes gráficas | Estúdio de Xangai ilustra erradicação da pobreza

Com inspirações milenares e bênção política, o estúdio Fusion Era, sediado em Xangai, apresenta um projecto de dimensões continentais. “Out of Poverty: Not One Less” é um conjunto de vibrantes de ilustrações que retrata paisagens das várias províncias chinesas e grupos étnicos. A vasta colecção de trabalhos tem sido promovida extensivamente na internet como uma pérola patriótica e um exemplo da vivacidade artística da Geração Z

 

Do velho se faz o novo, a fórmula que não tem prazo de caducidade transmite a ideia por detrás de uma onda artística que bebe inspiração no passado pictórico e no presente político. Com raízes plantadas na clássica pintura chinesa do século XII da Dinastia Song, o colectivo de Xangai Fusion Era lançou-se numa odisseia gráfica: retratar os 56 grupos étnicos chineses e 34 províncias.

Pegando na subtil evocação do clássico “Ao longo do rio durante o Festival Qingming”, as animações digitais do estúdio Fusion Era atribuem uma forma moderna à representação dos povos e paisagens chinesas, enaltecendo a erradicação da pobreza no país e os magníficos feitos do Partido Comunista da China (PCC).

Aliando a linguagem digital das novas gerações à mensagem oficial e à promoção do patriotismo, as animações digitais têm sido amplamente partilhadas na internet desde o início das celebrações do centenário do PCC.

Os novos meios de expressão artística, com prevalência para formatos digitais, deram voz a uma geração de novos criadores chineses, que não precisam de incentivo extra para integrar mensagens patrióticas nas suas obras. Um bom exemplo disso é Li Tianzhi, um dos ilustradores que criou a série “Out of Poverty: Not One Less”. Um dos pontos fulcrais do portfolio do ilustrador de 26 anos até este projecto era trabalhos focados na estética e preservação de monumentos e edifícios antigos chineses.

Em declarações ao portal Sixth Tone, Li explica que desde a infância é “fascinando pela diversidade geográfica, paisagística e étnica da China”. Foi, portanto, um processo natural que o conduziu à representação do sucesso da campanha de erradicação da pobreza na China, através das montanhas e rios do país. Além disso, o jovem destaca a inspiração retirada da teoria das “duas montanhas”, de Xi Jinping, que realça o reflexo positivo que as políticas ambientais têm na economia.

O capítulo dedicado à província de Yunnan é para Hu Muyang, um dos fundadores da Fusion Era, motivo de orgulho do mega projecto de grafismo digital. A região, situada na região montanhosa do sudoeste da China, é, desde há muito, uma das mais pobres do país.

A estrela da ilustração que representa Yunnan é Zhang Guimei, uma proeminente pedagoga que fundou a primeira escola grátis para raparigas oriundas de famílias desfavorecidas. “Ela é uma figura sensacional, sofreu muitas angústias e dificuldades, a história da sua vida emociona qualquer um”, contou o artista às Sixth Tone.

Porém, em vez se focar no passado trágico de Zhang, que ficou órfã quando era criança e viúva ainda nova, o trabalho do grupo de Xangai retrata-a como um ser maior que a vida, a pairar entre as nuvens, olhando com um sorriso vitorioso e benevolente a paisagem idílica de Yunnan.

Aos quatro ventos

Criado em 2019, às portas da pandemia, o estúdio Fusion Era colaborou com empresas de audiovisual da Europa e dos Estados Unidos e museus chineses. No entanto, o coronavírus obrigou a equipa a trabalhar a partir de casa e a partir para uma abordagem mais direccionada para uma mensagem pública. Em declarações ao Shanghai Daily, Hu Muyang admitiu que acolheu também a missão de contrariar rumores e narrativas, vindas do ocidente, sobre a China. “Queríamos que o mundo ouvisse vozes realmente chinesas e insistimos em mostrar a cultura e sociedade chinesa vistas pelos olhos dos jovens chineses da Geração Z”, conta.

O lançamento de “Out of Poverty: Not One Less” foi amplamente divulgado e disseminado por tudo o que é rede social, em especial na China, incluindo através de uma campanha de vários influencers, onde também se contaram estrangeiros. Além disso, a epopeia digital foi acompanhada por um jogo de “caça ao tesouro” e por um longo tema de hip-hop elogiando a nova e crescente força da China, intitulado “100%”, lançado com pompa e circunstância na plataforma de transmissão de música NetEase Cloud Music.

O jovem ilustrador conta que foram tidos em conta inúmeros exemplos de “estudantes que finalmente conseguiam sair das suas cidades natal, em zonas remotas e desfavorecidas, movidos puramente por vontade, para fazerem exames de acesso ao ensino superior”.

“Agora que eliminarmos a pobreza, quero transmitir a alegria e orgulho daqueles que regressam às suas terras de origem sem receio de regressarem à pobreza. É a isso que chamamos revitalização rural”, afirmou Hu ao Shine, publicação em inglês do Shanghai Daily.

13 Ago 2021

Galaxy | Receitas do segundo trimestre mantêm tendência positiva

Na primeira metade do ano, a Galaxy acumulou lucros de 947,1 milhões de dólares de Hong Kong, resultado que contrasta com as perdas de 2,86 mil milhões de dólares de Hong Kong do primeiro semestre de 2020. O CEO do grupo realça que este foi o quarto trimestre consecutivo de recuperação

 

A Galaxy Entertainment Group divulgou ontem os resultados do segundo trimestre do ano, de onde se retira um cenário oposto ao vivido no ano passado. Feitas as contas, nos primeiros seis meses do ano a operadora amealhou 947,1 milhões de dólares de Hong Kong (HKD) em lucros, número que contrasta com os prejuízos de 2,86 mil milhões de HKD do primeiro semestre de 2020.

Em termos de receitas brutas, nos primeiros seis meses de 2021 a operadora de jogo apurou 9,48 mil milhões de HKD, o que representa um crescimento de 65,8 por cento, face aos 5,71 mil milhões de HKD de igual período do ano transacto.

Quanto às receitas apuradas pelo segmento não-jogo, nomeadamente hotéis e centros comerciais, no primeiro semestre deste ano verificou-se um crescimento de 104,6 por cento, para quase 1,39 mil milhões de HKD, em relação aos primeiros seis meses de 2020.

No comunicado que acompanhou os resultados à bolsa de valores de Hong Kong, o presidente da Galaxy, Lui Che Woo, dá particular ênfase ao facto de o período entre Abril e Junho ter marcado o quarto trimestre consecutivo de ganhos, apesar dos esporádicos surtos de covid-19 na província vizinha.

Quanto às receitas líquidas, a Galaxy reportou 10,66 mil milhões de HKD no primeiro semestre de 2021, o que representou uma subida de 71,3 por cento em relação aos 6,22 mil milhões de HKD de igual período de 2020.

As casas de grupo

Sem surpresa, a performance do grupo ficou a dever-se aos resultados do Galaxy Cotai, que vem trilhando um caminho de recuperação gradual, desde que a pandemia contaminou a economia global. No primeiro semestre de 2021, o resort do Cotai acumulou receitas líquidas de 7,23 mil milhões de HKD, o que representou um crescimento de 88,4 por cento em relação aos quase 3,84 mil milhões de HKD correspondentes ao período análogo do ano passado.

Na península, a principal propriedade do grupo, o Hotel StarWorld, acumulou no primeiro semestre deste ano receitas líquidas de 1,95 mil milhões de HKD, mais 79,6 por cento verificadas nos primeiros seis meses de 2020.

13 Ago 2021

Função Pública | Coutinho pede prémios para funcionários antigos

Pereira Coutinho divulgou ontem uma interpelação escrita a sugerir ao Executivo a atribuição de prémios aos funcionários públicos com mais tempo de serviço. “Com a prolongada pandemia, os trabalhadores mais antigos da função pública, na sua maioria, esforçaram-se o máximo possível para prestar serviços de qualidade aos cidadãos e merecem da mesma forma serem reconhecidos pelo Governo”, escreve o deputado.

Mais especificamente, Coutinho gostaria que estes trabalhadores fossem recompensados através do acesso à “aposentação voluntária após vinte anos de serviço efectivo aos adstritos ao regime de pensões de aposentação e sobrevivência”, assim como a contabilização dos anos de serviço efectivo relativamente ao subsídio de antiguidade.

O deputado deu como exemplo o que se passou com uma concessionária de jogo, não especificada na interpelação, que “resolveu premiar os funcionários mais antigos, oferecendo vários tipos de apoios”, alguns com cerca de 15 a 20 anos de casa.

“A dita concessionária entendeu reconhecer publicamente os funcionários mais antigos possibilitando estarem mais tempo com as suas famílias, nomeadamente o acompanhamento dos netos, para além de receberem prémios monetários, 100 por cento de contribuições ao Fundo de Previdência, mesadas, exames de saúde gratuitos, descontos atractivos em hotéis viagens de barco, concertos etc”, argumentou Pereira Coutinho.

13 Ago 2021

Ambiente | Avanços e recuos na resposta à crise climática, com Pequim e Washington ao leme

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas estima que o limiar do aquecimento global (de + 1,5° centígrados) em comparação com o da era pré-industrial vai ser atingido em 2030, 10 anos antes do previsto. O alerta climático foi recebido por Pequim como o sinal de que é altura de atenuar a retórica política divisiva, arregaçar mangas, e cooperar, em especial com os Estados Unidos e a Europa

Com agências

 

Palavras já deixaram de ter efeito. O recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) traça um cenário mais negro do que se previa, estimando que o aquecimento global (de +1,5° Celsius em comparação com o da era pré-industrial) será atingido em 2030, antecipando em uma década as anteriores previsões.

Um pouco por todo o mundo, multiplicam-se calamidades resultantes de fenómenos climáticos extremos. Das inundações que devastaram algumas regiões chinesas, passando pela prevalência de tufões e tempestades e grandes dimensões, até aos incêndios de proporções bíblicas, tornou-se normal assistir a cenários de completa destruição sem o uso de material bélico.

As cheias na China que assolaram as províncias de Hebei, Shanxi e Hubei tiveram particular acutilância na província de Henan, onde resultaram na morte de mais de três centenas de pessoas, mais de 50 desaparecidos, 815 mil forçados a evacuação, 1,1 milhões de pessoas deslocadas, num total de 9,3 milhões de pessoas afectadas.

Face aos desafios com que o mundo já se depara, são exigidas respostas às maiores potências económicas, responsáveis pela maior parte das emissões de gases de efeito estufa, em particular a China e os Estados Unidos.

No braço-de-ferro entre as duas maiores potências mundiais, apesar das tensões exacerbadas em muitos níveis, além da esfera comercial, o combate às alterações climáticas tem sido evocado como uma luta que exige uma resposta conjunta.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Zhao Lijian afirmou a 21 de Julho que Pequim e Washington partilham a missão comum de combate às alterações climáticas e que deveriam dar o exemplo na arena internacional. A Secretária de Estado Adjunta dos EUA, Wendy Sherman, salientou também a colaboração China-EUA nesta questão durante a reunião com o Conselheiro de Estado chinês e Ministro dos Negócios Estrangeiros Wang Yi, no passado dia 26 de Julho.

Intensificado pelo alcance global, à semelhança da resposta à pandemia, as alterações climáticas têm sido elencadas como o tema que pode devolver estabilidade às relações entre as duas potências.

Reagindo ao relatório emitido pelo organismo da ONU, o secretário de Estado norte-americano Antony Blinken, afirmou que “este momento requer que os líderes mundiais, o sector privado e as pessoas ajam em conjunto com urgência e façam o que for necessário para proteger o nosso planeta e o nosso futuro nesta década e mais além”.

O governante acrescentou que é essencial que todos os países, em particular “as grandes economias, façam a sua parte durante esta década crucial de 2020 para colocar o mundo numa trajectória que mantenha ao seu alcance o limite [de aumento] nos 1,5 graus centígrados”.

Em declarações ao Global Times, Wang Yiwei, director do instituto de assuntos internacionais da Universidade Renmin em Pequim, afirmou que a cooperação China-EUA na área das alterações climáticas ajudará a restabelecer o equilíbrio da colaboração entre a China, os EUA e a União Europeia, e a formar um sistema unido e cooperativo. O académico afirmou que o trabalho conjunto pode ajudar a facilitar o ambiente negocial entre os dois países ealiviar o actual impasse bilateral

Metas de Pequim

A China tem um longo caminho e objectivos ambiciosos pela frente. Xi Jinping apontou que o país irá atingir o pico mais alto de emissões de carbono antes de 2030, e até 2060 deverá atingir a neutralidade de carbono, ou seja, irá absorver mais do que irá emitir.

Actualmente, apesar das emissões per capita da China registarem um nível que representa cerca de metade das registados nos Estados Unidos, o problema agiganta-se face ao volume demográfico e ao meteórico crescimento económico chinês.

A China tornou-se o maior emissor mundial de dióxido de carbono em 2006 e, hoje em dia, é responsável por mais de um quarto das emissões globais de gases de efeito de estufa. Ao longo das últimas décadas a queima de carvão tem sido a principal fonte de energia do pais, algo que continua a aumentar.

Neste domínio, Xi Jinping afirmou que a China vai “diminuir gradualmente” a utilização do carvão a partir de 2026. Porém, em vez de encerrar centrais eléctricas alimentadas pela queima de carvão, estão a ser construídas novas centrais em mais de 60 locais em todo o país. Importa referir que, normalmente, este tipo de instalações tem, pelo menos, entre 30 a 40 anos de actividade.

Neste domínio, existe uma dicotomia quanto à mensagem das autoridades. Por um lado, cientistas de instituições reputadas, como a Universidade de Tsinghua em Pequim, afirmam que será necessário abandonar totalmente o carvão enquanto fonte de geração de energia até 2050, mensagem partilhada pelo Governo Central. Por outro, um dos argumentos das autoridades chinesas tem sido a defesa de que o país deve ter os mesmos direitos que os países ocidentais tiveram no passando, em relação à emissão de dióxido de carbono, enquanto efeito secundário da forte industrialização que catapultou a China economicamente.

Aposta verde

As indústrias do aço, cimento e metais não ferrosos, estratégicas para a construção e desenvolvimento de infra-estruturas, são responsáveis por 21,5 por cento do consumo de energia da China. Com esta conjuntura em mente, o país tem de assegurar a segurança energética e a estabilidade de fornecimento que sustente o crescimento económico. A ideia foi defendida por Li Boqiang, chefe do Instituto de Estudos de Política Energética da China da Universidade de Xiamen, em declarações ao China Daily. O académico argumentou que só depois de a China construir as infraestruturas essenciais ao seu desenvolvimento e para a produção de energias renováveis, poderá empreender uma redução em grande escala do consumo de carvão e outros combustíveis fósseis, que constituem cerca de 85 por cento do consumo energético chinês.

No final do mês passado, o Comité Central do Partido Comunista da China reuniu para ajustar as metas ambientais, antecipando o agravamento das previsões do IPCC, e em resposta às calamidades climáticas que o país enfrentou nos últimos meses.

O órgão partidário instou a implementação mais rápida de um plano de acção nacional para cumprir o objectivo de atingir um pico de emissões de dióxido de carbono ainda antes de 2030, de acordo com uma declaração divulgada após a reunião presidida por Xi Jinping e citada pelo China Daily.

Além da liderança em emissões de carbono, a China também está na dianteira no fabrico de tecnologia verde, tal como painéis solares e baterias de grande escala, o reverso verde da medalha energética.

Segundo investigadores da prestigiada Universidade de Tsinghua, até 2050, 90 por cento da energia produzida na China pode vir de centrais nucleares e de fontes de energia renovável. A aposta na tecnologia verde não é uma novidade no país, mas uma resposta ao problema da poluição atmosférica que aflige muitos centrais metropolitanos chineses.

Além disso, tem feito parte do discurso de várias figurais fulcrais do Governo Central, além do Presidente chinês, a ideia de que existe um enorme potencial económico nas ditas tecnologias verdes, capazes de proporcionar emprego, crescimento económico e redução da dependência de petróleo e gás importados.

“A China já está a liderar a transição energética global. Esta é uma das razões pelas quais o mundo consegue ter acesso a tecnologia verde cada vez mais barata”, afirmou Yue Cao do Instituto de Desenvolvimento Ultramarino, citado pela BBC.

Linha vermelha

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que o relatório sobre o clima é um “alerta vermelho” que deve fazer soar os alarmes sobre as energias fósseis que “destroem o planeta”.

O relatório estabelece uma avaliação científica dos últimos sete anos e “deve significar o fim do uso do carvão e dos combustíveis fósseis, antes que destruam o planeta”, disse Guterres em comunicado.

O secretário-geral da ONU pediu ainda que nenhuma central de carvão seja construída depois de 2021, um objectivo impossível de alcançar.

“Os países também devem acabar com novas explorações e produção de combustíveis fósseis, transferindo os recursos dos combustíveis (fósseis) para a energia renovável”, acrescentou o secretário-geral da ONU.

O relatório do IPCC “trata-se de um alerta vermelho para a humanidade”, disse António Guterres. “Os alarmes são ensurdecedores: as emissões de gases de efeito estufa provocadas por combustíveis fósseis e a desflorestação estão a sufocar o nosso planeta”, acrescentou o secretário-geral da ONU.

Guterres pede igualmente aos dirigentes mundiais que se vão reunir na conferência do clima (COP26) em Glasgow, Escócia, no próximo mês de Novembro, para alcançarem “sucessos” na redução das emissões de gases de efeito de estufa.

“Se unirmos forças agora, podemos evitar a catástrofe climática. Mas, como o relatório indica claramente não há tempo e não há lugar para desculpas”, apelou ainda António Guterres.

12 Ago 2021

MIECF | Mais de 400 empresas participam em edição online

Terminou no sábado a edição de 2021 do Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau, fortemente afectada pelo surto local revelado na semana passada. Apesar de não ter componente presencial, mais de 400 empresas expositoras participaram no evento e foram assinados 10 protocolos de cooperação

 

A dois dias de arrancar, um surto local de covid-19 meteu uma pedra na engrenagem do Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau (MIECF).

Com a cidade parada e passagens fronteiriças severamente afectadas, a MIECF passou para um plano exclusivamente online. Ainda assim, terminado o evento no sábado, a organização deu conta da realização de “247 sessões de bolsas de contactos, a assinatura online de 10 protocolos de cooperação”. No total, participaram mais de 400 empresas expositoras e foram exibidos mais de 750 produtos em plataformas online.

Não obstante o cancelamento de todos os elementos presenciais, que tinham o Venetian como epicentro, a organização considera que o evento ajudou “as empresas de Macau, do Interior da China, dos Países de Língua Portuguesa aos quatro cantos do mundo, a aproveitar as oportunidades de negócio”.

Com o tema “Rumo a uma nova era verde e de baixo carbono”, a MIECF procurou proporcionar às empresas participantes possibilidades de encontrar parcerias com uma maior precisão, oferecendo uma plataforma de comunicação.

Trabalho de casa

Ainda antes do anúncio que resumiria a MIECF ao plano cibernético, já as bolsas de contacto online promoviam parcerias comerciais. Ao longo de 14 dias, entre 25 de Julho e o sábado passado, realizaram-se 247 sessões de bolsas de contactos, “concentradas em temas como veículos eléctricos e respectivos equipamentos e instalações complementares, utensílios de mesa ecológicos, tecnologias biodegradáveis, serviços de protecção ambiental, materiais de construção ecológicos, entre outros”.

Em relação às salas de exposição, em formato virtual, a edição deste ano da MIECF contou com a participação de mais de quatro centenas de empresas provenientes do Interior da China, Bélgica, Brasil, Portugal, Hong Kong e Macau, entre outros países e regiões, e exibidos produtos dirigidos ao mercado verde, assim como planos de gestão e tratamento de resíduos e projectos de centrais de incineração de resíduos.

9 Ago 2021

Governo manda encerrar cinemas, teatros, museus, bares e outros locais

Desde a meia-noite, o Governo mandou cancelar actividades culturais, encerrar museus, cinemas, teatros, bares, discotecas, ginásios e várias instalações de ensino. O surto comunitário de covid-19 levou ao congelamento de concertos, exposições e ao fecho de portas de quase tudo, à excepção dos casinos e restaurantes

 

 

Desde as 00h de hoje, foram “encerrados cinemas, teatros, parques de diversão em recintos fechados, salas de máquinas de diversão e jogos de vídeo, cibercafés, salas de jogos de bilhar e de bowling, estabelecimentos de saunas e de massagens, salões de beleza, ginásios de musculação, estabelecimentos de health club e karaoke, bares, night-clubs, discotecas, salas de dança e cabaret.” A ordem consta de um despacho executivo, assinado por Ho Iat Seng, e publicado ontem em Boletim Oficial.

A medida foi tomada ao abrigo da lei de prevenção, controlo e tratamento de doenças transmissíveis e justificada como forma para evitar a transmissão da covid-19 em Macau.

Em paralelo, o Instituto Cultural (IC) “cancelou todas as actividades até 16 de Agosto, incluindo vários tipos de actividades em museus, bibliotecas públicas, artes performativas, património cultural e indústrias culturais e criativas, assim como os respectivos workshops e cursos de formação de Verão”.

Os concertos e espectáculos do BOK Festival foram cancelados. A organização do evento anunciou na terça-feira à noite que, “devido a preocupações motivadas pelos casos covid-19 em Macau, todos os espectáculos e actividades do festival serão adiados”, sem haver, para já, data para os retomar.

Seguindo a vaga de encerramentos, o Museu do Grande Prémio de Macau (GPM), o Museu das Comunicações, o Museu dos Bombeiros e o Edifício Ritz fecharam portas, “incluindo o balcão de informações turísticas e a sala de exposições”. A Direcção dos Serviços de Turismo acrescenta que a data da reabertura será notificada à população e que quem comprou bilhetes para visitar o Museu do GPM será contactado para ser reembolsado.

Também as reservas feitas até 11 de Agosto de excursões locais “Passeios, gastronomia e estadia para residentes de Macau” foram canceladas e os serviços de turismo remeteram para informações futuras quanto à retoma do programa.

 

 

Coisas da autarquia

Como não poderia deixar de ser, também os equipamentos do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) serão afectados. A começar pelos centros de actividades do IAM, que vão todos encerrar, assim como as instalações e pavilhões cobertos e o teleférico da Colina da Guia, até data a comunicar no futuro. Instalações ao ar livre, tais como parques, jardins e zonas de lazer, permanecem, para já, abertas ao público.

O organismo liderado por José Tavares irá encerrar o próprio Edifício do IAM, a Galeria Comemorativa da Lei Básica de Macau, o Salão de Exposições do Parque de Esculturas Étnicas Chinesas, os pavilhões no Jardim de Lou Lim Ioc, a Casa Cultural de Chá de Macau, Centro de Recursos de Educação Cívica, Ecoteca de Mong-Há.

Além das instalações no Monte da Guia, da sala de actividades do Jardim Cidade das Flores e do Auditório do Carmo na Taipa, encerram também a zona de animais do Jardim da Flora, o Pavilhão do Panda Gigante e o Pavilhão de Animais Raros.

 

 

Creche e desaparece

No capítulo do ensino, o Instituto de Acção Social (IAS) informou ontem que o funcionamento das creches subsidiadas de Macau fica suspenso até amanhã. A reabertura será anunciada conforme a evolução da epidemia. O IAS apela ainda “à colaboração das creches privadas no sentido de cumprir a referida medida contra a epidemia”.

A Associação de Reabilitação de Toxicodependentes de Macau também anunciou que os serviços de proximidade foram cancelados até amanhã, assim como as actividades do projecto Be Cool, que incluem aula de dança, desenho, boxe tailandês e karaté. A associação vai, no entanto, manter o programa de troca de seringas.

As visitas a utentes de lares de idosos e em reabilitação vão ficar suspensas até dia 18 de Agosto, informou o IAS, acrescentando que os familiares têm a possibilidade de marcar deslocações em zonas designadas das instalações ou realizar chamadas de vídeo com utentes acamados.

Também a educação patriótica foi interrompida, na sequência do surto local que paralisou Macau desde terça-feira à tarde. Assim sendo, a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) anunciou ontem o encerramento da Base da Educação do Amor pela Pátria e por Macau para Jovens, do Pavilhão do Sentimento de Amor pela Pátria. Foram também encerradas as Pousadas de Juventude, Pavilhão de Exposições e Espectáculos Artísticos para Jovens, Pavilhão Desportivo da Escola Luso-Chinesa Técnico-Profissional, salas de estudo e instalações escolares.

Em tempos de paralisação, nem as actividades desportivas escapam. O Instituto do Desporto revelou ontem a suspensão dos procedimentos da nova fase (que decorre em Setembro e Outubro) das classes de recreação e manutenção do “Desporto para Todos”, nomeadamente registo, sorteio e inscrição, que estavam previstos para se realizar entre amanhã e domingo.

Por outro lado, o “desporto e saúde posto de atendimento e informação” previsto para 8 e 15 de Agosto, bem como estágios, acções de formação e competições organizadas por associações desportivas serão também suspensas até dia 16 de Agosto.

5 Ago 2021

Marionetas | “A Lagartinha Muito Comilona” estreia amanhã no CCM

O pequeno auditório do Centro Cultural de Macau recebe a partir de amanhã, até domingo, a clássica peça de teatro infantil de marionetas “A Lagartinha Muito Comilona”, com produção da companhia Shanghai Troupe. No total, vão ser apresentados 10 espectáculos, com 75 marionetas em palco

Ao eclodir do ovo, uma fome imensa apoderou-se da pequena e muito esfomeada lagartinha. O que se segue é uma grande farra de comida e uma vida de transformação que alimenta a imaginação da pequenada há gerações. “A Lagartinha Muito Comilona”, a partir do livro infantil de Eric Carle lançado em 1969, chega amanhã a Macau para 10 sessões de teatro de marionetas no pequeno auditório do Centro Cultural de Macau.

Amanhã e sexta-feira, as sessões estão marcadas para as 14h45 e 19h30, com duração de 45 minutos (sem intervalo). No sábado e domingo as sessões estão marcadas para as 11h, 14h45 e 17h.

“A Lagartinha Muito Comilona” chega assim a Macau, em formato de teatro de marionetas, com produção da Shanghai Troupe e dirigida por Pipi Kao, a partir da peça criada por Jonathan Rockefeller internacionalmente galardoada.

A companhia de Xangai leva a palco 75 divertidas marionetas, que incluem a lagartinha comilona, o urso castanho, o sapo verde e feliz, o gato rechonchudo, o belo cavalo-marinho, entre outros.

Ganhar uma dimensão

Num dia, aparentemente como noutro qualquer, Eric Carle mudou para sempre o paradigma dos livros didácticos infantis ao usar um perfurador numa pilha de papéis. A imagem dos buracos nas folhas transportou Carle para um mundo de fantasia, tendo como protagonista uma minhoca chamada Willi.

A editora do autor norte-americano sugeriu-lhe que trocasse a minhoca por uma lagarta. Carle exclamou: “que se transforma numa linda borboleta”. Nascia assim um best-seller, publicado pela primeira vez em 1969, que a determinada altura se dizia vender um exemplar por minuto. O livro foi traduzido em pelo menos 40 línguas, incluindo chinês, holandês, francês, espanhol, alemão, japonês, italiano, português, sueco, russo e hebraico. Ao longo dos anos, “A Lagartinha Muito Comilona” tem sido usado por professores do ensino básico e pais como material de ensino auxiliar, particularmente eficaz para aprender a contar.

Com quase 50 milhões de cópias vendidas, “A Lagartinha Muito Comilona” ganhou uma dimensão extra e foi adaptado para teatro. Uma das adaptações mais conhecidas, da autoria de Jonathan Rockefeller, é a que chega amanhã ao Centro Cultural de Macau.

4 Ago 2021

Eleições | CAEAL promete atenção a perturbações do processo eleitoral

Foi ontem sorteada a ordem das candidaturas no boletim de voto para as eleições legislativas de 12 de Setembro, o último passo antes da apresentação dos programas eleitorais. O presidente da Comissão de Assuntos Eleitorais diz que o organismo está a fazer o seu trabalho da melhor forma possível

Em jeito de avaliação do desempenho da Comissão dos Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) ao longo do processo eleitoral, que culmina nas urnas a 12 de Setembro, o juiz Tong Hio Fong acredita que o organismo que dirige “só está a fazer o seu trabalho, de acordo com legislação.”

Face à questão se estava orgulhoso do trabalho feito até agora pela CAEAL, o presidente da entidade respondeu: “Orgulho ou não, essa não é a questão essencial, porque só estamos a fazer o nosso trabalho, que tentamos fazer da melhor maneira”.

Tong Hio Fong falou ontem aos jornalistas depois do sorteio que determinou a ordem das candidaturas no boletim de voto para as eleições legislativas. O passo seguinte será a entrega dos programas eleitorais, para o qual o presidente da CAEAL alertou as listas para que não deixem passar o tempo.

O prazo limite é as 17h45 de amanhã, quinta-feira.

Ontem começou o período de proibição de propaganda política, facto que motivou uma reunião entre os mandatários das listas e alguns candidatos com a CAEAL e o Comissariado contra a Corrupção. O encontro teve como objectivo “chamar a atenção de todos que durante este período, até 28 de Agosto, é proibido realizar actividades de propaganda”. “Esperamos que todas as listas e os respectivos mandatários sigam as nossas orientações para não violarem a lei”, acrescentou Tong Hio Fong.

 

Vontade de votar

Questionado sobre a possibilidade de a decisão do TUI, que oficializou a desqualificação de várias listas candidatas, levar ao aumento de votos em branco, Tong Hio Fong afirmou que “a intenção de votação depende dos eleitores”. O magistrado disse ainda que espera que “os eleitores dêem importância ao seu direito de voto”. De resto, o presidente da CAEAL garante serão pedidas responsabilidades “a todas as actividades e actos que prejudiquem a eleição”.

Entre superstições numéricas e uma atmosfera descontraída de bingo, o sorteio da ordem das candidaturas no boletim de voto determinou que a lista liderada por Zheng Anting, União de Macau-Guangdong, surge em primeiro lugar. Resultado que foi recebido efusivamente, depois de a bola correspondente à lista ter sido tirada por Agnes Lam.

Para se entender o cenário, cada cabeça de lista foi à vez tirar, à sorte, bolas de duas caixas. Numa caixa estavam bolas numeradas de 1 a 14, relativas à posição no boletim de voto, e noutra estavam bolas identificando as candidaturas. O número 4, que significa “morte” na numerologia chinesa, e que é considerado um número pouco auspicioso calhou à lista Plataforma para os Jovens, liderada por Leong Wai Meng.

A lista de Pereira Coutinho ficou com o 14º lugar, o último no boletim de voto.

4 Ago 2021

Alegado rapto de bebé leva mãe a procurar ajuda de Wong Kit Cheng

[dropcap]N[/dropcap]o domingo à tarde, uma mulher aflita publicou num popular grupo de Facebook uma mensagem a dar conta do alegado rapto do seu filho bebé, pela família do pai.
De acordo com o relato, um dia, enquanto não estava em casa, o marido foi a sua casa e levou o bebé de cinco meses. Desesperada, e há dez dias (no domingo) sem saber o paradeiro do filho, resolveu publicar a história num grupo com mais de 27 mil membros, depois de pedir ajuda à Polícia Judiciária, ao Movimento Católico de Apoio à Família e ao Instituto de Acção Social. Além disso, recorreu ao gabinete da deputada Wong Kit Cheng.
O HM contactou a deputada e representante da Associação Geral das Mulheres que não comentou o caso, para proteger a privacidade das pessoas em causa. Porém, confirmou ter recebido a senhora, prestado aconselhamento e encaminhado o caso para as entidades competentes.
A mulher é uma trabalhadora não-residente, oriunda de Hong Kong, empregada numa loja de animais.
Segundo o relato, tanto o marido como os sogros deixaram de atender as chamadas telefónicas ou responder a mensagens no WeChat. Finalmente, o marido terá, alegadamente, respondido de forma breve, dizendo que o bebé estava vivo e bem de saúde. Foi-lhe também negado o pedido de envio de fotografias ou vídeos da criança.

Nariz na porta

Na semana passada, recebeu uma mensagem do marido a dizer que tinha mandatado um advogado para tratar dos procedimentos do divórcio e de requerer a custódia do filho.
Assim sendo, na sexta-feira, dirigiu-se à casa da família do marido e, depois de ouvir barulho que denunciava a presença de pessoas, bateu à porta. Ajudada pela alegada persuasão do porteiro e um agente policial que a acompanharam, finalmente, o sogro abriu a porta. Porém, este ter-se-á escusado a atender à vontade da mãe, que solicitava ver a criança. Segundo a senhora, o sogro terá afirmado pertencer à Polícia Judiciária, estatuto que terá feito com que o agente da polícia que acompanhava a mulher se retirasse. A porta fechou-se de seguida.
O HM entrou em contacto com a mulher, mas, até ao fecho da edição, não obteve resposta.

3 Ago 2021

Cinema | ‘A Lenda do Grande Prémio de Macau’ nomeado para óscares do automobilismo

O filme ‘A Lenda do Grande Prémio de Macau’, de autoria de Sérgio Basto Perez foi nomeado para os International Motor Film Awards 2021 na categoria de melhor filme de evento. A obra produzida pela DST apresenta a história do grande acontecimento desportivo local. Estreia na quinta-feira no Museu do Grande Prémio

 

Um filme sobre o Grande Prémio de Macau foi nomeado para os ‘óscares’ do automobilismo, anunciou a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) na passada sexta-feira.

“O filme ‘A Lenda do Grande Prémio de Macau’ (…), produzido pela DST, foi oficialmente seleccionado como uma das seis nomeações na categoria de “Best Event Film” – Melhor Filme de Evento nos ‘International Motor Film Awards 2021’, pode ler-se no comunicado.

O filme, do realizador local Sérgio Basto Perez, “apresenta uma viagem pela história do Grande Prémio de Macau, guiada pelas vozes de pilotos de carros e de motos do passado e do presente, com um vislumbre da atmosfera única, carácter e emoção na ocorrência de um fim-de-semana no Grande Prémio de Macau”, acrescentou a DST.

O filme foi desenvolvido para ser exibido no Museu do Grande Prémio de Macau, recentemente inaugurado. A estreia está marcada para 5 de Agosto, sendo projectado duas vezes por dia, à excepção de terça-feira, quando o museu está fechado ao público.

História singular feita no plural

“Nunca esperei ser nomeado para um festival com este prestígio. Ficámos nas nuvens com esta notícia”, afirmou Sérgio Basto Perez numa publicação de Facebook. O realizador local revelou também para aqui chegar foram necessários mais de 17 anos de trabalho, incluindo a exaustiva pesquisa de um vasto arquivo de imagens “do nosso mais prestigiado e amado evento”.

Quanto à produção, o autor adianta que foi “desenvolvida como uma demonstração emotiva da singularidade da mais lendário corrida da Ásia, num dos circuitos urbanos com mais história.”

Todos os filmes nomeados são elegíveis para as nomeações nos prémios de Realização Técnica, Melhor Fotografia, Melhor Acrobacia, Melhor Som e Melhor Edição, bem como para o “Grand Prix Award”.

Os resultados do “International Motor Film Awards 2021” vão ser anunciados em 15 de Setembro, em Londres.
A DST salientou que o evento internacional “reconhece os talentos em realização e produção, desde filmes de alta qualidade e anúncios publicitários, até às produções estudantis e independentes” e que “são considerados os óscares do mundo do automobilismo”.

O realizador local enalteceu o compromisso e apoio da DST, do Instituto do Desporto, da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau, da organização e equipa da Federação Internacional do Automóvel. Aproveitou também para agradecer o contributo de condutores e talentos locais do sector audiovisual.

2 Ago 2021

Vacina | Pessoas com mais de 60 anos isentas de marcação

A partir de hoje, quem tiver mais de 60 anos não precisa fazer marcação para ser vacinado contra a covid-19. As autoridades de saúde indicaram que a nível internacional a terceira dose ainda não foi atestada quanto à segurança e eficácia e alargaram as medidas restritivas a locais no Interior que reportaram infecções

 

Basta aparecer. A partir de hoje, as pessoas com mais de 60 anos de idade não precisam fazer marcação prévia para serem vacinas contra a covid-19, basta dirigirem-se ao Centro Hospitalar Conde de São Januário ou aos centros de saúde onde a vacina é administrada.

A informação foi prestada pelo médico e director do hospital público Tai Wa Hou, especificando que, como a “grande maioria” das pessoas com mais de 60 anos são “portadoras de doenças crónicas”, as novas medidas permitem aos médicos, durante uma consulta, avaliarem o estado de saúde para facilitar o acesso à vacina. Para tal, será suficiente assinar o termo de consentimento.

Tai Wai Hou mencionou também a hipótese de administração da terceira dose da vacina, referindo que “está a ser estudada pelas autoridades de saúde”. O médico referiu que, mesmo que em alguns países e regiões esse passo tenha sido dado, “a maioria das instituições reguladoras da vacina não fez ainda a aprovação oficial” e “em termos internacionais, não existe qualquer relatório científico para suportar a segurança e eficácia da administração da terceira dose”.

Alargar quarentenas

À medida que vão sendo reportados mais casos de infecção no Interior da China, as autoridades locais alargam o âmbito das medidas restritivas a quem chega a Macau, nomeadamente através da imposição de quarentena.

O centro de coordenação de contingência afirmou ontem que, “tendo em consideração a evolução epidemiológica mais actualizada das províncias de Jiangsu, Hunan, Hubei e Henan”, quem tenha saído dos locais especificados pelas autoridades, ou por lá passado num período inferior a 14 dias antes de entrar em Macau, terá de cumprir quarentena obrigatória. O período de observação médica é de “14 dias a contar da data de saída dos locais referidos, não podendo esse período ser inferior a 7 dias”.

Os locais que implicam quarentena são o “subdistrito de Gaoliangjian do distrito de Hongze da cidade de Huaian da província de Jiangsu, a vila de Morong Miao da aldeia de Morong do condado de Guzhang e subdistrito de Donghe da cidade de Jishou, subdistrio de Chilingru do distrito de Tianxin da cidade de Changsha e subdistrito de Chengjiao da cidade de Ningxiang da prefeitura autónoma de Xiangxi Tujiazu e Miaozu da província de Hunan.

Quanto à província de Hubei, fica sujeito a quarentena quem passou “na aldeia de Yongjiahe do condado de Hongan da cidade de Huanggang. A quarentena é aplicável também a quem chega ou tenha passado pela província de Henan, nomeadamente pelo “subdistrito de Jingguangru e subdistrito de Changjiang do distrito de Erqi da cidade de Zhengzhou.

Além disso, os serviços de saúde informaram que até às 16h de sábado tinham sido administradas 509.754 doses da vacina. No total, tinham tomado a segunda dose 226.851 pessoas, correspondendo a uma taxa de vacinação de 35,5 por cento.

2 Ago 2021

SJM | Grand Lisboa Palace abre hoje portas ao público

Chegou o dia da abertura, parcial, do Grand Lisboa Palace. O mega resort da SJM Holdings, que custou cerca de 39 mil milhões dólares de Hong Kong para se erguer no Cotai, vai disponibilizar para já 300 quartos, de um total de 1900, e abrir parte dos restaurantes

 

Após sucessivos adiamentos e muita expectativa acumulada, o Grand Lisboa Palace abre portas hoje, ao meio-dia, marcando a aguardada entrada “em grande” da SJM Holding, Lda no Cotai. O mega-resort entrará em funcionamento de forma faseada, com a abertura hoje de 300 quartos e uma parte da oferta de restauração.

Apesar da indicação anterior de que a nova aposta do grupo deveria abrir no final do primeiro semestre deste ano, a notícia da abertura caiu de surpresa. À margem da apresentação da mostra “Harmony of East and West – The Exhibition by Famous Local Artists”, a presidente do conselho de administração da SJM, Daisy Ho, revelou que vão ser disponibilizados 300 quartos, na primeira fase, mas que “os restantes serão colocados ao serviço, de acordo com a procura”. A responsável da operadora afirmou também que a segunda fase da abertura do Grand Lisboa Palace depende da evolução da pandemia.

Em termos de ofertas para o paladar, um dos destaques será o Grand Buffet, um sucesso do passado do Grand Lisboa que será relançado oferecendo mais de 600 iguarias. Para os fãs da gastronomia portuguesa, o restaurante Mesa promete ser um local de referência para os sabores lusos. Haverá ainda uma charmosa e típica casa de chá, com a decoração a cargo do conceituado designer de Hong Kong Alan Chan, e para um restaurante tradicional de hotpot de Taiwan. Para quem não dispensa a cozinha italiana e japonesa, o resort irá abrir dois restaurantes liderados por chefs reconhecidos com estrelas Michelin.

Em comunicado emitido ontem, o grupo refere que o Grand Lisboa Palace “celebra o encontro do melhor de dois mundos – a essência encantadora do Oriente e do Ocidente. Inspirado nos monumentais edifícios europeus dos períodos neoclássico e belle époque e nos elementos tradicionais chineses, o resort honra o lendário património multicultural de Macau”.

“A nossa visão para o Grand Lisboa Palace é que seja um hub gastronómico para amantes da boa mesa de todos os cantos do mundo. Queremos impressionar com experiências gastronómicas inovadoras, criadas por marcas aclamadas e por parceiros de várias partes do mundo”, afirmou Daisy Ho, em comunicado no passado dia 15 de Julho.

A construção do Palácio

Como havia sido antecipado por Ambrose So, a SJM conseguiu 150 novas mesas de jogos. Já em 2019, o vice-presidente e director-executivo do grupo disse que iria pedir licença para 300 mesas de jogo para o novo resort, mas que esperava obter apenas 150. Até à hora do fecho desta edição, ainda era incerto o número de mesas disponíveis nesta primeira fase de abertura.

No total, o Grand Lisboa Palace irá oferecer 1900 quartos e suites, distribuídos por três torres: O Grand Lisboa Palace Hotel, o Palazzo Versace e o hotel com a marca de “Karl Lagerfeld”, o histórico designer da casa Chanel.

O mega-resort da SJM tem um custo estimado de 39 mil milhões de dólares de Hong Kong (HKD) e começou a ser construído em Fevereiro de 2014. No início das obras, o grupo estimava que a construção custasse 30 mil milhões de HKD e abrisse ao público em 2017.

Recorde-se que a edificação do resort enfrentou severos contratempos, incluindo a devastação causada pelo tufão “Hato” e vários incêndios que levaram a evacuações do estaleiro e a investigações das autoridades policiais.

30 Jul 2021

Apoios da Fundação Macau relativos ao 2.º trimestre duplicam face a 2020

Depois da quebra vertiginosa dos apoios prestados pela Fundação Macau no 2.º trimestre de 2020, no mesmo período deste ano o valor das prestações mais que duplicou para um total de 464,5 milhões de patacas. A Universidade de Macau, MUST e associações tradicionais ficaram com as maiores fatias do bolo

 

Fim de Julho é sinónimo de anúncio dos apoios da Fundação Macau (FM) do segundo trimestre do ano. Foi ontem publicada a lista, que estabelece um montante de subsídios de 464,5 milhões de patacas, o que representa uma subida de 112 por cento, em relação aos 218,8 milhões atribuídos no mesmo período do ano passado.

Como é habitual, a Universidade de Macau (UM) e a Fundação da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST) receberam a maior parcela das contribuições, com 103,9 milhões e 90,3 milhões, respectivamente.
O apoio recebido pela UM destina-se a cobrir as despesas da segunda prestação do projecto de reconstrução do Edifício-auditório da Escola Anexa à universidade.

A Universidade de São José recebeu no total 22,8 milhões de patacas, através da Fundação Católica de Ensino Superior Universitário.

Quanto aos apoios à MUST, para o segundo trimestre, os subsídios para o hospital universitário e para o laboratório para a ciência espacial, totalizam 90,3 milhões de patacas. Contas feitas, estas duas instituições captam 41,8 por cento dos apoios da Fundação Macau, no período em apreço.

De seguida, as associações tradicionais representam a segunda maior fatia do bolo de subsídios, com Moradores e Operários em destaque.

A Federação das Associações dos Operários de Macau foi subsidiada em 24,4 milhões de patacas, enquanto a União Geral das Associações dos Moradores de Macau recebeu 18,5 milhões de patacas. Logo depois, surgem as associações ligadas a Fujian, com a Aliança de Povo de Instituição de Macau a ser subsidiada em 12,4 milhões de patacas e a Associação de Conterrâneos de Fukien a receber 4,9 milhões, e a Associação Geral das Mulheres de Macau com 13 milhões de patacas. As entidades ligadas a Jiangmen foram financiadas num total de 5,15 milhões de patacas.

Contas macaenses

A Fundação Macau atribuiu também apoios a algumas entidades de matriz portuguesa. Neste capítulo, destaque para a Casa de Portugal de Macau que recebe 3,6 milhões de patacas, enquanto o Instituto Português do Oriente garante 53 mil patacas.

A Associação dos Macaenses foi contemplada com 882 mil patacas, enquanto a Conselho das Comunidades Macaenses recebe 518 mil patacas. No plano laboral, a Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) foi subsidiada em 1,154 milhões de patacas, enquanto a Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC) recebe quase 2 milhões de patacas e a Associação Promotora da Instrução dos Macaenses 15 mil patacas.

Já no campo das instituições de cariz solidário, destaque para a atribuição à Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Macau de 4,6 milhões de patacas, em parte para custear o plano de actividades de 2020 do Albergue.

A Caritas de Macau foi subsidiada com 6,65 milhões de patacas, a ANIMA com 2 milhões de patacas, a Obra das Mães será contemplada com 5,9 milhões de patacas, o Instituto Ricci de Macau foi subsidiado em 458 mil patacas, enquanto a Diocese de Macau recebe 453 mil patacas no segundo trimestre deste ano.

29 Jul 2021

Tóquio2020 | Arrancam hoje uns dos mais estranhos Jogos Olímpicos da Era Moderna

Realiza-se hoje a cerimónia de inauguração dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, com o habitual cortejo das comitivas dos países participantes e quatro horas de espectáculo. Tudo o resto será inédito nestas olimpíadas, das medidas sanitárias, à ausência de público, passando pela possibilidade de cancelamento e o estado de emergência em Tóquio. Até ontem, a organização dava conta de mais de 90 infecções de covid-19 entre pessoas credenciadas para os jogos, enquanto Tóquio

 

Ao final da tarde de hoje, 19h de Macau, arrancam oficialmente os Jogos Olímpicos Tóquio2020. A cerimónia de inauguração terá como palco o novo Estádio Olímpico da capital japonesa, e seguirá o protocolo tradicional com a abertura oficial a cargo do Imperador Naruhito, seguido dos juramentos da praxe e da habitual parada das comitivas de todos os países participantes.

A primeira nação a entrar no Estádio Olímpico será, como dita a tradição, a Grécia, seguida de uma comitiva de atletas refugiados e dos restantes países por ordem alfabética do país organizador. O cartaz prossegue com a apresentação de uma série de espectáculos.

A grande diferença para as edições anteriores é a ausência de público nas bancadas e as medidas sanitárias de controlo da propagação da covid-19. Como não poderia deixar de ser, a pandemia tem sido o foco principal das olimpíadas, depois de adiamento no ano passado, dos protestos contra a realização e dos múltiplos casos de infecção.

Aliás, o próprio chefe do comité organizador do Tóquio2020 Toshiro Muto, afirmou na quarta-feira que não excluía a possibilidade do cancelamento dos Jogos Olímpicos, que estaria atento aos números de infecção.
Importa referir que mais de 90 pessoas credenciadas para as olimpíadas testaram positivo à covid-19 antes da cerimónia de abertura. Além disso, a capital japonesa atravessa um novo pico de infecções, com o registo de 1.832 novos casos na quarta-feira.

A cidade anfitriã dos Jogos Olímpicos vive, neste momento, o seu quarto estado de emergência, que se manterá até 22 de Agosto, abrangendo a duração total dos Jogos Olímpicos, que terminam a 8 de Agosto.
Especialistas da área da saúde alertaram que o número de novos casos de infecção pelo coronavírus em Tóquio vai agravar-se nas próximas semanas.

O médico Norio Ohmagari, membro do painel de especialistas do governo da área metropolitana de Tóquio, considera que a média diária de casos na capital poderá atingir cerca de 2.600 em duas semanas, se continuarem a surgir ao mesmo ritmo.

Apesar de tudo, o presidente do Comité Olímpico Internacional (COI) Thomas Bach afirmou na quarta-feira que o cancelamento “nunca foi uma opção”.

Portugueses na aldeia olímpica

“Se há um país que consegue organizar uns Jogos Olímpicos no meio desta pandemia é o Japão. Na semana de treinos em Kaga era ridículo o pormenor a que chegavam”, elogiou Rui Bragança, representante único do taekwondo luso em Tóquio2020.

O atleta vimaranense, que também é médico, recordou a zona isolada em que a comitiva viajou no avião, com direito a instalações sanitárias privadas, e contou que, já no Japão, os guias “controlam tudo”, para que nada falhe em termos de segurança sanitária.

“Os nossos guias controlavam tudo ao máximo. Todos os voluntários fazem tudo por tudo para as regras serem seguidas. Fui treinar ao local oficial e estava tudo desinfectado, com divisórias no ringue e tudo. Estes Jogos Olímpicos são uma amostra de que com esforço e dedicação tudo é possível”, vincou o lutador, que compete amanhã.

A judoca Catarina Costa, igualmente formada em medicina, garante que se tem sentido “bastante segura” na aldeia olímpica, uma vez que “quase todos os atletas cumprem as regras”. “É raro ver alguém sem máscara. Tenho alguma preocupação extra e evito estar tão perto de outras pessoas, como no refeitório. Está tudo a correr muito bem e todos estão a tomar as devidas medidas”, assegurou a atleta, oitava classificada no ‘ranking’ de qualificação na categoria de -48 kg, que também se estreia amanhã.

O nadador José Paulo Lopes, de apenas 20 anos, entende que a pandemia “está controlada” na aldeia olímpica, uma vez que “quase toda a gente cumpre com os requisitos”.

“Não nos afecta assim tanto, pois já estamos habituados a viver assim. Não foge à normalidade que estamos a viver em Portugal”, desdramatizou o bracarense, que vai competir nos 800 metros livres e 400 metros estilos.

Se a segurança em termos de saúde pública não é preocupação para estes competidores lusos, já a falta de público limita um pouco a experiência e até a preparação.

Por exemplo, no Rio2016, Júlio Ferreira, que falhou a qualificação, foi parceiro de treino de Rui Bragança, situação que se repete agora em Tóquio2020, com a diferença do companheiro não poder, desta vez, ficar instalado no complexo que alberga os competidores.

“A família e amigos que não vieram (…), mas isso até pode ser motivação extra, pois continuaram a apoiar-nos neste ano e meio. Nos momentos mais difíceis estiveram sempre lá e agora vamos lutar por eles. As bancadas estão vazias, mas eles estão em casa de madrugada a gritar por nós”, disse o nono classificado no Rio2016.

Glória ao pescoço

Portugal chega a Tóquio2020 com o judoca Jorge Fonseca com o estatuto de bicampeão do mundo de -100 kg e outros ‘vices’, como os irmãos velejadores Diogo Costa e Pedro Costa, o marchador João Vieira, a lançadora Auriol Dongmo e a surfista Yolanda Sequeira.

Também Pedro Pichardo detém a melhor marca mundial no triplo salto, numa lista de ‘candidatos’ que tem de incluir o canoísta Fernando Pimenta e a judoca Telma Monteiro, ambos já medalhados, mas também o skater Gustavo Ribeiro, a selecção de andebol e o ‘eterno’ Nelson Évora, o único campeão olímpico português em actividade, apesar dos recentes resultados menos positivos.

“O ano de 2019 foi muito forte com resultados em Mundiais. Também não deixámos de ser mais ambiciosos quando assinámos o contrato-programa do que aquilo que já tínhamos logrado alcançar, com uma medalha em cada uma delas. Contratualizámos duas medalhas para Tóquio, e essa ambição foi sendo acompanhada pelos resultados conquistados”, afirmou o Chefe de Missão de Portugal, Marco Alves.

O presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), José Manuel Constantino, admitiu que esperava o apuramento de atletas em karaté, tiro e futebol, ficando, por isso, aquém do objectivo de 19 modalidades em prova nesta edição dos Jogos Olímpicos.

“Estou satisfeito em relação aos objectivos atingidos, de número de atletas, percentagem de género, tínhamos estabelecido como limite os 60 por cento de homens. Com algumas boas surpresas que o apuramento suscitou, como a questão do andebol, as duas mulheres no surf, o jovem das águas abertas [Tiago Campos], mas não estou satisfeito relativamente ao número de modalidades previstas”, afirmou.

O presidente do COP considera que o valor da missão “está em linha” com a apresentada no Rio2016, onde Portugal conquistou uma medalha de bronze, pela judoca Telma Monteiro, e 10 diplomas (classificações entre o quarto e oitavo lugares), confirmando que as expectativas de resultados estão “em consonância com essa avaliação”.

Dias bizarros

“[Vão ser] uns Jogos estranhos, difíceis, muito diferentes do que estamos habituados, porque os constrangimentos, limitações, dificuldades estabelecidas criam-nos a expectativa de que as coisas vão correr bem, mas num quadro completamente diferente”, advertiu o presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP).

Apesar das dificuldades anunciadas, e da oposição por parte da maioria da população japonesa, Constantino disse esperar que as exigências sejam amenizadas.

Na véspera do início dos Jogos Olímpicos, Tóquio parece viver alheado do maior evento desportivo do mundo, algo só possível numa sociedade altamente respeitadora, face a um vírus que levou ao inédito adiamento da competição.

As 43 infraestruturas alocadas aos Jogos Olímpicos estão devidamente ‘protegidas’ dos japoneses, impedidos de assistir ao evento presencialmente – depois de já ter sido negada essa possibilidade aos estrangeiros -, pelo que o habitual ‘circo’ olímpico, que apaixona milhões, funciona absolutamente fechado, como nunca aconteceu.

Os XXXII Jogos vão ter bancadas despidas de entusiasmo, ficando entregues somente a atletas, dirigentes, árbitros, jornalistas, organizadores e milhares de voluntários, transformando o evento global e agregador de culturas e povos num produto, apenas e só, mediatizado. Pela primeira vez desde a primeira edição, em Atenas1896, não haverá o que os Jogos têm de mais especial, o intercâmbio e partilha entre culturas, em espírito de tolerância, compreensão e harmonia, enquanto são desafiadas as melhores aptidões do Homem.

Com ou sem o mais puro espírito olímpico, serão cerca de 11.000 os desportistas a lutarem pela honra de ser um dos 339 campeões olímpicos, em provas distribuídas por 33 modalidades.

De Portugal viajaram 92 atletas, em representação de 17 desportos, com o objectivo de atingirem, pelo menos, duas medalhas, 12 diplomas, com lugares até ao oitavo, bem como 26 resultados até ao 16.º.

A esperança lusa

O atletismo é a modalidade com mais portugueses em prova, com 20 atletas, um acima de Pequim2008, mas longe dos 24 no Rio2016 e dos 25 em Londres2012.

Aos 37 anos, Nelson Évora, campeão no triplo salto em Pequim2008, vai estar pela quarta vez nos Jogos Olímpicos, depois de um sexto lugar no Rio2016 e do 40.º em Atenas2004, tendo falhado Londres2012 por lesão.

Também Pedro Pablo Pichardo e Patrícia Mamona, que se sagraram campeões europeus em pista coberta, asseguraram a presença no triplo salto, tal como os estreantes Evelise Veiga e Tiago Pereira.
Auriol Dongmo, campeã continental em pista coberta, vai participar no lançamento do peso, assim como Francisco Belo e Liliana Cá, no disco, novatos em Jogos.

João Vieira, aos 45 anos, vai estar nos 50 quilómetros marcha, na sexta vez em Jogos — apesar de qualificado, por motivos de doença, não chegou a participar na prova de marcha (20 km) em Sydney2000 —, tornando-se no segundo luso com mais presenças, a uma do velejador João Rodrigues. Ainda na marcha, Ana Cabecinha assegurou a quarta participação olímpica e na maratona Portugal estará representado por Carla Salomé Rocha, Sara Catarina Ribeiro e Sara Moreira.

A estes nomes juntam-se Salomé Afonso, nos 1.500 metros, distância a que regressa Marta Pen, 36.ª no Rio2016. Carlos Nascimento estreia-se nos 100 metros, assim como Ricardo dos Santos nos 400, distância que Cátia Azevedo, 31.ª no Rio2016, volta a correr.

Irina Rodrigues, que falhou Rio2016 por lesão, também se qualificou, e Lorene Bazolo, a mulher mais rápida de Portugal e que também já foi aos Jogos pelo Congo, somou aos 100 metros por marca os 200 por ‘ranking’.

Transmissão grátis

A cerimónia de inauguração do Tóquio2020 é transmitida hoje às 19h na TDM. O HM tentou apurar junto do Gabinete de Comunicação Social se o Governo da RAEM terá pago para transmitir os Jogos Olímpicos na TDM. O organismo liderado por Inês Chan revelou que relativamente ao “acordo entre a TDM e o China Media Group para a transmissão dos Jogos Olímpicos de Tóquio e dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, tratou-se de uma das políticas do Governo Central favoráveis a Macau e os direitos de transmissão são gratuitos”. Com Lusa e J.S.F.

23 Jul 2021

Turismo | Retorno da média diária de 30 mil visitantes

A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) anunciou ontem que Macau voltou a receber uma média diária de 30 mil visitantes, algo que não acontecia desde desde 28 de Maio. Nos dias 16 e 17 de Julho (sexta-feira e sábado) entraram em Macau mais 33 mil e 32 mil visitantes, respectivamente.

O Governo refere também que nos primeiros cinco meses do ano, o número de visitantes seguiu uma tendência de subida, fenómeno que se verificou igualmente na taxa de ocupação hoteleira, com particular destaque para a primeira metade do mês corrente. Entre 1 e 15 de Julho, a taxa de ocupação hoteleira atingiu 52,1 por cento, o que representou uma subida de 8,4 por cento em relação a Junho.

Para esta estatística, a DST realça o contributo das excursões locais “Passeios, gastronomia e estadia para residentes de Macau”, que representou cerca de 38 mil hóspedes em hotéis. “O número de residentes que participam nas excursões durante as férias de Verão continua a subir, o que permite apoiar a recuperação da indústria turística e da economia local”, refere a DST.

22 Jul 2021

SSM | Anomalias informáticas levam a cancelamento de consultas e vacinas

Falhas no sistema de marcação levaram ao cancelamento de consultas externas ontem de manhã no Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ) e em todos os centros de saúde de Macau, segundo informação veiculada pelos Serviços de Saúde (SSM) e relatos de utentes ouvidos pelo HM.

As filas de utentes generalizaram-se no hospital público e afectaram inclusive os serviços de vacinação.
Segundo um comunicado dos SSM, “a avaria foi causada por uma anormalidade desenvolvida na pesquisa dos dados de marcação de consultas externas, que tornou muito lento o processo de consulta dos dados no sistema. Após a intervenção técnica o sistema voltou ao funcionamento normal por volta da 13h”.

Os serviços liderados por Alvis Lo Iek Long garantem que durante o incidente não houve perda de dados e que foi activado “um plano de contingência para lidar com os diversos serviços afectados”.

O caso foi relatado ao HM por um utente, que preferiu não se identificar, que acorreu ao Hospital São Januário antes das 11h, onde encontrou uma atmosfera de confusão. Face ao panorama, dirigiu-se para o piso onde em condições normais se daria a consulta. Pelo caminho, até à zona dos elevadores, formavam-se filas “com cerca de 30 pessoas, amontoadas, sem distanciamento social.

“Disseram-me que o sistema tinha caído, que não há hipóteses de hoje [ontem] haver consultas e que iria receber uma mensagem no telefone com a marcação para outro dia”, contou. Até ao fecho da edição, a fonte do HM ainda não tinha recebido qualquer mensagem.

Remediar as falhas

Ainda segundo as autoridades de saúde, quem teve a vacinação contra a covid-19 cancelada pode dirigir-se ao local da marcação original nos próximos quatro dias, com o talão de marcação original, para ser inoculado sem necessidade de nova marcação.

Quanto ao serviço de consultas externas no CHCSJ, os SSM garantem que os utentes afectados serão informados das novas marcações nos próximos quatro dias úteis através de telefone ou mensagem. O mesmo esquema será utilizado para os centros e postos de saúde.

Até ao fecho da edição, às autoridades de saúde não revelaram ao HM quantas consultas foram canceladas na sequência da falha informática.

22 Jul 2021

Habitação para idosos | Rendas não andarão longe do preço de mercado

Ainda não existem valores para as rendas da habitação para idosos, mas o presidente do IAS dá a entender que vão ser próximas dos valores de mercado. Por outro lado, dos mais de 80 mil idosos residentes em Macau, cerca de 12 mil estão no mercado de trabalho. Destes 2.400 ocupam cargos de gestão

 

As vagas para a habitação para idosos só começam a ser preenchidas em 2024, mas, para já, os responsáveis do Instituto de Acção Social indicam que os candidatos devem ter alguma base financeira para gozarem do benefício, o que aponta no sentido contrário ao de uma renda baixa. Porém, o processo está longe de decisões finais.

O ponto de situação foi dado ontem por Hon Wai, director do Instituto de Acção Social (IAS), no programa Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau, que afirmou que o valor das rendas poderá ir a reboque das flutuações do mercado imobiliário.

Em Janeiro deste ano, Hon Wai afirmava, em resposta a interpelação de Song Pek Kei, que as rendas cobradas nos edifícios residenciais para idosos serão abaixo dos valores praticados no mercado, “para que possam suportar as despesas.”

No entanto, o responsável do IAS indicou ontem que o conceito habitacional em questão ficará entre a habitação para a classe sanduiche e o mercado privado, ou seja, o segmento mais elevado de residências disponibilizadas com o apoio do Governo.

Neste tipo de apartamentos, a prioridade será a saúde dos moradores, os cuidados e assistência, a prevenção de quedas e a oferta de instalações recreativas para os idosos.

Vida activa

Importa recordar que os lotes onde serão construídos os edifícios para residências de idosos são no antigo local destinado ao empreendimento Pearl Horizon, na Areia Preta. A empreitada para conceber o projecto foi adjudicada em Novembro à Companhia de Engenharia e de Construção da China (Macau), pelo preço de 2,1 mil milhões de patacas. O prazo para concluir a obra é 860 dias.

Outro dado destacado pelo presidente do IAS, foi a vivacidade como a terceira idade de Macau participa na vida activa da cidade. O responsável adiantou que os mais de 80 mil residentes acima dos 65 anos, cerca de 12 mil estão inseridos no mercado de trabalho. Entre o universo de trabalhadores “seniores”, perto de 20 por cento, ou seja 2.400, ocupa cargos de gestão, supervisão, em indústrias tão variadas como o turismo, restauração e gestão imobiliária.

Hon Wai considera que a tendência de presença no mercado de trabalho deste tipo altamente experiente de mão-de-obra deverá manter níveis estáveis, enquanto o seu papel social deverá ganhar cada vez maior importância.

Outro facto destacado pelo responsável, é a motivação demonstrada pelos idosos na participação de acções de formação do IAS em alta tecnologia e uso de aplicações de telemóvel.

22 Jul 2021

Receitas do jogo subiram 6% na segunda semana de Julho

O aumento de visitantes de Guangdong voltou a trazer sinais positivos à indústria do jogo. Durante a segunda semana de Julho, os cofres dos casinos amealharam mais 6 por cento de receitas, em comparação com a primeira semana, enquanto as receitas diárias subiram um terço em relação ao apurado no mesmo período de Junho

 

Causa e efeito. Assim que foram aliviadas as restrições fronteiriças com a província vizinha de Guangdong, origem do maior volume de jogadores, a indústria do jogo de Macau voltou a mostrar sinais de recuperação. Foi o que indicou a corretora Sanford C. Bernstein Ltd, ao estimar que na segunda semana deste mês as receitas brutas aumentaram 6 por cento (consecutivamente no período de sete dias que terminou a 18 de Julho), em comparação com os primeiros 11 dias do mês.

O impacto torna-se mais visível analisando a média diária de receitas brutas desde o início de Julho até dia 18 que revelam uma subida de um terço em relação ao mesmo período no mês anterior.

A Sanford Bernstein aponta que as suas fontes no mercado do jogo deram conta de receitas brutas entre 1 e 8 de Julho na ordem das 5,2 mil milhões de patacas, correspondentes a médias diárias de 288 milhões de patacas. Face aos resultados antes da pandemia (Julho de 2019), quando as receitas brutas diárias foram de 789 milhões de patacas, a primeira semana deste mês mostra uma diminuição de 63 por cento.

Numa nota prévia, a corretora já havia anunciado o aumento sequencial de 16 por cento nos primeiros 11 dias deste mês, em comparação com o mesmo período em Junho. Além disso, foi estimado que as receitas brutas do mês de Julho irão registar quebra de cerca de 60 por cento em comparação com Julho de 2019, mas um crescimento de 40 por cento face ao mês anterior.

Bons vizinhos

A equipa de analistas da Sanford Bernstein atribuiu as melhores receitas à remoção dos “requisitos adicionais de quarentena para os visitantes vindos da província de Guangdong”, “que não tem registado novos casos locais desde 22 de Junho”.

O alívio das restrições fronteiriças entrou em vigor a 10 de Julho e teve reflexo imediato nos cofres dos casinos, com particular destaque para a necessidade de mostrar o certificado de resultado negativo do teste de ácido nucleico à covid-19 nos últimos 7 dias, quando antes o prazo de validade do teste era apenas 48 horas.

21 Jul 2021

Habitação Social | Primeiras famílias assinam contratos para edifício em Mong Há

Sessenta famílias assinaram ontem os primeiros contratos de arrendamento para o edifício de habitação social de Mong Há. No total, serão disponibilizadas 768 fracções, com predominância para a tipologia T2. Entre o universo de beneficiários de habitação social, cerca de 90 por cento não paga renda

 

“Esperei perto de quatro anos por este momento”, desabafa Hong, um dos primeiros arrendatários de um T2 no Edifício Mong Tak, o complexo de habitação social de Mong Há. Hong, um dos candidatos vencedores, compareceu ontem à celebração dos primeiros contratos de arrendamento entre o Instituto de Habitação (IH) e cerca de 60 famílias que vão estrear o edifício com 768 apartamentos.

Mesmo com chuva e tempo cinzento, Hong chegou ao edifício da Rua de Francisco Xavier Pereira bem-disposto. O residente, que partilha casa com a mãe (que tem 60 anos), providencia o único rendimento do agregado familiar. Mãe e filho planeiam mudar-se para a casa nova já no início de Agosto.

Apesar de ter submetido a candidatura em 2017, Hong entende que o tempo de espera foi mais curto do que esperava. Para já, o residente suspira de alívio com a folga orçamental que a mudança de casa lhe vai trazer. “Estava a pagar quase 6.000 patacas mensais, enquanto aqui vou pagar cerca de 1.300 patacas”, conta.

O Edifício Mong Tak, na Rua de Francisco Xavier Pereira, tem 37 andares, com três pisos de cave, está dividido entre 256 fracções T1 e 512 apartamentos com tipologia T2, com 35,92 metros quadrados e 42,36 metros quadrados de área, respectivamente.

Em termos de instalações, os moradores têm 16 lojas no piso térreo, um parque de estacionamento público no terceiro piso da cave com capacidade para 450 veículos ligeiros e 240 motociclos.

Os primeiros três pisos do edifício são ocupados por uma gama de serviços sociais, como um Centro de Serviços Integrados Familiares e Comunitários, uma creche, Centro de Alojamento e Serviço Integral para Deficientes, assim como um Gabinete dos Serviços Sociais e um Centro Ambiental Alegria.

O quarto piso está vocacionado para lazer e desporto, com um terraço ajardinado, com áreas recreativas e desportivas e zonas com sombras para descansar.

Sem nunca formar uma multidão, cumprindo escrupulosamente as medidas sanitárias típicas dos tempos de pandemia, os futuros arrendatários foram chegando gradualmente ao edifício da Rua de Francisco Xavier Pereira, formando uma fila na sala do porteiro. À medida que iam assinando os contratos, os residentes recebiam logo as chaves. O primeiro a chegar foi um idoso, que recusou falar aos jornalistas, mas que denotava evidentes sinais de nervosismo.

Liu, uma residente na casa dos 50 anos, vai finalmente morar com os dois filhos depois de já ter perdido a esperança de conseguir uma casa no prédio de habitação social. No entanto, no momento de receber as chaves, tinha a felicidade espantada no rosto. “Tive muita sorte”, comentou acrescentando que com a pandemia ela e o filho mais velho, com 25 anos, apenas podiam contar com salários de emprego a tempo parcial. Com o rendimento familiar a mal chegar para pagar a renda de oito mil patacas mensais, Liu confessa que ter conseguido o apartamento no Edifício Mong Tak foi como agarrar uma tábua de salvação, oportuna, quando a hipótese de viver na rua começava a ganhar contornos de realidade. Devido à complicada situação financeira, a família de Liu ficou isenta, temporariamente, de pagar renda.

Quase 50 por cento

A sobriedade e simplicidade são as imagens de marca para quem entra num apartamento do Edifício Mong Tak. Com uma vista desafogada para a zona ribeirinha, as fracções são equipadas com gás natural, aparelhos economizadores de água, enquanto as áreas comuns e zonas públicas utilizam equipamentos de luz economizadores de energia.

Ainda no capítulo dos equipamentos, o IH informa que o prédio tem uma série de instalações adaptadas para pessoas portadoras de deficiência. Nos elevadores estão instalados botões de comando para deficientes, a entrada e saída do átrio contam com acessos sem barreiras e no terraço ajardinado está instalado piso táctil direccional.

De todas as fracções do edifício de habitação social de Mong Há, o Instituto de Habitação atribuiu mais de 360 residências, e garante reunir condições para assinar cerca de seis dezenas de contratos por dia. O organismo liderado por Arnaldo Santos afirmou ontem o empenho no atendimento às necessidades de habitação das famílias economicamente desfavorecidas.

Desde que foram abertas as candidaturas permanentes para habitação social, em Agosto do ano passado, o IH recebeu 3.500 pedidos (dos quais, cerca de 200 foram submetidos electronicamente). Perto de 1.400 foram aceites, após confirmação da elegibilidade dos candidatos, sendo-lhes atribuída pontuação. Cerca de 600 foram rejeitadas, ou estão em disputa através de processo judicial pendente, principalmente devido a alegados rendimentos brutos mensais superiores aos limites legais, ou por os candidatos serem proprietários de imóveis e já beneficiarem de habitação pública ou da bonificação de juros de 4 por cento. De momento, cerca de um milhar de candidaturas ainda estão a ser analisadas.

Para quem precisa

Desde a publicação da lista definitiva de espera da candidatura a habitação social de 2017 até ao presente, entre as 6.354 candidaturas, foram analisadas 5.380, das quais 3.280 estão habilitadas (cerca de 60 por cento do total). Ainda a aguardar análise, estão cerca de 550 candidaturas, trabalho que deve ser concluído no próximo ano, de acordo com o IH.

O tempo médio de espera pela análise das candidaturas de 2017, segundo o organismo público, é de 420 dias (cerca de um ano e dois meses), e o tempo máximo de espera foi de 870 dias (cerca de dois anos e cinco meses).

“Foi mantida a isenção de pagamento das rendas de quase 90 por cento dos arrendatários de habitação social durante todo o ano em curso, para aliviar a pressão de recessão económica enfrentada pelos arrendatários”, garantia o secretário para as Obras Públicas e Transportes, Raimundo do Rosário, durante a apresentação das Linhas de Acção Governativa de 2021 da sua tutela.

O IH corroborou o compromisso de Raimundo do Rosário, referindo entre os actuais 13.245 arrendatários de habitação social, 12.684 estão isentos de pagar rendas até ao valor máximo de isenção mensal de 2.000 patacas. “Os agregados familiares que estão isentos do pagamento das rendas representam cerca de 90 por cento do total dos arrendatários”.

Mil por ano

Arnaldo Santos prevê que o Instituto de Habitação receba por ano cerca de 1.000 candidaturas à habitação social e que o tempo de espera desde a apresentação do pedido até receber as chaves seja de quatro anos. Quanto às 5.254 fracções de habitação económica na Zona A dos Novos Aterros, o director do organismo apontou que os agregados familiares com pais mais jovens podem ter prioridade.

19 Jul 2021

Covid-19 | Governo estuda hipótese de administrar terceira dose da vacina

Está a ser estudada a administração da terceira dose da vacina contra a covid-19. Entretanto, a coordenadora do núcleo de prevenção de doenças infecciosas reiterou que as restrições fronteiriças entre Macau e Hong Kong dependem das medidas impostas pelo Interior da China em relação à região vizinha. A contenção é justificada com a hipótese de pessoas com dupla residência provenientes de Hong Kong entrarem na China através de Macau

 

 

Afinal, poderá haver mais uma dose da vacina contra a covid-19 por administrar. A hipótese foi avançada por Tai Wa Hou, da Direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário, na passada sexta-feira durante a conferência de imprensa de ponto de situação da pandemia.

“De acordo com dados e situações mundiais, alguns países estão a planear ou implementar medidas para a terceira dose de vacinação e a Autoridade de Saúde está também a estudar a matéria”, afirmou Tai Wa Hou, alertando para o facto de as autoridades do Interior da China estarem a considerar reforçar a imunização com uma terceira dose do fármaco da BioNTech.

O médico indicou que a vacinação com duas doses pode “efectivamente prevenir doenças graves e evitar em alguns casos a morte, mas não é suficiente para prevenir a infecção e transmissão e, com a passagem de tempo, a protecção da vacina gradualmente irá diminuir”. Como tal, o clínico que dirige o hospital público entende que “face à situação actual, a terceira dose da vacina é necessária”. Em relação aos destinatários e altura em que será administrado o reforço, ainda nada está decidido e a Autoridade de Saúde está a estudar a situação.

Para já, Tai Wa Hou acrescentou que a administração da terceira dose não se vai limitar a quem foi inoculado com a Sinopharm, “embora o nível de anticorpos da vacina inactivada de Sinopharm seja inferior ao da vacina BioNTech mRNA”. O médico esclareceu que o reforço “não deve apenas considerar o índice de anticorpos”, dependendo igualmente do stock de vacinas.

Seguir a tendência

Nesta semana, as autoridades de Hong Kong vão discutir a possibilidade de administrar a terceira dose da vacina a pessoas com sistema imunitário mais fraco. A hipótese foi adiantada por Wallace Lau, um dos especialistas do painel de conselheiros do Governo de Carrie Lam sobre vacinação, em declarações à emissora RTHK.

A possibilidade de reforço para quem tem níveis mais baixos de anticorpos não é, no entanto, prioritária face à necessidade de aumentar a taxa de vacinação. Para atingir imunidade de grupo, uma comunidade deve ultrapassar a taxa de vacinação de 70 por cento. Para já, a região vizinha regista cerca de 2,73 milhões de pessoas que levaram, pelo menos, a primeira dose da vacina.

Esta é uma tendência que se vem constatando a nível internacional. Há cerca de uma semana, Israel passou a disponibilizar uma terceira dose da vacina da BioNTech a adultos com sistemas imunitários mais fracos. A medida foi anunciada na sequência da rápida propagação da variante Delta, que trouxe de regresso a preocupação do Governo de Telavive com a pandemia, que reforçou o stock de vacinas da Pfizer.

A questão da terceira dose está em discussão também nos Estados Unidos e na União Europeia. Há cerca de uma semana, Bruxelas dava sinais de estar a preparar a eventualidade de administrar à população uma terceira injecção da vacina contra a covid-19 da Pfizer/BioNtech.

O estado de prontidão foi admitido a comissária europeia da Saúde e Segurança Alimentar, Stella Kyriakides. “Estamos desde já preparados para o caso de ser necessário, tanto a nível europeu como de uma estratégia” comum para compra e distribuição de vacinas, declarou a comissária durante uma conferência de imprensa em Madrid, ao lado da ministra espanhola da Saúde, Carolina Darias.

“Trabalhamos continuamente, mas a decisão sobre o assunto virá da ciência”, explicou Stella Kyriakides. A sua equipa “trabalha constantemente com a Agência Europeia dos Medicamentos (EMA) e o Centro Europeu de Prevenção de Doenças (ECDC) para adoptar uma posição nas próximas semanas ou nos próximos meses”, acrescentou.

Apesar do avanço da campanha de vacinação na UE (65 por cento dos cidadãos receberam a primeira dose e 47 por cento as duas), a comissária cipriota avisou: A Europa está “numa situação muito frágil, devido ao aumento de casos constatado em muitos Estados-membros, na sequência da variante Delta”.

Prateleiras por encher

Desde o início, a RAEM comprou meio milhões de doses da vacina da Sinopharm, com mais de 370 mil já administradas e 50 mil agendadas para administração. A manter-se o actual ritmo de vacinação, com cerca de 5 mil doses diárias, as autoridades de saúde estimam que o stock desta vacina dá para mais de meio mês. Neste aspecto, ainda não é possível confirmar quando chega a Macau o próximo lote de vacina da Sinopharm, com as autoridades a não afastarem a possibilidade de o stock do fármaco esgotar.

Quanto à vacina da BioNTech mRNA, as autoridades têm 140 mil doses disponíveis. “Após o cálculo das doses vacinadas e agendadas, há ainda 70.000 doses a fornecer. Com base na inoculação de 1.000 doses por dia, estas vacinas podem ser fornecidas por 70 dias”, de acordo com o centro de coordenação de contingência.

Em relação aos poucos benefícios que Macau oferece a quem completa a vacinação, Tai Wa Hou afirmou que a tendência internacional contempla restrições de deslocações a quem não foi vacinado. O médico destacou as medidas referentes à participação em actividades culturais, recreativas e desportivas que isentam de apresentação de certificado de resultado negativo do teste de ácido nucleico de 7 dias para quem completou a vacinação. Sem mais exemplos para dar, o responsável adiantou que estão a ser estudadas mais “medidas de facilitação na vida ou deslocação para aqueles que foram vacinados”.

Jogo das fronteiras

Depois de muito se falar sobre a possível abertura de uma bolha de viagens entre Macau e Hong Kong, as autoridades locais afastaram a antiga tese de que a região vizinha precisava acumular 28 dias sem casos locais e passaram a decisão para a esfera nacional. No fundo, Macau só terá ligação a Hong Kong quando a RAEHK retomar a ligação ao Interior.

A coordenadora do centro de contingência, Leong Iek Hou, reiterou que as restrições fronteiriças entre as duas regiões administrativas especiais se devem ao receio de que pessoas com dupla residência, oriundos de Hong Kong, entrem na China através de Macau.

Sem referir mecanismos nos postos fronteiriços que identificassem as pessoas nessas condições, a responsável afirmou que “as medidas de Macau devem ser compatíveis com as implementadas pelo Interior da China, não podendo ser facilitada a passagem transfronteiriça entre Macau e Hong Kong se essa decisão influenciar as passagens entre Macau e o Interior da China”. Para já, vão continuar as conversações entre os departamentos relevantes das três jurisdições.

Quanto à possibilidade de atenuar as exigências de exibição de código de saúde em estabelecimentos e espaços em Macau, face à estabilidade pandémica na província de Guangdong, Leong Iek Hou esclareceu que devido à ascensão global da variante Delta da covid-19, caracterizada por um curto período de incubação e velocidade de propagação, as viagens transfronteiriças levarão inevitavelmente a um aumento no risco de transmissão e infecção.

Como tal, a coordenadora vincou que o número de pessoas sujeitas a quarentena obrigatória à entrada em Macau “tem sido elevado”, resultado de muitos “códigos amarelos na comunidade”. Esta foi a razão invocada por Leong Iek Hou para manter a necessidade de mostrar código verde à entrada de estabelecimentos.

No caminho certo

Desde o início da inoculação até às 16h de ontem, foram administradas 451.972 vacinas, abrangendo um total de 268.722 pessoas. Deste universo, 184.637 pessoas foram inoculadas com a segunda dose, o equivalente a 27 por cento da população de Macau. Desde o início da vacinação, de entre as quase 452 mil vacinas administradas, os serviços contaram apenas 6 eventos adversos graves.

19 Jul 2021

Homem detido no posto de Gongbei com 1,3 milhões de dólares de Hong Kong

As autoridades alfandegárias de Zhuhai apanhara um indivíduo que tentava entrar em Macau, pelas Portas do Cerco, transportando 1,3 milhões de dólares de Hong Kong, a maior apreensão de moeda estrangeira dos últimos dois anos. No Cotai foi apanhado outro homem suspeito de roubar mais de 700 baterias de automóvel

 

Às 17h de terça-feira, Xue preparava-se para passar atravessar para Macau pelas Portas do Cerco, quando as autoridades alfandegárias do posto fronteiriço de Gongbei o interceptaram no canal onde passam pessoas “sem nada a declarar”.

Os problemas para homem oriundo do Interior da China começaram quando a sua bagagem foi inspecionada através da máquina de raio-x, e agravaram-se quando lhe foi pedido para abrir a mala. No interior da bagagem foram encontrados 1,3 milhões de dólares de Hong Kong, a maior apreensão de dinheiro estrangeiro dos últimos dois anos. As autoridades de Zhuhai detiveram Xue e processaram os maços de dinheiro apreendido.

Recorde-se que dinheiro em numerário é um item cuja entrada e saída é restrita nas fronteiras e sujeita a declaração caso ultrapasse o limite. De acordo com os regulamentos nacionais, a quantia máxima de dinheiro para entrar ou sair do país é 20 mil yuans. Quanto a moeda estrangeira, a lei obriga à sua declaração à saída do país. Sem registo de declaração, o limite para a primeira saída, no prazo de 15 dias, com moeda estrangeira é 5 mil dólares norte-americanos, limite que vai baixando consoante o número de passagens dentro de 15 dias. Xue foi detido pelas autoridades do Interior e vai ser julgado por um tribunal chinês.

Apontar baterias

A Polícia Judiciária (PJ) revelou ontem a detenção de um homem suspeito de roubar 748 baterias de carro avaliadas em cerca de 260 mil patacas, para pagar dividas de jogo.

O caso veio a lume após um hotel do Cotai ter apresentado queixa sobre o desaparecimento recorrente de baterias de automóvel destinadas a reciclagem, que eram armazenadas no parque de estacionamento dos funcionários.

Após consultar as câmaras de vigilância do hotel, a PJ conseguiu comprovar que, efectivamente, desde Junho, um homem entrou diversas vezes no parque de estacionamento para roubar as ditas baterias, que eram depois transportadas para um centro de reciclagem para venda.

Na passada quarta-feira, o suspeito acabou por ser detido no Fai Chi Kei, acabando por admitir também que, o facto de trabalhar como reparador de ar-condicionado no hotel, facilitou o furto. Segundo a PJ o suspeito lucrou 20 mil patacas com o crime.

16 Jul 2021

Eleições | Análise ao impacto das listas excluídas na campanha e na configuração do plenário

A confirmar-se a exclusão de duas dezenas de candidatos às próximas eleições legislativas, Macau terá uma Assembleia Legislativa como nunca se viu antes. O vazio deixado pela ala-democrata pode ser aproveitado pelas listas de Pereira Coutinho, Agnes Lam e das alas tradicionais, mas uma coisa parece certa: a próxima legislatura irá reforçar as forças patrióticas e pró-governamentais

 

“Vamos assistir a um grande virar de página na lógica da Assembleia Legislativa”. Esta é opinião do advogado Miguel de Senna Fernandes em relação ao futuro elenco da 7.ª legislatura, face à possível desqualificação de 20 candidatos e de cinco listas das eleições que vão moldar daqui em diante o paradigma legislativo de Macau.

A manter-se a exclusão por completo da tradicional ala democrática e da nova geração representadas nos últimos quatro anos por Ng Kuok Cheong, Au Kam San e Sulu Sou, abre-se um vazio eleitoral, que no último sufrágio totalizou cerca de 17,5 por cento dos votos válidos. Deste universo, mais de 12 por cento foram captados pela velha dupla Ng Kuok Cheong (deputado desde 1992) e Au Kam San (deputado desde 2001).

Apesar de constituírem um bloco minúsculo no desenho global do plenário, apenas três deputados, num total de 33, em termos de representação junto do eleitorado a questão ganha outra dimensão.

Na ausência deste bloco mais activo na oposição, como irá ficar o cenário político da Assembleia Legislativa (AL)?
O académico Eilo Yu acredita que, primeiro que tudo, a campanha eleitoral será menos competitiva com 14 assentos no plenário disputados por 14 listas no sufrágio directo. Numa primeira análise, Eilo Yu considera que as listas menos conhecidas e com menor capacidade para mobilizar o eleitorado vão continuar sem representação na AL, mas listas que antes apenas elegiam um deputado podem ganhar presença reforçada no plenário. Recorde-se que Angela Leong, única candidata eleita pela Nova União para Desenvolvimento de Macau, abandonou o sufrágio directo, tendo o lugar na próxima legislatura praticamente garantido pela via indirecta.

Assim sendo, as forças políticas ligadas a Pereira Coutinho, Agnes Lam, e mesmo Wong Kit Cheng podem sair reforçadas.

Pátria ao rubro

O analista Sonny Lo não tem dúvidas de que o patriotismo sairá reforçado na 7.ª legislatura da AL, ainda que possam entrar deputados novos. No entanto, o académico não acha que vai faltar diversidade de opiniões, apesar do corte severo numa ala tradicionalmente de oposição. “Penso que ainda se vão escutar vozes diversas no hemiciclo, porque alguns dos novos legisladores eleitos vão ter de mostrar à população de Macau que estão a fazer um bom trabalho. Prevejo um cenário em que algumas questões críticas ainda serão levantadas, apesar da ocupação esmagadora da ala patriótica”, estima o analista.

Se juntarmos os votos conquistados nas últimas eleições por Agnes Lam e Pereira Coutinho aos de Au Kam San, Ng Kuok Cheong e Sulu Sou chegamos a um total de quase 1/3 dos votos válidos, mais precisamente 31,4 por cento.
Sonny Lo, face à exclusão das listas pró-democracia, prevê “boas hipóteses de Agnes Lam e Pereira Coutinho captarem votos de candidaturas excluídas e mais um assento no hemiciclo para as suas listas”.

Para tal, o analista ressalva que os bons resultados dependem da capacidade destas listas para mobilizarem apoiantes na “romaria” de 12 Setembro às urnas. Ainda assim, será expectável, na óptica de Sonny Lo, “que os votos que tradicionalmente são conseguidos pelas listas pró-democracia se dirijam para os democratas moderados Agnes Lam e Coutinho, que podem alcançar resultados fortes”.

Miguel de Senna Fernandes calcula que o afastamento de candidatos das urnas irá beneficiar os sectores mais conservadores da política local, mas que “as alas do meio” também podem colher alguns frutos. Quanto a uma transferência directa de votos, o advogado mostra algum cepticismo na forma como será preenchido o “vazio político”. “Não vejo o eleitorado que sempre votou na Novo Macau saltar para uma outra lista, acho que podemos ver mesmo alguma abstenção”, comenta o advogado.

Larry So prevê uma competição menos severa nesta campanha eleitoral, mas não inexistente, com primazia dos “suspeitos do costume”. “Acho que as listas que já têm deputados eleitos têm mais vantagens. As associações tradicionais são representadas por listas com mais experiência, com bom apoio comunitário e capacidade para eleger mais candidatos. Não me parece que os novatos tenham mais hipóteses nestas eleições”, sentencia Larry So.

Pianíssimo

Na última legislatura, a AL foi palco de alguns debates intensos, com ânimos exaltados e discussões apaixonados. Face à possibilidade da proporção das alas patrióticas e pró-governo aumentarem ainda mais a sua presença, Sonny Lo prevê um cenário de divisão entre conservadores motivada pela diversidade de assuntos internos, de gestão local, analisados pelo plenário.

“A curto prazo, pressinto que as discussões podem ser menos apaixonadas, menos intensas, mas a longo prazo acho que podemos assistir ao interessante fenómeno da fragmentação das alas pró-Pequim e pró-Governo. É difícil que todos os membros da assembleia estejam unidos em todos os assuntos. Este vai ser o indicador mais importantes a observar no futuro”, vaticina o académico.

Já Miguel de Senna Fernandes encara a variação de intensidade de debate como uma grande incógnita. “Será que a actuação dos deputados e o debate político se vão tornar mais amorfos com a exclusão da ala democrata?”, questiona. Apesar da inexistência de certezas absolutas, o advogado espera que o debate político se centre mais em questões locais, como a habitação. “Mas o tom não vai ser o mesmo, digamos que não prevejo debates muito barulhentos”, projecta.

Trabalhos e campanha

Além de candidaturas ligadas a forças políticas já com presença na AL, a configuração da casa das leis pode ser influenciada pelo afastamento da lista de Cloee Chao e a especificidade das suas bandeiras de campanha, principalmente face à passagem de Angela Leong para o sufrágio pela via indirecta.

A possível transferência de eleitores para a ala que representa a Federação das Associações dos Operários de Macau, na visão de Sonny Lo, “é algo que ainda está em aberto, apesar da grande vantagem da capacidade de mobilização”.

O analista acha que a transferência de votos de Angela Leong para Cloee Chao dependeria do reconhecimento da activistas entre a fracção de eleitoras mais tradicionais, pró-Pequim e pró-Governo, que foram a força eleitoral da dirigente da SJM.

Miguel de Senna Fernandes traça um panorama pouco homogéneo do eleitorado ligado ao jogo e teoriza que “o que está em causa não é apenas uma questão política, mas sócio/laboral”. Assim sendo, entende que os votos que iriam naturalmente para Cloee Chao se podem dispersar, algo que pode favorecer a lista de Pereira Coutinho.

A desqualificação de candidatos foi “uma decisão que chocou a sociedade de Macau, foi a primeira vez que aconteceu, mas é uma decisão de Pequim consistente com a tendência de maior intervenção nas regiões administrativas especiais”, conta Eilo Yu, acrescentando que “esta é precisamente a forma como Pequim gostaria de moldar as eleições legislativas”.

O académico diz ter observado nas redes sociais uma relativa “falta de esperança” e resignação de eleitores e simpatizantes das listas desqualificadas, mas não prevê a ocorrência de manifestações, ou de largas massas de abstenção, porque “a sociedade de Macau é relativamente conservadora”. Posição seguida por Sonny Lo, que não afasta a hipótese de haver um pouco significativo aumento da abstenção.

Larry So também não prevê reacção, apesar da insatisfação de um sector do eleitorado. “Não me parece que se verifiquem protestos, acho que as pessoas em Macau são mais patrióticas que em Hong Kong.”

15 Jul 2021

Sector acha que privados não serão afectados com habitação económica

Ontem abriram as candidaturas para 5.254 apartamentos de habitação económica que serão construídas nos cinco lotes da zona A dos Novos Aterros. Além das repercussões no volume da procura de casa, tanto o sector imobiliário, como as associações tradicionais, fizeram contas à vida.

Chong Sio Kin, presidente da Associação Geral do Sector Imobiliário de Macau, disse ao jornal Ou Mun que as casas que o Governo irá disponibilizar não vão influenciar o mercado privado, pelo menos a médio/longo prazo.

No entanto, considera que os privados podem sentir algum impacto a curto prazo, algo que não será imediato porque estes edifícios só devem ser inaugurados a partir de 2024 e as fracções podem demorar cerca de três anos a ser distribuídas. Assim sendo, Chong Sio Kin acha que a oferta destes 5.254 apartamentos será gradualmente absorvida por um sector específico da sociedade, que terá de cumprir os requisitos mais apertados da nova legislação, mas que pode ter um ligeiro impacto a curto prazo no sector privado.

O dirigente acabou mesmo por elogiar a oferta de habitação económica como uma política destinada a satisfazer o bem-estar da população, mas ressalvou que o Executivo deve acautelar o desenvolvimento saudável do mercado imobiliário e proteger os proprietários e o mercado de arrendamento.

O representante do sector imobiliário aproveitou a ocasião para sugerir ao executivo de Ho Iat Seng que flexibilize, ou elimine, algumas restrições na compra de imóveis, como os limites às hipotecas na primeira habitação, permitindo aos bancos regressar à liderança do mercado.

Chong Sio Kin gostaria de ver o estabelecimento de rácios hipotecários com base nas capacidades dos clientes e avaliações de risco, assim como a abolição do limite de idade para compra da primeira habitação.

Fadas do lar

O método de candidatura foi um dos destaques de Ma Io Fong, vice-presidente da Associação da Construção Conjunta de Um Bom Lar, que elogiou o pragmatismo e operacionalidade do sistema de candidaturas, que permite entrega de documentos online, e congratulou o Executivo por ter cumprido a promessa de abrir o concurso ainda este ano.

Além disso, o colega de Wong Kit Cheng concorda as alterações ao método de pontuação, em particular com a prioridade dada aos residentes que vivem há mais tempo em Macau.

O dirigente está também de acordo com a tipologia dos apartamentos colocados à venda, factor que pode funcionar como incentivo à natalidade, afirmando que parece que o Governo atendeu às sugestões da Associação do Bom Lar e teve em conta as necessidades de habitação das famílias.

A proporção de fracções multi-familiares aumentou para 95 por cento (as unidades de dois quartos e três quartos representaram 85 por cento e 10 por cento respectivamente), um aumento de 21 por cento em comparação com os projectos imobiliários 2019.

14 Jul 2021

Habitação temporária | Abre hoje mostra de modelos de fracções

A Macau Renovação Urbana vai disponibilizar a partir de hoje uma exposição de modelos de fracções para habitação para troca e habitação temporária, no Lote P da Areia Preta, no antigo terreno do Pearl Horizon. Os visitantes podem assim ficar a conhecer a concepção e plano das fracções de alojamento temporário.

Segundo a Macau Renovação Urbana, as unidades habitacionais seguem padrões do sector privado, e consistem em oito torres com altura entre 37 e 50 andares, oferecendo no total 2.803 fracções, cerca de 1.100 lugares de estacionamento para automóveis e 590 para motociclos. “O projecto contará com uma gama variada de instalações recreativas e de lazer, incluindo zonas recreativas e desportivas tanto em áreas exteriores como cobertas, parques infantis, passeios, para além de relvados” e uma ampla área verde, informou ontem a Macau Renovação Urbana.

Os modelos estão patentes no 3.º andar do Edifício Mong Tak, na Rua de Francisco Xavier Pereira.
Recorde-se que a construção do projecto foi entregue a duas empresas, com a primeira empreitada a cargo da China Construction Engineering (Macau) Company Limited (4 mil milhões de patacas), e a segunda empreitada da responsabilidade da joint venture entre a Coneer Engineering Limited-China Road and Bridge Corporation e a Top Design Consultants Company Limited (878 milhões de patacas).

13 Jul 2021