Campo Aventura | Criticada indisciplina fiscal e derrapagem orçamental

Depois da apresentação do Campo de Aventuras Juvenis da Praia de Hac Sá, o deputado Ron Lam realçou que o orçamento para construir o projecto passou de 229 milhões para 1,6 mil milhões de patacas, valor quase seis vezes superior. O deputado criticou também a ausência de concurso público para a construção da estátua de Kum Iam

 

“Fiquei muito surpreendido e chocado. Não existe qualquer tipo de disciplina financeira.” As palavras são de Ron Lam, em reacção ao anúncio feito pelo Governo na terça-feira quando foram desvendados os planos para “Campo de Aventuras Juvenis da Praia de Hac Sá”.

O deputado ficou surpreendido com o aumento do custo do projecto, que passou de 229 milhões de patacas para 1,6 mil milhões de patacas, quase seis vezes mais. Além disso, em declarações ao jornal Ou Mun, afirmou não ter ouvido argumentos razoáveis do Governo, tanto para justificar a discrepância financeira, como para algumas opções que foram tomadas, como a eliminação do labirinto de plantas, onde será erigida uma nova estátua da deusa Kum Iam.

Apesar de o secretário André Cheong ter sublinhado que o labirinto não era usado há muito tempo e que estava abandonado, Ron Lam destacou a grande popularidade que o local tinha para os internautas chineses, em particular com as publicações de fotografias nas redes sociais.

Sem dar cavaco

A falta de transparência e comunicação com a população foi outro ponto negativo apontado por Ron Lam na forma como o Governo tem conduzido o projecto de lazer na zona de Hac Sá. Um dos exemplos dados pelo deputado prende-se com o plano de construção da estátua de Kum Iam, que nunca terá sido inscrita no Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração (PIDDA).

Os planos para o projecto foram divulgados no website do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), através da publicação de um documento que informava que o desenho e a obra para erigir a estátua custaria 42 milhões de patacas aos cofres públicos. Além disso, o documento indica que a obra foi adjudicada no passado mês de Abril, sem que tenha havido qualquer auscultação pública. Neste capítulo, Ron Lam ficou desapontado pela prática de fazer primeiro e anunciar em momento posterior. “Foi apresentada a obra de construção da estátua de Kum Iam, depois de feita a adjudicação e de estar tudo decidido. Não houve consulta à população”, frisou.

Finalmente, o deputado gostaria que o Governo voltasse atrás na construção da estátua que, no seu entender, não é uma opção muito popular para os cidadãos de Macau.

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