Armazém do Boi | Experimentalismo multimédia em exibição até 30 de Maio

Arte performativa, videografia, instalação, fotografia, pintura e tudo o que estiver à mão de Wang Yan Xin pode ser veículo de expressão. Até 30 de Maio, o Armazém do Boi, na Rua Volong, tem exposto “Post-truth: Fool Others As Well As Oneself”, o resultado de um diálogo que Wang manteve com a cidade e consigo próprio durante um mês de residência artística

 

Imagine que Macau é uma mensagem que necessita de interpretação e que o artista é o meio para a exprimir. Wang Yan Xin tem exposto até 30 de Maio a mostra “Post-truth: Fool Others As Well As Oneself”, o resultado da digestão da cidade ao longo da residência artística que fez entre 4 de Abril e 3 de Maio. A mostra espelha a experiência de liberdade expansiva em termos de utilização de diversos meios de expressão artística.

O criador, originário de Lanzhou, capital da província de Gansu, utilizou elementos de videografia, instalação, fotografia, pintura e performance para discutir consigo próprio as possibilidades da criação artística. As obras acabam por ser o resultado da uma série de observações, consciência e admissão de vulnerabilidades e os limites do ego.

A jornada até ao fim da criação levantou questões a Wang Yan Xin, tais como o que faz uma pessoa querer aparentar dureza, e quais as origens do medo e do sentimento de impotência que levam à autocrítica e à autorreflexão. Citado num documento que apresenta “Post-truth: Fool Others As Well As Oneself”, Wang pega asserção perspectivista de Friedrich Nietzsche que estabelece que “não existem factos, apenas interpretações” para concluir que as emoções são mais influentes que a factualidade. Também as mentiras podem ser interpretadas como “um ponto de vista” ou “opinião”, porque “tudo é relativo” e “toda a gente tem a sua própria verdade. Apesar de ser uma abordagem muito actual, Wang admite que este projecto artístico é também uma experiência de reconstrução da verdade sobre ele próprio.

Visão de fora

Em resposta ao HM, a organização do Armazém do Boi refere que Wang interpretou Macau com um olhar de outsider, com a cidade a providenciar-lhe espaço para criar e interagir.

“Em vez de encontrar protagonistas ou actores, ele próprio representa e relaciona-se com o ambiente e com muitos elementos improvisados que lhe surgem pelo caminho”, explica a curadoria da exposição. O resultado é a entrega total, que dá ao público “100% de autenticidade”. Por exemplo, no trabalho “8 Hours of Searching for Death” Wang Yan Xin usou uma câmara GoPro na cabeça, enquanto deambulou pela cidade tirando fotografias de insectos mortos, registando todo o processo de busca com anotações da hora e local do achado.

Outra das obras, “Indelével”, tem como palco os estaleiros de Lai Chi Vun, onde o artista sente as superfícies, polindo e removendo ferrugem de pregos que encontrou no local. Com o pó de ferrugem escreveu a palavra que retrata o desaparecimento de uma indústria marcadamente artesanal.

A elevada exposição que as obras revelam sobre o processo de criação e o criador tocam no cerne da mostra: A verdade enquanto conceito abstracto. Assim sendo, o artista convida o público a descobrir o que é verdade no seu trabalho, julgando e questionando a genuinidade das obras.

13 Mai 2021

Teatro | Dança do Dragão Embriagado no Antigo Tribunal na sexta-feira

O espectáculo Dança do Dragão Embriagado sobe ao palco do Edifício do Antigo Tribunal na sexta-feira e sábado, com a interpretação da companhia local Four Dimension Spatial. Algures entre a dança e a performance teatral, a interpretação vai além da cultura tradicional, integrando aspectos contemporâneos

 

Na próxima sexta-feira e sábado, o Edifício do Antigo Tribunal recebe três espectáculos que aliam dança contemporânea e uma tradicional manifestação cultural bem enraizada no imaginário de Macau. A interpretação da companhia Four Dimension Spatial apresenta na sexta-feira, às 20h, Dança do Dragão Embriagado, seguido de uma conversa.

A performance volta a poder ser vista no sábado, com duas sessões, às 15h e 20h e faz parte do cartaz da 31.ª edição do Festival de Artes de Macau.

Seguindo a linha performativa da companhia local Four Dimension Spatial, que participou em várias edições do Festival Fringe, quem assistir à Dança do Dragão Embriagado terá apenas a manifestação tradicional como contexto para um espectáculo assente num conceito moderno de teatro de dança.

“O trabalho não procura explorar a cultura tradicional da dança do dragão embriagado, procura sim, descobrir que tipo de ‘ritual’ se obterá ao adaptar a formação dessa dança para os dias de hoje”, explica o Instituto Cultural (IC) em comunicado.

Segundo o IC, Dança do Dragão Embriagado é dirigido por Zé e Um Iat Hou, com coreografia de Hong Chan U.
O espectáculo tem a duração de cerca de uma hora, com diálogos ocasionais em cantonense, sem legendas, e o bilhete custa 180 patacas.

Teoria da evolução

As origens ancestrais das festividades do dragão embriagado dividem-se um pouco por toda a China, com manifestações bem diversas. Mais perto de Macau, na província vizinha de Guangdong, a lenda teve como palco o condado de Xiangshan, onde se diz uma epidemia terá deixado muitas pessoas às portas da morte.

O IC recupera o mito descrevendo que “quando os aldeões foram à montanha procurar uma boa receita para combater a epidemia, foram quase mordidos por uma cobra gigante”. Depois do encontro com a criatura, um monge conseguiu salvar os aldeões e cortou a cobra em três pedaços e aí estaria a cura.

O monge deu uma receita para o remédio, com uma mistura de folhas fervidas com água do rio com sangue da cobra. A partir daí, já curados, os aldeões consideraram a serpente gigante como sendo o deus dragão e passaram a realizar a dança do dragão embriagado todos os anos para agradecer a intervenção divina.

A tradição chegou a Macau e passou a ser celebrada pelos vendedores de peixe. Tradicionalmente, no final da tarde do sétimo dia do quarto mês do calendário lunar chinês, os residentes de Macau que se dedicavam à venda e comércio de pesca juntam-se no mercado, onde se sentam à volta de mesas para comer, tradição que se transformou na festividade da “longevidade do arroz”. Durante esta festividade, um dragão de madeira dançava na mesa onde se queima o incenso para pedir bênçãos.

A tradição da dança do dragão embriagado transformou-se mais tarde numa festividade regularmente celebrada e entrou oficialmente no final de Março na Lista Nacional do Património Cultural Imaterial.

12 Mai 2021

Construção | Fiscais que não denunciem materiais de má qualidade serão multados

Sem contemplações, o Governo quer aumentar entre 100 e 200 vezes os valores das multas para infracções administrativas cometidas durante a construção de edifícios. Esta é uma das traves-mestras da proposta de lei que vai alterar o regime da construção urbana, um diploma com quase 40 anos de idade, de forma a reforçar a capacidade dissuasiva da lei.

As novidades foram ontem divulgadas por Chan Chak Mo, o deputado que preside à comissão permanente da Assembleia Legislativa que está a analisar na especialidade o Regime Jurídico da Construção Urbana.

À saída de mais uma reunião de trabalho entre deputados e membros do Governo, o secretário para os Transportes e Obras Públicas desdramatizou a proposta. “Não há aqui uma alteração muito grande, apenas uma actualização”, disse Raimundo do Rosário.

Uma das propostas que mereceu concordância de deputados e Governo prende-se com a necessidade de punir os técnicos responsáveis pela direcção e fiscalização da obra, que deixem passar em claro a utilização de material de má qualidade ou técnicas de construção defeituosas. As multas variam entre 30 mil patacas e 700 mil patacas.

Não andamos a brincar

Apesar de ter colocado água na fervura das expectativas do que esta lei pode trazer de novo a uma área social muito discutida em Macau, Chan Chak Mo referiu que o diploma se dirige a colmatar lacunas regulamentares relacionadas com a segurança de edifícios, por exemplo em obras ilegais, ampliação de áreas, reparações de sistema de electricidade ou redes de canalização, ou obras para prevenir incêndios.

Para que a culpa não morra solteira, o deputado afirmou que quando não for possível encontrar quem tenha realizado a obra, o proprietário fica com a responsabilidade. Outra regra é a violação do estabelecido no projecto, que responsabiliza o construtor civil ou a entidade que executar a obra, se as obras em questão forem realizadas sem o consentimento do proprietário.

Se não for possível encontrar quem tenha executado a obra, os proprietários têm de pagar multa de acordo com a percentagem que a sua fracção autónoma representa face ao valor total do prédio.

Raimundo do Rosário espera terminar a discussão desta lei na próxima reunião (quinta-feira), ou no máximo dentro de duas. Quanto à capacidade de inspecção, o governante afirmou que vai procurar fazer o melhor apesar dos cortes a que a sua tutela está sujeita. Ainda assim, se for possível contratar pessoal para fiscalizar estes assunto, Rosário afirmou que “serão muito poucos”, devido a restrições orçamentais.

27 Abr 2021

Eleições | Scott Chiang é “para já” cabeça de lista da candidatura de Ng Kuok Cheong

Depois de participar em recolhas de assinaturas para a candidatura de Ng Kuok Cheong no fim-de-semana falou-se na possibilidade de Scott Chiang encabeçar a lista da candidatura pró-democracia à Assembleia Legislativa. O histórico deputado confirmou ao HM que Chiang é, “para já, o primeiro candidato da lista”

 

Depois de várias publicações no Facebook, que mostraram Scott Chiang a discursar em acções de recolha de assinaturas para a candidatura de Ng Kuok Cheong à Assembleia Legislativa, a possibilidade de regresso à vida política de Chiang começou a ser levantada.

O Macau Daily Times noticiou ontem que as publicações aludiam à hipótese de Scott Chiang vir mesmo a concorrer às próximas eleições legislativas. As incertezas dissiparam-se um pouco. Em declarações ao HM, Ng Kuok Cheong afirmou que “a proposta inicial é que Scott Chiang seja o primeiro candidato da lista”.

Sem confirmar ou negar, o próprio Scott Chiang disse ao HM “que tem a certeza de que em breve se saberá” se é candidato, citação semelhante à publicada no Macau Daily Times. O próprio Ng Kuok Cheong ressalvou não poder garantir que o jovem será, “até ao último dia”, o primeiro da lista, mas, “para já, tem o consenso da equipa”.

Depois da saída da Associação Novo Macau (após as últimas eleições legislativas em 2017) e de três anos dividido entre processos judiciais e o papel de pai a tempo inteiro, Chiang referiu que o regresso à acção política “foi a tempos surreal”. “Mesmo quando as coisas parecem tão familiares, como quando reconhecido dois polícias à paisana”, contou.

De deputado a cidadão

Em Setembro do ano passado, o deputado cujo primeiro mandato data de 1992 anunciava que a decisão de se candidatar dependia do estado de saúde, mas que se concorresse não seria como cabeça de lista e que pretendia encorajar mais jovens a participar activamente na vida política.

Actualmente, esse papel parece destinado a Scott Chiang, que foi o número dois da lista liderada por Sulu Sou nas eleições legislativas de 2013. “Caso Scott seja eleito, espero poder ajudá-lo através da inspecção do seu trabalho, como cidadão activo”, vaticinou o legislador acrescentado o “muito potencial” que vê em Scott Chiang.

O deputado confessa que durante cerca de um mês a sua equipa estudou quem poderia encabeçar e ser incluído na lista, surgindo mesmo o nome de Cloee Chao, presidente da Associação Novo Macau para os Direitos dos Trabalhadores do Jogo, para um possível lugar.

Para já, a lista está ocupada com a missão de reunir 500 assinaturas para formalizar a candidatura. Mais de metade do caminho foi percorrido, com a recolha de 300 assinaturas, mas Ng Kuok Cheong quer jogar pelo seguro, por considerar que “este ano é especial”, porque acha que muitas assinaturas podem ser consideradas nulas pela comissão eleitoral.

26 Abr 2021

MASTV | Últimos TNR deixam estação que fica entregue a menos de 10 trabalhadores

O Governo cortou as quotas de bluecards da MASTV, agudizando a situação de quem fica e revelando uma empresa à deriva. Entre 2019 e Março deste ano, a DSAL recebeu 178 queixas de funcionários da estação e abriu 29 processos devido à falta de pagamento de salários. Destes processos, 18 seguiram para tribunal

Um escritório vazio, credores a bater à porta, rendas, contas gerais e salários por pagar e a administração em parte incerta. Assim têm sido os dias dos poucos trabalhadores que restam da MASTV em Macau, menos de 10, depois da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) ter revogado as quotas da empresa para contratar trabalhadores não residentes.

A informação avançada por uma ex-funcionária da MASTV, num artigo publicado no All About Macau, revela que desde 2019 até Março deste ano, a DSAL recebeu 178 queixas de trabalhadores com salários em atraso, resultando na abertura de 29 processos. Destes, seis casos foram resolvidos, cinco continuam em investigação, enquanto os restantes 18 foram encaminhados para tribunal.

Mais de uma centena de trabalhadores queixam-se de dívidas num valor, descrito como uma “estimativa conservadora”, que ronda as dezenas de milhões de patacas. Entre os queixosos contam-se trabalhadores que deram mais de 10 ano de trabalho à MASTV.

Segundo o artigo publicado no All About Macau, há algum tempo que a renda do espaço que a MASTV ocupa no Edifício Comercial First National não é paga e que os estacionamentos reservados para a empresa deixaram de estar disponíveis. Aliás, os funcionários que continuam a trabalhar no local dão conta da frequente “visita” de credores ao escritório, de telefonemas de pessoas que exigem pagamentos, face ao desaparecimento de responsáveis da direcção e administração.

Queda em desgraça

Depois de um período áureo, com uma equipa com cerca de 150 funcionários, a programação da MASTV depende hoje em dia de repetições de programas, de transmissões das conferências de imprensa sobre a pandemia e do trabalho das delegações de Hong Kong e Zhuhai. Neste aspecto, o All About Macau salienta que no ano passado não foram renovados bluecards a cerca de uma dezena de trabalhadores, que passaram a trabalhar em Zhuhai a troco de 40 por cento do salário que auferiam anteriormente.

Um ex-funcionário da MASTV, que não se identificou ao All About Macau, afirma que também a actualização do equipamento foi esquecida, como câmaras, tripés, computadores, mas que foi funcionando graças aos esforços e reparações constantes da equipa técnica, que, entretanto, foi também despedida.

Além disso, conta ter conhecimento da entrada 3 milhões de patacas nos cofres da empresa devido a transmissões relativas ao Hong Kong Jockey Club e salienta que mesmo com os subsídios da Fundação Macau, a MASTV só pagava aos trabalhadores depois de obrigada pela DSAL e mesmo no limite do prazo, antes do processo dar entrada em tribunal. “Mesmo que o dono da empresa tenha perdido muito dinheiros noutros negócios, isso não tem nada a ver connosco. Porque é que os trabalhadores da MASTV têm se pagar por isso?”, questiona o ex-trabalhador.

O Boletim Oficial mostra que a Fundação Macau subsidiou vários programas da MASTV, em especial conteúdos históricos, como “Comovendo Macau” e “Compromisso de Felicidade” sobre o aniversário do retorno à pátria e divulgação da Lei Básica, respectivamente.

Tudo somado, entre 2015 e 2020, foram aprovados mais de 38,8 milhões de patacas em subsídios para produção de conteúdos, aos quais se juntaram 8 milhões de patacas em 2019 e 2020. Quantias que, segundo os funcionários, não se materializaram em salários.

A MASTV foi registada em Macau em 2001, ano em que foram aprovadas licenças para serviços de radiodifusão televisiva por satélite. A estação tinha um lugar muito particular no mercado, sendo a única televisão de Macau a transmitir para o Interior da China.

De acordo com o registo comercial, o investidor principal é o empresário Lin Nan, o maior accionista da Polyard Petroleum, empresa listada no Mercado de Empresas em Crescimento da Bolsa de Hong Kong. Em 2005, a PetroChina e Sinopec compraram participações da MASTV, transferindo-as gradualmente para várias empresas com sede social nas Ilhas Virgens Britânicas.

26 Abr 2021

Turismo | Março com mais de 75% de visitantes face a Fevereiro

No passado mês de Março o número de visitantes a entrar em Macau aumentou 76,7 por cento em relação a Fevereiro e 255,4 por cento quando comparado com o ano anterior. No total, a RAEM foi visitada por 754.541 pessoas no mês passado.

Olhando para o universo total de visitantes, a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) informa que o número de turistas foi de 404.936 e o de excursionistas 349.605, o que representou, respectivamente, aumentos acentuados de 221,6 por cento e 304,6 por cento, em termos anuais.

Quanto ao período médio de permanência, em Março situou-se em 1,6 dias, uma quebra de 1,4 dias em relação ao mesmo mês do ano passado. Dividindo o período médio de permanência entre turistas (2,9 dias) e excursionistas (0,1 dias), verificou-se uma quebra de 1,8 dias e 0,1 dias respectivamente.

Apesar da aparente tendência positiva dos números divulgados pela DSEC, se for tido em conta os três primeiros meses do ano, como o início de 2020 não foi afectado pela pandemia o cenário muda de figura.

No primeiro trimestre de 2021 chegaram a Macau 1.738.428 visitantes, menos 46 por cento, face ao mesmo trimestre do ano transacto. Realça-se que os números de turistas (919.192) e de excursionistas (819.236) decresceram 39,6 por cento e 51,8 por cento, respectivamente.
Quanto à origem dos visitantes, os oriundos do Interior da China totalizaram 688.353, o que correspondeu a um aumento de 674,4 por cento, em termos anuais. Realça-se que o número de visitantes oriundos das nove cidades da Grande Baía foi de 388.094, dos quais 48,5 por cento eram originários de Zhuhai.

23 Abr 2021

Vacina | Reportados dois “eventos adversos”, um resultou em internamento

Uma mulher e um homem, ambos com 34 anos, sofreram eventos adversos depois da administração de vacinas da BioNTech e Sinopharm, respectivamente. Apesar da necessidade de internamento da mulher e da paralisia facial do homem, os casos foram considerados ligeiros e as autoridades não encontraram nexo de causalidade com a vacinação

 

Na noite de quarta-feira, o centro de coordenação de contingência do novo tipo de coronavírus declarou dois “eventos adversos ligeiros” que afectaram uma mulher e um homem, ambos com 34 anos, resultando em internamento devido a um problema renal e paralisia facial, respectivamente.

No primeiro caso, a mulher foi vacinada a 5 de Abril com a segunda dose da vacina da BioNTech num centro de saúde. Dez dias depois, terminada uma sessão de exercício físico numa bicicleta estática, sentiu fraqueza nas coxas, sensação que passou a dor, que se intensificou nos dias seguintes. No dia 19 de Abril, a paciente decidiu fazer exames médicos no Hospital da Universidade de Ciência e Tecnologia. No dia seguinte, as análises ao sangue acusaram um aumento significativo de creatina quinase e mulher foi encaminhada para as urgências do Centro Hospitalar Conde de São Januário, onde ficou internada na enfermaria de casos agudos. O diagnóstico era rabdomiólise, uma síndrome que pode resultar em lesão renal aguda.

De acordo com as autoridades, “a doente encontra-se em estado estável e a creatina quinase está a diminuir gradualmente.”

O meu lado esquerdo

O caso mais recente, afectou um homem inoculado com a primeira dose da vacina da Sinopharm no passado domingo. Dois dias depois começou a sentir “diminuição da força oclusal no lado esquerdo e a pálpebra esquerda fechada sem tendência de agravamento”, o que o levou às urgências do Centro Hospitalar Conde de São Januário onde foi diagnosticado com paralisia de Bell, conhecida como “Paralisia do nervo facial”. Depois de receber tratamento, teve alta sem necessitar de internamento.

O centro de coordenação explica que “a causa desta doença é desconhecida” e que “a maioria de doentes começa a recuperar o nervo facial após 2 semanas do início dos sintomas e recupera a normalidade entre três e seis meses”. É também referido que os diagnósticos nestes dois casos não são detectados “com mais frequência em indivíduos vacinados contra a covid-19 do que na população geral”.

Os casos foram remetidos para o grupo de trabalho de avaliação de eventos adversos e a “relação causal entre o evento e a vacinação foi considerada incerta”.

23 Abr 2021

Ambiente | Temperatura média em 2020 caiu 0,3º em relação a 2019

No ano passado, a temperatura média em Macau foi de 23,3º, menos 0,3º face 2019. A tendência de decréscimo é transversal a dados como o dia mais quente, mais frio, precipitação, consumo de água e resíduos sólidos tratados na central de incineração. O único indicador das estatísticas do ambiente de 2020 que aumentou foi o que mede o número de dias com boa qualidade do ar

 

Uma das vantagens da paralisia a que a pandemia votou o mundo foi o abrandamento dos factores que normalmente ameaçam o ambiente. Sem referir causas, esse é o silencioso fio condutor que guia as estatísticas do ambiente referentes a 2020, divulgadas ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

No ano passado, Macau registou uma temperatura média de 23,3º, menos 0,3º em relação a 2019. O mês de 2020 em que o mercúrio dos termómetros subiu mais alto foi Julho, quando a temperatura chegou aos 35,5º, o que representou uma ligeira descido, 0,2º, em relação ao ano anterior. Quanto à temperatura mais baixa, a variação foi mais acentuada. Em Dezembro do ano passado, registou-se o dia mais frio, com 6,7º, menos 1,7º relativamente ao dia mais frio de 2019.

Também choveu menos no ano passado, com a precipitação total a atingir 1.713,2 milímetros, menos 534,8 milímetros em comparação com 2019.

No capítulo dos tufões, 2020 manteve o registo de 2019, com um total de cinco tempestades tropicais. Destas, a mais grave foi o tufão “Higos”, que obrigou as autoridades a hastearem o sinal nº 10 de tempestade tropical, e Macau a resistir a rajadas máximas na ordem dos 215,6 quilómetros por hora. O “Higos” registou uma velocidade média máxima do vento de 138,6 quilómetros por hora durante 10 minutos.

Um fenómeno muito mais severo do que o ciclone tropical Wipha, o mais grave de 2019, que teve a rajada máxima de 100,1 quilómetros por hora e a velocidade média do vento, durante 10 minutos, alcançou 67,3 quilómetros por hora, não ultrapassado o sinal nº8.

Descanso aos pulmões

Quanto à qualidade do ar, a poluição atmosférica diminuiu no ano passado. “O número de dias com qualidade do ar ‘bom’ observado em todas as estações de monitorização de Macau em 2020 foi superior ao registado em 2019. Relativamente ao número de dias com qualidade do ar ‘insalubre’, realça-se que em todas as estações se observaram decréscimos significativos do número de dias.

Em relação às partículas inaláveis em suspensão (PM10) e às partículas finas em suspensão (PM2,5), nenhuma estação registou valores superiores ao respectivo valor padrão em nenhum dia de 2020. Importa referir que as normas de qualidade do ambiente de Macau foram alteradas, tornando-se mais exigentes, mas apenas foram adoptadas oficialmente a partir de 1 de Janeiro de 2021.

Também o consumo global de água diminuiu no ano passado, em relação a 2019, atingindo os 85.515.000 metros cúbicos, uma redução de 7,9 por cento. Ainda assim, o consumo doméstico aumentou 9,4 por cento (42.816.000m3), provavelmente reflectindo a maior permanência de pessoas em casa.

No que diz respeito aos resíduos sólidos urbanos, no ano passado a central de incineração tratou 437.592 toneladas, menos 19,8 por cento em termos anuais. Finalmente, a DSEC dá conta do aumento da densidade populacional em Macau durante 2020, com o registo de 20.800 pessoas por km2, mais 400 pessoas que em 2019.

21 Abr 2021

Cinema | Propostas para a semana entre clássicos de Hong Kong e comédia francesa

O Cinema Alegria exibe na sexta-feira a comédia negra “O Grande Êxito”, do realizador francês Emmanuel Courcol, que conta a história de um actor desempregado que encena Samuel Beckett com uma companhia de reclusos. Hoje, a Cinemateca Paixão celebra a sétima arte de Hong Kong com “Final Victory”, o clássico realizado por Patrick Tam, com argumento escrito por Wong Kar-wai

 

Imagine a interpretação da tragicomédia de Beckett “À espera de Godot” por um grupo de reclusos dirigidos por um actor desempregado. Agora imagine que a peça é um sucesso arrebatador, levando a improvisada companhia de teatro numa digressão além dos muros da prisão e que esta história aconteceu mesmo. Esta é a premissa de “O Grande Êxito”, “Un Triomphe” no título original, filme de Emmanuel Courcol baseado em acontecimentos reais exibido esta sexta-feira, às 19h, no Cinema Alegria.

No centro da narrativa está Etienne, um carismático actor no desemprego, que acaba a dirigir um workshop de teatro numa prisão. O resultado do projecto é a encenação da comédia negra, com profundos tons existencialistas, “À Espera de Godot” com um elenco formado exclusivamente por reclusos. A paixão e entrega da improvável trupe garante-lhes autorização para fazerem uma digressão nacional, proporcionando finalmente a Etienne o reconhecimento artístico que lhe escapara ao longo da carreira.

“O Grande Êxito” foi filmado em oito dias num estabelecimento prisional onde estão presos cerca de um milhar de reclusos e ganhou o prémio de Melhor Comédia Europeia dos 33.º Prémios do Cinema Europeu foi distinguido como o filme preferido do público no Victoria Film Festival, no Canadá.

Polícias e ladrões

Ainda esta semana, destaque para o ciclo “Histórias de Hong Kong: Mostruário dos clássicos de Hong Kong”, que termina esta semana na Cinemateca Paixão. Hoje, às 21h30, é exibido “Final Victory”, um filme de acção de 1987 realizado por Patrick Tam, com argumento escrito por Wong Kar-wai. Com Eric Tsang, Rachel Lee e Tsui Hark nos papéis principais, a história centra-se na tensão dramática entre dois irmãos, com o submundo das tríades como cenário.

Depois de o personagem interpretado por Tsui Hark, um chefe de tríade, ser preso, encarrega o irmão (Eric Tsang) de tomar conta das suas duas amantes, com todas as aventuras que isso irá implicar. “Final Victory” foi nomeado para 10 prémios na 7.ª edição do Hong Kong Film Award, mas apenas ganhou melhor edição. Ainda assim, foi um dos sucessos de bilheteira nesse ano.

Na quinta-feira, às 19h, é projectado na Cinemateca Paixão “Victim”, o thriller policial realizado por Ringo Lam, que estreou em 1999. O filme teve um percurso acidentado até chegar aos ecrãs com uma disputa entre o realizador e o produtor, Joe Ma, que levou a mudanças severas na edição.

Ma, protagonizado por Sean Lau, é um programador informático que desaparece do mapa, o que faz com que a sua namorada apresente queixa na polícia por rapto. Levando uma vida difícil, sem emprego e com mais dívidas que esperança, Ma é encontrado em muito mau estado, ensanguentado, pendurado de cabeça para baixo num hotel decrépito. O local onde é encontrado tem fama de ser assombrado, depois de um horripilante episódio de homicídio/suicídio que vitimizou o casal que geriu o hotel.

Depois de ser encontrado, Ma começa a aterrorizar a namorada, levando a polícia a suspeitar que o seu comportamento bizarro serve para disfarçar crimes maiores. Ainda estão disponíveis bilhetes para os dois filmes, com cada ingresso a custar 60 patacas.

20 Abr 2021

Justiça | Wong Wai Man diz-se inocente e quer recorrer para o TUI

O Tribunal de Segunda Instância confirmou a condenação de Wong Wai Man, conhecido por vestir fardas militares, por perturbação de reunião de propaganda eleitoral numa acção de campanha da Novo Macau. O ex-candidato a deputado continua a assumir-se como inocente e promete recorrer da sentença

 

“Como posso assumir algo que não fiz?”, interroga-se Wong Wai Man reagindo ao HM da decisão do Tribunal de Segunda Instância (TSI) que manteve a sua condenação pela prática do crime de perturbação de reunião de propaganda eleitoral. “Estou inocente, a sentença foi injusta e por isso vou recorrer para o Tribunal de Última Instância”, garantiu o ex-candidato das eleições de 2017 para a Assembleia Legislativa.

Wong já havia sido condenado a pagar uma multa de 10.800 patacas na sequência de um desacato que numa acção de campanha da lista ligada à Associação Novo Macau, que viria a eleger Sulu Sou. O caso remonta a 13 de Setembro de 2017, quando, segundo a sentença, Wong Wai Man utilizou um carrinho-de-mão com um altifalante para acusar Sulu Sou de ser “um falso democrata” e “homossexual”. Em declarações ao HM, Wong defendeu-se afirmando que se limitou “a reagir como uma pessoa normal quando é provocada”.

Recorde-se que o processo também visou outros candidatos da lista de Wong Wai Man, Lei Kin Yun e Lee Sio Kuan, que foram absolvidos.

Ser ou não ser

O comunicado do gabinete do Presidente do TUI, a fim de desmontar a argumentação do recorrente, chega mesmo a definir o que é um facto. “Um facto consiste num acontecimento de vida, sendo objecto de investigação e de prova na audiência de julgamento. Após a investigação, as pessoas podem tirar uma conclusão de “sim” ou “não”, “existe” ou “não existe” o acontecimento”, lê-se no acórdão do colectivo.

Além disso, a decisão do TSI afirma que Wong Wai Man “não era delinquente primário, negou a prática do crime que lhe tinha sido imputado, não revelou sinceramente os factos criminosos, não mostrou arrependimento e teve fraca consciência na observação da lei”. É acrescentado ainda que Wong “violou o direito à liberdade de reunião dos cidadãos, causando impactos negativos ao interesse público e à segurança de Macau, pelo que se tornou elevada a exigência da prevenção geral.”

19 Abr 2021

Covid-19 | Macau suspende compra de vacinas da AstraZeneca

Macau suspendeu a encomenda de 400 mil doses da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca. O director dos Serviços de Saúde garantiu que o Governo irá acompanhar estudos e recomendações internacionais sobre a vacina que deveria chegar em Junho e que existem vacinas suficientes em Macau para imunizar a população

 

Seis dias depois de Hong Kong, ontem chegou a vez do Governo de Macau anunciar que suspendeu a encomenda da vacina da AstraZeneca. Recorde-se que os primeiros lotes do fármaco, de um total de 400 mil doses, tinham chegada prevista ao território a partir de Junho.

A notícia foi avançada pelo novo director dos Serviços de Saúde (SSM), Alvis Lo, à margem da inauguração da Exposição sobre a Segurança Nacional, que acrescentou que o Executivo propôs a suspensão do fornecimento e a farmacêutica concordou.

O responsável garantiu que o Governo irá estudar o assunto detalhadamente, através dos estudos internacionais relacionados com a segurança desta vacina, bem como das recomendações da Organização Mundial de Saúde e de outros actores políticos, e só depois “considerará a próxima etapa”.

Alvis Lo frisou que a Organização Mundial de Saúde não foi taxativa quanto à suspensão ou administração da vacina da AstraZeneca. Porém, de acordo com as últimas recomendações do organismo internacional, o director dos SSM acredita que os benefícios do fármaco ultrapassam os riscos. Ainda assim, tendo em conta a situação de Macau, em termos de controlo da pandemia e do volume de vacinas disponíveis, Alvis Lo considera que a administração do produto da AstraZeneca não é necessária.

O director frisou ainda que existem actualmente no território dois tipos de vacina, Sinopharm e BioNTech e que o foco das autoridades continua a ser o incentivo a que mais residentes se inoculem. Desde o início da vacinação contra a covid-19, a 9 de Fevereiro, até quarta-feira, 47.812 pessoas tomaram a vacina, 22.524 das quais a 1.ª dose e 25.288 as duas doses.

A administração da vacina da BioNTech foi suspensa entre 24 de Março e 4 de Abril depois de terem sido identificados defeitos nas embalagens dos lotes enviados para Macau e Hong Kong.

Tendência global

Na semana passada, também Hong Kong pediu à AstraZeneca para suspender a encomenda da vacina contra a covid-19 por receio de efeitos secundários e preocupações sobre a eficácia contra novas variantes do coronavírus.

Na quarta-feira, a Dinamarca anunciou que desistiu de usar a vacina para a covid-19 da AstraZeneca devido aos efeitos secundários “raros, mas graves”, enquanto a Alemanha decidiu administrar outra vacina nas segundas doses a quem tomou este fármaco na primeira.

A vacina da AstraZeneca tem sido suspensa em vários países em virtude dos efeitos secundários do fármaco, devido à ligação a casos muito raros de formação de coágulos sanguíneos.

Também em Portugal foram impostas restrições à sua administração, e foi mesmo sugerida uma posição concertada a nível europeu. A Ministra da Saúde, Marta Temido, ao abrigo da presidência portuguesa da União Europeu enviou uma carta aos ministros europeus da Saúde a propor uma posição comum no uso da vacina da Astrazeneca. De acordo com a Bloomberg, no documento é sugerido que a vacina seja limitada a pessoas acima dos 60 anos, uma política entretanto recomendada pelas autoridades de saúde portuguesas.

16 Abr 2021

AL | Sulu Sou quer debater subsídios públicos com associações locais

Sulu Sou entregou ontem um pedido de debate na Assembleia Legislativa para discutir a necessidade de divulgação das contas de associações subsidiadas com fundos públicos. Em Julho do ano passado, o deputado submeteu um projecto de lei para regular as associações, que acabou chumbado

A lei que regula o direito de associação estabelece que associações que beneficiem de subsídios públicos, em montante superior ao valor fixado pelo Executivo, devem publicar anualmente as suas contas no mês seguinte à sua aprovação. Este é um dos pontos que Sulu Sou quer ver discutido e que motivou o pedido de debate entregue ontem na Assembleia Legislativa.

O deputado recorda que, desde a fundação da RAEM, nenhum Chefe do Executivo definiu o valor a partir do qual é obrigatório publicar a contabilidade das associações e a forma como são gastos os fundos vindos do erário público.
Sulu Sou critica a falta de transparência no tecido associativo de Macau, facto que o levou em Setembro a submeter à AL um projecto de lei de revisão do regime geral do direito de associação com o objectivo de acabar com a opacidade contabilística.

Na nota de justificação do pedido de debate, o deputado recorda que a ANM se queixou de inacção executiva ao Comissariado contra a Corrupção (CCAC) em 2012. No ano seguinte, o CCAC emitiu um relatório a referir a urgência de implementar medidas desde a origem, ou seja, que estabeleçam penalização, fiscalização e critérios para atribuir subsídios públicos a associações privadas. O deputado recorda que nada foi feito desde então, mesmo depois de o próprio CCAC ter apresentado uma proposta para alterar a lei.

No relatório do CCAC, publicado a 9 de Outubro de 2012, lia-se “o Chefe do Executivo determinou ao CCAC a entrega de uma proposta sob a forma de relatório”. A proposta foi entregue, mas acabou por nunca sair da gaveta.

Projecto chumbado

Em Setembro do ano passado, Sulu Sou sugeria que o Gabinete para o Planeamento da Supervisão dos Activos Públicos da Região Administrativa Especial de Macau fosse responsável pela supervisão destes fundos e das sanções a aplicar, devendo receber os relatórios das associações dez dias após a divulgação das contas.

Além disso, o deputado indicava que a identidade dos membros dos órgãos sociais das associações deveria ser pública e que a falta de divulgação de contas nos prazos previstos deveria resultar em multas, além de “sanções adicionais pelo uso do direito de fundos públicos, incluindo responsabilidade criminal.

16 Abr 2021

Covid-19 | Ho Iat Seng prevê regresso gradual à normalidade

O Chefe do Executivo acha que a sociedade e economia vão gradualmente voltar à normalidade, à medida que se generaliza a vacinação. Ho Iat Seng deixou a esperançada mensagem na cerimónia de aniversário da União Geral das Associações dos Moradores

 

Aos poucos vamos lá. Pode ser resumido desta forma a mensagem proferida ontem pelo Chefe do Executivo na cerimónia do 37º aniversário da fundação da União Geral das Associações dos Moradores de Macau (Kaifong).

“Com a generalização do programa de vacinação contra o novo tipo de coronavírus, as nossas acções de prevenção e controlo da pandemia entraram numa nova fase, e a firme promoção de diversas medidas e acções permitirá à sociedade e à economia local recuperar gradualmente a normalidade”, afirmou ontem Ho Iat Seng.

O líder do Governo lembrou que no ano passado, a pandemia colocou severos testes e desafios, mas com o forte apoio e “orientação do Governo Central, a sociedade de Macau manteve-se unida no combate às dificuldades, debelando eficazmente a propagação da pandemia”. O Chefe do Executivo destacou que a RAEM alcançou resultados positivos, que não foram fáceis de atingir, e manter a estabilidade da conjuntura socioeconómica”.

Foram também recordados e elogiados os contributos da sociedade civil, nomeadamente dos Kaifong.
“Ao longo do combate epidémico, a União Geral, enraizada na camada social de base e ao serviço das diversas comunidades, tem vindo a manter a união entre os moradores dos bairros e a colaborar empenhadamente com o Governo da RAEM na implementação das acções de prevenção epidémica, especialmente na prestação de diversos serviços comunitários, com repercussões benéficas na sociedade, o que lhe tem granjeado o reconhecimento e elogio da sociedade”, destacou o Chefe do Executivo.

Parabéns a você

Além de destacar a importância estrutural para Macau do 14º plano quinquenal do país, o Chefe do Executivo prometeu dar atenção ao desenvolvimento dos bairros e ao bem-estar da população, nas áreas da habitação, emprego, assistência médica e educação. Prometeu também empenho na salvaguarda da harmonia e da estabilidade social de Macau.

Ho Iat Seng deixou também palavras de apreço aos Kaifong, associação que, “criada em 1983, tem desde sempre persistido na tradição do amor pela Pátria e por Macau e na defesa do princípio «um País, dois sistemas», dando contributos históricos para o retorno bem-sucedido de Macau à Pátria.

“Paralelamente, a União Geral tem contribuído incansavelmente para a formação de quadros qualificados, orientados pelo amor pela Pátria e por Macau, e para a sua participação nos assuntos políticos a nível local e nacional”, afirmou Ho Iat Seng, citado num comunicado do Gabinete de Comunicação Social.

26 Mar 2021

CAEAL | Associação exige que não se confunda jornalismo com propaganda

A Associação de Jornalistas de Macau, que representa os profissionais de língua chinesa, exige que a comissão eleitoral volte atrás nas declarações que equiparam peças jornalísticas a propaganda eleitoral. A associação entende que a obrigação de tirar artigos online na véspera e no dia das eleições é terror branco e uma atitude totalitarista

 

A Associação de Jornalistas de Macau divulgou ontem uma “carta aberta” a apelar à Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) para voltar atrás naquilo que a organização que representa jornalistas de língua chinesa no território entende ser uma “interpretação errada que confunde jornalismo e propaganda eleitoral”.

A associação sublinha a gravidade de CAEAL ser dirigida por um magistrado, Tong Hio Fong, e de ainda assim ser capaz de interpretar a lei eleitoral ao ponto de a deturpar, criar terror branco, ou seja, um clima de intimidação, impondo restrições à liberdade de imprensa e “misturar alhos com bugalhos”. “A tentativa da CAEAL de fazer dos meios de comunicação social um instrumento de propaganda de campanha é não só um mal-entendido do jornalismo, mas também um insulto aos jornalistas”, é afirmado pela associação.

Recorde-se que a CAEAL afirmou que os órgãos de comunicação social devem ocultar artigos online, além da publicação de actualidade, artigos que incidam sobre candidatos na véspera e no dia das eleições, inclusive artigos ou entrevistas publicadas em anos anteriores. “Aqueles conteúdos que têm uma natureza de propaganda e que influenciem a intenção de voto… Essas informações e reportagens pelo menos terão de ser ocultadas ou retiradas nos prazos estipulados pela lei”, afirmou Tong Hio Fong, a 10 de Março. “A liberdade de imprensa está consagrada na Lei Básica e na Lei Eleitoral, mas temos que chamar a atenção ao seguinte […] se as informações, directa ou indirectamente, por exemplo, estão a apelar ou a chamar um cidadão para votar, isto já ultrapassa a permissão da lei”, acrescentou o magistrado, não especificando de que forma este critério é aplicável.

Assim sendo, a Associação de Jornalistas de Macau “apela à CAEAL para volte atrás publicamente nestas declarações, de forma clara, para não prejudicar a credibilidade do Governo da RAEM”.

Posto no papel

A lei eleitoral define propaganda eleitoral como actividade realizada “por qualquer meio” que dirija “a atenção do público para um ou mais candidatos” e que “sugere, de forma expressa ou implícita, que os eleitores votem ou deixem de votar nesse candidato ou candidatos”. A associação refere que não existe nenhum artigo na lei eleitoral que estipule que a imprensa tem de apagar notícias na véspera e no dia das eleições.

A organização profissional aponta mesmo que a legislação eleitoral vai no sentido inverso de clara protecção da liberdade de imprensa, assegurando que o direito a informar não é sujeito a pressão política. Além disso, explica que peças jornalísticas não são instrumentos de propaganda política e que a CAEAL alargou arbitrariamente a amplitude de definições legais, como propaganda eleitoral, ao ponto de não só os meios de informação, como o público em geral podem ser afectados. Assim sendo, a associação de jornalistas pergunta de uma pessoa que tenha partilhado uma notícia nas redes sociais estará a infringir a lei.

“Um Governo nunca pede à comunicação social para se abster de fazer jornalismo a esta escala, excepto em estados totalitários. Por isso, apelamos ao Executivo para dar a devida atenção a este assunto”, afirma a associação, em comunicado.

26 Mar 2021

IAS | Sugestão para dividir assuntos das mulheres e crianças recusada

Sulu Sou sugeriu ao Governo dividir o Conselho para os Assuntos das Mulheres e Crianças e formar dois órgãos distintos. O deputado pretendia “evitar uma ênfase excessiva no estatuto parental das mulheres”, que resultaria da mistura dois assuntos, impedindo a “transversalização da perspectiva de género”. A interpelação escrita perguntava: “O Governo já o fez?” O Instituto de Acção Social (IAS) respondeu ontem que não.

Depois de afirmar que a criação do organismo, baseado numa entidade semelhantes do Interior da China, tem como objectivo executar princípios como “a igualdade de género”, mas, “dado que os assuntos das mulheres e das crianças estão estreitamente interligados, estas duas áreas são da responsabilidade de “um Conselho”.

Ao longo da resposta assinada por Hon Wai, os assuntos aparecem interligados várias vezes, mantendo o foco no estatuto parental das mulheres, ao mesmo tempo que diz que é “trabalho prioritário” promover a “mobilização vertical das mulheres”, reforçar da “sensibilização para a igualdade de género” e “promoção da noção da ‘transversalização de género’”.

Sulu Sou referiu ainda que entre os membros designados recentemente para o Conselho para os Assuntos das Mulheres e Crianças não figura ninguém do Centro do Bom Pastor, organismo com muitos anos de trabalho no apoio social a mulheres e crianças. O deputado argumentou que “tal decisão criou uma percepção indesejável de desprezo em relação ao contributo da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora do Bom Pastor” e que deveria ser atribuída uma vaga a um representante da instituição à qual ficou ligada Juliana Devoy.

O IAS afirmou que a designação dos vogais do conselho foi concluída, com a inclusão de “membros de instituições e personalidades sociais de reconhecido mérito”, não referindo o Centro do Bom Pastor.

25 Mar 2021

APN | Câmara do Comércio e FAOM analisam as “duas sessões”

A Associação Comercial de Macau e a Federação das Associações dos Operários de Macau organizaram palestras de análise e interpretação do espírito das decisões saídas das últimas reuniões da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês e da Assembleia Popular Nacional. O patriotismo foi o fio condutor das intervenções

 

Na segunda-feira, a Associação Comercial de Macau e a Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) organizaram dois eventos, separados, sobre as sessões da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC) e da Assembleia Popular Nacional (APN), que decorreram em Pequim no início do mês.

Na palestra da associação comercial, discursaram algumas figuras ilustres do panorama político de Macau, incluindo Kou Hoi In, Ma Iao Lai, Angela Leong, Si Ka Lon e Tina Ho.

O empresário e membro de Macau do Comité Permanente da CCPPC e presidente da Associação Comercial de Macau, Ma Iao Lai, declarou que os membros de Macau apoiam com firmeza a decisão da APN de alterar a lei eleitoral de Hong Kong, com a implementação do princípio “Hong Kong governado por patriotas” e o fortalecimento do princípio “Uma País, Dois Sistemas”.

De acordo com o jornal Ou Mun, o empresário afirmou que Macau também tem de consolidar as fundações políticas e sociais assentes no patriotismo, e ser governado por patriotas de forma a manter intacto o princípio “Um País, Dois Sistemas”.

Na mesma ocasião, Tina Ho, que também participou nas duas sessões, afirmou que Macau desempenha um papel importante na implementação do 14.º plano quinquenal da China. A líder da Associação Geral das Mulheres de Macau, e irmã do Chefe do Executivo, mencionou que Macau deve agarrar as oportunidades nascidas do desenvolvimento do país, em particular na zona vizinha de Hengqin, e participar na construção de “Uma Faixa, Uma Rota”, sem sugerir de que formas.

Operários unidos

A sessão organizada pela FAOM foi concorrida, contando com a participação de cerca de 400 pessoas, segundo o Ou Mun.

A dirigente Ho Sut Heng argumentou pela necessidade de detalhar os sucessos conseguidos pelo país ao longo do ano passado, apesar das adversidades do complexo cenário internacional e dos desafios trazidos pela pandemia. Ho Sut Heng entende que sob a liderança do Comité Central do partido, unido em torno do Presidente Xi Jinping, chineses de todos os grupos étnicos trabalharam arduamente para vencer a luta contra a pobreza e construir uma sociedade assente no bem-estar.

Chan Kam Meng igualmente membro de Macau que participou nas duas sessões ligado aos operários, afirmou que a RAEM tem de cumprir o seu desígnio nacional e diversificar a economia.

24 Mar 2021

IPOR | Festival Literário para pais e filhos estreia em Abril

O Instituto Português do Oriente apresentou ontem a primeira edição do Festival Letras & Companhia, com o qual pretende promover o diálogo entre gerações, com particular foco na protecção e sustentabilidade ambiental. O objectivo da organização é tornar o evento num acontecimento anual

 

A promoção da leitura e do livro, da cultura e da educação está na base do festival literário para pais e filhos intitulado Letras & Companhia. A iniciativa organizada pelo Instituto Português do Oriente (IPOR), que se realiza de 2 a 25 de Abril vai decorrer em várias escolas de Macau, e em locais como a Livraria Portuguesa, as instalações do Instituto Português do Oriente (IPOR), Casa Garden e a Galeria do Instituto para os Assuntos Municipais.

Para o ano de inauguração do festival, que se pretende ser anual, o tema escolhido (“De Pés na Terra, Cabeça no Ar”) recai sobre o plástico, a problemática da sua utilização na actividade humana e o impacto sobre o ambiente e ecologia mundial, de acordo com o IPOR.

Com o projecto Letras & Companhia procurou-se “a melhor maneira de formar crianças e jovens, […] numa envolvência familiar”, para além do que já é feito em contexto escolar, explicou o director do IPOR, Joaquim Coelho Ramos, em conferência de imprensa, salientando a importância da educação para a cidadania, assim como a capacidade de as crianças influenciarem os pais.

O primeiro Letras & Companhia oferece um alargado leque de iniciativas, incluindo o Mercado das Letrinhas, uma feira do livro infanto-juvenil com publicações de editoras locais e portuguesas. A feira terá lugar na Livraria Portuguesa, entre 2 e 26 de Abril, e vai disponibilizar obras em português, chinês e inglês. No dia 3 de Abril, às 11h, no mesmo local, Catarina Mesquita irá apresentar um workshop de escrita criativa para jovens, com o objectivo de incentivar hábitos de redacção e estimular a criatividade narrativa.

Também no dia 3 de Abril, sábado, mas às 17h, a Livraria Portuguesa será palco para contar histórias. A sessão de leitura, a cargo de Susana Esmeriz e Lin Hsiang chun, será realizada em português e cantonês.
Haverá também espaço para a sétima arte, com a exibição do filme “Papel de Natal”, da autoria de José Miguel Ribeiro, na Casa Garden, no dia 10 de Abril, às 17h.

Um dos eventos mais originais desafia jovens a passar uma noite em três locais onde serão narradas histórias dramatizadas e dominadas pelo fantástico, suspense e surpresa. A actividade destinada a leitores dos 8 aos 15 anos terá lugar na Livraria Portuguesa, na Biblioteca Camilo Pessanha do IPOR e na Casa Garden.

Meio ambiente e fotografia

Outro dos destaques do Letras & Companhia é uma exposição de fotografia, intitulada Living Among What’s Left Behind, de Mário Cruz, com curadoria de João Miguel Barros. A mostra, que estará patente na Galeria do IAM, no Edifício do Leal Senado, entre 18 de Abril e 2 de Maio, tem como personagem principal o rio Pasig, que atravessa o outrora centro económico de Manila. Além do retrato de pobreza e de desigualdade social, a exposição coloca a nu os problemas ambientais no coração da capital das Filipinas.

Com actividades para todos os gostos, o festival procura “promover competências de leitura e literacia nas faixas mais jovens, com recurso a dimensões comunicacionais e criativas da língua portuguesa”, segundo a organização.

Por outro lado, visa “impulsionar, junto de diferentes públicos locais, abordagens pluridisciplinares à criação cultural e artística, em particular à de matriz portuguesa e macaense”.

Finalmente, pretende-se aproximar, sobretudo os mais jovens, “das artes e da produção cultural como ferramenta para a compreensão da realidade e da comunicação com os outros”.

A Fundação Oriente, o Instituto Camões, o Consulado-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, a Casa de Portugal de Macau e a Livraria Portuguesa são parceiros do projecto “transversal e multidisciplinar, dirigido a pais, educadores, professores, crianças em idade escolar”, de forma a “mobilizar e convocar, efectivamente, todas as faixas etárias da comunidade”.

O Festival, que conta com o apoio da Fundação Macau, contempla também sessões de histórias, oficinas de arte e ambientais, um espectáculo de sombras, um debate sobre integração da protecção ambiental na educação dos jovens de Macau, um concerto da Banda da Casa de Portugal e um espectáculo de marionetas.

23 Mar 2021

Hac Sá | Governo não vai aumentar número de estacionamentos

A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) considera que “actualmente, existe um número adequado de lugares de estacionamento nas zonas de Coloane e Hac Sá” e que a construção de um parque não está nos planos do Governo. Este é um dos pontos principais da resposta da entidade liderada por Lam Hin San a interpelação escrita por Ella Lei.

A deputada ligada aos Operários argumentou que uma larga fatia da população tem afluído a Coloane, que caracteriza como “o jardim das traseiras de Macau, um espaço raro de lazer”, em particular desde a pandemia. Em resultado da elevada afluência, Ella Lei pediu a intervenção do Governo porque “durante os feriados, os transportes públicos e os lugares de estacionamento públicos estão sempre sobrelotados”. A deputada recordou que o Governo recuperou um terreno em Hac Sá, com área de quase sete hectares, que poderia ser aproveitado.

Por sua vez, a DSAT diz que tem aumentado os serviços e capacidade dos transportes públicos para a zona e que, actualmente, “existem 16 carreiras de autocarros para facilitar a deslocação dos residentes de Macau e Taipa às diversas zonas de Coloane”.

Ella Lei perguntou também se o Governo tenciona aumentar a capacidade de estacionamento em Ká Hó, em particular desde que a Associação de Reabilitação de Toxicodependentes de Macau abriu um café e uma galeria de arte na antiga leprosaria. Além disso, foram também construídos um lar de idosos e um hospital de reabilitação geriátrica, levando à afluência ao local de muitas visitas de familiares.

Também quanto a esta zona, a DSAT rejeitou a sugestão de Ella Lei, afirmando que aumentou os lugares de estacionamento no troço adjacente à Estrada de Nossa Senhora de Ká Hó e que a carreira 21 A, que serve a aldeia, teve um aumento de frequências de 9 por cento a partir de Janeiro.

19 Mar 2021

Governo promove Macau em Hangzhou como destino saudável e seguro

No final da próxima semana, entre 26 e 29 de Março, Macau volta a lançar uma campanha de charme numa grande metrópole do Interior da China para atrair turistas. Depois de Pequim, em Setembro do ano passado, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) decidiu promover a RAEM como destino turístico em Hangzhou, a cidade mais populosa da província de Zhejiang, com mais de 10 milhões de habitantes e uma área metropolitana com mais de 20 milhões.

A campanha decorre ao ar-livre, na rua pedonal Hubin, e visa publicitar “os ricos elementos turísticos, culturais e comerciais de Macau aos residentes e visitantes de Hangzhou, transmitindo a mensagem de que Macau é um destino saudável e seguro para visitar”.

A cerimónia de abertura da Semana de Macau em Hangzhou está marcada para 26 de Março, mas na véspera terá lugar o Seminário de Promoção sobre Turismo, Convenções e Exposições de Macau para estabelecer intercâmbio e cooperação entre os operadores turísticos de Hangzhou e Macau.

Além da apresentação das principais atracções da RAEM, vão ser distribuídos descontos, no valor total de 90 milhões de patacas, para bilhetes de avião, de alojamento em hotéis, de restaurantes, entre outros. A presença de Macau será também uma constante nas redes sociais, através da promoção de viagens de vários “líderes e opinião” ou “influencers”.

A Semana de Macau será dividida por zonas temáticas, com espaços dedicados ao turismo cultual, Património Mundial, Património Cultural Intangível, indústrias culturais e criativas de Macau, de eventos desportivos, produtos dos Países de Língua Portuguesa, e ofertas hoteleiras.

Tem minchi

As estruturas na rua incluem um palco, onde será instalado um ecrã electrónico com a forma das Ruínas de S. Paulo, para dar a conhecer as características de Macau.

Os potenciais turistas não serão atraídos apenas pela informação, mas pelo paladar. A DST, a Confraria da Gastronomia Macaense e o Hotel Grand Hyatt Hangzhou irão organizar em conjunto entre 26 de Março e 11 de Abril a Promoção de Gastronomia Macaense. O evento tem o intuito de promover a cultura gastronómica única da região, através da cozinha macaense, um dos trunfos do património cultural imaterial de Macau.

18 Mar 2021

Apoios | Pereira Coutinho sugere novo plano nos moldes dos anteriores

Pereira Coutinho escreveu uma carta a Ho Iat Seng a pedir a reformulação dos apoios do programa de cupões de consumo. O deputado pede o regresso de cartões de consumo, no valor 8.000 patacas, isenção de tarifas de água e electricidade, subsídios especiais para grupos vulneráveis, entre outros apoios

 

“Fazer as coisas às avessas”. É assim que Pereira Coutinho refere a forma como desempregados lhe caracterizaram o Plano de Garantia do Emprego, Estabilização da Economia e Asseguramento da Qualidade de Vida da População, anunciado pelo Governo na segunda-feira. O programa de cupões de consumo, atribuídos quando se compra algo através de plataformas de pagamento electrónico, como o MPay, tem sido amplamente criticado.

Assim sendo, Pereira Coutinho escreveu uma carta ao Chefe do Executivo a pedir que o plano seja reconsiderado. Em vez dos cupões de consumo, o deputado apela à continuação “do sistema de cartão de consumo electrónico no valor de 8.000 patacas, da isenção de tarifas de água e electricidade aos residentes, atribuição de 7.000 patacas às contas individuais de previdência central dos idosos através da Fundação Macau”.

Além deste conjunto de apoios, Coutinho sugere a concessão de “subsídios especiais a grupos vulneráveis, como portadores de deficiência visual, famílias monoparentais, cuidadores, doentes psiquiátricos, crianças autistas e idosos isolados”. Os trabalhadores da função pública também são contemplados nas sugestões endereçadas a Ho Iat Seng. Pereira Coutinho sugere que seja dado um apoio de 15 mil patacas a funcionários públicos que auferem menos de 60 mil patacas mensalmente

Maré cheia de críticas

O deputado justifica a necessidade de apoios alternativos aos cupões de consumo com as queixas que recebeu no Gabinete de Atendimento aos Cidadãos, em particular devido à necessidade de gastar primeiro para usufruir de apoios. “Para a plena utilização das 4.800 patacas atribuídas pelo Governo, é necessário antecipar o gasto de 14.440 patacas do próprio bolso. Como é que os trabalhadores em situação de desemprego ou licença sem vencimento, ou trabalhadores a tempo parcial têm essa capacidade financeira?”, questiona Pereira Coutinho. Daí a expressão “fazer as coisas às avessas” usada para retratar o último programa de apoios.

Além disso, o deputado destaca que o Governo deixou de atribuir as 7.000 patacas às contas individuais de previdência central, por falta de saldos orçamentais. “Assim, como é que estes idosos vão ter dinheiro para consumir?”, pergunta. Outra objecção é a inadequação aos pagamentos electrónicos, quando alguns residentes mais velhos “ainda utilizam telemóveis muito antigos, sem nenhum conhecimento na utilização de internet, muito menos de meios de pagamentos electrónicos”, refere o deputado na missiva. Este conjunto de factores leva Pereira Coutinho a concluir que a terceira idade não vai beneficiar deste programa de apoio.

18 Mar 2021

Mulher defraudada em romances online perde 570 mil patacas

Entre Junho de 2020 e Janeiro deste ano, uma mulher de Macau foi defraudada em 570 mil patacas na sequência de burlas online. De acordo com a Polícia Judiciária, a vítima é uma residente desempregada, na casa dos trinta anos.

Em Junho do ano passado, conheceu um alegado burlão numa rede social que disse ser empreiteiro a trabalhar na Malásia. Após três meses de conversa, o sujeito terá pedido um empréstimo à vítima para comprar ferramentas. Entre Outubro e Janeiro, os pedidos continuaram e ascenderam a 14.800 dólares norte-americanos.

Em Novembro do ano passado, a vítima terá conhecido online outro homem, que se apresentou como um engenheiro britânico. Ao longo das conversas, a mulher disse que o apartamento que arrendava iria regressar ao dono e que estava à procura de casa. O indivíduo terá, então, afirmado que iria meter dinheiro para comprar uma propriedade na RAEM.

Mais tarde, a vítima recebeu mensagens de alguém que se identificou como funcionário de um banco que lhe pediu dinheiro para cobrir o seguro, e outras despesas, para a remessa de dinheiro ser enviada. No total, a vítima desembolsou 449.640 dólares de Hong Kong neste segundo caso.

17 Mar 2021

Receitas dos casinos em trajectória ascendente

A segunda semana de Março confirmou a tendência de crescimento das receitas brutas na indústria do jogo. Analistas estimam que Abril mantenha o trajecto positivo, mas que a verdadeira recuperação apenas chegue na segunda metade do ano, à medida que as restrições motivadas pela pandemia forem aliviando

 

A recuperação da indústria do jogo para níveis de receitas aproximadas aos tempos antes da pandemia tem percorrido um caminho acidentado, de difícil progressão, ao ritmo do relaxamento das restrições fronteiriças e medidas de prevenção da propagação da covid-19. É nesse contexto que os analistas da Sanford C. Bernstein dão conta do crescimento das receitas brutas dos casinos de Macau entre 8 e 14 de Março, à medida que aumenta o volume de visitantes do Interior da China.

Um comunicado da Sanford C. Bernstein, citado pelo portal GGRAsia, afirma que “as receitas brutas em Macau da segunda semana de Março melhoraram ligeiramente em relação à primeira semana, apesar de o sector VIP ter ficado num nível abaixo do normal”.

Depois da imposição de restrições de viagens pelas autoridades chinesas, em resultado da vaga de infecções de Janeiro e Fevereiro, a situação ficou controlada, o que permite estimativas cautelosamente optimistas em relação às receitas do resto de Março e Abril.

Também a JP Morgan Securities afirma que “em termos mensais, as receitas brutas recuperaram para 30 por cento dos valores verificados antes da covid-19, com os sectores de massa e VIP a rondar 40 e 20 por cento, respectivamente, comparativamente a Março de 2019”.

De acordo com as contas feitas pela JP Morgan, as receitas brutas nos primeiros 14 dias do mês atingiram 3,7 mil milhões de patacas, com uma média diária de 264 milhões de patacas, resultado ligeiramente superior às receitas diárias dos dois primeiros meses (260 milhões de patacas). Mas a tendência de subida é mais evidente face à estimativa das receitas brutas durante a segunda semana de Março, que terá chegado às 271 milhões de patacas.

O resto do ano

Os analistas da consultora atribuem a melhoria dos resultados não só ao levantamento de restrições de viagem, mas também ao facto de já não ser necessário apresentar teste de ácido nucleico negativo para entrar nas áreas de jogo dos casinos.

Nos próximos meses é expectável que o número de visitantes aumente ligeiramente, fluxo que deverá subir exponencialmente quando voltarem a ser permitidos pedidos de vistos electrónicos para chineses que querem visitar Macau. Outro facto apontado como determinante para o retorno a níveis de receitas equiparáveis aos tempos anteriores à pandemia, é o retorno dos vistos de grupo, sinónimo do regresso de excursões a Macau, e o fim da obrigatoriedade de cumprir quarentena para quem viaja entre a RAEM e Hong Kong.

As duas consultoras traçam um cenário de aceleração da retoma apenas na segunda metade de 2021 e indicam que os feriados de Maio podem ser um ponto de viragem. A JP Morgan estima que as receitas brutas recuperem para níveis entre 70 a 75 e 85 a 90 por cento dos níveis anteriores à pandemia, no terceiro e quarto trimestre deste ano, com a recuperação total em 2022.

17 Mar 2021

Estudo de Políticas | Novo director vai ponderar sistema de crédito social

Cheong Chok Man tomou ontem posse como director dos Serviços de Estudo de Políticas e Desenvolvimento Regional, substituindo Mi Jian que abandonou o cargo, depois de uma investigação do CCAC, apesar de afastadas as acusações. O novo homem do leme promete “não ficar só no gabinete” e estudar a possibilidade de implementar o crédito social em Macau

 

Depois de uma liderança que terminou com controvérsia, Cheong Chok Man chega a director dos Serviços de Estudo de Políticas e Desenvolvimento Regional, substituindo Mi Jian no cargo, vindo da assessoria do gabinete do Chefe do Executivo.

No final da cerimónia de tomada de posse no cargo de liderança do think tank do Governo, Cheong Chok Man negou tecer comentários sobre o antigo director e sublinhou que o Comissariado contra a Corrupção afastou todas as acusações que recaíam sobre Mi Jian. “Todos os trabalhos foram feitos de acordo com a lei e é assim que vamos continuar a trabalhar, como qualquer funcionário público”, comentou Cheong Chok Man.

Recorde-se que Mi Jian foi investigado por alegadas irregularidades na contratação de pessoal, favorecimento de familiares e antigos estudantes seus e suspeitas de uso indevido de fundos, mas acabou ilibado.

Outro assunto quente que transita da liderança anterior é a possibilidade de implementar em Macau um sistema de crédito social como existe no Interior da China. “É muito importante uma pessoa ser sincera e ter crédito. Vamos estudar se Macau já tem todas as condições e, de acordo com a realidade local, estudar a possibilidade de implementar uma coisa semelhante”, afirmou ontem o novo director dos Serviços de Estudo de Políticas e Desenvolvimento Regional.

O antigo director apontou numa primeira instância para a hipótese de o sistema ser trazido para a RAEM e mais tarde afirmou que havia em Macau capacidade para implementar um sistema de crédito social próprio.

Resumindo em poucas palavras o complexo sistema que pode limitar a capacidade para comprar viagens, ou arrendar casa, o sistema de crédito chinês assenta na avaliação de indivíduos, que são pontuados e divididos entre bons e maus cidadãos. Aos bons são dados privilégios, enquanto os maus sofrem consequências.

Todos para a montanha

Quanto a prioridades, Cheong Chok Man pretende que “a implementação do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’ com características de Macau” seja estável e duradoura. Além disso, frisou a importância de ouvir a população. “Vamos ouvir as pessoas”, comentou, acrescentando que as funções que passa a exercer não implicam “ficar só no gabinete”.

De resto, Cheong Chok Man referiu que as duas prioridades principais serão “coordenar o segundo plano quinquenal da RAEM, aproveitando as oportunidades trazidas pelo 14º plano quinquenal do país e, dessa forma, participar na Grande Baía”.

“Neste âmbito, o desenvolvimento e cooperação na área de Hengqin é essencial, representa muitas novas oportunidades para a Macau a nível de emprego e integração no desenvolvimento do país”, apontou, depois de tomar posse oficialmente.

16 Mar 2021

Cloee Chao, representante dos Trabalhadores do Jogo | A mãe de todas as lutas

Criou uma associação laboral porque não tinha para onde se virar, afectada pelo fumo passivo nas salas de jogo. Cloee Chao subiu a pulso na indústria dos casinos, criou duas filhas que a acompanham em lutas laborais enquanto trabalhava por turnos e prepara-se para voltar a candidatar-se a deputada. Ainda não decidiu se corre com Ng Kuok Cheong, mas garante que vai continuar a cooperar com o deputado pró-democracia, com quem partilha lutas e princípios

 

Como chegou à indústria do jogo? Era algo que ambicionava? O que a atraiu?

A minha entrada na indústria do jogo foi há mais de 20 anos. Na altura, tinha acabado o ensino secundário complementar e estava com dificuldades para encontrar emprego. Consegui trabalho como secretária num escritório, através de recomendação de familiares. Nesse tempo, Macau era uma cidade pequena, a população era pouco mais de 300 mil habitantes e as oportunidades de emprego não eram muitas, excepto nos serviços do Governo e casinos. A admissão na indústria do jogo não era como nos dias de hoje, era difícil encontrar um formulário de proposta de emprego, mas arranjei um através da irmã de um amigo que era croupier no casino Lisboa. Isto foi antes da liberalização do jogo, quando só havia o Casino Lisboa. Preenchi e entreguei o formulário e ligaram-me da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM) a perguntar se tinha interesse em ir a uma entrevista. Nunca tinha entrado num casino. No início, o meu trabalho era tratar das bebidas, atrás do croupier, além de recolher fichas de jogo, entre outras coisas. Tudo era uma novidade para mim, mas a STDM era uma empresa grande e dava formação aos trabalhadores. Depois de três meses de formação, e de um exame rigoroso, podia ser promovida a croupier.

Trabalhou num casino ao mesmo tempo que criou duas filhas, enquanto mãe solteira. Que protecções laborais faltam às famílias monoparentais?

Sou mãe solteira, responsável por todas as despesas da casa. Como este trabalho implica turnos, não pude cuidar das minhas filhas e tive de contratar uma empregada doméstica, o que aumentou as despesas. Se perguntar a assistentes sociais, vão-lhe revelar que as crianças com maiores problemas são oriundas de famílias em que os pais trabalham na indústria do jogo. Hoje em dia, faço todos os possíveis para que as minhas filhas me acompanhem, até em manifestações estão perto de mim. Por exemplo, nas últimas eleições a minha filha mais velha, que estuda na universidade, foi quem fez o design da nossa campanha. Mas, de facto, não há qualquer apoio a famílias monoparentais. Quando me divorciei, senti-me desamparada, não me facilitaram turnos que me permitissem cuidar da minha família. Lembro-me da felicidade que senti na altura da liberalização, porque se começou a falar de creches, disponíveis 24 horas por dia, para filhos de funcionários. Mas é complicado, mesmo para um casal, se trabalharem por turnos que não coincidem. A relação torna-se distante e, assim, é natural que a taxa de divórcio seja mais alta entre trabalhadores do jogo.

Que razões a levaram a criar a Associação Novo Macau pelos Direitos dos Trabalhadores de Jogo?

Foi devido à gravidade de uma doença que contraí por causa do fumo passivo. Tive um problema nas amígdalas, que me forçou a ir ao hospital todos os meses para receber tratamento. O médico disse-me que se continuasse a trabalhar naquele ambiente poderia morrer. Alguns colegas tiveram cancro e problemas respiratórios. Estes casos eram frequentes antes da aprovação da lei que proibiu o fumo do tabaco nos casinos. Nesta altura, tinha salário de supervisora, superior a 20 mil patacas por mês, e não podia abdicar desse dinheiro. Procurei a ajuda de outras associações, que não defendiam a abolição total do fumo. Depois de nos termos manifestado, decidimos começar a associação. Ao princípio não foi fácil, os colegas tinham receio de chatear o chefe ou arranjar problemas se estivessem comigo. Mas, lentamente, começámos a ser aceites.

Numa altura em que parte da população está em situação de subemprego, a DSAL recebe poucas queixas e dá conta de poucos conflitos laborais. Como analisa esta realidade?

A DSAL recebe menos queixas que nós. Nós ouvimos trabalhadores com problemas tão diversos como licenças sem vencimento, pressões para assinar demissões ou cartas de aviso. Durante este período de pandemia, percebo as empresas do jogo, face à quebra de lucros. Muitos anfitriões de salas VIP continuam sob licença sem vencimento, há pessoas com um terço do rendimento, quem tenha perdido bónus e a receber menos de 10 mil patacas. Na minha óptica, os trabalhadores mais afectados são da área da restauração, que tem muitos não residentes e locais em part-time, contratados através de agências de emprego, e estes não se queixam à DSAL.

Que confiança tem na Concertação Social. É um organismo eficaz? O que falta?

Todos os membros do Conselho Permanente de Concertação Social (CPCS) são nomeados, o Governo só ouve a voz de um lado. Se perguntar aos residentes, não acredito que muitos saibam o que é. Por exemplo, queremos dar as nossas opiniões sobre a lei sindical, queremos participar activamente, e não temos meios. Se compararmos com a Assembleia Legislativa, que só tem alguns deputados que representam a população, o CPCS tem zero.

Quais são as suas expectativas quanto à Lei Sindical?

Temos receio que a lei sindical não seja o que nós queremos, mas o que o Governo quer. Temos contacto com associações sindicais do exterior, ainda esta semana reunimos online. No passado, visitámos outras regiões como Estados Unidos, Espanha, onde existem leis sindicais. O mais importante é garantir convenções colectivas de trabalho e direito à greve. Estou preocupada com a possibilidade de estes direitos serem restringidos. Receio também que os sindicatos sejam organizados pelos próprios empregadores, com inscrição obrigatória no momento da admissão na empresa.

Está a ponderar a possibilidade de concorrer às eleições na lista de Ng Kuok Cheong. Não teme dividir o eleitorado de trabalhadores do jogo, que não se alinham com a política mais pró-democracia?

Todos sabem que os deputados Ng Kuok Cheong e Au Kam San apoiam as associações de operários e que partilhamos escritório, estiveram presente na fundação da nossa organização. Estou sempre presente nas actividades que promovem e também os convidamos para acções organizadas por trabalhadores do jogo. Creio que quem conhece a nossa associação, sabe que somos apoiantes dos deputados Ng Kuok Cheong e Au Kam San. É possível que haja quem tenha conceitos políticos diferentes dos deputados, mas não me parece que isso tenha grande impacto, uma vez que eles apoiam os trabalhadores há dezenas de anos. Mesmo que possam não concordar com alguns aspectos políticos, conhecem os seus desempenhos em questões laborais. Pelo contrário, acho que os apoiantes do campo democrático não nos aceitam porque nossa associação celebra o dia nacional e o aniversário da associação. Não somos do campo democrático, nem pró-Governo, somos uma associação de operários. Em Macau só existem estes dois campos. Independentemente de me candidatar, ou não, com Ng Kuok Cheong, vamos continuar a cooperar.

Concorda com as ideias e as lutas que Au Kam San e Ng Kuok Cheong têm protagonizado em Macau, como a vigília do 4 de Junho? Não acha que pode ser um risco político?

Ao longo dos anos, organizaram as suas actividades e que nunca foram suspensas, incluindo as actividades não puderam ser públicas devido à pandemia, acho que o maior risco político é desistirem de as organizar. Claro que me reconheço nestas lutas, se não concordasse não estaria com os deputados. Como as pessoas sabem, o campo democrático em Macau é moderado, mas pode ter sofrido com a atmosfera que se vive em regiões vizinhas. Mas creio que a população os apoia há muitos anos.

Numa eventual candidatura à AL, quais são as propostas e políticas que gostaria de ver implementadas em Macau?

Como eu sou trabalhadora do jogo, o foco principal é a esperança de participar no processo da renovação da concessão das licenças de jogo, fazer sugestões legislativas e lutar pelos direitos dos trabalhadores. Na altura da liberalização do jogo, as empresas candidatas às concessões prometeram muito, como creches 24 horas, dormitórios para funcionários, mas só vi estas promessas cumpridas no estrangeiro. Se calhar, porque faltam terrenos em Macau, mas ao longo dos anos não me parece que as empresas se tenham esforçado muito. De qualquer das formas, a cultura não-jogo é fraca em Macau. Por exemplo, The House of Dancing Water era muito conhecido, mas fechou devido ao impacto da pandemia. Desta vez, espero que as promessas feitas pelas concessionárias fiquem estabelecidas a escrito, de forma clara. Outro exemplo é o sector das exposições e eventos, que, de facto, estão bem desenvolvidas no Venetian. Mas é raro recrutarem residentes.

Como avalia o trabalho do Governo de Ho Iat Seng até agora e que medidas gostaria de ver implementadas?

Acho que o Governo tem feito um trabalho muito bom, incluindo com medidas que tiveram como prioridade o bem-estar da população, algumas corajosas, como fechar os casinos durante um período devido à pandemia. De 0 a 100, dou uma pontuação de 85 pontos. Demonstram maior capacidade de trabalho do que os governos anteriores. Por exemplo, as medidas de prevenção da pandemia não foram aplicadas às empresas de jogo apenas tendo em conta interesses negociais. Creio que o Governo impediu que muitos trabalhadores não fossem despedidos.

12 Mar 2021