Salário Mínimo | Vong Hin Fai quer que subida seja explicada

O deputado Vong Hing Fai, que preside à comissão permanente da Assembleia Legislativa que está a analisar na especialidade a proposta de lei do salário mínimo, espera que o Governo esclareça as razões que levaram ao aumento de duas patacas por hora do salário mínimo

O pedido de esclarecimentos foi feito ontem durante a primeira reunião da comissão que analisa a proposta de lei que estabelece o aumento do salário mínimo de 32 para 34 patacas por hora.

Segundo o canal chinês da Rádio Macau, os deputados demonstraram ontem também preocupações sobre a eficiência da revisão legal, uma vez que a lei havia estipulado a obrigatoriedade de actualização passados dois anos de entrar em vigor. Recorde-se que a lei entrou em vigor a 1 de Novembro de 2020.

Face ao desfasamento temporal, Vong Hin Fai espera que o Executivo explique se existe um mecanismo para guiar a processo de revisão do salário mínimo. Segundo o deputado, alguns colegas de hemiciclo sugeriram que o Conselho Permanente de Concertação Social crie um grupo de trabalho para apoiar o processo.

Como está previsto que a lei entre em vigor no dia 1 de Janeiro de 2024, a comissão permanente deverá entregar o seu parecer no início de Dezembro, antes de o diploma retomar ao hemiciclo para ser aprovado na especialidade.

14 Nov 2023

Impostos | Associação do Sector Imobiliário de Macau elogia medidas

Chong Sio Kin elogia as medidas de incentivo à compra da segunda casa, e quer que o Governo retire as penalizações no imposto de selo para empresas e não-residentes, para contrariar a tendência da redução dos preços no mercado

O presidente da Associação Geral do Sector Imobiliário de Macau defendeu as medidas tomadas pelo Governo para relançar o mercado imobiliário. A posição de Chong Sio Kin foi tomada através de um artigo publicado ontem no Jornal do Cidadão.

Segundo as medidas apresentadas pelo Conselho Executivo na sexta-feira, o Governo tem a intenção de deixar de cobrar 5 por cento de imposto de selo a adquirentes de segunda casa. Além disso, o Governo pretende igualmente tornar mais fácil o acesso ao crédito para a compra de imóveis.

Na perspectiva de Chong, com menos impostos na compra da segunda habitação e o acesso ao crédito mais facilitado vai ser possível “utilizar os fundos acumulados” pelos cidadãos e “revitalizar a economia” do território.

Chong Sio Kin sublinhou ainda que o mercado de imobiliário está “em crise” há muito tempo. Como tal, defende que são necessárias mais medidas para levantar as restrições ao investimento. Neste capítulo, o dirigente associativo defende que o levantamento das restrições deve ser feito “o mais depressa possível”, mas também reconhece que é preciso que o mercado se desenvolva “de forma sustentável e saudável”.

Riscos sistémicos

Em relação ao estado do imobiliário, o presidente da Associação Geral do Sector Imobiliário de Macau indicou que actualmente 70 por cento dos residentes são proprietários de uma casa e que cerca de 30 por cento têm duas casas ou mais.

Contudo, como nos últimos anos os rendimentos dos residentes têm sido afectados, Chong Sio Kin afirma que há menos dinheiro disponível para a compra de imobiliário e os interessados são cada vez “mais cautelosos”.

Segundo o responsável, a maior quebra da procura sentiu-se ao nível das habitações que custam mais de 8 milhões de patacas, onde indica que a quebra do preço por metro quadrado atinge os 40 por cento. Chong Sio Kin reconhece ainda que no passado face à escalada dos preços várias medidas para controlar a procura foram totalmente justificadas, mas que agora a situação é muito diferente.

O dirigente associativo vai mesmo ao ponto de afirmar que o concurso público para atribuição de um terreno na Taipa, que está em curso, pode resultar na falência das empresas Top Builders Group e Iok Seng, que apresentaram, em consórcio, a única proposta existente.

O dirigente defende que os preços no imobiliário são actualmente muito diferentes de outros tempos e podem resultar rapidamente num endividamento excessivo e a respectiva falência, que vai afectar não só estas empresas, mas também os credores.

Por isso, o líder da associação do sector do imobiliário pretende que o Governo adopte mais medidas que permitam às empresas investir no imobiliário, para “disponibilizarem mais casas para arrendamento”, assim como para não-residentes. Entre as sugestões para este grupo de compradores, Chong sugere que seja eliminado o imposto de selo.

14 Nov 2023

LAG | Esperada mais “audacidade” do Governo e apoios sociais

O Chefe do Executivo apresenta hoje as Linhas de Acção Governativa para o próximo ano, as primeiras desde o fim da pandemia e do retorno ao excedente orçamental. Ainda assim, analistas ouvidos pelo HM não acreditam em grandes novidades. Espera-se que o Governo “seja mais audaz” e apresente aumentos dos apoios sociais

 

É hoje apresentado o primeiro relatório das Linhas de Acção Governativa (LAG) para 2024 já sem os entraves da pandemia e das restrições que tanto afectaram a economia do território. Se é certo que os turistas voltaram em força, também é certo que os analistas não esperam grandes novidades da ida do Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, à Assembleia Legislativa (AL). Ouvidos pelo HM, apelam a medidas com maior pujança e reforço dos apoios sociais para as camadas mais baixas da população que ainda sofre os efeitos de três anos de economia paralisada.

“Não haverá novidades”, prevê o deputado José Pereira Coutinho. “Falta saber se o Governo vai implementar medidas para fomentar o sector imobiliário, que está bastante debilitado. O grande problema em Macau é o desemprego e não vemos medidas para atrair o investimento estrangeiro”, apontou.

O também presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) lança a farpa sobre a recente decisão do Executivo em prolongar, por mais três anos, o monopólio da Air Macau. De frisar que a intenção do Governo em liberalizar o sector aéreo se arrasta há alguns anos.

“A recente decisão de estender o monopólio da Air Macau vai fazer com que não tenhamos mais turistas estrangeiros por falta de aeronaves de médio e longo curso. A terceira comissão permanente da AL teve várias reuniões no período de férias legislativas para apressar os trabalhos de análise de especialidade do diploma [Lei da actividade da aviação civil], e, sem nos dar cavaco, é decidido conceder mais três anos [de contrato]”, acusou.

Também Jorge Fão gostaria de testemunhar a apresentação de umas LAG ousadas. O dirigente da Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC), pede ao Governo para ser mais “audaz”. “Espero que o Chefe do Executivo apresente novas medidas mais atractivas. O Executivo andou estes anos todos sem fazer muita coisa, e agora que tem a oportunidade de fazer, deve ir mais além. Não basta apenas apostar na promoção turística e trazer turistas. Isso não chega, tem de tomar conta das pessoas que vivem no território.”

Nesse sentido, Jorge Fão pede o regresso do cartão de consumo, nem que seja com um montante inferior às oito mil patacas atribuídas nas últimas edições do programa de apoio económico aos residentes adoptado nos tempos de pandemia. “O Governo poderia dar mais dinheiro às pessoas, voltar a apostar no cartão de consumo, até com um montante mais reduzido se entender que o anterior montante é pesado para o orçamento.”

Relativamente ao caso específico da APOMAC, Jorge Fão pede que seja autorizado o funcionamento da clínica médica para os sócios. “Deveria ser reconsiderada a situação da nossa clínica, pois apenas pedíamos o equivalente a salários de três funcionários e nada mais. Podemos voltar a pôr a clínica a funcionar e gostaríamos de ter aqui um espaço útil para os nossos aposentados que sejam sócios.”

Recorde-se que a policlínica da APOMAC encerrou portas em Março do ano passado, depois de funcionar 15 anos. A Fundação Macau deixou de apoiar o espaço, que passou para a alçada dos Serviços de Saúde (SS). As únicas possibilidades para a continuação do funcionamento, apresentadas pelos SS, seria a atribuição de um subsídio de 130 patacas ou alargar os serviços aos idosos que não são sócios da APOMAC, algo que vai contra a filosofia da associação.

“Uma lista de desejos”

Bruno Simões, presidente da associação Macau Meetings, Incentives and Special Events (MISE) disse que não está à espera de novidades para o sector das exposições, exibições e convenções (MICE, na sigla inglesa), mas tem “uma lista de desejos”. E um deles é o regresso ao formato antigo do programa de atracção de eventos para o território.

“O programa vigorou entre 2009 até ao ano passado, tendo depois ficado mais discricionário e complicado. Este ano ficou mais restrito, e penso que isso se deve ao facto de o Governo estar a tentar poupar dinheiro”, defendeu.

Na prática, eram atribuídos incentivos a empresas de fora de Macau que organizassem eventos em Macau com, pelo menos, 100 pessoas e estadia de duas noites. “Muitas cidades concorrentes com a nossa têm este tipo de medidas. Gostava que esse programa voltasse ao formato que tinha para termos mais reuniões para Macau.”

Contrariando um pouco a narrativa oficial, Bruno Simões considera que o sector MICE “está numa fase difícil porque os hotéis em Macau estão relativamente caros face aos preços que se praticavam”. “Os junkets bloqueavam muitos quartos [para o sector VIP] e todos os hotéis estão a dar mais quartos aos jogadores. Macau está com falta de competitividade ao nível dos preços na hotelaria, mas é a lei da oferta e da procura e pouco podemos fazer. Estamos com falta de espectáculos e esperamos que voltem para o próximo ano”, disse ainda o empresário.

Ajustar subsídios

No caso de Paul Pun, secretário-geral da Caritas Macau, são necessários ajustamentos a muitos subsídios e apoios a associações que, diariamente, apoiam os mais carenciados do território.

“Claro que seria bom se o Governo ajustasse os subsídios atribuídos às camadas mais baixas da população e desse mais dinheiro a quem presta serviço nas associações. Seria bom haver esses aumentos tendo em conta as dificuldades dos últimos três anos, para que possamos manter o nível dos serviços que temos vindo a providenciar. O orçamento total [das associações] pode ser ajustado consoante a situação actual.”

No capítulo da administração da justiça, o advogado Miguel de Senna Fernandes defende que o uso do português nos tribunais é algo que não se pode perder. “Esperamos que não deixe de ser usado o português na área jurídica, isso é fundamental, embora possa não ser a melhor coisa para quem não domina o português. Isso é importante para manter a identidade da nossa ordem jurídica.”

Ainda assim, o também presidente da Associação dos Macaenses reconhece que o futuro é marcado pelos ajustamentos necessários à integração regional de Macau no contexto da Grande Baía e Hengqin.

“Compreendo que os novos desenvolvimentos face ao que se projecta para a Grande Baía vão implicar um maior consenso em termos de soluções jurídicas e algumas modificações nas áreas do Direito comercial, civil e propriedade industrial. São áreas que precisam de uma uniformização em termos de soluções jurídicas. Não obstante esta tendência, não podemos esquecer que o português é uma língua fundamental de toda uma filosofia jurídica que está enraizada em Macau há séculos”, concluiu.

Rose Lai, docente da Universidade de Macau especialista na área do imobiliário, acredita que “os planos do Chefe do Executivo sobre os projectos de habitação e diversificação económica são sólidos e razoáveis”. Contudo, “o seu impacto dependerá da extensão e rapidez com que forem implementados, e da sua aceitação pela sociedade em geral”.

A partir das 15h de hoje, na AL, Ho Iat Seng irá lançar as pistas para as próximas políticas que irão servir de compasso para a RAEM, seguindo-se uma conferência de imprensa sobre as LAG na sede do Governo. Ho Iat Seng regressa amanhã ao hemiciclo para responder a questões dos deputados.

Seguem-se os debates por tutelas: no dia 20 discutem-se as políticas para a área da Administração e Justiça com a presença do secretário da tutela, André Cheong, na AL. No dia 22 é a vez do secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, ir ao hemiciclo debater as políticas da sua área. As áreas da Segurança, Assuntos Sociais e Cultura e, finalmente, Transportes e Obras Públicas, discutem-se nos dias 24, 27 e 29, respectivamente.

14 Nov 2023

Trabalhadores soterrados em túnel no norte da Índia estão vivos, confirmam socorristas

Os 40 trabalhadores que ficaram soterrados quando um túnel rodoviário em construção no norte da Índia se desmoronou, no domingo, estão vivos, anunciou hoje um responsável dos serviços de socorro. “Todos os 40 trabalhadores presos dentro do túnel estão vivos”, disse, em comunicado, o comandante da Força de Resposta a Desastres indiana, Karamveer Singh Bhandari, acrescentando que está a ser enviada água e comida.

As equipas de resgate conseguiram entrar em contacto com os sobreviventes, primeiro através de uma mensagem num pedaço de papel, e, mais tarde, conseguiram estabelecer comunicação por meio de aparelhos de rádio.

Um responsável dos serviços de socorro do estado de Uttarakhand disse que as autoridades estão a bombear oxigénio e a enviar “alguns pequenos pacotes de alimentos” para o interior do túnel, através de uma conduta.

Durgesh Rathodi acrescentou que as equipas de resgate usaram escavadoras para remover cerca de 20 metros de escombros, estando atualmente a 40 metros dos trabalhadores.

Um agente da polícia, Prashant Kumar, disse que mais de 150 socorristas usaram também equipamentos de perfuração para remover escombros durante toda a noite.

A parte desabada do túnel com 4,5 quilómetros de comprimentos fica a cerca de 200 metros da entrada, disseram as autoridades à agência de notícias Press Trust of India.

O primeiro-ministro de Uttarakhand, Pushkar Singh Dhami, que visitou já o local do acidente, escreveu na rede social X (antigo Twitter) que a remoção dos escombros continua “sem parar” para retirar os trabalhadores “com segurança”.

“O lado positivo é que os trabalhadores não estão uns em cima dos outros e têm um espaço tampão de cerca de 400 metros para caminhar e respirar”, assegurou um outro responsável dos serviços de socorro, Devendra Patwal, ao jornal Indian Express.

A derrocada ocorreu na madrugada de domingo, na região dos Himalaias, quando um grupo de trabalhadores abandonava o estaleiro e chegava uma equipa de substituição.

O túnel faz parte da autoestrada Chardham, um projeto emblemático do governo federal da Índia em construção entre Silkyara e Dandalgaon para ligar os dois importantes santuários hindus de Uttarkashi e Yamnotri, em Uttarakhand, um estado montanhoso que atrai muitos peregrinos e turistas.

Em janeiro, as autoridades de Uttarakhand transferiram centenas de pessoas para abrigos temporários depois de um templo ter desabado e terem surgido fissuras em mais de 600 casas devido ao afundamento de terrenos na cidade de Joshimath e arredores.

13 Nov 2023

70º Grande Prémio | Tse Ka Hing (Toyota GR86) superou concorrência e venceu RoadSport Challenge

Tse Ka Hing (Toyota GR86) foi o vencedor do Macau Roadsport Challenge com um tempo de 29m32s492 ao longo das oito voltas, numa prova que ficou marcada por dois acidentes e uma longa marcha atrás do safety car. Ao arrancar do primeiro lugar da grelha de partida, Tse deixou-se surpreender por Ivan Szeto (Toyota GR86), piloto que fez um excelente arranque que lhe permitiu assumir a liderança logo nos primeiros metros.

No entanto, na abordagem à Curva do Hotel Lisboa, Szeto deixou espaço no interior da curva e Tse aproveitou. Sem grandes cerimónias, o piloto de Hong Kong voltou assim a assumir a frente da corrida, que nunca mais largou. Mais atrás, Lam Kam San (Toyota GR86) brilhava e no espaço de três curvas subiu do sexto ao terceiro lugar.

Todavia, o acidente de Kwok Kai Wing (Toyota GR86), à segunda volta, na zona da recta da meta, levou o safety car a entrar em pista, onde ficou durante a maior parte da corrida.

No recomeço, Tse aproveitou para ganhar uma grande vantagem e segurar a liderança, mas a prova durou apenas alguns metros, porque Rolly Sham (Toyota GR86) perdeu o controlo no mesmo local do acidente Kwok. Ainda assim, o piloto local Lam Kam San conseguiu subir ao segundo lugar, ao ultrapassar Szeto, na curva para a Estrada de São Francisco. A partir desse momento as posições ficaram definidas, uma vez que a prova terminou atrás do safety car.

Alto

Lam Kam San

O piloto arrancou de sexto e mostrou um ritmo que lhe permitiu ir subindo na classificação, apesar dos poucos minutos em que foi possível competir. O momento mais alto para Lam Kam San chegou na última volta sem safety car, quando ultrapassou Szeto, para subir ao lugar intermédio do pódio.

Baixo

Acidentes

Tse Ka Hing, Ivan Szeto e Lam Kam San pareciam estar em condições de oferecer um grande espectáculo dentro da pista. Contudo, os acidentes ao longo da sessão, com a entrada do safety car em duas ocasiões distintas, impediram aquilo que prometia ser uma corrida bastante interessante.

13 Nov 2023

China vai ter novo F4 em 2024

Após três visitas consecutivas a Macau, o Campeonato Chinês de Fórmula 4 teve a sua prova de encerramento agendada para o Circuito da Guia, mas o Grande Prémio acabou por optar pelos mais modernos e seguros monolugares Tatuus F4-T421 do revitalizado Campeonato do Sudoeste Asiático de Fórmula 4. Esta situação gerou uma resposta por parte do promotor do campeonato chinês, uma empresa subsidiária do gigante automóvel Geely.

No próximo ano, o Campeonato Chinês de Fórmula 4 irá finalmente introduzir um monolugar de F4 da última geração. O Mygale M21-F4, que as equipas do campeonato reconhecido pela FIA já tiveram a oportunidade de testar no mês passado em Zhuhai, vai substituir o desactualizado Mygale M14-F4 visto a correr no Grande Prémio de 2020 a 2022 e que está em uso desde 2015. Curiosamente, a melhor volta na qualificação deste ano da F4 foi 2:24.293, enquanto que a melhor volta da qualificação de 2022 tinha sido 2:27.627.

O Campeonato Chinês de Fórmula 4 termina no próximo fim de semana em Ningbo, num evento em que Tiago Rodrigues vai tentar conquistar o seu primeiro título em corridas de monolugares.

13 Nov 2023

Grande Prémio | Electrificação dos Turismo é uma possibilidade no futuro

Numa altura em que as viaturas eléctricas vão invadindo o mercado automóvel, com as marcas a apostar forte neste segmento, o desporto ainda carece de opções. O WSC Group, o detentor dos direitos do conceito TCR, esteve na linha da frente nesta área, embora a ETCR, a versão electrificada do TCR e que chegou a ser uma Taça Europeia da FIA, não tenha alcançado o mesmo sucesso e a competição tenha terminado ao fim do segundo ano.

“Diferentes razões levaram ao término do acordo com o promotor do campeonato, e por isso tornou-se impossível organizar o campeonato em 2023”, explicou Marcello Lotti, o responsável máximo do WSC Group, ao HM. “Estamos a ter reuniões com os construtores e com a FIA para analisar o projecto com o objectivo de reconstruirmos o campeonato de uma forma que seja interessante para todas as partes envolvidas. O objectivo é relançar a competição de carros de Turismo eléctricos em 2025”.

Com a presença oficial da Cupra e da Hyundai, e de uma equipa privada Romeos Ferrari, o modelo desportivo da ETCR nunca convenceu os fãs. Devido às limitações técnicas, que obrigavam a corridas curtas, as provas tinham um formato mais próximo do rallycross do que de corridas de velocidade, com apenas seis carros em pista ao mesmo tempo e mangas com poucas voltas. “O formato foi escolhido pelo promotor e era completamente novo”, assevera Marcello Lotti. “Pessoalmente, não tinha nada contra, e achava-o inovador. Contudo, quando a categoria for recuperada, iremos para um formato mais tradicional”.

Um dos factores que certamente prejudicou a ETCR reside no facto da electrificação no automobilismo não estar a ser recebida com enorme entusiasmo pelos fãs. “Quanto aos fãs, penso que ainda estão ligados às formas clássicas do desporto automóvel, pelo que o primeiro passo é educá-los”, diz o empresário italiano, o mentor do ressurgimento das provas de carros de Turismos no final dos anos 1990s e mais tarde do WTCC. “Vai levar tempo e temos de esperar até que haja mais carros eléctricos na estrada, especialmente carros de alto desempenho, porque, por enquanto, a primeira mensagem transmitida pelos construtores é sobre a autonomia. No momento em que começarem a falar do desempenho dos seus produtos, os adeptos ficarão cientes de que os carros eléctricos têm um enorme potencial desportivo.”

O Circuito da Guia nunca esteve na rota do ETCR, mas de futuro não é de excluir que a Corrida da Guia, a grande clássica das corridas de Turismo no Sudoeste Asiático possa seguir esse caminho, até porque as marcas chinesas apostam forte neste mercado. “Eu acredito que o automobilismo irá ter uma evolução, devido a esta nova tendência que as marcas estão a seguir. Claro, isto também acontecerá na China, onde o mercado automóvel está a puxar bastante em direcção da electrificação.”

Em 70 anos de história, o Circuito da Guia nunca recebeu uma corrida de carros eléctricos, no entanto, em 2018, dois protótipos propulsionados pela XPT, uma subsidiária do construtor automóvel chinês NIO, realizaram voltas de exibição. Estes carros foram mais tarde utilizados no Campeonato de Carros Eléctricos da China que apenas durou uma temporada.

13 Nov 2023

70º Grande Prémio | Luo Kailuo vence Taça GT4 numa corrida perfeita para o Lotus Emira

Luo Kailuo (Lotus Emira) venceu a corrida Taça GT4 – Corrida da Grande Baía, com um tempo de 7m38s375 ao longo de três voltas, naquela que foi uma estreia fantástica em provas internacionais para o Lotus Emira. Para a TORO Racing dificilmente as coisas poderiam ter corrido melhor ao conquistar os dois primeiros lugares do pódio.

Adam Christodoulou (Lotus Emira) foi segundo, numa corrida com pouco mais de quatro voltas, devido ao fim forçado por acidente. Todavia, nos momentos em que foi possível correr houve emoção com o duelo entre os Lotus. Luo ganhava espaço na curva da Melco, mas na zona rápida do circuito via o colega a aproximar-se e até mostrar-se, à procura do espaço para a ultrapassagem que nunca surgiu.

“Tivemos um carro muito bom ao longo de todo o fim-de-semana, e como existe muito respeito entre mim e o Adam, foi possível lutarmos de forma intensa”, afirmou Luo, no final da corrida.

Christodoulou arrancou da pole-position, mas quando chegou à Curva do Hotel Lisboa tinha sido ultrapassado por Luo. Mas, nem tudo foi mau para o inglês, que se viu protegido pela sorte. Na curva do Hotel Lisboa, Han Lichao falhou a travagem, seguiu em frente, e por milímetros não acertou no carro do britânico.

“Na altura da corrida não me apercebi que tinha estado perto de ser atingido por um carro atrás. Mas quando vi o vídeo… Acho que tive muita sorte em não ter sofrido qualquer dano”, comentou Christodoulou. “Espero poder regressar no próximo ano, agora que aprendi que em Macau é melhor começar em segundo lugar na grelha do que em primeiro”, completou.

Em terceiro terminou Alex Liang, ao volante do novo BMW M4 GT4. No final o chinês reconheceu aquilo que foi evidente para todos, apesar dos melhores esforços, o BMW M4 esteve muito longe dos Lotus, que estiveram imbatíveis. “A corrida nunca foi fácil para nós, como não foi o fim-de-semana. Logo na sexta-feira identificámos um problema técnico, que apesar dos nossos melhores esforços não conseguimos resolver”, comentou. “Não era possível competir com os Lotus que estiveram fantásticos todo o fim-de-semana”, frisou.


Alto

Duelo pela liderança

Foi curto, mas bom enquanto durou. Luo Kailuo e Adam Christodoulou proporcionaram um duelo muito divertido em que se notava que nenhum dos pilotos estava em pista para fazer favores ao outro. Apesar da vontade de ganhar, correram de forma limpa, o que nem sempre é fácil.

Baixo

Acidente de Lee Yen-Han

O piloto perdeu o controlo do BMW M4 à saída da Curva D. Maria II, onde não é muito normal, e causou o congestionamento que levou ao fim prematuro da corrida. Zeng Jian Feng também contribuiu para o acidente ao atingir outros pilotos que estavam bloqueados pela viatura de Lee. Os líquidos derramados na pista complicaram as operações de limpeza.

13 Nov 2023

70º Grande Prémio | Darryl O’Yang controlou Taça GT3 Corrida da Grande Baía e conseguiu terceira vitória “caseira”

Com uma corrida tranquila, Darryl O’Young (Mercedes AMG GT3) conquistou a Taça GT3 Corrida da Grande Baía, naquela que foi a sua terceira vitória com carros GT no Circuito da Guia, onde diz correr em casa. O piloto de Hong Kong superou Ling Kang (Lamborghini GT3 EVO) e Chang Chien-Shang (Mercedes AMG GT3)

O’Young arrancou da pole-position e teve de suar nos metros iniciais, para se manter à frente de Ling. Contudo, depois de chegar à Curva do Lisboa na frente, limitou-se a gerir, também com ajuda do safety car, que entrou em pista devido ao acidente de Andrian D’Silva.

“O arranque é a parte mais importante da corrida. Só que o Ling Kang também arrancou muito bem, por isso, no início, na primeira curva, lutámos muito pela posição. Só que tudo correu bem e fiquei na frente”, afirmou o piloto, sobre aquele que considerou o momento mais importante da prova.

O segundo momento marcante da corrida aconteceu após o acidente que fez o safety car entrar em pista, onde ficou por algumas voltas. Nessa altura, Darryl O’Young preparava-se para estar novamente sob pressão de Ling no recomeço da corrida. Contudo, nesse momento-chave, o piloto do Interior cometeu um erro na Curva Melco, saiu largo e bateu ligeiramente na barreira.

Ling continuou em prova, mas a tarefa do piloto de Hong Kong ficou facilitada, porque lhe permitiu gerir a distância até ao final e somar a terceira vitória “em casa”. “Para mim, quando corro em Macau sinto sempre que estou a correr em casa, também porque Hong Kong não tem um circuito e me sinto sempre bem aqui. Fico muito feliz com esta vitória em Macau”, sublinhou O’Young.

Por sua vez, no final, Ling Kang mostrou-se desiludido com o erro que lhe custou a possibilidade de lutar até ao final pelo lugar mais alto do pódio.

“Quando o safety car saiu de pista os pneus ainda estavam frios. Só que eu sabia que aqueles momentos eram fundamentais para me aproximar do Darryl e poder lutar pela vitória”, começou por explicar o piloto do Lamborghini. “Travei demasiado tarde para a curva da Melco, saí um pouco em frente e tive sorte por conseguir fazer a curva. Infelizmente não evitei bater na barreira e perder cerca de dois segundos, um atraso que nunca mais recuperei”, acrescentou.

Sem acompanhar o ritmo dos pilotos da frente, mas não deixando de fazer uma boa prova, em terceiro lugar terminou Chang Chien-Shang. Também no final, o piloto mostrou-se muito satisfeito com o resultado alcançado, naquela que foi a sétima participação em provas no Circuito da Guia.

Alto

Espírito combativo de Ling Kang

Ling Kang cometeu um erro, quando não devia ter falhado. Mas o piloto do Lamborghini GT3 EVO nunca desistiu e lutou até ao fim, para tentar encurtar a distância para a frente e aproveitar qualquer erro ou problema técnico que surgisse. No final levou para casa a taça do segundo lugar, e, não sendo o resultado que pretendia, é um registo bastante meritório.

Baixo

Poucos pilotos

Com 17 inscritos, e 15 concorrentes a arrancarem para a prova de ontem, não se pode dizer que a lista fosse má. No entanto, em relação às outras provas, quase todas com mais de 20 inscritos, a prova de GT3 teve menos participantes, e talvez por isso tenha sido menos intensa. No final, apenas 13 participantes chegaram ao fim.

Posição Piloto Carro Tempo

1.º Darryl O’Young Mercedes AMG GT3 23m09s777

2.º Ling Kang Lamborghini GT3 EVO a 0s910

3.º Chang Chien-Shang Mercedes AMG GT3 a 11s834  

Mais de 45 mil espectadores em dois dias

Ao longo dos primeiros dois dias da 70.ª edição do Grande Prémio de Macau 46 mil pessoas passaram pelas bancadas do circuito da Guia, de acordo com a informação oficial. No sábado, a assistência foi de 18 mil pessoas, e no segundo dia, ontem, houve mais 28 mil pessoas no Circuito a Guia, o que contribuiu para um total de 46 mil.

13 Nov 2023

70º Grande Prémio | Shaun Thong teve uma manhã para esquecer, mas saiu da Guia com um triunfo

Os pilotos Lo Sze Ho (Hyundai Elantra) e Shaun Thong Wei Fung (Honda Civic FK7) foram os vencedores das duas corridas da competição de carros de turismo TCR Asia Challenge. Por sua vez, Chan Weng Tong (Audi RS3 LMS), em terceiro, e Wong Kian Kuan (Seat Cupra TCR), sétimo, foram os melhores pilotos de Macau

 

A primeira prova decorreu de manhã, numa altura em que o circuito ainda estava molhado. Por razões de segurança, o arranque aconteceu atrás do safety car. Após uma volta, o safety car entrou nas boxes, o que apanhou vários pilotos desprevenidos.

Com o golpe de teatro, a primeira corrida ficou logo partida, com um primeiro grupo na frente constituído por Shaun Thong, Lo, Yan Chuang (Lynk & Co 03) e Chan Weng Tong. Mais atrás, seguiam os restantes competidores separados por uma distância muito considerável.

Logo na primeira volta, a luta entre Shaun e Lo aqueceu, com o piloto do Hyundai a sair em frente e bater na barreira, fica a dúvida se tocado por Lo, junto à zona do Ramal dos Mouros. Shaun conseguiu fazer marcha-atrás e voltar à pista, mas perdeu tempo importante, com a perda de alguns lugares.

A partir desse momento, Lo começou a ganhar vantagem sobre todos os adversários e cimentou a liderança. Por sua vez, Shaun Ho ainda teve mais um momento infeliz, porque quando tentava dobrar Ou Yang Zheng Wei (Honda Civic FK7) bateu no adversário, que teve de desistir. A partir desse momento entrou novamente o safety car e não se correu mais

Noite e Dia

Na segunda corrida, Shaun Thong Wei Fung teve a oportunidade de redenção. A arrancar do décimo lugar, devido às regras com grelha de partida invertida, o piloto de Hong Kong conseguiu subir seis lugares até à Curva do Hotel Lisboa.

Ao mesmo tempo, na frente, Henry Lee Junior e Li Ka Hei definiam o ritmo da corrida, mas sempre ameaçados por um Thong que parecia endiabrado. No final da segunda volta, o piloto de Hong Kong já era segundo e com Li, que tinha subido a primeiro, na mira.

Finalmente, a quatro voltas do fim, Thong ultrapassou Li, e assumiu a liderança, a tempo da entrada do safety car, que só voltaria a sair na última das nove voltas da corrida.

A história da segunda prova ficou praticamente definida, uma vez que no recomeço houve um acidente espectacular, depois da Curva do Mandarim Oriental, que começou quando Lam Ka Chun perdeu o controlo do Audi. Porém, ao tentarem evitar o carro despistado, também Wong Chun Hao (Audi), Cheon Chi On (Seat Cupra TCR) e Wong Kian Kuan se envolveram no acidente.

Corrida 1

Posição Piloto Carro Tempo

1.º Lo Sze Ho Hyundai Elantra N TCR 29m47s680

2.º Yan Chuang Lynk & Co 03 TCR a 1s132

3.º Chan Weng Tong Audi RS3 LMS a 5s105

Corrida 2

Posição Piloto Carro Tempo

1.º Shaun Thong Honda Civic FK7 20m03s460

2.º Li Ka Hei Audi RS3 LMS a 0s518

3.º Lo Sze Ho Hyundai Elantra N TCR a 1s1289

Alto

Ritmo de Corrida

As duas corridas TCR Asia Challenge foram das provas mais interessantes de acompanhar no dia de ontem. Apesar da entrada do safety car em várias ocasiões, houve tempo para fazer ultrapassagens e rodar durante longos períodos de tempo, o que no Circuito da Guia tende a ser mais uma excepção do que a regra.

Baixo

Acidente de Shaun Thong

É verdade que a corrida de manhã teve condições extremamente complicadas, uma vez que a pista se encontrava molhada. No entanto, Shaun Thong devia ter sido mais cuidadoso quando tentava dobrar Ou Yang Zheng Wei, porque não só arruinou a sua corrida, como também prejudicou o adversário.

13 Nov 2023

70º Grande Prémio | Arvid Lindblad vence corrida de Fórmula 4

Arvid Lindblad sagrou-se o vencedor da corrida de Fórmula 4 do Grande Prémio de Macau, depois de aguentar a pressão de Freddie Slater e mostrar que era o mais rápido

 

“Estou na lua com esta vitória”, foi desta forma que Arvid Lindblad comentou o triunfo na corrida de Fórmula 4 do 70.º Grande Prémio de Macau. Numa prova com vários incidentes e entradas de Safety Car, o britânico da SJM Theodore Prema Racing foi o mais forte.

Apesar da prova da tarde ter sido o ponto alto da competição, o maior desafio para os pilotos de Fórmula 4 surgiu na manhã de ontem, na corrida de qualificação, que foi realizada com o piso muito molhado. E logo nessa sessão, Arvid Lindblad mostrou-se muito rápido, apesar de ser acompanhado de perto pelo colega de equipa Freddie Slater.

Com a manhã a servir como aperitivo, a prova da tarde confirmou o duelo em expectativa. Arvid Lindblad arrancou do primeiro lugar da grelha de partida e manteve a posição, apesar de ser muito pressionado por Slater.

Contudo, ainda na primeira volta, o carro de Slater teve problemas, e o também britânico perdeu o contacto com o grupo da frente. A partir desse momento, Lindblad começou a construir uma distância significativa para Charles Leong, segundo classificado, que por falta de velocidade estava mais preocupado em manter atrás de si Rashi Al Dhaheri.

E a história da primeira volta foi também a história da corrida, visto que com a entrada frequente do safety car, ou a situação de bandeiras amarelas na Curva do Hotel Lisboa, praticamente não houve oportunidade para competir.

No entanto, a vitória não deixou de ser menos saborosa para Lindblad, como o piloto apoiado pela Red Bull reconheceu: “Fico muito feliz por ganhar em Macau, um evento com uma história muito longa, numa pista muito especial. Só posso dizer que amei este fim-de-semana e tenho pena de não competir no próximo”, reconheceu Arvid. “As coisas correram-nos muito bem desde os treinos livres, quando sentimos que o carro estava muito rápido”, acrescentou.

No segundo lugar ficou Charles Leong, vencedor de duas edições da prova em Fórmula 4. O herói local chegava à Guia em desvantagem, uma vez que não conhecia o novo modelo da F4 e também por não ter realizado qualquer prova neste ano. “Consegui um bom resultado, porque este era um fim-de-semana para aprender, adaptar-me ao carro e melhorar. Acho que consegui fazer isso”, disse o piloto de Macau. “Mostrei que tenho capacidade para andar ao melhor nível e estar no topo, quando tenho tempo suficiente de condução”, sublinhou.

No terceiro lugar, Rashi Al Dhaheri mostrou ritmo para ultrapassar Charles Leong, mas quando esteve mais perto do piloto de Macau, à entrada da Curva do Hotel Lisboa, foi forçado a abortar a ultrapassagem, por estarem a ser mostradas bandeiras amarelas. “Houve uma altura em que estive muito perto de ultrapassar o Charles e subir ao segundo lugar, na curva do Hotel Lisboa, onde fazemos a travagem mais forte do circuito. Só que estavam a ser mostradas bandeiras amarelas e não deu”, justificou o piloto dos Emirados Árabes Unidos.

Apesar das limitações, o piloto fez um balanço positivo: “É um circuito muito exigente, em que andamos sempre junto aos muros e não dá para cometer erros. Também o efeito de slipstream é muito forte, por isso acho que fizemos um bom trabalho e diverti-me”, considerou.

Corrida 1

Posição Piloto Equipa Tempo

1.º Arvid Lindblad SJM Theodore Prema Racing 37m28s517

2.º Charles Leong Hon Chio SJM Theodore Prema Racing a 0s274

3.º Rashi Al Dhaheri Prema Racing a 0s922

Alto

Estreia de Tiago Rodrigues

O piloto local fez a estreia no circuito da Guia e naquela que é a primeira época ao volante do F4 conseguiu um brilhante sexto lugar. Soube evitar os erros, que afectaram muitos outros pilotos, e mesmo sem mostrar andamento para estar mais perto do pelotão da frente, deu uma prova de maturidade e colheu os frutos da estratégia. Uma estreia para ser orgulhar.

Baixa

Pouca corrida

Muitos acidentes fizeram com que grande parte da corrida fosse realizada com o safety car, o que teve impacto no espectáculo. Se de manhã se justificou o arranque com o safety car, devido às condições da pista, que estava muito molhada, na parte da tarde ficou a ideia que em uma ou outra situação se devia ter procurado alternativas, a bem do espectáculo.

13 Nov 2023

Gaza/ONU | Ataque a sede de agência causa vários mortos e feridos

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) denunciou ontem “um número significativo de mortos e feridos” no bombardeamento, no sábado, da sua sede na cidade de Gaza, agora ocupada por centenas de palestinianos deslocados. O PNUD avisa em comunicado que “a tragédia contínua de civis mortos e feridos encurralados neste conflito (…) tem de acabar”.

“Os civis, as infraestruturas civis e a inviolabilidade das instalações da ONU devem ser respeitados e protegidos em todas as circunstâncias”, defende a agência da ONU. Imagens da AFPTV também mostraram ontem uma cratera no meio do pátio de uma escola gerida pela agência da ONU para os refugiados palestinianos (Unrwa) em Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza.

A escola foi atingida quando milhares de pessoas deslocadas se mudaram para lá, após cinco semanas de bombardeamentos incessantes por parte de Israel.

O ministério afirma que já não consegue estabelecer contacto com todos os hospitais e que dezenas de corpos se encontram espalhados pelas ruas e à volta dos hospitais, sem que nenhuma ambulância se possa aproximar devido à violência dos combates e dos ataques.

A agência da ONU para os refugiados palestinianos disse na sexta-feira que mais de 100 dos seus funcionários morreram na Faixa de Gaza desde o início da guerra.

13 Nov 2023

Massacre de Santa Cruz é memória dolorosa, mas destaca resiliência dos jovens, diz Ramos Horta

O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, afirmou ontem que o massacre de Santa Cruz, ocorrido há 32 anos, evoca “memórias dolorosas”, mas também destaca a “resiliência e força” da juventude timorense.

“É um dia que evoca memórias dolorosas, mas também destaca a resiliência e a força de nossa juventude”, refere, numa mensagem divulgada à imprensa, o chefe de Estado timorense. Timor-Leste assinalou ontem o 32.º aniversário do massacre de Santa Cruz e o Dia Nacional de Juventude.

“Hoje, olhamos para trás, para as lutas travadas por aqueles que vieram antes de nós. O massacre do cemitério de Santa Cruz é uma cicatriz na nossa história, uma lembrança de como a busca pela liberdade e justiça pode ser difícil e muitas vezes dolorosa”, afirmou José Ramos-Horta.

Mas, segundo Presidente timorense, é também um “testemunho do espírito indomável da juventude timorense”, quando os jovens estiveram na “linha da frente” a dar o “corpo às balas” e a defender “corajosamente os ideais da liberdade e autodeterminação”.

“Hoje, celebramos com vocês, uma nova geração da juventude de Timor-Leste. Vocês são a força motriz do nosso país, os herdeiros da independência que tanto lutámos para alcançar. A juventude é a chama que mantém viva a visão de uma nação justa, próspera e unida”, salientou.

Legado herdado

Na mensagem, José Ramos-Horta afirma que os jovens timorenses têm um “papel crucial a desempenhar” e considera “crucial” a sua entrada na “liderança do desenvolvimento do país”.

“Hoje, exorto cada jovem timorense a envolver-se activamente na construção do futuro de Timor-Leste. Sejam os agentes da mudança, os visionários que transformam desafios em oportunidades. O Dia Nacional da Juventude não é apenas sobre celebrar, mas também sobre assumir a responsabilidade pelo legado que herdamos”, referiu.

A 12 de Novembro de 1991, mais de duas mil pessoas reuniram-se numa marcha até ao cemitério de Santa Cruz, em Díli, para prestarem homenagem ao jovem Sebastião Gomes, morto em Outubro desse ano pelos elementos ligados às forças indonésias. No cemitério, militares indonésios abriram fogo sobre a multidão.

Segundo números do comité 12 de Novembro, 2.261 pessoas participaram na manifestação, 74 foram identificadas como tendo morrido no local e 127 morreram nos dias seguintes no hospital militar ou em resultado da perseguição das forças ocupantes. O massacre foi ontem assinalado em Díli com uma marcha entre a igreja de Motael e o cemitério de Santa Cruz e uma cerimónia de homenagem às vítimas.

13 Nov 2023

O imprudente obviamente ruiu

Podem não acreditar, mas José Sócrates continua na berlinda. Em Portugal, na semana passada, rebentou a “bomba” que há muito se esperava. O primeiro-ministro António Costa pediu a demissão ao Presidente da República, este aceitou, ouviu os partidos políticos e o Conselho de Estado e marcou eleições legislativas para o próximo 10 de Março.

O país ficou atónito, ninguém estava à espera que as palavras sem pudor escritas numa rede social pelo presidente do Supremo Tribunal de Justiça salientando que o país era um antro de corrupção, viessem a terreiro tão depressa provocar a queda de um governo de maioria absoluta. Naturalmente que o senhor presidente do Supremo Tribunal já sabia de tudo, até porque as investigações do Ministério Público (MP) começaram em 2019 com a tal história do ministro João Galamba e as minas de exploração de lítio.

Vamos aos factos: primeiramente ao imprudente-mor, o primeiro-ministro António Costa. Como é possível que um homem com tantas décadas de vida política nos mais diversos cargos e tendo enfrentado “guerras” com António José Seguro e José Sócrates, tenha escolhido para o seu governo vários socratistas?

Como é possível que António Costa imprudentemente, ou não, tenha escolhido para chefe de Gabinete um indivíduo socratista até à quinta casa que só tem tido problemas de ilegalidades e ainda por cima escondia o dinheiro que ia sacando entre os livros e caixas de garrafas de vinho, como foi descoberto no seu gabinete do Palácio de São Bento? António Costa, das duas, uma. Ou é mesmo um imprudente nato ou quis que se realizassem as mais diferentes negociatas nos mais diversos projectos em curso. A que propósito é que a “imprudência” de António Costa chega ao ponto de introduzir o seu melhor amigo, Diogo Lacerda Machado, – que por sinal esteve em Macau, tal como outro atingido neste imbróglio político, Jorge Oliveira – em todos os meandros e decisões a tomar pelo Governo?

Lacerda Machado é suspeito de ter corrompido gravemente o chefe de Gabinete, Vítor Escária, do primeiro-ministro. Bem, sobre suspeitas estamos atordoados. Então, eu que sou um simples cidadão e sou informado que só por escrever umas coisitas incómodas para este regime de corruptos e de incompetentes tenho o meu telefone sob escuta, como é que um assessor ministerial, um chefe de Gabinete, um secretário de Estado, um ministro e um primeiro-ministro se põem a falar ao telefone de factos graves, alguns ilegais e que alegadamente os colocam sob suspeita de corrupção, não pensando que estarão as suas conversas a ser gravadas?

Neste particular, por acaso a montanha pariu um rato porque as escutas que o MP apresentou aos advogados de defesa dos detidos não há matéria nenhuma que possa incriminar os seus clientes e outros arguidos como ministros, autarcas e empresários. Aliás, o triste último parágrafo do comunicado da Procuradoria-Geral da República, focando a suspeita sobre o primeiro-ministro e que ao fim e ao cabo derruba um governo de maioria absoluta é de uma gravidade tal, que levou um dos comentadores televisivos a dizer que tudo isto se tratou de um golpe de Estado constitucional.

E por outro lado, o MP também deixou atónitos todos os observadores políticos quando entra pela primeira vez na história da democracia em 50 anos, pelo Palácio de S. Bento a dentro com a PSP. PSP? Porquê? Se a Polícia Judiciária é que é a instituição para investigar e realizar buscas do foro criminal? O país ainda tem muita sorte em não assistir a uma greve indeterminada dos inspectores magoados e enxovalhados da Polícia Judiciária.

A história desta demissão do primeiro-mistro mais “imprudente” da política portuguesa por se ter rodeado por todos os lados de socratistas, que têm um curso superior de corrupção, será feita daqui a 10 ou 20 anos, possivelmente com o conhecimento de factos que hoje em dia não passam de conspirações, nomeadamente uma vingança do Presidente Marcelo, ou do antigo primeiro-ministro José Sócrates que ia tendo toda a informação dos cambalachos ministeriais, ou ainda de alguém muito importante na Comissão Europeia que não estava nada interessado em ver António Costa no topo da política europeia com um cargo em Bruxelas.

A verdade histórica vai demorar a ser conhecida. O que não demorou nada foi o povo estranhar como é que António Costa nomeia “imprudentemente” João Galamba para ministro das Infraestruturas, uma pasta que mexe com milhares de milhões de euros e depois não o demite quando o Presidente Marcelo assim o solicitou. O que é certo é a existências de muitas nuvens escuras em todo este baralho de compadrios entre ministros e autarcas, gabinete do primeiro-ministro e o maior amigo de António Costa, a aprovação de projectos megalómanos e sem viabilidade futura como o lítio e o hidrogénio. Um governo de maioria absoluta que ruiu deixando muita gente sem dormir.

As nossas fontes indicam-nos que há centenas de políticos envolvidos nos cambalachos, mas que o MP, nem com as escutas, os vai conseguir meter na prisão. Resta-nos saber quem será o novo líder do PS e se o PSD cai em si e decide fazer o mesmo, porque com Luís Montenegro perderá as eleições pela certa. Há muito que sabíamos que nada em Portugal acontecia com transparência, sem suspeitas de corrupção e compadrio. Os casos sucederam-se. Chamaram-lhes “casos e casinhos” e o povo tristemente a olhar para tudo isto e a ficar cada vez mais sem poder pagar a casa, dar escola aos filhos e até comprar medicamentos.

13 Nov 2023

Lisboa | Wenceslau de Moraes em colóquio

A Fundação Oriente, em Lisboa, promove, entre quinta e sábado, um colóquio sobre o escritor português Wenceslau de Moraes, falecido no Japão em 1929. Intitulado “O Imaginário Japonês de Wenceslau de Moraes”, o evento, acolhido pela Fundação Oriente, é organizado pelo Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, o Instituto de Estudos e Tradição da Universidade Nova de Lisboa.

Por ocasião dos 100 anos da publicação de “O-Yoné” e “Ko-Haru”, em 1923, celebra-se o imaginário deste escritor que acabou por dedicar grande parte da sua vida ao Japão, sendo que este colóquio “acolhe abordagens disciplinares várias – da literatura ao cinema, da edição à tradução – que permitam revisitar a obra de Moraes e actualizar os estudos em torno do seu imaginário japonês”.

Destaque para a apresentação, na quinta-feira, de Tereza Sena, historiadora ligada à Universidade Politécnica de Macau, que irá falar sobre “Apontamentos para o estudo da imagética em Wenceslau de Moraes e seu contributo para a construção de um imaginário português sobre o Japão”.

Duarte Braga, do Centro de Estudos Comparatistas da Universidade de Lisboa, vai falar da “China e Macau em Wenceslau de Moraes”. Na sexta-feira a sessão de encerramento estará a cargo de Ana Paula Laborinho, presidente da Organização dos Estados Ibero-americanos. No sábado, será ainda exibido, na Cinemateca Portuguesa, o filme “A Ilha de Moraes”, do realizador português Paulo Rocha.

13 Nov 2023

“Noites de Fado” | IC cria colaboração com agências e hotéis

O Instituto Cultural (IC) decidiu estabelecer uma parceria com agências de viagens e hotéis a propósito da iniciativa “Noites de Fado”. A ideia é, segundo um comunicado do IC, “encorajar o sector a conceber viagens diversificadas a Macau, guiando os turistas para os bairros históricos da cidade”.

Entre hoje e 1 de Dezembro as agências de viagens e hotéis podem inscrever-se junto do IC para serem parceiros, permitindo aos visitantes terem acesso a preços mais baixos na reserva dos quartos e na compra de bilhetes para os espectáculos. Os candidatos seleccionados “devem cumprir as suas obrigações de promoção e venda activa dos bilhetes a um preço não inferior ao desconto designado, e não superior ao preço normal do concerto”, explica o IC.

A iniciativa “Noites de Fado” conta com um total de 24 concertos que decorrem no primeiro semestre do próximo ano no Teatro D. Pedro V, sendo convidados fadistas portugueses a actuar em Macau.

13 Nov 2023

Bienal de Arte de Veneza | Macau escolhido para programa paralelo

Macau está representado nos 30 projectos seleccionados para um programa de eventos paralelo à 60.ª edição da Bienal de Arte de Veneza, que decorre no próximo ano. Trata-se de um projecto com o nome provisório “Above Zobeide”. A iniciativa é organizada pelo Museu de Arte de Macau

 

Um projecto do Museu de Arte de Macau está entre os 30 seleccionados para os eventos paralelos da 60.ª Bienal de Arte de Veneza, que vai decorrer entre 20 de Abril e 24 de Novembro de 2024, anunciou a organização. Os projectos foram escolhidos pelo curador-geral, Adriano Pedrosa, e incluem iniciativas oriundas de cidades como Taipé, Madrid, Varsóvia, Londres, Paris, Veneza, Nova Iorque, Berlim, Lagos, Seul e Toronto, entre outras.

O projecto de Macau designa-se “Above Zobeide” – título provisório – e tem organização do Museu de Arte de Macau, segundo a lista divulgada pela Bienal de Veneza, que organiza a exposição internacional focada na “celebração do ‘outsider’, do que vem de fora”, através de artistas “eles próprios estrangeiros, imigrantes, expatriados, exilados, refugiados”, na descrição do curador divulgada em Junho.

“Estes eventos colaterais, promovidos por organismos e instituições nacionais e internacionais sem fins lucrativos, realizam-se em vários locais e oferecem um vasto leque de contribuições e participações que enriquecem e ampliam as Exposições Internacionais da Bienal de Veneza”, é explicado em comunicado.

Outros dos 30 projectos escolhidos – todos com títulos provisórios – são originários de Banguecoque, Barcelona, Cincinnati, Cleveland, Gangneung-si, Göttingen, Gwangju, Hannover, Hong Kong, Long Beach, Mumbai, San Juan, Solingen, Veneza, Wakefield e Wonju-Si.

Por todo o lado

O curador designado pela organização, Adriano Pedrosa, director artístico do Museu de Arte de São Paulo (MASP), indicou em Junho que o tema da próxima bienal de arte – “Estrangeiros em todo o lado” – tem, “pelo menos, um duplo sentido”.

“Em primeiro lugar, significa que, onde quer que se vá e onde quer que se esteja, encontraremos sempre estrangeiros – eles estão em todo o lado”, afirmou o curador, numa conferência de imprensa, passando de imediato para a primeira pessoa do plural: “Nós estamos em todo o lado”.

Em segundo lugar, “significa que, independentemente do local onde nos encontramos, no fundo somos sempre verdadeiramente estrangeiros”, acrescentou.

Adriano Pedrosa sublinhou, na altura, que a bienal internacional de arte será palco da produção de “artistas que são eles próprios estrangeiros, imigrantes, expatriados, diaspóricos, emigrados, exilados e refugiados, especialmente aqueles que se deslocaram entre o sul e o norte global”. A produção desses artistas será o foco da Bienal de Arte e constituirá o Núcleo Contemporâneo da exposição.

O título da 60.ª Exposição Internacional de Arte da Bienal de Veneza – “Foreigners Everywhere” – provém de uma série de trabalhos iniciados em 2004 pelo colectivo Claire Fontaine, nascido em Paris, e sediado em Palermo, em Itália, que expôs nas Galerias de Lisboa em 2019.

As obras consistem em esculturas de néon em diferentes cores que reproduzem, num número crescente de línguas, as palavras “Foreigners Everywhere”. A frase, por sua vez, tem origem no nome de um coletivo de Turim, Stranieri Ovunque, que lutou contra o racismo e a xenofobia em Itália, no início dos anos 2000.

No início de Novembro, a Bienal de Veneza anunciou a atribuição do Leão de Ouro de carreira às artistas Anna Maria Maiolino, brasileira nascida em Itália, e a turco-francesa Nil Yalter, pela sua acção e intervenção artística sobre a condição feminina e a experiência migrante.

13 Nov 2023

Jovens chinesas jogam à “gravidez virtual” para poupar dinheiro

Enquanto a China procura formas de aumentar a taxa de natalidade, as jovens chinesas mostram relutância em ser mães, mas aderiram à “e-gravidez”, permitindo-lhes poupar dinheiro e familiarizar-se com a maternidade, fingindo uma “gravidez virtual”.

Numa mistura de preocupação com o aumento do custo de vida e de fascínio pelos antigos brinquedos “tamagotchi”, o sistema envolve o planeamento de uma gravidez e a atribuição de dinheiro para as várias despesas envolvidas, mas esses fundos vão efectivamente para as contas bancárias das jogadoras sob a forma de poupanças.

Testes de gravidez, suplementos vitamínicos, exames médicos, seguro hospitalar para o parto e alimentação saudável são algumas das despesas iniciais que, em vez de reduzirem o rendimento, aumentam a poupança. As mulheres têm a opção de escolher em que momento da “gravidez virtual” começam o jogo, onde podem ter outras seguidoras que interagem com elas, acompanham o processo e são motivadas a igualar as suas “despesas”.

Xiaoding, uma mulher desempregada citada pelos meios de comunicação iFeng, decidiu em Setembro iniciar a sua “gravidez virtual” aos três meses de gestação “como fazem muitas celebridades, porque acho que nessa altura a gravidez já é estável”, disse.

Nos dois meses seguintes, quando comprou testes de gravidez, ácido fólico e sopa de tofu “nutritiva”, os seus seguidores aumentaram para dezenas de milhares, poupando entre 30 e 200 yuan consoante o produto adquirido.

Alguns dos seus fãs chegaram mesmo a elevar a fasquia e optaram pela “parentalidade premium”, poupando o equivalente ao custo de vitaminas importadas e de cuidados hospitalares privados. Mas, tal como na vida real, outros jogadores têm dificuldade em suportar as despesas inerentes à maternidade e alguns decidem interromper a “gravidez” antes do termo.

Interrupção virtual

O South China Morning Post cita Miaomiao, uma designer gráfica de 23 anos do centro de Chongqing, que se submeteu a um “aborto virtual” aos quatro meses de gravidez porque já não podia suportar “despesas inesperadas”. Poupou 2.050 yuan nesses quatro meses, um valor que inclui o preço que a interrupção clínica lhe teria custado na vida real.

Mas o entusiasmo gerado pelo jogo entre os ‘millennials’ não despertou os seus instintos maternais, chegando mesmo a desencorajar algumas jovens, que se sentem esmagadas pela “intensidade” do processo. “Muitas mulheres ainda têm receios e reservas em relação ao parto”, afirma Xiaoding, enquanto Miaomiao diz que o tema da gravidez a deixa desconfortável “porque é demasiado imersivo”.

Como é habitual, a questão também gerou algum debate nas redes sociais chinesas, onde muitos têm uma opinião sobre se se deve jogar ou não a “e-gravidez”.

“Receio que as pessoas que passaram pela experiência virtual estejam agora ainda menos dispostas a ter filhos”, lamentou um internauta, enquanto outros pais alertaram para o facto de a parentalidade real “ser muito mais complexa e dispendiosa” do que a versão virtual.

Nos últimos tempos, as autoridades chinesas têm-se preocupado cada vez mais com a baixa taxa de natalidade do país, apesar da recente adopção de medidas e campanhas para aumentar a taxa de natalidade.

13 Nov 2023

Hong Kong | Detidas 335 pessoas ligadas a jogo ilegal e prostituição

A polícia de Hong Kong deteve 335 pessoas numa operação de três dias que visou estabelecimentos clandestinos controlados por tríades suspeitas de explorar jogo ilegal e prostituição, noticiou a imprensa local no sábado. Os agentes da lei realizaram rusgas de madrugada num total de 223 locais de entretenimento, incluindo salões de mahjong, bares, discotecas, centros recreativos e saunas, informou o Dim Sum Daily.

As autoridades apreenderam armas brancas, 22 mesas de mahjong, fichas de jogo num valor estimado de 1,8 milhões de dólares de Hong Kong e pequenas quantidades de estupefacientes. Os detidos, com idades compreendidas entre os 18 e os 88 anos, são acusados de exploração de estabelecimentos de jogo e de bordéis ilegais, posse de armas de fogo, fraude, branqueamento de capitais, danos e posse de droga.

A cruzada da antiga colónia britânica contra as máfias intensificou-se no último ano com rusgas selectivas a estabelecimentos de diversão, com o objectivo de interromper as actividades ilícitas associadas ao crime organizado, como o jogo ilegal e a prostituição.

A 9 de Novembro, realizou-se o funeral do pai de “Tsz Tung”, antigo líder da histórica tríade de Hong Kong “Wo Shing Wo”, ligado à extorsão, ao tráfico de droga e à prostituição. De acordo com os meios de comunicação social locais, o evento atraiu um grande número de indivíduos ligados a estes grupos criminosos e centenas de cidadãos enlutados que se reuniram para prestar homenagem ao falecido.

O funeral e a possibilidade de tumultos obrigaram as autoridades a mobilizar agentes da brigada anti-gangues e da unidade táctica do distrito policial de Kowloon Oeste e a aplicar medidas de controlo do tráfego devido à grande afluência de pessoas. As tríades tiveram origem entre 1842 e 1930, quando membros de sociedades secretas chinesas migraram para Hong Kong.

13 Nov 2023

Dia dos Solteiros | Pequim bate recorde de encomendas enviadas

O volume de encomendas enviadas na China durante o Dia dos Solteiros, o maior período anual de consumo no país asiático, atingiu este ano um novo recorde, com um aumento de 23,22 por cento em relação ao ano anterior.

O Departamento Estatal dos Correios, citado ontem pela agência de notícias oficial Xinhua, informou que, entre 1 e 11 de Novembro, as empresas de correio expresso trataram de 5,26 mil milhões de envios. Embora o Dia dos Solteiros seja celebrado a 11 de Novembro – também conhecido como “duplo 11” -, nos últimos anos os retalhistas não limitaram as ofertas a esse dia, tendo aberto a campanha em meados ou finais de Outubro.

No sábado, as empresas de distribuição recolheram 639 milhões de encomendas, quase o dobro do volume habitual e mais 15,76 por cento do que em 2022.

Um inquérito da consultora norte-americana Bain and Co., divulgado esta semana pelos meios de comunicação social locais, indicou que mais de três quartos dos 3.000 potenciais consumidores inquiridos planeavam gastar o mesmo ou menos do que em 2022 neste Dia dos Solteiros.

Por seu lado, as grandes plataformas de comércio electrónico, como a Alibaba e a JD, tentaram seduzir o público com preços particularmente baixos, embora tenham mantido o perfil discreto dos últimos dois anos, quando estiveram sob escrutínio estatal pelo seu crescente poder, no que diz respeito à divulgação dos seus lucros neste dia.

13 Nov 2023

EUA / China | Presidentes reúnem-se na quarta-feira em São Francisco

Depois do último encontro em Bali, os dois líderes deverão encontrar-se desta vez em solo norte-americano

 

O Presidente dos EUA, Joe Biden, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, vão reunir-se na quarta-feira na Califórnia para negociações sobre comércio e a gestão das relações entre os dois países.

A reunião tinha sido anunciada há várias semanas por Washington e Pequim, que admitiram um encontro entre os dois líderes à margem da cimeira Aliança de Cooperação Económica Ásia-Pacífico, em São Francisco, mas as negociações prolongaram-se até à véspera do encontro, que arrancou no sábado.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse em comunicado que os líderes irão discutir a “importância contínua de manter linhas de comunicação abertas”.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China confirmou na passada sexta-feira, também em comunicado, que Xi participará cimeira em São Francisco a convite de Biden, e concordou com a reunião bilateral EUA-China.

A secretária do Tesouro, Janet Yellen, e o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, reuniram-se na quinta-feira em São Francisco, no mais recente de uma série de compromissos de alto nível entre os dois países nos últimos meses, com o objectivo de aliviar as tensões diplomáticas.

Não se espera que a reunião entre Biden e Xi conduza a muitos anúncios importantes, se é que os há, e as diferenças entre as duas potências certamente não serão resolvidas. Um funcionário da Casa Branca explicou que Biden está empenhado em “gerir a concorrência entre os dois países, evitando o risco negativo de conflito e garantindo que os canais de comunicação estão abertos”.

Fosso profundo

As diferenças na já complicada relação entre os EUA e a China agravaram-se no último ano, com os novos controlos de exportação dos EUA sobre tecnologia avançada, entre outros diferendos, como o caso do balão ou a visita de Tsai Ing-wen aos EUA.

No encontro, Biden deverá pedir a Xi que use a influência da China sobre a Coreia do Norte, cujos testes nucleares têm sido alvo de críticas de Washington.

Espera-se também que o líder norte-americano informe Xi de que gostaria que a China utilizasse a sua crescente influência sobre o Irão para tornar claro que Teerão ou os seus representantes não devem tomar medidas que possam levar à expansão da guerra entre Israel e o grupo islamita Hamas. Biden e Xi reuniram-se pela última vez há quase um ano, à margem da cimeira do G20, em Bali, na Indonésia.

Relações saudáveis

A secretária do Tesouro norte-americana insistiu na passada sexta-feira na importância de restabelecer “relações económicas saudáveis” entre os Estados Unidos e a China. A responsável pela Economia e Finanças dos Estados Unidos, Janet Yellen, reuniu-se quinta e sexta-feira com o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, em São Francisco, no âmbito da cimeira de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC, na sigla em inglês), que se realiza na cidade californiana entre 12 e 18 de Novembro.

“Nada pode substituir a diplomacia pessoal”, sublinhou Yellen, congratulando-se por ter tido intercâmbios “francos, directos e produtivos” e por “ter tido a oportunidade de interagir com o vice-primeiro-ministro a um nível mais pessoal. Yellen anunciou que irá visitar novamente a China em 2024, a convite do líder, depois de ter realizado uma viagem no início de Julho.

13 Nov 2023

Wang Qihan e o Literato Que Limpava os Ouvidos

Cai Yong (132-192) o erudito calígrafo e entendido na música do qin, certo dia foi convidado para o serão em casa de um amigo que o quis obsequiar povoando o ambiente sonoro com uma melodia suave, para o que dispôs um músico tocando o qin discretamente atrás de um biombo. Subitamente porém Cai Yong levantou-se e saiu exasperado.

Quando o anfitrião perplexo quis saber a razão de tal procedimento, a resposta terá sido ainda mais assombrosa; o ilustre convidado alegou que notara na música que escutava um «sentimento assassino». Procurando uma explicação, o anfitrião interrogou o músico. Este, revendo as ideias e os sentimentos que lhe atravessaram o espírito enquanto tocava, lembrou-se que estava observando os movimentos de um louva-a-deus que se aproximava de uma cigarra, cujo chilrear o incomodava e como desejava que o primeiro acabasse com o ruído da outra.

Ao ouvir a explicação, Cai Yong respondeu bem-humorado: «Ah, então foi isso.» A anedota, contada para enaltecer a fina sensibilidade do erudito da dinastia Han Oriental, coloca também em evidência o biombo, essa peça de mobiliário que serve para separar mas também para capturar anonimamente os mais escondidos segredos, os mais leves sussurros e ardis. Na dinastia Tang do Sul (937-960) pintores como Zhou Wenju ou Gu Hongzhong usaram em pinturas esse dispositivo referido comummente como pingfeng, «guarda-ventos», para encenar visualmente vias para descobrir e encobrir verdades. Outro caso exemplar foi imaginado pelo pintor da actual Nanquim, Wang Qihan (act. c. 950-75).

Numa pintura conhecida pelo gesto inesperadamente privado da sua figura principal que, diante de três biombos, levanta a mão direita para limpar o ouvido, o imperador Song Huizong (1082-1135) que foi uma das eminentes personalidades que a possuiram, escreveu na margem direita da representação, na sua distinta e elegante caligrafia designada shoujin duas palavras, Kanshu, Examinando livros, que passaria a ser o seu nome formal.

Wang Qihan, que no catálogo de pinturas Xuanhe huapu (1120) do tempo de Huizong, é referido no capítulo IV como pintor de temas budistas e daoístas, de que será exemplo a obra que lhe é atribuída de um Imortal (presumivelmente Lu Dongbin) montado num dragão (folha de álbum, tinta e cor sobre seda, 40 x 37,5 cm, na Galeria de arte da Universidade de Yale) seria porém objecto de uma persistente admiração devida à figuração de um gesto íntimo.

Examinando livros, rolo horizontal guardado na Biblioteca da Universidade de Nanquim (Kanshu tu, tinta e cor sobre seda, 284 x 65,7 cm) mostra uma cena dominada por três biombos pintados com paisagens harmoniosas, em frente deles, uma cama e em cima dela, um qin. À direita, diante de uma mesa com livros o literato repousa descalço, o dedo no ouvido, confiante, numa manifestação da sua longanimidade.

13 Nov 2023

Rádio Táxis | Empresa multada em dez mil patacas

A Companhia de Serviços de Rádio Táxi Macau SA vai ter de pagar dez mil patacas de multa pelo facto de um motorista de táxi ter transportado um cliente sem que este tenha chamado o veículo, além de o ter ajudado a fazer a marcação quando este já estava no carro. Segundo um acórdão do Tribunal de Segunda Instância (TSI), entende-se existirem “provas suficientes de que o trabalhador [da empresa de rádio táxis] violou o contrato [de concessão]”, tendo a multa sido decretada a 16 de Setembro de 2020 por despacho assinado pelo secretário para os Transportes e Obras Públicas.

O caso ocorreu a 28 de Maio de 2018, quando o motorista estacionou o táxi junto do Hotel Roosevelt em estado de “espera” e apanhou um cliente que não havia marcado o serviço por telefone. Segundo o acórdão do TSI, o condutor “ajudou o cliente a solicitar o serviço de táxi à central de táxis especiais depois de este ter entrado no táxi e, em seguida, conduziu-o para a ala leste do Venetian, na Estrada do Istmo”.

O tribunal entende que “não há provas de que a tomada do passageiro tenha sido urgente e necessária”, tal como está previsto no contrato com a empresa, “não se verificando, portanto, a situação em que o condutor pode fazer a marcação do serviço de táxi em nome dos passageiros”. A empresa recorreu do despacho do secretário Raimundo do Rosário para o TSI a 5 de Março de 2021.

13 Nov 2023

Caso Suncity | Operadoras de jogo abdicam de indemnizações

As cinco concessionárias de jogo que pediram indemnizações no caso Suncity não vão recorrer para o Tribunal de Última Instância da decisão que lhes negou o direito a ser recompensadas, segundo avançou a TDM.

No mês passado, o Tribunal de Segunda Instância não deu como provados “os factos relativos à circunstância de que a associação de exploração ilícita de jogos enganou e prejudicou” a Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) e as empresas de jogos. Razão pela qual absolveu os arguidos do crime de burla, tanto na forma consumada, como na forma tentada, a que tinham sido condenados, ficando isentos de pagar qualquer indemnização à RAEM e às seis operadoras.

No início deste ano, o Tribunal Judicial de Base condenou Alvin Chau e outros oito arguidos do crime de sociedade secreta, condenação que além dos muitos anos agregados de prisão implicava o pagamento de uma indemnização de 6,52 mil milhões de dólares de Hong Kong à RAEM. O tribunal decidiu que os nove antigos executivos da Suncity teriam de pagar indemnizações, no valor total de 2,15 mil milhões de dólares de Hong Kong a cinco das seis operadoras de jogo em Macau.

13 Nov 2023