Bienal de Arte de Veneza | Macau escolhido para programa paralelo

Macau está representado nos 30 projectos seleccionados para um programa de eventos paralelo à 60.ª edição da Bienal de Arte de Veneza, que decorre no próximo ano. Trata-se de um projecto com o nome provisório “Above Zobeide”. A iniciativa é organizada pelo Museu de Arte de Macau

 

Um projecto do Museu de Arte de Macau está entre os 30 seleccionados para os eventos paralelos da 60.ª Bienal de Arte de Veneza, que vai decorrer entre 20 de Abril e 24 de Novembro de 2024, anunciou a organização. Os projectos foram escolhidos pelo curador-geral, Adriano Pedrosa, e incluem iniciativas oriundas de cidades como Taipé, Madrid, Varsóvia, Londres, Paris, Veneza, Nova Iorque, Berlim, Lagos, Seul e Toronto, entre outras.

O projecto de Macau designa-se “Above Zobeide” – título provisório – e tem organização do Museu de Arte de Macau, segundo a lista divulgada pela Bienal de Veneza, que organiza a exposição internacional focada na “celebração do ‘outsider’, do que vem de fora”, através de artistas “eles próprios estrangeiros, imigrantes, expatriados, exilados, refugiados”, na descrição do curador divulgada em Junho.

“Estes eventos colaterais, promovidos por organismos e instituições nacionais e internacionais sem fins lucrativos, realizam-se em vários locais e oferecem um vasto leque de contribuições e participações que enriquecem e ampliam as Exposições Internacionais da Bienal de Veneza”, é explicado em comunicado.

Outros dos 30 projectos escolhidos – todos com títulos provisórios – são originários de Banguecoque, Barcelona, Cincinnati, Cleveland, Gangneung-si, Göttingen, Gwangju, Hannover, Hong Kong, Long Beach, Mumbai, San Juan, Solingen, Veneza, Wakefield e Wonju-Si.

Por todo o lado

O curador designado pela organização, Adriano Pedrosa, director artístico do Museu de Arte de São Paulo (MASP), indicou em Junho que o tema da próxima bienal de arte – “Estrangeiros em todo o lado” – tem, “pelo menos, um duplo sentido”.

“Em primeiro lugar, significa que, onde quer que se vá e onde quer que se esteja, encontraremos sempre estrangeiros – eles estão em todo o lado”, afirmou o curador, numa conferência de imprensa, passando de imediato para a primeira pessoa do plural: “Nós estamos em todo o lado”.

Em segundo lugar, “significa que, independentemente do local onde nos encontramos, no fundo somos sempre verdadeiramente estrangeiros”, acrescentou.

Adriano Pedrosa sublinhou, na altura, que a bienal internacional de arte será palco da produção de “artistas que são eles próprios estrangeiros, imigrantes, expatriados, diaspóricos, emigrados, exilados e refugiados, especialmente aqueles que se deslocaram entre o sul e o norte global”. A produção desses artistas será o foco da Bienal de Arte e constituirá o Núcleo Contemporâneo da exposição.

O título da 60.ª Exposição Internacional de Arte da Bienal de Veneza – “Foreigners Everywhere” – provém de uma série de trabalhos iniciados em 2004 pelo colectivo Claire Fontaine, nascido em Paris, e sediado em Palermo, em Itália, que expôs nas Galerias de Lisboa em 2019.

As obras consistem em esculturas de néon em diferentes cores que reproduzem, num número crescente de línguas, as palavras “Foreigners Everywhere”. A frase, por sua vez, tem origem no nome de um coletivo de Turim, Stranieri Ovunque, que lutou contra o racismo e a xenofobia em Itália, no início dos anos 2000.

No início de Novembro, a Bienal de Veneza anunciou a atribuição do Leão de Ouro de carreira às artistas Anna Maria Maiolino, brasileira nascida em Itália, e a turco-francesa Nil Yalter, pela sua acção e intervenção artística sobre a condição feminina e a experiência migrante.

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