Grande Prémio | Electrificação dos Turismo é uma possibilidade no futuro

Numa altura em que as viaturas eléctricas vão invadindo o mercado automóvel, com as marcas a apostar forte neste segmento, o desporto ainda carece de opções. O WSC Group, o detentor dos direitos do conceito TCR, esteve na linha da frente nesta área, embora a ETCR, a versão electrificada do TCR e que chegou a ser uma Taça Europeia da FIA, não tenha alcançado o mesmo sucesso e a competição tenha terminado ao fim do segundo ano.

“Diferentes razões levaram ao término do acordo com o promotor do campeonato, e por isso tornou-se impossível organizar o campeonato em 2023”, explicou Marcello Lotti, o responsável máximo do WSC Group, ao HM. “Estamos a ter reuniões com os construtores e com a FIA para analisar o projecto com o objectivo de reconstruirmos o campeonato de uma forma que seja interessante para todas as partes envolvidas. O objectivo é relançar a competição de carros de Turismo eléctricos em 2025”.

Com a presença oficial da Cupra e da Hyundai, e de uma equipa privada Romeos Ferrari, o modelo desportivo da ETCR nunca convenceu os fãs. Devido às limitações técnicas, que obrigavam a corridas curtas, as provas tinham um formato mais próximo do rallycross do que de corridas de velocidade, com apenas seis carros em pista ao mesmo tempo e mangas com poucas voltas. “O formato foi escolhido pelo promotor e era completamente novo”, assevera Marcello Lotti. “Pessoalmente, não tinha nada contra, e achava-o inovador. Contudo, quando a categoria for recuperada, iremos para um formato mais tradicional”.

Um dos factores que certamente prejudicou a ETCR reside no facto da electrificação no automobilismo não estar a ser recebida com enorme entusiasmo pelos fãs. “Quanto aos fãs, penso que ainda estão ligados às formas clássicas do desporto automóvel, pelo que o primeiro passo é educá-los”, diz o empresário italiano, o mentor do ressurgimento das provas de carros de Turismos no final dos anos 1990s e mais tarde do WTCC. “Vai levar tempo e temos de esperar até que haja mais carros eléctricos na estrada, especialmente carros de alto desempenho, porque, por enquanto, a primeira mensagem transmitida pelos construtores é sobre a autonomia. No momento em que começarem a falar do desempenho dos seus produtos, os adeptos ficarão cientes de que os carros eléctricos têm um enorme potencial desportivo.”

O Circuito da Guia nunca esteve na rota do ETCR, mas de futuro não é de excluir que a Corrida da Guia, a grande clássica das corridas de Turismo no Sudoeste Asiático possa seguir esse caminho, até porque as marcas chinesas apostam forte neste mercado. “Eu acredito que o automobilismo irá ter uma evolução, devido a esta nova tendência que as marcas estão a seguir. Claro, isto também acontecerá na China, onde o mercado automóvel está a puxar bastante em direcção da electrificação.”

Em 70 anos de história, o Circuito da Guia nunca recebeu uma corrida de carros eléctricos, no entanto, em 2018, dois protótipos propulsionados pela XPT, uma subsidiária do construtor automóvel chinês NIO, realizaram voltas de exibição. Estes carros foram mais tarde utilizados no Campeonato de Carros Eléctricos da China que apenas durou uma temporada.

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