Hoje Macau SociedadeGrande Baía | IFT promove visita de estudantes a Jiangmen O Instituto de Formação Turística (IFT) organizou uma visita de estudo de dois dias à cidade de Jiangmen, na província vizinha de Guangdong, de forma a proporcionar aos alunos uma experiência que lhes permita compreender o desenvolvimento do projecto de integração da Grande Baía. A deslocação destinou-se a estudantes do quarto ano do curso de Gestão de Marketing e Comércio no Turismo. A visita é um dos pontos fulcrais do projecto de uma disciplina de design e marketing, em que foi proposto aos alunos analisarem a forma como a cidade de Jiangmen encontrou maneira de revitalizar a zona rural e desenvolver produtos com base nas famosas cascas de tangerinas da zona. Além da ida a instalações industriais de empresas dedicadas ao tratamento de cascas de tangerinas, os estudantes conheceram a história e a herança cultural das comunidades rurais da zona. O professor Fernando Lourenço, que liderou a comitiva de estudantes, sublinhou a importância da visita enquanto oportunidade única para os alunos perceberem a riqueza de recursos da herança cultural das cidades da Grande Baía. “Encorajamos sempre os nossos estudantes a arriscarem e aventurarem-se fora de Macau, a explorarem outros horizontes para benefício do seu desenvolvimento pessoal”, acrescentou o académico.
João Luz Manchete SociedadeGuangzhou | Comitiva empresarial de Macau procura cooperação Uma comitiva de mais de 30 representantes do sector empresarial da RAEM visitou o distrito de Nansha, em Guangzhou, acompanhada pelo IPIM, em busca de pontes de cooperação com congéneres da capital de província. A delegação foi constituída por representantes de associações comerciais, sectores de manufactura, convenções e exposições O Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) levou um grupo de mais de 30 representantes dos sectores empresarial e comercial de Macau numa visita ao distrito de Nansha, em Guangzhou, segundo um comunicado emitido ontem pelo organismo. A visita aconteceu na semana passada e teve como objectivo planear acções de intercâmbio e investigação, estudar as perspectivas de desenvolvimento do sector de importação e exportação, das indústrias de cooperação internacional e da inovação tecnológica e promover mais contactos e cooperação entre empresas de Guangdong e Macau. A comitiva liderada pelo presidente do IPIM, Vincent U, foi composta por mais de três dezenas de representantes de Macau de associações comerciais, dos sectores de manufacturas, convenções e exposições, logística, comércio electrónico transfronteiriço, venda a retalho e das indústrias culturais e criativas. Em discurso no “Seminário de Intercâmbio Comercial entre Empresas de Macau e Nansha”, Vincent U referiu que a cooperação económica e comercial entre Macau e Guangzhou se tem vindo a aprofundar ao longo dos últimos anos, com empresas de renome de Guangzhou a estabelecerem-se em Macau, enquanto uma série de empresas de Macau optou por investir e estabelecer-se em Guangzhou. Neste domínio, o dirigente do IPIM vincou o papel de plataforma empresarial que Nansha representa ao ligar Guangdong a Macau e Hong Kong. Trunfos na manga A continuação de grandes projectos de construção de infra-estruturas que aproximem as regiões foi outro dos trunfos apresentados para facilitar a cooperação empresarial e a circulação de bens. Nesse aspecto, o subchefe da Divisão de Promoção de Investimento Externo junto do Departamento do Comércio da Província de Guangdong, Wang Yi, sublinhou a importância do alargamento das redes viárias. “A próxima abertura do novo acesso entre Shenzhen e Zhongshan (em Zhuhai) irá encurtar a distância de viagem entre Nansha e Macau”, afirmou. O responsável espera que, desta forma, “mais investidores de Macau possam investir e desenvolver-se em Nansha e participar no desenvolvimento conjunto da Grande Baía”. A visita teve no roteiro paragens nas novas instalações do Porto de Nansha, OVO PLUS Incubation Centre, o Museu de Ciência e Tecnologia Automóvel de Guangzhou. Foram também visitadas instalações de empresas de Macau estabelecidas em Nansha.
Andreia Sofia Silva PolíticaRAEM, 25 anos | Oferta de bilhetes e parcerias com agências A fim de celebrar os 25 anos da implementação da RAEM, o Governo deseja lançar um programa turístico próprio. Na conferência de imprensa de ontem, Ho Iat Seng adiantou algumas das medidas pensadas. “A Direcção dos Serviços de Turismo vai preparar esses programas. Não iremos apenas oferecer bilhetes de avião, mas vamos também combinar parcerias com agências de viagens para termos pacotes de viagens a Macau, além de aumentar o número de convenções e exposições a fim de atrair mais expositores e outro tipo de turistas.” Ho Iat Seng espera ainda uma internacionalização do turismo e mudanças de fundo no sector aéreo, ainda que o monopólio da Air Macau permaneça por mais três anos. “A taxa de utilização do aeroporto é de apenas 60 por cento, porque os aeroportos das regiões vizinhas estão também a desenvolver-se. Temos de ter mais turistas internacionais, temos feito muitas acções de promoção e acredito numa boa recuperação este ano.” O Chefe do Executivo salientou que é importante que o Governo “não fique satisfeito” com os dados actuais do sector. “Temos de nos abrir ao mercado internacional, sobretudo à zona do sudeste asiático. O mercado europeu é também muito importante. Espero que a Air Macau possa adquirir aviões maiores a fim de alargar o nosso mercado. Nos últimos dois ou três anos investimos muito dinheiro para desenvolver o sector turístico e iremos observar a situação futura”, rematou. Numa altura em que acaba de ser anunciado o regresso, para o próximo ano, do aclamado espectáculo “House of Dacing Waters”, Ho Iat Seng adiantou que “Macau vai tornar-se numa metrópole de espectáculos”. Por isso, na hora de captar talentos para diversas áreas, o sector artístico será um dos principais a necessitar de quadros do estrangeiro. “Vamos precisar de muitos actores em palco e precisamos de mais quadros de excelência para nos ajudar a promover os artistas e o campo dos espectáculos.”
Hoje Macau PolíticaComércio | Encontro sino-lusófono de empresários regressa em 2024 O Encontro de Empresários para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa vai regressar em 2024, após quatro anos de interregno devido à pandemia, foi ontem revelado. Dirigentes de Macau irão “aos países de língua portuguesa para participação nos eventos relacionados” com o encontro empresarial sino-lusófono, de acordo com as Linhas de Acção Governativa (LAG) da região chinesa para 2024. O documento, revelado ontem, acrescentou que o objectivo da participação no encontro é “promover o novo modelo de desenvolvimento sinérgico entre as indústrias de Macau e de Hengqin” (Ilha da Montanha). Ontem, durante a apresentação das LAG aos deputados da Assembleia Legislativa (AL), o chefe do Governo de Macau, Ho Iat Seng, prometeu “atrair mais empresas dos países de língua portuguesa para se estabelecerem na Zona de Cooperação Aprofundada”, não foi revelado, no entanto, o local e datas para a realização daquele que será o 15.º Encontro de Empresários para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Ho Iat Seng garantiu ainda que se irá realizar, também em 2024, a sexta conferência ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau), adiada desde 2019. O secretariado permanente do Fórum, com sede em Macau, integra nove delegados dos países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. O chefe do executivo da região chinesa prometeu ainda organizar a sétima reunião da Comissão Mista Macau-Portugal e “reforçar a cooperação pragmática” com os países lusófonos em áreas como “energia, infraestruturas financeiras e economia digital”. Ho referiu que o território vai reforçar a cooperação com as regiões vizinhas na China continental para organizar delegações empresariais aos países de língua portuguesa, “para a atracção de investimento e intercâmbio especializado”.
Andreia Sofia Silva PolíticaFunção pública | “Aumento não é muito substancial”, diz Ho Iat Seng O aumento de 3,3 por cento nos salários da Função Pública previsto para o próximo ano “não é muito substancial”, comentou ontem o Chefe do Executivo. “Este valor foi ouvido e analisado na Comissão de Avaliação das Remunerações da Função Pública que votou a seu favor. É uma comissão relativamente independente cuja opinião e resultado da votação temos de respeitar. Se consideram que os funcionários públicos ganham muito, tudo depende do ponto de vista, porque há trabalhadores no privado a ganharem mais. No sector privado também há políticas de aumentos salariais.” Face à questão de um jornalista sobre a necessidade de aumentos salariais no sector do jogo, Ho Iat Seng lembrou que há perguntas que não se devem fazer. “Como jornalista não pode pedir esta informação ao Governo nem fazer esta pergunta. Muitas questões são inerentes aos actos comerciais das próprias empresas. Não oiço nenhuma voz que aponte para uma redução das regalias no sector do jogo, e se tem alguma queixa pode encaminhar o caso para ser investigado por nós”, salientou.
Andreia Sofia Silva PolíticaHo Iat Seng reafirma confiança no sistema judicial O Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, disse ontem que continua a haver confiança na independência do sistema judicial, tendo em conta o caso que coloca o procurador-adjunto do Ministério Público, Kong Chi, no banco dos réus por alegadas interferências em processos. “Conseguimos ver que os casos recentes vêm do passado e não está em causa um enfraquecimento dos órgãos judiciais de momento, sendo casos acumulados do passado. Na abertura do Ano Judiciário afirmei que os crimes ou irregularidades têm tolerância zero.” Questionado sobre se a revisão das leis eleitorais para a Assembleia Legislativa e Chefe do Executivo vão criar alguma tensão ou confusão nos candidatos, Ho Iat Seng admitiu que “poderá acontecer um ou outro momento mais confuso”. “Lembram-se da situação caótica de Hong Kong? Quem a causou? Não fomos nós. Temos de nos defender das forças invasivas do estrangeiro que nos vão atacar através de ataques cibernéticos para tentar prejudicar o nosso bom funcionamento. Tal como disse o secretário Wong Sio Chak, temos de estar atentos”, lembrou. Sensibilidade e bom senso Tendo em conta que uma das grandes novidades destas LAG é a nova lei de educação patriótica, Ho Iat Seng deixou claro na conferência de imprensa de ontem que esta é uma das prioridades governativas. “Esta é uma tarefa muito importante para Macau. Os currículos escolares vão ter mais conteúdos sobre o espírito de amor a Macau e à pátria. Não estamos a apelar à população para ser mais patriótica, porque em Portugal, por exemplo, também existe esse patriotismo. Queremos sensibilizar, porque em Macau somos cidadãos chineses e temos de ter esse espírito em mente.”
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaHabitação intermédia | Governo não avança já com construção A construção de casas para a classe média na avenida Wai Long vai mesmo avançar, mas não para já. Ho Iat Seng disse ontem que não quer gastar já o dinheiro público neste projecto tendo em conta o reduzido número de candidatos à habitação económica O Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, adiantou ontem que o Executivo não vai avançar com a construção de habitação intermédia a curto prazo, optando por analisar primeiro se existe, de facto, uma classe média no seio dos candidatos às casas económicas. O governante, ao falar em conferência de imprensa após apresentar o relatório das Linhas de Acção Governativa (LAG) para o próximo ano, lembrou que o número de candidatos para as 5.014 fracções económicas fica abaixo do esperado. “Temos de perceber as razões para se construir a habitação intermédia. Tal foi feito porque havia uma grande lista de espera para a habitação económica e queremos promover a habitação para os jovens, e porque tinham uma pontuação menos vantajosa [neste concurso]. No concurso para as fracções de habitação económica o número de candidatos é ainda reduzido. Segundo a nossa avaliação não existe, para já, uma classe sanduíche a precisar da habitação intermédia, tendo em conta esse número reduzido de candidaturas aquém do esperado.” Ho Iat Seng garantiu, no entanto, que o projecto nunca será suspenso. “Vamos continuar com o projecto de habitação intermédia na avenida Wai Long e posso afirmar que os trabalhos preparatórios estão finalizados. Mas, por enquanto, não vamos gastar dinheiro público para a habitação intermédia porque essa necessidade não é premente. Suspendemos a construção da habitação intermédia na avenida Wai Long porque temos de ser pragmáticos e ter em conta as necessidades.” “Não vou cancelar a habitação intermédia, mas no próximo ano teremos de observar a situação das candidaturas à habitação económica, para ver se há ou não uma classe sanduíche. Se houver uma grande procura podemos construir de imediato a habitação intermédia, temos recursos para isso”, adiantou ainda. Com estabilidade O Chefe do Executivo comentou ainda as recentes medidas que facilitam a compra de uma segunda casa para habitação, com o fim do imposto de selo de cinco por cento, entre outras medidas fiscais de flexibilização do mercado. “Reduzimos o imposto de selo e segundo as instruções da Autoridade Monetária e Cambial de Macau sobre os bancos, o nosso sector imobiliário tem uma oferta bastante satisfatória, não existindo a necessidade de prolongar as medidas provisórias, pelo que vamos voltar à antiga política fiscal de 2010.” Quanto às medidas em vigor para as hipotecas de casas, o Chefe do Executivo adiantou que “têm tido efeitos na estabilização do mercado imobiliário, mas têm distorcido os valores das casas de menor dimensão, com os preços a aumentar entre 20 e 30 por cento”. “Os jovens têm vindo a sofrer com os elevados preços da habitação no mercado privado. Os custos de construção são os mesmos, mas houve um aumento no preço das casas na Taipa de 12 a 13 mil patacas por pé quadrado, o que é ridículo”, frisou. Na zona A vão continuar a disponibilizar-se 32 mil fracções públicas e quatro mil privadas. “Seja qual for o Governo, esta política já definida vai persistir”, disse Ho Iat Seng, que não quis avançar se é novamente candidato às eleições para o Chefe do Executivo do próximo ano. Acima de tudo, o governante quis salientar que não pretende “tomar medidas exageradas para perturbar o funcionamento do mercado privado, a não ser que o preço dos imóveis se mantenha alto”. “Somos uma sociedade de capitalismo e temos de deixar as regras do mercado a funcionar. Temos de ter em conta a habitação para as populações vulneráveis, mas o jogo do mercado privado funciona e não precisa de intervenção do Governo. As pessoas podem escolher e não estamos num cenário de monopolização, oferecemos sim muitas alternativas e escolhas”, concluiu.
João Santos Filipe PolíticaCooperação | Anunciada geminação entre Macau e Díli No âmbito do que afirmou ser “o papel de Macau como ponto de ligação da Rota da Seda Marítima”, no âmbito do programa ‘Uma Faixa, Uma Rota’, Ho Iat Seng anunciou a geminação entre a RAEM e Díli. “Vamos intensificar o intercâmbio e cooperação cultural e económica com as cidades geminadas e estabelecer laços de geminação com a cidade de Díli, Timor-Leste, e iremos estudar a possibilidade de geminação com a cidade de Brasília, Brasil”, afirmou. Em relação ao “desenvolvimento de Macau como uma plataforma entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, o Chefe do Executivo destacou a VI Conferência Ministerial do Fórum de Macau para a Cooperação Económica e Comercial e prometeu empenho na organização da 7.ª Reunião da Comissão Mista Macau-Portugal, que disse ter como objectivo “elevar a qualidade e o nível da cooperação económica e comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa”. “Iremos reforçar a cooperação pragmática com os Países de Língua Portuguesa, nomeadamente nas áreas da energia, das infra-estruturas financeiras e da economia digital”, completou.
João Santos Filipe Grande Plano MancheteLAG 2024 | Segurança nacional é prioridade do fim de mandato de Ho Iat Seng O Chefe do Executivo revelou que vai estudar a criação de uma nova lei da educação nacional, para promover “o amor pela grande nação chinesa e pela grande pátria”. Prometeu também reprimir a interferência de “forças externas” e traçou linhas vermelhas para a sociedade A defesa eficaz da segurança nacional é a principal política do Governo para o próximo ano, que vai ter como corolário uma nova Lei da Educação Patriótica. O anúncio foi feito ontem por Ho Iat Seng na Assembleia Legislativa, durante a apresentação das Linhas de Acção Governativa para 2024, com o responsável a sublinhar a necessidade de “divulgar o espírito nacionalista”. O líder do Governo traçou como linha vermelha a existência de caos no território e prometeu um Executivo “persistente na salvaguarda da soberania, da segurança e interesses do desenvolvimento do País, na prevenção e repressão da interferência de forças externas nos assuntos de Macau, no combate a quaisquer forças que utilizem Macau para colocar em perigo a segurança do Estado, e no reforço da consciência e capacidade de todos os trabalhadores do serviços públicos e dos diversos sectores sociais locais para a defesa da segurança nacional”. O Chefe do Executivo assumiu ainda o compromisso com a “salvaguarda da linha inultrapassável ‘não caos em Macau’”. Em termos da segurança nacional, o Governo vai terminar os processos da revisão das leis eleitorais para a escolha do Chefe do Executivo e membros da Assembleia Legislativa, assim como a revisão da “lei do juramento por ocasião do acto de posse”. No plenário da Assembleia Legislativa, foi ainda deixado o compromisso de “estudar com seriedade” e “implementar” a nova “Lei de Educação Patriótica”. Esta iniciativa surge depois de um diploma semelhante ter sido aprovado no passado mês de Outubro no Interior da China, que criou as bases legais para educar famílias e cidadãos sobre a educação patriótica. “Iremos estudar com seriedade e implementar a ‘Lei de Educação Patriótica’, intensificar a educação patriótica, incutir e reforçar nos residentes de Macau o amor pela nação chinesa e pela grande pátria, divulgar o espírito nacionalista, fortalecer a consciência nacional e reforçar na sociedade a consciência sobre a comunidade da nação chinesa”, afirmou Ho Iat Seng. Diversificação 1+4 Em relação à economia, o Chefe do Executivo argumentou que a RAEM “apresenta uma rápida recuperação económica pós-pandemia, uma conjunta social estável e harmoniosa e uma tendência do desenvolvimento estável e sólido em todas as vertentes”. Contudo, reconheceu que persistem desafios: “é imperioso estarmos cientes de que, não obstante a recuperação e o desenvolvimento, existe disparidade entre sectores, empresas e residentes, por alguns não terem ainda conseguido ultrapassar totalmente as dificuldades e perturbações decorrentes do impacto dos três anos da pandemia”, vincou. Na vertente económica, o plano 1+4 é o alicerce para a diversificação, com o dinheiro do jogo a ser canalizado para desenvolver as indústrias big health (acompanhamento contínuo da saúde), financeira, de tecnologia de ponta, de convenções, exposições e comércio, e de cultura e desporto. O turismo volta a ser a principal aposta através da “promoção no exterior da imagem de Macau como um destino de lazer”, conjugado com “gastronomia, excursões de estudo, desporto, tecnologia, cultura e criatividade, convenções e exposições e big health”. Na diversificação, as concessionárias de jogo vão assumir um papel fundamental, com o Executivo a atribuir-lhes a tarefa de “realizarem em Macau mais eventos de notoriedade internacional” e “construírem novas instalações turísticas de entretenimento de alto nível”. Como forma de alargar os mercados de turistas internacionais, Ho anunciou a “expansão de mais voos internacionais directos” no Aeroporto Internacional de Macau, e um melhor aproveitamento das ligações com Hong Kong. A nível da saúde, a diversificação vai passar pela aposta na “medicina estética” e “nos cuidados de saúde da medicina tradicional chinesa”. Neste último aspecto, o objectivo é incentivar mais empresas e farmacêuticas de medicina tradicional chinesa a estabelecerem-se em Macau. Quanto à economia, o Governo vai estudar a viabilidade da “introdução de moeda digital no sistema monetário”, além de uma nova “lei de títulos”, que se espera contribuir para o desenvolvimento do mercado de obrigações, assim como uma nova lei a pensar nas sociedades de gestão de activos” em Macau. Ho Iat Seng confessou também que irá “solicitar o apoio do Governo Central para a emissão regular em Macau de obrigações nacionais e dos governos locais do Interior da China, para atrair mais investidores internacionais”. O líder do Governo prometeu igualmente criar novas oportunidades para a venda de produtos dos países língua portuguesa em Macau e na Grande Baía, assim como apoios e subsídios para a cultura e o desporto. Poucas novidades A nível dos apoios à população, as novidades apresentadas foram poucas. O Chefe do Executivo anunciou o regresso da atribuição de 7 mil patacas para os “residentes da RAEM qualificados, titulares da conta individual do regime de previdência central não obrigatório”. Também ao contrário de pedidos de alguns deputados, o Plano de Comparticipação Pecuniária é mantido nos valores de 10 mil patacas para os residentes permanentes e de 6 mil patacas para os não-permanentes. Além disso, o subsídio para cuidadores, que tem sido mantido nos últimos anos, vai tornar-se uma medida permanente. No capítulo dos apoios a empresas, o Chefe do Executivo relevou que serão prolongadas até ao final do próximo ano as medidas de “pagamento apenas de juros, sem amortização do capital” e de “ajustamento de reembolso de diversos planos de apoio a PME”. Tolerância zero para a corrupção No que diz respeito à governação, e depois de nos últimos anos a RAEM ter sido afectada por diversos escândalos de corrupção com altos dirigentes, Ho Iat Seng avisou que existe tolerância zero para o fenómeno. “O Governo da RAEM, persistindo no princípio da tolerância zero, continuará empenhado em combater severamente os actos de corrupção, em reforçar a consciência da integridade na sociedade de Macau e em aprofundar constantemente o intercâmbio e a cooperação com outras regiões no combate à corrupção”, avisou. Ao mesmo tempo, será levada a cabo a revisão de leis que regulam os cargos dirigentes em Macau, com a criação de um regime disciplinar próprio. “O Governo da RAEM continuará a rever a estrutura orgânica dos serviços, dando prioridade à optimização da configuração interna das suas funções. Iremos proceder à revisão das ‘Disposições Fundamentais do Estatuto do Pessoal de Direcção e Chefia’ […] à definição de um regime disciplinar próprio aplicável ao pessoal de direcção e chefia, a fim de reforçar a responsabilização”, tornou público. Principais Apoios Sociais Comparticipação Social (sem alterações) 10.000 patacas para residentes permanentes 6.000 patacas para residentes não permanentes Vales de Saúde (sem alterações) 600 patacas para os residentes permanentes Subsídio de Nascimento (sem alterações) 5.418 patacas Regime de Previdência Central 10.000 patacas (activação da conta para residentes qualificados) 7.000 patacas (nova medida: injecção especial para residentes qualificados) Pagamento da Conta da Electricidade (sem alterações) 200 patacas por mês Idosos Subsídio para Idosos (sem alterações) 9.000 patacas Pensão para Idosos 3.740 patacas por mês (13 meses) Famílias carenciadas Índice Mínimo de Subsistência (sem alterações) 4.350 patacas por agregado familiar com uma pessoa Apoio para Actividades de Aprendizagem (sem alterações) Entre 300 e 750 patacas por mês Apoio aos Cuidados Médicos (sem alterações) Entre 1.000 e 1.200 patacas por mês Pessoas com Deficiência Subsídio de Invalidez (sem alterações) 9.000 ou 18.000 patacas por ano Subsídio para cuidadores (torna-se um apoio permanente) 2.175 patacas por mês Estudantes Subsídio de Aquisição de Manuais (sem alterações) 3.500 patacas (ensino secundário) 3.000 patacas (ensino primário) 2.400 patacas (ensino infantil) Subsídio de Propinas para Estudantes Carenciados (sem alterações) 9.000 patacas (ensino secundário) 6.000 patacas (ensino primário) 4.000 patacas (ensino infantil) Subsídio para a Aquisição de Material Escolar (sem alterações) 3.300 patacas por estudante Novos Apoios Financeiros Pessoal Docente Subsídio para o desenvolvimento profissional 3.100 a 11.790 patacas por mês Subsídio directo no ano escolar 3.100 a 6.550 patacas por mês
Hoje Macau China / ÁsiaEquipas continuam a tentar resgatar 40 trabalhadores soterrados em túnel na Índia As equipas de socorro continuam hoje os trabalhos de remoção de destroços para tentar resgatar os 40 trabalhadores que ficaram soterrados no domingo após o colapso de um túnel em construção no norte da Índia. “Um tubo de aço será empurrado através de uma abertura criada (…) para retirar com segurança os trabalhadores retidos”, disseram as autoridades, que esperam poder libertá-los nas próximas 24 horas. Cerca de 200 equipas de resgate de agências federais e estaduais de ajuda humanitária estão a usar equipamentos de perfuração e escavadoras para chegar aos trabalhadores. Na segunda-feira, um responsável dos serviços de socorro anunciou que os 40 trabalhadores que ficaram soterrados quando um túnel rodoviário em construção no norte da Índia se desmoronou, no domingo, estão vivos. “Todos os 40 trabalhadores presos dentro do túnel estão vivos”, disse, em comunicado, o comandante da Força de Resposta a Desastres indiana, Karamveer Singh Bhandari, acrescentando que está a ser enviada água e comida. As equipas de resgate conseguiram entrar em contacto com os sobreviventes, primeiro através de uma mensagem num pedaço de papel, e, mais tarde, conseguiram estabelecer comunicação por meio de aparelhos de rádio. Um responsável dos serviços de socorro do estado de Uttarakhand disse que as autoridades estão a bombear oxigénio e a enviar “alguns pequenos pacotes de alimentos” para o interior do túnel, através de uma conduta. A parte do túnel, que desabou, com 4,5 quilómetros de comprimentos fica a cerca de 200 metros da entrada, disseram as autoridades à agência de notícias Press Trust of India. A derrocada ocorreu na madrugada de domingo, na região dos Himalaias, quando um grupo de trabalhadores abandonava o estaleiro e chegava uma equipa de substituição. O túnel faz parte da autoestrada Chardham, um projeto emblemático do governo federal da Índia em construção entre Silkyara e Dandalgaon para ligar os dois importantes santuários hindus de Uttarkashi e Yamnotri, em Uttarakhand, um estado montanhoso que atrai muitos peregrinos e turistas. Em janeiro, as autoridades de Uttarakhand transferiram centenas de pessoas para abrigos temporários depois de um templo ter desabado e terem surgido fissuras em mais de 600 casas devido ao afundamento de terrenos na cidade de Joshimath e arredores.
João Santos Filipe SociedadeCorrecção do valor das acções de jogo na bolsa não preocupa analistas Na sexta-feira passada as acções dos casinos de Macau desvalorizaram entre 2,5 por cento e 12,7 por cento. No entanto, segundo o portal GGR Asia, o banco de investimento JP Morgan Securities considera que não há motivo para alarme, mesmo depois de ter sido contactado por cerca de 40 investidores a pedir explicações para o fenómeno. Na sexta-feira, em média, as acções dos casinos na bolsa de Hong Kong tiveram uma quebra de 6 por cento, em comparação com o índice Hang Seng que teve uma quebra de 2 por cento. Segundo os analistas da PJ Morgan, DS Kim, Mufan Shi e Selina Li, a correcção do valor das acções dos casinos locais foi de deixar qualquer uma a “coçar a cabeça”, confundido, porque os resultados apresentados pelas empresas não são muito diferentes das expectativas do mercado. “Não encontramos nada que nos faça preocupar demasiado com os ganhos apresentados até ao momento, e na nossa perspectiva a correcção do mercado foi muito excessiva”, foi defendido. A correcção aconteceu depois das operadoras Wynn Macau e Galaxy Entertainment Group terem apresentado os resultados financeiros do terceiro trimestre, na quinta-feira. Os ganhos ficaram abaixo das expectativas dos analistas. Recuperação em curso Por outro lado, os analistas destacaram que o sector ainda se encontra a recuperar do impacto económico da pandemia e que as tendências “são muito encorajadoras”, dado que as receitas brutas do jogo de massas cresceram 12 por cento face ao trimestre anterior. No relatório é igualmente destacado que o EBITDA (lucros antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) teve um aumento de 15 por cento face ao trimestre anterior. Para a JP Morgan, o facto da recuperação ainda estar em curso, mostra também que a RAEM pode evitar parte dos efeitos negativos da contracção no consumo do Interior. “A recuperação da reabertura ainda está em curso, o que acreditamos que deverá ajudar para atenuar, até certo ponto, os ventos contrários de contracção no consumo no Interior”, é acrescentado. “Isto torna a visibilidade dos lucros de Macau realmente superior à de alguns outros sectores de consumo, na nossa opinião” foi frisado.
David Chan Macau Visto de Hong Kong VozesEntre Shenzhen e Hong Kong (I) As constantes deslocações dos habitantes de Macau ao continente tornaram-se populares nos dias que correm. Estas pessoas atravessam diariamente a fronteira dirigindo-se ao Norte para fazer compras. Esta tendência é considerada irreversível. A situação também se verifica em Hong Kong. Todos os fins de semana e feriados, um grande número de residentes de Hong Kong deixam a região em direcção à China continental para se abastecer. O tráfego de Hong Kong para norte tornou-se cada vez mais frequente. Mas o contrário também se verifica. Recentemente, numa publicação na Internet é dito que 50.000 pessoas entram diariamente em Hong Kong através do Futian Port, sendo em grande parte residentes da cidade. Na sua maioria vivem em Shenzhen, mas trabalham em Hong Kong e já começaram a ser apelidados de “itinerantes de Hong Kong”. No artigo, colocava-se a seguinte questão: “Será que viver em Shenzhen e trabalhar em Hong Kong se tornou uma nova tendência?” Esta questão levantou um debate geral. Se virmos bem, existem muitos residentes de Macau que trabalham na cidade, mas vivem em Zhuhai. É uma situação semelhante à de Hong Kong? Um jornal online entrevistou dois destes “itinerantes de Hong Kong”, uma mulher e um homem. A mulher assinalou que o território de Hong Kong é pequeno e muito populoso. O apartamento que alugou em Shenzhen por 5.000 yuans, tem 500m2, o que lhe permitiu adoptar vários gatos. Mas também disse que esta opção tem um custo: o aumento significativo do tempo de deslocação entre a casa e o trabalho. Se um dia sair do trabalho mais tarde, no dia seguinte custa-lhe muito regressar. O outro “itinerante”, um homem, disse que divide uma casa com amigos em Shenzhen e que pagam uma renda de 1.600 yuans. Viver em Shenzhen permite poupar na renda, mas devido ao tempo de deslocação, tem de se deitar e levantar cedo e não lhe resta tempo para se divertir. Além disso, para poder descansar mais um pouco, tem de viajar no comboio em primeira classe o que também representa um custo acrescido. Porque é que os residentes de Hong Kong estão a morar em Shenzhen? Um dos motivos é o elevado preço da habitação. O custo de vida em Hong Kong é mais alto do que em Shenzhen. Quem usufrui de um salário de Hong Kong e paga uma casa em Shenzhen, terá “rendimentos altos e despesas baixas”. Recentemente, muitos residentes de Hong Kong passaram a ir a restaurantes da China continental, o que é um exemplo ilustrativo. O custo de vida em Hong Kong é sem dúvida um factor que contribui para esta deriva. Uma vez que a economia ainda não recuperou após a epidemia, os salários não aumentaram significativamente, mas os preços da habitação continuam a subir. Viver em Shenzhen implica ter acesso a casas mais espaçosas e menos dispendiosas, portanto, a poder poupar dinheiro. Por isso, esta tornou-se a opção para muitas pessoas. Tomando como exemplo o Distrito de Luohu, perto da fronteira de Shenzhen, vemos que, na generalidade, o aluguer mensal de um apartamento é de 3.000 yuans. Quem quiser comprar casa própria paga em média 3 milhões de yuans. Para quem receba um salário médio em Hong Kong, apesar acréscimo do custo das deslocações, estes valores ainda são aceitáveis e muito inferiores aos de Hong Kong. A movimentação dos habitantes de Hong Kong que fazem compras no Norte também promove a mudança da residência para Shenzhen. Para que uma viatura de Hong Kong se desloque para a China continental, o seu proprietário precisa de requisitar autorização com dois dias de antecedência. Estas viaturas não podem permanecer na China continental por mais de 30 dias de cada vez, e no total que não podem ultrapassar os 180 dias por ano. Com estes regulamentos acaba por ser mais fácil viver numa cidade e trabalhar na outra. Claro que é preciso salientar que se o local de trabalho ou a casa do “itinerante” ficarem longe da fronteira, o tempo de deslocação será muito maior. Na próxima semana, veremos o que se passa em Macau. Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau Professor Associado da Escola de Ciências de Gestão da Universidade Politécnica de Macau Blog: http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog Email: legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk
Hoje Macau EventosSemana cultural | “Mosaicos Sino-Lusófonos” para ver até Dezembro A exposição “Mosaicos Sino-Lusófonos”, inserida na 15.ª Semana Cultural entre a China e os Países de Língua Portuguesa, foi inaugurada na sexta-feira podendo ser visitada no edifício do Fórum Macau até ao dia 3 de Dezembro. Esta actividade é organizada pelo Fórum Macau e conta com 26 trabalhos fotográficos de nove artistas de oito países de língua portuguesa e de Macau, nomeadamente Edson Lima, de Angola; Gui Martinez, do Brasil; Evandro Semedo, de Cabo Verde; Samba Muhamad Baldé, da Guiné-Bissau; Jesús Domingo Williams Idjabe, da Guiné Equatorial; Yassmin Forte, de Moçambique; Tânia Dinis, de Portugal; Valdemira Bastos Lima, de São Tomé e Príncipe e António Leong, natural de Macau. Segundo um comunicado oficial sobre a mostra, os trabalhos fotográficos apresentam “estilos diversificados”, sendo que o seu conteúdo expressa “emoções sinceras”. “Através das imagens visuais, os artistas escolheram narrar uma história, reflectir a realidade, apresentar paisagens, focar em personagens e na amizade sino-lusófona”, descreve-se. A organização entende que as técnicas criativas usadas pelos fotógrafos “são inovadoras, como o contraste de luz e sombra, [a apresentação de] contornos nítidos, imagens realistas, alto grau de imaginação, mostrando-se uma atmosfera optimista e divertida, bem como o amor pela paz, verdade, bondade e beleza”. No seu discurso, o secretário-geral do Fórum Macau, Ji Xianzheng, disse que esta exposição é a concretização de um “feliz casamento de imagens da China e dos países de língua portuguesa, consubstanciando um verdadeiro festival multicultural”. Além disso, entende o responsável, esta mostra “expressa a diversidade das culturas edificando as fraternidades culturais que se entrelaçam por Macau e que celebram a amizade entre os povos da China e dos países de língua portuguesa”.
Andreia Sofia Silva EventosFotografia | Exposição celebra nove anos da associação ARK A ARK – Associação de Arte de Macau celebra nove anos de existência e a pensar nisso será realizada uma exposição de fotografia entre os dias 2 e 23 de Dezembro no bairro de São Lázaro. “Everlasting Time” é o nome da mostra que é também uma ode a Macau, à sua diversidade e multiculturalidade Criada há nove anos, a ARK – Associação de Arte de Macau (AAMA, na sigla inglesa) prepara-se para celebrar o seu aniversário com uma exposição de fotografia. Intitulada “Everlasting Time – AAMA 9th Anniversary Commemorative Photography Exhibition” [Tempo Eterno – Exposição de Fotografia do 9.º Aniversário da AAMA], esta é uma mostra promovida pela Associação Promotora para as Indústrias Criativas na Freguesia de São Lázaro, decorrendo entre os dias 2 e 23 de Dezembro na galeria G23, na Rua de São Miguel, situada neste bairro histórico de Macau. Segundo um comunicado da ARK sobre o evento, esta é uma mostra de fotografia que retrata a diversidade cultural do território, que há décadas junta em poucos quilómetros quadrados as culturas chinesa, portuguesa e dos países dos expatriados e demais trabalhadores migrantes. “Macau e as ilhas periféricas [Taipa e Coloane] estão repletas de edifícios de diferentes estilos. Também as ruas, com uma mistura de estilos chineses e ocidentais, têm as suas próprias características tal como os membros da ARK, em que cada um tem o seu próprio talento.” Desta forma, o título da exposição, “Tempo Eterno” é “muito significativo e especial” por marcar a existência desta mostra há quase dez anos. “Através da participação dos associados neste evento, estes poderão tomar consciência do belo cenário em que vivem e registar o momento através da fotografia”, aponta o mesmo comunicado. Concretizar e ensinar Há nove anos que a ARK “abraça a missão de promover a arte e a cultura através da realização de vários tipos de actividades artísticas, tais como exposições, seminários e workshops”, tendo ainda como objectivo “realizar actividades que incluem o fornecimento de um canal para os residentes de Macau aprenderem sobre arte”. Além desta vertente pedagógica, a associação pretende “servir de plataforma para mostrar os seus talentos e criatividade, na esperança de aumentar o nível de apreciação dos residentes em relação à arte e também melhorar a sua qualidade de vida”. Os dirigentes da ARK entendem que as actividades que promovem “permitem aos participantes libertar a pressão do seu trabalho e da sua vida quotidiana”. Uma das últimas iniciativas promovidas pela ARK foi o programa “Art Power Jamming”, em que foram apresentadas exposições sob o mote “Quatro Verões”, da autoria de Rachel Chan, Maggie U, Mandy Fu e Gigi Chao. As exposições foram apresentadas no Pavilhão de Exposições de Arte para a Juventude do Tap Seac, tendo tido como foco o trabalho destas mulheres artistas centrado “na arte, beleza e imaginação”. A ARK promoveu ainda, este ano, um programa semelhante com várias artistas, mas desta feita centrado nos cinco elementos da natureza, nomeadamente o metal, a madeira, a água, o fogo e a terra. Os artistas participantes integraram, assim, o programa “Quinteto de Arte”.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão pede libertação de espião O Japão pediu ontem a libertação de um cidadão, cuja sentença de 12 anos de prisão na China por espionagem foi recentemente confirmada em recurso, num novo episódio das difíceis relações entre os dois países vizinhos. “Estamos cientes de que, em 3 de novembro, foi confirmado em recurso um veredicto de 12 anos de prisão contra um cidadão japonês na casa dos 50 anos que está detido [na China] desde julho de 2019”, disse o porta-voz do Governo japonês, Hirozaku Matsuno, em conferência de imprensa. “No que diz respeito à detenção de cidadãos japoneses na China, estamos a trabalhar com [as autoridades locais] para obter o rápido regresso ao nosso país e para assegurar a transparência do sistema judicial [chinês] a vários níveis e por vários meios”, acrescentou. Pelo menos 17 japoneses foram detidos na China desde que Pequim agravou a legislação antiespionagem em 2015, de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros japonês. No mês passado, a embaixada do Japão em Pequim confirmou a detenção oficial na China de outro japonês, um executivo do grupo farmacêutico nipónico Astellas detido no país desde março por suspeita de espionagem. Vários meios de comunicação social japoneses noticiaram recentemente que estava a ser preparada uma reunião bilateral entre o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, e o Presidente chinês, Xi Jinping, à margem do fórum da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), em que os dois chefes de Estado devem participar esta semana, em São Francisco (costa oeste dos Estados Unidos). De acordo com a agência de notícias japonesa Jiji, que citou fontes governamentais nipónicas, se o encontro bilateral se confirmar, Kishida deverá levantar a questão dos japoneses detidos na China. Kishida deverá também discutir a suspensão das importações chinesas de produtos do mar do Japão desde a libertação de água tratada da central nuclear de Fukushima, no nordeste do país, para o oceano Pacífico, no final de agosto.
Hoje Macau China / ÁsiaAPEC | Analistas ocidentais consideram “crucial” estabilidade na relação China-EUA Analistas ouvidos pela Lusa consideram a estabilização dos laços entre China e Estados Unidos crucial para os países da Ásia-Pacífico, quando tensões geopolíticas, inflação alta e transformações demográficas ameaçam abrandar o acelerado crescimento da região. “Os aliados e parceiros dos EUA na região estão a enviar sinais de exigência silenciosos, mas claros, que querem ver estabilizadas as relações” com Pequim, afirmou Jude Blanchette, presidente do Departamento para Estudos da China no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, um grupo de reflexão (‘think tank’) com sede em Washington, à Lusa. “Os efeitos da competição entre grandes potências afetam todos, desde o Japão ou Indonésia às Filipinas ou Singapura”, realçou. A China é o maior parceiro comercial da maioria dos países da Ásia-Pacífico, que, ao mesmo tempo, consideram a parceria com Washington fundamental. Estimativas apontam que, no conjunto, os 21 países que participam no fórum de Cooperação Económica Ásia – Pacífico (APEC, na sigla em inglês), que se realiza esta semana em São Francisco, vão crescer 3,3%, este ano. No entanto, as projecções para os três anos seguintes revelam um atraso em relação a outras economias mundiais. “Há sinais promissores, mas a APEC está a caminhar na corda bamba entre diferentes riscos”, observou Carlos Kuriyama, diretor do Departamento de Investigação da APEC, com sede em Singapura, num relatório. Embora o analista tenha identificado alguns pontos positivos para os países da região, incluindo o turismo ou consumo interno, estes estão a ser ofuscados por outros factores, como a inflação, aumento da dívida, alterações climáticas, proteccionismo comercial e a rivalidade entre EUA e China, afirmou. “Uma relação estável entre EUA e China é vantajoso para todos”, frisou. “São as duas maiores economias do mundo. Faz todo o sentido que trabalhem juntas”, disse. Os líderes dos EUA e China, Joe Biden e Xi Jinping, vão reunir na quarta-feira, à margem da cimeira da APEC. “As expectativas são baixas”, reconheceu Jude Blanchette. “O ambiente continua muito pesado”, notou.
Hoje Macau China / ÁsiaA China “não procura mudar os Estados Unidos”, diz MNE A China afirmou ontem que “não teme a concorrência” com os Estados Unidos, mas que se opõe a que a esta defina a relação bilateral, nas vésperas de os líderes dos dois países se reunirem em São Francisco. Em conferência de imprensa, a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, criticou Washington por “enquadrar a relação com a China na perspectiva da competição entre grandes potências”, acrescentando que isto “não se adequa à tendência dos tempos”, nem “resolve os problemas dos Estados Unidos” ou os “desafios que o mundo enfrenta”. “A China sempre encarou e tratou as relações sino-americanas de acordo com os princípios do respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação mutuamente benéfica”, disse. De acordo com a porta-voz, os EUA “devem respeitar as legítimas preocupações e os legítimos direitos de desenvolvimento da China”, em vez de “enfatizarem apenas as suas próprias preocupações e prejudicarem os interesses chineses”. Mao sublinhou que a China “não procura mudar os Estados Unidos” e que os EUA “também não devem procurar moldar ou mudar” o país asiático. A porta-voz manifestou esperanças de que Washington honre o seu compromisso de não procurar uma “nova Guerra Fria” e que “trabalhe em conjunto” com Pequim para que as relações sino-americanas regressem ao “caminho do desenvolvimento saudável e estável”. O encontro entre Xi e Biden vai decorrer na quarta-feira, à margem do fórum da Cooperação Económica Ásia – Pacífico (APEC) e é mais um passo na tentativa de estabilizar a relação bilateral.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Campanha de compras “Duplo 11” bate recordes. Apoio ao consumo eficaz Depois de o festival anual de compras “Duplo 11”, considerado o maior do mundo, ter terminado à meia-noite de sábado, os Correios da China e alguns gigantes chineses do comércio electrónico comunicaram “números recorde”, enquanto outros comunicaram um “crescimento positivo”, sublinhando o forte poder de compra dos consumidores chineses. No seu 15.º ano, o festival de compras “Duplo 11”, também conhecido como Dia dos Solteiros, tornou-se um barómetro fiável do sentimento dos consumidores. Embora o balanço final das vendas do festival de compras “Duplo 11″não tenha sido divulgado de imediato e o entusiasmo dos consumidores pareça relativamente baixo em comparação com os anos anteriores, vários destaques, incluindo a ascensão das marcas nacionais, sublinham as tendências de mudança no consumo chinês. De qualquer modo, as vendas totais, que deverão registar um crescimento de dois dígitos, sublinham a recuperação do consumo na China. Embora muitas plataformas de comércio electrónico tenham deixado de comunicar o valor bruto das mercadorias (GMV) para as vendas do “Duplo 11” desde o ano passado, apresentaram vários destaques das actividades de vendas nas suas plataformas no domingo. A JD.com, um gigante chinês do comércio electrónico, registou novos recordes em vários indicadores. “O volume de transacções, o volume de encomendas e o número de utilizadores do 11.11 da JD.com atingiram novos máximos”, afirmou a empresa num relatório. No entanto, não forneceu números específicos. Noutro indicador importante, o Departamento Estatal dos Correios da China disse no domingo que a China estabeleceu um novo recorde ao processar 639 milhões de encomendas no “Duplo 11” no sábado, 1,87 vezes o volume em dias normais e 15,76 por cento mais do que no mesmo dia do ano passado. Entre 1 de Novembro e sábado, o volume aumentou 23,22% em termos anuais. Entretanto, o Grupo Alibaba, a quem se atribui o lançamento do festival de compras há 15 anos, afirmou no domingo que as suas plataformas, Taobao e Tmall, registaram um “crescimento positivo” durante o festival. “Durante todo o período da campanha, o Taobao e o Tmall registaram um crescimento anual positivo em termos de GMV, número de encomendas e comerciantes participantes, em comparação com o mesmo período do ano passado”, afirmou a empresa num comunicado. Várias outras plataformas online chinesas, incluindo sítios de transmissão em direto como o Kuaishou e o Douyin, também registaram fortes números de vendas. Douyin, o aplicativo irmão do TikTok na China, disse que seu GMV médio diário e o volume de pedidos aumentaram em mais de 50%, embora não tenha oferecido números específicos de vendas. A importância do consumo Normalmente, não é possível obter uma contagem total das vendas em todas as plataformas de comércio eletrónico chinesas, mas várias consultoras mundiais divulgam frequentemente estimativas após a conclusão do festival de compras. As vendas do “Duplo 11” do ano passado atingiram 1,15 biliões de yuans (157,97 mil milhões de dólares), de acordo com um relatório recente da empresa de consultoria norte-americana Bain. Este valor é mais de quatro vezes superior aos 35,3 mil milhões de dólares que os compradores norte-americanos gastaram durante a Cyber Week – da Black Friday à Cyber Monday, segundo a Reuters. Para as vendas do “Duplo 11” deste ano, algumas consultoras globais previram um crescimento total do GMV entre 14% e 18%, o que significaria um regresso do crescimento das vendas a dois dígitos pela primeira vez desde a pandemia da COVID-19. Na China, as discussões sobre o “Double 11”, tanto online como offline, parecem ter diminuído um pouco em comparação com anos anteriores, e muitos optaram por não participar devido ao aumento de outros festivais de compras e plataformas que oferecem descontos durante todo o ano. No entanto, alguns consumidores continuaram a gastar muito no “Duplo 11”, tanto por necessidade como por grandes descontos. “Gastei cerca de 40 000 yuan este ano, sobretudo em artigos de grande valor, como mobiliário e electrodomésticos”, disse um residente de Pequim, de apelido Li. Trata-se de um grande aumento em relação aos “vários milhares de yuans” que gastou no ano passado. Li disse que os descontos são relativamente grandes, especialmente em artigos de pequena dimensão. Este ano, os responsáveis políticos chineses tomaram uma série de medidas para impulsionar o consumo, uma vez que este se tornou o maior motor do crescimento económico da China. Em Julho, as autoridades emitiram 20 medidas para impulsionar o consumo interno, incluindo as despesas das famílias em tudo, desde casas a electrodomésticos. Graças a vários factores, incluindo o apoio político, o consumo da China tem vindo a recuperar de forma constante. Nos primeiros nove meses, as vendas a retalho totais da China cresceram 6,8% em termos anuais, com as vendas online a aumentarem 11,6%, de acordo com dados oficiais. Para além de fornecerem sinais para o mercado de consumo global da China, as vendas do “Double 11” também oferecem indicadores cruciais para a mudança de tendências entre os compradores chineses. Por exemplo, o reconhecimento da marca torna-se cada vez mais crucial para os consumidores chineses. A Alibaba afirmou que um total de 402 marcas viram o seu GMV ultrapassar os 100 milhões de yuan, das quais 243 são marcas chinesas. Entretanto, 38.000 marcas alcançaram um crescimento anual superior a 100 por cento no GMV, afirmou a empresa. O livestreaming está também a tornar-se um local importante para as vendas online. A JD.com afirmou que o total de espectadores dos seus serviços de livestream ultrapassou os 380 milhões.
João Luz Manchete SociedadeLei do álcool | Piloto menor que bebeu champanhe no pódio investigado O piloto britânico de 16 anos Arvid Lindblad, que venceu a corrida de Fórmula 4 no domingo, está a ser investigado pelas autoridades por infracção à lei de prevenção e controlo do consumo de bebidas alcoólicas por menores, que entrou em vigor há uma semana. A organização do Grande Prémio arrisca uma multa entre 1.500 e 20.000 patacas. O ID pediu desculpas A habitual imagem de glória desportiva da subida ao pódio para a “coroação” de um piloto vencedor costuma incluir um banho de champanhe e alguns tragos da garrafa. Foi o que aconteceu no domingo, quando o piloto britânico Arvid Lindblad, de 16 anos de idade, subiu ao pódio depois da vitória na corrida de Fórmula 4. Depois da secretária para os Assuntos Sociais e Cultura entregar os troféus e as coroas aos pilotos, a organização do Grande Prémio de Macau distribuiu, como faz normalmente, três garrafas de champanhe aos primeiros três classificados. Seguiu-se o habitual banho de champanhe e uns tragos da garrafa, que constitui uma infracção administrativa desde que, na semana passada, entrou em vigor a lei de prevenção e controlo do consumo de bebidas alcoólicas por menores. A imagem do jovem piloto a beber champanhe no pódio tornou-se viral nas redes sociais, com muitos internautas a questionarem se não teriam acabado de testemunhar a primeira e mais mediática infracção ao novo regime legal. O director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo, confirmou ontem que foi aberta uma investigação e que a organização do Grande Prémio de Macau foi “imediatamente notificada”. A admissão foi feita em directo aos microfones do programa “Fórum Macau” do canal chinês da Rádio Macau, depois de uma pergunta de um ouvinte. A lei prevê uma multa entre 1.500 e 20.000 às entidades que disponibilizem bebidas alcoólicas a menores e estipula que pais e a escola que o menor frequenta, assim como a entidade que facultou a bebida alcoólica, recebam informações a “alertar sobre os malefícios para a saúde dos menores decorrentes do consumo de bebidas alcoólicas”. Mea culpa Alvis Lo afirmou ainda que a organização do Grande Prémio compreendeu a mensagem dos Serviços de Saúde e sugeriu que para o resto da competição seja disponibilizado champanhe sem álcool para pilotos menores de idade. O Instituto do Desporto (ID) emitiu ontem um comunicado a pedir desculpas pelo sucedido. “Durante a cerimónia de entrega de prémios após a competição de Fórmula 4 de Macau do 70.º Grande Prémio de Macau, um piloto menor de idade premiado que bebeu o champanhe imediatamente após o receber e o espalhar. Perante este facto, o Instituto do Desporto pede desculpa pelo lapso na organização dos procedimentos relevantes”. O ID reconhece que a celebração com champanhe faz parte da tradição dos principais desportos motorizados. Porém, o ID garantiu ter procedido “imediatamente a uma revisão de todos os procedimentos para as futuras cerimónias de entrega de prémios e assegura que, de futuro, os diplomas legais sobre esta matéria serão respeitados de forma rigorosa”. Em relação à investigação ao caso, o ID adiantou que irá cooperar com as autoridades de saúde. Não ficou claro se o Instituto do Desporto ficaria obrigado, tal como determina a lei, a contactar o piloto para o “alertar sobre os malefícios para a saúde dos menores decorrentes do consumo de bebidas alcoólicas”. A lei estabelece ainda que o Governo da RAEM, nomeadamente os serviços públicos onde se inclui o ID, “devem promover a informação relativamente aos malefícios para a saúde decorrentes do consumo de bebidas alcoólicas junto do público e contribuir para a criação de condições favoráveis à prevenção e ao controlo do consumo de bebidas alcoólicas”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeSaúde | Alvis Lo admite que médicos portugueses desistiram de Macau Entre os 12 médicos portugueses candidatos para trabalhar em Macau, foi considerado que oito cumpriam os requisitos mínimos. Agora, o Governo admite que nem todos querem trabalhar no território O director dos Serviços de Saúde (SS) admitiu que alguns dos oito médicos que tinham mostrado interesse em trabalhar em Macau desistiram. As declarações foram prestadas à Rádio Macau, depois de Alvis Lo ter participado no Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau. Inicialmente 12 médicos mostraram interesse em serem recrutados pelos Serviços de Saúde e trabalharem em Macau. Contudo, após o processo de selecção, a lista ficou a reduzida a oito, pelo facto de os restantes não cumprirem as exigências locais. Ontem, Alvis Lo reconheceu que houve médicos, entre os oito, que escolheram não trabalhar em Macau. “Esses candidatos por motivos familiares ou razões pessoais optaram por não trabalhar em Macau. Tudo depende da escolha deles”, afirmou o também médico. Por outro lado, o director dos SS recusou entrar em pormenores sobre os motivos apresentados ou sobre quantos profissionais desistiram da candidatura. “Não posso, neste momento, revelar as informações [sobre as recusas] porque depende de cada caso particular”, respondeu. Alvis Lo acrescentou também que não pode controlar a vontade dos médicos, mas garantiu que aqueles que vierem para Macau no futuro vão ser sempre bem-vindos. Visita da secretária As hipóteses dos Serviços de Saúde contratarem médicos em Portugal foi abordada por Elsie Ao Ieong U, numa deslocação à Europa, em Maio deste ano. Na visita a Portugal, a secretária reuniu com o bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, e discutiu “a situação de emprego em Macau” assim como “a possibilidade de médicos portugueses virem trabalhar para o território”. Foi através desta reunião que surgiram os 12 nomes para reforçar o sector da saúde da RAEM. Este foi um dos vários encontros que a secretária dos Assuntos Sociais e Cultural teve em Portugal, com a agenda a incluir igualmente uma reunião com Manuel Pizarro, ministro da Saúde, para discutir “a cooperação na área da saúde”. Nesse encontro, a secretária deixou o desejo que o Ministério da Saúde pudesse “ajudar a resolver a questão da antiguidade do serviço e do cálculo da pensão da aposentação em Portugal dos médicos portugueses”, que vêm trabalhar para Macau. Para Elsie Ao Ieong U, se este assunto ficasse tratado, os médicos “poderiam trabalhar no território com tranquilidade”. Menos espera O tempo de espera para consultas de especialidade nos hospitais da RAEM é de 3,6 semanas, o que o director dos Serviços de Saúde diz ser um valor mais baixo do que em 2019. Em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, Alvis Lo referiu que o tempo de espera nas urgências no Centro Hospitalar Conde de São Januário é neste momento inferior a 30 minutos, para uma afluência média diária de 700 pessoas. Segundo os mesmos dados, o tempo médio de espera para consultas não urgentes é de 60 a 90 minutos. Alvis Lo também anunciou que as pessoas com 65 anos ou mais vão poder beneficiar do programa experimental de prótese dentária para idosos, a partir do próximo ano. Actualmente, o programa apenas está disponível para pessoas com 80 ou mais anos.
Andreia Sofia Silva SociedadeMP | Prisão preventiva para homem que assaltou apartamentos Um cidadão do Interior da China está em prisão preventiva depois de ter assaltado dois apartamentos na Taipa, no passado dia 5, após ter escalado as paredes exteriores do prédio. Segundo uma nota do Ministério Público (MP), o homem foi descoberto por um dos moradores num dos apartamentos, tendo “fugido imediatamente através da janela, acabando por ser detido mais tarde pela polícia dentro de um casino”. O MP destaca que o mesmo homem tinha praticado um crime semelhante no ano passado. De momento, o cidadão chinês está indiciado pela prática de dois crimes de furto qualificado, podendo incorrer numa pena de prisão até dez anos. A medida de coacção de prisão preventiva foi decretada “tendo em consideração a natureza dos crimes, a ilicitude dos actos e a intensidade do dolo do arguido”, bem como a forma como o indivíduo procedeu aos assaltos. Desta forma, as autoridades pretendem evitar que o homem fuja de Macau, existindo também “o perigo da continuação da prática de crime”. Na mesma nota, o MP dá conta que entre Janeiro do ano passado e Outubro deste ano, foram deduzidas 15 acusações relacionadas com roubos feitos por pessoas que entram em apartamentos, num total de 22 pessoas acusadas.
Hoje Macau PolíticaTrânsito | Ron Lam pergunta por acessos a quarta ponte O deputado Ron Lam quer saber como estão a progredir as obras de construção da quarta ligação entre Macau e a Taipa, que é feita através da Zona A dos Novos Aterros. A questão foi colocada através de uma interpelação escrita, citada pelo jornal Ou Mun. Segundo o legislador, inicialmente estava previsto que a obra ficasse concluída no próximo mês de Março. No entanto, em Julho deste ano, houve um problema com uma grua, que terá ficado mal instalada, e como consequência os trabalhos sofreram atrasos. Ron Lam pergunta se os atrasos se confirmam e o que pode ser feito para evitar que se prolonguem. O deputado questiona ainda quais foram os motivos do acidente: “Será que houve erro humano ou negligência? E quais foram as medidas adoptadas para evitar problemas do género no futuro?”, pergunta o legislador. Ao mesmo tempo, Ron Lam indica que a ponte vai ter quatro vias de acesso, duas em cada lado da ponte. Contudo, apenas uma deverá ficar pronto a tempo da abertura da nova ponte. Por isso, o legislador questiona como está o andamento das ligações, e quais os impactos para o trânsito. O deputado questiona também sobre a hipótese de se acelerar as obras das ligações à ponte, para garantir que todas as vias para a ponte estarão prontas para a abertura da infra-estrutura. No caso de tal não ser possível, o legislador quer saber quais são os planos para garantir que o trânsito vai fluir normalmente, sem congestionamentos.
Andreia Sofia Silva PolíticaTransplante de órgãos | Comissão defende revisão legislativa A Comissão de Ética para as Ciências da Vida entende que deve ser revista a lei de 1996 que regula a “dádiva, colheita e transplante de órgãos e tecidos de origem humana”, bem como os “respectivos diplomas legais”, para uma “melhor adaptação à situação actual e às necessidades do desenvolvimento social”. Segundo um comunicado, os membros da comissão reuniram no passado dia 9, tendo discutido o panorama da doação de órgãos no território e ainda a legislação sobre as “técnicas de procriação medicamente assistida”, que entrará em vigor a 11 de Fevereiro do próximo ano. Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde de Macau, explicou que, com a entrada em funcionamento do novo hospital das ilhas, “irá contribuir para promover ainda mais o desenvolvimento da doação e transplante de órgãos em Macau”.
Hoje Macau Manchete PolíticaPortuguês | Macau quer atrair tradutores e professores Macau anunciou ontem um programa para captar “quadros altamente qualificados” e “profissionais de nível avançado” em áreas como a tradução chinês-português e o ensino em língua portuguesa O programa, que vai entrar hoje em vigor, tem como objectivo atrair especialistas para desempenhar “funções especializadas que correspondem às profissões com escassez de recursos humanos” na RAEM, de acordo com um despacho do Chefe do Executivo, publicado no Boletim Oficial de Macau. Estes especialistas incluem pessoal docente do ensino não superior em língua veicular portuguesa, do ensino infantil e especial até ao secundário, além de tradutores e intérpretes da área jurídica em chinês-português e especialistas em tradução e interpretação tradutores e intérpretes entre chinês ou português e línguas como espanhol, mongol, árabe, vietnamita, indonésio, birmanês, tailandês ou coreano, indica a nota. No despacho, Ho Iat Seng defendeu que estes especialistas são “necessários à diversificação adequada da economia” da região administrativa especial chinesa, altamente dependente do turismo e dos casinos. O programa aponta para o desenvolvimento de áreas como a gestão culinária, o restauro de construções históricas, a conservação digital do património cultural, a formação desportiva e o lançamento de “projectos internacionais em matéria cultural, desportiva e recreativa”. Está tudo ligado Os candidatos ao programa têm de possuir, pelo menos, uma licenciatura, nomeadamente em tradução e interpretação ou em português, 21 anos ou mais e obter pelo menos 200 pontos numa lista de critérios que inclui a experiência profissional e as competências linguísticas. Mesmo um candidato numa outra área pode obter até 10 pontos se “possuir boa capacidade de expressão em qualquer das línguas chinesa, portuguesa ou inglesa”, de acordo com os critérios do programa. Este programa surge no âmbito de uma lei, que entrou em vigor a 1 de Julho, e que procura captar para Macau quadros qualificados, entre eles prémios Nobel, nomeadamente através da atribuição de benefícios fiscais. Os quadros qualificados poderão gozar de isenção do imposto do selo sobre a transmissão de bens ou sobre aquisição de bens imóveis destinado ao exercício de actividade própria, assim como isenção da contribuição predial urbana. Além disso, terão isenção do pagamento do imposto complementar de rendimentos, assim como benefícios para efeitos do imposto profissional, caso sejam contratados por empresas locais. Os primeiros programas a serem implementados no âmbito desta lei pretendiam captar peritos no sector financeiro ou em tecnologia de ponta.