China emite mais de 20 mil licenças de emissão de poluentes

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]s autoridades chinesas emitiram mais de 20 mil licenças de emissão de poluentes até o final de 2017, de acordo com o Ministério da Proteção Ambiental. As licenças foram concedidas a companhias nacionais em 15 sectores incluindo aço, ferro e cimento, reflectindo os efeitos da reforma do sistema de lincenciamento realizada em 2016 com o objectivo de proteger melhor o ambiente.

Em caso de despejo de poluentes sem licença, a empresa poderá ter que suspender a produção ou fechar e pagar uma multa até um milhão de yuans. As companhias culpadas por outras violações, incluindo emissões excessivas e falsificação de dados de monitoramento, também enfrentarão punições semelhantes de encerramento e multas pesadas.

O ministério pretede melhorar os padrões jurídicos e formular normas e padrões para a solicitação e a aprovação de licenças de emissão para outras indústrias, disse Liu Youbin, porta-voz da pasta. Os elaboradores de políticas da China incluíram a luta contra poluição como uma das “três batalhas duras” do país nos próximos três anos, junto com prevenção de riscos e alívio da pobreza.

Outra medida é a cobrança de imposto ambiental, após a entrada em vigor da lei que a estabelece a 1 de Janeiro.

21 Fev 2018

Turismo | Número de visitantes excedeu as expectativas

Cerca de 660 mil pessoas entraram em Macau até segunda-feira. As imagens das multidões a tentar atravessar a fronteira em Gongbei ou a preencherem o Leal Senado e a Rua do Campo inundaram as redes sociais e levaram ao velho debate sobre a capacidade de Macau para receber tanta gente. Helena de Senna Fernandes, directora dos Serviços de Turismo, garante que há espaço para todos

[dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]odos os anos o cenário repete-se, mas desta vez o Ano Novo Chinês trouxe ainda mais pessoas a Macau. Segundo dados da Direcção dos Serviços de Turismo (DST), entraram em Macau cerca de 660 mil pessoas até segunda-feira, um aumento de 9,2 por cento em relação ao ano passado. Do continente chegaram 484 mil pessoas, mais 16,8 por cento.

A Polícia de Segurança Pública (PSP) registou, até às 11 horas de ontem, a entrada de 141 mil pessoas, sendo que a principal fronteira utilizada para entrar em Macau continua a ser nas Portas do Cerco.

Em declarações ao HM, a directora dos Serviços de Turismo, Helena de Senna Fernandes, disse que os números vão além das suas expectativas. “Este ano, por causa do bom tempo, os números estão além das nossas expectativas. Mesmo assim estamos bem preparados para receber um grande número de turistas.”

Nas redes sociais circularam várias imagens de milhares de pessoas a cruzar as ruas adjacentes à zona do Leal Senado e das Ruínas de São Paulo, sem esquecer a notória dificuldade em atravessar a fronteira. Ainda assim, Helena de Senna Fernandes considerou que o caos ainda não chegou ao território e que as autoridades têm conseguido manter a situação controlada.

“Esta é a época em que todos os chineses estão a viajar. Acho que esta situação não acontece apenas em Macau mas também em Hong Kong, onde também entrou muita gente. Em todo o país há muitos chineses a viajar em viagens domésticas. Mas estamos preparados para receber grandes multidões nesta época do ano. A polícia e outros departamentos públicos estão preparados para receber multidões. A polícia tem de utilizar medidas de controlo no centro da cidade, e mesmo com muita gente não tivemos problemas”, afirmou a directora da DST.

Helena de Senna Fernandes fez também referência às multas aplicadas aos taxistas, que, segundo a Macau News Agency, chegaram ao número de 254 violações entre os dias 14 e 19 de Fevereiro. “Houve taxistas multados mas penso que a nossa cidade é de hospitalidade, e vamos continuar a fazer o nosso melhor para receber os muitos turistas que nos visitam de diferentes partes do mundo.”

E a qualidade?

Nas redes sociais a partilha de fotografias com as multidões gerou novamente o velho debate sobre a capacidade do território para receber tão grande número de pessoas.

Quem vive cá evita ir às zonas mais turísticas, conforme relatou Nuno Caladçada Bastos, um dos residentes que partilhou as imagens da multidão. Nuno alerta, sobretudo, para a má qualidade do turismo que possa advir desse factor. “Acho que a experiência destas pessoas não deve ser muito agradável, a travessia das fronteiras para Macau são bastante complicadas de fazer. Acho que Macau tem capacidade mas precisava de arranjar outras fronteiras. Mantenho mais ou menos as mesmas rotinas, se bem que fujo das zonas mais turísticas, como o Leal Senado ou as Ruínas de São Paulo, mas também não é um sítio onde vá com frequência. Não vou lá fazer nada, as coisas são mais caras, e acabamos por não andar muito nos pontos turísticos. Quem for tem uma experiência super- desagradável.”

Nuno Calçada Bastos considerou também que o território ainda não tirou partido da abertura do novo terminal marítimo da Taipa, porque mantém os velhos problemas em termos de circulação viária, autocarros e obras nas vias públicas. “Por enquanto isso ainda não está a acontecer, porque continuamos a ter um problema com as estradas e a má gestão de obras, e os autocarros que causam engarrafamentos à cidade toda. Os transportes não estão bem planeados para facilitar a circulação de pessoas. Obviamente que o novo terminal da Taipa traz alguma facilidade. Mas Macau é uma grande cidade, as pessoas não se podem queixar, só tem coisas a melhorar.”

Apesar de esta ser uma época em que os residentes aproveitam para viajar para outros destinos, Helena de Senna Fernandes adiantou que não existe um problema de excesso de pessoas. “A maioria das pessoas de Macau mostram a sua hospitalidade para os turistas. Claro que é sempre difícil nesta altura, porque é uma época com muita concentração de pessoas. Mas acho que os residentes compreendem e acho que temos de agradecer aos residentes que têm ajudado a dar uma sensação de hospitalidade aos turistas”, rematou.

21 Fev 2018

43 por cento dos estudantes chineses entram para a universidade

Desde o 18º Congresso Nacional do Partido Comunista da China (PCC), em 2012, o Comitê Central do PCC prioriza o desenvolvimento de educação e melhora constantemente o serviço público e a governança da área.

 

[dropcap style≠‘circle’]H[/dropcap]oje, a educação obrigatória de nove anos para escola primária e escola secundária de primeiro ciclo está universalmente disponível em todo o país, enquanto a educação de escola secundária de segundo ciclo é quase universal.

A taxa bruta de admissão nos jardins de infância atingiu 77,4 por cento enquanto que no ensino superior chegou aos 42,7 por cento.

Cerca de 91,5 por cento dos alunos em escolas profissionalizantes não pagam nada. Os subsídios nestas escolas abrangem mais de 40 por cento dos alunos e bolsas de estudo cobrem mais de um quarto.

Em trinta províncias permitem que filhos de migrantes façam exame de adnissão ao ensino superior onde os pais trabalham, uma política de que beneficiando 150 mil alunos.

O Comitê Central do PCC também decidiu de maneira abrangente aprofundar a reforma em educação, incluindo aumento de vagas universitárias, para melhorar a igualdade e a integridade.

Como resultado, a confiança e a satisfação entre os estudantes universitários é forte. Uma pesquisa em 2016 mostrou que 92,7 por cento tinham uma ideia clara do futuro depois da graduação e 95,1 por cento se sentiam preparados para enfrentar os desafios do mercado de trabalho.

Essa confiança está imprimir aos graduados um maior sentido de empreendedorismo. Segundo o Ministério da Educação, nos últimos anos cerca de 3 por cento dos chineses formados abriram o próprio negócio, quase o dobro que nos países desenvolvidos.

 

Doutores aos milhões

As escolas profissionalizantes da China formam quase 10 milhões de técnicos para diversas indústrias todos os anos via programas de integração ou de cooperação entre as escolas e empresas.

Nos últimos cinco anos, formaram-se 20 milhões de universitário, injetando mão-de-obra para as indústrias de alta tecnologia e indústrias emergentes estratégicas do país.

No fim de 2016, a China estabeleceu cooperação educacional e relações de intercâmbio com 188 países e regiões, assim como 46 principais organizações internacionais. Assinou acordos com 47 países e regiões para o reconhecimento mútuo de diplomas.

A China é, actualmente, a maior fonte do mundo de estudantes internacionais e o maior destino para estudantes internacionais na Ásia.

21 Fev 2018

João Miguel Barros, fotógrafo, sobre a sua exposição no Museu Berardo: “Para ser vista como quem lê um livro”

É inaugurada hoje, no Museu Berardo em Lisboa, a exposição de João Miguel Barros “Photo Metragens”. São 14 histórias traduzidas em imagens, palavras e vídeo dentro de um projecto que não se fica por aqui

[dropcap]O[/dropcap] que é que podemos ver em “Photo-Metragens”?
“Photo-Metragens” é uma exposição que é para ser vista como quem lê um livro de shortstories. É uma síntese adequada, penso eu, do que é este projecto que inclui imagem, palavras e vídeo. Trata-se, portanto, de uma exposição que inclui 127 imagens, a maioria em grandes formatos, em A0 e até maiores. A exposição está organizada a partir de 14 capítulos, com um número diversificado de imagens. Uma das particularidades é que cada capítulo inclui um texto ficcionado, de que é parte integrante. Finalmente, um desses capítulos tem também um vídeo de quase uma hora. Esta é a edição de 2018. Quer isto dizer que este projecto está pensado para ter continuidade no futuro. Tenho o propósito de fazer edições da “Photo-Metragens” a cada dois anos, com o mesmo formato e obviamente com estórias diferentes. Sempre com imagem e textos ficcionados, e provavelmente com uma componente maior de vídeo. Algumas das imagens, correspondendo sensivelmente a um/quarto do que será exposto no Museu Berardo, foram já mostradas na exposição que fiz em Fevereiro do ano passado na Creative Macau. Tudo o resto é material novo. Mas mesmo as fotografias que já foram exibidas, foram, entretanto repensadas, e muito apuradas. As imagens que vão ser mostradas em Lisboa são as versões finais e últimas do projecto e não serão repetidas.

Como é que surgiu a ideia de contar estas estórias?
Surgiu como resposta à ideia politicamente correcta de que as exposições têm de ter uma narrativa. Não é algo com que concorde em absoluto, mas resolvi não contrariar o “destino”… Eu ainda não tenho nenhum projecto temático devidamente estruturado e com dimensão que possa ser mostrado autonomamente. E o honroso convite do Museu Berardo colocou-me um desafio interior, que tive de resolver e que, confesso, demorou algum tempo a estruturar. No fundo, tudo se resumia a dar uma certa unidade conceptual a um projecto artístico assente na imagem, a que eu depois juntei a escrita, e que tivesse alguma “lógica”. O espaço do Museu, bastante generoso aliás, que foi destinado a esta exposição, acabou por ser inspirador do resultado final. E foi a partir daí que cheguei ao resultado da “exposição que se vê como quem lê um livro de short-stories”. Um livro de contos é um conjunto de estórias, com autonomia entre si e que versam temas por vezes muito diferentes. “Photo-Metragens” é um pouco isso. Cada capítulo inclui uma história independente. E penso que é essa diversidade que lhe dá a riqueza do conteúdo. Deixe-me ainda acrescentar o seguinte. Cada capítulo da exposição contém uma estória que pode ter potencial para ser desenvolvido autonomamente. E, depois, seguir um caminho independente. E, provavelmente, isso irá acontecer num futuro próximo em relação a uma dessas short-stories, que tem potencial para se transformar numa long-story. Vamos ver.

Como pensou a exposição e a relação concreta com o espaço?
Esta exposição foi pensada não só em função do espaço, como não podia deixar de ser, mas também na sua forma de representação. Quem a visitar não irá encontrar apenas imagens presas à parede. Por exemplo, o primeiro capítulo chama-se “Sentido Único” e é, em rigor, uma grande instalação de trinta imagens em formato A2, que estão colocadas no interior de uma moldura de mais de 4 metros de largura por quase três de altura, sendo que as ampliações estão presas em cabos de alumínio esticados de alto a baixo dessa moldura. A solução de imagens suspensas em cabos metálicos finos foi adoptada em mais dois capítulos da exposição. Por outro lado, houve um cuidado especial com a iluminação, que exigiu um estudo detalhado e soluções novas devido às qualidades do papel que utilizo, que é um papel profissional metalizado, mas que reflecte muito a luz. Este papel projecta as imagens de forma diferente do que é normal, mas cria dificuldades acrescidas em relação ao tipo de iluminação a adoptar.

Que tipo de histórias nos conta?
Encontram-se no conjunto temáticas muito diferenciadas, desde a paisagem ao boxe, ao trabalho nocturno e à sombra dos holofotes, às árvores (que é um tema que me fascina), e ao movimento corporal.

Pode dar um exemplo concreto?
O capítulo primeiro, “Sentido Único”, que referi, é composto por 30 imagens que são detalhes de um enorme viaduto em Xangai, que tem vários níveis de circulação. Quando se olha para o conjunto a sensação que se tem é a de se estar perante um puzzle confuso de detalhes. Ou seja, a percepção que transmite é justamente a oposta daquela que o título induz. Mas, na verdade, não há na vida sentidos únicos e há sempre a possibilidade de seguir por caminhos diferentes. Outro dos capítulos deu o título à exposição de Macau. Chama-se “Entre o Olhar e a Alucinação” e é composta por um tríptico com uma imagem quase lunar e, depois, a misteriosa silhueta de um cão a olhar para outro. Mas o capítulo que provavelmente poderá chamar mais atenção é o que retrata alguns momentos de um intenso combate de boxe a que assisti em Macau. São imagens fortes. Esse capítulo chama-se simplesmente Homenagem, mas, na verdade, era para se chamar “Homenagem a um Perdedor”, porque se centra num lutador negro do Gana, que perdeu o combate.

“Um olhar que possa registar todos os pormenores até à complexidade das coisas, que através de uma minuciosa observação e num exercício de natureza sensível ou intelectual permita que as imagens nos saibam devolver e suscitar afectos e memórias”. Pode comentar esta afirmação?
Todos nós vivemos uma vida intensa e complexa em termos visuais, emocionais e ocupacionais. Tudo nos solicita, tudo nos ocupa e, simultaneamente, tudo nos distrai. Quando se faz fotografia o nosso olhar é ajustado e muda por vezes radicalmente a forma de vermos o que nos rodeia. Olhamos em volta e muitas vezes o que ressalta é o ângulo que poderia dar um bom registo, o detalhe que serviria para fazer uma excelente fotografia e por aí adiante. Algumas das imagens da Photo-Metragens são de uma enorme simplicidade. Por vezes são registos de uma certa banalidade. E apenas isso. Mas podem ser, também, uma surpresa porque as nossas permanentes solicitações muitas vezes não nos deixam tempo para esse registar das coisas pequenas que, por vezes, são maiores do que podemos supor.

A exposição é com imagens a preto e branco. Por quê? 
Eu fiz uma opção, que posso dizer incondicional, pela fotografia a preto e branco. Estou convicto de que dificilmente irei alterar este caminho. E ao longo dos anos, depois de muitas exposições já visitadas, de idas regulares às feiras de fotografia, o meu olhar tem vindo a ser treinado, cada vez mais, tornando óbvia a opção pela fotografia a preto e branco. Não tenho nada contra a cor, como é óbvio. Há fotografias e trabalhos a cor fabulosos e que, provavelmente, sem essa opção da cor perderiam alguma coisa. Muitas delas têm justamente como objectivo o contraste que as cores permitem e o efeito emocional que podem transmitir. Mas esse não é o lado que me interessa. O meu problema com a cor na fotografia é que nos pode distrair tremendamente do objecto e da essência do objecto registado. É um outro registo, e que acaba por se sobrepor a tudo.

Faça a experiência. Entre num espaço com trabalhos expostos e olhe de forma genérica e abstracta. O que capta em primeiro lugar são as diferenças cromáticas do que tiver à frente, e não as formas retratadas. É, antes, a intensidade dos vermelhos, ou dos azuis, e de outras cores, o modo como essas cores se espalham e ocupam o espaço impresso. Só depois, num segundo momento, e quando se conseguir abstrair ou recompor desse choque cromático, é que consegue entrar na essência da imagem. Isto se a essência não for, obviamente, o tal choque cromático porque, nesse caso, fica por aí!

A minha opção pelo preto e branco é claramente uma opção pela substância e pela prevalência do conteúdo que normalmente só a fotografia a preto e branco permite.

Onde recolheu as imagens?
Foram escolhidas um pouco em vários sítios. Mas a maioria é da Ásia e de Portugal.

O que diria da mediatização/banalização da fotografia na actualidade?
A sua pergunta seria um bom pretexto para uma outra conversa, em especial se a questão da mediatização da imagem se associasse à manipulação da imagem ou, a um outro nível, se se pensasse nos diversos veículos que as sociedades contemporâneas têm para que a fotografia se projecte nesse espaço mediatizado. E para a conversa ter utilidade teríamos de distinguir vários níveis de questões sobre essa ideia de “mediatização da fotografia”. Mas essa não é o tema de hoje. O que agora me parece de evidenciar é que os meios de comunicação formais e informais vieram dar actualidade à fotografia, dando-lhe uma importância acrescida no contexto das sociedades contemporâneas. Nos últimos tempos tenho-me interrogado é sobre um outro fenómeno que decorre dessa mediatização: o modo como se tem valorizado a fotografia como objecto de arte com valor nos mercados de arte. A fotografia é actualmente um bem artístico relevante, graças a essa mediatização. Há obras que começam a atingir valores significativos, criando um mercado de investimento importante e com um potencial de crescimento muito grande. Mas há perversões. Porque essa mediatização valoriza no mercado o bom, mas, algumas vezes, o mau e muito mau. Como também permite que facilmente se possa esquecer o bom e o muito bom.


© João Miguel Barros

#04 Homenagem

Ainda menino usava panos enrolados nas mãos para bater em sacas cheias de farinha. Enrijava os músculos, ouvira dizer. Queria crescer com o corpo cheio, acima de tudo para chamar a atenção das miúdas mais engraçadas do bairro. Eram essas as suas rotinas de tempos livres, demasiado livres.

Mais velho, começou a usar o corpo em combates a sério. Alimentava-se da ânsia de esmagar o adversário, mostrar o seu lado feroz e implacável, mas já não o de alimentar o sonho de namorar com a mais bonita do bairro. Apenas bater. Para ganhar.

Ao mesmo tempo ia engrossando o corpo, sem tempo para reforçar a fluidez da mente. Sim, sabia bater. Era conhecido por bater forte, de forma implacável, até inteligente. Ganhava. Outras vezes perdia. Mas, a mais das vezes, ganhava.

Com o tempo, e sem tempo, passou a viver enclausurado nas cordas do ringue. Batendo. Levando. Chorando. Rangendo os dentes protegidos. E ocasionalmente sorrindo de raiva. Sim, sorrindo.

No seu último combate perdeu os sonhos da sua vida. Mas saiu inteiro, pelo seu pé, continuando a sorrir.

21 Fev 2018

Tencent faz 210 milhões de chineses caminharem no feriado

[dropcap style≠‘circle’]U[/dropcap]m sétimo dos chineses participou da campanha feita pela Tencent para estimular a população a caminhar durante a Festa da Primavera, informou a gigante tecnológica. Mais de 210 milhões de chineses receberam um total de 1,79 bilhão de “envelopes vermelhos” com dinheiro virtual durante a Campanha do Envelope Vermelho Fitness feita na rede social QQ, da Tencent.

Através do dispositivo de rastreamento, a companhia ofereceu aos usuários a chance de participar em sorteios de um total de 200 milhões de yuans e 4 bilhões de yuans em vale-compras por cada 100 passos dados durante os primeiros três dias do Ano Novo chinês. O objetivo foi promover um estilo de vida saudável.

Durante a campanha, cada usuário deu em média 5.347 passos diários. Os participantes nascidos depois do ano de 1990 caminharam mais, com 5.443 por dia; 70 por cento dos vencedores dos sorteios estão na casa dos 20 anos.

Os usuários das cidades de Chongqing, Chengdu e Kunming foram os que deram mais passos per capita.

No total, os participantes deram 3,4 triliões de passos nos primeiros três dias do Ano Novo chinês, um aumento de 35,9 bilhões ante o mesmo período em 2017.

21 Fev 2018

China pede punição para americano que partiu soldado de terracota

Pequim exige punição severa para norte-americano que, alegadamente, terá partido e roubado um dedo de um soldado de terracota exposto em Filadélfia. O jovem foi libertado após pagar fiança e não pode deixar o país antes do julgamento

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]s autoridades chinesas exigiram “punições severas” ao americano Michael Rohana, de 24 anos, acusado de remover e roubar um dedo de um soldado de terracota, que estava emprestado ao Instituto Franklin, na Filadélfia. O jovem do estado de Delaware foi preso e libertado após pagar fiança de 15 mil dólares, sob condição de entregar o passaporte, passar por testes de drogas e não deixar o país antes do julgamento. Em 260 exposições realizadas no exterior, este é o primeiro incidente do tipo.
De acordo com os investigadores, Rohana participou numa festa no Instituto Franklin no dia 21 de dezembro e visitou a galeria da exposição “Soldados de Terracota do Primeiro Imperador”, que estava fechada ao público. O jovem usou a lanterna do telemóvel para apreciar as dez estátuas emprestadas pelo Centro de Promoção do Patrimônio Cultural de Shaanxi e chegou mesmo a subir a uma plataforma para tirar uma selfie.
Segundo o FBI no mandado de prisão, Rohana apoiou-se na mão esquerda de uma das estátuas de um cavaleiro, e aparentemente quebra um pedaço. Em vez de alertar os funcionários do instituto, terá metido o pedaço quebrado no bolso antes de sair do edifício. O polegar perdido só foi notado no dia 8 de Janeiro, e agentes do FBI conseguiram encontrar Rohana dias depois, em casa. Na presença do pai, o jovem confessou ter escondido o polegar roubado numa gaveta de seu guarda-roupa.
A promotoria decidiu acusar Rohana pelo roubo de peça de arte de um museu, ocultação de obra de arte roubada e transporte de propriedade roubada entre estados. O julgamento ainda não tem data para acontecer.

Reacção chinesa

Nesta segunda-feira, o director do Centro de Promoção do Património Cultural de Shaanxi, Wu Haiyun, criticou o Instituto Franklin pela “falta de cuidado” com as estátuas. Nos últimos 40 anos, o centro organizou mais de 260 exposições no exterior e nunca passou por situação semelhante.
“Nós pedimos que os EUA punam severamente o acusado” — disse Haiyun, em entrevista à emissora estatal chinesa CCTV.
Em comunicado enviado ao Instituto Franklin, o Centro de Promoção do Património Cultural de Shaanxi informou que enviará dois especialistas chineses para recuperar a estátua danificada. A exposição será mantida como o planejado, até o próximo dia 4.
As dez estátuas da exibição fazem parte do Exército de Terracota, com mais de 8 mil soldados e outras peças militares, enterrados com Qin Shi Huang, o primeiro imperador da China, em 210 a.C. Descoberto na década de 1970, o exército é reconhecido como uma das maiores descobertas arqueológicas do século passado. A estátua danificada é avaliada em US$ 4,5 milhões.

21 Fev 2018

Mar do Sul da China | Reino Unido quer assegurar o direito de livre navegação

[dropcap style≠’circle’]G[/dropcap]avin Williamson, secretário de Estado da Defesa do Reino Unido, anunciou que uma das fragatas do país, HMS Sutherland, vai passar pelas águas do mar do Sul da China para assegurar o direito de livre navegação.

Actualmente, a fragata anti-submarino HMS Sutherland da Marinha Real britânica encontra-se numa visita à Austrália, onde a embarcação permanece desde o início da semana.

Enquanto isso, Williamson não especificou se o navio vai passar perto das ilhas controladas pela China – um acto geralmente praticado pelos EUA, o que por sua vez causa muitas críticas por parte de Pequim.

O mar do Sul da China é considerado uma área estratégica economicamente importante, atravessada por vias marítimas importantes, com potenciais fontes de petróleo, gás e outros recursos minerais. Os EUA vêm agravando as tensões em torno da situação efetuando na região patrulhamento e manobras em conjunto com seus aliados. De acordo com Washington, as suas acções visam assegurar a liberdade de navegação, enquanto Pequim as qualifica como actos de violação da sua soberania.

20 Fev 2018

China alerta EUA sobre restrições comerciais

[dropcap style≠’circle’]”A[/dropcap] China está preocupada com a grave tendência de proteccionismo dos EUA no sector de produtos siderúrgicos”, disse o Ministério do Comércio da China em um comunicado.

O comunicado foi divulgado depois do Departamento de Comércio dos EUA ter anunciado na segunda-feira que iniciará investigações de defesa comercial sobre os tubos soldados de grande diâmetro importados da República da Coreia, Turquia, Grécia, Índia, Canadá e China.

Embora os membros da Organização Mundial do Comércio tenham o direito de lançar essas investigações, “a protecção frequente e excessiva da indústria doméstica não serve os propósitos originais das medidas de defesa comercial, e muitas vezes, cria um círculo vicioso”, disse Wang Hejun, chefe do departamento de defesa comercial e investigação da pasta, no comunicado.

Até Janeiro, mais da metade das medidas efectivas de defesa comercial tomadas pelos EUA tinham como objectivo os produtos siderúrgicos, cobrindo quase todos esses produtos importados pelo país. Wang disse que a base da recuperação económica global permanece frágil, e que todos os países devem trabalhar juntos para isso.

“A China espera que os EUA observem as regras comerciais multilaterais e desempenhem um papel positivo em promover o desenvolvimento económico mundial”, disse Wang.

20 Fev 2018

“Tenho como trabalho servir o povo”, disse Xi Jinping aos aldeãos dos subúrbios de Chengdu

[dropcap style≠’circle’]”T[/dropcap]enho como trabalho servir o povo”, disse na segunda-feira o presidente chinês Xi Jinping aos aldeãos locais nos subúrbios de Chengdu, capital da Província de Sichuan, no sudoeste da China.

Xi, também secretário-geral do Comité Central do Partido Comunista da China, fez as observações quando um residente sénior da aldeia de Zhanqi disse com excitação: “Você é o nosso bom líder e a estrela da sorte do povo chinês!” “Obrigado. Eu sou um servidor do público. Tenho como trabalho servir o povo”, respondeu o presidente.

Xi estava na aldeia para conhecer os avanços no uso da internet para ajudar a vender produtos locais. Uma mulher idosa quis dar um par de sapatos feitos à mão a Xi como presente, mas o presidente sorriu e insistiu em pagar.

Antes de vir à aldeia, Xi visitou Yingxiu, no distrito de Wenchuan, epicentro do terramoto de magnitude de 8 graus que atingiu a Província de Sichuan, no sudoeste da China, em 12 de Maio de 2008. Xi visitou as ruínas de uma escola secundária, onde ele colocou flores em memória de mais de 80 mil pessoas mortas no terramoto e heróis que morreram durante o trabalho de resgate. Xi disse que as ruínas devem ser protegidas para se tornarem numa base da educação sobre patriotismo. O presidente também viu as mudanças em Yingxiu nos últimos 10 anos depois do tremor de terra e visitou uma oficina de produção de chá local e um restaurante.

Durante a visita, Xi disse aos aldeãos locais que a China continuará a revitalizar as zonas rurais. “O desenvolvimento das zonas rurais não é apenas sobre o desenvolvimento de indústrias ou materiais, mas também sobre vidas espirituais e culturais”, disse.

Presidente visita ex-líderes

Além dos pobres, o presidente Xi Jinping e outros líderes chineses visitaram ex-líderes para dar saudações antes da Festa da Primavera. Os ex-líderes, incluindo Jiang Zemin e Hu Jintao, receberam visitas pessoais dos líderes actuais ou de seus representantes.

Xi, assim como os outros actuais líderes, desejaram aos ex-líderes uma boa Festa da Primavera, boa saúde e vida longa. Os ex-líderes expressaram o seu agradecimento pelas visitas e elogiaram as realizações históricas feitas pelo Comité Central do PCC com Xi Jinping no núcleo da liderança do Partido inteiro, exército e povo chinês de todas as etnias para alcançar novos avanços na causa do socialismo com características chinesas na nova era. Eles também expressaram apoio ao estatuto nuclear de Xi no Comité Central do PCC e em todo o Partido.

20 Fev 2018

Idosos | Académico pede mais esforços na implementação de Previdência Central

Até 2036 a percentagem da população dependente, ou seja crianças e idosos, vai aumentar para 38,6 por cento. Por essa razão, e principalmente devido a envelhecimento, o académico Tang Kai Hong defende num artigo académico a necessidade de um maior empenho para a implementação total de Regime de Previdência Central

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo de Macau tem de lidar com o problema do envelhecimento da população e criar de forma urgente um Regime de Previdência Central universal e colocar mais recursos humanos nesse objectivo. Esta é a conclusão de um estudo elaborado pelo académico Tang Kai Hong, num artigo publicado na Revista da Administração Pública e Governação, em Journal of Public Administration and Governance.

“A constituição de um Regime de Previdência Central é uma política muito importante, especialmente numa altura em que Macau tem uma sociedade cada vez mais envelhecida. O Governo deve lidar de forma urgente com a construção de um Sistema de Previdência Central”, pode ler-se nas conclusões do académico Tang Kai Hong.

“Neste momento, o Governo ainda não anunciou uma calendarização para levar avante a sua determinação de implementar um sistema [obrigatório]. Desta perspectiva, a implementação de um fundo de previdência ainda está uma fase experimental, não há um implementação total dessa determinação, por isso, o Governo precisa de dedicar mais recursos para a implementação total do sistema de previdência central”, considera.

No entanto, o académico alerta para a necessidade do sistema gerar retornos positivos para os trabalhadores, ao contrário do que diz acontecer em Hong Kong. Segundo o académico, na região vizinha os pagamentos aos pensionistas, após as contribuições, têm ficado aquém das expectativas.

“Em Hong Kong, mais de 10 anos depois de terem sido estabelecidos os fundos de previdência, há críticas que os retornos dos fundos sãos baixos e que os custos de gestão são caros, o que faz com que falhem na função de proteger os trabalhadores”, explicou. “Há vozes que propõem mesmo que o Governo [de Hong Kong] faça uma revisão profunda do modelo adoptado ou que termine mesmo com a política”, frisou.

O regime de Previdência Central Não-Obrigatório entrou em vigor no início do ano. Na discussão na Assembleia Legislativa que resultou na aprovação do documento, foi explicado que o regime não seria obrigatório imediatamente, devido às pressões para as Pequenas e Médias Empresas. Na altura, o Governo comprometeu-se a torná-lo obrigatório, dentro de três anos.

População mais velha

A preocupação com esta questão para o académico parte de um problema há muito identificado pelo Governo da RAEM: a população está a ficar cada vez mais velha.

Segundo os números da população de 2016, o número de pessoas com 65 anos ou mais cresceu para 59.383, ou seja um aumento de 48,6 por cento face a 2011. Este valor representava, em 2016, 9,1 por cento da população e tem tendência par aumentar.

Também de acordo com os dados compilados por Tang Kai Hong, com base nos número oficiais, o número de cidadãos que dependem de outrem para sobreviver vai aumentar. Ou seja o número de pessoas com mais de 65 anos e as crianças, que ainda são novas para entrar no mercado do trabalho. Em 2016 a média da idade população era de 39,3 anos e o rácio de dependência ficava situado em 14 por cento. Porém, em 2036, estima-se que a dependência suba para 38,6 por cento e que a média da idade atinja os 45,5 anos.

20 Fev 2018

Ser lobo

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Ano de Galo não foi, por muitas razões, de feição. Que o animal era bravo, bem o sabíamos, mas o aviso não evitou os sobressaltos, as convulsões, as guerras, as doenças, os desatinos.

Os de nós que ainda aqui estão lembrar-se-ão de um ano de Trump, de Putin, de Xi Jinping. Noutro plano, de Duterte, Maduro, Kim Jong-un. Um ano a antever perigos, catástrofes, aniquilações massivas, secas e cheias, escândalos e, sobretudo, uma sensação de impotência perante o espectáculo do mundo.

Neste século XXI não existem baias. Tudo parece ser possível, mesmo o que há muito pouco tempo se julgava impossível. E isto deixa-nos náufragos de bóia em bóia, no ciberespaço ou na vida. O Galo deixa-nos de crista murcha. Foi um ano que não prestou.

Entra agora o Cão, de cauda hirta, desconfiado, a cheirar os cantos e a manter precavida distância. Há que o mimar, estender-lhe a mão e guloseimas, brindá-lo com festas sem de afagos o submergir.

O Cão gosta de donos, não de mordomos. É um animal que num ápice nos sente e nos entende. Ele sabe o que aí vem. Raramente tem dúvidas e nunca se engana. Às vezes, mas só às vezes, é o dono que o leva ao engano, ao disparate, à dentada cega.

Como escreveu Ptolomeu, a astrologia nada diz, mas já disse tanta coisa. Quanto mais não seja, elaborou uma lista de tipos, de carácteres, de previsibilidades. Errada ou certa, ela está aí para consulta.

Melhor que o destino, é a fé. Avançar sem medo de rosnadelas ou de latidos da cãozoada. Acreditar em tudo e em nada, mas não nos contentarmos com o osso. Uivar à Lua. Esquecer a coleira. Numa palavra, ser lobo.

20 Fev 2018

José Chui Sai Peng quer uniformização de calendários para quotas na ponte HZM

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] deputado José Chui Sai Peng defendeu, em declarações ao jornal Ou Mun, que os prazos das 600 quotas que serão atribuídas para os veículos de Macau para a circulação na ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau devem ser uniformizados. Chui Sai Peng disse não compreender as razões do Executivo para ter decretado datas diferentes para a aplicação destas quotas.

Chui Sai Peng questionou se esta diferença estará relacionada com os diferentes regulamentos que existem para a renovação das quotas dos veículos nas duas regiões, ou até com o facto do Governo ter pago uma parte mais pequena do projecto em relação ao que foi pago pelas autoridades de Hong Kong e Zhuhai.

Na visão do deputado e primo do Chefe do Executivo, a existência de datas diferentes pode estar relacionado com o facto da RAEM ser “um pequeno accionista” neste projecto, com menos poderes de negociação.

Chui Sai Peng considerou também que estas diferenças podem causar um incómodo aos condutores por existirem diferentes datas de renovação das quotas.

Macau vai ter direito a 600 quotas para veículos locais circularem entre a cidade e Hong Kong através da nova ponte que liga os dois territórios e Zhuhai, foi anunciado esta terça-feira.

Destas 600 quotas de circulação, 500 têm validade de um ano e 100 de seis meses, enquanto as 300 quotas a atribuir a veículos de Hong Kong têm validade de três anos. Esta distribuição resulta de um consenso entre os governos das duas regiões administrativas especiais da China, indicou a Direção dos Serviços para os Assuntos do Tráfego de Macau (DSAT).

Entretanto, a Autoridade Monetária e Cambial de Macau (AMCM) emitiu um comunicado onde alerta os condutores para o facto de “terem de adquirir previamente um seguro de acordo com a legislação de cada uma das três jurisdições, na área da correspondente região, conforme a sua pista de condução, antes de entrarem na ponte”.

De acordo com as leis em vigor, “os valores mínimos do seguro para os veículos automóveis ligeiros por cada acidente é de 1.5 milhões de patacas”.

“Os cidadãos devem planear antecipadamente a sua agenda, adquirindo um seguro na área da correspondente região, antes de entrarem na ponte. As seguradoras locais poderão ajudar na aquisição do seguro automóvel para as outras duas regiões. As associações do sector segurador das três regiões criarão uma página electrónica temática sobre o seguro automóvel para a travessia da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau e divulgarão informações mais detalhadas no futuro próximo”, adiantou a AMCM.

20 Fev 2018

Hotel Love Lane Seven Inn | Lawrence Cheang, A paixão pelo património

Os alojamentos de baixo custo continuam a escassear em Macau, mas Lawrence Cheang decidiu apostar neste segmento e abriu há alguns meses o hostel Love Lane Seven Inn., onde os hóspedes têm a oportunidade de ficar perto das Ruínas de São Paulo

[dropcap style≠‘circle’]S[/dropcap]ituado na Rua da Paixão junto à Cinemateca, o hostel Love Lane Seven Inn pretende destacar-se no panorama hoteleiro de Macau pela aposta no valor do Património. Foi com este propósito que um grupo de residentes comprou há mais de dez anos o edifício junto às Ruínas de São Paulo, onde agora opera o Love Lan Seven Inn.

Ao HM, Lawrence Cheang explicou que a o espaço pretende ser uma alternativa para os turistas menos interessados nos casinos e nos grandes resorts classificados com cinco estrelas. Ao mesmo tempo, enquanto o hotel aposta nas linhas históricas da fachada tem também a vantagem de ficar situado junto ao centro turístico de Macau.

“Comprámos este edifício há muito tempo e depois decidimos abrir um negócio, com objectivo de lançar um hostel que apostasse principalmente no valor arquitectónico da cidade. É um componente que queremos muito valorizar”, afirmou Lawrence Cheang.

“Foi um projecto que demorou cerca de 10 anos desde o momento da construção até abrir as portas e começar a aceitar reservas. Foi um grande desafio encontrar os materiais de construção porque não podíamos utilizar materiais modernos. Sempre quisemos recriar um ambiente histórico e antigo”, sublinhou.

Sem os recursos das grandes cadeias de hotéis que entrarem em Macau com a expansão do mercado do jogo, o hostel Love Lane Seven Inn aposta num serviço mais personalizado e num aconselhamento muito detalhado aos clientes.

“Somos o único hostel que se destaca pela aposta no valor arquitectónico e temos a vantagem de estar situados nas principais atracções. Como não podemos oferecer todos os serviços que outros resorts oferecem, temos o cuidado de aconselhar da melhor maneira os nossos clientes, ao nível de restaurantes ou transportes que podem utilizar”, explicou Lawrence.

Ambiente competitivo

Se por um lado a aposta no valor arquitectónico é uma mais-valia para o Love Lane Seven Inn, por outro a competição perante os grandes hotéis de cinco estrelas não é fácil. O facto das grandes operadoras também oferecerem promoções agressivas com reduções nos preços significativas, complica a sobrevivência para os hostéis locais.

“Esta área de negócios em Macau não é fácil porque estamos a competir com outros hotéis que têm mais quartos e outras condições. Como têm muitos quartos, esses hotéis podem apostar em fortes promoções e mesmo assim gerar lucro. Mas esse não é o nosso caso”, começou por admitir Lawrence.

“Por exemplo, quando um hotel de cinco estrelas que tem centenas de quartos faz promoções que podem abater cerca de 400 patacas nos preços, o custo final entre as duas ofertas fica mais próxima. Se os preços são muito semelhantes, entre um hostel e um hotel de cinco estrelas, é fácil perceber qual é a escolha que os clientes vão fazer”, explicou sobre a situação do mercado.

Actualmente, com a emergência de várias plataformas online de reservas de quartos, Lawrence explica que não é difícil chegar aos clientes. Porém reconhece que as comissões pagas são elevadas, principalmente quando os preços praticados são mais baixos.

“Nós recorremos a plataformas online para arranjar reservas. Mas elas também nos cobram uma percentagem significativa. Estamos a falar de valores que chegam aos 14 por cento do preço dos quartos. Para preços mais baixos é muito dinheiro”, defendeu.

Em relação à hotelaria em Macau não são raras as queixas contra os procedimentos e burocracias do Governo. Lawrence Cheang admite que há espaço para melhorar, mas que o processo é bastante acessível.

“Eu creio que os procedimentos para obter as licenças junto do Governo funcionam bem. Claro que há sempre espaço para haver melhorias e acelerar os procedimentos. Mas mesmo assim a informação disponibilizada é boa e os departamentos fazem um bom trabalho”, referiu.

20 Fev 2018

Serviços de Saúde | Disponibilizados mais locais para vacinação no Kiang Wu e MUST

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]esde ontem que os residentes têm mais opções de locais para levarem as suas vacinas. De acordo com um comunicado dos Serviços de Saúde (SS), estarão também disponíveis postos de vacinação no CHCSJ, no Hospital Kiang Wu, nas consultas externas do Hospital Universitária de Ciência e Tecnologia e nas Clínicas dos Operadores, com vacinação gratuita e sem marcação.

Os SS apontam que desde os finais de Janeiro que se regista uma subida da taxa de vacinação “com uma média de cerca de 400 residentes por dia, tendo ultrapassado uma média de 4,000 residentes por dia aquando do período de pico”. Tal causou “um grande impacto no funcionamento dos postos de vacinação”, explica o comunicado.

Nos últimos dias “os centros de saúde têm registado uma descida para uma média de cerca de 700 residentes por dia”. Os SS já têm um total de 165 mil vacinas disponíveis, sendo que 127 mil residentes já foram vacinados. O pico da gripe deverá manter-se nas próximas semanas, existindo a possibilidade “de ocorrência de uma segunda onda de gripe após os feriados de novo ano chinês”.

20 Fev 2018

Sorte de cão

O último fim-de-semana ficou marcado por um acidente com um autocarro de passageiros em Tai Po, Hong Kong, que causou a morte a 19 pessoas, deixando mais de 40 feridos, alguns deles em estado crítico. A causa, mais uma vez, foi falha humana, e apesar da disparidade entre o número de vítimas mortais, vem à mente um outro acidente ocorrido em finais do mês passado aqui em Macau, que custou a vida a uma idosa. E tudo por culpa de um motorista de autocarro que alegadamente terá carregado no acelerador, em vez do travão. Podia-se dizer que “acontece”, mas não é (felizmente) frequente, e está longe de se poder considerar uma coisa “normal” para quem tem carta de condução, quanto mais para um motorista de veículos pesados. Aparentemente os motoristas das empresas de transportes públicos de ambas as RAE de um e outro lado do Rio das Pérolas sofrem dos mesmos problemas; é o stress, ora porque “não há número suficiente de profissionais”, os poucos que existem “trabalham muitas horas”, e alguns, coitados, “têm mais que um emprego”. Isto é portanto o mesmo que dizer que profissionalismo e exclusividade não são dois predicados exigidos a quem procure esta carreira. Ou pelos vistos estes passageiros “atrapalham”; estão no caminho de uns tipos que nasceram para ser milionários, não fosse pelo tempo que andam aí a perder de um lado para o outro a transportar as pessoas como se fossem gado. É que se fossem só os acidentes, ainda podíamos incluir o elemento do “azar” nesta equação, mas não, alguns motoristas de autocarro são, em bom português, umas tremendas cavalgaduras. Não dignificam a profissão de carroceiro, quanto mais de “chaffeur”. A má disposição do motorista é praticamente um dado adquirido desde o momento que se entra no autocarro. Com alguma sorte (eu diria antes muita sorte) não se vai pelo caminho inteiro aos solavancos, ou sem travagens bruscas daquelas que encostam o esqueleto à pele. Há ainda os episódios do quotidiano a que assistimos, de motoristas que são rudes com velhinhas, crianças e grávidas, que ignoram as paragens ou param muito antes (ou depois) das mesmas, que passam nos sinais vermelhos, ficando atravessados no meio das passadeiras de peões, como depois ainda há aquilo que nos contam – toda a gente tem um episódio medonho para contar em relação aos transportes públicos de Macau. Sinceramente não entendo quem são os motoristas de autocarro e de táxi para tornar o trânsito rodoviário desta cidade ainda mais insuportável. E o que vai acontecer enquanto as suas reivindicações não forem atentidas? Morre mais gente? Estamos reféns desta casta, e não há um buda que nos valha? Era essencial que a população pudesse utilizar os acessos à cidade sem receio de levar com um caixote de lata em cima, ou ter a certeza que a próxima vez que entrasse num transporte público não fosse a último. Fica aqui o apelo a quem de direito.

E com este desabafo chegamos assim ao final de mais um ano lunar, e esta noite vai entrar o Ano de Cão. Queria desejar a todos um “Kung Hei Fat Choi”, e que este seja o canino do bem, aquele que fareja a felicidade, em vez de outro menos dotado, que só saiba perseguir a própria cauda. Bom ano e boa sorte.

20 Fev 2018

Instituto Cultural | Ministério Público guarda casamata

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]pesar de no passado o Instituto Cultural ter emitido um parecer em que defendeu a protecção da Casamata no Alto de Coloane, o Governo recusa avançar se tem algum tipo de planos para uma futura reutilização do espaço ou abertura ao público.

Após o relatório elaborado pelo Comissariado Contra a Corrupção que defendeu a recuperação pelo Governo da RAEM do terreno onde está a antiga construção de origem portuguesa, o HM questionou se havia já tinha sido elaborado algum projecto para o espaço.

No entanto, o IC recusou fazer qualquer comentário, com base no facto do caso estar a ser acompanhado pelo Ministério Público, a pedido do Chefe do Executivo. “Considerando que o “Relatório de investigação sobre construção no Alto de Coloane” se encontra na posse do Ministério Público da RAEM para efectuar sindicâncias e ser acompanhado, o IC, por conseguinte, não expressa quaisquer comentários neste momento”, foi a posição oficial emitida.

20 Fev 2018

Canídromo | Governo deve evitar polémica, diz deputada Song Pek Kei

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s formas apontadas para o reaproveitamento do canídromo depois de ser desactivado têm sido várias e dirigidas a diferentes finalidades. Mas, o que é que vai ao certo ocupar aquela zona ainda não é de conhecimento público, nem do próprio Governo e deve ser pensado com muita cautela. A ideia é deixada pela deputada Song Pek Kei que questiona o Executivo acerca de como vai seleccionar as estruturas que vão ocupar aquele espaço. “Há quem fale em parques de estacionamento, zonas de lazer e o próprio Governo já avançou que pensa construir ali quatro escolas”, refere a deputada em interpelação oral. No entanto, as necessidades são muitas e o Executivo deve encontrar forma de não causar polémica com as escolhas que faz. Para Song Pek Kei é essencial que se comece a tratar disso pois o contrato de concessão com a Yat Yuen estás prestes a terminar.

20 Fev 2018

Mau tempo no canil

12/02/2018

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]uma entrevista televisiva vi o Júlio Pomar e o Jorge Palma, lado a lado, divagando sobre a vida e a arte. E às tantas o Jorge Palma fala da criação de uma composição qualquer e abriu-se um fosso entre os dois, advertindo o pintor: «Meu caro, nós não criamos nada, nós recebemos…».
Lendo o Da Cegueira dos Pintores (Documenta, 2014), de Pomar, cujo título armadilha de imediato a hipótese da sua ser uma arte retiniana, compreende-se porquê:
«Dotado de pouca vontade, deixo-me fazer pelo quadro, e sofro frequentemente as exigências das pequenas coisas insidiosas que procuram impor-se a todo o custo.
Deixar fazer, trabalho invisível. Mas a obra, por natureza, dá ao visível o que lhe pertence. Na fruição desse visível, o pôr a nu, tornado utilização, torna-se também ele, obra. Obra que vive da tensão entre o que é conhecido e o que acaba de ser realizado e lhe escapa».
Assim, quando se abandona à lavra da matéria, embora o que seja próprio do pintor seja ver, acontece-lhe que acaba por restituir ao visível mais do que foi perdido – afinal, uma das condições da arte.
O espantoso é que as frases pulsem e se enfeixem neste livro como «uma energia em expansão», dotadas duma clareza, de um ritmo e riqueza imagética superiores à de muitos escritores. No livro demonstra-se que é Júlio Pomar um dos melhores aparos em Portugal, não há nele palavreado mas polpa, sangue, caroço e morfologia, e a ductilidade de espírito do pintor encarna as palavras no fito de as desviar de qualquer talhe frívolo. Exactamente porque o autor se abandonou à “lavra da matéria” (neste caso verbal), a palavra é «um utensílio que faz corpo com ele».
Admira que a dado momento escreva «Quando uma forma nos surpreende como se acabasse de surgir, não é a forma da forma que está na origem desse brilho, é o seu movimento, e este também não saiu, salvo em parte muito pequena, do movimento que é descrito, mas do gesto que acaba de o inscrever», para precisar duas páginas a seguir «Bacon esvazia o acto de pintar, como quem esvazia um peixe ou uma peça de caça. A sua violência amarra-o ao presente, a sua rejeição do narrativo, da discursividade literária, esvazia imediatamente qualquer ilusão de fazer da travessia dos espelhos, uma manobra de diversão»?
Também para Bacon o que importava não era o deleite mas sim o sentido da finalidade, a que ele chamava a bruta realidade dos factos e por isso nele não se interpunha um centímetro entre o que ele era e a sua obra.
Dois pintores que buscam uma imagem verdadeira que não ceda às “heteronomias” do real, a um tal ponto que Pomar cita Picasso: «Se te acontecer fazeres alguma coisa que te agrade logo, apaga».

(13/01/2018)

As democracias apresentam-se de saúde depauperada. Numa época frenética, em que o fb e o twitter substituíram a opinião pública, neste cenário em que já nada se projecta nem se imagina – destituídos de novas configurações (políticas, mitológicas) -, apenas se reage. Ou seja, o espaço vital contrai-se.
Natural que à medida que o homem se sinta acossado, controlado, domesticado, tenda a buscar situações de conflito e a guerra porque esta, intuiu bem Caillois, eclode como uma ruptura dos tabus. A guerra é a face negra da festa, a sua forma sinistra – porém aviva a ilusão de que se dilatou o espaço vital.
Cumpriu-se, de novo, o Carnaval do Brasil. A direita e a esquerda fizeram uma trégua e rebolaram em comunhão as “bundas”. Veja-se: eles não perdem a primeira oportunidade para fazerem uma coisa que lhes agrada. A Veja desta semana chamava-lhe: A Ciência da Felicidade. Ou da avestruz?
Num país de ilícitos e de esquemas, no qual é difícil achar a quem não enodoe a malha da corrupção, o evitamento do conflito aberto será mais prolongado, embora como dura há demasiado tempo a ruptura dos tabus (o Brasil será hoje o exemplo duma sociedade sem vergonha) uma tensão lateje. Qual será a gota de água para uma guerra declarada, a Grande Purga?
Que eu não seja profeta, mas entretanto pode a língua enlouquecer de todo porque os idiomas também apodrecem e enlouquecem quando se instala a disjunção entre a realidade e o que elas denominam.
O peixe já está estripado mas ninguém quer ver o fedor, antes a mentira que tal sorte, ou seja, a língua já começou a enlouquecer. Um famigerado “Bloco Porão do DOPS” – numa referência às salas onde milhares de brasileiros foram torturados durante a ditadura militar – queria sambar celebrando a ditadura e a censura. A justiça é que os travou. E explica-se uma das responsáveis pelo Bloco, Stefanny Papaiano: «A gente reconhece que houve uma repressão, mas a gente não reconhece a ditadura.» Eis a semântica atirada às urtigas.
Um exemplo da loucura instalada é o esquema de cooperação que me contaram esta semana, o qual envolveria artistas plásticos moçambicanos e poetas/escritores brasileiros.
Pediram a um amigo meu que ilustrasse um poema e pagaram-lhe cem dólares. Era o soneto de um amador. Telefonou-me a perguntar quem seria o ilustre poeta. Eu desconhecia, investigámos. Era um poeta ceguinho (ah Homero, tens culpa de tudo!), falecido há um lustro, xadrezista e campeão distrital, e que em anos bissextos escrevia sonetos nado-mortos que lia nas sociedades recreativas da sua rua. Para ilustrar “a sumidade” chamaram um dos melhores artistas moçambicanos.
Faz sentido? Faz se suspeitarmos que o morto não reivindicará a sua parte dos direitos, a qual reverterá para alguém da organização. Pois, incautamente, uma instituição patrocinou o projecto e a sua inexistência de critérios é afinal uma adição irrelevante ao magma de heteronomias em que a cultura naufraga, exactamente porque a palavra já não faz corpo com quem a profere.
Imposturas em flor.

20 Fev 2018

Erro médico | Só um caso detectado em 2017

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Comissão do Erro Médico, que entrou em vigor a 26 de Fevereiro do ano passado, tratou de 82 atendimentos, sendo que, segundo um comunicado, 73 foram “uma mera consulta ou assuntos de natureza administrativa, que não são competência da comissão nem satisfaziam as condições para requerer a perícia”.

Apenas um caso dos nove que foram alvo de perícia técnica foi considerado erro médico, sendo que três “foram indeferidos por não satisfazerem as condições legalmente previstas”, um ainda está a ser alvo de perícia, cinco casos originaram a emissão de relatórios e quatro “não constituem erro médico”.

No ano passado foram realizadas 50 reuniões, tendo sido efectuadas pela comissão um total de 24 audiências e uma inspecção in loco a um hospital. Foram formulados “32 pedidos de acesso a processos clínicos e informações, dirigidos às várias instituições que incluem hospitais público e privado, centros de saúde, clínicas de medicina ocidental e de medicina tradicional chinesa”.

Foram também convidados pela comissão “peritos para presenciar nas reuniões e prestar apoio ou emitir parecer por escrito, num total de sete pessoas”.

Foi também celebrado um protocolo, em Dezembro do ano passado, com a Associação Médica da Província de Guangdong.

20 Fev 2018

SMG | Florence Leong deixa de ser sub-directora a partir de dia 1

 

A sub-directora dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos, Florence Leong, pediu a demissão, que se torna efectiva a partir do próximo dia 1 de Março. Tal como Fung Soi Kun, Florence Leong está a ser alvo de um processo disciplinar, mas deverá manter-se nos serviços

[dropcap style≠’circle’]H[/dropcap]á um novo capítulo na história dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG). De acordo com o canal chinês da Rádio Macau, a sub-directora, Florence Leong, que trabalhou ao lado do ex-director Fung Soi Kun aquando da passagem do tufão Hato por Macau, pediu a demissão.

O pedido torna-se efectivo já a partir de 1 de Março, mas Florence Leong deverá continuar como funcionária dos SMG, desempenhando o cargo de técnica superior assessora principal.

Neste momento decorrem as investigações e entrevistas a testemunhas no âmbito do processo disciplinar aplicado aos dois antigos membros da direcção dos SMG, actualmente liderada por Raymond Tam.

Contactada pelo HM, a deputada Agnes Lam considerou que a saída de Florence Leong não surpreende, por estar em causa um processo disciplinar. “O Governo está a levar a cabo uma investigação de acordo com o processo disciplinar instaurado. O Governo anunciou, após a divulgação do relatório, que o director e vice-directora seriam alvo de uma investigação. Trata-se de um procedimento normal mas ainda não sabemos se haverá algum tipo de penalização.”

Agnes Lam confessou não estar surpreendida com a continuação de Florence Leong nos SMG como funcionária. “Ela tem alguma experiência e se ela pode ou não ter outro cargo, que não seja de direcção, penso que não há problema nenhum.”

Já a deputada Song Pek Kei referiu que a demissão de Florence Leong não deverá estar relacionada com o relatório do CCAC, uma vez que este fez referências mais directas a Fung Soi Kun.

“Penso que deve ter sido uma decisão da própria sub-directora, que teve em conta as suas próprias razões”, apontou. “Se estive no quadro, o Governo não pode violar a lei e despedi-la”, acrescentou ainda Song Pek Kei, quando questionada sobre a continuação de Florence Leong nos SMG como técnica superior.

O HM tentou obter mais esclarecimentos sobre a mudança de cargo de Florence Leong, mas até ao fecho desta edição não foi possível obter uma resposta.

Arrumar a casa

Depois dos membros do Governo terem ido, por diversas vezes, à Assembleia Legislativa dar explicações sobre a melhoria dos serviços de prevenção e sinalização de catástrofes, Agnes Lam defende que houve, de facto, uma ligeira mudança, mas que os SMG ainda estão a tentar resolver problemas internos.

“Penso que estão a tentar melhorar os serviços, mas deveriam ter mais pessoas com experiência no processo de tomada de decisões. Continua a não ser muito claro a forma como os serviços vão funcionar, porque anunciaram na AL que iriam ser revistos uma série de regulamentos. A nova direcção está a tentar melhorar os procedimentos, mas parece-me que ainda estão a tentar resolver muitas questões internas”, defendeu.

O relatório do Comissariado contra a Corrupção (CCAC), divulgado semanas após a passagem do tufão Hato, apontou o dedo não só a Fung Soi Kun como também a Florence Leong. Uma das críticas prendeu-se com o facto do ex-director não ter tomado medidas face à religião da sub-directora dos SMG.

Na internet foram colocados rumores a circular que Leong Ka Cheng faria oferendas a fantasmas bebés, na esperança de atrair boa fortuna. Os rumores terão mesmo causado medo nos serviços, e o CCAC entende que Fong Soi Kun deveria ter tomado medidas, apesar de reconhecer “a liberdade de crença religiosa”.

“É difícil confirmar se tais rumores eram verdadeiros ou se se tratavam apenas de boatos. Todavia, todos os trabalhadores dos SMG com que o CCAC entrou em contacto manifestaram que os referidos rumores foram amplamente divulgados naqueles Serviços e que todas as pessoas tinham conhecimento de tal facto”, consta no relatório. “Acresce que, alguns actos quotidianos da referida sub-directora provocavam realmente inquietação, particularmente para os trabalhadores que exerciam funções por turnos toda a noite”, lê-se no relatório.

20 Fev 2018

Património | Sugerida mudança de local do consulado-geral de Portugal

Um ouvinte do programa matinal do canal chinês da Rádio Macau sugeriu a mudança de local do consulado-geral de Portugal em Macau, para que o actual espaço passe a ser uma atracção turística. Leong Wai Man, vice-presidente do Instituto Cultural, disse que, a longo prazo, irão pensar no uso turístico deste tipo de infra-estruturas

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] programa matinal de ontem do canal chinês da Rádio Macau destinou-se a debater o património de Macau, tendo contado com a presença de Leong Wai Man, vice-presidente do Instituto Cultural (IC). Durante o programa, um ouvinte sugeriu a mudança de instalações do consulado-geral de Portugal em Macau, para que este local passe a receber a visita permanente de turistas e cidadãos.

A vice-presidente não deu uma resposta concreta sobre este assunto, tendo apenas declarado que, no passado, o IC recebeu várias opiniões sobre a abertura ao público de infra-estruturas históricas utilizadas por serviços públicos. Leong Wai Man disse que, no futuro, o Governo vai ter isso em conta, mas que será sempre um trabalho a longo prazo.

Contactada pelo HM, Amélia António, presidente da Casa de Portugal em Macau, considerou que esta sugestão é pouco viável.

“O edifício do consulado é propriedade do Estado português, não é nenhum edifício da RAEM, cedido ou alugado. Não vejo que isso tenha alguma viabilidade, além de que é um edifício que, por dentro, está arranjado para funcionar com escritórios e não tem qualquer interesse nos seus interiores. O interesse do edifício está na construção em si, que é relevante.” O cônsul-geral de Portugal em Macau, Vítor Sereno, não quis fazer qualquer comentário sobre este assunto.

Em estado de ruína

Durante o programa, a vice-presidente do IC adiantou que os trabalhos do organismo, que recentemente conheceu a sua nova presidente, Mok Ian Ian, visam não apenas proteger o património mas também garantir a sua dinamização.

Um outro ouvinte criticou o IC por não ter protegido alguns espaços históricos, tal como o restaurante Lok Kwok, localizado na avenida Almeida Ribeiro. O IC foi também criticado por ter deixado muitos espaços em ruínas ou num estado de degradação.

A vice-presidente sublinhou que o IC tem comunicado com os proprietários privados para que façam obras de revitalização e preservação dos edifícios. Em relação às ruas das zonas antigas, a responsável adiantou que é necessário fazer uma avaliação das ruas que possam ser consideradas património.

Leong Wai Man defendeu que, caso sejam protegidas todas as ruas sem uma avaliação prévia, a medida acabará por não surtir o efeito desejado.

 

Desilusão quanto ao plano para gestão do centro histórico

Chan Ka Leong, vice-presidente do Centro da Política da Sabedoria Colectiva, ligado aos kaifong, disse ao Jornal do Cidadão que está desiludido quanto ao plano de salvaguarda de gestão do património, uma vez que, passados quatro anos, o documento de consulta pública continua a ter falta de informações. O responsável defendeu que os conteúdos não estão devidamente aprofundados e que há uma grande incerteza em relação ao desenvolvimento do centro histórico. “Qual é o próximo passo a ser tomado pelo Governo? Quais os trabalhos que serão feitos entre o IC e as Obras Públicas?”, questionou.

20 Fev 2018

Ponto Preciso

[dropcap style≠‘circle’]H[/dropcap]á um ponto. Não sei se é no tempo no espaço ou em mim e de que maneira. Olho pela janela com a memória do bicho no colo e a cortina invisível adejando subtil e sensível às brisas secretas, é uma inquietação sem limite. Foi talvez um comboio que partiu e agitou o universo. Um pensamento fugaz. Uma lembrança. Ou o peso incerto deste outro bicho. Sempre que me sento, com o bicho pendurado num ramo, penso nele e há talvez uma viagem que não faço. O ponto alto da estimativa dos dias corridos demais a imprecisão, a indecisão nos gestos. Que se geram e interrompem sem sentido nem vontade. O que não tem estimativa possível. O que pára. O que trunca o destino. O que não se estima. O que se estima e mede na falta da autoestima. E das árvores, dessas, não reza a história, ficam para sempre paradas no chão, no respeito pelo sono do bicho bom, branquinho, que já não está, que foi para o céu. Resta o outro, de sempre.

Penso nele como num dos pecados capitais. E não consigo deixar de pensar neste pequeno fragmento de Kant, que há tanto, tanto tempo disse o que continua tão actual: “A preguiça e a cobardia são as causas porque os homens em tão grande parte, após a natureza os ter há muito libertado do controlo alheio (…) / continuem, no entanto, de boa vontade menores durante toda a vida(…).”.Menores nos passos a cobrir caminho. Menor o caminho. E tanto mundo a fazer… olho para o espelho como se as árvores se vissem ao espelho. Tenho um bicho encavalitado no ramo da esquerda a pesar-me.

Não devia fazer parte da natureza humana, contornar os assuntos difíceis da psique. Tendo uma só oportunidade de lidar com a vida nas suas complexidades, tenho a ilusão de que se avança com mais descanso olhando de frente, espreitando-lhe os cantos antes de dormir, e atrás das portas, e com ela nas pontas dos dedos, nas palmas das mãos. Como folhas a recolher em grandes haustos o ar necessário e a expelir delicadamente o que sobra. Enfim. Esta proliferação de bichos a circular pela casa para que nem tudo se encerre nos eternos e nunca silenciados diálogos interiores que se desenrolam nestes corredores dia após dia após dia e após. Bichos domésticos e monstros fantasmagóricos a subir pelas paredes. Coisas domésticas, como o nome indica e íntimas de portas a dentro, a distrair uma unidade consistente e solitária que não gosta de se ver ao espelho. Nem seria preciso. Sentem-se por aí como um peso, uma obrigação a cuidar. A esconder das visitas não vão morder ou afiar as garras onde não devem. Da preguiça, esse bicho que cuidadosamente cuidamos na nossa casa, no colo, no ombro e na cama, com aquele sentimento misto de rejeição e inevitabilidade. De quase afecto. Porque nos acompanha e protege. Da destruição, de nós mesmos, talvez. Ou desamor, porque nos protege de voar. Com as dificuldades técnicas em que a alma emperra de súbito. Aquele peso no ombro esquerdo, que deixa mesmo assim liberdade ao outro braço. Ramo. Como um saco de dúvidas, que ultrapassam a margem do conforto doméstico em que convivemos, vivemos e fazemos viver, esse animal manso, profundamente íntimo e caseiro, pequeno no porte mas denso de presença e pleno de interrogações. Como uma marca profundamente gravada na pele por garras que foram concebidas, no acto de criação do mundo, para outros efeitos.

Bicho peludo e pacato, entre os cinzas e umas texturas riscadas a confundir com os galhos onde vive bem alto. Longe de terra e escondido do céu. Bem longe de tudo afinal. A dormir catorze horas por dia. Que sorte a do bicho. De metabolismo lento e pouca actividade. Há subespécies de dois e três dedos. Não sei agora, assim de repente, qual é que exprime a aversão ao trabalho. A mais conhecida, vinda como as outras das matas e florestas da américa central ou do sul, assombrar um mundo inteiro. Não é essa a que me importa. Que viva com as pessoas que não gostam do que fazem. É aquela outra. Num ramo diferente na evolução da espécie, mas aparentada, insegura e tendo como ramificação, um outro bicho, em tudo semelhante à preguiça comum. O mesmo pêlo a confundir-se com a casca das árvores, a mesma inactividade estrutural, a mesma lentidão e inocência. Camuflada de contornos inseguros, meio desfocada entre papel e estatuto, vocação teatral, sempre escondida atrás da sua personagem. A que vive por aqui e se dedica ao teatro fervorosamente. A um teatro de que é preciso descobrir segredos camarins e bastidores. Destapar frascos de maquilhagem, cheirar os cremes e perfumes e tocar os trajes de cena. Os limites. Que aparece sempre mal disfarçada da sua personagem preguiça favorita. A insegurança. Em todas as peças, uma, fundamental a desempenhar a preguiça. Essencial como um ponto. Ali para lembrar o esquecimento súbito. E tem todos os sinais de entender bem por dentro o que a move em cena.

Vem disfarçada de sono, de cansaço, insegurança, indecisão. Não – espera – quem é quem, afinal? Quem é quem o bicho actor e quem é quem a personagem bicho. Não confundir as coisas e trocar o mestre pelo aprendiz. Pobre personagem bicho. Não caça, não faz mal a ninguém. Não tem alma de predador. Trepa à árvore e ali fica pendurada num braço esperando que este não se me mova ao vento, nem este a disfarçada pelagem que cresce em contracorrente no ruído das folhas e texturas do corpo. Da árvore. Num todo vegetal de aparência. Mas enquanto dorme custa à arvore deixar-se levar a dançar com as correntes de aragem mansa para não lhe incomodar o sono o silêncio o modo. Como um gato no colo. Se fosse pessoa. Mas árvore em que se dependura no ombro e no desconforto de o não poder fazer de costas viradas para baixo. Olho-a e sinto-lhe o peso no ombro esquerdo e, por respeito ao sono do bicho, estendo o ramo para lhe dar espaço e sinto-o acomodar-se dependurado como é seu hábito, mais pesado ainda, mas confortável nesta posição. Confortável para ele. Para mim, não. E ali fico de bicho encavalitado no ramo em riscos de se partir, e a avaliar-lhe as qualidades e razões. Porque veio. Porque habita comigo há tantos anos se tantas vezes não o deixo dormir a horas. A espiar a mansidão do bicho, a lentidão da vida. Não porque queira – pobre animal – mas porque a biologia o fez lento das células e mecanismos fabris para dentro. O criou vagaroso no metabolismo. Tão lento em tudo, porque tudo lhe requer uma reserva extra de energia para viver. Somente isso. E que precisa de poupar não se dando a muitos esforços.

Mesmo as necessidades fisiológicas de limpeza, uma só vez na semana. Uma só. Descendo da árvore e ali mesmo aos pés desta. Alimentando-a com os próprios nutrientes das matérias que desta ingeriu. Diz a enciclopédia. Ali em baixo para não ir mais longe. A contornar a linha circular da sua existência sedentária em circuito fechado. Um ciclo que se alimenta a si próprio. Circular. Bicho preguiça a alimentar-se da árvore em que habita uma vida inteira, e a alimentar as defesas da vida face a si própria. A defender o que o defende. A economizar energia vital. Então porque veio? Por isso mesmo. Para defender de cada batalha incontornável escondida em cada esquina incontornável sem ela. De cada decisão difícil e que se teme congenitamente poder abalar toda a árvore. De cada confronto e avaliação a que cada troço da floresta traz ou leva e no qual incorpora todo o saber, todas as possibilidades de equação, de questão, de interrogação. De validade, dúvida, qualidade. Um esforço imenso em que tudo se pode perder, de si, do caminho, do sentido, da orientação. Dúvidas. Esse animal de que falei. Insegurança de seu nome secreto. Sempre disfarçado em trajes de carnaval no teatro da vida, da vida de uma árvore. Com o bicho encavalitado num braço. Lá bem em cima. Longe do chão e escondido do céu pela folhagem. Longe do olhar, longe do coração. De predadores.

De aparência inocente. Mas aquela atitude dúbia de certas pessoas que nos entram pela vida adentro e não sabemos bem se nos fazem bem ou mal. Um bicho de pelo sedosos e quente. Que nos impede de levantar de uma cadeira para não o fazer despertar e desmoronar em questões. Quezilentas e difíceis questões que temos naquele nível subliminar, em cada patamar de escada a subir. Mas sempre à espreita. Ou que temos sempre na frente mas a que podemos voltar a cara como sem reparar. Há pessoas que têm livros completos possíveis e caminhos. Só de voltar o olhar para si e teclar um pouco. Músicas sem retorno. As do fazer. Desperdício de melodias por tocar. Temor do embate face a uma face que vinda a lume se revela com qualidades e defeitos. E um olhar que vêm muitos, e às vezes poucas. Mas o bicho doméstico não gosta de ver a casa desarrumada com outras presenças desconfortáveis, ruído nítido e diálogos imprescindíveis quando se tem visitas. Bicho ciumento da etérea atmosfera da casa arrumada, que tudo permite imaginar, mas nunca avança para fora dessa cortina de porvir e possibilidade. Satisfaz-se assim. Sem visitas indesejadas. Inconformismos, trabalhos difíceis. Coisas que obrigam a pensar. Que ficam serenamente mentirosamente adiadas para um dia mais tarde. Só um dia. Logo ali. E que às vezes nunca chega. Mas que fazer se temos que amar o que temos. O que nos protege. E uma casa feita de discussões e fantasias é uma batalha contínua numa guerra nunca vencida. É uma forma, a sua forma de armazenar, preservar energia por longos períodos. E como sempre na coabitação, passa a ver-se a vida com dois pares de olhos. E os deste animal a colorir de inevitabilidade a luminosidade de alguns sonhos. O que é o sonho, um conjunto de possibilidades remotas ambições uma térmica memória em desejo, mas que previamente se antevê como remota fantasmagórica pretensão a excluir do mundo dos vivos. Na alma pequenina do animal. A preguiça. Bicho felpudo que se instala no ombro esquerdo. De pêlo macio e quente. Ao qual se encosta carinhosamente o rosto, em sereno e triste desalento, a fazê-lo sentir-se bem.

Esse – outro – bicho encavalitado no galho ressequido da direita sempre em riscos de se quebrar. São dois ou a dissociação vítima da desfocagem que os separa meio tremidos em dois. Dois que são personagem e actor. E a sobrepor-se rapidamente e no mesmo movimento em que voltam a dissociar, e a coincidir e a separar, e a confundir. Se. E são duas e já uma só e de novo. Nunca estática, em estonteante movimento de… pára. Pára tudo. Um estonteante e alternado estado de dupla imagem ou de imagem desfocada e tremida nos limites, e por aí fora num caleidoscópio linear como carris de uma câmara de cinema, sintético cansativo e desesperante. Ou já um vinho a mais, a fazer efeito. E quanto fica por habitar, por experimentar por desvendar, por descobrir por representar e escrever e tentar e falhar. E falhar melhor. Sabe-se. Como se se soubesse. O ponto preciso. Onde colocar o dedo e doer. Digo. Digo num daqueles meus diálogos interiores. Senta-te. Vê como somos ao espelho. Dizem que dorme catorze horas sem se cansar. Não sei. A minha, não. Passa muitas das horas que lhe sobram ao sono, de alma túrgida de ideias e emoções e definições para dali a pouco. Muito pouco. Já ali. No ponto preciso. Em que lhe perco um pouco a amizade e a espanto. Aquela espécie de distracção mágica e inesperada. Aquele ponto de que preciso. Definido, preciso e precioso.

20 Fev 2018

Tráfego | O latido da Pérola

Tráfego | O latido da Pérola

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] trânsito na zona da Pérola Oriental pode vir a a ficar “impossível”, com a entrada em funcionamento da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau caso o Governo não venha a tomar medidas. A denuncia é feita pela deputada Song Pek Kei que exige ao Executivo um planeamento daquela área que tenha em conta o aumento do tráfego que se vai começara registar em breve. A zona da Pérola Oriental já está definida como uma zona crítica no que respeita a trânsito local, nomeadamente desde que aumentou o numero de residências na Areia Preta, recorda a deputada. Com a entrada de veículos vindos de Hong Kong e de Zhuhai na ilha artificial, a situação vai agravar-se na medida em que são encaminhados para a rotunda da Pérola Oriental. “É preciso um planeamento de tráfego adequado e arranjar soluções para que não se torne impossível circular num dos pontos chave no que diz respeito a ligações em Macau”, defende Song Pek Kei. Mais, dada a área mais afectada ser a zona norte, a deputada apela ao Governo a todo um novo planeamento urbano capaz de resolver os problemas de trânsito que não param de afectar aquela zona.

Aborto | Deputada quer licença definida

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] deputada Chan Hong pede ao Governo que determine um período de licença para as mulheres que abortam. Em interpelação escrita, a deputada salienta que “a situação de aborto causa danos muito grandes às mulheres tanto em termos físicos como emocionais, pelo que precisam de ter direito a um período de descanso para recuperarem”, aponta. Para Chan Hong, a situação actual para estes casos não se adapta às necessidades pelo que pede ao Governo que crie uma licença para o efeito. Caso seja necessário, o Governo deve mesmo avançar para uma alteração dos estatutos da função Pública de modo a incluir as vítimas de aborto, considera.

20 Fev 2018

Benfica de Macau mais perto de defrontar Hwaepul SC

Os norte-coreanos do Hwaepul derrotaram o Erchim FC por 4-0, na Mongólia, na terça-feira à noite, e estão mais perto de garantir o apuramento para a fase de grupos da Taça AFC, onde vão ter como adversário o Benfica de Macau

 

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Hwaepul SC está com pé e meio no Grupo I da Taça da Confederação de Futebol Asiática (AFC), depois de na primeira mão do play-off de apuramento para a próxima fase da competição, ter derrotado a equipa do Erchim FC por 4-0. O encontro foi realizado na terça-feira à noite, na Mongólia.

No Centro de Futebol da Federação de Futebol local, na capital Ulaanbaatar, os norte-coreanos mostraram desde cedo aos 335 espectadores presentes a razão de serem encarados como favoritos no play-off de apuramento para a próxima fase da competição.

Ainda o cronómetro não tinha chegado aos 10 minutos, e a equipa já estava em vantagem, fazendo valer a sua maior experiência internacional. O golo foi apontado pelo defesa-central Ri Chang-ho, jogador que com 28 anos é um dos principais rostos da selecção A da Coreia do Norte.

Durante o primeiro tempo o Hwaepul SC controlou os acontecimentos com facilidade. Porém evitou sempre correr riscos desnecessários para não sofrer golos que pudessem comprometer a segunda mão do play-off na Coreia do Norte.

Ainda assim, antes do intervalo, aos 41 minutos, a equipa orientada pelo técnico Il Mun-ho conseguiu dilatar a vantagem para 2-0. O marcador de serviço foi o avançado Ri Song.

 

Esforço inglório

Após o intervalo, o Erchim FC entrou com uma atitude mais agressiva, procurando reduzir a vantagem do adversário. Os mongóis mantiveram esta toada mais agressiva até aos 85 minutos, altura em que chegou o 3-0, por Ril Il-san.

O golo provou como certa a aposta do treinador coreano, que 10 minutos antes tinha feito entrar o marcador do terceiro tento, para o lugar do também avançado Il Jon-chung.

Com 3-0, o Erchim desistiu animicamente do jogo e entrou numa fase de maior desorientação. Apesar de faltarem pouco mais de cinco minutos para o final do encontro, os mongóis acabaram mesmo por sofrer mais um golo. O tento que fechou o encontro foi apontado pelo central Ri Chang-ho, que bisou na partida.

Com uma desvantagem de 4-0, a missão de dar a volta à eliminatória para os campeões da Mongólia adivinha-se como quase impossível. Para dificultar ainda mais a situação do Erchim, a segunda mão, que está agendada para a próxima terça-feira, vai ser disputada na cidade de Pochon-up, no Estádio Hwaepul, que tem uma capacidade para 5 mil pessoas.

 

Grupo quase completo

Com este resultado o Grupo I da Taça AFC, que conta com o Benfica de Macau, está praticamente completo. Além da equipa do território, também fazem parte do grupo o Hang Yuen, de Taiwan, e o 25 de Abril, formação que também é da Coreia do Norte.

Contudo, o adversário do primeiro jogo do Benfica no Grupo I já é conhecido e realiza-se a 7 de Março diante da formação de Taiwan, às 20h00, no Estádio de Macau. Depois, na segunda jornada, a 14 do mesmo mês, as águias de Macau vão deslocar-se fora para defrontar Hwaepul, ou Erchim, naquela que poderá ser a primeira de duas deslocações à Coreia do Norte. O jogo está marcado para as 19h00, hora de Macau.

20 Fev 2018