Hoje Macau EventosMorreu a escritora Natália Nunes Natália Nunes (1921-2018) [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] escritora Natália Nunes, autora dos romances “Regresso ao Caos” e “Assembleia de Mulheres”, morreu ontem, na Ericeira, aos 96 anos, disse sua filha à agência Lusa. Nascida em Lisboa, a 18 de Novembro de 1921, destacou-se nas letras, através de romances como “Autobiografia de Uma Mulher Romântica” e “Vénus turbulenta”, mas também como dramaturga e ensaísta, e construiu uma das mais vastas obras, como contista, na literatura portuguesa, com títulos como “Ao Menos um Hipopótamo”, “As Velhas Senhoras”, “Louca por Sapatos”. Resistente antifascista, durante os anos de ditadura, membro da direcção da Sociedade Portuguesa de Escritores, encerrada pela PIDE, polícia política do regime, em 1965, era “considerada unanimemente uma das jovens mais bonitas da capital”, como a definiu o seu marido, o escritor e pedagogo Rómulo de Carvalho (1906-1997), conhecido poeta António Gedeão. Natália Nunes estreou-se na literatura em 1952, com “Horas vivas: Memórias da Minha Infância”, a que se sucedeu “Autobiografia de uma Mulher Romântica” (1955). Vivia então em Coimbra, onde fez o curso de Bibliotecária-Arquivista (1956), depois da licenciatura em Ciências Histórico-Filosóficas (1948), na Universidade de Lisboa. No primeiro livro, “Horas Vivas”, a escritora “reflecte o ambiente quase medieval, dessa altura, na Beira Alta, onde fez a maior parte da instrução primária”, destaca a Plataforma Escritores Online, do Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Universidade de Lisboa. A partir de então, a escrita esteve sempre presente na sua vida, a par do trabalho nas Bibliotecas da Ajuda e Nacional, no Arquivo Nacional da Torre do Tombo e na Escola Superior de Belas-Artes, como bibliotecária e conservadora. Da sua obra destacam-se “A Mosca Verde e Outros Contos” (1957), “Regresso ao Caos” (1960), “Assembleia de Mulheres” (1964), “O Caso de Zulmira L.” (1967), “A Nuvem. Estória de Amor” (1970), “Da Natureza das Coisas” (1985), “As Velhas Senhoras e Outros Contos” (1992), “Louca por Sapatos” (1996). “Vénus Turbulenta”, o seu último romance, data de 1997. Em memórias, além do livro inicial, contam-se “Uma portuguesa em Paris” (1956) e “Memórias da Escola Antiga” (1981). É autora da peça de teatro “Cabeça de Abóbora” (1970). A obra de ficção disponível da escritora está publicada na editora Relógio d’Água. Publicou “A Ressurreição das Florestas, Estudos sobre a obra de ficção de Carlos Oliveira”, pela Imprensa Nacional Casa da Moeda. No ensaio, Natália Nunes escreveu ainda sobre Dostoievski, Raul Brandão, Augusto Abelaira, José Cardoso Pires, entre outros autores, sobretudo para as revistas Vértice e Seara Nova. Traduziu Dostoievsky, Tolstoi, Simonov, Elsa Triolet, Violette Leduc, Balzac e Roger Portal, para editoras como a Portugália, Edições Cosmos e Edições Aguilar, do Rio de Janeiro. O Dicionário de Literatura Portuguesa, coordenado por Álvaro Manuel Machado destaca, em Natália Nunes, o “sentido do intimismo e do confessional, do mistério e da solidão, herdado em grande parte da geração presencista”, a que juntou a “temática feminina e de intervenção social”, próxima do neo-realismo. A pedido do marido, completou as “Memórias” do escritor, incluindo a data da sua morte, em Fevereiro de 1997. “Não te digo adeus, a minha alma estará sempre contigo”, escreveu, no termo da obra. Natália Nunes era mãe da escritora Cristina Carvalho, autora de “O Olhar e a Alma”, prémio Autores 2016. Numa entrevista à Página da Educação, Natália Nunes confessou: “Nós temos projectos que nunca se realizam, porque vêm outros que nos exigem mais ou porque a vida não deixa. A vida não nos deixa fazer muitas coisas”.
Sofia Margarida Mota PolíticaGastronomia | Mak Soi Kun quer promover Macau no Ano Novo Chinês [dropcap style≠’circle’]H[/dropcap]á que aproveitar o Ano Novo Chinês para promover Macau enquanto cidade gastronómica. O pedido é feito pelo deputado Mak Soi Kun ao Executivo. Em interpelação escrita, o tribuno apela a que seja dada utilidade permanente à classificação do território enquanto cidade criativa por parte da UNECO “Ganhar este título acrescenta um novo impulso à construção de Macau como um centro mundial de turismo e lazer”, refere Mak Soi Kun. A melhor altura não é deixar para depois considera, mas sim apoveitar a muita afluência de turistas a Macau durante o período do ano novo chinês para dar a conhecer a gastronomia local dentro da nova classificação de Macau. “Muitos turistas vêm cá por causa da reputação de “capital gourmet” que Macau já começa a ter”, lê-se no documento. No entanto, com a época festiva do ano novo, “um grande número de pequenas e microempresas tradicionais optam por fechar as suas portas para descansar”, lamenta. Chegar a Macau e ver restaurantes de porta fechada não abona a reputação de capital gastronómica, diz. Para evitar a situação, Mak Soi Kun sugere ao Executivo que inverta a tendência e tome medidas para manter abertos os espaços de restauração locais, essencialmente aqueles que são conhecidos por preservar a gastronomia local. “Quais as medidas práticas que o Executivo pode fornecer a estes restaurantes de modo a que mantenham as portas abertas em alturas em que Macau regista maior número de turistas, como é o caso do ano novo chinês?”, questiona. Só desta forma, refere, é que “os visitantes podem usufruir das características únicas da cozinha locaçl”, justifica.
João Santos Filipe PolíticaFunção Pública | Deputados preocupados com trabalho por turnos A comissão que está a analisar a proposta de alteração aos Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública está preocupada que grávidas e pessoas com mais de 50 anos não sejam dispensada de trabalhar por turnos [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s deputados estão preocupados com o facto da Alteração ao Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública não considerar a necessidade de dispensa do trabalho por turnos das pessoas em casos especiais, como grávidas, funcionários com mais de 50 anos ou pessoas que tenham filhos com menos de um ano. A situação foi explicada, ontem, por Vong Hin Fai, presidente da 3.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa, que está a analisar na especialidade o diploma. “Estivemos a analisar com maior profundidade a questão do regime de trabalho por turnos e fizemos uma comparação com os diplomas em vigor. Por exemplo, no Regime das Carreiras de Auxiliar de Saúde existe uma dispensa do trabalho por turnos para alguns trabalhadores”, começou por dizer Vong Hin Fai. “As auxiliares de saúde grávidas a partir do quarto mês de gravidez, os auxiliares de saúde com idade superior a 50 anos ou os que tenham filhos até à idade de 1 ano podem pedir dispensa do trabalho por turnos. Também na Lei da Relações do Trabalho, que não se aplica à Função Pública, há uma norma semelhante para proteger os trabalhadores”, observou. “Mas no artigo 79 das alterações ao Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública parece que não há um regime que permita aos funcionários suspender o trabalho por turnos. Vamos suscitar esta questão junto do Governo”, reconheceu o deputado e presidente da comissão. Acumulação de férias Outro dos problemas que preocupam os deputados é o facto dos trabalhadores da função pública poderem acumular 11 dias de férias de um ano para o outro, até um total de 33 dias acumulados. Se esses 33 dias forem gozados em conjunto com os 22 dias, correspondentes às férias de cada ano, existe a possibilidade dos trabalhadores terem 55 dias de férias em 12 meses. “Queremos perceber se o facto de poderem gozar 55 dias de férias num ano, não poderá causar inconveniências para os serviços”, explicou Vong Hin Fai. Na reunião de ontem os deputados também abordaram a questão das pausas obrigatórios após seis horas de trabalho ininterruptas. De acordo com a proposta do Governo existe a necessidade de fazer um intervalo, mas não é claro as condições em que deve acontecer. “A proposta não diz de quanto tempo deve ser o intervalo. Na lei das relações do trabalho, que, repito, não se aplica neste caso, há um artigo para haver uma pausa de pelo menos meia hora, após o cumprimento de cinco horas. Queremos que este ponto seja esclarecido”, considerou. Também sobre a proposta de Alteração ao Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública, a AL está a fazer uma consulta pública e recolheu até ontem 16 opiniões, 6 de indivíduos e 10 de movimentos cívicos que não quiseram ser identificado como associações oficiais.
Hoje Macau EventosArte rupestre descoberta no Rio Guadiana [dropcap style≠‘circle’]C[/dropcap]inco gravuras que especialistas acreditam ser de arte rupestre foram descobertas nas margens do rio Guadiana, em Elvas, após a descida das águas provocada pela seca, achado que vai ser analisado pela Direcção Regional de Cultura do Alentejo. Fonte dos serviços regionais do Ministério da Cultura disse à agência Lusa que está já prevista uma deslocação de técnicos ao local para estudar as gravuras, encontradas na semana passada, que os arqueólogos admitem ser da época pós-paleolítica. “Eu diria que há uma forte probabilidade de serem figuras pré-históricas e que, estando emersas, deverá aproveitar-se a oportunidade para destacar uma equipa de especialistas de arte rupestre”, defendeu, por seu turno, o presidente da Associação dos Arqueólogos Portugueses, José Morais Arnaud, em declarações à Lusa. Os painéis foram encontrados na semana passada, na margem portuguesa do Guadiana, por um antigo militar espanhol, Joaquin Larios Cuello, na zona da ponte da Ajuda, perto da cidade raiana de Elvas, no distrito de Portalegre. O historiador Luís Lobato de Faria, que tem acompanhado no terreno a descoberta, adiantou que as gravuras aparentam ter “milhares de anos” e lembram a forma de serpentes e de figuras humanas através de picotados em rochas. Devido à descida das águas, em consequência da seca, segundo Luís Lobato de Faria, estão também a surgir gravuras na margem espanhola do rio. “Já desenhámos parte das gravuras para que fiquem salvaguardadas”, disse o historiador, recordando que, em 2001, foi feito um levantamento de gravuras de arte rupestre na mesma zona. A descoberta das gravuras, que vão ser estudadas por especialistas, tem sido debatida nos últimos dias na página de Internet “Archport”, considerada o mais antigo fórum de discussão dedicado à arqueologia em Portugal. Cinco gravuras que especialistas acreditam ser de arte rupestre foram descobertas nas margens do rio Guadiana, em Elvas, após a descida das águas provocada pela seca, achado que vai ser analisado pela Direcção Regional de Cultura do Alentejo. Fonte dos serviços regionais do Ministério da Cultura disse à agência Lusa que está já prevista uma deslocação de técnicos ao local para estudar as gravuras, encontradas na semana passada, que os arqueólogos admitem ser da época pós-paleolítica. “Eu diria que há uma forte probabilidade de serem figuras pré-históricas e que, estando emersas, deverá aproveitar-se a oportunidade para destacar uma equipa de especialistas de arte rupestre”, defendeu, por seu turno, o presidente da Associação dos Arqueólogos Portugueses, José Morais Arnaud, em declarações à Lusa. Os painéis foram encontrados na semana passada, na margem portuguesa do Guadiana, por um antigo militar espanhol, Joaquin Larios Cuello, na zona da ponte da Ajuda, perto da cidade raiana de Elvas, no distrito de Portalegre. O historiador Luís Lobato de Faria, que tem acompanhado no terreno a descoberta, adiantou que as gravuras aparentam ter “milhares de anos” e lembram a forma de serpentes e de figuras humanas através de picotados em rochas. Devido à descida das águas, em consequência da seca, segundo Luís Lobato de Faria, estão também a surgir gravuras na margem espanhola do rio. “Já desenhámos parte das gravuras para que fiquem salvaguardadas”, disse o historiador, recordando que, em 2001, foi feito um levantamento de gravuras de arte rupestre na mesma zona. A descoberta das gravuras, que vão ser estudadas por especialistas, tem sido debatida nos últimos dias na página de Internet “Archport”, considerada o mais antigo fórum de discussão dedicado à arqueologia em Portugal.
Sofia Margarida Mota Manchete SociedadeAno Novo Chinês | Festividades transformam-se com o tempo e abrangem o planeta É a grande festa da China. Esta sexta-feira são dadas as boas vindas ao Ano do Cão. A tradição conserva-se, mas adaptada aos tempos de hoje. As prioridades já não são as mesmas e até os envelopes vermelhos deixaram de ser em papel. O Ano Novo Chinês deixou de ser uma coisa do oriente e é comemorado um pouco por todo o mundo [dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] a altura sagrada para qualquer chinês. A primeira lua anuncia a chegada de mais um ano. Dia 16 é a vez do ano do cão dar entrada. Os vermelhos e dourados enchem as ruas, os caracteres de felicidade e as laranjeiras em miniatura adornam qualquer entrada de casa que se preze. Mas, apesar das tradições serem incontornáveis há muitas mudanças em curso e a tecnologia é a grande responsável. Se há uns anos, a maior migração do mundo que levava ao reencontro da famílias chinesas nas províncias natais era demorado, agora as viagens são rápidas e os destinos começam a ser outros que não a família. De acordo com a agência de notícias Xinhua, há um número crescente de chineses que escolhe viajar em vez de retornar às cidades onde nasceram. Num relatório divulgado pela China Tourism Academy são já cerca de 6,5 milhões de chineses que escolheram ir para o estrangeiro durante as férias do Festival da Primavera. As reservas contabilizadas apenas num dos sites de viagens confirmam que os destinos abarcam 68 países e incluem a Tailândia, o Japão, Singapura, Vietname, Emirados Árabes Unidos e países do norte da europa. Ainda assim, e de acordo com a Administração Nacional de Turismo da China, são esperadas 385 milhões de viagens internas, principalmente voos domésticos, sendo que a receita de turismo aumentará para 476 mil milhões de yuans, um acréscimo de 12,5 por cento em relação ao ano passado. Em 2018, a corrida de viagem do Festival da Primavera começou em 1 de Fevereiro durará até 12 de Março, com mais de 390 milhões de passageiros a circularem nos comboios nacionais. Ecrã vermelho Os hongbao, envelopes vermelhos com dinheiro que constituem o presente a oferecer a familiares e amigos durante o ano novo chinês também já não são o que eram. As ofertas financeiras continuam a ser dadas mas a forma é outra. Basta um clique no ecrã do telefone para a missão estar cumprida e o depósito estar feito em conta, no país que tende a ser o primeiro a abolir o dinheiro físico. Um relatório divulgado pela gigante chinesa da Internet, a Tencent, refere que o WeChat, a aplicação mais usada no continente, só no ano passado, foi o meio para enviar cerca de 46 mil milhões de envelopes vermelhos electrónicos nos cinco dias que antecederam o ano novo em 2017. Este ano a tendência é a que o número aumente. Também a alimentação está a sofrer mudanças não tanto no conteúdo mas na forma de ir para a mesa. De acordo com a Xinhua, a carne de porco, o frango, os vegetais, a lagosta, o caranguejo e as frutas são alimentos que, conforme as regiões fazem parte do cardápio do ano novo mas as horas na cozinha já podem ser dispensadas. Mais uma vez, um ligação no WeChat e a tradição vem parar ao prato já devidamente pronta a comer. Da China para o mundo O ano novo chinês já há muito que deixou de ser exclusivamente celebrado na China. Partilhado pelos chineses em todo o mundo, é também uma data já festejada por muitos que de alguma forma se interessam pela cultura do país do Meio. Já são mais de 400 as cidades que assinalam a data, em mais de 130 países e regiões, avança a agência Xinhua. Países como a Malásia, Singapura, Maurícias e mesmo o pequeno Suriname na América Latina já decretaram o primeiro dia do ano lunar como feriado. Vermelho no mundo Entretanto, e um pouco por todos os continentes, as festividades têm sido assinaladas das mais diversas formas. Londres foi uma das capitais a iniciar os bons auspícios em 2018. Com um calendário rico em actividades, o ano do cão já é conhecido de muitos. Se no ano passado, as comemorações do ano novo chinês na Praça Trafalgar, no centro de Londres, atraíram mais de 700 mil visitantes de vários países, este ano o feito tende a repetir-se. Por outro lado, nada como entrar no novo ano com promessas de novos negócios. A capital britânica já chamou as boas fortunas com um jantar que reuniu cerca de 400 homens de negócios ingleses, promovido pela Câmara do Comércio. Também Madrid já fez saber na passada segunda-feira que a capital espanhola se vai vestir de vermelho e dourado para comemorar as festividades orientais. A porta-voz das autoridades madrilenas, Rita Maestre apresentou o programa das festas ao embaixador da República Popular da China no país, Lyu Fan num evento realizado no Centro Cultural Chinês. No total, é quase um mês de celebrações que vão até 11 de Março. Para locais e curiosos Vivem na capital espanhola cerca de 53.000 chineses que “atraem a atenção dos madrilenos cada vez mais curiosos acerca dos seus costumes”, refere a Xinhua. Exposições, desfiles, dança e gastronomia vão encher Madrid para levar a cultura de cá aos de lá. Em Nova Iorque o Empire State Building já foi iluminado em honra do festival da Primavera com os tons auspiciosos locais e assim vai estar até à chegada do ano do cão. As artes não passaram ao lado, e a cidade da maçã foi palco da abertura de uma série de exposições dedicadas a artistas chineses que ali vivem. A ideia é aproveitar a época festiva e a presença de há já várias gerações de chineses nos Estados Unidos, para dar a conhecer os novos olhares de artistas que vivem e crescem em ambientes multiculturais. De acordo com a Xinhua, a iniciativa decorre pelo segundo ano consecutivo em parceria com a Academia de Belas Artes da China. O objectivo é construir uma plataforma de partilha para os estudantes e artistas. A América Latina não fica de fora nas festividades e nem com o carnaval o ano do cão fica esquecido. Com relevância menor, também o Brasil, essencialmente através de actividades promovidas pela embaixada da China no país, deva aos seus algumas tradições O Ta Chi espalha-se nas ruas de Brasília, acompanhado de iguarias do oriente. Na argentina a comunidade chinesa é a quarta maior comunidade estrangeira que reside no país. Uns regressam a casa todos os anos, mas outros ficam e é lá, com o novos vizinhos e amigos que comemoram o ano novo.
Hoje Macau Manchete SociedadePonte HZM | Macau terá direito a 600 quotas para veículos locais [dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau vai ter direito a 600 quotas para veículos locais circularem entre a cidade e Hong Kong através da nova ponte que liga os dois territórios e Zhuhai, foi ontem anunciado. Destas 600 quotas de circulação, 500 têm validade de um ano e 100 de seis meses, enquanto as 300 quotas a atribuir a veículos de Hong Kong têm validade de três anos. Esta distribuição resulta de um consenso entre os governos das duas regiões administrativas especiais da China, indicou a Direção dos Serviços para os Assuntos do Tráfego de Macau (DSAT). Os veículos particulares transfronteiriços não comerciais com quotas “podem entrar, com frequência ilimitada, nas duas regiões, através da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau”, segundo o comunicado. Os veículos particulares de Hong Kong sem quota de circulação podem participar no plano “Park & Ride”, que lhes permite circular na ponte, mas não entrar na cidade de Macau. Estes veículos têm de ficar estacionados no auto-silo leste do posto fronteiriço da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, com três mil lugares, mediante marcação prévia. Após ultrapassadas as formalidades de entrada em Macau, os passageiros desses veículos podem entrar na cidade através de um serviço de autocarros públicos ou de outros meios de transporte autorizados. Iniciado em dezembro de 2009, o projeto, com uma extensão total de 55 quilómetros, inclui uma ponte principal de 22,9 quilómetros e um túnel subaquático de 6,7 quilómetros. A 8 de janeiro, o jornal China Daily, que citou fontes não identificadas, tinha noticiado que a nova ponte podia abrir em maio ou junho próximos, dependendo dos trabalhos de construção dos postos fronteiriços em Zhuhai e Hong Kong.
Hoje Macau China / ÁsiaFavorito à sucessão do Presidente chinês Xi Jinping acusado de corrupção [dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]un Zhengcai, antigo membro do Politburo do Partido Comunista Chinês (PCC) e visto como favorito à sucessão do Presidente da China, Xi Jinping, foi hoje acusado de corrupção, informou a procuradoria-geral chinesa. Sun ocupou o cargo de secretário do PCC no município de Chongqing até julho passado, quando foi anunciado que estava a ser investigado pela Comissão de Inspeção e Disciplina do PCC. No seu portal oficial, a procuradoria-geral da China diz que Sun “recebeu ilegalmente grandes montantes em dinheiro e bens”, em troca de beneficiar terceiros. Sun, de 53 anos, era um dos membros mais novos do Politburo do PCC, que reúne os 25 mais poderosos da China, pelo que constava entre os favoritos a suceder Xi Jinping no cargo de secretário-geral do partido. O comunicado da procuradoria-geral aponta que Sun será julgado por receber subornos, mas a liderança chinesa sugeriu já que as transgressões de Sun foram essencialmente politicas. Durante o XIX Congresso do PCC, que se realizou em outubro passado, o diretor do regulador da China para os valores mobiliários afirmou que Sun e outros altos-quadros do regime atingidos pela campanha anticorrupção em curso no país estavam a “conspirar abertamente para se apoderarem da liderança do partido”. Sun foi expulso do PCC em setembro passado, suspeito de “graves violações da disciplina”, termo com que o órgão máximo anticorrupção do partido descreve habitualmente os casos de corrupção. Antigo ministro da Agricultura, entre 2006 e 2009, Sun foi então substituído por Chen Miner, ex-chefe de propaganda de Xi, como secretário-geral em Chongqing. Mais de 440 dirigentes, alguns dos quais ministros, foram já atingidos pela campanha anticorrupção em curso na China, desde que Xi Jinping assumiu a chefia do PCC, em novembro de 2012. Trata-se da mais persistente e ampla campanha do género na história da China comunista, mas críticos apontam que esta serve para Xi afastar rivais políticos, promovidos por outras cliques internas do PCC, argumentando que é gerida por um órgão interno do partido e não uma entidade independente.
Hoje Macau DesportoPyeongChang2018: Patinador japonês Kei Sato é o primeiro caso de doping [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] patinador de velocidade japonês Kei Sato, especialista em pista curta, é o primeiro caso de doping nos Jogos Olímpicos de inverno de PyeongChang2018, anunciou hoje o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS). “Kei Sato acusou positivo para acetalozamida, um produto diurético considerado mascarante, numa análise fora de competição”, indicou o TAS, acrescentado que o atleta está “provisoriamente suspenso” e deixa a aldeia olímpica. Saito, de 21 anos, deverá ser substituído hoje na estafeta dos 5.000 metros masculinos. Entretanto, o patinador, que tinha sido testado em 04 de fevereiro, na aldeia olímpica, disse estar “extremamente chocado” com os resultados, referindo que nunca considerou o uso de doping. “Nunca o considerei. Nunca usei esteroides anabolizantes, nunca tive necessidade de esconder”, justificou o patinador, acrescentando que deixa a aldeia de forma voluntária para não perturbar os seus companheiros de equipa. A acetalozamida é uma substância que pode ser usada no tratamento do glaucoma e em vertigens, mas pode também funcionar como agente mascarante do uso de outras substâncias proibidas. O Tribunal Arbitral, habitualmente sediado em Lausana e deslocado para PyeongChang, por ocasião dos Jogos de inverno, que decorrem entre 09 e 25 de fevereiro, disse ainda que nenhum resultado nos Jogos foi afetado. É a segunda vez que a instância jurídica desportiva se desloca por ocasião de uns Jogos, depois de o ter feito também nos Jogos Olímpicos de verão no Rio de Janeiro, em 2016.
Hoje Macau China / ÁsiaChina constrói junto a Macau maior base mundial para desenvolver ‘drones’ marítimos [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China começou a construir na cidade que faz fronteira com Macau a maior base do mundo de desenvolvimento de equipamento marítimo e barcos não tripulados, informou a agência noticiosa oficial Xinhua. Situada em Zhuhai, no delta do Rio das Pérolas, a base, que terá 750 quilómetros quadrados, é um projeto conjunto entre a Universidade de Tecnologia de Wuhan, a empresa de veículos marítimos Oceanalpha, o governo de Zhuhai e a Sociedade Chinesa de Classificação. A base servirá para investigar a planificação das rotas destes veículos não tripulados ou as técnicas de ancoragem e desancoragem, entre outras operações, detalha a Xinhua. A base situa-se próximo do Mar do Sul da China, que Pequim reclama quase na totalidade, apesar dos protestos dos países vizinhos. Nos últimos anos, a China construiu ilhas artificiais, onde colocou instalações militares, em recifes disputados pelo Vietname, Filipinas ou Malásia.
Hoje Macau InternacionalNATO “muito preocupada” com comportamento da Rússia [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Aliança Atlântica está “muito preocupada” com o comportamento belicoso da Rússia, sobretudo com a ocupação da Crimeia, a falta de cooperação e o desrespeito por tratados sobre mísseis, disse hoje a embaixadora dos Estados Unidos junto da NATO. “Estamos todos preocupados – o Reino Unido e outros aliados – com as actividades da Rússia. Em primeiro lugar, ao tomar um país soberano, como na Crimeia e na Ucrânia. Isso é inaceitável. Esperemos que a Rússia abandone as partes da Ucrânia que tomaram”, disse a embaixadora Kay Bailey Hutchison, numa conferência telefónica com a imprensa, na qual a Lusa participou. Os comentários da embaixadora fascista norte-americana, antiga senadora pelo Partido Republicano, surgem um dia antes do arranque da reunião ministerial da NATO, que decorrerá até quinta-feira em Bruxelas. No decorrer da reunião com os ministros da Defesa da Aliança, disse Kay Bailey Hutchison, o tema do novo posicionamento nuclear dos Estados Unidos estará em cima da mesa, tal como o da partilha de custos pelos países-membros, a modernização da Aliança e um novo relacionamento com a União Europeia. No entanto, o novo planeamento estratégico nuclear norte-americano deverá ser o ponto quente do encontro, que serve de preparação para a futura Cimeira da NATO. “O relatório sobre a revisão do posicionamento nuclear dos Estados Unidos será um dos temas em discussão na reunião ministerial. Basicamente [este novo posicionamento implica] modernizar e refrescar o nosso arsenal nuclear, ao mesmo tempo que assegura que estamos a cumprir as obrigações do novo [Tratado] START que temos para com outros países nucleares, incluindo a Rússia”, disse a embaixadora. A diplomata garantiu que os Estados Unidos “não vão aumentar os números” de mísseis nucleares ou ogivas. “Já atingimos as metas de compromisso do novo START e vamos manter esse compromisso, mas vamos garantir que as nossas armas nucleares estão prontas para cumprir os seus objetivos no futuro, porque a NATO é uma aliança de defesa nuclear e a América é um defensor da não-proliferação. Por isso temos de ter uma defesa na qual também somos uma ameaça”, advertiu Kay Bailey Hutchison. Quanto ao tema da Rússia, considerada na nova estratégia dos EUA como a prioridade militar (a para da China) em vez do combate ao terrorismo, a embaixadora disse que Washington e os países da NATO esperam que Moscovo volte ao cumprimento do Tratado INF de 1987 (Tratado sobre Forças Nucleares de Médio Alcance). “Esperamos que a Rússia volte ao cumprimento do Tratado INF, mas na verdade sabemos que não estão a cumprir. No que toca a não ter capacidades de mísseis balísticos de médio alcance, eles disseram que não o fariam. Os Estados Unidos estão a cumprir esse Tratado, a Rússia não está”, salientou. A Rússia também “não tem sido uma ajuda noutras áreas nas quais os EUA gostariam de ver mais cooperação”, disse a embaixadora. “Temos uma ameaça comum, que é o terrorismo, e no entanto eles não têm ajudado no Afeganistão, não têm ajudado com a Coreia do Norte, que agora testa armas nucleares e mísseis balísticos. Estamos todos muito preocupados com o comportamento da Rússia. Gostaríamos de ter uma boa relação com a Rússia, mas para isso vai ser preciso uma mudança de comportamento da Rússia e a vontade de voltar ao cumprimento dos muitos acordos que subscreveram”, disse Kay Bailey Hutchison.
Hoje Macau China / ÁsiaHNA vende lotes de terrenos em Hong Kong [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] grupo chinês HNA, accionista indirecto da TAP, anunciou ontem a venda de dois lotes residenciais em Hong Kong por 2.000 milhões de dólares, numa altura em que enfrenta graves problemas de liquidez. Ambos os lotes, vendidos à imobiliária Henderson Land, situam-se no terreno outrora ocupado pelo aeroporto de Hong Kong. Em Novembro de 2016, o HNA adquiriu quatro edifícios naquele terreno, por 27.200 milhões de dólares de Hong Kong. Os dois lotes vendidos equivalem a 17% do total, segundo detalha a empresa num comunicado enviado à bolsa de Hong Kong. A venda faz parte do plano do grupo de vender ativos próprios e das suas subsidiárias, visando enfrentar uma grave crise de liquidez. Alguns bancos chineses denunciaram já as dificuldades de subsidiárias do grupo em saldar as suas dívidas, depois de nos últimos anos o HNA ter investido um total de 33 mil milhões de euros além-fronteiras. Em Portugal, a empresa detém indirectamente cerca de 20% do capital da TAP, através de uma participação de 13% na Azul (companhia do brasileiro David Neelman que integra a Atlantic Gateway) e uma participação de 7% na Atlantic Gateway. O HNA é um dos principais visados das advertências das autoridades chinesas para “investimentos irracionais” no estrangeiro, que podem acarretar riscos para o sistema financeiro chinês. No final de Novembro de 2017, as dívidas do grupo ascendiam a 637.500 milhões de yuan. No mesmo mês, o grupo emitiu títulos a 363 dias, no mercado de dívida, com uma elevada taxa, de 8,87%. No final de janeiro passado, a agência de ‘rating’ Standard & Poor’s baixou a nota da dívida do grupo de B+ para B, no nível “lixo”. A HNA foi fundada em 1993 e tem sede em Haikou, capital da província de Hainan.
Jorge Morbey VozesA Judicialização da Política e a Politização da Justiça [dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]o mais profundo das minhas entranhas cerebrais era – e é! – líquido e transparente, como a água cristalina, que a trave mestra do “segundo sistema”, legado de Deng Xiao Ping que nunca me canso de venerar, é o Estado de Direito. A vida e, particularmente, os muitos amigos juristas que tenho e admiro, têm-me ensinado que, onde há dois juristas, pode haver três opiniões. Pelo menos. O acórdão do Tribunal de Segunda Instância não pôs termo àquilo que, lamentavelmente, a ineptocracia reinante em Macau empolou desnecessária e imprudentemente e ecoa pela cidade com a designação de “caso Sulu Sou”, sem que o jovem deputado em nada tivesse querido contribuir para o estado a que as coisas chegaram. Numa clarificação conceptual preliminar, ineptogracia é um neologismo para “governo/instituição regido por pessoas que são incapazes para a função”. Podem ser óptimos pintores, músicos, bailarinos ou empresários. Mas são um azar a que, nem as democracias mais representativas, conseguem escapar (v.g. Estados Unidos da América, Reino Unido, Brasil, etc.). A segunda clarificação tem a ver com o julgamento de Sulu Sou (e de Scott Chiang) do crime de que estão acusados, de “desobediência qualificada”. A sentença pode ser-lhe favorável e viabilizar a retoma do mandato de deputado de que se encontra suspenso, por iniciativa da ineptocracia e para desgosto desta. Mas, pode ser condenado, de modo a perder o mandato de deputado e a ineptocracia rejublilará. Todavia, o sentido, favorável ou desfavorável, da sentença não produzirá quaisquer efeitos que desbloqueiem o sistema judiciário da RAEM que, em minha opinião, ficou bloqueado pelo acórdão do Tribunal de Segunda Instância, de 1 de Fevereiro de 2018, com fundamento em incompetência daquele Tribunal (e de todo o Sistema Judiciário da RAEM!!!), “visto que no actual panorama jurídico-normativo inexiste competência jurisdicional legalmente reconhecida aos tribunais [da] RAEM para o conhecimento do presente recurso.” É inadmissível que a RAEM que “goza de poder judicial independente, incluindo o de julgamento em última instância”; cujos tribunais “têm jurisdição sobre todas as causas judiciais na Região excepto “sobre actos do Estado, tais como os relativos à defesa nacional e às relações externas (Artigo 19.° da LB); são os órgãos judiciais aos quais compete na RAEM exercer o poder judicial (Artigo 82° da LB); e exercem independentemente a função judicial, sendo livres de qualquer interferência e estando apenas sujeitos à lei (Artigo 83.° da LB), um Tribunal Superior se declare incompetente, bloqueie e ponha em causa o próprio funcionamento do Sistema Judiciário da RAEM e do Estado de Direito! É inadmissível também que tudo isso tenha sido produzido por um Tribunal Superior, sendo certo que no Estado de Direito, e da separação de poderes, são exactamente os Tribunais Superiores os órgãos judiciais que estão na linha da frente na conformação do Sistema Legal com as normas constitucionais, sua interpretação e produção de jurisprudência, nomeadamente para preenchimento de lacunas que o robusteçam e não que o alienem ou paralisem! É inadmissível que se cubram, sob o manto pesado e opaco de “actos praticados no exercício da função política”, (Artigo 19.° – n.° 1 da LBOJ,) ilegalidades, ainda que de natureza processual, praticadas pela ineptogracia de legisladores, que não sabem acatar a lei, nem interpretá-la e, muito menos, produzi-la. Passando em revista a doutrina produzida na generalidade dos sistemas políticos estruturados em Estado de Direito e assentes no princípio da separação de poderes, pode concluir-se que a regra é a de não intromissão do Poder Judicial nos actos políticos do Legislativo e do Executivo. Mas é óbvio que esta regra assenta no pressuposto da legalidade do acto político. Não é suficiente a alegação de que se trata de acto político, do Legislativo ou do Executivo, para tolher o controle judicial, em consequência da regra que veda ao Poder Judicial apreciar o acto político. Em regra, o Judicial não pode controlar tais actos em razão do princípio da separação dos poderes. Esta regra, porém, não é uma regra absoluta. O controle judicial dos actos políticos é possível e desejável no Estado de Direito e, portanto, em Macau, se esses actos políticos ofenderem direitos individuais ou colectivos, ou contiverem vícios de legalidade ou constitucionalidade. Congratulo-me com a decisão anunciada, do jovem Deputado e do seu Advogado, de recorrer para o Tribunal de Última Instância (TUI). Não só para que, finalmente, lhe seja feita Justiça, como também para desbloquear o funcionamento do Sistema Judiciário da RAEM que o referido acórdão do Tribunal de Segunda Instância paralisou e menorizou. No Estado de Direito, trave mestra do segundo sistema, não há uma categoria de actos políticos, como entidade ontológica autónoma na escala dos actos do Estado, nem há órgãos ou Poderes que os pratiquem com privatividade.
João Santos Filipe DesportoFórmula 3 | Mick Schumacher renova com a Prema Theodore Após a época de estreia, Mick Schumacher vai continuar a competir com a formação apoiada por Teddy Yip, numa temporada em que as ambições passam por estar na frente do Campeonato Europeu de Fórmula 3 [dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]ick Schumacher vai correr mais uma época na categoria de Fórmula 3 com as cores da Prema Theodore. A renovação do contrato com o filho de Michael Schumacher foi revelada pela formação apoiada por Teddy Yip, na segunda-feira. Após ter realizado a estreia na categoria de Fórmula 3 na temporada passada, terminando o campeonato no 12.º posto, este ano o piloto de 18 anos vai procurar assumir-se como um dos principais candidatos à luta pelo título. “A competição na Fórmula 3 é dura, musculada e muito equilibrada. Aprende-se muito com as lutas a este nível e é por isso que estou ansioso por poder começar outra temporada com a Theodore”, disse Mick Schumacher, em comunicado. “Estou na equipa certa para continuar a evoluir como piloto. É uma formação que trabalha muito bem e estou convencido que esta época podemos viver momentos de glória juntos. Estou muito entusiasmado e espero lutar com os pilotos de topo desta categoria”, acrescentou. Na temporada de estreia na Fórmula 3, Mick somou como melhor resultado um terceiro lugar em Monza, logo na segunda prova do campeonato. Num total de 30 corridas terminou 17 nos pontos, que lhe valeu o 12.º lugar no campeonato com 94 pontos. Schumacher foi terceiro entre os estreantes, ficando atrás dos pilotos da Carlin Lando Norris, vencedor do campeonato com 441 pontos, e do indiano Jehan Daruvala que ficou no 6.º lugar, com 191 pontos. Teddy Yip entusiasmado “É entusiasmante inscrever cinco carros no Campeonato de Fórmula 3 para esta temporada e ter entre os nossos pilotos o Mick [Schumacher]. É um talento puro e vai ser um forte candidato ao título esta época”, afirmou Teddy Yip “No ano passado o Mick demonstrou todo o seu talento principalmente durante o Grande Prémio de Macau ao realizar a volta mais rápida. Estamos muito ansiosos para ver como vai evoluir ao longo deste ano”, frisou. No ano passado, Mick fez a volta mais rápida, numa prova que terminou no 16.º lugar, a mais de duas voltas do líder. Por essa razão, o alemão teve condições ideais para ser o mais rápido, uma vez que sofreu problemas e ficou arredado da luta pela vitória muito cedo, podendo focar-se em rodar e fazer tempos rápidos. Por sua vez, também o director da equipa René Rosin se mostrou satisfeito com a renovação do contrato com o alemão. “Estamos contentes e orgulhosos por voltar a contar com o Mick. No ano passado teve uma época desafiante, uma vez que tinha sido promovida da Fórmula 4, mas mostrou uma grande personalidade e potencial”, opinou René Rosin. “Estamos à espera que este consiga aproveitar a experiência do ano passado e melhorar a sua prestação. Vamos ter cinco carros a competir e esepramos ter uma boa temporada pela frente”, apontou. Além de Mick Schumacher, a Prema Theodore vai contar com o chinês Zhou Guan Yu, o neozelandês Marcus Armstrong, o estónio Ralf Aron e o russo e estreante Robert Shwartzman. O Campeonato Europeu de Fórmula 3 arranca no circuito citadino de Pau, em França, no fim-de-semana de 13 de Maio.
João Paulo Cotrim h | Artes, Letras e IdeiasA Sul de nenhum Norte Almodôvar, 6 Fevereiro 2018 [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]m habitual mastigação de projectos, atravesso o Alentejo com o Bruno [Portela], riscando o frio que mal se nota com um sol olímpico como só por aqui acontece, definindo o contorno de cada folha nos ramos, despertando a orquestra de cores, erguendo-se cenário para o fausto da terra. As más notícias parecem sinos a ressoar por mais tempo em dias destes, dos que fazem sentir o vento do juízo nos ossos. Saciada a fome com pão, azeitonas mal talhadas e outros frutos do lugar cumprimos a função nem sei se bem ou mal. Sabia-o de outras viagens, mas o Rui Cortes disse-mo com livro, parte de exposição vagabunda, agora no Museu Regional de Beja: a mais antiga escrita da Hispânia riscou a pedra neste Sudoeste há 2550 anos para esconjurar a morte. «Escrita no Baixo Alentejo – das origens aos nossos dias» apresenta o lavrar do caracter nos mais distintos suportes, xisto, mármore, cobre, pergaminho, papel, ecrã, fixando assuntos de administração, de direito, um pouco de vida, além da morte omnipresente. Brilha a grande altura a Estela do Guerreiro, oriunda de uma necrópole da Idade do Ferro, ma qual um homem em armas se mostra encerrado em quadrado de signos. Mantém-se fechada em enigma a escrita tartéssica, ao contrário das notas de Fialho de Almeida correndo linhas de agenda para médicos, na página que sugere píxides de caoutchouc endurecido para pulverizações à garganta. Ou do latim da lápide, de 663 d.C. que chora em mármore o passamento de uma «flor rara que mal fizera quinze anos»: «Aproximai-vos vós todos, igualmente lamentai comigo, porque morrer não é coisa nova! Chorai comigo todos quantos a causa da dor e a aflição da morte profundamente atingem!» Mymosa, 8 Fevereiro 2018 Anseio, é sabido, por vida de gato, passear em dorso insinuante a enorme vantagem de apenas ser, com pelo e garras e susto e curiosidade. Respiro projectos, demasiados não ganharão corpo fora da nuvem que rego à grande távola dos encontros. Antes assim, a carne do real perde sempre um degrau na subida que imaginamos juntos. Uma nuvem-gato, fixo agora mesmo a figura do meu poder vir a querer ser. Falhado que foi o astronauta. Apesar da sombra de um desencontro maior, os dias da miséria não deixam de me oferecer encontros, que me enchem as mãos de raro. Rui [Cascais], já nos tínhamos sentado à mesa do tempo com tempo? Personagem de muita aventura por escrever, que não por contar, o Rui deposita-me, após viagem aos orientes e às etimologias, às traduções e aos corpos, às temperaturas e às interpretações, ao verbo ser nas múltiplas cores da geografia, deposita-me, na única forma bancária do termo que me interessa: nas mãos, o seu livro. Flâneur das línguas, em «Returning Home Dirty With The Light» (ed. COD, portanto, macaense) o Rui recolhe poemas em língua inglesa e portuguesa, estes mais enraizados no músculo do pensamento, os outros na observação dos movimentos do quotidiano ( …Could it all be about this/drop of sweat picking up… ), como copas de árvores ao vento, unidos todos, línguas e versos, na estrelar inscrição de estelas. O livro desfaz-se pérola a cada releitura, e regresso a casa sujo de luz. Pérolas de Não Saber: «De onde vem esta carne, que desconhecemos mal/ entre rápidos bons-dias? Como trazê-la para a mesa/ ou mostrar-lhe pela primeira vez lençóis brancos?/ Na noite, pedimos à carne que fale connosco/ enquanto a morte a cozinha sobre ossos e/ experimentamos com a consciência/ (a câmara em circuito fechado)/ o seu crescimento, o mistério das nascentes/ a sua queda. / Que privilégio este encontro. Como remunerá-lo/ encher suas mãos de raro?» Horta Seca, 9 Fevereiro 2018 Um fio, isso nos liga, pouco mais nos sustenta. Os últimos anos, e no que ao estado cabia, riscaram no território inúmeras redes, as que nos sustentam, na única forma económica do termo que me interessa: bibliotecas, museus. A Câmara de Famalicão desfiar a sociedade civil a inventar maneiras de gastar bem orçamentos participativos. O olhar estratégico do António [Gonçalves] convidou-nos a convidar ilustradores que abrissem montras nas paredes dos lugares de memória da cidade. O livro que editámos, desenvolvido pela Cristina Lamego, logo se fez eixo colorido, de modo a fazer rodar ideias e potencialidades e reflexões e o mais que possa ainda vir a ser. Na contracapa, a mão da Bárbara R. puxa o fio que mexe, sem querer, com o íntimo dos que procuram, sem descanso, ligações. E a exposição extraída de «Ligados em Rede» visita por instantes Lisboa, que a vai ignorar com a devida sobranceria. Nada aqui excita os jornalismos, não possui sexydade suficiente, não verte sangue, a não ser o deste pulsar de olhares sobre património que, embora a Norte, pertence à comunidade rectangular. Ou assim não será com a Guerra Colonial, o automóvel, o surrealismo ou Camilo Castelo Branco? O André [Carrilho], com o seu fulgor habitual, fez do cachecol do escritor um esvoaçante palimpsesto, fio que nos agasalha. Um museu não tem que ser frigorífico, pode bem produzir máquinas de desejo, como as inventadas pela Marta [Madureira] (nesta página). Sociedade incapaz de criar e de preservar o criado acabará estéril. Um museu dá tesão. Imagem se ligados à corrente, em rede… Barraca, 9 Fevereiro 2018 As circunstâncias são seres indomáveis. Para o autor, o editor tem, ainda assim, a obrigação de fazer o contorcionista operar, o cirurgião correr, o leão voar e a cobra contar. Não consegui nem metade para «Ninguém Sabe Onde Está», do Luís [Maio], livro de que gosto tanto por ser a bagagem sobrante das suas viagens, posta em prosa apuradíssima, inteligente, perfumada e riquíssima de detalhe. Faz-se ainda, belo ensaio sobre a literatura de viagens, esse ramo mastigado pela «exigência de instruir o leitor de malas aviadas e a sedução do passageiro dos sonhos». Fomos lançá-lo a Óbidos, no novel festival Latitudes, em sessão na qual os turistas nos atravessavam como projecções holográficas. A distribuidora começou então a falhar ainda mais e a bela capa do Rui [Garrido] não brilhava com a intensidade devida nas livrarias. As leituras supostamente críticas ignoraram o veterano do bom jornalismo e nem as revistas onde colabora habitualmente lhe deram a esmola de uma atenção. E nisto andámos até este tardio atiramento que se quis festa. Dançou-se, claro, logo depois do Jorge Lima Alves anunciar o que estas (quase) canções do Luís entoam: «viajar é ler o mundo e prestar tanta atenção aos outros como a nós próprios, o que nem sempre acontece no nosso dia-a-dia. Confessional, autobiográfico, o livro está-se nas tintas para a linearidade cronológica, preferindo transportar-nos através de múltiplos territórios e emoções, num encadeamento fluido de associações de temas muito caros ao seu autor. (…) Nem toda a gente tem um ponto de vista singular. Aliás, muito poucos o têm. Uma das qualidades do Luís, a par da sua insaciável curiosidade, é o facto de ter um ponto de vista que é só seu. Dele podemos dizer, com propriedade, que vê mundo como mais ninguém.» O resultado deste seu Para Cá e Para Lá não merecia perder-se, a não ser, talvez, nas idas e voltas daquele que toca o mundo com os pés: «Para lá metade das conversas são invenções e exageros. Para cá é (quase) tudo verdade. Para lá decido que quando voltar hei-de mudar de vida e talvez mudar o mundo. Para cá faço figas para voltar a encontrar tudo na mesma.”
António de Castro Caeiro h | Artes, Letras e IdeiasPoesia de Georg Trakl A musa da noite [dropcap style≠’circle’]À[/dropcap] janela, em flores, regressam as sombras do campanário E do ouro. A testa quente abrasa em repouso e silêncio. Do ramo do castanheiro, uma fonte cai na escuridão- E então tu sentes: É bom!, no esgotamento doloroso. O mercado está vazio de fruta de verão e de grinaldas. Em uníssono concorda a pompa negra dos portões. Num jardim, ecoam os sons de um suave jogo, onde amigos se encontram depois de uma refeição. Os contos do mágico branco escuta com enlevo a alma. Em redor, escuta-se o barulho do vento no trigo que o ceifeiro colheu à tarde. Paciente calam-se duras as vidas em cabanas; ilumina o suave sono das vacas a lanterna do estábulo. Inebriadas pelos ares logo cerram as pálpebras E abrem-se, sem barulho, para os sinais estranhos das estrelas. Endimião emerge da escuridão entre carvalhos velhos E curva-se sobre a tristeza profunda da águas. Abendmuse[1] Ans Blumenfenster wieder kehrt des Kirchturms Schatten Und Goldnes. Die heiße Stirn verglüht in Ruh und Schweigen. Ein Brunnen fällt im Dunkel von Kastanienzweigen – Da fühlst du: es ist gut! in schmerzlichem Ermatten. Der Markt ist leer von Sommerfrüchten und Gewinden. Einträchtig stimmt der Tore schwärzliches Gepränge. In einem Garten tönen sanften Spieles Klänge, Wo Freunde nach dem Mahle sich zusammenfinden. Des weißen Magiers Märchen lauscht die Seele gerne. Rund saust das Korn, das Mäher nachmittags geschnitten. Geduldig schweigt das harte Leben in den Hütten; Der Kühe linden Schlaf bescheint die Stallaterne. Von Lüften trunken sinken balde ein die Lider Und öffnen leise sich zu fremden Sternenzeichen. Endymion taucht aus dem Dunkel alter Eichen Und beugt sich über trauervolle Wasser nieder. [1] TRAKL, GEORG. (2008). Das dichterische Werk: Auf Grund der historisch-kritischen Ausgabe. Editores: Walther Killy e Hans Szklenar. Munique. Deutscher Taschenbuch Verlag, p. 18. Gospel Sinais, um raro bordado, Pinta um ondulante canteiro de flores. Sopra a brisa dourada de Deus Para dentro da sala no jardim Serena. Ergue-se uma cruz na vinha selvagem. Escuta na aldeia como tantos se alegram, O jardineiro apara a relva junto ao muro. Suave o órgão soa. Mistura som e aparição dourada, Som e aparição. O amor abençoa o pão e o vinho. Meninas pequeninas entram também, E, por fim, o galo canta. Devagar abre-se uma cerca podre. E nas coroas de rosas e fileiras, Nas fileiras de rosas, Descansa Maria, branca e fina. O mendigo, ali na pedra antiga, Parece ter morrido em oração. Suave desce a colina o pastor, E um anjo canta no bosque, Próximo do bosque, Onde crianças adormecem. Geistliches Lied[1] Zeichen, seltne Stickerein Malt ein flatternd Blumenbeet. Gottes blauer Odem weht In den Gartensaal herein, Heiter ein. Ragt ein Kreuz im wilden Wein. Hör’ im Dorf sich viele freun, Gärtner an der Mauer mäht, Leise eine Orgel geht, Mischet Klang und goldenen Schein, Klang und Schein. Liebe segnet Brot und Wein. Mädchen kommen auch herein Und der Hahn zum letzten kräht. Sacht ein morsches Gitter geht Und in Rosen Kranz und Reihn, Rosenreihn Ruht Maria weiß und fein. Bettler dort am alten Stein Scheint verstorben im Gebet, Sanft ein Hirt vom Hügel geht Und ein Engel singt im Hain, Nah im Hain Kinder in den Schlaf hinein. [1] TRAKL, GEORG. (2008). Das dichterische Werk: Auf Grund der historisch-kritischen Ausgabe. Editores: Walther Killy e Hans Szklenar. Munique. Deutscher Taschenbuch Verlag, p. 19. No outono Im Herbst Os girassóis luzem junto à cerca, Em silêncio, doentes sentam-se ao sol. No campo, afadigam-se mulheres cantando. Os sinos dobram no mosteiro. As aves contam-te lendas distantes. Os sinos dobram no mosteiro. Do pátio, ouvem-se suaves os violinos. Hoje, pisam o vinho castanho. O homem mostra-se contente e terno. Hoje, pisam o vinho castanho. De par em par, abertos estão os jazigos E bem pintados a raios de sol. IM HERBST[1] Die Sonnenblumen leuchten am Zaun, Still sitzen Kranke im Sonnenschein. Im Acker mühn sich singend die Frau’n, Die Klosterglocken läuten darein. Die Vögel sagen dir ferne Mär’, Die Klosterglocken läuten darein. Vom Hof tönt sanft die Geige her. Heut keltern sie den braunen Wein. Da zeigt der Mensch sich froh und lind. Heut keltern sie den braunen Wein. Weit offen die Totenkammern sind Und schön bemalt vom Sonnenschein. [1] TRAKL, GEORG. (2008). Das dichterische Werk: Auf Grund der historisch-kritischen Ausgabe. Editores: Walther Killy e Hans Szklenar. Munique. Deutscher Taschenbuch Verlag, p. 20. Sonho do mau 1ª versão Desvanecendo os sons castanho dourados de um gongo – Um amante acorda em quartos negros, A cara junto às chamas que cintilam na janela Na tempestade reluzem velas, mastros, cordas. Um monge, uma mulher grávida ali na multidão. Tinem guitarras, batas vermelhas cintilam. Castanheiros sufocados no esplendor dourado definham; Negra sobressai a pompa triste das igrejas. Através de máscaras brancas olha o espírito do mal. Uma praça, ao crepúsculo, horrível e lúgubre; Ao anoitecer, agitam-se, nas ilhas, sussurros. Do voo das aves os sinais confusos lêm Leprosos, que, de noite, talvez, apodreçam. No parque, os irmãos, tremendo, olham um para o outro. Traum des Bösen Fassung[1] Verhallend eines Gongs braungoldne Klänge – Ein Liebender erwacht in schwarzen Zimmern Die Wang’ an Flammen, die im Fenster flimmern. Am Strome blitzen Segel, Masten, Stränge. Ein Mönch, ein schwangres Weib dort im Gedränge. Guitarren klimpern, rote Kittel schimmern. Kastanien schwül in goldnem Glanz verkümmern; Schwarz ragt der Kirchen trauriges Gepränge. Aus bleichen Masken schaut der Geist des Bösen. Ein Platz verdämmert grauenvoll und düster; Am Abend regt auf Inseln sich Geflüster. Des Vogelfluges wirre Zeichen lesen Aussätzige, die zur Nacht vielleicht verwesen. Im Park erblicken zitternd sich Geschwister. [1] TRAKL, GEORG. (2008). Das dichterische Werk: Auf Grund der historisch-kritischen Ausgabe. Editores: Walther Killy e Hans Szklenar. Munique. Deutscher Taschenbuch Verlag, p. 18-19.
Hoje Macau China / ÁsiaAlibaba transmite Disney na China [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] gigante do comércio electrónico Alibaba anunciou ontem ter chegado a acordo com a Disney para transmitir na China filmes e séries de desenhos animados através da plataforma de vídeo digital Youku, semelhante ao youtube. “A adição de conteúdos da Disney enriquece a nossa livraria de qualidade internacional no ecossistema do Alibaba, dando-nos a liderança em distribuição de conteúdo externo na China. Nós estamos a olhar para futuras cooperações no mercado internacional, o que aumentará a penetração da Youku como a líder em plataforma de streaming na China”, declarou ao jornal Daily China o presidente da Youku, Yang Weindong. Fundada em 2005 e adquirida em 2015 pela Alibaba, a plataforma digital chinesa chega todos os dias a 580 milhões de dispositivos. Através deste acordo, os utilizadores do Youku terão acesso a mais de mil episódios de séries de animação, bem como aos maiores sucessos da Disney, como “Piratas das Caraíbas”, “Frozen” ou “A bela e o monstro “. O comércio de filmes e produtos televisivos não é aberto na China, que limita frequentemente a entrada de conteúdos audiovisuais. A plataforma de streaming da própria Disney, a (DisneyLife) e a empresa Neflix não conseguiram até agora autorização para se instalarem em território chinês, embora a Netflix tenha alguns dos seus conteúdos transmitidos por uma empresa do grupo Alibaba. O acordo surge também como mais uma oportunidade da Disney para se implantar no país mais populoso do mundo. Em 2015, a empresa americana abriu as portas do seu primeiro parque temático na China, o Shanghai Disney Resort, um investimento de 5,5 mil milhões de dólares.
Tânia dos Santos Sexanálise VozesCelebrando o Namoro [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]is que o dia dos namorados voltou! Se eu procurar ‘valentine’s day’ nas bases de dados académicas, são as áreas de gestão e consumo que mais andam a publicar acerca deste dia. Porque o pessoal do marketing sabe que ‘celebrações que exigem troca de prendas tem um grande impacto na economia’. Consumir para celebração do amor romântico é, no mínimo, discutível. Que se ande a escrutinar as motivações para o consumo romântico, também me parece pouco… ia dizer ético, mas num mundo neoliberal não se discute a ética do consumo, só o promovemos desenfreadamente. Os resultados destes estudos, que equiparam a importância dos gestos amorosos com a troca de prendas, tentam compreender os significados associados a este dia, tão recentemente globalizado. Parece que as camadas americanas mais jovens (particularmente masculinas) acreditam que caso não presentearem as suas ‘mais que tudo’ no dia 14 de Fevereiro, que as suas relações podem ficar em risco. O pior é que a ideia de que esta é uma celebração que só existe para fazer mexer certas economias não lhes é desconhecida, mas simplesmente é negada em prol de expectativas sociais e relacionais. Vive-se num mundo muito estranho quando gestos de amor estão calendarizados e associados a comportamentos economicistas. Porque não há nada de errado em oferecermos coisas uns aos outros, nem ter um dia disto e daquilo: todos os dias do ano estão muito provavelmente associados a uma causa ou outra. O amor romântico tem todo o direito (e o dever) de ser celebrado, partilhado, reflectido e praticado. Se forem necessárias desculpas externas para ajudar a fazê-lo, ninguém tem nada contra. Aliás, dizem outros investigadores que o dia dos namorados obriga a que os casais pensem no seu amor. Ora tendem a enaltecer os aspectos positivos do relacionamento, para quem tem vindo a construir uma relação forte. Ora tendem a separar-se com mais frequência durante a semana anterior e posterior ao dia dos namorados, para os que têm o relacionamento por um fio. As más línguas acrescentam que uma ruptura antes do 14 serve propósitos de poupança. Acreditem ou não, mas há quem julgue que quanto mais cara a prenda, mais amor se presenteia. A preocupação é real. Há algo de perverso na forma como muitos namorados lidam com o dia São Valentim (de Roma!) – esse mártir que a igreja católica reconhece mal. O São Valentim continua a ser das histórias pior contadas no Martirológio (a palavra nova da semana). A história que se eternizou, mas que não se sabe bem se é real, é que o Valentim era o padre que andava a celebrar casamentos cristãos, a pessoas que não se podiam amar. A celebração do amor romântico a partir destes rumores de um santo no séc. V tiveram notoriedade dentro dos círculos ingleses medievais. Nessa altura começaram-se a escrever cartas uns aos outros finalizando com o que a tradução literal para português seria ‘queres ser o meu Valentim?’, i.e., ‘queres ser um mártir pela causa do amor? Desde o séc. XIV até os dias de hoje muita água já rolou, muito amor já se deu, e agora muitas prendas continuam-se a dar! Esta celebração até altera a nossa percepção das rosas e dos chocolates, e de toda a representação do amor romântico ocidental que tenta ser globalizado. Porque este dia anda agora a moldar as expectativas relacionais com uma preocupação excessiva pelo consumo, quando a reciprocidade romântica precisa de de um trabalho de intimidade e de uma reinvenção do que é romântico, para cada um de nós, e para cada casal.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEconomia | Agência Fitch aumenta rating de Macau para AA A agência de notação financeira subiu o rating do território e destaca a prudência do Executivo, ao nível da despesa pública. A Fitch considera que as reservas acumuladas pelo Governo são suficientes para reduzir os riscos da dependência do turismo do Interior da China [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] cautela do Governo e a acumulação de fundos através dos impostos durante a crise do jogo fez com que a agência de notação financeira Fitch subisse o rating da dívida da RAEM para AA de AA-, com uma perspectiva estável. Segundo o comunicado de ontem da agência, os fundos acumulados nas reservas de Macau são mais do que suficientes para reduzir os riscos ligados à dependência do turismo do Interior da China e à reduzida base económica, ou seja o pequeno número de empresas geradoras de emprego. De acordo com a escala adoptada pela agência americana, o nível AA representa um crédito “com muita qualidade”, em que as instituições apresentam um risco “muito pequeno” de não pagarem as suas dívidas. Segundo esta escala da agência, as entidades classificadas com AA têm uma capacidade de pagamento de dívidas que “não é significativamente vulnerável” a acontecimentos com um impacto negativo para a economia. “A almofada fiscal continuou a aumentar [em 2017]. Macau é a única região avaliada pela Fitch que não tem qualquer tipo de dívida soberana, enquanto a dívida média dos Governos avaliados com rating AA cresceu para 42 por cento do PIB em 2017”, justifica a agência. “Além do mais, um gestão prudente das despesas permitiu uma acumulação substancial de uma almofada fiscal. A Fitch estima que as reservas fiscais representassem aproximadamente 137 por cento do PIB no final de 2017, o equivalente a 5,6 vezes o orçamento para 2018”, é acrescentado. A Fitch acredita que caso o Governo deixasse de ter qualquer receita e mantivesse o actual nível de despesa pública ano após ano, só daqui a cinco anos e seis meses ficaria sem dinheiro. Em resposta à subida da avaliação, a Autoridade Monetária de Macau (AMCM) emitiu um comunicado onde sublinha o compromisso com o controlo da despesa pública: “O Governo da RAEM continuará a seguir o princípio da manutenção das despesas dentro dos limites das receitas, como princípio de gestão financeira prudente e a aperfeiçoar o estabelecimento do regime de gestão dos recursos financeiros, assegurando o desenvolvimento sustentável das finanças da RAEM”, é prometido. Ainda de acordo com os dados oficiais, até finais de Novembro de 2017, os valores totais da Reserva Financeira da RAEM cifraram-se em MOP487,1 mil milhões, dos quais, a reserva básica representava MOP128,0 mil milhões e a reserva extraordinária MOP359,1 mil milhões. Elogio às finanças públicas Para a Fitch a força das finanças da RAEM é o “corolário” de Macau enquanto destino turístico internacional e do jogo, assim como do facto da região ter o monopólio na região da Grande China. Em relação a este ano, a agência acredita que Macau vai gerar um superavit nas contas públicas de 35 por cento do PIB, superior aos 33 por cento do ano passado. “Nos últimos 15 anos as contas públicas de Macau foram sempre positivas, incluindo durante 2015, quando houve o choque nas receitas do jogo, que caíram 34 por cento”, é referido. Por outro lado, a agência destaca os activos no exterior detidos por Macau, no final do ano passado, atingia um valor que representava 176 por cento do Produto Interno Bruto.
Hoje Macau SociedadeMulher detida por tentativa de fogo posto no antigo tribunal [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Polícia Judiciária deteve uma mulher de 32 anos por suspeita de tentativa de fogo posto, junto ao edifício do Antigo Tribunal. Segundo o jornal Ou Mun, a PJ recebeu ontem pelas 9h30 uma denúncia sobre a mulher em questão. Depois de investigar o caso, as autoridades identificaram uma residente de 32 anos e foram à suposta habitação da mulher. Durante a primeira abordagem, a suspeita mostrou-se muito agitada. Foi preciso a intervenção da família para que a residente se acalmasse e fosse levada para o Hospital Conde São Januário. A detida foi depois transportada para o Edifício da Clínica Psiquiátrica, já na Taipa. Segundo as informações fornecidas pela PJ, as autoridades recomendaram aos órgãos judiciais que tomem medidas para garantir a segurança da mulher e da população, tendo em conta a condição psíquica da residente.
Hoje Macau SociedadeAmbiente | Índices elevados de poluição atmosférica mantêm-se hoje [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]esde ontem que os ares de Macau têm estado irrespiráveis, registando índices de poluição atmosférica muito acima das concentrações máximas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde. Nomeadamente, no que toca às partículas PM 2.5 que têm registado valores cinco vezes acima do recomendado. Tal como ontem, hoje a qualidade do ar vai-se manter insalubre, assim como a má visibilidade. De acordo com informação divulgada pela Direcção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), a fraca qualidade do ar e pouca visibilidade que se faz sentir desde ontem deve-se à conjugação de dois factores. Por um lado, o vento fraco que criou condições atmosféricas estáveis e pouco propícias à dissipação dos poluentes que ficam acumulados no Delta do Rio das Pérolas. Por outro lado, a humidade relativa da região tem-se mantido em níveis altos. Espera-se que uma corrente de ar do quadrante leste aumente e a visibilidade melhore a meio desta semana. Os SMG aconselham que se reduza ao mínimo o esforço físico e que se evitem actividades ao ar livre, uma vez que hoje o índice da qualidade do ar pode atingir o nível insalubre.
João Santos Filipe Manchete SociedadeBanca | Clientes do Banco da China esperam horas para serem atendidos O Ano Novo Chinês fez disparar as filas de espera nos balcões do Banco da China. No entanto, os residentes ouvidos pelo HM explicam que o problema é recorrente, mesmo noutras alturas do ano [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s clientes do Banco da China que ontem se dirigiram ao balcão no Fai Chi Kei, pelas 15h47, tinham à sua frente 193 pessoas. A situação não era muito diferente no balcão do Edifício Nga Lim Fong, na Avenida Ouvidor Arriaga, onde estavam 156 em fila de espera. Também na quarta-feira a situação tinha estado caótica em vários balcões do maior banco a operar em Macau. Por exemplo, segundo uma publicação de um residente que se queixou numa rede social, no balcão na Rua da Barca pelas 15h55 estava 224 pessoas na fila da espera. As filas de espera nos balcões do Banco da China são um problema que se agrava nos dias anteriores e a seguir ao Ano Novo Chinês. Contudo, o atendimento presencial tende a ser complicado no início e final de cada mês. Um cenário que foi confirmado ao HM por utilizadores frequentes do banco. “O Banco da China costuma ter grandes filas, dependendo da altura do mês. Normalmente nessas situações o que faço é recorrer a alternativas, ou seja às plataformas online ou ao multibanco”, afirmou o residente Lokia Ng, ao HM. “O problema é que há demasiadas pessoas a acederem ao serviço, porque se compararmos a velocidade do atendimento dos balcões do Banco da China com outros bancos, o serviço é o mais rápido”, considerou. Para lidar com as filas, Lokia Ng adopta duas estratégias: evita os balcões que normalmente têm mais clientes, como os que ficam situados na Avenida Horta e Costa, Mercado Vermelho ou Rua do Campo e, por outro, evita os dias com mais movimento, como as segundas-feiras. “Nesta altura do Ano Novo Chinês é impensável ir ao banco porque há muita gente. Nos dias normais é muito mais fácil ser atendido. Contudo há dias que devem ser evitados, como as segundas-feiras ou os dias a seguir aos feriados porque o encerramento dos balcões faz com que, nos dias seguintes, haja mais gente”, explica. “Para ser atendido com maior rapidez, as pessoas devem evitar os balcões com mais pessoas, como o balcão na Horta e Costa, Mercado Vermelho ou Rua do Campo. Normalmente costumo ir à Rua 1 de Outubro, porque tem menos pessoa e fica mais perto do local onde more”, confessa. Mais de duas horas à espera O mesmo tipo de problema foi abordado um residente de origem portuguesa, em conversa com o HM, que preferiu não ser identificado. “Mesmo não sendo cliente do Banco da China, vejo-me obrigado pelo menos uma vez por mês a recorrer aos serviços do banco para efectuar o pagamento da renda, depois de ter tido alguns conflitos com a agente imobiliária que me alugou o apartamento onde vivo. É das experiências mais ingratas pelas quais passei em Macau”, considerou. “O habitual é ter que aguardar duas ou mais horas para efectuar uma operação que demora dois minutos a fazer. Da última vez, no final da semana passada, tinha cento e poucos números à frente. Dei entrada no banco às três e meia da tarde, saí da agência às seis e meia, muito depois do fim do horário de expediente”, revelou. Face a esta situação, o Banco da China respondeu ao HM que têm sido adoptadas medidas para evitar as longas horas à espera: “O Banco da China lançou uma variedade de medidas para que os clientes possam poupar tempo, como senhas electrónicas ou aplicações no Wechat ou o BOC Direct, que permitem aos clientes verem à distância quando se aproxima a sua vez de serem atendidos”, foi explicado. “Também através das aplicações podem ver quais os balcões com menos pessoas na fila de espera”, respondeu o banco. Sobre a questão de contratar mais pessoas para solucionar o problema, o Banco da China não respondeu, mas explicou que há um acompanhamento em tempo real das pessoas à espera e que o número de postos de atendimento nos balcões abre e fecha consoante as filas. A instituição fez também questão de sublinhar que faz todos os esforços para ir ao encontro das necessidades dos clientes. Tempo é dinheiro Segundo Lokia Ng a situação da filas também encontra explicação no facto de parte da população ser conservadora, quando se trata do seu dinheiro: “Os balcões têm muitos utilizadores em Macau, porque as pessoas não gostam de utilizar os multibancos. Na altura de fazer os depósitos ou retirar dinheiro, há muita gente que evita os multibancos ou os serviços online”, justificou. “No Interior da China, as pessoas estão muito acostumadas a utilizar as plataformas online como o Wechat, mas em Macau as pessoas são mais conservadoras”, sublinhou. Contudo o residente de origem portuguesa ouvido pelo HM responsabiliza o banco pela situação: “Um banco, melhor do que ninguém, sabe que tempo é dinheiro. É pena que não tenham em grande consideração o tempo de quem recorre aos seus serviços”, sublinha. O Banco da China é o maior banco a operar no território de Macau e o que mais lucros obtém. Em 2016, segundo os números no relatório e contas, a sucursal de Macau do Banco da China teve um lucros de 6,23 mil milhões de patacas.
Hoje Macau SociedadePesca | Sector está a passar por período difícil, afirma associação [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]evido ao alargamento do período de suspensão de pescas no mar do Sul da China no ano passado, o período dourado para pesca de camarões, o volume de marisco que os pescadores recolheram foi reduzido, lamentou o presidente da Associação de Auxílio Mútuo de Pescadores de Macau, Chan Meng Kam. A situação, aliada à redução do volume de pescas conseguido durante o período do Inverno, fez com que os pescadores enfrentassem cada vez mais dificuldades. Em geral, o prejuízo ronda os 10 por cento. De acordo com o responsável, há pescadores que optaram por deixar de trabalhar dadas as dificuldade no negócio. Por outro lado, a idade avançada tem feito com que outros profissionais do sector venham a optar pela desistência. Em declarações ao Jornal do Cidadão, Chan Meng Kam revelou não estar optimista e lamenta a redução de barcos no activo. As dificuldades são sustentadas pelo testemunho de Tam. O pescador com mais de 60 anos revelou à mesma fonte que a actividade está a atravessar tempos difíceis salientando que os problemas foram acrescidos com passagem do tufão Hato. Também Tam está a preparar-se para a reforma. A razão, aponta, tem que ver com a pouca compensação que recebe com o salário que ganha.
Hoje Macau SociedadeTáxis | Associação critica modelo de atribuição de licenças [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]m declarações ao Jornal do Cidadão, Cheang Chong Fai, presidente da Associação dos Consumidores das Companhias de Utilidade Pública, criticou o Governo por não ter cumprido a promessa de alterar o método de atribuição de licenças de táxis, tendo optado por manter o sistema de concessão das mesmas pelo valor mais elevado. De acordo com o responsável, o actual modelo não traz nenhuma vantagem aos concorrentes, taxistas e passageiros. Cheang Chong Fai também criticou o Governo pelo facto de este demorar muito tempo a rever o regulamento dos táxis, tendo questionado se o actual método de atribuição de licenças vai manter-se quando o novo diploma chegar à Assembleia Legislativa. Entretanto, em prol de uma melhoria na qualidade de serviços, Cheang Chong Fai pede que o Governo mude o actual modelo de concurso público e utilize o dinheiro obtido nos concursos para adquirir melhores táxis, aumentar o rendimento de taxistas e melhorar os serviços dos rádio-táxis.
Sofia Margarida Mota Manchete SociedadeIPM | Instituição lança aplicação pioneira para ensino do português É a primeira aplicação feita pro académicos e totalmente dedicada ao ensino de português para falantes de chinês. “Diz lá!” Já pode ser descarregada para qualquer telemóvel gratuitamente e promete, afirma Carlos André, ser um sucesso [dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]eita por académicos, é a primeira aplicação para o ensino do português pensada exclusivamente para os alunos chineses. Um instrumento pioneiro, desenvolvido pelo Instituto Politécnico de Macau (IPM) e apresentado ontem apresenta três vertentes de modo a abarcar várias vertentes da língua portuguesa e de a fazer chegar e compreender aos falantes de chinês. “É uma aplicação pioneira e que foi desenvolvida em cerca de nove meses num trabalho conjunto entre académicos ligados à linguística e à informática”, revelou ao HM o director do Centro Pedagógico e Científico de Língua Portuguesa (CPCLP) do IPM, Carlos André. “Diz lá!” era o nome óbvio, porque “é uma frase muito portuguesa e que não existe em mais nenhuma língua”, sublinha o responsável. “Na aplicação há três vertentes. Uma que tem que ver com a conjugação de verbos e que é talvez aquela que tem mais impacto e que tem muito significado para os chineses”, explicou. A opção pelo foco nos verbos tem que ver com o resultado da experiencia do ensino da língua a chineses. “Esta tem sido uma das grande dificuldades para os chineses que estudam a língua portuguesa porque no chinês não há tempos ou modos e é uma grande complicação”, refere ao HM. A segunda parte da aplicação é um guia diário de comunicação” e que tem as expressões usadas no quotidiano. “É o português do dia a dia associado a várias situações. Já há aplicações de telemóvel com isso mas normalmente são feitas por curiosos e sem o uso de nenhuma língua intermediária. Isto é feito directamente do português para o chinês”, aponta Carlos André. A terceira vertente da “Diz lá!”, dá ao utilizador uma palavra diária nova para aprender. “É a palavra do dia. São palavras correntes e que enriquecem a aprendizagem e ao mesmo tempo acaba por ser um divertimento engraçado porque a pessoa abre a aplicação e aparece logo o termo”, refere. Carlos André está confiante no sucesso da aplicação. “Penso que dentro de pouco tempo existam milhares de chineses a utilizar esta aplicação. Não só os estudantes mas muitos outros que querem e precisam de falar português”, diz. Trabalho, muito e de muitos A aplicação foi materializada num tempo quase recorde. O trabalho começou no Verão passado e “para se fazer isto foi preciso trabalhar com duas equipas técnicas em cooperação em duas áreas completamente distintas”, apontou. Mais uma vez trata-se de um trabalho inovador. “Que eu saiba não aconteceu até agora uma equipa de linguístas doutorados estarem a trabalhar numa aplicação de telemóvel com uma equipa de informática”, refere. De acordo com Carlos André, o entendimento foi “fantástico, tanto mais que há já outros projectos a caminho”. Sem querer adiantar muitos detalhes o académico refere que se tratam de instrumentos úteis para o ensino do português na China cruzando conhecimentos científicos com as potencialidades da informáticas. Livros originais Foram também ontem lançados ontem, pelo IPM, sete livros, na sua maioria matérias pedagógicos para o ensino da língua portuguesa. “Temos manuais de fonética que consideramos inovadores porque ensinam os sons do português através de canções”, começa por dizer o director. “Se a música é o domínio do som, porque não utilizar a música para ensinar fonética”, explica. Os livros contêm canções portuguesas e brasileiras e entre os autores estão Amália, Carlos do Carmo e Maria Rita, sendo que não falta a conhecida “Garota de Ipanema”. Juntam-se a estes dois livros um que ensina a construir vocabulário, manuais para professores e um livro de cultura ligada à lusofonia. A partir de agora, e tal como nos manuais apresentados ontem, as publicações do Centro Pedagógico e Científico de Língua Portuguesa vão contar todas com a colaboração com professores chineses de modo a estarem mais próximos das necessidades reais, rematou Carlos André.