70º Grande Prémio | Arvid Lindblad vence corrida de Fórmula 4

Arvid Lindblad sagrou-se o vencedor da corrida de Fórmula 4 do Grande Prémio de Macau, depois de aguentar a pressão de Freddie Slater e mostrar que era o mais rápido

 

“Estou na lua com esta vitória”, foi desta forma que Arvid Lindblad comentou o triunfo na corrida de Fórmula 4 do 70.º Grande Prémio de Macau. Numa prova com vários incidentes e entradas de Safety Car, o britânico da SJM Theodore Prema Racing foi o mais forte.

Apesar da prova da tarde ter sido o ponto alto da competição, o maior desafio para os pilotos de Fórmula 4 surgiu na manhã de ontem, na corrida de qualificação, que foi realizada com o piso muito molhado. E logo nessa sessão, Arvid Lindblad mostrou-se muito rápido, apesar de ser acompanhado de perto pelo colega de equipa Freddie Slater.

Com a manhã a servir como aperitivo, a prova da tarde confirmou o duelo em expectativa. Arvid Lindblad arrancou do primeiro lugar da grelha de partida e manteve a posição, apesar de ser muito pressionado por Slater.

Contudo, ainda na primeira volta, o carro de Slater teve problemas, e o também britânico perdeu o contacto com o grupo da frente. A partir desse momento, Lindblad começou a construir uma distância significativa para Charles Leong, segundo classificado, que por falta de velocidade estava mais preocupado em manter atrás de si Rashi Al Dhaheri.

E a história da primeira volta foi também a história da corrida, visto que com a entrada frequente do safety car, ou a situação de bandeiras amarelas na Curva do Hotel Lisboa, praticamente não houve oportunidade para competir.

No entanto, a vitória não deixou de ser menos saborosa para Lindblad, como o piloto apoiado pela Red Bull reconheceu: “Fico muito feliz por ganhar em Macau, um evento com uma história muito longa, numa pista muito especial. Só posso dizer que amei este fim-de-semana e tenho pena de não competir no próximo”, reconheceu Arvid. “As coisas correram-nos muito bem desde os treinos livres, quando sentimos que o carro estava muito rápido”, acrescentou.

No segundo lugar ficou Charles Leong, vencedor de duas edições da prova em Fórmula 4. O herói local chegava à Guia em desvantagem, uma vez que não conhecia o novo modelo da F4 e também por não ter realizado qualquer prova neste ano. “Consegui um bom resultado, porque este era um fim-de-semana para aprender, adaptar-me ao carro e melhorar. Acho que consegui fazer isso”, disse o piloto de Macau. “Mostrei que tenho capacidade para andar ao melhor nível e estar no topo, quando tenho tempo suficiente de condução”, sublinhou.

No terceiro lugar, Rashi Al Dhaheri mostrou ritmo para ultrapassar Charles Leong, mas quando esteve mais perto do piloto de Macau, à entrada da Curva do Hotel Lisboa, foi forçado a abortar a ultrapassagem, por estarem a ser mostradas bandeiras amarelas. “Houve uma altura em que estive muito perto de ultrapassar o Charles e subir ao segundo lugar, na curva do Hotel Lisboa, onde fazemos a travagem mais forte do circuito. Só que estavam a ser mostradas bandeiras amarelas e não deu”, justificou o piloto dos Emirados Árabes Unidos.

Apesar das limitações, o piloto fez um balanço positivo: “É um circuito muito exigente, em que andamos sempre junto aos muros e não dá para cometer erros. Também o efeito de slipstream é muito forte, por isso acho que fizemos um bom trabalho e diverti-me”, considerou.

Corrida 1

Posição Piloto Equipa Tempo

1.º Arvid Lindblad SJM Theodore Prema Racing 37m28s517

2.º Charles Leong Hon Chio SJM Theodore Prema Racing a 0s274

3.º Rashi Al Dhaheri Prema Racing a 0s922

Alto

Estreia de Tiago Rodrigues

O piloto local fez a estreia no circuito da Guia e naquela que é a primeira época ao volante do F4 conseguiu um brilhante sexto lugar. Soube evitar os erros, que afectaram muitos outros pilotos, e mesmo sem mostrar andamento para estar mais perto do pelotão da frente, deu uma prova de maturidade e colheu os frutos da estratégia. Uma estreia para ser orgulhar.

Baixa

Pouca corrida

Muitos acidentes fizeram com que grande parte da corrida fosse realizada com o safety car, o que teve impacto no espectáculo. Se de manhã se justificou o arranque com o safety car, devido às condições da pista, que estava muito molhada, na parte da tarde ficou a ideia que em uma ou outra situação se devia ter procurado alternativas, a bem do espectáculo.

13 Nov 2023

70º Grande Prémio de Macau | O programa deste fim-de-semana

Sábado, 11 de Novembro

6h00-6h30 Fecho do Circuito

6h30-7h00 Inspecção do Circuito

7h45-8h30 Corrida de Macau de Fórmula 4 – Treinos Livres

8h45-9h15 TCR Asia Challenge – Treinos Livres

9h30-10h00 Macau Roadsport Challenge – Treinos Livres

10h15-10h45 Taça GT – Corrida da Grande Baía (GT4) – Treinos Livres

11h00-11h30 Taça GT – Corrida da Grande Baía (GT3) – Treinos Livres

12h10-12h40 TCR Asia Challenge – Qualificação 1

12h45-13h00 TCR Asia Challenge – Qualificação 2

13h15-13h45 Macau Roadsport Challenge – Qualificação

14h00-14h30 Taça GT – Corrida da Grande Baía (GT4) – Qualificação

14h45-15h15 Taça GT – Corrida da Grande Baía (GT3) – Qualificação

15h45-16h15 Corrida de Macau de Fórmula 4 – Qualificação

Domingo, 12 de Novembro

6-00-6h30 Fecho do Circuito

6h30-7h00 Inspecção do Circuito

8h00-8h25 Corrida de Macau de Fórmula 4 – Corrida Classificativa (8 voltas)

9h05-9h40 TCR Asia Challenge – 1.ª Corrida (9 voltas)

10h20-10h50 Macau Roadsport Challenge – Corrida (8 voltas)

11h30-12h00 Taça GT – Corrida da Grande Baía (GT4) – Corrida (8 voltas)

12h50-13h20 Taça GT – Corrida da Grande Baía (GT3) – Corrida (8 voltas)

14h00-14h35 TCR Asia Challenge – 2.ª Corrida (9 voltas)

15h40-16h20 Corrida de Macau de Fórmula 4 – Corrida Final (12 voltas)

10 Nov 2023

70º Grande Prémio | Corrida de Macau de Fórmula 4: A prata da casa

Reza a sabedoria popular que “santos da casa não fazem milagres”. No entanto, a história diz que as três corridas de Fórmula 4 disputadas no Circuito da Guia foram vencidas por pilotos de Macau.

A quarta prova da disciplina tutelada pela FIA conta com três pilotos do território. Andy Chang, que venceu o Grande Prémio de Macau de F4 de 2022, esteve tentado a participar, mas um orçamento curto não permitiu juntar-se ao trio da casa. Este não é um número recorde, mas esta é uma representação significativa. Primeiro, porque são três jovens pilotos, dois deles estreantes absolutos nestas andanças do Grande Prémio, isto numa terra que tem tido enormes dificuldades em produzir novos talentos.

Segundo, porque Charles Leong Hon Chio, vencedor do Grande Prémio de Macau de F4 de 2020 e 2021, é um sério candidato à vitória. Apesar de não ter realizado qualquer prova de monolugares este ano, Charles Leong conhece o Circuito da Guia como nenhum dos seus adversários. Já Tiago Rodrigues e Marcus Cheong vão tentar aplicar tudo o que aprenderam ao longo do ano no mais difícil dos palcos. Curiosamente, ambos os estreantes já tiveram uma experiência anterior em circuitos citadinos, neste caso no circuito de Pingtan, em Fujian.

O que eles dizem…

Marcus Cheong (Nº4, Asia Racing Team): “Este ano, a corrida de Fórmula 4 do Grande Prémio de Macau é uma corrida internacional por convite, o que significa que o nível dos pilotos será mais profissional em comparação com os anos anteriores. Para mim, é um pouco desafiante competir a um nível tão elevado, mas é também uma óptima oportunidade para aprender e ganhar mais experiência. O meu objectivo é terminar a corrida entre os dez primeiros na pista da minha cidade natal.”

Tiago Rodrigues (Nº7, Asia Racing Team): “Estou ansioso pelo meu primeiro Grande Prémio de Macau. É um desafio totalmente diferente, mas vou esforçar-me para conseguir manter um ritmo semelhante ao que tive na corrida de Zhuzhou, o que me deverá colocar entre os dez primeiros. Sem dúvida, será um fim de semana bastante exigente, mas estou empenhado em dar o meu melhor.”

Charles Leong (nº11, SJM Prema Theodore Racing): “Não tinha planos para fazer esta corrida até há bem pouco tempo. O Grande Prémio é sempre uma prova especial e é a minha prova favorita, por isso estou muito contente em regressar. Nunca fiz nenhuma corrida com este novo carro, mas eu vou dar o meu melhor e em Macau tudo pode acontecer.”

Girls Power

Nada mais, nada menos que três senhoras, todas elas asiáticas, vão alinhar na Corrida de Macau de Fórmula 4. Com currículos bastante diferentes, têm em comum a estreia num dos mais difíceis circuitos do mundo, podendo até surpreender os favoritos.

Tendo competido anteriormente em Macau, em provas de karting, a filipina Bianca Bustamante, que se tornou o primeiro membro do sexo feminino a juntar-se ao McLaren Driver Development Program, vai fazer a sua estreia no Circuito da Guia. Aos 18 anos, Bianca Bustamante vai tentar aproveitar esta oportunidade ao máximo.

“Passar para os monolugares e para o Grande Prémio de Macau é um passo significativo para mim, mas estou totalmente empenhada em executar um fim de semana forte”, diz Bustamante, que competiu na F1 Academy este ano. A jovem filipina acrescenta que “esta é uma tremenda oportunidade de aprendizagem e vou absorver o máximo de conhecimento possível desta experiência”.

A juntar-se a Bianca Bustamante na grelha de partida da prova de F4 estará também Miki Koyama. A piloto japonesa disputou duas temporadas no campeonato feminino W Series, em 2019 e 2021, tendo obtido um quarto lugar como melhor resultado. Um ano depois, Koyama juntou-se ao programa de jovens pilotos da Toyota e, na sua primeira participação, fez história ao conquistar o título no Campeonato Japonês de Fórmula Regional. A nipónica de 26 anos socorreu-se aos serviços da equipa japonesa Super Licence para a estreia em Macau.

Vivian Siu é sem dúvida a menos experiente das três, tendo iniciado a sua carreira há menos de um ano. A atleta de Hong Kong, no entanto, já fez história ao tornar-se a primeira mulher a pontuar no Campeonato Chinês de Fórmula 4. “Passar de uma experiência de corridas nula para corridas de monolugares tem sido para mim um sonho irreal nos últimos meses. Ter a oportunidade de participar no 70.º Grande Prémio de Macau era algo impensável. Isto terá um significado muito especial para mim, uma vez que o meu pai foi criado em Macau. Tenho a certeza de que se os meus pais ainda fossem vivos hoje, também não acreditariam que isto está a acontecer”, expressou a piloto de Hong Kong nas redes socais.

GPM | Direcção de Corrida à portuguesa

As cinco corridas do primeiro fim de semana do 70.º Grande Prémio de Macau terão todas um Director de Corrida português. O conceituado Eduardo Freitas, o actual Director de Corrida permanente do Campeonato do Mundo de Endurance da FIA (WEC) e que também já assumiu essas mesmas funções no mundial de Fórmula 1, vai estar no lugar que lhe é habitual nas corridas do TCR Asia Challenge, Taça GT – Corrida da Grande Baía (GT3), Taça GT – Corrida da Grande Baía (GT4), e Macau Roadsport Challenge.
Freitas é um “velho conhecido” de Macau, tendo já sido Director de Corrida das provas de F3, GT e Corrida da Guia, entre outras. Já a Corrida de Macau de Fórmula 4, terá como Director de Corrida o também português Rui Marques, que tem igualmente um vasto currículo internacional, onde se destaca o cargo de actual Director de Corrida da Fórmula 2. Ambos os portugueses também assumirão as mesmas funções em várias corridas do segundo fim-de-semana do Grande Prémio.

10 Nov 2023

70º Grande Prémio | Aperitivos de luxo

O 70.º Grande Prémio de Macau arranca este fim-de-semana com cinco corridas, uma de monolugares, duas de GT e duas de carros de Turismo, naquele que é um aperitivo para o prometedor fim-de-semana que está para vir

 

Corrida de Macau de Fórmula 4

Depois de três anos em que o Campeonato da China de Fórmula 4 serviu como “prato principal” do Grande Prémio, a disciplina de introdução ao automobilismo volta a visitar o Circuito da Guia, mas desta vez acepipada por um carro novo e bem mais apelativo. Neste serviço gourmet, desta vez temos um pelotão verdadeiramente internacional, com pilotos japoneses, australianos e europeus, assim como as presenças confirmadas do britânico Arvid Lindbald, do Red Bull Junior Team, da filipina Bianca Bustamente, da McLaren F1 Academy, o vice-campeão da Formula Regional europeia, o norueguês Martinius Stenshorne, e ainda o ex-campeão francês de F4, Hadrien David. Não menos interessante vai ser acompanhar o andamento dos três pilotos da casa.

Envergando as cores da Theodore Racing, Charles Leong vai tentar vencer pela terceira vez em Macau, mas terá uma missão difícil, não só porque a concorrência é mais forte, mas também porque não disputou qualquer corrida este ano. As cores da RAEM vão também ser defendidas por dois jovens pilotos da Asia Racing Team, a equipa fundada no território há precisamente vinte anos. Tiago Rodrigues fará a sua estreia no Circuito da Guia, ele que lidera tanto o Campeonato da China de F4 como o Campeonato do Sudoeste Asiático, assim como Marcus Cheong, com menos experiência em monolugares, e que terá que escalar a mesma montanha de emoções num dos mais difíceis circuitos do mundo.

TCR Asia Challenge

Depois de ter sido parte integrante da Corrida da Guia no ano passado, a segunda edição do TCR Asia Challenge é a primeira competição de carros de Turismo da classe TCR a entrar em acção no Grande Prémio este ano. Não só em “cima da mesa” está a luta pela vitória nesta corrida, que é composta por pilotos da Grande China, mas também um lugar na Corrida da Guia – TCR World Tour do próximo fim de semana. Os oito primeiros da segunda corrida deste fim-de-semana terão acesso à grelha de partida dos “mundialistas”.

Esta grelha de partida tem várias caras conhecidas do desporto motorizado local, como os pilotos de Hong Kong, Lo Sze Ho, Shaun Thong, Henry Lee Jr ou Paul Poon. De Macau, estarão na pista Wong Kiang Kuan, Ip Tak Meng, Lam Ka Chun, Chan Weng Tong, Cheong Chi On, Ng Kin Veng, Wong Chun Hao e Jerónimo Badaraco.

Taça GT – Corrida da Grande Baía (GT3)

Com a lista de inscritos da Taça GT Macau – Taça do Mundo de GT da FIA a transbordar de interessados e o espaço no programa a ser limitado, a AAMC viu a oportunidade para dividir a Taça GT – Corrida da Grande Baía em duas, uma para viaturas GT3 e outra para viaturas GT4. Neste primeiro fim-de-semana, a corrida de GT3 ficará entregue à nata local, com um misto de pilotos com uma vasta experiência, como Darryl O’Young ou Ling Kang, e rápidos “Gentleman Drivers”, como Andrew Haryanto, Chris Chia, Min Heng ou Chang Chien-Shang.

A RAEM conta com dois pilotos que conhecem bem o Circuito da Guia, como são o caso de Kevin Tse, vencedor da primeira Taça GT – Corrida da Grande Baía com um GT4 e que este ano competiu em Inglaterra, e de Alex Liu Lic Ka, que este ano fez várias corridas além-fronteiras com o seu Mercedes-AMG GT3.

Taça GT – Corrida da Grande Baía (GT4)

Finalmente a Taça GT – Corrida da Grande Baía ganhou a forma que os agentes do desporto sempre sugeriram como a mais adequada; uma corrida para viaturas da classe GT4 e uma porta de entrada para as corridas de Grande Turismo para os pilotos locais. A mais variada das grelhas de partida conta com carros da BMW, Ginetta, KTM, Lotus, McLaren, Mercedes, Porsche e Toyota. Destaque para a presença do vencedor desta corrida em 2022, Alex Jiang, ao volante de um novo BMW M4 GT4, e de dois novíssimos Lotus Emira GT4 – um carro que nunca antes competiu e que fará a sua estreia mundial em competição entre nós – guiados por dois pilotos velozes, o chinês Lou Kailuo e o inglês Adam Christodoulou. Macau conta com nove pilotos, entre eles Leong Ian Veng, que era um habitué no pódio da antiga Corrida Macau Roadsport Challenge.

Macau Roadsport Challenge

A constituição das corridas de carros de Turismo locais mudou este ano. Ao fim de mais de uma década, acabaram-se as carismáticas categorias Roadsport e 1600ccTurbo para carros de preparação local que tanto entusiasmavam o público, não só pela singularidade dos seus carros, mas também pela incerteza daquelas corridas que eram muitas vezes decididas nos seus últimos momentos. No seu lugar, temos agora um troféu bimarca, reservado exclusivamente para os modelos Subaru BRZ e Toyota GR86, para pilotos do Interior da China e das vizinhas RAE de Macau e Hong Kong. Dado o equilíbrio de forças, os troféus sempre trouxeram corridas muito interessantes e apesar da edição deste ano da Macau Road Sport Challenge não ter nomes sonantes, o espectáculo em pista poderá ser um dos mais interessantes de acompanhar para o comum espectador.

10 Nov 2023

GPM | Pódios para André Couto e Tiago Rodrigues em Zhuzhou

Em contagem decrescente para a 70.ª edição do Grande Prémio de Macau, no pretérito fim de semana, no Circuito Internacional de Zhuzhou, André Couto e Tiago Rodrigues, que defendem as cores da RAEM, subiram ao pódio no Campeonato TCR China e no Campeonato do Sudeste Asiático de Fórmula 4 respectivamente

De regresso aos comandos do Honda Civic Type-R FL5, após ter cedido por razões comerciais o seu volante ao actor Daniel Wu na prova de Xangai, André Couto voltou a mostrar porque é uma mais valia para Dongfeng Honda Racing Team. Depois de se ter qualificado em quinto para a primeira corrida do fim de semana, o piloto do território ficou imobilizado na grelha de partida. Fazendo uma corrida de recuperação, com a pista molhada e a presença do “safety-car” em pista, Couto terminou no quinto posto.

No domingo, com o sol e muito público a marcarem na pista da província de Hunan, Couto encetou outra corrida de recuperação desde o nono lugar da grelha de partida. O piloto português foi o melhor representante da Dongfeng Honda, terminando no segundo lugar, apenas atrás de Ma Qing Hua, o “ponta de lança” da equipa de fábrica da Lynk & Co.

“Na Corrida 1, partindo de segundo, deixei o carro ir a baixo no arranque e caí para 14º, mas consegui regressar à 5ª posição no final da corrida. O ritmo era bom! Na Corrida 2, com a grelha de partida invertida para os dez primeiros, arranquei em 9º e terminei no pódio em 2º. Foi um bom fim de semana para mim, pois foi uma boa preparação para o GP de Macau”, sumariou André Couto nas redes sociais.

Ausente desde 2018 do Grande Prémio de Macau, Couto regressa à prova que lhe é tão querida na Taça de Carros de Turismo de Macau, que será a decisiva última jornada da temporada do TCR China, campeonato que é actualmente liderado pelo irlandês Jack Young, que tripula outro dos Civic Type-R FL5 oficiais.

Liderança no campeonato

O primeiro classificado do campeonato chinês de Fórmula 4, Tiago Rodrigues, esteve em destaque na prova de abertura do revitalizado Campeonato do Sudeste Asiático de Fórmula 4, uma competição que usa a última geração dos monolugares Tatuus da disciplina, ao contrário da competição chinesa, que ainda utiliza os fórmulas da primeira geração. A adaptação ao novo chassis Tatuus e a uma nova equipa, a Asia Racing Team, foi rápida e Rodrigues qualificou-se na segunda linha da grelha de partida para a primeira e terceira corrida do programa.

Na corrida de sábado, Rodrigues teve um mau começo, ficando parado na grelha de partida, mas uma recuperação exemplar levou-o ao terceiro lugar final. Nas duas corridas de domingo, o jovem de 16 anos somou dois segundos lugares, o que lhe permitiu sair de Zhuzhou na frente do campeonato, com um ponto de vantagem sobre Jack Beeton, o australiano que venceu o programa Ferrari Driver Academy Asia Pacific and Oceania Selection em 2022, que fez duas pole-positions e ganhou duas das três corridas.

“Foi um bom fim de semana. A segunda corrida foi bastante caótica e fiz o meu melhor para evitar os incidentes, conduzindo o melhor que pude. Na terceira corrida, fiquei ligeiramente atrás em termos de ritmo do Jack Beeton. Reduzir esta diferença para Macau vai ser um desafio, mas vou dar o meu melhor”, disse Rodrigues na conferência de imprensa, citado no comunicado da sua equipa.

Tiago Rodrigues fará a estreia no Circuito da Guia na Corrida de Fórmula 4 de Macau, uma prova que não conta para o Campeonato do Sudeste Asiático de Fórmula 4, mas que reúne uma grelha de partida com vários pilotos europeus, japoneses e australianos.

31 Out 2023

GPMacau | Poucos pilotos de matriz lusófona na 70.ª edição

Apesar do Grande Prémio de Macau ter um número superior de corridas e de participantes este ano, dado que as celebrações do 70.º aniversário se prolongam em dois fins de semana de corridas, o contingente de pilotos de matriz lusófona no Grande Prémio de Macau é o mais pequeno de sempre desde o início dos anos 1980

 

“São poucos mas bons”, mas são apenas cinco os pilotos de matriz lusófona da RAEM que irão alinhar nas onze corridas do Grande Prémio. A Taça de Carros de Turismo de Macau – China Touring Car Championship conta com a presença de André Couto e Filipe Souza, sendo que este último já afirmou publicamente que esta será a última vez que disputa o evento enquanto piloto, dado que já cumpriu o seu objectivo de vencer a Corrida da Guia.

Ainda nas corridas de Turismo, Jerónimo Badaraco vai alinhar na TCR Asia Challenge, e caso termine nos oito melhores classificados ainda poderá participar no segundo fim de semana na Corrida da Guia Macau – TCR World Tour, ao passo que Rui Valente tem presença confirmada no Desafio do 70.º Aniversário do Grande Prémio de Macau, uma corrida que acolhe os carros do novo troféu bimarca Toyota/Subaru.

Num ano de muitas ausências, e um pouco contra a corrente, o jovem Tiago Rodrigues, o actual líder do Campeonato da China de Fórmula 4, vai estrear-se no evento na Corrida de Fórmula 4 de Macau, a prova principal do primeiro fim de semana do evento.

Ausências várias

De fora ficarão muitas caras conhecidas do desporto motorizado local, principalmente pelas dificuldades em colocar projectos de pé. Junio Pereira, que se tinha estreado em 2021 nestas andanças, já tinha revelado ao HM no início do ano que dificilmente iria competir este ano. Depois de ter subido ao pódio na Corrida Macau Roadsport Challenge em 2022, Sabino Osório Lei confirmou que não conseguiu concretizar os seus planos de correr este ano, enquanto Delfim Medonça Choi também teve a mesma sorte, ele que estava apostado em correr na TCR Asia Challenge.

Por motivos pessoais, Célio Alves Dias estava fora de Macau quando foram disputadas as corridas de qualificação do AAMC, e assim, ficou impossibilitado de alinhar nas provas de qualificação da Corrida Macau Roadsport Challenge. Luciano Lameiras, outro piloto que também subiu ao pódio em Macau, e o veterano Eurico de Jesus, figuras habituais do Grande Prémio, não constam das listas de inscritos publicadas na passada quarta-feira.

Sem um programa desportivo definido para este ano, após a MG ter colocado em pausa o seu projecto no automobilismo, Rodolfo Ávila é outra das ausências notadas em pista na edição deste ano. Porém, o campeão do TCR China em 2021 terá um primeiro fim de semana bastante ocupado como chefe de equipa, visto que terá de liderar a formação de quatro carros da Asia Racing Team na Corrida de Fórmula 4 de Macau.

Nenhum de Portugal

A exemplo dos dois primeiros anos da pandemia, 2020 e 2021, não viajará nenhum piloto de Portugal para participar no evento, nem nos automóveis nem nas motas. Com oito presenças no Grande Prémio de Motos de Macau, incluindo um sétimo lugar na edição do ano passado, André Pires não foi convidado para a edição deste ano, para enorme desgosto do piloto de Vila Pouca de Aguiar. Sheridan Morais, terceiro na prova do ano, também não irá comparecer, o que colocará um ponto final a uma presença ininterrupta de pilotos portugueses na prova de motociclismo de Macau que durava desde 1986.

O HM sabe do interesse de pilotos de Portugal em participar no evento, em provas de automóveis, mas a obrigatoriedade de terem de participar em provas de qualificação no Interior da China e a tardia publicação dos regulamentos das várias corridas terão arrefecido esse interesse.

27 Out 2023

Cartaz do Grande Prémio com “gigantes do desporto automóvel”

A organização do 70.º Grande Prémio de Macau, que arranca em 11 de Novembro, prometeu ontem a participação de “jovens estrelas do mundo” e de “gigantes do desporto automóvel”, num evento marcado pelo regresso das provas internacionais.

Numa conferência de imprensa em que o presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Mohammed Bem Sulayem, salientou a importância do acordo para o regresso a Macau das Taças do Mundo de Fórmula 3 e GT da FIA nos próximos três ano, a organização sublinhou também que, após os constrangimentos devido à pandemia de covid-19, o território “volta uma vez mais a centrar a atenção do mundo, reforçando a sua imagem e reputação internacional”.

Nesta edição do Grande Prémio de Macau, que vai custar 260 milhões de patacas e realizar-se em seis dias, em vez dos habituais quatro, as primeiras corridas estão marcadas para 11 e 12 de Novembro, com as restantes agendadas de 16 a 19 de Novembro.

Verschoor de regresso

Para a corrida da Fórmula 3 há a registar “uma lista de inscritos com jovens estrelas do mundo das categorias juniores do automobilismo”. Richard Verschoor, dos Países Baixos, vencedor da corrida em 2019, regressa à categoria vindo do campeonato de F2, para defender o título.

Para além de ser realçado o regresso de Dan Ticktum, que se pode tornar no único triplo vencedor na história desta corrida, há outros que regressam à F3 oriundos da F2, e que importa destacar, segundo a organização: “o promissor piloto checo Roman Stanek” e os pilotos da Red Bull Júnior Team, Zane Maloney e Isack Hadjar.

Na Taça GT há um outro sublinhado para o grupo de pilotos que procuram a sua primeira vitória em Macau. Jules Gounon, que venceu as últimas três 12 Horas de Bathurst, actual vencedor das 24 Horas de Daytona e bicampeão das 24 Horas de Spa.

Mas há mais: o ex-campeão do DTM Sheldon van der Linde, pela BMW, Kevin Ester e Thomas Preining, pela Porsche, e o brasileiro Daniel Serra a tentar dar a primeira vitória da Ferrari na Taça do Mundo de GT da FIA este ano. Contudo, estes terão de se bater com antigos vencedores da corrida: Laurens Vanthoor, Augusto Farfus e Raffaele Marciello, Maro Engel e Eduardo Mortara.

Uma palavra ainda para a participação na Taça de carros de Turismo de Macau de dois pilotos locais: o vencedor em 2000 do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3, André Couto, num Honda, e o vencedor da Corrida da Guia Macau do ano passado, Filipe Sousa, num Audi.

As duas corridas da FIA terão lugar de 16 a 19 de Novembro, com o formato a incluir duas sessões de treinos livres de 40 minutos e duas sessões de qualificação para a Fórmula 3, bem como duas sessões de treinos de 30 minutos seguidas de uma única qualificação com a mesma duração para os carros GT.

As corridas terão 10 e 15 voltas para a F3 e 12 e 16 para os carros GT. O vencedor do Grande Prémio de Macau será designado também como o vencedor da Taça do Mundo de F3.

Venham mais cinco

São cinco as corridas programadas para 11 e 12 de Novembro: Macau Asia Fórmula 4, Taça GT – Corrida da Grande Baía, TCR Asia Challenge, Macau Roadsport Challenge e uma outra que se encontra ainda em processo de negociação. De 16 a 19 de Novembro vão realizar-se seis corridas: Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 da FIA, Taça GT Macau – Taça do Mundo de GT da FIA, Corrida da Guia Macau – TCR World Tour Final, Grande Prémio de Motos de Macau – 55.ª Edição, Taça de Carros de Turismo de Macau e Desafio do 70.º Aniversário de Macau. Cada uma das seis operadoras de casinos em Macau concedeu um patrocínio de 20 milhões de patacas.

26 Out 2023

Empate com Myanmar na corrida ao Mundial 2026 deixa treinador de Macau orgulhoso

O selecionador de futebol de Macau, o luso-angolano Lázaro Oliveira, disse ontem estar “orgulhoso dos jogadores”, após um empate a zero em casa com Myanmar (antiga Birmânia), na qualificação asiática para o Mundial 2026. Na conferência de imprensa após a partida, o treinador defendeu que os jogadores da região administrativa especial chinesa, número 185 do ranking mundial, “estiveram muito bem defensivamente” e que o ataque melhorou na segunda parte.

“Tentámos ganhar. Não foi possível vencer, mas era muito importante mudar a imagem da primeira mão”, disse Lázaro Oliveira, referindo-se à derrota por 5-1 na capital birmanesa, Rangum, a 12 de outubro. “Demos o nosso melhor, tentamos sempre lutar por Macau. Hoje acho que merecíamos [a vitória], mas o empate dá uma boa imagem”, disse o central de origem portuguesa Vítor Almeida, também na conferência de imprensa.

O selecionador disse que “o primeiro jogo não foi assim tão mau” e lembrou que Myanmar marcou três golos nos últimos dez minutos. “[Até ali] eles tiveram muitas dificuldades em quebrar a nossa organização defensiva”, acrescentou.

Lázaro Oliveira admitiu que também no encontro de ontem vários jogadores tiveram “problemas musculares”, porque a eliminatória calhou na pré-época, em que apenas o atual campeão, o Chao Pak Kei, está a treinar, para competir na Taça AFC, o equivalente asiático à Liga Europa.

O antigo treinador do Estrela da Amadora recordou que todos os jogadores de Macau são amadores: “Não é fácil, uma equipa que trabalha o dia interior, às vezes não podem treinar devido ao trabalho ou às aulas”. A partida de hoje marcou ainda a despedida do defesa central Filipe Duarte, formado no Benfica e antigo internacional jovem por Portugal. “É uma grande perda para a seleção de Macau”, disse Lázaro Oliveira.

Com a vitória na eliminatória preliminar, Myanmar qualificou-se para a fase de grupos do apuramento da Ásia para o Mundial2026, onde irá defrontar o Japão, a Síria e a Coreia do Norte, no Grupo B. O selecionador Michael Feichtenbeiner admitiu na conferência de imprensa que Myanmar, número 161 do ranking da FIFA, será à partida a equipa mais fraca do grupo.

“Temos muitos jogadores jovens que poderão aprender, por exemplo com o Japão, atualmente uma das melhores equipas do mundo”, acrescentou o alemão. Apesar de admitir que Myanmar, que conta com nove jogadores a atuar no estrangeiro, tem de “ser realista”, o treinador não afastou a possibilidade de “talvez nas partidas em casa criar uma ou duas surpresas”.

Feichtenbeiner disse ainda estar surpreendido pelo apoio de mais de uma centena de birmaneses no estádio: “Nunca esperava um tão grande número de adeptos. Foi uma alegria para os jogadores”. De acordo com dados oficiais do Corpo de Polícia de Segurança Pública de Macau, no final de agosto trabalhavam no território quase 3.100 cidadãos de Myanmar sem estatuto de residente.

18 Out 2023

Macau acolhe provas com atletas da China em Dezembro

Duas competições de ténis vão decorrer em Macau entre 4 e 10 de Dezembro, a final do Circuito Profissional de CTA (Macau) 2023, com o apoio da Sociedade de Jogos de Macau (SJM) e Campeonato Nacional de Ténis.

Segundo um comunicado oficial do evento, este será o terceiro ano consecutivo em que a final do Circuito Profissional de CTA se realiza em Macau, uma ocasião “que irá reunir vários tenistas nacionais na cidade para apresentar o mais elevado nível da competição de ténis”. Os jogos irão decorrer na Academia de Ténis de Macau.

Ambas as competições são organizadas pelo Instituto do Desporto (ID) e Administração Geral do Desporto da China, entre outras, sem esquecer a co-coordenação da Associação de Ténis de Macau. O evento conta ainda o apoio de entidades como o Departamento de Propaganda e Cultura do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM e da Companhia de Desenvolvimento Turístico e Cultural de Chengdu.

Daisy Ho, administradora da SJM, argumenta que recorrendo a Macau como plataforma, “pretende-se demonstrar ao mundo o poder desportivo da China moderna e ajudar a aprofundar o intercâmbio e a cooperação entre o Interior da China e Macau”. Espera-se, segundo a empresária, construir a “sinergia ‘desporto+turismo’ para enriquecer” a política de construção de um centro mundial de turismo e lazer para Macau.

Pun Weng Kun, presidente do ID, disse tanto a SJM Final do Circuito Profissional de CTA (Macau) como o Campeonato Nacional de Ténis se realizam em Macau desde 2021, tendo recebido, em dois anos, “altas recomendações por parte dos atletas participantes e espectadores, e fornecido valiosas experiências de aprendizagem para os atletas de Macau”.

“Estamos muito ansiosos por receber mais uma vez as competições finais do evento em Macau com a participação dos melhores atletas da China. Acreditamos que, através deste evento, podemos intensificar o intercâmbio desportivo entre Macau e China, promovendo a imagem de Macau como cidade de turismo desportivo”, disse ainda.

Li Na novamente em Macau

O “cartaz desportivo” conta com quatro provas em ambas as competições, nomeadamente singular masculino, singular feminino, pares masculinos e pares femininos, com 16 jogadores apurados para as provas singulares e oito jogadores apurados para as provas de pares. A competição será dividida entre a fase de grupos e uma fase eliminatória.

Os bilhetes para assistir aos jogos estão à venda a partir de 1 de Novembro, com um valor a partir de 100 patacas.
Destaque para a presença no território, pelo terceiro ano consecutivo, da tenista Li Na, na qualidade de embaixadora mundial da entidade “Special Olympics International”, para um encontro com a associação local Macau Special Olympics.

17 Out 2023

GPM | Filipe Souza desiste da Corrida da Guia para correr no TCR China

Filipe Souza tinha inicialmente planeado participar na Corrida da Guia do 70º Grande Prémio de Macau, mas o vencedor da edição transacta desta corrida mudou de ideias e não irá defender o ceptro conquistado em 2023

 

O único piloto de Macau a vencer a Corrida da Guia abdicou do plano de competir contra os “craques” do TCR World Tour, para tentar voltar subir novamente ao pódio no maior acontecimento desportivo da RAEM e despedir-se do automobilismo enquanto piloto. Para isso, Filipe Souza vai alinhar na corrida pontuável para o competitivo campeonato TCR China.

Questionado pelo HM sobre o volte-face, Filipe Souza explicou que esta mudança de planos se deve à enorme vontade de voltar a subir ao pódio: “Eu quero mesmo ir ao pódio, e isto é porque já decidi que este ano será o meu último ano no Grande Prémio de Macau. E se consegui ir ao pódio este ano, no 70º aniversário do Grande Prémio, ainda será mais fantástico…”

O piloto macaense admite que ao não competir na Corrida da Guia, que servirá de última jornada do TCR Word Tour, está a sacudir “muita pressão”, para além do “elevado custo que é participar nesta corrida”. O experiente piloto de carros de Turismo local reconhece que a diferença entre participar na Corrida da Guia ou na Taça de Carros de Turismo de Macau, corrida onde deverá ser novamente inserido o pelotão do TCR China, é um “valor superior a duzentas mil patacas”.

Pesou também na decisão de Filipe Souza, o facto de “não estarem assim tantos carros na grelha”, pois a corrida só deverá contar com dezasseis pilotos internacionais, aos quais se juntarão, muito provavelmente, uma dezena de pilotos locais provenientes da corrida do TCR Asia Challenge do primeiro fim-de-semana.

Esta troca de corrida não tornará a vida de Filipe Souza muito mais fácil, pois a corrida do TCR China não será muito mais fácil para o piloto do Audi RS 3 LMS TCR. Numa grelha de partida que terá mais de duas dezenas de viaturas, incluem-se uma dezena de carros apoiados por marcas. A Dongfeng Honda, a Link & Co e a Hyundai estão representadas oficialmente este ano na maior competição chinesa de carros de Turismo da actualidade e consigo trazem um naipe de pilotos muito capazes e igualmente conhecedores dos segredos do Circuito da Guia.

Para enfrentar uma forte concorrência, que ficou a conhecer em primeira mão no mês de Setembro, aquando da participação na corrida de Xangai, Filipe Souza vai contar com o apoio técnico da equipa belga Comtoyou Racing, a mesma estrutura que prepara os Audi semi-oficiais de Rob Huff e Frédéric Vervisch.

Parar sem desligar

Já há alguns anos que Filipe Souza considerava poisar o capacete de vez, mas a decisão tinha vindo a ser adiada sucessivamente pelas mais diversas razões. Todavia, depois do feito obtido na Corrida da Guia em 2022, pouco mais haverá para Filipe Souza vencer nas pistas.

“Decidi que chegou a altura, já corri muitos anos. Este ano já é o meu 21º Grande Prémio de Macau”, explicou o piloto do território. “Se este não fosse o 70º aniversário do Grande Prémio, já tinha parado de correr. Consegui vencer no ano passado e assim o meu objectivo no automobilismo, como piloto, já foi alcançado.”

Apesar de colocar um ponto final numa carreira que teve início no ano 2000, Filipe Souza não se quer desligar totalmente do desporto motorizado. “Não só vou ver corridas, mas vou também ajudar os pilotos amadores e os novos pilotos que queiram entrar nas corridas de automóveis”, afirma.

17 Out 2023

Automobilismo | Primeiras corridas em Zhuhai realizaram-se há 30 anos

Há trinta anos, a cidade vizinha de Zhuhai, com o apoio do Hong Kong Automobile Association, avançava para a organização do primeiro grande evento de desporto motorizado de velocidade realizado na República Popular da China. Em Macau, havia muitas reticências e apreensão sobre o que poderia representar este evento, em tudo semelhante ao Grande Prémio de Macau

 

Com a coordenação desportiva a cargo de Phil Taylor, o inglês que então também era o Director de Corrida do Grande Prémio de Macau, e com uma forte presença da associação automóvel da então colónia britânica, a prova de Zhuhai teve logo desde o arranque o “know how” que necessitava para se afirmar além-fronteiras. Contudo, ao contrário do que era temido em alguns sectores em Macau, as autoridades do Interior da China não quiseram copiar o que melhor se fazia no território sob administração portuguesa.

A cidade Zhuhai tinha outras ambições que iam para além deste circuito provisório que durou apenas três edições. A Zona Económica Especial chinesa queria mais do que isso, queria receber a Fórmula 1 no Circuito Internacional de Zhuhai (ZIC). Isto, anos depois de Macau ter fechado a porta ao “Grande Circo” e ter desistido da construção de um autódromo no território.

“Sempre tive o espírito aberto a essas coisas e nunca acreditei que os nossos vizinhos pudessem vir a assombrar o evento de cartaz de Macau”, recorda Carlos Barreto, o primeiro colaborador do Automóvel Clube de Macau (ACM), agora Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC), a receber a Licença Desportiva da Federação Internacional de Motociclismo (FIM) como Director de Prova e Comissário Desportivo, precisamente em 1993.

Outros voos

Com cem mil espectadores espalhados pelos quatro quilómetros deste circuito devidamente asfaltado para receber os 127 carros e motos que compareceram – curiosamente só dois concorrentes eram do Interior da China – o primeiro evento decorreu sem sobressaltos, permitindo que em 1994 e 1995 a prova entrasse para o calendário internacional da FIA, acolhendo o campeonato BPR GT Endurance Series.

“Os organizadores, para garantirem uma assistência em massa, como foi o caso, tiveram de ser criativos. Os bilhetes davam direito a sorteio de prémios como televisões, máquinas de lavar roupa, frigoríficos, ar condicionado e outras coisas”, lembra o piloto Rui Valente, que na altura se deslocou ao outro lado das Portas do Cerco para assistir à prova, onde participou o seu amigo José Mariano da Rosa.

Assim que o ZIC abriu portas, em 1996, as corridas de Zhuhai passaram para a infra-estrutura permanente localizada em Jinding. O sonho da F1 esfumou-se, mas o ZIC ficou a “casa do automobilismo chinês”, tendo durante décadas desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento dos desportos motorizados na República Popular da China. “Sempre pensei que tendo um circuito permanente em Zhuhai poderia ser benéfico para os pilotos e para os comissários desportivos e de pista”, afirma Carlos Barreto.

“Para os pilotos realizarem provas com frequência, coisa que não se podia fazer em Macau (e veio a acontecer), para os comissários desportivos e de pista, o ganhar a experiência em provas a sério, depois da formação, para se sentirem mais à vontade no Grande Prémio. Nem tudo correu bem, realizaram-se provas, mas os comissários de pista raramente tiveram essa possibilidade. Contudo, era cedo para antever o que iria acontecer e havia o receio, na mente de alguns, de eles entrarem por aí e acabarem com o Grande Prémio”.

Macau ficou a ganhar

O desconforto que estas provas causaram no então território português ultramarino era apenas causada por uma visão limitada que ignorava as vantagens desportivas e económicas, como Mário Sin, que presidiu o ACM e ex-membro da Comissão do Grande Prémio de Macau, relembra: “Não existia uma visão global das oportunidades [que iria trazer o circuito em Zhuhai] para os pilotos locais, pois [com o circuito] iriam poder praticar mais vezes e com menores encargos”.

O início das corridas em Zhuhai serviu como trampolim para outros voos para os pilotos do território. “Para provar, basta ver que os pilotos de Macau começaram a obter mais lugares no pódio em todas as categorias, depois de poderem praticar mais vezes antes do Grande Prémio de Macau”, assevera Mário Sin, acrescentando que ”os pilotos de Macau começaram ganhar aos pilotos de Hong Kong, que tinham quase o exclusivo dos lugares de pódio.”

No final de contas, o saldo é hoje visto como muito positivo, pois “o Grande Prémio continua vivo e Macau tem colaboradores que desempenham funções de relevância na FIA e na FIM. O ZIC ganhou o seu espaço, com provas nacionais e internacionais, e continua aberto a ser utilizado por quem lá queira ir sentir a adrenalina da alta velocidade”, conclui Carlos Barreto, que durante muitos anos desempenhou o cargo de Director de Corrida do Grande Prémio de Motos de Macau.

4 Out 2023

Carlos Sainz gostaria de uma corrida com os 20 pilotos da F1 em Macau

O Circuito da Guia deixa uma marca inesquecível em todos os pilotos que um dia têm a possibilidade de participar no Grande Prémio de Macau. Durante o périplo asiático do mundial de Fórmula 1, Carlos Sainz surpreendeu a imprensa ao sugerir que “devíamos todos [os pilotos de F1] correr na Fórmula 3 em Macau”.

Com as exigências do calendário da Fórmula 1 a serem cada vez maiores, com mais obrigações para os pilotos, dentro e fora da pista, Carlos Sainz foi questionado sobre qual a regra que mudaria na Fórmula 1 da actualidade. Em resposta à esta questão, o filho do ex-campeão do mundo de ralis sugeriu que todos os pilotos da disciplina rainha do automobilismo corressem no lendário Circuito da Guia, em Macau, em monolugares de Fórmula 3, uma vez por ano.

“Esta é uma pergunta difícil”, disse Carlos Sainz, citado pelo portal Planet F1. “Tenho a certeza que há uma, mas acho que uma vez por ano, todos nós deveríamos ir a Macau e correr na F3, [ter] 20 pilotos de F1 por lá.”

Depois de ter vencido a corrida da Fórmula BMW Asia, na edição de 2010, Carlos Sainz participou, por duas vezes, na corrida de Fórmula 3 no Grande Prémio de Macau, tendo obtido um sétimo lugar como o seu melhor resultado, na altura defendendo as cores da Red Bull. Apesar de nunca ter subido ao pódio, o piloto madrileno disse que gostaria de ter a oportunidade de ver os actuais vinte pilotos do mundial de Fórmula 1 a acelerarem no traçado único do Circuito da Guia.

Quando questionado sobre o quão próximos os pilotos estariam se corressem num circuito como o de Macau, Carlos Sainz indicou que a singularidade da pista da RAEM poderia levar a uma diferença um pouco maior entre o actual grupo de pilotos, pois se todos tivessem de correr com os mesmos carros numa pista tradicional do calendário da Fórmula 1, o espanhol acredita que não haveria grande diferença entre os 20 pilotos do mundial.

“Acho que em Macau é diferente. Em Macau pode haver mais diferenças [entre os pilotos]”, explicou Carlos Sainz, “[mas numa] pista normal, se formos todos amanhã a Barcelona, por exemplo, e fizermos uma volta de qualificação, em condições normais de piso seco, seis conjuntos de pneus macios e novos como temos sempre? Não creio que haja mais de meio segundo entre nós.”

Ideia que não é nova

Obviamente, por diversos motivos, a ideia de Carlos Sainz não é hoje plausível. Contudo, esta não seria a primeira vez que o Circuito da Guia acolheria numa só corrida, e em carros iguais, grandes nomes do automobilismo.

Pela mão do empresário Teddy Yip, em 1968, realizou-se a “Corrida dos Gigantes”, que reuniu ex-vencedores do mundial de Fórmula 1, das 500 milhas de Indianapolis e das 24 Horas de Le Mans. Ao volante de Ford Escort iguais, nomes sonantes do automobilismo mundial Phil Hill, Mike Stirling Moss, Jack Brabham, Denis Hulme, Jacky Ickx, Bobby Unser, ou o Príncipe Bira do Sião, mediram forças no Circuito da Guia. O belga Jacky Ickx, ex-piloto da Ferrari na F1 e multi-vencedor das 24 Horas de Le Mans, venceu a corrida categoricamente.

Em 1989, o entuasiasta Teddy Yip reeditou a ideia, desta vez usando os Mazda MX5 Miata versão troféu. Agora baptizada como “Corrida de Campeões”, a prova foi ganha pelo britânico Geoff Lees, o vencedor do Grande Prémio de Macau em 1979 e 1980.

Na edição do 60º aniversário, em 2013, a corrida “Scirocco R China Masters Challenge” voltou a trazer-nos à memória as corridas organizadas por Teddy Yip, ao reunir vários nomes grandes do Circuito da Guia numa só grelha de partida. Duncan Huisman, piloto que venceu por quatro vezes na Corrida da Guia, triunfou nesta corrida que usou os Scirocco construídos na Volkswagen Autoeuropa em Portugal.

27 Set 2023

Grande Prémio de Motos | Presença feminina garantida nas motos

Nadieh Schoots foi uma das sensações do 54º Grande Prémio de Motos de Macau, ao tornar-se a primeira mulher a participar na prova rainha de motociclismo de estrada do Sudeste Asiático. E em 2023, a piloto neerlandesa vai regressar ao traçado sinuoso do Circuito da Guia

 

“A minha estreia no ano passado foi, de facto, uma grande experiência de aprendizagem e, ao mesmo tempo, um pouco difícil devido a acontecimentos que se passaram na minha vida fora da esfera das corridas, o que me deixa extremamente grata pela oportunidade de regressar”, explicou a piloto de 32 anos ao HM, confirmando que em Novembro participará no maior cartaz desportivo da RAEM.

Apesar da experiência em provas de estrada, a prova do território foi uma surpresa para Nadieh Schoots, pois “há coisas óbvias que distinguem o Grande Prémio de Macau, tais como, o facto de o circuito estar rodeado de barreiras protecção, de ser um evento misto de carros e motas e do circuito se situar na cidade e não no campo.” Outra curiosidade que a piloto originária dos Países Baixos encontrou foi um horário do evento diferente. “O que foi mais interessante para mim, enquanto concorrente, foi o facto dos treinos, a qualificação e a corrida serem realizados de manhã cedo para as motos. Em quase todas as corridas de estrada na Europa/Reino Unido corremos à tarde ou mesmo à noite, em Macau temos de estar prontos às 7h30 da manhã!”

A piloto não tem nada contra esta tradição do evento e realça a importância que essa diferença faz na segurança dos principais intervenientes do Grande Prémio. “Compreendo perfeitamente que isto é necessário, uma vez que os carros podem derramar óleo ou danificar as barreiras de protecção, sendo esta a única forma da organização garantir que a pista se encontra segura para a nossa corrida. No entanto, é uma sensação estranha sair da cama e, quase imediatamente, vestirmos os nossos fatos de pele e colocarmos o capacete para correr entre muros.”

Esta abordagem, praticamente sem igual, requererá uma preparação mais acentuada para este ano: “vou preparar mais o meu corpo e a minha mente para isto, levantando-me mais cedo para treinar nas duas últimas semanas que antecedem Macau.”

Objectivo de auto-superação

Depois da edição do ano passado ter sido disputada sob o espectro da pandemia, e com uma grelha de partida de apenas quinze participantes, a agora única corrida de motociclismo do Grande Prémio deverá voltar a reunir este ano os craques da especialidade, o que irá aumentar a dificuldade para a 12ª classificada da prova de 2022.

“Vai ser interessante e, esperemos, mais divertido para os pilotos e espectadores que vão ter novamente uma grelha completa este ano”, destaca Nadieh Schoots, acrescentando que em termos desportivos não coloca a fasquia muito alta e acima de tudo quer superar-se a si mesma, até porque “apesar de tudo, estou orgulhosa da forma como corri no ano passado!”

Para a edição número cinquenta e cinco da prova, a piloto da Yamaha R1 cor-de-rosa, a preparar pela Basomba Racing, espera “ser significativamente mais rápida, porque no ano passado não pude andar de mota, nem sequer fazer exercício físico, durante os três meses que antecederam o evento. O meu objectivo é fazer uma volta a cerca de 105 por cento dos primeiros classificados, o que, com base nos anos anteriores, me dará um tempo por volta na casa dos 2 minutos 30 segundos – 2 minutos 33…, mas não me atrevo a especular onde isso me coloca na grelha”.

Para a prova do Circuito da Guia, numa homenagem sentida, Nadieh Schoots vai envergar o nº49 que habitualmente era usado pelo bom amigo e corredor espanhol Raul Torras, um grande entusiasta do Grande Prémio de Macau, que tragicamente perdeu a vida num acidente na prova da Ilha de Man no passado mês de Junho.

22 Set 2023

GPM | André Pires não foi convidado para a prova de Motos

Foi com enorme surpresa que André Pires recebeu a notícia de que não foi convidado para participar na 55.ª edição do Grande Prémio de Motos de Macau. O piloto de licença portuguesa com mais participações na prova de duas rodas do Grande Prémio de Macau era uma presença assídua na prova desde 2013

 

André Pires explicou ao HM que contactou a Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC), a entidade responsável pela parte desportiva do Grande Prémio, e ficou a saber que o seu nome não constava da lista de pilotos seleccionados para a prova, isto por não ter participado este ano nas corridas britânicas North West 200 e Isle of Man TT. Embora os critérios de selecção não sejam do domínio público, a participação nestas provas será um dos principais critérios de selecção.

Com oito presenças no Grande Prémio de Motos de Macau, André Pires confirmou ao HM que lhe foi dito que o seu nome está na lista de reservas e que ainda poderá ser considerado caso apareça uma vaga provocada por uma desistência ou um convite rejeitado.

“É com muita tristeza que recebi a notícia, depois de ter participado oito vezes no Grande Prémio de Macau e de ser o piloto de estrada com mais experiência em Portugal. Além disso, fiquei em 7.º lugar na edição de 2022, e competi no passado com pilotos de estrada experientes que vão às principais provas da especialidade”, referiu ao HM o piloto luso de 34 anos.

André Pires não coloca em causa os critérios de selecção da AAMC, mas lamenta a decisão, pois “sempre fui muito apoiado e acarinhado em Macau. Acredito que a comunidade portuguesa em Macau também vai sentir a falta de um piloto português no paddock na prova de motos. Esta alteração de normas vai penalizar-me a mim e aos pilotos portugueses no futuro.”

O piloto de Vila Pouca de Aguiar foi um dos quinze pilotos que aceitou participar no 69.º Grande Prémio de Macau, no ano passado, mesmo estando sujeito a uma quarentena de duas semanas, tendo terminado a corrida no 7.º lugar, o seu melhor resultado da prova. Aliás, o piloto português foi um dos poucos pilotos que esteve ao lado do AAMC quando a federação nacional da RAEM tentou, em vão, organizar o Grande Prémio de Motos em 2020 e 2021.

Rude golpe

O Grande Prémio de Macau nasceu em 1967, mas a primeira participação de pilotos provenientes de Portugal só aconteceu em 1986, com a presença de Joe Domingues e Pedro Baptista. Desde dessa data até aos dias de hoje, a presença lusitana nas corridas de motos tem sido praticamente ininterrupta. Mas com os critérios da agora única prova de motociclismo no programa do Grande Prémio a obrigarem a presença nas “clássicas” britânicas do “road racing” internacional, a participação dos pilotos portugueses tem-se diluído.

Na pretérita semana, o Macau Daily Times adiantou a informação de que só os quatro primeiros classificados da prova de motociclismo de 2022, assim como a holandesa Nadieh Shoots, foram convidados para a edição de 2023. A confirmar-se, o experiente português nascido na África do Sul e residente no Algarve, Sheridan Morais, que foi o terceiro classificado em 2022, mas que também não participou nas supracitadas provas este ano, poderá ser o único piloto a representar Portugal na prova.

15 Set 2023

GPM | Filipe Souza vai a Xangai preparar a defesa do título em Macau

A próxima prova do Campeonato da China de Carros de Turismo/TCR China vai disputar-se no Circuito Internacional de Xangai e contará com a presença de Filipe Souza. O piloto macaense tornou-se no ano passado o piloto do território a vencer na Corrida da Guia em quarenta anos de história, troféu que vai defender novamente este ano no mês de Novembro

Após o triunfo mais alto da sua carreira de mais de vinte anos nos carros de Turismo, Filipe Souza pensou em colocar para trás esta disciplina e competir nas corridas de Grande Turismo em 2023. Aliás, em Janeiro passado, quando falou a última vez com o HM, o piloto macaense estava a preparar-se para deixar a categoria TCR para se dedicar a uma nova aventura na categoria GT4. Contudo, uma chama motivou uma mudança de planos.

“No início pensei fazer os GT4, porque nessa altura achava que podia fazer corridas em ambos os fins-de-semana. Porém, a nossa associação ligou-me e disse que um piloto só pode fazer uma corrida no Grande Prémio e convenceu-me a participar na corrida do TCR World Tour em Macau, pois consideram que é mais exigente fazer essa corrida e, por ser uma corrida por convite, querem ter um piloto de Macau”, explicou Filipe Souza ao HM.

Com o fim da Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA – WTCR no final de 2022, devido a uma mudança de estratégia do promotor Discovery Sports Events, o WSC Group, a empresa de Marcello Lotti, que lançou o conceito TCR em 2015, apostou no TCR World Tour. Como o nome indica, trata-se de uma competição para viaturas TCR e tem um calendário que passa pela Europa, América do Sul, Austrália e Ásia, onde os participantes deste “mundial” correm juntamente com os homólogos dos campeonatos TCR locais. No Circuito da Guia não será diferente, com a dezena e meia de concorrentes do TCR World Tour a enfrentarem os melhores da especialidade da região inseridos na célebre Corrida da Guia.

“Ponderei muito bem sobre esta oportunidade que não é para todos e não é assim tão fácil de aparecer”, salienta Filipe Souza que se estreou no Circuito da Guia no ano 2000. “Também esta é uma das corridas do fim de semana principal, o que é muito importante para mim, para os meus patrocinadores e para a minha carreira, até mesmo para talvez finalizar a minha carreira de corridas com uma boa imagem e uma boa memória”.

Ganhar ritmo

Sem disputar qualquer corrida desde Novembro de 2022, Filipe Souza não esconde que pretende ganhar ritmo nesta prova no circuito de Fórmula 1 de Xangai junto das melhores equipas e pilotos da República Popular da China. Os resultados não vão ser uma prioridade neste evento, até porque o representante da RAEM não está em discussão por nenhum título e vai ter pela frente uma forte concorrência, incluindo as equipas oficiais da Link & Co, Hyundai e Dongfeng Honda.

“Esta corrida será a minha primeira corrida deste ano, por isso não estou a pensar sobre subir ao pódio ou não, mas vou fazer os possíveis para ter uma boa prova. Só fiz um teste em Zhuhai no início do ano, por isso não tenho grandes ambições. Por outro lado, estou apreensivo, porque esta corrida vai ter muitos bom pilotos por lá. Mas isso eu gosto muito, pois sempre gostei de um bom desafio”, reflecte o piloto de Macau que vai novamente conduzir o seu Audi RS 3 LMS TCR. “Esta corrida também será boa para eu ganhar um bom ritmo e também para preparar a corrida de Macau”, acrescenta.

Filipe Souza não descarta fazer mais corridas após esta participação em Xangai, pois os quilómetros competitivos vão contar quando chegar a “hora da verdade”, na grande prova do final de ano. “Vou continuar com o Audi do ano passado, com o qual ganhei em Macau, mas estou a ponderar a ajuda de uma equipa da Europa, porque correr em Macau e no pelotão do TCR World Tour não é uma tarefa nada fácil. Temos que ter uma boa equipa e com experiência”, acrescenta o único piloto lusófono, por agora, confirmado nesta corrida.

6 Set 2023

GPM | Sudeste Asiático confirma presença em Macau

Logo após o Campeonato da China de Fórmula 4 ter concluído a sua segunda visita ao circuito urbano de Pingtan, o organizador do revitalizado Campeonato do Sudeste Asiático de Fórmula 4 confirmou a presença no primeiro fim de semana do 70.º Grande Prémio de Macau

 

Depois de três anos em que o campeonato chinês de F4 foi presença assídua no Circuito da Guia, no fim de semana de 10 e 11 de Novembro, será o pelotão do campeonato agora promovido pela empresa Top Speed Shanghai a visitar a RAEM num evento extra-campeonato que irá contar com vários pilotos internacionais. Será igualmente a estreia dos monolugares da última geração de F4 entre nós. Tatuus F4 T421 GEN2 com motor Fiat Abarth 1400cc preparado pela Autotecnica Motori, e com o seu equipamento de segurança Halo homologado pela FIA.

O Grande Prémio de Macau começa com os treinos livres e as sessões de qualificação no sábado, 10 de Novembro, seguidos de uma corrida de qualificação de oito voltas e de uma corrida principal de 12 voltas no domingo, proporcionando aos pilotos uma experiência inestimável de início de carreira na pista que recebe o Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 – Taça do Mundo FIA de F3.

Antes de Macau, o campeonato do Sudeste Asiático realiza a sua corrida de abertura em Outubro, no circuito permanente da cidade Zhuhai, para depois da passagem pelo território viajar até ao Circuito Internacional de Sepang, a antiga casa do Grande Prémio da Malásia, para as rondas três e quatro. Para participarem, os pilotos devem ter pelo menos 15 anos e possuir uma licença FIA Internacional C ou Nacional emitida pela respectiva associação nacional de desportos motorizados.

Rumo à liderança

No remodelado e agora mais curto circuito citadino da Ilha de Pingtan, o Campeonato da China de Fórmula 4, que perdeu a sua prova no Grande Prémio de Macau, realizou a sua terceira jornada da temporada de 2023. Entre os dezasseis concorrentes presentes para disputar as quatro corridas do fim de semana estiveram dois pilotos de Macau: Tiago Rodrigues e Marcus Cheong Man Hei.

Na sua temporada de estreia em provas de monolugares, Tiago Rodrigues voltou a estar em plena evidência ao terminar as quatro corridas em posições do pódio, tendo inclusive vencido a segunda corrida disputada na tarde de sábado. “Eu acredito que posso vencer este campeonato”, disse o jovem piloto na conferência de imprensa da tarde de sábado, citado pela assessoria de imprensa do campeonato.

À vitória e ao segundo lugar obtido na primeira corrida de sábado, o piloto treinado por Charles Leong ainda juntou dois valiosos terceiros lugares no domingo. Esta série de óptimos resultados conquistados numa pista que não conhecia, colocam Tiago Rodrigues isolado na primeira posição do campeonato chinês.

Já Marcus Cheong, a realizar a sua segunda prova de monolugares, conseguiu um quinto lugar à geral como melhor resultado. O novo circuito de Chengdu Tianfu, ainda por estrear, irá receber a prova seguinte do campeonato no próximo mês. A organização do campeonato, a cargo da empresa Mitime, uma subsidiária do gigante automóvel chinês Geely, ainda não confirmou que circuito irá substituir Macau no calendário.

30 Ago 2023

GP Macau | Estrela do showbiz de HK pode regressar à Guia

O Grande Prémio de Macau e o showbiz de Hong Kong encontraram-se por diversas vezes na sua história. No pretérito fim de semana, Aaron Kwok, uma figura incontornável do espectáculo em Hong Kong, participou nas corridas que serviram de preparação para o grande evento desportivo da RAEM do mês de Novembro, realizadas no Circuito Internacional de Guangdong (GIC), dando asas à especulação sobre uma eventual participação do artista na 70.ª edição do evento

Apesar de nem o “piloto” nem a equipa o terem confirmado, a verdade é que o nome de Aaron Kwok poderá muito bem aparecer na lista de inscritos do 70.º Grande Prémio de Macau numa das três corridas a serem disputadas com viaturas de Turismo da classe TCR. Dono de uma colecção de automóveis invejável, Aaron Kwok sempre foi um aficcionado e praticante de desportos motorizados, tendo competido, de forma amadora e sempre pontual, em diversas disciplinas do automobilismo, desde monolugares a carros de Grande Turismo.

Na década de 1990s, Aaron Kwok fez parte dos “quatro reis celestiais” da cena “pop” de Hong Kong, dominando, com Jacky Cheung, Andy Lau, Aaron Kwok and Leon Lai, a música, a cobertura mediática, a televisão, a publicidade e o cinema em Hong Kong. Com 58 anos de idade, o “Rei dos Palcos” continua bastante activo, e todos os sábados e domingos ao longo de mês de Julho, a estrela de Hong Kong subiu ao palco Centro de Eventos do Studio City para apresentar o exuberante espectáculo “Aaron Kwok Amazing Dream Live on Stage in Macau 2023”, onde não faltaram peixes tridimensionais, naves espaciais e robótica.

Esta aparição no GIC, num evento com pouquíssima exposição mediática e dimensão desportiva, não será de todo inocente, mas pode proporcionar a Aaron Kwok um regresso ao Circuito da Guia dez anos depois. Em 2013, no 60.º Grande Prémio de Macau, o então representante da Audi Hong Kong teve uma participação acidentada na Taça Audi R8 LMS, desistindo após ter dado um toque na abordagem para a Curva Lisboa numa corrida difícil disputada em piso molhado.

Bom treino

Apanhado pelas objectivas dos fãs a treinar no circuito dos arredores de Zhaoqing ainda no final da passada semana, a verdade é que Aaron Kwok alinhou em ambas as corridas destinadas para viaturas da classe TCR, onde participaram também cinco pilotos de Macau: Kevin Wong, Ng Kin Veng, Ho Ka Meng, Cheong Chi On e Ryan Wong.

Sem qualquer experiência em competição na mais popular classe de carros de Turismo a nível mundial, ao volante de um Lynk & Co 03 TCR da Teamwork Lynk & Co Racing, com as cores da equipa oficial da marca chinesa de automóveis, Aaron Kwok foi 11º classificado na primeira corrida, para depois terminar num muito positivo quinto lugar no segundo confronto. A melhor volta de Aaron Kwok foi menos de um segundo mais lenta que o vencedor da corrida, Lo Sze Ho, em Hyundai Elantra TCR.

Mais especulação

A possível participação de Aaron Kwok no 70.º Grande Prémio de Macau colocou muitos fãs a especularem nas redes sociais sobre a possibilidade deo artista de Hong Kong enfrentar no Circuito da Guia outra cara conhecida do showbiz asiático: Daniel Wu. O conhecido actor de Hong Kong, nascido na Califórnia, é também um grande apaixonado dos desportos motorizados, tendo participado em diversos eventos nos Estados Unidos da América.

Daniel Wu vai estrear-se em provas neste lado do globo, quando o Campeonato de Carros de Turismo da China (CTCC) / TCR China visitar a cidade de Xangai em Setembro. O astro do cinema e lutador de artes marciais vai conduzir o terceiro Honda Civic FL5 TCR da Dongfeng Honda Racing Team nesse fim de semana, que nas duas provas anteriores foi tripulado pelo piloto de Macau André Couto. A Dongfeng Honda apenas confirmou a presença de Daniel Wu para esta prova.

22 Ago 2023

GP Macau | Taça do Mundo de GT pode ter número recorde de participantes

O Grande Prémio de Macau prepara-se para acolher este ano a sexta edição da Taça do Mundo de GT da FIA. Após três anos sem a atribuição do troféu, os construtores de automóveis preparam o ataque a este troféu e o co-organizador da corrida espera uma das melhores grelhas de partida de sempre

 

Stéphane Ratel, cuja empresa SRO Motorsports Group, a pedido da Federação Internacional do Automóvel (FIA), co-organiza a Taça do Mundo de GT da FIA no Circuito da Guia, está confiante que a Taça do Mundo vai voltar a atrair um forte grupo de pilotos, marcas e equipas de ponta da especialidade ao território.

O empresário e piloto amador é um grande entusiasta do Circuito da Guia e não esconde a empatia que tem pelo maior cartaz desportivo da RAEM. “O Grande Prémio de Macau é um grande evento de corridas, para mim Macau é uma das quatro ou cinco corridas de GT mais importantes do mundo”, referiu o francês numa entrevista esta semana à revista alemã Motorsport Aktuell.

Ao contrário de anos anteriores, em que o acordo entre o Grande Prémio, a FIA e a SRO era assinado anualmente, e por vezes bastante tarde no ano, desta vez o contrato assinado tem a duração de três anos, o que permitirá à maior organização de corridas de carros de GT do mundo uma preparação do evento da RAEM muito mais cuidada, atempada e de acordo com os níveis exigidos para uma competição desta dimensão.

“A FIA tem um contrato de três anos com o organizador e eu continuo a ser o promotor da final de GT3”, explicou Ratel à publicação germânica. “Isto significa que todos têm agora certezas sobre o planeamento, o que é muito positivo.”

Números prometedores

Depois de anos em que esta foi a menos concorrida corrida do programa do Grande Prémio, este ano o cenário promete ser diferente. Logo na primeira comunicação às equipas, a SRO deixou claro que “as equipas internacionais e regionais aguardavam ansiosamente a confirmação da Taça do Mundo de GT da FIA e esperamos que as candidaturas excedam a capacidade”.

Para além de aceitar pilotos profissionais, a corrida estará igualmente de portas abertas para pilotos semi-profissionais e amadores. “Actualmente, existem cerca de trinta e seis carros no campeonato GT World Challenge Asia, o que significa que temos carros suficientes na região. Penso que vamos ter um grande pelotão, todos os principais construtores de GT3 inscreveram-se – parece muito positivo.”

O período de pré-inscrições está aberto até ao último dia do mês de Agosto, mas a lista de inscritos final só deverá ser revelada pela FIA e pela Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau durante o mês de Outubro.

Construtores apoiam

Em termos de construtores, espera-se, como é habitual, uma fortíssima presença dos quatro gigantes germânicos da indústria automóvel: Audi, BMW, Mercedes-AMG e Porsche. A estes poderão juntar-se outros construtores através de equipas privadas sediadas neste ponto do globo. Devido à realização das Finais Mundiais da Lamborghini em Itália, no mesmo fim de semana, não se espera uma presença assinalável da marca de Sant’Agata Bolognese.

Com o novo 911 GT3 R (992) a ser um sucesso de vendas, a Porsche Motorsport Asia-Pacific deverá contar com várias das suas equipas-cliente e alguns pilotos de fábrica, o mesmo acontecendo com a Audi Sport Asia e a Mercedes-AMG. No que respeita ao mercado asiático, a BMW, que venceu esta corrida em 2018 com o brasileiro Augusto Farfus, costuma ser a mais comedida entre os “quatro grandes”, mas Andreas Roos, o patrão da competição da marca da Baviera, está confiante num bom número de M4 GT3 à partida. “Temos bastante interesse por parte das equipas, de patrocinadores, etc”, disse na pretérita semana ao portal Sportscar365. “Estamos a organizar-nos. Penso que vamos ver alguns carros por lá. Mas quantos e como, ainda não sabemos.”

18 Ago 2023

Automobilismo | Corridas locais entraram numa nova era em Zhaoqing

No pretérito fim-de-semana, no Circuito Internacional de Guangdong, teve início um novo capítulo do automobilismo de Macau, com a primeira prova dos novos carros de Turismo da categoria Macau Road Sport Challenge. Presente neste evento esteve Rui Valente, que voltou a estar em destaque, ainda que o resultado final não tenha sido o esperado, muito devido a uma maldade cometida por um adversário

 

Apesar do esforço financeiro que representa a aquisição de novos carros, a verdade é que a aposta da Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) resultou em pleno, com 44 concorrentes, 16 dos quais da RAEM e os restantes do Interior da China e de Hong Kong, a inscreverem-se nesta primeira prova destinada apenas aos modelos Toyota Gazoo Racing GR86 e Subaru BRZ. Tal foi o número de participantes, que o pelotão teve ser dividido em dois.

As classificações destas duas primeiras corridas, a que se somarão os resultados da próxima jornada dupla, vão seleccionar os concorrentes participantes no 70º Grande Prémio de Macau. Dado o elevado número de concorrentes, e à expectativa que apareçam ainda mais carros no próximo confronto, poderá resultar que existam duas corridas, em vez de uma só, para os Toyota Gazoo Racing GR86 e Subaru BRZ no grande evento do mês de Novembro – uma no primeiro fim de semana e outra no segundo.

Nota positiva em final inglório

No segundo circuito permanente da Província de Cantão assistiram-se a duas corridas altamente disputadas, com toques e alguns excessos. Rui Valente foi uma das vítimas da impetuosidade alheia. “Estragaram-me o carro todo, fui empurrado para fora da pista quando estava em segundo lugar na segunda corrida”, contou o piloto, naturalmente desapontado, ao HM.

“O fim-de-semana até começou bem. Depois de uma qualificação que não foi assim tão boa, fiz o 13º melhor tempo, a primeira corrida até correu bem, pois a ideia era ficar entre os cinco primeiros e depois lutar por um lugar no pódio na corrida da tarde”, explicou Rui Valente que, como quase todos os pilotos, ainda se está a adaptar à sua nova montada. “Eu estava no terceiro lugar, na penúltima volta, e se tivesse levantado o pé, seria esse de certeza o resultado da corrida. Mas como vi que podia passar o segundo, ultrapassei. Porém, a duas curvas do fim, fui abalroado por um adversário que seguia atrás de mim.”

Este acidente, perfeitamente evitável, acabou por borrar a pintura de um fim de semana que estava a ser bastante bom para Rui Valente. “Fiquei com o carro bastante danificado e muito aborrecido porque ele apenas foi penalizado em dez segundos”, referiu o piloto do Subaru BRZ nº20.

Menor velocidade e maior diversão

Rui Valente terminou o seu Subaru BRZ praticamente nas vésperas da prova. Um pequeno teste antes da prova deu para colocar o carro pronto para a abertura de temporada, embora o piloto saiba que ainda pode evoluir a sua nova máquina japonesa. Sendo um carro muito diferente do seu anterior Mini Cooper S, por estar muito mais próximo de um carro de série, o experiente piloto português gostou da experiência.

“Este é um carro muito mais lento, mas a corrida até que é divertida”, explicou Rui Valente, piloto que se estreou no Grande Prémio de Macau em 1988. “Nas corridas tens que te empenhar e andar ao máximo do princípio ao fim, pois os carros são todos iguais e rodam à mesma velocidade. A diferença está nos décimos de segundo.”

Depois das boas indicações dadas nesta corrida no circuito dos arredores da cidade de Zhaoqing, a próxima e derradeira jornada dupla da Macau Road Sport Challenge antes do Grade Prémio está agendada para o fim de semana de 19 e 20 de Agosto neste mesmo palco; curiosamente Zhaoqing significa “início auspicioso”.

28 Jul 2023

Grande Prémio | Edição com fim-de-semana duplo vai custar 260 milhões de patacas

O programa do 70.º Grande Prémio de Macau foi apresentado ontem. Vai disputar-se entre 11 e 12 de Novembro e 16 a 19 de Novembro. O destaque vai para o regresso das taças do mundo FIA GT e Fórmula 3

 

O 70.º Grande Prémio de Macau custa 260 milhões de patacas e vai realizar-se em seis dias, em vez dos habituais quatro, anunciou ontem a organização de apresentação do programa e dos principais patrocinadores.

As primeiras corridas estão marcadas para 11 e 12 de Novembro, as restantes de 16 a 19 de Novembro, mas o destaque vai para o regresso das taças do mundo FIA GT e Fórmula 3, que se vão disputar na RAEM pela primeira vez desde 2019.

O presidente do Instituto do Desporto e coordenador da organização da prova disse ontem, numa conferência de imprensa, que o Grande Prémio de Macau “proporciona uma oportunidade para a cidade e o evento continuarem a ter influência no panorama automobilístico internacional, exercendo assim um impacto positivo na promoção do desenvolvimento do turismo”.

As duas corridas da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) terão lugar de 16 a 19 de Novembro, com o formato a incluir duas sessões de treinos livres de 40 minutos e duas sessões de qualificação para a Fórmula 3, bem como duas sessões de treinos de 30 minutos seguidas de uma única qualificação com a mesma duração para os carros GT.

O regresso das duas provas, consideradas as mais icónicas do circuito da Guia, foi resultado de um acordo de três anos entre a FIA, a Associação Geral de Automóveis de Macau-China (AAMC) e o Comité Organizador do Grande Prémio de Macau.

As corridas terão 10 e 15 voltas para a F3 e 12 e 16 para os carros GT. O vencedor do Grande Prémio de Macau será designado também como o vencedor da Taça do Mundo de F3.

Fim do interregno

Entre 2020 e 2022, as competições da FIA não integraram o calendário do Grande Prémio de Macau devido à pandemia da covid-19, que levou as autoridades da região chinesa a fecharem as fronteiras a estrangeiros.

Ainda assim, no ano passado o Grande Prémio atraiu 19 pilotos estrangeiros, sobretudo na prova de motos, que aceitaram submeter-se a uma quarentena de cinco dias para entrar no território.

Este ano, em honra do histórico 70.º aniversário, o evento vai decorrer em dois fins de semana consecutivos, com o segundo a incluir as Taças do Mundo FIA, acrescentou a federação.

Disputado no icónico traçado citadino de 6,2 quilómetros, o Grande Prémio é o maior evento desportivo de Macau, sendo considerada uma das provas automobilísticas mais perigosas do mundo, uma vez que, em alguns pontos, o circuito não vai além dos sete metros de largura.

Inscrições abertas

As inscrições para ambas as competições abrem a 1 de Julho, com as datas limite de 31 de Agosto para a Taça do Mundo FIA GT e de 30 de Setembro para a Taça do Mundo FIA F3.

São cinco as corridas programadas para 11 e 12 de Novembro: Macau Asia Fórmula 4, Taça GT – Corrida da Grande Baía, TCR Asia Challenge, Macau Roadsport Challenge e uma outra que se encontra ainda em processo de negociação.

De 16 a 19 de Novembro vão realizar-se seis corridas: Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 da FIA, Taça GT Macau – Taça do Mundo de GT da FIA, Corrida da Guia Macau – TCR World Tour Final, Grande Prémio de Motos de Macau – 55.ª Edição, Taça de Carros de Turismo de Macau e Desafio do 70.º Aniversário de Macau. Cada uma das seis operadoras de casinos em Macau concedeu um patrocínio de 20 milhões de patacas.

19 Jul 2023

F1 | Um projecto que ambiciona uma equipa no Sudeste Asiático

“Por muito que a candidatura tenha a ver com a satisfação da FIA, o que importa é garantir que o desporto oferece oportunidades ao maior número possível de pessoas no mundo para se sentirem próximas da F1, para se divertirem ou para poderem trabalhar independentemente da sua origem, nacionalidade ou educação”, explicou ao HM, Andrew Pyrah, o co-fundador deste projecto. “A educação é a chave absoluta para a LKY Sunz, acreditamos que todos nascem com níveis de talento geniais, mas nem todos têm as mesmas oportunidades. Se vive em Macau e quer trabalhar para uma equipa de F1, é correcto ter de se mudar para o outro lado do mundo para ter essa oportunidade? Não.”

Para além da LKY Sunz terão sido submetidas mais cinco candidaturas às duas vagas disponíveis no mundial de F1 dentro de dois anos. Entre as conhecidas estão a Andretti Global, com apoio o gigante General Motors via Cadillac, a Hitech Global, com um forte suporte financeiro proveniente do Cazaquistão, a Formula Equal de Craig Pollock, e ainda a Rodin Carlin, a conhecida equipa britânica vencedora do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3.
“Todas as equipas actuais, juntamente com a proposta da Andretti, estão a olhar para o que podem fazer pelo público e pelas comunidades no Ocidente. A LKY Sunz sabe que existe um tipo de energia, talento e cultura totalmente diferente do outro lado do mundo que merece a sua própria equipa de F1”, refere Andrew Pyrah, que está confiante “que a FIA irá reconhecer os nossos planos para a Ásia como um todo como um enorme factor positivo, juntamente com todos os outros elementos da nossa candidatura, que inclui tudo, desde a nossa abordagem técnica, os nossos planos para África e para a Ásia, até à influência na cultura do hip-hop, que é de longe a maior influência entre as gerações mais jovens. Estamos a desafiar a norma em todas as áreas.”

Uma base aqui ao lado

Contando com investidores deste ponto do globo, a LKY Sunz está optimista que vai conseguir algo que outros empresários da região, como Teddy Yip de Macau ou o luso descendente Tony Fernandes, sonharam, mas nunca conseguiram concretizar: uma equipa de F1 com base no Sudeste Asiático.

Andrew Pyrah está consciente que “ao ter uma base fora da Europa, estamos a tornar as coisas muito difíceis para nós próprios. Mas, sejamos realistas, as questões logísticas não são razão para impedir que um continente inteiro possa fazer parte de um Campeonato do Mundo.”
O sonho asiático quer ser mais do que isso, até porque “um dos meus sócios, o Benjamin Durand, tem muita experiência na criação de novas equipas a partir do zero e na conquista de campeonatos. A nossa primeira época a competir na F1 será em 2026, mas tudo estará pronto se a FIA nos der luz verde nos próximos meses. Isto significa que, enquanto construímos o nosso complexo fabril de última geração no Sudeste Asiático, o nosso primeiro carro de corridas terá de ser construído com a ajuda dos nossos parceiros na Europa.”
O plano passa por “à medida que as nossas instalações forem sendo desenvolvidas no Sudeste Asiático, iremos então abandonar gradualmente as operações na Europa e mudar-nos para onde será a nossa casa – isto também dá à LKY SUNZ tempo para formar talentos locais e recrutar aqueles que já são capazes de atuar ao mais alto nível”, até porque “tudo o que não esteja relacionado com o design automóvel”, como as vendas, marketing, produção de conteúdos, “ficará imediatamente sediado no Sudeste Asiático”.

Além-fronteiras

Por agora, os responsáveis do projecto preferem não apontar uma localização para a sua base, mas sempre referem que, se por exemplo, “a equipa estiver sediada na Malásia, então as oportunidades não se ficarão pela Malásia”. O discurso é mais expansivo: “Temos grandes planos para levar as actividades da equipa a toda a Ásia. Este projecto é maior do que aquilo que aparenta ser agora ou do que as ligações que pode ou não ter com o desporto automóvel asiático neste momento.”
Numa altura em que a F1 vive um dos seus melhores momentos comerciais, todos acreditam que uma equipa do Sudeste Asiático iria pesar em futuras decisões para recuperar Grande Prémios perdidos na região, como o da Malásia, que durou de 1999 a 2017, ou o do Vietname, que nunca se chegou a realizar devido à crise pandémica.
“De um ponto de vista pessoal, gostaria que a Malásia voltasse ao calendário, pois a corrida no Circuito Internacional de Sepang era aclamada pelos fãs de todo o mundo. Adoraria igualmente ver a Tailândia no calendário ou a Indonésia. A presença da LKY Sunz e a interagir de perto com as comunidades só pode aumentar as hipóteses de mais corridas para a região”, acredita Andrew Pyrah, que terá ainda que aguardar mais umas semanas até a FIA decidir se será em 2026 que o Sudeste Asiático voltará a estar representado nas grelhas de partida do mundial de F1.

14 Jul 2023

Emirados Árabes Unidos | Paulo Bento assume comando da selecção

O treinador português volta a treinar uma selecção depois dos cinco anos à frente da equipa da Coreia do Sul

 

O português Paulo Bento vai treinar a selecção dos Emirados Árabes Unidos, ao assinar um contrato de três anos, até 2026, após ter deixado a Coreia do Sul em Dezembro último, anunciou ontem a Associação de Futebol dos EAU.

“A Associação de Futebol dos Emirados Árabes Unidos contratou o seleccionador português Paulo Bento para assumir as funções da nossa primeira selecção nacional durante os próximos três anos”, assinalou o organismo, no site oficial na Internet.

O treinador luso, de 54 anos, que esteve mais de cinco anos como seleccionador da Coreia do Sul, cargo que assumiu em Agosto de 2018, conquistando um troféu, a Taça do Este Asiático, em 2019, salientou que vai em busca das vitórias, sem olhar para o passado.

“Conquistar as vitórias é a forma de deixar os adeptos dos Emirados felizes, com foco no presente, olhando para o futuro, mas não olhando para o passado”, expressou Paulo Bento, durante a conferência de imprensa realizada na sede do organismo no Dubai.

Dar a conhecer

O antigo seleccionador de Portugal, entre 2010 e 2014, revelou que vai “procurar conhecer os jogadores com mais rigor”, realçando que quer uma equipa “ambiciosa de forma a atingir os objectivos”.

“Vamos procurar conhecer os jogadores com mais rigor no próximo período, visitando os seus campos no estrangeiro, para a preparação da nova época. Os critérios de selecção nesta fase assentam nos elementos de desempenho e comportamento, independentemente da idade”, concluiu.

Paulo Bento estava fora dos holofotes desde a eliminação da Coreia do Sul nos oitavos de final do Mundial do Catar, em jogo diante do Brasil (4-1), e prepara-se agora para orientar a terceira selecção na carreira.

O antigo futebolista internacional português iniciou a carreira de treinador a nível sénior no Sporting, transitando dos juniores, assumindo mais tarde a selecção de Portugal, o Cruzeiro do Brasil, o Olympiacos da Grécia e os chineses do Chongqing Dandai.

11 Jul 2023

Automobilismo | Piloto local vence na estreia de nova pista na China

A senda dos bons resultados dos pilotos de Macau no automobilismo da República Popular da China continuou no pretérito fim de semana, com Charles Leong Hon Chio a vencer as duas primeiras corridas da temporada do Campeonato da China de GT na província de Henan.
Na prova de inauguração do Autódromo Internacional de Zhengzhou – um circuito cuja construção se iniciou em 2017, esteve parado em 2018 devido às medidas contra a poluição e, finalmente, foi concluído no início deste ano – o vencedor do Grande Prémio de Macau de 2020 e 2021 foi novamente chamado pela equipa chinesa Harmony Racing para conduzir um dos Ferrari 488 GT3. Charles Leong não acusou o facto de estar parado desde Novembro do ano passado e venceu as duas corridas do programa.
“Antes de mais, estou muito feliz por ter representado a equipa Harmony Racing e vencido em Zhengzhou, a base da Harmony Racing”, explicou o piloto de Macau no final da conferência de imprensa de domingo. “Do ponto de vista da condução, esta semana foi mais um treino. Estabeleci alguns objectivos para mim próprio durante as corridas e atingi-os, o que também me deixou muito feliz.”
O piloto de 21 anos enalteceu a presença do muito público neste novo circuito desenhado pelo australiano Michael McDonough, naquela que foi a primeira prova do Campeonato da China de GT com espectadores nas bancadas desde 2020. O evento reuniu mais de 20,000 espectadores numa cidade que, apesar de estar estrategicamente localizada no centro da China e nas margens do Rio Amarelo, mão tem qualquer tradição no desporto motorizado.n
“A competição deste fim de semana foi cheia de emoção, actividades e actuações maravilhosas, como uma grande festa de atmosfera divertida”, elogiou o jovem piloto do território que espera que este tipo de espectáculo tenham repercussão na sociedade. “Acredito que a realização destes eventos pode fazer com que mais pessoas compreendam as corridas e se apercebam do ‘fair-play’ e do extraordinário encanto das corridas”.

Abrir portas
Este triunfo, a exemplo do ano passado, poderá abrir portas para mais corridas com este Ferrari, no entanto, Charles Leong mantém-se cauteloso e afirma não ter ainda um programa desportivo definido para o resto da temporada, incluindo para o 70º Grande Prémio de Macau. Já o Campeonato da China de GT, que reuniu 13 concorrentes em Zhengzhou, espera ter uma prova no Circuito da Guia no mês de Novembro.

4 Jul 2023

Automobilismo | Couto, Rodrigues e Valente somam sucessos nas pistas

Numa tradição que já vem de longe, os pilotos lusófonos da RAEM continuam a fazer-se representar muito bem além-fronteiras. Em mais um fim de semana de competições por toda a China, os resultados dificilmente poderiam ser melhores.

 

Depois de quase três anos afastado da competição, André Couto regressou em grande estilo na visita do campeonato TCR China ao circuito de Zhejiang, que fica localizado nos arredores de Shaoxing. O agora piloto da Dongfeng Honda Racing Team subiu ao pódio na primeira corrida, ao terminar na segunda posição numa corrida onde a chuva quis ser um protagonista influente. Largando do segundo lugar, novamente com a pista molhada, Couto manteve-se sempre firme no segundo lugar até à entrada do Safety-Car, que iria permanecer em pista até ao final da corrida, rumo a um pódio merecido, apenas ficando classificado atrás de Martin Cao da Hyundai N.

A segunda corrida, que teve um arranque com a grelha de partida invertida nos dez primeiros lugares, foi novamente marcada por um longo período de Safety-Car em pista. Aos comandos do novo Honda Civic FL5 TCR, modelo que fez o seu baptismo em pista na China este fim de semana, Couto viu a bandeira de xadrez na nona posição.

Nas redes sociais, o piloto português escreveu estar “muito feliz com o resultado” e com o “segundo lugar na minha primeira corrida da época”, pois este resultado foi obtido “em condições muito difíceis”, onde “a aquaplanagem e a visibilidade foram um problema quando os carros rodavam muito próximos uns dos outros!”. Couto ainda agradeceu “à MacPro Racing Team, JAS Motorsport e Dongfeng Honda por prepararem um bom carro!”

 

Hat-trick de Rodrigues em Ningbo

Não muito longe do Circuito Internacional de Zhejiang, na cidade de Ningbo, outro piloto de Macau “deu cartas” durante o fim de semana. Tiago Rodrigues confirmou as boas indicações dadas na prova de abertura do Campeonato da China de Fórmula 4, disputada em Zhuhai, e somou três vitórias nas quatro corridas da competição de monolugares realizadas no fim de semana no Ningbo International Speedpark.

Depois de um terceiro e um quarto lugar nas sessões de qualificação, o jovem piloto do território teve uma actuação de alto nível e venceu a primeira corrida de um fim de semana também ele marcado pela chuva. Na segunda corrida, Rodrigues subiu uma posição após o arranque e terminou no terceiro lugar.

O melhor estava guardado para o domingo, com duas corridas em que Mygale-Geely n.º56 esteve magistral, vencendo categoricamente as duas corridas do dia, uma delas arrancando do 10º lugar da grelha de partida. Apesar do excelente resultado, Rodrigues disse na conferência de imprensa que “consegui três vitórias nesta prova, mas não consegui vencer todas as corridas, por isso há espaço para melhorias para mim e para a equipa.”

 

Valente já ganha

A senda de bons resultados dos pilotos lusófonos do território no Interior da China iniciou-se há duas semanas no Circuito Internacional de Guangdong. Rui Valente não perdeu a oportunidade de retirar da garagem o seu ainda competitivo Mini Cooper S e mostrar que “quem sabe nunca esquece” nestas andanças do automobilismo.

Em mais um “GIC Super Track Festival”, impondo a sua experiência de mais de três décadas nestas lides, Valente não deu hipóteses à concorrência no seu agrupamento, com um triunfo incontestado numa corrida em que alinharam quarenta e dois concorrentes. “Correu bem, ganhei a corrida e a minha classe, dois troféus, trezentos litros de gasolina e 800 renmimbis de prémio monetário”, frisou com satisfação o piloto luso ao HM que continua com a mesma vontade de vencer.

27 Jun 2023