Êxito da China no ténis não é acaso, mas reflexo de trabalho bem feito, diz treinador

O crescente êxito dos tenistas chineses nas competições internacionais “não é surpresa”, mas antes resultado do trabalho “bem feito” da segunda maior economia mundial na modalidade, observou hoje à agência Lusa um treinador português radicado no país asiático.

“A forma como [os chineses] trabalham os jogadores tem melhorado. Existem aqui muitos praticantes e se o trabalho for bem feito, os resultados aparecem com naturalidade”, descreveu João Silvério, fundador da Academia de Ténis JSTA, em Shenzhen, no sudeste da China.

Zhang Zhizhen, 48º na classificação ATP, ganhou a prata nos Jogos Olímpicos Paris2024 em pares mistos com Wang Xinyu, enquanto Zheng Qinwen, sétima tenista mundial, tornou-se a primeira jogadora asiática a ganhar o ouro em singulares.

“Não me surpreendeu. Acho que vamos ouvir falar muito da Zheng nos próximos anos, porque realmente não foi por acaso que ela ganhou o ouro”, observou Silvério.

Li Na, a única jogadora da China que ganhou títulos do Grand Slam – Roland Garros (2011) e Open da Austrália (2014) – retirou-se em 2014 e foi preciso esperar 10 anos para voltar a ver uma tenista chinesa na final de um ‘major’, quando Zheng perdeu a final do Open da Austrália para a número dois mundial Aryna Sabalenka, por 6-3 e 6-2.

Li e Zheng são as únicas jogadoras chinesas que entraram no top 10 mundial, mas a China tem atualmente seis jogadoras no top 100 WTA. Shang Juncheng – 66º classificado – é o único outro jogador masculino entre os 100 melhores do mundo.

O ténis continua a ser um desporto elitista no país asiático. A academia de João Silvério cobra, por exemplo, 900 yuan (115 euros) por hora para aulas individuais. “Não é para qualquer pessoa”, explicou o treinador.

No entanto, para os atletas “mais talentosos”, mas que “não têm tantas condições financeiras, o governo cria uma equipa por província” e financia os treinos, viagens e participações em torneios, explicou.

João Silvério, 35 anos, foi jogador profissional, marcou presença em estágios das seleções nacionais de sub-16 e sub-18 e participou em diversos torneios internacionais pontuáveis para o ranking ATP, além de ter disputado a qualificação do Estoril Open. Foi ainda parceiro de treinos (‘sparring partner’) e um dos treinadores de Gastão Elias.

Radicado na China desde 2019, viveu em Chongqing e Fuzhou, antes de se fixar em Shenzhen, em 2021, onde abriu a academia, em conjunto com a mulher, de nacionalidade colombiana. “O ténis acaba por ser um desporto global que exige grande mobilidade. Depois de me casar, optei por ter um local mais fixo e surgiu a oportunidade de virmos para China em 2019”, explicou.

15 Set 2024

Luso-angolano Lázaro Oliveira pede mais ambição para continuar na seleção de Macau

O treinador luso-angolano Lázaro Oliveira, cujo contrato com a Associação de Futebol de Macau termina este mês, pediu mais ambição, após a seleção ser eliminada da qualificação para a Taça Asiática de 2027.

“Temos que aceitar que, depois da pandemia, Macau caiu para o fundo do futebol asiático”, disse Oliveira, na conferência de imprensa após a derrota por 0–1 com o Brunei, em casa, na segunda mão do play-off.

Macau foi das últimas seleções de futebol a regressar aos jogos, em março de 2023, depois de uma pausa de quase quatro anos imposta pela política de ‘zero covid’, que incluía a restrição das entradas e quarentenas que chegaram a ser de 28 dias.

A equipa “tem de jogar mais vezes”, defendeu Oliveira, sublinhando que, nos últimos 12 meses, Macau apenas disputou duas partidas oficiais, em outubro de 2023.

No final de agosto, a FIFA confirmou a exclusão de cinco jogadores portugueses por não possuírem passaporte. Apenas os cidadãos chineses com estatuto de residente permanente em Macau podem obter um passaporte do território.

A decisão impediu o capitão, o luso-sul-africano Nicholas Torrão, Filipe Duarte, formado no Benfica e antigo internacional jovem por Portugal, o central Vítor Almeida e o avançado Iuri Kaewchang Capelo de jogarem contra Brunei.

Lázaro Oliveira voltou a lamentar a exclusão dos portugueses, mas sublinhou que isso deu oportunidade a vários jovens da equipa de sub–21 de se estrearem pela seleção. “Eles são o futuro de Macau, mas para elevar o nível competitivo, eles precisam de competir, de ganhar experiência”, disse o treinador.

Oliveira assinou contrato como selecionador em outubro de 2019, mas regressou a Portugal em março de 2020. Depois só conseguiu voltar a Macau após a região ter abandonado, em meados de dezembro de 2022, a política de ‘zero covid’.

“O meu contrato termina este mês e tenho de falar com a minha família e com a Associação. Temos de ter melhores condições. Se o objetivo é continuar a fazer uns jogos de vez em quando, terei de pensar no futuro”, explicou o luso-angolano.

Após uma vitória por 3-0 na primeira mão, o Brunei segue para a terceira ronda, em busca de uma qualificação inédita para a Taça Asiática de 2027, a disputar na Arábia Saudita.

O selecionador interino, Jamie McAllister, que sucedeu ao português Rui Capela, disse na conferência de imprensa estar “muito orgulhoso” pelo Brunei ter conseguido cinco vitórias consecutivas, pela primeira vez na sua história.

O escocês sublinhou que a vitória no play-off já é “uma enorme conquista”, mas garantiu que a seleção do sudeste asiático vai “dar tudo” na próxima ronda, uma fase de grupos, cujos jogos arrancam em março.

12 Set 2024

Portuguesa Jieni Shao eliminada do Torneio de Campeões de Macau em ténis de mesa

A portuguesa Jieni Shao foi eliminada esta segunda-feira do WTT Champions de Macau de ténis de mesa, ao perder com a sul-coreana Kim Nayeong, na primeira ronda. Kim Nayeong, de 18 anos, começou melhor e venceu facilmente o primeiro parcial por 11-3.

“Sinto que não estou muito habituada, que tive poucas oportunidades, neste tipo de torneio só com uma mesa. Por isso fui um bocado lenta a aquecer”, disse Jieni Shao à Lusa após o final do encontro. A portuguesa, atualmente 45.ª do ranking mundial, deu mais luta e chegou a liderar o segundo ‘set’, mas a jovem sul-coreana acabou por triunfar por 11-7.

No terceiro parcial, o mais equilibrado, a 42.ª jogadora mundial chegou a estar um ponto da vitória no encontro, mas a olímpica lusa, de 30 anos, não desistiu e venceu por 13-11. Ainda assim, a sul-coreana acabou por fechar o encontro em 28 minutos ao vencer o quarto parcial por 11-6.

“Gradualmente, senti-me melhor, mas ela hoje esteve melhor do que eu. Eu conheço a minha adversária, já jogámos várias vezes uma contra a outra e estou sempre em desvantagem”, explicou a portuguesa.

Na segunda ronda, Kim Nayeong vai enfrentar a vencedora do encontro de hoje entre outra sul-coreana, Jeon Jihee, 16.ª do mundo, e a chinesa Sun Yingsha, líder do ranking e vice-campeã olímpica em Paris2024.

Em julho, na terceira presença em Jogos Olímpicos por Portugal, Jieni Shao bateu no primeiro encontro a luxemburguesa Sarah de Nutte, 91ª do mundo, antes de perder na segunda ronda frente à austríaca Sofia Polcanova, 23.ª da hierarquia.

O Torneio de Campeões, organizado desde 2022 na região semiautónoma chinesa de Macau, vai este ano distribuir um total de prémios no valor de 800 mil dólares, com os vencedores a receberem 35 mil dólares.

A competição da World Table Tennis (WTT), que arrancou hoje e vai decorrer até domingo, reúne os 64 melhores jogadores dos rankings masculino e feminino, incluindo o número um do mundo, o chinês Wang Chuqin.

Jieni Shao sublinhou que estava de férias, após Paris2024, na terra natal, em Liaoning, no nordeste da China, quando foi chamada para o torneio de Macau, após a lesão de duas jogadoras.

A portuguesa vai agora disputar, a partir de 26 de setembro, o último torneio da temporada na principal competição da WTT, o China Smash 2024, na capital chinesa, Pequim, que distribui um total de prémios no valor de 2 milhões de dólares.

10 Set 2024

F4 | Tiago Rodrigues vence e sonha com a Academia da Ferrari

Depois de ter participado na F4 dos Emirados Árabes Unidos (F4 UAE) nos dois primeiros meses de 2024 e de ser presença habitual no Campeonato de Karting de Macau, organizado pela AAMC no Kartódromo de Coloane, Tiago Rodrigues voltou ao cockpit de um monolugar além-fronteiras. O jovem piloto do território juntou-se à grelha de partida do Campeonato da Austrália de Fórmula 4, na prova disputada no Circuito Internacional de Sepang, tendo conquistado uma pole position e uma vitória

Na Malásia, o campeão de F4 da China mostrou que “quem sabe, não esquece” e, ao volante de um Tatuus FIA F4-T421 da Evans GP, no sábado, alcançou uma pole position e uma vitória incontestável na primeira corrida do programa. Nas redes sociais, o piloto da RAEM considerou que foi “um bom fim de semana no geral”, até porque esta primeira corrida “foi praticamente perfeita, liderei da pole até ao fim e ganhei com uma diferença de 7,5 segundos” para o segundo classificado, a que somou “a volta mais rápida após seis meses sem conduzir”.

Na primeira das duas corridas de domingo, Tiago Rodrigues não tirou partido da primeira posição na grelha de partida, pois, devido a um problema técnico no monolugar da Evans GP, teve de arrancar das boxes. A situação agravou-se momentos depois com uma penalização de “drive-through”. O décimo lugar no final da corrida, ganha pelo australiano Cooper Webster, acabou por saber a pouco, considerando que o jovem piloto de 16 anos fez novamente a volta mais rápida.

Na última contenda do programa, “não tive um bom arranque, caí de segundo para quarto e, frustrantemente, fiquei lá até ao final da corrida, com dificuldades em ultrapassar o carro da frente, mas considerando que foi a minha pior corrida, diria que não foi nada mau”. O indiano residente em Hong Kong, Kai Daryanani, foi o vencedor desta terceira corrida.

Mundo Ferrari

A Scuderia Ferrari Driver Academy (FDA) vai realizar o seu Programa de Seleção da Ásia-Pacífico e Oceânia no Circuito Internacional de Sepang, na Malásia, de 15 a 18 de Setembro. A casa de Maranello revelou os treze pilotos, entre os 14 e os 17 anos, que vão competir por um lugar na Final Mundial de Scouting da FDA, em Itália, que por sua vez atribuirá uma vaga na cobiçada Scuderia Ferrari Driver Academy em 2025.

Os australianos Tyler Calleja, Harrison Duske, Lincoln Evans, Seth Gilmore, Cohen Kokotovich, Jesse James Samuels, Nicolas Stati, Costa Toparis e Dante Vinci, Visal Raman do Azerbaijão, o indiano Arjun Chheda, o japonês Sena Tsukamoto e Tiago Rodrigues compõem a lista dos participantes que serão avaliados. Arjun Chheda e Nicolas Stati já participaram nesta iniciativa no ano passado, mas os restantes onze seccionados são novatos neste desafio. A avaliação em pista será feita com os mesmos Tatuus FIA F4-T421, mas outros parâmetros também irão pesar na decisão.

10 Set 2024

Paralímpicos | Atleta de Macau em último no salto em comprimento

Chio Hao Lei, a primeira atleta de Macau a competir nos Jogos Paralímpicos, terminou em último na prova de salto em comprimento para atletas com deficiência intelectual em Paris2024. Chio, de 17 anos, que tinha a pior marca pessoal das 15 atletas (4,27 metros) em prova, não passou dos 4,17 metros, ao segundo dos três saltos que efectuou na prova que encerrou o dia do atletismo no Stade de France.

O director da organização Macau Special Olympics disse à Lusa que a presença da jovem em Paris pode encorajar mais mulheres com deficiência a praticar desporto no território.

“As mulheres com deficiência podem ver que, se praticarem desporto, têm a oportunidade de chegar ao mais alto nível mundial”, defendeu Hetzer Siu Yu Hong. Hetzer Siu admitiu que “a maioria dos atletas com deficiência são homens” e que é preciso “fazer mais esforços para encorajar as mulheres com deficiência a praticar desporto” no território.

8 Set 2024

Automobilismo | Rodolfo Ávila termina no pódio do CTCC

O piloto Rodolfo Ávila conseguiu subir ao pódio este fim-de-semana na prova para o Campeonato da China de Carros de Turismo (CTCC) – Sports Cup, que decorreu em Ningbo, China, no Ningbo International SpeedPark. Segundo um comunicado, o piloto, que reside em Macau, conduziu um Volkaswagen Lamando L da equipa oficial SVW 333 Racing, tendo ganho a prova Classe S. Além disso, Ávila ficou em segundo lugar na prova geral da segunda corrida do programa.

Destaque para o facto de Ávila ter estado mais de um ano sem competir, tendo agora sido convidado pela equipa SVW 333 Racing para “ajudar no desenvolvimento” do modelo Volkswagen Lamando L, “um carro que nunca tinha conduzido até então e que difere das versões anteriores”. A SVW 333 Racing foi a equipa que Ávila representou entre os anos de 2016 a 2020 no CTCC.

Regresso feliz

Em Ningbo, Ávila fez o formato de corrida de 55 minutos com uma paragem obrigatória para trocar de piloto, tendo o português feito equipa com o piloto chinês Sun Chao. “Fiquei muito feliz por regressar à família da SVW 333 Racing. Não estava nos meus planos voltar a correr este ano, mas aceitei este convite e gostei bastante”, explicou Rodolfo Ávila, que largou da quarta posição da grelha de partida na corrida de sábado, assumindo rapidamente a liderança e defendendo aguerridamente a posição até às paragens nas boxes.

“Diverti-me imenso na primeira corrida, a defender a liderança dos Audi TCR que vinham atrás de mim, mas na minha última volta, pouco antes de entrar para as boxes, a suspensão traseira cedeu na curva 21. Consegui ainda levar o carro até às boxes sem perder a primeira posição. A equipa resolveu o problema, e o Sun Chao ainda voltou à pista, mas o resultado ficou comprometido”, afirmou o piloto do VW Lamando L nº7 que ainda assim subiu ao pódio da Classe S.

Na segunda corrida de 55 minutos, no domingo, Rodolfo Ávila viu o seu companheiro de equipa realizar o primeiro turno de condução, para depois concluir a corrida com sucesso. “O meu companheiro de equipa entregou-me o carro na quarta posição, e eu levei-o até segundo na geral e primeiro na classe. Não foi uma corrida fácil, devido ao imenso calor dentro do cockpit. Nesta mistura de classes, os TCR continuam a ser os carros mais rápidos em pista, mas o mais importante era divertir-me e ajudar a equipa a evoluir o carro, que ainda tem margem para melhorar.”

Na mesma nota refere-se ainda que, embora “não seja uma prioridade, Ávila mantém em aberto a possibilidade de regressar de forma mais consistente ao CTCC no futuro”.

8 Set 2024

Taça Asiática | Selecção de Macau perde com Brunei sem portugueses

Com esta derrota pesada, o ‘play-off’ de qualificação para a próxima Taça Asiática deverá estar decidido, embora Macau vá tentar dar a volta à situação, amanhã em jogo a disputar em casa

 

A selecção masculina de futebol de Macau perdeu sexta-feira 3-0 em Brunei, na qualificação para a Taça Asiática 2027, naquele que foi o primeiro jogo depois da FIFA confirmar a exclusão de cinco jogadores portugueses. Os golos da primeira mão do ‘play-off’ de qualificação para a Taça Asiática 2027, na Arábia Saudita, foram apontados aos 32 minutos pelo médio Hakeme Yazid, aos 56 minutos pelo defesa Nazry Aiman, e aos 61 pelo médio Hariz Herman.

“A vitória foi perfeitamente justa para a equipa de Brunei. Teve três oportunidades e concretizou as três”, disse à Lusa o luso-angolano Lázaro Oliveira, seleccionador de Macau.

Após esta derrota, a primeira em cinco encontros frente a Brunei, Oliveira admitiu que o ‘playoff’ poderá estar decidido, mas prometeu que a equipa vai tentar “dar uma imagem completamente diferente” na segunda mão, marcada para amanhã, em Macau.

“Uma equipa mais ambiciosa, com mais qualidade, a criar oportunidades de finalização e sobretudo tentar conseguir uma vitória perante os nossos apoiantes, em casa”, disse o seleccionador.

Brunei foi treinado, de forma interina, pelo escocês Jamie McAllister, depois da saída do português Rui Capela, de 55 anos, que conduziu a equipa a vitórias em dois jogos amigáveis frente ao Sri Lanka, em Junho.

A selecção do sudeste asiático não contou, devido a lesão, com o capitão Faiq Bolkiah, antigo jogador do clube português Marítimo, e conhecido como o futebolista mais rico do mundo, por ser sobrinho de Hassanal Bolkiah.

O sultão de Brunei dá precisamente nome ao Estádio Nacional Hassanal Bolkiah, na capital, Bandar Seri Begawan, onde decorreu o jogo de sexta-feira.

A selecção de Macau contou de início com o defesa Amâncio Goitia e com Nuno Pereira, médio do Imortal de Albufeira, que disputa o distrital do Algarve, uma vez que ambos detêm passaporte da região semiautónoma chinesa.

Portugueses excluídos

Este foi o primeiro jogo de Macau após a FIFA ter confirmado a exclusão de cinco jogadores portugueses por não possuírem passaporte. Apenas os cidadãos chineses com estatuto de residente permanente em Macau podem obter um passaporte do território.

A decisão impediu o capitão, o luso-sul-africano Nicholas Torrão, Filipe Duarte, formado no Benfica e antigo internacional jovem por Portugal, o central Vítor Almeida e o avançado Iuri Kaewchang Capelo, de viajar para Brunei.

A braçadeira de capitão ficou com o defesa Chan Man, que chegou a jogar em Portugal, no Olhanense. “Estamos a falar de jogadores que seriam titulares e extremamente importantes para a selecção”, lamentou Lázaro Oliveira.

Uma exclusão que afecta também David Kong Cardoso, jogador do Fabril do Barreiro, que disputa o Campeonato de Portugal, o quarto escalão do futebol português.

Em 23 de Agosto, uma porta-voz da Associação de Futebol de Macau confirmou à Lusa a exclusão, de acordo com regulamentos da Confederação Asiática de Futebol aprovados já em 2021, e lamentou que não haja qualquer exceção para “jogadores que já representam Macau há muitos, muitos anos”.

A associação prometeu que “irá de certeza voltar a tentar” reverter a decisão junto da FIFA, mas excluiu a possibilidade de levar o caso ao Tribunal Arbitral do Desporto, na Suíça.

8 Set 2024

Taça do Mundo de GT | Edoardo Mortara esperado na Guia

Edoardo Mortara está a preparar-se para ser um candidato à vitória na sétima edição da Taça do Mundo de GT da FIA, que será novamente realizada dentro do programa do Grande Prémio de Macau. De acordo com a imprensa alemã, o piloto suíço, que venceu este troféu pela Mercedes-AMG em 2017, será um dos pilotos que a Lamborghini irá enviar para conquistar o ambicionado troféu no Circuito da Guia

A marca italiana tem sido uma das grandes ausentes da Taça do Mundo, em parte porque tem existido uma coincidência de calendário entre o Grande Prémio do território e as Finais Mundiais dos troféus monomarca da casa de Sant’Agata Bolognese. Este ano, o evento da RAEM volta a coincidir com o maior evento desportivo organizado pela Automobili Lamborghini, mas mesmo assim, dada a importância do mercado neste ponto do globo, a marca terá decidido inscrever dois carros.

Segundo a revista alemã Motorsport Aktuell, a Lamborghini Squadra Corse delegou a “missão Macau” à equipa italiana Vincenzo Sospiri Racing, que este ano está a disputar o Fanatec GT World Challenge Asia. O plano dos italianos passa por inscrever dois Huracán GT3 Evo 2 para Edoardo Mortara, que defende as cores da marca no Campeonato do Mundo de Resistência da FIA (WEC), e para Mirko Bortolotti, que para além de ser companheiro de equipa de Mortara no mundial, é também o “ponta-de-lança” da marca transalpina no DTM e um dos melhores pilotos de GT3 a nível mundial.

Conhecido como “Sr. Macau”, por ter vencido no Circuito da Guia por seis ocasiões, duas vezes na Fórmula 3 e quatro vezes nos GT, Mortara tem sido uma presença habitual entre nós. Apesar de já não fazer provas de GT com regularidade, a correr pela Audi, terminou em segundo lugar nas duas últimas edições da corrida. Bortolotti também não é um novato no Circuito da Guia, tendo defendido as cores da Lamborghini em 2016 e 2017, no entanto, sem obter resultados de vulto.

A Lamborghini nunca venceu este prestigiado troféu atribuído pela FIA, mas já venceu a Taça GT Macau, a corrida que serve de berço à Taça do Mundo, por duas ocasiões. Em 2009 e 2010, o japonês Keita Sawa, aos comandos de um Gallardo GT3, deu as primeiras vitórias à Lamborghini no Circuito da Guia.

Qualidade garantida

A FIA restringiu a edição deste ano da Taça do Mundo a apenas 23 concorrentes. Para além da presença da Lamborghini, está igualmente prevista a presença, com pilotos e equipas apoiadas pela fábrica, da Porsche, da Mercedes-AMG e da Audi, sendo que esta última marca talvez se apresente com menos carros por estar a desinvestir na categoria. Quem também deverá estar novamente representada na grelha de partida é a Ferrari e com mais do que um 296 GT3.

A prova irá atribuir novamente um título de pilotos e um título de construtores. O período de inscrições terminou no final de Julho, mas a lista oficial de inscritos só deverá ser revelada no mês de Outubro, quando a Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau assim o decidir.

O evento de “sprint” da categoria GT3, de formato de piloto único, contará novamente com duas corridas – a de qualificação com 12 voltas e a final com 16 – que foram vencidas no ano passado pelo italo-suíço Raffaele Marciello (Mercedes-AMG GT3). O 71º Grande Prémio de Macau decorre de 14 a 17 de Novembro.

6 Set 2024

GP | Apresentado F3 que não correrá no Circuito da Guia

O Autódromo Nazionale de Monza, em Itália, foi palco da apresentação do Dallara F3 2025, a próxima geração de monolugares de Fórmula 3 e o primeiro da disciplina, em quatro décadas, que não será visto a competir no Circuito da Guia

 

O Dallara F3 2025 irá suceder ao Dallara F3 2019 que se retirou oficialmente das pistas este fim de semana. Este último, foi o primeiro monolugar de Fórmula 3 após a fusão entre a GP3 Series e o Campeonato Europeu de Fórmula 3, tendo competido no Circuito da Guia em 2019 e 2023. Para os livros de história também fica escrito que este foi o monolugar com que o inglês Luke Browning estabeleceu no ano passado o recorde da volta mais rápida em corrida no Circuito da Guia, com o tempo de 2:06.257, uma marca que provavelmente irá perdurar imbatível durante alguns anos.

Visualmente, este novo carro tem semelhanças com os actuais modelos F1 e F2 e está equipado com o mesmo motor Mecachrome de 6 cilindros e de 3,4 litros que debita 380 cavalos de potência às 8000 rpm. Curiosamente, o carro que está confirmado para as três próximas temporadas, terá jantes de 16 polegadas, uma nova caixa de seis velocidades e será pela primeira vez alimentado por um combustível cem por cento sustentável.

“Ao alinhar-se estreitamente com a aerodinâmica da Fórmula 2 e da Fórmula 1 da FIA, o novo carro de F3 oferece aos jovens pilotos uma plataforma essencial para desenvolverem as suas capacidades, preparando-os para os desafios que se avizinham nas categorias superiores”, disse o presidente da Federação Internacional do Automóvel (FIA), Mohammed Ben Sulayem, que acrescentou que “o design melhorado do cockpit reflete os nossos esforços contínuos para tornar o desporto motorizado mais inclusivo, garantindo que pilotos de todos os perfis físicos tenham a oportunidade de competir ao mais alto nível.”

O ex-piloto de ralis e o primeiro presidente da FIA não europeu, que publicamente nunca comentou a exclusão da Fórmula 3 do Grande Prémio de Macau, referiu ainda que “este novo FIA Fórmula 3 incorpora a visão da FIA de um desporto que é progressivo, inclusivo e sustentável”.

Este novo carro, que contou com a experiente colombiana Tatiana Calderón como piloto de desenvolvimento, terá sido uma das razões para a FIA decidir trocar no Grande Prémio de Macau os emblemáticos monolugares de Fórmula 3 pelos monolugares da muito menos reconhecida Fórmula Regional a partir já deste ano. Curiosamente, não foram reveladas as dimensões do novo carro, nem se este foi mais rápido nos testes que o modelo anterior, apenas que é capaz de atingir velocidades acima dos 300 km/h e acelerar dos 0 aos 100 km/h em três segundos.

Um novo capítulo

Os monolugares de Fórmula 3 usados até aqui serão ainda utilizados nos testes oficiais no mês de Outubro em Jerez e Barcelona e depois serão retirados. Grande parte destes carros serão adaptados para uso privado pelas equipas e outros acabarão como modelos de exposição. Por exemplo, o chassis com que Richard Verschoor venceu o Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 de 2019 ainda se encontra na MP Motorsport e será provavelmente vendido a um coleccionador privado.

O 71.°Grande Prémio de Macau terá lugar de 14 a 17 de Novembr o e “a vinda de carros de Fórmula Regional a Macau para a Taça do Mundo FIA é uma consequência natural da evolução do panorama das corridas de monolugares de formação nos últimos anos e é um passo lógico na pirâmide”, disse o diretor de estratégia e operações de monolugares da FIA, François Sicard.

A F3 foi introduzida no Grande Prémio de Macau em 1983, pelas mãos de Barry Bland com o apoio de Rogério Santos, na altura o presidente do Leal Senado, quando a FIA considerou que o Circuito da Guia não reunia as condições para receber a F2. As equipas de F3 visitaram o território por 38 vezes, uma vez que, de 2020 a 22, a pandemia de COVID-19 restringiu as viagens à RAEM. Durante esta quatro décadas, a prova de F3 de Macau recebeu inúmeras Taças Intercontinentais e Taças dos Mundo da FIA.

2 Set 2024

FIFA exclui jogadores portugueses da selecção de Macau

A FIFA confirmou a exclusão de cinco jogadores portugueses da equipa masculina de Macau por não possuírem o passaporte da RAEM, disse sexta-feira à Lusa o seleccionador Lázaro Oliveira.

O luso-angolano disse que a Federação Internacional de Futebol (FIFA, na sigla em francês) já informou a Associação de Futebol de Macau da decisão de ratificar uma exclusão imposta pela Confederação Asiática de Futebol (AFC, na sigla em inglês).

A decisão irá, no imediato, afectar o capitão, o luso-sul-africano Nicholas Torrão, Filipe Duarte, formado no Benfica e antigo internacional jovem por Portugal, o central Vítor Almeida e o avançado Iuri Kaewchang Capelo, lamentou Lázaro Oliveira.

O seleccionador disse que contava com os quatro jogadores para as duas mãos do ‘play-off’ de qualificação para a Taça Asiática 2027, contra o Brunei, que estão marcadas para 05 e 10 de Setembro.

Apesar de admitir que a situação fica “mais difícil”, Oliveira garantiu que Macau não desiste de sonhar: “Agora é pôr o foco nos jogadores que estão presentes e tentar rentabilizá-los ao máximo para que possam fazer dois bons jogos e tentar passar”.

A médio prazo, acrescentou o seleccionador, a exclusão afecta também David Kong Cardoso, jogador do Fabril do Barreiro, que disputa o Campeonato de Portugal, o quarto escalão do futebol português, mas que actualmente está lesionado.

Vítor Almeida, de 33 anos e radicado em Macau há quase nove anos, disse à Lusa que a decisão “não faz sentido”. “Há sensivelmente oito meses, jogámos o apuramento para o Mundial, em que não houve problema nenhum”, recordou o defesa.

Em Outubro, Macau foi eliminada por Myanmar (antiga Birmânia) da corrida ao Mundial2026 após uma derrota por 5-1 fora e um empate a zero em casa, partidas em que participaram Vítor Almeida, Nicholas Torrão, Filipe Duarte e o médio Nuno Pereira, que então jogava no Imortal, do Campeonato de Portugal.

Vítor Almeida descreveu esta exclusão como injusta para jogadores nascidos no exterior como Nicholas Torrão, que “já representa a selecção há mais de 20 anos e representou nas camadas jovens”, mas sobretudo para Iuri Capelo.

Capelo, que nasceu em Macau há 31 anos, disse à Lusa estar “desiludido e um bocado frustrado”. “Nós todos trabalhamos, não vivemos do futebol. Então requer algum esforço da nossa parte ir aos treinos e é sempre um orgulho para todas as pessoas poderem representar o local onde nasceram”, sublinhou.

Sem excepções

Apenas os cidadãos chineses com estatuto de residente permanente em Macau podem obter um passaporte do território.

Filho de mãe tailandesa e pai português, Capelo disse que, de acordo com as autoridades de Macau, teria de renunciar ao passaporte português. “Como é uma decisão pessoal minha, não quero renunciar à minha nacionalidade”, explicou.

O jogador do Benfica de Macau, actual campeão, disse que a decisão da FIFA “pode desmotivar os mais jovens”, mas alertou que actualmente já há poucos não chineses “a jogar pelas camadas mais jovens da seleção de Macau”.

Vítor Almeida, que também lidera uma escola de futebol, sublinhou a importância de não “ficar resignado e desistir”, para que os jovens da região “tenham essa possibilidade de poder representar a selecção de Macau mesmo não sendo chineses”.

Uma porta-voz da Associação de Futebol de Macau confirmou à Lusa a exclusão, de acordo com regulamentos da AFC aprovados já em 2021, e lamentou que não haja qualquer excepção para “jogadores que já representam Macau há muitos, muitos anos”.

26 Ago 2024

Paralímpicos | Presença de Macau pode encorajar mulheres a praticar desporto

A presença da atleta de Macau Chio Hao Lei nos Jogos Paralímpicos Paris2024 pode encorajar mais mulheres com deficiência a praticar desporto no território, disse ontem o director da organização Macau Special Olympics.

Chio, de 17 anos, viaja hoje para Paris, onde será a única atleta da região semiautónoma chinesa nos Paralímpicos, competindo na prova de salto em comprimento para atletas com deficiência intelectual. Esta é a quarta vez que um atleta de Macau recebe um convite especial da organização para os Paralímpicos, mas Chio foi a primeira mulher escolhida, sublinhou o director da Macau Special Olympics.

Hetzer Siu Yu Hong disse acreditar que a escolha se deveu à política de paridade de género e recordou que os Jogos Olímpicos Paris2024 foram os primeiros a tentar ter um igual número de atletas femininos e masculinos.

Graças à participação de Chio Hao Lei, “nestes Paralímpicos, as mulheres com deficiência podem ver que, se praticarem desporto, têm a oportunidade de chegar ao mais alto nível mundial”, defendeu o dirigente. Hetzer Siu admitiu que “a maioria dos atletas com deficiência são homens” e que é preciso “fazer mais esforços para encorajar as mulheres com deficiência a praticar desporto” no território.

Apesar de sublinhar que este “é um desafio em toda a Ásia”, o director da Macau Special Olympics disse que a cultura chinesa tem factores culturais que ainda são obstáculos, incluindo a visão de “só é bonita a mulher que tem a pele branca, sem músculos”.

A organização, com 37 anos de história, começou por promover o acesso de pessoas com deficiência intelectual à prática desportiva e actualmente aposta na educação e na formação de deficientes para acesso ao mercado de trabalho.

Para as pessoas com deficiência, “a primeira preocupação é como viver na nossa sociedade e uma segunda prioridade são os estudos, algo que é muito importante na cultura chinesa”, disse Siu.

Apesar de lamentar ser difícil atrair pessoas com deficiência para o desporto, o dirigente disse esperar que, depois dos Paralímpicos, também os Jogos Olímpicos Especiais da China possam ser “uma oportunidade para encorajar os cidadãos a praticar desporto”.

Olhos no pódio

Macau vai acolher duas provas de badminton, para pessoas com deficiência física ou auditiva e para pessoas com deficiência intelectual, no âmbito dos Jogos Olímpicos Especiais da China, que decorrem entre 8 e 15 de Dezembro de 2025.

Siu disse que a Special Olympics tem todas as semanas treinos de 22 desportos, nos quais participam regularmente entre 100 e 120 utilizadores. Foi nestes treinos que o talento de Chio Hao Lei começou a despontar.

Depois de conseguir o sexto lugar nos Jogos Asiáticos, realizados na cidade chinesa de Hangzhou, em Outubro passado, Chio assumiu à Lusa que não vai a Paris só para marcar presença. A jovem vai entrar em acção nos Paralímpicos a 6 de Setembro e tem três saltos para conseguir uma marca que lhe permita qualificar-se para os saltos finais.

“O meu recorde pessoal é 4,25 metros, mas quero chegar aos 4,5 metros. Já o consegui nos treinos, mas nunca em competição”, referiu Chio. Como acontece desde os Jogos Seul1988, a competição paralímpica partilha as instalações com a olímpica e deverá juntar cerca de 4.400 atletas de 160 regiões e países, em 559 eventos, de 22 modalidades.

23 Ago 2024

Vela | Macau recebe abertura de circuito mundial a partir de 2025

Macau vai receber anualmente, a partir de 2025, a abertura do circuito mundial da World Match Racing Tour (WMRT), uma das mais importantes competições internacionais de vela.

Num comunicado divulgado na terça-feira, o Instituto de Desporto (ID) da região disse que o WMRT Macau Match Cup, evento reconhecido pela Federação Mundial de Vela, vai decorrer entre 8 e 12 de Janeiro.

A etapa de Macau será o evento de abertura do circuito mundial da temporada de 2025 da WMRT, cujo programa completo ainda não foi divulgado. Este ano a competição arrancou nos Estados Unidos, em Abril, e a grande final está marcada para a cidade chinesa de Shenzhen, entre 10 e 15 de Dezembro.

Num outro comunicado, divulgado na segunda-feira, o director executivo da WMRT, James Pleasance, disse que o acordo com Macau “é um outro marco importante” no crescimento do circuito. A WMRT referiu ainda que Macau vai acolher a abertura do circuito anualmente, “a partir de 2025”. A Lusa tentou obter mais informações junto do ID, mas não obteve até ao momento qualquer resposta.

A etapa da WMRT vai fazer parte da Regata Internacional de Macau 2025, que irá incluir ainda a Regata da Taça Flor de Lótus e da Regata da Taça Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, referiu o ID. Mais de 300 velejadores têm participado anualmente na Regata Internacional de Macau, que arrancou em 2019, sublinhou a WMRT. A edição deste ano vai atribuir prémios no total de 100 mil dólares, acrescentou.

O ID defendeu que trazer a Macau “os melhores velejadores do mundo” vai “consolidar ainda mais” o estatuto da cidade como “um centro mundial de turismo e lazer” e ajudar a diversificar a economia local, dependente do jogo. No comunicado da WMRT, o presidente interino do ID, Luís Gomes, defendeu que esta decisão “demonstra mais uma vez a capacidade de Macau para acolher grandes competições internacionais”.

22 Ago 2024

GP | André Couto e Charles Leong com uma decisão difícil em mãos

André Couto e Charles Leong Hong Chio enfrentam um enorme dilema. De um lado da balança está a participação no 71.º Grande Prémio de Macau, no outro prato da mesma está a possibilidade de conquistar um título no Lamborghini Super Trofeo Asia

 

A competição monomarca do prestigiado construtor italiano de automóveis deslocou-se este fim de semana ao Japão, para a quarta prova da temporada no circuito de Fuji. Couto esteve presente, mas apenas para fazer ‘coaching’ aos pilotos da sua habitual equipa, pois o seu companheiro de equipa, o chinês Fangpin Chen, não viajou até ao “país do sol nascente” por razões pessoais. Com isto, o piloto português perdeu, por apenas seis pontos, a primeira posição que ocupava na classe Pro-Am para a dupla Nikolas Pirttilahti/Thomas Yu. Couto ainda poderá recuperar o primeiro lugar, mas terá que alinhar nas restantes jornadas do troféu e continuar a senda de vitórias (foram cinco em seis corridas), quando faltam disputar ainda quatro corridas, duas em Xangai (China) e outras duas em Jerez de la Frontera (Espanha) na semana que precede as “finais mundiais” das Lamborghini.

Segundo o que apurou o HM, a Madness Racing Team conta com André Couto e Fangpin Chen para as últimas duas provas da temporada. Porém, como tem acontecido nos últimos anos, as Lamborghini World Finals voltam a coincidir no calendário com o Grande Prémio de Macau. Quer isto dizer, que Couto terá que escolher onde estará de 16 a 19 de Novembro – em Macau ou em Espanha. O piloto português não esconde que gostaria de voltar a competir no Circuito da Guia, e até existirão possibilidades para o voltar a fazer. Caso não encontre um volante competitivo, Couto não quererá perder a oportunidade de somar mais um título para o seu longo palmarés.

Ainda mais a perder

Presente em Fuji, mas ao volante, Charles Leong alcançou um segundo e um terceiro lugar, o que lhe permite estar no segundo lugar na classificação da classe PRO do Lamborghini Super Trofeo Asia, em igualdade de pontos com os rivais Dan Wells/Emilien Carde e com a sua companheira de equipa na SJM Iron Lynx Theodore Racing, a japonesa Miki Koyama. Graças à boa temporada que está a fazer na competição monomarca do prestigiado construtor italiano, no mês passado, a Lamborghini Squadra Corse, a divisão de competição da Automobili Lamborghini, elegeu Leong como um dos 28 pilotos que fazem parte do “Programa de Pilotos Júnior” para jovens pilotos dos Super Trofeo. Leong foi um dos três seleccionados da região asiática.

O Super Trofeo Junior Driver Program é dedicado a pilotos até aos 25 anos e que competem em um dos três campeonatos regionais Lamborghini Super Trofeo (Europa, América do Norte e Ásia). Após a avaliação, os pilotos que mais impressionarem ao longo da temporada serão selecionados pela Squadra Corse para participar num “shootout”, a realizar após as tradicionais Lamborghini World Finals, o evento de encerramento da temporada dos troféus Lamborghini, que este ano decorrerá no circuito de Jerez de la Frontera, no sul da Espanha. O vencedor receberá apoio da fábrica da Squadra Corse durante a temporada de 2025.

Tal como Couto, Leong não faz segredo da sua vontade em competir no Circuito da Guia, principalmente se for aos comandos de um carro competitivo, mas confessou ao HM “não saber de momento” onde estará naquele fim de semana de Novembro. Se a opção de Leong for correr entre nós no mês de Novembro, então deixará cair as ambições de conquistar o título na categoria PRO no Circuito de Jerez, pois durante a semana que precede as “finais mundiais” das Lamborghini, serão disputadas as duas últimas corridas pontuáveis para o Lamborghini Super Trofeo Asia. A não presença em Jerez também irá colocar um “ponto final” no sonho de um dia poder vir a ser piloto de fábrica da Lamborghini.

20 Ago 2024

JO | Iúri Leitão primeiro português a conquistar duas medalhas numa edição

O ciclista Iúri Leitão tornou-se sábado no primeiro atleta português a conquistar duas medalhas numa edição dos Jogos Olímpicos, ao vencer o ouro no Madison, ao lado do compatriota Rui Oliveira, depois da prata no Omnium em Paris2024.

Depois de ter conquistado na quinta-feira a medalha de prata na prova de Omnium, Iúri Leitão chegou sábado ao lugar mais alto do pódio em equipa com Rui Oliveira, com ambos a vencerem a prova de Madison, com um total de 55 pontos, à frente da Itália, com Simone Consonni e Elia Viviani, segunda com 47, e da Dinamarca, com Niklas Larsen e Michael Moerkoev, terceira, com 41.

Numa edição de estreia lusa em provas masculinas do ciclismo de pista, Iúri Leitão e Rui Oliveira juntaram-se a Carlos Lopes, Rosa Mota, Fernanda Ribeiro, Nélson Évora e Pedro Pichardo como campeões olímpicos, com Iúri a igualar o recorde de duas medalhas, mas com o feito de ser numa única edição.

Poucas horas depois de o canoísta Fernando Pimenta ter falhado o objectivo de medalha nos Jogos, ao ser sexto em K1 1.000 metros, e assim ficar impedido de se tornar no primeiro português a conquistar três medalhas, Iúri Leitão e Rui Oliveira atenuaram a desilusão lusa e, com o título olímpico, o primeiro juntou-se ainda ao restrito lote das duas medalhas.

O triunfo da dupla Iúri Leitão e Rui Oliveira no Madison em Paris2024 constituiu o sexto título olímpico do desporto português, o primeiro fora do atletismo, e o 32.º pódio luso de sempre.

12 Ago 2024

Taça do Mundo de FR no GP Macau sem equipas chinesas

A Federação Internacional do Automóvel (FIA) emitiu um comunicado a anunciar as equipas que participarão na primeira edição da Taça do Mundo de Fórmula Regional (FR) da FIA que será disputada no programa da 71.ª edição do Grande Prémio de Macau de 14 a 17 de Novembro. Nenhuma das equipas seleccionadas é da República Popular da China.

Tradicionalmente disputado com carros de Fórmula 3 desde o início da década de 1980s, a prova principal do Grande Prémio de Macau será agora uma corrida para monolugares de Fórmula Regional, especificamente chassis Tatuus T-318 e motores Alfa Romeo. O comunicado, publicado na noite de sexta-feira, refere que “a edição deste ano do Grande Prémio de Macau, que utilizará pela primeira vez máquinas da Fórmula Regional da FIA, tem atraído a atenção das melhores equipas de quase todos os campeonatos de FR em todo o mundo, incluindo o campeonato japonês de FR, FRECA, FR Américas, FR Oceânia e FR Médio Oriente”.

Segundo o comunicado da FIA foram escolhidas doze equipas, mas na lista de inscritos apresentada pela entidade reguladora do desporto automóvel mundial apenas constam o nome de onze equipas, sendo que a equipa francesa Sainteloc Racing é mencionada a duplicar. A FIA não revelou quantos carros cada equipa irá inscrever, mas indicou, como o Hoje Macau já tinha revelado anteriormente, que o número total de participantes será limitado a 27 concorrentes, o que sugere que apenas algumas equipas, as quais não sabemos, competirão com um máximo de três carros.

O regulamento desportivo da primeira edição Taça do Mundo de FR da FIA é omisso no que respeita à forma como foi feita a selecção das equipas e quantos carros poderão trazer para o evento da RAEM. No entanto, este é bastante explicito a indicar que “qualquer decisão sobre se um piloto tem a experiência necessária [para participar na prova] será tomada a exclusivo critério da FIA.”

A selecção dos pilotos deverá começar agora, pois de acordo com o mesmo comunicado, “abre-se agora a porta para que jovens pilotos talentosos de todo o mundo se candidatem às equipas registadas e comecem o processo de se juntarem a uma das grelhas mais prestigiadas do desporto motorizado.”

Oportunidade perdida

Destaque a para a ausência de qualquer equipa do Reino Unido e da República Popular da China na lista de inscritos, sabendo que neste último caso existem carros no país e equipas que estavam interessadas em participar. Entre as equipas inscritas, há apenas duas equipas asiáticas, ambas japonesas, a Tom’s Formula e a TGM Grand Prix, visto que a SJM Theodore Prema Racing, não é mais que a estrutura da reputada equipa italiana com o apoio do entusiasta local Teddy Yip Jr.

Numa altura em que a China é uma super potência da indústria automóvel, as equipas do Interior da China e das duas Regiões Administrativas Especiais têm demostrado nos últimos anos estar ao nível das melhores do mundo. Basta recordar que os grandes construtores germânicos Audi, Mercedes e Porsche recorrem a estruturas chinesas para colocarem em pista os seus carros oficiais na Taça do Mundo de GT da FIA no Circuito da Guia. A inexistência de um campeonato de FR na China poderá ser um argumento para a rejeição das equipas chinesas, embora a equipa japonesa TGM Grand Prix tenha sido aceite à partida sem nunca ter participado numa prova de FR.

Equipas Inscritas:

ART Grand Prix

Evans GP

MP Motorsport

Kiwi Motorsport

Pinnacle Motorsport

PHM Racing

R-Ace GP

Sainteloc Racing

SJM Theodore Prema Racing

TGM Grand Prix

Tom’s Formula

12 Ago 2024

Austrália gostaria de correr no Circuito da Guia

O promotor do campeonato TCR Austrália, o Australian Racing Group, está a estudar várias possibilidades para revitalizar a sua competição de carros de Turismo, sendo que uma das possibilidades que agradava aos australianos era uma visita ao Circuito da Guia.

Segundo o portal especializado australiano speedcafe.com, entre as dúvidas que ainda existem sobre o futuro da categoria TCR na Austrália, surgiram duas possibilidades distintas, que poderão ser concretizadas já no próximo ano. Uma das soluções em cima da mesa passa pelo TCR Australia acompanhar o super popular campeonato australiano Supercars em algumas provas de 2025. A segunda possibilidade, e possivelmente a mais forte, passa por entrar numa colaboração com o TCR Asia para formar um mini-campeonato Ásia-Pacífico, com provas em comum.

O Director Geral do Australian Racing Group, Liam Curkpatrick, revelou que contactou os organizadores do TCR Asia para ver se existe algum interesse para uma colaboração. “Quer sejam eles a vir fazer algumas provas aqui e/ou o TCR Austrália a ir a provas de lá, e também se existe a possibilidade de o TCR Austrália competir em Macau”, revelou Curkpatrick citado pela publicação online australiana.

Apesar do TCR Australia estar a viver um momento menos bom, com apenas treze carros a comparecerem na última prova realizada em Queensland, o responsável do maior campeonato TCR na Oceânia está convicto que o campeonato não vai desaparecer e sublinhou novamente que a categoria TCR ainda tem relevância no automobilismo mundial, mesmo após o fim da Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA – WTCR no final da temporada de 2022.

“Infelizmente, este ano o TCR World Tour teve de fazer uma pausa [não visitando a Austrália este ano] porque teve de fazer o evento da China e, obviamente, não pôde fazer Bathurst”, relembrou Curkpatrick à imprensa do seu país. “Continuam as conversações com o WSC Group (o promotor do FIA TCR World Tour) sobre o regresso de uma prova do World Tour à Austrália no próximo ano. Estamos muito interessados em manter essas ligações. Há muitas hipóteses de haver outra prova do World Tour no próximo ano. Não sei até que ponto [as conversações] progrediram, mas tivemos as primeiras conversas com o TCR Asia sobre as possibilidades. É mais um complemento ao que vamos fazer. Nada é para substituir o que estamos a fazer”.

Sem necessidade de corrida extra

Ao longo das suas sete décadas de história, o Grande Prémio de Macau sempre foi muito acarinhado em “Down Under”, mas apesar das várias tentativas, as competições australianas nunca conseguiram visitar o território. O Kumho FIA TCR World Tour fará parte do programa do 71.º Grande Prémio de Macau e a dúzia de pilotos que compete a tempo inteiro no “mundial” irá partilhar a grelha de partida da Corrida da Guia com o pelotão de pilotos do TCR China. Os concorrentes do TCR Australia poderão ganhar o desejado bilhete para Macau sem que haja a necessidade de adicionar uma corrida o programa, visto que poderão juntar-se a esta grelha de partida, uma vez que a regulamentação técnica da categoria é universal.

9 Ago 2024

Automobilismo | Futuro das pistas de Zhaoqing e Zhuhai não é risonho

Este Verão trouxe más notícias para o desenvolvimento do desporto motorizado de Macau. O futuro dos dois circuitos permanentes da província de Guangdong está envolto de muitas dúvidas. O Circuito Internacional de Guangdong (GIC) deverá cessar actividade no dia 30 de Setembro, enquanto que o Circuito Internacional de Zhuhai (ZIC) tem um novo accionista maioritário, não se sabendo que planos tem o gigante do imobiliário que irá a partir de agora gerir a infraestrutura

 

Sem uma infraestrutura para a prática dos desportos motorizados no território, para além do Kartódromo de Coloane, os pilotos de Macau de duas e quatro rodas, assim como os seus congéneres de Hong Kong, têm recorrido nas últimas duas décadas e meia aos circuitos permanentes das cidades vizinhas. Contudo, este cenário poderá mudar abruptamente por falta de alternativas.

Zhaoqing é para demolir

Esta semana ficou-se a saber que a Zona de Alta Tecnologia de Zhaoqing emitiu uma revisão de várias parcelas do Plano Detalhado de Controlo da Área Sudeste do Parque Dawang, onde neste momento está edificado o GIC. Onde hoje é o circuito, está planeada a construção de um parque de exposições de automóveis de novas energias e de um parque industrial de armazenamento de peças sobressalentes. As equipas que têm sede no GIC terão uma reunião com a administração do circuito esta sexta-feira, mas a informação oficial é que a pista cessa actividade já no próximo dia 30 de Setembro.

Erguido em 2008, o circuito desenhado pela arquitecta Qiming Yao abriu oficialmente as portas em 2009. Apesar de incluir a palavra internacional no nome e ter feito parte de um calendário provisório do defunto WTCC, em 2011, o circuito de 2,8 quilómetros dos arredores de Zhaoqing, nunca acolheu provas para além das locais e de algumas competições nacionais chinesas. Foi igualmente ao longo dos anos palco de várias provas dos campeonatos de carros de Turismo de Macau, embora este ano tenha sido preterido pelo Circuito Internacional de Zhuzhou na província de Hunan.

Nunca tendo recebido grandes investimentos, o circuito de Grau 3 da FIA, que sempre teve um aspecto inacabado e envelhecido, era actualmente o favorito das equipas e pilotos de Macau para basearem as suas oficinas de competição e deixarem os seus carros do outro lado da fronteira. Os seus preços acessíveis faziam do GIC o circuito ideal para os pilotos privados testarem as suas máquinas, sendo a sua alargada disponibilidade uma mais valia.

Dúvidas sobre Zhuhai

Mais perto das Portas do Cerco, na cidade de Zhuhai, a empresa malaia LBS Bina Group Bhd comunicou que venceu a sua participação no primeiro circuito permanente construído no Interior da China por 124,7 milhões de ringuites (cerca de 214,15 milhões de patacas). Numa declaração apresentada à Bursa Malaysia Securities Bhd, o grupo informou que a sua unidade Dragon Hill Corporation Ltd vendeu a totalidade da sua participação na Lamdeal Investments Ltd (LIL) à Huafa Urban Operation (HK) Ltd. A LIL detém uma participação de 60 por cento no operador do circuito, a Zhuhai International Circuit Limited (ZICL). No âmbito do acordo, o Huafa liquidará cerca de 257,55 milhões de patacas em empréstimos que a LIL e as suas filiais deviam à LBS Bina.

“O circuito tem-se deparado com desafios cada vez mais difíceis devido aos requisitos cada vez mais rigorosos de conformidade com a sustentabilidade. Estes desafios incluem a resolução de questões relacionadas com o ruído, em que o cumprimento destes regulamentos exige ajustamentos operacionais significativos”, afirmou a LBS Bina, em comunicado.

Mais conhecida pelos seus gigantes empreendimentos imobiliários da empresa mãe, a Huafa Urban Operation foca-se no investimento e na aquisição de participações em várias empresas, operando no sector das finanças empresariais. A gestão do dia-a-dia do circuito de Zhuhai esteve sempre a cargo da empresa malaia. No entanto, ainda não é visível qualquer reestruturação ou alteração de gestão no circuito nascido em 1996 para acolher o mundial de Fórmula 1, algo que não se concretizou. Um dia construído numa zona inóspita, mas hoje cercado por zonas residenciais, o futuro da infraestrutura tem sido colocado em causa por diversas vezes, operando presentemente com rigorosas limitações de ruído que condicionam a prática de diversas modalidades.

Apesar de ter recebido as competições automobilísticas da RAEM no passado, nos últimos anos, o ZIC perdeu predominância no desporto motorizado local devido aos preços mais altos praticados, à disponibilidade limitada e à actividade desportiva reduzida em prol de actividades comerciais.

2 Ago 2024

Paris2024: Natação lança três novos campeões perante ascensão do Japão

O Japão isolou-se esta segunda-feira no comando da tabela de medalhas de Paris2024, cujo terceiro dia ofereceu os primeiros títulos olímpicos dos nadadores David Popovici, Thomas Ceccon e Summer McIntosh, sem conceder novos recordes mundiais.

Numa apertada final dos 200 metros livres, o romeno Popovici gastou 1.44,72 minutos e bateu o britânico Matthew Richards e o norte-americano Luke Hobson por apenas dois e sete centésimos, respetivamente, melhorando o quarto posto alcançado em Tóquio2020.

O nadador, de 19 anos, iniciou com êxito o objetivo de se sagrar campeão dos 100 e 200 livres em Paris, onde o italiano e recordista mundial Thomas Ceccon também passou por dificuldades para ‘vingar’ a sua ausência do pódio dos 100 costas nos derradeiros Jogos.

O transalpino cumpriu a distância em 52 segundos, relegando para segundo o chinês Xu Jiayu, a somente 32 centésimos, com o norte-americano Ryan Murphy em terceiro, a 39.

Autoritária foi a vitória nos 400 estilos da canadiana Summer McIntosh (4.27,71 minutos), de 17 anos, que, dois dias depois da medalha de prata nos 400 livres, foi hegemónica na disciplina em que se tornou recordista mundial há praticamente dois meses, tendo como maiores perseguidoras as americanas Katie Grimes (4.33,40) e Emma Weyant (4.34,93).

Uma das surpresas foi protagonizada nos 100 metros bruços, com a sul-africana Tatjana Smith (1.05,28 minutos) a bater a chinesa Tang Qianting por 26 centésimos e a irlandesa Mona McSharry por 31, deixando a recordista Lilly King, ouro no Rio2016, atrás do pódio.

A australiana Mollie O’Callaghan também causou furor nos 200 livres, ao gastar 1.53,27 minutos para renovar o máximo olímpico da sua compatriota e recordista mundial Ariarne Titmus, ‘vice’, a 54 centésimos, com Siobhán Haughey, de Hong Kong, a 1,28 segundos.

O Japão ficou em ‘branco’ na natação, mas isolou-se no comando do medalheiro global, com seis ouros em 12 ‘metais’ – contra cinco títulos da anfitriã França, China, Austrália e Coreia do Sul, fruto de vitórias em competições masculinas de ginástica artística e skate.

Três anos depois de terem sido destronados em Tóquio pelo então Comité da Rússia no concurso por equipas, os ginastas nipónicos impuseram-se com reviravolta à China, que, na quinta e última rotação, claudicou com dois erros de Su Weide na barra fixa, aliados à execução categórica de Daiki Hashimoto, campeão olímpico e mundial daquele aparelho.

O Japão garantiu o oitavo título com 259.594 pontos, contra 259.062 da China e 257.793 dos Estados Unidos, que não faziam parte de um pódio desde o bronze em Pequim2008.

No dia seguinte à vitória da jovem Coco Yoshizawa, os nipónicos lograram a ‘dobradinha’ na variante de street do skate, tendo Yuto Horigome, campeão na estreia da modalidade em Jogos Olímpicos, atualizado esse estatuto com 281,14 pontos, em outra final intensa.

Um derradeiro ‘trick’ de 97,08 permitiu-lhe passar do sétimo lugar para o topo, superando os norte-americanos Jagger Eaton (281,04), segundo, e Nyjah Huston (279,38), terceiro, num evento que tinha sido adiado no sábado, face à chuva contínua na capital francesa.

Com 17 desportos em ação, o terceiro dia trouxe 19 finais e afastou os Estados Unidos, país mais laureado desde Londres2012, do top 5 do medalheiro, com apenas três ouros.

A Grã-Bretanha pisou pela primeira vez o lugar mais elevado do pódio em Paris2024, ao revalidar os triunfos no concurso completo por equipas de equestre e no ciclismo ‘cross-country’ masculino, com Tom Pidcock a recuperar do atraso de mais de meio minuto provocado por um furo na roda dianteira para cronometrar 1:26:22 horas, acima do gaulês Victor Koretzky, a nove segundos, e do sul-africano Alan Hatherly, a 11.

Já o torneio de singulares masculinos de ténis ofereceu um ‘choque’ de titãs entre Novak Djokovic, segundo jogador mundial, e Rafael Nadal, 161.º e campeão em Pequim2008, com o sérvio a triunfar naquele que pode ter sido o último duelo de uma das maiores rivalidades da história (6-1 e 6-4), no court central de Roland Garros, onde o espanhol cimentou um recorde de 14 troféus no segundo Grand Slam da temporada, três dos quais sobre ‘Nole’.

Detentor de um máximo de 24 vitórias em ‘majors’ masculinos e bronze em Pequim2008, Djokovic continua na luta pelo único título em falta na carreira e defrontará nos ‘oitavos’ o alemão Dominik Koepfer, 70.º ATP, enquanto Nadal, que junta 22 Grand Slams e perdeu pela 31.ª vez em 60 desafios com ‘Nole’, ainda ladeia Carlos Alcaraz no evento de pares.

30 Jul 2024

Automobilismo | Da Guia para Portugal 25 anos depois

Entre as várias dezenas de carros que participaram no 53.º Circuito Internacional de Vila Real, um carro em particular chamou-nos à atenção, tratava-se de um Honda Civic EG6 amarelo com um logótipo antigo de “Macau”. Vinte cinco anos depois, o mesmo carro que competiu na Taça ACP do Grande Prémio de Macau em 1998 e 1999 regressou às pistas…em Portugal

 

Paulo Ascensão participou no Grande Prémio por duas ocasiões, onde foi 15.º (1998) e 17.º (1999) classificado, mas depois da transferência regressou a Portugal e com ele levou o seu carro de corrida. “Quando viemos para Portugal em 1999 havia alguma incerteza em relação ao futuro tanto de Macau, como da evolução familiar e profissional. A decisão de deixar Macau foi alvo de muita ponderação e foi com muita dificuldade que a decisão foi tomada”, explicou Paulo Ascensão ao HM. “Após a decisão ser tomada, tudo o que havia em Macau, carros inclusive, acompanharam a família. Tanto o Honda como também os Alfa Romeos, e todos os restantes projectos.”

O “bichinho das corridas” sempre o acompanhou e, assim que apareceu a oportunidade, Paulo Ascensão voltou a vestir o fato e a colocar o capacete. Com o filho Luís Ascensão, inscreveu-se na prova do Campeonato de Portugal de Velocidade Legends, na categoria 1600, e com o mesmo Honda que, ainda nos dias da administração portuguesa do território, comprou a um amigo chinês de Hong Kong.

“A ideia de correr em Portugal com o Honda sempre foi uma semente que estava latente, bem como a preparação de mais um carro de corrida (um Alfa Romeo clássico), mas os compromissos pessoais e profissionais nem sempre nos deixam tempo para levar todos os projectos em frente. A família e o trabalho sobrepuseram-se aos projectos lúdicos”, mas acresce que “o Honda na garagem gritava todos os dias por ar fresco!”

Com os filhos mais velhos já crescidos, e com o mais novo a estudar Engenharia Mecânica, Paulo Ascensão confessa que tinha “chegado a altura de voltar a pôr os carros a andar. O Honda era o candidato ideal para esse regresso.”

Futuro nas pistas

Depois da estreia positiva em Vila Real, sem toques nem incidentes, o EG6 irá continuar a ser visto nos circuitos portugueses, pois “vai cumprir o restante calendário dos Legends, com mais duas provas em Setembro e Outubro”. Isto, porque o projecto pai e filho em Vila Real ficou em suspenso, devido a uma indisposição do filho Luís, “pois não tendo sido possível realizar as qualificações, para conhecer a pista e adaptar-se ao carro, optou-se por ser o pai a fazer ambas as corridas.”

Bem estimado, o Honda “macaense” apareceu no circuito transmontano com muita saúde e como se os vinte e cinco anos de inactividade não tivessem passado por si. “Esteve a ser revisto e actualizado, com tudo o que é obrigatório e carece de homologação, como por exemplo, o banco, os cintos, depósito combustível, extintor, etc. Foram feitas melhorias que nos anos noventa eram extremamente difíceis, pois a tecnologia à data não o permitia com facilidade, como por exemplo a afinação em tempo real em banco de potência. Essas melhorias pretendem trazer uma fiabilidade extra ao carro, que de si já é lendária. Contudo, é basicamente o mesmo carro que correu em Macau, com a mesma suspensão, travões, caixa de velocidade, escape, admissão, etc.”

O Honda nº38, que competiu com pneus semi-slicks como mandam as regras, e não slicks como em Macau, completou com êxito as duas corridas, em 7.º e 5.º lugar da Taça Legends 1600 do Campeonato de Portugal de Velocidade Legends.

Voltar a Macau

Paulo Ascensão não perdeu a esperança de um dia voltar a competir no Circuito da Guia, apesar de ter a noção que hoje em dia não é fácil conseguir uma vaga no programa do maior cartaz desportivo da RAEM. Esta experiência no actualmente único circuito urbano português trouxe-lhe à memória recordações do traçado da “Pérola do Oriente”.

“Vila Real trouxe de volta memórias de Macau, pois também é um circuito citadino. Não tem grandes escapatórias e os limites da pista são os rails”, realça o piloto que é residente de Macau. “Correr em Macau é algo único, é um circuito muito mais rápido, com uma zona baixa muito rápida, e depois uma zona superior com todos os SS, onde os limites do piloto e do carro são desafiados constantemente. As ultrapassagens em Macau são muito difíceis, e em Vila Real também. Macau tem uma zona rápida mais larga, mas por ser rápida é difícil ultrapassar. Por seu lado, Vila Real é mais apertada, mas com mais transições, sendo por isso mais propícia a ultrapassagens na saída das travagens.”

“O Honda ainda tem algumas referências a Macau, e foi muito bem recebido pelos outros concorrentes. Houve vários pilotos que questionaram sobre a sua proveniência e muitos referiram ambicionaram também correr em Macau. Embora seja um desafio deslocar máquinas e equipas, ainda mantemos o sonho de voltar a correr em Macau. Ambiciono, um dia, voltar e, quem sabe, levar mais três ou quatro pilotos nacionais para disputarem provas em Macau.”

23 Jul 2024

Couto volta às vitórias na Coreia do Sul

Os pilotos de Macau, André Couto e Charles Leong Hong Chio, viajaram no fim de semana até à Coreia do Sul, para a terceira jornada da temporada de 2024 do Lamborghini Super Trofeo Asia. No Inje Speedium, os dois pilotos do território voltaram a estar em evidência, com André Couto a vencer a sua categoria em ambas das corridas.

Localizado nas montanhas de Taebaek, na província de Gangwon, aproximadamente a 121 quilómetros a leste da capital sul-coreana, Seul, o Inje Speedium foi inaugurado em 2013. Desde então, o circuito tem acolhido regularmente uma série de competições regionais, com o seu traçado a proporcionar um desafio emocionante para os pilotos e corridas interessantes para os espectadores, emoldurado por uma paisagem pitoresca.

Os pilotos da RAEM destacaram-se logo na qualificação. André Couto marcou o segundo melhor tempo na Qualificação 1, ficando a duas décimas da pole-position, conquistada pelo neo-zelandês e campeão em título, Chris van der Drift. Já Charles Leong, o piloto da SJM Iron Lynx Theodore Racing fez o quarto melhor tempo da sessão.

Na tarde de sábado, André Couto fez um bom arranque e manteve sempre van der Drift sob pressão no seu turno de condução. Com a habitual troca de pilotos, e já com Fangping Chen ao volante, o Lamborghini Huracán Super Trofeo Evo 2 nº88 acabou por cair até ao sexto lugar. No entanto, a vantagem conquistada pelo piloto português na primeira metade da corrida foi o suficiente para a dupla da Madness Racing Team celebrar uma vitória na classe Pro-Am.

Charles Leong também teve razões para sorrir no sábado, pois fez uma boa corrida, tendo no seu turno de condução ganho uma posição. A japonesa Miki Koyama fez o que lhe competia na integra e subiu ao segundo lugar, por troca com Fangping Chen, vendo a bandeira de xadrez apenas atrás de van der Drift.

Para a segunda corrida do fim de semana, disputada no início da tarde de domingo e com os dois pilotos de Macau a assistirem das boxes à primeira parte da corrida, Koyama largou do segundo lugar, ao passo que Fangping Chen partiu de sétimo. A japonesa cumpriu o que se lhe pediu, mantendo-se sempre na pegada do primeiro classificado, no entanto, a dupla do carro patrocinado pela Theodore Racing caiu para o terceiro lugar da geral e da classe Pro já no final da contenda. No entanto, nas contas do campeonato, este conjunto de resultados, permitiu ao jovem duo subir para a primeira posição na classe Pro.

André Couto herdou o seu Lamborghini no oitavo lugar, mas Fangping Chen já liderava entre os carros inscritos na classe Pro-Am. Com o ex-campeão de Super GT, na classe GT300, aos comandos, o “touro” da equipa chinesa subiu três posições, terminando no quinto posto, e vencendo a corrida na sua classe. A dupla luso-chinesa está isolada na classificação da classe Pro-Am quando ainda faltam três eventos por realizar.

O troféu da prestigiada marca de automóveis de luxo italiana continua no próximo mês, com uma jornada dupla no emblemático circuito japonês de Fuji, no fim de semana de 17 e 18 de Agosto.

22 Jul 2024

GP | Preocupação e alívio no apuramento de Zhuzhou

O automobilismo local convergiu no pretérito fim de semana ao Circuito Internacional de Zhuzhou, na província de Hunan, para disputar as duas corridas que faltavam do Macau Road Sport Challenge que serviram para carimbar o passaporte para o 71.º Grande Prémio de Macau. Para os pilotos de matriz portuguesa, no que respeita aos resultados, o fim de semana esteve longe daquilo que nos habituaram, no entanto, veio com uma excelente notícia

No início do fim de semana, no Briefing de Pilotos, foi comunicado aos concorrentes que haverá em Novembro, no fim de semana do Grande Prémio, não uma, mas duas provas do Macau Road Sport Challenge, a exemplo de 2023. Quer isto dizer, que todos os pilotos que participaram nos dois eventos de qualificação para a grande corrida terão selado o apuramento, apesar de caber à Comissão Organizadora do evento a última palavra nesta matéria.

No que às corridas de Zhuzhou diz respeito, com Américo de Jesus a assumir o papel de Director de Corrida, dada a popularidade da competição que junta em pista os Toyota GR86 (ZN8) e os Subaru BRZ (ZD8), a Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) viu-se obrigada novamente a dividir por sorteio o pelotão em duas grelhas, o que determinou a realização de quatro corridas ao longo do fim de semana. O domínio foi claro e pertenceu aos pilotos de Hong Kong. Damon Chan venceu as duas corridas no Grupo A, ao passo que no Grupo B, Wong Chuck Pan e Jactin Chung dividiram os triunfos.

Suor e sofrimento

No Grupo A, Jerónimo Badaraco e Rui Valente tiveram outro fim de semana modesto para os resultados que já nos habituaram. No seu primeiro ano ao volante destes carros, “Noni” qualificou-se no 19.º lugar, um lugar pouco habitual para o vencedor da última edição da Taça ACP em 1999. Na primeira corrida, o piloto macaense fez prevalecer a sua experiência e rapidez para conquistar um 14.º lugar, para na segunda corrida voltar a subir lugares e a entrar pela primeira vez no top-10, uma posição que lhe daria por mérito um lugar para o Grande Prémio mesmo que houvesse só uma corrida.

Rui Valente teve um fim de semana penoso, debatendo-se com um motor “cansado” e com menos 20 cavalos que a concorrência, qualificando-se apenas no 22º lugar. Depois de uma primeira corrida vistosa, onde cortou a linha de meta no 11.º posto, uma penalização do Colégio de Comissários Desportivos, por alegadamente desrespeitar os limites de pista, atirou-o para o 20º lugar, posição de onde partiu para o segundo embate. Mesmo com um motor limitado e a aquecer durante a segunda corrida, Rui Valente lá conseguiu “arrancar a ferros” um honroso 15º lugar.

No Grupo B, Sabino Osório Lei e Célio Alves Dias, dois pilotos que também fizeram a sua estreia na categoria, tiveram prestações muito parecidas à primeira jornada. Já com o apuramento garantido desde o primeiro fim de semana e sempre com um andamento ao nível dos pilotos da frente, Sabino Osório obteve um sexto e um sétimo lugar. Continuando a ter dificuldades, Célio Alves Dias terminou em 20.º lugar na primeira corrida e em 15.º lugar no segundo confronto.

Final de contas

Contas feitas ao somatório dos dois fins-de-semana, na classificação oficiosa do cômputo dos dois grupos e das oito corridas realizadas no sinuoso traçado de Zhuzhou, Damon Chan foi o grande vencedor, seguido por Adrian Chung e Jactin Chung, todos eles pilotos de Hong Kong. Sabino Osório foi o 10.º classificado e o melhor piloto classificado da RAEM. Badaraco, Alves Dias e Valente foram respectivamente os 35.º, 39.º e 43.º classificados entre os cinquenta e oito participantes.

Estes resultados demostraram que para os pilotos do território há muito trabalho de casa a fazer nos próximos três meses se quiserem ombrear com os pilotos de Hong Kong e do Interior da China na corrida mais importante do ano. O 71.° Grande Prémio de Macau terá lugar de 14 a 17 de Novembro. O período de inscrições dos pilotos locais na prova deverá ser anunciado nas próximas semanas, sendo que as Listas de Inscritos oficiais dos participantes só deverão ser divulgadas ao grande público, como é tradição, no mês de Outubro.

9 Jul 2024

Spa | Presença macaense nas 24 Horas

Por estes dias, no coração das Ardenas belgas, ecoa com estrondo o roncar dos motores. No Circuit de Spa-Francorchamps, que os locais orgulhosamente consideram “le plus beau circuit du monde”, disputa-se a 100.ª edição das 24 Horas de Spa. Na boxe nº11, está a equipa de bandeira chinesa Uno Racing Team with Landgraf, cuja gestão desportiva do seu Mercedes AMG GT3 está a cargo do engenheiro macaense Duarte Alves

 

Figura conhecida do desporto na RAEM, Duarte Alves vai para a sua quinta prova de resistência este ano e “a minha terceira de 24 horas este ano”. Apesar da sua devida reputação, as 24 Horas do Dubai, as 12 Horas de Bathurst, as 12 Horas de Sepang e as 24 Horas de Fuji, não se comparam em estatura e estatuto às 24 Horas de Spa, que é hoje a maior corrida de GT3 do calendário mundial, com um impressionante pelotão de 66 carros de nove marcas. Estas provas “clássicas da endurance” têm sempre um gosto especial, tanto para os pilotos como para todos em que nelas trabalham.

“Uma prova de resistência é mais interessante, pois exige mais como engenheiro, em termos de planeamento e estratégia. Uma corrida de ‘sprint’ é muito mais simples”, explicou Duarte Alves ao HM, enquanto os técnicos da equipa preparavam o Mercedes-AMG para a participação no muito aclamado desfile que leva os carros do circuito até ao centro da cidade. “Por outro lado, uma corrida de 24 horas exige muito em termos físicos. É que não são só as 24 horas da corrida. Há o antes e o depois, e não dormir durante 38 horas não é fácil!”

Depois da experiência de 2023, em que a Uno Racing Team, com um Audi R8 LMS GT3 terminou no 37.º lugar da prova, Indy Dontje, David Pun, “Rio” e Kevin Tse perfazem o quarteto de pilotos da equipa para edição deste ano da prova. Desta vez, a equipa chinesa optou por não trazer o seu ‘staff’ para a prova belga, apostando numa parceria com a equipa alemã Landgraf que por sua vez fez questão de contar com os serviços de Duarte Alves, ele que este ano está a disputar o GT World Challenge Asia com a Craft-Bamboo Racing de Hong Kong.

“No ano passado, viajou a equipa toda de Zhuhai para esta prova, mas os vistos e as viagens tornam os custos proibitivos. Por outro lado, as equipas aqui na Europa conseguem sempre oferecer um preço muito mais competitivo”, esclareceu, acrescentando que a participação, seja em que moldes forem, é sempre “uma boa experiência”.

Diferenças continentais

Antes mesmo de exercer a profissão na Ásia, Duarte Alves começou a sua carreira no automobilismo na Europa, mais precisamente no Reino Unido, e depois nos Estados Unidos da América. Quase duas décadas depois desses tempos, o engenheiro e empresário de Macau continua a ver diferenças entre as equipas ocidentais e as asiáticas.

“Em termos operacionais, são muito diferentes”, explica, dando como exemplo “a quantidade de competições e de testes que justifica que as equipas europeias tenham pessoal a tempo inteiro, enquanto na Ásia, essa modalidade praticamente não existe, talvez excepto no Japão, onde a industria está mais desenvolvida”.

Outro factor significativo prende-se com a “logística na Europa continental também ajudar bastante. Na Ásia, as equipas não têm camiões para transportar equipamento e as viaturas, trabalha-se a partir de contentores durante a época toda.” Por isso mesmo, “na Europa, sem dúvida, que se está a um nível com exigências muito mais altas. É uma indústria com mais de cem anos, obviamente que está muito mais madura e consegue desenvolver mais talentos”.

Envolvido nas provas asiáticas desde 2009, Duarte Alves considera que “na Ásia, ainda se está longe de se conseguir desenvolver a indústria com profissionais a tempo inteiro, e por consequência, oferecer a experiência necessária para se conseguir trabalhar a um nível onde se possa exigir mais profissionalismo”. Apesar dessas discrepâncias, “nos últimos anos, as equipas asiáticas mais sérias têm crescido bastante”.

Limite da FIA faz sentido

Uma presença habitual no Grande Prémio de Macau, Duarte Alves compreende a imposição de um tecto máximo de 23 carros que a FIA impôs na Taça do Mundo de GT da FIA para a corrida de “sprint” do Circuito da Guia.

“Trata-se de uma Taça do Mundo, onde competem os melhores pilotos de GT3 do mundo”, relembra o engenheiro macaense. “Misturá-los com pilotos regionais ou outros com menos experiência, os quais podem ser até cinco segundos por volta mais lentos, não faz sentido. Até mesmo, por motivos de segurança.”

Dado que apenas os pilotos categorizados como “Gold” ou “Platinum” têm entrada directa na corrida de GT3 do território, Duarte Alves reconhece que, dados os números do ano passado, também não deverá ser fácil para a FIA “conseguir aceitar mais pilotos categorizados como ‘Silver’”, pilotos esses que estão dependentes do aval da Comissão de Selecção da corrida.

28 Jun 2024

FIA limita os GT a 23 carros no Grande Prémio

As inscrições estão abertas para a sétima edição da Taça do Mundo de GT da FIA, que será novamente realizada dentro do programa do Grande Prémio de Macau, cuja 71.ª edição se disputa de 14 a 17 de Novembro. A grande novidade é que a Federação Internacional do Automóvel (FIA) impôs um tecto ao número de inscritos.

O evento de “sprint” da categoria GT3, de formato de piloto único, do mundialmente famoso Circuito da Guia contará novamente com duas corridas – a de qualificação com 12 voltas e a final com 16 – que foram vencidas no ano passado pelo italo-suíço Raffaele Marciello (Mercedes-AMG GT3).

A edição deste ano não deverá ter muitas diferenças em relação às anteriores, mas a grelha de partida vai estar limitada a 23 concorrentes, um número que a FIA não justificou quando, na pretérita semana, fez o anúncio da abertura do período de inscrições, que termina no próximo dia 29 de Julho, e da criação de uma plataforma para o efeito. Este número pode ser considerado aquele que a FIA vê como o mais adequado para a realização em segurança das corridas, mas também estará relacionado com as limitações de espaço no paddock.

O valor da pré-inscrição na prova por carro é de 3,000 euros, cerca de 25,900 patacas, e o valor final da inscrição a pagar é de 11,500 euros, cerca de 99,400 patacas, um valor igual a 2023, e que terá que ser pago até ao dia 29 de Agosto. A lista oficial de inscritos tem que ser confirmada, o mais tardar, até ao dia 25 de Outubro. A prova irá atribuir novamente um título de pilotos e um título de construtores, sendo que este último está pendente da participação de pelo menos três marcas na prova.

Quantidade e qualidade em harmonia

No ano passado, a Audi, a BMW, a Mercedes-AMG, a Ferrari e a Porsche marcaram presença na prova, quase todas elas colocando os seus pilotos de fábrica em carros assistidos por equipas da região ou provenientes da Europa. A prova de Macau mantém-se a mais importante para os carros da classe FIA GT3 no continente asiático e, este ano, o número de construtores poderá aumentar com a chegada de outras marcas, dado o interesse mostrado pela Aston Martin, Lamborghini e Ford na prova do território.

Em comunicado, Marek Nawarecki, Director Sénior da Velocidade da FIA, disse que “o regresso da Taça do Mundo de GT da FIA a Macau no ano passado revelou-se uma grande história de sucesso. As regras do GT3 estão a tornar-se cada vez mais fortes, com praticamente todos os construtores premium não só presentes nesta classe, mas também a desenvolver novos carros. Portanto, para 2024, estamos ansiosos por um evento talvez ainda mais forte, com alguns dos melhores pilotos de GT do mundo na grelha de partida e, esperamos, ainda mais construtores representados.”

Segundo o Regulamento Desportivo provisório da prova, a exemplo do ano passado, serão distribuídos um máximo de 80,750 dólares norte-americanos, cerca de 650 mil patacas, em prémios monetários. Este documento também contempla que todos os carros participantes tenham que estar disponíveis para acções promocionais do dia 9 ao 11 de Novembro. É de recordar que a Exposição de Carros e Motos do Grande Prémio de Macau, na Praça do Tap Seac, tem sido uma aposta ganha da Comissão Organizadora do evento para abrir as hostilidades.

21 Jun 2024

Agente guineense em Macau quer apoiar futebolistas locais

O advogado guineense Taylor Gomes, primeiro agente em Macau certificado ao abrigo de novas regras da Federação Internacional de Futebol (FIFA), quer apoiar jogadores locais na “transição difícil” do futebol de formação para o profissional.

O novo Regulamento de Agentes de Futebol da FIFA (FFAR, na sigla inglesa), aprovado no final de 2022, foi para Taylor Gomes, advogado em Macau, uma oportunidade de regressar ao futebol.

Ligado à modalidade desde pequeno, o guineense, que vestiu a camisola de vários clubes de Macau, chegou mesmo a sonhar tornar-se profissional, mas o Direito acabou por levar a melhor.

Tornou-se recentemente no primeiro agente de futebol em Macau ao abrigo das novas regras da FIFA, que vieram regulamentar a actividade “de forma mais estrita e centralizar o licenciamento”, conta o advogado em entrevista à Lusa.

No passado, explica Taylor Gomes, os agentes registavam-se junto de associações ou federações e, de acordo com os requisitos dos países onde quisessem atuar, exercendo a profissão livremente. Agora, a FIFA é quem tem essa responsabilidade, sendo a certificação atribuída através de um exame ‘online’, que o advogado realizou em Maio.

“Anteriormente, eu teria de estar num mercado em que o futebol fosse mais desenvolvido, que não é a realidade de Macau (..). Não estando na Europa, não estando em nenhum desses países onde se faz mais transações, teria dificuldade de estar aí registado”, conta.

Mas se a ideia deste advogado era apoiar numa primeira fase os jovens de Macau a fazerem a transição para o universo profissional, a notícia sobre o licenciamento de Taylor, avançada esta semana pelo jornal de Macau Ponto Final e partilhada nas redes sociais, veio abrir outras portas.

O guineense diz que recebeu “contactos quase do mundo inteiro por força daquela notícia” e salienta solicitações de “jogadores a actuar em Portugal e Turquia, de origem africana”.

A Guiné-Bissau é um mercado a “explorar, com certeza”. Além dos contactos “mais avançados” terem partido de profissionais guineenses, Taylor Gomes já foi abordado por um projecto com academias daquele país africano “que quer ajudar jovens a dar o salto, normalmente para Portugal, a porta de entrada da maior parte dos guineenses na Europa”.

No que diz respeito a Macau, o agente nota que há formação “de alguma qualidade” no território, mas que o processo de transição é difícil. Ao contrário da Europa ou da América Latina, onde jogadores “de 14, 15 ou 16 anos já têm uma maturidade física e competitiva muito grande”, em Macau a evolução dos jovens “fica atrofiada” devido ao défice de nível competitivo.

“Quando vão estudar para fora com 18 anos, que já é tarde para o futebol na Europa, têm dificuldade em acompanhar o ritmo dos jogadores ou de colegas que já estão a competir há muito tempo e com um nível bastante elevado”, considera.

Mais-valias

Tendo como um dos objectivos locais apoiar jogadores “a darem o salto para a Europa”, a detenção do passaporte português pode ser “muito importante”. É que, por exemplo, a transição de um jogador de Macau para Portugal tem “limitações e entraves”.

“Um jogador que tenha passaporte chinês e que seja menor de idade pode ter dificuldades em ser inscrito em Portugal para campeonatos de camadas jovens. Isso é um aspecto primordial, porque os jogadores que saem de Macau nunca vão ser produtos acabados, são jogadores que vão para Portugal, que se quer que possam ir ainda em idade para integrarem as camadas de formação e aí evoluírem. E há limitações no que diz respeito à inscrição de estrangeiros, principalmente quando não acompanhados pelos pais”, indica.

Neste sentido, os detentores de passaporte português em Macau são um dos grupos prioritários do novo agente.

No entanto, para agenciar menores de idade, Taylor Gomes tem de completar uma formação adicional, estando ainda a aguardar que esta esteja disponível ‘online’.

17 Jun 2024