GP | Preocupação e alívio no apuramento de Zhuzhou

O automobilismo local convergiu no pretérito fim de semana ao Circuito Internacional de Zhuzhou, na província de Hunan, para disputar as duas corridas que faltavam do Macau Road Sport Challenge que serviram para carimbar o passaporte para o 71.º Grande Prémio de Macau. Para os pilotos de matriz portuguesa, no que respeita aos resultados, o fim de semana esteve longe daquilo que nos habituaram, no entanto, veio com uma excelente notícia

No início do fim de semana, no Briefing de Pilotos, foi comunicado aos concorrentes que haverá em Novembro, no fim de semana do Grande Prémio, não uma, mas duas provas do Macau Road Sport Challenge, a exemplo de 2023. Quer isto dizer, que todos os pilotos que participaram nos dois eventos de qualificação para a grande corrida terão selado o apuramento, apesar de caber à Comissão Organizadora do evento a última palavra nesta matéria.

No que às corridas de Zhuzhou diz respeito, com Américo de Jesus a assumir o papel de Director de Corrida, dada a popularidade da competição que junta em pista os Toyota GR86 (ZN8) e os Subaru BRZ (ZD8), a Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) viu-se obrigada novamente a dividir por sorteio o pelotão em duas grelhas, o que determinou a realização de quatro corridas ao longo do fim de semana. O domínio foi claro e pertenceu aos pilotos de Hong Kong. Damon Chan venceu as duas corridas no Grupo A, ao passo que no Grupo B, Wong Chuck Pan e Jactin Chung dividiram os triunfos.

Suor e sofrimento

No Grupo A, Jerónimo Badaraco e Rui Valente tiveram outro fim de semana modesto para os resultados que já nos habituaram. No seu primeiro ano ao volante destes carros, “Noni” qualificou-se no 19.º lugar, um lugar pouco habitual para o vencedor da última edição da Taça ACP em 1999. Na primeira corrida, o piloto macaense fez prevalecer a sua experiência e rapidez para conquistar um 14.º lugar, para na segunda corrida voltar a subir lugares e a entrar pela primeira vez no top-10, uma posição que lhe daria por mérito um lugar para o Grande Prémio mesmo que houvesse só uma corrida.

Rui Valente teve um fim de semana penoso, debatendo-se com um motor “cansado” e com menos 20 cavalos que a concorrência, qualificando-se apenas no 22º lugar. Depois de uma primeira corrida vistosa, onde cortou a linha de meta no 11.º posto, uma penalização do Colégio de Comissários Desportivos, por alegadamente desrespeitar os limites de pista, atirou-o para o 20º lugar, posição de onde partiu para o segundo embate. Mesmo com um motor limitado e a aquecer durante a segunda corrida, Rui Valente lá conseguiu “arrancar a ferros” um honroso 15º lugar.

No Grupo B, Sabino Osório Lei e Célio Alves Dias, dois pilotos que também fizeram a sua estreia na categoria, tiveram prestações muito parecidas à primeira jornada. Já com o apuramento garantido desde o primeiro fim de semana e sempre com um andamento ao nível dos pilotos da frente, Sabino Osório obteve um sexto e um sétimo lugar. Continuando a ter dificuldades, Célio Alves Dias terminou em 20.º lugar na primeira corrida e em 15.º lugar no segundo confronto.

Final de contas

Contas feitas ao somatório dos dois fins-de-semana, na classificação oficiosa do cômputo dos dois grupos e das oito corridas realizadas no sinuoso traçado de Zhuzhou, Damon Chan foi o grande vencedor, seguido por Adrian Chung e Jactin Chung, todos eles pilotos de Hong Kong. Sabino Osório foi o 10.º classificado e o melhor piloto classificado da RAEM. Badaraco, Alves Dias e Valente foram respectivamente os 35.º, 39.º e 43.º classificados entre os cinquenta e oito participantes.

Estes resultados demostraram que para os pilotos do território há muito trabalho de casa a fazer nos próximos três meses se quiserem ombrear com os pilotos de Hong Kong e do Interior da China na corrida mais importante do ano. O 71.° Grande Prémio de Macau terá lugar de 14 a 17 de Novembro. O período de inscrições dos pilotos locais na prova deverá ser anunciado nas próximas semanas, sendo que as Listas de Inscritos oficiais dos participantes só deverão ser divulgadas ao grande público, como é tradição, no mês de Outubro.

9 Jul 2024

Spa | Presença macaense nas 24 Horas

Por estes dias, no coração das Ardenas belgas, ecoa com estrondo o roncar dos motores. No Circuit de Spa-Francorchamps, que os locais orgulhosamente consideram “le plus beau circuit du monde”, disputa-se a 100.ª edição das 24 Horas de Spa. Na boxe nº11, está a equipa de bandeira chinesa Uno Racing Team with Landgraf, cuja gestão desportiva do seu Mercedes AMG GT3 está a cargo do engenheiro macaense Duarte Alves

 

Figura conhecida do desporto na RAEM, Duarte Alves vai para a sua quinta prova de resistência este ano e “a minha terceira de 24 horas este ano”. Apesar da sua devida reputação, as 24 Horas do Dubai, as 12 Horas de Bathurst, as 12 Horas de Sepang e as 24 Horas de Fuji, não se comparam em estatura e estatuto às 24 Horas de Spa, que é hoje a maior corrida de GT3 do calendário mundial, com um impressionante pelotão de 66 carros de nove marcas. Estas provas “clássicas da endurance” têm sempre um gosto especial, tanto para os pilotos como para todos em que nelas trabalham.

“Uma prova de resistência é mais interessante, pois exige mais como engenheiro, em termos de planeamento e estratégia. Uma corrida de ‘sprint’ é muito mais simples”, explicou Duarte Alves ao HM, enquanto os técnicos da equipa preparavam o Mercedes-AMG para a participação no muito aclamado desfile que leva os carros do circuito até ao centro da cidade. “Por outro lado, uma corrida de 24 horas exige muito em termos físicos. É que não são só as 24 horas da corrida. Há o antes e o depois, e não dormir durante 38 horas não é fácil!”

Depois da experiência de 2023, em que a Uno Racing Team, com um Audi R8 LMS GT3 terminou no 37.º lugar da prova, Indy Dontje, David Pun, “Rio” e Kevin Tse perfazem o quarteto de pilotos da equipa para edição deste ano da prova. Desta vez, a equipa chinesa optou por não trazer o seu ‘staff’ para a prova belga, apostando numa parceria com a equipa alemã Landgraf que por sua vez fez questão de contar com os serviços de Duarte Alves, ele que este ano está a disputar o GT World Challenge Asia com a Craft-Bamboo Racing de Hong Kong.

“No ano passado, viajou a equipa toda de Zhuhai para esta prova, mas os vistos e as viagens tornam os custos proibitivos. Por outro lado, as equipas aqui na Europa conseguem sempre oferecer um preço muito mais competitivo”, esclareceu, acrescentando que a participação, seja em que moldes forem, é sempre “uma boa experiência”.

Diferenças continentais

Antes mesmo de exercer a profissão na Ásia, Duarte Alves começou a sua carreira no automobilismo na Europa, mais precisamente no Reino Unido, e depois nos Estados Unidos da América. Quase duas décadas depois desses tempos, o engenheiro e empresário de Macau continua a ver diferenças entre as equipas ocidentais e as asiáticas.

“Em termos operacionais, são muito diferentes”, explica, dando como exemplo “a quantidade de competições e de testes que justifica que as equipas europeias tenham pessoal a tempo inteiro, enquanto na Ásia, essa modalidade praticamente não existe, talvez excepto no Japão, onde a industria está mais desenvolvida”.

Outro factor significativo prende-se com a “logística na Europa continental também ajudar bastante. Na Ásia, as equipas não têm camiões para transportar equipamento e as viaturas, trabalha-se a partir de contentores durante a época toda.” Por isso mesmo, “na Europa, sem dúvida, que se está a um nível com exigências muito mais altas. É uma indústria com mais de cem anos, obviamente que está muito mais madura e consegue desenvolver mais talentos”.

Envolvido nas provas asiáticas desde 2009, Duarte Alves considera que “na Ásia, ainda se está longe de se conseguir desenvolver a indústria com profissionais a tempo inteiro, e por consequência, oferecer a experiência necessária para se conseguir trabalhar a um nível onde se possa exigir mais profissionalismo”. Apesar dessas discrepâncias, “nos últimos anos, as equipas asiáticas mais sérias têm crescido bastante”.

Limite da FIA faz sentido

Uma presença habitual no Grande Prémio de Macau, Duarte Alves compreende a imposição de um tecto máximo de 23 carros que a FIA impôs na Taça do Mundo de GT da FIA para a corrida de “sprint” do Circuito da Guia.

“Trata-se de uma Taça do Mundo, onde competem os melhores pilotos de GT3 do mundo”, relembra o engenheiro macaense. “Misturá-los com pilotos regionais ou outros com menos experiência, os quais podem ser até cinco segundos por volta mais lentos, não faz sentido. Até mesmo, por motivos de segurança.”

Dado que apenas os pilotos categorizados como “Gold” ou “Platinum” têm entrada directa na corrida de GT3 do território, Duarte Alves reconhece que, dados os números do ano passado, também não deverá ser fácil para a FIA “conseguir aceitar mais pilotos categorizados como ‘Silver’”, pilotos esses que estão dependentes do aval da Comissão de Selecção da corrida.

28 Jun 2024

FIA limita os GT a 23 carros no Grande Prémio

As inscrições estão abertas para a sétima edição da Taça do Mundo de GT da FIA, que será novamente realizada dentro do programa do Grande Prémio de Macau, cuja 71.ª edição se disputa de 14 a 17 de Novembro. A grande novidade é que a Federação Internacional do Automóvel (FIA) impôs um tecto ao número de inscritos.

O evento de “sprint” da categoria GT3, de formato de piloto único, do mundialmente famoso Circuito da Guia contará novamente com duas corridas – a de qualificação com 12 voltas e a final com 16 – que foram vencidas no ano passado pelo italo-suíço Raffaele Marciello (Mercedes-AMG GT3).

A edição deste ano não deverá ter muitas diferenças em relação às anteriores, mas a grelha de partida vai estar limitada a 23 concorrentes, um número que a FIA não justificou quando, na pretérita semana, fez o anúncio da abertura do período de inscrições, que termina no próximo dia 29 de Julho, e da criação de uma plataforma para o efeito. Este número pode ser considerado aquele que a FIA vê como o mais adequado para a realização em segurança das corridas, mas também estará relacionado com as limitações de espaço no paddock.

O valor da pré-inscrição na prova por carro é de 3,000 euros, cerca de 25,900 patacas, e o valor final da inscrição a pagar é de 11,500 euros, cerca de 99,400 patacas, um valor igual a 2023, e que terá que ser pago até ao dia 29 de Agosto. A lista oficial de inscritos tem que ser confirmada, o mais tardar, até ao dia 25 de Outubro. A prova irá atribuir novamente um título de pilotos e um título de construtores, sendo que este último está pendente da participação de pelo menos três marcas na prova.

Quantidade e qualidade em harmonia

No ano passado, a Audi, a BMW, a Mercedes-AMG, a Ferrari e a Porsche marcaram presença na prova, quase todas elas colocando os seus pilotos de fábrica em carros assistidos por equipas da região ou provenientes da Europa. A prova de Macau mantém-se a mais importante para os carros da classe FIA GT3 no continente asiático e, este ano, o número de construtores poderá aumentar com a chegada de outras marcas, dado o interesse mostrado pela Aston Martin, Lamborghini e Ford na prova do território.

Em comunicado, Marek Nawarecki, Director Sénior da Velocidade da FIA, disse que “o regresso da Taça do Mundo de GT da FIA a Macau no ano passado revelou-se uma grande história de sucesso. As regras do GT3 estão a tornar-se cada vez mais fortes, com praticamente todos os construtores premium não só presentes nesta classe, mas também a desenvolver novos carros. Portanto, para 2024, estamos ansiosos por um evento talvez ainda mais forte, com alguns dos melhores pilotos de GT do mundo na grelha de partida e, esperamos, ainda mais construtores representados.”

Segundo o Regulamento Desportivo provisório da prova, a exemplo do ano passado, serão distribuídos um máximo de 80,750 dólares norte-americanos, cerca de 650 mil patacas, em prémios monetários. Este documento também contempla que todos os carros participantes tenham que estar disponíveis para acções promocionais do dia 9 ao 11 de Novembro. É de recordar que a Exposição de Carros e Motos do Grande Prémio de Macau, na Praça do Tap Seac, tem sido uma aposta ganha da Comissão Organizadora do evento para abrir as hostilidades.

21 Jun 2024

Agente guineense em Macau quer apoiar futebolistas locais

O advogado guineense Taylor Gomes, primeiro agente em Macau certificado ao abrigo de novas regras da Federação Internacional de Futebol (FIFA), quer apoiar jogadores locais na “transição difícil” do futebol de formação para o profissional.

O novo Regulamento de Agentes de Futebol da FIFA (FFAR, na sigla inglesa), aprovado no final de 2022, foi para Taylor Gomes, advogado em Macau, uma oportunidade de regressar ao futebol.

Ligado à modalidade desde pequeno, o guineense, que vestiu a camisola de vários clubes de Macau, chegou mesmo a sonhar tornar-se profissional, mas o Direito acabou por levar a melhor.

Tornou-se recentemente no primeiro agente de futebol em Macau ao abrigo das novas regras da FIFA, que vieram regulamentar a actividade “de forma mais estrita e centralizar o licenciamento”, conta o advogado em entrevista à Lusa.

No passado, explica Taylor Gomes, os agentes registavam-se junto de associações ou federações e, de acordo com os requisitos dos países onde quisessem atuar, exercendo a profissão livremente. Agora, a FIFA é quem tem essa responsabilidade, sendo a certificação atribuída através de um exame ‘online’, que o advogado realizou em Maio.

“Anteriormente, eu teria de estar num mercado em que o futebol fosse mais desenvolvido, que não é a realidade de Macau (..). Não estando na Europa, não estando em nenhum desses países onde se faz mais transações, teria dificuldade de estar aí registado”, conta.

Mas se a ideia deste advogado era apoiar numa primeira fase os jovens de Macau a fazerem a transição para o universo profissional, a notícia sobre o licenciamento de Taylor, avançada esta semana pelo jornal de Macau Ponto Final e partilhada nas redes sociais, veio abrir outras portas.

O guineense diz que recebeu “contactos quase do mundo inteiro por força daquela notícia” e salienta solicitações de “jogadores a actuar em Portugal e Turquia, de origem africana”.

A Guiné-Bissau é um mercado a “explorar, com certeza”. Além dos contactos “mais avançados” terem partido de profissionais guineenses, Taylor Gomes já foi abordado por um projecto com academias daquele país africano “que quer ajudar jovens a dar o salto, normalmente para Portugal, a porta de entrada da maior parte dos guineenses na Europa”.

No que diz respeito a Macau, o agente nota que há formação “de alguma qualidade” no território, mas que o processo de transição é difícil. Ao contrário da Europa ou da América Latina, onde jogadores “de 14, 15 ou 16 anos já têm uma maturidade física e competitiva muito grande”, em Macau a evolução dos jovens “fica atrofiada” devido ao défice de nível competitivo.

“Quando vão estudar para fora com 18 anos, que já é tarde para o futebol na Europa, têm dificuldade em acompanhar o ritmo dos jogadores ou de colegas que já estão a competir há muito tempo e com um nível bastante elevado”, considera.

Mais-valias

Tendo como um dos objectivos locais apoiar jogadores “a darem o salto para a Europa”, a detenção do passaporte português pode ser “muito importante”. É que, por exemplo, a transição de um jogador de Macau para Portugal tem “limitações e entraves”.

“Um jogador que tenha passaporte chinês e que seja menor de idade pode ter dificuldades em ser inscrito em Portugal para campeonatos de camadas jovens. Isso é um aspecto primordial, porque os jogadores que saem de Macau nunca vão ser produtos acabados, são jogadores que vão para Portugal, que se quer que possam ir ainda em idade para integrarem as camadas de formação e aí evoluírem. E há limitações no que diz respeito à inscrição de estrangeiros, principalmente quando não acompanhados pelos pais”, indica.

Neste sentido, os detentores de passaporte português em Macau são um dos grupos prioritários do novo agente.

No entanto, para agenciar menores de idade, Taylor Gomes tem de completar uma formação adicional, estando ainda a aguardar que esta esteja disponível ‘online’.

17 Jun 2024

GP | Fórmula Regional é bom para os pilotos portugueses

A controversa substituição operada pela Federação Internacional do Automóvel (FIA) na prova rainha de monolugares do Grande Prémio de Macau poderá permitir o regresso de pilotos portugueses ao Circuito da Guia. Essa é a convicção de César Campaniço, o único piloto com licença desportiva de Portugal que participou nas provas de F3, Turismo e GT do Grande Prémio de Macau

 

Desde que a GP3 Series deu lugar ao Campeonato de Fórmula 3 da FIA, em 2019, não houve qualquer piloto português a participar na competição sob a gestão da Formula One Management. Com custos mais baixos que a Fórmula 3, cujos orçamentos da Taça do Mundo de Fórmula 3 em Macau ultrapassavam com a facilidade o milhão e meio de patacas, a Fórmula Regional poderá novamente abrir a porta ao regresso de jovens pilotos portugueses ao mais antigo circuito citadino do continente asiático.

“Claramente a Fórmula Regional abre muito mais a porta à participação de pilotos portugueses do que a FIA F3”, referiu ao HM César Campaniço, ex-piloto profissional e actual consultor e ‘driver coach’ de vários projectos no automobilismo. “Por um lado, porque financeiramente é muito mais viável e por outro, porque na geração actual temos poucos pilotos nas fórmulas de formação ou nas provas de protótipos para poder encarar uma participação digna naquele que é o mais desafiador e bonito, na minha opinião, circuito citadino ‘natural’ do mundo”

O actual ‘driver coach’ do FPAK Junior Team, o projecto da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting para o lançamento de jovens pilotos na velocidade, recorda que “já nos meus anos de Fórmula 3, era a final mundial da categoria, pelo seu simbolismo e por ser disputada no final do ano, após o termino dos campeonatos nacionais e continentais da mesma.”

Candidatos que se perfilam

Depois da sua estreia no Circuito da Guia no ano passado, com um entusiasmante sexto lugar na corrida prova de Fórmula 4, o jovem piloto luso de Macau e actual campeão chinês de Fórmula 4, Tiago Rodrigues, já publicamente mostrou interesse em participar na prova do território, sendo que a sua participação dependerá dos apoios que conseguir reunir.

Campaniço dá outro exemplo de um compatriota que poderá marcar presença já na prova no mês de Novembro: “Neste momento temos o Ivan Domingues que está na FRECA (Formula Regional European Championship by Alpine) e tem feito a sua formação desde a F4 de maneira estruturada. Certamente poderá fazer muito boa figura neste grande evento.”

Nas trinta e oito passagens dos monolugares da Fórmula 3 pelo território, dez pilotos portugueses participaram na prova, tendo vencido três edições, uma por André Couto (2000) e duas por António Félix da Costa (2012 e 2016).

Manter a relevância

O ex-piloto lisboeta, que correu no Circuito da Guia de F3 em 2002 e 2003, acredita que o evento do território não irá perder a relevância internacional construída ao longo de sete décadas, “pois os pilotos de Fórmula 3 já treinam e correm de Fórmula Regional, porque é proibido treinar de Fórmula 3. Por isso mesmo, não me admiraria, que pela importância do evento e da pista que muitos deles, ainda ativos na Fórmula 3 deste ano, também considerassem participar na prova”.

Ciente do impacto destas mudanças, Campaniço realça que “Macau é um evento especial, apesar de na pandemia ter perdido um pouco a pujança, mas esta decisão penso que vai tornar o evento muito mais composto e competitivo a nível da categoria de Fórmula de topo que vai participar este ano.”

Apesar de ainda não ter sido anunciado oficialmente, a grelha de partida da primeira edição da Taça do Mundo de Fórmula Regional da FIA deverá utilizar os monolugares Tatuus T-318 (inicialmente chamados Tatuus F.3 T-318), equipados com motores Alfa Romeo preparados pela Autotecnica Motori, com 1742cc e 270 cavalos, habitualmente vistos a competir na Fórmula Regional do Médio Oriente. A grelha de partida deverá reunir entre 27 a 30 monolugares.

“Não nos podemos esquecer que a Fórmula Regional nasce como categoria de topo que se pode fazer a nível nacional ou regional”, esclarece Campaniço. “Aliás, o seu primeiro nome era mesmo F3 Regional. A F3 Internacional de hoje em dia é só para alguns e esses iriam chegar ao fim do ano sem dinheiro para correr em Macau ou com pouca vontade de investir mais do que as corridas que têm no calendário deles”.

O 71.° Grande Prémio de Macau terá lugar de 14 a 17 de Novembro e, de acordo com a Comissão Organizadora da prova, os preparativos para as provas estão a decorrer de forma ordenada.

Director da FIA deixa escapar o motivo

Entretanto, em declarações proferidas à revista inglesa Autosport, François Sicard, o Director de Operações e Estratégia de monolugares da FIA, levantou um pouco mais o véu sobre a saída da F3 da RAEM. “Não foi possível manter a F3 porque vamos mudar para a nova geração de carros em 2025, pelo que, por razões logísticas, não era possível ter os carros em Macau”, explicou o responsável francês, que acrescentou que “ao mesmo tempo, estávamos a questionar se ainda seria relevante manter a F3 em Macau.
Foi [em 2019 e 2023] apenas uma corrida extra adicionada ao Campeonato de F3 da FIA, o que não é a filosofia do evento de Macau”. A ideia da FIA é “recriar a ideia da (antiga) corrida de F3 – ter os melhores pilotos de todas as categorias juniores do mundo”, explicou à reputada publicação britânica. Sicard também revelou que “há dois anos, eu já queria fazer isso. Sabíamos que o conceito da F3, tal como é actualmente, era bom, mas faltava-nos algo. Esperamos ter pilotos de todas as regiões”. A ideia da FIA passa por fazer uma selecção dos melhores pilotos dos vários campeonatos regionais.

12 Jun 2024

Automobilismo | Pilotos de Macau sobem ao pódio na Austrália

Os pilotos de Macau, André Couto e Charles Leong Hon Chio, voltaram a estar em destaque na segunda jornada do troféu Lamborghini Super Trofeo Asia, com ambos a terminar no pódio das suas classes em ambas as corridas do programa. Couto chegou mesmo a vencer a sua classe no segundo embate do fim-de-semana

 

A competição monomarca asiática do prestigiado construtor automóvel italiano viajou até “down under”, para duas corridas no circuito The Bend Motorsport Park, em South Australia. Com temperaturas bastante amenas, os pilotos da RAEM deram muito boa conta de si. Leong realizou a sua segunda prova no troféu Lamborghini, obtendo resultados muito positivos, e Couto continuou a “levar ao colo” o melhor dos dois carros da equipa chinesa Madness Racing Team.

A corrida de sábado começou animada para os dois pilotos de Macau, depois de horas antes Leong se ter qualificado no segundo lugar e Couto em quarto. Nos primeiros metros da corrida, o piloto que largou da pole-position entrou em pião, gerando o caos no meio do pelotão. Leong desceu para terceiro e ficou sob ataque de Couto.

O mais experiente piloto de Macau precisou apenas de duas voltas para ultrapassar o jovem recruta da SJM Iron Lynx Theodore Racing, desembaraçando-se de seguida do carro que rodava à sua frente, algo que Leong replicou.
Couto deixou o Huracan Supertrofeo EVO2 no segundo lugar da geral antes da paragem obrigatória para troca de pilotos.

Contudo, o inexperiente Fangping Chen acabou por perder várias posições ao longo do seu turno de condução, caindo até ao quinto lugar, segundo da classe Pro-Am. Num dia bom para as cores da RAEM, Leong também subiu ao pódio, pois a japonesa Mini Koyama conseguiu conservar o terceiro lugar da classe Pro.

Vitória dominical

No domingo, como manda a regulamentação, tanto Leong como Couto assistiram do muro das boxes ao arranque dos seus respectivos companheiros de equipa para a segunda corrida de cinquenta minutos do fim de semana. Quando chegou a hora de assumirem as rédeas dos “touros” de Sant’Agata Bolognese, Leong era quinto e Couto décimo.

Com um andamento mais rápido que aquele demonstrado pelos seus companheiros de equipa, Leong levou o Lamborghini vermelho com o nº32 nas portas ao quarto lugar, o que lhe valeu o último lugar no pódio na classe Pro, enquanto que Couto, que fez uma recuperação ainda maior, viu a bandeira de xadrez no quinto posto, vencendo a classe Pro-Am.

Com estes resultados, Couto saiu, da pista dos arredores de Adelaide, destacado no primeiro lugar da classe Pro-Am. Por seu lado, Leong manteve o segundo lugar na classe Pro-Am. O Lamborghini Super Trofeo Asia prossegue no fim-de-semana de 20 e 21 de Julho, no circuito de Inje Speedium, na Coreia do Sul.

11 Jun 2024

GP | Gian Carlo Minardi concorda com o fim da F3 em Macau

O abrupto anúncio do fim da Taça do Mundo de Fórmula 3 da FIA do Grande Prémio de Macau, na passada semana, e a sua substituição pela Taça do Mundo de Fórmula Regional da FIA, gerou um leque variado de opiniões, e nem todas positivas, tanto em Macau como fora do território. Para Gian Carlo Minardo, que foi até Março passado o presidente da Comissão de Monolugares da FIA, esta foi a decisão correcta

 

A marca Fórmula 3 tem uma história com mais de quarenta anos que a liga a Macau, e sua inesperada troca – algo que foi falado durante alguns meses nos bastidores, mas nunca foi abordado publicamente – apanhou a grande maioria dos intervenientes de surpresa. Por outro lado, o nome da Fórmula Regional, para além de pouco atractivo, não diz muito até aqueles que acompanham o desporto de perto. Como tal, esta “troca” da FIA, em que 2023 assinou um contrato de três anos com as entidades de Macau para a organização no Circuito da Guia da Taça do Mundo de Fórmula 3, foi naturalmente vista como um “retrocesso”.

Gian Carlo Minardi apoia a medida da federação internacional, até porque “a actual Fórmula Regional, que começou por ser a Fórmula 3 Europeia e depois mudou de nome para não se confundir com a Fórmula 3 internacional, nasceu com as características da antiga Fórmula 3, aquela que corria no passado em Macau”, esclareceu o ex-proprietário da equipa Minardi da Fórmula 1 (hoje Visa Cash App RB F1 Team) quando questionado pelo HM.

O italiano, que deixou o seu cargo na FIA devido à falta de tempo para combinar o cargo com a gestão do circuito de Imola, é claro em dizer que a razão para os Fórmula 3 não viajarem até à RAEM se deve, acima de tudo, a razões de segurança.

“Hoje em dia, os actuais F3 Internacionais já não são adequados para aquele circuito em termos de peso e potência, pelo que a FIA, por razões de segurança, optou por uma fórmula mais adequada”, explicou, acrescentando que “devido à velocidade atingida na pista e às fracas escapatórias, o circuito de Macau continua a ser um circuito difícil”, sendo que por isso “concordo com a escolha da FIA”.

E porquê agora?

Estranhamente a questão se os actuais Fórmula 3 se adequam ou não ao Circuito da Guia, não se terá colocado em 2019 e em 2023, quando estes visitaram a RAEM, tendo inclusive sido executadas várias intervenções para que o circuito urbano de Macau pudesse em 2019 receber pela primeira vez o Grau 2 da FIA, requisito necessário para acolher estes monolugares.

Contudo, Gian Carlo Minardi, que só assumiu em Abril de 2022 a presidência da Comissão de Monolugares da FIA, comissão essa que conta com um membro de Macau, Sancho Chan, é assertivo a dizer que “a performance dos carros está a aumentar constantemente e certos circuitos, especialmente Macau, não conseguem melhorar as infra-estruturas”.

O italiano não compreende o porquê da critica ao fim da F3 nas ruas do território. “Penso que o problema não está a ser tratado correctamente”, salientando que “hoje a Fórmula Regional iguala, ou consegue fazer performances ainda melhores que a antiga F3 que tornou Macau famoso”, sendo que o mais “importante é manter a competição”.

No entanto, o italiano reconhece que “talvez em 2019 o problema não tenha sido bem avaliado, tornando-se um problema para mim correr com a F3 internacional em 2023.”

Outros dilemas

Mesmo se a Fórmula 3 tivesse continuado a competir em Macau, este ano seria problemático. O actual monolugar da Dallara está em fim de vida e prestes a ser descontinuado no final de 2024. Com o fabricante italiano focado na construção do novo carro, as equipas do Campeonato de Fórmula 3 da FIA já se debatem com a escassez de peças sobressalentes, algo que será mais notório com a aproximação do final da temporada e que seria um assunto especialmente delicado numa prova como o Grande Prémio em que a sua natureza requer um volume considerável de peças de substituição.

Por outro lado, em 2019, a Formula One Management ficou com os direitos da Fórmula 3, passando esta a ocupar o lugar da GP3. Contudo, o promotor do Campeonato de Fórmula 3 da FIA nunca actuou como co-organizador do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3, deixando a tarefa de promover o evento do território nas mãos da própria FIA, entidade que hoje não tem essa vocação. A dificuldade em preencher a grelha de partida na última edição da prova em Macau, com vários volantes a serem apenas confirmados em cima da hora e uma equipa a rejeitar mesmo viajar até ao Oriente, foi uma demonstração dessa inapetência.

31 Mai 2024

GP Macau: FIA anuncia que Formula Regional vai substitui a Fórmula 3

A Federação Internacional do Automóvel (FIA) anunciou na manhã de ontem que realizará a Taça do Mundo de Fórmula Regional no programa da 71ª edição do Grande Prémio de Macau. A competição, que na pirâmide das corridas de monolugares fica entre a Fórmula 4 e a Fórmula 3, vai ocupar o lugar no programa que pertencia à Fórmula 3.

Em 2023, a FIA assinou um contrato de três anos com as entidades de Macau para a realização da Taça do Mundo de Fórmula 3, mas este terá sido “transferido” para a Taça do Mundo da Fórmula Regional. A disciplina de monolugares que assentou arraiais em Macau pela primeira vez em 1983 e ajudou a tornar o Circuito da Guia célebre em todo o mundo, durante a pandemia foi substituída pela Fórmula 4. Todavia, a partir deste ano, a competição de monolugares da FIA realizada como parte do evento do território será reservada a carros da Formula Regional, “tornando o evento ainda mais acessível do que nunca, abrindo-o a um amplo leque de potenciais pilotos que competem a nível regional”, é possível ler no comunicado emitido pela própria federação internacional.

François Sicard, Diretor de Estratégia e Operações de Monolugares da FIA, justificou a razão da troca, como um ajuste a uma nova realidade e vê a Fórmula Regional como a categoria de monolugares que melhor se adequa ao evento de Macau. Isto, porque a própria natureza da Fórmula 3 de hoje, em nada se compara ao que em tempos foi esta disciplina de formação.

“Trazer os carros da Formula Regional para Macau para a Taça do Mundo da FIA é uma consequência natural da evolução do panorama das corridas monolugares juniores nos últimos anos e é um passo lógico na pirâmide”, disse o responsável da FIA e ex-Chefe de Equipa. “A corrida de Fórmula 3 de Macau construiu a sua reputação lendária como um evento que reunia os melhores pilotos jovens das competições nacionais de todo o mundo naquele que é o circuito citadino mais desafiante do mundo. A mudança para os carros da Formula Regional revive muito esse espírito e é uma solução ótpima a longo prazo para a competição de monolugares sancionada pela FIA em Macau.”

Lançada em 2018 na Ásia e nos EUA, na altura com o nome de F3 Regional, a Fórmula Regional faz a ponte entre várias as várias competições nacionais de Fórmula 4 e o Campeonato do Mundo de Formula 3 da FIA, que acompanha a Fórmula 1 vários eventos. Actualmente, existem cinco diferentes campeonatos de Fórmula Regional certificadas pela FIA a serem realizadas em todo o mundo – Américas, Europa, Japão, Médio Oriente e Oceânia – e, de acordo com dados da FIA, haverá aproximadamente 92 pilotos de Fórmula Regional a competir globalmente em 2024.

Todos os carros desta disciplina são construídos pela experiente Tatuus em Itália e usam diferentes motorizações, consoante o campeonato e a geografia do mesmo. Não foi revelado pela FIA que motorizações serão autorizadas a participar na prova do Circuito da Guia. O Grande Prémio de Macau disputa-se de 14 a 17 de Novembro.

23 Mai 2024

GP Macau | Betsy está viva e procura um novo lar

Chama-se “Betsy”. Foi o primeiro carro a liderar um Grande Prémio de Macau e é o único sobrevivente, que se conhece, dessa primeira edição (1954) do maior evento desportivo do seu território. O seu actual dono gostaria que voltasse um dia ao local onde foi feliz

 

Numa época em que os carros do dia-a-dia serviam também para fazer corridas, este Morgan Plus 4 (de quatro lugares), construído em Inglaterra em 1953, foi o carro com que Gordon John “Dinger” Bell, Director do Observatório Real de Hong Kong, correu no primeiro Grande Prémio de Macau. A sua participação foi curta e terminou com um acidente na Curva R, mas ninguém lhe retira o título de ter sido o primeiro líder daquela que se tornaria a mais célebre prova de automobilismo do Sudeste Asiático.

Julga-se que este será o único carro ainda existente da primeira edição do Grande Prémio de Macau, até porque o Triumph TR2 de Eduardo Carvalho que se encontra no Museu do Grande Prémio é uma réplica do carro original com que o português venceu a prova. Após o acidente em Macau, “Dinger” Bell continuou a conduzir o seu Morgan nas ruas de Hong Kong até ao final da década de 1950, tendo a viatura passado por várias mãos para, finalmente, em 1968, ser comprada – com o dinheiro do presente de casamento – por Dick e Carol Worrall, um casal inglês que tinha sido destacado para a força policial de Hong Kong.

Pelas mãos de Dick Worrall, também ele um entusiasta das corridas, “Betsy” regressaria ao Circuito da Guia por mais quatro ocasiões, a última delas em 1985, para participar na Corrida de Clássicos que fez parte do programa em algumas edições do evento. Aliás, só nesta última visita a Macau é que Dick Worrall conseguiu superar a volta mais rápida de “Dinger” de 1954. Também participou no primeiro rali de carros clássicos na República Popular da China em 1986 e teve um papel fulcral na fundação do Classic Car Club de Hong Kong (CCCHK), que ainda hoje perdura.

Dick Worrall recorda que “o Hong Kong Classic Car Club foi fundado porque, após a primeira corrida de sempre de carros clássicos no Circuito da Guia, realizada em 1978, para assinalar o 25.º aniversário do Grande Prémio, o ‘Clerk of the Course’, o senhor Phil Taylor, disse-me que incluiria mais eventos de automóveis clássicos se eu organizasse a grelha. Comecei então a contactar proprietários de automóveis antigos em Hong Kong e Macau, na altura tínhamos alguns membros portugueses e macaenses, e pouco tempo depois o CCCHK foi formado… tudo por causa da “Betsy”.

“Betsy” regressou ao Reino Unido com os seus proprietários em 1997, onde é bem conhecida nos círculos do clube Morgan local e continua a desempenhar um papel muito activo no meio.

A pensar no futuro

Orgulhoso do seu carro, Dick Worrall não esconde que gostaria que a “Betsy” um dia regressasse a este ponto do globo. “Um amigo meu do CCCHK está sempre a dizer-me que, quando chegar a altura de passar a propriedade do carro para outra pessoa – não falta muito tempo, pois faço 80 anos em breve – deveria pensar em pô-lo à venda em Hong Kong ou Macau”, referiu o britânico ao HM. “É um dos poucos carros antigos que ainda sobrevive e tem certamente uma história única ligada aos dois locais, o que lhe garantiria certamente um lugar muito especial em qualquer coleção de carros antigos da região”.

Apesar da afeção que sente pelo seu Morgan, Dick Worrall reconhece que “não há dúvidas que a “Betsy” estará por cá durante muito mais tempo do que eu e, por isso, considero-me apenas o seu ‘guardião atual’. Por isso, não posso deixar de pensar como seria bom se um dia ela regressasse a Hong Kong e Macau, onde passou tantos dos seus 70 anos. De facto, é lá onde ela pertence…”

Rapidez comprovada

Naquelas semanas que antecederam o mês de Outubro de 1954, Gordon John “Dinger” Bell preparou o seu Plus 4 para a corrida com tudo o que conseguiu arranjar para actualizar o motor, incluindo um colector de escape e carburadores duplos, que exigiram a aquisição de um novo capot para os cobrir que mandou fazer localmente em alumínio. Também removeu o pára-brisas e a estrutura do capot para poupar peso, bem como retirou a roda sobresselente.

Para a primeira edição do Grande Prémio, o Morgan qualificou-se em segundo lugar. Bell estava confiante de que era o mais rápido na secção sinuosa do circuito, mas o Austin-Healey 100/4 de Roger Pennels seria capaz de o ultrapassar nas longas rectas junto ao mar. Portanto, era imperativo passar rapidamente para o primeiro lugar, objectivo que conseguiu ao chegar à então Curva da Estátua (agora Curva Lisboa) à frente do restante pelotão de 15 concorrentes. Dito e feito.

A partir daí, “Dinger” imprimiu um ritmo forte, construiu uma boa vantagem e a volta mais rápida da corrida, dando-se ao luxo de acenar à sua equipa de boxes à velocidade “estonteante” de 145 km/h. Contudo, no final da quinta volta, ao contornar a Curva R, o cubo de roda dianteiro esquerdo traiu-o e a respectiva roda foi parar ao mar. Já o piloto, que foi atirado para fora do carro, e o Morgan ficaram a milímetros de terem caído à água. A “Betsy” precisou de um novo chassis mas o piloto inglês saiu miraculosamente intacto.

22 Mai 2024

Futebol | Estrelas portuguesas em Macau 22 anos depois

Antigas estrelas do futebol português jogaram ontem em Macau, 22 anos depois de a selecção, uma das favoritas para o Mundial2002, ter chegado para um estágio que mudou a imagem de Portugal na região chinesa.

Vítor Baía, Pauleta, Nuno Gomes e Luís Figo – acabado de conquistar a Liga dos Campeões pelo Real Madrid e um ano depois de ser o segundo português a vencer a Bola de Ouro, 35 anos depois de Eusébio – faziam parte dos convocados liderados por António Oliveira que participaram no Mundial realizado na Coreia do Sul e no Japão.

Joseph Tam Lao San era na altura um jovem jornalista da televisão pública de Macau, a TDM, e não perdeu a oportunidade de tirar uma foto com Figo. “Aquela era vista como a ‘geração de ouro’ de Portugal”, disse Tam. Dois anos e meio depois da administração de Macau ter passado para a China, em 20 de Dezembro de 1999, o sentimento da população em relação a Portugal ainda era misto. Mas a passagem da selecção ajudou a mudar mentalidades.

Joseph Tam não perdeu a oportunidade de mostrar a Figo a foto tirada há 22 anos. O antigo internacional português, de 51 anos, riu-se e não se fez rogado a autografar a imagem já meio amarelada.

“Trouxe-me mesmo boas memórias”, disse Tam, que actualmente continua a trabalhar na TDM, mas que nas duas décadas que passaram teve uma segunda vida, ligada precisamente ao futebol.

Tam foi o treinador que levou a equipa de futebol masculina de Macau – cuja estrela era o luso-sul-africano Nicholas Torrão – ao maior feito da sua história, a final da Taça da Solidariedade 2016, então a segunda principal competição para selecções da Ásia.

Jornalistas de Hong Kong, da China continental e até do Japão vieram a Macau para acompanhar ontem o jogo contra uma equipa do sul da China e, no sábado, um treino com jovens futebolistas de Macau.

Chui Man Hou, o pai de um deles, não perdeu um segundo do que se passava no treino, com uma camisola da seleção portuguesa ao ombro. “Ele só tem oito anos, é demasiado novo para saber quem são estes jogadores”, admitiu.

Mas Chui recorda-se bem de 2002, da vitória por 2-0 num amigável em Macau contra a China – que desde então não voltou a qualificar-se para um Mundial – e de acompanhar os jogos de Portugal nesse Mundial, em que acabou por não passar da fase de grupos, face às derrotas com Estados Unidos (3-2) e Coreia do Sul (1-0). Pelo meio, a equipa das ‘quinas’ ainda venceu a Polónia (4-0). “O meu preferido era o Figo”, disse.

Figo maduro

O antigo Bola de Ouro foi a grande estrela durante o jogo de ontem, marcando dois dos golos com que a equipa portuguesa venceu, por 11-4, para satisfação dos milhares de pessoas presentes no Macau Dome, muitas com camisolas e cachecóis de Portugal.

“Para nós, é uma alegria poder estar aqui, de volta a Macau, depois de tantos anos e podermos festejar com tanta gente local e também portuguesa”, disse Figo, referindo-se às comemorações dos 25 anos da transferência de soberania do território. Chui Sai On, o anterior líder do Governo, foi o convidado de honra do jogo de ontem.

20 Mai 2024

Competição de ginástica de trampolins este fim-de-semana

A Associação de Trampolins e Desportos Acrobáticos de Macau (ATDAM) organiza este fim-de-semana uma competição de ginástica de trampolins intitulada “Macau Trampoline Gymnastics Championship 2024”. O evento decorre amanhã e domingo na Escola Internacional de Macau (TIS, na sigla inglesa), sendo composto pelas competições nos escalões de infantis, iniciados, juvenis e juniores nos aparelhos de mini-trampolim e tumbling.

Está confirmada a presença de 103 ginastas de quatro escolas de Macau e de Hong Kong, nomeadamente a Escola Portuguesa de Macau, a Associação de Ginástica de Hong Kong, o Clube de Ginástica de Macau e a União Acro de Ginástica [Union Acro Gymnastics]. Semelhante competição foi organizada o ano passado, sendo que a ATDAM promove campeonatos desta modalidade deste 2014.

“Única oportunidade”

Ao HM, Nuno Fernandes, vice-presidente da associação, explica que a ATDAM foi criada para “promover, difundir e dirigir a ginástica de trampolins e os desportos acrobáticos na RAEM, já que a Associação de Ginástica Desportiva de Macau nada faz nesse sentido”.

Esta competição acabou por transformar-se “na única oportunidade para os ginastas de Macau competirem nesta modalidade”, sendo que “a adesão a esta competição tem sido excelente, sempre a rondar os 100 ginastas”. Nuno Fernandes destaca também que existe a vontade, por parte da ATDAM, de promover “o fomento da modalidade”, embora tenham de se deparar “com poucos espaços com condições para a sua prática”.

“Não seria difícil [encontrar esses espaços], mas não nos parece haver muita vontade. O caminho faz-se caminhando, e é com esse lema que temos vindo a observar o crescimento, lento, mas sólido, desta modalidade e dos seus aficcionados”, frisou.

A ATDAM pretende também promover “treinos regulares, workshops, provas interclubes e intercâmbios com colectividades congéneres”, além de estabelecer ligações com outros clubes da modalidade e ainda com a federação e demais entidades internacionais. Outro dos objectivos presente nos estatutos, prende-se com a vontade de representação da modalidade de trampolins e desportos acrobáticos “dentro e fora do território e junto das instâncias superiores e das entidades oficiais”.

16 Mai 2024

GP | Zhuzhou recebeu primeiras provas de apuramento

As provas de apuramento para o 71.º Grande Prémio de Macau, da competição de carros de Turismo organizada pela Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC), a Macau Roadsport Challenge, tiveram o seu início no pretérito fim de semana no Circuito Internacional de Zhuzhou

 

Apesar da distância às RAEs, a competição reuniu mais de sessenta pilotos inscritos, sendo apenas catorze da RAEM. Dada a popularidade da competição que junta em pista os Toyota GR86 (ZN8) e os Subaru BRZ (ZD8), a AAMC viu-se obrigada a dividir por sorteio o pelotão em duas grelhas, o que obrigou a realização de quatro corridas ao longo do fim de semana. Numa pista que era nova para a grande maioria dos pilotos e sob condições meteorológicas que não tornaram a vida fácil para pilotos e equipas, assistiram-se a quatro corridas muito animadas e que adiaram muitas decisões para a próxima e final jornada dupla a realizar em Julho.

No Grupo A ficaram colocados dois nomes portugueses bem conhecidos do automobilismo de Macau, Rui Valente e Jerónimo Badaraco, que este ano está a fazer a sua estreia nesta disciplina de carros de Turismo. Os dois veteranos pilotos do território tiveram qualificações modestas, 23.º e 27.º respectivamente, o que os colocou numa posição difícil para as corridas, pois é sabido que no meio do pelotão as lutas por posições são mais aguerridas e o risco de acidente muito maior.

Resolvidos alguns problemas de afinações encontrados na qualificação, Rui Valente conseguiu levar o seu BRZ ao 19.º lugar na primeira corrida e, com muito esforço e resistindo a alguns toques da concorrência, ao 14.º lugar no segundo confronto. O apuramento não está fácil para o piloto português que terá que entrar no Top-10 nas duas corridas de faltam. “Noni” também não ficou com a vida facilitada, pois aos comandos de um GR86 foi 23.º e 18.º classificado.

Neste grupo, Damon Chan de Hong Kong venceu as duas corridas, à frente de Adrian Chung, ao passo que Tse Ka Hing e Loo Long Yin dividiram os terceiros lugares.

Outros dois estreantes

No Grupo B encontraram-se dois pilotos macaenses que na época passada estiveram afastados das pistas e também eles fizeram a sua estreia na categoria este fim de semana: Célio Alves Dias e Sabino Osório Lei. Na qualificação, Sabino colocou o GR86 da equipa 778 Auto Sport num espectacular quinto lugar, enquanto Célio Alves Dias foi apenas o 21º no seu primeiro contacto com o GR86. A primeira corrida não correu bem a Sabino Osório Lei, que terminou no 14º lugar, mas um precioso terceiro lugar no segundo embate coloca-o com um pé dentro do Grande Prémio. Já Célio Alves Dias aplicou a sua experiência e escalou até ao 12º lugar na corrida de sábado, enquanto que na contenda de domingo viu a bandeira de xadrez no 18º posto, o que o obrigará a continuar a lutar por uma vaga.

Neste grupo, Chan Ka Ping – o piloto de Macau treinado por Filipe Souza – venceu a primeira corrida, terminando à frente do seu companheiro de equipa, Cheng Hoi Man, e Hu Zuoliang do Interior da China. Jactin Chung, de Hong Kong, triunfou na segunda prova, fazendo-se acompanhar no pódio por Chan e Sabino.

A segunda jornada dupla do Macau Roadsport Challenge, que será novamente disputada no traçado localizado na Província de Hunan, está marcada para o fim-de-semana de 6 a 7 de Julho. A 71ª edição do Grande Prémio de Macau decorrerá de 14 a 17 de Novembro.

14 Mai 2024

Couto e Leong brilham no Lamborghini Super Trofeo Asia

A temporada do Lamborghini Super Trofeo Asia, o troféu monomarca do construtor automóvel italiano no continente asiático, arrancou no Circuito Internacional de Sepang, com bons resultados para os dois representantes de Macau: André Couto venceu na sua classe por duas ocasiões e Charles Leong Hon Chio subiu ao pódio à geral por duas vezes

 

Quando no passado mês de Março participou, e venceu a classe GTC, nas 12 Horas de Sepang, Couto já sabia que tinha em cima da mesa uma proposta para disputar o troféu asiático da casa de Sant’Agata Bolognese pela Madness Racing Team. Aliás, antes mesmo da prova de resistência malaia, a equipa chinesa já tinha testado o piloto português no circuito de Fórmula 1 da Malásia e ficado positivamente impressionada com os tempos obtidos. Ver Couto ao lado de Fangping Chen no Huracan Super Trofeo EVO2 nº88 este fim de semana foi o culminar de um trabalho que tinha vindo a ser feito nos bastidores nas últimas semanas.

Quatro boxes mais a baixo no pitlane, estava outro piloto bem conhecido de Macau, Charles Leong Hong Chio, o vencedor da prova de Fórmula 4 do Grande Prémio em 2021 e 2022. Sem possibilidades para continuar a competir em monolugares, o jovem piloto há anos que ambicionava correr de carros de GT a tempo-inteiro. Eis que a oportunidade surgiu pelas mãos de Teddy Yip Jr, outra figura conhecida do automobilismo local e cujo pai em muito ajudou a administração portuguesa do território a impulsionar o Grande Prémio nos seus primórdios.

Apesar de já não ter a ligação à equipa Prema Racing na Europa, como em outros tempos, a Theodore Racing conservou a boa relação do passado, transpondo-a para uma nova fase com os novos donos da conhecida equipa italiana ao leme, a poderosa Iron Lynx. Pois bem, a equipa oficial da Lamborghini no mundial de resistência (WEC) e a Theodore Racing deram as mãos para competir no Lamborghini Super Trofeo Asia em 2024 e com isso Leong foi destacado para piloto da SJM Iron Lynx Theodore Racing. Não foi uma surpresa gigante, pois o piloto da RAEM competiu nos dois últimos anos com o apoio da Theodore Racing e na última edição do Grande Prémio conduziu um monolugar da Prema Racing na prova de F4.

Cada fim de semana do troféu inclui duas corridas de 50 minutos, cada uma com uma mudança de piloto, e existem quatro categorias: PRO, PRO-AM, AM e Lamborghini Cup. A exemplo dos congéneres europeu e norte-americanco, a máquina utilizada na competição asiática, igual para todos, é o Huracán Super Trofeo EVO2, equipado com um motor 5.2-litros V10 atmosférico, capaz de debitar 620 cv de potência.

Sábado de alegrias

Os dezoito “touros” presentes no circuito da periferia de Kuala Lumpur fizeram-se ao asfalto molhado na manhã de sábado para duas sessões de qualificação, sendo que a primeira corrida da temporada se realizou da parte da tarde, com a pista seca e a humidade brutal típica da região. Couto alinhou do quarto lugar da grelha de partida, ao passo que Leong colocou-se uma posição atrás para o arranque. Os primeiros metros da corrida foram dramáticos para Couto, que levou um ligeiro toque do coreano Brian Lee e foi embater no carro de Li Zhi Cong. Felizmente, nenhum carro ficou danificado, apenas Couto caiu cinco posições na classificação. O piloto luso teve então que correr atrás do prejuízo neste seu turno de condução, escalando posições paulatinamente com o decorrer da corrida, entregando o carro ao seu colega de equipa já no terceiro posto.

A segunda parte da corrida seria diferente, com Fangping Chen a não conseguir manter o ritmo, perdendo duas posições à geral. Contudo, quando foi mostrada a bandeira de xadrez, Couto e Chen tinham razões para celebrar com este quinto lugar, ao terminarem como vencedores da categoria PRO-AM. Igualmente, com motivos para sorrir estava Leong, que terminou no segundo lugar. O piloto de Macau teve um arranque menos atribulado, e com a sua regularidade habitual andou sempre nos três primeiros lugares. Depois, a japonesa Miki Koyama, com quem partilha o Lamborghini, ainda foi buscar mais uma posição, conquistando um merecido segundo lugar à geral e na categoria PRO.

Domingo de consolidação

Os resultados de sábado repetiram-se no domingo. Desta vez Couto e Leong tiveram que aguardar que os seus companheiros de equipa terminassem os seus turnos de condução para conduzirem e ambos os pilotos de Macau foram decisivos. Couto pegou no carro nº88 da Madness Racing Team e subiu do 11º lugar até ao sexto posto, o suficiente para triunfar novamente na classe PRO-AM. Já Leong herdou o carro no quarto posto e ultrapassou dois adversários rumo ao segundo lugar final.

5 Mai 2024

GP Karting | IAME quer voltar a colocar evento de Macau no mapa

O Grande Prémio Internacional de Karting de Macau vai realizar-se no fim de semana de 7 e 8 de Dezembro e terá como principal novidade o facto de acolher pela primeira vez a final asiática da competição promovida pelo reconhecido construtor italiano de motores para karting, a IAME

 

A oportunidade de fazer parte de um dos maiores fins-de-semana da modalidade no sudeste asiático não foi desperdiçada pela organização, sediada em Singapura, da ‘IAME Series Asia’. “A oportunidade surgiu quando soubemos que o Asian Karting Open Championship (AKOC) já não fazia parte do Grande Prémio Internacional de Karting de Macau”, explicou Daniel Ling, o responsável pelo marketing da ‘IAME Series Asia’, ao HM. “Como Macau tem uma história rica em desportos motorizados, sempre quisemos fazer parte do evento e, através da IAME, contactámos a AAMC [Associação Geral Automóvel de Macau-China], que é a ADN [Autoridade Desportiva Nacional] de Macau.”

O evento que será colocado de pé no Kartódromo de Colone – inaugurado nos anos da administração portuguesa do território e que ainda hoje é uma das infraestrutura de referência do sudeste asiático – vai ser a ‘IAME Asia Final’, reunindo na RAEM os vários participantes da competição asiática ‘IAME Series Asia’ que tem duas provas na Tailândia e quatro na Malásia esta temporada, um evento que coloca frente a frente pilotos provenientes dos primeiros lugares das classificações da IAME Series e eventos IAME realizados em todo o mundo. A IAME é distribuída nos cinco continentes e os motores IAME vão para as pistas em mais de cinquenta países.

Criar sinergias

A organização singapurense quer criar sinergias com as entidades do território e ajudar a colocar novamente no mapa-mundo o Grande Prémio Internacional de Karting de Macau, um evento que há doze anos acolheu uma Taça do Mundo da CIK-FIA. Para isso, os organizadores a ‘IAME Series Asia’ querem aproveitar o “know-how” e a experiência das gentes de Macau em colocar de pé grandes eventos.

“Partilhando a mesma missão e visão da AAMC, queremos aproveitar a força da AAMC juntamente com a ‘IAME Asia Final’”, explica Daniel Ling. “O objectivo final da parceria é simples: fazer do Grande Prémio de Karting de Macau com a ‘IAME Asia Final’ 2024 o maior evento de karting profissional com motor de uma só marca na Ásia, rivalizando até com os melhores eventos na Europa, bem como ser de facto o evento de referência nos próximos anos.”

Aposta internacional

A prova não será apenas restrita aos pilotos da ‘IAME Series Asia’, como também estará aberta a pilotos de todas as proveniências. Nesta altura, ainda não é sabido se existirão ajudas de custos para os pilotos vindos de outros continentes, mas é possível a presença de concorrentes de outras paragens, pois a organização aposta num regulamento internacional.

“Sob a égide do Grande Prémio Internacional de Karting de Macau, as classes da ‘IAME Asia Final’ serão reguladas pelos regulamentos internacionais da ‘IAME Series Asia’. Desta forma, os regulamentos não são apenas partilhados entre os países do sudeste asiático, mas também com todos os outros países em todo o mundo que têm provas da IAME Series. Estes regulamentos estão disponíveis em inglês e são do conhecimento de todos os pilotos. Como tal, irá encorajar ainda mais a participação de todos os outros pilotos internacionais – do Médio Oriente, Europa, Austrália e Américas.”

A promoção do evento será também feita no estrangeiro, principalmente junto da comunidade das competições da IAME. “O evento será promovido através do portal oficial da IAME Motorsport e beneficiará todas as partes envolvidas nos programas da IAME a nível mundial. Por outro lado, a IAME promoverá o evento através dos seus canais nas redes sociais e canais de comunicação dedicados a todos os países que acolhem uma série IAME, nos canais oficiais da IAME e através de todas as redes de distribuidores IAME”, salienta Daniel Ling.

Entretanto, o Campeonato da China de Karting (CKC), que começa no último fim de semana de Abril em Pequim, regressa ao Kartódromo de Coloane no fim de semana de 15 e 16 de Junho, tendo a AAMC alterado o calendário do Campeonato de Karting de Macau para coincidir com a visita da caravana do Interior da China a Macau.

3 Mai 2024

China | Criadas regras para jogos de futebol internacionais para evitar “publicidade enganosa”

A Associação de Futebol da China (CFA) publicou ontem regulamentos mais rigorosos para a organização de jogos internacionais no país, na sequência do descontentamento entre os adeptos chineses suscitados pelos casos de Lionel Messi e Cristiano Ronaldo.

Os novos regulamentos, que visam acabar com a “desorganização e a publicidade enganosa”, obrigam os organizadores a divulgarem publicamente as condições de participação dos jogadores utilizados como chamariz, antes da venda dos bilhetes.

As regras proíbem também os organizadores de prepararem e participarem em jogos internacionais sem autorização da CFA e punem os infractores com a proibição de registar eventos semelhantes durante, pelo menos, dois anos. Os regulamentos estabelecem igualmente requisitos mais rigorosos no que se refere à apresentação da documentação pré – evento.

Os organizadores devem agora apresentar com 80 e 60 dias de antecedência os planos dos eventos, as confirmações da FIFA, os acordos com equipas estrangeiras e as listas do pessoal estrangeiro envolvido. A CFA também baniu a publicidade que confirme o jogo antes da aprovação do organismo internacional e exigiu que os organizadores melhorem as condições de venda de bilhetes.

Lesões e desilusões

Em Novembro, a digressão do clube norte-americano Inter Miami na China, que contava com a presença do argentino Messi e dos espanhóis Sergio Busquets e Jordi Alba, entre outros jogadores de renome internacional, foi cancelada apenas quatro dias antes do primeiro jogo no país.

Mais recentemente, em Fevereiro, a presença de Messi e do uruguaio Luis Suárez foi anunciada para outro amigável do Inter Miami em Hong Kong, mas nenhum dos jogadores entrou em campo devido a lesão, provocando a ira dos adeptos.

Em Janeiro, o jogo que o Al-Nassr, da Arábia Saudita, iria disputar na cidade de Shenzhen, no sul da China, com a presença de Cristiano Ronaldo, também foi cancelado devido à lesão do craque português nos dias que antecederam o encontro.

Após a publicação dos novos regulamentos, os utilizadores da rede social Weibo rapidamente apelidaram as regras de “Cláusula Messi”, em referência à ausência do vencedor do Campeonato do Mundo no amigável na antiga colónia britânica.

25 Abr 2024

Chineses dominam finais da ITTF Taça Mundial de ténis de mesa

O veterano Ma Long e a campeã mundial e líder da classificação feminina Sun Yingsha venceram as finais da ITTF Taça Mundial de Macau 2024, dominadas por jogadores da China. No domingo, Ma Long, número quatro do mundo, esteve a perder for 3-0, mas venceu os quatro parciais para derrotar o oitavo do ‘ranking’ da ITTF, Lin Gaoyuan, por 4-3 em uma hora e três minutos.

Ma Ling, de 35 anos, conquistou assim a terceira Taça Mundial, a juntar a um currículo que inclui duas medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de 2016 e 2020 e três títulos mundiais, em 2015, 2017 e 2019. Horas antes, a segunda da classificação mundial, Wang Manyu, esteve a vencer por 3-1, mas Sun Yingsha acabou por confirmar o favoritismo e ganhar por 4-3 em uma hora e 27 minutos.

Com o triunfo de Sun Yingsha, a China conquistou 24 das 25 edições da taça mundial na competição feminina desde que o torneio arrancou, em 1996, na vizinha região de Hong Kong.

Regresso em pleno

A ITTF Taça Mundial de Macau 2024 voltou a realizar-se depois de um interregno de três anos causado pela pandemia da covid-19, com prémios monetários num total de um milhão de dólares. O torneio trouxe a Macau 96 jogadores, incluindo o campeão mundial Fan Zhendong, o líder do ‘ranking’ da ITTF Wang Chuqin e quatro portugueses: Marcos Freitas, Tiago Apolónia, João Geraldo e Fu Yu.

O número um português Marcos Freitas foi eliminado nos oitavos de final pelo japonês Tomokazu Harimoto, nono do mundo, enquanto Tiago Apolónia, João Geraldo e Fu Yu foram afastados na fase de grupos. Em Fevereiro, durante o Mundial por equipas, a seleção masculina de ténis de mesa, composta por Marcos Freitas, Tiago Apolónia, João Geraldo, Diogo Carvalho e João Monteiro, qualificou-se para os Jogos Olímpicos de Paris.

Além da vaga por equipas, que será composta por três jogadores, Portugal tem também assegurada a presença no torneio individual dos dois portugueses que tiverem o melhor ranking mundial a 18 de Junho.

23 Abr 2024

GT Asia | André Couto estreou-se com equipa de Macau

Foto de Chi Wai

André Couto regressou ao Fanatec GT World Challenge Asia by AWS na prova de abertura do maior campeonato de carros GT3 da Ásia, que se disputou no Circuito Internacional de Sepang, na Malásia. Não foi um fim de semana fácil para o piloto português de Macau, mas mesmo assim deixou boas indicações na sua estreia pela equipa Elegante Racing Team.

Sem ambições para lutar pelas primeiras posições da geral, ao volante de um Mercedes-AMG GT3, que partilhou com o dono do carro, o também piloto de Macau, Liu Lic Ka, André Couto esteve concentrado no que podia fazer na nova classe Silver-Am. Na manhã de sábado, Liu Lic Ka qualificou-se na 29.º posição para a primeira corrida, corrida essa que foi disputada em condições atmosféricas muito adversas e, que devido à chuva que se abateu na pista malaia, se iniciou uma hora mais tarde.

Numa corrida que não foi fácil para nenhum dos pilotos, onde metade dos carros arrancou com pneus slicks e a outra metade com pneus de chuva, a dupla da RAEM manteve-se longe das confusões, levando a bom porto a sua missão, obtendo a 20.ª posição da geral num pelotão de 33 carros e sexto entre os concorrentes da nova classe Silver-Am que contou com uma dúzia de participantes.

Traído pelo escape

Para a segunda corrida, no domingo, o Mercedes-AMG GT3 cor-de-laranja alinhou-se na grelha de partida no 21.º lugar. Aproveitando o balanço da partida lançada, Couto saiu que nem uma flecha, galgando posições até à primeira curva. Contudo, este bom arranque acabou por ser inconsequente, porque o escape do carro alemão resolveu não colaborar.

“Logo no arranque, ainda na primeira volta, o escape partiu e fechou de um lado. Perdi potência do motor, o que foi pena que até tinha feito um bom arranque. Depois da primeira e da segunda curva já estava ali junto aos dez primeiros, mas nessa mesma volta o motor deixou de dar toda a potência e fui outra vez passado praticamente por quase todos”, explicou Couto ao HM.

Apesar das dificuldades inerentes e perfeitamente audíveis de ter o escape danificado, Couto ainda conseguiu completar o seu turno de condução. No entanto, a presença de Liu Lic Ka em pista foi curta. Pouco depois de se sentar aos comandos do seu carro, o veterano piloto de carros de Turismo perdeu o controlo do Mercedes-AMG e bateu num dos muros de protecção.

Sentimento positivo

O resultado final do fim de semana não foi certamente aquele que André Couto gostaria, mas o piloto do território estava ciente das dificuldades quando aceitou este convite de última hora e saiu do circuito dos arredores de Kuala Lumpur satisfeito com a evolução da equipa.

“Claramente que o fim de semana poderia ter corrido muito melhor”, afirmou Couto, acrescentando que na segunda corrida “estava com esperanças de fazer muito melhor, mas não deu. Fiz um bom arranque, e depois de estar nos dez primeiros, com muita luta, era possível ficar por ali naquelas posições durante a minha meia hora de condução. Depois o Alex bateu e acabamos por desistir.”

Num pelotão que tem várias equipas apoiadas pelos grandes construtores, a pequena estrutura privada da Elegant Racing Team deu os seus primeiros passos ao mais alto nível das corridas de GT. “Na primeira corrida, o carro não estava assim tão muito bom. Há ainda algumas coisas a fazer, mas foi uma muito boa experiência. A equipa é nova e a malta não tem muita experiência nos GT3. Deu para afinar e também aprender, a ver se para próxima conseguimos fazer melhor e a ver nos entregam um carro ainda mais competitivo”.

A próxima prova do GT World Challenge Asia decorre no fim de semana de 11 e 12 de Maio em Buriram, na Tailândia. Porém, para André Couto, o regresso às pistas até poderá acontecer mais cedo e novamente no antigo palco do Grande Prémio da Malásia de Fórmula 1.

22 Abr 2024

Marcos Freitas eliminado da ITTF Taça Mundial de ténis de mesa em Macau

O número um português Marcos Freitas foi ontem eliminado da ITTF Taça Mundial de ténis de mesa em Macau, ao perder nos oitavos de final face ao japonês Tomokazu Harimoto, nono do mundo. Harimoto começou melhor e venceu confortavelmente os dois primeiros parciais, por 11-6 e 11-7, frente ao 17.º do ranking da ITTF. “Não entrei bem nos dois primeiros sets.

Mas depois consegui arranjar forças e táctica para voltar ao 2-2”, disse o madeirense à Lusa, no final da partida.
Marcos Freitas conquistou os parciais seguintes, por duplo 11-9, para empatar a partida. No entanto, o japonês foi mais forte na recta final, vencendo os dois parciais decisivos, por 11-7 e 11-6, e fechando o encontro em 4-2, após 51 minutos.

“Falhei um bocadinho na questão táctica, da recepção. Já sabia que era um jogador muito bom, muito difícil”, lamentou o jogador luso, referindo-se ainda a Tomokazu Harimoto.

Na fase de grupos, Marcos Freitas tinha vencido o nigeriano Quadri Aruna (19.º do mundo), antigo jogador do Sporting, por 3-1, após vitória por 4-0 face a Daniel González (88.º do ranking), de Porto Rico. Freitas era o último português em prova, após a eliminação de Tiago Apolónia, João Geraldo e Fu Yu na fase de grupos. Cada um dos 32 grupos tinha três jogadores, que jogaram uma vez entre si, com o vencedor do grupo a passar às eliminatórias.

Aquecimento para Paris

A ITTF Taça Mundial de Macau 2024, que está a decorrer até 21 de Abril, reúne 96 jogadores, incluindo o campeão mundial Fan Zhendong, o líder do ranking da ITTF Wang Chuqin e a campeã e líder do ranking feminino Sun Yingsha. “Acaba por ser uma boa prestação, os oitavos de final. Estão aqui os melhores do mundo e foi um bom teste para os Jogos Olímpicos”, disse Marcos Freitas.

Em Fevereiro, durante o Mundial por equipas, a selecção masculina de ténis de mesa, composta por Marcos Freitas, Tiago Apolónia, João Geraldo, Diogo Carvalho e João Monteiro, qualificou-se para os Jogos.

Além da vaga por equipas, que será composta por três jogadores, Portugal tem também assegurada a presença no torneio individual dos dois portugueses que tiverem o melhor ranking mundial em 18 de Junho. Marcos Freitas disse que tem como objectivo entrar no grupo dos oito cabeças de série na competição individual masculina nos Jogos Olímpicos, para ter um adversário teoricamente mais fácil na primeira ronda.

19 Abr 2024

GT3 | Couto regressa ao maior campeonato GT3 da Ásia

André Couto vai regressar em 2024 ao maior campeonato asiático de carros da categoria GT3, o Fanatec GT World Challenge Asia by AWS, após uma chamada de última hora para conduzir o Mercedes-AMG GT3 da equipa Elegant Racing Team, ao lado de outro piloto do território, Alex Liu Lic Ka. A primeira prova é já este fim de semana no Circuito Internacional de Sepang na Malásia.

No final da temporada passada, Couto estava confiante que após uma boa época de regresso ao TCR China ia continuar esta época ao serviço da equipa oficial da Dongfeng Honda. Os resultados do piloto português de Macau tinham sido bons e Couto estava convicto que poderia mesmo lutar pelo título, até porque o objectivo da marca era vencer o TCR China. Contudo, num volte-face inesperado, depois das festividades do Ano Novo Lunar, a Dongfeng Honda decidiu parar com o projecto e Couto viu-se novamente sem volante para a nova temporada.

Enquanto testava novos pneus para a Fórmula 4 no circuito de Sepang, na Malásia, Couto recebeu um convite para testar o Lamborghini Huracan SuperTrofeo EVO2 da Madness Racing Team. Após um teste em que terá impressionado a equipa chinesa, Couto guiou o mesmo carro nas 12 Horas de Sepang, no mês passado, ajudando a equipa a triunfar na categoria GTC na “clássica de resistência” malaia.

Uma nova oportunidade para testar em Sepang, desta vez o Mercedes-AMG GT3 de Alex Lui, transformou-se num regresso aos carros da categoria GT3, algo que Couto já não guiava desde a pré-temporada de 2020 em que era um dos pilotos da JLOC, a equipa oficial da Lamborghini no Japão. Também será um regresso ao GT World Challenge Asia, onde correu parcialmente em 2019 com a equipa chinesa TSRT.

De treinador a piloto

A ideia inicial, passava por Couto assumir a posição de “driver coach” de Alex Lui durante a temporada, quando surgiu o convite para correr no carro germânico do piloto da RAEM. Depois de dois testes, de dois dias cada, o vencedor do Grande Prémio de Macau de 2000 e ex-campeão da classe GT300 do Super GT está bastante satisfeito por voltar à ribalta.

“Quero divertir-me, voltar a correr num GT3 e fazer o melhor que posso e sei. Já não corro num GT3 há quatro anos e estou muito contente para voltar a estar nesta grelha de partida altamente competitiva. Este é também um reconhecimento de todo o trabalho que fiz no passado”, contou Couto ao HM.

Fazendo parte de uma grelha de partida com trinta e três carros, que conta com as maiores e melhores equipas da região, e vários pilotos de fábrica provenientes da Europa, para defender as cores dos oito construtores de automóveis representados, Couto reconhece que não será fácil lutar pelas posições de destaque estando inserido numa estrutura relativamente pequena e inexperiente a este nível das provas de GT. Contudo, o piloto português de Macau está motivado e sabe que pode contribuir, com sua experiência e rapidez, para evolução do seu companheiro de equipa.

“Tenho a noção que temos um grande desafio pela frente, mas o meu objectivo número um passa por tornar o Alex mais rápido e puxar pela equipa, e acima de tudo quero desfrutar desta oportunidade”, afirmou Couto que vai também somar pontos para a nova categoria Silver-Am, que conta com 12 participantes.

Com as duas qualificações na manhã sábado, a primeira corrida, de 60 minutos e uma paragem nas boxes obrigatória, do campeonato organizado pelo SRO Motorsport Group, está agendada para a tarde de sábado, terminando o fim de semana com uma corrida de igual duração na manhã de domingo.

17 Abr 2024

Fórmula 1 | Planos para circuito em Guangzhou geram expectativas

A notícia foi recebida com alguma surpresa na semana passada: Guangzhou prepara-se para ter o seu próprio circuito de Fórmula 1. Numa altura em que o “Grande Circo” vive uma fase pujante em termos comerciais, o projecto poderá fazer da capital da província de Guangdong o local perfeito para essa segunda corrida de Fórmula 1 no Interior da China

 

Em vésperas do regresso do Grande Prémio da China de Fórmula 1, em Xangai, os responsáveis da cidade de Guangzhou anunciaram a construção de um circuito de Grau 1 da FIA, capaz de acolher corridas da disciplina rainha do automobilismo. Uma vez concluído, o circuito tornar-se-á o segundo circuito de Fórmula 1 na China. O primeiro, em Xangai, foi inaugurado em 2004, pois o Circuito Internacional Zhuhai, o primeiro circuito permanente chinês e idealizado para receber a Fórmula 1, nunca recebeu a homologação máxima da FIA.

A futura pista de Guangzhou – que incluirá um parque desportivo pensado para actividades ligadas aos desportos motorizado – necessita de um investimento de 20 mil milhões de yuan. A proposta foi anunciada no âmbito do recentemente publicado Plano de Projectos de Construção Chave da Província de Guangdong para 2024, que inclui mais de mil e quinhentos projectos provinciais. Não foi divulgada uma data para o início da construção da nova infra-estrutura.

As corridas de F1 só se podem realizar em pistas com o Grau 1 da FIA. Por exemplo, o Circuito da Guia, em Macau, que habitualmente acolhe corridas de Fórmula 3, é desde 2019 uma pista com homologação Grau 2 da FIA. Dentro da lusofonia, e apesar de não receber a Fórmula 1 na actualidade, Portugal ainda tem duas pistas com Grau 1 da FIA – o Autódromo Internacional do Algarve e o Autódromo do Estoril – enquanto que o Brasil conta com o Autódromo José Carlos Pace, em Interlagos, que anualmente acolhe o Grande Prémio.

Do sonho à realidade

Diversas fontes contactadas pelo HM revelam que, por agora, este projecto ainda está numa fase embrionária e que teremos que esperar mais um ou dois anos para perceber se avança e como avançará. A localização projectada será próxima do Aeroporto Internacional Guangzhou Baiyun, o que lhe dará uma vantagem logística, pois trata-se do segundo aeroporto mais movimentado da China.

As autoridades competentes revelaram que, se o plano for concretizado, terá um grande impacto no desenvolvimento da economia local e na indústria do turismo. Neste momento, a província de Guangdong tem dois circuitos permanente, um em Zhuhai, erguido em 1996, e outro na cidade de Zhaoqing, mais conhecido pela sua designação oficial, Circuito Internacional de Guangdong, que foi inaugurado em 2009. Apesar de terem recebido provas internacionais no passado, nenhum destes circuitos é hoje palco de eventos de dimensão internacional.

Hong Kong reagiu

Esta notícia foi bem recebida na região administrativa vizinha, onde a Associação Automóvel de Hong Kong (HKAA) aproveitou para emitir um comunicado sobre o assunto, relembrando que “Hong Kong tem estado muito atrás de Xangai e Guangzhou nesta matéria, mas várias organizações locais de automobilismo, incluindo a HKAA, têm vindo a defender um circuito em Hong Kong há muitos anos e têm trabalhado arduamente para apresentar propostas e planos. Sendo uma das cidades mais importantes da região asiática, Hong Kong preenche plenamente os requisitos para a construção de um circuito de corridas de automóveis de nível internacional em termos de localização geográfica, benefícios económicos, ambiente local e cultura automóvel, entre outros.”

Recorde-se que em 2017, foi levado ao Conselho Legislativo de Hong Kong um estudo para a construção de um circuito na zona do antigo Aeroporto Internacional de Kai Tak. A própria associação revelou que “documentos relevantes foram submetidos à apreciação das autoridades em várias ocasiões, mas, infelizmente, não se registaram grandes progressos e, até à data, ainda não existe um plano específico ou concreto.”

O comunicado termina salientando “que a criação de um circuito de F1 de nível mundial em Hong Kong, não só proporcionará um local ideal para os pilotos locais e internacionais competirem e promoverem a indústria dos desportos motorizados, como também reforçará a economia local e o desenvolvimento do turismo, além de elevar o estatuto internacional de Hong Kong. Simultaneamente, estabelecerá uma ligação com os circuitos de Xangai e Guangzhou, tornando a China no mais importante centro internacional de desportos motorizados na Ásia e reforçando ainda mais a influência da China nos desportos motorizados internacionais.”

12 Abr 2024

Futebol | Cristiano Ronaldo poderá jogar em Hong Kong em Janeiro

A Associação de Futebol de Hong Kong está a considerar convidar o Al Nassr, clube saudita onde joga Cristiano Ronaldo, para participar num torneio de quatro equipas no início de 2025. O organismo está também de olho em equipas do campeonato português. Apesar da iniciativa ainda estar numa fase inicial, uma coisa é certa: Lionel Messi não será convidado

 

Um plano para trazer Cristiano Ronaldo a Hong Kong para disputar um jogo no início de 2025 está a ser discutido pelos dirigentes do futebol da cidade.
A ideia, que está numa fase inicial, envolve a visita do Al Nassr, o clube saudita de Ronaldo, para disputar um torneio de quatro equipas, potencialmente em Janeiro. O presidente da associação local de futebol, Pui Kwan-kay, confirmou ao South China Morning Post que o organismo que dirige começou “discussões iniciais” a nível interno para concretizar aquele que é um dos desejos dos fãs de futebol de Hong Kong, Macau e da região.

Em Janeiro deste ano, Ronaldo e o Al Nassr tinham previsto na agenda dois jogos amigáveis em Shenzhen. Mas uma lesão do avançado português obrigou a que os jogos fossem cancelados na véspera da data marcada, tendo os portadores dos bilhetes sido reembolsados.

Pui Kwan-kay revelou que uma das ideias era acrescentar uma paragem em Hong Kong, caso o Al Nassr, como foi proposto, regressasse a Shenzhen para cumprir os jogos que cancelou. “Se o Al Nassr disputar jogos de exibição em algumas cidades, os custos elevados poderão ser divididos”, afirmou ao diário da região vizinha.

Caso clube saudita regresse a Shenzhen, as autoridades de Hong Kong têm em vista a marcação de jogos adicionais em Hong Kong no novo estádio da cidade, com 50 mil lugares, actualmente em construção no Kai Tak Sports Park.

“Não sei se o Al Nassr vai regressar à China, mas [trazer Ronaldo a Hong Kong] é uma boa ideia porque é um dos jogadores mais populares. O estádio Kai Tak está quase a abrir, por isso precisamos de alguns mega-eventos”, indicou o presidente da associação. O dirigente assumiu também que Hong Kong poderia “simplesmente assumir a liderança enquanto entidade organizadora, mas ainda é muito cedo para o dizer. Agora, estamos apenas na fase de consideração e discussão”.

Atenção a Portugal

Hong Kong tem tido dificuldades em atrair clubes estrangeiros de futebol desde a visita do Manchester City em Julho de 2019, com os responsáveis locais do futebol a recusarem as taxas cobradas pelos clubes da Premier League inglesa e outros destinos como Singapura e Tóquio a revelarem-se mais atractivos. Outra situação que acrescenta dificuldades à vinda de clubes ingleses é a altura apontada para estes jogos amigáveis se realizarem, nomeadamente tendo em conta a tradicional Taça do Ano Novo Lunar. Porém, Pui Kwan-kay levantou a possibilidade de convidar “equipas da Europa de Leste e da Primeira Liga Portuguesa”.

Uma equipa que “definitivamente” não está na lista de desejos de Pui é o Inter Miami, afastando a possibilidade de os dois “rivais”, Ronaldo e Messi, se encontrarem em Hong Kong. “Pessoalmente, acho que não é apropriado pedir Messi neste momento. Não será dada qualquer prioridade a Messi e à sua equipa”, acrescentou o dirigente ao South China Morning Post.

12 Abr 2024

Automobilismo | Célio Alves Dias regressa à competição esta temporada

Depois de um ano de interregno, Célio Alves Dias vai regressar este ano ao activo na competição de carros de Turismo organizada pela Associação Geral Automóvel de Macau-China, a Macau Roadsport Challenge. As duas provas agendadas para o Circuito Internacional de Zhuzhou, servem também para apurar os pilotos locais para a 71ª edição do Grande Prémio de Macau

 

O piloto macaense que venceu a Taça de Carros de Turismo de Macau em 2021 esteve afastado do automobilismo local na época passada por motivos pessoais, mas fará este ano a sua estreia na competição que junta em pista os Toyota GR86 (ZN8) e os Subaru BRZ (ZD8). A confirmação chegou-nos através do próprio piloto que avançou para este projecto na véspera do encerramento das inscrições na passada sexta-feira.

Apesar da vasta experiência em provas da especialidade, tendo conduzido várias gerações de carros de Turismo, Célio Alves Dias nunca tripulou os novos bólides que a AAMC introduziu na sua competição em 2023. O piloto do território está expectante para o novo desafio que tem pela frente e aguarda pela oportunidade de testar o seu Toyota do outro lado das Portas do Cerco.

“Estou muito contente por regressar, mas por agora não tenho muito que possa dizer. Ainda não experimentei o carro e o chassis não foi feito pela nossa equipa”, explicou o piloto da Fu Lei Loi Racing Team ao HM, acrescentando que “comprei este carro em segunda mão. Este está ainda em Macau e estou a pedir para o enviar, o mais rapidamente possível, para a China, para tentar afiná-lo.”

Em contagem decrescente

Célio Alves Dias espera ter a oportunidade de testar a sua nova máquina antes do arranque da competição no circuito de Zhuzhou no próximo mês. O trabalho de oficina está já a ser preparado e o objectivo passa “por trocar algumas peças, como as suspensões. Vou também baixar o carro um bocado e tenho que experimentar o carro. Encontrar uma boa afinação para este carro logo de início vai ser importante porque nunca guiei este carro anteriormente”.

Sendo um nome português habitual no Grande Prémio de Macau nas últimas décadas, Célio Alves Dias estreou-se em 2000 e desde aí foi uma presença assídua e sem faltas na prova até 2023. Se este ano conseguir o “carimbo” para a grande prova de final de ano, esta será a sua vigésima quarta participação em provas no Circuito da Guia.

Partindo em desvantagem face aos seus mais directos adversários, por não ter competido no ano passado com estes carros, e por também desconhecer o traçado de Zhuzhou, o piloto da RAEM acredita que mesmo assim é possível qualificar-se para o Grande Prémio do mês de Novembro.

“Espero que sim. Vou tentar o meu melhor”, refere Célio Alves Dias. “Eu sei que muitos deles [adversários] já começaram a preparar-se. O pilotos de Hong Hong já mandaram o carro para este circuito e já estão a testar, mas a malta de Macau ainda não, pois estamos a aguardar o envio dos carros”.

As duas jornadas duplas do Macau Roadsport Challenge planeadas para o traçado localizado na Província de Hunan estão agendadas para os fins-de-semana de 11 a 12 de Maio e de 6 a 7 de Julho. O 71º Grande Prémio de Macau decorrerá de 14 a 17 de Novembro.

9 Abr 2024

AAMC vai apostar na Taça GT – Corrida da Grande Baía

Para além da competição de carros de Turismo, Macau Roadsport Challenge, a Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) irá promover este ano a Taça GT – Corrida da Grande Baía (GT4) com duas provas de qualificação no Interior da China em 2024.

A AAMC não ficou alheia ao crescimento da categoria GT4 na região e aproveitou o empurrão dado pela boa adesão no Grande Prémio de Macau do ano passado para colocar esta sua competição no programa do Macao Touring Car Series (MTCS). Sendo assim, os carros da categoria GT4 vão também participar nas duas jornadas planeadas pela associação do território para o Circuito Internacional de Zhuzhou, sendo que a primeira prova será disputada de 10 a 12 de Maio e a segunda de 5 a 7 de Julho.

Serão quatro corridas de 15 voltas ao circuito da Província de Hunan que servirão de qualificação para o Grande Prémio de Macau em Novembro. Tal como acontecerá na competição de carros de Turismo, segundo o regulamento desportivo da competição de GT4: “A classificação das duas provas e os pontos da série serão enviados à Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau para que esta avalie se os melhores pilotos serão convidados a participar no 71º Grande Prémio de Macau”.

Para manter a competição credível, seguindo o exemplo do que tinha sido adoptado na edição de 2023 do Grande Prémio, a AAMC irá recorrer ao “Balance of Performance” (BoP) da empresa franco-britânica SRO Motorsport para a categoria. Este mecanismo regulamentar que equilibra a performance das diferentes viaturas é usado nos principais campeonatos de GT4, incluindo o europeu da especialidade, o campeonato japonês ou até mesmo no revitalizado Campeonato de Portugal de Velocidade.

De acordo com a lista publicada, a Taça GT – Corrida da Grande Baía (GT4) vai acolher os BMW M4, os Ginetta G55, os KTM X BOW, os McLaren 570S, os Mercedes-AMG GT4, os Porsche 718 GT4 CS e RS, os Toyota GR Supra e os Lotus Emira. Contudo, é esperado que outros carros não listados mas homologados, como o Audi R8 LMS GT4 ou o Aston Martin Vantage GT4, sejam igualmente aceites. Qualquer piloto com Licença Desportiva Internacional C poderá participar, não existindo restrições à participação apenas a pilotos da região da Grande Baía.

Em crescimento

Só na Taça GT – Corrida da Grande Baía do 70.º Grande Prémio de Macau, dos dezoito concorrentes que se inscreveram com carros da classe GT4, quinze tinham licença desportiva da RAEM. Este tipo de viaturas Grande Turismo “low cost”, que não são tecnicamente demasiado complexas, tem um preço que ronda os 2 milhões de patacas, existindo oferta no mercado em segunda mão por preços ainda mais acessíveis. O menor custo dos carros GT4, em comparação com a categoria FIA GT3, e a sua relativa fácil manutenção têm ajudado à implementação da categoria nesta parte do globo.

“Os pilotos aspirarão sempre a competir na classe superior, mas a GT4 é um importante trampolim para lá chegar. Da mesma forma, e penso que é aqui que estamos a ver mudanças de atitude, também é agora visto como uma classe digna por direito próprio”, disse ao HM, no passado mês de Novembro, Benjamin Franassovici, o responsável pela Ásia da SRO Motorsport Group, a empresa europeia que criou e tem os direitos da categoria GT4 para todo o mundo.

A edição passada da Taça GT – Corrida da Grande Baía foi dominada pelos novos Lotus Emira GT4, com Luo Kailuo e Adam Christodoulou a oferecerem uma “dobradinha” à reputada marca britânica, que hoje pertence ao grupo automóvel chinês Geely, e cujo o CEO se deslocou pela primeira vez ao Circuito da Guia para assistir ao vivo a este triunfo.

25 Mar 2024

Maria Tomé em 24.º na Taça do Mundo de triatlo em Hong Kong

A portuguesa Maria Tomé terminou hoje no 24.º lugar a Taça do Mundo de triatlo disputada em Hong Kong, numa competição que foi ganha pela britânica Rainsley Sean.

Na prova que foi disputada da distância sprint, com 750 de natação, 20 quilómetros de bicicleta e cinco quilómetros de corrida, Maria Tomé terminou a competição com o tempo de 01.01,20 horas, enquanto Melanie Santos, outra lusa presente, foi 38.ª, com 01.02,30.

A competição foi ganha pela britânica Rainsley Sian, em 59,44 minutos, com as norte-americanas Katie Zaferes e Kirsten Kasper a terminarem em segundo e terceiro, respetivamente. A competição masculina, que não contou a presença de atletas portugueses, foi ganha pelo espanhol Alberto González Garcia.

24 Mar 2024