70º Grande Prémio | Filipe Souza despede-se da prova

Filipe Souza cumpre o seu vigésimo segundo e último Grande Prémio de Macau este ano. E o piloto macaense recorda ao HM olha rapidamente para trás.

Melhor recordação

“Foi sem dúvida a edição do ano passado em que ganhei a Corrida da Guia. Foi a primeira vez que um piloto de Macau ganhou este título, para além de também ter ganho as duas corridas dessa prova. É disso que me orgulho.”

Pior recordação

“O pior de tudo foi uma vez em que fui desclassificado após uma sessão de qualificação. Recebi uma penalização que me impediu de participar no dia da corrida. Isto foi há quase dez anos e foi muito marcante para mim. Aprendi muito nessa altura e foi uma lição muito boa para mim.”

O que mudou

“Para mim, o que mais mudou desde a estreia até hoje foi a minha atitude e a seriedade com que penso nas corridas e, claro, o facto de dedicar mais tempo à preparação física e ao tempo em pista. Foi por isso que consegui muitos bons resultados na minha carreira de piloto.”

16 Nov 2023

70º Grande Prémio | Tse Ka Hing (Toyota GR86) superou concorrência e venceu RoadSport Challenge

Tse Ka Hing (Toyota GR86) foi o vencedor do Macau Roadsport Challenge com um tempo de 29m32s492 ao longo das oito voltas, numa prova que ficou marcada por dois acidentes e uma longa marcha atrás do safety car. Ao arrancar do primeiro lugar da grelha de partida, Tse deixou-se surpreender por Ivan Szeto (Toyota GR86), piloto que fez um excelente arranque que lhe permitiu assumir a liderança logo nos primeiros metros.

No entanto, na abordagem à Curva do Hotel Lisboa, Szeto deixou espaço no interior da curva e Tse aproveitou. Sem grandes cerimónias, o piloto de Hong Kong voltou assim a assumir a frente da corrida, que nunca mais largou. Mais atrás, Lam Kam San (Toyota GR86) brilhava e no espaço de três curvas subiu do sexto ao terceiro lugar.

Todavia, o acidente de Kwok Kai Wing (Toyota GR86), à segunda volta, na zona da recta da meta, levou o safety car a entrar em pista, onde ficou durante a maior parte da corrida.

No recomeço, Tse aproveitou para ganhar uma grande vantagem e segurar a liderança, mas a prova durou apenas alguns metros, porque Rolly Sham (Toyota GR86) perdeu o controlo no mesmo local do acidente Kwok. Ainda assim, o piloto local Lam Kam San conseguiu subir ao segundo lugar, ao ultrapassar Szeto, na curva para a Estrada de São Francisco. A partir desse momento as posições ficaram definidas, uma vez que a prova terminou atrás do safety car.

Alto

Lam Kam San

O piloto arrancou de sexto e mostrou um ritmo que lhe permitiu ir subindo na classificação, apesar dos poucos minutos em que foi possível competir. O momento mais alto para Lam Kam San chegou na última volta sem safety car, quando ultrapassou Szeto, para subir ao lugar intermédio do pódio.

Baixo

Acidentes

Tse Ka Hing, Ivan Szeto e Lam Kam San pareciam estar em condições de oferecer um grande espectáculo dentro da pista. Contudo, os acidentes ao longo da sessão, com a entrada do safety car em duas ocasiões distintas, impediram aquilo que prometia ser uma corrida bastante interessante.

13 Nov 2023

China vai ter novo F4 em 2024

Após três visitas consecutivas a Macau, o Campeonato Chinês de Fórmula 4 teve a sua prova de encerramento agendada para o Circuito da Guia, mas o Grande Prémio acabou por optar pelos mais modernos e seguros monolugares Tatuus F4-T421 do revitalizado Campeonato do Sudoeste Asiático de Fórmula 4. Esta situação gerou uma resposta por parte do promotor do campeonato chinês, uma empresa subsidiária do gigante automóvel Geely.

No próximo ano, o Campeonato Chinês de Fórmula 4 irá finalmente introduzir um monolugar de F4 da última geração. O Mygale M21-F4, que as equipas do campeonato reconhecido pela FIA já tiveram a oportunidade de testar no mês passado em Zhuhai, vai substituir o desactualizado Mygale M14-F4 visto a correr no Grande Prémio de 2020 a 2022 e que está em uso desde 2015. Curiosamente, a melhor volta na qualificação deste ano da F4 foi 2:24.293, enquanto que a melhor volta da qualificação de 2022 tinha sido 2:27.627.

O Campeonato Chinês de Fórmula 4 termina no próximo fim de semana em Ningbo, num evento em que Tiago Rodrigues vai tentar conquistar o seu primeiro título em corridas de monolugares.

13 Nov 2023

Grande Prémio | Electrificação dos Turismo é uma possibilidade no futuro

Numa altura em que as viaturas eléctricas vão invadindo o mercado automóvel, com as marcas a apostar forte neste segmento, o desporto ainda carece de opções. O WSC Group, o detentor dos direitos do conceito TCR, esteve na linha da frente nesta área, embora a ETCR, a versão electrificada do TCR e que chegou a ser uma Taça Europeia da FIA, não tenha alcançado o mesmo sucesso e a competição tenha terminado ao fim do segundo ano.

“Diferentes razões levaram ao término do acordo com o promotor do campeonato, e por isso tornou-se impossível organizar o campeonato em 2023”, explicou Marcello Lotti, o responsável máximo do WSC Group, ao HM. “Estamos a ter reuniões com os construtores e com a FIA para analisar o projecto com o objectivo de reconstruirmos o campeonato de uma forma que seja interessante para todas as partes envolvidas. O objectivo é relançar a competição de carros de Turismo eléctricos em 2025”.

Com a presença oficial da Cupra e da Hyundai, e de uma equipa privada Romeos Ferrari, o modelo desportivo da ETCR nunca convenceu os fãs. Devido às limitações técnicas, que obrigavam a corridas curtas, as provas tinham um formato mais próximo do rallycross do que de corridas de velocidade, com apenas seis carros em pista ao mesmo tempo e mangas com poucas voltas. “O formato foi escolhido pelo promotor e era completamente novo”, assevera Marcello Lotti. “Pessoalmente, não tinha nada contra, e achava-o inovador. Contudo, quando a categoria for recuperada, iremos para um formato mais tradicional”.

Um dos factores que certamente prejudicou a ETCR reside no facto da electrificação no automobilismo não estar a ser recebida com enorme entusiasmo pelos fãs. “Quanto aos fãs, penso que ainda estão ligados às formas clássicas do desporto automóvel, pelo que o primeiro passo é educá-los”, diz o empresário italiano, o mentor do ressurgimento das provas de carros de Turismos no final dos anos 1990s e mais tarde do WTCC. “Vai levar tempo e temos de esperar até que haja mais carros eléctricos na estrada, especialmente carros de alto desempenho, porque, por enquanto, a primeira mensagem transmitida pelos construtores é sobre a autonomia. No momento em que começarem a falar do desempenho dos seus produtos, os adeptos ficarão cientes de que os carros eléctricos têm um enorme potencial desportivo.”

O Circuito da Guia nunca esteve na rota do ETCR, mas de futuro não é de excluir que a Corrida da Guia, a grande clássica das corridas de Turismo no Sudoeste Asiático possa seguir esse caminho, até porque as marcas chinesas apostam forte neste mercado. “Eu acredito que o automobilismo irá ter uma evolução, devido a esta nova tendência que as marcas estão a seguir. Claro, isto também acontecerá na China, onde o mercado automóvel está a puxar bastante em direcção da electrificação.”

Em 70 anos de história, o Circuito da Guia nunca recebeu uma corrida de carros eléctricos, no entanto, em 2018, dois protótipos propulsionados pela XPT, uma subsidiária do construtor automóvel chinês NIO, realizaram voltas de exibição. Estes carros foram mais tarde utilizados no Campeonato de Carros Eléctricos da China que apenas durou uma temporada.

13 Nov 2023

70º Grande Prémio | Luo Kailuo vence Taça GT4 numa corrida perfeita para o Lotus Emira

Luo Kailuo (Lotus Emira) venceu a corrida Taça GT4 – Corrida da Grande Baía, com um tempo de 7m38s375 ao longo de três voltas, naquela que foi uma estreia fantástica em provas internacionais para o Lotus Emira. Para a TORO Racing dificilmente as coisas poderiam ter corrido melhor ao conquistar os dois primeiros lugares do pódio.

Adam Christodoulou (Lotus Emira) foi segundo, numa corrida com pouco mais de quatro voltas, devido ao fim forçado por acidente. Todavia, nos momentos em que foi possível correr houve emoção com o duelo entre os Lotus. Luo ganhava espaço na curva da Melco, mas na zona rápida do circuito via o colega a aproximar-se e até mostrar-se, à procura do espaço para a ultrapassagem que nunca surgiu.

“Tivemos um carro muito bom ao longo de todo o fim-de-semana, e como existe muito respeito entre mim e o Adam, foi possível lutarmos de forma intensa”, afirmou Luo, no final da corrida.

Christodoulou arrancou da pole-position, mas quando chegou à Curva do Hotel Lisboa tinha sido ultrapassado por Luo. Mas, nem tudo foi mau para o inglês, que se viu protegido pela sorte. Na curva do Hotel Lisboa, Han Lichao falhou a travagem, seguiu em frente, e por milímetros não acertou no carro do britânico.

“Na altura da corrida não me apercebi que tinha estado perto de ser atingido por um carro atrás. Mas quando vi o vídeo… Acho que tive muita sorte em não ter sofrido qualquer dano”, comentou Christodoulou. “Espero poder regressar no próximo ano, agora que aprendi que em Macau é melhor começar em segundo lugar na grelha do que em primeiro”, completou.

Em terceiro terminou Alex Liang, ao volante do novo BMW M4 GT4. No final o chinês reconheceu aquilo que foi evidente para todos, apesar dos melhores esforços, o BMW M4 esteve muito longe dos Lotus, que estiveram imbatíveis. “A corrida nunca foi fácil para nós, como não foi o fim-de-semana. Logo na sexta-feira identificámos um problema técnico, que apesar dos nossos melhores esforços não conseguimos resolver”, comentou. “Não era possível competir com os Lotus que estiveram fantásticos todo o fim-de-semana”, frisou.


Alto

Duelo pela liderança

Foi curto, mas bom enquanto durou. Luo Kailuo e Adam Christodoulou proporcionaram um duelo muito divertido em que se notava que nenhum dos pilotos estava em pista para fazer favores ao outro. Apesar da vontade de ganhar, correram de forma limpa, o que nem sempre é fácil.

Baixo

Acidente de Lee Yen-Han

O piloto perdeu o controlo do BMW M4 à saída da Curva D. Maria II, onde não é muito normal, e causou o congestionamento que levou ao fim prematuro da corrida. Zeng Jian Feng também contribuiu para o acidente ao atingir outros pilotos que estavam bloqueados pela viatura de Lee. Os líquidos derramados na pista complicaram as operações de limpeza.

13 Nov 2023

70º Grande Prémio | Darryl O’Yang controlou Taça GT3 Corrida da Grande Baía e conseguiu terceira vitória “caseira”

Com uma corrida tranquila, Darryl O’Young (Mercedes AMG GT3) conquistou a Taça GT3 Corrida da Grande Baía, naquela que foi a sua terceira vitória com carros GT no Circuito da Guia, onde diz correr em casa. O piloto de Hong Kong superou Ling Kang (Lamborghini GT3 EVO) e Chang Chien-Shang (Mercedes AMG GT3)

O’Young arrancou da pole-position e teve de suar nos metros iniciais, para se manter à frente de Ling. Contudo, depois de chegar à Curva do Lisboa na frente, limitou-se a gerir, também com ajuda do safety car, que entrou em pista devido ao acidente de Andrian D’Silva.

“O arranque é a parte mais importante da corrida. Só que o Ling Kang também arrancou muito bem, por isso, no início, na primeira curva, lutámos muito pela posição. Só que tudo correu bem e fiquei na frente”, afirmou o piloto, sobre aquele que considerou o momento mais importante da prova.

O segundo momento marcante da corrida aconteceu após o acidente que fez o safety car entrar em pista, onde ficou por algumas voltas. Nessa altura, Darryl O’Young preparava-se para estar novamente sob pressão de Ling no recomeço da corrida. Contudo, nesse momento-chave, o piloto do Interior cometeu um erro na Curva Melco, saiu largo e bateu ligeiramente na barreira.

Ling continuou em prova, mas a tarefa do piloto de Hong Kong ficou facilitada, porque lhe permitiu gerir a distância até ao final e somar a terceira vitória “em casa”. “Para mim, quando corro em Macau sinto sempre que estou a correr em casa, também porque Hong Kong não tem um circuito e me sinto sempre bem aqui. Fico muito feliz com esta vitória em Macau”, sublinhou O’Young.

Por sua vez, no final, Ling Kang mostrou-se desiludido com o erro que lhe custou a possibilidade de lutar até ao final pelo lugar mais alto do pódio.

“Quando o safety car saiu de pista os pneus ainda estavam frios. Só que eu sabia que aqueles momentos eram fundamentais para me aproximar do Darryl e poder lutar pela vitória”, começou por explicar o piloto do Lamborghini. “Travei demasiado tarde para a curva da Melco, saí um pouco em frente e tive sorte por conseguir fazer a curva. Infelizmente não evitei bater na barreira e perder cerca de dois segundos, um atraso que nunca mais recuperei”, acrescentou.

Sem acompanhar o ritmo dos pilotos da frente, mas não deixando de fazer uma boa prova, em terceiro lugar terminou Chang Chien-Shang. Também no final, o piloto mostrou-se muito satisfeito com o resultado alcançado, naquela que foi a sétima participação em provas no Circuito da Guia.

Alto

Espírito combativo de Ling Kang

Ling Kang cometeu um erro, quando não devia ter falhado. Mas o piloto do Lamborghini GT3 EVO nunca desistiu e lutou até ao fim, para tentar encurtar a distância para a frente e aproveitar qualquer erro ou problema técnico que surgisse. No final levou para casa a taça do segundo lugar, e, não sendo o resultado que pretendia, é um registo bastante meritório.

Baixo

Poucos pilotos

Com 17 inscritos, e 15 concorrentes a arrancarem para a prova de ontem, não se pode dizer que a lista fosse má. No entanto, em relação às outras provas, quase todas com mais de 20 inscritos, a prova de GT3 teve menos participantes, e talvez por isso tenha sido menos intensa. No final, apenas 13 participantes chegaram ao fim.

Posição Piloto Carro Tempo

1.º Darryl O’Young Mercedes AMG GT3 23m09s777

2.º Ling Kang Lamborghini GT3 EVO a 0s910

3.º Chang Chien-Shang Mercedes AMG GT3 a 11s834  

Mais de 45 mil espectadores em dois dias

Ao longo dos primeiros dois dias da 70.ª edição do Grande Prémio de Macau 46 mil pessoas passaram pelas bancadas do circuito da Guia, de acordo com a informação oficial. No sábado, a assistência foi de 18 mil pessoas, e no segundo dia, ontem, houve mais 28 mil pessoas no Circuito a Guia, o que contribuiu para um total de 46 mil.

13 Nov 2023

70º Grande Prémio | Shaun Thong teve uma manhã para esquecer, mas saiu da Guia com um triunfo

Os pilotos Lo Sze Ho (Hyundai Elantra) e Shaun Thong Wei Fung (Honda Civic FK7) foram os vencedores das duas corridas da competição de carros de turismo TCR Asia Challenge. Por sua vez, Chan Weng Tong (Audi RS3 LMS), em terceiro, e Wong Kian Kuan (Seat Cupra TCR), sétimo, foram os melhores pilotos de Macau

 

A primeira prova decorreu de manhã, numa altura em que o circuito ainda estava molhado. Por razões de segurança, o arranque aconteceu atrás do safety car. Após uma volta, o safety car entrou nas boxes, o que apanhou vários pilotos desprevenidos.

Com o golpe de teatro, a primeira corrida ficou logo partida, com um primeiro grupo na frente constituído por Shaun Thong, Lo, Yan Chuang (Lynk & Co 03) e Chan Weng Tong. Mais atrás, seguiam os restantes competidores separados por uma distância muito considerável.

Logo na primeira volta, a luta entre Shaun e Lo aqueceu, com o piloto do Hyundai a sair em frente e bater na barreira, fica a dúvida se tocado por Lo, junto à zona do Ramal dos Mouros. Shaun conseguiu fazer marcha-atrás e voltar à pista, mas perdeu tempo importante, com a perda de alguns lugares.

A partir desse momento, Lo começou a ganhar vantagem sobre todos os adversários e cimentou a liderança. Por sua vez, Shaun Ho ainda teve mais um momento infeliz, porque quando tentava dobrar Ou Yang Zheng Wei (Honda Civic FK7) bateu no adversário, que teve de desistir. A partir desse momento entrou novamente o safety car e não se correu mais

Noite e Dia

Na segunda corrida, Shaun Thong Wei Fung teve a oportunidade de redenção. A arrancar do décimo lugar, devido às regras com grelha de partida invertida, o piloto de Hong Kong conseguiu subir seis lugares até à Curva do Hotel Lisboa.

Ao mesmo tempo, na frente, Henry Lee Junior e Li Ka Hei definiam o ritmo da corrida, mas sempre ameaçados por um Thong que parecia endiabrado. No final da segunda volta, o piloto de Hong Kong já era segundo e com Li, que tinha subido a primeiro, na mira.

Finalmente, a quatro voltas do fim, Thong ultrapassou Li, e assumiu a liderança, a tempo da entrada do safety car, que só voltaria a sair na última das nove voltas da corrida.

A história da segunda prova ficou praticamente definida, uma vez que no recomeço houve um acidente espectacular, depois da Curva do Mandarim Oriental, que começou quando Lam Ka Chun perdeu o controlo do Audi. Porém, ao tentarem evitar o carro despistado, também Wong Chun Hao (Audi), Cheon Chi On (Seat Cupra TCR) e Wong Kian Kuan se envolveram no acidente.

Corrida 1

Posição Piloto Carro Tempo

1.º Lo Sze Ho Hyundai Elantra N TCR 29m47s680

2.º Yan Chuang Lynk & Co 03 TCR a 1s132

3.º Chan Weng Tong Audi RS3 LMS a 5s105

Corrida 2

Posição Piloto Carro Tempo

1.º Shaun Thong Honda Civic FK7 20m03s460

2.º Li Ka Hei Audi RS3 LMS a 0s518

3.º Lo Sze Ho Hyundai Elantra N TCR a 1s1289

Alto

Ritmo de Corrida

As duas corridas TCR Asia Challenge foram das provas mais interessantes de acompanhar no dia de ontem. Apesar da entrada do safety car em várias ocasiões, houve tempo para fazer ultrapassagens e rodar durante longos períodos de tempo, o que no Circuito da Guia tende a ser mais uma excepção do que a regra.

Baixo

Acidente de Shaun Thong

É verdade que a corrida de manhã teve condições extremamente complicadas, uma vez que a pista se encontrava molhada. No entanto, Shaun Thong devia ter sido mais cuidadoso quando tentava dobrar Ou Yang Zheng Wei, porque não só arruinou a sua corrida, como também prejudicou o adversário.

13 Nov 2023

70º Grande Prémio | Arvid Lindblad vence corrida de Fórmula 4

Arvid Lindblad sagrou-se o vencedor da corrida de Fórmula 4 do Grande Prémio de Macau, depois de aguentar a pressão de Freddie Slater e mostrar que era o mais rápido

 

“Estou na lua com esta vitória”, foi desta forma que Arvid Lindblad comentou o triunfo na corrida de Fórmula 4 do 70.º Grande Prémio de Macau. Numa prova com vários incidentes e entradas de Safety Car, o britânico da SJM Theodore Prema Racing foi o mais forte.

Apesar da prova da tarde ter sido o ponto alto da competição, o maior desafio para os pilotos de Fórmula 4 surgiu na manhã de ontem, na corrida de qualificação, que foi realizada com o piso muito molhado. E logo nessa sessão, Arvid Lindblad mostrou-se muito rápido, apesar de ser acompanhado de perto pelo colega de equipa Freddie Slater.

Com a manhã a servir como aperitivo, a prova da tarde confirmou o duelo em expectativa. Arvid Lindblad arrancou do primeiro lugar da grelha de partida e manteve a posição, apesar de ser muito pressionado por Slater.

Contudo, ainda na primeira volta, o carro de Slater teve problemas, e o também britânico perdeu o contacto com o grupo da frente. A partir desse momento, Lindblad começou a construir uma distância significativa para Charles Leong, segundo classificado, que por falta de velocidade estava mais preocupado em manter atrás de si Rashi Al Dhaheri.

E a história da primeira volta foi também a história da corrida, visto que com a entrada frequente do safety car, ou a situação de bandeiras amarelas na Curva do Hotel Lisboa, praticamente não houve oportunidade para competir.

No entanto, a vitória não deixou de ser menos saborosa para Lindblad, como o piloto apoiado pela Red Bull reconheceu: “Fico muito feliz por ganhar em Macau, um evento com uma história muito longa, numa pista muito especial. Só posso dizer que amei este fim-de-semana e tenho pena de não competir no próximo”, reconheceu Arvid. “As coisas correram-nos muito bem desde os treinos livres, quando sentimos que o carro estava muito rápido”, acrescentou.

No segundo lugar ficou Charles Leong, vencedor de duas edições da prova em Fórmula 4. O herói local chegava à Guia em desvantagem, uma vez que não conhecia o novo modelo da F4 e também por não ter realizado qualquer prova neste ano. “Consegui um bom resultado, porque este era um fim-de-semana para aprender, adaptar-me ao carro e melhorar. Acho que consegui fazer isso”, disse o piloto de Macau. “Mostrei que tenho capacidade para andar ao melhor nível e estar no topo, quando tenho tempo suficiente de condução”, sublinhou.

No terceiro lugar, Rashi Al Dhaheri mostrou ritmo para ultrapassar Charles Leong, mas quando esteve mais perto do piloto de Macau, à entrada da Curva do Hotel Lisboa, foi forçado a abortar a ultrapassagem, por estarem a ser mostradas bandeiras amarelas. “Houve uma altura em que estive muito perto de ultrapassar o Charles e subir ao segundo lugar, na curva do Hotel Lisboa, onde fazemos a travagem mais forte do circuito. Só que estavam a ser mostradas bandeiras amarelas e não deu”, justificou o piloto dos Emirados Árabes Unidos.

Apesar das limitações, o piloto fez um balanço positivo: “É um circuito muito exigente, em que andamos sempre junto aos muros e não dá para cometer erros. Também o efeito de slipstream é muito forte, por isso acho que fizemos um bom trabalho e diverti-me”, considerou.

Corrida 1

Posição Piloto Equipa Tempo

1.º Arvid Lindblad SJM Theodore Prema Racing 37m28s517

2.º Charles Leong Hon Chio SJM Theodore Prema Racing a 0s274

3.º Rashi Al Dhaheri Prema Racing a 0s922

Alto

Estreia de Tiago Rodrigues

O piloto local fez a estreia no circuito da Guia e naquela que é a primeira época ao volante do F4 conseguiu um brilhante sexto lugar. Soube evitar os erros, que afectaram muitos outros pilotos, e mesmo sem mostrar andamento para estar mais perto do pelotão da frente, deu uma prova de maturidade e colheu os frutos da estratégia. Uma estreia para ser orgulhar.

Baixa

Pouca corrida

Muitos acidentes fizeram com que grande parte da corrida fosse realizada com o safety car, o que teve impacto no espectáculo. Se de manhã se justificou o arranque com o safety car, devido às condições da pista, que estava muito molhada, na parte da tarde ficou a ideia que em uma ou outra situação se devia ter procurado alternativas, a bem do espectáculo.

13 Nov 2023

70º Grande Prémio de Macau | O programa deste fim-de-semana

Sábado, 11 de Novembro

6h00-6h30 Fecho do Circuito

6h30-7h00 Inspecção do Circuito

7h45-8h30 Corrida de Macau de Fórmula 4 – Treinos Livres

8h45-9h15 TCR Asia Challenge – Treinos Livres

9h30-10h00 Macau Roadsport Challenge – Treinos Livres

10h15-10h45 Taça GT – Corrida da Grande Baía (GT4) – Treinos Livres

11h00-11h30 Taça GT – Corrida da Grande Baía (GT3) – Treinos Livres

12h10-12h40 TCR Asia Challenge – Qualificação 1

12h45-13h00 TCR Asia Challenge – Qualificação 2

13h15-13h45 Macau Roadsport Challenge – Qualificação

14h00-14h30 Taça GT – Corrida da Grande Baía (GT4) – Qualificação

14h45-15h15 Taça GT – Corrida da Grande Baía (GT3) – Qualificação

15h45-16h15 Corrida de Macau de Fórmula 4 – Qualificação

Domingo, 12 de Novembro

6-00-6h30 Fecho do Circuito

6h30-7h00 Inspecção do Circuito

8h00-8h25 Corrida de Macau de Fórmula 4 – Corrida Classificativa (8 voltas)

9h05-9h40 TCR Asia Challenge – 1.ª Corrida (9 voltas)

10h20-10h50 Macau Roadsport Challenge – Corrida (8 voltas)

11h30-12h00 Taça GT – Corrida da Grande Baía (GT4) – Corrida (8 voltas)

12h50-13h20 Taça GT – Corrida da Grande Baía (GT3) – Corrida (8 voltas)

14h00-14h35 TCR Asia Challenge – 2.ª Corrida (9 voltas)

15h40-16h20 Corrida de Macau de Fórmula 4 – Corrida Final (12 voltas)

10 Nov 2023

70º Grande Prémio | Corrida de Macau de Fórmula 4: A prata da casa

Reza a sabedoria popular que “santos da casa não fazem milagres”. No entanto, a história diz que as três corridas de Fórmula 4 disputadas no Circuito da Guia foram vencidas por pilotos de Macau.

A quarta prova da disciplina tutelada pela FIA conta com três pilotos do território. Andy Chang, que venceu o Grande Prémio de Macau de F4 de 2022, esteve tentado a participar, mas um orçamento curto não permitiu juntar-se ao trio da casa. Este não é um número recorde, mas esta é uma representação significativa. Primeiro, porque são três jovens pilotos, dois deles estreantes absolutos nestas andanças do Grande Prémio, isto numa terra que tem tido enormes dificuldades em produzir novos talentos.

Segundo, porque Charles Leong Hon Chio, vencedor do Grande Prémio de Macau de F4 de 2020 e 2021, é um sério candidato à vitória. Apesar de não ter realizado qualquer prova de monolugares este ano, Charles Leong conhece o Circuito da Guia como nenhum dos seus adversários. Já Tiago Rodrigues e Marcus Cheong vão tentar aplicar tudo o que aprenderam ao longo do ano no mais difícil dos palcos. Curiosamente, ambos os estreantes já tiveram uma experiência anterior em circuitos citadinos, neste caso no circuito de Pingtan, em Fujian.

O que eles dizem…

Marcus Cheong (Nº4, Asia Racing Team): “Este ano, a corrida de Fórmula 4 do Grande Prémio de Macau é uma corrida internacional por convite, o que significa que o nível dos pilotos será mais profissional em comparação com os anos anteriores. Para mim, é um pouco desafiante competir a um nível tão elevado, mas é também uma óptima oportunidade para aprender e ganhar mais experiência. O meu objectivo é terminar a corrida entre os dez primeiros na pista da minha cidade natal.”

Tiago Rodrigues (Nº7, Asia Racing Team): “Estou ansioso pelo meu primeiro Grande Prémio de Macau. É um desafio totalmente diferente, mas vou esforçar-me para conseguir manter um ritmo semelhante ao que tive na corrida de Zhuzhou, o que me deverá colocar entre os dez primeiros. Sem dúvida, será um fim de semana bastante exigente, mas estou empenhado em dar o meu melhor.”

Charles Leong (nº11, SJM Prema Theodore Racing): “Não tinha planos para fazer esta corrida até há bem pouco tempo. O Grande Prémio é sempre uma prova especial e é a minha prova favorita, por isso estou muito contente em regressar. Nunca fiz nenhuma corrida com este novo carro, mas eu vou dar o meu melhor e em Macau tudo pode acontecer.”

Girls Power

Nada mais, nada menos que três senhoras, todas elas asiáticas, vão alinhar na Corrida de Macau de Fórmula 4. Com currículos bastante diferentes, têm em comum a estreia num dos mais difíceis circuitos do mundo, podendo até surpreender os favoritos.

Tendo competido anteriormente em Macau, em provas de karting, a filipina Bianca Bustamante, que se tornou o primeiro membro do sexo feminino a juntar-se ao McLaren Driver Development Program, vai fazer a sua estreia no Circuito da Guia. Aos 18 anos, Bianca Bustamante vai tentar aproveitar esta oportunidade ao máximo.

“Passar para os monolugares e para o Grande Prémio de Macau é um passo significativo para mim, mas estou totalmente empenhada em executar um fim de semana forte”, diz Bustamante, que competiu na F1 Academy este ano. A jovem filipina acrescenta que “esta é uma tremenda oportunidade de aprendizagem e vou absorver o máximo de conhecimento possível desta experiência”.

A juntar-se a Bianca Bustamante na grelha de partida da prova de F4 estará também Miki Koyama. A piloto japonesa disputou duas temporadas no campeonato feminino W Series, em 2019 e 2021, tendo obtido um quarto lugar como melhor resultado. Um ano depois, Koyama juntou-se ao programa de jovens pilotos da Toyota e, na sua primeira participação, fez história ao conquistar o título no Campeonato Japonês de Fórmula Regional. A nipónica de 26 anos socorreu-se aos serviços da equipa japonesa Super Licence para a estreia em Macau.

Vivian Siu é sem dúvida a menos experiente das três, tendo iniciado a sua carreira há menos de um ano. A atleta de Hong Kong, no entanto, já fez história ao tornar-se a primeira mulher a pontuar no Campeonato Chinês de Fórmula 4. “Passar de uma experiência de corridas nula para corridas de monolugares tem sido para mim um sonho irreal nos últimos meses. Ter a oportunidade de participar no 70.º Grande Prémio de Macau era algo impensável. Isto terá um significado muito especial para mim, uma vez que o meu pai foi criado em Macau. Tenho a certeza de que se os meus pais ainda fossem vivos hoje, também não acreditariam que isto está a acontecer”, expressou a piloto de Hong Kong nas redes socais.

GPM | Direcção de Corrida à portuguesa

As cinco corridas do primeiro fim de semana do 70.º Grande Prémio de Macau terão todas um Director de Corrida português. O conceituado Eduardo Freitas, o actual Director de Corrida permanente do Campeonato do Mundo de Endurance da FIA (WEC) e que também já assumiu essas mesmas funções no mundial de Fórmula 1, vai estar no lugar que lhe é habitual nas corridas do TCR Asia Challenge, Taça GT – Corrida da Grande Baía (GT3), Taça GT – Corrida da Grande Baía (GT4), e Macau Roadsport Challenge.
Freitas é um “velho conhecido” de Macau, tendo já sido Director de Corrida das provas de F3, GT e Corrida da Guia, entre outras. Já a Corrida de Macau de Fórmula 4, terá como Director de Corrida o também português Rui Marques, que tem igualmente um vasto currículo internacional, onde se destaca o cargo de actual Director de Corrida da Fórmula 2. Ambos os portugueses também assumirão as mesmas funções em várias corridas do segundo fim-de-semana do Grande Prémio.

10 Nov 2023

70º Grande Prémio | Aperitivos de luxo

O 70.º Grande Prémio de Macau arranca este fim-de-semana com cinco corridas, uma de monolugares, duas de GT e duas de carros de Turismo, naquele que é um aperitivo para o prometedor fim-de-semana que está para vir

 

Corrida de Macau de Fórmula 4

Depois de três anos em que o Campeonato da China de Fórmula 4 serviu como “prato principal” do Grande Prémio, a disciplina de introdução ao automobilismo volta a visitar o Circuito da Guia, mas desta vez acepipada por um carro novo e bem mais apelativo. Neste serviço gourmet, desta vez temos um pelotão verdadeiramente internacional, com pilotos japoneses, australianos e europeus, assim como as presenças confirmadas do britânico Arvid Lindbald, do Red Bull Junior Team, da filipina Bianca Bustamente, da McLaren F1 Academy, o vice-campeão da Formula Regional europeia, o norueguês Martinius Stenshorne, e ainda o ex-campeão francês de F4, Hadrien David. Não menos interessante vai ser acompanhar o andamento dos três pilotos da casa.

Envergando as cores da Theodore Racing, Charles Leong vai tentar vencer pela terceira vez em Macau, mas terá uma missão difícil, não só porque a concorrência é mais forte, mas também porque não disputou qualquer corrida este ano. As cores da RAEM vão também ser defendidas por dois jovens pilotos da Asia Racing Team, a equipa fundada no território há precisamente vinte anos. Tiago Rodrigues fará a sua estreia no Circuito da Guia, ele que lidera tanto o Campeonato da China de F4 como o Campeonato do Sudoeste Asiático, assim como Marcus Cheong, com menos experiência em monolugares, e que terá que escalar a mesma montanha de emoções num dos mais difíceis circuitos do mundo.

TCR Asia Challenge

Depois de ter sido parte integrante da Corrida da Guia no ano passado, a segunda edição do TCR Asia Challenge é a primeira competição de carros de Turismo da classe TCR a entrar em acção no Grande Prémio este ano. Não só em “cima da mesa” está a luta pela vitória nesta corrida, que é composta por pilotos da Grande China, mas também um lugar na Corrida da Guia – TCR World Tour do próximo fim de semana. Os oito primeiros da segunda corrida deste fim-de-semana terão acesso à grelha de partida dos “mundialistas”.

Esta grelha de partida tem várias caras conhecidas do desporto motorizado local, como os pilotos de Hong Kong, Lo Sze Ho, Shaun Thong, Henry Lee Jr ou Paul Poon. De Macau, estarão na pista Wong Kiang Kuan, Ip Tak Meng, Lam Ka Chun, Chan Weng Tong, Cheong Chi On, Ng Kin Veng, Wong Chun Hao e Jerónimo Badaraco.

Taça GT – Corrida da Grande Baía (GT3)

Com a lista de inscritos da Taça GT Macau – Taça do Mundo de GT da FIA a transbordar de interessados e o espaço no programa a ser limitado, a AAMC viu a oportunidade para dividir a Taça GT – Corrida da Grande Baía em duas, uma para viaturas GT3 e outra para viaturas GT4. Neste primeiro fim-de-semana, a corrida de GT3 ficará entregue à nata local, com um misto de pilotos com uma vasta experiência, como Darryl O’Young ou Ling Kang, e rápidos “Gentleman Drivers”, como Andrew Haryanto, Chris Chia, Min Heng ou Chang Chien-Shang.

A RAEM conta com dois pilotos que conhecem bem o Circuito da Guia, como são o caso de Kevin Tse, vencedor da primeira Taça GT – Corrida da Grande Baía com um GT4 e que este ano competiu em Inglaterra, e de Alex Liu Lic Ka, que este ano fez várias corridas além-fronteiras com o seu Mercedes-AMG GT3.

Taça GT – Corrida da Grande Baía (GT4)

Finalmente a Taça GT – Corrida da Grande Baía ganhou a forma que os agentes do desporto sempre sugeriram como a mais adequada; uma corrida para viaturas da classe GT4 e uma porta de entrada para as corridas de Grande Turismo para os pilotos locais. A mais variada das grelhas de partida conta com carros da BMW, Ginetta, KTM, Lotus, McLaren, Mercedes, Porsche e Toyota. Destaque para a presença do vencedor desta corrida em 2022, Alex Jiang, ao volante de um novo BMW M4 GT4, e de dois novíssimos Lotus Emira GT4 – um carro que nunca antes competiu e que fará a sua estreia mundial em competição entre nós – guiados por dois pilotos velozes, o chinês Lou Kailuo e o inglês Adam Christodoulou. Macau conta com nove pilotos, entre eles Leong Ian Veng, que era um habitué no pódio da antiga Corrida Macau Roadsport Challenge.

Macau Roadsport Challenge

A constituição das corridas de carros de Turismo locais mudou este ano. Ao fim de mais de uma década, acabaram-se as carismáticas categorias Roadsport e 1600ccTurbo para carros de preparação local que tanto entusiasmavam o público, não só pela singularidade dos seus carros, mas também pela incerteza daquelas corridas que eram muitas vezes decididas nos seus últimos momentos. No seu lugar, temos agora um troféu bimarca, reservado exclusivamente para os modelos Subaru BRZ e Toyota GR86, para pilotos do Interior da China e das vizinhas RAE de Macau e Hong Kong. Dado o equilíbrio de forças, os troféus sempre trouxeram corridas muito interessantes e apesar da edição deste ano da Macau Road Sport Challenge não ter nomes sonantes, o espectáculo em pista poderá ser um dos mais interessantes de acompanhar para o comum espectador.

10 Nov 2023

GPM | Pódios para André Couto e Tiago Rodrigues em Zhuzhou

Em contagem decrescente para a 70.ª edição do Grande Prémio de Macau, no pretérito fim de semana, no Circuito Internacional de Zhuzhou, André Couto e Tiago Rodrigues, que defendem as cores da RAEM, subiram ao pódio no Campeonato TCR China e no Campeonato do Sudeste Asiático de Fórmula 4 respectivamente

De regresso aos comandos do Honda Civic Type-R FL5, após ter cedido por razões comerciais o seu volante ao actor Daniel Wu na prova de Xangai, André Couto voltou a mostrar porque é uma mais valia para Dongfeng Honda Racing Team. Depois de se ter qualificado em quinto para a primeira corrida do fim de semana, o piloto do território ficou imobilizado na grelha de partida. Fazendo uma corrida de recuperação, com a pista molhada e a presença do “safety-car” em pista, Couto terminou no quinto posto.

No domingo, com o sol e muito público a marcarem na pista da província de Hunan, Couto encetou outra corrida de recuperação desde o nono lugar da grelha de partida. O piloto português foi o melhor representante da Dongfeng Honda, terminando no segundo lugar, apenas atrás de Ma Qing Hua, o “ponta de lança” da equipa de fábrica da Lynk & Co.

“Na Corrida 1, partindo de segundo, deixei o carro ir a baixo no arranque e caí para 14º, mas consegui regressar à 5ª posição no final da corrida. O ritmo era bom! Na Corrida 2, com a grelha de partida invertida para os dez primeiros, arranquei em 9º e terminei no pódio em 2º. Foi um bom fim de semana para mim, pois foi uma boa preparação para o GP de Macau”, sumariou André Couto nas redes sociais.

Ausente desde 2018 do Grande Prémio de Macau, Couto regressa à prova que lhe é tão querida na Taça de Carros de Turismo de Macau, que será a decisiva última jornada da temporada do TCR China, campeonato que é actualmente liderado pelo irlandês Jack Young, que tripula outro dos Civic Type-R FL5 oficiais.

Liderança no campeonato

O primeiro classificado do campeonato chinês de Fórmula 4, Tiago Rodrigues, esteve em destaque na prova de abertura do revitalizado Campeonato do Sudeste Asiático de Fórmula 4, uma competição que usa a última geração dos monolugares Tatuus da disciplina, ao contrário da competição chinesa, que ainda utiliza os fórmulas da primeira geração. A adaptação ao novo chassis Tatuus e a uma nova equipa, a Asia Racing Team, foi rápida e Rodrigues qualificou-se na segunda linha da grelha de partida para a primeira e terceira corrida do programa.

Na corrida de sábado, Rodrigues teve um mau começo, ficando parado na grelha de partida, mas uma recuperação exemplar levou-o ao terceiro lugar final. Nas duas corridas de domingo, o jovem de 16 anos somou dois segundos lugares, o que lhe permitiu sair de Zhuzhou na frente do campeonato, com um ponto de vantagem sobre Jack Beeton, o australiano que venceu o programa Ferrari Driver Academy Asia Pacific and Oceania Selection em 2022, que fez duas pole-positions e ganhou duas das três corridas.

“Foi um bom fim de semana. A segunda corrida foi bastante caótica e fiz o meu melhor para evitar os incidentes, conduzindo o melhor que pude. Na terceira corrida, fiquei ligeiramente atrás em termos de ritmo do Jack Beeton. Reduzir esta diferença para Macau vai ser um desafio, mas vou dar o meu melhor”, disse Rodrigues na conferência de imprensa, citado no comunicado da sua equipa.

Tiago Rodrigues fará a estreia no Circuito da Guia na Corrida de Fórmula 4 de Macau, uma prova que não conta para o Campeonato do Sudeste Asiático de Fórmula 4, mas que reúne uma grelha de partida com vários pilotos europeus, japoneses e australianos.

31 Out 2023

GPMacau | Poucos pilotos de matriz lusófona na 70.ª edição

Apesar do Grande Prémio de Macau ter um número superior de corridas e de participantes este ano, dado que as celebrações do 70.º aniversário se prolongam em dois fins de semana de corridas, o contingente de pilotos de matriz lusófona no Grande Prémio de Macau é o mais pequeno de sempre desde o início dos anos 1980

 

“São poucos mas bons”, mas são apenas cinco os pilotos de matriz lusófona da RAEM que irão alinhar nas onze corridas do Grande Prémio. A Taça de Carros de Turismo de Macau – China Touring Car Championship conta com a presença de André Couto e Filipe Souza, sendo que este último já afirmou publicamente que esta será a última vez que disputa o evento enquanto piloto, dado que já cumpriu o seu objectivo de vencer a Corrida da Guia.

Ainda nas corridas de Turismo, Jerónimo Badaraco vai alinhar na TCR Asia Challenge, e caso termine nos oito melhores classificados ainda poderá participar no segundo fim de semana na Corrida da Guia Macau – TCR World Tour, ao passo que Rui Valente tem presença confirmada no Desafio do 70.º Aniversário do Grande Prémio de Macau, uma corrida que acolhe os carros do novo troféu bimarca Toyota/Subaru.

Num ano de muitas ausências, e um pouco contra a corrente, o jovem Tiago Rodrigues, o actual líder do Campeonato da China de Fórmula 4, vai estrear-se no evento na Corrida de Fórmula 4 de Macau, a prova principal do primeiro fim de semana do evento.

Ausências várias

De fora ficarão muitas caras conhecidas do desporto motorizado local, principalmente pelas dificuldades em colocar projectos de pé. Junio Pereira, que se tinha estreado em 2021 nestas andanças, já tinha revelado ao HM no início do ano que dificilmente iria competir este ano. Depois de ter subido ao pódio na Corrida Macau Roadsport Challenge em 2022, Sabino Osório Lei confirmou que não conseguiu concretizar os seus planos de correr este ano, enquanto Delfim Medonça Choi também teve a mesma sorte, ele que estava apostado em correr na TCR Asia Challenge.

Por motivos pessoais, Célio Alves Dias estava fora de Macau quando foram disputadas as corridas de qualificação do AAMC, e assim, ficou impossibilitado de alinhar nas provas de qualificação da Corrida Macau Roadsport Challenge. Luciano Lameiras, outro piloto que também subiu ao pódio em Macau, e o veterano Eurico de Jesus, figuras habituais do Grande Prémio, não constam das listas de inscritos publicadas na passada quarta-feira.

Sem um programa desportivo definido para este ano, após a MG ter colocado em pausa o seu projecto no automobilismo, Rodolfo Ávila é outra das ausências notadas em pista na edição deste ano. Porém, o campeão do TCR China em 2021 terá um primeiro fim de semana bastante ocupado como chefe de equipa, visto que terá de liderar a formação de quatro carros da Asia Racing Team na Corrida de Fórmula 4 de Macau.

Nenhum de Portugal

A exemplo dos dois primeiros anos da pandemia, 2020 e 2021, não viajará nenhum piloto de Portugal para participar no evento, nem nos automóveis nem nas motas. Com oito presenças no Grande Prémio de Motos de Macau, incluindo um sétimo lugar na edição do ano passado, André Pires não foi convidado para a edição deste ano, para enorme desgosto do piloto de Vila Pouca de Aguiar. Sheridan Morais, terceiro na prova do ano, também não irá comparecer, o que colocará um ponto final a uma presença ininterrupta de pilotos portugueses na prova de motociclismo de Macau que durava desde 1986.

O HM sabe do interesse de pilotos de Portugal em participar no evento, em provas de automóveis, mas a obrigatoriedade de terem de participar em provas de qualificação no Interior da China e a tardia publicação dos regulamentos das várias corridas terão arrefecido esse interesse.

27 Out 2023

Cartaz do Grande Prémio com “gigantes do desporto automóvel”

A organização do 70.º Grande Prémio de Macau, que arranca em 11 de Novembro, prometeu ontem a participação de “jovens estrelas do mundo” e de “gigantes do desporto automóvel”, num evento marcado pelo regresso das provas internacionais.

Numa conferência de imprensa em que o presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Mohammed Bem Sulayem, salientou a importância do acordo para o regresso a Macau das Taças do Mundo de Fórmula 3 e GT da FIA nos próximos três ano, a organização sublinhou também que, após os constrangimentos devido à pandemia de covid-19, o território “volta uma vez mais a centrar a atenção do mundo, reforçando a sua imagem e reputação internacional”.

Nesta edição do Grande Prémio de Macau, que vai custar 260 milhões de patacas e realizar-se em seis dias, em vez dos habituais quatro, as primeiras corridas estão marcadas para 11 e 12 de Novembro, com as restantes agendadas de 16 a 19 de Novembro.

Verschoor de regresso

Para a corrida da Fórmula 3 há a registar “uma lista de inscritos com jovens estrelas do mundo das categorias juniores do automobilismo”. Richard Verschoor, dos Países Baixos, vencedor da corrida em 2019, regressa à categoria vindo do campeonato de F2, para defender o título.

Para além de ser realçado o regresso de Dan Ticktum, que se pode tornar no único triplo vencedor na história desta corrida, há outros que regressam à F3 oriundos da F2, e que importa destacar, segundo a organização: “o promissor piloto checo Roman Stanek” e os pilotos da Red Bull Júnior Team, Zane Maloney e Isack Hadjar.

Na Taça GT há um outro sublinhado para o grupo de pilotos que procuram a sua primeira vitória em Macau. Jules Gounon, que venceu as últimas três 12 Horas de Bathurst, actual vencedor das 24 Horas de Daytona e bicampeão das 24 Horas de Spa.

Mas há mais: o ex-campeão do DTM Sheldon van der Linde, pela BMW, Kevin Ester e Thomas Preining, pela Porsche, e o brasileiro Daniel Serra a tentar dar a primeira vitória da Ferrari na Taça do Mundo de GT da FIA este ano. Contudo, estes terão de se bater com antigos vencedores da corrida: Laurens Vanthoor, Augusto Farfus e Raffaele Marciello, Maro Engel e Eduardo Mortara.

Uma palavra ainda para a participação na Taça de carros de Turismo de Macau de dois pilotos locais: o vencedor em 2000 do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3, André Couto, num Honda, e o vencedor da Corrida da Guia Macau do ano passado, Filipe Sousa, num Audi.

As duas corridas da FIA terão lugar de 16 a 19 de Novembro, com o formato a incluir duas sessões de treinos livres de 40 minutos e duas sessões de qualificação para a Fórmula 3, bem como duas sessões de treinos de 30 minutos seguidas de uma única qualificação com a mesma duração para os carros GT.

As corridas terão 10 e 15 voltas para a F3 e 12 e 16 para os carros GT. O vencedor do Grande Prémio de Macau será designado também como o vencedor da Taça do Mundo de F3.

Venham mais cinco

São cinco as corridas programadas para 11 e 12 de Novembro: Macau Asia Fórmula 4, Taça GT – Corrida da Grande Baía, TCR Asia Challenge, Macau Roadsport Challenge e uma outra que se encontra ainda em processo de negociação. De 16 a 19 de Novembro vão realizar-se seis corridas: Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 da FIA, Taça GT Macau – Taça do Mundo de GT da FIA, Corrida da Guia Macau – TCR World Tour Final, Grande Prémio de Motos de Macau – 55.ª Edição, Taça de Carros de Turismo de Macau e Desafio do 70.º Aniversário de Macau. Cada uma das seis operadoras de casinos em Macau concedeu um patrocínio de 20 milhões de patacas.

26 Out 2023

Empate com Myanmar na corrida ao Mundial 2026 deixa treinador de Macau orgulhoso

O selecionador de futebol de Macau, o luso-angolano Lázaro Oliveira, disse ontem estar “orgulhoso dos jogadores”, após um empate a zero em casa com Myanmar (antiga Birmânia), na qualificação asiática para o Mundial 2026. Na conferência de imprensa após a partida, o treinador defendeu que os jogadores da região administrativa especial chinesa, número 185 do ranking mundial, “estiveram muito bem defensivamente” e que o ataque melhorou na segunda parte.

“Tentámos ganhar. Não foi possível vencer, mas era muito importante mudar a imagem da primeira mão”, disse Lázaro Oliveira, referindo-se à derrota por 5-1 na capital birmanesa, Rangum, a 12 de outubro. “Demos o nosso melhor, tentamos sempre lutar por Macau. Hoje acho que merecíamos [a vitória], mas o empate dá uma boa imagem”, disse o central de origem portuguesa Vítor Almeida, também na conferência de imprensa.

O selecionador disse que “o primeiro jogo não foi assim tão mau” e lembrou que Myanmar marcou três golos nos últimos dez minutos. “[Até ali] eles tiveram muitas dificuldades em quebrar a nossa organização defensiva”, acrescentou.

Lázaro Oliveira admitiu que também no encontro de ontem vários jogadores tiveram “problemas musculares”, porque a eliminatória calhou na pré-época, em que apenas o atual campeão, o Chao Pak Kei, está a treinar, para competir na Taça AFC, o equivalente asiático à Liga Europa.

O antigo treinador do Estrela da Amadora recordou que todos os jogadores de Macau são amadores: “Não é fácil, uma equipa que trabalha o dia interior, às vezes não podem treinar devido ao trabalho ou às aulas”. A partida de hoje marcou ainda a despedida do defesa central Filipe Duarte, formado no Benfica e antigo internacional jovem por Portugal. “É uma grande perda para a seleção de Macau”, disse Lázaro Oliveira.

Com a vitória na eliminatória preliminar, Myanmar qualificou-se para a fase de grupos do apuramento da Ásia para o Mundial2026, onde irá defrontar o Japão, a Síria e a Coreia do Norte, no Grupo B. O selecionador Michael Feichtenbeiner admitiu na conferência de imprensa que Myanmar, número 161 do ranking da FIFA, será à partida a equipa mais fraca do grupo.

“Temos muitos jogadores jovens que poderão aprender, por exemplo com o Japão, atualmente uma das melhores equipas do mundo”, acrescentou o alemão. Apesar de admitir que Myanmar, que conta com nove jogadores a atuar no estrangeiro, tem de “ser realista”, o treinador não afastou a possibilidade de “talvez nas partidas em casa criar uma ou duas surpresas”.

Feichtenbeiner disse ainda estar surpreendido pelo apoio de mais de uma centena de birmaneses no estádio: “Nunca esperava um tão grande número de adeptos. Foi uma alegria para os jogadores”. De acordo com dados oficiais do Corpo de Polícia de Segurança Pública de Macau, no final de agosto trabalhavam no território quase 3.100 cidadãos de Myanmar sem estatuto de residente.

18 Out 2023

Macau acolhe provas com atletas da China em Dezembro

Duas competições de ténis vão decorrer em Macau entre 4 e 10 de Dezembro, a final do Circuito Profissional de CTA (Macau) 2023, com o apoio da Sociedade de Jogos de Macau (SJM) e Campeonato Nacional de Ténis.

Segundo um comunicado oficial do evento, este será o terceiro ano consecutivo em que a final do Circuito Profissional de CTA se realiza em Macau, uma ocasião “que irá reunir vários tenistas nacionais na cidade para apresentar o mais elevado nível da competição de ténis”. Os jogos irão decorrer na Academia de Ténis de Macau.

Ambas as competições são organizadas pelo Instituto do Desporto (ID) e Administração Geral do Desporto da China, entre outras, sem esquecer a co-coordenação da Associação de Ténis de Macau. O evento conta ainda o apoio de entidades como o Departamento de Propaganda e Cultura do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM e da Companhia de Desenvolvimento Turístico e Cultural de Chengdu.

Daisy Ho, administradora da SJM, argumenta que recorrendo a Macau como plataforma, “pretende-se demonstrar ao mundo o poder desportivo da China moderna e ajudar a aprofundar o intercâmbio e a cooperação entre o Interior da China e Macau”. Espera-se, segundo a empresária, construir a “sinergia ‘desporto+turismo’ para enriquecer” a política de construção de um centro mundial de turismo e lazer para Macau.

Pun Weng Kun, presidente do ID, disse tanto a SJM Final do Circuito Profissional de CTA (Macau) como o Campeonato Nacional de Ténis se realizam em Macau desde 2021, tendo recebido, em dois anos, “altas recomendações por parte dos atletas participantes e espectadores, e fornecido valiosas experiências de aprendizagem para os atletas de Macau”.

“Estamos muito ansiosos por receber mais uma vez as competições finais do evento em Macau com a participação dos melhores atletas da China. Acreditamos que, através deste evento, podemos intensificar o intercâmbio desportivo entre Macau e China, promovendo a imagem de Macau como cidade de turismo desportivo”, disse ainda.

Li Na novamente em Macau

O “cartaz desportivo” conta com quatro provas em ambas as competições, nomeadamente singular masculino, singular feminino, pares masculinos e pares femininos, com 16 jogadores apurados para as provas singulares e oito jogadores apurados para as provas de pares. A competição será dividida entre a fase de grupos e uma fase eliminatória.

Os bilhetes para assistir aos jogos estão à venda a partir de 1 de Novembro, com um valor a partir de 100 patacas.
Destaque para a presença no território, pelo terceiro ano consecutivo, da tenista Li Na, na qualidade de embaixadora mundial da entidade “Special Olympics International”, para um encontro com a associação local Macau Special Olympics.

17 Out 2023

GPM | Filipe Souza desiste da Corrida da Guia para correr no TCR China

Filipe Souza tinha inicialmente planeado participar na Corrida da Guia do 70º Grande Prémio de Macau, mas o vencedor da edição transacta desta corrida mudou de ideias e não irá defender o ceptro conquistado em 2023

 

O único piloto de Macau a vencer a Corrida da Guia abdicou do plano de competir contra os “craques” do TCR World Tour, para tentar voltar subir novamente ao pódio no maior acontecimento desportivo da RAEM e despedir-se do automobilismo enquanto piloto. Para isso, Filipe Souza vai alinhar na corrida pontuável para o competitivo campeonato TCR China.

Questionado pelo HM sobre o volte-face, Filipe Souza explicou que esta mudança de planos se deve à enorme vontade de voltar a subir ao pódio: “Eu quero mesmo ir ao pódio, e isto é porque já decidi que este ano será o meu último ano no Grande Prémio de Macau. E se consegui ir ao pódio este ano, no 70º aniversário do Grande Prémio, ainda será mais fantástico…”

O piloto macaense admite que ao não competir na Corrida da Guia, que servirá de última jornada do TCR Word Tour, está a sacudir “muita pressão”, para além do “elevado custo que é participar nesta corrida”. O experiente piloto de carros de Turismo local reconhece que a diferença entre participar na Corrida da Guia ou na Taça de Carros de Turismo de Macau, corrida onde deverá ser novamente inserido o pelotão do TCR China, é um “valor superior a duzentas mil patacas”.

Pesou também na decisão de Filipe Souza, o facto de “não estarem assim tantos carros na grelha”, pois a corrida só deverá contar com dezasseis pilotos internacionais, aos quais se juntarão, muito provavelmente, uma dezena de pilotos locais provenientes da corrida do TCR Asia Challenge do primeiro fim-de-semana.

Esta troca de corrida não tornará a vida de Filipe Souza muito mais fácil, pois a corrida do TCR China não será muito mais fácil para o piloto do Audi RS 3 LMS TCR. Numa grelha de partida que terá mais de duas dezenas de viaturas, incluem-se uma dezena de carros apoiados por marcas. A Dongfeng Honda, a Link & Co e a Hyundai estão representadas oficialmente este ano na maior competição chinesa de carros de Turismo da actualidade e consigo trazem um naipe de pilotos muito capazes e igualmente conhecedores dos segredos do Circuito da Guia.

Para enfrentar uma forte concorrência, que ficou a conhecer em primeira mão no mês de Setembro, aquando da participação na corrida de Xangai, Filipe Souza vai contar com o apoio técnico da equipa belga Comtoyou Racing, a mesma estrutura que prepara os Audi semi-oficiais de Rob Huff e Frédéric Vervisch.

Parar sem desligar

Já há alguns anos que Filipe Souza considerava poisar o capacete de vez, mas a decisão tinha vindo a ser adiada sucessivamente pelas mais diversas razões. Todavia, depois do feito obtido na Corrida da Guia em 2022, pouco mais haverá para Filipe Souza vencer nas pistas.

“Decidi que chegou a altura, já corri muitos anos. Este ano já é o meu 21º Grande Prémio de Macau”, explicou o piloto do território. “Se este não fosse o 70º aniversário do Grande Prémio, já tinha parado de correr. Consegui vencer no ano passado e assim o meu objectivo no automobilismo, como piloto, já foi alcançado.”

Apesar de colocar um ponto final numa carreira que teve início no ano 2000, Filipe Souza não se quer desligar totalmente do desporto motorizado. “Não só vou ver corridas, mas vou também ajudar os pilotos amadores e os novos pilotos que queiram entrar nas corridas de automóveis”, afirma.

17 Out 2023

Automobilismo | Primeiras corridas em Zhuhai realizaram-se há 30 anos

Há trinta anos, a cidade vizinha de Zhuhai, com o apoio do Hong Kong Automobile Association, avançava para a organização do primeiro grande evento de desporto motorizado de velocidade realizado na República Popular da China. Em Macau, havia muitas reticências e apreensão sobre o que poderia representar este evento, em tudo semelhante ao Grande Prémio de Macau

 

Com a coordenação desportiva a cargo de Phil Taylor, o inglês que então também era o Director de Corrida do Grande Prémio de Macau, e com uma forte presença da associação automóvel da então colónia britânica, a prova de Zhuhai teve logo desde o arranque o “know how” que necessitava para se afirmar além-fronteiras. Contudo, ao contrário do que era temido em alguns sectores em Macau, as autoridades do Interior da China não quiseram copiar o que melhor se fazia no território sob administração portuguesa.

A cidade Zhuhai tinha outras ambições que iam para além deste circuito provisório que durou apenas três edições. A Zona Económica Especial chinesa queria mais do que isso, queria receber a Fórmula 1 no Circuito Internacional de Zhuhai (ZIC). Isto, anos depois de Macau ter fechado a porta ao “Grande Circo” e ter desistido da construção de um autódromo no território.

“Sempre tive o espírito aberto a essas coisas e nunca acreditei que os nossos vizinhos pudessem vir a assombrar o evento de cartaz de Macau”, recorda Carlos Barreto, o primeiro colaborador do Automóvel Clube de Macau (ACM), agora Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC), a receber a Licença Desportiva da Federação Internacional de Motociclismo (FIM) como Director de Prova e Comissário Desportivo, precisamente em 1993.

Outros voos

Com cem mil espectadores espalhados pelos quatro quilómetros deste circuito devidamente asfaltado para receber os 127 carros e motos que compareceram – curiosamente só dois concorrentes eram do Interior da China – o primeiro evento decorreu sem sobressaltos, permitindo que em 1994 e 1995 a prova entrasse para o calendário internacional da FIA, acolhendo o campeonato BPR GT Endurance Series.

“Os organizadores, para garantirem uma assistência em massa, como foi o caso, tiveram de ser criativos. Os bilhetes davam direito a sorteio de prémios como televisões, máquinas de lavar roupa, frigoríficos, ar condicionado e outras coisas”, lembra o piloto Rui Valente, que na altura se deslocou ao outro lado das Portas do Cerco para assistir à prova, onde participou o seu amigo José Mariano da Rosa.

Assim que o ZIC abriu portas, em 1996, as corridas de Zhuhai passaram para a infra-estrutura permanente localizada em Jinding. O sonho da F1 esfumou-se, mas o ZIC ficou a “casa do automobilismo chinês”, tendo durante décadas desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento dos desportos motorizados na República Popular da China. “Sempre pensei que tendo um circuito permanente em Zhuhai poderia ser benéfico para os pilotos e para os comissários desportivos e de pista”, afirma Carlos Barreto.

“Para os pilotos realizarem provas com frequência, coisa que não se podia fazer em Macau (e veio a acontecer), para os comissários desportivos e de pista, o ganhar a experiência em provas a sério, depois da formação, para se sentirem mais à vontade no Grande Prémio. Nem tudo correu bem, realizaram-se provas, mas os comissários de pista raramente tiveram essa possibilidade. Contudo, era cedo para antever o que iria acontecer e havia o receio, na mente de alguns, de eles entrarem por aí e acabarem com o Grande Prémio”.

Macau ficou a ganhar

O desconforto que estas provas causaram no então território português ultramarino era apenas causada por uma visão limitada que ignorava as vantagens desportivas e económicas, como Mário Sin, que presidiu o ACM e ex-membro da Comissão do Grande Prémio de Macau, relembra: “Não existia uma visão global das oportunidades [que iria trazer o circuito em Zhuhai] para os pilotos locais, pois [com o circuito] iriam poder praticar mais vezes e com menores encargos”.

O início das corridas em Zhuhai serviu como trampolim para outros voos para os pilotos do território. “Para provar, basta ver que os pilotos de Macau começaram a obter mais lugares no pódio em todas as categorias, depois de poderem praticar mais vezes antes do Grande Prémio de Macau”, assevera Mário Sin, acrescentando que ”os pilotos de Macau começaram ganhar aos pilotos de Hong Kong, que tinham quase o exclusivo dos lugares de pódio.”

No final de contas, o saldo é hoje visto como muito positivo, pois “o Grande Prémio continua vivo e Macau tem colaboradores que desempenham funções de relevância na FIA e na FIM. O ZIC ganhou o seu espaço, com provas nacionais e internacionais, e continua aberto a ser utilizado por quem lá queira ir sentir a adrenalina da alta velocidade”, conclui Carlos Barreto, que durante muitos anos desempenhou o cargo de Director de Corrida do Grande Prémio de Motos de Macau.

4 Out 2023

Carlos Sainz gostaria de uma corrida com os 20 pilotos da F1 em Macau

O Circuito da Guia deixa uma marca inesquecível em todos os pilotos que um dia têm a possibilidade de participar no Grande Prémio de Macau. Durante o périplo asiático do mundial de Fórmula 1, Carlos Sainz surpreendeu a imprensa ao sugerir que “devíamos todos [os pilotos de F1] correr na Fórmula 3 em Macau”.

Com as exigências do calendário da Fórmula 1 a serem cada vez maiores, com mais obrigações para os pilotos, dentro e fora da pista, Carlos Sainz foi questionado sobre qual a regra que mudaria na Fórmula 1 da actualidade. Em resposta à esta questão, o filho do ex-campeão do mundo de ralis sugeriu que todos os pilotos da disciplina rainha do automobilismo corressem no lendário Circuito da Guia, em Macau, em monolugares de Fórmula 3, uma vez por ano.

“Esta é uma pergunta difícil”, disse Carlos Sainz, citado pelo portal Planet F1. “Tenho a certeza que há uma, mas acho que uma vez por ano, todos nós deveríamos ir a Macau e correr na F3, [ter] 20 pilotos de F1 por lá.”

Depois de ter vencido a corrida da Fórmula BMW Asia, na edição de 2010, Carlos Sainz participou, por duas vezes, na corrida de Fórmula 3 no Grande Prémio de Macau, tendo obtido um sétimo lugar como o seu melhor resultado, na altura defendendo as cores da Red Bull. Apesar de nunca ter subido ao pódio, o piloto madrileno disse que gostaria de ter a oportunidade de ver os actuais vinte pilotos do mundial de Fórmula 1 a acelerarem no traçado único do Circuito da Guia.

Quando questionado sobre o quão próximos os pilotos estariam se corressem num circuito como o de Macau, Carlos Sainz indicou que a singularidade da pista da RAEM poderia levar a uma diferença um pouco maior entre o actual grupo de pilotos, pois se todos tivessem de correr com os mesmos carros numa pista tradicional do calendário da Fórmula 1, o espanhol acredita que não haveria grande diferença entre os 20 pilotos do mundial.

“Acho que em Macau é diferente. Em Macau pode haver mais diferenças [entre os pilotos]”, explicou Carlos Sainz, “[mas numa] pista normal, se formos todos amanhã a Barcelona, por exemplo, e fizermos uma volta de qualificação, em condições normais de piso seco, seis conjuntos de pneus macios e novos como temos sempre? Não creio que haja mais de meio segundo entre nós.”

Ideia que não é nova

Obviamente, por diversos motivos, a ideia de Carlos Sainz não é hoje plausível. Contudo, esta não seria a primeira vez que o Circuito da Guia acolheria numa só corrida, e em carros iguais, grandes nomes do automobilismo.

Pela mão do empresário Teddy Yip, em 1968, realizou-se a “Corrida dos Gigantes”, que reuniu ex-vencedores do mundial de Fórmula 1, das 500 milhas de Indianapolis e das 24 Horas de Le Mans. Ao volante de Ford Escort iguais, nomes sonantes do automobilismo mundial Phil Hill, Mike Stirling Moss, Jack Brabham, Denis Hulme, Jacky Ickx, Bobby Unser, ou o Príncipe Bira do Sião, mediram forças no Circuito da Guia. O belga Jacky Ickx, ex-piloto da Ferrari na F1 e multi-vencedor das 24 Horas de Le Mans, venceu a corrida categoricamente.

Em 1989, o entuasiasta Teddy Yip reeditou a ideia, desta vez usando os Mazda MX5 Miata versão troféu. Agora baptizada como “Corrida de Campeões”, a prova foi ganha pelo britânico Geoff Lees, o vencedor do Grande Prémio de Macau em 1979 e 1980.

Na edição do 60º aniversário, em 2013, a corrida “Scirocco R China Masters Challenge” voltou a trazer-nos à memória as corridas organizadas por Teddy Yip, ao reunir vários nomes grandes do Circuito da Guia numa só grelha de partida. Duncan Huisman, piloto que venceu por quatro vezes na Corrida da Guia, triunfou nesta corrida que usou os Scirocco construídos na Volkswagen Autoeuropa em Portugal.

27 Set 2023

Grande Prémio de Motos | Presença feminina garantida nas motos

Nadieh Schoots foi uma das sensações do 54º Grande Prémio de Motos de Macau, ao tornar-se a primeira mulher a participar na prova rainha de motociclismo de estrada do Sudeste Asiático. E em 2023, a piloto neerlandesa vai regressar ao traçado sinuoso do Circuito da Guia

 

“A minha estreia no ano passado foi, de facto, uma grande experiência de aprendizagem e, ao mesmo tempo, um pouco difícil devido a acontecimentos que se passaram na minha vida fora da esfera das corridas, o que me deixa extremamente grata pela oportunidade de regressar”, explicou a piloto de 32 anos ao HM, confirmando que em Novembro participará no maior cartaz desportivo da RAEM.

Apesar da experiência em provas de estrada, a prova do território foi uma surpresa para Nadieh Schoots, pois “há coisas óbvias que distinguem o Grande Prémio de Macau, tais como, o facto de o circuito estar rodeado de barreiras protecção, de ser um evento misto de carros e motas e do circuito se situar na cidade e não no campo.” Outra curiosidade que a piloto originária dos Países Baixos encontrou foi um horário do evento diferente. “O que foi mais interessante para mim, enquanto concorrente, foi o facto dos treinos, a qualificação e a corrida serem realizados de manhã cedo para as motos. Em quase todas as corridas de estrada na Europa/Reino Unido corremos à tarde ou mesmo à noite, em Macau temos de estar prontos às 7h30 da manhã!”

A piloto não tem nada contra esta tradição do evento e realça a importância que essa diferença faz na segurança dos principais intervenientes do Grande Prémio. “Compreendo perfeitamente que isto é necessário, uma vez que os carros podem derramar óleo ou danificar as barreiras de protecção, sendo esta a única forma da organização garantir que a pista se encontra segura para a nossa corrida. No entanto, é uma sensação estranha sair da cama e, quase imediatamente, vestirmos os nossos fatos de pele e colocarmos o capacete para correr entre muros.”

Esta abordagem, praticamente sem igual, requererá uma preparação mais acentuada para este ano: “vou preparar mais o meu corpo e a minha mente para isto, levantando-me mais cedo para treinar nas duas últimas semanas que antecedem Macau.”

Objectivo de auto-superação

Depois da edição do ano passado ter sido disputada sob o espectro da pandemia, e com uma grelha de partida de apenas quinze participantes, a agora única corrida de motociclismo do Grande Prémio deverá voltar a reunir este ano os craques da especialidade, o que irá aumentar a dificuldade para a 12ª classificada da prova de 2022.

“Vai ser interessante e, esperemos, mais divertido para os pilotos e espectadores que vão ter novamente uma grelha completa este ano”, destaca Nadieh Schoots, acrescentando que em termos desportivos não coloca a fasquia muito alta e acima de tudo quer superar-se a si mesma, até porque “apesar de tudo, estou orgulhosa da forma como corri no ano passado!”

Para a edição número cinquenta e cinco da prova, a piloto da Yamaha R1 cor-de-rosa, a preparar pela Basomba Racing, espera “ser significativamente mais rápida, porque no ano passado não pude andar de mota, nem sequer fazer exercício físico, durante os três meses que antecederam o evento. O meu objectivo é fazer uma volta a cerca de 105 por cento dos primeiros classificados, o que, com base nos anos anteriores, me dará um tempo por volta na casa dos 2 minutos 30 segundos – 2 minutos 33…, mas não me atrevo a especular onde isso me coloca na grelha”.

Para a prova do Circuito da Guia, numa homenagem sentida, Nadieh Schoots vai envergar o nº49 que habitualmente era usado pelo bom amigo e corredor espanhol Raul Torras, um grande entusiasta do Grande Prémio de Macau, que tragicamente perdeu a vida num acidente na prova da Ilha de Man no passado mês de Junho.

22 Set 2023

GPM | André Pires não foi convidado para a prova de Motos

Foi com enorme surpresa que André Pires recebeu a notícia de que não foi convidado para participar na 55.ª edição do Grande Prémio de Motos de Macau. O piloto de licença portuguesa com mais participações na prova de duas rodas do Grande Prémio de Macau era uma presença assídua na prova desde 2013

 

André Pires explicou ao HM que contactou a Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC), a entidade responsável pela parte desportiva do Grande Prémio, e ficou a saber que o seu nome não constava da lista de pilotos seleccionados para a prova, isto por não ter participado este ano nas corridas britânicas North West 200 e Isle of Man TT. Embora os critérios de selecção não sejam do domínio público, a participação nestas provas será um dos principais critérios de selecção.

Com oito presenças no Grande Prémio de Motos de Macau, André Pires confirmou ao HM que lhe foi dito que o seu nome está na lista de reservas e que ainda poderá ser considerado caso apareça uma vaga provocada por uma desistência ou um convite rejeitado.

“É com muita tristeza que recebi a notícia, depois de ter participado oito vezes no Grande Prémio de Macau e de ser o piloto de estrada com mais experiência em Portugal. Além disso, fiquei em 7.º lugar na edição de 2022, e competi no passado com pilotos de estrada experientes que vão às principais provas da especialidade”, referiu ao HM o piloto luso de 34 anos.

André Pires não coloca em causa os critérios de selecção da AAMC, mas lamenta a decisão, pois “sempre fui muito apoiado e acarinhado em Macau. Acredito que a comunidade portuguesa em Macau também vai sentir a falta de um piloto português no paddock na prova de motos. Esta alteração de normas vai penalizar-me a mim e aos pilotos portugueses no futuro.”

O piloto de Vila Pouca de Aguiar foi um dos quinze pilotos que aceitou participar no 69.º Grande Prémio de Macau, no ano passado, mesmo estando sujeito a uma quarentena de duas semanas, tendo terminado a corrida no 7.º lugar, o seu melhor resultado da prova. Aliás, o piloto português foi um dos poucos pilotos que esteve ao lado do AAMC quando a federação nacional da RAEM tentou, em vão, organizar o Grande Prémio de Motos em 2020 e 2021.

Rude golpe

O Grande Prémio de Macau nasceu em 1967, mas a primeira participação de pilotos provenientes de Portugal só aconteceu em 1986, com a presença de Joe Domingues e Pedro Baptista. Desde dessa data até aos dias de hoje, a presença lusitana nas corridas de motos tem sido praticamente ininterrupta. Mas com os critérios da agora única prova de motociclismo no programa do Grande Prémio a obrigarem a presença nas “clássicas” britânicas do “road racing” internacional, a participação dos pilotos portugueses tem-se diluído.

Na pretérita semana, o Macau Daily Times adiantou a informação de que só os quatro primeiros classificados da prova de motociclismo de 2022, assim como a holandesa Nadieh Shoots, foram convidados para a edição de 2023. A confirmar-se, o experiente português nascido na África do Sul e residente no Algarve, Sheridan Morais, que foi o terceiro classificado em 2022, mas que também não participou nas supracitadas provas este ano, poderá ser o único piloto a representar Portugal na prova.

15 Set 2023

GPM | Filipe Souza vai a Xangai preparar a defesa do título em Macau

A próxima prova do Campeonato da China de Carros de Turismo/TCR China vai disputar-se no Circuito Internacional de Xangai e contará com a presença de Filipe Souza. O piloto macaense tornou-se no ano passado o piloto do território a vencer na Corrida da Guia em quarenta anos de história, troféu que vai defender novamente este ano no mês de Novembro

Após o triunfo mais alto da sua carreira de mais de vinte anos nos carros de Turismo, Filipe Souza pensou em colocar para trás esta disciplina e competir nas corridas de Grande Turismo em 2023. Aliás, em Janeiro passado, quando falou a última vez com o HM, o piloto macaense estava a preparar-se para deixar a categoria TCR para se dedicar a uma nova aventura na categoria GT4. Contudo, uma chama motivou uma mudança de planos.

“No início pensei fazer os GT4, porque nessa altura achava que podia fazer corridas em ambos os fins-de-semana. Porém, a nossa associação ligou-me e disse que um piloto só pode fazer uma corrida no Grande Prémio e convenceu-me a participar na corrida do TCR World Tour em Macau, pois consideram que é mais exigente fazer essa corrida e, por ser uma corrida por convite, querem ter um piloto de Macau”, explicou Filipe Souza ao HM.

Com o fim da Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA – WTCR no final de 2022, devido a uma mudança de estratégia do promotor Discovery Sports Events, o WSC Group, a empresa de Marcello Lotti, que lançou o conceito TCR em 2015, apostou no TCR World Tour. Como o nome indica, trata-se de uma competição para viaturas TCR e tem um calendário que passa pela Europa, América do Sul, Austrália e Ásia, onde os participantes deste “mundial” correm juntamente com os homólogos dos campeonatos TCR locais. No Circuito da Guia não será diferente, com a dezena e meia de concorrentes do TCR World Tour a enfrentarem os melhores da especialidade da região inseridos na célebre Corrida da Guia.

“Ponderei muito bem sobre esta oportunidade que não é para todos e não é assim tão fácil de aparecer”, salienta Filipe Souza que se estreou no Circuito da Guia no ano 2000. “Também esta é uma das corridas do fim de semana principal, o que é muito importante para mim, para os meus patrocinadores e para a minha carreira, até mesmo para talvez finalizar a minha carreira de corridas com uma boa imagem e uma boa memória”.

Ganhar ritmo

Sem disputar qualquer corrida desde Novembro de 2022, Filipe Souza não esconde que pretende ganhar ritmo nesta prova no circuito de Fórmula 1 de Xangai junto das melhores equipas e pilotos da República Popular da China. Os resultados não vão ser uma prioridade neste evento, até porque o representante da RAEM não está em discussão por nenhum título e vai ter pela frente uma forte concorrência, incluindo as equipas oficiais da Link & Co, Hyundai e Dongfeng Honda.

“Esta corrida será a minha primeira corrida deste ano, por isso não estou a pensar sobre subir ao pódio ou não, mas vou fazer os possíveis para ter uma boa prova. Só fiz um teste em Zhuhai no início do ano, por isso não tenho grandes ambições. Por outro lado, estou apreensivo, porque esta corrida vai ter muitos bom pilotos por lá. Mas isso eu gosto muito, pois sempre gostei de um bom desafio”, reflecte o piloto de Macau que vai novamente conduzir o seu Audi RS 3 LMS TCR. “Esta corrida também será boa para eu ganhar um bom ritmo e também para preparar a corrida de Macau”, acrescenta.

Filipe Souza não descarta fazer mais corridas após esta participação em Xangai, pois os quilómetros competitivos vão contar quando chegar a “hora da verdade”, na grande prova do final de ano. “Vou continuar com o Audi do ano passado, com o qual ganhei em Macau, mas estou a ponderar a ajuda de uma equipa da Europa, porque correr em Macau e no pelotão do TCR World Tour não é uma tarefa nada fácil. Temos que ter uma boa equipa e com experiência”, acrescenta o único piloto lusófono, por agora, confirmado nesta corrida.

6 Set 2023

GPM | Sudeste Asiático confirma presença em Macau

Logo após o Campeonato da China de Fórmula 4 ter concluído a sua segunda visita ao circuito urbano de Pingtan, o organizador do revitalizado Campeonato do Sudeste Asiático de Fórmula 4 confirmou a presença no primeiro fim de semana do 70.º Grande Prémio de Macau

 

Depois de três anos em que o campeonato chinês de F4 foi presença assídua no Circuito da Guia, no fim de semana de 10 e 11 de Novembro, será o pelotão do campeonato agora promovido pela empresa Top Speed Shanghai a visitar a RAEM num evento extra-campeonato que irá contar com vários pilotos internacionais. Será igualmente a estreia dos monolugares da última geração de F4 entre nós. Tatuus F4 T421 GEN2 com motor Fiat Abarth 1400cc preparado pela Autotecnica Motori, e com o seu equipamento de segurança Halo homologado pela FIA.

O Grande Prémio de Macau começa com os treinos livres e as sessões de qualificação no sábado, 10 de Novembro, seguidos de uma corrida de qualificação de oito voltas e de uma corrida principal de 12 voltas no domingo, proporcionando aos pilotos uma experiência inestimável de início de carreira na pista que recebe o Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 – Taça do Mundo FIA de F3.

Antes de Macau, o campeonato do Sudeste Asiático realiza a sua corrida de abertura em Outubro, no circuito permanente da cidade Zhuhai, para depois da passagem pelo território viajar até ao Circuito Internacional de Sepang, a antiga casa do Grande Prémio da Malásia, para as rondas três e quatro. Para participarem, os pilotos devem ter pelo menos 15 anos e possuir uma licença FIA Internacional C ou Nacional emitida pela respectiva associação nacional de desportos motorizados.

Rumo à liderança

No remodelado e agora mais curto circuito citadino da Ilha de Pingtan, o Campeonato da China de Fórmula 4, que perdeu a sua prova no Grande Prémio de Macau, realizou a sua terceira jornada da temporada de 2023. Entre os dezasseis concorrentes presentes para disputar as quatro corridas do fim de semana estiveram dois pilotos de Macau: Tiago Rodrigues e Marcus Cheong Man Hei.

Na sua temporada de estreia em provas de monolugares, Tiago Rodrigues voltou a estar em plena evidência ao terminar as quatro corridas em posições do pódio, tendo inclusive vencido a segunda corrida disputada na tarde de sábado. “Eu acredito que posso vencer este campeonato”, disse o jovem piloto na conferência de imprensa da tarde de sábado, citado pela assessoria de imprensa do campeonato.

À vitória e ao segundo lugar obtido na primeira corrida de sábado, o piloto treinado por Charles Leong ainda juntou dois valiosos terceiros lugares no domingo. Esta série de óptimos resultados conquistados numa pista que não conhecia, colocam Tiago Rodrigues isolado na primeira posição do campeonato chinês.

Já Marcus Cheong, a realizar a sua segunda prova de monolugares, conseguiu um quinto lugar à geral como melhor resultado. O novo circuito de Chengdu Tianfu, ainda por estrear, irá receber a prova seguinte do campeonato no próximo mês. A organização do campeonato, a cargo da empresa Mitime, uma subsidiária do gigante automóvel chinês Geely, ainda não confirmou que circuito irá substituir Macau no calendário.

30 Ago 2023

GP Macau | Estrela do showbiz de HK pode regressar à Guia

O Grande Prémio de Macau e o showbiz de Hong Kong encontraram-se por diversas vezes na sua história. No pretérito fim de semana, Aaron Kwok, uma figura incontornável do espectáculo em Hong Kong, participou nas corridas que serviram de preparação para o grande evento desportivo da RAEM do mês de Novembro, realizadas no Circuito Internacional de Guangdong (GIC), dando asas à especulação sobre uma eventual participação do artista na 70.ª edição do evento

Apesar de nem o “piloto” nem a equipa o terem confirmado, a verdade é que o nome de Aaron Kwok poderá muito bem aparecer na lista de inscritos do 70.º Grande Prémio de Macau numa das três corridas a serem disputadas com viaturas de Turismo da classe TCR. Dono de uma colecção de automóveis invejável, Aaron Kwok sempre foi um aficcionado e praticante de desportos motorizados, tendo competido, de forma amadora e sempre pontual, em diversas disciplinas do automobilismo, desde monolugares a carros de Grande Turismo.

Na década de 1990s, Aaron Kwok fez parte dos “quatro reis celestiais” da cena “pop” de Hong Kong, dominando, com Jacky Cheung, Andy Lau, Aaron Kwok and Leon Lai, a música, a cobertura mediática, a televisão, a publicidade e o cinema em Hong Kong. Com 58 anos de idade, o “Rei dos Palcos” continua bastante activo, e todos os sábados e domingos ao longo de mês de Julho, a estrela de Hong Kong subiu ao palco Centro de Eventos do Studio City para apresentar o exuberante espectáculo “Aaron Kwok Amazing Dream Live on Stage in Macau 2023”, onde não faltaram peixes tridimensionais, naves espaciais e robótica.

Esta aparição no GIC, num evento com pouquíssima exposição mediática e dimensão desportiva, não será de todo inocente, mas pode proporcionar a Aaron Kwok um regresso ao Circuito da Guia dez anos depois. Em 2013, no 60.º Grande Prémio de Macau, o então representante da Audi Hong Kong teve uma participação acidentada na Taça Audi R8 LMS, desistindo após ter dado um toque na abordagem para a Curva Lisboa numa corrida difícil disputada em piso molhado.

Bom treino

Apanhado pelas objectivas dos fãs a treinar no circuito dos arredores de Zhaoqing ainda no final da passada semana, a verdade é que Aaron Kwok alinhou em ambas as corridas destinadas para viaturas da classe TCR, onde participaram também cinco pilotos de Macau: Kevin Wong, Ng Kin Veng, Ho Ka Meng, Cheong Chi On e Ryan Wong.

Sem qualquer experiência em competição na mais popular classe de carros de Turismo a nível mundial, ao volante de um Lynk & Co 03 TCR da Teamwork Lynk & Co Racing, com as cores da equipa oficial da marca chinesa de automóveis, Aaron Kwok foi 11º classificado na primeira corrida, para depois terminar num muito positivo quinto lugar no segundo confronto. A melhor volta de Aaron Kwok foi menos de um segundo mais lenta que o vencedor da corrida, Lo Sze Ho, em Hyundai Elantra TCR.

Mais especulação

A possível participação de Aaron Kwok no 70.º Grande Prémio de Macau colocou muitos fãs a especularem nas redes sociais sobre a possibilidade deo artista de Hong Kong enfrentar no Circuito da Guia outra cara conhecida do showbiz asiático: Daniel Wu. O conhecido actor de Hong Kong, nascido na Califórnia, é também um grande apaixonado dos desportos motorizados, tendo participado em diversos eventos nos Estados Unidos da América.

Daniel Wu vai estrear-se em provas neste lado do globo, quando o Campeonato de Carros de Turismo da China (CTCC) / TCR China visitar a cidade de Xangai em Setembro. O astro do cinema e lutador de artes marciais vai conduzir o terceiro Honda Civic FL5 TCR da Dongfeng Honda Racing Team nesse fim de semana, que nas duas provas anteriores foi tripulado pelo piloto de Macau André Couto. A Dongfeng Honda apenas confirmou a presença de Daniel Wu para esta prova.

22 Ago 2023