Websummit | Edward Snowden alerta para controlo de pessoas e não de dados pessoais Andreia Sofia Silva - 6 Nov 20196 Nov 2019 Edward Snowden, antigo analista informático da Agência de Segurança Nacional dos EUA, esteve esta segunda-feira na abertura de mais uma edição da WebSummit, em Lisboa, e alertou a enorme plateia para a manipulação dos utilizadores da Internet e não apenas dos seus dados pessoais. Snowden, que em 2013 voou para Hong Kong onde denunciou o sistema de vigilância mundial que ajudou a criar, alertou para a enorme proximidade entre empresas e Governos [dropcap]A[/dropcap] casa estava cheia para ouvir Edward Snowden, ainda que por videoconferência. O antigo analista informático da Agência de Segurança Nacional (ASN) dos EUA que, em 2013, voou do Hawai para Hong Kong onde cedeu documentos confidenciais aos media sobre a existência de um sistema de vigilância mundial de comunicações e de Internet, esteve esta segunda-feira na WebSummit, em Lisboa, naquela que é considerada a maior cimeira de tecnologia do mundo. Edward Snowden encontra-se actualmente em regime de asilo político na Rússia, o que o impediu de estar em Lisboa. A entrevista, ao vivo, trouxe conclusões perturbadoras para todos aqueles que estão nas redes sociais e no mundo digital. “Os dados não são inofensivos nem abstractos quando se trata de pessoas. E quase todos os dados recolhidos hoje em dia são sobre pessoas. Não são os dados que estão a ser explorados, são as pessoas que estão a ser manipuladas”. Questionado sobre os esforços para a protecção de dados dos utilizadores na Europa, Snowden indicou que não considera a introdução do Regulamento Geral sobre a Protecção de Dados (RGPD) uma resposta eficaz, uma vez que “o problema não é a protecção de dados, mas sim a recolha de dados”. O ex-analista informático salientou que “não há problema em recolher [dados] desde que não haja uma fuga”, no entanto, o que percebemos em 2013, é que “há sempre uma fuga”. Desde que revelou um segredo muito bem guardado pelas autoridades norte-americanas que Edward Snowden tem vindo a ser acusado pelos Estados Unidos de espionagem e apropriação de segredos do Estado. Ao longo do seu discurso, Snowden referiu ainda que o modelo de negócios de empresas como o Google e o Facebook “é abusivo”, mas consideram-no “legal”. “Esse é que é o verdadeiro problema, nós legalizámos o abuso [relativamente aos dados pessoais recolhidos], criámos um sistema que torna a população vulnerável para benefício dos privilegiados”, afirmou. Empresas vs Governo Numa entrevista com os responsáveis da Websummit, gravada antes do evento e cedida aos media, Edward Snowden confessou que nunca a ligação entre empresas da área digital e o Governo foi tão forte, pondo em causa a segurança dos utilizadores. “Quando os Governos percebem que há um mecanismo de acesso à informação, e quando os tribunais estabelecem este tipo de compromissos concedidos no passado há uma base para requerer novas cooperações. Em primeiro lugar há uma concordância, e em segundo lugar, e em último, acreditam que podem fazer esse tipo de pedidos para sempre. Então penso que há sempre uma falha ao nível da imaginação sobre aquilo que estes sistemas realmente mostram. As empresas em todo o mundo devem compreender para quem trabalham em último lugar e qual o sentido da sua existência. Trabalham em prol do público, ou existem em benefício do Governo?”, questionou. Apesar de destacar a existência da encriptação de mensagens, algo que existe em plataformas de comunicação como o Whatsapp ou Telegram, Edward Snowden assegura que não é suficiente para a protecção de dados pessoais. “Temos visto enormes avanços na forma como as comunicações entre pessoas são protegidas desde a adopção do sistema de encriptação. A encriptação refere-se a uma nuvem que passa pelo percurso hostil da Internet, e aí já não estamos despidos e podemos fazer o que queremos. Temos cada vez mais comunicações encriptadas, mas não são todas. Mesmo quando estão encriptadas elas continuam a ser observadas. É possível ver a sua origem e destino”, salientou. Para Edward Snowden, “o problema disso é que vemos os Governos alarmados pela ideia de que podem perder este acesso perverso a todas as nossas comunicações e às nossas vidas, e a vigilância de massas pode ficar menos rentável ou acessível.” Para Edward Snowden, estas empresas necessitam cada vez mais de olhar para si mesmas e perceber para quem trabalham: se para as entidades institucionais, se para os cidadãos comuns. “Os utilizadores não são os clientes, e isso dá lugar a abusos. Quando usas o Facebook não és um cliente, és um produto. As pessoas não estão conscientes do que acontece com a Amazon, e infelizmente pensam que é apenas um sítio onde compras sapatos. É isso de um ponto de vista, mas num fragmento muito pequeno”, exemplificou. “Sim, estas pessoas estão envolvidas em abusos, nomeadamente quando falamos de Amazon, Facebook ou Google, mas o seu modelo de negócio é o abuso e alegam que é legal. Quer estejamos a falar do Google ou da NSA, esse é o verdadeiro problema. Legalizámos o abuso contra as pessoas. Criámos um sistema que torna a população vulnerável para benefício dos privilegiados”, acusa o antigo analista da CIA. Snowden lembrou que “hoje, em qualquer idioma e qualquer jurisdição, reconhecemos que estas empresas têm cometido abusos através das suas plataformas, dado o seu posicionamento nas sociedades globais”. “A questão é o que vamos fazer sobre isso, para garantir que os seus serviços são úteis para a sociedade, mas a forma como exploram a sua posição deve ser analisada”, acrescentou. Lugar da Internet Ainda sobre o papel das empresas ao nível da segurança dos dados pessoais, Edward Snowden defendeu que devem ser criados limites legais em relação ao período temporal em que esses dados pessoais são guardados por empresas de telecomunicações, a Google ou o Facebook, entre outras. “As empresas não deveriam ter a capacidade de manter registos das vidas pessoais das pessoas por muito tempo, embora isso seja absolutamente essencial para atingir objectivos de negócio. Mas as empresas não necessitam desses dados cinco ou dez anos depois. E não necessitam, definitivamente, dos dados desde 1987, que é data de registo das empresas de telecomunicações.” Snowden defendeu “formas mais eficazes de regular os comportamentos” dessas empresas na sua relação com os utilizadores e descreveu a Internet como um lugar absolutamente comercial. “Não estamos onde precisamos de estar. A Internet tornou-se num espaço de cooperação, e a comercialização da Internet foi uma espécie de valor aditado ao seu verdadeiro objectivo. Hoje em dia a Internet tornou-se num espaço cooperativo que se tornou colonizado e explorado, ultimamente transformado num espaço comercial competitivo em detrimento dos utilizadores.” Tal característica trouxe, para Edward Snowden, consequências sociais, por ser, “em larga medida, responsável por uma fracturação da sociedade que vemos hoje em dia”. No futuro, “deve ser restaurado o equilíbrio entre aquilo que a Internet é e a melhor forma de utilização, limitando as formas como somos explorados”. “A próxima geração de serviços está programada de uma forma em que não confiamos no serviço, pois eles são intermediários da tua comunicação, mas confiamos nas pessoas que são o fim da comunicação, os amigos ou a comunidade, as pessoas com quem queres comunicar. Esse é o futuro”, rematou. A quarta edição da Web Summit em Portugal decorre até quinta-feira e conta com a participação de 1.206 oradores que vão intervir nos 22 palcos distribuídos pelo recinto do evento. Fundada em 2010 por Paddy Cosgrave, Daire Hickey e David Kelly, a Web Summit é considerada um dos maiores eventos de tecnologia, inovação e empreendedorismo do mundo e evoluiu em menos de seis anos de uma equipa de apenas três pessoas para uma empresa com mais de 150 colaboradores. A cimeira tecnológica, que nasceu em 2010 na Irlanda, passou a realizar-se em Lisboa desde 2016, vai manter-se na capital até 2028, depois de, em Novembro do ano passado, ter ficado decidida a permanência da conferência em Portugal por mais 10 anos, após uma candidatura com sucesso. COM LUSA https://www.youtube.com/watch?v=X4_7A-SGLo8
Websummit | Edward Snowden alerta para controlo de pessoas e não de dados pessoais Andreia Sofia Silva - 6 Nov 2019 Edward Snowden, antigo analista informático da Agência de Segurança Nacional dos EUA, esteve esta segunda-feira na abertura de mais uma edição da WebSummit, em Lisboa, e alertou a enorme plateia para a manipulação dos utilizadores da Internet e não apenas dos seus dados pessoais. Snowden, que em 2013 voou para Hong Kong onde denunciou o sistema de vigilância mundial que ajudou a criar, alertou para a enorme proximidade entre empresas e Governos [dropcap]A[/dropcap] casa estava cheia para ouvir Edward Snowden, ainda que por videoconferência. O antigo analista informático da Agência de Segurança Nacional (ASN) dos EUA que, em 2013, voou do Hawai para Hong Kong onde cedeu documentos confidenciais aos media sobre a existência de um sistema de vigilância mundial de comunicações e de Internet, esteve esta segunda-feira na WebSummit, em Lisboa, naquela que é considerada a maior cimeira de tecnologia do mundo. Edward Snowden encontra-se actualmente em regime de asilo político na Rússia, o que o impediu de estar em Lisboa. A entrevista, ao vivo, trouxe conclusões perturbadoras para todos aqueles que estão nas redes sociais e no mundo digital. “Os dados não são inofensivos nem abstractos quando se trata de pessoas. E quase todos os dados recolhidos hoje em dia são sobre pessoas. Não são os dados que estão a ser explorados, são as pessoas que estão a ser manipuladas”. Questionado sobre os esforços para a protecção de dados dos utilizadores na Europa, Snowden indicou que não considera a introdução do Regulamento Geral sobre a Protecção de Dados (RGPD) uma resposta eficaz, uma vez que “o problema não é a protecção de dados, mas sim a recolha de dados”. O ex-analista informático salientou que “não há problema em recolher [dados] desde que não haja uma fuga”, no entanto, o que percebemos em 2013, é que “há sempre uma fuga”. Desde que revelou um segredo muito bem guardado pelas autoridades norte-americanas que Edward Snowden tem vindo a ser acusado pelos Estados Unidos de espionagem e apropriação de segredos do Estado. Ao longo do seu discurso, Snowden referiu ainda que o modelo de negócios de empresas como o Google e o Facebook “é abusivo”, mas consideram-no “legal”. “Esse é que é o verdadeiro problema, nós legalizámos o abuso [relativamente aos dados pessoais recolhidos], criámos um sistema que torna a população vulnerável para benefício dos privilegiados”, afirmou. Empresas vs Governo Numa entrevista com os responsáveis da Websummit, gravada antes do evento e cedida aos media, Edward Snowden confessou que nunca a ligação entre empresas da área digital e o Governo foi tão forte, pondo em causa a segurança dos utilizadores. “Quando os Governos percebem que há um mecanismo de acesso à informação, e quando os tribunais estabelecem este tipo de compromissos concedidos no passado há uma base para requerer novas cooperações. Em primeiro lugar há uma concordância, e em segundo lugar, e em último, acreditam que podem fazer esse tipo de pedidos para sempre. Então penso que há sempre uma falha ao nível da imaginação sobre aquilo que estes sistemas realmente mostram. As empresas em todo o mundo devem compreender para quem trabalham em último lugar e qual o sentido da sua existência. Trabalham em prol do público, ou existem em benefício do Governo?”, questionou. Apesar de destacar a existência da encriptação de mensagens, algo que existe em plataformas de comunicação como o Whatsapp ou Telegram, Edward Snowden assegura que não é suficiente para a protecção de dados pessoais. “Temos visto enormes avanços na forma como as comunicações entre pessoas são protegidas desde a adopção do sistema de encriptação. A encriptação refere-se a uma nuvem que passa pelo percurso hostil da Internet, e aí já não estamos despidos e podemos fazer o que queremos. Temos cada vez mais comunicações encriptadas, mas não são todas. Mesmo quando estão encriptadas elas continuam a ser observadas. É possível ver a sua origem e destino”, salientou. Para Edward Snowden, “o problema disso é que vemos os Governos alarmados pela ideia de que podem perder este acesso perverso a todas as nossas comunicações e às nossas vidas, e a vigilância de massas pode ficar menos rentável ou acessível.” Para Edward Snowden, estas empresas necessitam cada vez mais de olhar para si mesmas e perceber para quem trabalham: se para as entidades institucionais, se para os cidadãos comuns. “Os utilizadores não são os clientes, e isso dá lugar a abusos. Quando usas o Facebook não és um cliente, és um produto. As pessoas não estão conscientes do que acontece com a Amazon, e infelizmente pensam que é apenas um sítio onde compras sapatos. É isso de um ponto de vista, mas num fragmento muito pequeno”, exemplificou. “Sim, estas pessoas estão envolvidas em abusos, nomeadamente quando falamos de Amazon, Facebook ou Google, mas o seu modelo de negócio é o abuso e alegam que é legal. Quer estejamos a falar do Google ou da NSA, esse é o verdadeiro problema. Legalizámos o abuso contra as pessoas. Criámos um sistema que torna a população vulnerável para benefício dos privilegiados”, acusa o antigo analista da CIA. Snowden lembrou que “hoje, em qualquer idioma e qualquer jurisdição, reconhecemos que estas empresas têm cometido abusos através das suas plataformas, dado o seu posicionamento nas sociedades globais”. “A questão é o que vamos fazer sobre isso, para garantir que os seus serviços são úteis para a sociedade, mas a forma como exploram a sua posição deve ser analisada”, acrescentou. Lugar da Internet Ainda sobre o papel das empresas ao nível da segurança dos dados pessoais, Edward Snowden defendeu que devem ser criados limites legais em relação ao período temporal em que esses dados pessoais são guardados por empresas de telecomunicações, a Google ou o Facebook, entre outras. “As empresas não deveriam ter a capacidade de manter registos das vidas pessoais das pessoas por muito tempo, embora isso seja absolutamente essencial para atingir objectivos de negócio. Mas as empresas não necessitam desses dados cinco ou dez anos depois. E não necessitam, definitivamente, dos dados desde 1987, que é data de registo das empresas de telecomunicações.” Snowden defendeu “formas mais eficazes de regular os comportamentos” dessas empresas na sua relação com os utilizadores e descreveu a Internet como um lugar absolutamente comercial. “Não estamos onde precisamos de estar. A Internet tornou-se num espaço de cooperação, e a comercialização da Internet foi uma espécie de valor aditado ao seu verdadeiro objectivo. Hoje em dia a Internet tornou-se num espaço cooperativo que se tornou colonizado e explorado, ultimamente transformado num espaço comercial competitivo em detrimento dos utilizadores.” Tal característica trouxe, para Edward Snowden, consequências sociais, por ser, “em larga medida, responsável por uma fracturação da sociedade que vemos hoje em dia”. No futuro, “deve ser restaurado o equilíbrio entre aquilo que a Internet é e a melhor forma de utilização, limitando as formas como somos explorados”. “A próxima geração de serviços está programada de uma forma em que não confiamos no serviço, pois eles são intermediários da tua comunicação, mas confiamos nas pessoas que são o fim da comunicação, os amigos ou a comunidade, as pessoas com quem queres comunicar. Esse é o futuro”, rematou. A quarta edição da Web Summit em Portugal decorre até quinta-feira e conta com a participação de 1.206 oradores que vão intervir nos 22 palcos distribuídos pelo recinto do evento. Fundada em 2010 por Paddy Cosgrave, Daire Hickey e David Kelly, a Web Summit é considerada um dos maiores eventos de tecnologia, inovação e empreendedorismo do mundo e evoluiu em menos de seis anos de uma equipa de apenas três pessoas para uma empresa com mais de 150 colaboradores. A cimeira tecnológica, que nasceu em 2010 na Irlanda, passou a realizar-se em Lisboa desde 2016, vai manter-se na capital até 2028, depois de, em Novembro do ano passado, ter ficado decidida a permanência da conferência em Portugal por mais 10 anos, após uma candidatura com sucesso. COM LUSA https://www.youtube.com/watch?v=X4_7A-SGLo8
Jovem que sofreu queda a fugir de gás da Polícia de Hong Kong encontram-se em morte cerebral João Santos Filipe - 5 Nov 20195 Nov 2019 [dropcap]U[/dropcap]m estudante de Hong Kong que caiu de um terceiro andar, quando tentava fugir do gás lacrimogéneo disparado pelas autoridades da RAEHK, no Domingo, foi declarado em morte cerebral. A informação foi noticiada esta tarde pelo jornal Ming Pao e o jovem de 22 anos está desde o Domingo a lutar pela vida, no Hospital Queen Elizabeth. A morte cerebral ainda não foi declarada a nível oficial. Um artigo desta manhã do jornal Ming Pao revelava que a equipa médica teria já realizado duas intervenções ao cérebro do jovem de 22 anos, mas os próprios médicos reconheciam que os resultados tinham sido muito limitados. Porém, esta tarde, os familiares do estudante foram chamados de urgência ao hospital e o jovem terá mesmo sido declarado em morte cerebral. Os detalhes da queda de um terceiro andar para um segundo andar num estacionamento privado continuam por esclarecer. Segundo a informação da imprensa de Hong Kong, o aluno estaria a tentar fugir da intervenção da polícia que recorreu a gás lacrimogéneo numa área privada. Contudo, esta manhã a entidade responsável pelo espaço veio a pública afirmar que o acidente não ficou registado das câmaras de CCTV. Caso a morte seja confirmada , o jovem do sexo masculino torna-se na primeira vítima mortal das manifestações, que duram há cinco meses e causaram a detenção de mais de 3 mil pessoas.
Sporting de Macau | José Morgado candidata-se à presidência João Santos Filipe - 5 Nov 2019 O banqueiro conta com João Ma, neto de Ma Man Kei e filho de Ma Iao Lai, na lista que concorre ao acto eleitoral. O projecto para o futuro passa pelo reforço da aposta na Academia do Sporting [dropcap]J[/dropcap]osé Morgado encabeça a única lista que se tinha apresentado até ontem ao acto eleitoral que vai escolher a nova direcção do Sporting Clube de Macau. Hoje é o último dia para a apresentação das candidaturas e as eleições estão agendadas para a próxima terça-feira, 12 de Novembro, entre as 18h00 e as 20h00, no Átrio do Consulado Geral de Portugal. Entre os membros da lista de José Morgado está João Ma, neto do empresário Ma Man Kei e filho de Alexandre Ma Iao Lai, presidente da influente Associação Comercial de Macau, instituição que tem como presidente da direcção o presidente da Assembleia Legislativa, Kou Hoi In. O HM contactou ontem José Morgado para perceber os contornos da lista e as ideias propostas, mas o candidato a presidente do clube remeteu qualquer explicação aos órgãos externos à instituição para depois do acto eleitoral. No entanto, de acordo com a informação apurada pelo HM, a lista tem como principal prioridade o reforço da aposta na Academia do Sporting e a formação de jovens talentos. Outro dos pontos fortes da lista é a disponibilização de um campo de treinos no Interior da China, nomeadamente na Ilha da Montanha. Este é um projecto que deverá estar pronto nos próximos dias e que vai permitir aos leões ter um local para treinar com regularidade. A falta de espaços para treinar regularmente é um dos principais desafios das equipas locais, e um campo em Hengqin pode ser assim um trunfo para o ritmo competitivo dos atletas. José Morgado encontra-se actualmente reformado, mas liderou anteriormente o Banco Espírito Santo do Oriente (BESOR) e, após a grave crise financeira do BES, chefiou a representação do Novo Banco Ásia, que foi criada a partir dos activos do BESOR. O banqueiro fez também parte da comissão executiva do Banco Well Link, que resultou da compra da representação local do Novo Banco por parte de um grupo de empresários chineses, entre os quais investidores ligados à família Ma. Regresso à normalidade No acto eleitoral podem participar entre 60 e 70 sócios e segundo o presidente da Mesa da Assembleia da Assembleia Geral, o advogado Frederico Rato, até ontem tinha sido entregue uma lista. Os destinos do Sporting de Macau estão a ser geridos desde os finais de 2016, altura em que o então presidente António Conceição Júnior se demitiu, por uma comissão de gestão. Segundo Frederico Rato este acto eleitoral vai permitir ao clube voltar à “normalidade estatutária”. “Acredito que com a restituição do Sporting à normalidade estatutária, ou seja, com a sucessão da comissão de gestão, que foi um instrumento temporário, penso que o Sporting reúne condições para que a sua actividade desportiva, e não apenas no futebol, também em outras modalidades, possa retomar um papel importante no desporto local”, afirmou, em declarações ao HM. Frederico Rato elogiou ainda o trabalho da comissão de gestão, que em 2017 tinha como presidente Lívio Leonel Borges, Hugo Reis Pereira como vice-presidente e ainda os membros António Peralta, Rui Pinto e José Reis Pereira. “A comissão de gestão assumiu um acto de coragem e durante estes quase três anos que geriu os destinos do clube contribuiu para que o Sporting de Macau se mantivesse nas provas tradicionais”, considerou. “Também contribuiu para criar as condições para que fosse apresentada uma lista e penso que o seu trabalho merece elogios porque manteve a bandeira do Sporting de Macau onde ela costuma estar. A comissão temporária ajudou o clube num período que diria de vacas muito magras”, reconheceu.
Sporting de Macau | José Morgado candidata-se à presidência João Santos Filipe - 5 Nov 2019 O banqueiro conta com João Ma, neto de Ma Man Kei e filho de Ma Iao Lai, na lista que concorre ao acto eleitoral. O projecto para o futuro passa pelo reforço da aposta na Academia do Sporting [dropcap]J[/dropcap]osé Morgado encabeça a única lista que se tinha apresentado até ontem ao acto eleitoral que vai escolher a nova direcção do Sporting Clube de Macau. Hoje é o último dia para a apresentação das candidaturas e as eleições estão agendadas para a próxima terça-feira, 12 de Novembro, entre as 18h00 e as 20h00, no Átrio do Consulado Geral de Portugal. Entre os membros da lista de José Morgado está João Ma, neto do empresário Ma Man Kei e filho de Alexandre Ma Iao Lai, presidente da influente Associação Comercial de Macau, instituição que tem como presidente da direcção o presidente da Assembleia Legislativa, Kou Hoi In. O HM contactou ontem José Morgado para perceber os contornos da lista e as ideias propostas, mas o candidato a presidente do clube remeteu qualquer explicação aos órgãos externos à instituição para depois do acto eleitoral. No entanto, de acordo com a informação apurada pelo HM, a lista tem como principal prioridade o reforço da aposta na Academia do Sporting e a formação de jovens talentos. Outro dos pontos fortes da lista é a disponibilização de um campo de treinos no Interior da China, nomeadamente na Ilha da Montanha. Este é um projecto que deverá estar pronto nos próximos dias e que vai permitir aos leões ter um local para treinar com regularidade. A falta de espaços para treinar regularmente é um dos principais desafios das equipas locais, e um campo em Hengqin pode ser assim um trunfo para o ritmo competitivo dos atletas. José Morgado encontra-se actualmente reformado, mas liderou anteriormente o Banco Espírito Santo do Oriente (BESOR) e, após a grave crise financeira do BES, chefiou a representação do Novo Banco Ásia, que foi criada a partir dos activos do BESOR. O banqueiro fez também parte da comissão executiva do Banco Well Link, que resultou da compra da representação local do Novo Banco por parte de um grupo de empresários chineses, entre os quais investidores ligados à família Ma. Regresso à normalidade No acto eleitoral podem participar entre 60 e 70 sócios e segundo o presidente da Mesa da Assembleia da Assembleia Geral, o advogado Frederico Rato, até ontem tinha sido entregue uma lista. Os destinos do Sporting de Macau estão a ser geridos desde os finais de 2016, altura em que o então presidente António Conceição Júnior se demitiu, por uma comissão de gestão. Segundo Frederico Rato este acto eleitoral vai permitir ao clube voltar à “normalidade estatutária”. “Acredito que com a restituição do Sporting à normalidade estatutária, ou seja, com a sucessão da comissão de gestão, que foi um instrumento temporário, penso que o Sporting reúne condições para que a sua actividade desportiva, e não apenas no futebol, também em outras modalidades, possa retomar um papel importante no desporto local”, afirmou, em declarações ao HM. Frederico Rato elogiou ainda o trabalho da comissão de gestão, que em 2017 tinha como presidente Lívio Leonel Borges, Hugo Reis Pereira como vice-presidente e ainda os membros António Peralta, Rui Pinto e José Reis Pereira. “A comissão de gestão assumiu um acto de coragem e durante estes quase três anos que geriu os destinos do clube contribuiu para que o Sporting de Macau se mantivesse nas provas tradicionais”, considerou. “Também contribuiu para criar as condições para que fosse apresentada uma lista e penso que o seu trabalho merece elogios porque manteve a bandeira do Sporting de Macau onde ela costuma estar. A comissão temporária ajudou o clube num período que diria de vacas muito magras”, reconheceu.
ASEAN | Acordo de aliança comercial pode ser assinado em 2020 Hoje Macau - 5 Nov 2019 [dropcap]O[/dropcap]s dez países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) estão dispostos a assinar no próximo ano um megatratado comercial para criar a maior aliança económica do mundo, anunciou ontem o primeiro-ministro da Tailândia. Os membros da ASEAN finalizaram as negociações do projecto, denominado Parceria Económica Regional (RCEP), e estão dispostos a assinar o tratado em 2020, afirmou Prayut Chan-Ocha. Estas declarações foram proferidas durante a cimeira da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que se realiza em Banguecoque. Além dos países-membros da ASEAN (Malásia, Indonésia, Brunei, Vietname, Camboja, Laos, Myanmar, Singapura, Tailândia e Filipinas) e da China, o acordo inclui ainda a Índia, Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia, que, juntos, representam aproximadamente 40 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e quase metade da população do planeta. O projecto, promovido por Pequim e que junta 16 Estados da região da Ásia-Pacífico, tem como objectivo fortalecer a influência da China. O RCEP, cujas negociações foram formalmente iniciadas na ASEAN em 2012, abrange uma população de 3,4 mil milhões de pessoas, ou 47 por cento da população mundial, e um PIB mundial de 32 por cento, 29 por cento do comércio mundial e 32,5 por cento do investimento mundial. A RCEP nasceu como a resposta de Pequim ao Acordo Transpacífico de Cooperação Económica (TPP), apoiado ao princípio por Washington, mas rejeitado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que decidiu retirar o país do TPP, pouco depois de ter assumido o cargo em 2017.
ASEAN | Acordo de aliança comercial pode ser assinado em 2020 Hoje Macau - 5 Nov 2019 [dropcap]O[/dropcap]s dez países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) estão dispostos a assinar no próximo ano um megatratado comercial para criar a maior aliança económica do mundo, anunciou ontem o primeiro-ministro da Tailândia. Os membros da ASEAN finalizaram as negociações do projecto, denominado Parceria Económica Regional (RCEP), e estão dispostos a assinar o tratado em 2020, afirmou Prayut Chan-Ocha. Estas declarações foram proferidas durante a cimeira da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que se realiza em Banguecoque. Além dos países-membros da ASEAN (Malásia, Indonésia, Brunei, Vietname, Camboja, Laos, Myanmar, Singapura, Tailândia e Filipinas) e da China, o acordo inclui ainda a Índia, Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia, que, juntos, representam aproximadamente 40 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e quase metade da população do planeta. O projecto, promovido por Pequim e que junta 16 Estados da região da Ásia-Pacífico, tem como objectivo fortalecer a influência da China. O RCEP, cujas negociações foram formalmente iniciadas na ASEAN em 2012, abrange uma população de 3,4 mil milhões de pessoas, ou 47 por cento da população mundial, e um PIB mundial de 32 por cento, 29 por cento do comércio mundial e 32,5 por cento do investimento mundial. A RCEP nasceu como a resposta de Pequim ao Acordo Transpacífico de Cooperação Económica (TPP), apoiado ao princípio por Washington, mas rejeitado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que decidiu retirar o país do TPP, pouco depois de ter assumido o cargo em 2017.
Pequim aprova medidas para seduzir taiwaneses Hoje Macau - 5 Nov 2019 [dropcap]O[/dropcap] Governo chinês anunciou ontem várias medidas destinadas a “promover os intercâmbios e a cooperação económica e cultural” com Taiwan, mas Taipé respondeu que “não há necessidade” de implementá-las. Entre as 26 medidas anunciadas por Pequim, treze visam “garantir” que as empresas taiwanesas recebem o mesmo tratamento que as do continente no acesso ao mercado chinês, incluindo em “investimento, participação em grandes projectos de desenvolvimento tecnológico, redes de quinta geração (5G), economia circular, aviação civil, parques temáticos e novas instituições financeiras”, informou ontem a agência noticiosa oficial Xinhua. As outras 13 medidas visam garantir igualdade de tratamento para os “compatriotas” de Taiwan, oferecendo mais facilidades em questões como protecção consular, despesas com telecomunicações, qualificação para compra de casas ou validação de títulos profissionais, explicou a agência. Sem necessidade Logo após o anúncio, o ministro taiwanês dos Negócios Estrangeiros, Joseph Wu, respondeu na rede social Twitter que “não há necessidade” de implementar aquelas medidas, que foram acrescentadas a outras 31 anunciadas no ano passado e que, segundo o Governo de Taiwan, “não foram eficazes em atrair os taiwaneses”. Wu ironizou que, em vez daquelas medidas, “dar às pessoas mais liberdade também seria bom”, enquanto a porta-voz do ministério taiwanês dos Negócios Estrangeiros acrescentou que “Taiwan é um Estado soberano” e que “a jurisdição consular do governo de Taiwan não tem nada a ver com a China”. A proposta chinesa surge dois meses antes das eleições presidenciais em Taiwan. Pequim cortou os mecanismos de diálogo com Taipé desde a eleição de Tsai Ing-wen, do Partido Progressista Democrático (DPP, sigla em inglês), pró-independência, em 2016, e afirmou que só aceita voltar atrás se a líder taiwanesa declarar que a ilha é parte da China. Tsai concorre a um segundo mandato nas eleições que se realizam em Janeiro.
Xangai | Chui Sai On visita exposição internacional de importações Hoje Macau - 5 Nov 2019 [dropcap]O[/dropcap] Chefe do Executivo de Macau, Fernando Chui Sai On, desloca-se hoje a Xangai, o grande centro financeiro do continente chinês, para participar na segunda exposição internacional de importações da China. Chui Sai On, que vai deixar o cargo a 20 de Dezembro, após 10 anos na chefia do Executivo, lidera a delegação de Macau no certame, que decorre entre esta terça-feira e domingo em Xangai, segundo um comunicado do porta-voz do Governo. No evento são esperadas “personalidades do meio político e empresarial, oriundas de cerca de 170 países e regiões, bem como vários representantes de entidades internacionais”, é referido na mesma nota. O pavilhão de Macau está localizado no interior do pavilhão da China, no âmbito da Feira Nacional de Comércio e Investimento, e acolhe a exposição ‘Macau Hub’, com o centro histórico da cidade, património mundial da UNESCO, como pano de fundo. “Através de instalações visuais interactivas e trabalhos gráficos, os visitantes terão oportunidade de conhecer as conquistas e o progresso socioeconómico alcançados nos últimos 20 anos”, desde o regresso de Macau à China, em 1999. Com recurso à realidade virtual, “os visitantes poderão ainda simular uma caminhada por algumas das ruas mais icónicas” do antigo território administrado por Portugal, é referido noutro comunicado oficial. Comércio global À semelhança do ano passado, o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) e o Fundo das Indústrias Culturais organizaram a participação de vários sectores nesta exposição empresarial. O certame é organizado pelo Ministério do Comércio e o Governo Popular de Xangai, com o apoio da Organização Mundial do Comércio (OMC), da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) e da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO). Anunciada pelo Presidente chinês, Xi Jinping, em 2017, a exposição internacional de importações da China constitui uma importante medida de Pequim para apoiar a liberalização do comércio e a globalização económica.
Xangai | Chui Sai On visita exposição internacional de importações Hoje Macau - 5 Nov 2019 [dropcap]O[/dropcap] Chefe do Executivo de Macau, Fernando Chui Sai On, desloca-se hoje a Xangai, o grande centro financeiro do continente chinês, para participar na segunda exposição internacional de importações da China. Chui Sai On, que vai deixar o cargo a 20 de Dezembro, após 10 anos na chefia do Executivo, lidera a delegação de Macau no certame, que decorre entre esta terça-feira e domingo em Xangai, segundo um comunicado do porta-voz do Governo. No evento são esperadas “personalidades do meio político e empresarial, oriundas de cerca de 170 países e regiões, bem como vários representantes de entidades internacionais”, é referido na mesma nota. O pavilhão de Macau está localizado no interior do pavilhão da China, no âmbito da Feira Nacional de Comércio e Investimento, e acolhe a exposição ‘Macau Hub’, com o centro histórico da cidade, património mundial da UNESCO, como pano de fundo. “Através de instalações visuais interactivas e trabalhos gráficos, os visitantes terão oportunidade de conhecer as conquistas e o progresso socioeconómico alcançados nos últimos 20 anos”, desde o regresso de Macau à China, em 1999. Com recurso à realidade virtual, “os visitantes poderão ainda simular uma caminhada por algumas das ruas mais icónicas” do antigo território administrado por Portugal, é referido noutro comunicado oficial. Comércio global À semelhança do ano passado, o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) e o Fundo das Indústrias Culturais organizaram a participação de vários sectores nesta exposição empresarial. O certame é organizado pelo Ministério do Comércio e o Governo Popular de Xangai, com o apoio da Organização Mundial do Comércio (OMC), da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) e da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO). Anunciada pelo Presidente chinês, Xi Jinping, em 2017, a exposição internacional de importações da China constitui uma importante medida de Pequim para apoiar a liberalização do comércio e a globalização económica.
Liberdade condicional David Chan - 5 Nov 2019 [dropcap]S[/dropcap]oube-se através da comunicação social que no passado dia 28 de Outubro, Tony Maycon Munoz-Mendez, detido na Rogers State Prison, em Ritzville, Georgia, tinha sido foi libertado por engano do estabelecimento prisional, às 11:30 do dia 25. Munoz-Mendez foi condenado a prisão perpétua em Abril de 2015, acusado de duas violações e de um crime de abuso de menores agravado. A direcção da cadeia não explicou as circunstâncias do erro, nem porque é que o comunicado só foi feito três dias após o ocorrido. Não é a primeira vez em que se dá uma libertação deste género numa prisão da Georgia. Em Abril do ano passado, Paul Serdula foi libertado por engano de uma prisão deste Estado, facto que muito chocou a opinião pública. Paul Serdula, enfermeiro na Marietta Dental Clinic, tinha sido condenado a prisão perpétua por ter violado uma paciente. Surpreendentemente, pouco tempo depois, Serdula entregou-se de livre vontade e regressou à prisão. As pessoas são presas porque cometem crimes e esses crimes ficam provados em Tribunal. Se o tempo de cadeia for cumprido ajustam as suas contas com a sociedade. Uma fuga da prisão pode acontecer por iniciativa individual, ou com a ajuda de terceiros. As diferentes legislações têm diferentes definições de “fuga da prisão”. A libertação de um prisioneiro por falha da direcção da cadeia pode ser ou não considerada fuga, consoante a legislação aplicada no Estado, não é igual em todo o lado. Da mesma forma, a fuga da prisão não é julgada da mesma forma em todos os Estados. De um modo geral, por causa deste crime o prisioneiro será julgado e sofrerá um agravamento da pena anterior. Neste caso, sejam quais forem as circunstâncias a pena não será agravada. Munoz-Mendez já tinha sido condenado a prisão perpétua pelos crimes anteriormente cometidos. Se se entregar enfrenta uma vida no cárcere, se fugir e for apanhado sofre a mesma pena. Se voltar a fugir, para desfrutar um pouco de liberdade, quando regressar não pode receber um castigo maior. Se o prisioneiro encarar as coisas desta forma é possível que esteja enganado. Todos sabemos que o espaço das prisões é limitado. Com o aumento do número de detidos, as cadeias tendem a ficar superlotadas. Além disso levanta-se a questão do comportamento, Alguém condenado a prisão perpétua não tem esperança de vir a sair e por isso não tem motivação para obedecer aos regulamentos. Começa a criar problemas dia após dia. Para evitar estas situações, existe a “liberdade condicional”, que se aplica se o detido: Estiver encarcerado há muito tempo; e se tiver bom comportamento; e se mostrar arrependimento pelos crimes cometidos; e se for ao encontro de outros requisitos jurídicos, Nesse caso pode pedir liberdade condicional e, se for atendido, pode sair da prisão mais cedo. Quem sai da prisão em liberdade condicional, continua a ser seguido e tem de respeitar um conjunto de condições. A forma mais comum de liberdade condicional permite ao prisioneiro sair durante o dia para trabalhar em instituições que têm acordos com o sistema, recolhendo à noite a um dormitório supervisionado. Embora seja uma liberdade condicionada, é muito preferível a ficar na prisão entre quatro paredes. Fugir da prisão constitui um crime grave e faz perder a oportunidade de liberdade condicional. Se for o caso, depois de ser capturado, o fugitivo tem de voltar a aceitar o castigo, ou seja, a prisão perpétua, do qual não poderá escapar, porque perderá para sempre a possibilidade de vir a beneficiar de liberdade condicional. Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau Professor Associado do Instituto Politécnico de Macau Blog: http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog Email: legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk
Culpa do sistema João Luz - 5 Nov 2019 [dropcap]Q[/dropcap]uando se procura um culpado sem rosto para um problema, com graus diversos de variações de especificidade, o “sistema” é aquele vilão apetecível desde tempos imemoriais. Se a equipa de futebol não vence, culpa-se o sistema, que pode significar uma rede de influências e poderes, ou desculpa para uma época desportiva miserável. A economia anda pelas ruas da amarga, culpa-se o sistema. Apesar do panorama de vilania nessa badalhoquice geral que é a macro-economia, por vezes o sistema é o bode expiatório para a preguiça e a auto-vitimização. Depois existem os sistemas especiais de corrida das RAEs, que são uma espécie de unicórnio enraçado de jumento em termos de direito internacional. Pequim está a puxar o músculo da primeira premissa do princípio “Um País, Dois Sistemas”, referindo que a primeira parte se sobrepõe e deve ser prioridade em relação à segunda. No fundo, tenta acabar com os protestos em Hong Kong agravando a razão pela qual eles começaram. Falar em prioridade da unificação do país e da subordinação ao poder central, ao mesmo tempo que se fala do elevado grau de autonomia representa uma ginástica mental digna de medalha de ouro nas Olimpíadas Orwellianas. Como dizer que é preciso dar prioridade ao minchi em prol da descida do colesterol. Além disso, Pequim quer reforçar o seu papel na escolha dos governantes de Macau e Hong Kong, terminando, finalmente, a influência desmedida e maquiavélica de Fornos de Algodres nas regiões administrativas especiais. Como em tudo, a culpa é do sistema.
GP | Sophia Flörsch regressa com apoios de Macau Sérgio Fonseca - 5 Nov 2019 [dropcap]E[/dropcap]m meados de Outubro, cerca de 585 mil patacas separavam Sophia Flörsch de um regresso ao Circuito da Guia, como a própria explicou ao HM. Porém, graças ao apoio de empresas da RAEM, a jovem de Munique, que saiu miraculosamente ilesa após o aparatoso acidente na Curva Lisboa na edição passada da prova, viu concretizar-se o seu objectivo de voltar ao “Grande Prémio de Macau de F3 – Taça do Mundo de F3 da FIA” este ano. Sophia Flörsch segurou a última vaga disponível na equipa HWA Racelab, com quem testou um dia em Valência no mês passado. Numa época em que os pilotos de Macau lamentam a falta de apoio por parte das empresas do território, a participação da piloto germânica só foi possível porque três entidades locais – MGM Casinos, Theodore Racing e IXO Models – decidiram apoiar o seu regresso. “Acredito que todo o Macau está contente em ver a rápida recuperação e o regresso da Sophia ao Circuito da Guia”, declarou o director-executivo da MGM China Holdings Limited, Grant Bowie, em comunicado. “A MGM está entusiasmada em apoiar jovens talentos com alto potencial a brilhar e a perseguir os seus sonhos, e a Sophia deu-nos a melhor das razões para nos aventurar-mos na Fórmula 3 pela primeira vez.” Seguindo as pisadas do seu pai, que no tempo da administração portuguesa foi um dos grandes impulsionadores do Grande Prémio, Teddy Yip Jr, através da sua Theodore Racing também decidiu apadrinhar este aclamado regresso. O sobrinho do empresário Stanley Ho volta a estar em força este ano no Grande Prémio, apoiando o esforço de três carros da favorita equipa Prema na prova de Fórmula 3. Bernard, Jean e Eric Peres, da IXO Models, uma marca que tem uma ligação forte ao evento, também se juntaram à iniciativa, partilhando o seu entusiasmo: “Depois do dramático acidente do ano passado, a Sophia provou ser uma lutadora e uma piloto corajosa, e estamos contentes em tê-la vinculada à nossa marca. Esperamos que este seja o começo de um relacionamento gratificante e compensador. Temos a certeza de que nossa marca estará bem representada.” Ambições limitadas Numa grelha de partida que terá trinta pilotos à partida, Flörsch não entra em falsas euforias no que respeita às suas ambições desportivas na prova, até porque este ano disputou o Campeonato Europeu de Fórmula Regional, a competição criada pela federação internacional que se posiciona entre a F4 e a F3. O Grande Prémio será a sua primeira prova ao volante do novo Fórmula 3 da FIA. “Tentei tudo, nos últimos doze meses, para estar o melhor preparada possível, mas preciso de ser realista”, disse a alemã de 18 anos que recentemente completou a maratona de Berlim. “É um carro novo, não tenho muita prática e há muitas variáveis.” Contudo, Flörsch admite que “vou dar o meu melhor. É isso que eu devo a todos os que me apoiaram. Na altura e agora”, salientando a Embaixadora da Boa Vontade do Turismo de Macau que “é por isso que estou muito agradecida ao meus novos patrocinadores: MGM Casinos, Theodore Racing e IXO Models. Sem eles, o meu sonho não se tornaria realidade”. Entretanto, a FIA comunicou que a lista de participantes na prova ficou completa com as confirmações das participações de Flörsch, do holandês Richard Verschoor, do indiano Arjun Maini, do dinamarquês Frederik Vesti, do inglês Enaam Ahmed e dos italianos Leonardo Pulcini e Alessio Lorandi.
GP | Sophia Flörsch regressa com apoios de Macau Sérgio Fonseca - 5 Nov 2019 [dropcap]E[/dropcap]m meados de Outubro, cerca de 585 mil patacas separavam Sophia Flörsch de um regresso ao Circuito da Guia, como a própria explicou ao HM. Porém, graças ao apoio de empresas da RAEM, a jovem de Munique, que saiu miraculosamente ilesa após o aparatoso acidente na Curva Lisboa na edição passada da prova, viu concretizar-se o seu objectivo de voltar ao “Grande Prémio de Macau de F3 – Taça do Mundo de F3 da FIA” este ano. Sophia Flörsch segurou a última vaga disponível na equipa HWA Racelab, com quem testou um dia em Valência no mês passado. Numa época em que os pilotos de Macau lamentam a falta de apoio por parte das empresas do território, a participação da piloto germânica só foi possível porque três entidades locais – MGM Casinos, Theodore Racing e IXO Models – decidiram apoiar o seu regresso. “Acredito que todo o Macau está contente em ver a rápida recuperação e o regresso da Sophia ao Circuito da Guia”, declarou o director-executivo da MGM China Holdings Limited, Grant Bowie, em comunicado. “A MGM está entusiasmada em apoiar jovens talentos com alto potencial a brilhar e a perseguir os seus sonhos, e a Sophia deu-nos a melhor das razões para nos aventurar-mos na Fórmula 3 pela primeira vez.” Seguindo as pisadas do seu pai, que no tempo da administração portuguesa foi um dos grandes impulsionadores do Grande Prémio, Teddy Yip Jr, através da sua Theodore Racing também decidiu apadrinhar este aclamado regresso. O sobrinho do empresário Stanley Ho volta a estar em força este ano no Grande Prémio, apoiando o esforço de três carros da favorita equipa Prema na prova de Fórmula 3. Bernard, Jean e Eric Peres, da IXO Models, uma marca que tem uma ligação forte ao evento, também se juntaram à iniciativa, partilhando o seu entusiasmo: “Depois do dramático acidente do ano passado, a Sophia provou ser uma lutadora e uma piloto corajosa, e estamos contentes em tê-la vinculada à nossa marca. Esperamos que este seja o começo de um relacionamento gratificante e compensador. Temos a certeza de que nossa marca estará bem representada.” Ambições limitadas Numa grelha de partida que terá trinta pilotos à partida, Flörsch não entra em falsas euforias no que respeita às suas ambições desportivas na prova, até porque este ano disputou o Campeonato Europeu de Fórmula Regional, a competição criada pela federação internacional que se posiciona entre a F4 e a F3. O Grande Prémio será a sua primeira prova ao volante do novo Fórmula 3 da FIA. “Tentei tudo, nos últimos doze meses, para estar o melhor preparada possível, mas preciso de ser realista”, disse a alemã de 18 anos que recentemente completou a maratona de Berlim. “É um carro novo, não tenho muita prática e há muitas variáveis.” Contudo, Flörsch admite que “vou dar o meu melhor. É isso que eu devo a todos os que me apoiaram. Na altura e agora”, salientando a Embaixadora da Boa Vontade do Turismo de Macau que “é por isso que estou muito agradecida ao meus novos patrocinadores: MGM Casinos, Theodore Racing e IXO Models. Sem eles, o meu sonho não se tornaria realidade”. Entretanto, a FIA comunicou que a lista de participantes na prova ficou completa com as confirmações das participações de Flörsch, do holandês Richard Verschoor, do indiano Arjun Maini, do dinamarquês Frederik Vesti, do inglês Enaam Ahmed e dos italianos Leonardo Pulcini e Alessio Lorandi.
Rapariga com tatuagem de Pégaso Gisela Casimiro - 5 Nov 2019 [dropcap]E[/dropcap]ra sexta-feira. Ela tinha o rosto coberto e, depois de o destapar e lhe dar um beijo, voltou a cobri-lo. As tias e outras pessoas formaram um círculo e, de mãos dadas, começaram a cantar. Eu não percebia bem o que elas diziam, porém a música era tão bela e triste, o ar tão pesado que, minutos depois, me fez romper num pranto desesperado. Não era a única. Quando quis despedir-me, aproximei-me do caixão e destapei-lhe o rosto. Parecia uma versão um pouco acinzentada de si mesma. A maquilhagem utilizada para disfarçar as marcas da violência que sofrera não era suficiente. O piercing no nariz ainda lá estava e o pescoço coberto, mas eu só soube a razão um mês depois. Pedi-lhe desculpa por tudo aquilo mas também pela pena que involuntariamente sentia de mim mesma agora, uma semana antes do meu aniversário, aquele que eu nunca esqueceria. Disse-lhe adeus, baixinho, e encostei os lábios à testa dela para dar um beijo à rapariga com a tatuagem de Pégaso. Fui invadida pelo gelo que é já não termos o coração a bater. Ela estava da temperatura mais baixa que eu alguma vez tinha sentido. E foi como se me abandonasse o espírito, e repente pensei que ia desmaiar, tal era a forma desvairada (tão diferente da minha voz de sempre) como eu gritava, chorava e dizia o quão fria ela estava. Como se mais ninguém soubesse. Eu nunca tinha tocado numa pessoa que não estivesse viva. Nos filmes e na televisão nunca vemos alguém estranhar essa temperatura oposta à nossa. Era a segunda pessoa morta que eu via, mas a primeira em quem eu tinha tocado. Já não sei quem me segurou; estava histérica e não percebia como é que a rapariga de antes fora capaz de fazê-lo com tanta serenidade. Consegui controlar-me algum tempo depois, apenas o suficiente para voltar para junto dela e dar-lhe o beijo de despedida que interrompera. Sábado. Mais um funeral em dia solarengo e quente. Comecei a achar que fazia sempre sol nos funerais, mas claro que isso não fazia sentido. Nem parecia que estávamos em Outubro. Foi tudo muito difícil, desde o percurso da igreja para o cemitério ao baixar do caixão e atirar dos primeiros bocados de terra (ouviram-se choros e lamentos reforçados, nesse momento), até ao olhar em volta, para aquela massa enorme de gente, e pensar “Será que ele está aqui?” Ele, o autor de tudo aquilo, sobre quem cedo pensei que precisaria de perdão. No dia seguinte, domingo, como habitualmente passei as duas últimas horas de trabalho sozinha e, entre a falta de chamadas e a visão da sua cadeira vazia, tão perto da minha e mais vazia do que as outras, dei por mim a vaguear pela sala, até encontrar um saco cinzento, dos que usávamos para guardar os headsets e, dentro dele, entre várias outras coisas, o seu caderno actual. Foi uma descoberta assombrosa. Um caderno A5, azul, pautado, com argolas brancas, perfeitamente comum, que eu guardaria durante muitos anos, como se pudesse trazê-la de volta. Todos os tínhamos; eram uma das nossas ferramentas de trabalho mais importantes, onde registávamos o nome da pessoa com quem estávamos a falar, fosse cliente, colega de loja ou motorista, o número da loja e o número do processo em questão, um procedimento que parece obsoleto, volvidos doze anos. O caderno começava a nove de Setembro e terminava a vinte e três de Outubro de dois mil e sete. Começava com uma Fátima e acabava com uma Ana. E entre uma e outra houvera Rosas, Danielas, Verónicas, Josés, Mafaldas, Paulas, Carlos, Pedros, Sandras, Cristinas, Jorges, Tiagos, Margaridas, Salomés, Brigites, Marcos, Ruis, Olgas, Cátias, Ricardos, Elsas, Joanas, Adílias, Martas, Dulces e tantos outros nomes, de inúmeros sítios do país. Havia um post-it amarelo com o nome e o número de telemóvel do nosso chefe. As datas apareciam a vermelho e marcador amarelo fluorescente. Tudo o resto fora escrito a azul e, antes de cada nome, alternadamente, um traço ou uma bolinha, a vermelho. Metade do caderno estava preenchida, a outra metade em branco. Alguns rabiscos, uma ou duas notas não relacionadas com o trabalho, o seu nome e alcunha escritos em vários sítios, com uma daquelas canetas de bico fino, verde escuro. Um bloco de apenas três post-its, com o rebordo pintado a verde, na folha do dia 23 de Outubro – sem nada escrito. Nada mais seria escrito. Eis o caderno da Vânia, que sabia dançar, que fumava, que devorava Pringles e adorava Skittles embora afirmasse, com toda a certeza, que os de Inglaterra sabiam muito, muito melhor. Compreendo. Afinal, a vida também sabia melhor quando ela estava por perto. A filha herdou dela a beleza e, com um pouco de sorte, a todos nós terá calhado alguma da sua força. Ouço “Visions” de Stevie Wonder repetidas vezes. Olho as fotos cúmplices que já conheço de cor. De algum modo, sinto que são as mais belas. Passou metade da pena de prisão. Passou muita coisa, excepto a memória de alguém que conheci apenas durante meio ano. Bolas, que belo meio ano.
Convento de Santa Cruz e Capelas dos Passos da Via-Sacra reabrem ao público Michel Reis - 5 Nov 2019 [dropcap]F[/dropcap]oi inaugurada, no passado dia 19 de Julho, a obra de “Requalificação e valorização da Mata Nacional do Bussaco – Recuperação do Convento de Santa Cruz e Capelas dos Passos da Via-Sacra”, um investimento global de cerca de um milhão de euros. A empreitada, adjudicada a uma empresa especializada na reabilitação, conservação e restauro do património construído, englobou trabalhos de conservação e restauro em fachadas, paredes e tetos interiores, recuperação de vãos interiores e exteriores, recuperação de coberturas e intervenções pontuais de correcção em drenagem de águas pluviais e em pavimentos. Toda a empreitada, iniciada em Março de 2018, obedeceu aos projectos aprovados pela Direcção Regional da Cultura do Centro. O investimento foi em parte suportado por fundos comunitários (Programa Centro 2020) e pela Câmara Municipal da Mealhada. A inauguração contou com a presença da ex-Secretária de Estado da Cultura, Ângela Ferreira, do Presidente da Câmara Municipal da Mealhada, Rui Marqueiro, que sublinhou que a reabilitação e preservação da Mata Nacional do Bussaco será sempre uma prioridade para a Autarquia, adiantando que as próximas áreas a intervencionar serão as garagens do Palace Hotel, o chalet de Santa Teresa e a igreja do Convento de Santa Cruz, e ainda do Bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes, que destacou o “valor ímpar do Bussaco como um todo, absolutamente distinto no país e no mundo” e enalteceu “o projecto que tem vindo a ser realizado com a colaboração de muitas entidades públicas e privadas”. Os imóveis reabilitados são património do Estado, encontrando-se os mesmos afectos à Fundação Mata do Bussaco há cerca de 10 anos, por via do usufruto constituído por força do Decreto-Lei n.º 120/2009, de 19 de Maio. Contudo, para que as obras avançassem de facto – algo comummente aceite por todos como urgente há vários anos -, teve a Câmara da Mealhada de se substituir ao papel do próprio Estado. Classificado em finais de 2017 “finalmente” como Monumento Nacional, já que apenas ostentava a categoria de Imóvel de Interesse Público desde 1943, o conjunto monumental do Bussaco é formado pelo Palace Hotel do Buçaco – instalado em 1917 num pavilhão de caça dos últimos reis de Portugal – pelo Convento, as ermidas, as capelas e os Passos que compõem a Via-Sacra, a Cerca com as Portas, o Museu Militar e o monumento comemorativo da Batalha do Buçaco. Esta decisão, assim como a requalificação mencionada, reforça o processo de candidatura deste importante conjunto monumental a Património Mundial da UNESCO, apresentada em 2017. O Convento de Santa Cruz do Bussaco, construído entre 1628 e 1630 e ligado à prática eremítica dos Carmelitas Descalços e à acção reformadora (1562) de Santa Teresa de Ávila e São João da Cruz, estimulou a criação de um dos mais originais Desertos da Ordem. A sua história inicia-se em 1628, quando o bispo de Coimbra D. João Manuel doa aos carmelitas da província portuguesa a mata do Bussaco para a construção do convento e retiro dos religiosos da Ordem. No apelo constante à solidão e ao afastamento do mundo, o Convento seria então o palco de uma experiência profunda de contemplação, oração e penitência. A partir da acção enérgica de frei Tomás de S. Cirilo, frei João Baptista e Alberto da Virgem, o essencial da construção da complexa estrutura conventual decorreu até 1639, altura em que foi sagrada a igreja dedicada a Santa Cruz. Aqui, aliou-se o sentido simbólico da planta centralizada à prática pouco comum da colocação do templo no meio dos espaços de circulação associados às estruturas claustrais, estabelecendo-se assim a aproximação ao arquétipo do Templo de Salomão, primeiro espaço verdadeiramente sagrado da Cidade Santa. No Convento do Bussaco, o discurso iconográfico do espaço, das formas, dos materiais e das técnicas vai ao encontro de uma espiritualidade que se constrói pela fé e pobreza. O emprego das cortiças e da técnica dos embrechados, de grande originalidade pelos materiais utilizados e pela perfeita integração na arquitectura bem como no enquadramento de natureza em que se insere, os conteúdos da azulejaria do séc. XVII, inspirados em tecidos orientais com motivos de animais e ramagens, de grande riqueza cromática e decorativa, conservados no seu local de origem, ou a força da imaginária religiosa reforçam esse sentido de uma exemplaridade cristã vivida no isolamento. O Convento de Santa Cruz do Bussaco tinha outra dimensão que respondia às necessidades da vida conventual mas, apesar dos rigores de um quotidiano de silêncio e penitência, não deixou de ter um papel fundamental no acolhimento ao cenário de guerra da Batalha do Bussaco (1810) ou atrair um constante fluxo de religiosos que, em regime temporário ou perpétuo, escolhiam este local. Procurado e beneficiado por algumas das mais prestigiadas entidades eclesiásticas dos séculos XVII e XVIII, como D. Manuel de Saldanha, Reitor da Universidade, ou D. João de Melo, bispo de Coimbra, o Convento de Santa Cruz prosperou até 1834, data em que a extinção das Ordens Religiosas ditou o seu abandono. No contexto da Guerra Peninsular, em 1810, as suas instalações serviram de hospedagem a Arthur Wellesley, 1.º Duque de Wellington, que comandou as forças anglo-portuguesas contra as do general francês André Massena na Batalha do Bussaco. A partir de 1888, contudo, um novo impulso construtivo traria ao Bussaco o Palace-Hotel que, se implicou a destruição das estruturas conventuais anexas à igreja, ao corredor e pátios que hoje testemunham a existência do Convento, permitiu a sua inclusão num Bussaco romântico que permanece como um dos locais patrimonialmente mais ricos na sua diversidade compositiva. A Igreja é localizada no centro do Convento simbolizando o Templo de Salomão que também se situava no centro da cidade de Jerusalém; a Via Sacra é uma verdadeira encenação dos locais por onde Cristo passou desde o Horto, local onde foi condenado, até ao Túmulo; os Passos são explicados através de inscrições descritivas dos mesmos e do seu percurso dentro da cidade de Jerusalém, que estão colocadas nas capelas e em locais específicos (escadaria, arcos, caminhos) do itinerário da Via Sacra dentro da Mata. As ocorrências epigráficas assumem aqui um papel de extrema importância contribuindo para a leitura iconográfica da imaginária das capelas e indicando ao caminhante as várias etapas a percorrer na Via Sacra.
O rei do catete Paulo José Miranda - 5 Nov 2019 [dropcap]H[/dropcap]á pessoas que vivem como se fossem animais com sorte, como se fossem animais habitando um lugar onde não falta nem comida, nem fêmeas, e onde não há predadores, transformando-as assim em pessoas felizes. Aparecem no mundo, inexplicavelmente não pedindo nada, tendo muito pouco e sendo servidos generosamente pela vida. Na verdade, e para sermos rigorosos com o mistério, deve haver tanto de natural quanto de sabedoria. No Rio encontrei algumas destas pessoas. Airton era um mulato vistoso, de 37 anos, com um quarto nos fundos de uma casa no bairro do Catete por onde passava muita garota, “o matadouro”, como dizia aos amigos. Passava algumas noites da semana no barzinho do Garibau, jogando sinuca. E entre uma e outra tacada bebia uma geladinha e botava discurso. Todo o mundo gostava do Airton. Papo fácil, generoso na atenção, pagava cerveja ou pinga a amigos, moderadamente, que não era trouxa, e arrasava as coxas das mulheres. Desde muito cedo que as mulheres gostavam de se deitar com ele, e assim foi levando a vida como Deus mandou, e Martinho da Vila cantou num samba. Se medíssemos a sua vida pelo que tinha, era quase um miserável. Mas se a medíssemos pela sua alegria, era um rei. Tinha feito mais estudos, à noite, que a maioria das pessoas da sua condição, e ostentava isso com algum orgulho. Virou-se para mim e disse: “E boto estórias num caderninho feito Machado de Assis, que vivia bem perto daqui, portuga.” Ia levando a vida, entre a oficina de bate-chapas, um ou outro livro que lia, as estórias que escrevia e as mulatas, que eram a sua perdição, e ele também a perdição delas. Vivia esperando fim de semana e Carnaval. “Como papai noel vive para a dia 25 de Dezembro, aqui o Airton vive para Carnaval.” E, no Rio, este festival tem muito mais dias que noutros lugares. Nessa altura, quase não dormia. Valia tudo para não fraquejar. Todo o tipo de estimulantes estavam valendo. “Cara, você me pergunta o que é o Carnaval para mim? Carnaval é o melhor da vida, quando o melhor do paraíso se junta com o melhor do inferno: vida sem trabalhar, calor, cerveja e muita sacanagem. Tem coisa melhor?” Um amigo dele tinha vivido uns tempos em Portugal e veio de lá muito decepcionado com o país. “Aquilo é frio que só pinguim aguenta, mulher é tudo fresca e nenhuma samba. Que adianta que não tem violência. Nem violência nem alegria. Não há cidade como o Rio! É a cidade maravilhosa. Bandido tem em todo o lado. Agora mulata assim, bundona, gostosa, sambando feito diabo em feriado de Deus, não tem em mais lado nenhum.” Esta convicção de Airton justificava a vida no Rio e desculpava o despautério de violência que grassava a cidade. “Me diga onde não tem violência! O próprio nascimento dá-se com a agressão do filho à sua mãe, cara. A verdade é que nossa vida está presa por um fio invisível. Nascimento e morte é um mistério. Minha mãe morreu bem jovem, de cancro, sem alegria, sem marido, só comigo do seu lado, que nada podia fazer. Pobre ou rica, morreria na mesma. Enquanto cá esteve é que tinha de fazer com que a sua vida tivesse valido a pena! Adianta viver com medo? Enquanto cá andamos temos o dever de procurar alegria. E se não há alegria, temos de inventar. Portuga, há lugar mais alegre que bunda de mulata sambando?” Encaçapava a bola 8, sorria e pedia mais uma geladinha ao Garibau. “Esta noite ainda vou escrever estória.” Juntava as bolas na mesa de bilhar, ia junto à mesa encher o copo e percebia-se que a vida não tinha mistério. Airton não era o rei da selva, era o rei do Catete.
Hong Kong | Duzentos detidos após confrontos de sábado Hoje Macau - 5 Nov 2019 [dropcap]C[/dropcap]erca de 200 pessoas foram detidas em Hong Kong na sequência de tumultos e de confrontos com polícias no sábado, durante os quais foram destruídos vários órgãos de comunicação oficiais, incluindo a sede da agência chinesa Xinhua (ver texto secundário), informou a polícia. Segundo as autoridades, os detidos são acusados de manifestação ilegal, posse de armas ofensivas, danos criminais e uso de cobertura facial durante as concentrações de protesto. Além disso, o Departamento de Combate ao Crime Organizado e Tríades (máfias locais) deteve quatro homens e uma mulher por posse de armas, informou a polícia domingo em comunicado, no qual assinala que também apreenderam 188 cocktails Molotov, “numerosos” bastões extensíveis e ‘spray’ de gás pimenta. A polícia local diz ainda que implantou veículos especializados para a gestão de multidões, como camiões equipados com jactos de água, e usou gás lacrimogéneo e balas de borracha, entre outros, para impedir os actos dos manifestantes. Hong Kong registou no sábado um dos seus dias mais violentos, com confrontos entre polícia de choque e grupos de manifestantes, alguns dos quais também causaram destruição em lojas e organizações, como a sede no território da agência de notícias estatal chinesa Xinhua. Tudo começou com uma manifestação no Parque Vitória, no centro da cidade, que a polícia não havia autorizado, mas que os 128 candidatos pró-democracia às eleições distritais, que se realizam no final de Novembro, tentaram transformar em comícios. Mais de mil activistas concentraram-se no parque, grande parte deles usando máscaras, desafiando a proibição de cobrir o rosto em manifestações decretada pelo governo local. Os polícias antimotim alertaram que o uso de máscaras violava a lei e que a concentração não era autorizada, mas os manifestantes permaneceram no local, após o que a polícia usou gás lacrimogéneo para os dispersar. Ajuntamentos Após a acção policial no parque, grupos de manifestantes foram para a área central, que abriga a sede do Governo, do parlamento e da polícia, para onde, duas horas depois, estavam convocadas outras duas manifestações autorizadas. Aos que estavam reunidos no parque juntaram-se milhares de pessoas, mas a polícia começou a bloquear as avenidas que até ao centro e tiveram início confrontos entre os manifestantes e os agentes. A polícia usou veículos com canhões de água, enquanto os manifestantes arremessaram cocktails Molotov, garrafas e pedras da calçada contra os agentes. A polícia anunciou de seguida, invocando leis coloniais de ordem pública e mediante a “violência” exercida pelos manifestantes, que as duas manifestações autorizadas na área central tinham sido proibidas. A partir desse momento, os confrontos generalizaram-se e um grande número de polícias foi destacado para várias zonas da cidade, onde ocorreram lançamentos de gás lacrimogéneo. Grupos de manifestantes ergueram barricadas e fogueiras em algumas avenidas para impedir a passagem da polícia e também causaram danos a vários edifícios de organismos relacionados com a China continental. O Governo de Hong Kong informou domingo que a chefe do executivo local, Carrie Lam, reunir-se-á em Pequim esta quarta-feira com o vice-primeiro-ministro chinês Han Zheng. Será a primeira reunião oficial desde o início dos protestos em Hong Kong entre Lam e Han, o líder chinês responsável pelos assuntos de ex-colónia britânica.
Hong Kong | Duzentos detidos após confrontos de sábado Hoje Macau - 5 Nov 2019 [dropcap]C[/dropcap]erca de 200 pessoas foram detidas em Hong Kong na sequência de tumultos e de confrontos com polícias no sábado, durante os quais foram destruídos vários órgãos de comunicação oficiais, incluindo a sede da agência chinesa Xinhua (ver texto secundário), informou a polícia. Segundo as autoridades, os detidos são acusados de manifestação ilegal, posse de armas ofensivas, danos criminais e uso de cobertura facial durante as concentrações de protesto. Além disso, o Departamento de Combate ao Crime Organizado e Tríades (máfias locais) deteve quatro homens e uma mulher por posse de armas, informou a polícia domingo em comunicado, no qual assinala que também apreenderam 188 cocktails Molotov, “numerosos” bastões extensíveis e ‘spray’ de gás pimenta. A polícia local diz ainda que implantou veículos especializados para a gestão de multidões, como camiões equipados com jactos de água, e usou gás lacrimogéneo e balas de borracha, entre outros, para impedir os actos dos manifestantes. Hong Kong registou no sábado um dos seus dias mais violentos, com confrontos entre polícia de choque e grupos de manifestantes, alguns dos quais também causaram destruição em lojas e organizações, como a sede no território da agência de notícias estatal chinesa Xinhua. Tudo começou com uma manifestação no Parque Vitória, no centro da cidade, que a polícia não havia autorizado, mas que os 128 candidatos pró-democracia às eleições distritais, que se realizam no final de Novembro, tentaram transformar em comícios. Mais de mil activistas concentraram-se no parque, grande parte deles usando máscaras, desafiando a proibição de cobrir o rosto em manifestações decretada pelo governo local. Os polícias antimotim alertaram que o uso de máscaras violava a lei e que a concentração não era autorizada, mas os manifestantes permaneceram no local, após o que a polícia usou gás lacrimogéneo para os dispersar. Ajuntamentos Após a acção policial no parque, grupos de manifestantes foram para a área central, que abriga a sede do Governo, do parlamento e da polícia, para onde, duas horas depois, estavam convocadas outras duas manifestações autorizadas. Aos que estavam reunidos no parque juntaram-se milhares de pessoas, mas a polícia começou a bloquear as avenidas que até ao centro e tiveram início confrontos entre os manifestantes e os agentes. A polícia usou veículos com canhões de água, enquanto os manifestantes arremessaram cocktails Molotov, garrafas e pedras da calçada contra os agentes. A polícia anunciou de seguida, invocando leis coloniais de ordem pública e mediante a “violência” exercida pelos manifestantes, que as duas manifestações autorizadas na área central tinham sido proibidas. A partir desse momento, os confrontos generalizaram-se e um grande número de polícias foi destacado para várias zonas da cidade, onde ocorreram lançamentos de gás lacrimogéneo. Grupos de manifestantes ergueram barricadas e fogueiras em algumas avenidas para impedir a passagem da polícia e também causaram danos a vários edifícios de organismos relacionados com a China continental. O Governo de Hong Kong informou domingo que a chefe do executivo local, Carrie Lam, reunir-se-á em Pequim esta quarta-feira com o vice-primeiro-ministro chinês Han Zheng. Será a primeira reunião oficial desde o início dos protestos em Hong Kong entre Lam e Han, o líder chinês responsável pelos assuntos de ex-colónia britânica.
Maria João Ferreira lança livro “Macau: Turismo e Identidade” Andreia Sofia Silva - 5 Nov 2019 [dropcap]C[/dropcap]hama-se “Macau: Turismo e Identidade” e é o novo livro de Maria João Ferreira, macaense, doutorada na área do turismo. A obra foi recentemente apresentada em Lisboa e é fruto da tese de doutoramento defendida em 2016, com o título “A gastronomia macaense no turismo cultural de Macau”, no Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa (UL). “O livro nasce quatro anos depois porque ainda não tinha surgido a oportunidade nem a urgência”, disse a autora ao HM. “O meu objectivo sempre foi pesquisar a gastronomia macaense até porque sou nascida e criada em Macau”, adiantou a autora, que trabalhou como bibliotecária durante 40 anos até decidir continuar os estudos académicos. Na sua tese de doutoramento, Maria João Ferreira realizou um estudo cujas conclusões se prendem com a falta de uma estratégia de marketing efectiva para a culinária macaense. “Existe um longo caminho a percorrer até que a gastronomia macaense possa efectivamente contribuir para o turismo cultural de Macau, apesar de estar fortemente implantada no seio das famílias macaenses”, aponta Maria João Ferreira. “Os restaurantes visitados durante a observação directa não demonstraram muito empenho na sua confecção e divulgação. A dificuldade e a incerteza do retorno do investimento a fazer inibe-os de se aplicarem. Os entrevistados demonstraram alguma esperança na capacidade da gastronomia macaense se firmar, enquanto reconhecem haver pouco apoio governamental e pouco estímulo à restauração”, pode ler-se ainda na tese. “Motivo de orgulho” Questionada sobre o rumo que a gastronomia macaense deve tomar, e tendo em conta as conclusões da sua tese de doutoramento, Maria João Ferreira optou por deixar a resposta para as autoridades de Macau. “Há conclusões e recomendações de um estudo encomendado à PATA – Pacific Asia Travel Association sobre essa matéria. É dar tempo ou tempo”, disse apenas. Depois da publicação do trabalho académico, Macau foi nomeada, em 2017, como Cidade Criativa da UNESCO na área da gastronomia, distinção que dá um “duplo orgulho” à autora. Maria João Ferreira também pouco adiantou sobre o caminho que a cultura macaense deverá percorrer no contexto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau. “O papel assumido pelo turismo na Grande Baía é uma questão que terá de colocar a quem de direito. A cultura macaense irá manter-se enquanto houver macaenses, e enquanto houver macaenses haverá Macau”, rematou.
Barcelona | “Sea of Mirrors” em competição no Festival de Cinema Asiático Hoje Macau - 5 Nov 2019 [dropcap]O[/dropcap] filme “Sea of Mirrors”, de Thomas Lim, vai estar em competição na sétima edição do Festival de Cinema Asiático de Barcelona, que decorre entre os dias 7 e 10 de Novembro. As nomeações são para melhor produção, melhor realização e melhor argumento. Citado por um comunicado, Thomas Lim adiantou que “estar em competição significa que os esforços e o trabalho árduo de ‘Sea of Mirrors’ compensou. Tendo em conta os resultados, este é um grande encorajamento para a equipa. Estou confiante no meu trabalho e este é um grande elogio para a equipa”. “Sea of Mirrors” foi totalmente filmado em Macau, contando com actores locais, como é o caso de Sally Victoria Benson, entre outros. Thomas Lim reside em Los Angeles, Estados Unidos, e recorda que este foi o primeiro filme realizado por ele em Hollywood, o que lhe deu pujança para o acesso ao mercado internacional do cinema. O mesmo comunicado dá conta que, actualmente, Thomas Lim está a trabalhar num conjunto de 14 filmes e séries televisivas em Los Angeles para uma produtora de Hong Kong. Contudo, a ideia de produzir mais filmes em Macau e levá-los aos mercados internacionais está sempre presente. “Sea of Mirrors” foi filmado a seguir a “Roulette City”, que estreou em Macau em Maio de 2018. Thomas Lim assume ter vontade de realizar um terceiro filme no território, que considera o ponto de origem de todo o seu trabalho como realizador. Este filme será como “uma carta de amor à cidade que o adoptou como um dos seus cineastas”, a fim de completar uma espécie de “Trilogia de Macau”. Esse projecto deverá começar a dar os primeiros passos em 2020 ou 2021, aponta a mesma nota oficial.
Barcelona | “Sea of Mirrors” em competição no Festival de Cinema Asiático Hoje Macau - 5 Nov 2019 [dropcap]O[/dropcap] filme “Sea of Mirrors”, de Thomas Lim, vai estar em competição na sétima edição do Festival de Cinema Asiático de Barcelona, que decorre entre os dias 7 e 10 de Novembro. As nomeações são para melhor produção, melhor realização e melhor argumento. Citado por um comunicado, Thomas Lim adiantou que “estar em competição significa que os esforços e o trabalho árduo de ‘Sea of Mirrors’ compensou. Tendo em conta os resultados, este é um grande encorajamento para a equipa. Estou confiante no meu trabalho e este é um grande elogio para a equipa”. “Sea of Mirrors” foi totalmente filmado em Macau, contando com actores locais, como é o caso de Sally Victoria Benson, entre outros. Thomas Lim reside em Los Angeles, Estados Unidos, e recorda que este foi o primeiro filme realizado por ele em Hollywood, o que lhe deu pujança para o acesso ao mercado internacional do cinema. O mesmo comunicado dá conta que, actualmente, Thomas Lim está a trabalhar num conjunto de 14 filmes e séries televisivas em Los Angeles para uma produtora de Hong Kong. Contudo, a ideia de produzir mais filmes em Macau e levá-los aos mercados internacionais está sempre presente. “Sea of Mirrors” foi filmado a seguir a “Roulette City”, que estreou em Macau em Maio de 2018. Thomas Lim assume ter vontade de realizar um terceiro filme no território, que considera o ponto de origem de todo o seu trabalho como realizador. Este filme será como “uma carta de amor à cidade que o adoptou como um dos seus cineastas”, a fim de completar uma espécie de “Trilogia de Macau”. Esse projecto deverá começar a dar os primeiros passos em 2020 ou 2021, aponta a mesma nota oficial.
Alliance Française de Macau | Festival de música barroca arranca sábado Hoje Macau - 5 Nov 2019 Entre 9 e 14 de Novembro a Alliance Française de Macau promove concertos de música barroca em mais uma edição do festival que anualmente acontece no território. O tema deste ano é “Connecting Worlds” e pretende também celebrar o 70.º aniversário da implantação da República Popular da China e os 20 anos da transição de Macau [dropcap]C[/dropcap]elebrar a história com música clássica. É isto que propõe a Alliance Française de Macau com a quinta edição do Festival de Música Barroca, que acontece entre sábado, 9 de Novembro, e o dia 14. De acordo com uma nota oficial, o instituto que se dedica ao ensino da língua francesa no território, e em várias cidades do mundo, recorda que “o ano de 2019 é mais do que simbólico para Macau”, uma vez que “se trata de um ano de celebrações, com o 70.º aniversário da implantação da República Popular da China e os 20 anos da transferência de soberania de Macau”. Neste sentido, o tema do festival deste ano é “Connecting Worlds” (conectando mundos) e apresenta, já este sábado, o espectáculo “As Quatro Estações”, conduzido pelo maestro Lio Kuokman. O concerto mistura as composições de António Vivaldi com o tango de Astor Piazzolla, “sublinhadas nas diferenças culturais entre a Europa Mediterrânica e o coração do sul da América”. Além da presença do maestro Lio Kuokman, o espectáculo conta ainda com a presença dos violinistas Yoo Jin Wang, Quan Yuan, Melody Wang e Amelia Chan e de Laurent Perrin no violoncelo. O concerto acontece no pequeno auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) no sábado às 20h00. No dia seguinte, a 10 de Novembro, o Clube Militar de Macau recebe um quarteto de cordas que se propõe tocar temas de vários compositores do barroco. O segundo concerto ‘De Portugal para França’ reúne, portanto, um quarteto de cordas de Macau em parceria com músicos da Orquestra de Macau. “O programa é uma jornada pela música do período renascentista português, através da Era Barroca em Espanha, chegando ao período barroco francês com a música de François Couperin.” Actuam no Clube Militar, domingo, às 18h00, os músicos Jia Lu, no violoncelo, Vit Polasek e Melody Wang, no violino, e Fan Xiao, na viola. Recital no seminário O cartaz do quinto Festival de Música Barroca de Macau encerra-se nos dias 13 e 14 de Novembro com um recital de órgao protagonizado por Vincent Thévenaz no Seminário de S.José. Conforme aponta a Alliance Francaise de Macau, “os concertos de órgão têm sido uns dos mais populares do festival”, tendo sido convidado Thénevaz, organista da Catedral de São Pedro, em Genebra, musicólogo e músico de jazz. Para a organização, “estes dois programas espelham o progresso dos primeiros dois concertos, que começam com a música do período do Renascimento, seguindo-se o período Barroco até ao concerto final. Ambos contêm compositores de França e Portugal e será ainda feito um concerto improvisado ao estilo barroco.” Desta forma, “este trabalho em três movimentos contém temas de França, Portugal e China”. O concerto no Seminário de S.José tem entrada livre, estando limitado à ordem de chegada do público. O início está marcado para as 19h30.
Alliance Française de Macau | Festival de música barroca arranca sábado Hoje Macau - 5 Nov 2019 Entre 9 e 14 de Novembro a Alliance Française de Macau promove concertos de música barroca em mais uma edição do festival que anualmente acontece no território. O tema deste ano é “Connecting Worlds” e pretende também celebrar o 70.º aniversário da implantação da República Popular da China e os 20 anos da transição de Macau [dropcap]C[/dropcap]elebrar a história com música clássica. É isto que propõe a Alliance Française de Macau com a quinta edição do Festival de Música Barroca, que acontece entre sábado, 9 de Novembro, e o dia 14. De acordo com uma nota oficial, o instituto que se dedica ao ensino da língua francesa no território, e em várias cidades do mundo, recorda que “o ano de 2019 é mais do que simbólico para Macau”, uma vez que “se trata de um ano de celebrações, com o 70.º aniversário da implantação da República Popular da China e os 20 anos da transferência de soberania de Macau”. Neste sentido, o tema do festival deste ano é “Connecting Worlds” (conectando mundos) e apresenta, já este sábado, o espectáculo “As Quatro Estações”, conduzido pelo maestro Lio Kuokman. O concerto mistura as composições de António Vivaldi com o tango de Astor Piazzolla, “sublinhadas nas diferenças culturais entre a Europa Mediterrânica e o coração do sul da América”. Além da presença do maestro Lio Kuokman, o espectáculo conta ainda com a presença dos violinistas Yoo Jin Wang, Quan Yuan, Melody Wang e Amelia Chan e de Laurent Perrin no violoncelo. O concerto acontece no pequeno auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) no sábado às 20h00. No dia seguinte, a 10 de Novembro, o Clube Militar de Macau recebe um quarteto de cordas que se propõe tocar temas de vários compositores do barroco. O segundo concerto ‘De Portugal para França’ reúne, portanto, um quarteto de cordas de Macau em parceria com músicos da Orquestra de Macau. “O programa é uma jornada pela música do período renascentista português, através da Era Barroca em Espanha, chegando ao período barroco francês com a música de François Couperin.” Actuam no Clube Militar, domingo, às 18h00, os músicos Jia Lu, no violoncelo, Vit Polasek e Melody Wang, no violino, e Fan Xiao, na viola. Recital no seminário O cartaz do quinto Festival de Música Barroca de Macau encerra-se nos dias 13 e 14 de Novembro com um recital de órgao protagonizado por Vincent Thévenaz no Seminário de S.José. Conforme aponta a Alliance Francaise de Macau, “os concertos de órgão têm sido uns dos mais populares do festival”, tendo sido convidado Thénevaz, organista da Catedral de São Pedro, em Genebra, musicólogo e músico de jazz. Para a organização, “estes dois programas espelham o progresso dos primeiros dois concertos, que começam com a música do período do Renascimento, seguindo-se o período Barroco até ao concerto final. Ambos contêm compositores de França e Portugal e será ainda feito um concerto improvisado ao estilo barroco.” Desta forma, “este trabalho em três movimentos contém temas de França, Portugal e China”. O concerto no Seminário de S.José tem entrada livre, estando limitado à ordem de chegada do público. O início está marcado para as 19h30.