Saúde | Governo avisa que não tolera uso de vacinas fora de prazo João Santos Filipe - 30 Set 2019 Uma clínica da Avenida da Praia Grande está a ser investigada por ter administrado a um bebé uma vacina fora de prazo. O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura afirmou ontem que o Executivo dá a máxima importância ao assunto [dropcap]O[/dropcap] secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, garantiu ontem que o Governo vai continuar a inspeccionar as clínicas privadas de forma rigorosa, após ter sido detectado o caso de uma clínica que administrou vacinas expiradas a um bebé. O caso foi detectado no dia 25 de Setembro e envolve o Centro Médico de Diagnóstico e Tratamento de Macau, localizado na Avenida da Praia Grande. “Houve um caso de uma vacina fora de prazo que foi administrada. Nós temos leis para actuar nestas situações e não vamos permitir a utilização de vacinas fora de prazo”, afirmou Alexis Tam. “Aliás, por lei, eles nem podem guardar as vacinas, muito menos administrar vacinas expiradas. É tudo ilegal”, acrescentou. Ainda de acordo com o secretário, a questão da saúde é “muito importante” para o Governo, que age dentro das orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e executa regularmente acções de inspecção. Também por isso, Alexis Tam deixou uma garantia: “sempre que detectamos irregularidades agimos imediatamente”, frisou. Foi no sábado à noite que os Serviços de Saúde (SSM) revelaram o caso de uma clínica que tinha administrado num bebé com um mês de idade uma vacina expirada. O acto valeu uma condenação do Governo: “Os Serviços de Saúde condenam de forma veemente o incumprimento da lei e alerta que estes actos individuais prejudicam a saúde das crianças e podem diminuir a barreira imunológica”, foi anunciado. O facto de a vacina estar expirada não foi o único problema identificado. Segundo a investigação, as instruções da OMS também não terão sido respeitadas porque a vacina combinada de 6 em 1 é para crianças com seis semanas. Porém, o bebé tinha acabado de completar um mês quando foi vacinado. Protecção enfraquecida De acordo com o comunicado de sábado dos SSM, a administração de vacinas expiradas leva a uma redução da eficácia destes produtos, mas dificilmente terá “efeitos secundários graves de imediato”. Contudo, foi igualmente explicado que a prática pode enganar as pessoas, o que levará a que não seja tomadas outras medidas de precaução. “Esta suposição [de falsa protecção] pode aumentar o risco de contrair doenças infecciosas e causar grandes danos às barreiras imunológicas das vacinas, criadas para proteger as pessoas e a população”, apontou o Governo. Logo no sábado à noite, os SSM apelaram aos médicos para denunciarem este tipo de situações e explicaram que os envolvidos podem ser punidos com multas ou mesmo suspensão da licença da profissão.
Greta Thunberg João Luz - 30 Set 20192 Out 2019 [dropcap]A[/dropcap]ssim que vi o vídeo do discurso na Cimeira da Acção Climática em Nova Iorque, tornou-se evidente que Greta Thunberg se transformaria no vilão palpável que a “equipa” que nega a realidade científica precisava para sair do vago bicho-papão do George Soros, o aglutinador de todas as conspirações da paranóia conservadora. A raiva e emotividade do discurso, o dedo em riste que aponta à vergonha, o tom de profundo e insolente desdém aos poderes que lideram o mundo, são os ingredientes para diabolizar a mensageira, depois de poluída a mensagem com propaganda. O ataque do status quo aos jovens que o confrontam é coisa que vem de longe, faz parte de uma torpe tradição de velhadas que, por um lado, se queixam de falta de acção cívica da juventude, mas depressa vociferam impropérios senis quando essa juventude ousa contradizê-los. Recordo as manifestações de estudantes a favor de controlo de armas nos Estados Unidos depois do massacre numa escola secundária de Parkland, na Florida. Os sobreviventes do derrame de sangue lançaram uma campanha de protestos contra a apatia da classe política comprada pelo lobby do armamento. Esses alunos, apesar do trauma recente e do eco dos tiros ainda se escutar nos corredores da escola onde estudam, foram vilipendiados na comunicação social por políticos e afins. Em particular, Emma Gonzalez (é sempre mais fácil ofender uma mulher numa situação destas), uma corajosa jovem de cabelo rapado que ousou apontar o dedo às gerações mais velhas e à elite política. Uma representante do NRA (National Riffle Associatition) chamou-lhe lésbica neonazi (Emma, apesar da descendência hispânica), a direita multiplicou-se nas conspirações habituais (nunca houve tiroteio e os sobreviventes são actores pagos por… George Soros), multiplicaram-se imagens falsificadas da jovem a rasgar a constituição norte-americana. Um congressista que muitas vezes defendeu a supremacia branca, Steve King, acusou a jovem de ser uma fã de Fidel Castro e da ditadura cubana por usar um pin com a bandeira de Cuba. Claro que a máquina de destruição de reputações, que não tem pudor em atacar crianças e adolescentes, se está nas tintas para o facto de a família de Gonzalez ter fugido do regime de Castro. Além disso, a bandeira usada pela jovem é um símbolo para exilados anti-Castro. Mas a realidade não é chamada para as campanhas de assassinato de caracter, nem interessa à ignóbil guerrilha geracional de adultos que insultam os mais novos. Greta Thunberg está a sofrer um ataque do mesmo género. Nos dias que correm é o alvo preferencial dos memes falsos que se transformam em “notícias”. Mas analisemos por um momento a demência política da diabolização desta corajosa jovem. Em primeiro lugar, por transmitir a ideia de urgência perante algo que a comunidade científica é unânime, é apelidada de alarmista. Esclarecimento: comunidade científica e ciência são realidades que existem no âmbito do método científico, onde teorias são comprovadas ou destruídas em experiências e estudos submetidos a revisão de pares. Ciência não é uma realidade que viva exclusivamente de vídeos de Youtube, partilhas no Whatsapp, memes virais de Facebook, nem opiniões pagas por câmaras de comércio. Essas são as armas da anti-ciência. Segundo lugar: “é maluca, já viram bem os olhos dela?!”. Epá, tenham vergonha na cara. Estamos mesmo a querer bater no fundo em termos éticos. Greta podia fazer aquele discurso a sorrir, vestida de pantera cor-de-rosa, com imagens do Matrix a passar no fundo, que a mensagem que transmite continuaria a ser cientificamente sólida e real. Terceiro lugar: Greta é uma pobrezinha influenciada pelo poderoso lobby da ecologia. Vamos todos rir desta ironia orwelliana de primeiro grau. Coitadinha da enfraquecida e pobre indústria petrolífera, que só consegue fazer guerras onde e sempre que lhe interessa, que tem cronicamente os governos mais poderosos do mundo no seu bolso e que é só a mais lucrativa indústria do mundo. Pobre indústria automóvel, frágil lobby do sector energético, que nada pode fazer perante o poder da eólicas, dos cientistas que se esmifram por uma bolsa, pelos activistas ambientais que, sem saberem, são os donos disto tudo. Há muita gente que vive num mundo alternativo, onde os que mandam são escravos e os marginalizados são na realidade os invisíveis mestres. A polarização política justifica tudo. É uma loucura dar validade ao discurso que professa a supremacia de quem defende o ambiente, face aos blocos de poder que desde sempre colocam o lucro à frente da salvaguarda do planeta. Para uma próxima crónica prometo endereçar os ignorantes argumentos que comparam a coragem de Galileu em destronar uma teoria “científica” dominante, protegida pela violência do Vaticano, e a ciência moderna. A internet, que vende a ideia de que todos podem ser especialistas em tudo, é a mais poderosa ferramenta para a estupidificação da humanidade e a massificação da perfídia. E, por favor, tenham vergonha na cara quando ponderarem atacar pessoalmente uma criança ou adolescente que vos chama à razão.
Política mortal João Luz - 30 Set 2019 [dropcap]V[/dropcap]amos todos morrer de política. Ao longo da minha vida experimentei décadas bem diversas em termos de intensidade ideológica. Anos 1980: bicefalia na divisão do poder pelo bloco central, enquanto as FP 25 de Abril espalhavam o terror com espasmos violentos, como uma ressaca revolucionária que descamba em banditismo. Anos 1990: vazio ideológico, torpor sem ideias e paz neoliberal durante a gestação do ogre. Anos 2000: o ogre nasce e escava um intransponível fosso entre ricos e pobres, que se agiganta até à hecatombe económica de 2007. Anos 2010: o mundo está dividido em primarismos, onde a razão, sentido histórico e o conhecimento não têm lugar. Oscilamos entre períodos híper-ideológicos e dormência. Hoje em dia tudo é política. O que comemos, quem e como amamos, quem são os nossos amigos, com que valores vemos o outro, tudo é politizado ao máximo. Há quem veja marxismo numa tijela de muesli e fascismo numa porta de casa de banho. Até a ciência foi politizada. Se está frio a ciência é uma ferramenta do marxismo climático, se está calor a ciência é uma emanação protofascista. Isto é incomportável, não se aguenta, é primário, bronco. Não é complicado para mim refastelar-me confortavelmente em niilismo, esse spa filosófico, e assistir ao apocalipse burgesso. De quando em vez mexo no lodo para lhe medir a temperatura, arrependo-me logo e regresso à contemplação das chamas.
Diogo Pereira ou Gil de Góis Embaixador à China José Simões Morais - 30 Set 2019 [dropcap]A[/dropcap]pós a morte de D. João III em 1557, o neto D. Sebastião (1554-1580) tornou-se Rei de Portugal, mas devido à sua menor idade ficou a avó D. Catarina de Áustria (1507-1578) como regente de 1557 a 1562 e em 1568, considerado maior, passou a exercer o poder. Nascido em Lisboa a 20 de Janeiro de 1554 do casamento de D. João, filho do Rei, e D. Joana de Áustria (filha de Carlos V), D. Sebastião subiu ao trono a 11 de Junho de 1557. No ano seguinte, Constantino de Bragança, filho de D. Jaime, IV Duque de Bragança, partia para a Índia como Vice-Rei, exercendo o cargo até 1561. No Porto de Amacau desde 1558 encontrava-se o mercador Diogo Pereira como Capitão de terra nomeado pela população, substituído na governação pelo Capitão da Viagem ao Japão enquanto este aqui permanecia; todos sob a dependência do Vice-Rei da Índia. No ano de 1558 foi o algarvio Leonel de Sousa quem como Capitão-mor da Nau do Trato realizou a viagem ao Japão na companhia de um navio de Guilherme Pereira. Em Hiraldo os negócios foram excepcionais, levando-o mais tarde a desabafar do enfado de ser rico, pelos 50 mil cruzados do lucro alcançado, segundo Rui Manuel Loureiro, que refere, naufragou no meio do golfão da China entre portos chineses quando já seguia a caminho de Malaca, mas conseguiu salvar-se e em 1560 estava na Índia. Ainda em 1558 o Bispado de Goa foi elevado à categoria de Arcebispado, sendo criados dois bispados sufragâneos, o de Cochim e o de Malaca, onde até 1575 ficou integrado Macau. Diogo Pereira desde os anos 40 do século XVI comercializava pelo mar do Sul da China. “A sua experiência e espírito de liderança gera o clã Pereira que, não muito mais tarde, opera em Macau”, segundo Jorge dos Santos Alves e Beatriz Basto da Silva complementa, no período de 1550 a 1564, “sensivelmente, o poder português em Macau é alvo de uma luta ‘civil’ entre moradores e mercadores, sendo que a ‘família-empresa’, como lhe chama L. F. Barreto, de Diogo Pereira se encarrega de organizar o sistema de pagamento alfandegário que Guangdong aceita. É a família Pereira que aproveita o assentamento de Leonel de Sousa e o faz evoluir no quadro do triângulo mercantil Ocidente-China-Japão.” Reinava na China a Dinastia Ming com o Imperador Jiajing (1522-1566). O estabelecimento dos comerciantes portugueses em Macau e a grande actividade dos missionários pelo Oriente levou a ser relembrada a importância de se realizar uma nova embaixada à China. Na memória restava a frustrada terceira tentativa de embaixada régia, demandada então pelo padre Francisco Xavier e a expensas de Diogo Pereira, mas desfeita em 1552 pelo Governador de Malaca. Já os objectivos do jesuíta Belchior Barreto em 1555, de libertar portugueses presos em Cantão (dez mil em 1561, segundo Amaro Pereira), permaneceram quando em 1558/59 uma nova embaixada à China foi preparada com redobrado cuidado para não haver as confusões que perturbaram o desenlace de todas as anteriores. Diogo Pereira capitão-mor O Vice-Rei da Índia Francisco Coutinho (1561-64), 3º Conde de Redondo, nas instruções que do reino levava para a Índia constava a de mandar Diogo Pereira por Embaixador e Capitão da China, com o presente necessário à embaixada pela qual trazia de Portugal algumas peças de muita estima. Enviada para tentar regularizar as relações luso-chinesas, a comitiva deveria incluir padres jesuítas pois pretendia-se conseguir autorização para a Companhia de Jesus entrar na China. Chegado a Goa em Setembro de 1561, o Vice-Rei verificou estar Diogo Pereira na China e na monção seguinte, em Abril pelo navio de D. Pedro da Guerra, onde seguiam com destino ao Japão os padres jesuítas, Luís Fróis e João Baptista del Monte, mandou-lhe a nomeação, por dois anos até 1564, para como Capitão de Terra governar a povoação em lugar dos Capitães-mores da viagem ao Japão. Devia preparar terreno à embaixada e acautelar desordens como as ocorridas com Simão Peres de Andrade, pelas quais as duas primeiras embaixadas portuguesas à China fracassaram. De Malaca saíram a 8 de Julho e entraram em Macau a 24 de Agosto de 1562, dia de S. Bartolomeu, sendo recebidos por Diogo Pereira, a exercer já funções de capitão-mor de Macau, escolhido pelo povo por gozar de muita confiança e popularidade. [Posto abolido por decreto real de 1563, mas aí se manteve até 1587]. A ele se deve a organização e transformação rápida da povoação numa cidade e “os chineses seguiam com alguma perplexidade este crescimento, dentro dos limites do seu território, o que, de certo, explica o ‘irregular tratamento’ – ora generoso, ora de suspeição – para com os portugueses”, segundo Tien-Tsê Chang, que refere, Macau em 1563 contava “com 900 pessoas, sem incluir as crianças. Para lá destes residentes, havia vários milhares de estrangeiros comerciantes, criados e escravos (de Malaca, da Índia e de África).” Embaixador Gil de Góis Por Despacho Real, Gil de Góis partiu de Goa a 27 de Abril de 1563 para Macau na nau de Diogo Pereira, seu cunhado, e além do presente para o Imperador levava a função de ele ou Diogo Pereira, se este quisesse, ir como embaixador à China; ordenava nessa embaixada seguirem padres da Companhia de Jesus para pela quarta vez se tentar introduzir o catolicismo no Celeste Império, depois das tentativas de Francisco Xavier, Belchior Nunes Barreto e Luís de Fróis. De Goa seguiram com Gil de Góis, João de Escobar, escrivão da embaixada régia e os padres Francisco Perez (1514-1583) e Manuel Teixeira (1536-1590). Em Malaca a 13 de Junho, voltaram ao mar a 8 de Julho já na companhia do irmão André Pinto (1538-1588). A 29 de Julho de 1563, no porto de Amacau foram recebidos por Diogo Pereira, o irmão Guilherme e um grande número de moradores. A mercê régia logo entregue a Diogo Pereira dava-lhe a escolha de ser embaixador à China, ou ficar em Macau com o cargo de capitão-de-terra, independente do capitão-mor da viagem. Escolheu governar Macau, que em 1562 tinha 800 a 900 portugueses moradores e problemas a exigir juiz permanente, segundo Beatriz Basto da Silva, que refere, com o “cargo de capitão-de-terra, o primeiro tipo de governo autónomo de Macau, Diogo Pereira, seu inicial ocupante (a 23-VIII-1562), continuou em exercício até 1587. As relações económicas com a China e com a Carreira das Índias passavam por este ofício que punha os lucros das viagens ao serviço da política.” Assim Gil de Góis ficou Embaixador, sendo “Iniciadas imediatamente as diligências para a apresentação da embaixada, naturalmente junto dos Mandarins grandes de Cantão, e do vice-rei, vieram a Macau várias autoridades chinesas para examinar os presentes e retiraram-se satisfeitos e peitados, prometendo encaminhar o assunto favoravelmente para Pequim”, segundo Gonçalo Mesquitela, “A aceitação da embaixada, e do presente em cerimonial próprio em Pequim, tomava o valor do reconhecimento oficial das relações com o país ofertante.” Importante era manter a paciência durante a espera da permissão.
Hong Kong | Joshua Wong concorre ao conselho distrital em Novembro Hoje Macau - 30 Set 2019 [dropcap]O[/dropcap] activista pró-democracia de Hong Kong Joshua Wong anunciou ontem que vai concorrer nas eleições do conselho distrital em Novembro e avisou que qualquer tentativa de desqualificá-lo apenas estimulará mais apoio aos protestos pró-democracia. O anúncio aconteceu antes da manifestação marcada para ontem, para assinalar o quinto aniversário do ‘movimento dos chapéus-de-chuvas amarelos’, quando várias ruas da cidade foram ocupadas por 79 dias pelos manifestantes que exigiam eleições livres, onde o activista alcançou fama como líder da juventude. Joshua Wong, de 22 anos, disse que vai concorrer nas eleições do conselho distrital em Novembro e que a votação é crucial para enviar uma mensagem a Pequim de que o povo está mais determinado do que nunca para vencer a batalha por mais direitos. “Há cinco anos dissemos que voltávamos e agora estamos de volta com uma determinação ainda mais forte”, disse em conferência de imprensa, adiantando que “a batalha a travar é a batalha pela nossa casa e pela nossa pátria” O activista, que tem sido repetidamente preso por causa da organização de manifestações consideradas ilegais, adiantou estar ciente de que pode ser desqualificado, até porque membros do partido Demosisto, que co-fundou em 2016, foram desqualificados no passado na corrida a cargos porque, segundo o activista, defendiam a autodeterminação. “Se eles me desqualificarem, isso gerará cada vez mais força … eles pagarão o preço”, ameaçou o activista que saiu da prisão no início deste mês depois de pagar a fiança.
Hong Kong | Joshua Wong concorre ao conselho distrital em Novembro Hoje Macau - 30 Set 2019 [dropcap]O[/dropcap] activista pró-democracia de Hong Kong Joshua Wong anunciou ontem que vai concorrer nas eleições do conselho distrital em Novembro e avisou que qualquer tentativa de desqualificá-lo apenas estimulará mais apoio aos protestos pró-democracia. O anúncio aconteceu antes da manifestação marcada para ontem, para assinalar o quinto aniversário do ‘movimento dos chapéus-de-chuvas amarelos’, quando várias ruas da cidade foram ocupadas por 79 dias pelos manifestantes que exigiam eleições livres, onde o activista alcançou fama como líder da juventude. Joshua Wong, de 22 anos, disse que vai concorrer nas eleições do conselho distrital em Novembro e que a votação é crucial para enviar uma mensagem a Pequim de que o povo está mais determinado do que nunca para vencer a batalha por mais direitos. “Há cinco anos dissemos que voltávamos e agora estamos de volta com uma determinação ainda mais forte”, disse em conferência de imprensa, adiantando que “a batalha a travar é a batalha pela nossa casa e pela nossa pátria” O activista, que tem sido repetidamente preso por causa da organização de manifestações consideradas ilegais, adiantou estar ciente de que pode ser desqualificado, até porque membros do partido Demosisto, que co-fundou em 2016, foram desqualificados no passado na corrida a cargos porque, segundo o activista, defendiam a autodeterminação. “Se eles me desqualificarem, isso gerará cada vez mais força … eles pagarão o preço”, ameaçou o activista que saiu da prisão no início deste mês depois de pagar a fiança.
Hong Kong | Manifestações não autorizadas reúnem dezenas de milhares Hoje Macau - 30 Set 2019 Mais um fim-de-semana, mais um dia de confrontos nas ruas da antiga colónia britânica. De um lado, manifestantes armados com coktails molotov vandalizaram a estação de metro de Wan Chai e destruíram cartazes alusivos ao aniversário da RPC. Do outro, a polícia dispersou a multidão com canhões de água azul, gás lacrimogéneo e spray pimenta. Os distúrbios prometem regressar dentro de momentos… [dropcap]D[/dropcap]ezenas de milhares de pessoas participaram ontem, pelo segundo dia consecutivo, em manifestações não autorizadas em Hong Kong, marcadas por confrontos com a polícia, que utilizou canhões de água azul para identificar os manifestantes, gás lacrimogéneo, cargas e detenções. A polícia foi obrigada a dispersar uma manifestação não autorizada pelas autoridades, recorrendo a gás lacrimogéneo, canhões com água colorida de azul para identificar os manifestantes, spray de pimenta, cargas e detenções, para além de balas de borracha, com os manifestantes a responderem com ‘cocktails molotov’, queima de barreiras e arremesso de tijolos. De acordo com o South China Morning Post, quatro polícias tiveram de disparar munições reais para o ar para afastar os manifestantes que os tentavam atacar, em confrontos que acontecem pelo 17.º domingo consecutivo e a dois dias da comemoração do Dia Nacional da China, que assinala os 70 anos da República Popular da China. Às 20:30 havia ainda centenas de pessoas nas ruas e foi emitido um novo aviso de utilização de gás lacrimogéneo para quem não saísse da zona de Hennessy Road, havendo um esquadrão de intervenção e veículos policiais a cerca de 100 metros, e foi exibido um cartaz vermelho onde se lê ‘Parem de avançar ou usaremos a força’. Por todo o lado A manifestação de ontem, que não foi autorizada pelas autoridades, tinha como mote assinalar o ‘Dia Mundial contra a Tirania’, e começou às 14:30, registando dezenas de milhares de participantes que saíram à rua vestidos de negro, a cor tradicional que tem pautado os protestos que se intensificaram há cerca de três meses em oposição à lei da extradição. Durante o dia, foram convocadas manifestações em cerca de 60 cidades mundiais, entre as quais Taipé, para mostrar solidariedade com as reivindicações dos habitantes de Hong Kong. Durante o dia, a polícia fechou uma igreja na zona de Wan Chai que servia de refúgio para os manifestantes, e a maioria das lojas de Causeway Bay, uma das zonas mais turísticas e movimentadas de Hong Kong, mantinha as portas fechadas e as persianas corridas, antecipando violência nas ruas. Alguns manifestantes violentos vandalizaram várias estações de metro, chegando a lançar ‘cocktails molotov’ para dentro da estação central de Wan Chai e destruíram vários cartazes que assinalavam a celebração dos 70 anos da República Popular da China. Lista de exigências Hong Kong enfrenta, há mais de três meses, a mais grave crise política desde a sua entrega à China, em 1997, com acções e manifestações quase diárias exigindo reformas democráticas, como eleições livres, e um inquérito independente à alegada violência policial. O Governo de Hong Kong anunciou a retirada formal das emendas à polémica lei da extradição que esteve na base da contestação social desde o início de Junho. Contudo, os manifestantes continuam a exigir que o Governo responda a quatro outras reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão da chefe de Governo e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong.
Hong Kong | Manifestações não autorizadas reúnem dezenas de milhares Hoje Macau - 30 Set 2019 Mais um fim-de-semana, mais um dia de confrontos nas ruas da antiga colónia britânica. De um lado, manifestantes armados com coktails molotov vandalizaram a estação de metro de Wan Chai e destruíram cartazes alusivos ao aniversário da RPC. Do outro, a polícia dispersou a multidão com canhões de água azul, gás lacrimogéneo e spray pimenta. Os distúrbios prometem regressar dentro de momentos… [dropcap]D[/dropcap]ezenas de milhares de pessoas participaram ontem, pelo segundo dia consecutivo, em manifestações não autorizadas em Hong Kong, marcadas por confrontos com a polícia, que utilizou canhões de água azul para identificar os manifestantes, gás lacrimogéneo, cargas e detenções. A polícia foi obrigada a dispersar uma manifestação não autorizada pelas autoridades, recorrendo a gás lacrimogéneo, canhões com água colorida de azul para identificar os manifestantes, spray de pimenta, cargas e detenções, para além de balas de borracha, com os manifestantes a responderem com ‘cocktails molotov’, queima de barreiras e arremesso de tijolos. De acordo com o South China Morning Post, quatro polícias tiveram de disparar munições reais para o ar para afastar os manifestantes que os tentavam atacar, em confrontos que acontecem pelo 17.º domingo consecutivo e a dois dias da comemoração do Dia Nacional da China, que assinala os 70 anos da República Popular da China. Às 20:30 havia ainda centenas de pessoas nas ruas e foi emitido um novo aviso de utilização de gás lacrimogéneo para quem não saísse da zona de Hennessy Road, havendo um esquadrão de intervenção e veículos policiais a cerca de 100 metros, e foi exibido um cartaz vermelho onde se lê ‘Parem de avançar ou usaremos a força’. Por todo o lado A manifestação de ontem, que não foi autorizada pelas autoridades, tinha como mote assinalar o ‘Dia Mundial contra a Tirania’, e começou às 14:30, registando dezenas de milhares de participantes que saíram à rua vestidos de negro, a cor tradicional que tem pautado os protestos que se intensificaram há cerca de três meses em oposição à lei da extradição. Durante o dia, foram convocadas manifestações em cerca de 60 cidades mundiais, entre as quais Taipé, para mostrar solidariedade com as reivindicações dos habitantes de Hong Kong. Durante o dia, a polícia fechou uma igreja na zona de Wan Chai que servia de refúgio para os manifestantes, e a maioria das lojas de Causeway Bay, uma das zonas mais turísticas e movimentadas de Hong Kong, mantinha as portas fechadas e as persianas corridas, antecipando violência nas ruas. Alguns manifestantes violentos vandalizaram várias estações de metro, chegando a lançar ‘cocktails molotov’ para dentro da estação central de Wan Chai e destruíram vários cartazes que assinalavam a celebração dos 70 anos da República Popular da China. Lista de exigências Hong Kong enfrenta, há mais de três meses, a mais grave crise política desde a sua entrega à China, em 1997, com acções e manifestações quase diárias exigindo reformas democráticas, como eleições livres, e um inquérito independente à alegada violência policial. O Governo de Hong Kong anunciou a retirada formal das emendas à polémica lei da extradição que esteve na base da contestação social desde o início de Junho. Contudo, os manifestantes continuam a exigir que o Governo responda a quatro outras reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão da chefe de Governo e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong.
Colóquio | Livro “O Macaense” será apresentado em Macau em 2020 Andreia Sofia Silva - 30 Set 2019 Lançado na sexta-feira na Universidade Católica Portuguesa, o livro “O Macaense: Identidade, Cultura e Quotidiano” deverá ter nova apresentação em Macau no início do próximo ano. A obra apresenta inúmeras reflexões sobre o que é ser macaense e recorda uma entrevista concedida por Henrique de Senna Fernandes ao Diário de Notícias [dropcap]O[/dropcap]lhar para dentro, pensar a identidade por quem a detém e por quem a sente. É este o propósito do livro “O Macaense: Identidade, Cultura e Quotidiano”, lançado na passada sexta-feira na Universidade Católica Portuguesa (UCP) e coordenado por nomes como Roberto Carneiro, presidente da Fundação Escola Portuguesa de Macau (FEPM), Jorge Rangel, Fernando Chau e José Manuel Simões, da Universidade de São José. Ao HM, Fernando Chau confessou que a obra deverá ser lançada em Macau no início do próximo ano, tendo como objectivo uma diferenciação do olhar sobre o que é ser macaense. “A ideia base (da edição do livro) partiu do Roberto Carneiro. Já há muitos estudos e livros publicados sobre esta temática, mas a questão da identidade vai mudando. A ideia era obter testemunhos daqueles que tiveram uma experiência com Macau.” “Quisemos adicionar mais uns pontos que podem ser interessantes à questão da identidade macaense. Espero que possa contribuir para um melhor entendimento da identidade e para um diálogo. A identidade é uma coisa em evolução”, acrescentou um dos coordenadores da obra. O presidente da FEPM explicou que o objectivo da obra passa por “divulgar e investigar o que é o macaense”. “É uma espécie de mistura entre português e chinês, mas que deu origem a algo autónomo, a uma comunidade autónoma”, afirmou. “É uma hibridação entre duas culturas que gera uma terceira cultura, que não tem a ver com sangue, não tem a ver com uma coisa biológica, tem a ver com culturas que estão abertas uma à outra”, continuou. Trabalho académico “O Macaense” volta a publicar uma entrevista de Henrique de Senna Fernandes concedida à historiadora Tereza Sena e publicada no Diário de Notícias em 1987, quando a transição já estava à espreita. José Sales Marques escreve sobre a ligação entre a comunidade macaense e a Grande Baía, enquanto que Marisa Gaspar escreve sobre os macaenses em Portugal, entre outros contributos. A obra, que ao longo de 286 páginas compila análises de 22 autores, é resultado de um trabalho que durou uma década e que “teve vários arranques falsos”, mas que acabou por avançar e foi finalizada “em tempo recorde”. O antigo ministro da Educação referiu que este é “um livro académico” e que está aberto a mais investigação. “Há poucas coisas de fundo sobre o que é ser macaense. Este livro dá profundidade ao que é ser macaense no mundo, o seu papel no futuro”, detalhou. Fernando Ilharco, actual presidente do Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa da UCP, considerou que a obra “tenta reflectir à volta da experiência portuguesa de 500 anos em Macau”, ao mesmo tempo que procura “identificar esta presença na figura do macaense, que é uma figura híbrida entre o português e o chinês”. “Parece-me que é uma obra que pode contribuir para afirmar o relacionamento e a natureza da cultura e da diáspora portuguesa”, reforçou o responsável do CEPCEP. Para o presidente do centro de estudos, a transformação de Macau num jogador-chave na região “depende muito da China”. “Há um quadro de grande desenvolvimento de Macau, porque Macau é importante para o desenvolvimento da China, é importante na globalização da China, é importante no ‘interface’ com o mundo de língua portuguesa”, contou. Fernando Ilharco apontou que este projecto “é algo de natural”. “O centro de estudos mais antigo da Universidade Católica é o CEPCEP, por isso este projecto é algo de natural. Passados 20 anos da saída de Portugal da Ásia, passados 20 anos da passagem da soberania de Macau para a China, fazemos um balanço de um mundo global”, referiu. “É um projecto que é um marco, mas numa linha de investigação de cultura e povos portugueses na Ásia e no Extremo Oriente que nós pretendemos continuar a alimentar e a explorar”, concluiu.
Colóquio | Livro “O Macaense” será apresentado em Macau em 2020 Andreia Sofia Silva - 30 Set 2019 Lançado na sexta-feira na Universidade Católica Portuguesa, o livro “O Macaense: Identidade, Cultura e Quotidiano” deverá ter nova apresentação em Macau no início do próximo ano. A obra apresenta inúmeras reflexões sobre o que é ser macaense e recorda uma entrevista concedida por Henrique de Senna Fernandes ao Diário de Notícias [dropcap]O[/dropcap]lhar para dentro, pensar a identidade por quem a detém e por quem a sente. É este o propósito do livro “O Macaense: Identidade, Cultura e Quotidiano”, lançado na passada sexta-feira na Universidade Católica Portuguesa (UCP) e coordenado por nomes como Roberto Carneiro, presidente da Fundação Escola Portuguesa de Macau (FEPM), Jorge Rangel, Fernando Chau e José Manuel Simões, da Universidade de São José. Ao HM, Fernando Chau confessou que a obra deverá ser lançada em Macau no início do próximo ano, tendo como objectivo uma diferenciação do olhar sobre o que é ser macaense. “A ideia base (da edição do livro) partiu do Roberto Carneiro. Já há muitos estudos e livros publicados sobre esta temática, mas a questão da identidade vai mudando. A ideia era obter testemunhos daqueles que tiveram uma experiência com Macau.” “Quisemos adicionar mais uns pontos que podem ser interessantes à questão da identidade macaense. Espero que possa contribuir para um melhor entendimento da identidade e para um diálogo. A identidade é uma coisa em evolução”, acrescentou um dos coordenadores da obra. O presidente da FEPM explicou que o objectivo da obra passa por “divulgar e investigar o que é o macaense”. “É uma espécie de mistura entre português e chinês, mas que deu origem a algo autónomo, a uma comunidade autónoma”, afirmou. “É uma hibridação entre duas culturas que gera uma terceira cultura, que não tem a ver com sangue, não tem a ver com uma coisa biológica, tem a ver com culturas que estão abertas uma à outra”, continuou. Trabalho académico “O Macaense” volta a publicar uma entrevista de Henrique de Senna Fernandes concedida à historiadora Tereza Sena e publicada no Diário de Notícias em 1987, quando a transição já estava à espreita. José Sales Marques escreve sobre a ligação entre a comunidade macaense e a Grande Baía, enquanto que Marisa Gaspar escreve sobre os macaenses em Portugal, entre outros contributos. A obra, que ao longo de 286 páginas compila análises de 22 autores, é resultado de um trabalho que durou uma década e que “teve vários arranques falsos”, mas que acabou por avançar e foi finalizada “em tempo recorde”. O antigo ministro da Educação referiu que este é “um livro académico” e que está aberto a mais investigação. “Há poucas coisas de fundo sobre o que é ser macaense. Este livro dá profundidade ao que é ser macaense no mundo, o seu papel no futuro”, detalhou. Fernando Ilharco, actual presidente do Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa da UCP, considerou que a obra “tenta reflectir à volta da experiência portuguesa de 500 anos em Macau”, ao mesmo tempo que procura “identificar esta presença na figura do macaense, que é uma figura híbrida entre o português e o chinês”. “Parece-me que é uma obra que pode contribuir para afirmar o relacionamento e a natureza da cultura e da diáspora portuguesa”, reforçou o responsável do CEPCEP. Para o presidente do centro de estudos, a transformação de Macau num jogador-chave na região “depende muito da China”. “Há um quadro de grande desenvolvimento de Macau, porque Macau é importante para o desenvolvimento da China, é importante na globalização da China, é importante no ‘interface’ com o mundo de língua portuguesa”, contou. Fernando Ilharco apontou que este projecto “é algo de natural”. “O centro de estudos mais antigo da Universidade Católica é o CEPCEP, por isso este projecto é algo de natural. Passados 20 anos da saída de Portugal da Ásia, passados 20 anos da passagem da soberania de Macau para a China, fazemos um balanço de um mundo global”, referiu. “É um projecto que é um marco, mas numa linha de investigação de cultura e povos portugueses na Ásia e no Extremo Oriente que nós pretendemos continuar a alimentar e a explorar”, concluiu.
Mendo Castro Henriques, líder do Nós! Cidadãos: “Somos um movimento de movimentos cívicos” Andreia Sofia Silva - 30 Set 2019 Não fosse a revisão da lei eleitoral para a Assembleia Legislativa, que proibiu deputados do hemiciclo de participarem em outros actos eleitorais, José Pereira Coutinho seria novamente candidato às eleições legislativas em Portugal pelo partido Nós! Cidadãos, pelo Círculo Fora da Europa. Mendo Castro Henriques, líder do partido e professor de filosofia política na Universidade Católica Portuguesa, defende o estabelecimento de uma cidadania lusófona O Nós! Cidadãos escolheu, para estas eleições, o nome de Renato Manuel Epifânio para encabeçar a lista pelo Círculo Fora da Europa. Porquê esta escolha? [dropcap]O[/dropcap] Nós! Cidadãos é a força política que em Portugal vai conseguir que a sociedade civil faça parte da representação dos portugueses. E assim muitos dos nossos candidatos e membros da comissão de honra são pessoas que não são políticos profissionais, mas que têm reconhecido mérito nas suas áreas é o caso de Henrique Neto ou José Roquette, entre outros. Recebemos apoios de muitas personalidades que sabem que os destinos de Portugal têm de passar pela sociedade civil. Em todos os círculos eleitorais procurámos ir buscar pessoas que tenham esse estatuto. Especificamente porquê a escolha de Renato Manuel Epifanio? Ele tem imensa experiência porque não é um político profissional e, portanto, não tem os seus vícios. É muito conhecido no mundo lusófono porque é presidente do Movimento Internacional Lusófono (MIL), que em cada país é dirigido de forma autónoma. Já esteve mais do que uma vez em Macau e tem um programa de promoção da língua portuguesa e dos laços de afecto e de interesses, no sentido de ter como grande objectivo o estabelecimento de uma cidadania lusófona a prazo. Em 2015 José Pereira Coutinho foi candidato por este círculo. Desta vez poderia ter ido buscar outro nome à comunidade macaense, mas não o fez. A estratégia mudou? O que acontece é que a RAEM mudou o estatuto dos seus deputados e como sabe o facto de Pereira Coutinho ser deputado à Assembleia Legislativa impede-o de ser candidato a qualquer outro cargo parlamentar, nomeadamente em Portugal. E foi essa a impossibilidade. Mantemos as melhores relações com o nosso amigo José Pereira Coutinho, mas foi a República Popular da China, ou melhor, o Governo da RAEM, que o impediu de se candidatar. Então Pereira Coutinho seria novamente candidato se não fosse a revisão da lei. Com certeza que sim. Que balanço faz dessa participação de José Pereira Coutinho? Chamou a atenção para um partido que, na altura, tinha acabado de se formar? Com certeza. Boa parte da vida política convencional faz-se de imagem e neste caso à imagem juntou-se a enorme substância e coragem política de José Pereira Coutinho. Ele foi um elemento muito importante para promover a nossa imagem, tanto assim que impugnámos as eleições de 2015 devido a irregularidades que se cometeram por entidades portuguesas no envio de boletins de voto para a RAEM, prejudicando claramente (o acto eleitoral). Ele seria um vencedor se não tivessem existido essas irregularidades. Estamos muito gratos e continuamos com os melhores contactos, mas a lei eleitoral impede-o de ser candidato. Lamenta que isso tenha acontecido? Em plena campanha o presidente do hemiciclo disse tratar-se de uma questão diplomática, várias vozes apontaram para a existência de uma incompatibilidade. Na sua opinião, nunca se colocou essa questão. Não, e aquilo que fez a RAEM é contra a tendência global, e contra a própria tendência de Macau, que é afirmar a sua natureza dual de ser uma parte da China, mas ser uma parte da cultura lusófona no Oriente. Portanto, os macaenses entendem muito bem que só tem a ganhar nessa sua pertença lusófona. Há aqui uma disparidade entre aquilo que o Governo da RAEM pensa e o que pensa a sua população que quer ter horizontes cosmopolitas e globais. Na altura houve queixas de que Pereira Coutinho teria promovido o recenseamento junto da ATFPM dizendo que era obrigatório. O que tem a dizer sobre isso? Houve um momento em que outros partidos receavam mesmo perder e é natural que recorram a elementos infundados. Aliás, como curiosidade, chegou a ser anunciada, no domingo das eleições, a vitória do candidato do Nós! Cidadãos. Sabe bem que há determinadas forças políticas que em situação de desespero lançam mão a tudo. Mas neste momento temos um programa político que pretende chamar a sociedade civil e mesmo em Macau ele terá ecos porque temos um conjunto de medidas inovadoras. Sobre o eleitorado de Macau, é específico porque há muitos portadores do passaporte português que não dominam a língua e que estão até alheados do sistema político. Como é que se pode chamar mais esses eleitores para as eleições em Portugal? Sim, muito bom, temos explicações feitas pela doutora Rita Santos de como se deve votar e vamos continuar a usar essas ferramentas. Faz falta uma representatividade de luso-descendentes no parlamento português? Claro que faz. O que choca é que neste momento o número de recenseados fora da Europa subiu para cerca de um milhão e 200 mil pessoas fora do território de Portugal continental e continuam a ser representados por apenas dois deputados. Continuamos a ver pouco esforço a chamar as comunidades a votar e naturalmente que a abstenção é muito alta. Achamos que o número de deputados poderia ser maior e acompanhado de um grande esforço de cativar os luso-descendentes, que não é feito por este Governo. Os Governos, não apenas este, mas os Governos do PS e PSD tratam o Círculo Fora da Europa como uma coutada política, e como apanharam um grande choque em 2015 com a possibilidade de haver uma força independente, a coutada está ainda mais fechada. Foi a grande surpresa das últimas legislativas. Do ponto de vista de Macau não tenho dúvidas, mas o Nós! Cidadãos já fez entretanto caminho. Elegemos muitos autarcas e um presidente da câmara. O Bloco de Esquerda é uma grande força política em Portugal, mas não tem nenhum presidente da câmara. O Nós! Cidadãos é uma força pequena, mas tem. Nós somos um movimento de movimentos cívicos. Voltamos ao vosso programa. Defendem um futuro sistema de voto electrónico, tem sido debatido por vários governos e há muito que se adia essa questão. Para o Nós! Cidadãos como é que este sistema deveria ser implementado? Vivemos no século XXI, da era digital e da informação. Quando se chega aos sistemas eleitorais vemos que há ainda um problema com a utilização do voto electrónico porque põe-se a questão de quem é que guarda os guardas, quem fiscaliza? Mesmo os EUA, com óptimos sistemas digitais, não adoptaram o sistema de voto electrónico. O que pomos no nosso programa é que tem de se ponderar, não oferecemos já uma solução. O que dizemos é que vai ser inevitável no futuro, e temos connosco alguns dos nomes da inteligência artificial e da robótica em Portugal que consideram as várias tecnologias existentes, nomeadamente a chamada tecnologia block chain, que permite as moedas virtuais. Digamos que é um sistema de validação mútua em que todos se fiscalizam a todos. Mas de acordo com os nossos especialistas não chega, esse sistema ainda pode ser viciado. Eles estão a trabalhar em conjugação com os computadores quânticos, uma área que está a crescer muito depressa, mas não tanto. No futuro podem haver sistemas de alta fiscalização mútua, e achamos que pode ser o futuro do voto electrónico. Mas essa é apenas uma das medidas para contrariar a abstenção. Que outras apresentam? Queremos considerar a votação em dois dias, sábado e domingo. Isso não iria aumentar o orçamento? Sim, de uma forma relativa. Tudo tem uma relação de custo-benefício, talvez mais seis ou sete milhões de euros, mas esse montante para chamar mais 10 ou 15 por cento da população para a decisão democrática seria um benefício extraordinário face a um custo muito pequeno. Propõem o reforço da CPLP e um reconhecimento do estatuto de cidadania lusófona. Como se iria processar na prática? Esse é o horizonte. As nossas ideias têm a ver com ideias de Fernando Pessoa e Agostinho da Silva, e agora com o MIL e outras forças de Brasil, Angola e Macau achamos que vivemos num mundo em que as pessoas devem ter mais do que uma cidadania. Têm a cidadania nacional e devem ter um conjunto de direitos e deveres nos outros espaços onde vivem. Sabemos que há países como Cabo Verde que são muito a favor disso, há outros países lusófonos que ainda têm de fazer melhorias no seu estatuto para se chegar a uma cidadania comum. Na prática seria difícil implementar, mas achamos que não se deve desistir do objectivo, pois ajudará todos os regimes dos países lusófonos a evoluir e a convergir no sentido de uma economia de mercado, direitos humanos e da representação parlamentar. Falar de uma cidadania lusófona é afastar o espectro das ditaduras e dos regimes autoritários. Macau é membro associado da CPLP e está dependente da China para implementar quaisquer mudanças a este nível. Poder-se-ia implementar esta cidadania? Macau não tem de ficar de fora. A dupla pertença seria muito útil para os macaenses e para facilitar a sua circulação. Sabemos o carinho que uma boa da população de Macau tem por Portugal, mas sabemos que num mundo em que devemos abrir mais fronteiras do que construir muros, o que se deve é insistir com a China, que tendo criado as regiões administrativas especiais, tem todo o interesse em usar esses territórios como válvulas de escape para a sua realidade e abrir mais. No vosso programa defendem também o acompanhamento das comunidades portuguesas na União Europeia (UE), através de redes associativas e apoios aos media. E fora da UE? Também queremos seguir essa estratégia. Evidentemente que há o Conselho das Comunidades Portuguesas. Mas o que acontece é que é mais fácil desenvolver essa proximidade na Europa porque boa parte dos migrantes portugueses da Europa são temporários e sazonais, e precisam de mais apoio. Depois outra coisa são as comunidades que estão mais estabilizadas e são menos frágeis. Em relação à comunidade portuguesa em Macau, quais são os problemas mais prementes para o Nós! Cidadãos? A manutenção da língua portuguesa, do Direito local? Nesses dois aspectos que referiu tem-se feito esforços positivos. O que o Nós! Cidadãos não vê tanto é o aproveitamento do que se poderia chamar de vantagens competitivas de Macau, para poder ser uma espécie de plataforma giratória dos interesses portugueses no oriente e ao mesmo tempo de interface dos interesses da China. Talvez esteja na altura do investimento em Macau ser mais tecnológico, para não deixar Macau tão dependente de uma espécie de mono-industria, do turismo e do lazer, e a prazo usar recursos portugueses e chineses. Temos técnicos extraordinários e a China também, por exemplo na área do digital, da robótica. Considera que o caminho feito pelo investimento português deveria ser feito de outra maneira? Deve ter vários caminhos. Uma coisa é o desenvolvimento hoteleiro, imobiliário, do turismo, e outra coisa é o século XXI, da informação. As indústrias digitais deveriam estar à frente ao nível do investimento, com sinergias com empresas chinesas e os bons técnicos portuguesas. Nesse sentido, deveria haver mais livros técnicos bilingues para facilitar a aproximação dessas indústrias.
Transportes | Secretário fala de menos fluxo nos terminais marítimos Andreia Sofia Silva e João Santos Filipe - 30 Set 2019 [dropcap]O[/dropcap] secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, admitiu ontem que os terminais marítimos de Macau e do Pac On têm vindo a perder passageiros desde a abertura da nova ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. “Temos vindo a perder passageiros no terminal de Macau e do Pac On desde a abertura da nova ponte. Vamos tentar fazer o melhor que podemos, as pessoas preferem viajar de camioneta. Se o número de Raimundo do Rosário recusou ainda falar do recurso apresentado em tribunal pela empresa ligada à construção do parque de materiais e oficinas do metro ligeiro, nomeadamente no que diz respeito ao valor de indemnização exigido. “Há uma acção de indemnização relativa ao parque de materiais e oficinas, mas isso está a seguir os seus trâmites. Não me vou pronunciar sobre acções que estão em curso.” O secretário também nada disse sobre os novos contratos dos autocarros, cujo prazo termina a 31 de Outubro e cujas discussões se prolongam há cerca de um ano. “Tenho consciência que falta um mês para o fim dos contratos dos autocarros. Também estou limitado de tempo, mas enquanto não estiver tomada uma decisão não vou dizer mais nada. Não pode ser até Dezembro, porque o contrato acaba a 31 de Outubro. Teremos de tomar uma decisão até lá.”
Transportes | Secretário fala de menos fluxo nos terminais marítimos Andreia Sofia Silva e João Santos Filipe - 30 Set 2019 [dropcap]O[/dropcap] secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, admitiu ontem que os terminais marítimos de Macau e do Pac On têm vindo a perder passageiros desde a abertura da nova ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. “Temos vindo a perder passageiros no terminal de Macau e do Pac On desde a abertura da nova ponte. Vamos tentar fazer o melhor que podemos, as pessoas preferem viajar de camioneta. Se o número de Raimundo do Rosário recusou ainda falar do recurso apresentado em tribunal pela empresa ligada à construção do parque de materiais e oficinas do metro ligeiro, nomeadamente no que diz respeito ao valor de indemnização exigido. “Há uma acção de indemnização relativa ao parque de materiais e oficinas, mas isso está a seguir os seus trâmites. Não me vou pronunciar sobre acções que estão em curso.” O secretário também nada disse sobre os novos contratos dos autocarros, cujo prazo termina a 31 de Outubro e cujas discussões se prolongam há cerca de um ano. “Tenho consciência que falta um mês para o fim dos contratos dos autocarros. Também estou limitado de tempo, mas enquanto não estiver tomada uma decisão não vou dizer mais nada. Não pode ser até Dezembro, porque o contrato acaba a 31 de Outubro. Teremos de tomar uma decisão até lá.”
Desemprego | Taxa entre Julho e Agosto manteve-se em 1,8% Hoje Macau - 30 Set 2019 [dropcap]E[/dropcap]ntre Junho e Agosto a taxa de desemprego foi de 1,8 por cento, enquanto a taxa de desemprego dos residentes fixou-se nos 2,4 por cento, mantendo os níveis registados entre Maio a Julho, de acordo com dados dos Serviços de Estatística e Censos. A taxa de subemprego desceu 0,1 pontos percentuais para 0,4. No período em análise, a população activa totalizou 394.400 pessoas com uma a taxa de actividade de 70,3 por cento. Salienta-se que a população empregada se fixou em 387.300 pessoas, ou seja, mais 200, em comparação com o período precedente e que o número de residentes empregados atingiu 281.600 pessoas, menos 100. A população desempregada era composta por 7.100 indivíduos, mais 100, face ao período passado. O número de desempregados à procura do primeiro emprego representou 19,3 por cento do total da população desempregada, ou seja, mais 4,1 pontos percentuais, dado que os novos graduados entraram no mercado de trabalho.
Desemprego | Taxa entre Julho e Agosto manteve-se em 1,8% Hoje Macau - 30 Set 2019 [dropcap]E[/dropcap]ntre Junho e Agosto a taxa de desemprego foi de 1,8 por cento, enquanto a taxa de desemprego dos residentes fixou-se nos 2,4 por cento, mantendo os níveis registados entre Maio a Julho, de acordo com dados dos Serviços de Estatística e Censos. A taxa de subemprego desceu 0,1 pontos percentuais para 0,4. No período em análise, a população activa totalizou 394.400 pessoas com uma a taxa de actividade de 70,3 por cento. Salienta-se que a população empregada se fixou em 387.300 pessoas, ou seja, mais 200, em comparação com o período precedente e que o número de residentes empregados atingiu 281.600 pessoas, menos 100. A população desempregada era composta por 7.100 indivíduos, mais 100, face ao período passado. O número de desempregados à procura do primeiro emprego representou 19,3 por cento do total da população desempregada, ou seja, mais 4,1 pontos percentuais, dado que os novos graduados entraram no mercado de trabalho.
Grande Baía | Viagens de helicóptero em teste Hoje Macau - 30 Set 2019 [dropcap]E[/dropcap]stá em fase de testes a primeira rota de helicóptero entre Guangzhou e as duas regiões administrativas especiais, Macau e Hong Kong, sem que, para já, haja data para a inauguração de uma rota regular. O primeiro voo-teste entre Guangzhou e Macau foi realizado, com sucesso, na passada sexta-feira e teve a duração de 30 minutos, de acordo com o jornal Ou Mun. O objectivo é criar um corredor aéreo entre Guangzhou, Hong Kong e Macau, que no futuro poderá transferir passageiros para outras áreas da província de Guangdong, além de reforçar o contacto entre as três regiões, realizando os propósitos do projecto regional da Grande Baía. Com vista a fornecer serviços de transporte transfronteiriço de passageiros, voos charter, transporte de carga, entre outros serviços, as autoridades de Guangzhou ponderam a construção de uma base para a indústria da aviação, com aeroporto, centro comercial “duty free” e uma área de formação.
Grande Baía | Viagens de helicóptero em teste Hoje Macau - 30 Set 2019 [dropcap]E[/dropcap]stá em fase de testes a primeira rota de helicóptero entre Guangzhou e as duas regiões administrativas especiais, Macau e Hong Kong, sem que, para já, haja data para a inauguração de uma rota regular. O primeiro voo-teste entre Guangzhou e Macau foi realizado, com sucesso, na passada sexta-feira e teve a duração de 30 minutos, de acordo com o jornal Ou Mun. O objectivo é criar um corredor aéreo entre Guangzhou, Hong Kong e Macau, que no futuro poderá transferir passageiros para outras áreas da província de Guangdong, além de reforçar o contacto entre as três regiões, realizando os propósitos do projecto regional da Grande Baía. Com vista a fornecer serviços de transporte transfronteiriço de passageiros, voos charter, transporte de carga, entre outros serviços, as autoridades de Guangzhou ponderam a construção de uma base para a indústria da aviação, com aeroporto, centro comercial “duty free” e uma área de formação.
Diamantes | Regras de comércio para valorizar relações sino-lusófonas Hoje Macau - 30 Set 2019 As novas regras para a comercialização internacional de diamantes entram em vigor amanhã. Segundo o Governo, a regulamentação vai valorizar o papel de Macau como plataforma sino-lusófona [dropcap]A[/dropcap]manhã entra em vigor a lei que vai regulamentar a comercialização de diamantes, mais concretamente a adesão ao sistema de certificação do Processo Kimberley, criado em 2003, que procura determinar a origem de diamantes. O sistema procura evitar a transação dos chamados “diamantes de sangue”, das pedras preciosas oriundas de áreas de conflitos. “A implementação do Sistema de Kimberley irá facilitar a maior valorização das funções de Macau como plataforma sino-lusófona, aproveitando-se as redes criadas no Interior da China, em combinação com os recursos de matérias-primas de pedras preciosas dos Países de Língua Portuguesa”, sublinhou a Direcção dos Serviços de Economia de Macau, numa antecipação à entrada em vigor da regulamentação. Com esta medida, pretende-se “desenvolver o comércio de diamantes em bruto e a indústria de joalharia, promovendo (…) a reconversão da indústria de Macau” e conferindo “alto valor acrescentado”. Por outro lado, espera-se que contribua “para o desenvolvimento da diversificação adequada da economia de Macau”. Um argumento que é reforçado por recentes declarações do secretário para a Economia e Finanças sobre o interesse num dos países lusófonos, Angola, que em 2018 ficou entre os cinco maiores países produtores de diamante do mundo. Lionel Leong frisou o facto de empresas de Angola já terem manifestado interesse em comercializar diamantes em Macau, após a aplicação do novo regime. Centro comercial O mesmo responsável visitou este ano, na Bélgica, o Centro Mundial de Diamantes de Antuérpia, onde são comercializados 80 por cento dos diamantes em bruto a nível mundial, após a qual as autoridades anunciaram a intenção de se reforçar a cooperação com aquele país para se desenvolver a indústria dos diamantes. “Para o exercício das actividades de importação, exportação, trânsito, compra, venda ou transporte de diamantes em bruto” em Macau, “os operadores económicos têm de ser titulares de licença de operação emitida pela Direcção dos Serviços de Economia [DSE]”, têm explicado as autoridades ao longo de todo o processo. Em cada operação de importação, exportação e trânsito de diamantes em bruto os operadores também têm de pedir a respectiva licença junto da DSE e, em caso de exportação, o respectivo certificado. O processo de certificação Kimberley consiste num sistema de supervisão e controlo do comércio de importação e exportação de diamantes em bruto, elaborado em cumprimento de uma resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, data de 2003 e integra actualmente 82 países.
Diamantes | Regras de comércio para valorizar relações sino-lusófonas Hoje Macau - 30 Set 2019 As novas regras para a comercialização internacional de diamantes entram em vigor amanhã. Segundo o Governo, a regulamentação vai valorizar o papel de Macau como plataforma sino-lusófona [dropcap]A[/dropcap]manhã entra em vigor a lei que vai regulamentar a comercialização de diamantes, mais concretamente a adesão ao sistema de certificação do Processo Kimberley, criado em 2003, que procura determinar a origem de diamantes. O sistema procura evitar a transação dos chamados “diamantes de sangue”, das pedras preciosas oriundas de áreas de conflitos. “A implementação do Sistema de Kimberley irá facilitar a maior valorização das funções de Macau como plataforma sino-lusófona, aproveitando-se as redes criadas no Interior da China, em combinação com os recursos de matérias-primas de pedras preciosas dos Países de Língua Portuguesa”, sublinhou a Direcção dos Serviços de Economia de Macau, numa antecipação à entrada em vigor da regulamentação. Com esta medida, pretende-se “desenvolver o comércio de diamantes em bruto e a indústria de joalharia, promovendo (…) a reconversão da indústria de Macau” e conferindo “alto valor acrescentado”. Por outro lado, espera-se que contribua “para o desenvolvimento da diversificação adequada da economia de Macau”. Um argumento que é reforçado por recentes declarações do secretário para a Economia e Finanças sobre o interesse num dos países lusófonos, Angola, que em 2018 ficou entre os cinco maiores países produtores de diamante do mundo. Lionel Leong frisou o facto de empresas de Angola já terem manifestado interesse em comercializar diamantes em Macau, após a aplicação do novo regime. Centro comercial O mesmo responsável visitou este ano, na Bélgica, o Centro Mundial de Diamantes de Antuérpia, onde são comercializados 80 por cento dos diamantes em bruto a nível mundial, após a qual as autoridades anunciaram a intenção de se reforçar a cooperação com aquele país para se desenvolver a indústria dos diamantes. “Para o exercício das actividades de importação, exportação, trânsito, compra, venda ou transporte de diamantes em bruto” em Macau, “os operadores económicos têm de ser titulares de licença de operação emitida pela Direcção dos Serviços de Economia [DSE]”, têm explicado as autoridades ao longo de todo o processo. Em cada operação de importação, exportação e trânsito de diamantes em bruto os operadores também têm de pedir a respectiva licença junto da DSE e, em caso de exportação, o respectivo certificado. O processo de certificação Kimberley consiste num sistema de supervisão e controlo do comércio de importação e exportação de diamantes em bruto, elaborado em cumprimento de uma resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, data de 2003 e integra actualmente 82 países.
Desporto | Garantidos subsídios à Associação de Futebol Hoje Macau - 30 Set 2019 [dropcap]O[/dropcap] secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, recusou a ideia de haver um corte dos subsídios da Associação de Futebol de Macau, depois da instituição ter recusado participar nos encontros, primeiro, com o Sri Lanka e, depois, com Hong Kong. “Queremos e desejamos que as associações expliquem às pessoas claramente como funcionam”, disse Alexis Tam. “Agora, em relação aos subsídios […] não podemos interferir nas acções da associação. São essas as regras definidas pela FIFA”, sustentou. O secretário frisou ainda que o desporto local tem evoluído e que Macau tem cada vez melhores resultados e mais medalhas. Ao mesmo tempo, mostrou-se optimista na capacidade de formação de atletas locais, principalmente para o futuro.
Desporto | Garantidos subsídios à Associação de Futebol Hoje Macau - 30 Set 2019 [dropcap]O[/dropcap] secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, recusou a ideia de haver um corte dos subsídios da Associação de Futebol de Macau, depois da instituição ter recusado participar nos encontros, primeiro, com o Sri Lanka e, depois, com Hong Kong. “Queremos e desejamos que as associações expliquem às pessoas claramente como funcionam”, disse Alexis Tam. “Agora, em relação aos subsídios […] não podemos interferir nas acções da associação. São essas as regras definidas pela FIFA”, sustentou. O secretário frisou ainda que o desporto local tem evoluído e que Macau tem cada vez melhores resultados e mais medalhas. Ao mesmo tempo, mostrou-se optimista na capacidade de formação de atletas locais, principalmente para o futuro.
Estudo | Secretário garante liberdade académica Hoje Macau - 30 Set 2019 [dropcap]A[/dropcap]lexis Tam diz que não concorda com o estudo da instituição Scholars at risk, que concluiu que a liberdade académica em Macau e Hong Kong está ser cada vez mais restringida. “Não concordo, penso que não é verdade. Em Macau temos 10 instituições de ensino superior e todas têm a liberdade de fazer estudos. Não concordo com o comentário”, afirmou. “Eu nunca, mas nunca mesmo, interferi em qualquer estudo ou expressão. Eles têm a liberdade que quiserem”, acrescentou. O estudo apontava que a restrição se devia à acção do Governo Central, que estava a apertar o espaço para debate de ideias.
Estudo | Secretário garante liberdade académica Hoje Macau - 30 Set 2019 [dropcap]A[/dropcap]lexis Tam diz que não concorda com o estudo da instituição Scholars at risk, que concluiu que a liberdade académica em Macau e Hong Kong está ser cada vez mais restringida. “Não concordo, penso que não é verdade. Em Macau temos 10 instituições de ensino superior e todas têm a liberdade de fazer estudos. Não concordo com o comentário”, afirmou. “Eu nunca, mas nunca mesmo, interferi em qualquer estudo ou expressão. Eles têm a liberdade que quiserem”, acrescentou. O estudo apontava que a restrição se devia à acção do Governo Central, que estava a apertar o espaço para debate de ideias.
Advogado de Winnie Ho impedido de entrar no território João Santos Filipe - 30 Set 2019 Albert Ho diz que vinha à RAEM tratar de assuntos relacionados com a herança da irmã de Stanley Ho, mas foi impedido de entrar no território. Wong Sio Chak comparou a situação do pró-democrata com a dos criminosos que entram, mas nunca admitem que vêm praticar ilegalidades [dropcap]A[/dropcap]lbert Ho, advogado de Winnie Ho e político pró-democrata de Hong Kong, foi impedido de entrar em Macau na sexta-feira. O causídico afirmou que vinha à RAEM tratar das questões da herança da irmã de Stanley Ho, que morreu no ano passado. No entanto, o secretário para a Segurança respondeu que nunca se pode apenas ouvir um lado e fez o paralelismo com os criminosos que vêm a Macau, mas que nunca admitem que vêm praticar crimes. “Não sei qual é o motivo [da recusa], mas tem a ver com as informações que as autoridades receberam. […] As pessoas que são recusadas nunca dizem que vêm prejudicar a ordem pública. Mas a polícia tem de ter em conta, prever e antecipar a situação concreta”, começou por explicar Wong Sio Chak, sobre a justificação de Albert Ho para vir à RAEM. “Por exemplo, há muitas pessoas que foram detidas, os clandestinos, e nunca dizem que vêm para jogar, mas nós sabemos que vêm. Temos provas. Não podemos só ouvir o que as pessoas dizem porque ninguém vai dizer que vai praticar um crime”, acrescentou. Wong Sio Chak reconheceu só ter tido conhecimento da situação através da comunicação social, mas garantiu que as pessoas não são recusadas em Macau só pelo facto de terem estado nos protestos de Hong Kong. O secretário disse que o direito à manifestação é gozado tanto em Macau como em Hong Kong. Má altura A notícia da proibição da entrada de Albert Ho foi avançada na sexta-feira à noite pela RTHK, emissora pública de Hong Kong, e o ex-presidente do Partido Democrático da RAEHK disse que a decisão era “obviamente política”. Ho terá viajado para Macau de ferry com mais duas pessoas e terá afirmado às autoridades que estava em Macau para se encontrar com colegas de profissão. O objectivo passava por discutir questões pendentes relacionadas com a herança da irmã de Stanley Ho, Winnie Ho, que morreu em Junho do ano passado. No entanto, as autoridades recusaram aceder ao pedido de Albert Ho e justificaram que o advogado é uma “ameaça à segurança” da RAEM. “Eu não sei como posso ser uma ameaça à segurança. Trata-se obviamente de uma decisão política. Agora, se é uma decisão razoável… Cabe às pessoas avaliarem”, defendeu o pró-democrata. O causídico avançou também a hipótese da proibição de entrada se ter ficado a dever à proximidade do 1 de Outubro, data em que se celebra a ascensão do Partido Comunista chinês ao poder. Porém, Albert Ho notou igualmente que a última visita a Macau tinha acontecido num dia próximo do 4 de Junho, data da ocorrência em 1989 do massacre de Tiananmen. Ambiente “seguro” Wong Sio Chak foi questionado sobre se estão garantidas as condições de segurança para uma eventual visita de Xi Jinping em Dezembro, para a celebração dos 20 anos da RAEM. Por enquanto, Wong diz que o ambiente é seguro. “Temos de garantir a segurança em Macau. É esse o nosso dever e obrigação. Estamos empenhados nesse objectivo. Até agora achamos que o ambiente é seguro”, respondeu.