Chips | Pequim considera intimidação recomendações dos EUA para exportação

A China prometeu ontem “medidas firmes” em resposta às novas recomendações do Governo dos Estados Unidos sobre a exportação de semicondutores electrónicos avançados, conhecidos como ‘chips’, denunciando uma tentativa de intimidação por parte de Washington.

“As medidas dos Estados Unidos são de unilateralismo típico, combinando intimidação e proteccionismo, e prejudicam seriamente a estabilidade das cadeias de abastecimento globais e da indústria de semicondutores”, afirmou um porta-voz do Ministério do Comércio da China em comunicado.

Na semana passada, a Administração do Presidente norte-americano Donald Trump revogou restrições à exportação de semicondutores utilizados no desenvolvimento de inteligência artificial (IA), que penalizavam particularmente a China.

Em contrapartida, porém, o Departamento do Comércio dos Estados Unidos substituiu as restrições por recomendações, que alertam “o público para as potenciais consequências de permitir que os ‘chips’ norte-americanos sejam utilizados” para desenvolver “modelos de IA chineses”.

O Departamento do Comércio explicou que a política visa partilhar a tecnologia de IA norte-americana “com países estrangeiros de confiança em todo o mundo, evitando que caia nas mãos dos adversários [dos EUA]”. Estas orientações não são, porém, vinculativas, ao contrário das restrições propostas pela anterior Administração do democrata Joe Biden, que Trump agora revogou.

Não obstante, Pequim condenou veementemente a medida, acusando Washington de “abusar dos controlos de exportação para conter e reprimir a China”. “Qualquer organização ou indivíduo que implemente ou auxilie na implementação destas medidas dos EUA pode estar a violar” as regulamentações chinesas, advertiu o Ministério do Comércio chinês.

“Golden Dome” | China vê plano dos EUA como uma ameaça à estabilidade global

A China insistiu ontem que o plano do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para construir um enorme sistema de defesa antimísseis dos EUA, apelidado de “Golden Dome”, representa uma ameaça à estabilidade global.

“Esse plano prejudica o equilíbrio estratégico e a estabilidade global. A China expressa sérias preocupações sobre isso. Instamos os Estados Unidos a abandonarem o desenvolvimento e a implantação de um sistema global de defesa antimísseis o mais rápido possível”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Mao Ning, em conferência de imprensa.

Para a China, o projecto “corre o risco de acelerar a militarização do espaço, bem como alimentar a corrida ao armamento”. O Presidente norte americano anunciou na terça-feira o conceito que pretende para o escudo antimíssil, conhecido por “Golden Dome” [Cúpula Dourada].

“Tenho o prazer de anunciar que seleccionamos oficialmente uma arquitectura para este sistema de última geração”, disse Donald Trump aos jornalistas, na Sala Oval da Casa Branca, acrescentando que o Canadá se juntará a esta iniciativa.

“Uma vez concluído, o ‘Golden Dome’ será capaz de interceptar mísseis mesmo que sejam lançados do outro lado da Terra e mesmo que sejam lançados do espaço”, acrescentou. O sistema estará operacional até o final do mandato e custará um total de “aproximadamente 175 mil milhões de dólares”, disse.

De acordo com uma agência do Congresso dos EUA sem afiliação partidária, o custo estimado de um sistema interceptor espacial para combater um número limitado de mísseis balísticos intercontinentais está entre 161 mil milhões e 542 mil milhões de dólares ao longo de 20 anos.

Ucrânia | Contestadas sanções da UE à Rússia

As autoridades chinesas rejeitaram ontem as novas sanções impostas pela União Europeia à Rússia no âmbito da guerra com a Ucrânia, alegando que afectam empresas chinesas e que não têm como base o direito internacional.

Pequim “opõe-se firmemente a tais sanções unilaterais, porque não têm qualquer base no direito internacional e não contam com a aprovação do Conselho de Segurança da ONU”, disse hoje a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Mao Ning, em conferência de imprensa.

“Expressamos a nossa firme insatisfação e a nossa veemente rejeição às sanções infundadas impostas pela União Europeia [UE] contra as empresas chinesas”, adiantou a mesma fonte, citada pelo jornal estatal chinês Global Times.

A porta-voz exortou ainda a UE a “parar de ter critérios diferentes em relação à sua cooperação económica e comercial com a Rússia” salientando que muitos países, incluindo membros da UE e os Estados Unidos, continuam a manter relações comerciais com Moscovo.

As empresas chinesas afectadas pelas sanções da UE são consideradas cúmplices da Rússia, já que Moscovo as usa para contornar as sanções e medidas de restrição.

“As relações comerciais normais entre as empresas chinesas e russas têm de continuar e não podem ser interrompidas por interferências ou restrições”, alegou Mao Ning, prometendo que o Governo chinês tomará as medidas apropriadas para “proteger os seus direitos e interesses legítimos”.

Mao aproveitou a oportunidade para sublinhar que a China nunca forneceu armas letais às partes e sublinhou que “controla rigorosamente a exportação de produtos que possam ter dupla utilização”.

Novo pacote

A UE adoptou na terça-feira o 17.º pacote de sanções contra a Rússia e a chamada “frota fantasma”, além de medidas restritivas dirigidas a entidades e indivíduos russos e estrangeiros que apoiam o esforço de guerra de Moscovo.

Segundo a responsável pela política externa do bloco europeu, Kaja Kallas, estão ainda em preparação mais sanções contra a Rússia caso Moscovo continue a guerra na Ucrânia.

O novo pacote inclui, segundo o Conselho Europeu, medidas económicas e individuais que “cortam o acesso da Rússia à tecnologia militar essencial e restringem as receitas energéticas russas que alimentam a sua guerra de agressão contra a Ucrânia”.

Nesse sentido, a UE impôs sanções individuais (congelamento de ambiente e proibições de disponibilidade de fundos) visando o ambiente empresarial que permite a operação da “frota fantasma”, como companhias de navegação dos Emirados Árabes Unidos, Turquia e Hong Kong, além de uma importante seguradora.

Entre as medidas adotadas, contam-se também restrições a 45 empresas e indivíduos russos que fornecem drones, armas, munições, equipamento militar, componentes essenciais e apoio logístico ao Exército e facilitadores industriais, como entidades russas e chinesas que fornecem máquinas e ferramentas aos setores militar e industrial russos.

Três outras entidades chinesas — incluindo empresas estatais — foram colocadas na “lista negra”, bem como uma empresa bielorrussa e outra israelita que fornecem componentes essenciais para os militares russos, incluindo para a produção de drones.

Tarifas | Diplomata chinês acusa EUA de culpar o mundo por problemas internos

Um ex-diplomata chinês afirmou ontem que os Estados Unidos terão de aprender a lidar com uma China em ascensão e demonstrar o devido respeito e igualdade.

No segundo dia da Cimeira da Prosperidade Global, que se realiza anualmente em Hong Kong, Wu Hailong afirmou que Washington tem utilizado uma série de estratégias de supressão e contenção para travar o desenvolvimento da China na última década.

Mas Wu, que foi chefe-adjunto do Gabinete do Comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros em Hong Kong, salientou que a ascensão da China é um facto indiscutível e sublinhou que quaisquer esforços para difamar ou impedir o progresso da nação seriam em vão. Wu, actualmente presidente da Associação de Diplomacia Pública da China, afirmou que os problemas de Washington são internos, mas que o país recusa procurar soluções para curar a sua própria “doença”.

“Imaginem uma pessoa que recusa a medicação mas insiste em que os outros tomem comprimidos para curar a sua doença”, afirmou, citado pela emissora de Hong Kong RTHK.

“É esta a lógica da guerra tarifária recentemente lançada pelos Estados Unidos contra o mundo inteiro. “É verdade que a China tem mantido um excedente comercial com os Estados Unidos ao longo dos anos… Mas isso é uma questão de escolha do consumidor e de dinâmica do mercado, e não de manipulação deliberada por parte da China”.

Líder mundial de baterias estreia-se com subida de 13,7% na bolsa de Hong Kong

A maior fabricante de baterias para veículos eléctricos do mundo, a Contemporary Amperex Technology (CATL), estreou-se ontem na Bolsa de Hong Kong com uma subida de 13,7 por cento na abertura da sessão.

A oferta pública inicial da CATL, já listada na bolsa da cidade vizinha de Shenzhen, deverá ser a mais elevada em Hong Kong desde 2021, superando a da fabricante de electrodomésticos Midea (cerca de 4,6 mil milhões de dólares ou 4,1 mil milhões de euros), lançada em Setembro.

A agência de notícias financeiras Bloomberg destaca ainda que esta IPO (na sigla em inglês) pode tornar-se a mais substancial do mundo este ano. A CATL, sediada na cidade de Ningde, no sudeste do país, disse na semana passada que esperava arrecadar, pelo menos, 31 mil milhões de dólares de Hong Kong com a venda de, pelo menos, 117,9 milhões de acções a um preço máximo de 263 dólares de Hong Kong.

O valor total poderá atingir os 41 mil milhões de dólares de Hong Kong, se todas as opções forem exercidas. A empresa disse que 90 por cento dos fundos angariados será utilizado para financiar a expansão das operações da CATL na Hungria, bem como na Alemanha, Espanha e Indonésia.

A listagem atraiu investidores de relevo, como a petrolífera estatal chinesa Sinopec, o fundo soberano do Kuwait KIA e a gestora de activos norte-americana Hillhouse Investment, que se comprometeram a adquirir acções no valor de cerca de 2,6 mil milhões de dólares.

A CATL tem uma quota de mercado global de 37,9 por cento, superando a também chinesa BYD (17,2 por cento) e a sul-coreana LG Energy Solution (10,8 por cento).

Ouvidos de mercador

Numa lista publicada em Janeiro pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, a CATL foi designada como uma “empresa militar chinesa”. Um comité dedicado ao Partido Comunista Chinês na Câmara dos Representantes, câmara baixa do Parlamento dos Estados Unidos, destacou esta designação em cartas enviadas a dois bancos norte-americanos em Abril, instando-os a retirarem-se da listagem de uma “empresa chinesa ligada ao exército”. Mas os dois bancos em causa, o JP Morgan e o Bank of America, mantiveram a participação na oferta pública inicial da CATL.

O Governo chinês classificou a lista do Departamento de Defesa dos Estados Unidos como uma perseguição, e a CATL negou estar envolvida “em actividades militares”.

Na quinta-feira, a maior farmacêutica da China, Jiangsu Hengrui Pharmaceuticals, lançou também uma oferta pública inicial na bolsa de valores de Hong Kong, para atrair até 1,13 mil milhões de euros em investimento. Sete investidores institucionais, incluindo a empresa de investimento dos Estados Unidos Invesco Advisers, já se tinham comprometido a investir 533 milhões de dólares norte-americanos na oferta.

A Hengrui, já cotada na bolsa de Xangai, considerada a capital financeira da China, deverá começar a ser listada em Hong Kong em 23 de Maio.

Economia | Pequim reduz taxa de juro de referência para mínimo histórico

O Banco Popular da China anunciou ontem que vai reduzir a taxa de juro de referência a um ano em 0,1 pontos percentuais, para um mínimo histórico de 3 por cento. A medida tem como objectivo impulsionar o crescimento económico

 

A taxa de juro de referência (LPR, na sigla em inglês) na China irá descer 0,1 pontos percentuais para 3 por cento, o mínimo histórico, de acordo com o anúncio de ontem do banco central chinês.

O anúncio é o mais recente esforço das autoridades para impulsionar o crescimento, afectado pelas tensões comerciais com os Estados Unidos e pela crise no sector imobiliário. A decisão da instituição está em linha com as previsões dos analistas, que esperavam um corte na taxa.

Na actualização mensal, o Banco Popular da China (PBC, na sigla em inglês) indicou que a LPR se manterá nesse nível pelo menos até daqui a um mês. Este indicador, estabelecido como referência para as taxas de juro em 2019, é utilizado para fixar o preço dos novos empréstimos – geralmente destinados às empresas – e dos empréstimos a taxa variável que estão a ser reembolsados.

O indicador é calculado com base nas contribuições de preços de um conjunto de bancos – incluindo os pequenos credores que tendem a ter custos de financiamento mais elevados e maior exposição a crédito malparado – e tem como objectivo baixar os custos dos empréstimos e apoiar a “economia real”.

A última redução tinha sido em Outubro, quando o banco central a reduziu em 25 pontos de base (ou 0,25 pontos percentuais), a partir de 3,35 por cento.

Consumo interno

O banco central também cortou ontem a taxa de juro a mais de cinco anos – referência para os empréstimos hipotecários – de 3,6 por cento para 3,5 por cento. A última descida, em 0,25 pontos percentuais, também tinha ocorrido em Outubro.

Em 7 de Maio, o governador do PBC, Pan Gongsheng, tinha anunciado alterações na política monetária para amortecer o impacto da guerra comercial desencadeada pelos Estados Unidos. Pan revelou um corte na taxa das operações de recompra reversa (“reverse repo”) de 1,5 por cento para 1,4 por cento, bem como uma redução de 0,25 por cento na taxa de empréstimos a bancos comerciais, fixando-a em 1,5 por cento. A taxa de reservas obrigatórias foi também reduzida em 0,5 por cento, libertando cerca de um bilião de yuan em liquidez adicional.

O banco central reduziu ainda as taxas de juro dos empréstimos à habitação a cinco anos, como parte de um esforço mais amplo para estimular o consumo interno. As autoridades chinesas voltaram a fixar, em Março, um objectivo de crescimento económico de cerca de 5 por cento até 2025.

A China registou um crescimento anual de 5,4 por cento, impulsionado por uma aceleração temporária na produção industrial. No entanto, analistas questionam a fiabilidade dos dados e apontam para uma queda nas encomendas para exportação e no sentimento empresarial. A produção industrial na China cresceu 6,1 por cento, em termos homólogos, em Abril, menos 1,6 pontos percentuais do que no mês anterior, de acordo com dados oficiais divulgados na segunda-feira.

Além disso, os preços das casas novas na China caíram pelo 23.º mês consecutivo em Abril, a um ritmo ligeiramente mais rápido do que em Março.

Season Lao protagoniza nova mostra na Creative Macau

A Creative Macau inaugura amanhã a “Exposição de Instalações de Season Lao”, onde se “manifesta um diálogo silencioso entre o artista e o mundo natural”. A partir das 20h o público poderá conhecer de perto o trabalho deste artista local, que ficará patente na Creative Macau até ao dia 10 de Junho.

Trabalhando em torno da fotografia e instalação, Season Lao tem um trabalho bastante ligado à espiritualidade e com um certo “espírito de abertura”. Segundo um comunicado da Creative Macau sobre esta nova inauguração, o filósofo francês Romaric Jannel disse que a obra de Season Lao “nasce, em parte, do acaso”.

“O artista não controla tudo e o imprevisível ‘espaço em branco’ desempenha um papel importante na obra. Assim, não existe um significado fixo neste processo, e a mente é deixada aberta ao ‘espaço em branco’ ou ao ‘espaço de emergência’ que surge através do encontro com o espectador e a natureza, reflectindo a essência da co-emergência”, acrescenta Jannel.

Desta forma, “os visitantes são convidados a entrar neste reino de emergência tranquila e a apreciar o profundo ‘vazio’ que o trabalho de Season Lao evoca”, descreve a organização.

Artista em movimento

Nascido em Macau, Season Lao licenciou-se na Universidade Politécnica de Macau. Em 2009, o seu trabalho de fotografia e vídeo “Pátio do Mungo”, sobre a zona antiga da cidade, “atraiu grande atenção e contribuiu para a preservação da arquitectura histórica, incluindo a sua casa ancestral, experiência que marcou o início da sua carreira artística”.

Desde 2010 que Season Lao divide a sua vida entre o Japão, nomeadamente nas cidades de Hokkaido e Quioto, e Macau, concentrando-se na prática artística. As suas obras bidimensionais e instalações misturam a filosofia e a estética das culturas oriental e ocidental. Através do conceito criativo de “vazio natural”, explora a relação sujeito-objecto entre humanos, objectos e natureza, bem como as ideias de exterioridade e interioridade.

Season Lao tem exposto em todo o mundo, nomeadamente no Museu de Artes Asiáticas em Nice, França, com a mostra “Season Lao: An Empty Room Turns White for Enlightenment”, de 2023; ou ainda “A Dialogue between Art and Philosophy on Season Lao’s ’Kyoshitsu Shohaku”, presente este ano na Universidade de Tóquio.

Por sua vez, as suas obras de arte e arquivos fazem parte das colecções de numerosas instituições, incluindo o Museu de Artes Asiáticas de Nice, o Museu Guimet, o Museu Cernuschi, o Museu Metropolitano de Arte, o Museu de Arte de Macau, o Centro Nacional de Arte (Tóquio), Museu Nacional de Arte Moderna e Contemporânea (Seul), Fundação Chishima para a Criatividade de Osaka, Fundação Gulbenkian, Universidade de Princeton, Universidade de Michigan, Ritz-Carlton Fukuoka, InterContinental Hotels, Setsu Niseko, AYA Niseko, Nipponia, entre outras.

FRC | Filme e exposição servem de mote para palestra sobre saúde mental

A Fundação Rui Cunha apresenta amanhã, a partir das 14h30, uma palestra sobre saúde mental, evento integrado com a exposição “Facing Light”, inaugurada ontem na galeria da fundação. A iniciativa foi desenvolvida em parceria com a Associação para a Promoção da Saúde Mental da População de Macau

 

Discutir a saúde mental da população depois de três anos de pandemia é aquilo a que se propõe a Fundação Rui Cunha (FRC) ao acolher, amanhã uma palestra, depois da apresentação e inauguração de um livro e exposição, com o nome “Facing Light”.

O evento, que acontece amanhã às 14h30, é organizado pela Associação para a Promoção da Saúde Mental da População de Macau e visa analisar também “as consequências do primeiro filme ‘Facing Light’ junto da população local uma década depois, o projecto de promoção e sensibilização, e o trabalho inestimável dos especialistas e voluntários” na associação.

“Após três anos de epidemia, e da subsequente crise económica, o índice de felicidade dos cidadãos de Macau diminuiu. A Associação para a Promoção da Saúde Mental da População de Macau espera mostrar aos cidadãos de Macau histórias reais de pessoas que trabalham arduamente em circunstâncias difíceis e conseguem alcançar resultados”, pode ler-se numa nota da FRC sobre o evento.

Entretanto, a FRC continua a exibir na sua galeria a mostra retrospectiva “Facing Light”, que aborda “os 10 anos de luta na promoção da saúde mental”, bem como o trabalho de bastidores em torno do filme “Facing Light”, em 2014.

Desta forma, a mostra reúne “80 fotos de vários tamanhos, incluindo destaques durante a rodagem do filme, detalhes dos serviços prestados por voluntários da comunidade nos últimos dez anos, e algumas fotos esquecidas da participação destes no importante trabalho da Associação perante as pessoas afectadas, as famílias, os amigos, e a sociedade em geral”.

Cinema para contar

O filme “Facing Light”, que voltou a ser exibido ontem na FRC, tem a duração de 48 minutos e apresenta “histórias realistas para reflectir sobre a discriminação e as dificuldades enfrentadas pelas pessoas com doenças mentais, tanto no contexto da comunidade, na vizinhança ou na escola, como no ambiente doméstico das relações entre família”.

Segundo a associação, citada na mesma nota, “o argumentista e realizador Yu Zhiyun conta a história do protagonista Ah Sen, que sofre de doença mental devido a circunstâncias adversas, mas tem um forte sentido de responsabilidade”.

Assim, no processo de recuperação, “ele trabalha arduamente para encontrar oportunidades de emprego”.
Este filme passou já por inúmeras escolas de Macau, foi também exibido em encontros com outras organizações associativas, servindo como “ponto de partida para a discussão deste problema e estigma social, com resultados muito interessantes e a capacidade de tocar e inspirar as audiências”, destaca a FRC.

Covid-19 | Registado caso colectivo em Seac Pai Van

Os Serviços de Saúde (SS) registaram na segunda-feira a ocorrência de um caso de infecção colectiva do novo tipo de coronavírus, que leva à covid-19. O caso ocorreu no Complexo de Serviços de Apoio ao Cidadão Sénior “Retribuição”, situado na Avenida de Vale das Borboletas, em Seac Pai Van, Coloane, onde três homens ficaram doentes.

Os sintomas começaram a surgir no domingo, nomeadamente ligados ao trato respiratório superior, como febre, tosse. As suspeitas confirmaram-se com resultados positivos no testes rápidos de antigénio para a covid-19. Segundo os SS, “as condições clínicas dos doentes são consideradas estáveis, não tendo sido registados casos graves ou outras complicações”.

Entretanto, os SS registaram outro caso de infecção colectiva de gripe em duas turmas da Escola dos Moradores de Macau, na Avenida do Nordeste, tendo sido infectados 16 alunos. Neste caso, os sintomas surgiram na sexta-feira, também ligados ao tracto respiratório superior, como febre, tosse, tendo alguns deles sido submetidos a tratamentos médicos. “As condições clínicas dos doentes são consideradas ligeiras, não foram registados casos graves e internamento”, destacam os SS.

Crime | Suspeita de burla telefónica em prisão preventiva

Uma mulher oriunda da Malásia ficou em prisão preventiva por suspeitas de auxiliar uma rede criminosa a realizar várias burlas telefónicas. A medida de coacção, aplicada pelo Juiz de Instrução Criminal, foi divulgada pelo Ministério Público (MP), através de um comunicado.

“Feita a averiguação preliminar, a arguida é suspeita de ter recebido remuneração para vir a Macau e ajudar um grupo de burlas a estabelecer uma base de operação no quarto dum hotel local”, foi comunicado. “Com recurso ao equipamento instalado no referido quarto, as chamadas telefónicas de burla eram disfarçadas com números aparentemente locais para dissimular a sua origem do exterior”, foi acrescentado.

De acordo com o MP, ao mesmo tempo que a mulher ajudava a esconder a origem das chamadas telefónicas, os restantes membros ligavam para potenciais vítimas, a fazerem-se passar por operadores de call centres de uma plataforma de pagamentos. A investigação preliminar coloca o montante perdido pelas vítimas num valor superior a 1,3 milhões de patacas.

A prisão preventiva foi aplicada à mulher por existirem indícios da prática de várias crimes de burla, associação criminosa e do crime de utilização de dispositivo informático para simular estação de serviços de telecomunicações móveis.

No comunicado, o MP deixou ainda uma alerta, indicando que os “cidadãos devem manter-se em alerta quando recebem chamadas telefónicas desconhecidas que lhes solicitam transferências ou pagamentos, ou o fornecimento de informações das suas contas bancárias”.

Imobiliário | Vendas de casas atingem valor mais elevado do ano

Com preços mais baratos em Abril, aumentaram as vendas de casas em Macau. Todavia, tanto as transacções de habitações como os preços estão muito longe do período pré-pandemia

 

Em Abril as transacções de habitação atingiram o valor mais elevado desde o início do ano, com um total de 283 casas vendidas. Os valores ficam acima do registo no período homólogo, com um aumento de 14 transacções. Os dados mais recentes foram divulgados pela Direcção dos Serviços de Finanças (DSF).

Em Abril de 2024, o número de compras e vendas de habitações declaradas tinha sido de 269, o que significa um crescimento de 5,2 por cento nas vendas de habitação no espaço de um ano. Quando a comparação é feita entre Abril e Março deste ano, o aumento foi mais significativo, na ordem dos 19,9 por cento. Em Março tinham sido declaradas 236 transacções de imobiliário destinado a habitação.

Em Abril deste ano o maior número de transacções foi registado na Península de Macau, onde os preços são mais baixos, com 219 transacções. Na Taipa foram registadas 52 transacções, enquanto em Coloane houve 12 vendas. Em Abril do ano passado tinham sido declaradas 199 transacções só na Península de Macau, enquanto na Taipa tinham sido registadas 56 e 14 em Coloane.

O mercado continua a registar um número de vendas de casas muito abaixo do que acontecia em 2019, antes da pandemia e dos casos judiciais que visaram as grandes empresas promotoras do jogo. Em Abril de 2019 foram declaradas 787 transacções de habitação, o que significa que actualmente o mercado da compra e venda de habitação tem uma dimensão pouco superior a um terço.

Preços a caírem

Apesar da procura de habitação estar a crescer, o mesmo não se pode dizer em relação aos preços, que apresentaram uma diminuição.

De acordo com os dados mais recentes da DSF, em Abril deste ano o preço médio do metro quadrado foi de 75.183 patacas. No período homólogo, o preço médio era de 87.041 patacas por metro quadrado, o que significa uma diferença de 11.858 patacas, ou menos 13,6 por cento. Todavia, em comparação com Março deste ano, os preços mostram uma recuperação, com um aumento de 1.142 patacas, o que significa um ligeiro crescimento de 1,5 por cento.

A realidade mais recente do mercado está muito longe de Abril de 2019, quando o preço médio do metro quadrado era de 107.430 patacas. Esta é uma diferença de 30,0 por cento, face a esse período, ou de 32.247 patacas. Em relação a Abril deste ano, o preço mais elevado foi registado em Coloane, onde o metro quadrado foi transaccionado por 88.108 patacas. Na Taipa o preço foi de 82.627 patacas por metro quadrado, enquanto na Península de Macau foi de 71.882 patacas por metro quadrado.

Metro Ligeiro | Empresa alerta para aplicações não oficiais

A Sociedade do Metro Ligeiro de Macau (MLM) alertou ontem para a existência de aplicações móveis que disponibilizam informações online, sem que tenham qualquer ligação com a empresa oficial. O aviso foi deixado ontem através de um comunicado.

“A Sociedade do Metro Ligeiro de Macau, S.A. não assume qualquer responsabilidade pelo conteúdo das aplicações móveis não oficiais existentes no mercado que fornecem informações sobre o Metro Ligeiro de Macau, e reserva-se o direito de agir legalmente contra o uso indevido das suas marcas registadas”, foi indicado.

“As plataformas oficiais da MLM para divulgação de informações sobre o serviço público de transporte de passageiros por metro ligeiro são a página electrónica Metro Ligeiro de Macau (www.mlm.com.mo) e a conta oficial no Xiaohongshu Heng Chai @9875613683. Os cidadãos podem também contactar a MLM por telefone, através da sua Linha Directa (8506 6171), ou por email (info@mlm.com.mo) para esclarecimentos adicionais”, foi acrescentado.

Emprego | Especialista aconselha jovens a aceitar o que encontram

Um especialista em recursos humanos considera que os jovens licenciados devem baixar as expectativas e aceitar os empregos que encontrarem. Face ao actual mercado de trabalho, a prioridade deve ser garantir um salário e pensar em oportunidades de carreira mais tarde

 

Um responsável de uma empresa de recursos humanos, que não quis ser identificado, defendeu ao jornal Ou Mun que o mercado laboral de Macau não está numa fase acessível para residentes e que os jovens licenciados devem aceitar o primeiro trabalho que encontrem, ainda que seja pouco qualificado ou nada tenha a ver com a sua formação de origem.

O responsável disse que existem poucas vagas de emprego no mercado e que a base salarial inicial é baixa, pelo que dificilmente os recém-licenciados locais irão encontrar um emprego à sua medida.

O responsável disse que, por norma, os licenciados procuram um emprego com um salário base de 11 a 12 mil patacas, mas nesta fase o mercado “não é favorável aos residentes”, pois o sector hoteleiro, por exemplo, disponibiliza poucas vagas e os trabalhadores não-residentes (TNR) ocupam a maioria dos cargos porque recebem salários mais baixos.

Desta forma, “as possibilidades de contratação são raras para quem tem uma licenciatura em gestão hoteleira”, disse a mesma fonte.

O especialista exemplificou o panorama laboral também com uma empresa que organiza eventos, no sector de convenções e exposições, onde o salário inicial é de apenas sete mil patacas, o que faz com que “só os TNR tenham vontade de assumir a vaga”.

“Os candidatos a emprego sem experiência laboral preferem trabalhar em escritórios, mas estes empregos são agora ocupados por TNR, sobretudo em centros de explicações e empresas de construção, pelo que os residentes têm poucas possibilidades de serem recrutados”.

Cortes precisam-se

O especialista aponta para uma solução frequentemente repetida: a diminuição de não-residentes. “Se o número de TNR não for cortado de forma significativa, a dificuldade de procura de emprego por parte dos residentes vai continuar. Os salários iniciais são mais baixos e os recém-licenciados têm de estar psicologicamente preparados para isso”, aponta.

Assim, o responsável sugere que os jovens “procurem um trabalho que não corresponda necessariamente à área de licenciatura e não tenham esperanças em ter um salário alto, aproveitando a vaga ao invés de procurar o emprego ideal”.

Para aqueles que desejem mudar de emprego, o responsável aconselha a observação do mercado, pois “o salário do potencial novo emprego pode não ser o ideal, mas nesta fase o ambiente de negócios não é muito bom”, concluiu.

Questionado pelo Ou Mun sobre o panorama laboral no segundo semestre deste ano, o representante da empresa de recursos humanos disse que tudo vai depender do posicionamento do sector a retalho, pois há marcas que estão a planear uma expansão em Macau e, aí, podem surgir mais vagas, podendo ser uma possibilidade de emprego para recém-licenciados.

Porém, o mesmo responsável salientou que o ambiente económico ainda está fraco, mas que pode melhorar no segundo semestre deste ano, estimando que a taxa de desemprego pode diminuir 0,1 por cento.

Conselho Executivo pede revisão urgente da lei para proibir “space oil”

O Conselho Executivo espera que a proibição da droga “space oil” seja aprovada com um carácter de urgência pela Assembleia Legislativa. A informação foi divulgada num comunicado, depois da proposta do Executivo ter sido discutida ontem pelo órgão consultivo, seguindo agora para o hemiciclo.

De acordo com o Conselho Executivo, as alterações legislativas que vão proibir o etomidato, ou óleo do espaço, e outras 19 substâncias, visam seguir as recomendações de 2024 da Comissão das Nações Unidas para os Estupefacientes sobre as substâncias sujeitas a controlo internacional. “Duas destas substâncias são estupefacientes e substâncias psicotrópicas, e as restantes 18 substâncias são precursores que podem ser utilizados para a produção de droga”, foi explicado.

A proibição é concretizada através da actualização da lei da produção, do tráfico e do consumo ilícitos de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas, em vigor desde 2009, com a introdução das substâncias proibidas nas tabelas deste diploma legal.

Contexto regional

Todavia, a proposta do Governo da RAEM vai além das proibições da Comissão das Nações Unidas para os Estupefacientes, o que foi explicado com o contexto regional da RAEM. “Tendo em conta o surgimento nos últimos anos de quatro novas substâncias: o Etomidate, o Metomidate, o Propoxate e o Isopropoxate nas regiões vizinhas e o consequente aumento, considerável, do risco de abuso daquelas substâncias em Macau, a proposta de lei sugere o seu controlo legislativo”, foi revelado.

O etomidato é um anestésico geral, destinado ao uso hospitalar, com a circulação no mercado proibida. As autoridades indicam que em Macau foram detectados quatro casos de consumo etomidato. Em relação às outras substâncias não foram registados quaisquer casos, o que não impede que se avance actualmente com a proibição.

“O Governo da RAEM presta grande atenção ao surgimento de novas drogas e, conforme as necessidades, tem vindo a actualizar oportunamente […] a fim de evitar que as novas drogas causem ameaças à segurança da saúde pública e para melhor prevenir e combater os crimes relacionados com a droga em sintonia com as regiões vizinhas e até com a comunidade internacional”, foi explicado.

Vales de saúde | Aprovado aumento do valor para 700 patacas

Com o aumento de 100 patacas do apoio para aceder à saúde privada, o Governo prevê gastar 519,7 milhões de patacas do orçamento da RAEM

 

O Conselho Executivo deu ontem parecer positivo ao aumento dos vales de saúde para 700 patacas, o que significa um crescimento de 100 patacas face ao valor actual de 600 patacas. A posição foi comunicada através de um comunicado do órgão consultivo, e os novos vales poder ser utilizados no início do próximo mês.

“Em resposta às solicitações apresentadas pela sociedade, no corrente ano, o montante da comparticipação dos vales de saúde electrónicos atribuído para cada beneficiário é elevado para 700 patacas e o prazo de utilização é de dois anos, ou seja, de 1 de Junho de 2025 a 31 de Maio de 2027”, foi comunicado.

Tendo em conta o aumento de 100 patacas e o número de beneficiárias do programa prevê-se um gasto do orçamento da RAEM de 519,7 milhões de patacas com este apoio social. Os vales de saúde destinam-se aos residentes permanentes com documento de identificação válido emitido antes de 31 de Maio do próximo ano, o que significa que o programa vai abranger alguns residentes que ainda não são permanentes.

Para utilizar os vales de desconto, a apresentação nas clínicas pode ser feita depois da impressão dos vales ou através da aplicação Conta Única de Macau.

Os vales de saúde apenas podem ser utilizados em serviços prestados por profissionais de saúde que tenham aderido ao programa, não sendo aplicáveis aos profissionais de saúde que já são subsidiados pelo Governo. Os espaços aderentes são obrigados a apresentarem o dístico de participação no programa.

À semelhança da versão anterior do apoio, os novos vales vão poder ser utilizados na Ilha da Montanha, na Zona de Cooperação Aprofundada entre Macau e Guangdong. A manutenção desta aposta foi justificada com a vontade de “acelerar a construção da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin e elevar, ainda mais, o nível de desenvolvimento integrado entre Macau e Hengqin”.

Fiscalização à distância

Em relação à utilização dos vales de Macau na Zona de Cooperação, esta tem de ser feita nas clínicas que aderiram ao programa e “cumpram as normas estipuladas no Interior”, além da obrigação de serem constituídas ou detidas por residentes de Macau.

Em relação à utilização dos vales de saúde no Interior da China, apenas é possível recorrer à Conta Única de Macau, não valendo a apresentação em formato físico.

No comunicado de ontem do Conselho Executivo consta ainda uma mensagem em nome dos Serviços de Saúde a prometer fiscalização permanente deste apoio social. “Para reforçar a fiscalização e reduzir as infracções, os Serviços de Saúde irão adoptar meios electrónicos para monitorizar de forma contínua a situação de utilização de vales de saúde, tratando as irregularidades com a seriedade devida e apurando a responsabilidade dos infractores, com vista a erradicar com firmeza as irregularidades”, foi indicado.

Eleições | CAEAL recorda que apelo ao voto em branco é crime

O presidente da Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa recordou que o apelo ao voto em branco pode violar o “princípio de uma eleição democrática” e resultar em responsabilização criminal

 

O presidente da comissão eleitoral para a Assembleia Legislativa (AL) afirmou ontem que quem apelar ao voto em branco ou nulo “viola o princípio de uma eleição democrática” e comete um crime.

“Uma pessoa não deve incitar outras pessoas a votarem em branco ou nulo. Estará a violar o princípio de uma eleição democrática”, notou Seng Ioi Man, em conferência de imprensa após uma reunião da Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL). De acordo com a lei vigente, continuou o magistrado, “pedir a alguém para votar em branco ou nulo é um crime”.

A lei eleitoral para a AL, em vigor desde Abril de 2024, estabelece que “quem, publicamente, incitar os eleitores a não votar, votar em branco ou nulo, é punido com pena de prisão até três anos”. As eleições legislativas realizam-se a 14 de Setembro deste ano e vão ser as primeiras depois de a exclusão, em 2021, de cinco listas e 21 candidatos por “não defenderem a Lei Básica” de Macau, e não serem “fiéis à RAEM”.

Pedidos a fazer

De acordo com o calendário das legislativas, referiu ainda o presidente da CAEAL, os interessados devem, até 6 de Junho, preencher o pedido de reconhecimento da constituição de comissão de candidatura e devolvê-lo à comissão para “efeitos de apreciação da existência legal”.

“Não recebemos ainda qualquer pedido e, até à data de entrega, restam ainda três semanas. Apelamos aos interessados (…) que se já angariaram 300 candidaturas, apresentem o mais cedo possível apresentar o pedido”, disse.

“Sobre a apreciação da lista de candidatura, os candidatos devem defender a Lei Básica e ser fiéis à RAEM e, de acordo também com a lei eleitoral, cabe à Comissão de Defesa de Segurança do Estado [CDSE] tomar a decisão”, referiu Seng Ioi Man.

Seng disse ainda que “para quem não reúne as condições” a CDSE “irá emitir um parecer vinculativo, após o qual a comissão eleitoral “vai tomar a decisão”. “Perante este parecer vinculativo não cabe lugar a reclamação ou recurso”, frisou, notando que, em 15 de Julho, vai ser publicada a decisão sobre as listas candidatas.

DSGAP | Sónia Chan ouviu associações sobre financiamento

A directora dos Serviços da Supervisão e da Gestão dos Activos Públicos (DSGAP), Sónia Chan, visitou associações que considera “com amor à pátria e a Macau” para ouvir as opiniões sobre o regime de financiamento público às associações. Em causa estão os diferentes procedimentos no âmbito dos pedidos de financiamento junto do Governo da RAEM.

De acordo com um comunicado da DSGAP, as visitas às associações aconteceram entre Abril e Maio e tiveram como objectivo “ouvir opiniões e sugestões”, para serem incluídas em futuras propostas de “aperfeiçoamento e optimização dos planos de apoio financeiro”.

As opiniões ouvidas, que não foram detalhadas, terão visado os procedimentos de candidaturas aos subsídios do Governo, mas também as condições, critérios de avaliação, requisitos regulares sobre a execução dos projecto financiados e o regime de fiscalização.

As associações terão ainda reconhecido, de acordo com as opiniões citadas pelo Governo, que os subsídios devem seguir os “princípios do bom aproveitamento do erário público, da concentração de apoio financeiro”, assim como a existência de critérios apertados sobre a selecção das entidades apoiadas.

As associações visitadas incluíram a Associação Geral das Mulheres, Associação Comercial de Macau, Federação das Associações dos Operários de Macau e União Geral das Associações dos Moradores de Macau, todas representadas na Assembleia Legislativa.

Sónia Chan prometeu ter em conta as opiniões ouvidas em futuras alterações aos programas de financiamento das associações.

Tecnologia | Xiaomi investe forte em fabrico de ‘chips’ próprios

O fundador da tecnológica chinesa Xiaomi, Lei jun, avançou ontem que a empresa irá investir cerca de 6.170 milhões de euros no desenvolvimento de ‘chips’ próprios na próxima década.

Na mensagem divulgada ontem na sua conta oficial da rede social Weibo – equivalente chinês da X, censurada na China -, o presidente executivo (CEO) da Xiaomi adiantou que se trata de um plano de investimento “contínuo e de longo prazo”. “Estamos conscientes da dificuldade em produzir ‘chips'”, acrescentou o empresário.

“Os chips são um pico que devemos escalar e uma batalha que não podemos evitar se quisermos tornar-nos uma grande empresa tecnológica”, acrescentou Lei antes de revelar que esta quinta-feira a Xiaomi vai apresentar o seu primeiro processador de design próprio, o Xring O1, bem como o seu segundo veículo elétrico, o SUV YU7.

Lei referiu que o Xring O1 contará com tecnologia de 3 nanómetros (nm) de segunda geração. Embora não tenha indicado qual o produtor que os fabrica, a Bloomberg sublinha que isto descarta a principal fundição chinesa, a SMIC, uma vez que até à data não conseguiu ficar abaixo dos 7 nm devido às restrições de exportação dos EUA.

Até agora, a Xiaomi tem incorporado ‘chips’ de outros fabricantes como a Qaulcomm ou MediaTek, mas parece que está a seguir os passos da Apple, que desenha os seus próprios ‘chips’ para complementar o seu ‘software’.

Ucrânia | Alemanha destaca papel da China na paz mundial

A diplomacia alemã defendeu ontem que a China tem uma responsabilidade pela paz mundial, referindo-se explicitamente à guerra na Ucrânia, numa altura em que se intensificam os esforços ocidentais para levar Moscovo a um cessar-fogo.

“A guerra da Rússia na Ucrânia afecta interesses europeus fundamentais. A China tem uma responsabilidade pela paz mundial”, escreveu o Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão nas redes sociais. A mensagem foi divulgada após um telefonema entre os chefes da diplomacia da Alemanha, Johann Wadephul, e da China, Wang Yi, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).

Apesar de o primeiro contacto desde a posse do executivo de Friedrich Merz se ter centrado nas “relações germano-chinesas”, a questão ucraniana também foi discutida, disse o porta-voz governamental, Christian Wagner, numa conferência de imprensa. A mensagem que Wadephul transmitiu a Wang foi “que a guerra que a Rússia está a travar na Ucrânia afecta os interesses essenciais dos europeus e atenta contra a ordem de paz europeia”, afirmou.

O novo chanceler, Friedrich Merz, afirmou no parlamento na quarta-feira estar preocupado com a “crescente proximidade entre Pequim e Moscovo”. “Vamos insistir com a China para que contribua para a resolução da guerra na Ucrânia”, afirmou na altura.

A China é um parceiro comercial crucial para a Alemanha, mas há muito que é poupada pelos responsáveis alemães. Durante o mandato do anterior chanceler, Olaf Scholz, Berlim endureceu o tom face ao aumento das tensões geopolíticas e à crescente rivalidade económica entre Pequim e a União Europeia.

A guerra começou em Fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia para “desmilitarizar e desnazificar” o país vizinho, bem como impedi-lo de se tornar membro da NATO.

Princess Mononoke 520 (I)

Na última cena do filme “Princess Mononoke” (“幽灵公主”),realizado pelo animador japonês Hayao Miyazaki, San escolhe ficar na floresta e Ashitaka decide voltar para a aldeia. Embora se amem, a moral da história é o respeito mútuo e a libertação do outro para que possa viver livremente as suas escolhas.

O final desta relação lembra-me uma série de televisão transmitida na China continental que se chamava “A História do Meu Melhor Amigo” (“流金歲月”). O protagonista é ´um bem-sucedido homem de negócios de meia-idade e a protagonista é uma estudante universitária que acabou de se formar. Um encontro casual provocou uma história de amor. Devido à diferença de idades, o herói acaba por deixar a heroína ir livremente atrás dos seus sonhos.

Mais tarde, a heroína casou-se e teve um filho. Quando o negócio do marido estava à beira de falir, o herói tomou a iniciativa de abandonar o seu próprio negócio e ofereceu-se para trabalhar com Director Executivo para o marido da sua amada e salvar a empresa. Também prometeu dar formação ao marido para que ele se tornasse um excelente patrão em três anos. No final, a heroína divorciou-se, mas o herói continuou a não querer casar-se com ela. Mais uma vez, deixou-a partir em liberdade. A heroína acabou por partir sozinha para Pequim para investir na sua carreira e a história acabou aqui.

A Princess Mononoke e a História do Meu Melhor Amigo exprimem coincidentemente dois pontos de vista sobre o amor. Em primeiro lugar, amar verdadeiramente significa ser feliz com a felicidade do outro. Quando ele está triste, nós também entristecemos, e desejamos sinceramente o melhor ao nosso amado. Em segundo lugar, o amor verdadeiro é livre. Os amantes não se sequestram nem se restringem uns aos outros em nome do amor, porque esse tipo de amor não é verdadeiro, mas uma espécie de controlo para satisfazer o amor-próprio. Esse tipo de amor acaba por aprisionar o outro numa jaula. Por conseguinte, a deixa famosa da Princess Mononoke é “Venho ver-te quando tiveres saudades minhas.”

O amor implica companheirismo mútuo, cuidado e apego. Companheirismo significa que os dois estão juntos e que se acompanham mutuamente. Cuidado significa que estamos disponíveis para o outro sempre que precisa de nós. Apego é lealdade ao amor. Companheirismo e cuidado requerem tempo e viver em comunhão é um bom alicerce. Só cuidamos e acompanhamos as pessoas que nos são queridas, não fazemos isso pelo outro. Isto é apego.

Companheirismo mútuo, cuidado e apego são elementos importantes que constituem o amor. A partir do momento em que estes elementos são estabelecidos, passam a integrar a vida dos amantes. Quando adoecemos, o outro cuida de nós incondicionalmente. Isto é cuidado. Se a doença for prolongada e o teu amor continuar a tomar conta de ti incondicionalmente, isso é companheirismo. Não te abandona quando estás doente. Isso é apego. Os amantes precisam de tempo para obter estes três elementos. Hoje podes andar e falar, não estás doente nem em sofrimento, por isso não podes compreender a importância destes três elementos.

Quando é que as pessoas ficam mais susceptíveis à doença? A resposta, claro está, é quando envelhecem, com a idade vamos contraindo vários problemas de saúde. Nos dias que correm, quantos casais ficam juntos desta forma? Só com verdadeiro companheirismo, cuidado e apego, choramos e rimos juntos e desejamos o bem um do outro. Como mencionámos no artigo da semana passada, uma das frases emblemáticas de Sean Lau Ching Wan (劉青雲) sobre o amor é: “um dia vais perceber que não queres viver um amor apaixonado, mas sim ter alguém que nunca desista nem nunca te abandone.”

Na próxima semana continuaremos a analisar as mensagens da Princess Mononoke e da História do Meu Melhor Amigo.

Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau
Professor Associado da Faculdade de Ciências de Gestão da Universidade Politécnica de Macau
Email: cbchan@mpu.edu.mo

Cinemateca Paixão | Os últimos dias do “Panorama do Cinema de Macau”

Termina esta semana mais uma edição do “Panorama do Cinema de Macau”, composta por uma selecção de curtas e longas-metragens produzidas no território que ganharam prémios atribuídos pelo Instituto Cultural. O público pode ainda ver produções como “Menina com Amém”, de Teng Kun Hou; ou “Núpcias em Voo”, uma produção em tagalo de Johson Chan Chon Sin

 

O cinema de Macau está bom e recomenda-se. Este poderia ser o mote de mais uma edição da iniciativa “Panorama do Cinema de Macau”, que há vários anos premeia o que de melhor se faz no cinema local, destacando novos realizadores que se estreiam no mundo das histórias e da sua rodagem.

A edição deste ano, que termina esta semana, traz ainda a possibilidade de o público desfrutar das últimas exibições, que decorrem esta quinta e sexta-feira na Cinemateca Paixão. Nestes dias exibem-se 11 filmes que concorreram à secção “Competição de Macau” do “Panorama do Cinema de Macau”, que visa apoiar financeiramente e destacar as melhores produções com o “Grande Prémio do Júri”, “Melhor Argumento”, “Melhor Interpretação” e “Melhor Realização”.

Assim, esta quinta-feira, a partir das 19h30, exibe-se “Menina com Amém”, de Teng Kun Hou, um filme do ano passado que conta a história de Kimmy, a “menina que só queria dormir com a sua mamã, e por isso se lembrou de uma história que a mãe lhe tinha contado”. Segundo a sinopse do filme, essa história remete para a presença da religião católica em Macau, mas também para as crenças chinesas, pois caso a menina visitasse “todas as igrejas e templos de Macau”, os seus desejos poderiam tornar-se realidade.

Depois da sessão, o realizador estará presente para uma conversa sobre o filme. Teng Kun Hou fez um mestrado no grupo de realização cinematográfica do Departamento de Cinema da Universidade Nacional de Artes de Taipé, tendo sido seleccionado para a Academia de Cinema dos Golden Horse em 2021. A sua obra de realização, “One to Ten”, foi distinguida com o Prémio de Melhor Longa-Metragem na categoria Estudantil dos Golden Harvest Awards.

No mesmo dia, apresenta-se a curta-metragem “Núpcias em Voo”, filme em tagalo de Johnson Chan Chon Sin que revela a história de um “homem de dança hipnotizante que, um dia, viu os seus olhos serem consumidos por flashes erráticos de luz que se agarravam de forma impiedosa à sua visão”. “Eles continuaram a assombrar o seu olhar, mesmo enquanto o seu corpo se movia num ritmo gracioso. Na sua busca por um remédio médico, consumiu diligentemente abacaxi conforme prescrito, na esperança de expulsar esses visitantes indesejados da sua visão. No entanto, com o passar do tempo, permaneceu preso numa deriva nebulosa e sem rumo, os seus movimentos agora pesados por um sentimento de inutilidade”, lê-se na sinopse.

Destaque também para a exibição, na quinta-feira, de “Onda de Retorno”, uma curta-metragem de Ieong Chi Wai, sobre o jovem Jinshan que trabalha na peixaria dos pais e que, um dia, “avistou ao longe uma estranha figura com cabeça de peixe”, a partir do qual “foi forçado a enfrentar os medos ocultos do seu coração e a despertar as memórias adormecidas da infância”.

Há ainda espaço para a exibição das curtas “Keep Looking?”, de Anna Ieong e “A Audição” de Ao Ieong Weng Fong, um trabalho em japonês em torno do actor Yuta que foi rejeitado em inúmeros castings.

Uma espécie de fumo

Sexta-feira, o último dia do “Panorama”, começa também às 19h30 com a exibição da curta-metragem “Fumo Sagrado”, de Ho Cheok Pan, formado em realização pela Universidade de Jinan em 2021. “A jornada de mil cigarros começa com um único trago?” Uma perseguição tóxica tem início quando o fumador compulsivo Sr. Chen é apanhado em flagrante pelo segurança, seu irmão Keung. O irmão Keung empurra o Sr. Chen para um beco sem saída, resultando em uma colisão brutal. Mas, no final, tudo não passa de uma encenação por trás desse jogo de gato e rato”, descreve-se na sinopse.

Segue-se “Mão Mão”, de Jarvis Xin, com apenas 23 minutos de duração. O filme retrata a história de Jun, de sete anos, que foi enviado para estudar com um professor de piano de renome. “O professor convenceu o pai a planear uma exposição de Jun. A exposição aproximou-se, uma grande faixa ‘Concerto a solo de Jun’ foi pendurada em casa, e os familiares e amigos vieram. O colega do pai até trouxe uma câmara de vídeo profissional”, destaca-se ainda na sinopse. “Oceano de Mim”, com oito minutos de duração, da realizadora Vitty Ho Wai Tong.

Licenciada pelo Departamento de Radiodifusão, Televisão e Cinema da Universidade Nacional Chengchi (NCCU), Vitty obteve posteriormente o grau de mestre pelo Instituto Superior de Vídeo Criativo e Indústrias de Media Digitais da Universidade Nacional de Artes de Taiwan em Taipé (NTUA). Trabalha como profissional independente nas áreas do design visual para teatro e produção audiovisual, tendo igualmente exercido funções como orientadora pedagógica em diversas escolas secundárias em Macau. Em 2021, fundou a POV Production, uma entidade vocacionada para a exploração das potencialidades das artes visuais e das performances ao vivo. Entre as suas curtas-metragens destacam-se “General Parenting Test”, “Fantastic Eggs”, “Where to Find Them”, “One Last Sunrise” e “Our Store”.

“Ondas debaixo do Mar”, de Chan Si Ieong, é falado em mandarim e no dialecto Hokkien, abordando a história da personagem Chen Xi, uma jovem de 18 anos que vai estudar para o estrangeiro para continuar os estudos, mas que antes disso regressa à sua terra natal para se despedir da aldeia piscatória onde cresceu e que marcou a sua infância.

Com apenas nove minutos, “Uma Tarde”, de Chong Man Kit, foca-se na definição dos limites da relação da personagem principal com a sua meia-irmã. Natural de Macau, Chong Man Kit nasceu nos anos 90 e é licenciado pelo Departamento de Literaturas Sinófonas da Universidade Nacional Dong Hwa, frequentando actualmente o mestrado em Produção no Departamento de Rádio, Televisão e Cinema da Universidade Shih Hsin. O cartaz encerra, também esta sexta-feira, com “Chuc Chuc Chuc”, de Chao Koi Wang, mais uma curta-metragem de sete minutos.

Mentes e sonhos

O “Panorama do Cinema de Macau” é, segundo o IC, uma “plataforma para que os cineastas de Macau possam obter visibilidade e promover o diálogo através da arte cinematográfica”, contando com secções como “Realizadores Locais e os Seus Clássicos Inspiradores” e “Panorama das Escolas de Cinema”. Descreve-se ainda que “os cineastas de Macau, com os seus diversos estilos e origens, utilizam consistentemente o cinema para expressarem as suas perspectivas, retratarem Macau e construírem sonhos”.

Históricos de Macau conseguem apuramento para GP

O Circuito Internacional de Guangdong acolheu, no passado fim de semana, a segunda e decisiva jornada dupla do Carros de Turismo de Macau – Macau Road Sport Challenge, prova de apuramento para a mais importante corrida de automobilismo da temporada: o Grande Prémio de Macau. Numa jornada com poucos motivos de celebração para as cores da RAEM, os veteranos Jerónimo Badaraco e Rui Valente conseguiram garantir a qualificação.

Com uma lista de 68 inscritos, a grelha foi dividida em dois grupos, A e B, com todos os pilotos a competirem com modelos Toyota GR86 (ZN8) ou Subaru BRZ (ZD8). Este ano, com apenas uma corrida prevista no programa do Grande Prémio – devido à inclusão da nova Taça do Mundo de Fórmula 4 da FIA – o número de pilotos apurados foi reduzido para 36, o que colocou uma pressão suplementar para as duas corridas que faltavam. Para complicar, a chuva chegou, trocando as voltas a equipas e pilotos.

No Grupo A, onde Rui Valente enfrentou um fim de semana complicado na pista dos arredores de Zhaoqing, Célio Alves Dias e Maximiano Manhão não conseguiram os mínimos para se qualificar, numa série dominada pelos pilotos de Hong Kong. Na corrida de sábado, o pódio foi composto por Wong Chuck Pan, Lo Pak Yu e Chan Ka Ping. No domingo, estes três repetiram o feito, mas com uma nova ordem: Lo Pak Yu, Chan Ka Ping e Wong Chuck Pan.

Em condições atmosféricas difíceis no sábado, Rui Valente terminou apenas na 25.ª posição, devido a um erro nas afinações, melhorando para 15.º no domingo, com a pista seca. Uma penalização após a segunda corrida, atirou-o para o 27.º posto. Ainda assim, o 7.º lugar obtido na primeira jornada revelou-se suficiente para garantir um lugar no Grande Prémio de Macau.

Pelo contrário, Maximiano Manhão, ao volante de um Toyota com as cores da histórica Macau Racing Team, terminou em 26.º e 14.º, um resultado aquém do apuramento, mas que acaba por ser positivo dado que foi a estreia do jove piloto nestas andanças. Já Célio Alves Dias, com dificuldades no seu carro desde a primeira prova, foi 24.º e 28.º, longe do nível habitual deste experiente piloto macaense.

Badaraco com ‘sprint’ final

Num fim de semana, em que as animadas corridas tiveram transmissão em Live Streaming, no Grupo B, os pilotos de Hong Kong voltaram a destacar-se. No domingo, Adrian Chung venceu, com Leung Tsz Wa e Tsang Pak Yin a completarem o pódio. No segundo confronto, Cheang Kin Sang alcançou uma vitória merecida, seguido novamente por Leung Tsz Wa e Tsang Pak Yin.

Jerónimo Badaraco chegou a este desafiante fim de semana sem o apuramento assegurado. Uma qualificação modesta e o 11º lugar de sábado mantinham o desfecho em aberto. No entanto, uma corrida sólida no domingo e um excelente 4.º lugar garantiram ao veterano macaense o tão desejado lugar na grelha do Grande Prémio de Macau, junto com os conterrâneos Cheng Kin San, Leong Keng Hei, Lou Check In e Carson Tang.

Também fora do Grande Prémio ficou Dionísio Albino Pereira, que terminou em 23.º na corrida de sábado, mas encerrou a época de forma mais contundente, ao cortar a linha de meta no 13.º lugar na segunda corrida.

No final das corridas, os concorrentes provisoriamente apurados tiveram uma verificação técnica extra, sendo obrigados a abrir motores e caixa de velocidades, para verificar a legalidade destes dois decisivos órgãos das suas viaturas.

Gaza | Pequim manifesta apoio às posições da Liga Árabe sobre cessar-fogo

A República Popular da China manifestou ontem apoio às principais conclusões da Liga Árabe incluindo o pedido de um cessar-fogo imediato em Gaza e a rejeição de qualquer deslocação forçada da população palestiniana. A cimeira da Liga Árabe decorreu na sexta-feira passada na capital do Iraque.

Na Declaração de Bagdade os países árabes apelaram a um “desanuviamento urgente”, condenaram os ataques contra civis e manifestaram oposição à expulsão forçada dos palestinianos dos territórios onde se encontram.

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China, Mao Ning, reiterou ontem o apoio de Pequim a uma solução que integre a existência de dois Estados e o direito dos palestinianos à autonomia.

Durante uma conferência de imprensa em Pequim, Mao Ning sublinhou que Gaza é uma parte inseparável do território palestiniano e que a República Popular da China apoia os “direitos legítimos” do povo palestiniano.

Mao Ning acrescentou ainda que qualquer solução política deve basear-se no respeito pelo princípio da autonomia palestiniana na Faixa de Gaza após o conflito. Assim, a República Popular da China demonstra disposição em trabalhar com a comunidade internacional para aliviar a crise humanitária e construir uma paz duradoura e justa.

A porta-voz recordou ainda que o Presidente chinês, Xi Jinping, enviou uma mensagem de felicitações no início da cimeira, na qual destacou as realizações da Liga Árabe e manifestou a vontade de Pequim em aprofundar a cooperação com os países árabes. Pequim vai acolher a segunda cimeira entre a República Popular da China e os Estados Árabes em 2026.

Sudão | China condena ataques a instalações civis e à população

A China condenou ontem os ataques contra instalações civis no leste do Sudão e instou todas as partes a protegerem a população, reiterando o apoio a um cessar-fogo e ao avanço do processo político. “A China opõe-se e condena os ataques contra instalações civis e contra civis”, afirmou ontem a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning, quando questionada sobre os recentes bombardeamentos sofridos pela cidade oriental de Port Sudão.

Citada pela agência espanhola de notícias, a EFE, a porta-voz acrescentou que “a China apela à protecção da infraestrutura civil e à garantia da segurança da população” e lembrou que “a China tem mantido uma postura objectiva e imparcial em relação ao conflito no Sudão”.

Na conferência de imprensa, Mao Ning afirmou esperar que “seja alcançado um rápido cessar-fogo, seja aliviada a situação humanitária, avance o processo político e seja restaurada a estabilidade do país”.

Desde o início da guerra, em Abril de 2023, o conflito entre o Exército sudanês e as forças paramilitares causou dezenas de milhares de mortos e deslocou mais de 12,5 milhões de pessoas, no que a ONU considera a pior crise humanitária atual.