Seul | Maior crescimento económico dos últimos dois anos

A economia da Coreia do Sul cresceu 1,3 por cento no primeiro trimestre de 2024, em comparação com o período anterior, o valor mais elevado desde o final de 2021, disse ontem o banco central. Num comunicado, o Banco da Coreia (BoK) justifica o aumento do produto interno bruto (PIB) com a força das exportações e à recuperação dos gastos das famílias e do investimento na construção civil.

A quarta maior economia da Ásia cresceu duas vezes mais depressa do que no último trimestre de 2023, quando registou uma expansão de 0,6 por cento, e atingiu o valor mais elevado desde que subiu 1,4 por cento, entre Setembro e Dezembro de 2021.

Em termos anuais, o PIB da Coreia do Sul aumentou 3,4 por cento no primeiro trimestre do ano, muito acima da subida anual de 2,2 por cento registada nos últimos três meses de 2023.

No ano passado, a economia sul-coreana cresceu 1,4 por cento, a taxa mais baixa dos últimos três anos, devido ao abrandamento das exportações, causado por políticas monetárias restritivas em grande parte do mundo. As exportações, um dos pilares do PIB da Coreia do Sul, cresceram 0,9 por cento no primeiro trimestre, impulsionadas pelos telemóveis, enquanto as importações baixaram 0,7 por cento devido uma queda no equipamento eletrónico.

O investimento na construção aumentou 2,7 por cento, em contraste com a queda de 4,5 por cento no último trimestre de 2023, e o consumo privado subiu 0,8 por cento, face ao crescimento de 0,2 por cento dos três meses anteriores. O investimento público cresceu 0,7 por cento, mais duas décimas do que no período entre Setembro e Dezembro, enquanto o investimento das empresas diminuiu 0,8 por cento devido a cortes no equipamento de transporte.

Casa Garden | Lançamento em Maio de livro que compara Macau, Índia e Timor

O livro “Macau, Índia e Urbanismo de Timor – Continuidade e Ruptura na Implantação do Planeamento Urbano entre 1934 e 1974”, da autoria de Sérgio Barreiros Proença, será lançado na Casa Garden no próximo dia 3 de Maio, a partir das 18h30, tratando-se de uma iniciativa promovida pelo CURB – Centro de Arquitectura e Urbanismo.

Segundo um comunicado da organização, este livro proporciona “uma perspectiva única sobre o desenvolvimento do planeamento urbano de Macau, Goa e Timor”, apresentando a análise sobre o “rico arquivo de planos urbanísticos destes três territórios”.

A obra nasce de um projecto de investigação financiado pelo próprio CURB, Fundação Macau e CIAUD – Centro de Investigação em Arquitectura, Urbanismo e Design, ligado à Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa. Este projecto, realizado com base nos planos de urbanização das antigas províncias ultramarinas portuguesas, dos anos 1937 a 1974, foi também financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, tendo coordenação da académica Maria Clara Mendes.

Sérgio Barreiros Proença é licenciado em Arquitectura, Planeamento Urbano e Territorial pela antiga Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, actualmente Universidade de Lisboa. Tem ainda um mestrado em Cultura Arquitectónica Moderna e Contemporânea e um doutoramento em Urbanismo. É ainda docente nesta área.

O CURB é uma instituição sem fins lucrativos estabelecida em Macau para promover a investigação, educação, produção e disseminação do conhecimento em arquitectura, urbanismo e cultura urbana.

25 de Abril – 50 anos – E depois… a estética

“Foi bonita a festa, pá!”

Chico Buarque

Escrevi no início da semana um texto que colocava as questões éticas como uma das pedras de toque do 25 de Abril. Este será sobre estética. É certo que o belo e o bom se entrelaçam, se seduzem, se namoram, raramente se divorciam. Mas quando estamos perante movimentos de massas, do eclodir de uma esperança reprimida, as dimensões da obra deixam estupefactos os sujeitos que, ao mesmo tempo, a produzem e dela fazem parte.

Refiro-me, ab initio, à grandiosa manifestação que ocorreu em Lisboa no dia 1 de Maio de 1974. Ali, avenidas acima, enchendo praças, veio o povo, veio verdadeiramente um povo inteiro proporcionando um momento de unidade, desejo e luta que nunca mais ocorreria. Foi entre palavras de ordens inventadas, outras já feitas símbolo, que aquela massa humana, em toda a sua glória, acreditou e esse momento foi de uma beleza inexcedível.

Os grandes movimentos de massas são, em geral, horríveis. Sobretudo quando na sua origem não existe uma razão válida e justa. O grande arrebanhar de gentes para a glória dos soberanos e das suas cortes, por exemplo, promove espectáculos deprimentes, que hoje são feitos através de transmissões televisivas. Mas aquela primeira manifestação em liberdade, no primeiro 1º de Maio (como isto nos ressoou com insistência), foi a meu ver o que, num instante sem retorno, transformou um golpe militar numa revolução. Um uníssono dos que por décadas sofreram o que se sabe terem sofrido. Um coro dos sabiam ter direito a uma vida melhor e gritavam por isso. E por baixo, um sussurro que afastava o fedor da guerra, do racismo, do classismo, da inferiorização da mulher e de outros valores abjectos, requentados, obsoletos, numa palavra, feios de mais para sequer serem considerados. E isso foi belo. Vieira da Silva compreendeu imediatamente este momento e imortalizou-o no seu quadro “25 de Abril – A poesia desceu à rua”.

Nesta senda, o 25 de Abril devolveu beleza às nossas vidas. Abriu Portugal ao mundo, veio a música, veio o cinema, vieram os livros sem restrições. Foi a beleza da liberdade. As pessoas acreditavam que podiam lutar por condições de vida mais justas e dignas e essa crença era bela. Fizeram-se incontáveis reuniões, no trabalho e nas escolas, nos sindicatos e nos partidos. Falava-se sobre o que havia a fazer de igual para igual porque por um momento o fomos. Foram criadas leis que permitiam o acesso de todos (!) à educação e isso permitiu muito (nem imaginam). Era a beleza da igualdade. E houve mais: afinal, todos tinham o direito de ir ao médico e havia um hospital onde eram recebidos e tratados com o que necessitavam, independentemente do custo do tratamento. E todos perceberam como era bela a solidariedade.

“Foi bonita a festa, pá!”. Pois foi, Chico. Talvez tenha sido a festa mais bonita de sempre. Mas, olha, acabou. Eles souberam, como sempre, dar a volta ao texto para “tudo mudar para que tudo fique na mesma”. E hoje têm nomes feios como “empreendedores” e querem que tudo volte a ser só para alguns, mas desta vez dizem claramente que a culpa é tua porque não te sabes adaptar às condições do mercado e quem não se sabe adaptar às condições do mercado é porque ainda não percebeu que já não vive numa democracia, mas numa mercadocracia, em que as qualidades foram definidas em quantidades e tudo é valorizado em função da sua capacidade de produzir lucro, não entendendo a necessidade imperiosa e as virtualidades, nomeadamente estéticas, do prejuízo.

Ultimamente, Portugal juntou-se à Europa e aos EUA ao gerar em magro seio uma extrema-direita renovada, saída do armário onde a II Guerra Mundial a tinha remetido. E assistimos ao regresso do horrendo, do que julgámos inaudito, da estupidez argumentada, da frustração dos feios, dos valores abjectos. A direita é eticamente reprovavel e, em geral, na sua versão trauliteira, extremamente feia, roçando o repugnante. Vendem, como sempre venderam, a estupidificação e o obsceno. Gritam enormidades com convicção porque ganharam a força de pertencerem a uma horda, encabeçada por um chefe, cujo comportamento, geralmente, roça a histeria.

Quando do 25 de Novembro, ouvia-se “queriam transformar Portugal na Cuba da Europa”. Mas estavam enganados: queríamos transformar Portugal num país belo, de todos, incluindo dos portugueses. Nós, Camões, Vieira e Pessoa, falhámos redondamente. “Foi bonita a festa, pá!”. Pois foi, mas acabou, as luzes acenderam-se e poucos ainda resistem na pista. Não deixa de ser belo: resistir!

Blinken aborda práticas comerciais em reuniões em Xangai

O Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, abordou ontem, em Xangai, junto de funcionários do governo da “capital” económica da China, o que os Estados Unidos consideram ser práticas comerciais chinesas injustas.

Blinken reuniu-se com o principal responsável da cidade, o secretário local do Partido Comunista, Chen Jining, e “manifestou a sua preocupação com as políticas comerciais [chinesas] e as práticas económicas não mercantis”, afirmou o Departamento de Estado, em comunicado.

Blinken sublinhou que os Estados Unidos procuram uma concorrência económica saudável com a China e “condições equitativas para os trabalhadores e as empresas norte-americanas que operam” no país asiático. “As duas partes reafirmaram a importância dos laços entre os povos dos Estados Unidos e [da China], incluindo a expansão dos intercâmbios entre estudantes, académicos e empresários”, acrescentou.

Blinken chegou a Xangai na quarta-feira, pouco antes de o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinar um pacote de ajuda externa de 95 mil milhões de dólares que contém vários elementos susceptíveis de desagradar a Pequim, incluindo 8 mil milhões de dólares para Taiwan.

Em busca de compromissos

Pequim tem-se insurgido contra a assistência dos EUA a Taiwan e condenou imediatamente a ajuda como uma provocação perigosa. Também se opõe fortemente aos esforços para forçar a venda do TikTok, a plataforma de partilha de vídeos detida por uma empresa chinesa.

“Penso que é importante sublinhar o valor – na verdade, a necessidade – de um compromisso directo, de falarmos uns com os outros, de expormos as nossas diferenças, que são reais, e de procurarmos ultrapassá-las”, disse Blinken a Chen.

“Temos uma obrigação para com o nosso povo, e mesmo uma obrigação para com o mundo, de gerir de forma responsável as relações entre os nossos dois países”, afirmou. “É essa a obrigação que temos e que levamos muito a sério”. Chen disse esperar que Blinken obtenha uma “profunda impressão e compreensão” de Xangai, uma cidade repleta de arranha-céus, portos e mais de 25 milhões de pessoas que é um íman para jovens ambiciosos da China e do estrangeiro.

Pouco após a sua chegada, Blinken assistiu a um jogo de basquetebol entre os Shanghai Sharks e os Zhejiang Golden Bulls, com a equipa da casa a perder nos últimos segundos por 121-120. Com a corrida presidencial norte-americana a aquecer, não é claro quais as ramificações que uma vitória de Joe Biden ou do antigo Presidente Donald Trump poderá ter para as relações.

Concerto | Trio Mark Leung e músicos locais amanhã na FRC

É já amanhã que a galeria da Fundação Rui Cunha acolhe mais um espectáculo de jazz. Os protagonistas são o Trio Mark Leung, composto por músicos de Hong Kong, que se juntam aos músicos e colaboradores da Associação de Promoção de Jazz de Macau. Este é mais um evento incluído na série de espectáculos “Saturday Nigh Jazz” e serve de celebração aos 12 anos da FRC

 

Escreve-se amanhã mais um capítulo na história da iniciativa “Saturday Night Jazz”, criada pela Fundação Rui Cunha (FRC) para promover a música que se faz a nível local e também regional. A partir das 21h é possível ouvir composições de jazz tocadas pelo Trio Mark Leung, com músicos de Hong Kong, que se juntam aos músicos da Associação de Promoção de Jazz de Macau (MJPA, na sigla inglesa), presença habitual na FRC na realização deste tipo de iniciativas.

O concerto serve para celebrar o 12.º ano da FRC, um projecto que nasceu da mente do advogado Rui Cunha para promover a cultura local, mas também a dinamização do Direito de Macau.

O Trio Mark Leung adoptou o nome do seu guitarrista, que se junta ao baterista Felix Leung e ao baixista Kiu Fung Lee. Mark Leung esteve em Macau em Março do ano passado, quando apresentou o seu projecto mais regular, o “Olá Jazz Guys”.

O guitarrista fundou a “Olá School of Music” para desenvolver estudos de performance e educação musical no território vizinho, sendo também fundador da Free Music Association (FMA).

Mark Leung é ainda membro da Sociedade de Compositores e Autores de Hong Kong (CASH), além de ser considerado “um velho amigo” da MJPA, tendo inclusivamente estudado em Portugal com o músico de jazz Zé Eduardo, nome também habitual na cena local do jazz.

Segunda parte local

Se o espectáculo abre com o Trio Mark Leung, encerra com músicos de Macau e habituais colaboradores da MJPA, nomeadamente o guitarrista Mars Lei, seu presidente e nome habitual nestas iniciativas. Segundo a FRC, “os habituais artistas residentes irão tocar clássicos do jazz com a ajuda dos colegas de Hong Kong”.

Desde 2014 que o evento “Saturday Night Jazz” é organizado pela FRC em parceria com a associação, que é formada “por amantes de jazz que regularmente tocam, ensinam e exploram os vários estilos deste género musical, no âmbito de múltiplos projectos vocacionados para a juventude”.

Taipa | Dois feridos e 150 retirados de casa devido a incêndio

Um incêndio de grandes proporções no Edifício do Lago, na Taipa, obrigou à retirada de 150 pessoas de casa na madrugada de ontem e resultou em duas moradoras feridos, uma delas com queimaduras de primeiro grau. Os bombeiros suspeitam que um curto-circuito esteve na origem do fogo

 

Foto do jornal Ou Mun

Na madrugada de ontem, por volta das 05h da manhã, um apartamento no 9.º andar de uma das torres do Edifício do Lago, na Taipa, irrompeu em chamas. O cenário dantesco, com furiosas labaredas a fustigar as paredes exteriores do Bloco 4, levou à retirada de 150 moradores dos seus apartamentos e um grande aparato de socorro.

O Corpo de Bombeiros acorreu ao local e, com o auxílio de uma escada aérea, extinguiu o incêndio no apartamento do 9.º andar, que ficou severamente danificado, assim como o andar de cima e a parede exterior do edifício. Durante a intervenção dos bombeiros, os moradores foram retirados de suas casas e foram socorridas duas pessoas. Os moradores feridos foram uma mulher de 44 anos que reside no apartamento onde deflagraram as chamas, apresentando queimaduras de primeiro grau num braço e uma moradora, de 36 anos, de um apartamento no 29.º andar que sentiu falta de ar devido à inalação de fumo.

A mulher que sofreu queimaduras recebeu tratamento no local e recusou ser transportada para o hospital, mas a mulher que inalou fumo foi transferida para o Centro Hospitalar Conde de São Januário. Ambas as moradoras estão em estado estável.

História que se repete

Como é habitual nos incêndios residenciais que assolam o território, os bombeiros, numa primeira análise, suspeitaram que um curto-circuito tenha estado na origem do incêndio.

No primeiro trimestre deste ano, o Corpo de Bombeiros foi chamado a acorrer a incêndios 254 vezes, total que correspondeu a um aumento de 5,83 por cento em termos anuais. Deste total de saídas, em 204 ocasiões não foi preciso recorrer a mangueiras para extinguir o fogo, ou seja, em 80,3 por cento das saídas.

A estatística revelada há duas semanas destaca que as principais causas dos incêndios foram o esquecimento de desligar fogões, curto-circuito das instalações eléctricas, queima de incensos e velas/papéis votivos ou falhas mecânicas de equipamentos.

DST | Destacados pontos turísticos na zona norte

A fim de dar resposta à quebra de consumo registada pelos espaços comerciais e restaurantes da zona norte, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) criou um roteiro para novos pontos fotográficos nesta zona da península, a pensar na chegada dos feriados do 1.º de Maio, Dia do Trabalhador.

Este organismo aponta, em comunicado, que os turistas podem explorar as zonas de lazer da Pérola Oriental e do bairro do Fai Chi Kei onde foram colocadas as instalações “Descontrai-te, Diverte-te Macau!”, com a figura “PIGPI” e ainda a “Trendy Tour of Macao”. Além disso, aos fins-de-semana realizam-se espectáculos interactivos de “flash mob” e danças integrados no programa de encontro com a mascote da DST “Mak Mak”.

A DST diz estar ainda a realizar diversos trabalhos para dar resposta ao aumento do número de visitantes nos feriados de 1 a 5 de Maio, nomeadamente através da “promoção através de vários canais, o reforço da comunicação com os operadores turísticos e a realização de inspecções interdepartamentais”.

A ideia é “assegurar a qualidade dos serviços turísticos” e mostrar a quem vem de fora a “diversidade do ‘Turismo +’, de modo a aproveitar as festividades importantes, promovendo-se o turismo e a economia da cidade”.

Outro destaque dado pela DST é a nova exposição da LEGO no Museu do Grande Prémio, que estará aberto nos feriados. A mostra apresenta o modelo de um carro de fórmula 3 feito com legos, na escala 1:1. Será dada continuidade ao passeio de autocarro “Explorar o Circuito da Guia”, com duas sessões diárias entre os dias 1 e 5 de Maio, às 12h e 14h30.

Serão ainda lançados em Maio programas que visam o aumento do turismo nos bairros comunitários, nomeadamente “Passeios pela Rua da Praia do Manduco”, “Visita Guiada Modernizada à Cultura de Kun Iam” e ainda “Macau Full of Fun – Visitas guias às zonas comunitárias”.

Pedidos mais meios de pagamento electrónico

A Associação das Mulheres defende que o Governo deve incentivar o Metro Ligeiro e os Parques de Estacionamento a aceitar mais meios de pagamentos electrónicos, como Alipay e Unionpay. A posição da associação foi tomada através de um comunicado feito pela associação para elogiar o Governo pelo facto de os autocarros terem passado a aceitar estas formas de pagamento.

No comunicado, Hui Ho Chi, chefe do gabinete dos deputados Wong Kit Cheng e Ma Io Fong, afirmou que no futuro o Metro Ligeiro vai ser o principal meio de transporte, pelo que tem de aceitar mais meios de pagamento electrónico. Actualmente, estes meios podem ser utilizados nos balcões de pagamento do metro, mas não podem ser utilizados nas máquinas de pagamento.

Por esta razão, o também membro do Conselho Consultivo do Trânsito sugere que o Governo siga as práticas do Interior e de Hong Kong, e que permita aos passageiros fazerem o pagamento com códigos QR gerados pelo telemóvel.

Por outro lado, Hui Ho Chi também indicou que ainda não existe um sistema de pagamento unificado nos parques de estacionamento e nos parquímetros. Face a este cenário, o chefe do gabinete dos deputados das Mulheres espera que o Governo exija no concurso público a instalação de parquímetros novos e que as concessionárias dos parques de estacionamento disponibilizem mais meios de pagamento electrónico.

Galaxy | Novo hotel virado para o turismo de luxo em 2025

A partir do próximo ano, o empreendimento turístico Galaxy vai receber mais um hotel, desta feita da cadeia internacional Capella. A expansão significa a entrada da empresa no mercado da Grande Baía

 

A cadeia internacional Capella vai explorar um novo hotel que abre as portas no próximo ano no empreendimento turístico Galaxy. O anúncio foi feito ontem pela concessionária do jogo, e representa a expansão para Macau da marca Capella, presente actualmente presente em mercados como Singapura, Vietname, Interior ou Indonésia.

“Estamos muito entusiasmados por integrar no nosso empreendimento turístico esta magnífica hospitalidade ultra-luxuosa do século XXI, em parceria com a Capella Hotels and Resorts. Esta colaboração alinha-se com o nosso plano estratégico de crescimento de estabelecer marcas emblemáticas e únicas no mega hotel Galaxy Macau e não só”, afirmou Francis Lui, vice-presidente do Galaxy Entertainment Group, em comunicado. “Sentimo-nos honrados pelo facto de a mundialmente aclamada Capella Hotels and Resorts ter optado por estabelecer uma parceria connosco, permitindo que os hóspedes mais exigentes do mundo estabeleçam novas e autênticas ligações com Macau – um centro global de artes e entretenimento com uma rica história cultural e porta de entrada para a área da Grande Baía”, acrescentou.

Por sua vez, a vice-presidente do Capella Hotel Group destacou a entrada da empresa na Grande Baía, através de Macau. “O Capella at Galaxy Macau significa um momento crucial para a Capella Hotels and Resorts com a expansão para a área da Grande Baía”, afirmou Evan Kwee, vice-presidente do Capella Hotel Group, em comunicado. “Estamos entusiasmados por apresentar aos viajantes a herança rica e cultural de Macau, proporcionando experiências enriquecedoras, ao mesmo tempo que promovemos ligações significativas com a comunidade local”, frisou.

Abertura em 2025

O hotel Capella no Galaxy Macau vai ter 17 pisos e disponibiliza 36 Sky Villas e 57 Suites. Abre as portas em meados do próximo ano e o espaço é desenhado pela empresa Moinard Bētaille, com sede em Paris. De acordo com a informação adiantada ontem, os interiores foram inspirados nas colinas verdes de Macau.

“O Galaxy Entertainment Group concedeu-nos a liberdade excepcional para conceptualizar o Capella no Galaxy Macau. O espírito aventureiro e a rico da história de Macau levou-nos ao tema da selva tropical, evocando sentimentos de generosidade e modernidade, pontuados por deliciosas surpresas para os hóspedes”, descreveram Bruno Moinard e Claire Bētaille, representantes da Moinard Bētaille.

DSAL | Três feiras de emprego no início de Maio com 436 vagas

A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) vai organizar três feiras de emprego na primeira quinzena para irá disponibilizar 436 vagas para trabalhos de segurança, limpeza, venda a retalho em supermercados e hotelaria. As inscrições para as feiras de emprego abrem hoje, às 09h e encerram ao meio-dia de 2 de Maio.

A primeira sessão de emparelhamento está marcada para a manhã de 3 de Maio, no Edifício da FAOM na Rua da Ribeira do Patane, nº 2-6, onde os candidatos terão à disposição 124 vagas de emprego para os sectores da segurança e limpeza. Os cargos oferecidos são gerente de operações, gerente do departamento de segurança, gerente do departamento de limpeza, chefe de segurança, empregado administrativo do departamento de segurança, guarda de segurança do edifício residencial, agente de segurança do aeroporto, guarda de segurança e empregado de limpeza.

Na parte da tarde, será a vez dos sectores de venda a retalho em supermercados e de produtos alimentares, com 121 vagas para empregado de loja, arrumador de prateleiras, operador de caixa, preparador de produtos aquáticos e cortador de carnes.

No dia 6 de Maio, é a vez do sector da hotelaria oferecer 191 vagas de emprego numa sessão que decorre no 7.º andar do Hotel Grand Lisboa Macau. As vagas são para gerente de restaurante, gerente de segurança e higiene alimentar, supervisor de restauração, cozinheiro-chefe, escanção, cozinheiro e empregado de restauração.

Obras | Inspecções a 449 estaleiros resultam em cinco multas

Entre os dias 12 e 22 de Março, a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) enviou pessoal a 449 estaleiros ou locais de obras em Macau para “visitas inspectivas regulares de segurança e saúde ocupacional”.

Durante estas inspecções, foram emitidas um total de 48 recomendações de melhoria e aplicadas multas em cinco situações consideradas inseguras. A DSAL acrescentou que as multas envolveram situações como “falta de medidas de protecção colectiva nos trabalhos em altura e o uso inseguro da electricidade, tendo ainda emitido ordens de suspensão e de melhoramento a dois estaleiros onde encontrou risco de segurança e saúde ocupacional”.

Além disso, desde que passou a ser obrigatória licença para técnico superior de segurança e técnico de segurança na construção civil, a 14 de Março de 2023, até Março deste ano, foram aprovadas 799 licenças para técnico superior de segurança e 1 273 licenças para técnico de segurança na construção civil.

Num comunicado emitido ontem, a DSAL deu conta também da estatística de conflitos laborais em que interveio no primeiro trimestre deste ano, com “um total de 29 visitas inspectivas a 28 estaleiros de obra de grande envergadura, tendo sido obtidas 110 informações e acompanhadas de imediato as questões laborais encontradas”.

TNR | Poder do Povo pondera manifestação se exigências forem ignoradas

A associação Poder do Povo entregou ontem uma carta ao Governo a mostrar desagrado face à política de captação de quadros qualificados e guias turísticos não-residentes. Apesar de não planear, novamente, organizar uma marcha no dia 1 de Maio, a associação pondera sair à rua se as suas exigências forem ignoradas

 

A associação Poder do Povo entregou ontem cartas à Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais e à secretaria para a Economia e Finanças a demonstrar o seu desagrado face à política de contratação de guias turísticos e quadros qualificados não-residentes e argumentando que as medidas levantam muitas dúvidas à população.

O presidente da associação, Lam Weng Ioi, defende que seja dada prioridade a residentes para os trabalhos que o Governo gostaria de reforçar. Porém, quando questionado se iria organizar uma manifestação ou marcha no Dia do Trabalhador, como costumava acontecer antes da pandemia, o dirigente afastou essa possibilidade dos planos imediatos. “Não planeamos organizar nenhuma manifestação no Dia do Trabalhador. Mas podemos vir a fazê-lo se for oportuno e os nossos pedidos forem ignorados muitas vezes”, indicou.

Face à questão se estaria preocupado com a organização de uma manifestação, algo que deixou de existir em Macau, Lam Weng Ioi afirmou que a sua associação cumpre sempre a lei.

A Poder do Povo era uma das organizações de cariz laboral que costumava juntar-se ao tradicional cortejo reivindicativo do dia 1 de Maio, que desapareceu da agenda política da RAEM desde a pandemia.

Línguas não populares

Uma das reivindicações da Poder do Povo é dirigida à retórica usada pela Direcção dos Serviços de Turismo, que justificou a contratação de guias turísticos estrangeiros e não-residentes para corresponder ao desejo de atrair visitantes do exterior. “Recebemos queixas de sócios contra esta ideia. Se for necessário contratar guias turísticos que dominam línguas estrangeiras, os guias locais que falam chinês e inglês conseguem servir a maioria dos turistas,” afirmou ontem o presidente da associação.

Lam Weng Ioi acrescentou que as razões apontadas pelo Governo para contratar profissionais no exterior são fracas e que, cada vez mais, os turistas que visitam Macau são oriundos do Interior da China. Portanto, o dirigente duvida que haja um mercado de visitantes estrangeiros que justifique a contratação de não-residentes.

Em relação à política de captação de quadros qualificados no exterior, o presidente da Poder do Povo alerta para a possibilidade de a medida sofrer abusos, alimentando esquemas de fixação de residência, à semelhança do caso de corrupção que acabou na barra dos tribunais com a condenação de Jackson Chang.

O dirigente mostrou-se ainda incrédulo face à vontade do Governo de captar talentos exteriores que estudem em Macau. “Já temos muitos licenciados locais. Porque o Governo não considera dar prioridade a estas pessoas?”, questionou.

Ngan Iek Hang pede plano para espectáculos, apoios e objectivos a longo prazo

Ngan Iek Hang defende que o Governo deve formular um plano a longo prazo para o desenvolvimento de Macau como cidade de “espectáculos” e de “desporto”. A ideia foi sugerida através de uma interpelação escrita, divulgada ontem gabinete do deputado dos Moradores.

Segundo o deputado, o objectivo do Governo passa por diversificar a economia para as áreas do espectáculo e do desporto. Contudo, Ngan afirma que é necessário ter um plano para organizar os eventos desejados, mas também criar apoios para as empresas dessas áreas.

“O Governo tem intenções de criar um plano com objectivo a desenvolver a longo prazo no âmbito da ‘Cidade do Espectáculo’ e da ‘Cidade do Desporto’?”, questiona o legislador. Na opinião do deputado, um plano do género é essencial porque vai desenvolver “orientações mais claras para a futura trajectória de desenvolvimento”.

No mesmo sentido, quer saber se serão implementadas “mais medidas de apoio para incentivar as organizações e as empresas dos sectores artístico-cultural, desportivo, turístico e do jogo” para que desenvolvam “marcas únicas de Macau”.

Perguntas de ocasião

Na mesma interpelação, Ngan Iek Hang pretende também saber como a recém-criada comissão para os grandes espectáculos vai exercer as suas funções e encontrar recintos exteriores, que garantam que os residentes não são incomodados.

Por último, o deputado pretende respostas sobre o terreno exterior com capacidade para ter espectáculos com 50 mil pessoas, que o Governo indicou estar a procurar. Há dias, a secretária para os Assunto Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, indicou os terrenos do Cotai, perto da Nave Desportiva como a principal possibilidade.

Todavia, o deputado dos Moradores quer perceber se existem outras alternativas: “O Governo afirmou que gostaria de encontrar um recinto temporário na Taipa com capacidade para 50.000 pessoas para grandes espectáculos. Existe alguma pré-selecção?”, perguntou.

Ponte HKZM | Ella Lei pede melhoria no serviço de autocarros

A deputada do Operários considera que o Governo deve começar preparativos para ligar o território à fronteira da Ponte HZM por Metro Ligeiro. Ella Lei alertou ainda para a sobrelotação da rede de autocarros públicos

 

Ella Lei defende que o Governo precisa melhorar as ligações de autocarros à fronteira da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau (HKZM). O assunto é abordado numa interpelação escrita divulgada ontem pelo gabinete da deputada ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM).

No documento, a deputada começa por mostrar-se reticente pela opção de não estar planeada uma estação de Metro Ligeiro na fronteira da Ponte HKZM, dado ser uma das áreas mais movimentadas do território, principalmente quando há picos de visitas de turistas.

Como tal, Ella Lei pede que o Governo reformule a sua política de transportes, empregando uma visão de longo prazo: “À medida que as viagens entre Hong Kong e Macau se tornam mais convenientes, juntamente com a promoção mais activa para atrair turistas internacionais, aumentou o número de pessoas que utilizam o Posto Fronteiriço da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau”, indicou. “A pensar no longo prazo, as autoridades devem estudar a viabilidade de fazer uma ligação ferroviária para o posto fronteiriço, e começar a fazer os preparativos com a construção da Linha Leste do Metro Ligeiro”, avisou.

A Linha Leste do Metro Ligeiro vai fazer a ligação entre as Portas do Cerco, através da Zona A dos Novos Aterros, até ao Terminal Marítimo do Pac On.

Mas mesmo que o futuro imediato não passe pela criação de uma ligação do Metro Ligeiro à fronteira, Ella Lei alerta para a situação difícil de saturação da rede de autocarros públicos.

Mais passageiros

Citando os dados da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), a deputada indica que no quarto trimestre de 2023, o número médio diário de viagens de autocarro em Macau foi de 615.500, um aumento de 26,63 por cento face ao 2022. Além disso, aponta que o número de viajantes que entraram na fronteira da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau foi de aproximadamente 2,18 milhões, representando um aumento de 79 por cento em relação ao ano anterior.

Face ao aumento da procura de transportes, Ella Lei afirma que têm de ser criadas novas carreiras de autocarros com ligações directas para as fronteiras e com maior frequência, a pensar nos residentes.

“Confrontados com a crescente procura de transportes públicos que têm como destino a Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, muitos residentes que vivem nas áreas do Toi San e nas Portas do Cerco encontram dificuldades, porque quando entram nos autocarros estes estão excessivamente cheios e há falta de espaço, o que é agravado pelas várias bagagens transportadas”, justifica a deputada.

Face a este problema, e embora reconheça que nos picos de maior utilização pelos turistas o Governo tem criados autocarros especial, Ella Lei considera que não chega, e que é necessário acrescentar ligações, a pensar também nos residentes.

Fórum Macau | As “moderadas” ambições e o lado técnico do plano de acção

Terminada a sexta Conferência Ministerial do Fórum Macau, a académica Cátia Miriam Costa destaca as “questões técnicas” saídas do novo plano de acção e a “novidade considerável” que é a inclusão da Zona de Cooperação Aprofundada. Francisco José Leandro, da Universidade de Macau, entende que o plano é “moderadamente ambicioso”

 

Aquele que foi considerado um dos eventos políticos e diplomáticos mais importantes do ano no território, a Conferência Ministerial do Fórum Macau terminou na terça-feira com a apresentação de um novo plano de acção a implementar até 2027, sem esquecer os encontros com empresários dos países de língua portuguesa que trouxeram projectos e expectativas de maior cooperação.

Dois académicos analisaram o plano de acção saído da sexta conferência, a convite do HM, e entendem que traz algumas novidades, reforçando o papel de Macau como plataforma de comércio e serviços entre a China e os países de língua portuguesa.

Cátia Miriam Costa, académica ligada ao ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa e aos assuntos relacionados com a China e Macau, considera que, no novo plano de acção do Fórum Macau, a China “elenca uma série de questões técnicas, como por exemplo, as questões fitossanitárias ou o estabelecimento de seguros de crédito, que são uma novidade”. Na óptica da académica, são temas mais específicos que “constituem de facto obstáculos à circulação de bens e serviços”. Verifica-se, portanto, “a entrada em domínios técnicos específicos no que respeita ao alargamento das relações comerciais e o reforço da ideia de cooperação e outras áreas económicas e sociais como a saúde, a agricultura, ensino e cultura”.

Dividido em seis áreas, o plano de acção começa por abordar o tópico “Cooperação no comércio e investimento”, onde se incluem as linhas mais técnicas abordadas pela académica.

A China diz-se “disposta a apoiar e facilitar a participação de empresas dos países de língua portuguesa” em feiras de negócios, nomeadamente a Exposição Internacional de Importação da China, Feira de Importação e Exportação da China, Feira Internacional de Comércio em Serviços da China e Exposição Económica e Comercial China–Países de Língua Portuguesa (Macau), “entre outras importantes convenções e exposições”.

Pretende-se também, da parte de Pequim, “prestar seguros de créditos à exportação” para empresas chinesas e lusófonas com foco em “sectores prioritários como infra-estruturas, energias e construção naval”.

A China quer também “prestar apoio financeiro ao comércio, ajudando as empresas chinesas para expandir as importações provenientes dos países de língua portuguesa”. Além disso, o Governo Central pretende “prestar medidas de facilitação em matéria de inspecção sanitária e fitossanitária dos produtos alimentares e agrícolas importados” do mundo lusófono, além de cumprir o objectivo de criar guias de comércio e de investimento entre a China e os países de língua portuguesa.

Uma “ligação directa”

Cátia Miriam Costa entende que a sexta Conferência Ministerial veio materializar ainda mais a visão da China sobre Macau, considerando-o “um território essencial para a cooperação com os países de língua portuguesa”. “Agora materializa essa plataforma com uma proposta de ligação directa à China continental”, frisou.

Uma das novidades do plano de acção apontadas por Cátia Miriam Costa prende-se com a “indicação da Zona de Cooperação Aprofundada em Hengqin como espaço para desenvolvimento dos projectos que unam a China e os países de língua portuguesa”. Trata-se de um ponto que “reflecte a questão financeira, mas também científica e tecnológica”, sendo “indicador da vontade de dinamizar esta zona de cooperação e alargar o diálogo entre a China e os países de língua portuguesa a Guangdong”. É sinal de que as autoridades de Pequim pretendem uma cooperação que vá “além de Macau e que se projecte para a China continental”.

A cooperação na Zona de Cooperação Aprofundada de Guangdong e Macau em Hengqin surge no sexto ponto do plano de acção, intitulado “Cooperação na Plataforma Macau”. Nele lê-se que a China pretende, nesta região, apoiar a construção de uma “plataforma de serviços financeiros” e o desenvolvimento do “mercado internacional de obrigações em renminbi e patacas”.

Pretende-se ainda, neste domínio, dar apoio nas áreas da cooperação científica e tecnológica, promovendo projectos que se desenvolvam tanto na China, como Macau e o universo lusófono, e que tenham “condições para ser implementados de forma prioritária na Zona de Cooperação Aprofundada”.

A ideia é também, via Hengqin, apoiar Macau “na construção de um mecanismo de cooperação no sector audiovisual” através do “diálogo de políticas” e no fomento de projectos em “co-produção, intercâmbio de programas, cooperação técnica e formação de quadros”.

Comércio e saúde

Para Francisco José Leandro, académico da Universidade de Macau, o plano de acção sintetiza-se no apoio aos sectores da agricultura e educação, investimento nas áreas dos serviços médicos e turismo, sem esquecer a aposta na cooperação e serviços financeiros “em torno da utilização do renminbi e no desenvolvimento do eixo Cantão-Hengqin-Macau”. Contudo, o académico ressalva a importância de aguardar pela “versão final [do plano de acção] para melhor análise e estudo”.

“Há um esforço da parte chinesa no apoio às suas exportações através do crédito, seguros e facilitação da inspecção sanitária”, acrescentou Francisco Leandro. O académico destaca também “o interesse em reforçar o apoio à formação de quadros nos países de língua portuguesa, designadamente nas áreas médicas e da saúde, de turismo, da linguística e do audiovisual”.

Em termos gerais, considera que “o plano estratégico de cooperação agora aprovado é moderadamente ambicioso e aposta na continuidade do desenvolvimento das relações entre a China e os países de língua portuguesa”.

Relativamente à área da saúde, o plano de acção contempla todo um capítulo destinado à “cooperação médica e sanitária”, com a China a admitir a vontade de aprofundar as parcerias “entre hospitais associados da China e dos países de língua portuguesa”, com a prestação de “consultas gratuitas ou realizando outros projectos médicos de curto prazo”.

Relativamente à medicina tradicional chinesa, a China pretende aumentar a formação de quadros qualificados nos países lusófonos através do estabelecimento de centros de medicina tradicional chinesa. Além disso, Pequim quer “enviar aos países de língua portuguesa da Ásia e de África equipas médicas integradas no total por 300 pessoas”.

O plano de acção inclui ainda a área da economia azul, domínio onde “os ministros concordaram em promover o estabelecimento de parcerias relacionadas com a economia azul entre a China e os países de língua portuguesa, por forma a estudar e elaborar planos sectoriais, bem como desenvolver projectos de cooperação sustentável” nesta área.

Destaque ainda para as promessas de cooperação na área das pequenas e médias empresas (PME), pretendendo-se, através do Fórum, “organizar actividades de intercâmbio” entre empresas chinesas e lusófonas. Além disso, os ministros “acordaram em aproveitar a plataforma de Macau para desenvolver a cooperação em matéria de incubação, parceria e promoção de startups”.

Ainda na área do desporto, pretende-se o “reforço do intercâmbio e cooperação ao nível de diversas modalidades desportivas entre países participantes”, além de se “promover a formação de treinadores e outros técnicos”.

Seis em vinte

A China estabeleceu a RAEM como plataforma para o reforço da cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003 e, nesse mesmo ano, criou o Fórum de Macau. O organismo integra, além de Macau e China, nove países de língua portuguesa: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. A Guiné Equatorial foi o mais recente a aderir, à luz da adesão do país à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Cada país nomeia um delegado permanente em Macau, à excepção do Brasil que ainda não nomeou nenhum representante desde que o Fórum foi criado, mas que nesta sexta Conferência Ministerial expressou vontade de o fazer.

Tal foi revelado por Francisco Tadeu Barbosa de Alencar, secretário executivo do Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte brasileiro. Citado pela Lusa, este referiu não existir ainda qualquer decisão sobre um delegado permanente do Brasil no Fórum de Macau, mas indicou ser “um instrumento a considerar para fortalecer a relação” com o organismo.

Cinco conferências ministeriais foram realizadas em Macau em 2003, 2006, 2010, 2013 e 2016, durante as quais foram aprovados Planos de Acção para a Cooperação Económica e Comercial. Inicialmente prevista para 2019, a sexta conferência ministerial foi adiada para Junho de 2020, mas com a pandemia da covid-19 acabou por não se realizar. Em 2022, houve apenas um curto evento online que culminou com a assinatura de uma declaração ministerial.

Obras de Ding Li na galeria Humarish Club até Maio

A galeria Humarish Club, no empreendimento Lisboeta Macau, acolhe até ao dia 17 de Maio a exposição “La Dolce Vita” [A Vida é Bela] do artista chinês Ding Li, sendo esta a primeira vez que este revela a sua obra ao público local.

A exposição, realizada em parceria com a galeria Madein, apresenta obras que são uma espécie de retratos de figuras, com o artista a apresentar uma nova visão sobre “cenas do quotidiano através de pinceladas intrincadas”, criando “linhas de textura metálicas” e “texturas metálicas”, explica a organização em comunicado.

Ding Li apresenta, em “La Dolce Vita”, uma “linguagem visual profunda que estimula a contemplação e a exploração da criação artística por parte do público”.

Com esta mostra, o Humarish Club diz querer “enriquecer a diversidade do panorama cultural e artístico de Macau através da apresentação de obras de arte com características pessoais distintas, mostrando a integração da tecnologia digital e da pintura tradicional”, além de reflectir “a tendência da integração interdisciplinar”.

De Xangai a Paris

Nascido em Xangai em 1979, Ding Li formou-se em artes Academia de Belas Artes de Paris, França (École Nationale Supérieure des Beaux-arts de Paris). O artista dedica-se também à fotografia, onde explora “formas concisas e temas proeminentes, adoptando uma linguagem estilizada e madura aos seus temas e objectos”.

Ding Li acaba por centrar muito do seu trabalho em retratos de busto de uma ou várias pessoas, bem como paisagens, variando entre a pintura e a criação de imagens. O processo de criação artística funciona como um enfrentar “dos efeitos subsequentes desta tensão constante”.

Segundo a organização da mostra, o artista destaca “a natureza construída da imagem, deixando em aberto a possibilidade de resultados inesperados” para quem vê o seu trabalho. As suas pinturas “atraem a atenção do espectador não só pelo prazer que despertam as cores vivas e linhas curvas, mas também pelas mensagens e emoções incertas que transmitem”.

O artista baseia-se ainda em “experiências repetidas com o objectivo de definir uma expressão pura própria” no meio artística. Ding Li explora a pintura feita a partir de características materiais e apresenta uma nova linguagem visual através da reconstrução de tintas a óleo, tintas em spray, pincéis e molduras.

A mais recente exposição do artista foi apresentada no Museu de Arte de Guangdong, em Cantão, no ano passado, integrada no evento “Symphony of All the Changes: The 7th Guangzhou Triennial”.

Casa de Vidro | Imagens do 25 de Abril para ver até 19 de Maio

Está patente na Casa de Vidro do Tap Seac, até ao dia 19 de Maio, a mostra “50 Passos para a Liberdade: Portugal da Ditadura ao 25 de Abril”. Esta exposição é organizada pela Casa de Portugal em Macau e cedida pela Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril.

Na mostra retrata-se “os últimos anos da ditadura e os primeiros momentos depois do seu derrube, abrangendo o intervalo temporal entre Setembro de 1968 e Julho de 1974, com recurso a fotografias, cartazes, documentos e recortes de imprensa”. É feita uma divisão em quatro núcleos centrais, nomeadamente “Um regime à beira do fim”, “O derrube da ditadura”, “O dia inicial inteiro e limpo”, com referência ao célebre poema de Sophia de Mello Breyner, e ainda “Os primeiros dias em liberdade”. Esta exposição é itinerante e contém conteúdos em várias línguas para se adaptar aos vários países e regiões onde estará presente, sendo uma iniciativa com a colaboração do Camões – Instituto de Cooperação e da Língua (Camões – IP).

A historiadora Maria Inácia Rezola, comissária das celebrações do 25 de Abril em Portugal, adiantou à Lusa que “o ponto inicial é a célebre queda da cadeira de Oliveira Salazar”, explicando que a exposição percorre depois “alguns dos acontecimentos centrais do marcelismo, enfatizando questões como a luta dos movimentos de libertação africanos, as lutas sindicais e a luta dos católicos progressistas”.

A mostra analisa “a conspiração dos capitães e a preparação do 25 de Abril e do programa do MFA [Movimento das Forças Armadas]”, adiantou a comissária, vincando que a exposição dedica “um espaço muito particular ao próprio dia 25 de Abril” e conclui, no quarto núcleo, “retratando o que foram os primeiros momentos vividos em liberdade”.

Nomeadamente, acrescentou, abordando “a conquista da liberdade de expressão e a conquista do salário mínimo nacional, culminando todas estas novidades com a aprovação, a 27 de Julho de 1974, da lei 7/74, pela qual, finalmente, Portugal reconhece o direito dos povos à autodeterminação e à independência”.

Cuidar dos jovens

Se os jovens de um país são negligenciados não se tornarão adultos na posse de todas as suas capacidades e o futuro desse país estará em risco. Quando um país tem uma juventude forte, esse país será forte. É por isso que Xi Jinping, Presidente da República Popular da China, sempre deu muita atenção às acções e às políticas direccionadas para a geração mais jovem, e se preocupa com o seu futuro.

A recente vaga de problemas relacionados com a geração jovem de Macau fez disparar o alarme no seio da sociedade e revelou que existem muitas histórias desconhecidas para além dos contos encantados sobre a cidade. O patriotismo não se ancora em discursos vazios, mas sim em acções práticas. Quando os jovens prosperarem, o país prosperará. Se os jovens não se sentirem seguros, o país não gozará de segurança.

Recentemente, registaram-se vários incidentes aos quais estiveram associados jovens de Macau, como alunos do ensino básico que actuavam em grupo para intimidar idosos, ou como o caso de um jovem estudante (que residia numa instituição de acolhimento) que foi encontrado sozinho num restaurante de fast-food depois da meia-noite e ainda notícias de jovens estudantes que se suicidaram. As pessoas ficam perturbadas com estas notícias, mas é necessário perceber as causas destes comportamentos, para extirpar os problemas em vez tentar passar a imagem de que está tudo bem.

Nos casos de suicídio registados em Macau no primeiro trimestre de 2024 encontram-se vários jovens. De acordo com os dados publicados pela Secretaria para a Segurança, entre 2020 e 2023, registaram-se três suicídios e 95 tentativas de suicídio no grupo etário dos 0 aos 14 anos e 19 suicídios e 247 tentativas de suicídio no grupo etário dos15 aos 24 anos.

Recentemente, um certo órgão de comunicação criticou o “Grupo de Trabalho para o Acompanhamento da Saúde Mental e Física dos Jovens – Transportar o Amor”, criado pelas autoridades para combater as tendências suicidas, e lutar pela saúde física e mental dos estudantes. O Grupo convocou a sua primeira reunião de trabalho de 2024 para 4 de Março. A reunião foi efectuada à porta fechada e a imprensa não recebeu qualquer informação sobre a sua realização. Três dias depois da reunião, a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) publicou um comunicado de imprensa com 600 palavras, sem que exista qualquer menção ao problema do suicídio entre os jovens, nem se estes números subiram ou baixaram. Também não existem referências aos problemas do Grupo, às dificuldades que encontrou e nem à forma de melhorar as suas competências.

Evitar um problema não é forma de o eliminar. As autoridades de Macau minimizam frequentemente os relatos de casos de suicídio com o argumento de evitar causar “danos secundários”. Contudo, ao evitar causar danos secundários, não se evita a ocorrência de novas tragédias. A forma como as autoridades estão a reagir não difere muito da maneira como as avestruzes escondem a cabeça na areia para iludir o perigo!

Tomemos como exemplo o caso de alunos do ensino básico que se agrupam para intimidar pessoas idosas. À primeira vista, aparenta ser um caso de adolescentes mal-comportados, mas na verdade é uma falha de educação por parte da escola e da família. O outro caso é o do jovem rapaz que reside numa instituição de acolhimento. Porque é que ele fugia frequentemente da instituição de acolhimento e preferia ficar sozinho no restaurante até altas horas da noite, em vez de ficar a descansar em segurança? Basta pensar no que este adolescente, que perdeu o carinho da família, necessita desesperadamente? Seria uma escola onde ele entregava os trabalhos de casa e fazia os testes a tempo? Seria uma instituição de acolhimento residencial? Ou um departamento do governo que trataria dos assuntos de acordo com a lei? No séc. XXI, há muito que a sociedade de Macau saiu da pobreza, por isso como é que se permite que aconteça nesta cidade uma história que faz lembrar o “Oliver Twist”?

Os casos de suicídio não são apenas números, mas sim tragédias que revelam as condições e as circunstâncias das pessoas. No que diz respeito ao desenvolvimento dos adolescentes, devem ser prestados com cuidado todos os tipos de apoio de forma concreta e o apoio mais eficaz deve ser prestado à medida de cada um, conforme a sua situação. Os adolescentes que têm problemas e precisam de assistência não podem ser tratados como se não fossem importantes, empurrados de um departamento para outro. Todos os jovens se deparam com problemas no crescimento, e precisam de ser tratados com sinceridade, atitudes práticas e cuidados genuínos. Não há dificuldade que não possa ser ultrapassada com AMOR.

Pequim | Salão automóvel arranca em período de ascensão dos fabricantes

Os fabricantes mundiais de automóveis e novas empresas no segmento eléctrico revelaram ontem novos modelos e conceitos no maior salão automóvel da China, que se está a assumir como um importante concorrente das marcas tradicionais.

A Toyota e a Nissan anunciaram acordos com as principais empresas tecnológicas chinesas, numa altura em que se esforçam por satisfazer a procura dos clientes pela incorporação de serviços digitais e sistemas de inteligência artificial nos automóveis, incluindo funcionalidades de condução autónoma.

Os veículos eléctricos representaram cerca de um quarto de todas as vendas de automóveis na China, no ano passado.

O maior fabricante de veículos eléctricos da China, a BYD, apresentou dois automóveis que podem funcionar apenas com electricidade ou como híbridos e um SUV híbrido todo-o-terreno da sua marca de luxo Yangwang na gama de mais de 1 milhão de yuan.

“Os veículos eléctricos chineses, representados pelas séries Qin e Han [da BYD], conseguiram substituir em grande escala os automóveis tradicionais a combustível, e esta tendência é irreversível”, afirmou Lu Tian, chefe de vendas dos modelos Dynasty da BYD.

Um executivo da Chery, um fabricante chinês mais tradicional, apresentou uma perspectiva mais moderada. Li Xueyong, um director-geral adjunto, afirmou que a empresa prevê um futuro com 40 por cento de veículos a combustível, 30 por cento de híbridos e 30 por cento de eléctricos. A empresa planeia desenvolver automóveis movidos a combustível e a novas energias.

A BYD tem-se expandido rapidamente para os mercados estrangeiros, incluindo em Portugal.

O grupo está a construir uma fábrica no Brasil no local de uma antiga fábrica da Ford que fechou quando o fabricante norte-americano deixou o país. Duas outras montadoras chinesas, incluindo a Chery, já têm fábricas no Brasil.

A BYD foi responsável por 41 por cento das vendas de veículos eléctricos no Brasil nos primeiros três meses deste ano, embora o número total ainda seja relativamente baixo.

Corrida europeia

Os fabricantes chineses também estão a fazer incursões na Europa, o que suscita a preocupação de que possa constituir uma ameaça para os fabricantes de automóveis e os postos de trabalho europeus.

A União Europeia está a ponderar a possibilidade de impor taxas alfandegárias punitivas aos veículos eléctricos fabricados na China devido aos subsídios governamentais que impulsionaram o crescimento da indústria.

A proliferação de fabricantes de veículos eléctricos, incentivada por benefícios fiscais e subsídios à energia verde, deu origem a uma feroz guerra de preços que deverá conduzir a um abanão e à consolidação do sector nos próximos anos.

Para os fabricantes estrangeiros, a ascensão dos concorrentes chineses desafiou-os a acelerar o desenvolvimento de novos modelos de automóveis elétricos para se manterem competitivos.

“Em nenhuma outra região do mundo a transformação da indústria automóvel é tão rápida como na China”, afirmou Oliver Blume, Diretor Executivo da construtora alemã Volkswagen, num evento no salão automóvel.

“Este mercado tornou-se uma espécie de ‘ginásio’ para nós”, afirmou. “Temos de trabalhar mais e mais depressa para o manter”, observou.

A Nissan quer assinar um memorando de entendimento com a tecnológica chinesa Baidu. O presidente da empresa, Makoto Uchida, disse que a Nissan precisa de satisfazer as necessidades dos clientes chineses e a velocidade a que o mercado está a mudar. “Se não conseguirmos responder nestes dois aspetos, será muito difícil manter o nosso negócio na China”, afirmou.

A Toyota anunciou uma parceria com a tecnológica chinesa Tencent. As marcas norte-americanas presentes no salão incluíram a Lincoln, a Cadillac, a Buick e a Chevrolet. A Ford apresentou um visual musculado ligado à sua história, contando a história do Mustang e do Bronco – que descreveu como um “veículo utilitário desportivo” quando foi lançado em 1966 – e mostrando as versões mais recentes desses modelos.

ONU lança em Macau rede para desenvolvimento responsável e sustentável da IA

A Universidade das Nações Unidas (UNU) lançou hoje, em Macau, uma rede para o desenvolvimento responsável e sustentável da Inteligência Artificial (IA), que pretende apresentar propostas à cimeira do futuro, prevista em setembro. “Queremos criar uma plataforma global que pense, planeie e atue em conjunto nas questões que a IA levanta, com o setor privado, governamental, sociedade civil e comunidade em geral”, disse o reitor da UNU, Tshilidzi Marwala.

“Os problemas que a IA coloca atualmente são grandes” e, por isso, há que “juntar todos aqueles setores da sociedade para pensar, planear e atuar em conjunto”, salientou o sul-africano.

Mais de 120 oradores de cerca de 30 países debateram, na conferência organizada pelo Instituto das Nações Unidas no território, desenvolvimento sustentável e responsável da IA, bem como perigos e desafios.

Sob o tema “IA para todos: Colmatar as diferenças e construir um futuro sustentável”, três vertentes estiveram em foco: acelerar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), governança futura da IA e desenvolvimento das capacidades com uma IA inclusiva, equitativa e justa.

Na abertura, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura disse que Macau quer receber “talentos e peritos das áreas científicas e tecnológicas de todo o mundo para virem para a RAEM [Região Administrativa Especial de Macau] no intuito de iniciarem e desenvolverem os seus negócios”, depois de as autoridades terem destacado a indústria de “tecnologia de ponta” como uma das quatro principais indústrias locais, incluindo a IA, como as prioridades de desenvolvimento para os próximos cinco anos.

Nesse sentido, Elsie Ao referiu a implementação de várias políticas como o lançamento do programa de captação de quadros qualificados no âmbito da indústria de tecnologia de ponta, no âmbito da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau e da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin.

“A RAEM também se concentra no empenho da construção de um ‘Centro de Intercâmbio e Cooperação de Ciência e Tecnologia entre a China e os Países de Língua Portuguesa’ para atrair projetos de inovação científica e tecnológica nacionais e estrangeiros para se estabelecerem na RAEM, na Zona de Cooperação Aprofundada e na Grande Baía”, indicou.

A cimeira do futuro deverá decorrer na sede da ONU, em Nova Iorque, e é mais um dos esforços do secretário-geral para colocar a Agenda 2030 e os 17 ODS “no caminho certo”.

25 Abril | A revolução que passou despercebida em Macau e que chegou através de um cantor

Quando há 50 anos Portugal saiu à rua para celebrar o fim da ditadura, foi um músico do regime que revelou a novidade em Macau, onde o alcance do Estado Novo não se sentia da mesma forma.

Rui de Mascarenhas atuava no Mermaid, um clube noturno no Hotel Lisboa, em Macau, quando a Revolução dos Cravos derrubou a ditadura a mais de dez mil quilómetros. E foi através deste “cantor do regime”, nascido em Moçambique, que a notícia chegou ao centro do poder do território, conta à Lusa o investigador da história de Macau João Guedes.

Mascarenhas deu a novidade ao então diretor da Emissora de Radiodifusão de Macau (atual Rádio Macau) Alberto Alecrim, que a transmitiu ao governador José Nobre de Carvalho. Só mais tarde a informação da liberdade chegou a todos, através de um noticiário da rádio britânica BBC, “retransmitido pelas estações de rádio de Hong Kong”.

Esta é a “história corrente” de como abril de 1974 alcançou Macau. Mas e como é que a notícia foi comunicada a Mascarenhas?

“Eu só vejo uma hipótese que é a seguinte: ninguém tinha telefones para ligar para Lisboa, a não ser a tropa. Terá ido aos correios telefonar para alguém?”, sugere.

Nobre de Carvalho abandonou o posto nesse mesmo ano, mas não imediatamente após Abril, “ao contrário dos outros governadores das colónias”, provavelmente pelo caráter “não extremista” e por não ter sido “ostensivamente defensor de Salazar”, analisa o investigador.

Mas este facto é também reflexo das raras transformações produzidas no imediato pela revolução em Macau. Não mudou nada no dia seguinte, “nem nos muitos dias seguintes”, declara João Guedes, até porque “Portugal estava tão longe, e os problemas que preocupavam Macau e que deram origem à Revolução de Abril não se sentiram de forma alguma” na cidade.

“Alegria zero, porque ninguém sabia o que se queria, o que é que era a democracia e essas coisas. Os chavões daquele tempo [do Estado Novo] eram quase desconhecidos aqui e, portanto, isto era a China, não tinha nada a ver com a propaganda salazarista”, diz Guedes, salientando que alguns investigadores são unânimes em dizer que Macau foi sempre “uma colónia muito especial, porque tinha sempre um governo português de Macau e um governo sombra chinês de Macau”.

Sinal também de que os tentáculos da ditadura nem sempre se estenderam ao território foram as barreiras criadas à polícia política portuguesa. Conta João Guedes que Macau foi o único território ultramarino onde não existiu PIDE.

Mas anos antes desse Abril, deu-se uma tentativa de abrir uma delegação em Macau. “Não fazia sentido que houvesse em todos os outros lados e não houvesse em Macau e de maneira que [Portugal] mandou dois ou três agentes da PIDE para cá. Quando chegaram a Hong Kong, foram recebidos no [antigo] aeroporto de Kai Tak por oficiais da polícia (…) que lhes disseram ‘os senhores não são bem-vindos a Macau e têm de embarcar de novo rumo a Portugal, porque a China não vos deixa entrar em Macau'”, conta.

Mais tarde, já com o novo governador José Garcia Leandro, também militar, sinais de maior abertura sentiram-se na região, embora Guedes sublinhe que “não se ganhou democracia nenhuma”, apenas se “distendeu um pouco a asfixia política”.

Dois anos depois, em 1976, a criação do Estatuto Orgânico de Macau atribuiu mais poderes ao governador e levou à remodelação da Assembleia Legislativa, com mais membros, mas permanecendo uma minoria o número de eleitos por sufrágio direto.

Alguns destes episódios são abordados por João Guedes no documentário “25 de Abril: A Revolução a Partir de Macau”, exibido na terça-feira no Consulado-Geral de Portugal em Macau.

Bruxelas | Pequim acusa UE de proteccionismo

A China acusou ontem a União Europeia de proteccionismo, depois de Bruxelas ter anunciado uma investigação sobre os contratos públicos chineses para a compra de dispositivos médicos, por suspeita de práticas discriminatórias contra produtos europeus.

“A UE apresenta-se sempre como o mercado mais aberto do mundo, mas tudo o que o mundo exterior pode ver é que está a caminhar gradualmente para o proteccionismo”, afirmou o porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin, em conferência de imprensa.

Bruxelas declarou ontem que suspeita que a China favorece os fornecedores locais no mercado dos dispositivos médicos, nomeadamente através da sua política de “comprar na China”, de acordo com o aviso de abertura do inquérito publicado no boletim oficial da UE. Se estas alegadas medidas discriminatórias não cessarem, o procedimento permitirá à UE penalizar as empresas chinesas nos concursos europeus.

“Exortamos a Europa a cumprir a sua promessa de abertura dos mercados e de concorrência leal, a respeitar as regras da Organização Mundial do Comércio e a deixar de utilizar o mais pequeno pretexto para suprimir e restringir” o acesso das empresas chinesas, insistiu Wang.

“A UE tem utilizado frequentemente os seus instrumentos comerciais e as suas medidas de ajuda ao comércio, mas estas apenas enviam sinais proteccionistas, visam as empresas chinesas e prejudicam a imagem da UE”, afirmou. O inquérito terá agora de apurar os factos no prazo de nove meses.

Livraria Portuguesa | Livro sobre empreendedorismo lançado amanhã

É já esta sexta-feira, a partir das 18h30, que será lançado na Livraria Portuguesa a obra “Jornada do Empreendedorismo”, da autoria de Marcos Barbosa Rodrigues e Luís Rasquilha. A apresentação caberá a José Alves, director da Faculdade de Gestão da Universidade Cidade de Macau.

Marcos Barbosa Rodrigues é, segundo uma nota da Livraria Portuguesa, um “empreendedor visionário com uma larga experiência no mundo executivo e empresarial”, sendo formado em Empreendedorismo e Gestão da Inovação pela Universidade Católica Portuguesa. O co-autor deste livro é actualmente CEO da Polis CV e presidente do Conselho Superior das Câmaras de Comércio e Turismo de Cabo Verde.

Esta obra explora a área do empreendedorismo, explicando aos leitores que se trata de “muito mais do que criar um negócio”, mas também de “um estado de espírito, uma forma de encarar desafios, olhar possibilidades onde outros vêem obstáculos e transformar paixões em empreendimentos prósperos”.

Desta forma, o livro “mergulha nas raízes do empreendedorismo, explorando as suas origens históricas e o crescimento no mundo contemporâneo”. Os autores revelam histórias de empreendedores e desvendam “os elementos-chave” desta área, “desde a identificação de oportunidades até à construção de uma empresa e sua gestão do negócio”. Esta obra apresenta-se como um “convite para a transformação num agente de mudança” e a possibilidade de “abraçar o espírito empreendedor e transformar as suas aspirações em realidade”.

China | Criadas regras para jogos de futebol internacionais para evitar “publicidade enganosa”

A Associação de Futebol da China (CFA) publicou ontem regulamentos mais rigorosos para a organização de jogos internacionais no país, na sequência do descontentamento entre os adeptos chineses suscitados pelos casos de Lionel Messi e Cristiano Ronaldo.

Os novos regulamentos, que visam acabar com a “desorganização e a publicidade enganosa”, obrigam os organizadores a divulgarem publicamente as condições de participação dos jogadores utilizados como chamariz, antes da venda dos bilhetes.

As regras proíbem também os organizadores de prepararem e participarem em jogos internacionais sem autorização da CFA e punem os infractores com a proibição de registar eventos semelhantes durante, pelo menos, dois anos. Os regulamentos estabelecem igualmente requisitos mais rigorosos no que se refere à apresentação da documentação pré – evento.

Os organizadores devem agora apresentar com 80 e 60 dias de antecedência os planos dos eventos, as confirmações da FIFA, os acordos com equipas estrangeiras e as listas do pessoal estrangeiro envolvido. A CFA também baniu a publicidade que confirme o jogo antes da aprovação do organismo internacional e exigiu que os organizadores melhorem as condições de venda de bilhetes.

Lesões e desilusões

Em Novembro, a digressão do clube norte-americano Inter Miami na China, que contava com a presença do argentino Messi e dos espanhóis Sergio Busquets e Jordi Alba, entre outros jogadores de renome internacional, foi cancelada apenas quatro dias antes do primeiro jogo no país.

Mais recentemente, em Fevereiro, a presença de Messi e do uruguaio Luis Suárez foi anunciada para outro amigável do Inter Miami em Hong Kong, mas nenhum dos jogadores entrou em campo devido a lesão, provocando a ira dos adeptos.

Em Janeiro, o jogo que o Al-Nassr, da Arábia Saudita, iria disputar na cidade de Shenzhen, no sul da China, com a presença de Cristiano Ronaldo, também foi cancelado devido à lesão do craque português nos dias que antecederam o encontro.

Após a publicação dos novos regulamentos, os utilizadores da rede social Weibo rapidamente apelidaram as regras de “Cláusula Messi”, em referência à ausência do vencedor do Campeonato do Mundo no amigável na antiga colónia britânica.