É a FIA quem manda aqui

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]stá aí mais um Grande Prémio de Macau, um motivo de orgulho para os locais que, ao longo de gerações, construíram um dos maiores, se não mesmo o maior, cartaz automobilístico do Sudeste Asiático. O 63º Grande Prémio será o primeiro sob a batuta da recém-criada Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau (COGPM), com o Instituto do Desporto à cabeça, aproveitando o que absorveu à defunta Comissão do Grande Prémio de Macau e assessorado, na parte desportiva, pela Associação Geral do Automóvel de Macau-China (AAMC).

Se, em termos organizativos, nada de especial transpirou cá para fora, já o mesmo não se pode dizer em termos desportivos. Este início de funções da COGPM, que tem os mesmos 200 milhões de patacas de orçamento para o evento deste ano, tem sido atribulado.

Primeiro, o histórico Barry Bland bateu com a porta e a imprensa internacional, principalmente a de língua inglesa, não perdeu tempo para crucificar Macau e as suas gentes. A COGPM foi apanhada de calças na mão e não foi capaz de dar uma resposta construtiva a tempo e horas. Depois, foi a troca de pneus Yokohama pelos Pirelli na prova de F3, numa manobra da exclusiva responsabilidade da FIA e em que a inocente RAEM apanhou novamente por tabela, sem saber mais uma vez defender-se na praça pública. Por fim, nos bastidores, é cozinhada a saída do TCR International Series da Corrida da Guia no final deste ano e, para não variar, a resposta da COGPM foi um mutismo frouxo.

João Costa Antunes já cá não está, pelo menos numa função tão visível. Gostasse-se ou não da personagem, uma coisa é certa: dava o corpo às balas e não se escondia atrás de ninguém. Não era um homem dos automóveis mas, ao fim de décadas à frente do evento, aprendeu como o sistema funcionava e sabia como jogar nos bastidores.

Agora, o homem do leme é o presidente do Instituto do Desporto, Pun Weng Kun, que, pelas entrevistas já dadas, pouco sabe da matéria-prima do evento, está a tentar aprender e refugia-se em respostas evasivas quando o assunto não domina. Pun está assessorado, em termos desportivos, pelo AAMC, uma associação envelhecida que sempre se pautou por uma postura austera, fechada, adversa à imprensa e a qualquer tipo de opinião do exterior. Também ela, para fugir a qualquer responsabilidade gorda, se esconde atrás de alguém – neste caso dos homens das camisas azuis e sotaque francês.

Bland é há muito uma “persona non grata” pela FIA de Jean Todt. Saiu Bland e a FIA deu um rebuçado a Macau, chamou “Taça do Mundo” à corrida de F3, algo que, a bem da verdade, não traz nenhuma mais-valia à corrida, mas que fica bem na fotografia. Lotti, outra “persona non grata” na Praça da Concórdia, e o seu TCR estão de saída e o FIA WTCC parece que é novamente bem-vindo a Macau. Em 2017, as três maiores corridas de automóveis do Grande Prémio de Macau poderão estar entregues à FIA e aos seus desejos. Ficam à mercê do AAMC duas corridas de suporte, apenas duas, a Macau Road Sport e a Taça CTM. Isto porque a Taça da Corrida Chinesa só visita o Circuito da Guia porque “outro valor mais alto se levanta”, como diria o poeta.

No meio disto tudo, salve-se o 50º Grande Prémio de Motociclismo que, parecendo passar pelos pingos da chuva, festeja um Jubileu de Ouro em plena forma. Num circuito pensado para corridas de automóveis, a única corrida de motociclismo de velocidade de estrada no continente asiático continua de boa saúde e este ano apresenta-se como uma das corridas mais interessantes de seguir. Não é por acaso que é a corrida favorita do público.

Mas como o que realmente importa para o espectador e será lembrado daqui a 50 anos são os episódios que se passarão nestes próximos quatro dias dentro de pista, vamos todos torcer para que o São Pedro também ajude e que a 63ª edição seja memorável pela positiva, por todos aqueles que anonimamente tornam este evento possível todos os anos, e por todos os que hoje e no passado lutaram e lutam para o que o Grande Prémio de Macau chegasse ao patamar de reputação em que hoje está.

17 Nov 2016

Trânsito | Grande Prémio provoca alterações já a partir de amanhã

Em contagem decrescente para mais uma edição do Grande Prémio de Macau, os Serviços para os Assuntos de Tráfego dão a conhecer as medidas que se aplicam ao trânsito e as alterações nos autocarros. Há 43 carreiras que têm percursos diferentes nos próximos dias

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]o que obriga um circuito citadino: todos os anos, com a chegada do Grande Prémio de Macau (GPM), há que repensar o trânsito dentro e fora da Guia. Ontem, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) deu a conhecer as alterações previstas para os próximos dias, que implicam, desde logo, a mudança provisória os itinerários de 43 carreiras de autocarros.

De quinta-feira a domingo, as carreiras 1A, 3, 3A, 10, 10A, 10B, 10X, 12, 28A, 28B, 28BX, 32, AP1 (em direcção ao Aeroporto) e N1A deixam de parar no Terminal Marítimo do Porto Exterior. Em alternativa, os passageiros poderão optar por duas carreiras (12X e 31), sem terem de pagar, para se deslocarem entre o terminal marítimo e a Praça de Ferreira do Amaral, ou entre o terminal marítimo e o Fórum. O serviço da carreira H2 será também suspenso.

Para aliviar a pressão viária em algumas vias, explica a DSAT, deixará de se efectuar escalas nas paragens “Campo Desportivo Mong-Há” e “Centro Actividades Turísticas”. As carreiras 8 e 28C não vão passar pela Travessa da Amizade, mas sim pela Rua de Malaca em direcção à Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, suspendendo-se a paragem “Jai Alai”. O terminal destas carreiras mudará temporariamente para a paragem provisória do Fórum.

Além das carreiras 5, 5X, N1A e N2, foi mudado o circuito das carreiras 1A, 3, 3A, 8, 10, 10A, 10B, 10X, 12, 23, 28A, 28B, 28BX, 28C e 32 que passarão pela paragem “Av. R. Rodrigues/Hotel Nam Yue”, mas nela não efectuarão escala. Na paragem “Ouvidor Arriaga /Xavier Pereira”, as carreiras 1A, 3A, 10, 10B e 17 irão passar mas não fazem escala, ao passo que as carreiras 16, 28B, 28BX, AP1 e N1B vão efectuar escala. Além da carreira 32, as carreiras 1A, 3A, 10, 10B, 17, 28B, 28BX e N1B vão passar pela “Est. do Reservatório”, mas não efectuarão escala.

A DSTA explica que, para que os residentes fiquem a par do ajustamento do circuito das carreiras durante a realização do GPM, as operadoras do serviço de transportes públicos vão afixar os avisos nas paragens em causa. Além disso, os Assuntos de Tráfego vão mobilizar pessoal para várias paragens e vias para prestar apoio aos passageiros, e deixam um conselho aos residentes: devem planear o percurso que vão fazer, sair de casa mais cedo e optarem por andar a pé “ou em outros meios de transporte público”.

Mudanças ao volante

Vão ser ainda implementados alguns condicionamentos provisórios em várias vias de Macau. O troço da Rua Cidade de Sintra, entre a Praça de Ferreira do Amaral e a Avenida 24 de Junho, situada a sul do jardim das Artes, passará a efectuar-se em dois sentidos de circulação, das 10h de quarta-feira às 19h de domingo. Ao mesmo tempo, ficarão vedadas ao trânsito as duas faixas centrais para inversão de marcha, existentes no lado oposto à Rua de Cantão e junto à Praça de Ferreira do Amaral. O troço da faixa direita da Avenida de Marciano Baptista, junto ao Fórum de Macau, ficará demarcada ao uso de autocarros, das 20h de quarta-feira à 01h da madrugada do dia 21, segunda-feira.

Amanhã, a partir das 21h, e até às 18h de domingo, o viaduto da Estrada da Bela Vista passará a processar-se em dois sentidos de circulação e será invertido o sentido de circulação no troço da Estrada da Bela Vista, entre o Edifício Fok Hoi e o viaduto da Estrada da Bela Vista, ou seja, os veículos poderão passar pelo Edifício Fok Hoi em direcção ao viaduto da Estrada da Bela Vista.

O troço da Estrada de Ferreira do Amaral, entre a Rua de São João Bosco e a Estrada de D. Maria II, passará a efectuar-se em dois sentidos de circulação. Por sua vez, a execução do corredor exclusivo para transportes públicos na Avenida de Almeida Ribeiro, durante os feriados e domingos, será suspensa no domingo: os veículos poderão circular normalmente entre a Rua Central e a Rua dos Mercadores.

15 Nov 2016

Grande Prémio de Macau | TCR vai embora e WTCC deverá regressar

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Corrida da Guia deixará de pontuar para o campeonato TCR International Series a partir do próximo ano. Mas as novidades podem não ficar só por aqui. O Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCC), que em 2014 se despediu de Macau, deverá estar de volta já em 2017.

O calendário provisório para a temporada de 2016 do campeonato TCR International Series já circula entre as equipas e o Circuito da Guia não consta desse rascunho. O regulamento técnico do TCR serviu para colmatar o vazio deixado pelo WTCC em 2015 na Corrida da Guia, quando o mundial de carros de turismo rumou a outras paragens. O ano passado e novamente este ano, a Corrida da Guia será pontuável para os campeonatos TCR International Series e para o TCR Asia Series, no entanto, este ano a corrida não se cinge apenas aos concorrentes dessas duas competições como em 2015. Dos 36 inscritos da “Corrida da Guia Macau 2.0T Suncity Grupo”, apenas 25 carros são provenientes dos dois campeonatos TCR. Há 5 concorrentes convidados, com viaturas que seguem o regulamento TCR, e 6 outros concorrentes provenientes do Campeonato Chinês de Carros de Turismo (CTCC), uma competição com uma regulamentação técnica bastante diferente, o que terá gerado algum mal estar.

A organização do campeonato liderado por Marcello Lotti, ex-promotor do WTCC, ainda não fez nenhuma comunicação oficial sobre o assunto. Contudo, segundo o que apurou o HM, a “oportunidade de terminar a temporada de 2017 com a Fórmula 1” e a “alteração da regulamentação da corrida”, que abriu a porta à participação de outro tipo de viaturas, como aquelas provenientes do CTCC e do homologo britânico, sendo que deste último campeonato nenhum arriscou uma visita à RAEM, terão dado motivação à organização do TCR International Series para abdicar daquele que era o “cabeça de cartaz” do seu calendário a par com a corrida nocturna no Grande Prémio de Singapura no fim-de-semana da Fórmula 1. Macau poderá ser mesmo substituído pelo circuito de Monte Carlo no Mónaco, no calendário de 2017 do TCR International Series.

De acordo com as fontes ouvidas pelo HM, o fim desta ligação “TCR-Guia” abriu as portas ao regresso WTCC, o principal campeonato de carros de turismo da Federação Internacional do Automóvel (FIA),  isto numa altura em que novel Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau e a federação internacional andam de mãos dadas. A FIA manteve a Taça do Mundo de GT no território e deu o estatuto de Taça do Mundo também à prova de Fórmula 3, o que torna o Grande Prémio de Macau o único evento que engloba duas Taça do Mundo FIA num só fim-de-semana.  Caso consiga reintroduzir o WTCC em Macau, a FIA dará um bónus a um campeonato que passa por dificuldades visíveis e que precisa de todo o tipo de ajudas para se renovar.

Volta que estás perdoado

Após dez anos consecutivos com muitas histórias para contar, o WTCC despediu-se em 2014 de Macau, uma resolução que não foi do agrado das equipas e pilotos, nem sequer do promotor do evento. François Ribeiro, o responsável máximo da Eurosport Events, a empresa que tem os direitos de promoção do WTCC, disse na altura que o “WTCC amadureceu durante os seus dez últimos anos” e que a sua organização decidiu procurar novas alternativas, em novos palcos, onde “seja possível abrir novos mercados, ter melhor horários televisivos e estarmos mais próximos da nossa base, permitindo o regresso mais rápido à Europa”. O dirigente francês gostaria que as duas corridas do WTCC fossem realizadas no sábado à tarde, ocupando o lugar actualmente da corrida do Grande Prémio de Motos no programa, pois, em termos de transmissão televisivas para o continente europeu, serviria melhor os seus interesses. Sem espaço em Macau, o WTCC rumou ao Catar, onde realiza uma prova nocturna de encerramento de temporada que não tem nem metade de resplendor que tinha a visita anual ao território. O campeonato gerido pela Eurosport Events está a viver um período difícil. A Citroen e a LADA estão de partida, deixando apenas a Honda e Volvo como únicas equipas de fábrica presentes. Esta temporada o WTCC teve sempre inúmeras dificuldades em reunir mais de duas dezenas de concorrentes e tudo indica que voltará a passar por dificuldades para juntar mais de dezena e meia de participantes em 2017.

Instado a comentar sobre o assunto, François Ribeiro não confirmou, nem negou a vontade do WTCC em regressar às ruas do território. “Nós nunca dissemos que não queríamos regressar à Corrida da Guia que foi, e que continua a ser, uma das corridas icónicas da Ásia, e que sempre dá sempre deu boas-vindas à exposição mediática internacional”, disse Ribeiro.

7 Nov 2016

Tiago Monteiro falou do regresso à Guia

[dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]iago Monteiro será o único representante português na edição deste ano da Corrida da Guia do Grande Prémio de Macau. O ex-piloto de Fórmula 1 falou pela primeira vez sobre o desafio que irá ter pela frente nas ruas da RAEM, onde irá tripular um Honda Civic TCR nº81 da equipa sueca WestCoast Racing.

Monteiro voltou a reafirmar que Macau é “um dos locais favoritos” para correr e que sempre teve “gosto em correr de Fórmula 3  e carros de turismo”.  Após ter competido primeiro de Fórmula 3 no Circuito da Guia, na altura como vice-campeão francês da especialidade, o portuense foi presença regular neste evento quando o Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCC) visitava Macau. Aliás, é uma má memória na última participação no território que dá uma motivação extra ao actual piloto oficial da Honda.

“Tenho uma questão pendente,  já que da última vez que lá estive (em Macau) estava a liderar a corrida a três curvas do fim, quando um problema mecânico me obrigou a abandonar. De certeza que quero algum tipo de vingança”, admite o piloto de 40 anos que é o actual terceiro classificado no WTCC.

Tal como em 2015, este ano a Corrida da Guia irá marcar pontos para o campeonato TCR International Series, competição que tem atraído vários ex-pilotos do WTCC, como Pepe Oriola, James Nash ou Gianni Morbidelli. Apesar de não ter qualquer tipo de pressão para obter resultados, pois não tem qualquer interesse nas contas do campeonato, Monteiro reconhece que não será fácil ombrear com os melhores pilotos deste campeonato  internacional de carros de turismo, sabendo em antemão que o conhecimento da viatura por parte da concorrência é muito maior que o seu.

“Eu sei que o nível do TCR International Series é bastante alto. Eu conheço a maior parte dos pilotos da frente, portanto estou ciente que a tarefa que tenho pela frente será dura, especialmente porque eles completarão uma temporada inteira com os seus carros. Se eu conseguir ficar na frente, ficarei contente pois é esse o meu objectivo”, realça Monteiro, que afirma ainda que “antes de tudo, eu pretendo desfrutar e dar meu máximo, como é habitual”.

Tiago Monteiro detém o melhor resultado de sempre de um piloto português na Corrida da Guia, ao ter terminado na segunda posição na primeira corrida do WTCC em 2013, resultado que obviamente gostaria de superar.

3 Nov 2016

Álvaro Mourato bastante realista para o Grande Prémio de Macau

[dropcap style≠’circle’]Á[/dropcap]lvaro Mourato é um dos pilotos do território mais conceituados nas corridas locais de carros de turismo. Contudo, este ano o piloto macaense não acredita que será fácil levar o seu Peugeot RCZ à posições de primazia no Grande Prémio de Macau.  Antes de enviar o carro de construção francesa para Macau, Mourato esteve a testar, como a maioria dos pilotos do território que participarão na Taça de Carros de Turismo de Macau – CTM, no circuito vizinho de Zhuhai. Estes foram os últimos preparativos antes da grande corrida do mês de Novembro. “Tive alguns problemas electrónicos e problemas sobreaquecimento no carro durante o campeonato de Macau de Carros de Turismo, o MTCS, e tive que fazer umas alterações antes do Grande Prémio”, clarificou ao HM o piloto do território.

A Taça de Carros de Turismo de Macau – CTM, mais conhecida apenas por “Taça CTM”, não é uma das corridas “cabeça de cartaz” do programa de provas do Grande Prémio, mas mais de duas décadas de história tornam-na numa das corridas mais simbólicas de carros de turismo do sudeste asiático.

Este ano, a “Taça CTM” volta a reunir um bom leque de condutores asiáticos da especialidade e vários participantes da RAEM. Para a edição de 2016, Mourato espera “ser classificado entre os melhores 70% dos concorrentes de Macau”. Este objectivo é aparentemente modesto para quem é um ex-vencedor da saudosa Taça Hotel Fortuna, mas permite-lhe assim manter o indispensável subsidio para as provas fora do território da Fundação Macau no próximo ano. O espírito combativo de Mourato é reconhecido no paddock e certamente todos gostariam de o ver a lutar pelos lugares cimeiros numa corrida em que os pilotos de Hong Kong, mais abonados, gozam actualmente de uma certa hegemonia. “Não posso dizer que é 100% impossível (lutar pelos lugares cimeiros), pois tudo pode acontecer durante uma corrida, mas posso dizer que será quase impossível ir ao pódio”, afirma o piloto do Peugeot nº20 inscrito pelo Team Endless.

A regulamentação técnica em vigor nesta corrida é apenas utilizada nos campeonatos de Hong Kong e Macau. Isto quer dizer que os pilotos têm que adquirir um automóvel equipado com um motor 1.6 litros turbo na sua versão de estrada e depois adaptá-lo à regulamentação e evolui-lo, o que acarreta custos altíssimos. “Esta categoria de 1.6T é cada vez mais para as equipas profissionais e não para nós; equipas de amigos e não profissionais”, explica Mourato. “Para conseguires chegar ao nível da Teamwork Motorsport, que coloca quatro carros para pilotos como o Paul Poon ou Samson Fung, é quase impossível! Eles têm uma equipa profissional por traz a trabalhar a tempo-inteiro e a preparar os carros deles! Eles pagam para o campeão do mundo dos carros de turismo, o Rob Huff, testar-lhes os carros!”

Mourato recorda com alguma saudade a categoria N2000, que servia de espinha dorsal à Taça Hotel Fortuna e cujos custos de participação eram bem mais simpáticos para aqueles que participam nas corridas com orçamentos limitados.  Tal como muitos outros pilotos do território, Álvaro não nega que gostaria de ver um dia novamente no evento do Circuito da Guia “uma corrida de carros de turismo em que RPMs máxima dos motores fosse controlada, o tamanho do turbo também e uma só marca dos pneus…”

Sem Malásia

Nos últimos anos Mourato vinha sendo uma presença assídua no campeonato “Malaysian Super Series “, na categoria de carros de turismo, no entanto, este ano o piloto da RAEM foi forçado a ficar de fora. Devido às obras realizadas no Circuito de Sepang, para a recepção à Fórmula 1, o calendário de provas do campeonato organizado pelo circuito malaio foi anunciado mais tarde no ano, o que inviabilizou o projecto do piloto da terra.  “A data limite de entrega do pedido de subsidio de 2016 forçou-me a desistir. Tínhamos que entregar o pedido antes de 29 de Fevereiro e era impossível confirmar tudo tão cedo! Para não ter problemas, decidi não fazer este campeonato”, reconhece Mourato, que no entanto, admite que competir no “Malasyan Super Series” lhe permitia “ganhar mais ritmo de corrida e o ajudava, como piloto, a preparar melhor a participação no Grande Prémio“.

28 Out 2016

Félix da Costa está de regresso ao Grande Prémio de Macau

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Carlin anunciou ontem que o português António Félix da Costa irá regressar à corrida de Fórmula 3 do Grande Prémio de Macau. O vencedor da edição de 2012 junta-se assim ao sueco Felix Rosenqvist e ao espanhol Dani Juncadella como ex-vencedores da prova que este ano regressarão a uma corrida que ganhou este ano o estatuto de Taça do Mundo FIA.

O piloto português recebeu um convite inesperado de Trevor Carlin e depois do aval da BMW Motorsport, com quem tem contrato, Félix da Costa aceitou o desafio de voltar a conduzir Dallara-VW da equipa inglesa num dos seus circuitos favoritos. “Macau é um lugar especial, é apenas condução pura. A adrenalina que sentes a conduzir entre paredes é algo que não sentes noutro lado qualquer”, disse o piloto luso.

O piloto de Cascais representou a equipa oficial da BMW no campeonato alemão de turismos DTM este ano e tem participado no campeonato de carros eléctricos Fórmula E. A última corrida de Félix da Costa de Fórmula 3 foi precisamente em Macau há três anos quando terminou a corrida no segundo posto, apenas atrás de Rosenqvist. Portanto, sem ter o ritmo na disciplina dos seus adversários, Félix da Costa confessa que “a verdade é que não tenho nada a ganhar em voltar a Macau, mas quando recebi este convite da organização e o telefonema do Trevor Carlin não consegui dizer que não, vou voltar sobretudo pela paixão que tenho por esta corrida. Além disso vou encontrar alguns pilotos que conheço bem e que também já ganharam o Grande Prémio de Macau, além de novos talentos da Fórmula 3 que se querem mostrar.”

Entretanto António encontra-se na Áustria numa sessão de dois dias de testes de Fórmula 3 em Red Bull Ring, isto de forma a ambientar-se novamente a um carro que já não se senta há mais de dois anos.

Félix da Costa foi o segundo piloto português a vencer a corrida de Fórmula 3 do Grande Prémio de Macau, repetindo o feito de André Couto em 2000.

Brasileiro na equipa

A boxe da Carlin falará mais português nesta edição do Grande Prémio do que é habitual. A equipa inglesa também anunciou que irá contar com o serviços do brasileiro Sérgio Sette Câmara. O piloto “canarinho” da Red Bull Junior Team irá ocupar o lugar do chinês Peter Li Zhi Cong que sofreu um violentíssimo acidente na prova de Red Bull Ring e ainda não recuperou totalmente das lesões sofridas, tendo desistido de participar na prova da RAEM. Apesar de não ser um nome sonante do automobilismo brasileiro, nem este ano ter impressionado no Campeonato da Europa FIA de Fórmula 3, Câmara é o piloto que tem a melhor volta ao Circuito da Guia de Fórmula 3, obtida o ano transacto, na sua estreia na RAEM.

“Macau é definitivamente a corrida de Fórmula 3 mais esperada da época. A atmosfera é espectacular e o prestígio que ganhas ao vencer a corrida faz com que todos façam dêem o seu melhor”, disse o brasileiro que parte confiante para o desafio que tem pela frente. Os “rookies” britânicos Jake Hughes e Lando Norris completam a equipa.

25 Out 2016

Rosenqvist é cabeça de cartaz do Grande Prémio de F3

Felix Rosenqvist é o cabeça de cartaz da edição deste ano do Grande Prémio de Macau, que decorre entre 17 e 20 de Novembro. O piloto sueco volta para tentar bater um recorde e ser o primeiro tricampeão na Fórmula 3. Apesar da ausência do campeão europeu, a organização diz esta será uma das melhores corridas de sempre, indica a rádio Macau

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] edição deste ano do Grande Prémio Fórmula 3 de Macau soma já duas notícias de última hora. Além da passagem de testemunho para a Federação Internacional do Automóvel (FIA), esta semana soube-se que o campeão europeu de Fórmula 3, Lance Stroll, não vem a Macau por ter “outros compromissos”.
A emissora frisa ainda que Frédéric Bretrand, director da FIA, garante que a corrida deste ano será tão boa ou até melhor do que as anteriores porque há mais carros do que nunca e os melhores entre os melhores marcam presença.
“Em relação a Lance [Stroll], lamentamos que não esteja aqui. Mas julgo que tem outras questões para resolver e desejamos-lhe o melhor futuro. A lista de participantes é fantástica. Quando se vê o número de pilotos que estão a voltar depois de já terem ganho a corrida uma vez…Só querem estar aqui mais uma vez por causa deste título de Taça Internacional. Em cima disto, temos ainda os números 2,3, 4 e 5 do campeonato da Europa”, sublinha Frédéric Bretrand, citado pela rádio.
Pela primeira vez, a prova rainha do Grande Prémio recebe a chancela da FIA, o que faz com que, também pela primeira vez, Macau receba, ao mesmo tempo, duas Taças do Mundo. Se vai ou não continuar a ser assim, é uma questão de esperar para ver: “Vamos dar um passo de cada vez. Fazemos este ano e vamos ver o que acontece no próximo. Mas é certo que, se for um sucesso, há uma forte hipótese de continuarmos para sempre”, indica a emissora.
Na edição deste ano, Macau mantém a Taça do Mundo de GT. Além do actual campeão, Maro Engel, voltam a marcar presença Edoardo Mortara, que soma várias vitórias no circuito da Guia, e o piloto de Macau André Couto, que este ano compete com um Lamborghini.
Nesta edição, assinalam-se também os 50 anos do Grande Prémio de Motos. Vão competir Peter Hickman, actual campeão, e os veteranos Michal Rutter, Stuart Easton, McGuinness e Ian Hutchinson. O piloto de Macau Rodolfo Ávila não participa nesta edição. De Portugal, regressa Tiago Monteiro.

Três pilotos portugueses no Grande Prémio Macau

Três pilotos portugueses vão participar na 63.ª edição do Grande Prémio de Macau, em Novembro, quando a Fórmula 3 passa, pela primeira vez, a contar para a Taça do Mundo da Federação Internacional Automóvel (FIA).
Tiago Monteiro volta a Macau a uma nova versão da corrida Guia, a “Corrida da Guia Macau 2.0T”, depois de o Campeonato Mundial de carros de turismo, WTCC, ter deixado de se disputar na cidade.
Na segunda Taça GT Mundial da FIA participa André Couto, que corre tradicionalmente com as cores de Macau, e o Grande Prémio de Motos conta novamente com a presença de André Pires (Bimota), foi ontem anunciado.
Na Fórmula 3 não competem portugueses, mas a corrida conta com o sueco Felix Rosenqvist, que vai tentar vencer pela terceira vez consecutiva em Macau.
Destaque ainda para pilotos de topo da lista do Campeonato Europeu de F3 da FIA, como o alemão Maximilian Günther, o neozelandês Nick Cassidy e os britânicos George Russel e Callum Ilott.
Já o canadiano Lance Stroll, que se sagrou campeão do circuito europeu no passado fim de semana, cancelou a ida a Macau por motivos de agenda.

Lista agrada

“A lista de entrada é óptima. Quando vemos o número de pilotos que voltam depois de já terem vencido a corrida, é porque querem estar novamente cá devido a este título mundial. Além disso, temos o número três, quatro e cinco do campeonato europeu, a corrida vai ser difícil”, disse Fréderic Bertrand, director da Federação Internacional do Automóvel (FIA), em conferência de imprensa.
Com a Taça do Mundo de F3, Macau passa a ser o único lugar do mundo que recebe simultaneamente duas Taças do Mundo, em termos de desporto motorizado, destaca a organização. A decisão de manter a competição mundial será um processo a determinar “passo a passo”.
“Realizamos [a Taça] este ano e vemos o que se vai passar no próximo. Mas certamente que, se for bem-sucedido este ano, há uma boa oportunidade de continuar para sempre. Esperamos que seja pelo menos tão bom como antes e talvez um pouco melhor. Quando olhamos para o nível dos pilotos podemos esperar uma corrida muito dura”, afirmou Bertrand.

Pirelli e o concurso

O envolvimento da FIA fez mudar o fornecedor de pneus, passando da Yokohama para a Pirelli. “Essa é outra das diferenças de estar ligado à FIA, temos um processo muito justo de concurso para escolher o fornecedor. A Pirelli venceu. A Yokohama também concorreu mas não conseguiu”, explicou Bertrand.
O Grande Prémio de Motos assinala este ano a 50.ª edição e, por esse motivo, os três primeiros classificados vão receber um prémio adicional. Marcam presença dos britânicos Peter Hickman (campeão do ano passado), Martin Jessopp (segundo classificado em 2015), Michael Rutter (campeão oito vezes e terceiro classificado no ano passado), Stuart Easton (três vezes campeão), John McGuiness e Ian Hutchinson. O Grande Prémio de Macau realiza-se entre 17 e 20 de Novembro.

7 Out 2016

Fórmula E | Hong Kong prepara-se para a prova com caras conhecidas do GP de Macau

[dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] já este fim-de-semana que Hong Kong se veste a rigor e recebe a sua primeira prova de automobilismo nas ruas da cidade. Na sua terceira temporada, o Campeonato FIA de Fórmula E, uma competição exclusiva para viaturas eléctricas, visita pela primeira vez o sul da China. Inicialmente oferecida a Macau, a prova da Fórmula E na ex-colónia inglesa cumpre o sonho da Associação Automóvel de Hong Kong (HKAA) e de várias gerações que lutaram anos a fio contra a oposição das autoridades locais para garantir um evento que em todo se assemelhasse ao Grande Prémio de Macau.
Este evento, que vai ter como plano de fundo o Porto Victoria, só é hoje possível dada a vontade do governo de Hong Kong em promover as novas tecnologias amigas do ambiente, onde se incluem os carros eléctricos. A cidade vizinha goza de padrões de mobilidade cobiçados por outras grandes cidades e tem a circular actualmente mais de quatro mil viaturas eléctricas, graças aos apoios do governamentais.
“Enquanto Singapura tem a Fórmula 1 e Macau tem o Grande Prémio, Hong Kong parece o último lugar que nos possa vir à cabeça quando falamos de corridas de carros. Muitos em Hong Kong gostam de automobilismo e têm um alto nível de conhecimento sobre sustentabilidade, o que faz desta cidade um sítio ideal para acolher a Fórmula E,” diz Alan Fang, o CEO da Formula Electric Racing (Hong Kong) Limited, a empresa promotora da competição no território vizinho. “É a nossa missão promover a mensagem da sustentabilidade através de um novo tipo de automobilismo e é por isso que o governo nos deu tanto apoio quanto tivemos que colocar esta corrida juntos.”
Apesar da promoção da prova a cabo do Turismo de Hong Kong não ter sido nada de extraordinário, de acordo com os residentes, todos os 40 mil bilhetes terão sido já vendidos para os dois dias do evento. Para além da corrida única de cinquenta minutos da Fórmula E, que inclui uma paragem nas boxes para troca de carro, haverá no programa uma corrida para 16 celebridades e pilotos de renome de Hong Kong com viaturas eléctricas da marca Volkswagen. O circuito de 1860 quilómetros de perímetro foi desenhado pelo arquitecto português Rodrigo Nunes.

Caras conhecidas

Entre os vinte pilotos que compõem a grelha de partida da Fórmula E estão várias caras conhecidas do Grande Prémio de Macau. O português António Félix da Costa, emprestado pela BMW Motorsport à equipa da família Andretti, com quem o construtor alemão tem uma parceria técnica, vai participar na sua terceira temporada. O vencedor do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 em 2013 vai finalmente concentrar-se a tempo inteiro e é um dos favoritos à luta pelas primeiras posições.
Félix da Costa não é o único ex-vencedor da prova de Fórmula 3 do Circuito da Guia. A defender as cores do construtor indiano Mahindra está o sueco Félix Rosenqvist, vencedor na RAEM em 2014 e 2015, e a representar a Audi Sport ABT está o brasileiro Lucas Di Grassi, que ganhou em 2006. Também presente vai estar o alemão Maro Engel, vencedor o ano passado da primeira edição da Taça do Mundo FIA de GT. Na DS Virgin Racing será possível encontrar o argentino José María López, o penúltimo piloto a vencer uma corrida do WTCC nas ruas do território.
O campeonato tem várias outras estrelas, como Nelson Piquet Jr, filho do incontornável ex-campeão do mundo de Fórmula 1 e que a FIA não quis que participasse no Grande Prémio de Macau deste ano, Nicolas Prost, filho de Alain Prost, ou os ex-pilotos de Fórmula 1 Sébastien Buemi e Jêrome D’Ambrosio.

7 Out 2016

Yokohama perde exclusivo de pneus do GP ao fim de 33 anos

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Conselho Mundial da Federação Internacional do Automóvel (FIA) comunicou na madrugada de quarta-feira que a Pirelli será o fornecedor exclusivo de pneus da Taça do Mundo FIA de Fórmula 3. O construtor italiano de pneus irá ocupar o lugar até aqui da Yokohama que desde a primeira edição, em 1983, assumia esse papel. A Pirelli, que fornece em exclusivo os pneus para a Fórmula 1, não tem na sua gama de pneus um exemplar para a Fórmula 3, apesar de fornecer as “borrachas” que equipam os monolugares dos campeonatos GP2 e GP3 Series. A Pirelli terá levado a melhor nesta adjudicação sobre a Yokohama e sobre a sul-coreana Kumho, dois construtores com maior experiência na Fórmula 3. Dado que as equipas e pilotos de Fórmula 3 não tiveram qualquer contacto com estes pneus até hoje, o comportamento destes poderá ser um factor decisivo em termos de resultados na tarde do dia 19 de Novembro. Para além da Fórmula 3, a Pirelli também manteve a exclusividade da Taça do Mundo FIA de GT, mas no caso dos carros de Grande Turismos a empresa milanesa tem um vasto historial. A empresa transalpina é fornecedora oficial de pneus das Blancpain GT Series, a maior competição da especialidade na Europa e que é gerida pela empresa SRO Motorsports Group, que este ano assume uma vez mais o papel de relações com os concorrentes na prova de GT da RAEM. Em Março de 2015, a Pirelli foi vendida à China National Chemical Corp (ChemChina) por 7,7 mil milhões de euros. Desde ai o quinto maior fabricante de pneus do mundo tem reforçado a sua presença em termos desportivos no continente asiático, particularmente na República Popular da China.

30 Set 2016

F3 | Piloto de Macau Andy Chang vai para a terceira participação na prova

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]ndy Chang Wing Chung vai sair do retiro temporário. O piloto de 19 anos da RAEM, que o ano passado fez meia temporada do Campeonato da Europa FIA de Fórmula 3, vai disputar as duas últimas provas do europeu – Imola e Hockenheim – como preparação para a refeita Taça do Mundo FIA de Fórmula 3 do Grande Prémio de Macau. O piloto de Macau assinou um contrato para estes três eventos com a equipa inglesa T-Sport e irá tripular um Dallara-NBE.

“Temos vindo a falar com o Andy há já alguns anos e estamos muito satisfeitos por colocarmos de pé este programa juntos”, afirmou Russell Eacott, o patrão da equipa T-Sport, que acredita que a experiência do jovem do território será uma mais valia na edição deste ano da prova.

Concentrado nos estudos em Inglaterra, e sem apoios que lhe permitam competir na Fórmula 3 ao mais alto nível a tempo inteiro, Chang ainda não fez uma única corrida de monolugares esta temporada, tendo apenas participado numa prova de karts no início do ano para manter a forma. Depois de se ter estreado no Circuito da Guia na edição número sessenta na corrida da Formula Masters China Series com um 7º lugar, Chang irá para a sua terceira participação na prova de Fórmula 3 do Grande Prémio de Macau.

Em 2014, Chang classificou-se no 19º lugar e o ano passado terminou na 14ª posição. Ukyo Sasahara será o companheiro de equipa do jovem nesta aventura, no entanto o japonês irá utilizar um motor Tomei construído pela ThreeBond no Japão, ao passo que Chang terá à disposição um motor arquitectado no Reino Unido pela Neil Brown Engineering.

Apesar de não ser uma das equipas de topo da Fórmula 3 internacional, a T-Sport conseguiu um surpreendente pódio na corrida do território em 2014 com o neo-zelandês Nick Cassidy. Contudo, sem o ritmo dos seus adversários, Chang não poderá almejar muito mais que um resultado dentro do 15 primeiros. Com a demissão de Barry Bland da co-organização da prova e a confusão que lhe seguiu, as inscrições para esta corrida apenas terminam no dia 30 de Setembro, sendo que a lista de inscritos só será conhecida no final de Outubro, aquando da tradicional conferência de imprensa de apresentação do evento.

22 Set 2016

GP | Corrida de F3 é Taça do Mundo de F3 da FIA

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Comissão do Grande Prémio de Macau anunciou ontem ao final da noite que a corrida do Grande Prémio de Fórmula 3 passa, nesta edição, a ter o estatuto de Taça do Mundo de F3 da Federação Internacional de Automóveis.

A FIA autorizou Macau a organizar a Taça do Mundo de F3 em seu nome, passando assim o Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 “oficialmente” a Taça do Mundo de Fórmula 3 da FIA. É a Federação quem vai agora liderar e coordenar todos os trabalhos técnicos da corrida desde os regulamentos das corridas, aos contactos e inscrição de pilotos.

A notícia chega depois da polémica em torno da saída de Barry Bland da empresa organizadora do campeonato desde 1983, a Motor Racers Consultants. A Comissão do Grande Prémio de Macau dá a entender que a decisão de Bland está ligada à alteração do estatuto da corrida, apesar de ter sido dada a conhecer primeiramente a demissão do responsável.

“Com o Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 a passar de Taça Intercontinental a Taça do Mundo de F3, as especificações do evento diferem das edições dos anos anteriores e os trabalhos passam ser liderados pela FIA. A Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau respeita a decisão pessoal de Barry Bland perante a alteração do evento, reconhecendo os esforços e contributos feitos no passado”, escreve o Governo num comunicado. “O Grande Prémio de Macau tem sido bem acolhido por pilotos locais e estrangeiros e ainda por fãs e visitantes de todo o mundo, tendo alcançado também o reconhecimento ao mais alto nível da FIA.”

A Comissão diz que os preparativos decorrem dentro da “normalidade e de forma gradual”. O programa provisório da edição deste ano contempla não menos de quatro corridas internacionais: Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 – Suncity Grupo – Taça do Mundo de F3 da FIA (Federação Internacional do Automóvel ), pelo segundo ano consecutivo a Taça GT Macau- Taça do Mundo de GT da FIA, a 50 ª edição do Grande Prémio de Motos de Macau – Suncity Grupo, a Corrida da Guia de Macau 2.0T – Suncity Grupo. O programa de corridas de apoio incluirá a Taça de Carros de Turismo de Macau, o Macau Road Sport Challenge e a Taça da Corrida Chinesa – Suncity.

As inscrições para a prova nobre do território terminam a 30 de Setembro. A informação sobre o programa e a lista de participantes serão divulgadas no início do mês de Outubro.

15 Set 2016

Grande Prémio | FIA tranquiliza equipas e garante prova de Fórmula 3

Os responsáveis da Federação Internacional Automóvel (FIA) reuniram com os chefes de equipa para os tranquilizar e garantem que serão feitos todos os possíveis para que a prova da RAEM decorra dentro da normalidade e asseguram que o transporte está também em andamento.
Segundo o que o HM apurou, a Federação Internacional, que terá mais peso na organização da prova a partir de agora, informou as equipas que tudo será organizado segundo os parâmetros habituais e que irá disponibilizar mais pormenores nos próximos dias às equipas.
As reacções surgem depois da demissão de Barry Bland do cargo de coordenador da Taça Intercontinental FIA de Fórmula 3 do Grande Prémio de Macau, que foi obviamente assunto no paddock do Campeonato Europeu FIA de Fórmula 3 que se disputou no passado fim-de-semana no Circuito de Nurburgring, na Alemanha. Depois da inesperada notícia da semana transacta, a incerteza e preocupação reinavam no paddock da competição que mais carros fornece à prova da RAEM. Muitas das equipas aguardam impacientemente instruções para poderem preparar a prova e vários pilotos, que tinham já verbalmente acertado a sua presença na prova, vão ter agora que esperar por uma resposta final sobre a sua participação.
“As equipas foram todas apanhadas desprevenidas. Até aqui, quando o assunto era o Grande Prémio de Macau, as equipas falavam com Barry Bland. Com a demissão ficamos todos à nora, pois não sabemos com quem falar, nem sequer como vai ser a prova”, explicou um Team Manager que preferiu ficar no anonimato. No entanto, apesar do oceano de dubiedades, em muito ajudado pela a incapacidade da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau em prestar um esclarecimento público rápido e assertivo, há um tom de esperança nos discursos.
O transporte, que alegadamente estava atrasado em dois meses, estará a ser arranjado e não será fonte de preocupação. Recorde-se que a federação internacional tem vindo a estudar a possibilidade de mudar o estatuto da prova de Fórmula 3 de Macau, promovendo-a a Taça do Mundo à imagem da actual corrida de GT.

Quem era o Sr Bland?

Barry Bland foi quem em 1982 convenceu Rogério Santos, na altura o presidente do Leal Senado de Macau, a introduzir a Fórmula 3 no Circuito da Guia, quando a organização da prova considerava trazer a Fórmula 2 para substituir a decadente Fórmula Atlantic. Esta aposta foi a mais acertada, saltando o Grande Prémio para a ribalta internacional. Durante estes últimos trinta anos, o inglês, que sempre primou pela discrição, foi o elo de ligação entre as equipas de F3 que vêm a Macau. Era a Motor Race Consultants, a empresa de Barry Bland, que preparava toda a logística, tanto de carros, como das equipas. Bland, o “Ecclestone da F3”, como lhe chamou a imprensa inglesa a semana passada, foi também peça instrumental em acordos celebrados entre equipas e pilotos, pouco prováveis de acontecer sem a sua influência. Era também ele que fazia de elo de ligação entre a FIA e os delegados técnicos e as equipas. O capital de confiança que gozava o inglês junto do paddock permitiu que a prova mantivesse sempre o seu elevado estatuto de “grande evento de final de ano”, mesmo em períodos em que a F3 passou por maiores dificuldades.

13 Set 2016

Grande Prémio | ID garante normalidade apesar da saída de organizador

Barry Bland, da empresa que coordena as corridas de F3 do território, bateu com a porta. Queixa-se de atrasos na organização e diz que não há ainda quem transporte as infra-estruturas para a corrida principal do Grande Prémio. O ID diz que está tudo a andar

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]stá tudo a decorrer normalmente. É que o garante o Instituto do Desporto (ID) ao HM, face à recente notícia da demissão de Barry Bland, responsável pela Motor Race Consultants, empresa que tem coordenado as corridas de F3 do Grande Prémio de Macau desde o seu início em 1983. O ID reage, dizendo que os preparativos continuam e que os padrões internacionais vão continuar a ser respeitados.

A decisão de Bland foi dada a conhecer no final da semana passada. De acordo com a revista AutoSport, o responsável bateu com a porta devido a atrasos na organização da corrida, este ano pela primeira vez a cargo do ID.

Até hoje, os regulamentos da prova não foram ainda entregues, sendo que a data limite para as inscrições das equipas era dia 9 de Setembro. De acordo com a Autosport, as normas costumavam ser divulgadas em Abril. Para Barry Bland, a forma como o processo está a decorrer “não é muito satisfatória” e “há muitas perguntas sem resposta”. Mas o ID diz que está tudo bem.

“Continuam os preparativos para a edição do 63º Grande Prémio de Macau – Suncity Grupo deste ano e o Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 será a atracção principal do programa, que integra sete corridas, e decorre de 17 a 20 de Novembro. A Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau (COGPM) reitera e garante, às equipas, pilotos, patrocinadores e público, que a corrida será organizada tendo por base os mesmos altos padrões internacionais, como nos anos anteriores”, começa por indicar o ID ao HM. Sobre datas, contudo, não há grandes avanços.

“No momento, está-se a ultimar o programa provisório de corridas, que será divulgado oportunamente. Entretanto, como já é habitual, as listas provisórias de entrada serão publicadas no início de Outubro.”

Mais problemas

De acordo com a AutoSport existem ainda problemas com o transporte dos elementos necessários à prova da Guia. Segundo a publicação, não foi escolhida uma empresa para garantir o serviço, o que faz com que os atrasos rondem os “dois meses”.

“Não quero colocar a nossa reputação em causa”, frisou Barry Bland.

A Comissão deixa ainda uma nota sobre o responsável da Motor Race Consultants, que congratula pelo trabalho e “sucesso” que providenciou ao GP. “A Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau tem a mais elevada consideração por [Barry] Bland e respeita a sua decisão de se demitir, depois de 33 anos. A Comissão deseja expressar os seus sinceros agradecimentos e apreço pelo seus muitos anos de serviço leal e valioso.

A AutoSport citava ainda, na edição do final da semana passada, Rene Rosin, da Prema Powerteam. O responsável diz que recebeu um email de Barry Bland com a notícia e que a reacção foi de “choque”.

“Ele tem sido a peça fundamental em organizar tudo em Macau. Já tínhamos notado que algo se passava, porque é muito tarde para receber a informação. Estou a tentar ter mais informação para perceber o que se passa.”

12 Set 2016

GP | Stuart Easton e Michael Rutter juntos em Macau

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] BMW tem a particularidade de ser o único construtor que se pode gabar de ter vencido no Circuito da Guia tanto em carros como em motos. Depois de décadas em que a BMW coleccionou triunfos na Corrida de Guia e escreveu um pouco da história no automobilismo do Sudeste Asiático, o construtor alemão que tem as suas origens na indústria aeronáutica venceu pela primeira vez o Grande Prémio de Motos de Macau o ano passado, graças a uma performance imaculada do até aqui quase desconhecido inglês Peter Hickman. E este ano, altura em que a prova comemora o seu quinquagésimo aniversário, a BMW arrisca-se a repetir o feito. Isto porque, além da supremacia das suas máquinas, a BMW terá uma dupla de peso a representá-la que soma entre si, nada mais, nada menos, que doze triunfos na prova.

Stuart Easton, quatro vezes vencedor da prova, assinou com a Bathams SMT BMW e fará com Michael Rutter uma das duplas mais fortes da 50ª edição do Grande Prémio de Motos de Macau. Antes, Easton fará três provas do campeonato inglês Pirelli National Superstock, onde Rutter tem participado, como preparação para a duríssima prova de Macau. Aliás, antes mesmo da separação da ePayMe Yamaha, a sua antiga equipa, Easton já tinha acordado com a equipa de Robin Croft para correr na RAEM em Novembro.

“Tendo um acordo para competir de Superbike desde o Grande Prémio de Macau do ano passado, eu mantive o contacto regular com o  Robin e a equipa”, assegura o escocês, que reconhece que “precisa de milhas antes de Macau” e precisa de se habituar à BMW porque nunca conduziu  uma antes. “Portanto competir nestas três provas em três dos meus circuitos favoritos é uma oportunidade para mim. Eu tenho visto o que o Michael tem andado a fazer na classe Superstock, portanto quando o Robin me colocou à frente esta oportunidade, eu pensei que seria algo de muito bom para mim e ajudará a voltar a colocar-me um sorriso na face”, frisa.

Ironicamente, as BMW de Easton e “The Blade” vão ter pela frente, entre outras, a oposição da Kawasaki de Hickman. As inscrições para o Grande Prémio de Motos de Macau terminam esta sexta-feira, mas a lista oficial de inscritos só deverá ser dada a conhecer em Outubro.

Nada de especial

A BMW S 1000 RR é uma moto de sucesso em quatro continentes e não é por acaso que há 250 equipas em todo o mundo a utilizar as motas germânicas, tanto em provas de pista, como em provas de estrada. Sobre a presença em Macau em Novembro, fonte oficial da BMW Motorrad Motorsport afirmou ao HM que estar “muito orgulhosos do resultado do ano passado e, claro, ansiosos pela edição deste ano”.

Contudo, o construtor da Baviera não tem planos para organizar qualquer evento especial durante o evento da RAEM, pois “não existe nenhum envolvimento da BMW Motorrad e, como tal, não há qualquer evento especial marcado para a prova”. Porém, o departamento de competição vai “apoiar, via os nossos engenheiros e técnicos do departamento BMW Motorrad Motorsport, as equipas privadas que competirem em Macau”. Pois para a casa alemã “isto faz parte da estratégia a longo prazo da competição-cliente”.

Também nos GT

Depois de uma aparição discreta em 2013, numa parceria com uma equipa privada de Taiwan que não correu tão bem como certamente gostaria, o ano passado a BMW não arriscou participar na Taça do Mundo FIA de GT. Porém, este ano a marca bávara irá regressar à RAEM. A equipa alemã ROWE Racing irá participar com dois BMW M6 GT3, graças ao patrocínio da empresa chinesa de sistemas de armazenamento de energia CATL.  “Para nós (BMW), é particularmente especial aparecermos com um parceiro asiático tão forte na final de GT em Macau”, disse Jens Marquardt, director desportivo do braço automóvel da BMW. O construtor alemão não revelou ao público quem serão os seus dois pilotos, mas o construtor bávaro conta nas suas fileiras com dois especialistas lusófonos do Circuito da Guia, como são o português António Félix da Costa ou o brasileiro Augusto Farfus.

9 Set 2016

Fórmula E não resistiriam ao Circuito da Guia

[dropcap styçe=’circle’]A[/dropcap] cidade vizinha de Hong Kong vive com algum entusiasmo e ansiedade a chegada da caravana do Campeonato FIA de Fórmula E prevista para o fim-de-semana de 8 e 9 de Outubro. Esta será a primeira vez que a ex-colónia britânica recebe um evento de automobilismo à escala mundial, num traçado com dois quilómetros junto à marginal, em Central, e desenhado pelo arquitecto português Rodrigo Nunes da empresa R+S Project.
Quando Jean Todt, visitou o Grande Prémio de Macau no sexagésimo aniversário do evento, o presidente da Federação Internacional do Automóvel (FIA) disse à imprensa que faria todo o sentido que o campeonato de carros eléctricos, que na altura estava a dar os seus primeiros passos, tivesse um dia um evento na RAEM. Terão existido até contactos para que o campeonato realizasse um evento no território, mas a resposta de Macau terá sido “vamos esperar para ver”, pois a competição precisava de tempo para amadurecer.
Se hoje, ao fim de três anos, a Fórmula E se apresenta como um campeonato em pleno crescimento e com outra maturidade, a verdade é que o seu começo não foi assim tão fácil. Só quando a Liberty Global plc e a Discovery Communications Inc, do milionário norte-americano John Malone, compraram parte do capital da Formula E Holdings Ltd, o campeonato ganhou estabilidade. Estabilidade essa que ajudou a fixar e atrair os construtores automóveis, como a Renault, Citroen DS, Mahindra e mais recentemente a Jaguar.
Muitos um dia provavelmente dirão que Macau perdeu a oportunidade para Hong Kong para acolher a única prova em território chinês deste pioneiro campeonato de corridas de automóveis. Contudo, poucos saberão que o Circuito da Guia não se coaduna a este campeonato tão particular.
“Felizmente já tive a oportunidade de visitar o Circuito da Guia por duas vezes. É um circuito muito interessante no meu ponto de vista, dado que conjuga zonas muito rápidas e largas com zonas muito estreitas e técnicas. Claro que ultrapassar não é uma tarefa fácil para os pilotos mas para quem como eu aprecia circuitos puros, este é sem dúvida um dos circuitos mais interessantes da actualidade”, explicou ao HM Rodrigo Nunes, cuja lapiseira também criou o traçado que acolheu a Fórmula E nos dois primeiros anos em Pequim. Devido à natureza do Circuito da Guia e à limitação das actuais baterias, os monolugares de Fórmula E, que ainda não aguentam uma corrida completa sem uma paragem nas boxes para troca de carro, não aguentariam o desafio.
“Para um campeonato como a Fórmula E, e na sua configuração actual, não é o circuito do momento dada a sua extensão total e às suas longas rectas”, aclara o arquitecto português, que realça também que “este campeonato tem uma margem de progressão enorme e quem sabe se num futuro próximo (o Circuito da Guia) não poderá ser uma opção”.
Apesar da prova nas ruas de Pequim ter saído do calendário da terceira temporada do campeonato, este, que arranca precisamente em Hong Kong, terá uma maior presença chinesa dado o apetite que existe na China continental pelo desenvolvimento de veículos eléctricos, para além de motivadores apoios governamentais. A equipa norte-americana Dragon Racing assinou uma parceria técnica e financeira com a Faraday Future, o braço automóvel do coglomerado LeEco, mais conhecido por “Netflix da China”.
Por seu lado, a equipa anglo-japonesa Team Aguri, por quem corria o piloto português António Félix da Costa, foi adquirida pelo fundo de investimento chinês Chinese Media Capital que o ano passado saltou para a ribalta quando comprou 13% do Manchester City. Já a equipa do construtor de carros eléctricos chinês NextEV, que pertence a dois empresários que fizeram fortuna em projectos online relaccionados com a indústria automóvel e que ambicionam criar a Tesla do Oriente, irá este ano alinhar com a sua equipa técnica, abdicando da assistência técnica de outras equipas como até aqui vinha fazendo.

5 Ago 2016

Grande Prémio | Deputado quer debate sobre renovação do Museu

Ng Kuok Cheong vai entregar um pedido de debate à AL para saber se o Governo tem como controlar os custos de renovação do Centro de Actividades Turísticas para a transformação do local no Museu do GP. Os 300 milhões de patacas, diz, precisam de ser explicados

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]deputado Ng Kuok Cheong vai entregar um pedido de debate à Assembleia Legislativa (AL) sobre a renovação do Museu do Grande Prémio. O pedido surge depois do anúncio de que o Governo pretende gastar pelo menos 300 milhões de patacas na obra, que não conta com compra de acervo para o local.
O deputado da bancada democrata considera necessária uma discussão sobre o assunto. Para Ng Kuok Cheong, apesar do Executivo ter mencionado nas Linhas de Acção Governativa de 2016 a transformação do Centro de Actividades Turísticas no Museu de Grande Prémio, nunca revelou o orçamento até este mês. E é precisamente o preço que preocupa o membro do hemiciclo, que diz que 300 milhões de patacas “criou muitas suspeitas no público”, especialmente depois de Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, “ter referido que o preço era uma referência” e poderia ser mais baixo ou mais alto.
Ng Kuok Cheong quer, por isso, discutir na Assembleia Legislativa (AL) quais são exactamente os processos que envolve a obra, qual a eficácia económica da renovação e que função o Museu vai permitir que Macau seja único.
“Por que vale a pena gastar 300 milhões de patacas? O Governo deve fazer uma deliberação em conjunto com o público e explicar as razões”, frisa o Ng Kuok Cheong num comunicado.
Alexis Tam referiu anteriormente que os custos para a renovação tiveram em conta análises de engenheiros e arquitectos que trabalham com o Executivo. Mais ainda, frisou, incluem novas casas de banho, esgotos e reestruturação de algumas partes do edifício de cinco andares, que vai passar a ser totalmente dedicado ao Grande Prémio. Helena de Senna Fernandes, directora dos Serviços de Turismo, explicou também que a ideia é que o Museu seja único no mundo e faça os visitantes ficar mais tempo no território.
Contudo, nenhuma destas justificações satisfaz o deputado, que diz que, de acordo com as experiências do passado, os gastos reais são sempre mais altos do que os preços previstos pelas Obras Públicas, “como é o caso de metro ligeiro, uma obra sem custo previsto, nem data de conclusão”. Como estes 300 milhões de patacas são apenas um preço de referência, “o Governo tem qualquer medida por evitar custos mais elevados do que o previsto?”, questiona.
O pró-democrata entrega o pedido de debate, que ainda não deu entrada na AL, na esperança que o Executivo possa realizar um plenário com a presença dos dirigentes do Governo, de forma a que todos – deputados e Executivo – possam discutir a obra e tornar a informação pública.
Entre as questões, o deputado versa, por exemplo, no que é que o Governo se baseou para considerar um investimento tão grande e para acreditar que, desta forma, o Museu pode atrair mais do dobro dos visitantes, como frisou Helena de Senna Fernandes a semana passada.

26 Jul 2016

Museu do GP abre em 2018 com cinco pisos e figuras de cera

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s 300 milhões de patacas que o Governo vai investir no novo Museu do Grande Prémio vão ajudar a criar aquele que pretende ser “o único museu deste género no mundo”. Isso mesmo disse Alexis Tam na sexta-feira, dia em que anunciou que a intenção é que o novo espaço esteja pronto em 2018.
O museu vai passar de um único piso para todo o edifício do Centro de Actividades Turísticas. A remodelação de cinco andares, casas-de-banho, esgotos e decoração vai chegar aos 300 milhões de patacas, num preço “proposto por engenheiros e arquitectos” ao Executivo.
“Este edifício [do Centro de Actividades Turísticas] não está a ser bem aproveitado e pode tornar-se um museu temático único no mundo. Vamos ter carros, figuras de ídolos em cera, actividades para pais e filhos, zonas de filme e zonas interactivas”, frisou o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, na semana passada, à margem de uma reunião do Conselho do Património. “Vai no sentido desta marca atrair mais turistas e até poder prolongar a estadia dos visitantes em Macau.”
O orçamento de 300 milhões é “apenas uma referência”, disse o Gabinete de Alexis Tam em comunicado, e o projecto deverá ir a concurso público para o ano. O objectivo é que fique pronto em 2018, altura do 65º Grande Prémio de Macau.

18 Jul 2016

Super GT | Organizadores anunciaram corrida para 2017

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]campeonato nipónico Super GT, onde corre o piloto de Macau André Couto, está a tentar colocar de pé uma corrida na China. Numa conferência de imprensa no passado fim-de-semana, em Okayama, quando questionado sobre quais os planos futuros para a internacionalização da competição japonesa, o presidente da empresa promotora do campeonato, Masaaki Bandoh, disse que há planos para a realização de uma corrida extra campeonato entre participantes da classe GT300 e concorrentes do Blancpain GT series.
O dirigente máximo da GT Association afirmou aos jornalistas que a corrida será realizada na China, mais precisamente na cidade de Cantão, tendo apontado como data 1 de Fevereiro de 2017. Apesar da capital da província de Guangdong possuir um circuito permanente, situado na cidade de Zhaoqing, Bandoh disse que a prova será realizada num circuito montado numa base aérea.
A corrida será co-organizada pela GT-Association e pela Stéphane Ratel Organisation (SRO), contando para isso com dez viaturas convidadas do Super GT, todas elas da classe GT300, e outras dez do campeonato Blancpain GT series. A organização de Stéphane Ratel, que coloca de pé as séries Blancpain na Europa, goza de uma relação privilegiada com os japoneses, pois as viaturas GT3 da classe GT300 correm com o “Balanço de Performance” dos campeonatos da SRO.
A organização francesa, que tem escritórios em Londres, está hoje em dia também presente na Ásia, organizando as 12 horas de Sepang, na Malásia, onde os GT300 de construção japonesa são aceites, para além de ser instrumental na organização da Taça do Mundo FIA de GT do Grande Prémio de Macau. A SRO ainda não fez qualquer comentário público sobre este anúncio.

Experiências falhadas

O campeonato Super GT tem tentado por diversas vezes organizar uma corrida na República Popular China, mercado vital para os construtores automóveis nipónicos e fornecedores da indústria automóvel do país do Sol Nascente. Porém, todas as tentativas passadas para a realização de uma prova na China Continental não tiveram sucesso.
Em 2004, a GT-Association planeou uma All-Star Race” para o circuito permanente da cidade Zhuhai que acabou por não se realizar. Em 2012, houve uma nova tentativa, com um resultado final idêntico. Dois anos depois, o campeonato Super GT, desta vez em parceria com o campeonato alemão DTM, anunciou novamente que pretendia organizar um evento conjunto na China Continental em 2015. Também este projecto não saiu do papel.

Couto soma os primeiros pontos

André Couto iniciou a sua participação na edição do campeonato nipónico Super GT no fim-de-semana passado com um oitavo lugar na ronda de abertura, realizada no circuito de Okayama. O campeão em título da classe GT300 fez uma corrida de recuperação, após ter largado da 17ª posição da grelha de partida. Depois das indicações dadas nos testes oficiais de pré-temporada, as dificuldades que o piloto português residente em Macau encontrou nesta corrida eram expectáveis, com o Nissan GT-R Nismo do Team Gainer, calçado pela Dunlop, a demonstrar dificuldades em voltas de qualificação. Contudo, Couto e Ryuichiro Tomita conseguiram com este oitavo lugar arrecadar valiosos pontos na categoria nesta primeira corrida. O campeonato continua com os 500km de Fuji, prova que tem a singularidade de ser disputada a uma quarta-feira, 4 de Maio, durante o período de férias da “Semana Dourada”.

12 Abr 2016

GP | Taça da Corrida Chinesa quer voltar

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]HM sabe que os organizadores da Taça da Corrida Chinesa gostariam de regressar pelo terceiro ano consecutivo ao Circuito da Guia, o que depende das autoridades do território. Estes têm ainda ambições de fazer parte da primeira corrida de automobilismo nas ruas de Hong Kong em Outubro, um cenário que ainda será mais difícil. Isto, porque a organização da Fórmula E obriga à utilização de viaturas eléctricas nas corridas de suporte dos seus eventos.
O calendário para a temporada de 2016 ainda não foi apresentado pela Shanghai Lisheng Racing Co, a empresa promotora do campeonato, mas a ideia dos mentores deste projecto nascido em 2014 passa novamente por um mini-campeonato de quatro eventos com os Senova D70, ou “Shenbao” D70, como é conhecido na China continental – um carro que tem como base o Saab 9-5 e que é preparado para competição em Cantão.
O conceito do troféu chinês é simples: cada federação automóvel da “Grande China” – Macau, Hong Kong, República Popular da China e Taipé Chinês – tem a sua equipa e nomeia os seus pilotos. Além dos participantes indigitados pelas quatro federações, os únicos que pontuam para o campeonato, o ano passado a organização colocou à disposição meia dúzia de viaturas para quem as quisesse alugar.

Rota das rodas

O calendário deverá ter uma ronda em Julho, no Taipé Chinês, outra em Agosto, no Circuito Internacional de Guangdong, aquela que é a “casa do automobilismo” da federação de Hong Kong, uma prova em Setembro, no circuito de Fórmula 1 de Xangai, e por fim, a confirmar, o Grande Prémio de Macau. Quando tudo estiver definido em termos de calendarização e prémios a atribuir será realizada a tradicional conferência de apresentação à imprensa em Pequim. Michael Ho, Hélder Assunção e Ip Un Hou representaram a Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) em 2015, tendo o primeiro vencido a prova do programa do 62ª Grande Prémio de Macau.

Couto continua a preparar nova época

André Couto completou no passado fim-de-semana mais dois dias oficiais de testes do campeonato japonês Super GT. Para o piloto português e campeão em título da classe GT300, estes dois dias em Fuji foram de real importância para o Team Gainer desenvolver novos pneus para a temporada de 2016 em colaboração com a Dunlop. Couto menosprezou os tempos obtidos pelo Nissan GT-R GT3 que ostenta o número zero, explicando nas redes sociais que o trabalho da equipa se focou em encontrar um bom compromisso para longas distâncias, dada a natureza de “endurance” da competição nipónica. No computo geral, Couto, que foi constantemente mais rápido um segundo por volta que o seu novo companheiro de equipa, Ryuichiro Tomita, considerou o trabalho satisfatório. A temporada do campeonato Super GT arranca no próximo dia 9 de Abril, no circuito de Okayama.

1 Abr 2016

GP | Comissão Organizadora é novamente criada. Desta vez sem remunerações

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Comissão Organizadora do Grande Prémio, anteriormente cancelada, está de volta, mas com diferenças: desta vez não há remunerações para os membros que dela fazem parte. Segundo publicação em Boletim Oficial, a Comissão voltará a ter a responsabilidade de coordenar a actividade dos vários serviços da Administração Pública e de várias entidades da sociedade no âmbito da organização do Grande Prémio de Macau, sem que no entanto, os principais membros recebam qualquer vencimento, seja em salário ou pagamento extra, como anteriormente acontecia.

A nova Comissão volta a ser presidida pelo Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, tendo ainda um coordenador, dois coordenadores-adjuntos e um secretário-geral, além de três representantes do Gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, cinco representantes da Direcção dos Serviços de Turismo e um membro de diversos organismos públicos, como os Serviços de Saúde, Bombeiros, Serviços de Alfândega e da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes. Na Comissão estará também um representante da Associação Geral de Automóvel de Macau-China e seis individualidades de “reconhecido mérito na área do turismo e do desporto de Macau”.

Ainda não há nomes sobre quem vai tomar o lugar nestes cargos, ainda que ontem tenha já havido a primeira reunião oficial da Comissão. Alexis Tam vai designar os futuros membros em despacho no Boletim Oficial. Esta Comissão poderá ainda, tal como a anterior, constituir subcomissões. Os encargos com o seu funcionamento serão suportados pelo orçamento privativo do Fundo do Desporto.

15 Mar 2016

GP | Motociclistas acidentados na Guia recuperam bem, mas Mountford desiste de correr

[dropcap style=circle’]R[/dropcap]uss ‘Monty’ Mountford foi um dos dois motociclistas azarados na 49ª edição do Grande Prémio de Motos de Macau. O britânico teve um aparatoso acidente na zona sinuosa do Circuito da Guia durante os primeiros treinos de qualificação, que se saldou em várias fracturas na bacia, externo, perna esquerda e algumas vértebras. Depois de ter sido operado por uma equipa de cirurgiões do Centro Hospitalar Conde de São Januário e após uma semana de convalescença em Macau, Mountford regressou a casa, à cidade de Wigan, onde decidiu colocou colocar um ponto final na sua carreira.
Na véspera de Natal, o motociclista britânico anunciou na rede social Twitter que seguiu o conselho do seu cirurgião. “Decidi retirar-me”, escreveu, para depois falar ao jornal Wigan Today, reforçando a ideia deixada na RAEM, onde afirmou aos jornalistas ter sido este “o acidente mais grave da carreira”. Mountford foi operado novamente à bacia no regresso à terra natal, tendo passado mais duas semanas na Wigan Infirmary, sendo que irá novamente ser intervencionado em breve, pois o dedo mindinho esquerdo precisa de mais uma cirurgia.
Os médicos reconhecem que o motociclista de 33 anos, pai de duas crianças, precisará de mais quatro meses para voltar a caminhar normalmente.
“Já praticamente decidi que acabaram as corridas de estrada para mim. Venho a correr há muito tempo e não será justo colocar a minha família na possibilidade de passar por isto outra vez. Nunca tinha experimentado nada parecido com a quantidade de dor em que tenho estado nas últimas cinco semanas”, afirmou Mountford à publicação de língua inglesa. “Obviamente eu fazia isto para viver e agora terei que encontrar um trabalho. Os próximos seis meses vão ser duros, mas eu quero concentrar-me na minha família”, concluiu Mountford, que antes de enveredar profissionalmente pelas corridas de motos trabalhava numa tipografia.

McHale quer continuar

Pelo Centro Hospitalar Conde de São Januário também passou Tom McHale, que protagonizou um acidente ainda mais grave. O estreante britânico perdeu o controlo da sua Honda na Curva do Mandarim a mais de 230km/h, batendo com gravidade nas barreiras de protecção. Segundo os pais do motociclista de 31 anos, que assistiram ao acidente através das televisões colocadas nas boxes, este demorou sete dias até reconhecer a família, fracturou vinte e quatro ossos, incluindo cinco vértebras, rasgou o céu da boca e teve um hematoma no cérebro e outro no fígado.
Segundo a equipa responsável do hospital público do território, as lesões mais graves foram mesmo as duas fracturas na coluna vertebral, que poderiam ter consequências nefastas caso não tivessem sido logo tratadas. Contudo, este acidente no Circuito da Guia não tirou pitada de motivação a McHale, que à imprensa do seu país disse que conta os dias para voltar à competição.
“Preciso de esperar para que o meu braço recupere. Se recuperar bem, vou estar de volta no próximo ano. O objectivo é competir nas provas de estrada no próximo ano. Só o movimento das minhas mãos é que me impedirá”, explicou McHale ao jornal North-West Evening Mail, resumindo assim o por quê de tanta pressa em regressar ao activo: “Quando se gosta mesmo de fazer algo, isto torna-se a nossa paixão.”

29 Dez 2015

Grande Prémio | Mais de 50 milhões em receitas e dois recordes

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] 62º Grande Prémio de Macau deu origem a mais de 12,7 milhões de patacas em receitas só na venda de bilhetes. De acordo com um comunicado do Governo, este é um valor recorde, que se inclui num outro recorde nas receitas totais – mais de 40 milhões foram conseguidos também em publicidade e patrocínios, perfazendo um total de 53 milhões de patacas em receitas. A 62ª. Edição do GP contou com a presença de 90 equipas, 221 pilotos oriundos de 31 países e regiões, 49 pilotos locais e oito corridas. Mais de 80 mil pessoas visitaram o território por causa daquele que é, para o Governo, um evento que contribui para a diversificação do sector do turismo. “De acordo com as estatísticas da DST e Corpo de Polícia de Segurança Pública, o território registou, durante os quatro dias do Grande Prémio, 400 mil visitantes e a taxa média de ocupação nos hotéis de três a cinco estrelas foi de 93,47%.”

16 Dez 2015

André Couto e Álvaro Parente “frustrados”, mas com boas recuperações

Álvaro Parente (Foto de Kelsey Wilhelm)
Álvaro Parente (Foto de Kelsey Wilhelm)
[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]em Álvaro Parente, nem André Couto tiveram hipóteses de dar mais nas vistas durante o fim-de-semana. Os McLaren 650S GT3 acusaram o “Balanço de Performance” muito desfavorável e, apesar da sua aerodinâmica aprumada, nunca foram capazes de rivalizar com os outros carros presentes em termos de velocidade de ponta. Mas os dois portugueses conseguiram boas recuperações, dentro das dificuldades técnicas.

Parente de volta

Parente, que se estreava na Taça do Mundo de GT, ainda mostrou ser o mais rápido no segundo sector do circuito, aquele que engloba a zona mais sinuosa do Circuito da Guia. O portuense – que começou em 9º na grelha de partida e que ainda conseguiu subir até ao sexto lugar – perdeu o sexto posto para Darryl O’Young no início da segunda metade da prova, caindo para sétimo. Mas, Parente estava resignado com o seu resultado. Até porque quando o assunto é técnico, não há muito a fazer.

“Não temos velocidade de ponta suficiente. O balanço do fim-de-semana em geral é muita frustração. Em todas as rectas não estamos a lutar de igual para igual. Na zona das curvas e contra-curvas tivemos muito fortes, tivemos bem. Mas, pronto, chegámos à recta e deixamos lá tudo. Não temos hipótese.”

O balanço “geral” pode ser de frustração, mas o piloto do Porto também se mostrou contente “por ter terminado a corrida” e “ter feito o melhor” que conseguiu.

“Terminámos no sexto lugar, não foi horrível. Dentro do que temos em termos de carro, diria que foi bom. Gostei muito de vir aqui, esta pista é um desafio. Estou satisfeito com a corrida”, disse, frisando que a pista de Macau é difícil, mas voltar 11 anos depois é “uma mistura de sentimentos”.

Uma coisa é certa, Parente assegura poder voltar: tudo depende da McLaren. “Se eles me chamarem outra vez, eu venho com todo o gosto e muito contente.”

Couto em “casa”

André Couto (Foto de Kelsey Wilhelm)
André Couto (Foto de Kelsey Wilhelm)
Depois do violento acidente de sexta-feira, Couto foi obrigado a abandonar devido a um problema do acelerador na Corrida de Qualificação de sábado. Largando do fim da linha da grelha de partida para o “prato principal” do fim-de-semana, o único piloto de Macau nesta corrida fez o que lhe competia: recuperar o máximo de posições possíveis.

Sem nunca ter encontrado um bom compromisso com o McLaren, Couto subiu nove lugares e foi o 11º classificado no final, num fim-de-semana que foi “difícil”.

“Consegui chegar ao fim em 11º, não é o melhor. [Os problemas com o carro] fizeram com que tivesse só de procurar um resultado, ainda que nada de especial. Positivo sim, para quem saiu em 20º e ficou em 11º. Em termos de performance não. O carro até estava em boas condições, mas Macau é assim, sempre difícil. Para o ano há mais e o piloto não desiste. “Acho que volto. Macau é a nossa casa.”

23 Nov 2015

49º Grande Prémio de Motos | Estreias para Hickman, que destrona Rutter

McGuiness quer fazer mais duas voltas na Guia (Foto de Kelsey Wilhelm)
McGuiness quer fazer mais duas voltas na Guia (Foto de Kelsey Wilhelm)
[dropcap styçe=’circle’]O[/dropcap]49º Grande Prémio de Motos voltou a ser uma caixinha de surpresas. Quando todos os prognósticos apontavam para o triunfo de um ex-vencedor na prova deste ano, o britânico Peter Hickman, na sua segunda vez em Macau, superou a concorrência, naquela que foi a primeira vitória de sempre de uma moto da BMW nas ruas do território.
O piloto de 28 anos, que para o ano vai conduzir uma Kawasaki, levou a melhor sobre os mais experientes Martin Jessop e Michael Rutter, obtendo a primeira vitória da sua carreira em provas de estrada.

Jessop partiu da pole-position mas à quarta volta viu-se passado pelo seu rival na Curva do Lisboa. Assim na frente, Hickman impôs um ritmo forte, cimentando uma vantagem confortável até ao final da prova. No final da prova Hickman disse estar a sentir algo “absolutamente fantástico”.

“Esta é a minha segunda vez em Macau. Eu não corria em estrada há muito tempo. Todos nós sabíamos desde os treinos e qualificações que o Jessopp era muito forte, e o andamento que ele tinha comparado com todos os outros parecia demais, para ser honesto. Estava com pneus Dunlop e o Jessop e o Rutter com diferentes, por isso sabíamos que íamos ser fortes na segunda metade da corrida, o que veio a acontecer”.

Rutter, que ao longo do fim-de-semana mostrou que está longe de estar acabado, falhou o objectivo de vencer pela oitava vez entre nós, mas levou a melhor a luta pelo terceiro posto sobre Gary Johnson, Ian Hutchinson e o par da Honda Racing John McGuinness e Conor Cummins, ficando em terceiro.

Hutchinson chegou a rodar em terceiro, mas acabou por destruir os pneus, descendo para sexto. McGuiness e Johnson foram o quarto e quinto classificado, respectivamente, isto depois do veterano piloto da Honda ter ultrapassado o seu adversário, com uma manobra arriscada, na Curva D. Maria.

O vencedor do ano passado, Stuart Easton, que este ano teve uma passagem muito discreta pela RAEM, desistiu com problemas técnicos na sua Yamaha a cinco voltas do fim. Ao contrário dos treinos acidentados, na tarde de sábado assistiram-se a 12 voltas sem grandes sobressaltos.

Portugueses cumpriram

(Foto de Kelsey Wilhelm)
(Foto de Kelsey Wilhelm)
Os dois portugueses em prova não desapontaram e rodaram no fim-de-semana nas posições esperadas para o material que têm à disposição. André Pires, em Yamaha, terminou na 20ª posição, subindo três posições ao longo da prova.

(Foto de Kelsey Wilhelm)
(Foto de Kelsey Wilhelm)
“Não podemos comparar o nível dos da frente. Eles têm motos de fábrica, Superbikes. Nós viemos com a mota que habitualmente usamos no campeonato nacional”, frisou, “satisfeito”. Nuno Caetano, a contas com dores de uma recente operação a uma clavícula que ao longo da semana o impossibilitou de conseguir fazer várias voltas consecutivas, muito fez para chegar até à corrida. Na sua quinta visita à RAEM, a Kawasaki de Caetano parou ainda na primeira volta, pois o motociclista luso “não estava em condições” de continuar. Caetano reconheceu que foi “frustrante”, mas considerou que fez “mais do que aquilo que esperava”. Uma última nota para o 15º posto obtido pelo sul-africano Allann-Jon Venter, com uma Honda da CF Racing Team 32, equipa liderada pelo ex-piloto local João Fernandes.

O que disse… McGuiness

“Fui rápido no início, conheço a pista e a mota, mas os outros apanharam-me. Não estou muito desapontado, gostava de ficar no pódio, mas estou feliz por ter acabado. Sou velho já! Volto, esta vez foi a 18ª participação e quero fazer 20 e depois talvez reformar-me. Mas gosto de Macau, gosto das pessoas e do ambiente aqui e fiquei feliz da forma como conduzi. Agora é relaxar e beber uma cerveja”

O que disse… Easton

“Foi um ano duro para nós, nova mota que nunca conduzi e estive lesionado durante quatro meses, este é o meu regresso. Estava enferrujado, mas consegui chegar ao sexto. Estou um pouco desapontado, mas quero voltar e vencer”

23 Nov 2015