Nova corrida do GP com carros da marca Lotus

Na conferência de imprensa da passada quarta-feira, no Centro de Ciência de Macau, a Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau (COGPM) apresentou o patrocinador principal e deu a conhecer o programa da edição número sessenta e cinco do maior cartaz desportivo de carácter anual do território

 

[dropcap style≠‘circle’]D[/dropcap]as seis corridas confirmadas, apenas uma é novidade: a “Greater Bay Area Cup”. Todavia, detalhes sobre a “Taça de Grande Baía”, na designação oficial em português, não foram dados a conhecer na conferência de imprensa.

Chong Coc Veng, o presidente da Associação Geral do Automóvel de Macau-China, afirmou na cerimónia que ainda estão a decorrer negociações com o promotor desta iniciativa e que pormenores sobre os moldes de como esta competição será disputada serão dados a conhecer ao público mais tarde. Porém, o também Coordenador da Subcomissão Desportiva da COGPM, referiu igualmente que esta competição será monomarca, disputada por um tipo único de viaturas, e terá duas corridas na China antes da prova no Circuito da Guia.

Várias fontes adiantaram ao HM que esta corrida será disputada com viaturas da marca Lotus, modelo Exige motorizados por blocos V6 com compressor, e será co-organizada pela Richburg Lotus. O Circuito Internacional de Zhuhai será muito provavelmente o palco das corridas chinesas que antecedem o evento da RAEM.

Nos últimos quatro anos a dita “slot comercial” do Grande Prémio foi ocupada pela Corrida da Taça Chinesa, prova que o ano passado foi ganha pelo macaense Hélder Assunção. A Shanghai Lisheng Racing Co. Ltd, o organizador desta corrida, que na realidade não é apenas uma, mas sim um campeonato disputado com viaturas BAIC Senova D50 TCR em circuitos da Grande China, esperava regressar ao Circuito da Guia este ano, mas terá sido ultrapassada pela oferta rival.

 

Um regresso

Esta não será primeira vez que o Grande Prémio acolhe um troféu monomarca organizada pelo importador do construtor britânico recentemente adquirido pelo gigante chinês Geely. Em 2015, pelas mãos da Richburg Lotus, disputou-se a Suncity Lotus Celebrity Cup, uma competição primordialmente pensada para atrair celebridades do showbiz de Hong Kong. Contudo, a “corrida de celebridades”, que contou com dezasseis Lotus Elise, teve um pódio sem uma única celebridade, sendo composto por três pilotos que conseguiram comprar lugares na grelha de partida. Sin Ling Fung de Hong Kong venceu a corrida, seguido dos conterrâneos Vincent Chao e Kevin Liu. O actor Fong Lik Sun foi a primeira celebridade na lista, vendo a bandeira de xadrez no sétimo posto da geral. Já antes, em 2014, ano em que o evento foi realizado em dois fins de semanas, os Elise tinham sido vistos a competir a solo na Corrida Cotai Strip Resorts Lotus Grande China.

18 Mai 2018

Grande Prémio de Macau | Taça da Grande Baía figura como a novidade deste ano

A Taça da Grande Baía figura como a novidade do programa do 65.º Grande Prémio de Macau, que vai ter lugar entre 15 e 18 de Novembro

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] plano da Grande Baía chegou ao Grande Prémio de Macau que, na próxima edição, a decorrer entre 15 e 18 de Novembro, vai contar com uma nova prova. O anúncio foi feito ontem pela Comissão Organizadora daquele que é o principal evento do calendário desportivo de Macau.

A denominada Taça da Grande Baía destina-se aos pilotos da zona abrangida pelo plano de integração económica que visa criar uma região metropolitana de nível mundial. Em causa, as duas Regiões Administrativas Especiais de Macau e Hong Kong e as nove cidades da província de Guangdong (Dongguan, Foshan, Guangzhou, Huizhou, Jiangmen, Shenzhen, Zhaoqing, Zhongshan e Zhuhai).

“Pretendemos reunir as regiões da Grande Baía e assim ter mais intercâmbio a nível técnico”, afirmou o coordenador da Comissão Organizadora do Grande Prémio, Pun Weng Kun. “Esperamos que através da nova competição possam aprender e optimizar uns com os outros, elevando continuadamente o nível do desporto motorizado na Grande Baía”, complementou o presidente da Associação Geral de Automóveis de Macau-China, Chong Coc Veng, indicando que o novo troféu mono-marca, ou seja, disputada por um único tipo de viaturas, vai ter provas preliminares.

A Taça da Grande Baía figura como uma das duas provas de suporte do 65.º Grande Prémio de Macau (substituindo a Taça da Corrida Chinesa), a par com a Taça de Carros de Turismo de Macau, segundo o programa anunciado em conferência de imprensa. De resto, mantém-se as quatro corridas principais, das quais três com o selo da Federação Internacional Automóvel (FIA): a Taça do Mundo de Fórmula 3, a Taça do Mundo de GT e a última etapa do Campeonato do Mundo de Carros de Turismo. Do quarteto principal faz ainda parte o Grande Prémio de Motos.

Questionado sobre um eventual reforço da segurança no circuito, após o acidente na edição anterior que resultou na morte do piloto britânico Daniel Hegarty, de 31 anos, o coordenador da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau deu conta de “ajustamentos ligeiros” após recomendações para o efeito.

“De facto, no início deste ano, convidámos o presidente da Ásia da FIM [Federação Internacional de Motociclismo] a visitar a Macau e [ele] fez a inspecção ao circuito. (…) Vamos atender às recomendações feitas”, indicou Pun Weng Kun, explicando que foram sugeridos “ligeiros ajustamentos”, mas que, em termos gerais, o mesmo responsável observou que “o Circuito da Guia é muito apropriado para a corrida”.

Suncity entra com milhões

Pelo quinto ano consecutivo, o patrocinador do Grande Prémio de Macau vai ser o grupo Suncity, que ontem entregou um cheque de 20 milhões de patacas. Já os carros para segurança, para o transporte de pessoal médico, de intervenção rápida e os oficiais serão patrocinados pela BMW Concessionários (Macau).

O orçamento do Grande Prémio de Macau também se mantém semelhante ao dos anos anteriores, rondando os 200 milhões de patacas.

17 Mai 2018

Automobilismo | Número de pilotos locais mantêm-se estável

[dropcap style=’circle’] U [/dropcap] m total de oitenta pilotos de Macau, divididos em duas classes, vão lutar pelos 36 lugares disponíveis na Taça de Carros de Turismo de Macau, a prova de apuramento para o Campeonato de Carros de Turismo de Macau.
Apesar do número menor de vagas que este ano o Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS, na sigla inglesa) tem para oferecer para a Taça de Carros de Turismo de Macau do Grande Prémio de Macau, o número de participantes inscritos na edição de 2018 não foi dramaticamente inferior comparando com a edição transacta. Ao todo serão oitenta pilotos, divididos por duas classes, que vão lutar pelos trinta e seis lugares disponíveis na célebre corrida de carros de Turismo do final do mês de Novembro.
A competição organizada pela Associação Geral de Automóvel de Macau-China (AAMC) será novamente dividida em duas classes: “AAMC Challenge 1.6 Turbo” e “AAMC Challenge 1950cc ou Superior” (anteriormente designada como Roadsport Challenge).
Ao todo, a classe “AAMC Challenge 1.6 Turbo” reuniu vinte e oito participantes, menos dois que o ano passado, sendo que vinte e dois são portadores de licença desportiva da RAEM, menos um que em 2017, cinco são de Hong Kong e há um concorrente de Singapura. Por seu lado, a categoria “AAMC Challenge 1950cc ou Superior” juntará cinquenta e dois participantes, menos três que na pretérita temporada, sendo que vinte são pilotos do território, menos dois que em 2017.

Estabilidade de vagas
O número de pilotos de matriz portuguesa manteve-se estável, com uma forte representação na classe “AAMC Challenge 1.6 Turbo”. Na lista de candidatos ao triunfo estarão os companheiros de equipa Felipe Clemente Souza (Chevrolet Cruze), campeão em 2016 e 2017, e Jerónimo Badaraco (Chevrolet Cruze), vencedor à classe na Taça CTM na edição passada. Igualmente presente está Rui Valente (MINI Cooper S), um nome incontornável do desporto motorizado do território, assim como Celio Alves Dias (MINI Cooper S), Eurico de Jesus (Ford Fiesta) e o vencedor da Corrida Taça Chinesa de 2017, Hélder Assunção (Ford Fiesta).
Na classe “AAMC Challenge 1950cc ou Superior”, que conta com pilotos de seis diferentes países ou territórios, estão inscritos os macaenses Delfim Mendonça Choi (Mitsubishi Evo7), Luciano Castilho Lameiras (Mitsubishi Evo9) e Jo Rosa Merszei (Mitsubishi Evo9).
Os dezoito melhores classificados de cada categoria, no somatório dos dois Festivais de Corridas de Macau – organizados pela AAMC no Circuito Internacional de Zhuhai, nos fins-de-semana de 26 e 27 de Maio e 30 Junho e 1 Julho – serão apurados para o Grande Prémio.

11 Mai 2018

F3 poderá ditar alterações ao Circuito da Guia

A Fórmula 3 irá sofrer uma profunda mutação em 2019, o que poderá ter reflexos no Grande Prémio de Macau, já que os novos monolugares da categoria, mais potentes, poderão obrigar a que sejam feitas alterações ao actual traçado do Circuito da Guia

 

[dropcap style≠‘circle’]P[/dropcap]ara que os novos carros de Fórmula 3 possam competir no popular circuito do território a partir de 2019, a Federação Internacional do Automóvel (FIA) poderá exigir um grau superior àquele que actualmente detém o Circuito da Guia. Neste momento, o circuito do território tem a homologação Grau 3 da FIA, o que lhe permite acolher qualquer tipo de competição automóvel com uma relação peso/potência de dois a três quilos por cada cavalo de potência.

A nova Fórmula 3 tem 350 cavalos de potência prometidos, portanto, um peso mínimo de 700 kg seria necessário para atender aos requisitos actuais do Circuito da Guia. Contudo, os futuros Fórmula 3 terão que ter um peso mínimo igual ao inferior aos Fórmula 1. Visto que tornar os carros mais pesados só para estes competirem em Macau parece fora de questão, melhorar a segurança da pista, para que esta possa receber a homologação de Grau 2, é a alternativa mais viável.

Em declarações este fim-de-semana ao portal alemão ‘Motorsport-Total.com’, Laurent Mekies , Director de Segurança da FIA, disse que “queremos garantir a segurança necessária para os carros. Se o circuito de Macau for classificado como Grau 2, carros de corrida com uma relação peso/potência de um a dois quilos por cavalo de potência deverão ser autorizados a correr. Os (futuros) carros de Fórmula 3 não serão mais pesados que os carros de Fórmula 1, que devem pesar no mínimo 660 kg no próximo ano. Se um carro chegar a Macau não estando conforme o Grau 3 de homologação da pista, não vamos apenas acrescentar peso para torná-lo elegível, seria uma decisão estúpida.”

Simulações deverão ser feitas para perceber como a pista precisará ser ajustada a uma nova realidade. “Se tivermos que chegar a Grau 2, faremos isso”, continua Mekies. “Nós olhamos para onde as simulações nos levam, e elas são muito mais precisas do que apenas olhar para a relação peso/potencia.”

O Presidente do Instituto do Desporto da RAEM, Pun Weng Kun Pun, disse ao portal alemão que “se forem necessárias alterações na pista para um tipo de carro, iremos avaliá-las e verificar a sua viabilidade”.

Opções em aberto

No entanto, visto que ainda nenhuma proposta para intervenção no circuito foi elaborada ou apresentada, o responsável máximo pela entidade que coordena o evento não pode avaliar se é possível aumentar a grau de homologação da pista. Devido à sua natureza, a margem para transformações no traçado do Circuito da Guia é muito reduzida e, num cenário de impossibilidade, pode até acontecer que Macau deixe cair a Taça do Mundo FIA de Fórmula 3, mantendo mesmo assim a disciplina no programa do fim-de-semana.

De acordo com Pun, o actual carro da Fórmula 3, que continuará a ser usado no campeonato japonês e possivelmente num outro campeonato a ser organizado pelo actual promotor do europeu da especialidade, pode servir de base para que a disciplina que consagrou vários nomes sonantes do automobilismo mundial entre nós possa manter-se no programa do evento. Os Fórmula 3 da actualidade pesam 580kg e debitam 240cv.

“Os organizadores vão pesar todas as opções”, afirmou o presidente. “Vamos tomar a decisão que é melhor para a reputação, popularidade e história do Grande Prémio de Macau.”

O contrato entre a FIA e a Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau tem uma periodicidade anual. Sobre este assunto, Pun disse ainda à publicação germânica que “trabalhamos sempre com a FIA numa base anual para o Grande Prémio de Fórmula 3 desde 1983. Olhamos para o programa de corridas ano após ano e este deve ser de primeira classe e variado.”

Segundo a mesma fonte, Pun espera que, devido aos muitos anos de cooperação entre as entidades de Macau e a federação internacional, uma solução do interesse de ambas as partes seja encontrada, esperando que esta cooperação continue por muitos e longos anos.

1 Mai 2018

Família de piloto morto no Grande Prémio recolhe donativos para os filhos

Daniel Hegarty morreu no ano passado, quando participava no Grande Prémio de Macau. Como a seguradora do piloto recusou fazer qualquer tipo de pagamento, a família lançou uma campanha para ajudar os dois filhos

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] família do piloto que morreu na edição do ano passado do Grande Prémio de Macau, Daniel Hegarty, está a realizar uma campanha para recolher donativos, com o objectivo de ajudar a educar as duas crianças que ficaram órfãs. A iniciativa tem como objectivo garantir 20 mil libras, cerca de 228 mil patacas, e surge após a seguradora ter recusado pagar a compensação pelo seguro privado de vida do piloto.

“Este dinheiro está a ser recolhido com o objectivo de criar um fundo, a que os filhos vão poder aceder quando atingirem uma certa idade. O dinheiro vai servir para mais tarde ajudá-los com despesas como educação, caso desejem ir para a universidade, ou situações semelhantes”, afirmou Joe Hegarty, irmão do piloto, ao HM.

“Neste momento, a campanha está a correr bem, temos sentido que as pessoas estão a ser fantásticas e estão a ajudar-nos tanto quanto podem. Sabemos que a quantia é muito significativa, mas com o apoio de todos temos a esperança de atingir a meta, para o bem dos filhos do Daniel”, explicou.

Quando morreu, Daniel Hegarty deixou dois filhos, Evan, com 10 anos de idade, e Flynn, com três. Até ontem à tarde, a campanha tinha conseguido juntar 48 por cento do montante necessário, ou seja 9.755 libras, ao longo de 20 dias. No total, tinham aderido à iniciativa, através da plataforma JustGiving, um total de 397 pessoas.

Segundo o documento que Joe Hegarty disponibilizou ao HM, a seguradora defende que não tem de compensar a família pela morte do piloto, pelo facto de Daniel ter morrido fora da Europa. Explica a companhia Combined Insurance que o seguro em causa apenas compensaria a família caso a morte tivesse ocorrido na Europa, Estados Unidos, Canadá, Austrália ou Nova Zelândia.

“A decisão deixou-nos a todos na família extremamente frustrados e desiludidos com a seguradora. Não quiseram assumir qualquer tipo de despesa”, confessou.

Joe Hegarty fez questão de frisar que a questão do seguro em nada está relacionadas com a Comissão Organizadora do Grande Prémio: “são situações diferentes. Era mesmo um seguro privado”, clarificou.

Tudo pelos filhos

Joe considerou ainda o irmão um homem de família, para quem os filhos estavam acima de tudo: “O Daniel era um motociclista com talento e muito comprometido com a condução mas, mais do que isso, foi sempre um pai dedicado aos seus dois filhos”, afirmou.

“A campanha pretende amealhar donativos para um fundo que vai ajudar os filhos do Daniel no futuro, uma vez que, infelizmente, o pai não pode estar presente”, reconheceu.

O britânico Daniel Hegarty morreu a 18 de Novembro durante a sexta volta do Grande Prémio de Macau. O piloto perdeu o controlo da mota na curva dos Pescadores e acabou projectado contra a barreira. O acidente levou imediatamente ao final da corrida, com o vencedor Glenn Irwin, a terminar em lágrimas devido ao acidente.

10 Abr 2018

Automobilismo | Pilotos locais querem mudanças nas corridas locais

[dropcap=’circle’] O [/dropcap] automobilismo local está a passar por uma fase periclitante. A participação no Grande Prémio está cada vez mais restrito aos pilotos da terra, enquanto que o único campeonato de automóveis sob a égide das entidades do território vive uma fase complicada de transição.

Com três Taças do Mundo FIA, quase inacessíveis para a maioria dos pilotos da RAEM, e uma competição de motociclismo, que por razões de segurança limita a participação apenas àqueles com uma sólida experiência internacional, a presença dos pilotos da casa no Grande Prémio reduz-se nos dias de hoje praticamente à Taça de Carros de Turismo de Macau, mais conhecida por “Taça CTM”.

O actual regulamento técnico do Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS, na sigla inglesa), competição que serve de apuramento para a Taça de Carros de Turismo de Macau do Grande Prémio, é único no mundo, planeando Associação Geral Automóvel Macau-China (AAMC) conservá-lo até ao final de 2019. No entanto, este obriga a uma exigente ginástica financeira aos que lá competem e aos que sonham um dia lá competir.

“Se no passado, não muito distante, os pilotos locais ombreavam com maquinaria muito próxima, hoje em dia não é assim”, explicou ao HM Álvaro Mourato, um ex-campeão do MTCS e vencedor em 2010 da saudosa Corrida Hotel Fortuna do Grande Prémio de Macau. “Hoje em dia competem os carros e não os pilotos. Quem tem mais possibilidades financeiras e possuir os carros mais competitivos ganha. Qualquer dia até um principiante pode ganhar o MTCS ou a ‘Taça CTM’.”

Mourato tem sido um dos pilotos mais vocais no que respeita aos prejuízos que a escalada dos custos da actual regulamentação tem trazido às corridas de carros de Turismo de Macau. Para o piloto macaense, “precisamos de uma corrida competitiva, talvez um troféu monomarca, e não uma corrida onde estão correr carros tão diferentes, como aqueles com motorizações 1950cc atmosféricos (ex-Roadsport) e 1600cc turbo, isto com um regulamento demasiado aberto.”

 

Kevin Tse, um dos pilotos que corre com a bandeira da Flor de Lotus com mais participações fora de portas e participante no MTCS, partilha da mesma opinião de Mourato. “O problema dos actuais campeonatos organizados pela AAMC é que existem demasiados carros “Frankenstein”. Os carros 1600cc Turbo e Roadsport são mal construídos por garagens locais mas mesmo assim não são baratos de construir e de colocar a correr. E se foram colocados à venda, apenas o mercado local tem interesse”, disse ao HM Kevin Tse.

 

 

Soluções existem

Quase todos os intervenientes concordam que para as corridas locais ganharem um novo fôlego é necessário mudar os regulamentos técnicos, mas também voltar a dar espaço aos da casa no grande evento desportivo do mês de Novembro.

Para o veterano Jo Rosa Merszei, um dos primeiros condutores do território a defender as cores da RAEM no estrangeiro, a solução para um futuro melhor passa “por uma mudança do regulamento para os automóveis; mais baratos, talvez especificações Grupo N (mais próximo das versões de estrada), para que não só aqueles com mais posses tenham possibilidades de correr, mas também em que o comum do cidadão possa ter uma oportunidade também.”

Mourato reforça a ideia que para motivar a entrada de novos competidores e preservar a presença dos actuais é preciso “reduzir os custos”, pois presentemente “obrigar os pilotos locais a competir em classes tão altas é difícil de suportar”. Mas também é “a favor de que hajam corridas só para locais ou tipo Interport e não as que temos actualmente”.

Sendo que a aquisição da viatura tem um peso significativo nos orçamentos dos praticantes, Kevin Tse foca outro ponto importante. “Se adoptarmos por padrões internacionais, comprar e vender carros será muito mais fácil e os custos de manutenção mais baixos. Não serão autorizadas modificações e apenas serão autorizados carros construídos pelos departamentos de competição das marcas. Essa é a forma correcta e realmente muito mais económica de tornar o Grande Prémio atraente para os pilotos locais e para uma audiência internacional.”

Há uma década os pilotos da casa tinham uma corrida de carros e uma corrida de scooters só para si no Grande Prémio. Aliás, muito do sucesso construído pelo evento nas últimas seis décadas passou pela proximidade entre a prova e os habitantes de Macau. O desejo dos pilotos locais é voltar a ter a sua própria corrida.

“Falei com vários pilotos sobre o tema e perguntei se houvesse uma corrida de carros Grupo N no Grande Prémio se estavam interessados em participar e todos dizem que sim”, afirma entusiasticamente Merszei.

Em 2018 e 2019 serão dois anos de transição, mas é esperada uma crescente pressão sobre a AAMC por parte dos pilotos que cada vez menos escondem a sua opinião de que o rumo do automobilismo tem que mudar em prol do desporto.

6 Abr 2018

Grande Prémio de Macau com carros eléctricos não é uma miragem

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s pressões sociais para a utilização de veículos eléctricos nas estradas têm crescido um pouco por todo o mundo e a electrificação automóvel é um passo sem retorno. Macau não é excepção. Basta lembrar que a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) abriu no mês passado concurso público para a atribuição de 100 licenças de táxis, exigindo pela primeira vez que os veículos sejam eléctricos. Actualmente, circulam em Macau 250 veículos eléctricos, a esmagadora maioria deles particulares, mas é esperado um aumento significativos nos anos vindouros.

Obviamente o automobilismo não passará ao lado desta nova vaga inovadora da indústria automóvel. Jean Todt, o presidente da FIA, quando visitou Macau no 60º aniversário do Grande Prémio, disse à imprensa que o território, pelas suas características, era o local ideal para ser palco de uma competição de carros eléctricos da FIA. Contudo, o Campeonato FIA de Fórmula E, por enquanto a única competição de carros eléctricos existente, acabou por encontrar apoio e um abrigo aqui ao lado, em Hong Kong.

Dada as actuais especificações dos monolugares de Fórmula E, que precisam de rectas curtas e pontos de travagem fortes, para recarregar as baterias, a ex-colónia inglesa montou um circuito urbano de raiz para o efeito. No traçado do Circuito da Guia, por exemplo, estes carros não iriam funcionar na sua plenitude. “Na sua configuração actual, o Circuito da Guia não é o circuito do momento dada a sua extensão total e às suas longas rectas”, clarificou ao HM o arquitecto português Rodrigo Nunes, o responsável por desenhar vários dos circuitos, todos eles citadinos, do campeonato, incluindo aquele provisoriamente montado em Hong Kong.

Porém, a rápida evolução, fruto da aposta forte dos grandes construtores, irá resolver este problema de autonomia e desembaraço dos carros eléctricos de competição nos próximos anos. Não foi por acaso que no Salão Automóvel de Genebra, a WSC Technology Ltd., uma subsidiária da WSC Ltd, a empresa que criou o conceito TCR, lançou o E TCR – um novo conceito de corridas de carros de Turismo para motorizações eléctricas.

À boleia da Ásia

A SEAT, através da sua marca desportiva Cupra, foi a primeira a apresentar um carro para esta categoria que será introduzida em 2019, mas os mentores desta ideia acreditam que mais construtor irão seguir os passos da casa espanhola, alguns deles da Ásia. Seis dos dez maiores fabricantes de carros eléctricos da actualidade são da República Popular da China. Os subsídios governamentais e a necessidade de reduzir os níveis de poluição das grandes cidades tornaram os construtores chineses dos primeiros a alinhar nesta corrida tecnológica.

David Sonenscher, o responsável máximo pela WSC Asia Limited e pela organização do campeonato TCR Asia Series, admite que este novo conceito é uma oportunidade ideal para estabelecer uma nova era no automobilismo do continente que sempre venerou as corridas de carros de Turismo e sempre se posicionou na linha da frente no que respeita às novas tecnologias.

“O mundo está cada mais e mais focado nas energias limpas, com a região asiática a ser líder em algumas tecnologias emergentes, portanto eu penso que o mercado será bastante receptivo ao desenvolvimento do E TCR”, diz o inglês radicado na Malásia há quase três décadas. “Não há dúvida que o E TCR é parte do futuro do automobilismo e pode-se tornar um foco muito importante para a Ásia, pois a região continua a construir a sua reputação global como um lugar para correr.”

Sendo o Grande Prémio de Macau um dos maiores eventos de automobilismo do continente, claramente que a prova do território está no radar dos mentores do E TCR, até porque o “nosso circuito” tem uma tradição a manter.

Macau sedutor

Marcello Lotti, CEO da WSC Ltd, ex-responsável máximo pelo WTCC e “pai” do conceito TCR, acredita que o novo E TCR se encaixa no perfil do evento da RAEM.

“Se olharem para o que nós fizemos no passado, poderão ver que nós sempre consideramos Macau um evento de importância primordial para as nossas estratégias”, afirmou, em declarações exclusivas ao HM, o empresário italiano, ele que foi o primeiro a compreender o valor acrescentado que o Grande Prémio tinha para oferecer ao campeonato mundial de carros de Turismo e vice-versa.

Para Lotti, “a Corrida da Guia é uma lenda na história dos carros de Turismo, e acima de tudo, todo o evento de Macau sempre deu uma enorme importância às competições para carros de produção, tanto Turismos ou GTs. E esta é uma razão porque nós sempre fizemos o nosso melhor para levar a Macau o WTCC, primeiro, e o TCR, depois.”

Quanto ao futuro, Lotti não esconde que gostaria de ver um dia os carros do primeiro campeonato de carros de turismo eléctricos a competir nas ruas de Macau. “Agora temos que ver como um evento em Macau poderá encaixar nas estratégias que nós estamos a trabalhar com o E TCR, mas não há dúvidas que a ideia de correr no Circuito da Guia com carros de Turismo eléctricos é certamente fascinante”, conclui.

Enquanto um futuro cada vez mais electrificado se vai desenhando, os entusiastas locais dos desportos motorizados poderão continuar, por agora, ainda a desfrutar das sensações provocadas pelos estrondosos motores a combustão.

26 Mar 2018

FIA mantém Taças do Mundo em Macau

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Conselho Mundial da Federação Internacional do Automóvel (FIA), realizado na passada sexta-feira, em Genebra, confirmou a continuidade das Taças do Mundo FIA de GT e Fórmula 3 no Circuito da Guia.

Apesar da contestação de alguma imprensa especializada e de alguns construtores menos satisfeitos, amplificada pelos aparatosos acidentes das últimas duas edições, a maioria dos envolvidos na Taça do Mundo FIA de GT expressou interesse em que este título fosse disputado no exigente traçado de Macau, em vez de o ser num qualquer circuito convencional.

A posição geográfica de Macau e a importância do mercado asiático para os construtores automóveis, além do evento se ajustar perfeitamente às intenções comerciais e promocionais das marcas, fazem do imperdoável Circuito da Guia o palco preferencial para se disputar o título mais elevado da categoria FIA GT3.

Por seu lado, a continuação da Taça do Mundo FIA de Fórmula 3 no território era esperada, até porque não existe qualquer outra prova extra-campeonato de Fórmula 3 reconhecida pela federação internacional que não aquela que se discute nas ruas do território. A edição deste ano terá uma particularidade, pois poderá ser a última da história da categoria em que estarão em pista monolugares equipados com motores de diferentes construtores.

Na reunião da FIA na Suíça ficou decidido a instituição em 2019 do Campeonato FIA de Fórmula 3 que fará parte da plataforma dos fins-de-semana do Campeonato do Mundo de Fórmula 1. Este campeonato terá a particularidade de ser realizado com um chassis e um motor único. Esta decisão, que não é consensual no paddock da disciplina, quebra uma velha tradição da Fórmula 3 que sempre foi ao longo da sua história uma categoria que colocou frente-a-frente fornecedores de motores e também de chassis, apesar do jugo da Dallara nas duas últimas décadas.

A 65ª edição do Grande Prémio de Macau irá decorrer de 15 a 18 de Novembro. O programa do evento deste ano ainda não foi apresentado, mas para além das duas competições acima citadas, estão igualmente confirmadas as provas da nova Taça do Mundo FIA de Carros de Turismos (WTCC) e o Grande Prémio de Motos de Macau.

12 Mar 2018

Instituto do Desporto mexe no regulamento da atribuição de subsídios aos pilotos

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] atribuição de subsídios aos pilotos locais que participem em corridas no exterior tem ao longo dos anos causado um incómodo braço de ferro entre pilotos e as entidade responsáveis do território. Este tema controverso teve um novo desenvolvimento este ano, mas, para variar, positivo para o lado dos pilotos.
Para se habilitarem a receber este vital apoio monetário, os pilotos portugueses e chineses da RAEM tinham, entre outros critérios obrigatórios a cumprir, que participar no Grande Prémio de Macau e, desde 2013, de chegar ao fim da prova onde participavam.

Estas duas cláusulas foram sempre veemente contestadas pelos pilotos, principalmente a segunda, que obrigava os corredores da casa a dosearem o seu andamento no fim-de-semana do Grande Prémio para não comprometerem um suporte financeiro vital para a temporada seguinte e, ao mesmo tempo, rezarem a todos os Deuses do Olimpo para que o azar não lhes batesse à porta no mais importante fim-de-semana de Novembro.
Felizmente, o bom senso sobrepôs-se ao orgulho e o contestado ponto 2.4 da “atribuição de subsídios aos pilotos locais que participem em corridas no exterior durante 2018” deixou cair a obrigatoriedade de terminar a corrida do Grande Prémio de Macau. Diz agora o dito ponto que basta “Ter participado nas corridas oficiais do Grande Prémio de Macau (GPM) realizadas durante 2017 (com partida efectuada)”.
O ano passado, o polémico ponto 2.4 referia ser obrigatório “Ter terminado e obtido uma classificação oficial que se situe numa posição entre as 70% melhores classificações finais dos pilotos participantes de Macau numa das corridas do Grande Prémio de Macau (GPM) realizadas durante 2016.”
Caso os requisitos não tivessem sido alterados este ano, apenas vinte pilotos estariam à partida qualificados para acederem ao apoio do Governo da RAEM. Com esta alteração, passam a ser trinta e sete aqueles que até 28 de Fevereiro se podem candidatar à verba disponibilizada pela Fundação Macau.

IDM está atento

Se os pilotos portugueses foram os primeiros a mostrar publicamente o desagrado pela forma como este subsidio era e é atribuído, o mal-estar estendeu-se rapidamente também aos pilotos de etnia chinesa. Esta alteração nos critérios dos requerentes foi obviamente bem recebida, não só por quem dela beneficiará, mas também pela comunidade dos desportos motorizados de Macau no geral.
Questionado pelo HM sobre qual a razão que motivou este ajuste de peso, o Instituto do Desporto (ID) esclareceu por escrito que “o esquema de alocação dos subsídios para os pilotos locais participação em provas no exterior é concebido para apoiar os pilotos de Macau com recursos e condições para participarem em eventos de desportos motorizados, com o objectivo último de elevar o níveis competitivos dos pilotos locais.”
O IDM admite que está aberto a sugestões e deixa a promessa que irá estar atento ao assunto, deixando no ar que o actual sistema para poderá evolver para melhor.
“À medida que o tempo passa, nós temos trabalhado continuamente em formas de melhorar o sistema, incluindo tendo em consideração as ideias e sugestões que recebemos dos pilotos. No futuro nós iremos continuar a olhar para encontrar métodos para apoiar os pilotos locais e a criar condições para um desenvolvimento a longo termo dos desportos motorizados de Macau”, explicou o organismo responsável por executar a política desportiva do território.

Não chega a todos

Esta medida salutar não é no entanto suficientemente abrangente para evitar que os três pilotos da RAEM mais representativos da actualidade estejam automaticamente desclassificados a candidatar-se ao subsídio, o que demonstra a incongruência do sistema ainda em vigor.
André Couto, Rodolfo Ávila e o jovem Leong Hon Chio não participaram na edição transacta do Grande Prémio, por diferentes razões, e nem os triunfos que conquistaram em 2017 – Ávila foi vice-campeão do mais popular campeonato de automobilismo da República Popular da China e Leong venceu de uma assentada o Campeonato da China de F4 e o Campeonato Asiático de Fórmula Renault na sua estreia em monolugares – nem o vasto currículo internacional, como no caso de Couto, são argumentos suficientes para serem merecedores de qualquer apoio do território que representam fora de portas.
Este pequeno volte-face das entidades responsáveis de Macau irá apaziguar ligeiramente a insatisfação crescente, mas não será ainda suficiente para trazer a tão desejada paz e um pouco de consenso ao automobilismo do território.

21 Fev 2018

“Grid girls” continuarão a ser vistas no Grande Prémio

Em plena altura do defeso, o Campeonato do Mundo de Fórmula 1 saltou para as capas dos jornais quando há duas semanas anunciou o fim das “grid girls” nos Grande Prémios, seguindo o exemplo de outros campeonatos sancionados pela FIA e até de outros desportos. Todavia, por cá, no Grande Prémio de Macau, tudo ficará como antes

[dropcap style≠’circle’]H[/dropcap]á décadas os pilotos encontrarem o seu lugar na grelha de partida através de uma placa com o seu nome ou número sustentada por uma modelo remunerada para o efeito. Contudo, esta tradição do “Grande Circo” chegou ao fim, numa decisão que não foi nada consensual, mas que para os novos donos da categoria principal do desporto automóvel é uma tentativa de melhorar a sua imagem perante uma sociedade que cada vez menos perdulária a qualquer manifestação menos politicamente correcta.

O grupo americano Liberty Media, que tem os direitos comerciais da Fórmula 1 desde 2017, tenta reinventar a categoria e torná-la mais atrativa para o público jovem. Se muitos concordaram com a medida, outros mostraram-se efusivamente o seu desagrado, entre eles figuras proeminentes do paddock, como Niki Lauda, o ex-responsável máximo Bernie Ecclestone, os pilotos Max Verstappen e Sebastien Vettel e até algumas modelos.

Para apaziguar os ânimos, os responsáveis pelos aspectos comerciais da Fórmula 1 revelaram uma solução para identificar o lugar de cada um dos pilotos na grelha de partida. Assim, crianças com uma carreira no automobilismo escolhidas por mérito ou por sorteio permanecerão na grelha de partida com o nome de cada um dos pilotos em todos os Grandes Prémios.

Contudo, esta decisão, que trazia dinheiro aos cofres da Fórmula 1 e que também atingirá as categorias de suporte – Fórmula 2 e GP3 Series – acabará por afectar as centrais de modelos exclusivamente dedicadas às necessidades do desporto automóvel, que agora vão sentir um decréscimo progressivo de actividade, uma vez que as restantes categorias tendem seguir a Fórmula 1.

O Campeonato do Mundo FIA de Endurance (WEC) já tinha banido as “grid girls” e, depois da decisão da Fórmula 1, é de esperar que as restantes competições sob a égide da federação internacional sigam o exemplo a curto prazo. Contudo, e por agora, o Grande Prémio de Macau não vai seguir esse caminho.

Imunes por cá

A presença de modelos no paddock do Grande Prémio, representando as cores de patrocinadores e marcas associadas ao evento, sempre foi uma imagem forte do evento, recaindo nelas, e às vezes neles, muita da atenção de fotógrafos e curiosos.

Esta tradição do evento do território irá continuar, pelo menos na próxima edição. Questionado pelo HM, o Instituto do Desporto disse que “a Comissão Organizadora do Grande Prémio está atenta às mudanças em termos da disposição de alguns dos maiores eventos de automobilismo no mundo”.

No entanto, a entidade responsável pela organização da maior manifestação desportiva de carácter anual da RAEM esclarece que “de momento não tem planos para cancelar ou substituir o uso de “grid girls” e está concentrada nos preparativos gerais e organização do evento deste ano.”

O Grande Prémio de Macau não é caso único a não seguir esta via restritiva. Os responsáveis do campeonato MotoGP, a competição mundial mais importante de motociclismo, deixaram bem claro que a tradição das “grid girls” é para manter e está totalmente fora de questão tocar nesse tópico, o mesmo acontecendo com o campeonato de carros eléctricos Fórmula E que também não abdicará do ritual.

WTCR irá dialogar

A Taça do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCR) é uma das três competições FIA no programa do Grande Prémio. A competição de carros de Turismo, que este ano vai sofrer várias alterações em termos desportivos, também deixará de adoptar as “grid girls” na maioria dos seus eventos. Porém, a organização do WTCR deixa a última palavra para os promotores locais.

“Como promotores do WTCR, o Eurosport Events não organizará qualquer “grid girls”, nem “grid boys”. Em vez disso vamos aumentar os nossos esforços em trazer sons e músicas às pré-grelhas, DJs e entretenimento para os nossos fãs e convidados”, explicou ao HM François Ribeiro, o CEO do Eurosport Events, salientando, no entanto, que o WTCR irá manter o hábito “de ter modelos na cerimónia do pódio para ajudar no protocolo”.

Ciente que existe uma certa oposição a esta medida drástica, Ribeiro deixa, porém, a porta aberta ao diálogo. “Nós entendemos o facto que alguns promotores de eventos queiram continuar a tradição das ‘grid girls’ e iremos sentar-nos com eles para avaliarmos a situação e tomar as decisões adequadas”, elucida o dirigente francês.

Com mais de sessenta anos de história, o carnaval do Grande Prémio deverá passar a curto prazo incólume às pressões da sociedade moderna, sendo a questão que se coloca – até quando?

13 Fev 2018

Taça da Corrida Chinesa voltará ao que era no GP

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Taça da Corrida Chinesa deverá apresentar novos moldes na 65ª edição do Grande Prémio de Macau. A competição monomarca apoiada pelo construtor automóvel chinês BAIC deverá regressar pelo quinto ano consecutivo ao Circuito da Guia e voltará apostar aos moldes vistos antes de 2017. Isto é, a habitual primeira corrida do programa de festas do evento anual da RAEM passará novamente a ser disputada por um tipo único de viaturas, neste caso os novos BAIC Senova D50 TCR.

O ano passado os BAIC Senova D50 dividiram pela primeira vez o asfalto da cidade de Macau com algumas viaturas da categoria TCR, provenientes do campeonato TCR China Series. O HM apurou que este foi um episódio excepcional e não se repetirá este ano. Segundo fonte da competição chinesa, “desta vez não haverá carros TCR, porque a Taça da Corrida Chinesa terá mais de trinta inscritos este ano.”

Por se tratar de uma competição que apela ao patriotismo chinês, no que respeita à nacionalidade dos pilotos, a mesma fonte esclareceu que “pilotos estrangeiros não poderão correr. Como nos anos anteriores, só será permitida a participação de pilotos chineses”.

Organizada pela Shanghai Lisheng Racing Co. Ltd, a Taça da Corrida Chinesa é um campeonato composto usualmente por quatro eventos, mas em 2018 o número de eventos poderá ascender aos cinco ou seis eventos. O calendário para a temporada que aí vem deverá ser “apresentado em breve”, sendo a tradicional corrida no território o ponto alto da temporada para pilotos e equipas.

A 65ª edição do Grande Prémio de Macau será realizada de 15 a 18 de Novembro e a presença da prova da Taça da Corrida Chinesa no programa de corridas está ainda pendente de confirmação da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau.

2017 foi um ano especial

A edição do ano passado da Taça da Corrida Chinesa será recordada, acima de tudo, pelo triunfo de Hélder Assunção. O piloto macaense teve um fim-de-semana isento de erros e soube como capitalizar as falhas dos pilotos mais rápidos e experientes para colocar a bandeira da RAEM no mastro principal da cerimónia do pódio.

A prova ficou igualmente marcada pela ausência de grande parte do pelotão do campeonato TCR China Series. Os contentores provenientes de Ningbo, carregados com os carros e material, daqueles que eram os favoritos à vitória à geral nesta corrida, não chegaram a Macau devido a problemas alfandegários. Sendo assim, apenas três SEAT Leon TCR, que estavam estacionados em Zhuhai antes da prova, um deles do piloto do território Alex Liu Lic Ka, se imiscuíram sem grande sucesso na luta dos carros “made in China”.

15 Jan 2018

Audi quer continuação da Taça GT em Macau

Responsável pela preparação dos carros do construtor defende que Taça Mundial de FT deve continuar em Macau, apesar de sugestão para mudança para Abu Dhabi.

 

 

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]pesar dos espectaculares acidentes que têm marcado as edições da Taça Mundial FIA GT no circuito da Guia, o responsável pela preparação dos Audi para clientes privados, Chris Reinke, defende que a prova deve continuar a ser disputada no território. As afirmações surgem numa altura em que existe a possibilidade desta competição ser mudada por outro circuito, como o Yas Marina no Abu Dhabi. Essa foi pelo menos a sugestão de um construtor, segundo o portal Sportscar375, que não identificou o construtor em causa.

“Para nós é tudo muito claro. Em Macau há uma forma muita própria de recebermos esta prova, que por não fazer parte de qualquer campeonato se torna num evento radical ao nível da provas de GT3”, disse Chris Reinke, responsável da Audi, ao portal Sportscar365. “Nós consideramos que Macau tem o circuito indicado para esta prova. É um evento extraordinário”, acrescentou.

A questão sobre uma possível realocação da prova que desde a criação foi realizada em Macau, prende-se com os vários acidentes. Em 2016, Laurens Vanthoor conquistou o troféu, apesar de ter capotado o carro e obrigado á interrupção da corrida. Depois de uma sessão de 90 minutos em que os carros só realizam 5 voltas em ritmo competitivo. No ano passado, a corrida de qualificação teve um acidente que envolveu quase metade dos concorrentes e que condicionou o resultado final.

Chris Reinke considerou estes episódios uma falsa questão, no sentido em que, diz o responsável, as pessoas que se deslocam ao Território sabem o que têm pela frente. “Se falássemos em incluir esta prova num campeonato poderíamos falar numa aposta com um risco elevado. Mas quando as pessoas vão a Macau sabem o que têm pela frente e se querem arriscou ou não. Para nós não há nenhum problema se a prova continuar a ser realizada em Macau”, explicou.

“Quando vamos a Macau temos consciência do tipo de circuito e a natureza das provas. É um conhecimento que já existe antes da prova e que sai reforçado quando regressamos a casa”, frisou.

Questionada sobre o facto de poder haver uma mudança de pista para a Taça Mundial FIA GT, Reike admitiu que esse cenário está a ser equacionado: ““Há um grande risco de isso acontecer, e nós estávamos cientes desse aspecto quando nos inscrevemos na prova. Acho que todos os que se vão inscrever têm de compreender que isso pode acontecer”, admitiu.

“Os riscos fazem parte desta prova, que também se tornou conhecida por esse risco”, concluiu.

A Taça Mundial FIA GT começou a ser realizada em 2015, a partir da competição para GT do Grande Prémio. Apesar de no início o evento ser aberto a pilotos amadores, nos últimos anos tornou-se exclusivo para pilotos profissionais. No ano passado, um total de 20 carros participação na prova, com sete construtores diferentes, o que foi um recorde.

5 Jan 2018

WTCC | Circuito da Guia eleito o melhor de sempre

Nem Monza se compara. O Circuito da Guia foi considerado “o melhor de sempre”, por um painel de 18 países. E tudo começou numa tertúlia…

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Circuito da Guia foi eleito como o “melhor circuito de todos os tempos” do Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCC), de acordo com um painel constituído pela imprensa de dezoito países e territórios, em que o Hoje Macau esteve representado.

O circuito do território, que nasceu numa tertúlia de quatro amigos portugueses no Hotel Riviera em 1954, fez parte do calendário do WTCC de 2005 a 2014, regressando este ano para a penúltima prova da história do campeonato, onde Mehdi Benanni e Rob Huff dividiram os triunfos, foi aquele que mais votos arrecadou por parte dos jornalistas que acompanharam o campeonato.

Macau teve uma pontuação de 43 pontos, superando o circuito alemão de Nürburgring Nordschleife, que teve 27 pontos, e o mítico traçado de Monza, em Itália, que somou 16. Dos quatro circuitos portugueses por onde o WTCC passou nesta sua segunda iteração, Vila Real foi o melhor classificado, tendo o traçado citadino transmontano sido o sexto mais votado, com um total de 7 pontos.

Depois de treze anos o WTCC chegou ao fim no final da temporada de 2017. A partir de 2018, o campeonato passa a ser uma Taça do Mundo FIA e chamar-se-á WTCR – FIA World Touring Car Cup. A nova competição, que continua sob a égide do Eurosport Events, anunciou na pretérita semana o calendário de dez provas para 2018 e confirmou que visitará o Grande Prémio de Macau, de 15 a 18 de Novembro.

Monteiro foi o “Piloto do Ano”

Os órgãos de comunicação social elegeram também o francês Yvan Muller, como o melhor piloto de sempre do WTCC, e o Citroën C-Elysée recebeu o troféu de melhor carro. Já o piloto português Tiago Monteiro, que ainda se encontra a recuperar de um violento acidente num teste privado em Barcelona no passado mês de Setembro, foi eleito o “Piloto do Ano” pelo júri constituído por vinte e cinco jornalistas. Monteiro, que era líder isolado do WTCC quando sofreu o acidente que não lhe permitiu completar a temporada, recebeu 10 votos, ao passo que Norbert Michelisz teve sete e o campeão Thed Björk cinco.

“Fico feliz com este troféu. Claro que gostava mais de ter vencido o campeonato, mas fico muito sensibilizado pela forma como estes jornalistas avaliaram o meu trabalho sabendo que não tive hipótese de continuar a correr. São estes pequenos detalhes que me fazem continuar focado na recuperação e com o regresso em mente”, afirmou o primeiro e único piloto português a triunfar na Corrida da Guia do Grande Prémio de Macau e que nas últimas semanas esteve no EUA onde visitou alguns médicos.

27 Dez 2017

Manson Grand Prix

[dropcap style≠’circle’]R[/dropcap]ealizou-se no passado fim-de-semana mais uma edição do Grande Prémio de Macau, que é uma daquelas coisas que, ou se gosta, ou se ignora – ou pelo menos se tenta ignorar. A minha relação com este evento, o maior cartaz desportivo (?) do ano no território, é um misto de desencanto, comunhão amigável e indiferença. É assim um bocado como uma pessoa de quem não tínhamos uma boa primeira impressão, depois chegamos a desenvolver uma relação cordial de quase amizade, e que depois ficámos sem ver por uns tempos, e actualmente cumprimentamos mais ou menos timidamente.

Quando a cheguei a Macau julgava que o Grande Prémio era uma espécie de “monster meeting” depois de finda a época de Fórmula 1, onde os pilotos desta disciplina realizavam uma etapa extra-campeonato (vejam só a minha inguenidade!). Após o abismo dessa desilusão para o qual me encaminhei direito que nem um patinho, aprendi a aceitar o Grande Prémio e até pensei que gostava dele, como requerimento para me considerar um “local”, completamente “integrado”, mas depois percebi que era um amor por interesse que não tinha interesse nenhum.

Para quem não acha aquilo tudo “o máximo”, o melhor é aprender a manter a televisão desligada durante os quatro dias do Grande Prémio, ou melhor ainda, sair do território na quarta-feira à tarde e regressar no Domingo à noite. Mas isto é para quem pode, pois os que precisam de trabalhar na quinta e na sexta-feira encontram uma espécie de “muro de Berlim” construído em redor do circuito da Guia, e quase tão aborrecido de passar quanto o original (eu próprio não tenho muita razão de queixa, pois vivo e trabalho em “Berlim Ocidental”). E uma dúvida que ainda ninguém me conseguiu esclarecer: o que acontece à população que vive na Estrada dos Parses? É recolocada temporariamente, é indemnizada por ter lá os carros a rugirem-lhe à porta, ou é toda “aficionada” do “circo”? O Grande Prémio é a nossa versão revista, aumentada e um bocadinho mais poluidora do Carnaval brasileiro; em comum tem o facto de mal ter terminado esta edição, já se estar a pensar em preparar a próxima.

No mesmo dia em que caiu o pano do Grande Prémio de Macau, faleceu Charles Manson. E agora pode ser que o título deste artigo faça algum sentido. Não vou fazer aqui a apologia da violência e do horror como alguma forma de “arte marginal”, ou tentar relativizar os crimes hediondos cometidos por este indivíduo: Charles Manson não merecia estar vivo e muito menos solto. Posto isto, trata-se aqui de um génio, mas do mal. Um indivíduo que só precisou de passar 19 dos 83 anos da sua vida em liberdade para ter deixado uma ferida aberta na humanidade e de que ainda se fala 50 anos depois.

Manson conseguiu convencer um monte de gente de que “era Deus” através dos argumentos mais absurdos (e muito LSD, também) , e ainda teve uma carreira literária e discográfica na prisão, enquanto cumpria as 12 perpétuas a que foi condenado. A questão dos nossos tempos é a seguinte: quem são os Mansons dos nossos tempos? E a que “família” pertencemos nós, também?

Adeuzinho que foste tarde, ó Charles Manson. E longa vida ao Grande Prémio de Macau, já agora.

23 Nov 2017

Grande Prémio | Morte de Hegarty relança debate sobre prova de motociclismo

A oitava morte na principal categoria do Grande Prémio de Macau em Motos colocou o debate sobre a segurança do circuito na ordem do dia. Apesar da tragédia, as pessoas ouvidas pelo HM defendem que o futuro da prova não deve ser colocado em causa, mas que é necessário fazer algo para evitar este tipo de tragédias

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] morte do piloto Daniel Hegarty, de 31 anos, durante a corrida do Grande Prémio de Motas voltou a colocar na agenda do dia a segurança no Circuito da Guia. Cinco anos depois da morte de Luís Carreira, piloto português que em 2012 também perdeu vida na Curva dos Pescadores, a segurança no local volta a ser questionada. Isto apesar dos esforços organizativos para reforçar a protecção na zona.

Se por um lado, há quem ache impensável que a corrida de motos se deixe de realizar, até pelo seu valor histórico, por outro, há pessoas que simplesmente defendem que a pista não tem as condições de segurança necessária para um evento deste género.

Para Paulo Godinho, residente de Macau a viver em Portugal, o circuito da Guia já não tem condições para receber provas de motos, devido à ausência de espaço para instalar escapatórias: “Hoje, como se vê nas provas principais de motociclismo em todo o mundo, os circuitos destinados à modalidade têm de ter enormes escapatórias, o que é impossível de construir em Macau”, começou por explicar, em declarações ao HM, o sociólogo.

“Não é aceitável que os praticantes tenham, hoje em dia, protecções cervicais para evitar danos na coluna, em caso de acidente, e depois considerar como normal que possam ser atirados, a 200 km/hora de encontro a um muro de betão”, acrescentou.

Produto de Macau

André Ritchie tem uma opinião oposta. Para o arquitecto e ex-coordenador do Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes é necessário continuar a adoptar medidas de segurança, mas não se deve aceitar de todo o final da corrida de motas.

“Sou completamente contra acabar-se com a corridas de motociclos. É um produto genuíno de Macau. Estamos sempre a dizer que Macau tem falta de elementos próprios, por isso mesmo faz ainda mais sentido preservar o Grande Prémio, que é um produto só nosso. Isto é a nossa identidade”, afirmou André Ritchie, ao HM.

“Eu defendo que é sempre possível melhorar as condições de segurança. É o facto das pessoas não conhecerem as últimas inovações ao nível da segurança e falarem contra a corrida que me incomoda”, explicou.

Opinião que levou a um acesso debate nas redes sociais, foi a de Pedro Coimbra, autor do blog “Devaneios a Oriente”. Contudo, o jurista explica que tem sido mal-interpretado e que nunca quis que as corridas de motos chegassem ao fim.

“Eu não defendo o fim das corridas de motos no Grande Prémio, nem tenho conhecimentos técnicos para fazer uma afirmação dessas. O que me mete um bocado de impressão, como espectador, é a sensação de falta de segurança”, vincou Pedro Coimbra, ontem, ao HM.

“Acredito pouco em coincidências. No prazo de cinco anos morreram duas pessoas no mesmo sítio. Morreram de uma forma horrorosa. Um pequeno erro, um azar, uma avaria mecânica – que até poderá ter acontecido neste caso – é suficiente para uma pessoa embater imediatamente no muro ou na protecção metálica e haver uma tragédia”, sublinhou.

Pedro Coimbra fez questão de sublinhar que não tem conhecidos profundos sobre o tema e que fala na perspectiva de um leigo. Contudo, explica que a impressão que tem das corridas de motas é que “é uma sorte não haver outras tragédias como estas”.

Alterações ao circuito

A reboque do debate sobre a segurança, há quem defenda que podem ser implementadas alterações ao circuito para fazer com que seja mais seguro para as motos. Também este tópico não gera unanimidade.

André Couto, piloto que venceu a prova de Fórmula 3 em 2000, aceita esta solução, caso os pilotos das motos concordem que pode resultar num circuito menos perigoso.

“Não sou contra a introdução de chicanes para fazer com que os pilotos abrandem em certos sítios do circuito. Mas uma decisão dessas tem de ser tomada depois de ouvir os próprios pilotos. São eles que estão na pista e sabem o que é melhor”, disse André Couto ao HM.

“Há eventos no exterior em que quando corre uma categoria metem uma chicane amovível na pista. A chicane é depois retirada quando são realizadas corridas de outras categorias. Acho que se podem encontrar outras soluções de segurança, como as chicanes, mas também é preciso estudar bem se essa é a melhor solução e saber se os pilotos estão de acordo”, acrescentou.

Por sua vez, André Ritchie é contra a introdução de alterações ao traçado do circuito, que defende ser património de Macau e que precisa de ser protegido. Para o antigo director do GIT é mesmo necessário classificar o circuito da Guia.

“O Grande Prémio é património de Macau, tal como o circuito da Guia, e deve ser protegido. Há pessoas que dizem que se colocava antes da Curva dos Pescadores uma chicane. Mas não se pode fazer isto, estamos a falar de património. O Circuito da Guia manteve-se inalterado ao longo destes anos todos e devia manter-se assim”, defende André Ritchie.

“Também não vou às Ruínas de São Paulo pedir para colocarem uns ventiladores por causa da circulação do ar. Não podemos fazer isso. Qualquer mudança no circuito deve ser feita com pinças. Mas há alternativas e podemos sempre melhorar, mantendo a corrida”, frisou.

Ritchie colocou também a hipótese, que admite precisar de ser estudada, de recuar as barreiras na zona da Curva dos Pescadores. O objectivo passa por ganhar espaço para colocar mais materiais absorventes de eventuais impactos, como barreiras de pneus.

Desporto perigoso

No que as pessoas ouvidas pelo HM parecem unânimes é no facto das corridas envolverem sempre um risco. “É preciso compreender a modalidade. Os riscos que a modalidade implica. O desporto motorizado, de forma geral, é perigoso. Não é por acaso que até os espectadores são avisados no verso do bilhete sobre os perigos de assistir às corridas. Este desporto é perigoso e há que ter consciência disso”, diz Ritchie.

Por sua vez, André Couto recorda que no caso em concreto das motas que o piloto faz sempre parte do primeiro impacto, em caso de acidente: “Mesmo com muita segurança, quando se bate a 200 e tal km/h, no caso das motos, e ao contrário dos carros, o piloto que faz parte do primeiro impacto. Mesmo que se evolua na segurança das pistas, acredito que este tipo de acidentes vai continuar a acontecer”, apontou. “O circuito da Guia não é propício para as quedas a grandes velocidades” acrescenta.

São estas características que fazem com que Paulo Godinho acredite que as mortes nunca serão uma excepção: “Com as características do circuito da Guia, [as mortes] não serão nunca a excepção mas sim uma triste regra, se não se acabar, definitivamente, com as provas de motociclismo”, apontou.

 

Mortes no Grande Prémio de Motociclos
Ano Piloto Local de Nascimento

1973 Shea Lun Tsang Hong Kong

1977 Lam Sai-Kwan Hong Kong

1983 Chan Wai Chi China

1993 Tung Sai-Wing Hong Kong

1994 Katsuhiro Tottori Japão

2005 Bruno Bonhuil França

2012 Luís Carreira Portugal

2017 Daniel Hegarty Reino Unido

 

Alexis Tam comprometido com a segurança

Após a morte de Daniel Hegarty, o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, prometeu que a organização vai continuar a fazer os seus melhores esforços para aumentar os níveis de segurança no circuito. O também presidente do Comité de Organização do Grande Prémio de Macau garantiu ainda que não existe a intenção de acabar com a prova de motos. Por outro lado, Alexis Tam recordou a história e importância do evento de motociclos para o Grande Prémio, que se realiza há 51 edições. O japonês Hiroshi Hasegawa, em 1967, foi o primeiro vencedor da prova de motos.

André Couto admite admiração pelas motos

André Couto é o único piloto de Macau a ter vencido o Grande Prémio de Fórmula 3, no ano de 2000. Porém, e apesar de ter igualmente competido nos GT e carros de turismo, Couto reconhece que sempre sentiu uma grande admiração pela prova de motociclos. “Não estou muito por dentro do mundo das motas, mas uma das partes do meu gosto pelas corridas do Grande Prémio de Macau deve-se muito às motas. Era uma das categorias que mais gostava de ver, em criança. Lembro de ver o Ron Haslam ou o Kevin Schantwz e algo passou para mim, também um pouco pelas motos”, reconhece o piloto de 40 anos. “O circuito da Guia ficou conhecido por ser muito rápido, perigoso e que não perdoa qualquer erro. O Grande Prémio de Motos veio contribuir para essa fama”, frisou.

Ilha de Man : 255 pilotos mortos

No topo dos circuitos mais mortais está o Snaefell Moutain, localizado na Ilha de Man, no Reino Unido, com um total de 255 fatalidades só entre pilotos. Este número tem em conta as diferentes provas que se realizam no traçado rural, que tem uma extensão de 60,72 quilómetros. A prova mais conhecida disputada no circuito é a International Isle of Man Tourist Trouphy Race, e tem no palmarés vencedores como John McGuinness, Michael Rutter, ou Ian Hutchinson, corredores que também já triunfaram em Macau.

23 Nov 2017

51º Grande Prémio de Motos de Macau – Vitória amarga

O Circuito da Guia voltou a mostrar-se este fim-de-semana impiedoso e, por mais sofisticadas e aperfeiçoadas que sejam as medidas de segurança impostas, a crueza é ainda uma característica intrínseca dos desportos motorizados

[dropcap style≠’circle’]G[/dropcap]lenn Irwin venceu a 51ª edição do Grande Prémio de Motos de Macau que fica marcada pelo acidente mortal do inglês Daniel Hegarty. Na quinta volta da tradicional prova de sábado à tarde, o piloto inglês, que participava pela segunda vez na prova, perdeu o controlo da sua Honda CBR1000RR na Curva dos Pescadores. A corrida foi prontamente interrompida, para prestar os primeiros socorros ao piloto da TopGun Racing, que foi rapidamente transportado para o Centro Hospitalar Conde São Januário, onde iria chegar já sem vida. A corrida não recomeçou e a cerimónia do pódio foi realizada com enorme pesar.

Para segundo plano forçosamente fica a parte desportiva do evento deste ano, onde Glenn Irwin e a sua Ducati 199RS mereciam todo o destaque. Ainda na sexta-feira o piloto da Irlanda do Norte entrou para o livro dos recordes do Grande Prémio, ao rodar em 2:23.081, um tempo que para além de lhe ter dado a pole-position, tornou-se o recorde a melhor volta ao Circuito da Guia. Irwin destronou o antigo recorde de Stuart Easton que já levava sete anos.

Apesar da ameaça de chuva que pairou sobre Macau no sábado, a corrida realizou-se como o previsto, com a pista seca e condições climatéricas  adequadas.

Irwin fez um bom arranque, defendendo-se dos vários ataques de Peter Hickman, o vencedor das duas últimas edições, e que na primeira volta ainda chegou a liderar. Enquanto Michael Rutter desceu de terceiro para quinto na partida, Martin Jessopp geria a sua corrida atrás dos dois primeiros, procurando o primeiro triunfo na corrida.

O piloto da bem afinada Ducati vermelha da Paul Bird Motorsport, que soube como tirar proveito da melhor performance dos pneus Metzeler sobre os Dunlop que equipavam os rivais das favoritas BMW, conseguiu sacudir a pressão de Hickman e já tinha conseguido uma vantagem de um segundo para o seu principal adversário nas cinco voltas realizadas e que lhe valeram o primeiro triunfo entre nós. Contudo, esta foi uma vitória sem nada para festejar.

“O que temos hoje não é uma celebração.  As corridas são irrelevantes. Esta é uma forma muito triste de ficar no topo do pódio com champanhe aberto. É um fim muito triste”, disse, em lágrimas, Irwin no final da prova.

Michael Rutter, que conseguiu ultrapassar Jessopp e Connor Cummins, completou o pódio.

Óbito | Daniel Hegarty (1986-2017)

Daniel Hegarty, de 31 anos, casado e pai de duas crianças menores, não era um dos nomes sonantes da prova, mas era um experiente piloto de corridas de estrada e uma das esperanças do motociclismo da especialidade do Reino Unido segundo a imprensa especializada.

Na sua segunda participação na prova, Hegarty qualificou-se no 15º lugar, onde rodava quando perdeu o controlo da sua mota na Curva dos Pescadores e chocou violentamente contra as barreiras de protecção.

De acordo com o comunicado da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau, “o corredor britânico sucumbiu aos ferimentos quando seguia na ambulância a caminho do Hospital Conde São Januário”.

Segundo o coordenador da Comissão Organizadora, Pun Weng Kun, o piloto “sofreu ferimentos graves” e foi de imediato transportado para o hospital. A comissão contactou com a família e membros da equipa garantindo que lhes será prestada toda a assistência.

A última fatalidade no Grande Prémio de Macau de Motos tinha acontecido em 2012, quando o português Luís Carreira perdeu a vida na mesma curva na primeira sessão de qualificação.

Triste fado lusitano

André Pires, o único piloto português da “metrópole” a participar na 64ª edição do Grande Prémio de Macau, não chegou a alinhar na corrida de motos, devido a um problema na sua montada.

“Infelizmente é um dos dias mais tristes da minha carreira. Até agora nunca tive um caso de uma corrida em que eu não pudesse alinhar e sempre fizemos tudo para correr”, disse o piloto de Vila Pouca de Aguiar ao HM. “Há coisas que nos ultrapassam, sem dúvida. No warm-up tivemos uma avaria no motor e não temos como prosseguir. Ainda tentámos fazer tudo, mas não temos as peças suplentes.”

O piloto transmontano, que se qualificou no 23º lugar entre vinte e oito concorrentes, estava satisfeito com os resultados obtidos até ao problema.

“Conseguimos melhorar, até baixei cinco segundos a minha melhor volta. Estava mesmo muito perto do meu melhor tempo e de bater o meu próprio recorde”, explicou, acrescentando que, apesar dos meios limitados ao seu dispor, espera voltar em 2018: ”Espero que surja aí qualquer coisa para que no ano que vem estejamos cá com mais força.”

Quanto à Kawasaki ZX10R do Team of Portugal, essa “vai agora para Portugal, fica arrumada e para o ano vamos ver. Esta é uma mota com que corremos em Portugal. Fez a época toda sem problemas mas chegou aqui e aconteceu isto. É triste e não há explicação. Se tivéssemos um motor suplente ainda podíamos ter tentado trocar, mas não temos. Nem dinheiro, nem motor…”

20 Nov 2017

Taça da Corrida Chinesa | Assunção no primeiro degrau

[dropcap style≠’circle’]H[/dropcap]élder Assunção deu uma grande alegria à comunidade macaense, e não só, ao vencer a Taça da Corrida Chinesa do 64ª edição do Grande Prémio de Macau.

Depois de na sexta-feira ter mostrado habilidade para rodar entre os primeiros, o piloto macaense qualificou-se no quarto lugar para a corrida de sábado de manhã. Decidido, Assunção subiu uma posição logo nos primeiros metros da prova, quando o veterano Kenneth Look perdeu o controlo do seu BAIC D50 e gerou uma carambola atrás de si, que provocou a interrupção da corrida para retirar as seis viaturas acidentadas

No recomeço, Assunção colou-se à traseira de David Zhu, que se debatia com um carro danificado e pouco cooperante, e ultrapassou o experiente piloto chinês à quarta volta. Contudo, o piloto do território dificilmente poderia ambicionar mais que um já fabuloso segundo lugar, no entanto, quando o Zhang Zhi Qiang seguia isolado na primeira posição, rumo a um triunfo fácil, a sete voltas do fim, o diferencial do BAIC D50 que partiu da pole-posiiton falhou.

Assunção herdou então a liderança na corrida e apesar de alguns problemas de pressão de óleo no carro não abrandou o ritmo, terminando com uma confortável vantagem de 11 segundos para Zhu. Num pódio em que todos os concorrentes tripularam os novos BAIC D50, Brian Lee, de Taiwan, subiu ao último degrau. O outro piloto de Macau em prova, Liu Lic Ka, arrancou de último lugar, mas levou o seu SEAT Leon ao quarto posto final.

20 Nov 2017

Corrida da Guia – Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo: O mandarim inglês

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]o regresso do Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo, depois de dois anos de ausência, o marroquino Mehdi Bennani e o inglês Rob Huff, ambos em Citroen, dividiram os triunfos, sendo que Huff ficou também com o título de vencedor da Corrida da Guia de 2017.

Com a vitória na segunda corrida do fim-de-semana, Huff tornou-se o piloto com mais triunfos no Circuito da Guia, tanto em duas, como em quatro rodas, desempatando assim com Michael Rutter.

A primeira corrida do WTCC foi disputada no sábado, com os três primeiros da grelha de partida – Bennani, Tom Coronel (Chevrolet) e Ryo Michigami (Honda) – a terminarem por esta ordem. A corrida de 8 voltas terminou mais cedo, quando à sexta volta, Norbert Michelisz, um dos candidatos ao título, cortou a passagem, ao despistar-se na zona do Ramal dos Mouros, causando um choque em cadeia que ir envolver também Esteban Guerrieri (Honda), Rob Huff (Chevrolet) e Tom Chilton (Citroen). Entre os candidatos ao ceptro do campeonato, Björk foi o melhor, ao terminar no quarto lugar, ao passo que o húngaro da Honda ficou ainda assim com o quinto posto.

Autor do novo recorde da pista da Corrida da Guia na qualificação de sexta-feira, Huff partiu confiante da pole-position para a corrida de ontem, tendo Michelisz ao seu lado. Isto, apesar dos mecânicos da equipa Allinkl.com Münnich Motorsport terem passado a noite a tentar recuperar o carro francês.

Com a pista bastante molhada, a corrida iniciou-se atrás do Safety-Car conduzido pelo português Bruno Correia. O piloto húngaro da Honda ainda atacou a liderança por duas ocasiões, mas a vitória de Huff nunca foi realmente beliscada, até porque o segundo lugar servia perfeitamente as aspirações de Michelisz no campeonato. A corrida foi mais interessante na luta pelo terceiro lugar do pódio, com Chilton a ultrapassar Guerrieri na última volta, na curva D. Maria, quando o argentino cometeu um erro.

Satisfação britânica

No final da corrida, Huff mostrou-se extremamente satisfeito com a vitória. O inglês agradeceu o esforço da sua equipa, salientando que “não queria ter outra época no WTCC sem ter uma vitória. Macau sempre foi bom para mim, sinto-me confortável aqui e sabia que poderia vencer, apesar de nunca ter corrido aqui à chuva.”

Sobre o recorde obtido, Huff  referiu que “ganhar nove meses no mesmo lugar é algo especial e fazê-lo em Macau, o que eu considero o mais difícil circuito do mundo, ainda mais. Acho que vai demorar algum tempo até aparecer alguém que iguale este recorde”.

Bjork terminou no quinto posto e a luta pelo título será decidida dentro de quinze dias no Qatar, tendo o piloto sueco da Volvo mais seis pontos e meio que Michelisz.

 

Missão cumprida

Sem ambições à partida, o piloto de Macau Mak Ka Lok, o único representante da RAEM nas quatro principais corridas do programa, cumpriu os seus objectivos para este fim-de-semana, qualificando-se para a corrida, mesmo tendo para isso beneficiado de uma autorização especial dos Comissários Desportivos, visto que o seu melhor tempo ficou uma décima de segundo aquém do tempo mínimo para se qualificar automaticamente. Nas duas corridas, o piloto do Lada optou por uma toada conservadora, terminando no 17º lugar em ambas as corridas.

Adeus à Guia

A corrida de ontem representou um adeus a esta geração de carros do WTCC ao Circuito da Guia. Apesar do contrato ainda não estar assinado, o Eurosport Events, o promotor do WTCC, deverá chegar a um entendimento com a WSC Ltd,  para que em 2019 o WTCC utilize os carros do TCR, vistos a competir na Corrida da Guia em 2015 e 2016.  O calendário provisório do WTCC para 2019 está igualmente por ser oficializado. Questionado pelo HM, o Eurosport Events não quis comentar sobre a possibilidade do Grande Prémio de Macau permanecer no calendário do campeonato no próximo ano.

20 Nov 2017

Taça CTM de Carros de Turismo: Glória a dobrar para os da casa

[dropcap style≠’circle’]L[/dropcap]eong Ian Veng (Mitsubishi Evo9) venceu a Taça CTM de Carros de Turismo de Macau, na primeira vez que esta corrida foi disputada por duas classes diferentes: uma para viaturas 1600cc Turbo e outra para viaturas 1950cc ou Superior. Ao vencer a classe 1600cc Turbo, Jerónimo Badaraco (Chevrolet Cruze) voltou a subir ao lugar mais alto do pódio do Grande Prémio oito anos depois.

Numa corrida disputada na manhã de ontem, com o Circuito da Guia bastante molhado, a partida foi feita atrás do Safety-Car por razões de segurança. Veng aproveitou a maior potência do seu carro para suplantar o poleman Mitsuhiro Kinoshita (Nissan GTR R34) ainda antes da Curva do Lisboa. A corrida não teve desenvolvimentos na frente até que os dois primeiros começaram a ultrapassar os concorrentes atrasados. Quando o líder da corrida se aproximava da traseira de Lio Kin Chong (Subaru) na curva um, a duas voltas do fim, o ex-piloto de motas entrou em pião e bateu nos muros. Veng provavelmente também exagerou na travagem para evitar o carro descontrolado que estava à sua frente, entrando também ele em pião e batendo nos muros. Ao mesmo tempo, um acidente com três carros na zona da montanha bloqueou a pista e foram mostradas bandeiras vermelhas.

A corrida não recomeçou, o que significou que Veng venceu, à frente do seu adversário nipónico e do colombiano Júlio Acosta (Lotis Évora). O estreante Delfim Mendonça Choi (Mitsubishi Evo9) e Luciano Castilho Lameiras (Mitsubishi Evo9) foram os 12º e 14º, respectivamente, na categoria 1950cc ou Superior.

Mais intensa foi a luta pela vitória na classe 1600cc Turbo. Filipe Clemente Souza (Chevrolet Cruze) fez um bom arranque e ultrapassou o favorito Paul Poon (Peugeot RCZ), seis vezes vencedor desta corrida. Contudo, um toque na curva do Mandarim danificou o seu carro, que acabou por sucumbir à quinta volta com sobreaquecimento do motor.

Com Poon a sentir inúmeras dificuldades com o seu carro, o vencedor da Taça ACP de 1999, Jerónimo Badaraco, não se fez rogado e ultrapassou o piloto de Hong Kong à sétima volta, mantendo depois uma vantagem de segurança suficiente para vencer a categoria, para além de ter sido o nono classificado da geral. Leong Chi Kin (Mini Cooper S) completou o pódio, terminando à frente de Célio Alves Dias (Mini Cooper S) que vinha a recuperar posições e tempo para os demais.

Rui Valente (Mini Cooper S), que afirmou não ter gozado a corrida devido à falta de visibilidade, e Eurico de Jesus (Ford Fiesta) ficaram classificados mais cá para trás, com o veterano piloto português a encerrar o Top-10 da categoria.

20 Nov 2017

Taça GT Macau – Taça do Mundo de GT da FIA: “Sr. Macau quem mais”

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]doardo Mortara venceu pela sexta vez no Circuito da Guia e conquistou a “SJM Taça GT Macau – Taça do Mundo de GT da FIA”, uma prova que ficou marcada pelo aparatoso choque em cadeia na Corrida de Qualificação da tarde de sábado.

Numa edição em que os quatro Mercedes AMG GT3 mostraram ser os carros melhor preparados, Mortara e Maro Engel foram os mais rápidos na qualificação de sexta-feira entre os 20 participantes.

A Corrida de Qualificação, no sábado, disputou-se em condições particularmente difíceis, pois chegou a “pingar” antes da corrida, existindo zonas com óleo na pista das corridas anteriores, segundo os relatos dos pilotos. No arranque, Daniel Juncadella tocou ligeiramente nos muros, danificando a direcção do seu Mercedes que se partiu quando o espanhol tentou curvar no Ramal dos Mouros.

Com o carro alemão a bloquear o caminho e catorze carros atrás de si a alta velocidade, o resultado só poderia ser um: um choque em cadeia de proporções dantescas que rapidamente se tornou viral nas redes sociais.

A corrida iria prosseguir mais tarde com os oito carros sobreviventes. Mortara que tinha perdido a primeira posição para Engel, beneficiou dos problemas de bateria no carro do alemão para recuperar a primeira posição. O “Sr Macau” voltou a vencer, desta vez seguido pelo BMW “Art Car” de Augusto Farfus e pelo Mercedes de Raffaele Marciello que teve que usar todos os seus reflexos para evitar colidir com Juncadella.

Seis dos doze carros danificados no sábado foram recuperados para a corrida de domingo. Como a pista se encontrava molhada, os catorze concorrentes tiveram que efectuar duas voltas atrás do Safety-Car antes da partida. Na ânsia de fugir aos seus perseguidores, Mortara quase deitava tudo a perder, tocando nos muros de protecção da curva um. Felizmente o seu Mercedes não acusou o toque, já o mesmo não poderá dizer Marciello, que para roubar o segundo lugar a Farfus nos primeiros metros da prova empurrou o brasileiro, danificando o radiador do seu Mercedes, desistindo pouco depois.

Farfus foi obrigado parar nas boxes para reparar a traseira do BMW, permitindo a Robin Frinjs assumir o segundo lugar. Numa corrida que teve a presença do Safety-Car por mais duas ocasiões em pista, mantendo o pelotão bastante compacto, anulando qualquer tipo de vantagem construída por Mortara, o holandês da Audi e Maro Engel travaram um duelo aceso pelo segundo posto, que Frinjs levou a melhor. Com Mortara a cometer ligeiros erros, que não o deixaram fugir claramente rumo ao triunfo, os três primeiros classificados terminaram separados por apenas um segundo e três décimas.

“Fomos competitivos quando tínhamos que ser. Foi uma corrida com muito stress, condições de pistas mistas, onde era fácil cometer erros. Eu próprio bati na primeira curva quando queria fugir”, explicou Mortara que junta este triunfo às vitórias em Macau na Fórmula 3 em 2009 e 2010 e na Taça GT Macau de 2011 a 2013. “Esta vitória é especial, porque é a minha primeira com a Mercedes e representa também o excelente trabalho dos mecânicos”.

Mortara sucede a Laurens Vanthoor, que não correu no domingo, devido aos danos causados na célula de segurança do seu Porsche no acidente de sábado, como detentor da Taça do Mundo FIA GT. A Mercedes fica com esse titulo, no que respeita aos construtores automóveis.

Na cerimónia do pódio não se abriram as garrafas de champanhe em respeito a Daniel Hegarty.

 

Maratona de reparações

O paddock do Grande Prémio não dormiu. As equipas de GT fizeram uma maratona para reparar os seus carros e tiveram que usar todos os recursos disponíveis. A Honda foi buscar o NSX GT3 que estava em exibição na concessionária da marca na cidade para reparar o carro de Renger Van der Zande, utilizando a caixa-de-velocidade, suportes do motor, entre outras coisas, do carro de exposição. O Audi R8 de Nico Muller recebeu as peças do carro que estava numa mostra na Doca dos Pescadores. A equipa alemã HCB Rutronik Racing canibalizou o carro de Fabien Plentz para Lucas di Grassi correr, ao passo que a Craft Bamboo Racing precisou de peças do Porsche de Vanthoor para colocar o carro de Darryl O’Young a andar. A FIST Team BMW praticamente que reconstruiu um carro novo para Marco Wittmann, mantendo apenas a célula de segurança do BMW M6 GT3, tendo até o tejadilho sido obrigada a trocar.

20 Nov 2017

Macau recebeu piloto com “sangue azul” que sonha com a Fórmula 1

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]erdinand Zvonimir von Habsburgo terminou o Grande Prémio de F3 em quarto lugar, após ter cruzado a meta com três rodas. No entanto, se ainda existisse o Império Austro-Húngaro, Ferdinand estaria a estudar para ser Imperador, em vez de piloto

Entre os 22 pilotos que estiveram a competir em Macau, também houve “sangue azul”, nomeadamente ligado ao Império Autro-Húngaro. Ferdinand Zvonimir von Habsburgo é o bisneto de Carlos I da Áustria, último imperador austríaco, e esteve em Macau atrás do sonho de chegar á Fórmula 1. Uma carreira fora do comum na família, como o próprio Ferdinand Habsburgo, de 20 anos, reconheceu.

“Do lado do meu pai, que é a família com as ligações directas à Casa de Lorena, sou o primeiro a dedicar-se a uma carreira no automobilismo. Talvez algum dos meus primos tenha experimentado de forma pontual este desporto, não tenho a certeza, mas sou o primeiro a ser profissional”, disse Ferdinand Zvonimir von Habsburgo, ao HM.

Apesar do bisavô, avô e pai se terem dedicado à política, Ferdinand, que tem mais duas irmãs, acredita que a vida que escolheu não é significativamente diferente da dos seus antecessores.

“Ao meus olhos, eles tinham aquele interesse genuíno pela política. E foram bons nessa área. Quando era criança nunca tive um interesse muito forte na política, ao contrário deles, o que realmente me interessa são os desportos motorizados. E foi numa carreira desta natureza que apostei”, defendeu.

“Somos uma família muito focada no que fazemos e, quando nos dedicamos a uma actividade fazemo-lo de forma muito séria, por isso não me considero diferente dos outros Habsburgo. Só estou focado numa actividade em que eles não estavam”, acrescentou.

Paixão pela F1

Apesar de ter uma população com menos de nove milhões de habitantes, a Áustria tem dois campeões mundiais de Fórmula 1, Niki Lauda, que venceu em 1975 e 1977, e Jochen Rindt, campeão mundial 1970. Rindt é o único campeão a título póstumo, uma vez que morreu durante os treinos para o Grande Prémio de Itália, desse ano.

Enquanto Lauda, cujo pai era um importante homem de negócios, sempre teve a família contra a sua carreira, apesar de ter sido campeão mundial em duas ocasiões, o mesmo não se passou com Ferdinand.

“A minha família sempre aceitou bem este meu interesse. O facto de eu ser muito dedicado, mostrou-lhes que era algo que eu queria levar a sério. É esse o tipo de mentalidade que eles esperavam que eu tivesse. Fosse enquanto piloto de desportos motorizados ou trabalhador de uma fábrica se fosse essa a carreira que eu queria…”, apontou. “Quanto a esta última profissão não tenho tanta a certeza que me apoiassem”, admitiu o piloto de 20 anos.

“Por outro lado, eles financiam-me, por isso acho que se não me esforçasse e os resultados não aparecessem por falta de empenho que me diriam: ‘nós amamos-te, mas estás a desperdiçar o nosso dinheiro’. O que também pode acontecer com qualquer aluno que vá para a universidade”, acrescentou.

Gosto pela música

Uma conversa com Ferdinand Zvonimir von Habsburgo permite facilmente perceber que o piloto de 20 anos não tem nos seus horizontes a política. Actualmente a viver em Londres, Ferdinand admite que se não tivesse enveredado por uma carreira no desporto, teria escolhido ser músico, área em que se gostaria de ter formado.

“Não sei como vai ser o futuro e o que vou querer fazer, quando deixar o automobilismo. Contudo, se não tivesse escolhido ser piloto, teria sido músico. Quando tinha mais tempo, cheguei a fazer parte de algumas bandas, e desde pequeno que sempre toquei diferentes instrumentos, como bateria, guitarra, piano. Também sei cantar”, admitiu Habsburgo.

“Mas agora estou um pouco ferrugento. Como piloto só estou em casa dois ou três dias por semana, e não tenho tempo para praticar. Às vezes toco só para relaxar”, sublinhou.

Este é um percurso universitário que o austríaco admite seguir, quando abandonar a carreira de piloto: “Nos próximos anos vou ser piloto, quero chegar à Fórmula 1 e esta é uma carreira que exige uma dedicação a 100 por cento. Mas quando acabar, talvez vá estudar para um conservatório”, explicou.

Segunda visita

Esta foi a segunda vez que Habsburgo esteve em Macau, depois de em 2016 também ter competido na Fórmula 3, corrida que não terminou. Uma primeira visita de má memória para o austríaco, que estava doente e mal saiu do hotel.

“Este ano cheguei a Macau, uma semana antes da corrida, e tive dois dias para ver a cidade. Como já cá tinha estado no ano passado sabia os locais onde queria ir. Aproveitei para visitar a parte antiga da cidade e gostei muito”, confessou.

“Também aproveitei para dar uma volta por algumas lojas e restaurantes. Para ser sincero gostei muito da comida portuguesa e macaense”, frisou.

Apesar de nem sempre acontecer, desta vez Ferdinand contou com o apoio do pai, Karl von Habsburgo, que o abraço fortemente no final da corrida, depois do despiste que lhe custou a vitória.

“O meu pai conseguiu acompanhar-me este fim-de-semana. Como é uma pessoa muito ocupada, isso nem sempre acontece, mas desta vez conseguiu. Ele conhece melhor esta parte da Ásia do que eu, e gosta muito de vir a Hong Kong e Macau”, revelou sobre o sobrinho de Carlos I da Áustria.

20 Nov 2017

Grande Prémio de Macau | Eurico de Jesus: “O meu objectivo era manter-me seguro”

O que é que se passou nesta corrida?

Penso que tive o set-up errado para o meu carro. O carro estava muito escorregadio  e de muito difícil condução especialmente com este tipo de tempo. A pista não está demasiado má, mas por causa da chuva, ainda que seja pouca, não tinha visibilidade nenhuma, o que torna a corrida um pouco perigosa, especialmente este ano em que temos duas classes diferentes. Acaba até por ser muito perigoso. Logo na primeira volta, quando cheguei à montanha e os carros de maior potência chegaram a mim, deram-se situações de muito perigo. Mas, felizmente, conseguimos resistir e correu tudo bem. Mas no último momento da corrida houve alguns acidentes sérios em que os carros saíram da estrada e tivemos de parar a corrida.

Têm duas classes em que uma é muito mais rápida do que a outra. Vale a pena correr nestas circunstâncias?

O problema não é a outra classe ser mais rápida. O problema é que com o chão um pouco escorregadio, eles são mais rápidos nas rectas mas são mais lentos nas curvas.

São 34 carros ao mesmo tempo. Sabia em que posição estava ou limitava-se a guiar?

Para ser honesto, porque não estou a lutar pela corrida, mas sim pela minha classe, a rádio foi-me informando em que posição é que eu estava e por isso ia sabendo do meu lugar. O meu objectivo era manter-me seguro e manter o carro inteiro. Fiquei no décimo lugar na minha classe e tínhamos 18 carros.

Era o que esperava?

Não é exactamente um bom resultado. Não estava com um carro realmente competitivo. Como as regras mudaram nós agora podemos fazer muitas mudanças nos motores e havia carros com melhores condições do que o meu. Talvez no próximo ano possamos regressar com melhores condições.

O que achou deste fim-de-semana de corridas?

Em primeiro lugar estou muito triste por causa do acidente de sábado. Também somos pilotos e apesar de não estarmos a conduzir motas, estamos muito tristes. Antes de começarmos a corrida já sabíamos que os nossos carros não eram muito competitivos e por isso o nosso objectivo era também divertirmo-nos e fazer o melhor que pudéssemos.

Divertiu-se então?

Nem por isso. Mas está tudo bem. Não tivemos acidentes de maior e todos os nossos pilotos estão bem.

João Filipe e Sofia Margarida Mota

Jerónimo Badaraco

“Estou muito contente com o meu carro e com a minha equipa”

Começou em terceiro lugar, na categoria 1600cc. Como é que conseguiu chegar ao primeiro lugar?

A primeira coisa que tinha de ter em mente era ter uma condução segura porque o piso não estava muito bom e tinha muita água. A nossa corrida que agora está dividida em duas classes e faz com que seja mais difícil para nós. Os carros da outra classe têm muito mais vantagem nesta condição do circuito. Há muitos qualificados de 1950cc que andam menos mas com este tipo de piso conseguem avançar. Por outro lado, e como estava tudo tão confuso, só soube que estava em primeiro lugar quando acabei a corrida. Calculava que estava nos primeiros três lugares, mas depois houve um acidente e quando voltei é que perguntei qual a minha posição e afinal era o primeiro lugar. Estava a lutar com o Paul Poon e não sabia que era pelo primeiro lugar.

Acabou por ultrapassá-lo durante a corrida e não reparou?

Não, não reparei. Com esta chuva, a visibilidade é mesmo muito reduzida e é muito perigoso.

Vai continuar a correr na mesma equipa?

Agora só quero descansar um bocadinho e ter férias sem ter de pensar em corridas nem em carros de corridas, e depois logo se vê, no próximo ano, o que vou fazer.

Está a pensar deixar as corridas?

Logo se vê, para já só quero relaxar um bocadinho. Depende também do patrocínio Estou muito contente com o meu carro e com a minha equipa. Vamos ver.

20 Nov 2017

Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 Suncity Grupo – Taça do Mundo de F3 da FIA: Jackpot saiu a Ticktum

[dropcap style≠’circle’]H[/dropcap]á um velho dizer nas corridas de automóveis que tão bem se aplica à corrida de ontem – “para terminares em primeiro, primeiro tens que terminar”.

Daniel Ticktum venceu a 64ª edição do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 Suncity Grupo, a Taça do Mundo de Fórmula 3 da FIA, num final de corrida dramático em que o piloto inglês de 18 anos beneficiou do despiste na última curva dos dois primeiros classificados à altura.

O piloto britânico da equipa alemã Motopark largava do oitavo lugar para a sua terceira corrida de Fórmula 3, com esperanças de chegar ao pódio. Ticktum fez uma excelente corrida até ao terceiro lugar, mas o piloto protegido da Red Bull estava longe de imaginar o cenário que lhe esperava na abordagem à última curva.

Terceiro classificado o ano passado e com o estatuto de favorito este ano, Sérgio Sette Câmara herdou o primeiro lugar na corrida logo após a primeira ronda de bandeiras amarelas. O brasileiro da Motopark liderou boa parte da corrida, mas a duas voltas do fim viu-se sob intensa pressão de Ferdinand Habsburg que paulatinamente foi subindo lugares na classificação até se colocar na traseira do seu rival, ganhando dois segundos nas últimas três voltas.

O piloto austríaco de sangue real da equipa Carlin estava disposto a vencer o Grande Prémio à primeira e depois de não ter conseguido concretizar a manobra de ultrapassagem ao brasileiro no Lisboa, fez a última volta com a “faca nos dentes”.

Na última curva, Habsburg tentou uma ultrapassagem impossível a Câmara. Para evitar o toque, o brasileiro saiu da sua trajectória habitual, e o resultado final foi trágico para ambos. Câmara foi o primeiro a bater nas barreiras de protecção da Curva “R”. Habsburg ainda tentou completar a curva, mas com a velocidade que ia acabou também ele por bater nos muros, terminando a corrida em três rodas e no quarto lugar como consolação.

A vitória de Ticktum acaba por acontecer na penúltima passagem pelo Lisboa. O inglês, então a rodar em quinto, fez uma ultrapassagem de encher o olho a Maximilian Gunther e a Lando Norris, subindo ao terceiro lugar. O que viria a acontecer a seguir, nem Ticktum queria acreditar.

“Não há palavras para descrever o que sinto e senti quando cruzei a linha de meta”, afirmava o vencedor. “Com estes períodos de bandeiras amarelas e Safety-Car, é preciso ter calma e eu estava calmo. Claro que há quem vá dizer que eu tive sorte, mas o meu andamento durante o fim-de-semana e aquela ultrapassagem quase que fazem para merecer esta vitória.”

Lando Norris chegou a Macau como o “todo favorito”, mas só o foi na quinta-feira. O piloto de reserva da McLaren F1 perdeu o primeiro lugar na qualificação para a Corrida de Qualificação na sexta-feira e no sábado foi apenas sétimo, após uma corrida em culpou os pneus para tão pálida exibição. Ontem, Norris correu atrás do prejuízo, mas este segundo lugar acabou por ser imerecido para quem tão elevadas expectativas trazia consigo.

Ralf Aron completou o pódio. O piloto da Estónia teve um fim-de-semana discreto em que nem se deu por ele, mas um final de corrida onde superou Gunther e Pedro Piquet valeu-lhe um resultado de todo inesperado para quem largou do 13º lugar para esta corrida.

Para a decisiva corrida do fim-de-semana, o piloto inglês Callum Illott largou do lugar da pole-position fruto do triunfo incontestado na Corrida de Qualificação de sábado, em que se impôs, por esta ordem, a Joel Eriksson, Sérgio Sette Câmara e Maximilian Gunther. O grande favorito para esta corrida, o inglês Lando Norris, foi apenas sétimo no confronto da manhã de sábado.

Callum Illott e Joel Eriksson dividiram a primeira linha da grelha de partida, mas ambos ficaram cedo fora da contenda. Mick Schumacher também teve problemas no seu monolugar, mas fez a melhor volta da corrida.

 

Rendez-vous à Macao

Trinta e quatro anos depois do lançamento do livro “Regresso a Macau” da conhecida banda desenhada belga, as cores da Vaillante voltaram a ser novamente “vistas” no Circuito da Guia, desta feita, com o franco-argentino Sacha Fenestraz a vestir a pele de Michel Valliant, ao volante de um monolugar Dallara-Volkswagen da equipa Carlin decorado com as cores da equipa fictícia Vaillante. Curiosamente no livro saído da caneta de Jean Graton, inspirado numa visita ao território em 1981, a Vaillante participou no Grande Prémio em parceria com a Theodore Racing. Desta vez, foram rivais. O próximo livro de Michel Valliant em Macau, agora escrito por Philippe Graton, que esteve entre nós no Festival Literário Rota das Letras, está previsto sair em Outubro de 2018.

20 Nov 2017

GP | Daniel Hegarty morreu hoje depois de acidente na Curva dos Pescadores

Daniel Hegarty sofreu um acidente na Curva dos Pescadores, uma das zonas mais rápidas do Circuito da Guia.

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] piloto britânico Daniel Hegarty (Honda), que hoje sofreu um acidente a meio da prova no Grande Prémio de Motos de Macau, morreu na ambulância, quando seguia para o hospital, anunciou a comissão organizadora do evento.

“É com grande pesar que a Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau informa que o corredor britânico sucumbiu aos ferimentos quando seguia na ambulância a caminho do Hospital Conde S. Januário”, informou o coordenador da Comissão Organizadora, Pun Weng Kun.

Hegarty, de 31 anos, foi retirado de ambulância depois de, às 16:04, a meio da prova, ter batido na barreira na Curva dos Pescadores, de acordo com o relatório de incidentes da organização.

Segundo Pun, o piloto “sofreu ferimentos graves” e foi de imediato transportado para o hospital.

“A comissão já contactou com a família e membros da equipa de Daniel garantindo que lhes será prestada toda a assistência. A Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau manifesta as mais sinceras condolências à família e amigos de Daniel”, disse o responsável, numa comunicação à imprensa sem perguntas.

Esta era a segunda participação de Hegarty no Grande Prémio de Macau.

Acidentes do passado

Desde 2012 que não se registavam fatalidades no Grande Prémio de Macau.

Nesse ano, o português Luís Carreira, de 35 anos, morreu após um despiste durante a qualificação, também na Curva dos Pescadores, a zona mais rápida do Circuito da Guia.

Um dia depois, o piloto de Hong Kong Phillip Yau, de 40 anos, morreu aos comandos de um Chevrolet Cruze, na Taça CTM, ao embater contra uma parede, na curva do Hotel Mandarim, quando seguia a mais de 200 quilómetros por hora.

Foi nesse local que em 2005 morreu o francês Bruno Bonhuil, aos 45 anos, durante o aquecimento para a corrida de motos.

Em 1994, também no Grande Prémio de Motos, o japonês Katsuhiro Tottiori morreu na segunda manga da prova.
O japonês seguia sozinho na recta entre a curva dos Pescadores e a curva R quando uma paragem violenta da moto, devido a um problema mecânico, o projectou para fora da pista, tendo embatido nas rochas junto ao mar e falecido no local.

Em 1967, Dodje Laurel, o piloto filipino que maior projecção internacional conquistou, perdeu a vida na curva do Clube Marítimo, hoje curva do Hotel Mandarim, depois de ter embatido num poste de iluminação pública, capotando o carro que se incendiou de imediato.

18 Nov 2017