Sérgio Fonseca DesportoGP | Theodore Racing em três frentes no mesmo fim de semana A Theodore Racing é sinónimo do Grande Prémio de Macau há mais de quatro décadas. Este ano, a equipa de Teddy Yip Jr. vai apostar em três frentes no mesmo fim-de-semana, com um toque especial italiano Sem surpresa, a Theodore Racing manterá a sua habitual aposta na prova rainha de monolugares, preservando o legado do fundador, Teddy Yip Sr., mas acrescentará um elemento extra à sua participação anual no Grande Prémio de Macau, com a inscrição de dois carros na Taça do Mundo de GT da FIA. A histórica equipa, que conta com múltiplas vitórias no território, sobretudo nas provas de Fórmula 3, vai aliar-se este ano ao seu patrocinador, a SJM Resorts, e à equipa italiana Vincenzo Sospiri Racing, para colocar nas mãos dos experientes Edoardo Mortara e Matteo Cairoli dois competitivos Lamborghini Huracán GT3 Evo2. Para Teddy Yip Jr., “entrar na arena dos carros de GT é um desenvolvimento empolgante para a equipa” e, quanto à sua formação de pilotos para a Taça do Mundo, o empresário diz-se “entusiasmado por contar com Edoardo e Matteo — dois pilotos de fábrica excepcionais da Lamborghini”, referindo ainda que este será um “evento que certamente será disputado ao mais alto nível.” A escolha do Lamborghini Huracán será uma adição bem-vinda à grelha da Taça do Mundo de GT da FIA, com a marca ausente do evento desde que a equipa chinesa FFF Racing competiu com as versões originais do Huracán GT3 nas corridas de 2016 e 2017. Esta parceria com a marca de Sant’Agata Bolognese deu os primeiros passos esta temporada no Lamborghini Super Trofeo Asia. Aliás, enquanto nas ruas de Macau se disputa o 71.º Grande Prémio de Macau, no mesmo fim-de-semana, em Espanha, no Circuito de Jerez, o piloto do território Charles Leong Hon Chio, aos comandos de um Lamborghini Huracán Super Trofeo Evo 2 da equipa SJM Iron Lynx Theodore Racing, vai tentar conquistar o título da categoria PRO. Esta será também a primeira participação da Theodore Racing nas Finais Mundiais da Lamborghini. Objectivo: vencer Mantendo a tradição, neste novo capítulo do Circuito da Guia com a chegada da Fórmula Regional (FR), a Theodore Racing voltará a unir forças com a equipa vencedora Prema Racing, para assim inscrever três monolugares construídos pela Tatuus na primeira edição da Taça do Mundo de FR da FIA, sob a designação de SJM Theodore PREMA Racing. Muda a categoria de carros, mas o objectivo é o mesmo de sempre: vencer. “Tenho total confiança no nosso incrível trio de pilotos”, afirma Teddy Yip Jr. “Todos eles são vencedores e campeões, e tenho a certeza de que nos colocarão na posição certa para alcançar resultados memoráveis para a equipa.” Para liderar esta ofensiva, a Theodore Racing garantiu os serviços de Dino Beganovic, piloto da Scuderia Ferrari Driver Academy e campeão da FR europeia em 2022. No segundo carro estará o inglês Alex Dunne, piloto que no ano passado deu nas vistas na RAEM ao alcançar um pódio na Corrida de Qualificação da Fórmula 3. O terceiro carro será conduzido pelo actual campeão de F4 dos Emirados Árabes Unidos e de Itália, o britânico de 16 anos Freddie Slater, que fará a sua estreia na Fórmula Regional, mas que conhece o Circuito da Guia por ter participado na prova de 2023 da F4.
Sérgio Fonseca DesportoGrande Prémio | Tiago Rodrigues na Taça do Mundo de Fórmula Regional No final da pretérita semana, a Evans GP confirmou, através de um comunicado de imprensa, que contará com o piloto de Macau Tiago Rodrigues, o campeão da Fórmula 4 Chinesa de 2023, na primeira edição da Taça do Mundo de Fórmula Regional da FIA do 71º Grande Prémio de Macau O jovem piloto da RAEM já competiu no Circuito da Guia, tendo-se estreado entre nós na prova de Fórmula 4 do ano passado. Aos comandos de um monolugar da Asia Racing Team, Tiago Rodrigues terminou em oitavo e sexto nas duas corridas, que foram provas não pontuáveis para o campeonato da Fórmula 4 do Sudeste Asiático. Já antes, o jovem talento tinha alinhado na prova de abertura da F4 SEA em Zhuzhou, onde subiu ao pódio em todas as três corridas, o que foi suficiente para o colocar em quinto lugar na classificação do campeonato Na sua campanha na Fórmula 4 Chinesa, ao serviço da Champ Motorsport, o piloto de Macau conquistou sete vitórias, oito outros pódios, duas pole positions e seis voltas mais rápidas. No início deste ano, Tiago Rodrigues ficou em 22º na Fórmula 4 dos Emirados Árabes Unidos, e no mês passado, esteve em destaque ao alcançar uma vitória na Fórmula 4 Australiana, já com a Evans GP, em Sepang. Também participou no Programa de Selecção Ásia-Pacífico e Oceânia da Ferrari Driver Academy, cujos resultados ainda não foram publicamente revelados. Entusiasmo natural Para um piloto da casa, correr no Grande Prémio tem sempre um significado especial. Na sua segunda participação no evento, Tiago Rodrigues vai disputar pela primeira vez a corrida de monolugares mais importante do evento e muito provavelmente será o único piloto da RAEM a alinhar na corrida. “Estou muito entusiasmado por voltar a competir com a Evans GP no Grande Prémio de Macau na Taça do Mundo de Fórmula Regional. Depois de ter corrido em Macau no ano passado na Fórmula 4, sei o quão desafiante é o circuito”, disse o piloto de 17 anos que deu os primeiros passos no automobilismo no Kartódromo de Coloane em 2021. Ao contrário da concorrência que se deverá apresentar em Macau com várias corridas de experiência, Tiago Rodrigues sabe que não tem uma missão fácil pela frente. “Subir para a Fórmula Regional será difícil, especialmente com o nível de competição, mas estou pronto para me desafiar e aprender o máximo que puder”, reconhece o piloto do território, que deixou claro que “competir diante do público da minha terra torna esta corrida ainda mais especial, e mal posso esperar para representar Macau novamente.” Apoio da equipa Neste momento, dos vinte e sete pilotos esperados nesta Taça do Mundo no mês de Novembro, apenas Tiago Rodrigues e o seu colega de equipa Cooper Webster estão até hoje oficialmente confirmados para aquela que será a primeira edição a utilizar monolugares de Fórmula Regional. O chefe de equipa da Evans GP, Joshua Evans, referiu que estão “muito satisfeitos por receber o Tiago de volta à equipa para o Grande Prémio de Macau na Taça do Mundo de Fórmula Regional. A sua performance [na Fórmula 4 Australiana] em Sepang, onde garantiu a pole position e uma vitória, mostrou o potencial que traz consigo. Passar para a Fórmula Regional será um grande passo, especialmente com os pilotos experientes contra os quais vai competir, mas a experiência anterior do Tiago em Macau certamente que o ajudará. É sempre especial correr diante dos fãs da sua terra, e estamos confiantes de que ele dará o seu melhor.” O 71° Grande Prémio de Macau terá lugar de 14 a 17 de Novembro, sendo que as listas oficiais de inscritos deverão ser divulgadas ainda durante este mês, como é aliás tradição.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteGP Macau | Huff regressa à Guia ao volante de um Audi A Corrida da Guia do Grande Prémio de Macau vai contar com o seu maior vencedor, o britânico Rob Huff. Actualmente a competir no popular BTCC, o campeonato britânico de carros de Turismo, Huff vai disputar os dois últimos eventos da temporada de 2024 do FIA TCR World Tour, conduzindo um Audi RS 3 LMS pela estreante equipa espanhola Volcano Motorsport. O piloto de 44 anos volta a tripular o carro com o qual esteve na disputa pelo título de 2023 até ao evento final da RAEM, agora com uma nova equipa para ele, os campeões da série TCR Europe de 2021, que subiram este ano para o TCR World Tour. Huff é conhecido pelo seu impressionante recorde no circuito citadino de Macau, com as suas 10 vitórias desde 2008, tanto na Corrida da Guia como na Taça de Macau de Carros de Turismo. Na próxima semana, o piloto britânico vai juntar-se à grelha do FIA TCR World Tour pela primeira vez este ano no próximo evento agendado para o Circuito Internacional de Zhuzhou, a primeira ronda chinesa de sempre do TCR World Tour, em preparação para o seu regresso a Macau. Nesta prova, as estrelas do mundial correrão em conjunto com o pelotão do TCR China. Huff não esconde o seu entusiasmo neste seu regresso a uma categoria que tantas alegrias lhe deu: “Estou absolutamente encantado por voltar a Macau, e também estou entusiasmado para ver o que podemos fazer em Zhuzhou, correndo com o TCR China, uma série que também conheço muito bem. É bom estar de volta ao TCR World Tour, especialmente agora que é uma categoria FIA. Conheço alguns dos elementos da equipa da Volcano Motorsport, uma vez que trabalharam comigo no ano passado, e claro, conheço o carro, tendo ajudado no seu desenvolvimento”. Em preparação O objectivo de Huff passa por ganhar ritmo com o carro na prova chinesa, para depois tentar vencer nas ruas de Macau. Huff correu pela Toyota Gazoo Racing UK este ano no BTCC e terminou em nono lugar do campeonato. “Não corro no TCR há dez meses, por isso ir a Zhuzhou será uma boa preparação para Macau. O objectivo é claro, estamos a procurar a vitória, e estou encantado por terminar o ano num dos meus lugares favoritos no mundo”, disse Huff. O 71.° Grande Prémio de Macau terá lugar de 14 a 17 de Novembro, sendo que as listas oficiais de inscritos deverão ser divulgadas ainda durante este mês.
Sérgio Fonseca DesportoTaça do Mundo de FR no GP Macau sem equipas chinesas A Federação Internacional do Automóvel (FIA) emitiu um comunicado a anunciar as equipas que participarão na primeira edição da Taça do Mundo de Fórmula Regional (FR) da FIA que será disputada no programa da 71.ª edição do Grande Prémio de Macau de 14 a 17 de Novembro. Nenhuma das equipas seleccionadas é da República Popular da China. Tradicionalmente disputado com carros de Fórmula 3 desde o início da década de 1980s, a prova principal do Grande Prémio de Macau será agora uma corrida para monolugares de Fórmula Regional, especificamente chassis Tatuus T-318 e motores Alfa Romeo. O comunicado, publicado na noite de sexta-feira, refere que “a edição deste ano do Grande Prémio de Macau, que utilizará pela primeira vez máquinas da Fórmula Regional da FIA, tem atraído a atenção das melhores equipas de quase todos os campeonatos de FR em todo o mundo, incluindo o campeonato japonês de FR, FRECA, FR Américas, FR Oceânia e FR Médio Oriente”. Segundo o comunicado da FIA foram escolhidas doze equipas, mas na lista de inscritos apresentada pela entidade reguladora do desporto automóvel mundial apenas constam o nome de onze equipas, sendo que a equipa francesa Sainteloc Racing é mencionada a duplicar. A FIA não revelou quantos carros cada equipa irá inscrever, mas indicou, como o Hoje Macau já tinha revelado anteriormente, que o número total de participantes será limitado a 27 concorrentes, o que sugere que apenas algumas equipas, as quais não sabemos, competirão com um máximo de três carros. O regulamento desportivo da primeira edição Taça do Mundo de FR da FIA é omisso no que respeita à forma como foi feita a selecção das equipas e quantos carros poderão trazer para o evento da RAEM. No entanto, este é bastante explicito a indicar que “qualquer decisão sobre se um piloto tem a experiência necessária [para participar na prova] será tomada a exclusivo critério da FIA.” A selecção dos pilotos deverá começar agora, pois de acordo com o mesmo comunicado, “abre-se agora a porta para que jovens pilotos talentosos de todo o mundo se candidatem às equipas registadas e comecem o processo de se juntarem a uma das grelhas mais prestigiadas do desporto motorizado.” Oportunidade perdida Destaque a para a ausência de qualquer equipa do Reino Unido e da República Popular da China na lista de inscritos, sabendo que neste último caso existem carros no país e equipas que estavam interessadas em participar. Entre as equipas inscritas, há apenas duas equipas asiáticas, ambas japonesas, a Tom’s Formula e a TGM Grand Prix, visto que a SJM Theodore Prema Racing, não é mais que a estrutura da reputada equipa italiana com o apoio do entusiasta local Teddy Yip Jr. Numa altura em que a China é uma super potência da indústria automóvel, as equipas do Interior da China e das duas Regiões Administrativas Especiais têm demostrado nos últimos anos estar ao nível das melhores do mundo. Basta recordar que os grandes construtores germânicos Audi, Mercedes e Porsche recorrem a estruturas chinesas para colocarem em pista os seus carros oficiais na Taça do Mundo de GT da FIA no Circuito da Guia. A inexistência de um campeonato de FR na China poderá ser um argumento para a rejeição das equipas chinesas, embora a equipa japonesa TGM Grand Prix tenha sido aceite à partida sem nunca ter participado numa prova de FR. Equipas Inscritas: ART Grand Prix Evans GP MP Motorsport Kiwi Motorsport Pinnacle Motorsport PHM Racing R-Ace GP Sainteloc Racing SJM Theodore Prema Racing TGM Grand Prix Tom’s Formula
Sérgio Fonseca DesportoAustrália gostaria de correr no Circuito da Guia O promotor do campeonato TCR Austrália, o Australian Racing Group, está a estudar várias possibilidades para revitalizar a sua competição de carros de Turismo, sendo que uma das possibilidades que agradava aos australianos era uma visita ao Circuito da Guia. Segundo o portal especializado australiano speedcafe.com, entre as dúvidas que ainda existem sobre o futuro da categoria TCR na Austrália, surgiram duas possibilidades distintas, que poderão ser concretizadas já no próximo ano. Uma das soluções em cima da mesa passa pelo TCR Australia acompanhar o super popular campeonato australiano Supercars em algumas provas de 2025. A segunda possibilidade, e possivelmente a mais forte, passa por entrar numa colaboração com o TCR Asia para formar um mini-campeonato Ásia-Pacífico, com provas em comum. O Director Geral do Australian Racing Group, Liam Curkpatrick, revelou que contactou os organizadores do TCR Asia para ver se existe algum interesse para uma colaboração. “Quer sejam eles a vir fazer algumas provas aqui e/ou o TCR Austrália a ir a provas de lá, e também se existe a possibilidade de o TCR Austrália competir em Macau”, revelou Curkpatrick citado pela publicação online australiana. Apesar do TCR Australia estar a viver um momento menos bom, com apenas treze carros a comparecerem na última prova realizada em Queensland, o responsável do maior campeonato TCR na Oceânia está convicto que o campeonato não vai desaparecer e sublinhou novamente que a categoria TCR ainda tem relevância no automobilismo mundial, mesmo após o fim da Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA – WTCR no final da temporada de 2022. “Infelizmente, este ano o TCR World Tour teve de fazer uma pausa [não visitando a Austrália este ano] porque teve de fazer o evento da China e, obviamente, não pôde fazer Bathurst”, relembrou Curkpatrick à imprensa do seu país. “Continuam as conversações com o WSC Group (o promotor do FIA TCR World Tour) sobre o regresso de uma prova do World Tour à Austrália no próximo ano. Estamos muito interessados em manter essas ligações. Há muitas hipóteses de haver outra prova do World Tour no próximo ano. Não sei até que ponto [as conversações] progrediram, mas tivemos as primeiras conversas com o TCR Asia sobre as possibilidades. É mais um complemento ao que vamos fazer. Nada é para substituir o que estamos a fazer”. Sem necessidade de corrida extra Ao longo das suas sete décadas de história, o Grande Prémio de Macau sempre foi muito acarinhado em “Down Under”, mas apesar das várias tentativas, as competições australianas nunca conseguiram visitar o território. O Kumho FIA TCR World Tour fará parte do programa do 71.º Grande Prémio de Macau e a dúzia de pilotos que compete a tempo inteiro no “mundial” irá partilhar a grelha de partida da Corrida da Guia com o pelotão de pilotos do TCR China. Os concorrentes do TCR Australia poderão ganhar o desejado bilhete para Macau sem que haja a necessidade de adicionar uma corrida o programa, visto que poderão juntar-se a esta grelha de partida, uma vez que a regulamentação técnica da categoria é universal.
Sérgio Fonseca DesportoAutomobilismo | Futuro das pistas de Zhaoqing e Zhuhai não é risonho Este Verão trouxe más notícias para o desenvolvimento do desporto motorizado de Macau. O futuro dos dois circuitos permanentes da província de Guangdong está envolto de muitas dúvidas. O Circuito Internacional de Guangdong (GIC) deverá cessar actividade no dia 30 de Setembro, enquanto que o Circuito Internacional de Zhuhai (ZIC) tem um novo accionista maioritário, não se sabendo que planos tem o gigante do imobiliário que irá a partir de agora gerir a infraestrutura Sem uma infraestrutura para a prática dos desportos motorizados no território, para além do Kartódromo de Coloane, os pilotos de Macau de duas e quatro rodas, assim como os seus congéneres de Hong Kong, têm recorrido nas últimas duas décadas e meia aos circuitos permanentes das cidades vizinhas. Contudo, este cenário poderá mudar abruptamente por falta de alternativas. Zhaoqing é para demolir Esta semana ficou-se a saber que a Zona de Alta Tecnologia de Zhaoqing emitiu uma revisão de várias parcelas do Plano Detalhado de Controlo da Área Sudeste do Parque Dawang, onde neste momento está edificado o GIC. Onde hoje é o circuito, está planeada a construção de um parque de exposições de automóveis de novas energias e de um parque industrial de armazenamento de peças sobressalentes. As equipas que têm sede no GIC terão uma reunião com a administração do circuito esta sexta-feira, mas a informação oficial é que a pista cessa actividade já no próximo dia 30 de Setembro. Erguido em 2008, o circuito desenhado pela arquitecta Qiming Yao abriu oficialmente as portas em 2009. Apesar de incluir a palavra internacional no nome e ter feito parte de um calendário provisório do defunto WTCC, em 2011, o circuito de 2,8 quilómetros dos arredores de Zhaoqing, nunca acolheu provas para além das locais e de algumas competições nacionais chinesas. Foi igualmente ao longo dos anos palco de várias provas dos campeonatos de carros de Turismo de Macau, embora este ano tenha sido preterido pelo Circuito Internacional de Zhuzhou na província de Hunan. Nunca tendo recebido grandes investimentos, o circuito de Grau 3 da FIA, que sempre teve um aspecto inacabado e envelhecido, era actualmente o favorito das equipas e pilotos de Macau para basearem as suas oficinas de competição e deixarem os seus carros do outro lado da fronteira. Os seus preços acessíveis faziam do GIC o circuito ideal para os pilotos privados testarem as suas máquinas, sendo a sua alargada disponibilidade uma mais valia. Dúvidas sobre Zhuhai Mais perto das Portas do Cerco, na cidade de Zhuhai, a empresa malaia LBS Bina Group Bhd comunicou que venceu a sua participação no primeiro circuito permanente construído no Interior da China por 124,7 milhões de ringuites (cerca de 214,15 milhões de patacas). Numa declaração apresentada à Bursa Malaysia Securities Bhd, o grupo informou que a sua unidade Dragon Hill Corporation Ltd vendeu a totalidade da sua participação na Lamdeal Investments Ltd (LIL) à Huafa Urban Operation (HK) Ltd. A LIL detém uma participação de 60 por cento no operador do circuito, a Zhuhai International Circuit Limited (ZICL). No âmbito do acordo, o Huafa liquidará cerca de 257,55 milhões de patacas em empréstimos que a LIL e as suas filiais deviam à LBS Bina. “O circuito tem-se deparado com desafios cada vez mais difíceis devido aos requisitos cada vez mais rigorosos de conformidade com a sustentabilidade. Estes desafios incluem a resolução de questões relacionadas com o ruído, em que o cumprimento destes regulamentos exige ajustamentos operacionais significativos”, afirmou a LBS Bina, em comunicado. Mais conhecida pelos seus gigantes empreendimentos imobiliários da empresa mãe, a Huafa Urban Operation foca-se no investimento e na aquisição de participações em várias empresas, operando no sector das finanças empresariais. A gestão do dia-a-dia do circuito de Zhuhai esteve sempre a cargo da empresa malaia. No entanto, ainda não é visível qualquer reestruturação ou alteração de gestão no circuito nascido em 1996 para acolher o mundial de Fórmula 1, algo que não se concretizou. Um dia construído numa zona inóspita, mas hoje cercado por zonas residenciais, o futuro da infraestrutura tem sido colocado em causa por diversas vezes, operando presentemente com rigorosas limitações de ruído que condicionam a prática de diversas modalidades. Apesar de ter recebido as competições automobilísticas da RAEM no passado, nos últimos anos, o ZIC perdeu predominância no desporto motorizado local devido aos preços mais altos praticados, à disponibilidade limitada e à actividade desportiva reduzida em prol de actividades comerciais.
Sérgio Fonseca DesportoAutomobilismo | Da Guia para Portugal 25 anos depois Entre as várias dezenas de carros que participaram no 53.º Circuito Internacional de Vila Real, um carro em particular chamou-nos à atenção, tratava-se de um Honda Civic EG6 amarelo com um logótipo antigo de “Macau”. Vinte cinco anos depois, o mesmo carro que competiu na Taça ACP do Grande Prémio de Macau em 1998 e 1999 regressou às pistas…em Portugal Paulo Ascensão participou no Grande Prémio por duas ocasiões, onde foi 15.º (1998) e 17.º (1999) classificado, mas depois da transferência regressou a Portugal e com ele levou o seu carro de corrida. “Quando viemos para Portugal em 1999 havia alguma incerteza em relação ao futuro tanto de Macau, como da evolução familiar e profissional. A decisão de deixar Macau foi alvo de muita ponderação e foi com muita dificuldade que a decisão foi tomada”, explicou Paulo Ascensão ao HM. “Após a decisão ser tomada, tudo o que havia em Macau, carros inclusive, acompanharam a família. Tanto o Honda como também os Alfa Romeos, e todos os restantes projectos.” O “bichinho das corridas” sempre o acompanhou e, assim que apareceu a oportunidade, Paulo Ascensão voltou a vestir o fato e a colocar o capacete. Com o filho Luís Ascensão, inscreveu-se na prova do Campeonato de Portugal de Velocidade Legends, na categoria 1600, e com o mesmo Honda que, ainda nos dias da administração portuguesa do território, comprou a um amigo chinês de Hong Kong. “A ideia de correr em Portugal com o Honda sempre foi uma semente que estava latente, bem como a preparação de mais um carro de corrida (um Alfa Romeo clássico), mas os compromissos pessoais e profissionais nem sempre nos deixam tempo para levar todos os projectos em frente. A família e o trabalho sobrepuseram-se aos projectos lúdicos”, mas acresce que “o Honda na garagem gritava todos os dias por ar fresco!” Com os filhos mais velhos já crescidos, e com o mais novo a estudar Engenharia Mecânica, Paulo Ascensão confessa que tinha “chegado a altura de voltar a pôr os carros a andar. O Honda era o candidato ideal para esse regresso.” Futuro nas pistas Depois da estreia positiva em Vila Real, sem toques nem incidentes, o EG6 irá continuar a ser visto nos circuitos portugueses, pois “vai cumprir o restante calendário dos Legends, com mais duas provas em Setembro e Outubro”. Isto, porque o projecto pai e filho em Vila Real ficou em suspenso, devido a uma indisposição do filho Luís, “pois não tendo sido possível realizar as qualificações, para conhecer a pista e adaptar-se ao carro, optou-se por ser o pai a fazer ambas as corridas.” Bem estimado, o Honda “macaense” apareceu no circuito transmontano com muita saúde e como se os vinte e cinco anos de inactividade não tivessem passado por si. “Esteve a ser revisto e actualizado, com tudo o que é obrigatório e carece de homologação, como por exemplo, o banco, os cintos, depósito combustível, extintor, etc. Foram feitas melhorias que nos anos noventa eram extremamente difíceis, pois a tecnologia à data não o permitia com facilidade, como por exemplo a afinação em tempo real em banco de potência. Essas melhorias pretendem trazer uma fiabilidade extra ao carro, que de si já é lendária. Contudo, é basicamente o mesmo carro que correu em Macau, com a mesma suspensão, travões, caixa de velocidade, escape, admissão, etc.” O Honda nº38, que competiu com pneus semi-slicks como mandam as regras, e não slicks como em Macau, completou com êxito as duas corridas, em 7.º e 5.º lugar da Taça Legends 1600 do Campeonato de Portugal de Velocidade Legends. Voltar a Macau Paulo Ascensão não perdeu a esperança de um dia voltar a competir no Circuito da Guia, apesar de ter a noção que hoje em dia não é fácil conseguir uma vaga no programa do maior cartaz desportivo da RAEM. Esta experiência no actualmente único circuito urbano português trouxe-lhe à memória recordações do traçado da “Pérola do Oriente”. “Vila Real trouxe de volta memórias de Macau, pois também é um circuito citadino. Não tem grandes escapatórias e os limites da pista são os rails”, realça o piloto que é residente de Macau. “Correr em Macau é algo único, é um circuito muito mais rápido, com uma zona baixa muito rápida, e depois uma zona superior com todos os SS, onde os limites do piloto e do carro são desafiados constantemente. As ultrapassagens em Macau são muito difíceis, e em Vila Real também. Macau tem uma zona rápida mais larga, mas por ser rápida é difícil ultrapassar. Por seu lado, Vila Real é mais apertada, mas com mais transições, sendo por isso mais propícia a ultrapassagens na saída das travagens.” “O Honda ainda tem algumas referências a Macau, e foi muito bem recebido pelos outros concorrentes. Houve vários pilotos que questionaram sobre a sua proveniência e muitos referiram ambicionaram também correr em Macau. Embora seja um desafio deslocar máquinas e equipas, ainda mantemos o sonho de voltar a correr em Macau. Ambiciono, um dia, voltar e, quem sabe, levar mais três ou quatro pilotos nacionais para disputarem provas em Macau.”
Sérgio Fonseca DesportoGP | Preocupação e alívio no apuramento de Zhuzhou O automobilismo local convergiu no pretérito fim de semana ao Circuito Internacional de Zhuzhou, na província de Hunan, para disputar as duas corridas que faltavam do Macau Road Sport Challenge que serviram para carimbar o passaporte para o 71.º Grande Prémio de Macau. Para os pilotos de matriz portuguesa, no que respeita aos resultados, o fim de semana esteve longe daquilo que nos habituaram, no entanto, veio com uma excelente notícia No início do fim de semana, no Briefing de Pilotos, foi comunicado aos concorrentes que haverá em Novembro, no fim de semana do Grande Prémio, não uma, mas duas provas do Macau Road Sport Challenge, a exemplo de 2023. Quer isto dizer, que todos os pilotos que participaram nos dois eventos de qualificação para a grande corrida terão selado o apuramento, apesar de caber à Comissão Organizadora do evento a última palavra nesta matéria. No que às corridas de Zhuzhou diz respeito, com Américo de Jesus a assumir o papel de Director de Corrida, dada a popularidade da competição que junta em pista os Toyota GR86 (ZN8) e os Subaru BRZ (ZD8), a Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) viu-se obrigada novamente a dividir por sorteio o pelotão em duas grelhas, o que determinou a realização de quatro corridas ao longo do fim de semana. O domínio foi claro e pertenceu aos pilotos de Hong Kong. Damon Chan venceu as duas corridas no Grupo A, ao passo que no Grupo B, Wong Chuck Pan e Jactin Chung dividiram os triunfos. Suor e sofrimento No Grupo A, Jerónimo Badaraco e Rui Valente tiveram outro fim de semana modesto para os resultados que já nos habituaram. No seu primeiro ano ao volante destes carros, “Noni” qualificou-se no 19.º lugar, um lugar pouco habitual para o vencedor da última edição da Taça ACP em 1999. Na primeira corrida, o piloto macaense fez prevalecer a sua experiência e rapidez para conquistar um 14.º lugar, para na segunda corrida voltar a subir lugares e a entrar pela primeira vez no top-10, uma posição que lhe daria por mérito um lugar para o Grande Prémio mesmo que houvesse só uma corrida. Rui Valente teve um fim de semana penoso, debatendo-se com um motor “cansado” e com menos 20 cavalos que a concorrência, qualificando-se apenas no 22º lugar. Depois de uma primeira corrida vistosa, onde cortou a linha de meta no 11.º posto, uma penalização do Colégio de Comissários Desportivos, por alegadamente desrespeitar os limites de pista, atirou-o para o 20º lugar, posição de onde partiu para o segundo embate. Mesmo com um motor limitado e a aquecer durante a segunda corrida, Rui Valente lá conseguiu “arrancar a ferros” um honroso 15º lugar. No Grupo B, Sabino Osório Lei e Célio Alves Dias, dois pilotos que também fizeram a sua estreia na categoria, tiveram prestações muito parecidas à primeira jornada. Já com o apuramento garantido desde o primeiro fim de semana e sempre com um andamento ao nível dos pilotos da frente, Sabino Osório obteve um sexto e um sétimo lugar. Continuando a ter dificuldades, Célio Alves Dias terminou em 20.º lugar na primeira corrida e em 15.º lugar no segundo confronto. Final de contas Contas feitas ao somatório dos dois fins-de-semana, na classificação oficiosa do cômputo dos dois grupos e das oito corridas realizadas no sinuoso traçado de Zhuzhou, Damon Chan foi o grande vencedor, seguido por Adrian Chung e Jactin Chung, todos eles pilotos de Hong Kong. Sabino Osório foi o 10.º classificado e o melhor piloto classificado da RAEM. Badaraco, Alves Dias e Valente foram respectivamente os 35.º, 39.º e 43.º classificados entre os cinquenta e oito participantes. Estes resultados demostraram que para os pilotos do território há muito trabalho de casa a fazer nos próximos três meses se quiserem ombrear com os pilotos de Hong Kong e do Interior da China na corrida mais importante do ano. O 71.° Grande Prémio de Macau terá lugar de 14 a 17 de Novembro. O período de inscrições dos pilotos locais na prova deverá ser anunciado nas próximas semanas, sendo que as Listas de Inscritos oficiais dos participantes só deverão ser divulgadas ao grande público, como é tradição, no mês de Outubro.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteSpa | Presença macaense nas 24 Horas Por estes dias, no coração das Ardenas belgas, ecoa com estrondo o roncar dos motores. No Circuit de Spa-Francorchamps, que os locais orgulhosamente consideram “le plus beau circuit du monde”, disputa-se a 100.ª edição das 24 Horas de Spa. Na boxe nº11, está a equipa de bandeira chinesa Uno Racing Team with Landgraf, cuja gestão desportiva do seu Mercedes AMG GT3 está a cargo do engenheiro macaense Duarte Alves Figura conhecida do desporto na RAEM, Duarte Alves vai para a sua quinta prova de resistência este ano e “a minha terceira de 24 horas este ano”. Apesar da sua devida reputação, as 24 Horas do Dubai, as 12 Horas de Bathurst, as 12 Horas de Sepang e as 24 Horas de Fuji, não se comparam em estatura e estatuto às 24 Horas de Spa, que é hoje a maior corrida de GT3 do calendário mundial, com um impressionante pelotão de 66 carros de nove marcas. Estas provas “clássicas da endurance” têm sempre um gosto especial, tanto para os pilotos como para todos em que nelas trabalham. “Uma prova de resistência é mais interessante, pois exige mais como engenheiro, em termos de planeamento e estratégia. Uma corrida de ‘sprint’ é muito mais simples”, explicou Duarte Alves ao HM, enquanto os técnicos da equipa preparavam o Mercedes-AMG para a participação no muito aclamado desfile que leva os carros do circuito até ao centro da cidade. “Por outro lado, uma corrida de 24 horas exige muito em termos físicos. É que não são só as 24 horas da corrida. Há o antes e o depois, e não dormir durante 38 horas não é fácil!” Depois da experiência de 2023, em que a Uno Racing Team, com um Audi R8 LMS GT3 terminou no 37.º lugar da prova, Indy Dontje, David Pun, “Rio” e Kevin Tse perfazem o quarteto de pilotos da equipa para edição deste ano da prova. Desta vez, a equipa chinesa optou por não trazer o seu ‘staff’ para a prova belga, apostando numa parceria com a equipa alemã Landgraf que por sua vez fez questão de contar com os serviços de Duarte Alves, ele que este ano está a disputar o GT World Challenge Asia com a Craft-Bamboo Racing de Hong Kong. “No ano passado, viajou a equipa toda de Zhuhai para esta prova, mas os vistos e as viagens tornam os custos proibitivos. Por outro lado, as equipas aqui na Europa conseguem sempre oferecer um preço muito mais competitivo”, esclareceu, acrescentando que a participação, seja em que moldes forem, é sempre “uma boa experiência”. Diferenças continentais Antes mesmo de exercer a profissão na Ásia, Duarte Alves começou a sua carreira no automobilismo na Europa, mais precisamente no Reino Unido, e depois nos Estados Unidos da América. Quase duas décadas depois desses tempos, o engenheiro e empresário de Macau continua a ver diferenças entre as equipas ocidentais e as asiáticas. “Em termos operacionais, são muito diferentes”, explica, dando como exemplo “a quantidade de competições e de testes que justifica que as equipas europeias tenham pessoal a tempo inteiro, enquanto na Ásia, essa modalidade praticamente não existe, talvez excepto no Japão, onde a industria está mais desenvolvida”. Outro factor significativo prende-se com a “logística na Europa continental também ajudar bastante. Na Ásia, as equipas não têm camiões para transportar equipamento e as viaturas, trabalha-se a partir de contentores durante a época toda.” Por isso mesmo, “na Europa, sem dúvida, que se está a um nível com exigências muito mais altas. É uma indústria com mais de cem anos, obviamente que está muito mais madura e consegue desenvolver mais talentos”. Envolvido nas provas asiáticas desde 2009, Duarte Alves considera que “na Ásia, ainda se está longe de se conseguir desenvolver a indústria com profissionais a tempo inteiro, e por consequência, oferecer a experiência necessária para se conseguir trabalhar a um nível onde se possa exigir mais profissionalismo”. Apesar dessas discrepâncias, “nos últimos anos, as equipas asiáticas mais sérias têm crescido bastante”. Limite da FIA faz sentido Uma presença habitual no Grande Prémio de Macau, Duarte Alves compreende a imposição de um tecto máximo de 23 carros que a FIA impôs na Taça do Mundo de GT da FIA para a corrida de “sprint” do Circuito da Guia. “Trata-se de uma Taça do Mundo, onde competem os melhores pilotos de GT3 do mundo”, relembra o engenheiro macaense. “Misturá-los com pilotos regionais ou outros com menos experiência, os quais podem ser até cinco segundos por volta mais lentos, não faz sentido. Até mesmo, por motivos de segurança.” Dado que apenas os pilotos categorizados como “Gold” ou “Platinum” têm entrada directa na corrida de GT3 do território, Duarte Alves reconhece que, dados os números do ano passado, também não deverá ser fácil para a FIA “conseguir aceitar mais pilotos categorizados como ‘Silver’”, pilotos esses que estão dependentes do aval da Comissão de Selecção da corrida.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteFIA limita os GT a 23 carros no Grande Prémio As inscrições estão abertas para a sétima edição da Taça do Mundo de GT da FIA, que será novamente realizada dentro do programa do Grande Prémio de Macau, cuja 71.ª edição se disputa de 14 a 17 de Novembro. A grande novidade é que a Federação Internacional do Automóvel (FIA) impôs um tecto ao número de inscritos. O evento de “sprint” da categoria GT3, de formato de piloto único, do mundialmente famoso Circuito da Guia contará novamente com duas corridas – a de qualificação com 12 voltas e a final com 16 – que foram vencidas no ano passado pelo italo-suíço Raffaele Marciello (Mercedes-AMG GT3). A edição deste ano não deverá ter muitas diferenças em relação às anteriores, mas a grelha de partida vai estar limitada a 23 concorrentes, um número que a FIA não justificou quando, na pretérita semana, fez o anúncio da abertura do período de inscrições, que termina no próximo dia 29 de Julho, e da criação de uma plataforma para o efeito. Este número pode ser considerado aquele que a FIA vê como o mais adequado para a realização em segurança das corridas, mas também estará relacionado com as limitações de espaço no paddock. O valor da pré-inscrição na prova por carro é de 3,000 euros, cerca de 25,900 patacas, e o valor final da inscrição a pagar é de 11,500 euros, cerca de 99,400 patacas, um valor igual a 2023, e que terá que ser pago até ao dia 29 de Agosto. A lista oficial de inscritos tem que ser confirmada, o mais tardar, até ao dia 25 de Outubro. A prova irá atribuir novamente um título de pilotos e um título de construtores, sendo que este último está pendente da participação de pelo menos três marcas na prova. Quantidade e qualidade em harmonia No ano passado, a Audi, a BMW, a Mercedes-AMG, a Ferrari e a Porsche marcaram presença na prova, quase todas elas colocando os seus pilotos de fábrica em carros assistidos por equipas da região ou provenientes da Europa. A prova de Macau mantém-se a mais importante para os carros da classe FIA GT3 no continente asiático e, este ano, o número de construtores poderá aumentar com a chegada de outras marcas, dado o interesse mostrado pela Aston Martin, Lamborghini e Ford na prova do território. Em comunicado, Marek Nawarecki, Director Sénior da Velocidade da FIA, disse que “o regresso da Taça do Mundo de GT da FIA a Macau no ano passado revelou-se uma grande história de sucesso. As regras do GT3 estão a tornar-se cada vez mais fortes, com praticamente todos os construtores premium não só presentes nesta classe, mas também a desenvolver novos carros. Portanto, para 2024, estamos ansiosos por um evento talvez ainda mais forte, com alguns dos melhores pilotos de GT do mundo na grelha de partida e, esperamos, ainda mais construtores representados.” Segundo o Regulamento Desportivo provisório da prova, a exemplo do ano passado, serão distribuídos um máximo de 80,750 dólares norte-americanos, cerca de 650 mil patacas, em prémios monetários. Este documento também contempla que todos os carros participantes tenham que estar disponíveis para acções promocionais do dia 9 ao 11 de Novembro. É de recordar que a Exposição de Carros e Motos do Grande Prémio de Macau, na Praça do Tap Seac, tem sido uma aposta ganha da Comissão Organizadora do evento para abrir as hostilidades.
Sérgio Fonseca DesportoGP | Fórmula Regional é bom para os pilotos portugueses A controversa substituição operada pela Federação Internacional do Automóvel (FIA) na prova rainha de monolugares do Grande Prémio de Macau poderá permitir o regresso de pilotos portugueses ao Circuito da Guia. Essa é a convicção de César Campaniço, o único piloto com licença desportiva de Portugal que participou nas provas de F3, Turismo e GT do Grande Prémio de Macau Desde que a GP3 Series deu lugar ao Campeonato de Fórmula 3 da FIA, em 2019, não houve qualquer piloto português a participar na competição sob a gestão da Formula One Management. Com custos mais baixos que a Fórmula 3, cujos orçamentos da Taça do Mundo de Fórmula 3 em Macau ultrapassavam com a facilidade o milhão e meio de patacas, a Fórmula Regional poderá novamente abrir a porta ao regresso de jovens pilotos portugueses ao mais antigo circuito citadino do continente asiático. “Claramente a Fórmula Regional abre muito mais a porta à participação de pilotos portugueses do que a FIA F3”, referiu ao HM César Campaniço, ex-piloto profissional e actual consultor e ‘driver coach’ de vários projectos no automobilismo. “Por um lado, porque financeiramente é muito mais viável e por outro, porque na geração actual temos poucos pilotos nas fórmulas de formação ou nas provas de protótipos para poder encarar uma participação digna naquele que é o mais desafiador e bonito, na minha opinião, circuito citadino ‘natural’ do mundo” O actual ‘driver coach’ do FPAK Junior Team, o projecto da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting para o lançamento de jovens pilotos na velocidade, recorda que “já nos meus anos de Fórmula 3, era a final mundial da categoria, pelo seu simbolismo e por ser disputada no final do ano, após o termino dos campeonatos nacionais e continentais da mesma.” Candidatos que se perfilam Depois da sua estreia no Circuito da Guia no ano passado, com um entusiasmante sexto lugar na corrida prova de Fórmula 4, o jovem piloto luso de Macau e actual campeão chinês de Fórmula 4, Tiago Rodrigues, já publicamente mostrou interesse em participar na prova do território, sendo que a sua participação dependerá dos apoios que conseguir reunir. Campaniço dá outro exemplo de um compatriota que poderá marcar presença já na prova no mês de Novembro: “Neste momento temos o Ivan Domingues que está na FRECA (Formula Regional European Championship by Alpine) e tem feito a sua formação desde a F4 de maneira estruturada. Certamente poderá fazer muito boa figura neste grande evento.” Nas trinta e oito passagens dos monolugares da Fórmula 3 pelo território, dez pilotos portugueses participaram na prova, tendo vencido três edições, uma por André Couto (2000) e duas por António Félix da Costa (2012 e 2016). Manter a relevância O ex-piloto lisboeta, que correu no Circuito da Guia de F3 em 2002 e 2003, acredita que o evento do território não irá perder a relevância internacional construída ao longo de sete décadas, “pois os pilotos de Fórmula 3 já treinam e correm de Fórmula Regional, porque é proibido treinar de Fórmula 3. Por isso mesmo, não me admiraria, que pela importância do evento e da pista que muitos deles, ainda ativos na Fórmula 3 deste ano, também considerassem participar na prova”. Ciente do impacto destas mudanças, Campaniço realça que “Macau é um evento especial, apesar de na pandemia ter perdido um pouco a pujança, mas esta decisão penso que vai tornar o evento muito mais composto e competitivo a nível da categoria de Fórmula de topo que vai participar este ano.” Apesar de ainda não ter sido anunciado oficialmente, a grelha de partida da primeira edição da Taça do Mundo de Fórmula Regional da FIA deverá utilizar os monolugares Tatuus T-318 (inicialmente chamados Tatuus F.3 T-318), equipados com motores Alfa Romeo preparados pela Autotecnica Motori, com 1742cc e 270 cavalos, habitualmente vistos a competir na Fórmula Regional do Médio Oriente. A grelha de partida deverá reunir entre 27 a 30 monolugares. “Não nos podemos esquecer que a Fórmula Regional nasce como categoria de topo que se pode fazer a nível nacional ou regional”, esclarece Campaniço. “Aliás, o seu primeiro nome era mesmo F3 Regional. A F3 Internacional de hoje em dia é só para alguns e esses iriam chegar ao fim do ano sem dinheiro para correr em Macau ou com pouca vontade de investir mais do que as corridas que têm no calendário deles”. O 71.° Grande Prémio de Macau terá lugar de 14 a 17 de Novembro e, de acordo com a Comissão Organizadora da prova, os preparativos para as provas estão a decorrer de forma ordenada. Director da FIA deixa escapar o motivo Entretanto, em declarações proferidas à revista inglesa Autosport, François Sicard, o Director de Operações e Estratégia de monolugares da FIA, levantou um pouco mais o véu sobre a saída da F3 da RAEM. “Não foi possível manter a F3 porque vamos mudar para a nova geração de carros em 2025, pelo que, por razões logísticas, não era possível ter os carros em Macau”, explicou o responsável francês, que acrescentou que “ao mesmo tempo, estávamos a questionar se ainda seria relevante manter a F3 em Macau. Foi [em 2019 e 2023] apenas uma corrida extra adicionada ao Campeonato de F3 da FIA, o que não é a filosofia do evento de Macau”. A ideia da FIA é “recriar a ideia da (antiga) corrida de F3 – ter os melhores pilotos de todas as categorias juniores do mundo”, explicou à reputada publicação britânica. Sicard também revelou que “há dois anos, eu já queria fazer isso. Sabíamos que o conceito da F3, tal como é actualmente, era bom, mas faltava-nos algo. Esperamos ter pilotos de todas as regiões”. A ideia da FIA passa por fazer uma selecção dos melhores pilotos dos vários campeonatos regionais.
Sérgio Fonseca DesportoGP | Gian Carlo Minardi concorda com o fim da F3 em Macau O abrupto anúncio do fim da Taça do Mundo de Fórmula 3 da FIA do Grande Prémio de Macau, na passada semana, e a sua substituição pela Taça do Mundo de Fórmula Regional da FIA, gerou um leque variado de opiniões, e nem todas positivas, tanto em Macau como fora do território. Para Gian Carlo Minardo, que foi até Março passado o presidente da Comissão de Monolugares da FIA, esta foi a decisão correcta A marca Fórmula 3 tem uma história com mais de quarenta anos que a liga a Macau, e sua inesperada troca – algo que foi falado durante alguns meses nos bastidores, mas nunca foi abordado publicamente – apanhou a grande maioria dos intervenientes de surpresa. Por outro lado, o nome da Fórmula Regional, para além de pouco atractivo, não diz muito até aqueles que acompanham o desporto de perto. Como tal, esta “troca” da FIA, em que 2023 assinou um contrato de três anos com as entidades de Macau para a organização no Circuito da Guia da Taça do Mundo de Fórmula 3, foi naturalmente vista como um “retrocesso”. Gian Carlo Minardi apoia a medida da federação internacional, até porque “a actual Fórmula Regional, que começou por ser a Fórmula 3 Europeia e depois mudou de nome para não se confundir com a Fórmula 3 internacional, nasceu com as características da antiga Fórmula 3, aquela que corria no passado em Macau”, esclareceu o ex-proprietário da equipa Minardi da Fórmula 1 (hoje Visa Cash App RB F1 Team) quando questionado pelo HM. O italiano, que deixou o seu cargo na FIA devido à falta de tempo para combinar o cargo com a gestão do circuito de Imola, é claro em dizer que a razão para os Fórmula 3 não viajarem até à RAEM se deve, acima de tudo, a razões de segurança. “Hoje em dia, os actuais F3 Internacionais já não são adequados para aquele circuito em termos de peso e potência, pelo que a FIA, por razões de segurança, optou por uma fórmula mais adequada”, explicou, acrescentando que “devido à velocidade atingida na pista e às fracas escapatórias, o circuito de Macau continua a ser um circuito difícil”, sendo que por isso “concordo com a escolha da FIA”. E porquê agora? Estranhamente a questão se os actuais Fórmula 3 se adequam ou não ao Circuito da Guia, não se terá colocado em 2019 e em 2023, quando estes visitaram a RAEM, tendo inclusive sido executadas várias intervenções para que o circuito urbano de Macau pudesse em 2019 receber pela primeira vez o Grau 2 da FIA, requisito necessário para acolher estes monolugares. Contudo, Gian Carlo Minardi, que só assumiu em Abril de 2022 a presidência da Comissão de Monolugares da FIA, comissão essa que conta com um membro de Macau, Sancho Chan, é assertivo a dizer que “a performance dos carros está a aumentar constantemente e certos circuitos, especialmente Macau, não conseguem melhorar as infra-estruturas”. O italiano não compreende o porquê da critica ao fim da F3 nas ruas do território. “Penso que o problema não está a ser tratado correctamente”, salientando que “hoje a Fórmula Regional iguala, ou consegue fazer performances ainda melhores que a antiga F3 que tornou Macau famoso”, sendo que o mais “importante é manter a competição”. No entanto, o italiano reconhece que “talvez em 2019 o problema não tenha sido bem avaliado, tornando-se um problema para mim correr com a F3 internacional em 2023.” Outros dilemas Mesmo se a Fórmula 3 tivesse continuado a competir em Macau, este ano seria problemático. O actual monolugar da Dallara está em fim de vida e prestes a ser descontinuado no final de 2024. Com o fabricante italiano focado na construção do novo carro, as equipas do Campeonato de Fórmula 3 da FIA já se debatem com a escassez de peças sobressalentes, algo que será mais notório com a aproximação do final da temporada e que seria um assunto especialmente delicado numa prova como o Grande Prémio em que a sua natureza requer um volume considerável de peças de substituição. Por outro lado, em 2019, a Formula One Management ficou com os direitos da Fórmula 3, passando esta a ocupar o lugar da GP3. Contudo, o promotor do Campeonato de Fórmula 3 da FIA nunca actuou como co-organizador do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3, deixando a tarefa de promover o evento do território nas mãos da própria FIA, entidade que hoje não tem essa vocação. A dificuldade em preencher a grelha de partida na última edição da prova em Macau, com vários volantes a serem apenas confirmados em cima da hora e uma equipa a rejeitar mesmo viajar até ao Oriente, foi uma demonstração dessa inapetência.
Sérgio Fonseca DesportoGP Macau | Betsy está viva e procura um novo lar Chama-se “Betsy”. Foi o primeiro carro a liderar um Grande Prémio de Macau e é o único sobrevivente, que se conhece, dessa primeira edição (1954) do maior evento desportivo do seu território. O seu actual dono gostaria que voltasse um dia ao local onde foi feliz Numa época em que os carros do dia-a-dia serviam também para fazer corridas, este Morgan Plus 4 (de quatro lugares), construído em Inglaterra em 1953, foi o carro com que Gordon John “Dinger” Bell, Director do Observatório Real de Hong Kong, correu no primeiro Grande Prémio de Macau. A sua participação foi curta e terminou com um acidente na Curva R, mas ninguém lhe retira o título de ter sido o primeiro líder daquela que se tornaria a mais célebre prova de automobilismo do Sudeste Asiático. Julga-se que este será o único carro ainda existente da primeira edição do Grande Prémio de Macau, até porque o Triumph TR2 de Eduardo Carvalho que se encontra no Museu do Grande Prémio é uma réplica do carro original com que o português venceu a prova. Após o acidente em Macau, “Dinger” Bell continuou a conduzir o seu Morgan nas ruas de Hong Kong até ao final da década de 1950, tendo a viatura passado por várias mãos para, finalmente, em 1968, ser comprada – com o dinheiro do presente de casamento – por Dick e Carol Worrall, um casal inglês que tinha sido destacado para a força policial de Hong Kong. Pelas mãos de Dick Worrall, também ele um entusiasta das corridas, “Betsy” regressaria ao Circuito da Guia por mais quatro ocasiões, a última delas em 1985, para participar na Corrida de Clássicos que fez parte do programa em algumas edições do evento. Aliás, só nesta última visita a Macau é que Dick Worrall conseguiu superar a volta mais rápida de “Dinger” de 1954. Também participou no primeiro rali de carros clássicos na República Popular da China em 1986 e teve um papel fulcral na fundação do Classic Car Club de Hong Kong (CCCHK), que ainda hoje perdura. Dick Worrall recorda que “o Hong Kong Classic Car Club foi fundado porque, após a primeira corrida de sempre de carros clássicos no Circuito da Guia, realizada em 1978, para assinalar o 25.º aniversário do Grande Prémio, o ‘Clerk of the Course’, o senhor Phil Taylor, disse-me que incluiria mais eventos de automóveis clássicos se eu organizasse a grelha. Comecei então a contactar proprietários de automóveis antigos em Hong Kong e Macau, na altura tínhamos alguns membros portugueses e macaenses, e pouco tempo depois o CCCHK foi formado… tudo por causa da “Betsy”. “Betsy” regressou ao Reino Unido com os seus proprietários em 1997, onde é bem conhecida nos círculos do clube Morgan local e continua a desempenhar um papel muito activo no meio. A pensar no futuro Orgulhoso do seu carro, Dick Worrall não esconde que gostaria que a “Betsy” um dia regressasse a este ponto do globo. “Um amigo meu do CCCHK está sempre a dizer-me que, quando chegar a altura de passar a propriedade do carro para outra pessoa – não falta muito tempo, pois faço 80 anos em breve – deveria pensar em pô-lo à venda em Hong Kong ou Macau”, referiu o britânico ao HM. “É um dos poucos carros antigos que ainda sobrevive e tem certamente uma história única ligada aos dois locais, o que lhe garantiria certamente um lugar muito especial em qualquer coleção de carros antigos da região”. Apesar da afeção que sente pelo seu Morgan, Dick Worrall reconhece que “não há dúvidas que a “Betsy” estará por cá durante muito mais tempo do que eu e, por isso, considero-me apenas o seu ‘guardião atual’. Por isso, não posso deixar de pensar como seria bom se um dia ela regressasse a Hong Kong e Macau, onde passou tantos dos seus 70 anos. De facto, é lá onde ela pertence…” Rapidez comprovada Naquelas semanas que antecederam o mês de Outubro de 1954, Gordon John “Dinger” Bell preparou o seu Plus 4 para a corrida com tudo o que conseguiu arranjar para actualizar o motor, incluindo um colector de escape e carburadores duplos, que exigiram a aquisição de um novo capot para os cobrir que mandou fazer localmente em alumínio. Também removeu o pára-brisas e a estrutura do capot para poupar peso, bem como retirou a roda sobresselente. Para a primeira edição do Grande Prémio, o Morgan qualificou-se em segundo lugar. Bell estava confiante de que era o mais rápido na secção sinuosa do circuito, mas o Austin-Healey 100/4 de Roger Pennels seria capaz de o ultrapassar nas longas rectas junto ao mar. Portanto, era imperativo passar rapidamente para o primeiro lugar, objectivo que conseguiu ao chegar à então Curva da Estátua (agora Curva Lisboa) à frente do restante pelotão de 15 concorrentes. Dito e feito. A partir daí, “Dinger” imprimiu um ritmo forte, construiu uma boa vantagem e a volta mais rápida da corrida, dando-se ao luxo de acenar à sua equipa de boxes à velocidade “estonteante” de 145 km/h. Contudo, no final da quinta volta, ao contornar a Curva R, o cubo de roda dianteiro esquerdo traiu-o e a respectiva roda foi parar ao mar. Já o piloto, que foi atirado para fora do carro, e o Morgan ficaram a milímetros de terem caído à água. A “Betsy” precisou de um novo chassis mas o piloto inglês saiu miraculosamente intacto.
Sérgio Fonseca DesportoCouto e Leong brilham no Lamborghini Super Trofeo Asia A temporada do Lamborghini Super Trofeo Asia, o troféu monomarca do construtor automóvel italiano no continente asiático, arrancou no Circuito Internacional de Sepang, com bons resultados para os dois representantes de Macau: André Couto venceu na sua classe por duas ocasiões e Charles Leong Hon Chio subiu ao pódio à geral por duas vezes Quando no passado mês de Março participou, e venceu a classe GTC, nas 12 Horas de Sepang, Couto já sabia que tinha em cima da mesa uma proposta para disputar o troféu asiático da casa de Sant’Agata Bolognese pela Madness Racing Team. Aliás, antes mesmo da prova de resistência malaia, a equipa chinesa já tinha testado o piloto português no circuito de Fórmula 1 da Malásia e ficado positivamente impressionada com os tempos obtidos. Ver Couto ao lado de Fangping Chen no Huracan Super Trofeo EVO2 nº88 este fim de semana foi o culminar de um trabalho que tinha vindo a ser feito nos bastidores nas últimas semanas. Quatro boxes mais a baixo no pitlane, estava outro piloto bem conhecido de Macau, Charles Leong Hong Chio, o vencedor da prova de Fórmula 4 do Grande Prémio em 2021 e 2022. Sem possibilidades para continuar a competir em monolugares, o jovem piloto há anos que ambicionava correr de carros de GT a tempo-inteiro. Eis que a oportunidade surgiu pelas mãos de Teddy Yip Jr, outra figura conhecida do automobilismo local e cujo pai em muito ajudou a administração portuguesa do território a impulsionar o Grande Prémio nos seus primórdios. Apesar de já não ter a ligação à equipa Prema Racing na Europa, como em outros tempos, a Theodore Racing conservou a boa relação do passado, transpondo-a para uma nova fase com os novos donos da conhecida equipa italiana ao leme, a poderosa Iron Lynx. Pois bem, a equipa oficial da Lamborghini no mundial de resistência (WEC) e a Theodore Racing deram as mãos para competir no Lamborghini Super Trofeo Asia em 2024 e com isso Leong foi destacado para piloto da SJM Iron Lynx Theodore Racing. Não foi uma surpresa gigante, pois o piloto da RAEM competiu nos dois últimos anos com o apoio da Theodore Racing e na última edição do Grande Prémio conduziu um monolugar da Prema Racing na prova de F4. Cada fim de semana do troféu inclui duas corridas de 50 minutos, cada uma com uma mudança de piloto, e existem quatro categorias: PRO, PRO-AM, AM e Lamborghini Cup. A exemplo dos congéneres europeu e norte-americanco, a máquina utilizada na competição asiática, igual para todos, é o Huracán Super Trofeo EVO2, equipado com um motor 5.2-litros V10 atmosférico, capaz de debitar 620 cv de potência. Sábado de alegrias Os dezoito “touros” presentes no circuito da periferia de Kuala Lumpur fizeram-se ao asfalto molhado na manhã de sábado para duas sessões de qualificação, sendo que a primeira corrida da temporada se realizou da parte da tarde, com a pista seca e a humidade brutal típica da região. Couto alinhou do quarto lugar da grelha de partida, ao passo que Leong colocou-se uma posição atrás para o arranque. Os primeiros metros da corrida foram dramáticos para Couto, que levou um ligeiro toque do coreano Brian Lee e foi embater no carro de Li Zhi Cong. Felizmente, nenhum carro ficou danificado, apenas Couto caiu cinco posições na classificação. O piloto luso teve então que correr atrás do prejuízo neste seu turno de condução, escalando posições paulatinamente com o decorrer da corrida, entregando o carro ao seu colega de equipa já no terceiro posto. A segunda parte da corrida seria diferente, com Fangping Chen a não conseguir manter o ritmo, perdendo duas posições à geral. Contudo, quando foi mostrada a bandeira de xadrez, Couto e Chen tinham razões para celebrar com este quinto lugar, ao terminarem como vencedores da categoria PRO-AM. Igualmente, com motivos para sorrir estava Leong, que terminou no segundo lugar. O piloto de Macau teve um arranque menos atribulado, e com a sua regularidade habitual andou sempre nos três primeiros lugares. Depois, a japonesa Miki Koyama, com quem partilha o Lamborghini, ainda foi buscar mais uma posição, conquistando um merecido segundo lugar à geral e na categoria PRO. Domingo de consolidação Os resultados de sábado repetiram-se no domingo. Desta vez Couto e Leong tiveram que aguardar que os seus companheiros de equipa terminassem os seus turnos de condução para conduzirem e ambos os pilotos de Macau foram decisivos. Couto pegou no carro nº88 da Madness Racing Team e subiu do 11º lugar até ao sexto posto, o suficiente para triunfar novamente na classe PRO-AM. Já Leong herdou o carro no quarto posto e ultrapassou dois adversários rumo ao segundo lugar final.
Sérgio Fonseca DesportoFórmula 1 | Planos para circuito em Guangzhou geram expectativas A notícia foi recebida com alguma surpresa na semana passada: Guangzhou prepara-se para ter o seu próprio circuito de Fórmula 1. Numa altura em que o “Grande Circo” vive uma fase pujante em termos comerciais, o projecto poderá fazer da capital da província de Guangdong o local perfeito para essa segunda corrida de Fórmula 1 no Interior da China Em vésperas do regresso do Grande Prémio da China de Fórmula 1, em Xangai, os responsáveis da cidade de Guangzhou anunciaram a construção de um circuito de Grau 1 da FIA, capaz de acolher corridas da disciplina rainha do automobilismo. Uma vez concluído, o circuito tornar-se-á o segundo circuito de Fórmula 1 na China. O primeiro, em Xangai, foi inaugurado em 2004, pois o Circuito Internacional Zhuhai, o primeiro circuito permanente chinês e idealizado para receber a Fórmula 1, nunca recebeu a homologação máxima da FIA. A futura pista de Guangzhou – que incluirá um parque desportivo pensado para actividades ligadas aos desportos motorizado – necessita de um investimento de 20 mil milhões de yuan. A proposta foi anunciada no âmbito do recentemente publicado Plano de Projectos de Construção Chave da Província de Guangdong para 2024, que inclui mais de mil e quinhentos projectos provinciais. Não foi divulgada uma data para o início da construção da nova infra-estrutura. As corridas de F1 só se podem realizar em pistas com o Grau 1 da FIA. Por exemplo, o Circuito da Guia, em Macau, que habitualmente acolhe corridas de Fórmula 3, é desde 2019 uma pista com homologação Grau 2 da FIA. Dentro da lusofonia, e apesar de não receber a Fórmula 1 na actualidade, Portugal ainda tem duas pistas com Grau 1 da FIA – o Autódromo Internacional do Algarve e o Autódromo do Estoril – enquanto que o Brasil conta com o Autódromo José Carlos Pace, em Interlagos, que anualmente acolhe o Grande Prémio. Do sonho à realidade Diversas fontes contactadas pelo HM revelam que, por agora, este projecto ainda está numa fase embrionária e que teremos que esperar mais um ou dois anos para perceber se avança e como avançará. A localização projectada será próxima do Aeroporto Internacional Guangzhou Baiyun, o que lhe dará uma vantagem logística, pois trata-se do segundo aeroporto mais movimentado da China. As autoridades competentes revelaram que, se o plano for concretizado, terá um grande impacto no desenvolvimento da economia local e na indústria do turismo. Neste momento, a província de Guangdong tem dois circuitos permanente, um em Zhuhai, erguido em 1996, e outro na cidade de Zhaoqing, mais conhecido pela sua designação oficial, Circuito Internacional de Guangdong, que foi inaugurado em 2009. Apesar de terem recebido provas internacionais no passado, nenhum destes circuitos é hoje palco de eventos de dimensão internacional. Hong Kong reagiu Esta notícia foi bem recebida na região administrativa vizinha, onde a Associação Automóvel de Hong Kong (HKAA) aproveitou para emitir um comunicado sobre o assunto, relembrando que “Hong Kong tem estado muito atrás de Xangai e Guangzhou nesta matéria, mas várias organizações locais de automobilismo, incluindo a HKAA, têm vindo a defender um circuito em Hong Kong há muitos anos e têm trabalhado arduamente para apresentar propostas e planos. Sendo uma das cidades mais importantes da região asiática, Hong Kong preenche plenamente os requisitos para a construção de um circuito de corridas de automóveis de nível internacional em termos de localização geográfica, benefícios económicos, ambiente local e cultura automóvel, entre outros.” Recorde-se que em 2017, foi levado ao Conselho Legislativo de Hong Kong um estudo para a construção de um circuito na zona do antigo Aeroporto Internacional de Kai Tak. A própria associação revelou que “documentos relevantes foram submetidos à apreciação das autoridades em várias ocasiões, mas, infelizmente, não se registaram grandes progressos e, até à data, ainda não existe um plano específico ou concreto.” O comunicado termina salientando “que a criação de um circuito de F1 de nível mundial em Hong Kong, não só proporcionará um local ideal para os pilotos locais e internacionais competirem e promoverem a indústria dos desportos motorizados, como também reforçará a economia local e o desenvolvimento do turismo, além de elevar o estatuto internacional de Hong Kong. Simultaneamente, estabelecerá uma ligação com os circuitos de Xangai e Guangzhou, tornando a China no mais importante centro internacional de desportos motorizados na Ásia e reforçando ainda mais a influência da China nos desportos motorizados internacionais.”
Sérgio Fonseca Desporto MancheteAutomobilismo | Célio Alves Dias regressa à competição esta temporada Depois de um ano de interregno, Célio Alves Dias vai regressar este ano ao activo na competição de carros de Turismo organizada pela Associação Geral Automóvel de Macau-China, a Macau Roadsport Challenge. As duas provas agendadas para o Circuito Internacional de Zhuzhou, servem também para apurar os pilotos locais para a 71ª edição do Grande Prémio de Macau O piloto macaense que venceu a Taça de Carros de Turismo de Macau em 2021 esteve afastado do automobilismo local na época passada por motivos pessoais, mas fará este ano a sua estreia na competição que junta em pista os Toyota GR86 (ZN8) e os Subaru BRZ (ZD8). A confirmação chegou-nos através do próprio piloto que avançou para este projecto na véspera do encerramento das inscrições na passada sexta-feira. Apesar da vasta experiência em provas da especialidade, tendo conduzido várias gerações de carros de Turismo, Célio Alves Dias nunca tripulou os novos bólides que a AAMC introduziu na sua competição em 2023. O piloto do território está expectante para o novo desafio que tem pela frente e aguarda pela oportunidade de testar o seu Toyota do outro lado das Portas do Cerco. “Estou muito contente por regressar, mas por agora não tenho muito que possa dizer. Ainda não experimentei o carro e o chassis não foi feito pela nossa equipa”, explicou o piloto da Fu Lei Loi Racing Team ao HM, acrescentando que “comprei este carro em segunda mão. Este está ainda em Macau e estou a pedir para o enviar, o mais rapidamente possível, para a China, para tentar afiná-lo.” Em contagem decrescente Célio Alves Dias espera ter a oportunidade de testar a sua nova máquina antes do arranque da competição no circuito de Zhuzhou no próximo mês. O trabalho de oficina está já a ser preparado e o objectivo passa “por trocar algumas peças, como as suspensões. Vou também baixar o carro um bocado e tenho que experimentar o carro. Encontrar uma boa afinação para este carro logo de início vai ser importante porque nunca guiei este carro anteriormente”. Sendo um nome português habitual no Grande Prémio de Macau nas últimas décadas, Célio Alves Dias estreou-se em 2000 e desde aí foi uma presença assídua e sem faltas na prova até 2023. Se este ano conseguir o “carimbo” para a grande prova de final de ano, esta será a sua vigésima quarta participação em provas no Circuito da Guia. Partindo em desvantagem face aos seus mais directos adversários, por não ter competido no ano passado com estes carros, e por também desconhecer o traçado de Zhuzhou, o piloto da RAEM acredita que mesmo assim é possível qualificar-se para o Grande Prémio do mês de Novembro. “Espero que sim. Vou tentar o meu melhor”, refere Célio Alves Dias. “Eu sei que muitos deles [adversários] já começaram a preparar-se. O pilotos de Hong Hong já mandaram o carro para este circuito e já estão a testar, mas a malta de Macau ainda não, pois estamos a aguardar o envio dos carros”. As duas jornadas duplas do Macau Roadsport Challenge planeadas para o traçado localizado na Província de Hunan estão agendadas para os fins-de-semana de 11 a 12 de Maio e de 6 a 7 de Julho. O 71º Grande Prémio de Macau decorrerá de 14 a 17 de Novembro.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteFórmula E | Di Grassi sugere Circuito de Macau para os próximos carros Lucas Di Grassi, o piloto brasileiro que venceu o Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 em 2005, e um dos pilotos com mais provas disputadas no Campeonato do Mundo FIA de Fórmula E, sugere que o Circuito da Guia seria o palco ideal para provar a performance da próxima geração de viaturas eléctricas de competição Numa altura em que o Campeonato do Mundo FIA de Fórmula E já trabalha na quarta geração de monolugares, a chamada Gen4, cuja introdução está prevista para a temporada de 2026/2027, Lucas di Grassi acredita que o desempenho destes carros irá traduzir-se numa maior rapidez e performance, o que significa que a competição estreada em 2014 pode finalmente ambicionar correr nos grandes palcos do automobilismo, em vez de circuitos citadinos improvisados e com pouco carisma. O piloto paulista sugere o exigente Circuito da Guia como a bitola para a próxima geração de monolugares propulsionados a electricidade. “Em termos de desempenho, eu teria exigido que o Gen4 pudesse correr em todo o Circuito da Guia de Macau e que, pelo menos numa volta de qualificação, fosse mais rápido do que os carros de Fórmula 3 e GT3. Para mim, isso seria um grande indicador de que seguimos na direção certa”, referiu o ex-piloto de F1 numa crónica escrita na reputada revista inglesa Autosport. A próxima geração de carros de Fórmula E, a construir pela francesa Spark Racing Technology, terão quatro rodas motrizes e serão capaz de debitar 600kW (cerca de 800cv). A Bridgestone será o fornecedor de pneus, enquanto a Marelli irá ser responsável pelo “powertrain” e a Podium Advanced Technologies pelas baterias. “A essência da Fórmula E são as corridas em circuitos citadinos”, referiu o actual piloto da ABT Cupra. “O melhor circuito urbano do mundo é Macau, portanto qual o melhor lugar que deveremos ambicionar (um dia correr) tendo o carro mais rápido?” Sugestão da FIA Recorde-se que em 2013, Jean Todt, visitou o Grande Prémio de Macau no sexagésimo aniversário do evento, e o então presidente da Federação Internacional do Automóvel (FIA) disse à imprensa que faria todo o sentido que o campeonato de carros eléctricos, que na altura estava a dar os seus primeiros passos, tivesse um dia um evento na RAEM. Terão existido até contactos para que o campeonato realizasse um evento no território, mas a resposta de Macau terá sido “vamos esperar para ver”, pois a competição precisava de tempo para amadurecer. Com o Circuito da Guia a ser incompatível com as necessidades dos monolugares eléctricos da altura e com o território sem grande vontade em realizar corridas numa outra localização, a vizinha Hong Kong acabou por avançar com a sua etapa da Fórmula E – em 2016, 2017 e 2019 – acabando por a perder em 2019 com a pandemia. Regresso ao Interior da China O Campeonato do Mundo FIA de Fórmula E regressa ao Interior da China este ano, um país que serviu de palco para estreia do campeonato em 2014. Depois de passagens por Pequim, pela ilha de Sanya e pela Região Administrativa Especial de Hong Kong, a competição de monolugares eléctricos vai finalmente cumprir o sonho de competir em Xangai. Após estudadas várias alternativas, a organização do campeonato decidiu que o ideal era mesmo utilizar o Circuito Internacional de Xangai. Os carros da Fórmula E não vão usar o circuito do Grande Prémio da China de Fórmula 1, mas sim um traçado alternativo e mais curto, muito mais adequado às performances destes carros que necessitam de vários pontos de travagem para regenerarem energia.
Sérgio Fonseca DesportoAutomobilismo | Primeiro residente de Macau a vencer um troféu em Portugal Apesar dos laços existentes entre Macau e Portugal no automobilismo, são raros os casos de pilotos de Macau a competirem em provas portuguesas e vice-versa. Contudo, em 2023, assistimos ao primeiro título num troféu monomarca português, e de cariz ibérico, por parte de um residente do território Na pretérita temporada, Bruno Knudsen venceu o troféu Super Seven by Toyo Tires, a competição monomarca de maior longevidade em Portugal, na categoria “420R Gentleman”. Aos comandos do seu Caterham, modelo Super Seven, com motor Ford, Knudsen levou a melhor sobre a aguerrida concorrência ao longo da temporada de seis provas que compuseram o calendário da época passada, três delas realizadas em pistas espanholas. “De facto não foi uma tarefa fácil” obter este título, reconheceu o piloto ao HM, pois este é um troféu “muito competitivo, um dos mais competitivos a nível europeu”, com algumas provas a serem disputadas em conjunto com o congénere troféu britânico. Com a temporada de 2024 aí à porta, Knudsen já decidiu que vai continuar na Super Seven by Toyo Tires, mas numa categoria diferente. “Vamos entrar na categoria Pro, a categoria máxima, onde esperamos fazer bons resultados. Isto, embora saiba que tenha muito que evoluir ainda como piloto, mas também com o carro”, explica o piloto de 40 anos, filho de pai norueguês e mãe portuguesa. Razões da internacionalização Não é comum um piloto da RAEM correr tão longe de casa. Seria muito mais fácil para o piloto-empresário competir à porta de casa, numa das diversas ofertas que existem na região, mas esta opção tem um explicação e motivo. “Na verdade, trata-se de um campeonato ibérico – metade das corridas são em Portugal e a outra metade em Espanha – e evoluiu bastante, tornando-se grande, tanto em número de pilotos como de provas internacionais. Para 2024, apesar de ser uma competição ibérica, um dos fins de semana será disputado em Paul Ricard, em França”, explicou o piloto e CEO da Syntech Fuels, empresa de Macau que nos últimos anos tem apostado nas energias renováveis, incluindo mais recentemente no hidrogénio verde. “Para além do elevado nível do campeonato, também quero fazer chegar a publicidade da minha empresa à Europa. Como empresa, queremos ter presença fora de Macau e esta é também uma forma muito boa de criar brand awareness”. De olho no Grande Prémio Como qualquer piloto residente de Macau, Knudsen não esconde a vontade de um dia participar no maior evento desportivo do território, o Grande Prémio. “Já pensei muitas vezes em participar, quem sabe se em 2024 não o faça”, afirma o “Gentleman Driver” residente permanente de Macau desde 1993. Contudo, como nenhuma das corridas do programa do Grande Prémio aceita os Super Seven ibéricos, a participação no evento requereria um investimento suplementar e avultado, “que julgo só ser possível com o apoio de outras empresas de Macau, sejam do sector do jogo ou bancário assim como do Governo. O desporto automóvel é de facto um desporto muito caro que sem apoios para fazer uma prova específica fica bastante caro. De qualquer fora, seria uma forma de mostrar que pilotos de Macau, além de ganharem na Europa, podem ganhar em qualquer palco”.
Sérgio Fonseca DesportoAutomobilismo | Primeiras corridas em Zhuhai realizaram-se há 30 anos Há trinta anos, a cidade vizinha de Zhuhai, com o apoio do Hong Kong Automobile Association, avançava para a organização do primeiro grande evento de desporto motorizado de velocidade realizado na República Popular da China. Em Macau, havia muitas reticências e apreensão sobre o que poderia representar este evento, em tudo semelhante ao Grande Prémio de Macau Com a coordenação desportiva a cargo de Phil Taylor, o inglês que então também era o Director de Corrida do Grande Prémio de Macau, e com uma forte presença da associação automóvel da então colónia britânica, a prova de Zhuhai teve logo desde o arranque o “know how” que necessitava para se afirmar além-fronteiras. Contudo, ao contrário do que era temido em alguns sectores em Macau, as autoridades do Interior da China não quiseram copiar o que melhor se fazia no território sob administração portuguesa. A cidade Zhuhai tinha outras ambições que iam para além deste circuito provisório que durou apenas três edições. A Zona Económica Especial chinesa queria mais do que isso, queria receber a Fórmula 1 no Circuito Internacional de Zhuhai (ZIC). Isto, anos depois de Macau ter fechado a porta ao “Grande Circo” e ter desistido da construção de um autódromo no território. “Sempre tive o espírito aberto a essas coisas e nunca acreditei que os nossos vizinhos pudessem vir a assombrar o evento de cartaz de Macau”, recorda Carlos Barreto, o primeiro colaborador do Automóvel Clube de Macau (ACM), agora Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC), a receber a Licença Desportiva da Federação Internacional de Motociclismo (FIM) como Director de Prova e Comissário Desportivo, precisamente em 1993. Outros voos Com cem mil espectadores espalhados pelos quatro quilómetros deste circuito devidamente asfaltado para receber os 127 carros e motos que compareceram – curiosamente só dois concorrentes eram do Interior da China – o primeiro evento decorreu sem sobressaltos, permitindo que em 1994 e 1995 a prova entrasse para o calendário internacional da FIA, acolhendo o campeonato BPR GT Endurance Series. “Os organizadores, para garantirem uma assistência em massa, como foi o caso, tiveram de ser criativos. Os bilhetes davam direito a sorteio de prémios como televisões, máquinas de lavar roupa, frigoríficos, ar condicionado e outras coisas”, lembra o piloto Rui Valente, que na altura se deslocou ao outro lado das Portas do Cerco para assistir à prova, onde participou o seu amigo José Mariano da Rosa. Assim que o ZIC abriu portas, em 1996, as corridas de Zhuhai passaram para a infra-estrutura permanente localizada em Jinding. O sonho da F1 esfumou-se, mas o ZIC ficou a “casa do automobilismo chinês”, tendo durante décadas desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento dos desportos motorizados na República Popular da China. “Sempre pensei que tendo um circuito permanente em Zhuhai poderia ser benéfico para os pilotos e para os comissários desportivos e de pista”, afirma Carlos Barreto. “Para os pilotos realizarem provas com frequência, coisa que não se podia fazer em Macau (e veio a acontecer), para os comissários desportivos e de pista, o ganhar a experiência em provas a sério, depois da formação, para se sentirem mais à vontade no Grande Prémio. Nem tudo correu bem, realizaram-se provas, mas os comissários de pista raramente tiveram essa possibilidade. Contudo, era cedo para antever o que iria acontecer e havia o receio, na mente de alguns, de eles entrarem por aí e acabarem com o Grande Prémio”. Macau ficou a ganhar O desconforto que estas provas causaram no então território português ultramarino era apenas causada por uma visão limitada que ignorava as vantagens desportivas e económicas, como Mário Sin, que presidiu o ACM e ex-membro da Comissão do Grande Prémio de Macau, relembra: “Não existia uma visão global das oportunidades [que iria trazer o circuito em Zhuhai] para os pilotos locais, pois [com o circuito] iriam poder praticar mais vezes e com menores encargos”. O início das corridas em Zhuhai serviu como trampolim para outros voos para os pilotos do território. “Para provar, basta ver que os pilotos de Macau começaram a obter mais lugares no pódio em todas as categorias, depois de poderem praticar mais vezes antes do Grande Prémio de Macau”, assevera Mário Sin, acrescentando que ”os pilotos de Macau começaram ganhar aos pilotos de Hong Kong, que tinham quase o exclusivo dos lugares de pódio.” No final de contas, o saldo é hoje visto como muito positivo, pois “o Grande Prémio continua vivo e Macau tem colaboradores que desempenham funções de relevância na FIA e na FIM. O ZIC ganhou o seu espaço, com provas nacionais e internacionais, e continua aberto a ser utilizado por quem lá queira ir sentir a adrenalina da alta velocidade”, conclui Carlos Barreto, que durante muitos anos desempenhou o cargo de Director de Corrida do Grande Prémio de Motos de Macau.
Sérgio Fonseca DesportoGPM | Sudeste Asiático confirma presença em Macau Logo após o Campeonato da China de Fórmula 4 ter concluído a sua segunda visita ao circuito urbano de Pingtan, o organizador do revitalizado Campeonato do Sudeste Asiático de Fórmula 4 confirmou a presença no primeiro fim de semana do 70.º Grande Prémio de Macau Depois de três anos em que o campeonato chinês de F4 foi presença assídua no Circuito da Guia, no fim de semana de 10 e 11 de Novembro, será o pelotão do campeonato agora promovido pela empresa Top Speed Shanghai a visitar a RAEM num evento extra-campeonato que irá contar com vários pilotos internacionais. Será igualmente a estreia dos monolugares da última geração de F4 entre nós. Tatuus F4 T421 GEN2 com motor Fiat Abarth 1400cc preparado pela Autotecnica Motori, e com o seu equipamento de segurança Halo homologado pela FIA. O Grande Prémio de Macau começa com os treinos livres e as sessões de qualificação no sábado, 10 de Novembro, seguidos de uma corrida de qualificação de oito voltas e de uma corrida principal de 12 voltas no domingo, proporcionando aos pilotos uma experiência inestimável de início de carreira na pista que recebe o Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 – Taça do Mundo FIA de F3. Antes de Macau, o campeonato do Sudeste Asiático realiza a sua corrida de abertura em Outubro, no circuito permanente da cidade Zhuhai, para depois da passagem pelo território viajar até ao Circuito Internacional de Sepang, a antiga casa do Grande Prémio da Malásia, para as rondas três e quatro. Para participarem, os pilotos devem ter pelo menos 15 anos e possuir uma licença FIA Internacional C ou Nacional emitida pela respectiva associação nacional de desportos motorizados. Rumo à liderança No remodelado e agora mais curto circuito citadino da Ilha de Pingtan, o Campeonato da China de Fórmula 4, que perdeu a sua prova no Grande Prémio de Macau, realizou a sua terceira jornada da temporada de 2023. Entre os dezasseis concorrentes presentes para disputar as quatro corridas do fim de semana estiveram dois pilotos de Macau: Tiago Rodrigues e Marcus Cheong Man Hei. Na sua temporada de estreia em provas de monolugares, Tiago Rodrigues voltou a estar em plena evidência ao terminar as quatro corridas em posições do pódio, tendo inclusive vencido a segunda corrida disputada na tarde de sábado. “Eu acredito que posso vencer este campeonato”, disse o jovem piloto na conferência de imprensa da tarde de sábado, citado pela assessoria de imprensa do campeonato. À vitória e ao segundo lugar obtido na primeira corrida de sábado, o piloto treinado por Charles Leong ainda juntou dois valiosos terceiros lugares no domingo. Esta série de óptimos resultados conquistados numa pista que não conhecia, colocam Tiago Rodrigues isolado na primeira posição do campeonato chinês. Já Marcus Cheong, a realizar a sua segunda prova de monolugares, conseguiu um quinto lugar à geral como melhor resultado. O novo circuito de Chengdu Tianfu, ainda por estrear, irá receber a prova seguinte do campeonato no próximo mês. A organização do campeonato, a cargo da empresa Mitime, uma subsidiária do gigante automóvel chinês Geely, ainda não confirmou que circuito irá substituir Macau no calendário.
Sérgio Fonseca DesportoAutomobilismo | Piloto local vence na estreia de nova pista na China A senda dos bons resultados dos pilotos de Macau no automobilismo da República Popular da China continuou no pretérito fim de semana, com Charles Leong Hon Chio a vencer as duas primeiras corridas da temporada do Campeonato da China de GT na província de Henan. Na prova de inauguração do Autódromo Internacional de Zhengzhou – um circuito cuja construção se iniciou em 2017, esteve parado em 2018 devido às medidas contra a poluição e, finalmente, foi concluído no início deste ano – o vencedor do Grande Prémio de Macau de 2020 e 2021 foi novamente chamado pela equipa chinesa Harmony Racing para conduzir um dos Ferrari 488 GT3. Charles Leong não acusou o facto de estar parado desde Novembro do ano passado e venceu as duas corridas do programa. “Antes de mais, estou muito feliz por ter representado a equipa Harmony Racing e vencido em Zhengzhou, a base da Harmony Racing”, explicou o piloto de Macau no final da conferência de imprensa de domingo. “Do ponto de vista da condução, esta semana foi mais um treino. Estabeleci alguns objectivos para mim próprio durante as corridas e atingi-os, o que também me deixou muito feliz.” O piloto de 21 anos enalteceu a presença do muito público neste novo circuito desenhado pelo australiano Michael McDonough, naquela que foi a primeira prova do Campeonato da China de GT com espectadores nas bancadas desde 2020. O evento reuniu mais de 20,000 espectadores numa cidade que, apesar de estar estrategicamente localizada no centro da China e nas margens do Rio Amarelo, mão tem qualquer tradição no desporto motorizado.n “A competição deste fim de semana foi cheia de emoção, actividades e actuações maravilhosas, como uma grande festa de atmosfera divertida”, elogiou o jovem piloto do território que espera que este tipo de espectáculo tenham repercussão na sociedade. “Acredito que a realização destes eventos pode fazer com que mais pessoas compreendam as corridas e se apercebam do ‘fair-play’ e do extraordinário encanto das corridas”. Abrir portas Este triunfo, a exemplo do ano passado, poderá abrir portas para mais corridas com este Ferrari, no entanto, Charles Leong mantém-se cauteloso e afirma não ter ainda um programa desportivo definido para o resto da temporada, incluindo para o 70º Grande Prémio de Macau. Já o Campeonato da China de GT, que reuniu 13 concorrentes em Zhengzhou, espera ter uma prova no Circuito da Guia no mês de Novembro.
Sérgio Fonseca DesportoGP | Corridas de preparação em Julho e Agosto O Circuito Internacional de Guangdong (GIC) foi novamente o palco escolhido para acolher as habitualmente apelidadas “corridas de qualificação” para o Grande Prémio de Macau, com o intuito de apurar os pilotos locais e não só. Num ano em que se implementa uma nova regulamentação técnica para as viaturas da Corrida Macau Road Sport Challenge, as duas jornadas planeadas para o circuito dos arredores da cidade de Zhaoqing revelam-se ainda mais importantes Como é por demais sabido, esta temporada a Corrida Macau Road Sport Challenge terá novos protagonistas de quatro rodas. As ex-categorias Roadsport “1950cc & Acima” e “1600cc Turbo” serão substituídas por uma só categoria com base na Taça Toyota Gazoo Racing GR86/Subaru BRZ japonesa. Neste momento, são várias as equipas e preparadores de Macau que já começaram a trabalhar nestes dois modelos nipónicos. Para além da estreia absoluta destas corridas, haverá também espaço no programa do GIC para corridas do troféu monomarca Lotus Challenge da Grande China, para carros de GT4, GT3 e TCR, e ainda uma competição para viaturas clássicas a cargo da delegação da FIVA em Hong Kong. O primeiro fim de semana está agendado para os dias 22 e 23 de Julho e a segunda prova está marcada para quatro semanas depois, no fim de semana de 19 e 20 de Agosto. As inscrições para a Corrida Macau Road Sport Challenge custam dezassete mil dólares de Hong Kong e inclui o aluguer do sistema de dados do ECU, obrigatório para todos os concorrentes. Numa edição que irá ocupar dois fins de semana consecutivos, o programa desportivo do 70º Grande Prémio de Macau ainda se encontra no “segredo dos Deuses”. Como tal, ainda é difícil compreender qual vai ser o impacto destas corridas no escalonamento dos pilotos para o grande evento desportivo da RAEM do mês de Novembro. Um dos focos de interesse será perceber como será preenchida a grelha de partida da Corrida da Guia, visto que os concorrentes do TCR World Tour, que não ultrapassam a dezena, são sempre acompanhados pelos homólogos locais nos eventos por onde correm. Uma possibilidade em cima da mesa passa por colocar os pilotos das equipas oficiais do campeonato TCR Asia/TCR China na Corrida da Guia, ao passo que os pilotos privados do mesmo campeonato disputarão uma corrida à parte junto com pilotos “convidados” de Hong Kong e Macau. Cesto cheio Após uma ausência de três anos, a Taça do Mundo de GT da FIA regressa ao Circuito da Guia este ano. Para além dos detalhes que a Federação Internacional do Automóvel deu a conhecer na pretérita semana, o HM ficou também a saber que a corrida não será exclusiva a pilotos profissionais, neste caso, pilotos categorizados pela FIA como “Platinum” ou “Gold”. Pilotos teoricamente de valor inferior, categorizados como “Bronze” ou “Silver”, também poderão participar na corrida. Com uma inscrição que é superior a noventa e cinco mil patacas por concorrente, os prémios a distribuir pelos melhores classificados irão superar este ano as seiscentas mil patacas. Apesar destes prémios monetários serem bastante elevados, em relação a outras corridas do Grande Prémio, uma participação nesta prova, com uma viatura FIA GT3, requer um orçamento superior a um milhão de patacas. As inscrições para a Taça do Mundo de GT da FIA encerram no final do mês de Agosto e a FIA compromete-se a revelar os inscritos até ao final do mês de Outubro. Nenhum construtor automóvel confirmou ainda a sua participação na prova, mas tanto a Audi como as rivais Mercedes-AMG e Porsche, têm fortes interesses na região e certamente se farão representar. A co-organização desta corrida, a cargo da experiente SRO Motorsports, acredita que é possível que o número de inscritos ultrapasse o número de inscrições disponíveis.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteGP Macau | Contrato de três anos para as Taças do Mundo A Federação Internacional do Automóvel (FIA) emitiu um comunicado esta segunda-feira a confirmar o regresso das Taças do Mundo da FIA de Fórmula 3 e GT ao Grande Prémio de Macau, ausentes do programa do maior evento desportivo do território desde 2019 Num ano em que o Grande Prémio comemora o seu 70.º aniversário, o anúncio deste esperado regresso vem no seguimento de um acordo de três anos resultante dos esforços conjuntos da FIA, da Associação Geral de Automóvel de Macau-China (AAMC) e da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau. As duas competições FIA terão lugar de 16 a 19 de Novembro, com a acção em pista a começar na quinta-feira e o formato a incluir duas sessões de treinos livres de 40 minutos e duas sessões de qualificação para a Fórmula 3, bem como duas sessões de treinos livres de 30 minutos seguidas de uma única qualificação com a mesma duração para os carros de Grande Turismo. Ambas as competições terão uma corrida de qualificação seguida de uma corrida principal para a decisão do título de vencedor destas Taças. As durações das corridas serão de 10 e 15 voltas para a F3 e de 12 e 16 voltas para os carros de GT. Tal como aconteceu de 1983 a 2019, o vencedor da prova de F3 será considerado o vencedor geral do Grande Prémio de Macau. Bem-vindos a Macau No comunicado enviado pela FIA à imprensa, Pun Weng Kun, Coordenador do Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau, disse que “a Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau sente-se honrada por continuar a receber a confiança e o apoio da FIA. Acolher a Taça do Mundo de GT da FIA e a Taça do Mundo de F3 da FIA no 70.º Grande Prémio de Macau é um testemunho do reconhecimento da FIA das nossas capacidades organizativas e irá reforçar ainda mais a posição do Grande Prémio de Macau na indústria internacional dos desportos motorizados.” O actual responsável máximo pela prova nascida em 1954, afirmou também que a organização está “ansiosa por continuar a trabalhar com a FIA na finalização dos detalhes do regresso dos eventos e queremos dar as boas-vindas aos pilotos de elite que irão competir no nosso mundialmente famoso Circuito da Guia.” FIA saúda regresso da F3 Depois da estreia em 2019, que obrigou a alterações no Circuito da Guia, para que este recebesse a homologação Grau 2 da FIA, os monolugares do Campeonato de Fórmula 3 da FIA vão voltar este ano. Nikolas Tombazis, o director das provas de monolugares da FIA, afirmou que “estamos todos muito satisfeitos por ver o regresso da Taça do Mundo de Fórmula 3 da FIA em Macau – a história de Macau e da Fórmula 3 é uma das mais famosas do desporto automóvel e o evento é, desde há muito, o ponto alto do calendário de monolugares juniores. Ao longo das décadas, muitos dos grandes nomes das corridas foram testados no Grande Prémio de Macau, uma vez que um desempenho notável no Circuito da Guia é um sinal seguro de talento e empenho.” Visto que o evento da RAEM não conta para o campeonato, este regresso dos Fórmula 3 a Macau estava dependente de um acordo com o transporte das viaturas, visto que as equipas não queriam que o regresso fosse feito por barco. “É uma notícia fantástica que a história continue com a actual geração de carros de Fórmula 3, que se estreou com sucesso nas ruas de Macau em 2019”, referiu Tombazis. “Graças ao trabalho árduo e à colaboração entre a FIA, a AAMC, o Comité Organizador do Grande Prémio de Macau e o promotor do Campeonato de Fórmula 3 da FIA, a Taça do Mundo de Fórmula 3 da FIA tem um futuro brilhante”, prevê Nikolas Tombazis. Continuidade dos GT3 Apesar do comunicado não mencionar, a co-organização da prova está a cargo, como nas anteriores edições da Taça do Mundo de GT realizadas em Macau, da empresa SRO Motorsports. A competição será aberta a viaturas FIA GT3, que desde 2008 têm sido presenças regulares no Circuito da Guia. A competição deverá estar aberta tanto aos construtores como a equipas e pilotos privados. Marek Nawarecki, Director do Departamento de Velocidade da FIA, referiu que o “volume de construtores envolvidos e os carros homologados fazem da plataforma GT3 a categoria de corridas para clientes mais bem sucedida da FIA. Por isso, é importante que tenha o seu próprio auge, sob a forma de um evento autónomo em formato ‘sprint’ que atribui um título da Taça do Mundo FIA. A importância da classe GT3 vai crescer ainda mais, por isso ter as corridas da FIA de volta às ruas de Macau é um desenvolvimento extremamente positivo para todos os envolvidos, incluindo os fãs, uma vez que este circuito sempre produziu grandes corridas.”
Sérgio Fonseca DesportoAutomobilismo | Pilotos de Macau regressam em força e em várias frentes Durante os três anos de pandemia, os pilotos de Macau ficaram praticamente confinados à participação no Grande Prémio de Macau, salvo algumas, poucas, excepções. Os efeitos da reabertura e a retoma económica são evidentes no automobilismo local nesta primeira metade do ano, com vários atletas do território a regressarem às competições internacionais Entre os pilotos lusófonos, Rui Valente retornou em força ao GIC Challenge, onde subiu ao pódio com o seu estimado MINI Cooper S, ao passo que André Couto vai regressar ao activo em breve no TCR China, competição em que vai conduzir um dos novos Honda Civic TCR da equipa oficial da Dongfeng Honda. Depois de ter triunfado na Corrida da Guia do Grande Prémio de Macau, Filipe Souza procura uma oportunidade nas corridas de GT e recentemente testou na Malásia o Lamborghini Huracan Super Trofeo, que como o nome indica é a máquina que dá corpo ao troféu monomarca do construtor de Bolonha. Ainda sem um programa desportivo definido, o piloto português Rodolfo Ávila, que tinha no mês passado realizado uma prova de Fórmula 4, participou na segunda corrida da temporada do Campeonato da China de Endurance (CEC, na sigla inglesa). No pretérito fim de semana, Ávila fez equipa com os pilotos chineses Jack Pang Changyuan, Parcen Ye Pengcheng, no Lamborghini Huracán GT3 EVO da BlackJack Racing no Ningbo International Speedpark. Depois dos seus companheiros de equipa terem realizado a qualificação e os primeiros turnos da corrida de 150 minutos, Rodolfo Ávila assumiu as rédeas do “touro”, já quando este rodava longe dos lugares cimeiros. Mesmo assim, o piloto de Macau, que já não corria num carro da categoria GT3 desde 2011, estabeleceu a segunda melhor volta da corrida, cruzando a linha de chegada no sexto lugar na geral, assegurando um impressionante terceiro lugar na classe GT3 Pro-Am para a equipa. No final da corrida, Rodolfo Ávila disse: “Ficamos muito satisfeitos por garantir um lugar no pódio da classe GT3 Pro Am. Foi uma experiência positiva e aprendemos muitas lições valiosas. Não usámos pneus novos durante a qualificação e não corremos riscos desnecessários durante a corrida. Tendo em conta que esta foi a minha primeira vez ao volante deste carro, estou confiante de que temos margem para melhorar tanto a nível de afinações como o desempenho geral.” Boa estreia de Tiago Rodrigues O Campeonato da China de Fórmula 4, que tem a sua última prova da temporada agendada para o Grande Prémio de Macau, arrancou no fim de semana de 21 e 22 de Maio, no Circuito Internacional de Zhuhai, com quatro corridas. O jovem local Tiago Rodrigues teve uma estreia auspiciosa nas corridas de monolugares, ao terminar no terceiro lugar na terceira corrida do programa. Nas restantes corridas, o piloto do território terminou na quinta posição, ocupando a quinta posição num campeonato que tem cinco jornadas este ano. Tiago Rodrigues não foi o único piloto de Macau em pista, pois Marcus Cheong Man Hei recebeu uma chamada de última hora para conduzir o Mygale M14-F4 Geely da BlackJack Racing na prova. Apesar de nunca ter conduzido este monolugar anteriormente, aceitou o desafio. Dois abandonos nas corridas de sábado não desmoralizaram o piloto local das corridas de karting, que no domingo terminou num 11º e 9º lugar. Montanha ou Europa Aceitando um convite da organização, Billy Lo viajou até Hanyin, na província de Shaanxi, para disputar a primeira prova da história do recém criado Campeonato da China de Montanha. A mixórdia enorme de carros presentes reuniu desde carros de Turismo e GT a viaturas de rali e Todo-o-Terreno, para além de vários carros do dia-a-dia. Billy Lo conduziu o seu habitual Audi R8 LMS GT3 e foi um dos mais rápidos, apesar da sua total inexperiência em rampas. Pela Malásia, o veterano Keith Vong voltou à competição, para tripular o Lamborghini Huracán Super Trofeo da Kam Lung Racing na prova de abertura de temporada do Lamborghini Super Trofeo Asia. Fazendo equipa com o contemporâneo Dr Ma Chin Min de Hong Kong, o piloto do território radicado na Austrália foi o 16º classificado nas duas corridas realizadas no circuito de Sepang. Depois de experiências pontuais no ano passado no Reino Unido, onde estudam os seus filhos, Kevin Tse está a participar este ano o Campeonato Britânico de GT a tempo inteiro. Com quatro corridas já disputadas, o piloto de Macau ocupa o 12º lugar na classificação de pilotos, ele que faz equipa com o inglês Chris Froggatt no McLaren 720S GT3 Evo da equipa Sky Tempesta Racing.