Sérgio Fonseca Desporto MancheteAutomobilismo | Rui Valente sobe ao pódio em Zongqing Rui Valente deu início à sua temporada desportiva com um resultado muito positivo no Festival de Corridas da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, organizado pelo Circuito Internacional de Guangdong, em Zhongqing, no passado fim de semana Desta vez o piloto da RAEM alinhou com o seu Mini Cooper S, um carro visto nos últimos anos no Grande Prémio de Macau, na prova destinada aos carros de Turismo “Open Grupo B”. Isto, porque o seu histórico Honda Integra DC5, que tantas alegrias deu ao piloto do território nas provas disputadas em Cantão, estar neste momento “a ser preparado, pois para dentro de três ou quatro semanas voltar para a China para participar em três ou quatro corridas de resistência”. Depois de ter abandonado na corrida de sábado, Rui Valente voltou à carga para vencer uma muito animada segunda corrida. O piloto português travou um duelo até à bandeira de xadrez com o Toyota 86 GT (ZN6) de Chen Bingxiong, com o piloto chinês a impor a maior potência do seu carro para triunfar numa corrida em que os dois primeiros cortaram a linha de meta separados por menos de um segundo. “Fui 1.º na classe e 2.º na geral, mas mesmo quase… Ainda andei na frente duas vezes mas não foi possível manter o meu adversário, que estava muito rápido, atrás”, explicou Rui Valente ao HM. “Nesta prova, o peso mínimo, piloto mais carro, eram 1150 kg e tivemos que colocar lastro para estarmos dentro do regulamento, o que foi uma tarefa bastante complicada, pois o Mini pesa apenas 970 kg. Nunca desejei tanto pesar de mais de 130 kg…” O Toyota partiu da pole position, assumiu a liderança e Valente manteve o segundo lugar antes dos dois carros formarem gradualmente o grupo da frente. Um procedimento do Safety-Car começou na volta 6 e terminou na volta 9. A corrida foi retomada na volta 10. Após seis voltas, o Mini nº20 e o Toyota nº1 encenaram várias cenas de ultrapassagem, umas com mais sucesso outras com menos, nas duas rectas do GIC. Rui Valente passou o seu rival antes da linha de meta na volta 10, mas o Toyota recuperou o primeiro posto antes da T1 na volta 13. Sem baixar os braços, Rui Valente ultrapassou-o novamente na T1 na volta seguinte, mas na recta da meta ainda da mesma volta, o Toyota deu a estocada final, ultrapassando o robusto Mini branco. GP é uma incógnita Com a alteração de regulamentos nas corridas de carros de Turismo locais, que deixa de fora, por agora, as viaturas das classes Roadsport e 1600cc Turbo, incluindo o Mini Cooper S, Rui Valente ainda não sabe como irá materializar a sua participação no 70.º Grande Prémio de Macau. O veterano piloto português não esconde que deseja voltar ao Circuito da Guia no mês de Novembro, mas por agora não tem “nada definido” para o evento, estando a avaliar diversas possibilidades. O programa de corridas do 70º. Grande Prémio de Macau ainda está por confirmar, assim como as tradicionais corridas de qualificação organizadas pela Associação Geral Automóvel de Macau – China (AAMC).
Sérgio Fonseca DesportoAAMC | Mais exigência no pedido da primeira licença desportiva A Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) alterou para este ano os critérios para emitir licenças desportivas nacionais para todos aqueles que em Macau querem dar os primeiros passos na competição automóvel O pedido da primeira licença desportiva nacional, que é o requisito mínimo para todas as corridas e eventos de campeonatos “nacionais” realizados pela AAMC, passa a ser a partir deste ano mais trabalhoso de requerer. Anteriormente, para obter esta licença, bastava ser titular de um Bilhete de Identidade de Residente emitido pelo Governo da RAEM e ser sócio da AAMC. A partir deste ano, segundo o documento “Qualification criteria for requirement of National and International Automobile Driver’s Licence 2023”, publicado na página oficial da AAMC e apenas escrito em chinês e inglês, os aspirantes a pilotos têm uma série de etapas a cumprir que começa pela participação num curso teórico de treino de segurança nas corridas, organizado pela associação automóvel no Kartódromo de Coloane. Passar neste teste é indispensável. Após aprovação na avaliação, os candidatos a pilotos têm que acumular um total de oito horas de prática de condução de um kart no Kartódromo de Coloane, no prazo de um ano após a candidatura à licença desportiva. Quando estas duas condições forem cumpridas, um instrutor submeterá o relatório de avaliação do candidato à AAMC para consideração na aprovação. A taxa do instrutor para o curso de formação teórica sobre segurança nas corridas e para avaliação às oito horas de condução é de 2,000 patacas. Para se salvaguardar, a AAMC, que tem sempre a última palavra na emissão das licenças, sejam elas nacionais ou internacionais, deixa claro que passa a emitir estas licenças desportivas nacionais segundo o artigo 9.3 do Código Desportivo Internacional (CDI) da Federação Internacional do Automóvel (FIA), respeitante ao direito de emissão das licenças, e ao anexo L do CDI. Novas regras para renovações A renovação de licenças desportivas nacionais também passará a ser mais criteriosa para os representantes da RAEM, algo que está em linha com outras associações desportivas nacionais devido ao maior grau de exigência requerido pela FIA aos seus associados nesta matéria. A renovação da licença desportiva nacional exige agora a participação em qualquer corrida do campeonato de Macau de karting ou num campeonato automóvel sancionado pela AAMC nos últimos trinta e seis meses (ou três anos). Os pilotos que estiveram parados durante esse tempo serão considerados como iniciados, no sentido que terão que seguir os procedimentos de acordo com os regulamentos do primeiro pedido da licença.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteGP | FIA decide em Fevereiro sobre a Taça do Mundo de F3 Oficialmente, o Grande Prémio de Macau de 2023 ainda não consta do calendário internacional da Federação Internacional do Automóvel (FIA). Contudo, Gian Carlo Minardi, o presidente da Comissão de Monolugares da FIA, afirma que a reputação do Grande Prémio de Macau continua intacta e a confirmação do regresso da Taça do Mundo de Fórmula 3 da FIA ao Circuito da Guia deverá acontecer no próximo mês “Existe actualmente o Campeonato de Fórmula 3 na pirâmide da FIA [cujo calendário já é conhecido], mas a Taça do Mundo está sujeita a confirmação na reunião da Comissão de Monolugares da FIA de 7 de Fevereiro”, esclareceu ao HM o presidente da Comissão de Monolugares da FIA, uma posição que no passado foi ocupada por Barry Bland, Gerhard Berger ou Michael Masi. No paddock do Campeonato de Fórmula 3 da FIA, as equipas aguardam um anúncio para breve sobre o muito ansiado regresso do Circuito da Guia no mês de Novembro. Apesar da RAEM ter ficado afastada da rota das principais competições automóveis mundiais por três anos consecutivos, o apelo do seu evento não parece ter esmorecido. “Não creio que três anos de inactividade tenham diminuído o prestígio do Grande Prémio de Macau, que foi sempre como uma final mundial da categoria”, esclarece o influente Gian Carlo Minardi, fundador da extinta Minardi, uma equipa que entrou no campeonato mundial de F1 em 1985 e que hoje, após duas trocas de proprietário, se chama Scuderia AlphaTauri. Apesar do optimismo no retorno da Taça do Mundo, Gian Carlo Minardi voltou a tocar num ponto muito importante e que em 2019 foi motivo de várias discussões, a segurança do Circuito da Guia. “Talvez o foco devesse ser a segurança e se os actuais monolugares de F3 estão ou não sobredimensionados para estes circuitos urbanos, mas isso também depende de avaliações a serem abordadas pela Comissão de Segurança de Circuitos da FIA”, referiu o italiano. Recorde-se que a introdução destes carros mais potentes na 4.ª edição da mais recente iteração da Taça do Mundo de F3 da FIA foi tudo menos consensual. Várias questões de segurança foram levantadas devido às elevadas velocidades que estes monolugares construídos pela Dallara atingem. Felizmente, a edição de 2019 correu dentro da normalidade, mas para ser aprovado, o Circuito da Guia teve que receber uma nova homologação da FIA, passando de Grau 3 para Grau 2 após algumas alterações pontuais no circuito. F4 é para os nacionais Nos últimos três anos a prova principal do Grande Prémio ficou entregue aos monolugares de Fórmula 4 do campeonato nacional chinês, mas a categoria introdutória para os jovens pilotos provenientes do karting não deverá ganhar um protagonismo muito maior no futuro. Em Outubro de 2016, a FIA registou na Direcção dos Serviços de Economia de Macau a marca “F4 World Final”, mas a visão de hoje da FIA para esta categoria de promoção é que esta esteja confinada a campeonatos nacionais ou regionais. “Hoje, a F4 é a fórmula mais propedêutica do mundo, mas penso que neste momento deve permanecer em campeonatos nacionais e não se tornar num Campeonato Mundial ou combiná-la com a Fórmula 1 [como a Fórmula 3 e Fórmula 2]. Temos a tarefa de salvaguardar, não só a segurança, mas também os custos e permitir que o maior número possível de pilotos se aproxime do nosso desporto”, concluiu Gian Carlo Minardi.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteAutomobilismo | Corridas de carros de Turismo locais vão mudar em 2023 Ao fim de quase uma década, as corridas locais de automobilismo preparam-se para entrar numa nova era. O Ano Novo Chinês trará novos carros e uma mudança de filosofia no automobilismo de Macau Vários pilotos conhecidos do automobilismo local confirmaram ao HM que foram contactados telefonicamente na última semana pela Associação Geral Automóvel Macau-China (AAMC), tendo recebido a informação que na próxima temporada as categorias Roadsport “1950cc & Acima” e “1600cc Turbo” irão ser substituídas por uma só categoria com base na Taça Toyota Gazoo Racing GR86/Subaru BRZ japonesa. Mais detalhes são esperados, desta vez por escrito, depois das festividades do Ano Novo Lunar. O Toyota GR86 e o seu gémeo Subaru BRZ são ambos escolhas populares para eventos de velocidade em pista. As duas empresas reconheceram este facto e conhecendo o seu potencial para as corridas, agora vendem um pacote concebido no Japão para este fim, como também organizam em conjunto um campeonato no país do sol nascente. Os carros são vendidos com uma gaiola (rollcage) completa com barras de intrusão lateral e um arnês de segurança de seis pontos para o condutor. Vêm igualmente equipados com um motor boxer de 2,4 litros, que permanece nos 228 cavalos de potência, com tracção às rodas traseiras através da transmissão manual de seis velocidades. O custo dos carros deverá rondar as 250 a 280 mil patacas, sendo que os pilotos aguardam mais informações para perceberem exactamente quanto terão de investir em carros novos e material para a temporada de 2023 que se espera ser de retoma para o automobilismo local após os três últimos anos de quase estagnação. Fim de uma era Com a entrada de novos carros, as categorias Roadsport “1950cc & Acima” e “1600cc Turbo” serão muito provavelmente descontinuadas. Ambas as categorias, que na edição do 69º Grande Prémio de Macau preencheram a grelha de partida da Corrida Macau Roadsport Challenge, tinham uma forte componente local. Caracterizada pelos seus Mitsubishi, Nissan e Subaru que tinham tanto de potentes como de pouco fiáveis, a Roadsport, cujas raízes remontam à década de 1990s, ganhou força em 2008 com a entrada para o programa do Grande Prémio, onde foi uma presença assídua até 2022. Por seu lado, a classe “1600cc Turbo” foi lançada em 2014 pela AAMC e pela sua congénere de Hong Kong, a HKAA. Apesar de rapidamente ter caído no desinteresse pelos pilotos de Hong Kong, manteve-se atractiva para os pilotos de Macau. O facto de esta ser uma regulamentação técnica única no mundo, obrigava os preparadores e garagistas locais a construir os seus próprios carros de corrida. Este desenvolvimento acarretava custos elevadíssimos e desequilibrava a competição em pista. Com os carros a chegarem ao fim do seu ciclo de vida, as entidades responsáveis pelo desporto da RAEM, finalmente terão encontrado uma solução para revitalizar as populares corridas de Turismo, mas resta agora saber se os pilotos vão ter a capacidade financeira para acompanhar.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteRui Valente não planeia parar e já definiu a nova temporada Os anos passam, mas a motivação não esmorece. Rui Valente já começou a alinhavar a temporada que aí se avizinha e que promete ser novamente bastante preenchida entre corridas no Interior da China e a preparação para o sempre especial Grande Prémio de Macau. O mais antigo piloto português de Macau em actividade não pensa em atirar a toalha ao chão, bem pelo contrário. “A licença desportiva já está renovada para o corrente ano”, destaca Rui Valente, acrescentando: “Gosto muito do que faço e ainda não é desta que vou pendurar o capacete”. Apesar de todas as restrições nas viagens e limitações de toda a ordem que atravessamos nos últimos três anos, Rui Valente manteve-se sempre activo do outro lado das Portas do Cerco, conjugando participações no GIC Challenge, a competição organizada pelo Circuito Internacional de Guangdong (GIC, na sigla inglesa), com a presença habitual de fim de ano no Grande Prémio de Macau. Com um orçamento que não lhe permite excessos ou extravagâncias, o regresso ao circuito dos arredores de Zhaoqing está novamente nos planos de Rui Valente para esta temporada. O piloto luso tem somado bons resultados no GIC Challenge, muitas das vezes contra uma concorrência com outros meios e equipada com viaturas mais modernas e apetrechadas. “Para as corridas de uma hora de resistência vou novamente fazer com o ‘velhinho’ Honda para manter a forma”, revelou ao HM o veterano piloto luso, fazendo referência ao seu fiável Honda Integra DC5 que já o acompanha há mais de uma dezena de anos. “É só fazer umas pequenas trocas na bomba de gasolina e está pronto a acelerar”. Mini de boa saúde Na roleta do Circuito da Guia, Rui Valente não tem sido muito feliz. Na edição do passado mês de Novembro, o piloto que competiu pela primeira vez em Macau em 1988 foi o mais rápido dos carros da classe 1600ccTurbo na qualificação para a primeira das duas corridas da Macau Roadsport Challenge. Após ter terminado no terceiro lugar na primeira corrida, Rui Valente liderava a segunda corrida confortavelmente e a tão desejada vitória estava à sua mercê. Contudo, na derradeira volta da corrida, como se um golpe de água fria se tratasse, a caixa de velocidades do seu Mini Cooper S atraiçoava-o e atirava Rui Valente para fora dos lugares cimeiros. “Quando pensava que era desta, foi quando o pior aconteceu”, contou na altura Rui Valente. “Quando o Safety-Car saiu da pista fiquei [com o carro engatado] em sexta velocidade antes do Mandarim sem poder reduzir. Fiz a volta toda em sexta velocidade sem poder fazer nada. Estava em primeiro da classe e foi um azar enorme. Não havia nada a fazer, simplesmente aceitar, as corridas são assim”. O meticulosamente bem preparado Mini Cooper S deverá apenas sofrer uma pequena revisão no defeso e o seu futuro, que mais uma vez deverá passar pelo Circuito da Guia no mês de Novembro, será decidido. “Só preciso de ver a situação da caixa de velocidades quando ele voltar para a China, de resto está pronto”, afirma o piloto-preparador. Quanto ao futuro do Mini nas pistas, tudo depende do que os órgãos decisores definirem para as corridas locais de carros de Turismo e por isso Rui Valente é prudente: “Vamos aguardar até março. Até lá já deveremos ter uma resposta da organização”.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteGP Macau | Vencedor da Corrida da Guia pensa noutros voos No ano em que a Corrida da Guia celebrava o seu quinquagésimo aniversário, Filipe Souza soube tirar proveito das circunstâncias e “quebrou um enguiço” dos pilotos de Macau, tornando-se o primeiro piloto do território a vencer a mais tradicional e emblemática corrida de carros de Turismo do sudeste asiático em 2022 Para o piloto macaense, que conta com mais de duas dezenas de participações no Grande Prémio de Macau, este era um objectivo há muito ambicionado, mas acabou por ter um sabor especial, até porque foi conquistado num ano particularmente complicado para o estagnado automobilismo da RAEM e ao volante de um carro que mal conhecia. “A vitória na Corrida da Guia teve um significado muito especial para mim”, recordou Filipe Souza ao HM. “Foi muito importante, pois este é o meu terreno. Também acho que tem um significado muito especial para os pilotos e residentes de Macau, pois pela primeira vez um piloto de Macau conseguiu ganhar esta corrida.” Depois de ter vencido a corrida de sábado no programa da 69.ª edição do Grande Prémio, para a qual arrancou mal mas soube como tirar partido dos erros dos seus principais adversários, Filipe Souza manteve-se sempre na frente no decisivo embate no domingo, aguentando a pressão dos rápidos pilotos de pelos pilotos de Hong Kong Lo Sze Ho (Hyundai i30 N TCR) e Andy Yan (Honda FK7 TCR). Para além de ter ganho a Corrida da Guia, Filipe Souza conquistou também a primeira edição do TCR Asia Challenge. Novo carro cumpriu Para esta corrida, o piloto do território tripulou a mais recente versão do Audi RS 3 LMS TCR, um carro que só foi entregue ao piloto a meio do ano, em pleno pico da pandemia e das restrições em Macau. Antes do Grande Prémio, Filipe Souza teve só um pequeno contacto com a sua nova máquina num evento provido pela associação automóvel local em Zhaoqing. Contudo, o pouco conhecimento do Audi não desmoralizou o piloto lusófono que sabia que era possível vencer. “Parti para este Grande Prémio com muita confiança em mim próprio e também no meu novo carro. A experiência que ganhei nos dois últimos anos nesta corrida faziam me acreditar que era possível ganhar a Corrida da Guia desta vez”, explica Filipe Souza, que, no entanto, reconheceu que “não foi nada fácil”. Isto, porque “o novo carro é muito mais sensível comparando com o anterior”, no entanto o piloto relembra que “foi possível adaptar-me e encontrar uma boa afinação”, até porque o carro que foi eleito TCR Model of Year 2022 “é muito forte, mas para andar no limite é preciso testar muito mais do que eu testei.” Outros voos Depois de ter conquistado o seu grande objectivo nas corridas de Turismo, Filipe Souza está novamente a avaliar a possibilidade de transitar de classe e correr em carros de Grande Turismo (GT). A categoria GT4, que está em pleno crescimento neste ponto do globo, interessa ao piloto. “Neste momento já estou a planear outras possibilidades para continuar. Estou a pensar na categoria de GT4, mas ainda estou a ver qual a marca é mais conveniente e a avaliar quais são os carros mais fortes ou competitivos”, revela Filipe Souza. A esperada reabertura das fronteiras de Macau aguça o apetite do piloto de 46 anos para regressar a outros voos. Apesar de ainda ser cedo para definir a temporada de 2023, “estou a considerar fazer algumas provas internacionais, não só na Ásia, também gostaria de fazer algumas corridas na Europa”.
Sérgio Fonseca DesportoGP Macau | Jovem americano chega à F1 mas quer voltar à Guia Logan Sargeant é a mais recente esperança dos Estados Unidos da América na Fórmula 1. O piloto de 21 anos, que assinou contrato com a Williams para a próxima temporada, afirma que a sua corrida favorita foi o Grande Prémio de Macau de 2019 e por isso quer cá voltar. O norte-americano, que fazia parte da academia de jovens pilotos da Williams, foi obrigado a completar a temporada de Fórmula 2 e esperar para ser anunciado oficialmente como piloto de F1 para a próxima temporada. O quarto posto na classificação de pilotos garantiu-lhe a ultrapassagem do último obstáculo – pontos para a superlicença – na sua caminhada para a F1, caminhada essa que ficou marcada pela passagem pelo Circuito da Guia. “A corrida mais memorável da minha carreira foi em Macau em 2019. Penso que quando vais para lá, como piloto, não sabes muito bem o que te espera. Tinha feito muito trabalho de simulador, mas é muito difícil simular exactamente como quando se vai tão depressa entre aqueles muros”, recordou ao site oficial da Fórmula 2 o jovem Sargeant, o primeiro piloto norte-americano na F1 desde Alexander Rossi, em 2015, ele que vai substituir Nicholas Latifi e correr ao lado do tailandês Alex Albon. Tal como a grande maioria dos pilotos estrangeiros que passam por Macau, Sargeant não esquece a vibrante atmosfera do evento como também recorda o desafio colocado por este circuito urbano nascido de uma conversa de café de um grupo de amigos portugueses, no Hotel Riviera em 1954. Resultado inesperado Sargeant correu em Macau no ano em que os monolugares do Campeonato FIA de Fórmula 3 fizeram até agora a sua única aparição na RAEM. O piloto da Flórida era nesse ano um dos jovens promissores da competição que habitualmente segue a F1 nos fins-de-semana europeus. “O óptimo daquele fim-de-semana [em Macau] foi que não foi como um típico fim-de-semana de Grande Prémio de Fórmula 1, tivemos um pouco mais de tempo nos treinos para realmente encontrarmos os nossos pés nos chão. Eu só usei a primeira sessão de treinos para compreender a pista e para entrar num bom ritmo e na rotina. A segunda sessão de treinos foi quando comecei realmente a puxar e a encontrar o limite absoluto. Foi um pouco mais fácil do que o esperado no início”, confessou o então piloto da Carlin Buzz Racing. “Honestamente, é um daqueles fins-de-semana em que nunca se sabe o que vai acontecer. É um circuito citadino e é sempre difícil, um erro e estás na parede. Por isso, tenta-se não colocar demasiadas expectativas”, relembra o piloto que usará o nº2 na sua temporada de estreia na F1. “Penso que, em última análise, durante todo o fim-de-semana, vimos que tínhamos um ritmo muito bom e o objectivo tornou-se entrar nos cinco primeiros, um pódio foi um bónus.” Vontade de voltar Nesse ano, quando chegou a Macau, Sargeant já sabia que em 2020 iria envergar as cores da super-competitiva Prema Racing, mas não era sequer um favorito, tendo terminado a sua primeira temporada de F3 num modesto 19.º lugar. “Lembro-me que a Qualificação não me correu de feição, mas nas corridas tivemos um ritmo muito bom e fomos capazes de continuar a subir lugares. Conseguimos terminar em terceiro lugar na corrida final. Foi um grande fim-de-semana depois do que foi um 2019 difícil. Foi um fim-de-semana fantástico e que sempre quis lá voltar e fazer novamente a corrida. Infelizmente, com a COVID, ainda não o conseguimos”, realçou Sargeant que fez mais duas temporadas na F3 antes de dar o salto para a F2, dois anos em que a disciplina esteve arredada do Grande Prémio de Macau. “Olhando para trás, se tivéssemos tido uma Qualificação ligeiramente melhor do que a que tivemos, possivelmente poderíamos ter lutado pela vitória. Isso foi uma pena, mas é uma grande parte da razão pela qual quero regressar e terminar o trabalho…” São raros os casos de pilotos que passaram pela F1 e um dia regressaram ao Circuito da Guia para conduzirem monolugares. Todavia, são vários os casos de pilotos que se estrearam em Macau ao volante de monolugares, progrediram até à F1 e cá regressaram para conduzirem nas corridas de Turismos e GT. O português Tiago Monteiro é um desses exemplos de sucesso.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteGT4 | Classe está a ganhar espaço nas corridas locais Num mundo em transformação, há uma tendência a que se está a assistir no automobilismo local que passa pela aposta na compra e participação nas corridas com carros da categoria GT4, a mais baixa das categorias de Grande Turismo (GT). Durante décadas, as categorias de carros de Turismo ocuparam todo o espectro das corridas destinadas aos pilotos amadores. Contudo, com o desenvolvimento da tecnologia, e o afastamento gradual entre um carro do dia-a-dia e um carro de corrida, as viaturas das categorias GT, um dia proibitivas em termos de custos e tecnologicamente demasiado complexas, tornaram-se hoje muito mais simples e apelativas no panorama do automobilismo regional. Este fenómeno que se vem espalhando por todo o mundo, incluindo em Portugal, já se pode assistir em Macau. Só na Taça GT Grande Baía, dos dezoito concorrentes que se inscreveram com carros da classe GT4, quinze tinham licença desportiva da RAEM. Este tipo de viaturas Grande Turismo “low cost” têm um preço que ronda os 2 milhões de patacas, podendo ser encontrados exemplares no mercado em segunda mão por preços muito mais acessíveis. Com uma exigência técnica idêntica a um carro de Turismo da categoria TCR, estes GT4 são igualmente atractivos pelo facto de serem construídos por célebres marcas de superdesportivos como a Porsche, Mercedes-AMG, Audi, BMW, McLaren ou Aston Martin ou até por construtores mais pequenos como a Ginetta ou KTM. “A GT4 está definitivamente a crescer na Ásia. Mas, como também foi o caso da Europa e da América, o seu sucesso não foi imediato”, explicou ao HM o francês Benjamin Franassovici, o responsável pela Ásia da SRO Motorsport Group, a empresa europeia que criou e tem os direitos da categoria GT4 para todo o mundo. A ganhar terreno Incluídos na Taça da Grande Baía do 69.º Grande Prémio de Macau, os carros da classe GT4, por ainda não serem em número suficiente, tiveram a companhia em pista dos mais rápidos carros de GT oriundos de alguns defuntos troféus monomarca. Este “convívio” entre carros de conceitos diferentes foi tudo menos “pacifico”, mas uma cerimónia de pódio à parte para os concorrentes que participaram com carros da classe GT4 permitiu apaziguar os ânimos. “Penso que nos estávamos a aproximar de um ponto de viragem mesmo antes da COVID ter despontado”, recorda Benjamin Franassovici e “ainda estamos a sentir os efeitos disso. Mas assim que as coisas voltarem ao normal, penso que há espaço para os GT4 correrem sozinhos”. O menor custo dos carros GT4, em comparação com a categoria FIA GT3, e a sua relativa fácil manutenção têm ajudado à implementação da categoria nesta parte do globo. “Os pilotos aspirarão sempre a competir na classe superior, mas a GT4 é um importante trampolim para lá chegar. Da mesma forma, e penso que é aqui que estamos a ver mudanças de atitude, também é agora visto como uma classe digna por direito próprio.” O também responsável pelo campeonato Fanatec GT World Challenge Asia, que tem o seu escritório em Hong Kong, não esconde que “pessoalmente adoro o elemento multiclasse dentro do Fanatec GT World Challenge Asia e do campeonato britânico de GT, mas não há como negar o espectáculo das competições GT4 autónomas existentes na Europa e na América.”
Sérgio Fonseca Desporto MancheteGP | Pilotos e equipas com menos oportunidades de preparação A temporada de 2022 tem sido especialmente difícil para o automobilismo chinês. As restrições nas deslocações e os diversos confinamentos locais têm causado inúmeros cancelamentos e adiamentos em todos os campeonatos nacionais e regionais. Quando o Grande Prémio de Macau se disputar de 17 a 20 de Novembro, a maioria dos participantes chegará ao Circuito da Guia com muito menos quilometragem do que em edições anteriores. Questionado pelo HM, se estes obstáculos poderão vir a ter um reflexo na performance dos pilotos no Grande Prémio, o veterano piloto português de Macau Rui Valente reconhece que “um pouco”, relembrando que “há pilotos que estão parados desde Novembro”. Como tem acontecido desde o início da crise pandémica, a Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) não organizou este ano provas de qualificação para o Grande Prémio destinadas aos pilotos locais. No entanto, a associação, que no passado fim de semana colocou de pé um evento de treino para oficiais de prova no Kartódromo de Coloane, está a tentar organizar uma prova no Circuito Internacional de Guangdong para os pilotos do território ganharem um pouco mais de ritmo competitivo antes do grande evento do final do ano. Estas limitações não atingem só os pilotos da Grande Baía. O ex-mecânico e chefe de equipa Franky Choi também concorda que a falta de oportunidades para competirem poderá limitar as prestações dos pilotos da Grande Baía, pois “o ideal para qualquer piloto é chegar a esta corrida com uma época preenchida de corridas às costas”, mas aponta para um cenário de equilíbrio entre todos os concorrentes, “visto que no Interior da China estão a ser muitas provas canceladas e não deverão participar muitos estrangeiros. Apesar dos pilotos de Macau terem realizado menos provas, os outros também não fizeram muito mais”. Para Duarte Alves, engenheiro da Aston Martin Racing Asia, “uma boa parte dos pilotos tem testado muito, mas corrido menos. Sendo o Circuito da Guia um circuito muito difícil de ultrapassar, acho que a falta de tempo em pista em modo de competição não irá afectar a performance no cômputo geral, haverá, no entanto, outras dificuldades associadas”. Preço a pagar Depois de duas temporadas em que as competições de automobilismo da China continental conseguiram passar mais ou menos incólumes à pandemia, esta época tem sido a pior de que há memória. Há duas semanas, a Taça Porsche Carrera Ásia viu-se forçada a cancelar a sua prova em Zhuhai dois dias antes do início de actividades em pista, enquanto o circuito citadino de Pingtan, em Fujian, que este próximo fim de semana receberia os campeonatos da China de GT e Fórmula 4, foi chumbado na passada sexta-feira. A cidade de Xangai, aonde a Fórmula 1 espera voltar em 2023, ainda não organizou uma só corrida este ano nos seus dois circuitos permanentes. Além dos elevados prejuízos que causa, este pára-arranca das competições chinesas também tem impacto negativo no funcionamento das estruturas que preparam os carros. “Os mecânicos e engenheiros perderam um pouco de ritmo, especialmente com a pressão dos timings que se vivem enquanto se compete”, salienta Duarte Alves. “Portanto, será possível assistir a alguns erros, talvez mais falhas mecânicas ou afinações não tão boas. No ano passado, o Porsche do Alexandre Imperatori até saiu para a pista com a chave de rodas ainda na jante.” O Campeonato da China de Carros de Turismo/TCR Asia ainda só realizou um evento este ano e não sabe sequer quando poderá organizar o próximo, o mesmo acontecendo com os campeonatos da China de GT, Endurance e Fórmula 4. As possibilidades dos pilotos correrem até ao fim de semana mais importante de Novembro vão ser dramaticamente escassas, portanto qualquer tempo de pista até lá será extremamente valioso.
Sérgio Fonseca DesportoTCR Asia: Rodolfo Ávila acredita nas potencialidades do MG Na única prova que disputou esta temporada, no mês de Julho, em Zhuzhou, Rodolfo Ávila ofereceu à MG XPOWER Racing a primeira vitória com o novo modelo MG5 XPOWER TCR. O piloto de Macau está consciente que dificilmente conquistará algum título esta temporada, mas está confiante que a sua nova máquina ainda tem muito potencial para explorar. “A vitória em Zhuzhou mostrou que o novo carro tem potencial. Porém, todos temos a consciência que ainda há muito trabalho a fazer para termos um carro fiável e capaz de ombrear de igual para igual com a concorrência”, disse o piloto da RAEM ao HM. “Os nossos principais adversários têm ao dispor um carro (o Link & Co) que está no seu desenvolvimento máximo, com provas dadas e títulos de pilotos e equipas conquistados na Taça do Mundo da FIA”, relembra Ávila. O campeão do TCR China soube como tirar partido das circunstâncias nas últimas das quatro corridas, que foram disputadas no primeiro fim de semana de Julho em Zhuzhou, para obter um quinto lugar e uma vitória. O fim de semana só não correu melhor, porque desistiu nas duas corridas de sábado, uma devido a um toque e outra por causa dos estragos no carro dessa mesma colisão. O novo MG5 XPOWER TCR sucede ao MG6 XPOWER TCR que Ávila conduziu nas duas temporadas passadas e tem a particularidade de usar um motor de dois litros diferente. Ao contrário de todos os outros carros da categoria TCR, este modelo é o único construído e desenvolvido totalmente na China. Como a equipa oficial da MG, gerida pela Shanghai Lisheng Racing, tem base em Xangai, todo o trabalho de pré-temporada ficou comprometido pelo longo confinamento a que esteve sujeita a cidade. “A equipa enviou um carro para o Circuito Internacional de Guangdong e fiz algumas sessões de testes com ele. Mas não estava nenhum elemento da equipa e os problemas que fomos encontrando no caminho não eram de fácil resolução. Evidentemente, o carro chegou à primeira prova ainda muito longe de ser competitivo e com diversos problemas de fiabilidade”, recorda Ávila, que acrescenta que “para além dos normais problemas de juventude, chegámos à prova de Zhuzhou sem qualquer referência de anos anteriores, pois este é um carro diferente do anterior e também não foi possível testar antes da prova. A primeira prova do ano foi mesmo a primeira vez que toda a equipa e pilotos tiveram a oportunidade de testar sem constrangimentos este carro novo.” Remar contra a maré Apesar do clima de incerteza em que está mergulhado o automobilismo chinês, não há tempo a perder e a MG XPOWER Racing quer recuperar o tempo perdido. “Continuamos a trabalhar para desenvolver o nosso MG5. Depois da corrida de Zhuzhou já realizamos mais dois dias de testes no Circuito International de Shanghai, onde nos focámos em desenvolver o sistema de direcção assistida para tornar o carro mais fiável e mais ágil em curvas de alta velocidade”, explica o único piloto lusófono que até hoje conseguiu conquistar um título de carros de Turismo no continente asiático. “Também estamos a desenvolver o chassis do carro em termos de ajuste de suspensão. Isto, para ser possível uma melhor aderência em aceleração em curvas de baixa velocidade.” Infelizmente, os novos surtos de covid-19 voltam a limitar as viagens no continente chinês, o que prejudica os trabalhos da equipa do piloto português. “Tem sido uma grande aventura. Claro que é sempre bom ver o progresso que temos feito. Com a situação pandémica o nosso programa de testes e corridas está adiado por agora, mas espero poder voltar ao volante do carro para ver os updates que foram feitos”, salienta o actual quinto classificado no TCR Asia. Calendário confuso O calendário do Campeonato da China de Carros de Turismo e o campeonato TCR Ásia continua bastante fluído e Ávila ainda não sabe quando voltará a correr. Depois do arranque em Zhuzhou, com quatro corridas em quatro dias, ambas as competições, que este ano correm em conjunto, preparavam-se para correr no último fim de semana de Julho em Ningbo e no fim de semana de 17 e 18 de Setembro em Xangai. A prova de Ningbo desapareceu do calendário. Já a corrida de Xangai, foi transferida do Circuito Internacional para o mais pequeno circuito de Tianma, um fim de semana mais tarde. Contudo, devido às medidas de segurança ainda em vigor na cidade e que impedem a organização de eventos desportivos desta envergadura, espera-se mais um adiamento ou cancelamento. Caso as condições do final do ano permitam, as corridas irão recomeçar em Zhuzhou, no último fim de semana de Outubro, para um regresso ao circuito citadino de Wuhan no primeiro fim de semana de Novembro. Com a ausência das Taças do Mundo da FIA do 69º Grande Prémio de Macau, a principal competição de carros de Turismo da China ocupará mais uma vez o espaço deixado vago na Corrida Guia.
Sérgio Fonseca DesportoEuroformula Open não quer lugar da F3 no GP Macau O Conselho Mundial do Automobilismo da Federação Internacional do Automóvel (FIA), que se reuniu no final de Junho, não só cancelou a ronda asiática da Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA – WTCR, como também colocou um ponto final na possibilidade do 69º Grande Prémio de Macau receber qualquer outra Taça do Mundo, seja de GT ou de Fórmula 3. A possibilidade de trazer uma competição internacional substituta à altura da Taça do Mundo de Fórmula 3 da FIA em 2022 também está posta de parte. Numa alínea do extenso comunicado da federação internacional é possível ler que a “Taça do Mundo de Fórmula 3 da FIA em Macau não se realizará em 2022 devido às contínuas restrições relacionadas com a pandemia da COVID-19”. Este será o terceiro ano consecutivo que a Fórmula 3 não irá visitar o território, após ter sido lançada com enorme sucesso em 1982 no seguimento da recusa da FIA em autorizar a proposta do Automóvel Clube de Portugal (ACP) para que o Circuito da Guia fosse palco de corridas de Fórmula 2. Nos últimos dois anos, como alternativa, o reputado circuito de Macau tem acolhido a corrida de fim de temporada do Campeonato da China de Fórmula 4. Contudo, a competição chinesa não goza do mesmo estatuto internacional da saudosa corrida de Fórmula 3, nem os monolugares Mygale-Geely de Fórmula 4 têm a espectacularidade ou proporcionam as emoções dos carros da disciplina superior. Mesmo após a recusa da FIA, devido às restrições impostas por Macau, as entidades terão encetado contactos para tentar trazer outra competição internacional de monolugares do mesmo nível. De acordo com a imprensa ocidental especializada, os organizadores do Euroformula Open Championship e da japonesa Super Formula Lights terão sido sondados para ocuparem a vaga da Fórmula 3 no Grande Prémio de Macau. Ambas as competições, que um dia foram campeonatos de Fórmula 3, mas que presentemente não o são porque a FIA não os permite usar essa denominação, têm em comum utilizarem os chassis Dallara 320 e uma variedade de motores, no melhor espírito do que foi a categoria que se tornou famosa por catapultar vários pilotos para a Fórmula 1. Situação actual não se compadece Interrogado pelo portal italiano italiaracing.net sobre uma possível corrida em Macau este ano, Jesus Pareja, o empresário espanhol responsável pela Euroformula Open Championship, declinou a possibilidade. Tal como os concorrentes do Campeonato de Fórmula 3 da FIA, também as equipas da Euroformula Open Championship – algumas delas bem conhecidas do Circuito da Guia como a Carlin, Motopark, Double R ou a Van Amersfoort Racing – não se quiseram sujeitar às regras sanitárias impostas aos visitantes por Macau. “Fomos convidados pelo organizador nos últimos anos”, reconheceu Jesus Pareja, o homem que levou a Euroformula Open Championship ao Grande Prémio de Pau quando a Fórmula 3 abandonou o evento da pacata cidade francesa. O espanhol reconheceu, no entanto, que “com a Super Formula Lights formaríamos um bom alinhamento, mas com a actual situação sanitária na Ásia tal não é possível.” A 69ª edição do Grande Prémio de Macau está agendada no calendário internacional de 17 a 20 de Novembro, mas o programa de corridas ainda não foi dado a conhecer.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteFilipe Souza preparava-se para correr com um novo Audi no TCR Asia No final da pretérita edição do Grande Prémio de Macau, Filipe Souza não sabia se iria continuar ou se colocaria um ponto final na sua carreira de duas décadas no automobilismo. Porém, o “bichinho dos automóveis” foi mais forte e o piloto macaense decidiu continuar e no início do ano até tinha grandes planos para a temporada de 2022. Isto, até pandemia lhe ter trocado as voltas. Filipe Souza estava decidido a disputar o TCR Asia, competição que este ano apenas disputa corridas em solo chinês, e até tinha garantido um dos novos Audi RS 3 LMS TCR que vieram para o continente asiático. O novo carro do construtor de Ingolstadt, que foi apresentado na Ásia no Grande Prémio de Macau do ano passado, dava garantias a Souza de finalmente ter uma viatura capaz de ombrear com os carros oficiais das marcas chinesas Lynk & Co e MG. Contudo, o destino quis outra coisa e o recente confinamento parcial de Macau colocou a época de Filipe Souza, e de muitos outros pilotos da RAEM, em dúvida. “Faltam duas semanas para o início da temporada, mas com esta situação, acho que vai ser muito difícil participar na primeira prova ou até mesmo na maioria das provas do campeonato”, afirmou o experiente piloto do território ao HM. “O meu novo carro já chegou ao Circuito Internacional de Guangdong, mas não tenho como testá-lo ou realizar uma preparação mínima para a nova temporada”. “Este ano está a ser pior que 2020 e 2021”, reconhece Filipe Souza que na primeira metade do ano viajou até Zhuzhou para tomar conhecimento da pista que abre a temporada do TCR Asia em 2022. Além das restrições de viagens e dos sucessivos adiamentos das provas, Filipe Souza antevê “que o clima económico vai piorar e que para os pilotos de Macau vai ser mais difícil encontrar os imprescindíveis apoios”. Perante este cenário de indefinição, Filipe Souza escusa-se a fazer previsões sobre o que será a sua temporada desportiva, mas espera, pelo menos, “realizar algumas provas na China ainda este ano, e claro, o Grande Prémio de Macau, se houver.” Macau e Wuhan no calendário Pelo segundo ano consecutivo, o Campeonato da China de Carros de Turismo (CTCC na sigla inglesa) correrá em conjunto com o campeonato TCR Asia, num calendário que engloba sete eventos. A temporada, se a pandemia permitir, arranca com uma jornada de quatro corridas em quatro dias no Circuito Internacional de Zhuzhou, na Província de Hunan, de 27 a 31 de Julho. Em Agosto e Setembro, o campeonato prevê duas provas em Xangai, uma no pequeno circuito de Tianma e outra no circuito de Fórmula 1, que, entretanto, reabriu após praticamente quatro meses encerrado. Em Outubro, a competição de velocidade mais popular da República Popular da China regressa a Zhuzhou antes do muito antecipado retorno ao circuito citadino de Wuhan. O traçado citadino da província de Hubei, que chegou a fazer parte do calendário da Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA – WTCR, tem estado em “banho-maria” desde a sua última edição em 2019. Por fim, o binómio CTCC/TCR Asia tem a sua prova final de temporada agendada para o 69º Grande Prémio de Macau, de 17 a 20 de Novembro.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteWTCR prepara-se para cancelar prova de Macau A entidade promotora da Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA – WTCR, a Discovery Sports Events, vai avançar com o cancelamento das três rondas no continente asiático, incluindo aquela marcada para o Circuito da Guia em Macau. O Conselho Mundial de Automobilismo da Federação Internacional do Automóvel, que se realiza este final de semana, irá ratificar e confirmar a alteração no calendário da Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA – WTCR de 2022, em que o Circuito da Guia irá ser retirado do calendário pelo terceiro ano consecutivo. Esta informação foi dada por Jean-Baptiste Ley, o director da Taça do Mundo, ao portal especializado TouringCarTimes.com. “Há mais de um ano, quando tivemos de submeter o calendário à FIA, tivemos de tomar uma decisão sobre se iríamos para a Ásia ou se nos manteríamos na mesma situação”, disse Ley a TouringCarTimes. “Por isso decidimos permanecer positivos e optimistas e esperar que a situação melhorasse, o que foi o caso em todo o mundo excepto na Ásia. Por causa disso, e desde o início, ficou claro que, se a Ásia saísse do calendário, reduziríamos (o calendário) a nove eventos em vez de dez, procurando um cenário no Médio Oriente ou fora da Europa”. Em Abril, Jean-Baptiste Ley, o director da Taça do Mundo, deixou claro ao HM que uma quarentena longa poderia afastar a intenção de realizar a última prova do ano no território. A organização de matriz francesa tentou adiar uma decisão ao máximo, mas os indicadores que chegaram a Paris vindos deste lado do mundo e a pressão das equipas para que fosse tomada uma decisão o mais cedo possível forçaram o cancelamento do “tour” asiático. Regresso a Vila Real A FIA WTCR disputa este fim-de-semana mais uma prova, desta vez no Circuito Internacional de Vila Real. No regresso, após dois anos de ausência do circuito urbano português, nenhuma medida restritiva será colocada aos participantes. Protocolos habituais nos dois últimos anos, como o uso obrigatório de máscaras, o certificado de vacinação ou a prova de teste negativo, tudo isso já não será mandatório num fim de semana em que se espera “casa cheia” na cidade de Trás-dos-Montes. As três provas agendadas para o continente asiático – Inje (Coreia do Sul), Ningbo (China) e Circuito da Guia (Macau) – vão dar lugar muito provavelmente a corridas nos circuitos de Jidá, na Arábia Saudita, e Marraquexe, em Marrocos. O Circuit international automobile Moulay El Hassan no norte de África deverá ocupar o lugar de Macau como prova de encerramento de temporada. O 69º Grande Prémio de Macau está agendado de 17 a 20 de Novembro e a histórica Corrida da Guia deverá, a exemplo dos dois anos anteriores, ser disputada por um conjunto de concorrentes oriundos dos campeonatos TCR Ásia e TCR China, a que se juntam uma série de pilotos convidados, incluindo vários pilotos locais, da RAE de Hong Kong ou até mesmo do estrangeiro, caso sejam encontradas soluções viáveis, dentro do contexto do combate à pandemia no território, para a sua participação. Entretanto, o Conselho Mundial da FIA também deverá decidir se a Taça do Mundo de Fórmula 3 da FIA se mantém por mais algum tempo no calendário, tendo como palco o Grande Prémio de Macau, ou se é também cancelada. Segundo a última versão do calendário do Campeonato da China de Fórmula 4, a competição que tem substituído a Fórmula 3 nos últimos dois anos no Circuito da Guia, a temporada de encerramento de temporada será novamente disputada na RAEM.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteAsiático de Karting cancela prova dias depois de simulacro no kartódromo Depois de dois anos e meio sem realizar corridas, os organizadores do Campeonato Open Asiático de Karting (AKOC na sigla inglesa) estavam entusiasmados com a possibilidade de os motores voltarem a rugir em meados de Julho em Macau. Contudo, a série de novos casos que assolam o território obrigaram ao cancelamento do evento Num comunicado colocado nas redes sociais, os organizadores do Campeonato Open Asiático de Karting anunciaram na passada quarta-feira o cancelamento do evento no território: “A ronda de Julho de 2022 em Macau está cancelada. Isto é devido ao recente ressurgimento de casos de covid e novas medidas de quarentena impostas”. No calendário internacional da CIK FIA, o órgão que regula o karting internacional, o Campeonato Open Asiático de Karting tinha agendado para o Kartódromo de Coloane uma prova no fim de semana de 16 e 17 de Julho, para as seguintes categorias: 125 Open Junior, 125 Open Master, 125 Open Senior, 125 Open Veteranos, MAX, MAX Junior, MAX Veteranos, MINI ROK, ROK-GP, X30 Junior e X30 Senior. Antes da pandemia, o Kartódromo de Coloane era um dos palcos favoritos para acolher eventos do Campeonato Open Asiático de Karting. Inaugurada no dia 17 de Outubro de 1996, a infra-estrutura continua a ser uma das melhores equipadas no continente asiático. Para além das competições de Macau, o kartódromo recebia habitualmente duas provas do AKOC, a ronda de abertura e a de encerramento, sendo que esta última costumava coincidir com o Grande Prémio Internacional de Karting. Segundo o que apurou o HM, a organização do AKOC, que tem o seu quartel-general nas Filipinas, acreditava inicialmente que o evento iria ser realizado usando o sistema de bolha implementado com sucesso durante os Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim, mas até ao início desta semana aguardava ainda mais informações. A organização do AKOC, cujos campeonatos são maioritariamente compostos por pilotos de vários países do sudeste asiático, vai aguardar por uma decisão da AAMC quanto a uma nova data para evento. Entretanto, as provas organizadas pela Associação Geral Automóvel de Macau – China (AAMC) no Kartódromo de Coloane marcadas para o fim de semana, foram também canceladas. Numa nota colocada na sua página electrónica, a AAMC esclareceu: “Tendo em conta a grave situação epidémica, em resposta à política anti-epidemia do Governo da RAEM, a AAMC vai continuar a suspender os serviços externos de 22 a 24 de Junho. Obrigado pela vossa compreensão.” Simulacro no Kartódromo No fim de semana passado, o Kartódromo de Coloane serviu para um simulacro com vista à preparação do 69.º Grande Prémio de Macau. Numa iniciativa gerida pelo Instituto do Desporto, com o intuito de explorar a viabilidade de convidar atletas estrangeiros para competir em Macau, foi testada a possibilidade de realizar o evento em “circuito fechado”, à imagem do que foi feito nos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim. Segundo o que foi noticiado pela imprensa local de língua chinesa, o conceito passa por dividir os intervenientes do evento em duas zonas: “zona verde” e “zona vermelha”. Todas as equipas participantes, o seu pessoal e mesmo alguns meios de comunicação social são colocados na zona vermelha em “circuito fechado”, onde autocarros farão o seu transporte entre o circuito e o hotel. O simulacro terá incluído operações de socorro, eliminação de lixo, cerimónia de entrega de prémios, entrevistas instantâneas em vídeo entre os meios de comunicação social e os pilotos, e até autocarros realizaram o transporte de pessoas em “circuito fechado”.
Sérgio Fonseca DesportoGP Macau | Pessimismo ocidental contrasta com optimismo nacional A contagem decrescente para a 69.ª edição do Grande Prémio de Macau já começou. Contudo, a cerca de cinco meses do maior cartaz desportivo de carácter anual da RAEM são mais as dúvidas do que as certezas O Macau Daily Times revelou na passada terça-feira que na pretérita semana vários pilotos receberam convites formais da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau para participarem no Grande Prémio de Motos de Macau, prova que não se realizou nos últimos dois anos devido às restrições de entrada de estrangeiros de acordo com as medidas de prevenção e controlo da pandemia de Covid-19. Segundo a publicação de língua inglesa, do ponto de vista dos pilotos, parece ser unânime a opinião de que desejam regressar a Macau “desde que as restrições de quarentena sejam abandonadas”. Entretanto, a Taça do Mundo FIA de Carros de Turismo – WTCR mantém no seu calendário as três provas asiáticas – Inje (Coreia do Sul), Ningbo (China) e Circuito da Guia (Macau) – contudo, o optimismo sobre um eventual regresso à Ásia não é grande. Em Abril, Jean-Baptiste Ley, o director da Taça do Mundo, deixou claro ao HM que uma quarentena longa poderia afastar a intenção de realizar a última prova do ano em Macau. Neste momento, tudo aponta que a entidade promotora da FIA WTCR, a Discovery Sports Events, opte pelo plano B e cancele as rondas do continente asiático nas próximas semanas. Segundo a edição desta semana da revista alemã Motorsport Aktuell, a cidade marroquina Marraquexe, é a mais forte candidata mais forte a receber a prova de final de temporada. O Circuit international automobile Moulay El Hassan deverá ocupar o lugar de Macau, no mês de Dezembro. Os circuitos de Jidá, na Arábia Saudita, e de Istambul, na Turquia, têm sido apresentados como outras possibilidades caso o “tour” asiático não aconteça novamente. A confirmar-se este cenário, um novo calendário da FIA WTCR poderá ser apresentado no final de Junho, durante o Conselho Mundial de Automobilismo da FIA. Paddock da F3 na expectativa A Taça do Mundo FIA de Fórmula 3 está no calendário da FIA agendada para o período de 17 a 20 de Novembro, no entanto a expectativa entre as equipas é tão grande como a incerteza. O Campeonato FIA de Fórmula 3 corre nos fins-de-semana da Fórmula 1, onde a obrigatoriedade de testagem à Covid-19 foi abolida este ano, sendo a apresentação do certificado de vacinação o suficiente para a livre circulação. Apesar da elevadíssima reputação da prova do território e da vontade geral que esta recupere a pujança de outros tempos, caso seja imposta uma quarentena à chegada, estes factores poderão não ser suficientes para convencer um paddock que está todo vacinado e livre de restrições em todos os sítios para qual viaja. Entretanto, a Fórmula 3 garantiu ontem que a partir do próximo ano acompanhará a Fórmula 1 na viagem a Melbourne, na Austrália. TCR Asia e F4 China contam voltar Se nas competições internacionais o optimismo de um regresso a Macau está em declínio, em contrapartida nas nacionais, o regresso as ruas do território é quase “ponto assente”. Devido aos confinamentos a que tiveram sujeitas as grandes metrópoles de Pequim e Xangai, os calendários de todas as competições automobilísticas chinesas foram revistos e alterados. Com o arranque previsto para o segundo fim de semana de Julho, o campeonato TCR Asia manteve no seu calendário a visita à RAEM para a prova de encerramento de uma temporada que duas semanas antes de Macau regressa ao circuito citadino de Wuhan, um evento que não se realiza desde 2019. O Campeonato da China de Fórmula 4, que já não realiza uma prova desde o Grande Prémio de Macau de 2021, prevê começar no mês de Agosto, em Ningbo. O revisto calendário provisório de quatro jornadas enviado esta semana às equipas volta a incluir o Circuito da Guia como prova final. A concretizar-se, esta será a terceira vez consecutiva que o campeonato reconhecido pela FIA se desloca a Macau. O piloto local Charles Leong Hon Chio venceu em ambas as ocasiões.
Sérgio Fonseca DesportoAutomobilismo | F1 na China com dificuldades inesperadas de vingar Três meses depois do arranque da temporada de 2022, o entusiasmo da chegada do piloto chinês Guanyu Zhou ao Campeonato do Mundo de Fórmula 1 tem perdido força. Uma série de factores fora de pista têm contribuído para isso, e o próprio estreante Zhou, o primeiro piloto da República Popular da China a correr na disciplina, admite que não tem a certeza se vai manter o seu lugar na Alfa Romeo na próxima temporada Nos últimos dias, o nome do jovem de 23 anos apareceu várias vezes na imprensa internacional entre os pilotos cujo futuro na Fórmula 1 não é claro para além de 2022. Isto, apesar do chefe de equipa da Alfa Romeo, Frédéric Vasseur, parecer satisfeito com a época de Zhou até agora, especialmente porque a relação que o piloto chinês tem com o colega de equipa Valtteri Bottas tem sido profícua. “O Valtteri é rápido no carro, bom com a equipa fora do carro, é fantástico em termos de motivação e contribuição”, disse o responsável francês. “E a colaboração com Zhou é mais do que boa”. No entanto, Zhou não tem a certeza sobre a sua continuidade, até porque não tem um contrato assinado. “Ainda estamos no início desta temporada, por isso ainda não tenho planos para o futuro e ainda não sei qual é o plano”, disse o piloto natural de Xangai. “Claro que tem sido uma temporada com pontos altos e baixos, mas no geral sinto-me muito feliz por estar aqui. E sinto que ainda há muitas corridas para eu desenvolver as minhas capacidades na Fórmula 1”. A boa temporada que Bottas está a realizar este ano deverá mantê-lo na equipa, mas o lugar de Zhou é muito cobiçado pelo francês Théo Pourchaire. O piloto de reserva da Alfa Romeo F1 Team Orlen e membro da Sauber Academy é também um protegido de Vasseur. Vice-campeão em 2021 da Fórmula 2, Pourchaire ocupa a segunda posição no campeonato este ano e quer dar o assalto, preferencialmente em 2023. Com um ponto já alcançado esta época, o que o coloca no 18.º lugar entre os vinte e um pilotos participantes, Zhou está aparentemente tranquilo e confiante. “Se tudo correr como planeado, não vejo razão para estar demasiado preocupado com o que vai acontecer no próximo ano”, referiu. Outras dificuldades Durante décadas acreditou-se que a presença de um piloto chinês no “Grande Circo” iria quebrar as barreiras e finalmente se iriam abrir as portas do actual maior mercado automóvel do mundo. Contudo, na prática, tal não está a acontecer, bem longe disso. A presença de Zhou trouxe o interesse de novos patrocinadores para o desporto, principalmente para a Alfa Romeo, mas ainda não se assistiu à chegada de fortes patrocinadores chineses. Apesar dos intentos que a Fórmula 1 tem em realizar um dia dois Grandes Prémios na China, a verdade é que a categoria rainha do automobilismo não pisa solo chinês desde 2019. O contrato de Xangai foi mesmo assim renovado até 2025, mas hoje ninguém se atreve a garantir que haverá Grande Prémio da China em 2023 devido às actuais restrições de entrada de estrangeiros no país. Outro problema que a Fórmula 1, neste caso a Liberty Media, tem encontrado na China prende-se com as transmissões televisivas. Fora das duas Regiões Administrativas Especiais, apenas em Xangai e na província de Guangdong é possível assistir às transmissões em directo dos eventos. Apesar dos rumores que a China Telecom poderia ter ganho o concurso dos direitos de transmissão online, a verdade é que não existe ainda uma plataforma autorizada a transmitir as corridas pela internet, o que condiciona a expansão da disciplina no país.
Sérgio Fonseca DesportoVP da FIA não vê possível circuito de HK como ameaça ao GP Macau A Hong Kong Automobile Association (HKAA) voltou a apresentar uma proposta ao Executivo da RAE vizinha para a construção de um circuito permanente no território. Contudo, se tal se vier a concretizar, uma pista de automobilismo em Hong Kong não é vista pela Federação Internacional do Automóvel (FIA) como uma ameaça ao Grande Prémio de Macau Em declarações ao South China Morning Post (SCMP), no mês passado, Lawrence Yu Kam-kee, o presidente da HKAA, a Associação Desportiva Nacional de Hong Kong, revelou que um plano de vinte páginas foi entregue ao Gabinete do Chefe do Executivo e aguarda resposta. Yu referiu que a HKAA esteve em contacto com os vários departamentos governamentais antes de submeter a proposta, com a esperança de segurar uma localização no lado norte da Ilha de Lantau, onde estava anteriormente o Aeroporto Internacional de Hong Kong. Yu afirmou ao SCMP que ainda é muito cedo para dizer se o local poderia ajudar a trazer as corridas de Fórmula 1 para Hong Kong, isto numa altura em que a categoria rainha do automobilismo deseja ter mais corridas na China. “Um evento de Fórmula 1 precisa de um circuito longo e uma recta de uma ponta à outra, …, será parte do circuito proposto para apenas quando precisássemos dele para realizar grandes eventos – o que tornaria a instalação mais económica. Isto acontece em outros circuitos de automobilismo em todo o mundo.” O comissário dos desportos Yeung Tak-keung respondeu ao SCMP que o projecto de reaproveitamento ainda está em fase de planeamento e “a proposta de fornecer instalações desportivas será incluída no estudo detalhado”. Criar sinergias Este renascer do interesse da ex-colónia britânica num circuito permanente é visto com bons olhos para o novo Vice-Presidente da FIA para a Ásia, Lee Lung Nien. O ex-presidente da Motor Sports Singapore (MSS) referiu ao HM que ambas as RAE só têm a ganhar caso o governo de Hong Kong dê seguimento à proposta. “Será positivo para todos, porque dá possibilidades às pessoas”, disse Lung ao HM. “E se fizerem [grandes eventos] em fins-de-semana consecutivos ainda melhor. Um fim de semana Hong Kong, outro Macau, ou vice-versa.” “Se Hong Kong tiver o seu próprio circuito, óptimo. Cria melhores corridas para todos; [Os pilotos] podem treinar em Hong Kong, e correr em Macau”, acrescenta Lung, também ele um praticante de desportos motorizados, particularmente de karting. “Tens escolhas, e no momento que tens escolhas, o nível aumenta, a participação aumenta, e permite às pessoas terem opções para correrem. Quando tens opções as pessoas aparecem. O problema é quando não há oferta ou estamos limitados a uma corrida ou a um só circuito. Ambos [Macau e Hong Kong] poderão co-existir e ambos podem beneficiar um com o outro”. Não é ameaça Apesar de nunca ter tido um evento com a dimensão do Grande Prémio de Macau, Hong Kong realizou ao longo dos anos várias corridas locais de diferentes disciplinas do desporto motorizado e chegou mesmo a organizar um Grande Prémio Internacional de Karting, em Victoria Park. Em 2016, 2017 e 2019, Central Harbourfront recebeu o Campeonato FIA de Fórmula E, de carros eléctricos. O evento, que foi uma vitória pessoal do presidente da HKAA, seria descontinuado, primeiro devido aos protestos pró-democracia e depois devido à pandemia. O responsável máximo do automobilismo para a Ásia não acredita que Macau poderá sequer estar em risco caso Hong Kong use a sua infra-estrutura para cativar eventos internacionais de alto nível. “Macau não irá desaparecer, é como o Mónaco. Eu descreveria o Grande Prémio de Macau como o ‘Mónaco do Este’. É um festival, um grande evento internacional, todos querem lá ir”.
Sérgio Fonseca DesportoAutomobilismo | Rodolfo Ávila deve continuar com a MG para tentar a renovação do título O campeão em título do Campeonato TCR China de 2021, o piloto de Macau Rodolfo Ávila, deverá continuar a defender as cores da MG XPower Racing na época desportiva de 2022. Isto, apesar da equipa oficial do construtor sino-britânico ainda não ter revelado os seus planos para a temporada vindoura O TCR China deveria arrancar no fim de semana de 7 e 8 de Maio no Circuito Internacional de Xangai. Contudo, devido ao confinamento por tempo indeterminado da capital económica da República Popular da China e às restrições impostas na circulação de pessoas, aguarda-se pelo adiamento inevitável do evento de abertura. “Neste momento, devido à situação em que nos encontramos, não sabemos quando vamos mesmo começar”, explicou Ávila ao HM. “Muito possivelmente, se a pandemia abrandar, vamos ter como em anos anteriores um calendário bastante concentrado na segunda parte do ano. Temos que aguardar.” A versão original do calendário do TCR China contava com seis jornadas duplas de Maio a Novembro, e passagens pelos circuitos de Xangai, Ningbo, Zhejiang, Zhuzhou e Tianma (Xangai). O Grande Prémio de Macau também estava neste calendário provisório como prova extracampeonato. Contudo, o calendário poderá estar sujeito a alterações ao longo das próximas semanas com o evoluir da crise sanitária. Objectivo será renovar Rodolfo Ávila, ao volante de um MG 6 XPower TCR, sagrou-se em Novembro passado campeão do TCR China, depois de uma derradeira prova em que conseguiu recuperar de uma desvantagem de 14 pontos. Por isso, os seus objectivos para a nova temporada não são muito diferentes. “Vou tentar renovar o título, mas não espero facilidades. Em 2021, o campeonato foi discutido até à última corrida da temporada e não espero que seja muito diferente este ano”, contou o também campeão asiático de Fórmula Renault de 2013 e vencedor do Asia SuperCar Challenge de 2008. A coroa de campeão não lhe dá o favoritismo per se, pois “ainda não sei bem quem irá ser a concorrência deste ano, mas o nível da competição será sempre alto”, afirma Ávila, que porém acredita que “além dos meus companheiros de equipa, que são sempre pilotos rápidos e experientes, temos que contar com a equipa oficial da Lynk & Co, que mesmo sem o Ma Qing Hua, que foi para a Europa, tem sempre todos os recursos necessários para vencer. Não podemos ignorar também alguns dos pilotos privados, principalmente aqueles que vão contar este ano com o novo modelo da Audi.” Novidades no horizonte? Há rumores sobre possibilidade de a MG introduzir um novo carro na categoria TCR, no entanto, em Itália, na pretérita semana, apenas o novo Toyota Corolla GRS TCR e o Fiat Tipo TCR da Tecnodom Sport passaram pelo processo de homologação para serem certificados pelo Departamento Técnico do Grupo WSC e assim iniciarem as suas actividades nesta categoria. “A MG tem trabalhado continuamente para evoluir os seus carros de competição e o título do campeonato TCR China de 2021 com o MG 6 é um bom exemplo disso”, esclarece Ávila. “Se haverá um carro novo num futuro próximo, é algo que temos que aguardar por uma decisão das entidades responsáveis da marca, pois são eles que decidem qual o caminho que a MG deve percorrer no automobilismo”.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteAutomobilismo | Quarentena prolongada pode afastar WTCR do Grande Prémio Após dois anos de ausência forçada, a Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA – WTCR espera regressar este ano ao Circuito da Guia. Todavia, Jean-Baptiste Ley, o director da WTCR, deixa claro que uma decisão final ainda não foi tomada, mas uma quarentena longa poderá afastar essa intenção “Nós continuamos a monotorizar as restrições de viagens com a esperança de regressar a Macau este Novembro para o que é uma corrida icónica numa pista lendária”, referiu Jean-Baptiste Ley, o novo homem forte da entidade promotora da WTCR, a Discovery Sports Events, ao HM. Enquanto a Discovery Sports Events avalia a possibilidade de substituir as provas anuladas na República Checa e na Rússia, oito eventos agora permanecem no calendário de 2022, começando a Taça do Mundo nas ruas francesas de Pau no início de Maio. Contudo, dessas oito provas que permanecem no calendário há três ainda em dúvida, mais precisamente as três rondas planeadas para o continente asiático: Coreia do Sul, Interior da China e Macau. “As regras das quarentenas existem por uma boa razão e não cabe à WTCR exigir a sua remoção. Obviamente, que se um prolongado período de quarentena for obrigatório, então regressar a Macau será desafiante”, refere o engenheiro francês que num passado recente foi o coordenador do campeonato europeu de ralis, acrescentando que “temos que aguardar por mais claridade antes de dizermos com absoluta certeza se poderemos correr em Macau esta época ou não. Temos prazos definidos para tomar estas decisões”. Apesar de Jean-Baptiste Ley não apontar uma data exacta para uma decisão, existe a noção de que a FIA irá aguardar até ao Verão para compreender se é viável ou não organizar as suas três Taças do Mundo – F3, GT e Turismos – na RAEM este ano. No mês passado, Pun Weng Kun, coordenador da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau, em declarações à TDM, aludiu novamente à vontade da organização em voltar a abrir as portas do evento à participação estrangeira, dando como exemplo o sucesso da ‘bolha’ sanitária anti-COVID-19 implantada durante os últimos Jogos Olímpicos de Inverno, em Pequim. Vacinação não obrigatória No início da temporada, a organização do Campeonato do Mundo de Fórmula 1 determinou que todo o seu pessoal e das equipas tivesse vacinado, com doses de reforço incluídas. Contudo, esta medida não é obrigatória para todos os Campeonatos ou Taças do Mundo sob a égide da FIA. “Se o país ou a ADN (Autoridade Desportiva Nacional) estipularem este requerimento, então claro que todos os que queiram participar no evento terão que cumprir”, explica Jean-Baptiste Ley. “Mas não é uma regra que a WTCR fosse capaz de aplicar nos termos dos nossos regulamentos desportivos. No entanto, é importante enfatizar que as vacinas são cruciais na luta contra a COVID-19 e pedimos que as pessoas ainda não vacinadas sejam vacinadas”. Locais serão aceites Como já acontecia no seu antecessor, o WTCC, a concretizar-se a presença no Grande Prémio, a organização da WTCR vai autorizar a participação de pilotos locais no Grande Prémio de Macau, com o estatuto de “wildcards”, ou convidados. “A regulamentação da WTCR permite inscrições corrida-a-corrida em todos os eventos e nós damos as boas-vindas à participação de pilotos locais e equipas em cada um dos eventos do calendário”, salienta o Director da Taça do Mundo, acrescentando que ao permitir “inscrições corrida-a-corrida damos a oportunidade para os pilotos e equipas locais mostrarem as suas capacidades e angariarem experiência num evento de nível mundial, algo que só pode ser benéfico para o desporto como um todo”. Com um custo de inscrição de 5,000 euros e sujeitos a aprovação da FIA, os pilotos convidados que queiram estar à partida da Corrida da Guia na WTCR não pontuam para o campeonato e carregarão nos seus carros dez quilogramas de peso extra.
Sérgio Fonseca DesportoGrande Prémio | Célio Alves Dias vai recuperar o Mini Célio Alves Dias é um veterano das corridas de automóveis do território e no ano passado conseguiu a proeza de vencer uma corrida no programa do Grande Prémio de Macau. Contudo, ainda lhe falta cumprir o sonho de subir ao degrau mais alto do pódio no evento, algo que lhe escapou no ano passado, após um final de corrida caricato, mas que este ano não quer deixar fugir Numa corrida que ficou marcada por uma carambola de dezanove carros na curva de entrada para a recta da meta e que teve de ser concluída prematuramente devido a mais uma série de acidentes no recomeço que envolveram os pilotos do pelotão da frente, o vencedor da Taça de Carros de Turismo de Macau de 2021 não recebeu o troféu de primeiro classificado. Dada a violência do impacto, o então líder da corrida, que foi um dos envolvidos no aparatoso acidente, foi levado ao Centro Hospital Conde de São Januário por precaução, tendo sido a sua namorada quem recebeu a taça do vencedor. Na altura, Célio afirmou que a existência de óleo na pista pode ter estado na origem do acidente. “Quando passei naquele local do acidente [na altura do recomeço], senti que havia ali óleo porque o carro escorregou bastante”, revelou ao HM. Este é um episódio que o piloto quer esquecer, até porque o seu Mini Cooper S , da classe 1.6T, ficou em muito mau estado após colidir com as barreiras de protecção. Felizmente para o piloto da Fu Lei Loi Racing Team, “o Mini já seguiu para a China para realizar a reparação. Em princípio, será possível repará-lo”, esclareceu Célio ao HM. Por isso, “este ano vou continuar a correr com o Mini de 2021 no Grande Prémio de Macau. Este Mini é novo, foi o primeiro ano a correr no Circuito da Guia”, acrescentou. Como tudo indica que os regulamentos técnicos e desportivos das corridas de carros de Turismo locais não irão ainda sofrer alterações esta temporada, a continuidade da aposta no “musculado” Mini faz todo o sentido. Até porque a experiência adquirida nas curvas e contracurvas do mais conhecido circuito urbano do continente asiático permitiram a Célio e à sua equipa uma melhor compreensão do comportamento da máquina. Célio recorda que “após os primeiros treinos do Grande Prémio pensei em alterar as afinações, para melhorar nas curvas. Alterei as afinações em quase todas as vezes que fomos para a pista e na final, na segunda corrida, até alterei muito mais. Quer dizer que este Mini poderia ter sido ainda mais rápido do que foi na segunda corrida do Grande Prémio. Agora, já sabemos quais os problemas deste carro e vamos continuar a trabalhar nas afinações, em particular para torná-lo mais rápido nas curvas.” Parar não, mudar talvez O piloto que se estreou no Grande Prémio de Macau de 1999, na última edição da Corrida Automóvel Clube de Portugal, ao volante de um Honda Civic EG6, tem sido uma presença assídua no maior evento desportivo do território, contando hoje com vinte e duas participações. “Nunca pensei em parar”, afirma Célio. “Gosto muito do circuito de Macau. Só faltei ao Grande Prémio uma vez, no ano em que faleceu o meu pai.” Alguns pilotos de Macau são a favor de que a categoria 1.6T, para viaturas de preparação local com motor turbo de 1600cc de cilindrada, deveria terminar e ser trocada por carros da internacional classe TCR. Tal não irá acontecer este ano, mas Célio também concorda que o futuro do automobilismo da RAEM “deve ser com carros da categoria TCR, porque são mais baratos.” Porém, o que está para vir nos próximos anos ainda não é uma preocupação para Célio, pois o que mais importa é voltar a ter o Mini na antiga forma e conseguir finalmente cumprir a missão de escalar até ao lugar mais alto do pódio.
Sérgio Fonseca DesportoFIA confirma data da F3 e F4 China anuncia corrida no GP Na passada sexta-feira, o organizador do Campeonato da China de Fórmula 4 divulgou nas redes sociais o calendário da temporada de 2022 que inclui a prova final, pelo terceiro ano consecutivo, no Circuito da Guia. Um dia depois, no sábado, a Federação Internacional do Automóvel (FIA) confirmava a data da Taça do Mundo de Fórmula 3 em Macau. O calendário da F4 chinesa deste ano, que se estende de Junho a Novembro, contempla quatro eventos, num total de catorze corridas. O organizador, o Mitime Group, uma subsidiária do grupo automóvel Zhejiang Geely Group, colocará de lado o Circuito Internacional de Zhuhai, que nos últimos dois anos foi o coração do campeonato, para regressar ao circuito de Fórmula 1 de Xangai para a prova de abertura. O circuito Ningbo, que pertence ao Mitime Group, e um circuito citadino a realizar em Pingtan, na Província de Fujian, a que se junta a visita a Macau, completam o calendário. De acordo com a informação publicada, na derradeira prova da temporada na RAEM, “haverá duas corridas e os pilotos irão receber pontos a dobrar”. Diz também o comunicado que “o Campeonato Shell Helix da China de Fórmula 4 da FIA de 2022 é apoiado pela Associação Geral Automóvel de Macau-China. As duas corridas de Fórmula 4 do Grande Prémio de Macau terão como ensaio as três primeiras provas da temporada.” Para a organização chinesa, a visita a Macau pretende que “mais jovens talentos tenham a oportunidade de seguir os passos de pilotos de Fórmula 1 famosos como Senna, Schumacher e Hamilton, e gravar os seus nomes no Hall of Fame do lendário Grande Prémio de Macau”. Ao contrário das congéneres de todo o mundo, a Fórmula 4 irá ainda manter os mesmos antigos chassis Mygale, motorizado com blocos de 2 litros da Geely, cuja homologação foi estendida até 2023. As duas únicas vezes que a Fórmula 4 marcou presença no maior cartaz desportivo de Macau a vitória ficou na casa, com Charles Leong Hon Chio a vencer nas duas ocasiões. Macau no calendário internacional O Conselho Mundial de Automobilismo da FIA confirmou a data do evento com uma curta menção no comunicado de imprensa de sábado: “A data da Taça do Mundo de Fórmula 3 da FIA 2022, a realizar em Macau, está confirmada para 17 a 20 de Novembro”. A presença da Taça do Mundo no Calendário Internacional da FIA não quer dizer por si só que a prova, que já não acontece desde 2019, se realizará este ano. Recorde-se que no ano passado, a Taça do Mundo de Fórmula 3 da FIA foi colocada no Calendário Internacional para meses depois ser retirada, pois não foram encontradas as condições para a RAEM aliviar as restrições de entrada de estrangeiros no território. Recentemente, Pun Weng Kun, coordenador da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau e presidente do Instituto do Desporto, em declarações à TDM, mencionou novamente as intenções da organização do evento em trazer de volta concorrentes estrangeiros. O dirigente deu como exemplo o sucesso da ‘bolha’ sanitária anti-covid-19 implantada durante os últimos Jogos Olímpicos de Inverno, em Pequim.
Sérgio Fonseca DesportoAutomobilismo | Filipe Souza quer correr no TCR China 2022 Com o arranque da temporada desportiva no Interior da China a acontecer dentro de um mês, a pandemia não dá tréguas e continua a colocar sérios obstáculos aos pilotos de automobilismo de Macau, que têm de se deslocar ao outro lado das Portas do Cerco para exercerem a sua actividade; Filipe Souza é um deles. Depois de ter sido o único piloto capaz de enfrentar os Link & Co oficiais na última edição da Corrida da Guia do Grande Prémio de Macau, o piloto macaense foi punido por uma alegada falsa partida e não conseguiu conquistar aquele lugar no pódio que tanto procurava. No final da corrida, Souza estava bastante agastado com a decisão e afirmou aos jornalistas que iria repensar se voltava a competir ou não. Contudo, no final, o piloto da RAEM decidiu que tem uma missão por cumprir, além do desejo de alinhar no seu vigésimo Grande Prémio de Macau. “Vou voltar esta temporada e estou a planear participar no campeonato TCR China, como nos anos anteriores, mas a pandemia ainda está a atrapalhar”, explicou o piloto ao HM. “Tenho de continuar a acompanhar a situação, para tomar uma decisão no próximo mês, é que o TCR China começa em Maio no Circuito Internacional de Xangai”. O calendário do TCR China, competição que foi ganha em 2021 pelo piloto de Macau Rodolfo Ávila, conta com seis jornadas duplas, e passagens pelos circuitos de Xangai, Ningbo, Zhejiang, Zhuzhou e Tianma (Xangai). O Grande Prémio de Macau também está no calendário provisório do TCR China, mas como prova extracampeonato. Carro novo com olho no GP As últimas temporadas de Souza têm sido realizadas ao volante de um Audi RS 3 LMS TCR e, em princípio, assim continuará a ser, pelo menos, na primeira metade do ano. “Devo continuar com o Audi TCR, um carro que eu tenho confiança ganha ao longo dos anos”, no entanto, o piloto do território pondera “correr com um carro TCR da nova geração. Estou a planear ter um carro novo no mês de Junho. Não pode ser muito tarde, porque depois não há tempo para testar ou fazer algumas corridas antes do Grande Prémio”. A prova de final de ano no Circuito da Guia é sempre dúvida a prioridade para Souza, como o próprio admite: “O Grande Prémio está a preparar o regresso dos pilotos internacionais, como aqueles que participam na Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA – WTCR. Ouvimos que vão fazer como nos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim. Se a WTCR conseguir vir ao Grande Prémio este ano, quer dizer que eu só posso fazer as provas locais, como a Taça de Carros de Turismo de Macau. Espero que este ano possa fazer mais corridas e preparar-me melhor para obter um bom resultado em Macau”. E a temporada de Souza poderá não se ficar apenas pelo TCR China, pois “ouvi dizer que a Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) quer recomeçar o MTCC este ano e quer realizar estas provas no circuito de Zhuzhou. Contudo, tudo dependerá da evolução da COVID-19. Vamos a ver.”
Sérgio Fonseca Desporto MancheteGP Macau | Sophia Floersch diz que acidente lhe trouxe fama mas não proveito Há momentos que marcam a carreira de um piloto. Para Sophia Floersch, definitivamente será o assustador acidente no Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 de 2018, como a própria admitiu ao jornal bávaro “Münchner Merkur”. Sophia Floersch reconhece que o infortúnio lhe trouxe fama, mas que não a ajudou a progredir na sua carreira desportiva Quase quatro anos após o aparatoso acidente na travagem para a Curva Lisboa, a piloto alemã admitiu à publicação germânica que ainda continua a ser muito associada ao acidente no Circuito da Guia. Apesar do aparato, que catapultou o evento de Macau para todos os noticiários em todo o mundo, felizmente o acidente não teve consequências físicas, e Sophia Florsch regressou logo ao activo em 2019, tendo recebido o ” World Comeback of the Year” na cerimónia dos Laureus World Sports Awards. Sophia Floersch disse que vários patrocinadores capitalizaram com o seu salto para a fama, mas que “nenhum deles ainda está comigo”. A jovem alemã, que recebeu o título de Embaixadora da Boa Vontade do Turismo de Macau após o seu acidente, referiu que “o automobilismo move-se depressa. O acidente deu-me atenção, mas no sentido desportivo, não foi um passo em frente”. Depois de ter regressado à corrida de Fórmula 3 em Macau, onde desistiu com problemas técnicos no seu carro, em 2020 completou outra temporada na disciplina, aproveitando também para se estrear nas corridas de resistência. Em 2021, foi a vez de se estrear no campeonato alemão DTM e no Campeonato do Mundo FIA de Endurance (WEC). Sophia Floersch tinha planeado para este ano uma participação no European Le Mans Series e nas 24 Horas de Le Mans, mas continua a afirmar que o seu grande objectivo “é regressar às corridas de monologares”, sendo a Fórmula 1 “o seu grande sonho”. “Aos 21 anos, devo continuar a perseguir este objectivo”, insiste a piloto de Munique. “Com um orçamento grande seria mais rápido, mas com um orçamento pequeno, por vezes tens que fazer desvios. Porém, estou a lutar para subir e acredito firmemente que há um futuro. A determinada altura, o investimento irá compensar”. A piloto, que sempre disse que estava disposta a regressar ao evento automobilístico da RAEM, aproveitou a entrevista para criticar a hipocrisia existente na Fórmula 1, “apesar de todo o alarido em redor de chavões da actualidade como diversidade, igualdade e inclusão, as equipas adornam-se com pilotos (senhoras), mas elas não têm qualquer hipótese. São usadas para justificar lemas modernos e chiques para promoverem as mulheres e a igualdade”. Apanhada pelas sanções à Rússia Sophia Floersch tinha esta temporada bem delineada, com contrato assinado para conduzir um Oreca 07 Gibson da classe “Le Mans Prototype 2” (LMP2) que seria preparado pela equipa portuguesa Algarve Pro Racing sob a bandeira da G-Drive Racing na Europa. A G-Drive é uma cadeia de postos de combustível russa, que é administrada pela gigante estatal do petróleo Gazprom, que por sua vez passou a enfrentar sanções dos EUA e de outros países Ocidentais após a invasão russa à Ucrânia. Perante as sanções económicas e as limitações colocadas pela FIA, como a proibição da bandeira russa, símbolos, cores ou hino nacional do país, os mentores do projecto G-Drive Racing retiraram-se de cena, deixando a equipa portuguesa e os seus pilotos, incluindo Sophia Floersch, numa situação incómoda, vista a necessidade de procurar novos apoios para compensar a saída do forte patrocinador.
Sérgio Fonseca Desporto MancheteAutomobilismo | André Couto conta voltar às pistas este ano Apesar de estar afastado das pistas desde Maio do ano passado, André Couto ainda não poisou o capacete e espera voltar à competição esta temporada. Embora não tenha ainda nada “preto no branco”, o piloto português não esconde que gostaria de regressar ao Japão e está atento ao que se passa na China A temporada de 2021 do vencedor do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 de 2000 foi fortemente prejudicada pela pandemia e resumiu-se às duas primeiras provas da Taça Porsche Carrera Ásia com a Toro Racing. Couto tinha alinhavado tripular um dos Mercedes AMG GT3 da Toro Racing no Campeonato da China de GT, todavia tal acabou por não se concretizar, pois, após os adiamentos sucessivos no arranque do campeonato, a equipa de Xangai decidiu apenas realizar a prova de abertura em casa com pilotos locais. A Toro Racing tinha guardado o seu melhor Mercedes AMG GT3 para Couto competir no Grande Prémio de Macau, o carro que Luo Kai Luo levou ao terceiro lugar da Taça GT Macau, no entanto, o piloto do território teve que abdicar do lugar por razões de ordem pessoal e não foi em 2021 que regressou à sua prova favorita. “Fui aconselhado a não correr no Grande Prémio, mas felizmente está tudo bem e posso voltar às pistas sem preocupações”, esclareceu Couto ao HM. “Foi uma pena não ter participado, mas quero acreditar que novas oportunidades irão aparecer no futuro”. Neste momento, o Japão e a China são as melhores possibilidades para Couto prosseguir uma carreira que começou no karting em Coloane. Japão ainda é hipótese Depois de mais de uma década, com bastante sucesso, no Japão, o piloto de Macau ainda não foi esquecido no país do sol nascente. Couto mantém a proximidade com a JLOC (Japan Lamborghini Owners’ Club), a equipa com quem deveria competir em 2020, quando a pandemia o obrigou a mudar de planos, e acredita que uma porta ainda se pode voltar a abrir no Super GT. “Tenho estado em contacto com a minha anterior equipa. Devido à incerteza nas fronteiras, optámos por esperar. Eles já definiram os seus pilotos para 2022, os mesmos da temporada passada, mas existe a possibilidade de poder entrar a meio da época se os resultados não forem muito positivos”, explicou o ex-campeão da categoria GT300. “Eles chegaram a falar comigo no ano passado e até estava tudo bem encaminhado para eu substituir um dos pilotos japoneses, mas não foi possível obter o visto de entrada”. Depois de ter competido em monolugares e carros de GT no Japão, Couto continua a guardar o Super GT no coração. “É um campeonato muito forte”, diz o piloto, e “que me dá uma motivação para correr”. Quarentenas não ajudam Mesmo com a pandemia ainda a atrapalhar um pacífico desenrolar do automobilismo na China, Couto não vira a cara a um programa desportivo do outro lado das Portas do Cerco, porém reconhece que “ainda não me mexi muito”, optando por aguardar “para ver os calendários e os projectos das equipas que só agora começam a definir o que vão fazer nas corridas de GT”. A medidas impostas na prevenção e controlo da COVID-19 são actualmente um obstáculo para os desportistas que tenham que passar a fronteira com alguma regularidade. “O cenário das quarentenas torna complicado correr na China, pois de um momento para o outro podes ter de ficar preso por tempo indeterminado onde estás e impedido de regressar a casa. No ano passado recebi várias propostas para fazer corridas na China, mas nem sempre era sequer possível de as concretizar”. Igualmente atractivo para Couto era retornar ao GT World Challenge Asia, competição que esteve parada dois anos e que espera voltar em 2022 com corridas na Malásia, Japão e Indonésia. Contudo, mais uma vez, se as restrições nas fronteiras não forem aliviadas, tal é praticamente inexequível.