Hoje Macau SociedadeHabitação | Rendas sobem ligeiramente No terceiro trimestre do ano, a renda média por metro quadrado de habitações em Macau atingiu 130 patacas, um aumento trimestral de 0,8 por cento, de acordo com os Serviços de Estatística e Censos. O aumento é anunciado, dias depois de o Governo ter anunciado mais medidas para incentivar o mercado de habitação, no que poderá levar a novos aumentos das rendas. Segundo a DSEC, os maiores aumentos das rendas registaram-se na Areia Preta, onde cresceram 4,8 por cento, para 153 patacas por metro quadrado, Rua da Barca, com um aumento de 2,7 por cento para 116 patacas por metro quadrado, e ainda na Baía da Praia Grande, onde se registou um crescimento da renda de 1,6 por cento, para 131 patacas por metro quadrado. Em termos de área útil, as rendas médias das habitações com 150 metros, ou mais, são de 120 patacas por metro quadrado, ou seja, de pelo menos 18 mil patacas por mês, no que significa um aumento de 2,6 por cento face ao trimestre anterior. Nas habitações com menos de 50 metros atingem as 160 patacas por metro quadrados, um valor que fica abaixo das 8 mil patacas por mês, tendo havido um aumento de 1,3 por cento. Finalmente, no escalão das casas com 50 metros quadrados e até 99,9 metros quadrados o valor por metro quadrado registado foi de 129 patacas, um crescimento de 0,8 por cento. Este é um escalão no qual as rendas variam entre 6.450 patacas e 12.888 patacas por mês.
João Santos Filipe SociedadeGrande Lisboa Palace | Daisy Ho destaca maior procura pelo hotel A concessionária SJM perdeu 410 milhões de dólares de Hong Kong no terceiro trimestre, porém, em comparação com o ano passado, os resultados apresentam melhorias evidentes Entre Julho e Setembro, a concessionária do jogo SJM registou um prejuízo de 410 milhões de dólares de Hong Kong, de acordo com os resultados anunciados em comunicado pela empresa. Apesar das perdas, a concessionária apresentou melhorias significativas em comparação com o período homólogo, quando apresentou perdas de 1.895 milhões de dólares de Hong Kong. Contudo, nessa altura, o território estava isolado e havia grandes restrições na circulação de pessoas, mesmo entre Macau e o Interior. A recuperação foi assim de 78,4 por cento, em comparação com o terceiro trimestre de 2022. No que diz respeito ao período entre Janeiro de Setembro, a histórica operadora responsável pela exploração dos hotéis Lisboa, Grande Lisboa e Grande Lisboa Palace apresentou perdas de 1.674 milhões de dólares de Hong Kong. Também neste aspecto se registam grandes melhorias em relação ao período homólogo, quando as perdas tinham sido de 4.652 milhões de dólares de Hong Kong. Numa declaração com os resultados, Daisy Ho, presidente da SJM, destacou que o empreendimento Grande Lisboa Palace contribui cada vez mais para as receitas do grupo. “Os resultados da SJM Holdings no terceiro trimestre de 2023 mostram um crescimento contínuo do EBITDA ajustado e um progresso constante na contribuição para os resultados do grupo do Grande Lisboa Palace”, afirmou. Por outro lado, numa vertente mais política, a responsável destacou os compromissos da concessionária para a estratégia do Governo de diversificação da economia. “Durante o trimestre, continuámos o nosso apoio activo à diversificação económica de Macau através do investimento e patrocínio de actividades culturais, educativas, gastronómicas e desportivas”, realçou. EBIDTA em alta Na nota, a empresa indicou igualmente que o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) para o período em análise totalizou 566 milhões de dólares de Hong Kong, um acréscimo de 158,5 por cento em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Entre Janeiro e Setembro, as receitas brutas do jogo no território aumentaram 305,3 por cento, de 31,82 mil milhões de patacas para 128,95 mil milhões de patacas. Quanto às acções da concessionária na Bolsa de Hong Kong, passaram de 4,77 dólares por unidade, a 3 de Janeiro, para 2,66 dólares por acção, ontem, ao fecho do mercado. Na sessão de ontem as acções valorizaram 0,38 por cento.
Hoje Macau SociedadeCotai | Polícia detém duas prostitutas A Polícia Judiciária anunciou ter detido duas prostitutas num hotel no Cotai, na segunda-feira, de acordo com o jornal Ou Mun. Segundo as explicações avançadas, os agentes foram enviados para o Cotai, para “prevenir o crime” e “manter um bom ambiente” em Macau, durante o fim-de-semana do Grande Prémio. Durante estas operações, foram interceptadas duas mulheres do Interior, que as autoridades suspeitam estar envolvidas em actividades sexuais a troco de dinheiro. Também no quarto onde estavam alojadas, foram encontrados materiais para a prática de serviços sexuais. Por sua vez, as detidas confessaram terem vindo a Macau para se prostituírem. A prostituição não é crime, mas as mulheres foram enviadas para os Serviços de Migração, uma vez que as actividades saem do escopo do visto de turismo, com que tinham entrado na RAEM.
Hoje Macau Manchete SociedadeKong Chi | Relatadas promessas de proximidade ao MP A primeira sessão desta semana do julgamento do caso de ex-procurador Kong Chi arrancou com a inquirição de testemunhas que confirmaram que a empresária Choi Sao Ieng terá oferecido ajuda para resolver casos judiciais através de ligações que teria ao Ministério Público. No entanto, as testemunhas afirmaram não conhecer Kong Chi O arranque de mais uma semana de sessões do julgamento do caso do ex-procurador do Ministério Público (MP) Kong Chi pegou onde as últimas sessões tinham terminado. A Acusação continuou a inquirir testemunhas que terão recorrido aos serviços de intermediação da arguida e empresária Choi Sao Ieng para se livrarem de problemas com a justiça. O Tribunal de Segunda Instância (TSI) tem mais de meia centena de casos para analisar que o MP alega serem o ponto fulcral da actividade da “associação criminosa” constituída pelos arguidos. Nas últimas sessões, a maioria das testemunhas ouvidas negaram conhecer Kong Chi e os restantes arguidos, excepto a empresária Choi Sao Ieng, que a acusação entende ter prometido a dissolução de casos e bons resultados na sequência ligações privilegiadas ao MP. Segundo o canal Macau da TDM, uma das testemunhas ouvidas na segunda-feira referiu que a empresária Choi Sao Ieng lhe terá prometido ajuda para resolver um caso de furto em que o seu filho era suspeito. A testemunha, mãe do jovem em apuros, revelou em tribunal que o seu filho é autista e terá furtado bens de várias lojas. Para solucionar esta situação, a arguida terá pedido 20.000 patacas de comissão, que a testemunha não pagou, para resolver o caso com ajuda dos conhecimentos que tinha no MP e do seu escritório de advogados. A testemunha negou ainda conhecer o ex-procurador Kong Chi. Tudo normal A narrativa da ponte de ligação de Choi Sao Ieng ao MP, capaz de fazer desaparecer investigações e processos, tem sido repetida ao longo do desfile de várias testemunhas no TSI. Além de afirmarem não conhecer o ex-procurador Kong Chi e a advogada Kuan Hoi Lon, outra constante nos depoimentos das testemunhas foi acreditarem que os pagamentos feitos à empresária serviriam para pagar honorários à advogada conhecida de Choi. A ligação entre os arguidos foi defendida na semana passada com duas testemunhas a afirmarem que conseguiram os contactos da empresária Choi Sao Ieng e de Kuan Hoi Lon através de pessoas no MP, uma das testemunhas terá mesmo identificado Kong Chi como a pessoa que lhe deu esses contactos.
Hoje Macau SociedadeGrande Baía | IFT promove visita de estudantes a Jiangmen O Instituto de Formação Turística (IFT) organizou uma visita de estudo de dois dias à cidade de Jiangmen, na província vizinha de Guangdong, de forma a proporcionar aos alunos uma experiência que lhes permita compreender o desenvolvimento do projecto de integração da Grande Baía. A deslocação destinou-se a estudantes do quarto ano do curso de Gestão de Marketing e Comércio no Turismo. A visita é um dos pontos fulcrais do projecto de uma disciplina de design e marketing, em que foi proposto aos alunos analisarem a forma como a cidade de Jiangmen encontrou maneira de revitalizar a zona rural e desenvolver produtos com base nas famosas cascas de tangerinas da zona. Além da ida a instalações industriais de empresas dedicadas ao tratamento de cascas de tangerinas, os estudantes conheceram a história e a herança cultural das comunidades rurais da zona. O professor Fernando Lourenço, que liderou a comitiva de estudantes, sublinhou a importância da visita enquanto oportunidade única para os alunos perceberem a riqueza de recursos da herança cultural das cidades da Grande Baía. “Encorajamos sempre os nossos estudantes a arriscarem e aventurarem-se fora de Macau, a explorarem outros horizontes para benefício do seu desenvolvimento pessoal”, acrescentou o académico.
João Luz Manchete SociedadeGuangzhou | Comitiva empresarial de Macau procura cooperação Uma comitiva de mais de 30 representantes do sector empresarial da RAEM visitou o distrito de Nansha, em Guangzhou, acompanhada pelo IPIM, em busca de pontes de cooperação com congéneres da capital de província. A delegação foi constituída por representantes de associações comerciais, sectores de manufactura, convenções e exposições O Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) levou um grupo de mais de 30 representantes dos sectores empresarial e comercial de Macau numa visita ao distrito de Nansha, em Guangzhou, segundo um comunicado emitido ontem pelo organismo. A visita aconteceu na semana passada e teve como objectivo planear acções de intercâmbio e investigação, estudar as perspectivas de desenvolvimento do sector de importação e exportação, das indústrias de cooperação internacional e da inovação tecnológica e promover mais contactos e cooperação entre empresas de Guangdong e Macau. A comitiva liderada pelo presidente do IPIM, Vincent U, foi composta por mais de três dezenas de representantes de Macau de associações comerciais, dos sectores de manufacturas, convenções e exposições, logística, comércio electrónico transfronteiriço, venda a retalho e das indústrias culturais e criativas. Em discurso no “Seminário de Intercâmbio Comercial entre Empresas de Macau e Nansha”, Vincent U referiu que a cooperação económica e comercial entre Macau e Guangzhou se tem vindo a aprofundar ao longo dos últimos anos, com empresas de renome de Guangzhou a estabelecerem-se em Macau, enquanto uma série de empresas de Macau optou por investir e estabelecer-se em Guangzhou. Neste domínio, o dirigente do IPIM vincou o papel de plataforma empresarial que Nansha representa ao ligar Guangdong a Macau e Hong Kong. Trunfos na manga A continuação de grandes projectos de construção de infra-estruturas que aproximem as regiões foi outro dos trunfos apresentados para facilitar a cooperação empresarial e a circulação de bens. Nesse aspecto, o subchefe da Divisão de Promoção de Investimento Externo junto do Departamento do Comércio da Província de Guangdong, Wang Yi, sublinhou a importância do alargamento das redes viárias. “A próxima abertura do novo acesso entre Shenzhen e Zhongshan (em Zhuhai) irá encurtar a distância de viagem entre Nansha e Macau”, afirmou. O responsável espera que, desta forma, “mais investidores de Macau possam investir e desenvolver-se em Nansha e participar no desenvolvimento conjunto da Grande Baía”. A visita teve no roteiro paragens nas novas instalações do Porto de Nansha, OVO PLUS Incubation Centre, o Museu de Ciência e Tecnologia Automóvel de Guangzhou. Foram também visitadas instalações de empresas de Macau estabelecidas em Nansha.
João Santos Filipe SociedadeCorrecção do valor das acções de jogo na bolsa não preocupa analistas Na sexta-feira passada as acções dos casinos de Macau desvalorizaram entre 2,5 por cento e 12,7 por cento. No entanto, segundo o portal GGR Asia, o banco de investimento JP Morgan Securities considera que não há motivo para alarme, mesmo depois de ter sido contactado por cerca de 40 investidores a pedir explicações para o fenómeno. Na sexta-feira, em média, as acções dos casinos na bolsa de Hong Kong tiveram uma quebra de 6 por cento, em comparação com o índice Hang Seng que teve uma quebra de 2 por cento. Segundo os analistas da PJ Morgan, DS Kim, Mufan Shi e Selina Li, a correcção do valor das acções dos casinos locais foi de deixar qualquer uma a “coçar a cabeça”, confundido, porque os resultados apresentados pelas empresas não são muito diferentes das expectativas do mercado. “Não encontramos nada que nos faça preocupar demasiado com os ganhos apresentados até ao momento, e na nossa perspectiva a correcção do mercado foi muito excessiva”, foi defendido. A correcção aconteceu depois das operadoras Wynn Macau e Galaxy Entertainment Group terem apresentado os resultados financeiros do terceiro trimestre, na quinta-feira. Os ganhos ficaram abaixo das expectativas dos analistas. Recuperação em curso Por outro lado, os analistas destacaram que o sector ainda se encontra a recuperar do impacto económico da pandemia e que as tendências “são muito encorajadoras”, dado que as receitas brutas do jogo de massas cresceram 12 por cento face ao trimestre anterior. No relatório é igualmente destacado que o EBITDA (lucros antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) teve um aumento de 15 por cento face ao trimestre anterior. Para a JP Morgan, o facto da recuperação ainda estar em curso, mostra também que a RAEM pode evitar parte dos efeitos negativos da contracção no consumo do Interior. “A recuperação da reabertura ainda está em curso, o que acreditamos que deverá ajudar para atenuar, até certo ponto, os ventos contrários de contracção no consumo no Interior”, é acrescentado. “Isto torna a visibilidade dos lucros de Macau realmente superior à de alguns outros sectores de consumo, na nossa opinião” foi frisado.
João Luz Manchete SociedadeLei do álcool | Piloto menor que bebeu champanhe no pódio investigado O piloto britânico de 16 anos Arvid Lindblad, que venceu a corrida de Fórmula 4 no domingo, está a ser investigado pelas autoridades por infracção à lei de prevenção e controlo do consumo de bebidas alcoólicas por menores, que entrou em vigor há uma semana. A organização do Grande Prémio arrisca uma multa entre 1.500 e 20.000 patacas. O ID pediu desculpas A habitual imagem de glória desportiva da subida ao pódio para a “coroação” de um piloto vencedor costuma incluir um banho de champanhe e alguns tragos da garrafa. Foi o que aconteceu no domingo, quando o piloto britânico Arvid Lindblad, de 16 anos de idade, subiu ao pódio depois da vitória na corrida de Fórmula 4. Depois da secretária para os Assuntos Sociais e Cultura entregar os troféus e as coroas aos pilotos, a organização do Grande Prémio de Macau distribuiu, como faz normalmente, três garrafas de champanhe aos primeiros três classificados. Seguiu-se o habitual banho de champanhe e uns tragos da garrafa, que constitui uma infracção administrativa desde que, na semana passada, entrou em vigor a lei de prevenção e controlo do consumo de bebidas alcoólicas por menores. A imagem do jovem piloto a beber champanhe no pódio tornou-se viral nas redes sociais, com muitos internautas a questionarem se não teriam acabado de testemunhar a primeira e mais mediática infracção ao novo regime legal. O director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo, confirmou ontem que foi aberta uma investigação e que a organização do Grande Prémio de Macau foi “imediatamente notificada”. A admissão foi feita em directo aos microfones do programa “Fórum Macau” do canal chinês da Rádio Macau, depois de uma pergunta de um ouvinte. A lei prevê uma multa entre 1.500 e 20.000 às entidades que disponibilizem bebidas alcoólicas a menores e estipula que pais e a escola que o menor frequenta, assim como a entidade que facultou a bebida alcoólica, recebam informações a “alertar sobre os malefícios para a saúde dos menores decorrentes do consumo de bebidas alcoólicas”. Mea culpa Alvis Lo afirmou ainda que a organização do Grande Prémio compreendeu a mensagem dos Serviços de Saúde e sugeriu que para o resto da competição seja disponibilizado champanhe sem álcool para pilotos menores de idade. O Instituto do Desporto (ID) emitiu ontem um comunicado a pedir desculpas pelo sucedido. “Durante a cerimónia de entrega de prémios após a competição de Fórmula 4 de Macau do 70.º Grande Prémio de Macau, um piloto menor de idade premiado que bebeu o champanhe imediatamente após o receber e o espalhar. Perante este facto, o Instituto do Desporto pede desculpa pelo lapso na organização dos procedimentos relevantes”. O ID reconhece que a celebração com champanhe faz parte da tradição dos principais desportos motorizados. Porém, o ID garantiu ter procedido “imediatamente a uma revisão de todos os procedimentos para as futuras cerimónias de entrega de prémios e assegura que, de futuro, os diplomas legais sobre esta matéria serão respeitados de forma rigorosa”. Em relação à investigação ao caso, o ID adiantou que irá cooperar com as autoridades de saúde. Não ficou claro se o Instituto do Desporto ficaria obrigado, tal como determina a lei, a contactar o piloto para o “alertar sobre os malefícios para a saúde dos menores decorrentes do consumo de bebidas alcoólicas”. A lei estabelece ainda que o Governo da RAEM, nomeadamente os serviços públicos onde se inclui o ID, “devem promover a informação relativamente aos malefícios para a saúde decorrentes do consumo de bebidas alcoólicas junto do público e contribuir para a criação de condições favoráveis à prevenção e ao controlo do consumo de bebidas alcoólicas”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeSaúde | Alvis Lo admite que médicos portugueses desistiram de Macau Entre os 12 médicos portugueses candidatos para trabalhar em Macau, foi considerado que oito cumpriam os requisitos mínimos. Agora, o Governo admite que nem todos querem trabalhar no território O director dos Serviços de Saúde (SS) admitiu que alguns dos oito médicos que tinham mostrado interesse em trabalhar em Macau desistiram. As declarações foram prestadas à Rádio Macau, depois de Alvis Lo ter participado no Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau. Inicialmente 12 médicos mostraram interesse em serem recrutados pelos Serviços de Saúde e trabalharem em Macau. Contudo, após o processo de selecção, a lista ficou a reduzida a oito, pelo facto de os restantes não cumprirem as exigências locais. Ontem, Alvis Lo reconheceu que houve médicos, entre os oito, que escolheram não trabalhar em Macau. “Esses candidatos por motivos familiares ou razões pessoais optaram por não trabalhar em Macau. Tudo depende da escolha deles”, afirmou o também médico. Por outro lado, o director dos SS recusou entrar em pormenores sobre os motivos apresentados ou sobre quantos profissionais desistiram da candidatura. “Não posso, neste momento, revelar as informações [sobre as recusas] porque depende de cada caso particular”, respondeu. Alvis Lo acrescentou também que não pode controlar a vontade dos médicos, mas garantiu que aqueles que vierem para Macau no futuro vão ser sempre bem-vindos. Visita da secretária As hipóteses dos Serviços de Saúde contratarem médicos em Portugal foi abordada por Elsie Ao Ieong U, numa deslocação à Europa, em Maio deste ano. Na visita a Portugal, a secretária reuniu com o bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, e discutiu “a situação de emprego em Macau” assim como “a possibilidade de médicos portugueses virem trabalhar para o território”. Foi através desta reunião que surgiram os 12 nomes para reforçar o sector da saúde da RAEM. Este foi um dos vários encontros que a secretária dos Assuntos Sociais e Cultural teve em Portugal, com a agenda a incluir igualmente uma reunião com Manuel Pizarro, ministro da Saúde, para discutir “a cooperação na área da saúde”. Nesse encontro, a secretária deixou o desejo que o Ministério da Saúde pudesse “ajudar a resolver a questão da antiguidade do serviço e do cálculo da pensão da aposentação em Portugal dos médicos portugueses”, que vêm trabalhar para Macau. Para Elsie Ao Ieong U, se este assunto ficasse tratado, os médicos “poderiam trabalhar no território com tranquilidade”. Menos espera O tempo de espera para consultas de especialidade nos hospitais da RAEM é de 3,6 semanas, o que o director dos Serviços de Saúde diz ser um valor mais baixo do que em 2019. Em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, Alvis Lo referiu que o tempo de espera nas urgências no Centro Hospitalar Conde de São Januário é neste momento inferior a 30 minutos, para uma afluência média diária de 700 pessoas. Segundo os mesmos dados, o tempo médio de espera para consultas não urgentes é de 60 a 90 minutos. Alvis Lo também anunciou que as pessoas com 65 anos ou mais vão poder beneficiar do programa experimental de prótese dentária para idosos, a partir do próximo ano. Actualmente, o programa apenas está disponível para pessoas com 80 ou mais anos.
Andreia Sofia Silva SociedadeMP | Prisão preventiva para homem que assaltou apartamentos Um cidadão do Interior da China está em prisão preventiva depois de ter assaltado dois apartamentos na Taipa, no passado dia 5, após ter escalado as paredes exteriores do prédio. Segundo uma nota do Ministério Público (MP), o homem foi descoberto por um dos moradores num dos apartamentos, tendo “fugido imediatamente através da janela, acabando por ser detido mais tarde pela polícia dentro de um casino”. O MP destaca que o mesmo homem tinha praticado um crime semelhante no ano passado. De momento, o cidadão chinês está indiciado pela prática de dois crimes de furto qualificado, podendo incorrer numa pena de prisão até dez anos. A medida de coacção de prisão preventiva foi decretada “tendo em consideração a natureza dos crimes, a ilicitude dos actos e a intensidade do dolo do arguido”, bem como a forma como o indivíduo procedeu aos assaltos. Desta forma, as autoridades pretendem evitar que o homem fuja de Macau, existindo também “o perigo da continuação da prática de crime”. Na mesma nota, o MP dá conta que entre Janeiro do ano passado e Outubro deste ano, foram deduzidas 15 acusações relacionadas com roubos feitos por pessoas que entram em apartamentos, num total de 22 pessoas acusadas.
Andreia Sofia Silva SociedadeRádio Táxis | Empresa multada em dez mil patacas A Companhia de Serviços de Rádio Táxi Macau SA vai ter de pagar dez mil patacas de multa pelo facto de um motorista de táxi ter transportado um cliente sem que este tenha chamado o veículo, além de o ter ajudado a fazer a marcação quando este já estava no carro. Segundo um acórdão do Tribunal de Segunda Instância (TSI), entende-se existirem “provas suficientes de que o trabalhador [da empresa de rádio táxis] violou o contrato [de concessão]”, tendo a multa sido decretada a 16 de Setembro de 2020 por despacho assinado pelo secretário para os Transportes e Obras Públicas. O caso ocorreu a 28 de Maio de 2018, quando o motorista estacionou o táxi junto do Hotel Roosevelt em estado de “espera” e apanhou um cliente que não havia marcado o serviço por telefone. Segundo o acórdão do TSI, o condutor “ajudou o cliente a solicitar o serviço de táxi à central de táxis especiais depois de este ter entrado no táxi e, em seguida, conduziu-o para a ala leste do Venetian, na Estrada do Istmo”. O tribunal entende que “não há provas de que a tomada do passageiro tenha sido urgente e necessária”, tal como está previsto no contrato com a empresa, “não se verificando, portanto, a situação em que o condutor pode fazer a marcação do serviço de táxi em nome dos passageiros”. A empresa recorreu do despacho do secretário Raimundo do Rosário para o TSI a 5 de Março de 2021.
Hoje Macau SociedadeCaso Suncity | Operadoras de jogo abdicam de indemnizações As cinco concessionárias de jogo que pediram indemnizações no caso Suncity não vão recorrer para o Tribunal de Última Instância da decisão que lhes negou o direito a ser recompensadas, segundo avançou a TDM. No mês passado, o Tribunal de Segunda Instância não deu como provados “os factos relativos à circunstância de que a associação de exploração ilícita de jogos enganou e prejudicou” a Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) e as empresas de jogos. Razão pela qual absolveu os arguidos do crime de burla, tanto na forma consumada, como na forma tentada, a que tinham sido condenados, ficando isentos de pagar qualquer indemnização à RAEM e às seis operadoras. No início deste ano, o Tribunal Judicial de Base condenou Alvin Chau e outros oito arguidos do crime de sociedade secreta, condenação que além dos muitos anos agregados de prisão implicava o pagamento de uma indemnização de 6,52 mil milhões de dólares de Hong Kong à RAEM. O tribunal decidiu que os nove antigos executivos da Suncity teriam de pagar indemnizações, no valor total de 2,15 mil milhões de dólares de Hong Kong a cinco das seis operadoras de jogo em Macau.
João Luz SociedadeZhuhai | Tribunal sublinha crimes de jogo “clássicos” O Tribunal Popular Superior de Guangdong emitiu um comunicado a sublinhar a severidade de “sete casos clássicos” de crimes transfronteiriços de jogo, citando processos julgados no passado. O tribunal sublinhou ainda que nos últimos anos, o jogo transfronteiriço “ameaçou seriamente a estabilidade económica e social” da China O Tribunal Popular Superior de Guangdong divulgou um comunicado em que cita aquilo a que designou como os “sete casos clássicos” de “combate aos crimes de jogo transfronteiriço”, que foram julgados nos tribunais da província de Guangdong. Um dos casos citados, julgado em Zhuhai, envolveu 12 arguidos considerados culpados do crime de “estabelecimento de casino” por “solicitarem e organizarem “jogadores do Interior da China para jogar nas salas do grupo Suncity em Macau”, entre Abril de 2018 a Abril de 2020, relevou o portal GGR Asia. O comunicado detalha que “a organização criminosa” forneceu fichas de jogo a 158 apostadores chineses num valor total superior a 130 milhões de dólares de Hong Kong (HKD), recebendo daí 50 milhões de HKD em comissões. O tribunal deu ainda como provado que os arguidos obtiveram proveitos ilegítimos (300 mil HKD) num negócio paralelo, apostando nos resultados das apostas dos jogadores angariados. Fuga de capital Além da menção ao caso que implicou a condenação do grupo de angariadores ligados ao grupo Suncity, o tribunal de Guangdong citou ainda outros seis processos relativos ao estabelecimento de casinos online e à solicitação de jogadores do Interior da China para actividades de jogo. Um dos casos citados envolveu um website operado a partir de Manila, capital das Filipinas, que permitia apostas online. O website, com o sugestivo nome “Macau Casino Lisboa” tinha uma rede de clientes chineses que ultrapassou 160 mil apostadores, angariados por mais de 2.700 agentes. Entre Maio de 2014 e Novembro de 2020, o website terá aceitado apostas que ultrapassaram os 160 milhões de yuans. Recorde-se que a China alterou as leis criminais em Março de 2021 estabelecendo penas de prisão até 10 anos que criminalizam pessoas ou organizações que levem cidadãos chineses a apostar em casinos fora das fronteiras nacionais. Não é especificada a razão para a publicação do comunicado que elenca os sete casos de crimes relacionados com jogo, mas o tribunal vinca que as consequências que estes processos tiveram. Além disso, o Tribunal Popular Superior de Guangdong sublinha que, nos anos recentes, as actividades de jogo transfronteiriço “ameaçaram seriamente a estabilidade económica e social do Estado”. Como tal, os sete casos mencionados são considerados crimes que podem lesar a segurança dos interesses do povo chinês.
Hoje Macau SociedadeEdifícios históricos | Arrancam candidaturas para financiamento Tem hoje início hoje o prazo de candidaturas ao “Plano de apoio financeiro para a manutenção de edifícios históricos”, que decorre até ao dia 12 de Janeiro. O programa é suportado pelo Fundo de Desenvolvimento da Cultura (FDC) e estão abrangidos os bens imóveis classificados, os que estão em vias de ser classificados e que tenham interesse cultural, “cujas obras de manutenção ainda não tenham sido iniciadas antes do período de candidatura”. O subsídio cobre 50 por cento das despesas previstas com as reparações até um valor máximo de dois milhões de patacas. O FDC explica, em comunicado, que “não há limite [de projectos financiados], mas que o número está sujeito ao orçamento total do plano, no valor de 20 milhões de patacas, sendo o prazo de apoio financeiro de 12 meses”. No dia 21, irá decorrer uma sessão de esclarecimento sobre este projecto às 16h30 no auditório do Centro de Formação para os Trabalhadores dos Serviços Públicos.
João Luz Manchete SociedadeFukushima | 17.800 produtos analisados em dois meses e meio Entre 24 de Agosto e 8 de Novembro, o Instituto para os Assuntos Municipais analisou o teor de radiação de 17.800 produtos importados do Japão e submeteu a testes laboratoriais 460 amostras. Até ao momento, não foram detectadas anomalias. O trabalho não obrigou ao reforço do orçamento do Departamento de Segurança Alimentar Na sequência do despejo para o oceano de águas da central nuclear de Fukushima, o Governo da RAEM proibiu, a partir de 24 de Agosto, a importação para Macau de alimentos frescos e de origem animal, sal marinho e algas marinhas oriundos de 10 distritos japoneses (Fukushima, Chiba, Tochigi, Ibaraki, Gunma, Miyagi, Niigata, Nagano e Saitama e da Metrópole de Tóquio). Além disso, foi montado um mecanismo de inspecção e análise a produtos importados do Japão de distritos não abrangidos pela proibição. “No período compreendido entre 24 de Agosto e 8 de Novembro de 2023, foram submetidas a análise do teor de radiação, ao nível da inspecção sanitária à importação e no mercado local, 17.800 amostras de produtos alimentares importados do Japão, tendo sido também recolhidas 460 amostras para testes de radionuclídeos na entidade laboratorial”, revelou ao HM o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM). As amostras de alimentos incluem produtos aquáticos e seus derivados, carnes e seus derivados, legumes e frutas frescos, leite e produtos lácteos e ovos de aves. Em relação à bateria de análises a produtos importados, o IAM esclarece que, “até ao presente momento, não se verificaram anomalias em quaisquer dos resultados”. Mobilizar forças O Governo de Hong Kong revelou que até ao passado dia 10 de Outubro os esforços para monitorizar a segurança alimentar em produtos importados do Japão obrigaram ao investimento de 10 milhões de dólares de Hong Kong (HKD). O secretário do Ambiente e Ecologia, Tse Chin-wan, revelou aos deputados da região vizinha que o Governo, até 10 de Outubro, havia gasto 6 milhões de HKD em equipamento para análise a radiação e 3,8 milhões de HKD em recursos humanos para reforçar a monitorização de segurança alimentar implementada desde o final de Agosto. Em resposta ao HM, o IAM garante que não precisou de aumentar o orçamento destinado a garantir a segurança alimentar. “Tendo em conta a situação da descarga de águas residuais nucleares no mar, o IAM procedeu à distribuição apropriada do pessoal responsável pela inspecção ao nível da inspecção sanitária à importação para executar os trabalhos de inspecção sanitária e amostragem, garantindo a existência de equipamentos em número suficiente para serem utilizados”, relevou o organismo liderado por José Tavares. No fundo, a monitorização de alimentos importados do Japão não acarretou alterações ao funcionamento do Departamento de Segurança Alimentar em termos orçamentais ou de afectação de recursos humanos, com os trabalhos de inspecção a recaírem nas tarefas regulares do departamento. O HM perguntou ainda ao IAM se existia um horizonte temporal que apontasse para a duração da suspensão da importação de produtos vindos das consideradas zonas de risco, mas não obteve uma resposta concreta. Em vez disso, o IAM afirmou que “continuará a prestar atenção e a monitorizar a respectiva situação, avaliando os diversos factores e tomando medidas de prevenção e controlo em relação aos potenciais riscos de segurança alimentar, a fim de proteger a saúde dos residentes e consumidores de Macau”.
Hoje Macau SociedadeHabitação para idosos | Mais de mil candidatos em três dias Desde que Instituto de Acção Social (IAS) começou a receber candidaturas para o programa “Residência do Governo para Idosos”, na segunda-feira da semana passada, foram recebidas um total de 781 candidaturas referentes a 1.093 pessoas, até às 18h de quinta-feira, ou seja, em três dias. Das 781 candidaturas, 383 foram apresentadas por uma pessoa, e 398 foram apresentadas por duas pessoas. O IAS revela ainda que durante os primeiros três dias foram prestadas informações a 2.229 pessoas. As candidaturas são ordenadas de acordo com a classificação que lhes é atribuída, independentemente da ordem de apresentação. Os interessados podem aceder ao Sistema Electrónico de Candidatura à Residência do Governo para Idosos para submeterem candidatura online ou dirigir-se a um dos 15 locais designados para ao efeito, nomeadamente, a sede do IAS, os centros de acção social e a zona de exposição sobre a Residência do Governo para Idosos.
João Luz SociedadeDemografia | População “ganha” 2.500 cidadãos no 3º trimestre No final de Setembro, a população total de Macau era composta por 681.300 pessoas, mais 2.500, em termos trimestrais, devido principalmente à subida do número de trabalhadores não-residentes domiciliados em Macau, revelou na sexta-feira a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) em comunicado. Mantendo a tendência demográfica, o terceiro trimestre do ano terminou com mais mulheres do que homens, com a população feminina a representar 53,4 por cento das pessoas que residem em Macau. Entre Julho e Setembro, nasceram no território 844 bebés, menos 76 em relação ao trimestre anterior. Neste capítulo, a representação do sexo masculino saiu reforçada com o nascimento de mais meninos (433) do que meninas (411). No cômputo geral, nos primeiros nove meses do ano nasceram em Macau 2.751 crianças, menos 452 face ao mesmo período do ano passado, estatística que sublinha a tendência de declínio da taxa de natalidade do território. No trimestre em análise, registaram-se 529 óbitos, menos 78, em termos trimestrais. As três principais causas de morte foram tumores (180 óbitos), doenças do aparelho circulatório (129 óbitos) e doenças do aparelho respiratório (98 óbitos). Nos três primeiros trimestres de 2023 observaram-se 2.356 óbitos, mais 530, em relação ao mesmo período de 2022, o que representa um aumento significativo de óbitos, superior a 29 por cento. Entre Julho e Setembro registaram-se 725 casamentos, menos 62 em termos trimestrais. Porém, tendo em conta os primeiros noves meses do ano, foram celebrados em Macau 2.327 matrimónios, mais 359 face ao mesmo período do ano passado. Recorde-se que nos primeiros nove meses de 2022 o território ainda estava fortemente condicionado por restrições impostas no âmbito do combate à pandemia.
João Luz Manchete SociedadeRestauração | Hoje encerra “A Vencedora”, um património de Macau O restaurante centenário “A Vencedora” encerra hoje as portas, fechando um capítulo emocional do imaginário de Macau. Os últimos dias foram, como é hábito, atarefados com filas de clientes a esperar à porta. Sem sucessão à vista e exausto, Lam Kok Veng ainda não sabe como vai gozar a reforma. Só sabe que vai ficar em Macau “A Vencedora” encerra hoje, culminando uma história de mais de 105 anos. Na derradeira semana de actividade, o panorama geral foi de filas à porta aguardando por mesa. No interior do restaurante, o reboliço é um dos pratos do dia. Como é habitual, Lam Kok Veng, um dos irmãos que forma a dupla de proprietários e gerentes do restaurante no centro da Rua do Campo, recebe os clientes ao lado da esposa, de bloco de notas na mão. Desta vez, não tão assertivo como costume, Lam denota uma grande emoção quando vê caras conhecidas a entrarem no espaço. Face à tirada “então, amanhã é o último dia”, faltam-lhe as palavras e o nó na garganta atrapalha a comunicação. Ao HM, reafirma, de olhos marejados, a amargura atenuada pela correria do trabalho. “Estou muito velho e cansado. Fico aqui 14 horas por dia, já chega… é um minchi? Quer um copo de vinho?”, pergunta, mudando de frequência. Como habitual nas muitas décadas de serviço, a refeição é servida prontamente, com um sorriso. Mas os últimos dias têm sido especiais. À medida que os clientes pagam a conta e se preparam para sair, multiplicam-se as despedidas fraternas, abraços, fotografias, confissões e desabafos bem-dispostos, assim como um indefinível sentido de nostalgia antecipada. Face à grande incógnita sobre o que lhe reserva o futuro, Lam Kok Veng admite ao HM ainda não ter chegado à fase de concretamente virar a página. “O que vou fazer? Não sei, não consigo pensar. Primeiro vou descansar, agora nem tenho tempo para pensar. Depois logo vejo. Mas vou ficar em Macau, estou muito bem aqui”, diz com um sorriso. Como já havia referido ao HM em 2018, ano da celebração do centenário de “A Vencedora”, a falta de sucessão é motivo para o encerramento definitivo. “O meu filho está em Inglaterra, a minha filha em Macau, mas ela não gosta disto [o negócio da restauração]. Acha muito complicado”. Quanto aos sobrinhos, “felizmente têm bons empregos”, acrescentou Lam Kok Veng à Lusa. “Estamos cá eu, o meu irmão, a minha mulher e uma irmã. Já temos todos mais de 60 anos. São muitos anos, estou velho”, sublinhou Lam, com um suspiro. Tudo em família Ao longo de três gerações, a família Lam geriu “A Vencedora”. A história do mítico espaço da Rua do Campo começou no mar, a bordo do navio da Marinha Portuguesa “A Vencedora”, onde Lam Kuan, avô dos actuais proprietários”, ocupava o cargo de cozinheiro. O serviço militar foi o prelúdio para rechear as mesas do restaurante. No início de “A Vencedora”, além de refeições, os clientes podiam comprar vinhos, azeite, enchidos e outras iguarias portuguesas. O espaço tornou-se popular entre a comunidade portuguesa, nomeadamente entre os militares em comissão de serviço em Macau. Na década de 1940, por exemplo, chegou a haver cerca de 800 soldados portugueses nos quartéis do território. Muitos deixaram contas por pagar, disse Lam Kok Veng, com um sorriso, antes de abrir uma gaveta do balcão e tirar uma caixa de madeira cheia de papéis amarelados, os chamados vales de refeição, que os militares pagavam no fim do mês. Nem de propósito, a vitrina de “A Vencedora” inclui, entre muitas peças de cerâmicas e souvenirs ligados a Portugal, como um Zé Povinho que responde com o característico manguito a quem queira fiado. Tem bacalhau com grão A ementa, que não muda há mais de 20 anos, faz parte da herança da família, com pratos cuja confecção nunca foi anotada, mas herdada do fundador do restaurante para o filho e mais tarde para os netos. Com a excepção do descanso semanal, à terça-feira, o restaurante só fechou uma vez, “por uma semana”, por causa dos motins “1,2,3”, de 3 de Dezembro de 1966, contra a administração portuguesa, sublinhou Lam, que na altura era um adolescente. Agora com 71 anos, toda a vida se lembra de estar em “A Vencedora”, onde começou por lavar pratos e servir às mesas. Mas foi só depois de acabar o ensino secundário, em 1974, que passou a trabalhar ao lado do avô e do pai. As conversações para a transição de Macau para a China começaram em 1986, mas os últimos anos da administração portuguesa foram os tempos áureos de “A Vencedora”. “A casa estava sempre cheia e muitas vezes tínhamos de recusar reservas”, recordou Lam. Desses tempos ficaram muitos clientes regulares, incluindo antigos soldados e funcionários públicos, assim como macaenses, uma comunidade euro-asiática, com muitos lusodescendentes. A história do segundo restaurante mais antigo de Macau – só atrás do Fat Siu Lai, criado em 1903 – chega agora ao fim. Sem tempo, nem disponibilidade emocional para dizer o que lhe vai na alma, face à questão se está triste com o encerramento, Lam Kok Veng limita-se a dizer ao HM que “agora, não consegue pensar em nada”. Do lado de dentro do pequeno balcão, a sua esposa atira “obrigado” de lágrimas nos olhos e sorriso enternecedor, mesma na altura em que o irmão Lam Kok Lon entra de rompante no restaurante e afirma sorridente “meu grande amigo”, antes de servir um abraço fraternal. Este é, e sempre será, o prato principal d’“A Vencedora”. Com Lusa
Hoje Macau SociedadeSuicídio | Menos nove casos no terceiro trimestre Entre Julho e Setembro registaram-se menos nove suicídios do que no segundo trimestre deste ano, de acordo com os dados revelados ontem pelos Serviços de Saúde. No passado trimestre, contabilizaram-se 15 casos de morte por suicídio, enquanto nos três meses anteriores tinham sido registados 24 suicídios. “Segundo a análise dos dados, neste trimestre, as possíveis causas do suicídio são principalmente resultantes de doenças mentais e doenças crónicas ou fisiológicas”, justificaram os SS, em comunicado. Em relação ao período entre Julho e Setembro, registaram-se as mortes de sete pessoas do sexo masculino e oito do feminino, com idades entre os 15 e os 86 anos. Entre estes, 13 eram residentes de Macau e dois eram não-residentes. Desde o início do ano, em Macau, assinalaram-se 62 vítimas de suicídio, com 23 óbitos a ocorrerem no primeiro trimestre, 24 no segundo trimestre e 15 no trimestre mais recente. Em comparação, no ano passado tinha havido 65 suicídios, entre Janeiro e Setembro. Entre estes, 28 vítimas foram registadas em Janeiro, durante uma das fases mais rigorosas das medidas de controlo zero da pandemia, 19 no segundo trimestre e 18 no terceiro trimestre. Quando a comparação é feita com base nos nove meses, regista-se uma redução de 4,6 por cento dos casos de suicídio, ou seja, houve menos três ocorrências. Todos aqueles que estejam emocionalmente angustiados ou considerem que se encontram numa situação de desespero devem ligar para a Linha Aberta “Esperança de vida da Caritas” através do telefone n.º 28525222 de forma a obter serviços de aconselhamento emocional.
João Santos Filipe Manchete SociedadePJ | Inspector ilibado de suspeitas de abuso de poder e violação de segredo O processo disciplinar contra um agente sob suspeita de ter cometido os crimes de abuso de poder e violação de segredo foi arquivado. A decisão foi tomada pelo director da Polícia Judiciária, depois do Ministério Público ter arquivado o processo criminal O processo disciplinar que decorria contra um agente da Polícia Judiciária de apelido Ieong, foi arquivado, de acordo com a informação que consta na página electrónica do gabinete do secretário para a Segurança. O agente de 50 anos estava a ser investigado depois de a PJ ter detido outro agente, em Junho de 2019, por suspeitas de “envolvimento num caso relativo a um grupo criminoso dedicado à prática de usura, pertencente a uma associação secreta”. As autoridades suspeitavam que Ieong tinha aproveitado “repetidamente das suas funções para consultar e revelar, sem autorização, informações policiais de natureza confidencial”. Ieong foi detido a 1 de Março de 2021 e presente ao Ministério Público pelos crimes de abuso de poder e violação de segredo. Contudo, em Junho deste ano, quase dois anos após o início do processo criminal, o Ministério Público considerou que não haver indícios para produzir a acusação, pelo que arquivou o caso. Como consequência da decisão do MP, também a polícia arquivou o processo disciplinar, por entender que “não foram encontras provas” de que o agente “tenha praticado os actos ilícitos”. Sortes diferentes Apesar do agente Ieong ter sido considerado inocente, o mesmo não aconteceu com o outro agente, de apelido Chan, que espoletou toda a investigação. O homem, com 36 anos, foi demitido da PJ, em Maio do ano passado, através de um despacho do secretário para a Segurança, depois de ter sido considerado que “aproveitou as suas funções para efectuar consultas sem autorização e divulgar informações policiais a terceiros, com o objectivo de obter benefícios ilegítimos para si e para terceiros”. Antes disso, a Julho de 2020, o agente tinha sido condenado pelo Tribunal Judicial de Base com uma pena de prisão efectiva de 2 anos e 3 meses, pela prática dos crimes de violação de segredo e abuso de poder. A sentença transitou em julgado em Janeiro do ano passado, depois do Tribunal de Segunda Instância te recusado o recurso do agente condenado.
Hoje Macau SociedadeEspectáculo “House of Dancing Waters” volta em 2024 A Melco Resorts & Entertainment vai voltar a acolher o espectáculo residente “House of Dancing Waters” a partir do último trimestre de 2024. Segundo o portal Macau News Agency (MNA), a notícia foi avançada ontem à margem da conferência de imprensa de apresentação dos resultados financeiros da operadora de jogo. David Sisk, director de operações dos resorts de Macau da Melco, disse que já arrancaram campanhas publicitárias em Hong Kong e na China sobre o evento a fim de atrair os turistas para um espectáculo que, durante anos, atraiu muitos visitantes até ser suspenso em 2020 devido à covid, levando a que 137 trabalhadores não residentes tenham perdido o emprego. “Estamos agora a remontar o espectáculo e temos estado a trabalhar muito no teatro que irá acolher o ‘House of Dancing Waters’ para o preparar. Começámos agora a fazer os nossos primeiros espectáculos lá”, disse David Sisk. O responsável adiantou que, neste momento, decorre uma produção nesse teatro, com alguns espectáculos musicais a acontecer semanalmente. “Em meados de Novembro, voltaremos a sair de lá e a remontar o ‘House of Dancing Waters'”. Mais gastos Os dirigentes da Melco anunciaram o regresso do espectáculo no momento em que foram questionados sobre as despesas operacionais da empresa, que atingiram cerca de 2,5 milhões de dólares por dia no último trimestre face aos 2,4 milhões registados no segundo trimestre deste ano. Geoffrey Davis, vice-presidente executivo e director financeiro da Melco, garantiu que a previsão é de que “no quarto trimestre esse número se aproxime dos 2,6 milhões de dólares”. “Quando pensamos em como isso pode mudar no próximo ano, a única coisa que posso destacar é a reabertura do espectáculo The House of Dancing Water”, acrescentou. “Isso acrescentaria cerca de 0,1 por dia [aos gastos operacionais] quando isso acontecer”, rematou.
Hoje Macau SociedadeAACM | Drones proibidos durante o Grande Prémio A Autoridade de Aviação Civil (AACM) anunciou ontem que o Governo vai proibir “as actividades com aeronaves não tripuladas (drones) na Península de Macau durante o 70º Grande Prémio de Macau, a fim de garantir a segurança da actividade”. A proibição é alicerçada legalmente no Regulamento de Navegação Aérea de Macau, em que se determina que “a AACM proíbe a operação de drones na Península de Macau nos dias 11 e 12 de Novembro e de 16 a 19 de Novembro de 2023, a fim de garantir a segurança do ambiente das corridas”. Os infractores podem ser punidos com multa de 2.000 a 20.000 patacas pela AACM.
Hoje Macau SociedadeSaúde | Infecção atinge em cinco crianças no Costa Nunes Os Serviços de Saúde de Macau (SSM) foram informados da ocorrência de um caso de infecção por enterovírus, conhecida como a doença das mãos, pés e boca, esta terça-feira, que afectou cinco crianças do jardim de infância D. José da Costa Nunes. Segundo um comunicado dos SSM, os sintomas começaram a manifestar-se em quatro meninos e uma menina na última sexta-feira, tendo alguns recebido tratamento médico. Os SSM apontam que “não houve registo de casos críticos nem complicações graves ou casos de internamento”. A infecção também não gerou “sintomas anormais ao nível do sistema nervoso”. O jardim de infância já reforçou a limpeza e o sistema de ventilação das instalações. A infecção por enterovírus pode ser causada pelo grupo de Coxsackievírus, Echovírus ou Enterovirus 71, afectando crianças com menos de cinco anos. Além deste caso, ocorreram ainda três casos colectivos de gripe em diversas escolas, também registados pelos SSM esta terça-feira. No caso da Escola de Aplicação Anexa à Universidade de Macau, foram infectados oito alunos, enquanto na Escola Secundária Ilha Verde se registaram infecções em seis alunos. Já o terceiro caso ocorreu na Escola de Talentos Anexa à Escola Hou Kong, onde se contabilizaram =oito casos. Os sintomas, nomeadamente febre, tosse e dor de garganta, começaram a manifestar-se no dia 1. No caso da Escola de Aplicação Anexa à Universidade de Macau houve um caso de internamento devido à ocorrência de febre alta, mas “o seu estado clínico está estável”.
João Luz Manchete SociedadeZona norte | População pede mais centros para idosos Um inquérito da FAOM revelou que a população da zona norte de Macau quer o reforço das estruturas de apoio a idosos, com mais centros de dia e auxílio a cuidadores. Apesar do tempo de espera, horário reduzido e inconveniência da localização, mais de 80 por cento estão satisfeitos com a qualidade dos serviços Com o envelhecimento populacional e a baixa taxa de natalidade em Macau, os serviços públicos dedicados à terceira idade ganham cada vez mais preponderância na qualidade de vida dos residentes. A Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) apresentou ontem os resultados de um inquérito sobre a cobertura e qualidade dos serviços da rede de apoio a idosos. Mais de metade dos inquiridos respondeu que gostaria de ver alargado o alcance e cobertura dos centros de dia e dos serviços. No cômputo geral, mais de 80 por cento dos inquiridos estão satisfeitos com a qualidade dos serviços prestados à população idosa, apesar de reconhecerem existir margem para melhorias, nomeadamente devido ao elevado tempo de espera para aceder a serviços, localizações inconvenientes e horários de funcionamento demasiado curtos. Outra conclusão tirada do inquérito apresentado ontem pela FAOM, foi a esperança de que o Governo reveja as regulamentações do sector para permitir a prestação de serviços de cuidados temporários de forma a atenuar a pressão de cuidadores. No plano oposto, quando questionados se alguma vez ponderaram trabalhar no sector, mais de 80 por cento dos inquiridos recusou a carreira devido à “falta de atractividade” em termos profissionais. Ao mesmo tempo, quase metade admitiu não ter uma compreensão alargada sobre os serviços em causa. O que fazer A FAOM explica que o estudo incidiu sobre a zona norte da península de Macau por ser uma zona com elevada densidade populacional e onde se concentra uma larga parte da população idosa. Na conferência de imprensa de ontem, conduzida pela deputada Ella Lei, foi sugerido o reforço da cobertura dos serviços para idosos com cuidados temporários quando o cuidador estiver indisponível ou a trabalhar. Neste caso, foi indicado que os horários de funcionamento dos centros de dia devem ser alargados, alteração que pode marcar a diferença entre a vida e a morte em casos de emergência. A deputada reconheceu ainda que apesar da enorme e crescente procura de serviços de cuidados a idosos não existem empresas privadas do sector em Macau, o que leva a população a depender do Governo. Assim sendo, foi exigida uma análise rigorosa ao sistema regulatório do sector para apurar se existem restrições que limitem o sector privado. Ella Lei referiu ainda que o Executivo devia estudar a possibilidade de simplificar o processo de estabelecimento de empresas que prestem serviços de cuidados a idosos, para encorajar o desenvolvimento do sector. Além disso, foi aconselhado o alargamento de serviços a cuidados de enfermagem para idosos em locais geridos por associações comunitárias. O inquérito foi realizado na zona norte da península de Macau entre Agosto e Outubro deste ano e contou com 1.557 respostas válidas.