Hoje Macau Manchete SociedadeAnalistas realçam desafios no crescimento económico de Macau Especialistas contactados pela agência Lusa perspectivam desafios no crescimento da economia de Macau para 2026, com a recuperação do sector do jogo a contrastar com o fraco consumo doméstico e pressão para a diversificação. O economista Henry Chun Kwok Lei, professor de Economia Empresarial na Universidade de Macau e vice-presidente da Associação Económica de Macau, mantém uma perspectiva “cautelosamente optimista” para 2026, prevendo um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de 2,5 por cento durante o próximo exercício. “A base elevada das receitas brutas dos jogos este ano, projectadas entre 246 a 248 mil milhões de patacas, irá condicionar o potencial de crescimento em 2026. Mesmo que a receita dos casinos aumente cerca de 4 por cento, para mais de 250 mil milhões de patacas, a sua contribuição para o crescimento económico global irá diminuir”, afirmou Henry Lei à Lusa. Ben Lee, consultor para a actividade do jogo no sudeste asiático, tem uma perspetiva mais positiva. “A receita bruta dos jogos já atingiu 226,5 mil milhões de patacas até Novembro deste ano, pelo que é mais do que provável que ultrapassemos a projecção de 228 mil milhões”, disse. A estimativa para as receitas do jogo para 2026 acrescentou o analista, é “um pouco conservadora”. “A menos que retrocedamos no próximo ano, com base no momento actual, as receitas brutas podem atingir um valor entre 260 e 270 mil milhões de patacas até ao final de 2026”, estimou. Alarmes soados A previsão inscrita no Orçamento para 2025 apontava para receitas totais na ordem dos 240 mil milhões de patacas, mas o fraco arranque do ano, sobretudo depois da guerra tarifária desencadeada pelos EUA, accionou os alarmes entre a equipa económica do Executivo de Sam Hou Fai, que aprovou em Junho um Orçamento Rectificativo em que cortou 4,56 mil milhões de patacas na previsão de receitas, altamente dependentes do setor do jogo (cerca de 83 por cento do PIB de Macau). A Associação Económica de Macau prevê que o crescimento anual do PIB em 2025 venha a ser em torno dos 5,4 por cento, um estimativa escudada na “tendência estável e positiva dos principais indicadores de desenvolvimento económico, funcionamento globalmente estável dos sistemas orçamental e financeiro e manutenção de baixas taxas de desemprego”. Quanto ao próximo ano, acrescenta a associação, “prevê-se que a economia de Macau mantenha a trajectória estável e positiva”, embora o panorama global “continue a ser caracterizado por turbulências e complexidade interligadas”. O Orçamento do Governo para 2026 aponta para um aumento de 3,5 por cento nas receitas dos casinos de Macau no próximo ano, atingindo 236 mil milhões de patacas, ainda assim, o valor mais elevado desde a pandemia. Outros desafios críticos que Macau enfrenta em 2026 são o do estímulo ao consumo local e o do apoio às pequenas e médias empresas (PME). Em declarações à Lusa, Lei Choek Kuan, presidente da Federação da Indústria e Comércio de Macau, apontou para a mudança “irreversível” nos padrões de consumo em curso e sublinhou a importância do apoio governamental para que as empresas mantenham a confiança. O economista Henry Lei defende uma transformação estrutural mais profunda que vá além dos subsídios e sugeriu que as PME locais devem procurar a diferenciação e serviços ‘premium’ — como “melhorar o serviço pós-venda, desenvolver produtos culturais criativos e criar experiências culinárias de alta gama” — para atender a um nicho demográfico de alto poder de compra, em vez de competirem pelo preço com o Interior da China.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCPSP | Agente conduz bêbedo, tem acidente e foge do local O agente policial de 31 anos fez o teste do balão e acusou 1,88 gramas de álcool por litro de sangue. Além da responsabilidade criminal, o CPSP instaurou um processo disciplinar ao agente Um agente do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) está a ser alvo de um processo disciplinar por conduzir alcoolizado, bater com a viatura num canteiro de flores e fugir do local. O incidente aconteceu na madrugada de 24 de Dezembro, quando o homem com 31 anos se encontrava de folga, pelo que está a ser investigado pelos crimes de condução em estado de embriaguez e fuga à responsabilidade. Segundo as autoridades, o caso foi detectado logo na madrugada de 24 de Dezembro, quando a polícia foi chamada ao cruzamento entre a Rua da Barca e a Rua de João de Araújo, depois de uma viatura ter batido contra um canteiro de flores. O resultado foi um cenário de destruição ao qual não escaparam postes metálicos e um canteiro de flores. Depois de identificarem a viatura envolvida o acidente, as autoridade abordaram o agente que estava de folga, que aparentava ter um forte cheiro a álcool. Suspeitas que foram confirmadas pelo teste do balão, que apresentou um resultado de 1,88 gramas de álcool por litro de sangue. Além disso, o veículo do detido tinha sido estacionado de forma ilegal. O caso foi encaminhado para o Ministério Público, e o agente está indicado dos crimes de condução em estado de embriaguez, que implica uma pena que pode chegar a 1 ano de prisão, e de fuga à responsabilidade, cuja pena de prisão pode atingir 1 ano. Alarme a tocar O facto de o suspeito ser um agente do CPSP levou a que o acidente merecesse uma reacção da polícia, através do site da secretaria da segurança. “ O CPSP lamenta profundamente o caso de condução em estado de embriaguez por parte de agente policial, reiterando que sempre tem dado grande importância ao comportamento disciplinar do seu pessoal” foi publicado. O CPSP garantiu também que os actos dos agentes “que violem a lei e a disciplina são tratados com severidade e de acordo com a lei”. Além da responsabilidade criminal, o CPSP instaurou no mesmo dia um inquérito disciplinar “para efectivar a responsabilidade disciplinar nos termos da lei”. Em resposta ao incidente, é indicado no portal do secretário para a Segurança que “todos os departamentos receberam instruções imediatas para reforçar, de forma contínua, a sensibilização e a educação dos seus agentes subordinados, lembrando aos agentes que a sua conduta pessoal está ligada à imagem positiva da força policial”. Foi também destacado que mesmo quando os agentes estão “fora de serviço” devem “manter os mais elevados padrões de autodisciplina e cumprir as leis e regulamentos”.
Hoje Macau SociedadeL’Arc | SJM obtém autorização para exploração directa A concessionária a SJM Resorts obteve autorização para explorar o Casino L’Arc Macau, sob a forma de gestão e exploração directa, a partir das 02h do dia 30 de Dezembro. O anúncio foi feito pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) e era esperado depois de ter sido divulgado um acordo para a aquisição do casino pela concessionária. “Tendo em conta que o ‘período transitório’ de três anos concedido aos ‘casinos-satélite’ termina no fim do ano corrente, a SJM apresentou um pedido para cessar a exploração do Casino L’Arc Macau como “casino-satélite” a partir das 01h59 do dia 30 de Dezembro, o qual foi autorizado pelo Governo da RAEM”, foi indicado. “Após análise e ponderação, o Governo da RAEM considerou que o pedido preenche os requisitos e condições da respectiva legislação, pelo que concedeu autorização ao referido pedido”, foi acrescentado. A DICJ promete ainda fiscalizar a exploração do casino.
Hoje Macau SociedadeImobiliário | Quebra da natalidade ligada a crise O presidente da Centaline Property Agency, Shih Wing-ching, considera que a quebra da natalidade é um dos factores que está a contribuir para a redução do valor do imobiliário. A posição foi tomada numa entrevista à estação am730, citada pela Macau News Agency. Segundo Shih, nos últimos cinco anos o preço da habitação em Macau apresentou uma redução de 40 por cento, motivada em grande parte pela taxa de natalidade, actualmente de 0,68 crianças por mulher. Por isso, apelou às autoridades para facilitarem as políticas de imigração, para que o preço volte a recuperar. “O declínio contínuo esgotou a confiança dos residentes. Até mesmo os compradores estão hesitantes em entrar no mercado, temendo perdas no valor dos activos», afirmou. O responsável admitiu ainda que o Governo não está propriamente preocupado, apesar das perdas dos compradores: “Eles acharam que preços mais baixos das casas não eram necessariamente uma coisa má, e que os jovens poderiam assim entrar no mercado imobiliário — uma situação que poderia ajudar na estabilidade social, com menos queixas”, completou.
João Santos Filipe Manchete SociedadeBanco Tai Fung | Fitch reduz rating de viabilidade financeira O desempenho dos empréstimos ligados ao mercado imobiliário no Interior da China é apontado pela agência de notação como o principal factor para a redução do rating para o nível “bb”. A avaliação sobre a emissão de dívida foi mantida em “BBB+” A agência de notação financeira Fitch reduziu o rating de viabilidade financeira do Banco Tai Fung de “bb+” para “bb”, alertando para o possível impacto de eventos inesperados na sobrevivência da instituição. A alteração foi anunciada na semana passada e justificada com o impacto dos empréstimos ao mercado imobiliário do Interior da China no desempenho financeiro do banco. O nível “bb” é o quinto mais elevado da escala com 10 patamares do rating de viabilidade financeira, mas indica a existência de uma “vulnerabilidade elevada” na viabilidade do banco, caso se registem “alterações inesperadas nas condições comerciais ou económicas a longo prazo”. A alteração do rating de viabilidade financeira acontece apesar da Fitch reconhecer que existem expectativas “moderadas” de continuidade da viabilidade do banco e uma “forte solidez financeira”, ligadas ao facto de o Banco Tai Fung ser propriedade do Banco da China. No entanto, os empréstimos ligados ao mercado do imobiliário no Interior da China são uma preocupação. A Fitch indica que no final da primeira metade deste ano os empréstimos representavam 22 por cento do total dos activos do banco, uma exposição considerada “acima da média do sistema bancário de 15 por cento”. “Prevemos que o mercado imobiliário demorará a recuperar, prolongando a recuperação financeira do banco”, indicou a agência. Em termos negativos, a Fitch destaca ainda a menor qualidade dos activos do banco, porque a taxa dos empréstimos em incumprimento continua “demasiado alta”, num valor de 15,8 por cento do total destes empréstimos. A taxa de incumprimento é também realçada como um factor de redução significativa dos lucros do banco, não só devido aos empréstimos que ficam por pagar, mas também porque o mercado vai ter uma menor procura por empréstimos, que tem sido um dos suportes do modelo comercial da instituição. Apoio de cima Apesar dos desafios, o banco tem a seu favor o facto de ser propriedade do Banco da China, que os analistas acreditam estar pronto para injectar dinheiro no Tai Fung. A ligação ao Banco da China faz com que a avaliação sobre a emissão de dívida seja mantida em “BBB+”, o quarto nível mais elevado dos 11 que constituem o rating. O banco estatal chinês tem uma avaliação superior ao do Tai Fung em termos do rating de emissão de dívida. Perante esta diferença, a Fitch admite uma revisão em alta do nível do Tai Fung, se houver sinais de que o Banco da China está pronto para injectar capital na instituição fundada por Ho Yin. Em termos do ambiente operacional do Tai Fung, a Fitch destaca que é o quarto maior banco em Macau, medido pelo valor dos empréstimos, onde se espera que o jogo continue a impulsionar o crescimento da economia.
Andreia Sofia Silva SociedadeDesemprego | Taxas global e de residentes sem alterações A Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) revelou que a taxa de desemprego, em termos globais, foi de 1,7 por cento entre os meses de Setembro e Novembro; enquanto a taxa de desemprego dos residentes se fixou, no mesmo período, em 2,3 por cento. Trata-se, segundo um comunicado da DSEC, das mesmas taxas face aos meses de Agosto a Outubro deste ano. A DSEC destaca que o número de residentes desempregados foi de 6.700, sendo que a maioria dos que procuravam emprego “trabalhou anteriormente nos ramos do comércio a retalho e das lotarias e outros jogos de aposta”. Destaca-se também uma subida de 0,5 por cento nos residentes à procura do primeiro emprego, categoria que representa 14,4 por cento dos desempregados com estatuto de residente, também nos meses de Setembro a Novembro. Outro dado anunciado diz respeito ao número de residentes subempregados, 5.900, “salientando-se que a maior parte pertencia ao ramo das actividades imobiliárias e serviços prestados às empresas, ao ramo dos transportes e armazenagem e ao ramo do comércio a retalho”. De acordo com as estimativas preliminares dos registos de migração, o número médio de residentes da RAEM e trabalhadores não-residentes, que trabalhavam na RAEM mas viviam no exterior, foi estimado em cerca de 109.300 no período de referência. A mão-de-obra total, composta por estes indivíduos e pela população activa que vivia na RAEM (385.600), era de 494.900 pessoas, mais 2.700, face ao período anterior.
Hoje Macau SociedadeAeroporto | Empresa de Chan Chak Mo vence concurso A Companhia de Bright Luck Gourmet, que integra o grupo Future Bright, controlado pelo ex-deputado Chan Chak Mo, venceu o concurso público para fornecer refeições à SEMAC, a empresa responsável pela segurança do aeroporto. A informação foi divulgada pela Direcção dos Serviços da Supervisão e da Gestão dos Activos Públicos. Segundo os dados do concurso público, a Bright Luck Gourmet apresentou uma proposta de 31 patacas por refeição dos trabalhadores, num total de 6,8 milhões de patacas. As mesmas condições foram apresentadas pela Sociedade de Serviços de Gestão de Restauração Hua Feng, que foi preterida. Além destas duas propostas houve uma terceira da empresa Ou Leong Food Products Factory que não chegou a ser admitida. A Ou Leong tinha uma proposta de 35 patacas por refeição.
João Santos Filipe Manchete SociedadeGripe das Aves | Importações de carne da Polónia restringidas Um surto recente de gripe das aves em Żuromin, na Polónia, levou o Instituto para os Assuntos Municipais a proibir a importação de carne congelada e ovos da zona afectada O Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) vai recusar todos os pedidos de importação de carne aviária proveniente de Żuromin, que fica a cerca de 120 quilómetros noroeste de Varsóvia, na Polónia. O anúncio foi feito depois de ter sido detectado nesta zona do país europeu um surto de gripe aviária H5N1. “A carne de aves e os produtos avícolas provenientes das áreas afectadas não serão aprovados para importação, foi divulgado em comunicado. “O Instituto para os Assuntos Municipais continuará a monitorizar rigorosamente os alimentos frescos importados vendidos em Macau através dos seus mecanismos eficazes de inspecção e quarentena de importação”, foi acrescentado. Como resultado da medida, os importadores de carne de Macau foram alertados para as restrições, aos mesmo tempo que o IAM promete uma “uma supervisão rigorosa da carne de aves e dos produtos à base de carne de aves importados e vendidos em Macau”. As medidas de Macau imitam o que foi feito em Hong Kong, onde as restrições à importação foram anunciadas um dia antes pelo Centro de Segurança Alimentar. Contudo, em Hong Kong as autoridades clarificaram que desde o início do ano até à implementação das restrições tinham sido importadas 1.870 toneladas de carne de aves congelada, e ovos, da Polónia. As autoridades de Hong Kong explicaram também que a restrição foi implementada depois de um alerta global da Organização Mundial de Saúde Animal. Tudo controlado No comunicado, o IAM garantiu ainda que “de acordo com as leis e regulamentos em vigor em Macau, todos os produtos alimentares frescos devem ser declarados e submetidos a inspecção e quarentena obrigatórias no momento da importação”. As autoridades explicaram igualmente que, de acordo com as exigências vigentes, a análise ao “pedido de importação”, o IAM tem acesso aos “certificados sanitários emitidos pelas autoridades competentes do país de origem”, permite confirmar “que os produtos são originários de áreas não afectadas por surtos e próprios para consumo humano”. O IAM clarificou que se houver “um surto numa determinada região, as autoridades sanitárias e de quarentena daqueles locais não podem emitir certificados sanitários”, o que permite fazer o controlo e evitar a importação para Macau. Além destes procedimentos, o Instituto para os Assuntos Municipais promete também “continuar a monitorizar os pedidos de importação de produtos de origem animal de todas as regiões, de acordo com os anúncios da Organização Mundial de Saúde Animal” ao mesmo tempo que adoptam “medidas de controlo preventivo”.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeDireito | Vitalino Canas apresenta novo livro sobre Lei Básica Vitalino Canas, jurista e antigo chefe de gabinete do governador Rocha Vieira, é co-coordenador da obra “Lei Básica da RAEM: 30 anos”, lançada esta sexta-feira no Centro Científico e Cultural de Macau. Em declarações ao HM, fala de um diploma que foi “uma espécie de balão de ensaio e demonstração daquilo que a RPC estava disposta a fazer em termos de abertura” a certas questões jurídicas Foi apresentado, esta sexta-feira, o livro “Lei Básica da RAEM: 30 anos”, projecto editorial que nasce de uma conferência sobre este tema e que tem coordenação de Vitalino Canas, jurista e antigo chefe de gabinete do governador Vasco Rocha Vieira, e Carmen Amado Mendes, presidente do Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM). Esta entidade foi também responsável pela edição da obra. Em declarações ao HM, Vitalino Canas recordou alguns momentos da discussão e produção da Lei Básica, defendendo que este diploma, à semelhança da Lei Básica de Hong Kong, “foram uma espécie de balão de ensaio e também de demonstração daquilo que a República Popular da China (RPC) estava disposta a fazer em termos de abertura a determinadas questões relacionadas com [outros] ordenamentos jurídicos, como a separação de poderes e organização do poder político, ou direitos fundamentais”. Para Vitalino Canas, a Lei Básica da RAEM, que este sábado celebrou 26 anos de existência, foi ainda “uma espécie de cartão de visita sobre até onde a RPC estava disposta a ir, em Macau e Hong Kong, mas até numa evolução futura”. “Conheço algumas controvérsias e dúvidas que têm surgido em alguns sectores da comunidade sobre se a Lei Básica estará a ser totalmente cumprida ou não, se haverá aspectos em que há retrocessos ou limitações. Fazendo a apreciação do exterior, creio que a Lei Básica tem sido cumprida, sem prejuízo de alguns aspectos que têm sido notícia”, disse ainda. Questionado sobre os desafios que se colocam à implementação da Lei Básica até 2049, e se poderá ocorrer uma eventual revisão do diploma, Vitalino Canas afasta essa possibilidade. “Não sou muito adepto nem de revisões constitucionais, nem na revisão de documentos básicos. Se olharmos para algumas experiências, a Constituição norte-americana tem quase 240 anos, já foi revista algumas vezes, mas as revisões são sempre muito pouco profundas, e ocorrem até mais para aditamentos do que, propriamente, para se fazerem modificações.” O responsável considera “mais importante” olhar para “as estruturas que têm responsabilidade na aplicação [da Lei Básica], designadamente os tribunais, e para a doutrina e jurisprudência”, que são estruturas jurídicas “com melhores condições para actualizar a interpretação da Lei Básica”. Vitalino Canas defendeu também uma “conjugação de esforços entre as comunidades académicas de Portugal e de Macau, e de outros sectores que se pronunciam sobre a Lei Básica, sobre o que ela contém e como está a ser aplicada”. “Se houver circunstâncias em que essa aplicação eventualmente suscite dúvidas, ninguém melhor que a academia, a doutrina, especialistas e juristas, para apontarem caminhos de aperfeiçoamento desse cumprimento”, frisou. Estudar é preciso “Lei Básica da RAEM: 30 anos” nasce de uma conferência realizada no CCCM, trazendo artigos sobre a natureza jurídica da Lei Básica, direitos ou sobre a estrutura judiciária do território, entre outras temáticas do Direito. Trata-se de uma obra que pretende dar uma resposta e um contributo à área do Direito sobre Macau. “Pensámos, eu e a Carmen Amado Mendes, que seria importante para o panorama doutrinário português haver este tipo de contributos disponível para o público, porque escreve-se muito pouco sobre as questões jurídicas relacionadas com Macau.” “Quando falo de nós, académicos em Portugal, não estamos a cumprir o nosso papel de actualizar o nosso ‘know-how’ e o nosso quadro de investigadores, que era grande quando tínhamos a administração do território de Macau. Portugal tem todo o interesse em manter conhecimento, informação e capacidades sobre o que se passa em Macau, designadamente do ponto de vista jurídico. E aqui também, dentro da nossa academia, não considerando essas temáticas longínquas e que já não interessam a Portugal.” Este livro é, ainda assim, “um contributo modesto”, estando a ser preparado “outro livro com mais artigos” sobre temas relacionados com a Lei Básica. No caso do ensino superior local, Vitalino Canas destaca que existem “muitos juristas portugueses que tratam de temas relacionados com o regime jurídico em Macau, mas digamos que a interligação entre o que se faz em Macau e Portugal não tem sido eficaz”. “Na qualidade de vice-presidente do Instituto para a Cooperação da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa tenho procurado mobilizar e encorajar alguns investigadores, sobretudo alguns os jovens, para que se interessem pelas temáticas jurídicas de Macau, até porque continua a haver uma relação estreita entre Portugal e Macau por vários motivos”, disse. Vitalino Canas viveu em Macau entre os anos de 1986 e 1991 e foi membro do Governo português entre 1995 e 2002, tendo estado ligado ao chamado Gabinete de Macau. Olhando hoje para trás, numa altura em que a RAEM celebra 26 anos de existência, o jurista destaca que, no processo de transição, “o grande desafio foi pôr uma cultura jurídica chinesa” em conjugação com a cultura jurídica portuguesa e “tornar as duas entendíveis uma em relação à outra”.
Hoje Macau SociedadeInflação em Macau acelera pelo quarto mês consecutivo A inflação anual em Macau acelerou em Novembro, pelo quarto mês consecutivo, atingindo 0,72 por cento, o valor mais elevado dos últimos 15 meses, foi ontem anunciado. A subida do índice de preços no consumidor (IPC) em Novembro foi 0,12 pontos percentuais mais elevada do que em Outubro, e o valor mais elevado desde Agosto de 2024 (0,74 por cento), segundo dados oficiais. De acordo com a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos, a aceleração da inflação deveu-se sobretudo aos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas (mais 1,25 por cento). O custo das refeições adquiridas fora de casa subiu 1,6 por cento. Os gastos com rendas ou hipotecas de apartamentos subiram 0,73 por cento e 0,49 por cento, respectivamente. Em 11 de Novembro, a Autoridade Monetária de Macau aprovou a terceira descida da taxa de juro este ano. Em Abril de 2024, a Assembleia Legislativa do território acabou com vários impostos sobre a aquisição de habitações, para “aumentar a liquidez” no mercado imobiliário, defendeu na altura o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong. Com a recuperação no número de visitantes, a região registou uma subida de 32,9 por cento no preço da joalharia, ourivesaria e relógios, produtos populares entre os turistas da China continental. Pelo contrário, os gastos com electricidade caíram 3,1 por cento, enquanto o preço dos serviços de telecomunicações decresceu 3,4 por cento. Do Interior A inflação em Macau acelerou em Novembro, num período em que o IPC voltou a subir na China continental, pelo segundo mês consecutivo. Na China continental, de longe o maior parceiro comercial de Macau, o IPC subiu 0,7 por cento em termos homólogos em Novembro, registando o aumento mais elevado desde Fevereiro de 2024. A China registou deflação em seis dos 11 meses deste ano. A deflação reflecte debilidade no consumo doméstico e no investimento e é particularmente gravoso, já que uma queda no preço dos activos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias. O valor registado em Setembro confirmou as expectativas da maioria dos analistas, após dois meses consecutivos de quedas, seguidos por uma subida inesperada de 0,2 por cento em Outubro. A segunda maior economia mundial enfrenta há mais de dois anos pressões deflaccionistas, com a fraca procura interna e o excesso de capacidade industrial a penalizarem os preços, enquanto a incerteza no comércio internacional dificulta o escoamento de produtos por parte dos fornecedores. O índice de preços no produtor, que mede os preços à saída da fábrica, aprofundou em Novembro a tendência negativa dos últimos dois anos, com uma descida homóloga de 2,2 por cento.
Hoje Macau SociedadeDroga | Apreendidas metanfetaminas no valor de 990 mil patacas A Polícia Judiciária anunciou a detenção de quatro pessoas do Interior e de Hong Kong, que entraram em Macau com cerca de 990 mil patacas em metanfetaminas transportadas em preservativos. A informação foi divulgada ontem e citada pelo jornal Ou Mun, sendo que a investigação terá começado a partir de uma denúncia. Segundo o relato, dois dos detidos entraram em Macau através das Portas do Cerco e alojaram-se num hotel, na zona norte da cidade. Mais tarde, foram ao encontro destes dois indivíduos outras duas pessoas, que transportavam consigo 275 gramas de metanfetaminas. A primeira revista da polícia aos dois indivíduos que chegaram mais tarde ao hotel permitiram apreender preservativos e fita-cola. No interior do quarto, as autoridades encontraram igualmente preservativos com droga no interior. As drogas, avaliadas no mercado em 990 mil patacas, pesavam 275 gramas. Os quatro detidos confessaram que o objectivo era que dois deles engolissem os preservativos com a droga e os transportassem para fora de Macau. Os outros dois foram responsáveis por trazer os estupefacientes para a RAEM.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeTurismo | Visitantes do Japão sobem quase 40% Dados estatísticos oficiais revelam que Macau recebeu, em termos anuais, mais turistas internacionais em Novembro, sendo que uma das maiores subidas, de 38,1 por cento, se refere a turistas oriundos do Japão. Novembro, representou o ultrapassar da fasquia dos três milhões de turistas, uma subida anual de 18,1 por cento O Japão foi o país de origem de turistas internacionais com uma das maiores expressões nos dados estatísticos relativos a Novembro, sendo apenas ultrapassado pela Tailândia. Dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) revelam que, no mês de Novembro, Macau recebeu 16.187 pessoas do Japão, uma subida de 38,1 por cento face a igual mês do ano passado. No caso da Tailândia, de onde vieram 15.140 turistas, a subida foi de 49,4 por cento. De destacar os cancelamentos recentes de concertos de artistas japoneses no território, não obstante os números positivos do turismo oriundo do país. Um deles, foi da cantora pop japonesa Ayumi Hamasaki, agendado para o dia 10 de Janeiro, e que ocorreu depois do cancelamento da actuação da mesma artista em Xangai, marcada para o dia 29 de Novembro. Também cancelado, foi o espectáculo de Natal com a banda Say My Name, que integra as artistas japonesas Hitomi Honda, a líder do grupo, e Terada Mei. O Governo negou qualquer interferência nestes cancelamentos por questões políticas, tendo a presidente do Instituto Cultural (IC), Deland Leong Wai Man, referido que “diferentes partes têm os seus factores de ponderação”. “É normal ter ajustamento sobre concertos ou diferentes eventos. Situações de cancelamento por força maior, é algo corrente”, acrescentou. No que diz respeito a outros países de origem de visitantes internacionais, no caso da Indonésia registou-se também uma subida de 23,1 por cento, enquanto que relativamente aos turistas vindos de Singapura foram de 12.920 em Novembro, uma quebra de 6,6 por cento. No caso dos turistas oriundos da Índia, a subida foi de 3,1 por cento, num total de 8.766 visitantes. Em termos gerais, e ainda relativamente a Novembro, o número de entradas de visitantes internacionais totalizou 273.950, mais 13,6 por cento, em termos anuais. Mais turistas de Zhuhai Olhando para os restantes números do turismo, os dados da DSEC mostram a vinda de 3.345.683 de turistas em Novembro, mais 18,1 por cento em termos anuais. Realça-se que o número de entradas de excursionistas (2.035.555) e de turistas (1.310.128) aumentaram 31,5 e 2,1 por cento, respectivamente, em termos anuais. Os turistas oriundos do Interior da China foram 2.397.043, mais 21,9 por cento, em termos anuais, destacando-se o número de entradas de visitantes com visto individual, 1.262.722, com uma subida de 36,1 por cento. Outro número positivo, prende-se com a subida de 33 por cento nas entradas de visitantes oriundos de nove cidades da região da Grande Baía, num total de 1.279.819, em relação a Novembro de 2024. Para este número, contribuiu o aumento de 71,2 por cento de entradas com origem em Zhuhai, descreve a DSEC. Nos 11 meses do ano, Macau recebeu 36.489.230, mais 14,4 por cento face a igual período de 2024.
João Luz Manchete SociedadeCPSP | Combate a turistas que simulam estar em trânsito A polícia de Macau reforçou o combate ao excesso de permanência no território com recurso ao abuso da política que permite o trânsito em Macau a indivíduos oriundos do Interior da China. Entre Janeiro e Novembro, foram descobertas mais de 7.800 pessoas que alegaram falsamente vir a Macau apanhar transporte para outro local Ao longo dos primeiros 11 meses deste ano, o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) deu conta de mais de 7.800 pessoas vindas do Interior da China que, alegadamente, iriam usar Macau como ponto de partida para destinos no estrangeiro, mas que acabaram por ficar no território abusando da justificação para a entrada. Num comunicado partilhado nas redes sociais, o CPSP especifica que foram recusadas entradas a pessoas que não tinham bilhetes de transportes válidos para viagens que teriam como ponto de partida Macau, que não saíram para o exterior ou que segundo os registos das autoridades tinham repetidas entradas e saídas de Macau. “Um pequeno número de indivíduos ignora os regulamentos da China Continental e de Macau, abusando do sistema de trânsito ao viajar frequentemente entre a RAEM e a China, sob o pretexto de transitar por Macau para alcançar o objectivo de residência de longo prazo e, em alguns casos, permanecer além do prazo permitido. Isso não só perturba a ordem normal de entradas e saídas, como também afecta a eficiência das travessias fronteiriças”, indicou o CPSP. As autoridades acrescentam que os “departamentos competentes” dos dois lados da fronteira “têm mantido uma postura rigorosa e de alta pressão, reforçando o escrutínio de casos de entrada suspeitos”. A polícia garante que quem não cumpre as regras de entrada será recusado, e que essa postura coíbe “de forma resoluta vários comportamentos ilegais”. Aprender com outros O CPSP também admitiu que são partilhadas frequentemente informações nas redes sociais com instruções detalhadas sobre formas de entrar em Macau irregularmente. Face a esta situação, as autoridades apelaram aos turistas para se certificarem que não estão a cometer ilegalidades que podem ter consequências e, em caso de ter dúvida, consultarem directamente o CPSP. A polícia reconhece no mesmo comunicado que, além do visto turístico, a permissão de entrada no território de passagem para outro lugar pode ser uma medida de incentivo à economia da RAEM. Porém, os titulares do passaporte da República Popular da China para entrar em Macau antes de seguir para outras paragens, precisam mostrar visto válido para viajar para o estrangeiro, assim como bilhetes ou reservas de viagens de avião para viagens com partida do Aeroporto Internacional de Macau. As autoridades acrescentaram ainda que vão continuar a realizar operações de fiscalização no Posto Fronteiriço da Ponte de Hong Kong-Zhuhai-Macau para interceptar indivíduos que abusem da política de permanência provisória.
Hoje Macau SociedadePatrimónio | Criticada protecção deficiente por parte do Governo O ex-candidato à Assembleia Legislativa, Johnson Ian, considerou que as acções de protecção do património cultural e histórico do Governo ficam sempre aquém as expectativas da população. A opinião foi publicada através do jornal Son Pou. Segundo Ian, esta falta de consciência do Governo levou a que ao longo dos anos se desenvolvessem várias polémicas como a construção de um prédio na Calçada do Gaio, com uma altura que bloqueia a vista para o Farol da Guia, ou a construção do viaduto entre Zona A e Zona B. Para o ex-candidato a deputado, estas situações mostram que o Governo não tem entendido as necessidades sociais ao nível da protecção do património cultural e histórico. O artigo visou o recente caso em que várias lojas no Largo de São Domingos colocaram tabuletas publicitárias vermelhas com carateres amarelos, cores que destoam do ambiente histórico daquela zona protegida. Sobre a polémica mais recente, Ian criticou o Instituto Cultural por não ter assumido com eficácia o papel de supervisão e só ter reagido às tabuletas depois de terem surgido críticas em grupos online. Face a esta falha, Johnson Ian alertou que o Governo tem que se manter activo e dar prioridade à preservação do património.
Hoje Macau SociedadeApartamentos para Idosos | Moradores dizem estar satisfeitos Um inquérito da associação dos Moradores concluiu que quase 70 por cento dos residentes locais estão satisfeitos com os apartamentos para idosos, um tipo de habitação pública para arrendamento. As conclusões tiveram em conta 755 questionários, feitos a 210 moradores do apartamentos e 545 residentes que não vivem neste tipo de habitação. Os resultados foram apresentados pelo membro da associação e deputado Leong Hong Sai, com os inquéritos a serem feitos online e também através de entrevistas presenciais, no Bairro do Iao Hon e na zona da Areia Preta. As respostas apontam para a satisfação com este tipo de habitação perto de 70 por cento. No pólo oposto, cerca de 5 por cento dos inquiridos afirmaram não estar satisfeitos de todo com o projecto. Segundo o jornal Ou Mun, apesar de a associação apontar que os resultados revelam “um nível de satisfação elevado”, há vários aspectos que não satisfazem os residentes, entre os quais está o valor das rendas, a falta de espaço, o design dos quartos e as relações com a vizinhança. Quase 85 por cento dos inquiridos indicou que considera a renda demasiado elevada e que devia haver subsídios ou redução do valor. Este aspecto é visto como o maior problema dos apartamentos para idosos. Por sua vez, em relação aos residentes que não moram na habitação para idosos, 40 por cento indicaram que ponderam arrendar um apartamento no futuro, enquanto 40 por cento dizem estar a “observar” o desenvolvimento do projecto. Houve ainda 20 por cento que afastaram de todo a possibilidade de viver num apartamento para idosos, devido às rendas elevadas.
João Santos Filipe Manchete SociedadeRestaurantes | Governo dá descontos para celebrar transferência Cerca de 500 restaurantes de Macau vão aceitar descontos que podem atingir 30 por cento do valor da refeição, num limite máximo de 60 patacas por pagamento. Os restaurantes nos casinos ficam de fora da iniciativa, que visa apoiar pequenas e médias empresas Para celebrar o 26.º aniversário da transferência da soberania a partir de hoje o Governo disponibiliza cupões de desconto especiais para comer em restaurantes. Entre hoje e 22 de Dezembro, os residentes podem gozar de um desconto até 30 por cento por refeição, num total de 60 patacas, desde que efectuem o pagamento com as aplicações electrónicas aderentes. Segundo um comunicado da Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT), a iniciativa visa “celebrar o 26.º aniversário do Regresso de Macau à Pátria e revitalizar o consumo nos bairros comunitários”. De acordo com os moldes apresentados, após levantarem os cupões de desconto, os residentes que paguem através dos meios de pagamentos móveis podem usufruir de um desconto de 30 por cento em cerca de 500 restaurantes. No entanto, a iniciativa deixa de fora os restaurantes nos grandes empreendimentos turísticos, o que foi explicado com a vontade de “prestar um apoio preciso às pequenas e médias empresas”. Os residentes podem levantar um total de três cupões por dia, com um desconto máximo de 60 patacas por cada cupão. Por cada pagamento só pode ser utilizado um cupão. Os cupões podem ser utilizados através das aplicações de telemóvel de pagamento Banco da China Macau Mobile Banking, ICBC e-Payment, MPay e Fung Pay. Celebrar todos juntos A informação detalhada sobre o novo esquema de incentivo ao consumo foi revelada ontem, depois do anúncio oficial em Novembro, mas as autoridades prometem fazer uma campanha intensa de promoção nos próximos dias. “Para aumentar a eficácia da actividade e a participação dos residentes, a DSEDT e as associações comerciais realizarão também uma série de acções promocionais, no sentido de disseminar amplamente a informação sobre os benefícios, incentivando os residentes a consumirem em Macau e celebrarem juntos o feriado”, foi prometido. Além da DSEDT, estão envolvidas na iniciativa a União das Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau e a Associação Industrial e Comercial de Macau. Nos últimos meses, o Governo tem lançado vários planos de incentivo ao consumo, com a oferta de cupões de desconto através das aplicações de móveis mais utilizadas no território. O objectivo passa por promover a economia dos bairros comunitários, que tem sido mais afectada pelo facto de os residentes preferirem consumir no Interior da China, onde os preços são mais competitivos.
Andreia Sofia Silva SociedadeDiocese | Novo Centro Católico inaugurado em 2026 A Diocese de Macau anunciou ontem, em comunicado, que o novo Centro Católico deverá ser inaugurado no próximo ano. No âmbito do anúncio das actividades de celebração dos 450 anos da fundação da Diocese de Macau, foi explicado que “o novo Centro Católico (com 17 pisos) deverá ser inaugurado ao longo do ano, em data a anunciar oportunamente”. O novo projecto inspira-se no conceito “O Encontro entre Deus e a Humanidade”, integrando espaços de exposição e funcionando como “ponto central de recolha e difusão da informação religiosa a nível local”. Serão também disponibilizados “serviços de acolhimento para visitantes e peregrinos” e organizadas duas exposições para a inauguração do Centro, intituladas “Honrar o Passado Criar o Futuro” e “Testemunha do Património Missão no Mundo”. A Diocese foi oficialmente fundada em 1576, sendo esta data celebrada com um novo logotipo, uma missa a 23 de Janeiro e um concerto em Fevereiro, entre outros eventos.
Hoje Macau SociedadeUPM | Assinado acordo com Universidade de Coimbra A Universidade Politécnica de Macau (UPM) e a Universidade de Coimbra (UC) assinaram um memorando de cooperação no contexto do projecto da Cidade (Universitária) de Educação Internacional de Macau e Hengqin. O objectivo desta parceria é, segundo um comunicado da UPM, “aprofundar a cooperação estratégia e construir, em conjunto, um campus global” na Zona de Cooperação em Hengqin. Pretende-se que este seja “um local de agregação de quadros qualificados internacionais de destaque, contribuindo para uma abertura de nível mais elevado do sector do ensino superior do País ao exterior”. O documento foi assinado pelos reitores das duas instituições, Marcus Im, da UPM, e Amílcar Falcão, da UC. De frisar, que este memorando foi assinado no âmbito da visita de uma delegação da UC ao território e à Zona de Cooperação.
João Luz Manchete SociedadeHengqin | Polícia investiga ataque à faca no Legend Ponto As autoridades policiais de Hengqin estão a investigar um ataque à face num centro comercial na zona aprofundada, perto da fronteira com Macau. Vídeos que circularam online mostram sangue no chão. Um jornal do Interior da China indica que o incidente poderá ter resultado de uma discussão As autoridades policiais de Hengqin confirmaram ontem estar a investigar um alegado ataque à faca ocorrido na quarta-feira à tarde, no centro comercial Legend Ponto, nas imediações do posto fronteiriço. Nas redes sociais, foram partilhados vídeos de um homem vestido de preto, com uma máscara e boné preto, a andar no centro comercial, deixando para trás manchas de sangue. Podem ver-se trabalhadores e clientes a afastar-se do indivíduo à medida que este vai avançando tranquilamente, sem que alguém intervenha. O internauta que filmou o homem indica “olha ali as manchas de sangue, a cena do crime”, virando a câmara para o chão onde se podem ver algumas manchas de sangue. Ontem, à hora do fecho desta edição, não havia detalhes sobre a ocorrência por parte das autoridades. Porém, um jornal da província de Shaanxi deu a notícia do ataque na quarta-feira e as autoridades confirmaram a investigação ao caso que já corria nas redes sociais. Uma publicação na internet descrevia “um homem vestido de preto que esfaqueou uma pessoa em público e, depois, abandonou o local tranquilamente, de forma arrogante”. A pessoa salienta que a polícia não o tinha apanhado e que o suspeito estaria a usar uma máscara que lhe cobria o rosto. Mais um caso As razões para o incidente divergem entre uma disputa entre dois transeuntes e um desentendimento entre o suspeito e uma pessoa que trabalha no centro comercial Legend Ponto. O portal noticioso HK01 avançou que uma pessoa terá sido assistida num hospital nas imediações, mas que a alegada vítima terá saído do hospital após receber tratamento pouco tempo depois. Há cerca de um mês, verificou-se uma situação semelhante em Zhuhai, que resultou numa “denúncia de que um homem havia agredido pessoas com uma pequena faca” na área de Xiangzhou. Os agentes dirigiram-se ao local, onde detiveram o suspeito, um homem de 48 anos, de apelido Lin, de acordo um comunicado autoridades da cidade vizinha, onde se lê que “duas pessoas sofreram ferimentos ligeiros” e “foram prontamente transportadas para o hospital para tratamento”. “As investigações revelaram que Lin tinha um histórico de várias consultas psiquiátricas”, nota-se ainda no comunicado da polícia de Zhuhai.
João Luz Manchete SociedadeCPSP | Mais de 250 acidentes em nove meses na Av. Rodrigo Rodrigues A polícia divulgou ontem um mapa de sinistros rodoviários relativos aos primeiros nove meses do ano. A Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues foi um dos pontos negros, com 258 acidentes, seguido da Ponte da Amizade. No total, entre Janeiro e Setembro ocorreram mais de 11 mil acidentes nas estradas de Macau, menos 28,5 por cento em termos anuais Nos primeiros noves meses de 2025, o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) registou 11.086 acidentes de viação nas ruas e estradas de Macau, menos 4.424 sinistros do que no mesmo período do ano passado, ou menos 28,5 por cento. Os dados estatísticos publicados ontem mostram que a Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues foi um dos pontos negros nos três primeiros trimestres deste ano, somando 258 acidentes, ocupando o primeiro lugar no pódio dos sinistros rodoviários, seguindo-se a Ponte da Amizade, com 216 acidentes, a Estrada do Istmo (191), Avenida da Amizade (190) e a Avenida Wai Long (175). Apesar da Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues ter passado a ser o local com mais acidentes no território, no período em análise registou menos 131 sinistros rodoviários em termos anuais. Nos primeiros nove meses do ano, só um acidente resultou em vítimas mortais. O acidente aconteceu no início de Agosto na Avenida da Amizade, perto do Edifício do Grande Prémio, quando uma viatura se despistou provocando quatro mortos e três feridos graves. O acidente aconteceu por volta das 06h, quando dentro da viatura com cinco lugares seguiam sete pessoas, todos residentes, com idades entre os 19 e 21 anos. Bate chapa Os acidentes registados na Avenida Rodrigo Rodrigues resultaram em 146 feridos, sem que as autoridades especifiquem entre feridos graves ou ligeiros. A Avenida do Nordeste foi outro ponto negro em termos de acidentes de viação na península de Macau, com quase duas centenas de sinistros rodoviários que resultaram em 82 dois feridos. Mais uma vez, as rotundas voltaram a ser pontos mais propícios a acidentes de viação. Nesse capítulo, destaque para a rotunda entre a Estrada da Baía de Nossa Senhora da Esperança e a Avenida Wai Long, na esquina entre o Venetian e o City of Dreams, onde se registaram 198 acidentes. Na rotunda que liga a Avenida do Estádio à Estrada Governador Albano de Oliveira, foram registados nos primeiros nove meses deste ano 111 acidentes. Em relação às causas para os sinistros rodoviários, os dados da CPSP não mostram as estatísticas deste ano. Porém, tendo em conta os números de 2024, as causas principais foram a “não manutenção de distância adequada” entre veículos, “falha no controlo da velocidade”, “descuido na mudança de direcção”, “não cedência de prioridade” e, por último, “descuido no recuo”.
Hoje Macau SociedadeEnsino infantil | Registo começa em Janeiro A Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) anunciou ontem que o registo de crianças que vão ingressar no ensino infantil pela primeira vez decorre entre os dias 6 e 16 de Janeiro. Segundo um comunicado da DSEDJ, os destinatários do sistema de registo central são todas as crianças que nasceram entre os anos de 2021 e 2023, sendo que os encarregados de educação podem escolher até seis escolas em Macau e uma “escola destinada aos educandos da RAEM” sediada em Hengqin. O registo pode ser feito na plataforma Conta Única ou website da DSEDJ, sendo que o período para a realização das entrevistas decorrerá entre 1 e 25 de Março. A partir do dia 8 de Abril os pais terão acesso a um código QR para terminar as formalidades de registo, devendo, até ao dia 10 de Abril, aceder ao sistema do registo central para confirmar a escola escolhida. No dia seguinte, as escolas publicam a lista de alunos admitidos que ficam como suplentes. Os pais de todos os alunos admitidos deverão, assim, dirigir-se a essa escola a partir de 13 de Abril para proceder às formalidades da matrícula ou transferência escolar.
Hoje Macau SociedadeComércio | Mannings fecha todas as lojas no Interior Na terça-feira, o Grupo Mannings anunciou o encerramento de todas as lojas físicas no Interior assim como da loja online e nas plataformas electrónicas Tmall, JD e Pinduoduo. O encerramento das lojas físicas vai acontecer a 15 de Janeiro. No caso das lojas online, a desactivação vai decorrer na próxima semana. Os encerramentos foram explicados com a necessidade de ajustar a estratégia comercial. Apesar destes encerramentos, os clientes do Interior vão poder continuar a comprar os produtos através do portal de Hong Kong do grupo. Segundo os dados da empresa, a Mannings tem mais de 320 lojas em Hong Kong e Macau. Desde 2004, o grupo entrou no mercado do Interior, e o número de lojas chegou às 200 unidades, do período com maior procura. Actualmente, o número de lojas é de 120 unidades.
João Santos Filipe Manchete SociedadeHabitação | Menos transacções e casas mais baratas O mercado de habitação continua a diminuir de forma consistente. Em termos anuais, Novembro registou uma redução de 20,4 por cento no número de transacções e de 10,9 por cento no preço médio do metro quadrado Em Novembro, o número e transacções de habitação apresentou uma redução anual e 20,4 por cento, de acordo com os dados mais recentes publicados pela Direcção dos Serviços de Finanças (DSF). No mês passado, registaram-se 238 transacções, quando em Novembro de 2024 se contabilizaram 299 transacções, uma redução de 61 negócios. O mercado mais activo em Novembro deste ano, foi o da Península de Macau com 173 transacções, menos 35 que no ano passado, o que representou um queda de 16,8 por cento. Na Taipa, foram registadas 44 vendas de habitação, menos 24 do que no ano passado, quando foram registadas 68. Finalmente, em Coloane registaram-se 21 transacções, uma redução de duas vendas em relação ao período homólogo. Em termos dos preços da habitação, o mês de Novembro ficou marcado por uma redução no metro quadrado, em relação ao mesmo mês de 2024, de 74.364 patacas para 69.311 patacas. Esta representou uma diferença anual de 5.053 patacas ou 6,8 por cento. A redução do preço foi comum a todos os três mercados. Em Coloane, o preço médio do metro quadrado caiu de 93.970 patacas para 83.707 patacas, uma diferença de 10,9 por cento por cento. Na Península e na Taipa os preços apresentaram igualmente uma tendência negativa. Em Macau, o metro quadrado desvalorizou no espaço de um ano de 70.526 patacas para 66.303 patacas, uma diferença de 6,0 por cento. Na Taipa, a redução foi de 78.144 patacas para 71.155 patacas, uma desvalorização anual de 8,9 por cento. Duplamente negativo Também a comparação mensal mostra um mercado a encolher ao nível do número de transacções e dos preços praticados. Entre Outubro e Novembro deste ano, o preço médio do metro quadrado apresentou uma redução de 4,9 por cento, de 72.873 patacas por metro quadrado para 69.311 patacas por metro quadrado. A redução do preço deveu-se ao mercado da Península, com uma diminuição de 72.629 patacas para 66.303 patacas, o correspondente a 8,7 por cento e a Coloane, com uma redução dos preços de 87.535 patacas para 83.707 patacas, correspondente a 4,4 por cento. Já na Taipa, o metro quadrado valorizou 11,5 por cento no espaço de um mês de 63.802 patacas para 71.155 patacas, contrariando a tendência geral.
Hoje Macau SociedadeIniciativa de Macau | Manifesto defende aposta na tecnologia O Fórum Internacional de Intercâmbio Civilizacional terminou ontem com a divulgação da ‘Iniciativa de Macau’ de um manifesto que apela aos jovens para aproveitarem a tecnologia ao serviço do diálogo e cooperação entre civilizações. Na cerimónia de encerramento, a presidente do Instituto Cultural de Macau, que organizou o fórum, leu o documento, que “encoraja os jovens a aproveitar as novas tecnologias, como a digitalização e as aplicações inteligentes”. Leong Wai Man afirmou que é preciso formar as novas gerações “para que se tornem herdeiros e inovadores da aprendizagem mútua entre civilizações” e construam um mundo “inclusivo, cooperativo e virado para o futuro”. O manifesto defende ainda a necessidade de não apenas proteger o património partilhado da humanidade, mas também de reforçar “a utilização inovadora das várias formas de património cultural tangível e intangível”. O documento apela à “exploração profunda do valor contemporâneo das culturas históricas de todos os países”, usando a “transformação criativa” para aplicar a “sabedoria tradicional” no mundo moderno. Macau é o local ideal para esta iniciativa, refere o manifesto, devido à “valiosa experiência de coexistência harmoniosa de civilizações reflectida no centro histórico” da região. O fórum assinalou ainda os 20 anos desde que a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) classificou o centro histórico de Macau como Património Mundial, em 2005.