Hoje Macau SociedadeC-PLPEX | Empresas alimentares lusas querem chegar ao Interior As empresas portuguesas Pudim da TV e PortugalFoods estão a participar na C-PLPEX e tentam penetrar no mercado do Interior. A tarefa não é encarada como fácil, mas os apoios em Macau e de parceiros do outro lado da fronteira podem ajudar Uma empresa de Fafe disse ontem que está a investir em robots para conseguir produzir, por ano, um milhão de pudins inspirados no pudim abade de priscos e começar a exportar para a China. O criador do Pudim da TV, Paulo Fernandes, anunciou à Agência Lusa que, até ao final do ano, a fábrica da empresa no distrito de Braga terá quatro robots a operar, atingindo assim a capacidade para produzir um milhão de pudins por ano. A unidade fabril, criada há dois anos e meio, já fornece sobremesas a mais de 400 restaurantes em Portugal e exporta para nove países na Europa e América do Sul, disse Fernandes. O empresário falava aos jornalistas durante o segundo dia da 2.ª Exposição Económica e Comercial China–Países de Língua Portuguesa (C-PLPEX), que está a decorrer em simultâneo com a 30.ª Feira Internacional de Macau. Fernandes trouxe o Pudim da TV ao território “acima de tudo para tentar perceber como é que é o palato daqui dos chineses, se o pudim é bem aceite ou se nós temos que fazer alguma afinação ao sabor”. A empresa, cujo volume de negócios atinge “umas centenas de milhares de euros”, pretende também “arranjar parceiros” para fazer a distribuição do pudim e repetir “o crescimento exponencial” do pastel de nata no estrangeiro. Paulo Fernandes disse estar a analisar a possibilidade de aderir a um programa do Governo de Macau, que irá entrar em vigor em Novembro, para ajudar empresas estrangeiras a internacionalizar-se a partir da região. O chef revelou que tem reuniões marcadas com potenciais parceiros. Dependendo do interesse, Macau pode ser a “porta de entrada” do Pudim da TV para mercados como a vizinha Hong Kong e a China continental. Aposta no Online Por sua vez, a empresa PortugalFoods revelou ter assinado um acordo com a Tmall para ter “uma forte presença portuguesa” numa das maiores plataformas de comércio electrónico da China. A directora executiva da PortugalFoods considerou “muitíssimo interessante” o protocolo de cooperação assinado durante a 2.ª C-PLPEX, em Macau. “O nosso objectivo é começarmos a trabalhar realmente na constituição de – eu não digo uma loja – uma forte presença portuguesa nesta plataforma”, explicou Deolinda Silva. “Não é fácil, mas eles estão ali prontos para nos ajudar, e nós também já vamos cada vez mais adquirindo mais conhecimento sobre o desafio que nos espera”, admitiu a dirigente. A cooperação arrancou ontem, com uma apresentação dos produtos das empresas associadas da PortugalFoods junto de empresas chinesas “das mais variadas categorias”, revelou Silva. A associação trouxe produtos de 12 companhias à C-PLPEX, mas conta com mais de 200 associados entre empresas, entidades do sistema científico e da fileira agroalimentar e outras actividades conexas. A apresentação faz parte de uma estratégia da Tmall para promover os produtos agroalimentares portugueses “de uma forma agregada, para se ganhar alguma dimensão”, explicou a directora executiva da PortugalFoods. “O trabalho que tem de ser feito junto destes parceiros chineses é imenso, porque praticamente não existe uma presença de produtos portugueses”, lamentou Silva. A China “é um mercado com um potencial brutal mas que deve ser trabalhado de forma faseada e por regiões”, acrescentou Silva, que apontou o sul da China como prioridade.
Hoje Macau Manchete SociedadeCrime | Mulher extorquiu 200 mil patacas a homem surdo mudo Uma residente foi detida depois de alegadamente ter extorquido a um homem surdo e mudo mais de 200 mil patacas. O caso foi revelado ontem pela Polícia Judiciária (PJ), que apresentou a residente local como prostituta. Segundo o relato da PJ, citado pelo jornal Ou Mun, o homem mantinha um relacionamento com a prostituta há mais de 10 anos, ao ponto de ela saber onde ele morava. No entanto, desde o final do ano passado, que a mulher começou a visitar a casa do homem para lhe exigir dinheiro que ele recebia em apoio sociais. Com ameaças de violência, a vítima aceitou pagar todos os meses quantias de valor variável, entre 5 mil patacas e 10 mil patacas. O caso foi descoberto quando uma assistente social ajudou o homem a abrir uma conta bancária e verificou que havia levantamentos de dinheiro sem qualquer explicação. A assistente confrontou o homem com os levantamentos, e este contou que estava a ser alvo de extorsão, pelo que acabou por apresentar queixa na PJ. A mulher acabou detida na quarta-feira, quando regressou a Macau, vinda do Interior, através das Portas do Cerco. Interrogada pelas autoridades, confessou o crime e indicou que precisava do dinheiro para pagar dívidas de jogo. A detida tem cerca de 50 anos e afirmou estar desempregada, apesar de ter sido apresentada pelas autoridades como prostituta. O caso foi encaminhado para o Ministério Público e a mulher está indiciada do crime de extorsão, que implica uma pena de 2 a 8 anos de prisão.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeHengqin | Morador queixa-se da qualidade das habitações Infiltrações e janelas de má qualidade. Estes são alguns dos problemas apontados por um dos moradores do Novo Bairro de Macau na ilha de Hengqin sobre as casas do complexo residencial. Ao participar no programa matinal Fórum Macau, do canal chinês da Rádio Macau, o homem, de apelido Sou, diz que já houve queixas e espera melhorias Um morador do Novo Bairro de Macau na ilha de Hengqin queixou-se ontem da má qualidade das casas, ao participar no programa matinal Fórum Macau do canal chinês da Rádio Macau. O homem, de apelido Sou, afirmou que reside no complexo habitacional há cerca de um ano e já encontrou alguns problemas na construção recente, sendo que outros proprietários também se queixam da má qualidade de algumas infra-estruturas. “A qualidade das janelas nos quartos é muito má, e temos proprietários a partilhar fotografias em grupos de chat em que se vê infilitrações em casa através das janelas. Eu próprio já resolvi esse problema, tendo pedido a uma empresa para mudar as janelas”, confessou Sou no programa. O cidadão afirmou também que outros proprietários se queixam, nos referidos grupos de conversação, de casos ainda mais graves, como janelas das casas de banho que também causam infiltrações nos apartamentos ou que já apresentam ferrugem. Sou disse que apesar dos donos das casas irem fazendo a manutenção, retirando a ferrugem, ela volta a aparecer. Há também problemas com os sistemas de ar condicionado. “A estrutura exterior do ar condicionado da sala de estar está colocada num suporte colocado na varanda da cozinha, no andar de cima. Este design não é razoável e foi feito apenas para se poupar nos materiais”, acusou. Queixas e mais queixas São ainda poucos os residentes no Novo Bairro de Macau, mas a verdade é que já foram apresentadas queixas por parte deste grupo de proprietários, onde se inclui o próprio ouvinte do programa Fórum Macau. Porém, segundo o seu relato à rádio, o Departamento Municipal de Habitação e Desenvolvimento Urbano-Rural de Zhuhai, responsável por este complexo habitacional, respondeu que é necessária uma coordenação com o condomínio para alterar o sistema de instalação do ar condicionado. O ouvinte explicou que não foram ainda criados condomínios no Novo Bairro de Macau porque só foram vendidos 1.500 apartamentos até à data, sendo que a proporção não é muito elevada para a constituição de um condomínio. De acordo com o relatório anual de 2024 da Macau Renovação Urbana, empresa responsável pela construção do Novo Bairro, até 31 de Dezembro tinham sido vendidas 1.388 fracções e residiam no local 2.500 residentes. O projecto foi construído com cerca de 4.000 habitações. Em Setembro, iniciou-se o processo de venda de casas para uma das torres do Novo Bairro.
João Santos Filipe Manchete SociedadeImobiliário | Setembro com mais transacções e ligeira valorização No mês passado, registaram-se um total de 247 transacções de habitação, um crescimento de 28 por cento face ao ano transacto. Em Macau e na Taipa o preço do metro quadrado apresenta uma valorização, ao contrário do que acontece em Coloane Em Setembro, o número de compra e venda de habitação apresentou um crescimento anual de 28,0 por cento, de acordo com os dados mais recentes divulgados pela Direcção dos Serviços de Finanças (DSF). No mês passado, registaram-se 247 transacções, quando em Setembro de 2024 se contabilizaram 193 transacções, uma diferença de 54 movimentos. O mercado mais activo foi o da Península de Macau com 185 transacções, mais 66 do que no ano passado, o que representou um crescimento de 55,5 por cento. Na Taipa, foram registadas 52 vendas de habitação, mais 13 do que no ano passado, quando fse registadas 39. Finalmente, em Coloane foram registaram 10 transacções, uma redução de 25 vendas em relação ao período homólogo. Em Agosto de 2024, o registo de transacções de habitação em Coloane foi anormalmente alto para a média habitual. Em termos dos preços da habitação, o mês de Setembro ficou marcado por uma redução no metro quadrado, em relação ao mesmo mês de 2024, de 80.384 patacas para 75.655 patacas. Esta foi uma diferença anual de 4.729 patacas ou 5,9 por cento. A redução média resultou do mercado de Coloane, com o preço médio do metro quadrado a cair de 121.190 patacas para 72.180 patacas, uma diferença de 40,4 por cento por cento. No entanto, na Península e na Taipa os preços apresentaram um aumento. Em Macau, o metro quadrado valorizou no espaço de um ano de 68.187 patacas para 74.127 patacas. Na Taipa, o aumento foi de 70.242 patacas para 80.454 patacas, uma valorização anual de 14,5 por cento. Mais baratas Quando a comparação é feita entre Agosto e Setembro, o número de transacções apresentou um aumento de 12 movimentos, dado que em Agosto tinham sido registadas 235 transacções, uma diferença de 5,1 por cento. A comparação mensal mostra que a Taipa e Coloane apresentaram aumento das transacções, enquanto na Península de Macau houve uma redução. Na Taipa, o número de compras e vendas aumentaram de 37 transacções para 52 transacções, enquanto em Coloane houve um aumento de 6 para 10 transacções. Na Península a redução foi de 185 transacções para 192 transacções. Em termos da variação mensal do preço, Setembro apresentou uma desvalorização do preço médio do metro quadrado de 5,9 por cento, dado que em Agosto o valor registado era de 80.370 patacas por metro quadrado, uma diferença de 4.715 patacas. Em Agosto, na Península de Macau o preço médio do metro quadrado era de 82.976 patacas, na Taipa 71.897 patacas e em Coloane 80.370 patacas por metro quadrado.
Hoje Macau SociedadeÁlcool e Tabaco | Mais de quatro mil infracções até Setembro Entre Janeiro e Setembro os Serviços de Saúde (SS) detectaram 4.054 infracções à Lei de Controlo do Tabagismo e à Lei de Controlo do Consumo de Álcool. A informação foi divulgada na tarde de ontem, através de um comunicado do organismo liderado por Alvis Lo Iek Long. Em relação às infracções relacionadas com o tabaco, foram detectados 3.744 casos de pessoas a fumar em locais proibidos, 196 casos de transporte de cigarros electrónicos na passagem das fronteiras, e 103 casos suspeitos de outras infracções, que incluem situações de falta de dísticos de proibição de fumar ou a falta de sinais a dísticos a alertar para a proibição da venda de produtos de tabaco a menores de 18 anos. Em relação aos principais locais das infracções, 842 casos (22,5 por cento) aconteceram em casinos, 552 casos (14,7 por cento) em restaurantes, e 319 casos (8,5 por cento) em parques/jardins e zonas de lazer. No que diz respeito ao controlo do consumo de álcool, entre Janeiro e Setembro foram registados 11 casos suspeitos de violação da lei, com três casos relacionados com venda de bebidas a menores. Os restantes oito casos deveram-se a motivos diversos, como a falta de dísticos com os avisos sobre a proibição de venda ou de disponibilização de bebidas alcoólicas a menores, a falta de sinalização clara sobre os locais reservados à venda de bebidas alcoólicas ou a falta de advertência em chinês, português e inglês. Os SS mostraram-se ainda preocupados com um caso de um menor que conseguiu comprar álcool, através de um adulto.
João Santos Filipe Manchete SociedadeDSSCU | Condenada instalação de gaiolas metálicas Em reacção a vários anúncios online a oferecer serviços de instalação das gaiolas, os Serviços de Solos e Construção Urbana emitiram um comunicado a alertar que se tratam de obras ilegais que devem ser evitadas A Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana (DSSCU) alerta a população para não recorrer à instalação de gaiolas metálicas, por constituírem uma prática ilegal. O alerta foi deixado ontem, através de um comunicado, na sequência de anúncios publicitários o oferecer o serviço. De acordo com a DSSCU “nos últimos dias, têm sido divulgados, em diversas redes sociais e plataformas audiovisuais online anúncios publicitários que promovem a prestação de serviços de instalação de gaiolas metálicas” considerados “actos manifestamente ilegais”. Por este motivo a DSSCU “manifesta a sua elevada preocupação e repúdio por tais práticas, reiterando que o Governo tem vindo a combater de forma contínua as obras ilegais, incluindo as gaiolas metálicas”. A nota de imprensa do organismo liderado por Lai Weng Leong promete também combater de forma prioritária as obras ilegais de instalação de gaiolas, renovações ilegais, construções em estado ruína, assim como as obras ilegais em edifícios com licença de utilização. “A DSSCU apela aos cidadãos para não incorrerem em infracções legais e para se absterem de recorrer a tais serviços de instalação de gaiolas metálicas”, foi pedido. Ao mesmo tempo, a DSSCU mostra-se preocupada com a “proliferação, em diversas plataformas audiovisuais e redes sociais online, de anúncios que, através de vídeos curtos, promovem activamente a prestação de serviços de instalação de gaiolas metálicas, com o objectivo de angariar clientes e induzir os cidadãos à realização de obras ilegais, colocando em risco a segurança pública”. O organismo pede assim aos cidadãos para contribuírem activamente na eliminação das construções ilegais de forma a auxiliarem na garantia da segurança pública. Multas de 240 mil patacas Em relação à punição para a instalação de gaiolas metálicas, a DSSCU avisa que pode levar a multas de 240 mil patacas, e que houve pelo menos um caso anterior em que uma multa com este valor foi aplicada. “Entre os casos tratados pela DSSCU nos últimos anos, merecem especial atenção as obras ilegais, nomeadamente gaiolas metálicas vulgarmente designadas por ‘varandas corridas’, tendo sido aplicadas multas que atingiram os montantes de 180.000 patacas num caso e de 240.000 patacas noutro, relativo à instalação de várias gaiolas metálicas numa única fracção”, foi relatado. O Governo aponta também que vai investigar os anúncios publicitários e que caso se confirme a instalação das gaiolas em edifícios locais vai tomar as medidas legalmente exigidas. “Relativamente às obras ilegais identificadas nos anúncios publicitários supracitados, a DSSCU procederá a acções de fiscalização e investigação, caso se confirme a veracidade dos factos, será aberto processo para acompanhamento imediato”, foi apontado. No comunicado de ontem, a DSSCU indica igualmente que as últimas alterações a regime jurídico da construção urbana permitem adoptar penas adicionais aos infractores, principalmente em caso de recusa de demolição de obras ilegais, como a possibilidade de suspensão do fornecimento de água e de energia eléctrica
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeUM / Direito | Estudo destaca “sucesso” da licenciatura bilingue Um estudo desenvolvido por três docentes da Faculdade de Direito da Universidade de Macau fala do “sucesso” da licenciatura bilingue nessa área, defendendo que pode servir como um “modelo”. Outra conclusão, é a de que quase metade dos alunos do curso conseguiu um melhor nível de português com um período de estudos em Portugal face aos que ficaram em Macau A licenciatura em Direito Chinês-Português da Universidade de Macau (UM) é tida como um caso de sucesso e um exemplo a ser tido em conta na academia local. Esta é uma das conclusões do estudo “Experiences in Bilingual Legal Education: The Case of Macau SAR’s Chinese–Portuguese Bachelor of Law” [Experiências na Educação Jurídica Bilingue: O caso da Licenciatura em Direito Chinês-Português da RAEM], da autoria dos docentes Teresa Lancry Robalo, Cheng Hang Leong e João Ilhão Moreira, da Faculdade de Direito da UM. Os autores falam do “sucesso” deste programa de licenciatura, que “combina a formação jurídica rigorosa com imersão linguística estratégica”, consistindo num “modelo para a educação jurídica bilingue”. É ainda defendido que esta licenciatura constitui “um modelo para outras jurisdições que procuram desenvolver uma educação jurídica bilingue ou multilingue, independentemente de operarem em sistemas bilingues”. O estudo analisa uma década de dados, de 2014 a 2024, e um universo de 333 estudantes. Em dez anos “o programa formou 99 estudantes bilingues, com flexibilidade que permite transferências para um curso apenas em chinês se os padrões de referência linguísticos não forem atingidos”. O facto de 99 alunos do curso terem concluído o curso “demonstra a capacidade do programa para formar profissionais do direito tanto em chinês como em português”, defendem os autores. Além disso, houve “67 estudantes considerados como não tendo alcançado proficiência bilingue suficiente”, e que passaram “para o Bacharelato em Direito em Chinês, formando-se nesse programa”, é referido. Desta forma, considera-se que, “após uma década de implementação e cinco turmas de formandos a entrar no mercado de trabalho, o programa provou que pode cumprir os objectivos ambiciosos e demonstrou que é possível uma educação jurídica bilingue eficaz, mesmo em jurisdições onde uma das línguas jurídicas não é amplamente falada pela população”, lê-se. Questão de línguas Outra conclusão do estudo, prende-se com os maiores benefícios obtidos pelos alunos que optam por estudar português em Portugal. Isto porque “48,77 por cento dos estudantes que estudaram em Portugal alcançaram a proficiência B2” em língua portuguesa, que no Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas significa um “usuário independente”, alguém capaz de compreender as ideias essenciais de um texto mais complexo, e ter diálogo com alguma espontaneidade com falantes nativos. Enquanto isso, apenas 20,83 por cento dos alunos que permaneceram em Macau atingiram esse nível de proficiência em português. O estudo destaca que “a pandemia da covid-19 interrompeu a mobilidade internacional, reduzindo drasticamente os ganhos de proficiência nas turmas afectadas”. A análise feita no estudo demonstra que a taxa de graduação mais alta “foi registada no ano inaugural do programa (2014-2015), com 96,43 por cento dos estudantes inscritos a formarem-se”. Trata-se, para os autores, de um “resultado excepcional”, que “pode ser atribuído à utilização de uma definição mais flexível de proficiência bilingue durante a implementação inicial do programa”. Pelo contrário, “a taxa de graduação mais baixa ocorreu no ano lectivo de 2019-2020, com apenas 13,64 por cento dos alunos matriculados a concluírem o programa”. O estudo descreve que “uma razão provável para este declínio são as restrições impostas durante a covid-19”. Mas há um “desafio” no meio do sucesso: o facto de “alguns licenciados apresentarem níveis variados de proficiência em português, o que prova a necessidade de um aperfeiçoamento contínuo dos métodos de ensino”, devendo pensar-se a “incorporação de novas abordagens tecnológicas, que podem ajudar a superar estes obstáculos”. Na licenciatura em Direito Chinês-Português o primeiro ano é composto por disciplinas básicas como Introdução ao Direito ou História do Direito, sendo que logo aí os alunos “iniciam uma formação linguística intensiva, com um currículo destinado a desenvolver a proficiência oral e escrita”, com foco na compreensão oral e escrita. No segundo ano, há uma concentração na aprendizagem da língua, quer em Macau ou Portugal, e nos três anos seguintes “os alunos continuam os seus estudos com uma combinação de disciplinas de Direito ministradas em ambas as línguas”, sendo que os alunos do curso bilingue “não frequentam aulas separadas, mas sim aulas dos programas de bacharelato em Direito em chinês e de bacharelato em Direito em português”. Os autores do estudo deixam várias sugestões, como a ideia de as “instituições poderem introduzir um programa bilingue adicional com custos de incremento mínimos, melhorando a sua oferta académica e atraindo um grupo mais amplo de potenciais estudantes”.
Hoje Macau SociedadeC-PLPEX com recorde de expositores lusófonos e “icónica camisola” de Pelé A Exposição Económica e Comercial China-Países de Língua Portuguesa (C-PLPEX) arranca hoje em Macau, com 320 expositores lusófonos e, num “toque desportivo”, a exibição da icónica camisola usada por Pelé no Mundial de 1962. Na segunda edição da C-PLPEX, a Deep Robotics, empresa de inovação chinesa fundada em 2017, vai apresentar dois cães robots. São “produtos já muito amadurecidos”, que podem, por exemplo, ser enviados para avaliar a situação em cenário de incêndio, explicou aos jornalistas um representante do BPS Global Group, agente da Deep Robotics na Austrália, Hong Kong e Macau. Com a participação na C-PLPEX, salientou Wong, a empresa tem “como prioridade Macau”, mas as portas podem abrir-se a outras latitudes. “Temos de saber se os países de língua portuguesa têm interesse e se a empresa mãe tem algum projecto para expandir e para quais países de língua portuguesa”, complementou o responsável, durante uma visita dos jornalistas ao local da feira, que decorre até sábado. A Deep Robotics vai ocupar um dos quase 500 expositores da China e dos países da lusofonia presentes este ano na C-PLPEX. Só da lusofonia contam-se 320 expositores, o que representa “um aumento de 23 por cento face à primeira edição”, anunciou, em conferência de imprensa, o presidente do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM). “Um terço são do Brasil, um terço de Portugal e o resto são de [outros] países de língua portuguesa”, completou Che Weng Keong. Anos de estreias Em paralelo, vai decorrer este ano, pela primeira vez, a Expo Internacional Agrícola China-Países de Língua Portuguesa. O Brasil, considerou o responsável do IPIM, pesou na decisão de lançar esta nova mostra. “Brasil é um país muito grande, ligado à produção de alimentos, à produção agrícola e, tendo isso em consideração, decidimos realizar essa exposição. No interior da China, esta área [agrícola] é muito avançada e pode ter uma boa relação com os países de língua portuguesa”, justificou ainda o presidente do IPIM. Alan Ho, coordenador da C-PLPEX, notou ainda que trazer a Macau “muitas pessoas” do universo lusófono e do interior da China é “crucial para promover a plataforma de Macau”. Num “toque desportivo e cultural” desta feira, continuou Alan Ho, este ano vai ser exibida “pela primeira vez em Macau, a camisola amarela número 10 usada por Pelé em 1962”, durante o Mundial.
João Santos Filipe SociedadeJP Morgan | Apontada “recuperação surpreendente” após Semana Dourada Após um início de mês desapontante, os números mais recentes do jogo estão a surpreender os analistas. Com receitas médias de 781 milhões de patacas por dia, o sector mostra que a Semana Dourada foi um acidente de percurso, e não a tendência As receitas brutas do jogo assistiram a uma “recuperação surpreendente” após a Semana Dourada, com os primeiros 19 dias de Outubro a gerarem 14,85 mil milhões de patacas. O cenário foi traçado pelo banco de investimento JP Morgan, num relatório citado pelo portal GGR Asia. De acordo com a instituição de serviços financeiros, na semana mais recente assistiu-se a uma “recuperação surpreendente” das receitas, para o nível médio por dia de 781 milhões de patacas. Este montante significa um aumento de 25 por cento face à segunda semana deste mês, quando as receitas médias por dia não iam além dos 593 milhões de patacas. Os analistas DS Kim, Selina Li e Lindsey Qian também desvalorizaram o facto de as receitas durante a Semana Dourada terem ficado abaixo do esperado, ao considerarem que se tratou de um acontecimento esporádico, em vez de uma tendência da indústria: “Continuamos a acreditar que o fraco desempenho na Semana Dourada [em Outubro] foi um episódio isolado e não uma tendência, provavelmente devido ao tufão [Matmo], ao calendário do festival do bolo lunar, e à corrida de F1 em Singapura. Acontecimentos que ocorreram todos durante os feriados da Semana Dourada”, afirmaram os analistas do JP Morgan. Pode ser melhor Ao mesmo tempo, a JP Morgan admite que a mais recente revisão das previsões de crescimento para Outubro pode ficar abaixo do valor real, devido aos números mais recentes, que mostra uma tendência melhor do que a prevista. “Ajustámos a nossa previsão das receitas brutas do jogo para Outubro para um crescimento entre três a seis por cento face ao período homólogo, na sequência da Semana Dourada. Mas, esse ajuste apresenta agora riscos, dada a forte e surpreendente recuperação na semana passada”, foi justificado. O banco de investimento prevê ainda um crescimento das receitas durante o período entre Outubro e Dezembro de 10 por cento, face a igual período do ano passado. Em relação ao início de 2026, as previsões apontam para uma expansão do sector “um pouco” acima do valor de 10 por cento, que deverá rondar os 13 por cento no que diz respeito às receitas antes de impostos.
Hoje Macau SociedadeTaipa | Pedida intervenção sobre árvores em casas abandonadas Há duas árvores a crescer por entre o telhado e paredes de duas casas abandonadas na zona da Taipa Velha, nomeadamente na Rua dos Bem Casados, o que pode constituir um risco para a segurança pública. Segundo o jornal Ou Mun, a Associação Promotora para o Desenvolvimento da Comunidade da Taipa espera que haja um grupo de trabalho interdepartamental público para analisar os riscos do crescimento dessas árvores a fim de contactar os proprietários das casas, para se encontrar uma solução. A associação deseja ainda que a intervenção possa ter lugar mesmo que não se consiga contactar os proprietários. Lam Ka Chun, vice-presidente da associação, referiu as queixas dos moradores quanto aos grandes ramos destas árvores, que chegam às chaminés dos edifícios em frente, e que no Verão atraem formigas brancas voadoras. Com a época das chuvas, as árvores podem crescer ainda mais, provocando fissuras nas paredes, desmoronamento de estruturas, infiltrações e prejudicar moradores e transeuntes. O responsável lembrou que a prática comum, em casos semelhantes, é os próprios proprietários fazerem a limpeza do local, tendo em conta que as árvores crescem em espaços que são propriedade privada. Contudo, existem imóveis abandonados há muitos anos, sendo difícil encontrar ou contactar os donos, lembrou Lam Ka Chun.
João Santos Filipe Manchete SociedadeJardim de Camões | Passadeira desapareceu em horas Horas depois das fotos da nova passadeira na Calçada do Botelho terem começado a circular nas redes sociais, e com vários internautas a ridicularizarem a travessia, a DSAT admitiu ter recuado na intenção original Algumas horas chegaram para que o Governo criasse e eliminasse uma passadeira temporária na ladeira da Calçada do Botelho. O caso aconteceu na segunda-feira, gerou polémica nas redes sociais, e foi suficiente para que a Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) recuasse na intenção de instalar uma passadeira perto do Jardim de Camões. O caso surgiu na manhã de segunda-feira, nas redes sociais, quando começaram a surgir fotografias de trabalhadores a instalarem uma nova passadeira no topo da subida de quem circula da Calçada do Botelho, no sentido Porto Interior-Jardim de Camões. No entanto, as imagens tornaram-se virais nas redes sociais, com vários internautas a criticarem a localização da nova passadeira, por considerarem que ao ser colocada no topo de uma ladeira, para quem circula vindo do Porto Interior, coloca dificuldades extra para os condutores. Entre as críticas, houve também internautas a indicar que circulam vários autocarros naquela zona, muitas vezes totalmente cheios, pelo que seria contraproducente obrigar os condutores das viaturas a ter de parar naquele local, para ceder a passagem aos peões. Além das críticas em forma de comentário, começaram também a surgir várias imagens satíricas. Numa das publicações era possível ver a sugestão para se instalarem pórticos com portagens no local. Esta foi uma forma de criticar a recente proposta de Leong Chi Hang, conselheiro do Governo em assuntos de trânsito, que defendeu a instalação de portagens em todas as pontes do território. Houve também quem recorresse à inteligência artificial para colocar as imagens do metro a circular na Calçada do Botelho. Resposta rápida Horas depois das críticas, a passadeira foi removida do local, e a DSAT emitiu um comunicado a explicar o sucedido e a admitir que a clarificação era feita face aos vários comentários que surgiram online. De acordo com a DSAT, desde ontem que começaram as obras junto da Praça de Camões para a instalação de condutas para cabos de electricidade, telecomunicações e passagem de tubos com água. Por esse motivo, houve a necessidade de modificar temporariamente as passadeiras no local, o que fez com que fosse instalada a travessia na Calçada do Botelho. Todavia, a DSAT admitiu que após os comentários, foi realizada no local uma inspecção in loco, em coordenação com a polícia e o empreiteiro, que levou a que a passadeira fosse removida, horas depois de ser instalada. A passadeira temporária passou assim a ser colocada nas proximidades da Igreja de Santo António.
Hoje Macau SociedadeChikungunya | Mais dois casos importados Os Serviços de Saúde (SS) anunciaram o registo de mais dois casos importados de febre Chikungunya, o que faz subir o número de ocorrências importadas desde o início do ano para 26. De acordo com a informação dos SS, como tem acontecido com a maioria dos casos, a 25.ª infecção foi importada do Interior, por uma residente que esteve em Zhongshan, entre 23 de Setembro e 15 de Outubro. Quando regressou a Macau, começou a sentir dores de cabeça e fadiga, e no dia 16, apresentou sintomas de febre, erupção cutânea nos braços e nas articulações. Deslocou-se ao Centro Hospitalar Conde de São Januário onde foi diagnosticada com febre Chikungunya. O segundo caso foi detectado num residente local, que visitou a cidade de Shunde a 7 de Outubro. Na noite do dia 13 manifestou fadiga e dores nas articulações e no dia 14 apresentou erupção cutânea. Recorreu ao Centro de Saúde do Fai Chi Kei, no dia 17, sendo também diagnosticado com a doença. Ambos estão em num estado considerado estável. Dengue | Divulgado novo caso importado Os Serviços de Saúde (SS) anunciaram um novo caso de febre da dengue, que faz disparar para 19 as ocorrências importadas desde o início do ano. De acordo com a informação oficial, o doente tem 12 anos e esteve em Zhongshan nos dias 6 e 7 de Outubro. Após regressar a Macau, apresentou sintomas como febre e fadiga na noite de 13 de Outubro. No dia 15, recorreu ao Centro Hospitalar Conde São Januário, onde ficou internado. O diagnóstico foi feito dois dias depois. “Actualmente, o estado clínico do doente é estável. As pessoas com quem coabita não apresentam qualquer indisposição”, foi comunicado pelos SS. “De acordo com o historial de viagens do doente, a data de início dos sintomas e os resultados dos exames laboratoriais, o caso foi classificado como importado […] Os Serviços de Saúde vão enviar pessoal para proceder à eliminação preventiva de mosquitos nas áreas circundantes da residência e dos principais locais de actividade do doente”, foi acrescentado.
João Santos Filipe Manchete SociedadeTrânsito | Colisão entre autocarro e camião faz cinco feridos Os feridos têm entre 20 e 67 anos e incluem residentes, trabalhadores não-residentes e turistas. O sinistro terá acontecido quando o condutor do camião não conseguiu travar a tempo para evitar chocar contra a traseira do autocarro, que estava parado para ceder passagem na passadeira Um total de cinco pessoas teve de ser transportado para diferentes hospitais, após uma colisão entre um autocarro e um camião, na manhã de ontem. O caso aconteceu na Avenida do Aeroporto, perto do casino Wynn Palace, depois do camião que seguia atrás do autocarro não ter conseguido travar a tempo de evitar o embate. De acordo com jornal Ou Mun, o Corpo de Bombeiros (CB) revelou que os feridos têm entre 20 e 67 anos, e incluem residentes, trabalhadores não residentes do Interior e ainda turistas do Interior. Na altura do sinistro, todos os feridos encontravam-se no interior do autocarro, onde seguiam como passageiros. Os ferimentos são considerados ligeiros, mas incluem escoriações e contusões em diferentes partes do corpo. As vítimas do acidente foram transportadas para o Centro Médico da Taipa do Hospital Kiang e para o próprio Hospital Kiang Wu, na Península de Macau. Apesar de os ferimentos serem considerados ligeiros, por volta das 13h as vítimas ainda estavam nas instituições de saúde para as quais tinham sido levadas. Sem álcool no sangue Segundo as autoridades, o acidente aconteceu por volta das 9h50, quando o autocarro seguia atrás de um outro veículo particular. O condutor do veículo pesado de passageiros terá tentado mudar de faixa de rodagem, mas foi obrigado a travar, dado que o veículo à sua frente parou para ceder passagem a alguns peões que atravessavam a passadeira. No entanto, a travagem terá apanhado de surpresa o condutor do camião que não conseguiu travar a tempo e acabou por atingir o autocarro, na parte traseira. Como consequência do impacto, o camião apresentava danos na parte frontal, com o vidro frontal e o pára-choques a apresentarem sinais visíveis do embate. O autocarro ficou danificado na parte traseira. O condutor do camião é um residente local com cerca de 70 anos. Fez o teste do balão, não tendo acusado o consumo de álcool. O condutor do autocarro, é igualmente um residente, com 50 anos, e também não tinha consumido álcool. Em reacção ao acidente, a companhia Transportes Urbanos de Macau (Transmac) emitiu um comunicado, citado pelo jornal Ou Mun, a indicar estar a acompanhar o caso. A empresa garantiu também que depois de ser alertada para o sucedido accionou os meios de resposta, a avisar a polícia para o sinistro e a prometer toda a disponibilidade para cooperar com a investigação do caso.
Hoje Macau SociedadeSMG | Possibilidade “baixa a moderada” de içar sinal 8 Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) estimam que será “relativamente baixa a moderada” a possibilidade de ser içado o sinal 8 de tempestade tropical até ao início desta manhã, sendo que ontem foi içado o sinal 3 de tempestade a propósito da passagem da tempestade “Fengshen”. Foi também içado o sinal de ventos fortes de monção, com a bola preta, tendo o vento nas pontes atingido o nível forte com rajadas”. Tendo em conta este sinal de ventos fortes, e a passagem do “Fengshen”, o Instituto Cultural (IC) emitiu uma nota onde “apela aos responsáveis de todos os edifícios patrimoniais, especialmente dos sítios sitos nas zonas baixas, para iniciarem as medidas de protecção necessárias em relação ao património e tomarem as medidas de prevenção de vento e inundações”. Estima-se que hoje haja uma descida de temperatura com o céu muito nublado, existindo períodos dispersos de chuva e continuação de ventos fortes. As temperaturas deverão variar entre os 19 e 22 graus, sendo que a humidade relativa no ar irá variar entre os 70 e 95 por cento.
João Santos Filipe SociedadeSeaport Research Partners prevê crescimento de 8,3 por cento A Seaport Research Partners estima que o ano encerre com um crescimento anual de 8,3 por cento ao nível das receitas do jogo. O mais recente relatório da empresa de serviços financeiros foi divulgado no domingo, e citado ontem pelo portal GGR Asia. A estimativa de um crescimento de 8,3 por cento é mantida, apesar do analista Vitaly Umansky, responsável pelo relatório, reconhecer que entre Outubro e Dezembro as receitas vão abrandar, quando comparadas com o trimestre anterior. No ano passado, as receitas do jogo totalizaram 226.78 mil milhões de patacas. Todavia, se as receitas forem convertidas para dólares norte-americanos, o crescimento deverá atingir 8,6 por cento. “Embora 2025 tenha começado devagar em Macau, a nossa expectativa de uma recuperação no Verão e de um fortalecimento no segundo semestre está a dar frutos”, foi escrito. O relatório destaca também que as previsões não sofreram alterações, apesar de alguns factores que podem ter um impacto negativo: “a recente desaceleração em Setembro, devido a perturbações relacionadas com o tufão, e um início mais fraco em Outubro, devido a vários factores pontuais, não alteram a nossa previsão de crescimento para o resto de 2025 e a longo prazo”. 7% em 2026 A empresa de serviços financeiros aponta que o crescimento anual das receitas no quarto trimestre vai ser de 12 por cento, enquanto no trimestre anterior foi de 13 por cento. Em relação ao próximo ano, a Seaport Research Partners estima o registo de um crescimento de 7 por cento. Este valor é também apontado como o crescimento estimado para o ano de 2027. Em termos das quotas do mercado do jogo, Vitaly Umansky acredita que as mudanças em curso devem beneficiar as concessionárias Sands China e Galaxy, que deverão conquistar parte do mercado a outras operadoras, com menor dimensão. E, no entender da Seaport Research Partners, esta tendência deverá ser mais notória, no caso do mercado de massas apresentar um desenvolvimento mais acelerado do que o esperado.
João Santos Filipe Manchete SociedadeTribunal | Recusada liberdade condicional para William Kuan A menos de dois anos de ser libertado, o empresário que foi condenado com uma pena de prisão de 5 anos e 6 meses no âmbito do caso das Obras Públicas viu o primeiro pedido de liberdade condicional recusado pelo TSI. Pode apresentar um novo pedido dentro de um ano O Tribunal de Segunda Instância (TSI) recusou o pedido de liberdade condicional apresentado por William Kuan Vai Lam. A informação sobre o pedido do empresário que cumpre uma pena de prisão de 5 anos e 6 meses em Coloane foi divulgada através do portal dos tribunais. Os fundamentos da recusa não foram tornados públicos, apesar da decisão ter sido tomada na passada quarta-feira. Condenado a cumprir uma pena de 5 anos e 6 meses por três crimes de corrupção activa e dois crimes de branqueamento de capitais, no âmbito do caso judicial que envolveu igualmente os ex-directores das Obras Públicas, Jaime Carion e Li Canfeng, William Kuan está detido desde 24 de Dezembro de 2021. O empresário foi detido inicialmente de forma preventiva, mas o tempo dessa detenção é contabilizado para efeitos do cumprimento da pena. Um condenado a pena de prisão pode apresentar um pedido de liberdade condicional depois de cumprir dois terços da pena, se já tiver cumprido pelo menos seis meses de prisão, e se faltarem menos de cinco anos para o final da pena total. No caso do empresário, este período terá sido atingido aproximadamente no final de Agosto, altura em que cumpriu 3 anos e 8 meses de prisão. No entanto, a aprovação da liberdade não é automática e os juízes têm em conta aspectos como a probabilidade de o detido conduzir “a sua vida de modo socialmente responsável, sem cometer crimes”. A libertação também tem de ser considerada “compatível com a defesa da ordem jurídica e da paz social”. Terá sido nestes aspectos que a liberdade terá sido recusada. Um ano à espera Apesar da recusa, e dado que faltam quase dois anos para o final da pena completa, William Kuan poderá apresentar um novo pedido de liberdade condicional, no espaço de aproximadamente um ano. Se o novo pedido for recusado, o empresário sujeita-se mesmo a ter de cumprir a totalidade dos 5 anos e 6 meses de prisão. Esta não é a primeira vez que Kuan tem um pedido de libertação recusada, o mesmo aconteceu no final de 2024, depois do Tribunal de Última Instância ter recusado um pedido de habeas corpus. Na altura, a defesa de Kuan argumentou que o empresário estava detido ilegalmente, por terem passado mais de dois anos sem uma pena transitada em julgado. Inicialmente, William Kuan tinha sido condenado, a 31 de Março de 2023, a uma pena efectiva de 18 anos de prisão, pela prática dos crimes de associação ou sociedade secreta, três crimes de corrupção activa e três crimes de branqueamento de capitais agravado. No entanto, o resultado do recurso, divulgado oficialmente em Fevereiro do ano passado, fez com que fosse absolvido do crime de associação ou sociedade secreta e ficasse com uma pena final de 5 anos e 6 meses de prisão.
João Santos Filipe Manchete SociedadeAmbiente | Falta de especialistas na reparação de motos eléctricas Com um novo programa de incentivo ao abate das motos a gasolina e a troca por novos veículos eléctricos, a Associação de Motociclos Eléctricos e Ecológicos alerta para a falta de conhecimentos técnicos e pede melhor acesso aos postos de carregamento O presidente da Associação de Motociclos Eléctricos e Ecológicos alertou a sociedade para a escassez de técnicos especializados na reparação de motos eléctricas. O aviso foi deixado por Lei Chong Sam em declarações ao jornal Exmoo, apesar de o dirigente associativo elogiar os esforços de promoção deste tipo de veículos. De acordo com Lei Chong Sam, actualmente as lojas de reparação de motos enfrentam uma grande pressão, devido à crescente necessidade de contratar mão-de-obra preparada para lidar com as motos eléctricas, com sistemas muito diferentes das motas tradicionais com motores a combustão. No entanto, o representante queixa-se de que não existem pessoas em Macau com este tipo de conhecimentos em número suficiente, e que a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) não está a autorizar a contratação de trabalhadores não-residentes: “Os donos das oficinas de motocicletas sentem-se frustrados porque a cidade tem faltas de técnicos que saibam reparar motocicletas eléctricas”, afirmou. “Muitas vezes os donos pedem à Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais que autorize a contratação destes técnicos, mas a DSAL recusa e responde que já há técnicos em número suficiente” acrescentou. Por esta razão, o também membro do Conselho Consultivo do Trânsito apelou ao Governo para apoiar o sector para melhorar as condições existentes, mas também a assegurar o acesso aos meios necessários para realizar a reparação de motos eléctricas. Carregamento problemático Além dos problemas com as reparações, Lei Chong Sam apontou que um dos grandes desafios à implementação das motos eléctricas é a falta de postos de carregamento em número suficiente. Citando os dados oficiais, o presidente da Associação de Motociclos Eléctricos e Ecológicos apontou que actualmente existem 5 mil motos eléctricas registadas, mas que em alguns locais do território não há postos de carregamento, devido aos riscos relacionados com as inundações. Este motivo faz com que o acesso ao carregamento seja desequilibrado. Lei Chong Sam deixou também o desejo de que rapidamente se tornem cada vez mais populares os armários de baterias para as motos, para que as pessoas possam trocar de bateria rapidamente, em vez de recorrerem ao carregamento. Na semana passada, foi anunciado um novo plano de concessão de apoio financeiro ao abate de motociclos a gasolina e a sua substituição por motociclos eléctricos novos. Sobre o programa, Lei Chong Sam admitiu que se pode esperar uma reacção “dinâmica”, porque houve muitos residentes a procurarem informação sobre as condições de acesso. O conselheiro revelou também que entre os vendedores de motos existe a expectativa de que o programa vá contribuir para um aumento do volume de negócios.
Hoje Macau SociedadeFengshen | Tufão deverá passar a 400km de Macau O ciclone tropical Fengshen deverá passar a cerca de 400 quilómetros a sul de Macau, na quarta-feira, de acordo com a Direcção de Serviços Meteorológicos e Geofísicos (DSMG). Nessa altura, segundo as previsões de ontem, o ciclone tropical deverá ganhar força e transformar-se em tufão. “Assim sendo, dependendo do desenvolvimento de Fengshen e das mudanças na força do vento em Macau, será emitido um Sinal de Tempestade Tropical a partir da noite de Segunda-feira (hoje)”, foi apontado. Desde ontem que se previa também que o vento se começasse a intensificar devido “uma monção de nordeste”, e as autoridades acreditavam que houvesse um “aumento significativo, com o vento a atingir os níveis 6 a 7 da Escala de Beaufort”. Temperaturas | Descida para os 18 graus A partir de hoje e até quarta-feira as temperaturas deverão baixar para os 18.º graus, de acordo com a informação divulgada ontem pela Direcção de Serviços Meteorológicos e Geofísicos (DSMG). “Em relação ao estado do tempo, está prevista precipitação, com a temperatura mínima a descer para cerca de 18 graus Celsius, entre segunda e quarta-feira (20 a 22)”, foi indicado. “Devido à significativa descida das temperaturas na próxima semana, e ao vento forte associado a um clima nublado com precipitação, a sensação térmica de frio será inferior à temperatura real. A DSMG apela à população que preste atenção às informações meteorológicas mais recentes”, foi acrescentado.
Hoje Macau Manchete SociedadeCáritas | Recebidos mais de 3.500 pedidos de ajuda até fim de Setembro O número de pedidos de apoio mostra uma tendência de estabilização nos últimos anos. E dada a falta de problemas “muito graves de pobreza”, a Cáritas Macau também estendeu o seu programa de apoio ao Paquistão e Bangladesh A Cáritas Macau recebeu até ao final de Setembro 3.509 pedidos de apoio para o Banco Alimentar, afirmou ontem o secretário-geral da organização, indicando que os valores finais deste ano não se deverão afastar dos de 2024. “Prevemos que [em 2025] ultrapasse os quatro mil, como no ano passado”, notou à Lusa Paul Pun Chi Meng, apontando que, em 2024, chegaram à organização humanitária 4.936 pedidos, que, por sua vez, representa uma queda de 2,5 por cento em relação a 2023 (5.065). Numa comparação anual, os primeiros nove meses de 2025 apresentam valores semelhantes aos verificados no mesmo período de 2023 e 2024: 3.589 e 3.596, respectivamente. Ainda assim, verifica-se este ano uma ligeira descida, que poderá estar relacionada com a “existência de outros recursos de apoio” ou “maior facilidade em concorrer a habitação social”, observou Pun, dando a entender que o acesso mais fácil a casas públicas poderá aliviar as contas ao fim do mês. O programa, dirigido a pessoas de baixo rendimento e financiado pelas autoridades, prevê que o apoio do Banco resulte no auxílio alimentar por um período de dez semanas, sendo que no prazo de 12 meses é possível fazer-se uma segunda solicitação. Entre os trabalhadores não-residentes, salientou Paul Pun, também há um grupo que recorre à organização de assistência social. No sábado passado, perto de mil pessoas receberam apoio na forma de cabazes alimentares. Ajuda no Paquistão e Bangladesh O secretário-geral da Cáritas explicou também que como Macau não enfrenta problemas “muito graves de pobreza”, a organização está a apoiar famílias desfavorecidas no Bangladesh e Paquistão, chegando a ajuda a 2.100 pessoas. Na semana passada, Pun regressou de Sylhet, cidade no nordeste do Bangladesh que tem visitado várias vezes desde 2023, ano em que a Cáritas Macau se envolveu num programa para a “melhoria da saúde e nutrição de crianças desfavorecidas”. Com doações na ordem dos 15 mil dólares anuais, a ajuda já alcançou 400 pessoas, referiu o responsável. “Esperamos que, através da formação, ao nível de cuidados com os recém-nascidos, das mães, possam alcançar uma vida melhor”, apontou o secretário-geral da Cáritas Macau, notando ainda que, em cima da mesa está a possibilidade de disponibilizar recursos para a formação profissional de adolescentes que abandonaram a escola. Há cerca de um mês, Paul Pun esteve também em Lahore, a segunda maior cidade do Paquistão, com perto de 14 milhões de habitantes e que foi afectada, nos últimos anos, por várias cheias. O auxílio da Cáritas Macau ao programa “Educação informal e desenvolvimento de jovens e mulheres”, com a transferência de até 35 mil dólares anuais (cerca de 30 mil euros), já tocou a vida de 1.200 crianças e 500 adolescentes em Lahore, de acordo com o líder da organização humanitária. “As crianças não têm escolas [nestes lugares]. Participam neste programa de educação informal para que tenham uma oportunidade de atingir os padrões e um dia possam entrar na escola”, referiu. Além de apoiar a educação de adolescentes – “sobretudo rapazes” – em áreas como a informática, o programa compreende ainda a formação de competências “por parte de jovens mulheres”. À Lusa, Paul Pun referiu que a assistência internacional da Cáritas Macau chega “via vários canais”, nomeadamente através de doações e da organização Good Fortune Charity Shop, a empresa social da Cáritas Macau, que recolhe bens doados para venda beneficente.
Hoje Macau SociedadeUM junta-se a Cátedra UNESCO dedicada ao património português A Universidade de Macau (UM) anunciou a adesão à Cátedra UNESCO em Diálogo Intercultural em Patrimónios de Influência Portuguesa, um projecto lançado pela Universidade de Coimbra (UC). Num comunicado divulgado na sexta-feira à noite, a UM defendeu que a entrada no projecto “imprime uma nova dinâmica no desenvolvimento da investigação sobre património cultural” em Macau. A colaboração com a UC irá promover “o intercâmbio académico internacional em Macau”, assim como reforçar “os laços” com instituições de ensino superior dos países de língua portuguesa, acrescentou a UM. A adesão formal da instituição à Cátedra UNESCO aconteceu numa cerimónia organizada pelas duas instituições em Macau, na quarta-feira, com a presença de Rui Martins, vice-reitor da UM, e João Nuno Calvão da Silva, vice-reitor da UC. Rui Martins defendeu que a entrada da UM “irá enriquecer ainda mais os recursos académicos e a perspectiva cultural” da já “ampla rede de parceiros” estabelecida pela Cátedra UNESCO. A UC criou o projecto em 2018, para explorar “os resultados multiculturais decorrentes da influência da cultura de língua portuguesa”, como arquitectura, artes, língua, literatura, paisagem e urbanismo, referiu o comunicado. Na altura, a Cátedra UNESCO já envolvia meia centena de docentes e investigadores numa parceria com várias instituições europeias, brasileiras e africanas. Esforço abrangente A lista incluía a Universidade de Estudos de Bolonha (Itália), a Universidade Federal Fluminense (Brasil), as universidades Eduardo Mondlane e Lúrio (Moçambique), a Universidade Paris Nanterre (França) e a MEIA – Mindelo Escola Internacional de Arte (Cabo Verde). Rui Martins, um académico português há muito radicado em Macau, salientou que a Cátedra UNESCO é um projecto internacional “que integra investigação, formação e cooperação para o desenvolvimento”. No caso da UM, o Departamento de Gestão de Resorts Integrados e Turismo da Faculdade de Gestão de Empresas irá “demonstrar activamente a sua competência profissional” na investigação sobre património cultural, garantiu Martins. A Cátedra UNESCO é coordenada pelo investigador Walter Rossa, que na quarta-feira falou sobre “o significado político” da investigação sobre património cultural no quadro das políticas da organização.
Hoje Macau Manchete SociedadeJustiça | Portugal pode enviar novos juízes para Macau Apesar de ter impedido a permanência no território de Carlos Carvalho e de ter mantido a incerteza sobre o futuro de Rui Ribeiro, que optou por voltar a Portugal, o Conselho Superior de Magistratura de Portugal garante abertura para enviar novos magistrados para a RAEM O presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) afirmou que Portugal está disponível, caso Macau demonstre interesse, em enviar novos juízes. As declarações foram prestadas numa altura em que um magistrado português está prestes a abandonar a RAEM. O juiz Rui Ribeiro, do Tribunal de Segunda Instância, confirmou à Lusa, à margem de um evento público, que vai deixar Macau no final de Outubro, antecipando o fim da comissão, que terminava em Maio de 2026. O magistrado sublinhou que as autoridades judiciais de Macau “fizeram tudo” para que mudasse de ideias, mas explicou que preferiu regressar já a Portugal face à incerteza sobre uma eventual renovação da licença especial por parte do Conselho Superior de Magistratura (CSM). Com a partida anunciada de Rui Ribeiro, resta apenas nos tribunais de Macau um juiz português: Jerónimo Alberto Gonçalves Santos, presidente de tribunal colectivo no Tribunal Judicial de Base (TJB). O líder do STJ, João Cura Mariano, que por inerência preside também ao CSM, disse aos jornalistas que, durante uma visita a Macau, pretende saber se o território tem interesse em contar com magistrados portugueses. “Vamos tentar ver o que é que realmente eles ainda conseguem transmitir de útil e se são necessários, porque se forem necessários, virão novos juízes”, garantiu aos jornalistas. João Cura Mariano disse que esse seria um “assunto a discutir” nos encontros de ontem com a presidente do Tribunal de Última Instância (TUI), Song Man Lei, e com Sam Hou Fai, líder do Governo de Macau e ex-presidente do TUI. “Acho que é muito útil, porque, sendo um antigo presidente do tribunal [Sam Hou Fai] terá consciência das necessidades que existem”, referiu o juiz conselheiro português. Dificuldades nacionais Mas o presidente do STJ sublinhou que a justiça portuguesa está com “alguma dificuldade em contribuir com juízes”, devido à falta de recursos humanos qualificados e com experiência. “Ainda agora retirámos um juiz que já cá estava há muitos anos e nós necessitávamos dele”, recordou João Cura Mariano. Em 2024, o CSM rejeitou a permanência do juiz português do TJB Carlos Carvalho, que estava em Macau há 16 anos e tinha sido convidado pela Comissão Independente para a Indigitação dos Juízes do território a continuar por mais dois. O conselho não autorizou a renovação da licença especial de Carlos Carvalho e promoveu-o a juiz desembargador, com colocação no Tribunal da Relação. Ainda assim, João Cura Mariano garantiu estar disposto a ajudar, “apesar das dificuldades que actualmente existem em Portugal no recrutamento de juízes”. O presidente do STJ sublinhou o exemplo de Timor-Leste, onde existem actualmente “muitos juízes portugueses a colaborar no sistema judiciário timorense”, porque “são muito necessários”. O magistrado esteve em Macau para participar, no domingo, na 13.ª edição do fórum que junta presidentes dos Supremos Tribunais de Justiça dos países e territórios de língua portuguesa.
Hoje Macau Manchete SociedadeSão Januário | Implantado primeiro coração artificial em Macau Realizou-se recentemente a primeira cirurgia de implantação de um coração artificial no Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ) dos Serviços de Saúde (SS), em colaboração com a equipa de cirurgia cardiotorácica do Primeiro Hospital Afiliado da Universidade de Jinan. O procedimento foi realizado numa mulher de 68 anos que padecia de insuficiência cardíaca terminal, sendo que, segundo um comunicado dos SS, “a condição apresentada era complexa e a intervenção cirurgia desafiante”. Tratou-se “do primeiro procedimento cirúrgico de implantação de coração artificial totalmente levitado magneticamente, desenvolvido de forma autónoma no Interior da China”. A realização desta cirurgia no território representa para as autoridades “um progresso significativo na cirurgia cardíaca em Macau”. Para os SS, “a conclusão com sucesso da primeira cirurgia de implante cardíaco artificial em Macau representa um avanço significativo no tratamento da insuficiência cardíaca terminal na região”, além de que este avanço tecnológico “preenche uma lacuna significativa no atendimento médico, oferecendo uma alternativa viável e segura para os pacientes que não são elegíveis para transplante cardíaco ou que não podem aguardar por uma intervenção cirúrgica”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeIncêndio leva a duas hospitalizações e retirada de 50 pessoas Duas pessoas tiveram de ser internadas no Hospital Kiang Wu, depois de um incêndio ter deflagrado na noite de quarta-feira, no Edifício Si Keng, na Rua da Alegria. Além dos feridos, houve ainda a necessidade de retirar do edifício 50 moradores, de acordo com a informação divulgada ontem pelo jornal Ou Mun. Os hospitalizados são dois residentes com cerca de 60 anos, um do sexo masculino e outro do feminino que terão apresentado sinais de indisposição, depois de terem inalado fumo do incêndio. Apesar da indisposição, apresentavam uma situação clínica considerada estável. Os restantes moradores também conseguiram sair do edifício pelos seus meios e não apresentavam qualquer tipo de mal-estar ou lesão. As chamas começaram a deflagrar, por volta das 23h44, altura em que as autoridades foram alertadas para a situação. A chegada ao local, tanto do Corpo de Bombeiros (CB) como do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) aconteceu minutos depois, numa altura em que vários dos habitantes do edifício já se encontravam na rua. No local, os bombeiros tiveram de subir até ao terceiro andar, onde o incêndio teve origem. O combate às chamas demorou alguns minutos. Os vestígios indicam que as chamas terão deflagrado junto a um vaso com flores, tendo depois chegado à sala de estar do apartamento no terceiro andar. Durante o combate ao incêndio, as autoridades cortaram ao trânsito durante vários minutos a Rua da Alegria e a Estrada do Repouso. Os bombeiros utilizaram água para combater o incêndio, que resultou numa área queimada com 2,5 metros de comprimento e 1 metro de largura. Das origens Segundo o jornal Ou Mun, o CB suspeita que as chamas tenham tido origem num curto circuito de uma máquina de lavar a roupa, posicionada junto ao vaso com flores. Além da área queimada, também a máquina de lavar, um purificador, um ar-condicionado e outros aparelhos e bens ficaram destruídos. De acordo com os dados mais recentes, nos primeiros seis meses do ano, o CB foi chamado a intervir em 406 fogos. Entre estes, os bombeiros tiveram de recorrer a mangueiras para extinguir as chamas em 85 ocasiões. Nos restantes 321 incêndios, as chamas foram extintas sem utilização de mangueira. A informação oficial revelou também que 78 dos 406 incêndios tiveram origem em comida queimada.
Hoje Macau Manchete SociedadeHengqin | Restaurante português abre do outro lado da fronteira Chama-se “Vivo” e é um restaurante de gastronomia mediterrânica que abre portas amanhã em Hengqin. João Maria Pegado, um dos sócios do projecto e anteriormente ligado ao desporto, aposta agora na área da restauração e tem grandes expectativas face à procura turística do lado da ilha Um restaurante de gastronomia mediterrânica abre oficialmente amanhã em Hengqin. Localizado no centro comercial Huafa, o restaurante Vivo é um projecto de dois portugueses que viram uma oportunidade de aproximar duas geografias – China e sul da Europa. Não se trata de culinária de fusão. Ainda assim convivem neste restaurante várias tradições: culinárias portuguesa, espanhola e italiana, preparadas por um chef de Xangai com matéria-prima chinesa. “Estamos na China, queremos apostar em produtos frescos chineses”, diz à Lusa um dos sócios, João Maria Pegado. Tanto é que no menu não se encontra, para já, o tradicional polvo à lagareiro. Há que continuar a percorrer os mercados locais até encontrar o produto ideal, explica Pegado. “Poderíamos ir a Macau buscar o polvo congelado, mas o nosso grande objectivo era trabalhar com produtos frescos na China. Em termos de custo, torna muito mais rentável, mas queremos também aproveitar e fazer esta fusão entre produtos chineses e pratos portugueses”, diz. O Vivo está em modo ‘soft opening’ desde 18 de Julho. E João Maria Pegado não se queixa do trajecto percorrido até aqui, apesar da dificuldade da língua. Cada vez mais À Lusa, Pegado diz que vai concorrer em breve aos apoios do Governo de Macau, numa altura em que as autoridades incentivam o investimento na Zona de Cooperação Aprofundada Macau-Guangdong, em Hengqin. E esta região atrai cada vez mais visitantes de Macau, refere o investidor. Nesta área gerida pelos dois lados da fronteira, já é permitida, por exemplo, a circulação de condutores de Macau, mediante pedido de licença, lembra Pegado. Mas há outros atractivos: a gasolina é mais barata – “os carros de Macau vêm abastecer-se ao fim de semana, parecemos nós [portugueses] em Badajoz” – os supermercados mais em conta, mais espaço e mais áreas verdes. “Espaço aberto onde se pode relaxar sem se estar no meio da cidade. Essa é a grande razão que faz com que as pessoas troquem Macau por Hengqin ao fim de semana e às vezes até durante a semana, à hora do almoço”, reflecte. Também Hengqin parece ser uma opção mais económica para os chineses que visitam Macau, onde, de acordo com dados referentes a Agosto, o preço médio de um quarto de hotel é 1.461 patacas. “Hengqin tem sido cada vez mais um ponto de concentração, de dormida, utilizado por muitos visitantes. Muitos dos prédios que foram feitos como escritórios, o Governo deu licenças (…) para se fazerem hotéis ao estilo de Airbnb [alojamento local]”, disse. Hong Kong e Macau são, para já, origem do grosso dos visitantes do restaurante, mas João Maria Pegado espera também alcançar mais consumidores do interior da China. “Ainda há poucas pessoas que sabem o que significa [o conceito] mediterrânico”, salienta, referindo, no entanto, que, para muitos dos que visitaram o Vivo, a paella negra tem sido escolha recorrente. A este prato juntam-se outras especialidades da casa, como arroz à pescador, camarões à guilho ou frango no churrasco, nomeia Pegado, que deixou uma carreira ligada ao desporto para se dedicar ao negócio da restauração. “É especial”, assume. “Sentia que faltava um restaurante de comida ocidental, e que poderia ter sucesso nessa parte (…). Vivo em Hengqin há três anos e é um local que aprecio bastante, permite-me estar perto de Macau, cidade onde cresci e com a qual me sinto identificado”, conclui.