Andreia Sofia Silva SociedadeZona A | Candidaturas a habitação económica abriram ontem Arrancou ontem o prazo de candidaturas para o acesso às habitações económicas que vão ser edificadas nos cinco lotes da zona A dos novos aterros, num total de 5.415 fracções, incluindo 1.657 da tipologia T1, 3.216 da tipologia T2 e 542 de tipologia T3. Segundo um comunicado do Instituto da Habitação (IH), começou ontem mais um concurso de atribuição de habitação económica, pelo que os residentes podem candidatar-se até ao dia 27 de Dezembro deste ano, com o prazo para a entrega dos documentos em falta a terminar no dia 26 de Janeiro de 2024. São aceites as candidaturas apresentadas presencialmente ou por meios electrónicos. Podem candidatar-se residentes permanentes com agregado familiar com o mínimo de 18 anos de idade, enquanto o candidato a título individual deve ter o mínimo de 23 anos. O rendimento mensal dos candidatos é calculado de acordo com a média dos rendimentos obtidos no período de Setembro de 2022 a Agosto de 2023 e o património líquido é calculado segundo o valor da liquidação no dia 31 de Agosto de 2023. O concurso adopta o sistema de ordenação por pontuação, sendo as candidaturas ordenadas por forma decrescente de acordo com as pontuações finais obtidas.
João Santos Filipe Manchete SociedadeTerrenos | Lai Weng Leong surpreendido com falta de propostas O director dos Serviços de Solos e Construção Urbana (DSSCU) admitiu que cenário de não haver propostas para um dos terrenos colocados em concurso público não foi equacionado pela Administração. A única proposta apresentada foi de 893,6 milhões de patacas O director dos Serviços de Solos e Construção Urbana, Lai Weng Leong, admitiu ter ficado surpreendido com a falta de interesse pelo concurso público para a concessão de dois terrenos na Taipa. As declarações foram prestadas ontem, no dia em que decorreu a abertura da única proposta recebida. No procedimento mais recente, o Governo previa concessionar dois terrenos na Taipa, identificados como lotes BT8 e BT9a, por um preço que não fosse inferior a 1.91 mil milhões de patacas. Porém, apenas este último terreno, com um preço de 777 milhões de patacas, despertou o interesse de um consórcio candidato, com o director da DSSCU a reconhecer que o cenário nunca tinha sido colocado pelo Governo. Ontem foi divulgado o preço oferecido pelo único concorrente, que foi de cerca de 893,6 milhões de patacas. “Nunca tínhamos previsto que ninguém se candidataria. Lemos as notícias que saíram nos últimos dias e sabíamos que havia empresas interessadas e potenciais candidatos aos concursos”, afirmou Lai Weng Leong. “Por fim, não recebemos qualquer proposta por um dos terrenos, mas temos de encarar isto como uma decisão do funcionamento do mercado”, acrescentou. No entanto, e apesar de confessar estar surpreendido, o director não quis definir a falta de interesse no concurso como uma desilusão, evitando mesmo, de acordo com o Jornal Ou Mun, recorrer a essa palavra. Lai Weng Leong abordou a possibilidade de haver um novo leilão para o terreno BT8, dada a falta de interessados. Contudo, afastou a possibilidade do preço ser reduzido. “O valor de base é regulado pela lei de terras, ou seja, não pode ser mais baixo do que o prémio pago pelos terrenos. Este prémio é calculado através da área bruta de construção dos edifícios que podem ser construídos naquela área”, respondeu. “Mas, vamos analisar [se voltamos a fazer um novo leilão]”, sublinhou. Proposta de consórcio Em relação ao Terreno BT9a, a única proposta apresentada foi do consórcio constituído pelas empresas Top Builders Group e Iok Seng Investimento Limitada. A oferta foi entregue na terça-feira por uma representante do grupo empresarial. A mulher explicou que o Grupo Top Builders se dedica à construção e que acredita poder construir habitação de excelente qualidade, com base num desenho eficiente do edifício e medidas de controlo de custos. A parcela de terra fica situada entre a Rua de Chaves, Rua de San Tau e Rua de Kwai Lam e tem uma área de 3.225 metros quadrados. Por sua vez, o terreno BT8 foi recuperado pelo Governo num processo finalizado em 2018, depois de uma longa batalha judicial. O terreno fica na Avenida de Kwong Tung, que tem uma área de 3.509 metros quadrados e o preço mínimo de licitação era de 1,136 mil milhões de patacas.
Andreia Sofia Silva SociedadeZhuhai | Acidente de viação causa morte de menino de dez anos Um acidente de viação no túnel de Gongbei, em Zhuhai, causou a morte de um menino de dez anos e ferimentos graves no pai, que se encontra em estado crítico. As autoridades de Guangdong prometeram apresentar um relatório sobre o acidente Um menino de dez anos, residente de Macau, morreu num acidente de viação ocorrido na noite de segunda-feira no túnel de Gongbei, em Zhuhai, sendo que o seu pai, de 59 anos de idade, está em estado crítico num hospital de Zhuhai. O menino faleceu após ter sido transportado para o hospital. O vídeo do acidente, entretanto divulgado nas redes sociais, mostra um camião a colidir com a viatura em que seguiram os residentes. A informação do falecimento do menor e do estado grave do pai foi confirmada pelo gabinete do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, após terem sido contactadas as autoridades da cidade vizinha. Os dados do acidente foram divulgados ontem à tarde após uma notícia do jornal Ou Mun, publicada poucas horas depois do acidente, ter referido erradamente que do acidente não resultaram feridos nem mortes. No programa matinal “Ou Mun Tin Toi” transmitido ontem do canal chinês da Rádio Macau, um ouvinte, que afirmou ser amigo do pai da criança, queixou-se da “imprudência” do jornal Ou Mun, que acabou por divulgar informações que não corresponderam à verdade. “O meu amigo ligou-me a dizer que tinha uma avaria no carro e pediu-me o número de telefone do reboque. Quando lhe liguei de volta para dar o número de telefone, ouvi o som de uma explosão e ninguém me respondeu. Fiquei preocupado e pouco tempo depois começaram a ser divulgados vídeos nas redes sociais e a notícia do Ou Mun acabou por me acalmar.” Tragédia à meia-noite O estado de calma do indivíduo que ligou para a transmissora pública alterou-se horas mais tarde quando a esposa do sinistrado o informou da morte da criança e do estado crítico do em que se encontrava o seu marido. Nesta altura, o residente estaria num hospital da cidade vizinha a aguardar cirurgia.”A minha disposição mudou do dia para a noite. Se [o jornal] não sabia [concretamente] a situação dos feridos no acidente, não deveria ter publicado a frase ‘felizmente ninguém ficou ferido ou morreu no acidente'”, adiantou no programa de rádio. Ainda segundo o gabinete de Wong Sio Chak, as autoridades de Guangdong prometem apresentar um relatório sobre o ocorrido.
Hoje Macau SociedadeEstradas | Trânsito e chuva provocaram mais buracos O Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) adiantou ao canal chinês da Rádio Macau que foram descobertos este mês mais buracos nas estradas, do que é habitual, devido às chuvas fortes que caíram nas últimas semanas. Entre os dias 1 e 21 deste mês foram descobertos 290 novos buracos nas vias públicas, mais 100 face a Agosto, sendo que o IAM já realizou obras em 240. Além das chuvas fortes, outra das causas apontadas pelo IAM para o surgimento de buracos nas estradas é o intenso fluxo automóvel e, sobretudo, a passagem de veículos pesados na Avenida da Amizade. O IAM promete reforçar a inspecção destes locais. Addy Chan, vice-presidente da Associação de Engenheiros de Macau, explicou que os buracos são causados pela erosão do solo e colapso gradual da rede de esgotos. Além disso, o responsável acrescenta que as últimas obras nas vias foram realizadas usando técnicas e materiais que visam a maior durabilidade do pavimento, situação que agrada ao sector da construção.
Hoje Macau SociedadeJogo | Setembro com receitas superiores a 12 mil milhões Até 24 de Setembro, as receitas brutas do jogo atingiram o valor de 12 mil milhões de patacas. A estimativa faz parte de um relatório do banco de investimento JP Morgan Securities (Asia Pacific), citado pelo portal GGR Asia. “Esta estimativa implica que na semana passada o ritmo das receitas cresceu aos poucos para um valor diário entre os 550 milhões de patacas e os 560 milhões de patacas. Na semana anterior, o valor situava-se entre 540 milhões de patacas e 550 milhões de patacas”, consta no relatório do banco de investimento. Segundo a mesma fonte, nas duas primeiras semanas deste mês, as receitas diárias rondavam 430 milhões de patacas, o que foi explicado com “as condições extremas” do clima, nomeadamente o tufão Saola e um dia com inundações. “Este valor está dentro das nossas estimativas, com as previsões a apontarem para receitas brutas mensais entre 14,5 mil milhões de patacas e 15 mil milhões de patacas (ou entre 480 milhões a 500 milhões por dia)”, é acrescentado pelos analistas DS Kim, Mufan Shi e Selina Li. Em Agosto, as receitas brutas do jogo foram de 17,21 mil milhões de patacas, no que representou um crescimento de 3,3 por cento face a Julho. Este foi o melhor desempenho mensal da principal indústria do território desde Janeiro de 2020, o primeiro mês da pandemia e antes da campanha contra as promotoras de jogo, quando as receitas brutas alcançaram o montante de 22,13 mil milhões de patacas. Em relação aos feriados da Semana Dourada, a JP Morgan indica que há “um clima de optimismo” entre as concessionárias, e que muitas esperam que sejam batidos os recordes de receitas pós pandemia.
João Santos Filipe Manchete SociedadeConstrução | Portas do Entendimento encerradas e com novos danos Encerrado ao público praticamente desde 2018 e isolado com separadores de plástico, o monumento Portas do Entendimento apresenta novos danos, desta feita em dois vidros da vedação Apesar de encerradas ao público desde 2018 e isoladas com separadores de plástico, as Portas do Entendimento voltaram a sofrer novos danos. A notícia foi avançada na edição de ontem do Jornal Cheng Pou. Segundo o relato da publicação em língua chinesa, o monumento continua encerrado, sem poder receber visitantes, apesar das obras de renovação terem terminado. Também a gestão do espaço foi entregue ao Instituto para os Assuntos Municipais (IAM). No entanto, e apesar de no local terem sido colocadas protecções com separadores de plástico, tal não impediu que a estrutura sofresse novos danos, em dois vidros que fazem parte das barreiras de protecção do acesso ao monumento. A causa dos danos é desconhecida, podendo ter sido causada pelos fortes ventos que se fizeram sentir em Macau no início do mês, com a passagem do Tufão Saola. Em Setembro deste ano, foi anunciado que as Portas do Entendimento vão estar integradas na “segunda fase do corredor verde”, que vai ser criado na costa Sul da península, entre a Ponte Governador Nobre de Carvalho e as Portas do Entendimento. Apesar de o projecto ainda não estar concluído, o IAM respondeu este mês a uma interpelação escrita de Ho Ion Sang revelando que no local vão ser instalados espaços de lazer, uma praça de actividades e equipamentos de manutenção física. Obras atribuladas As obras de renovação do monumento Portas do Entendimento estiveram envoltas em controvérsia, após os trabalhos terem sofrido um atraso. A obra foi adjudicada por 38,8 milhões de patacas ao consórcio constituído pela Companhia de Construção e Engenharia Lei Fung e Sociedade de Construção e Engenharia – Grupo de Construção de Xangai – SCG (Macau). Apesar da promessa de completar a renovação num prazo de 515 dias, o monumento foi entregue com 59 dias de atraso, o que levou o Governo a aplicar uma multa de 2,8 milhões de patacas à adjudicatária, em Outubro do ano passado. A penalização foi ainda questionada em tribunal, mas em Maio deste ano o Tribunal de Segunda Instância, numa decisão acatada pelo consórcio, considerou que a multa aplicada era legal. Lamentada pouca utilização As Portas do Entendimento foram inauguradas em 1993 e têm como autor o artista plástico João Charters de Almeida e Silva. Em 2017, em declarações ao HM, o autor lamentou a pouca utilização do monumento, ao contrário do que disse ter acontecido após a inauguração. “Lembro-me do monumento ser utilizado. Tenho fotografias do monumento cheio de pessoas, a ser visitado”, afirmou Almeida e Silva, em 2017. “Depois fez-se aquela via rápida e [o monumento] acabou por desaparecer um pouco. Mas a peça está feita para dialogar com o tecido urbano, não para ser tratada como um bibelot. Está estudada e foi congeminada para ser uma peça de integração urbana”, indicou. “Se não há pessoas para visitar, é porque não há acessos, e isso deve competir ao Governo e a quem toma essas decisões. Lamento, pois é um trabalho público, foi feito para o espaço público, e tem uma simbologia que é de uma actualidade absoluta: entendimento, o que precisamos de hoje em dia, porque ninguém se quer entender”, acrescentou o artista plástico.
Hoje Macau SociedadeTaipa | Mais de 5.700 multas por lixo e cuspidelas Desde o início do ano até 15 de Agosto, os fiscais do Instituto para os Assuntos Municipais multaram 5.744 pessoas por actos como deitar lixo ou cuspir no chão, junto das atracções turísticas da Taipa, principalmente na Rua do Cunha. A revelação foi feita por Hoi Io Meng, subdirector dos Serviços de Turismo, em resposta a uma interpelação do deputado Leong Hong Sai. Nas perguntas enviadas ao Governo, Leong pretendia saber que medidas estavam a ser adoptadas para melhorar a higiene daquela zona do território. Hoi Io Meng garantiu também que foi pedido à Companhia de Sistemas de Resíduos (CSR) que aumente a frequência da limpeza das ruas, assim como a criação de mais pontos de recolha de lixos. Por outro lado, o IAM afixou mais avisos nos espaços públicos a apelar aos residentes e turistas para que mantenham a rua limpa. Na interpelação, Leong Hong Sai questionou ainda se no âmbito da revitalização de zonas antigas da cidade e da criação de novas zonas pedonais, como acontece com a Rua da Felicidade, se o mesmo poderia acontecer com a Rua do Cunha. No entanto, o subdirector da DST, Hoi Io Meng, cita a informação do Instituto Cultural (IC) para indicar que, pelo menos neste momento, não existem planos para transformar a Rua do Cunha numa zona pedonal.
João Luz Manchete SociedadeIC celebra centenário do nascimento de Henrique de Senna Fernandes O Instituto Cultural (IC) irá organizar uma série de actividades, em Outubro, incluindo palestras temáticas, uma sessão de cinema e uma exposição online para celebrar o centenário do nascimento de Henrique de Senna Fernandes, descrito pelo Governo como um “famoso autor de Macau”. Nos dias 14 e 15 de Outubro, pelas 15h, na Casa da Literatura de Macau serão realizadas duas palestras temáticas. Divididas numa sessão em cantonense e outra em português, as palestras, em torno dos temas “Eterno Feminino – Discussão sobre as figuras femininas retratadas nos romances de Henrique de Senna Fernandes” e “Macau pelos olhos de Henrique de Senna Fernandes”, contarão com a presença do filho do escritor, Miguel de Senna Fernandes, e do conceituado investigador da literatura portuguesa, Yao Jingming. Os palestrantes irão abordar “as obras literárias de Henrique de Senna Fernandes, o seu estilo de escrita e as características sociais e culturais de Macau pelos seus olhos”, indica o IC. Para comemorar a vida e obra do autor será também organizada a exposição “Na Ponta da Caneta – Exposição Online pelo 100º Aniversário do Nascimento de Henrique de Senna Fernandes”, disponível na página electrónica da Casa da Literatura de Macau. A exposição visa apresentar a vida, as obras publicadas e excertos literários de Henrique de Senna Fernandes, bem como comentários e estudos sobre o autor, para dar a conhecer ao público a riqueza do valor literário e das realizações culturais associadas ao escritor. A data de lançamento da exposição online será anunciada posteriormente, indicou ontem o IC. Testemunho artístico As inscrições para as actividades organizadas pelo IC, que têm entrada gratuita, estão abertas a partir das 10h de hoje. As obras de Henrique de Senna Fernandes são principalmente romances. Um dos seus romances, “A Trança Feiticeira”, foi adaptado ao cinema, sendo um marco importante na literatura cinematográfica de Macau. No dia do seu aniversário (15 de Outubro), o IC irá exibir o filme, às 15h, na Cinemateca Paixão. Henrique de Senna Fernandes (1923–2010), escritor e advogado de renome de Macau com notáveis realizações literárias, tinha uma capacidade admirável para retratar as características da fusão entre as culturas chinesa e ocidental em Macau, através das suas narrativas. O IC publicou várias obras suas, incluindo “A Trança Feiticeira”, “Amor e Dedinhos de Pé”, “Os Dores”, “A Noite Desceu em Dezembro”, “NAM VAN”, “MONG-HÁ”, entre outras.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCasinos | Criminalizar trocas de dinheiro pode reduzir receitas O secretário Wong Sio Chak revelou a intenção de criminalizar as trocas de dinheiro não licenciadas, mas analistas apontam que tal pode prejudicar as receitas brutas do jogo Um dos destaques da apresentação dos dados da criminalidade do primeiro semestre deste ano, foi o aumento dos casos de troca de dinheiro no contexto dos casinos. Wong Sio Chak, secretário para a Segurança, disse que a intenção das autoridades é criminalizar todo o tipo de trocas não licenciadas, mas analistas ouvidos pelo portal GGRAsia dizem que a medida poderá ter como consequência uma grande redução das receitas brutas de jogo. Um dos analistas ouvidos foi o advogado Carlos Coelho, que entende que criminalizar a troca ilícita de dinheiro unicamente para o jogo é algo “exequível” no contexto de uma nova lei sobre o jogo ilícito, ideia já anunciada pelo Governo. O causídico defende o reforço da supervisão no local por parte da Autoridade Monetária de Macau e da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos, bem como “a aplicação de sanções aos infractores de forma mais célere”. Além disso, a permissão do uso do renminbi digital nos casinos ajudaria as autoridades “a monitorizar as transacções financeiras – isto é, quanto dinheiro é trazido para Macau – com maior precisão”, disse o advogado, eliminando, desta forma, a necessidade de intermediários. O advogado lembrou que as trocas de dinheiro não licenciadas são actualmente reguladas pelo Regime Jurídico do Sistema Financeiro, sendo encaradas como uma contravenção que resultam em multas e respectiva publicação da sanção nas páginas dos jornais, não se prevendo a criminalização com a entrada em vigor da nova legislação, a 1 de Novembro. Ben Lee, sócio da consultora IGamiX Management and Consulting Ltd, disse que “a maior parte dos cambistas ilegais são, na sua essência… intermediários”, tendo uma função semelhante à que era feita antes com a movimentação de dinheiro entre fronteiras através dos cartões da China, no sistema UnionPay. Assim, os cambistas ilegais “trazem do continente os seus terminais móveis [do sistema] Union Pay POS [Point-Of-Sale] que, juntamente com um telemóvel, permitem que as transacções [de dinheiro] sejam feitas como se [os envolvidos] estivessem no continente”, disse Ben Lee. Antes, recordou o analista, estes cambistas estavam nos casinos e perguntavam a quem passava o cartão de crédito. “Hoje em dia sussurram ‘dólar de Hong Kong? acreditando que isso lhes dá alguma liberdade em relação à criminalidade.” Menos acesso a fundos Ben Lee frisou que, segundo “vários intervenientes” ligados ao sector, “estimamos que estas transacções ilegais [de troca de moeda] representem entre 50 a 60 por cento” das receitas brutas do jogo de massas, sendo que estes dados se baseiam “no grande número” de intermediários e angariadores nos casinos “e em conversas” com pessoas ligadas ao sector e a esta área em específico. “Qualquer repressão contra estes intermediários teria um impacto significativo nas receitas brutas do jogo, uma vez que reduziria o acesso aos fundos provenientes do continente e aumentaria os custos dessas transacções, nos casos em que ainda estão disponíveis”. U Io Hung, presidente da Associação de Profissionais Promotores de Jogo de Macau, que representa os junkets, disse que o impacto da criminalização destas trocas de dinheiro “pode ser enorme”. “Estas actividades não se restringem apenas aos angariadores que andam à espreita nas salas de jogo, junto a casas de banho ou salas de fumadores, mas são também um negócio levado a cabo por algumas casas de penhores” localizadas junto aos casinos, rematou.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeJogo | Aumento de jogadores prejudica trabalhadores de casinos O tempo de descanso e a segurança no trabalho dos croupiers não são assegurados face ao aumento do número de jogadores, marcado também pelo decréscimo do jogo VIP. Tempo de penalizações é maior e muitos dizem-se cansados A recuperação gradual do sector do jogo, com o fim das restrições originadas pelas e um súbito aumento do número de jogadores está a causar pressão no trabalho dos croupiers, que dizem que as horas de descanso não estão a ser respeitadas. Segundo o jornal Ou Mun, “desde o início deste ano alguns funcionários dos casinos queixam-se da súbita exploração do seu tempo de descanso”, sendo que “recentemente alguns funcionários falaram às chefias da pressão que sentem no trabalho”. Testemunhos ouvidos pelo jornal, que não revelam a identidade, falam do aumento do número de jogadores, ao ponto de as mesas de jogo “estarem frequentemente rodeadas por uma grande ‘parede humana'”, tornando os trabalhadores mais susceptíveis da ira dos jogadores quando perdem grandes somas de dinheiro, mas a empresa não tem controlado a situação a fim de garantir a segurança dos croupiers. Além disso, o sistema de penalizações dos funcionários foi “actualizado” durante a pandemia, sendo que “um grande número de trabalhadores tem medo de voltar ao trabalho”, escreve o jornal. Menos VIP, mais massas O senhor Lam, que fala sob pseudónimo e que trabalha como croupier num casino no Cotai, descreve que é cada vez mais comum cada mesa ter demasiados jogadores. “Às vezes, há centenas de pessoas à volta de uma mesa. Temos algumas mesas grandes com dois croupiers no centro, mas controlar a situação está cada vez mais difícil.” Cada croupier trabalha uma hora e meia e descansa meia hora, mas um horário completo de sete ou oito horas com centenas de jogadores deixa-os esgotados, pois “não podem dar o dinheiro errado, não podem enviar as cartas erradas para a mesa, nem quebrar ou mudar as notas de sítio… estou sob muita pressão e sinto a cabeça leve muitas vezes”, disse o senhor Lam. O cenário parece ter piorado com o decréscimo das salas VIP, com os jogadores a deslocarem-se para a área das apostas de massas. Além disso, uma penalização de seis meses passa a ter a duração de um ano, enquanto uma penalização de um ano dura cerca de dois anos. Face ao trabalho por turnos, Lam diz que os horários nocturnos são maiores do que de dia, pois a operadora diz existirem “necessidades operacionais e que há mais clientes durante a noite”. Lam diz que está “cansado deste trabalho”, esperando que as empresas prestem maior atenção à saúde física e mental dos croupiers, aponta o jornal.
João Santos Filipe Manchete SociedadeRua da Felicidade | Associações entusiasmadas com zona pedonal A partir de sexta-feira arranca a zona pedonal na Rua da Felicidade, a tempo da Semana Dourada. As associações esperam que face à média esperada de 100 mil visitantes por dia, os comerciantes comecem a sentir os efeitos nos negócios A partir de sexta-feira a Rua da Felicidade passa a estar encerrada ao trânsito, entre as 11h da manhã e a 1 da manhã do dia seguinte. E de acordo com a associação dos Moradores, os residentes e comerciantes estão preparados para a mudança e à espera do aumento do volume de negócios. Citada pelo jornal Ou Mun, a responsável da Associação de Mútuo Auxílio do Bairro da Rua da Felicidade, Tou Mio Leng, apontou que a alteração é benéfica e que existe a expectativa entre os comerciantes da zona que o encerramento da circulação de veículos consiga atrair mais visitantes. Tou Mio Leng espera que a revitalização aumente o volume de negócios de toda aquela zona e que os efeitos não se limitem à Rua da Felicidade. Por seu turno, o presidente da Federação da Indústria e Comércio de Macau Centro e Sul Distritos, Lei Cheok Kuan, apontou que o estabelecimento da zona pedonal a tempo da Semana Dourada é muito importante, que se vai assistir à criação de uma nova atracção turística no território. Segundo a previsão da Direcção de Serviços de Turismo, durante a Semana Dourada espera-se a entrada no território de uma média diária de 100 mil visitantes. Lei explicou igualmente que este tipo de planos tem impacto na economia dos bairros da zona Centro e Sul da cidade, e que a aposta no turismo merece ser elogiada. Segundo as intenções apresentadas pelo Governo e pela concessionária Wynn Macau, sem qualquer tipo de pormenores, o objectivo passava pela realização frequente de actividades culturais e comerciais, como espectáculos, instalações artísticas e mais restaurantes para atrair visitantes. Além da Rua da Felicidade, o encerramento estende-se também a outros locais, como a Travessa do Mastro, da Travessa do Aterro Novo, da Rua do Matapau e da Travessa de Hó Lo Quai. Eficácia questionada O plano de criação de uma zona pedonal na Rua da Felicidade faz parte das iniciativas promovidas pelo Governo e as concessionárias do jogo para revitalizar várias zonas antigas do território, como Barra, Porto Interior, entre outras. No entanto, a eficácia dos planos também tem suscitado algumas dúvidas, como acontece com o deputado Ron Lan. Num artigo de opinião publicado no jornal Son Pou, o deputado questionou a eficácia dos planos à luz de alguns exemplos na Rua da Felicidade, onde a Associação Chap Seng Tong controla grande parte dos imóveis. Segundo o deputado, os descendentes colectivos da associação não têm tomado conta dos imóveis, que se apresentam desgastados, nem conseguem chegar a um acordo para que se façam obras de manutenção e aproveitamento dos espaços para áreas comerciais. Neste cenário, o deputado teme que a questão da conservação de património e da emissão de licenças fique impossibilitada e que os planos se limitem apenas ao embelezamento do exterior dos edifícios.
Hoje Macau SociedadeZonas de lazer | IAM assegura segurança dos espaços Lo Chi King, presidente substituto do conselho de administração do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), garantiu ao deputado Ma Io Fong, em resposta à sua interpelação escrita, que é assegurada a segurança dos parques infantis sob gestão pública. No caso das zonas de lazer situadas junto à estátua de Kun Iam, doca de Lam Mau ou reservatório, é exigida “não só a apresentação pelo empreiteiro de um certificado de aprovação emitido pelo fabricante das instalações”. Além disso, todas as instalações de diversão infantil e de lazer, antes da abertura ao público, são sujeitas a avaliação por uma terceira entidade responsável pela avaliação de qualidade, apresentando esta o respectivo relatório, a fim de assegurar a sua abertura pública sob condições de segurança”, é referido pelo responsável do IAM. O organismo liderado por José Tavares promete ainda “eliminar os riscos de segurança das instalações através da realização de inspecções diárias, reparações e manutenção”. Além disso, foi adquirido seguro de responsabilidade para terceiros, relativamente às respectivas instalações.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeLivro | Empresas familiares chinesas resolvem disputas internamente São raros os processos judiciais gerados por disputas em empresas familiares chinesas devido ao respeito hierárquico e à resolução interna dos problemas. Esta é uma das conclusões do novo livro de João Vieira Guedes, “Responsabilidade dos administradores perante a sociedade e os credores em Macau – Uma contextualização” Apresentado no sábado, o livro “Responsabilidade dos administradores perante a sociedade e os credores em Macau – Uma contextualização”, do jurista João Vieira Guedes, conclui que grande parte das empresas familiares chinesas opta por resolver os problemas internamente, sem recorrer a tribunal. “A razão pela qual não há praticamente processos contra administradores em Macau não se deve ao facto de existirem empresas com uma administração de excelência, mas porque as disputas são resolvidas internamente”, contou o autor ao HM, acrescentando que, em grande parte dos casos, as problemáticas das sociedades familiares chinesas são resolvidas “pelo patriarca”, ou fundador. Os processos em tribunal associados ao universo da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM), fundada pelo magnata Stanley Ho, constituem uma excepção à regra. João Vieira Guedes defende que os descendentes do patriarca, formados muitas vezes no estrangeiro, com outros valores empresariais, “adoptam algumas idiossincrasias dos sítios onde estiveram”, começando a haver “uma certa modernização ou alteração de mentalidade” quanto à forma como as disputas são resolvidas. Sem alterar a lei Outra das ideias deixadas pelo livro de João Vieira Guedes é que não é necessário alterar a legislação local para abraçar o conceito de “Business Judgment Rule” [Regra do Julgamento de Negócios], presente na jurisdição americana desde o século XIX. “Não faz sentido alterar a lei porque a legislação que temos é suficiente, e isso abre caminho para as sociedades familiares chinesas. O espírito ocidental é de confronto, em que se ataca o administrador quando este não executa bem a sua função, mas nas sociedades familiares chinesas a responsabilidade do administrador não é tão importante, mas sim o controlo da empresa. Resolvem-se as coisas internamente e não sei vai para tribunal, ao contrário das sociedades ocidentais”, adiantou. A obra de João Vieira Guedes, resultado da tese de mestrado defendida na Universidade de Macau, conclui também que grande parte das empresas de Macau funciona mediante um modelo confucionista, de “respeito pela hierarquia e evitando o confronto”. Este tipo de empresas caracteriza-se ainda por ter uma pequena dimensão ou uma estrutura organizacional simples, sendo que a propriedade e o controlo “estão nas mãos da família e parentes próximos, ou na família em sentido amplo e amigos próximos”. A empresa é encarada como património familiar, “o que faz com que não exista separação entre controlo e propriedade”. Além disso, “o processo decisório é centralizado”. Por norma, as sociedades familiares chinesas atravessam ainda quatro fases, nomeadamente a “emergente, centralizada, segmentada e de desintegração”. “Costuma dizer-se que as sociedades familiares chinesas não duram 100 anos, ao contrário de algumas sociedades ocidentais. Há uma disputa pelo poder e pelo controlo da sociedade, e há um grande risco de esta não ter sucesso devido à competição pelo seu controlo”, adiantou o autor.
Hoje Macau SociedadeEconomia | Inflação subiu quase 1% em Agosto A taxa de inflação em Macau subiu 0,99 por cento durante Agosto face ao mesmo mês do ano passado, indicam dados oficiais divulgados na sexta-feira. “O crescimento foi impulsionado, principalmente, pela ascensão dos preços das refeições adquiridas fora de casa, das excursões, dos quartos de hotéis e do vestuário”, bem como “das propinas escolares”, de acordo com um comunicado da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). “Todavia, a diminuição das rendas de casa e a queda dos preços dos bilhetes de avião compensaram parte do crescimento do índice de preços”, acrescentou. Em Agosto, o índice de preços no consumidor cresceu 0,04 por cento face ao mês de Julho, referiu a DSEC.
Hoje Macau SociedadeSemana Dourada | Esperada ocupação hoteleira superior a 90% A directora dos Serviços de Turismo (DST), Helena de Senna Fernandes, antecipa uma taxa de ocupação dos hotéis acima de 90 por cento, face à expectativa de que durante a Semana Dourada o número de turistas a entrar no território possa ser superior a 100 mil por dia. Apesar das previsões, segundo o jornal Ou Mun, a responsável indicou que até agora os preços dos quartos não mostram grande flutuação. Por outro lado, a responsável destacou que a DST e a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego estão em contactos para aumentar o número de autocarros a circular em Macau, assim como para reforçar a capacidade das várias paragens. Estas alterações são feitas com o objectivo de responder ao crescimento antecipado da procura pelos meios de transporte colectivos, mas também para oferecer alternativas, que levem à dispersão do fluxo de turistas.
Hoje Macau SociedadeTurismo | Agências perdem um quinto dos trabalhadores No ano passado, as agências de viagem perderam um quinto dos trabalhadores, em comparação com 2021. Os dados sobre as agências de viagens foram divulgados na sexta-feira pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Segundo a informação divulgada, no ano passado, o terceiro da pandemia e da política de isolamento, as agências tinham 2.204 empregados, menos 558 trabalhadores em comparação com 2021, quando o número de pessoas no sector era de 2.792. Esta é uma diferença de 21 por cento, ou seja, uma perda superior a um quinto da mão-de-obra da indústria no espaço de um ano. No que diz respeito às perdas, houve uma melhoria. Em 2021, os prejuízos brutos reportados pelas diferentes agências tinha atingido os 127 milhões de patacas e no ano passado, também com os despedimentos, foi encurtado para 91 milhões de patacas. Quando é tido em conta que no ano passado havia 174 agências a operar em Macau, as perdas totais representam uma média de 517 mil patacas em prejuízos por agência. “As receitas e despesas das agências de viagens cifraram-se em 1,60 mil milhões e 1,69 mil milhões de patacas, respectivamente, as quais baixaram 19,8 por cento e 20,3 por cento, em termos anuais”, indicou a DSEC. Também o número de agências teve uma redução entre 2021 e 2022, com uma redução de oito agências, de 184 para 176 no ano passado.
João Santos Filipe Manchete SociedadeHospital das Ilhas | Governo poderá injectar capital até haver lucro Até que o Hospital das Ilhas se torne financeiramente independente, o Executivo está pronto para injectar o dinheiro que for necessário. Em cima da mesa está também a possibilidade de o hospital abrir representações fora do território Até haver lucros, o Governo está preparado para injectar todo o dinheiro que for preciso para garantir o funcionamento do Hospital das Ilhas, que é explorado num modelo de parceria público-privada com o Peking Union Medical College Hospital. O compromisso foi deixado por Lei Wai Seng, coordenador do Gabinete Preparatório do Complexo de Saúde das Ilhas, na sexta-feira. Apesar de os residentes apenas poderem recorrer aos serviços do novo Hospital quando reencaminhados pelos Serviços de Saúde, caso contrário pagam taxas aplicadas num hospital privado, Lei Wai Seng destacou que todo o investimento é feito em nome do “serviço público. “A tarefa principal é o serviço público e, para o serviço público, claro que o Governo tem de injectar parte do orçamento. Em 2024, temos um orçamento para injectar no Centro Médico e para adquirir equipamentos”, afirmou Lei, após o Conselho Executivo, ter aprovado os Estatuto do Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas – Centro Médico de Macau do Peking Union Medical College Hospital. Apesar de o orçamento para o próximo ano ter sido abordado, o valor não foi revelado. No entanto, Lei Wai Seng referiu que desde o início do projecto “até ao momento” foram gastos 13 mil milhões de patacas e que o valor vai continuar a subir. “Para o desenvolvimento do Centro Médico precisamos de adquirir mais equipamentos. Temos a certeza que vai ser necessário mais dinheiro para gerir e fazer funcionar o Centro Médico”, vincou. “Esta é a primeira injecção, e ainda não comprámos todos os equipamentos que necessitamos”, acrescentou. No futuro, o Executivo espera deixar de ter de injectar dinheiro na infra-estrutura: “Actualmente, o Centro Médico está isento de impostos. E no futuro vai reservar parte dos lucros, para o seu desenvolvimento. Desta forma, o Governo pode deixar de investir. Queremos que o Centro Médico seja auto-suficiente”, completou. Abrir representações À luz do novo estatuto, o Centro Médico de Macau do Peking Union Medical College Hospital vai ainda poder abrir representações fora do território, como na Zona de Cooperação Aprofundada, na Ilha da Montanha. Esta opção foi explicada por Lei Wai Seng com a política de diversificação da economia de Macau e a aposta no desenvolvimento do sector da saúde. “Uma das competências é desenvolver a área de Big Health, e dependendo das necessidades do desenvolvimento, podem ser estabelecidos hospitais afiliados com o Centro Médico, por exemplo em Hengqin ou estabelecer uma base de estudo com outras entidades”, foi explicado pelo coordenador do Gabinete Preparatório do Complexo de Saúde das Ilhas. O regulamento do hospital vai entrar em vigor a 1 de Outubro e o Centro Médico deverá começar a operar até ao final do ano.
Andreia Sofia Silva SociedadeObras públicas | 25 projectos concluídos até 2027 Um total de 25 projectos de construção pública, incluindo infra-estruturas governamentais, o novo hospital ou habitação pública deverão ficar prontos até 2027. Um dos exemplos é a conclusão, no próximo ano, das habitações para idosos na Avenida do Nordeste, ou ainda os diversos projectos para a zona A dos novos aterros. A estimativa consta no relatório de actividades da Direcção dos Serviços de Obras Públicas (DSOP), que revela ainda que, no ano passado, este organismo contou com um orçamento do PIDDA (Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração) de 14,2 mil milhões de patacas, com uma taxa de execução orçamental de 91 por cento. No ano passado foram ainda lançados 46 concursos públicos e consultas para a realização de obras, tendo sido concluídas 29. Há ainda 56 obras em curso, enquanto estão em fase de concepção e estudo 36 projectos. Em matéria de segurança de infra-estruturas, foram realizadas seis inspecções, verificados 30 taludes com risco de derrocada, procedendo-se ainda à actualização contínua da Rede de Informação sobre a Segurança dos Taludes, descreve o relatório.
Andreia Sofia Silva SociedadeNovo Bairro de Macau | Quase 90% diz precisar de hipoteca Um inquérito realizado pela Sociedade de Renovação Urbana de Macau junto dos residentes conclui que cerca de 88 por cento diz necessitar de pedir um empréstimo hipotecário para comprar uma casa no Novo Bairro, enquanto 75 por cento “espera que exista um centro de vendas em Macau para a apresentação de candidaturas”. Relativamente ao crédito da habitação, a sociedade “tem contactado instituições financeiras, propondo que os residentes de Macau possam usufruir de um rácio máximo de 80 por cento ou mesmo de 90 por cento do valor do empréstimo para as unidades residenciais” do Novo Bairro. Segundo um comunicado divulgado ontem pela Macau Renovação Urbana, “o feedback das entidades relevantes tem sido, até à data, positivo”. A empresa tem recolhido opiniões dos residentes “sobre a possibilidade de se tornarem proprietários através de múltiplas plataformas” no Novo Bairro, sendo que “os três principais tipos de lojas que os residentes esperam que existam [no bairro] são de alimentação e bebidas, supermercados e serviços de subsistência”. Pretende-se, assim, “atrair mais marcas de produtos alimentares e bebidas para abrir um negócio nos mais de 5.000 metros quadrados de espaço comercial do bairro”, além de se criarem “instalações completas de educação básica”. Foi já criado um centro de vendas de apartamentos em Hengqin e em Macau, estando a ser preparado um sistema de candidaturas online. O projecto promete ainda oferecer mais de quatro mil lugares de estacionamento, estando a ser analisada a possibilidade de providenciar mobiliário completo, em que os compradores das casas podem escolher um de vários pacotes de mobiliário a diferentes preços. O projecto do Novo Bairro está na fase de inspecção, que deverá estar concluída este mês, estando a ser executados trabalhos de paisagismo e construção de estradas.
João Santos Filipe Manchete SociedadeTáxis | Governo equaciona emitir 500 licenças novas Apesar de inicialmente ter revelado a vontade de emitir 300 licenças de táxis no próximo concurso público, face à procura, o Executivo admite lançar 500 licenças. A informação foi revelada pelo director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego O Governo está a estudar a possibilidade de lançar 500 licenças novas para táxis, apesar de inicialmente ter indicado que seriam lançadas 300. A informação foi revelada por Lam Hin San, director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, na sexta-feira, depois de uma reunião do Conselho Executivo. “Antes tínhamos estudado a possibilidade de lançar mais 300 licenças. Neste momento, estamos a estudar a procura e as necessidades dos cidadãos e dos turistas, e no futuro podemos emitir 500 licenças, em vez das 300 planeadas”, admitiu Lam Hin San, durante a conferência de imprensa. Apesar da possibilidade, o cenário ainda está longe de ser concretizado. “Só vamos ter mais pormenores [sobre o número de licenças] depois de concluirmos o estudo e termos os documentos oficiais [do concurso público para atribuição de licenças] prontos para publicar”, acrescentou. Na sexta-feira, o Governo terminou a discussão do regulamento administrativo complementar à lei de táxis, que define as regras para os concursos públicos de atribuição das novas licenças. A DSAT é a entidade adjudicante dos concursos públicos para a atribuição de licenças e a responsável pelos procedimentos do concurso. No entanto, o director admite ser difícil fazer uma estimativa, neste momento, sobre quanto tempo que vai demorar até os novos táxis entrarem em circulação. “Cremos que os procedimentos para emitir as novas licenças podem acontecer muito em breve. Mas quanto tempo vai durar ao certo toda a formalidade, não consigo responder”, confessou. Oposição do sector Desde 2019, antes do início da pandemia, expiraram cerca de 400 licenças de táxis. O número foi apontado pela DSAT em Julho deste ano. Contudo, a decisão de emitir 500 licenças em vez de 300 deverá ter alguma oposição dos conselheiros do Governo, próximos da indústria taxista. Em Julho, Ku Heng Cheong, vogal do Conselho Consultivo do Trânsito, pediu que qualquer decisão para lançar mais de 300 licenças fosse tomada “de forma prudente”. Na mesma altura, também o secretário-geral da Associação Choi In Tong Sam e ex-vogal do Conselho Consultivo do Trânsito, Kou Ngon Fong, defendeu que não era boa ideia para disponibilizar demasiados alvarás de táxis, para evitar o aumento da concorrência. “Não é oportuno nesta fase que o Governo disponibilize demasiados táxis no mercado. O Governo pode, por exemplo, atribuir entre 200 a 300 alvarás nesta fase e, caso as reacções sejam positivas e o mercado absorva a oferta, voltar a atribuir mais alvarás daqui a um ou dois anos”, sustentou Kou Ngon Fong. Como acontece nas conferências de imprensa do Conselho Executivo, o conteúdo das propostas de lei e dos regulamentos administrativos nunca é revelado na sua totalidade, até entrar na Assembleia Legislativa, no caso das leis, ou ser publicado em Boletim Oficial, como acontece com o regulamentos administrativos. Porém, foi indicado que o regulamento vai definir os requisitos de participação, os prazos, caderno de encargos do concurso e até o direito de impugnação dos concorrentes, no caso de não concordarem com as decisões tomadas.
Hoje Macau SociedadeAvenida do Nordeste | 70% a favor de passagem superior Um inquérito realizado pela União Geral das Associações dos Moradores de Macau (UGAMM) revelou que 70 por cento dos residentes concordam com a construção de uma passagem superior para peões na Avenida do Nordeste, projecto que o Governo planeia desenvolver no próximo ano. Segundo um comunicado da UGAMM, o inquérito mostra ainda que 65 por cento dos entrevistados considera que as passadeiras em forma oblíqua podem acelerar as passagens. Questionados sobre os maiores problemas de mobilidade registados na zona norte da península, os participantes disseram que a distância entre as passadeiras não é ideal, estando estas demasiado próximas ou afastadas, e muitas vezes perto de curvas ou em locais com pouco espaço para os peões esperarem. Relativamente às passagens superiores para peões, os inquiridos queixam-se do envelhecimento das infra-estruturas, com a avaria frequente de elevadores e escadas rolantes ou ainda a falta de abrigos para a protecção dos períodos de sol ou chuva. O inquérito foi realizado em Junho e contou com um total de 607 respostas válidas de moradores das zonas da Ilha Verde, Fai Chi Kei, Toi San, Iao Hon e Areia Preta.
João Santos Filipe Manchete SociedadeDSOP | Queda de tinta em obras na Ponte Sai Van origina multa Após queixas de condutores que ficaram uma pintura “extra” nas viaturas, a DSOP aplicou uma multa à empresa responsável pela primeira fase de renovação da Ponte Sai Van. O valor da penalização não foi anunciado A Direcção dos Serviços de Obras Públicas (DSOP) anunciou a aplicação de multa à Companhia de Construção e Engenharia EHY, embora o valor tenha ficado por revelar. Em causa está a renovação da Ponte Sai Van e o facto de condutores se queixarem que quando circulam na ponte as viaturas ficam com tinta deixada pelas obras. “Desde meados da semana passada, que a DSOP continua a receber queixas sobre carros que ficam sujos com tinta quando circulam na ponte [Sai Van]. Foi pedido imediatamente à empreiteira que evite o derrame de tinta na via de circulação”, revelou a direcção de serviços, num comunicado emitido em chinês, na quarta-feira. Foi também indicado que a DSOP enviou uma equipa ao local para inspeccionar as obras, “com a empresa de fiscalização” [Bahh Consultoria Engenharia] e que foi pedido à empreiteira para “contactar os condutores afectados e tratar da limpeza das viaturas”. “Actualmente, a empreiteira resolveu quatro casos e vai continuar a acompanhar a situação até todos os casos estarem resolvidos”, foi prometido pela DSOP. O valor da multa aplicada não foi revelado. Porém, a DSOP frisou “que está a prestar muita atenção ao caso” e que “é inaceitável a empreiteira ser responsável por estes casos, devido ao facto de não ter tomado as medidas de protecção adequadas” durante a execução dos trabalhos. A DSOP também pediu à empreiteira que “encarregue um agente específico de inspeccionar se as protecções foram deslocadas devido aos fortes ventos que se sentem na ponte”. Quando tal se verificar, as instruções são para que os trabalhos sejam suspensos. O valor da multa aplicada à empresa responsável pela obra não foi revelada, com a DSOP limitar-se a afirmar que o caso vai ser tratado de acordo com “as cláusulas do contrato e as leis relacionadas”. Obra de milhões A Companhia de Construção e Engenharia EHY foi escolhida para fazer a obra de renovação da ponte, num procedimento de consulta junto de potenciais interessadas. Com uma preço de 35,58 milhões de patacas e prazo de execução de 180 dias, a vencedora apresentou o preço mais barato e o menor tempo para realização dos trabalhos, entre as sete companhias que apresentaram propostas. De acordo com a informação oficial, a empresa Bahh Consultoria Engenharia vai receber 1,72 milhões de patacas pelos trabalhos de fiscalização, uma escolha que também teve por base o procedimento de consulta, junto de seis empresas. A Bahh apresentou o preço mais reduzido. Por sua vez, a China Railway Major Bridge Reconnaissance & Design Institute Co., Ltd. (Macao Branch) foi escolhida para a elaboração do projecto, a troco de 1,50 milhões de patacas. Neste caso, uma vez que não há indicação da existência de mais propostas, a selecção da empresa estatal chinesa terá sido feita por adjudicação directa. As três adjudicações para a primeira fase de renovação da ponte atingiram o valor declarado de 38,8 milhões de patacas.
Hoje Macau SociedadeONU diz que turismo falha nos objectivos de desenvolvimento O líder da agência da ONU (Organização das Nações Unidas) dedicada ao turismo disse ontem em Macau que o sector do turismo precisa de mais investimentos verdes, porque está a falhar na concretização dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável para 2030. “Estamos a ficar para trás na corrida para alcançar as metas do desenvolvimento sustentável”, alertou em Macau o secretário-geral da Organização Mundial do Turismo das Nações Unidas (UNWTO, na sigla em inglês). Na cerimónia de abertura do Fórum Global de Economia e Turismo (GTEF, na sigla em inglês), Zurab Pololikashvili defendeu a urgência de “regressar ao caminho certo”, bem como “a importância de aumentar os investimentos verdes para fazer este sector mais sustentável do que nunca”. Os 17 Objectivos de Desenvolvimento Sustentável para 2030, acordados pelos países-membros da ONU em 2000, incluem a erradicação da pobreza e da fome, redução das desigualdades, energia limpa e acessível e a acção contra as alterações climáticas. A presidente executiva do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC, na sigla em inglês) foi mais longe e defendeu que “o foco da próxima década tem de ser alcançar emissões zero e proteger a biodiversidade”. Julia Simpson lembrou que a intensidade de produção de emissões de carbono no sector já está a diminuir. “É algo positivo e importante, mas não é suficiente”, disse, sublinhando que “as viagens internacionais continuem extremamente dependentes dos combustíveis fósseis”. A dirigente disse que aviões movidos por energias renováveis ainda vão demorar a chegar e apontou os biocombustíveis como “a única solução a curto prazo para a indústria de aviação e as viagens de turismo”. Simpson apelou a todos os países para realizarem estudos sobre a possibilidade de “multiplicar a produção de biocombustível sustentável para a aviação” nos próximos dez anos. Em primeiro lugar Na mesma cerimónia, o ministro da Cultura e Turismo da China, Hu Heping, sublinhou que “a protecção ambiental tem de ser uma pré-condição para o desenvolvimento” da indústria do turismo. Com o fim da política covid zero, o turismo no país “tem estado a recuperar, a criar empregos de forma transversal em vários sectores e a dar um importante apoio ao crescimento económico”, disse Hu. O ministro defendeu que, embora o acesso ao turismo seja “um importante critério para avaliar a qualidade de vida” da população, o sector tem de também melhorar a vida da população local. “Temos de levar em consideração a capacidade ecológica, os esforços necessários para restaurar a natureza e a capacidade de desenvolver o turismo verde”, disse Hu.
Hoje Macau Manchete SociedadeGTEF | China será maior economia turística até 2026, diz WTTC A presidente do Conselho Mundial de Viagens e Turismo disse ontem, no Fórum Global de Economia e Turismo, que a China deverá ser a maior economia turística do mundo até 2026. Pansy Ho realçou o interesse que o mercado chinês suscita a nível global A China deverá “ultrapassar os Estados Unidos como a maior economia turística no mundo” até 2026, previu ontem em Macau a presidente executiva do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC, na sigla em inglês). Julia Simpson disse ainda que a China vai representar um terço de todos os novos empregos gerados no sector a nível mundial. A líder da WTTC falava na cerimónia de abertura do Fórum Global de Economia e Turismo (GTEF, na sigla em inglês), que decorre até amanhã, em Macau, após um interregno de quatro anos devido à pandemia. Antes desta, recordou Julia Simpson, já a China era já o principal mercado emissor de turistas do mundo, responsável por 15 por cento dos gastos de visitantes em países estrangeiros. Por isso mesmo, disse o secretário-geral da Organização Mundial do Turismo das Nações Unidas (UNWTO, na sigla em inglês), Zurab Pololikashvili, “a mais importante manchete do ano foi sem dúvida a reabertura da China, após estar fechada durante mais de mil dias”. “Todo o mundo estava à vossa espera”, disse Pololikashvili. “Tive a honra de ser o primeiro dirigente da ONU a visitar a China após a abertura a chegadas internacionais, em Hangzhou, no passado Fevereiro”, acrescentou. Apesar de ter encerrado as fronteiras devido à pandemia, a China foi ainda assim o país que atraiu mais investimento directo externo em turismo entre 2018 e 2022, representando 15 por cento do total mundial, sublinhou Pololikashvili. Expectativas em alta Na mesma cerimónia, a secretária-geral do GTEF, Pansy Ho, disse que o interesse no regresso do evento “mostra quanto o mundo quer saber mais sobre o mercado [turístico] chinês e precisa do mercado chinês”. Itália é o convidado de honra da edição deste ano do GTEF e a ministra do Turismo italiana revelou que o número de visitantes chineses que chegaram ao país entre Janeiro e Agosto cresceu seis vezes em comparação com igual período de 2022. Daniela Garnero Santanchè sublinhou ainda que os turistas chineses em Itália são em geral “mais jovens” do que antes do início da pandemia. Na quarta-feira, o secretário de Estado de Turismo, Comércio e Serviços português disse que a China tem “um enorme potencial de crescimento do turismo na Europa e por conseguinte em Portugal”. Nuno Fazenda revelou que Portugal vai realizar uma acção de promoção turística, entre Abril e Maio do próximo ano, em “algumas das principais cidades chinesas, nomeadamente em Pequim, Xangai, Chengdu, Cantão e nas regiões de Macau e Hong Kong”. O Governo português vai reforçar a presença na ITB, feira da indústria do turismo dedicada exclusivamente ao mercado chinês, em Xangai, disse Fazenda, que está em Macau para participar no GTEF.