Turismo | Mais agências de turismo e menos trabalhadores em 2016

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]o ano passado existiam em Macau 256 agências de viagens em actividade, o que representou um acréscimo de seis em relação a 2015. Porém, o número de trabalhadores empregados nestas empresas diminuiu em 2016, quando comparando com o ano anterior. O decréscimo foi de 239 funcionários para um total de 4.246.

No que diz respeito às receitas e despesas das agências de viagens, os montantes chegaram aos 6,53 mil milhões e 6,30 mil milhões de patacas, respectivamente. Estes valores representam crescimentos ligeiros na ordem dos 0,5 e 0,9 por cento, respectivamente face ao ano de 2015.

O valor acrescentado bruto, que reflecte o contributo económico do sector, foi de 944 milhões de patacas, tendo descido 1 por cento em termos anuais. Já a formação bruta de capital fixo foi de 142 milhões de patacas, o que representa um decréscimo de 11,4 por cento.

O excedente bruto do sector das agências de viagens situou-se em 2016 nos 229 milhões de patacas, uma descida de 11,4 por cento em relação ao ano anterior.

Dividindo as diferentes receitas, as provenientes de excursões chegaram às 2 mil milhões de patacas, os serviços de reservas de quartos acumularam 1,12 mil milhões de patacas e o aluguer de automóveis de turismo com motorista apuraram 977 milhões de patacas. Números que face a 2015 representaram aumentos de 2,5, 2 e 15,6 por cento, respectivamente.

No campo das despesas efectuadas pelas agências de viagens, destaque para a aquisição de bens e serviços, assim como comissões pagas (75 por cento do total), que se chegaram às 4,73 mil milhões de patacas, ainda assim menos 1,6 por cento em relação ao ano anterior.

26 Set 2017

Macau apadrinha Fórum Económico entre China e países lusófonos

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]ais de 80 responsáveis de Portugal, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde vão participar no Fórum Económico sobre Cidades Sustentáveis, em Outubro, em Macau, foi ontem anunciado.
A cooperação económica e monetária entre a China e os países de língua portuguesa (PLP) vai ocupar os debates do fórum, organizado no âmbito da Feira Internacional de Macau (MIF), de 19 a 21 do próximo mês, e onde Angola será o “país de referência”.
O Fórum Económico Cidades Sustentáveis Macau – Guangzhou – Hong Kong realiza-se a 20 de Outubro, com duas conferências: “Como melhorar a capacidade de financiamento de projectos entra a China, Macau e os Países de Língua Portuguesa” e “Cidades sustentáveis e inteligentes, perspectivas para uma cooperação económica global, tendo em conta o desenvolvimento local”.
De acordo com o programa provisório a que a agência Lusa teve acesso, vão intervir na sessão de abertura o secretário de Estado da Internacionalização de Portugal, Eurico Brilhante Dias, o Chefe do Executivo de Macau, Chui Sai On, o governador da província de Guangdong, Ma Xingrui, o presidente da comissão executiva da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) e presidente do governo regional do Príncipe, José Cassandra, o presidente do Fórum de Empresários de Língua Portuguesa (FELP), Francisco Viana e o secretário-geral da UCCLA, Vítor Ramalho.
Estão ainda por confirmar as presenças do governador da província de Luanda e presidente da assembleia-geral da UCCLA, general Higino Carneiro, segundo o mesmo programa.

Olhos em Angola

A conferência “Como melhorar a capacidade de financiamento de projectos entre a China, Macau e os Países de Língua Portuguesa” vai contar com a participação de responsáveis de várias instituições bancárias e financeiras, como os bancos EuroBic, Sol, Industrial e Comercial da China, BNU, Banco da China, Instituto de Formação Financeira e Fundo China África.
Na segunda conferência de dia 20, “Cidades sustentáveis e inteligentes, perspectivas para uma cooperação económica global, tendo em conta o desenvolvimento local”, a mesa-redonda estará ocupada por autoridades locais e municipais de Cascais, Lisboa, Almada, Maputo e Cabo Verde.
Em Abril decorreu em Luanda a edição anterior do fórum económico sobre cidades sustentáveis, que contou com mais de 200 convidados, entre os quais responsáveis do Centro de Apoio Empresarial de Macau do IPIM.
A escolha de Angola para ser o país de referência na MIF foi tomada em Junho, aquando de uma visita a Macau de uma delegação da UCCLA.
De acordo com o presidente da Confederação Empresarial de Angola (CEA) e da FELP, Francisco Viana, mais de meia centena de empresas angolanas vão estar presentes na 22.ª edição da MIF.
O crescente interesse nos produtos e serviços dos países lusófonos levou à criação de um espaço individualizado na MIF, designado como PLPEX (Exposição dos Países de Língua Portuguesa), anunciou à Lusa, em Julho, Gloria Batalha, administradora do IPIM.
Glória Batalha esclareceu que esta decisão de individualizar e colocar a PLPEX ao lado da MIF é o resultado de um trabalho estratégico de reforçar o papel de Macau como plataforma de cooperação entre a China e o bloco lusófono, como definido por Pequim.
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa integra Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Educação | Centro de Ciência de Macau reabre esta semana

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]epois dos estragos provocados pela passagem do tufão Hato pelo território, o Centro de Ciência de Macau volta a abrir portas ao público na próxima sexta-feira. Como os trabalhos de reparação ainda estão em curso, nomeadamente na cobertura de alumínio, estará disponível para os visitantes, por questões de segurança, uma entrada temporária. O Centro de Ciência de Macau tem um conjunto de actividades no calendário, como o Festival do Outono e o Dia da Implantação da República Popular da China. Também o Planetário terá três espectáculos adicionais entre 1 e 8 de Outubro.

26 Set 2017

Turismo | Número de visitantes diminui em Agosto devido ao Hato

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s efeitos do desastre natural de 23 de Agosto fizeram-se sentir também no sector turístico. Durante o mês de Agosto, o número de visitantes que Macau recebeu diminuiu 0,6 por cento em termos anuais e 1,8 por cento na contabilidade mensal. A razão apontado pelos Serviços de Estatística e Censos para a diminuição foi a passagem do tufão Hato pela região.

Durante o mês de Agosto Macau recebeu um total de 2.866.400 visitantes, deste número 1.318.619 foram excursionistas, enquanto o número de turistas foi 1.547.781. O número de pessoas que chegaram através de excursões sofreu uma diminuição de 6,2 por cento em comparação com igual período homólogo do ano anterior, enquanto que o número de turistas aumentou 4,8 por cento.

O período médio de permanência em Macau aumentou ligeiramente para 1,3 dias por turista, o que representa uma subida de 0,1 dias em relação ao ano transacto.

Do total de visitantes, a larga maioria foi oriunda do Interior da China, chegando ao total de 2.016.846, o que representou um crescimento de 1,9 por cento em relação a Agosto do ano passado. Os turistas originários de Hong Kong foram 529.676, uma proveniência que sofreu um decréscimo de 10,5 por cento, enquanto que de Taiwan chegaram 92.580 visitantes, ou seja, menos 1,9 por cento.

O número de turistas oriundos dos Estados Unidos da América, Canadá, Austrália e Reino Unido continuaram a diminuir. Em contrapartida, os visitantes que chegaram da da Coreia do Sul aumentaram neste mês de Agosto 30,8 por cento.

Neste aspecto importa salientar que a 25 de Agosto os Serviços de Turismo de Macau suspenderam as viagens turísticas à cidade até ao passado dia 2 de Setembro, uma medida que afectou o número de visitantes.

25 Set 2017

Ministério Público | Acidente em obra leva à constituição de três arguidos

Foram conhecidas as medidas de coação contra os suspeitos de envolvimento no acidente que provocou dois mortos e dois feridos, um deles grave, na construção do edifício do Ministério Público. O HM falou com um técnico ligado à obra que denuncia as deficiências de segurança e o elemento que a justiça esqueceu

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]ra uma manhã como todas as outras na obra do edifício do Ministério Público, tudo corria dentro da normalidade até que uma viga de metal se soltou caindo em cima de trabalhadores. O acidente ocorreu no passado dia 12 de Junho e na sua sequência dois operários acabariam por morrer, permanecendo um dos feridos em estado grave e o outro com ferimentos ligeiros. A obra foi suspensa por ordens da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) e exigido ao empreiteiro um relatório detalhado do que se poderá ter passado. Foi também pedida pela DSAL uma nova inspecção de segurança de forma a resolver os problemas de risco.

Um técnico próximo da obra contou ao HM que, de momento, “o Governo contratou uma empresa de consultoria para supervisionar a construção, mas que não tem qualquer autoridade para exercer poder no local”. A fonte contou ainda que os trabalhos que garantem as regulares exigências de segurança não foram feitos com rigor nesta obra, como são executados nos estaleiros dos casinos, ou em obras realizadas em Hong Kong. “Houve um erro de cálculo na avaliação do peso da viga, que pesava cerca de seis toneladas, mas que pensaram que pesava apenas duas, daí ter caído”, conta.

O procedimento geral neste tipo de trabalhos implica que os empreiteiros submetam planos de segurança que estão sujeitos a avaliação e aprovação por parte do consultor que fiscaliza a construção e pelo próprio dono da obra. Cabe aos empreiteiros gerir os trabalhos de maneira a garantir que o plano de segurança é cumprido e aos inspectores de fiscalização averiguar esse cumprimento. Os acidentes resultam, normalmente, de situações de incumprimento, normalmente atribuíveis a trabalhadores individuais, sub-empreiteiros, ou empreiteiros gerais.

Apurar responsabilidades

Na sexta-feira foi anunciado que três pessoas ligadas à obra ficaram sujeitas à medida de coação menos gravosa quando se inicia a instrução de um processo penal. Segundo um comunicado do MP, o juiz de instrução criminal aplicou a dois arguidos “as medidas de coação de termo de identidade e residência, caução a pagar em dez dias e apresentação periódica à Polícia Judiciária”. Ao terceiro arguido foi aplicado termo de identidade e residência, sem caução.

A Polícia Judiciária encaminhou os três arguidos para o MP “por serem suspeitos da prática de crime de infração de regras de construção e perturbação de serviços, agravado pelo resultado”, indicou o mesmo comunicado. Caso fique provado em tribunal que o acidente teve origem em negligência o empreiteiro será alvo de sanção.

Na opinião da fonte próxima da construção, falta uma pessoa entre os arguidos: o inspector de segurança da obra.

Na altura da suspensão dos trabalhos, a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes garantiu que o prazo para finalizar a obra não seria prorrogado. O custo da construção está avaliado, segundo os dados publicados no concurso de adjudicação, em quase 111,7 milhões de patacas.

25 Set 2017

PME | Paulo Macedo diz que BNU vai reforçar apoios

O presidente-executivo da Caixa Geral de Depósitos garantiu, no âmbito de um encontro com Chui Sai On, que o BNU vai proporcionar mais apoios financeiros para as empresas de pequena dimensão, sem esquecer o sector do retalho. Paulo Macedo está em Macau no contexto da celebração dos 115 anos do banco local

[dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]aulo Macedo chegou a ser ministro da saúde em Portugal, mas é na qualidade de presidente-executivo do grupo Caixa Geral de Depósitos (CGD) que tem estado em Macau para uma visita que marca a celebração do 115º aniversário do Banco Nacional Ultramarino (BNU).

À margem das festividades, Paulo Macedo tem reunido com governantes locais. Após um encontro com o Chefe do Executivo, Chui Sai On, foi anunciado que o BNU vai aumentar o apoio às Pequenas e Médias Empresas (PME) e ao desenvolvimento do sector do retalho no território.

De acordo com um comunicado oficial distribuído no final da audiência, Paulo Macedo lembrou que o BNU “explora actividades em todos os países de língua portuguesa” e, por isso, acredita que o banco vai “certamente contribuir com o seu papel e potencialidades para que Macau se torne na plataforma de serviços comerciais entre a China e o mundo lusófono”.

O Chefe do Executivo recordou que o BNU está estabelecido em Macau “há muitos anos, é uma importante instituição financeira e um dos bancos emissores de moeda e que tem desempenhado um papel muito importante no desenvolvimento económico e na manutenção da segurança e estabilidade do sistema financeiro” do território.

O governante assegurou ainda que, “no futuro, o Governo da RAEM irá, tal como sempre, apoiar o desenvolvimento do BNU e das actividades financeiras de Macau, bem como, em conjunto com esta instituição financeira, envidar os maiores esforços em prol do progresso económico” local.

Chui Sai On lembrou que o Governo da RAEM, “com o forte apoio do Governo Central”, dedica-se, designadamente “à participação activa no projecto nacional ‘Uma Faixa, Uma Rota’, na estruturação da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau e no fortalecimento do papel de plataforma de serviços de cooperação comercial entre a China e os países de língua portuguesa”.

Por isso, de acordo com o documento distribuído aos jornalistas, o Chefe do Governo disse acreditar que “o sector financeiro de Macau, que inclui o BNU, irá aproveitar estas oportunidades para explorar mais espaço de desenvolvimento”, esperando também que o banco “possa aproveitar as potencialidades existentes na rede de actividades dos países de língua portuguesa para, em conjunto com o Governo da RAEM, alcançar a meta da implementação de uma plataforma entre a China e a lusofonia e promover a diversificação económica adequada”.

Promessas feitas

No encontro participaram, entre outros, o presidente executivo do BNU, Pedro Cardoso, e a chefe do Gabinete do Chefe do Executivo, O Lam.

Na quinta-feira, à margem da cerimónia comemorativa dos 115 anos do banco, Paulo Macedo tinha afirmado que o BNU vai desempenhar um papel ainda mais activo na promoção de negócios entre o território, a China e os países lusófonos.

Para a CGD, Macau e o BNU são uma porta da China para os países lusófonos, em termos de negócio e trocas comerciais, afirmou o responsável

A CGD está presente em sete países lusófonos e é líder em cinco: Portugal, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Em 2003, a China estabeleceu a RAEM como a plataforma para o reforço da cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa.

25 Set 2017

SSM e associação de médicos lamentam morte de Larguito Claro

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Saúde e a Associação de Médicos de Língua Portuguesa de Macau manifestaram sexta-feira pesar pela morte na quinta-feira do médico João Maria Larguito Claro, que chefiou aqueles serviços entre 1993 e 1999.

Os Serviços de Saúde destacaram o “contributo e a valorização da classe médica” do especialista em dermatologia que desenvolveu “um trabalho digno e marcante no território”, de acordo com um comunicado.

Por seu lado, a Associação de Médicos de Língua Portuguesa de Macau (AMLPM) lamentou a morte de Larguito Claro e destacou a “dinâmica imposta pelos centros de saúde e a criação de áreas de especialização”, reconhecidamente “fundamentais e estruturantes” na actividade no território, indicou em comunicado.

“Larguito Claro foi um homem com visão, com sentido de entrega à missão e com espírito empreendedor na área da Saúde em Macau”, sublinhou, na nota, o presidente da AMPLM, Jorge de Sales Marques.

Os Serviços de Saúde de Macau e a AMLP enviaram condolências à família de Larguito Claro.

A 7 de Abril passado, o Ministério da Saúde português distinguiu Larguito Claro, director do Serviço de Dermatologia do Centro Hospitalar do Algarve, com a Medalha de Mérito da Saúde, Grau Ouro, em reconhecimento do profissionalismo e dedicação ao longo da sua carreira em prol da melhoria da acessibilidade de todos os cidadãos aos cuidados de saúde.

25 Set 2017

Areia Preta | Polícias à civil impedem suicídio de mulher

Dois polícias salvaram uma residente de 37 anos, que tinha saltado para o rio para se suicidar. O caso aconteceu na Areia Preta, à frente do hotel Crowne Plaza, e os agentes não estavam identificados como polícias

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]ois polícias da Unidade Táctica de Intervenção da Polícia de Segurança Pública impediram que uma mulher se suicidasse no sábado, pelas 16h30, à frente do hotel Crowne Plaza. O caso aconteceu quando os dois homens que realizavam corrida, vestidos com equipamento desportivo, mas sem nada que os identificasse como membros da polícia, viram a mulher a atirar-se ao rio.

Assim que viram a residente na água, os dois homens, que corriam em direcção às Portas do Cerco, saltaram para o rio para impedirem que a mulher entrasse numa zona onde não tivesse pé e fosse arrastada pela corrente.

Agarrada pelos dois corredores, a mulher de 37 anos, lutou afincadamente para se soltar, ao mesmo tempo que gritava e chorava, desesperada, para que a deixassem morrer.

A dificultar a tarefa dos dois homem esteve o lodo no fundo rochoso do rio, que por ser muito escorregadio dificultou as tarefas de salvamento. Este facto fez com que apesar das várias tentativas, os dois polícias sozinhos não conseguissem tirar a mulher da água.

Por sua vez, a senhora, de joelhos e com a água a chegar-lhe ao peito, pedia que a largassem para se afogar. A situação durou cerca de dez minutos até à chegada da PSP e dos bombeiros.

Enquanto aguardavam pela chegada dos colegas, os polícias contaram com a ajuda de duas pessoas, sem que fosse possível tirar a mulher da água. Contudo, a frustração de um dos agentes ficou bem patente a certa altura, quando começou a pedir auxílio às pessoas que se juntaram para assistir à cena. Ao mesmo tempo, pedia-lhes que não ficassem apenas a filmar com os telemóveis.

Fora de perigo

Só com a chegada da PSP e dos bombeiros foi possível colocar a vítima a salvo. Contudo, pelo facto de o piso ser demasiado escorregadio, foram precisos mais de seis agentes para resolver a situação.

Num primeiro momento, a mulher foi levantada e levada para as rochas. Nessa altura, os bombeiros e a polícia colocaram-lhe uma corda à volta do corpo. Porém, a mulher gritava para que a deixassem morrer, e quando percebeu que estava dominada, tentou dar cabeçadas nas rochas, mordendo igualmente o joelho de um agente que a tentava salvar.

Depois de imobilizada, a senhora de 37 anos foi mantida quente com vários cobertores, que os agentes trouxeram consigo. Só depois foi colocada numa maca e levada, numa ambulância, para o hospital Conde São Januário, onde se encontra livre de perigo.

De acordo com as informações prestadas pela PSP ao HM, a mulher está a receber tratamento, pelo que só vai ser possível apurar os motivos que a levaram a tentar suicidar-se mais tarde, quando tiver alta.

Antes de se atirar ao rio, a mulher deixou nas rochas um papel com uma mensagem, três maços de cigarros, um telemóvel – que nunca parou de tocar – e um par de chinelos brancos e cor-de-rosa.

25 Set 2017

Portas do Cerco | Pedidas soluções com menos impacto para a população

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]eputados mostram-se preocupados com as obras no Terminal das Portas do Cerco e pedem ao Executivo que tome medidas para facilitar a vida da população

A Associação Novo Macau realizou ontem, na zona das Portas do Cerco, uma conferência de imprensa, e Sulu Sou avançou com uma proposta para atenuar o trânsito naquela zona, na sequência do encerramento do terminal de autocarros, devido às inundações causadas pelo tufão Hato.

O recém-eleito deputado entende que devido à suspensão do terminal das Portas do Cerco, os residentes têm de atravessar caminhos que estão longe de oferecer as condições ideais, só para poderem chegar às paragens temporárias.

Na mesma proposta, o pró-democrata sugere que o terminal seja utilizado para o estacionamento de autocarros e shuttle-bus dos casinos, defendendo também a necessidade de instalar geradores temporários de electricidade, assim como a recuperação dos sistemas de iluminação e ventilação.

Quanto à a superfície das Portas do Cerco, actualmente destinada ao estacionamento de autocarros dos casinos, deve ser aproveitada, a título provisório, diz o pró-democrata, para a tomada e largada de passageiros dos autocarros públicos. Porém, deixa o aviso: é necessário instalar coberturas para proteger os passageiros do sol e da chuva.

Sistema prioritário

Também Ron Lam U Tou, presidente da Associação da Sinergia de Macau, afirmou, ao Jornal do Cidadão, que os autocarros públicos são um dos principais meios de transporte na RAEM e que devem ter prioridade na utilização dos locais para poderem parar.

Através do ajustamento das paragens de autocarros, Lam U Tou acredita que se pode melhorar as rotas e a frequência dos shuttle-bus. Ainda sobre os autocarros dos casinos, o presidente da Associação da Sinergia de Macau revelou que é essencial que se utilize o mínimo de espaço possível, porque diz ver frequentemente essas viaturas quase vazias. Segundo Ron Lam U Tou, ao utilizar-se menos espaços seria possível proceder a um ajustamento das rotas e frequências.

Lam U Tou reiterou que a zona de superfície das Praça das Portas do Cerco é um bom local para a paragem de autocarros, o que pode ser provado pelo facto de a referida área já ser utilizada há vários anos para esse propósito.

Por sua vez, o vice-presidente do Centro da Política da Sabedoria Colectiva, Leong Hong Sai, declarou, ao mesmo jornal, que após o anúncio da Administração de que o terminal seria suspenso durante dois anos, os cidadãos tiveram uma forte reacção. Esta resposta foi justificada com a inconveniência na deslocação das pessoas, principalmente dos idosos, e ainda pelos receios de puderem surgir problemas ligados à segurança.

Por isso, Leong Hong Sai sugere que, antes do arranque dos trabalhos de recuperação do terminal, sejam consertadas as instalações básicas, como iluminação e ventilação, para disponibilizar temporariamente algumas rotas de autocarros mais utilizadas pelos cidadãos. O objectivo passa por reduzir o impacto junto da população dos trabalhos desenvolvidos.

Já na visão de Agnes Lam, que esteve presente num programa promovido pela Ou Mun Tin Toi, citado pelo Jornal do Cidadão, o terminal de autocarros das Portas do Cerco tem problema em termos de design. A deputada recém-eleita defendeu que esta questão mostra a deficiente fiscalização do Governo. A académica quer que as autoridades expliquem à população as razões para o longo período de obras e que divulguem pormenores sobre as despesas. Agnes Lam pede ainda que se faça uma audiência dos profissionais do sector, no sentido de tratar das questões mais graves, e que se divulguem os relatórios.

Autocarros | Carreira 5AX começa a operar amanhã

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) anunciou ontem que a carreira rápida 5AX começa a operar amanhã. Segundo um comunicado, a nova carreira passa pelas zonas das Portas do Cerco, centro e Barra, permitindo “acelerar a rotatividade dos autocarros, escoando a afluência de passageiros”. Segundo a DSAT, “esta nova carreira será um reforço nos trabalhos de alteração aos itinerários afectados devido à suspensão do funcionamento do terminal das Portas do Cerco, permitindo ao mesmo tempo, responder melhor às necessidades de deslocações dos passageiros para os locais de trabalho e escolas”.

22 Set 2017

Taxa de inflação fixa-se em 1,16% em Agosto

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] taxa de inflação em Macau fixou-se em 1,16% nos 12 meses terminados em Agosto em relação aos 12 meses imediatamente anteriores, indicam dados oficiais ontem divulgados.

De acordo com os Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o Índice de Preços no Consumidor (IPC) aumentou sobretudo devido a subidas nos índices de preços das secções da educação (+7,43%), bebidas alcoólicas e tabaco (+5,51%) e transportes (+4,99%).

Só em Agosto, o IPC geral, que permite conhecer a influência da variação de preços na generalidade das famílias de Macau, cresceu 1,36% em termos anuais, “sendo este acréscimo homólogo o mais elevado desde Janeiro do corrente ano”.

Tal deveu-se principalmente ao aumento dos preços das refeições adquiridas fora de casa, do calçado e das propinas escolares, indicou a DSEC.

Em relação a Agosto, o IPC geral sofreu um crescimento ligeiro de 0,09%.

Em 2016, a taxa de inflação de Macau foi de 2,37%, a mais baixa desde 2009, ano em que se fixou em 1,17%.

Segundo as mais recentes projecções do Fundo Monetário Internacional (FMI), a taxa de inflação de Macau deve fixar-se em 2% este ano, em 2,2% no próximo e em 3% em 2022.

Tufão | SAFP dão apoio psicológico ao pessoal da Alfândega

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) realizaram quatro palestras de apoio psicológico ao pessoal dos Serviços de Alfândega, no contexto da passagem do tufão Hato por Macau. Os profissionais que lidaram de perto com os estragos assistiram às palestras que abordaram “o eventual impacto de stress causado e os métodos de auto-adaptação para o pessoal alfandegário e de apoio logístico, após a ocorrência de incidentes específicos”. Os SAFP consideram que “os trabalhadores dos serviços públicos enfrentaram uma variedade de situações de emergência nos últimos dias, sofrendo de stress com graus diferentes”.

Saúde | Detectada gripe colectiva em infantário na Taipa

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Saúde (SS) foram notificados ontem para a ocorrência de um caso de infecção colectiva de gripe numa escola. O caso foi diagnosticado em dez alunos, cinco do sexo masculino e outros cinco do sexo feminino com idades compreendidas entre os 3 e os 4 anos da secção infantil da Escola Secundária Pui Va. As crianças começaram a apresentar sintomas de gripe, nomeadamente tosse e febre a partir de 19 de Setembro. O caso divulgado pelos SS não resultou no desenvolvimento para um quadro clínico mais gravoso, sendo que foi divulgado que o estado de saúde dos alunos é considerado estável. A escola procedeu à desinfecção, limpeza e manutenção da ventilação de ar no interior das instalações de forma a estancar o possível contágio.

22 Set 2017

Cooperação | Alexis Tam encontra-se com o Ministro da Cultura português

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] colaboração para projectos culturais marcou o encontro em Lisboa entre Alexis Tam e o Ministro da Cultura, Luís Filipe de Castro Mendes. A reunião serviu para aprofundar as relações entre a China e os Países de Língua Portuguesa e para anunciar a possível criação de um Fórum Cultural

As relações entre o universo luso e chinês estiveram no centro do encontro entre Alexis Tam e o Ministro da Cultura de Portugal. O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura reforçou junto do seu congénere esse desígnio confiado por Pequim a Macau, que foi fortalecido aquando da visita do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang ao território.

Alexis Tam considera que Macau tem características únicas que resultam da história de meio milénio de partilha cultural entre Oriente e Ocidente. Nesse sentido, o secretário afirmou que apresentou ao Governo Central um projecto para a criação de um Fórum Cultural, uma ideia bem recebida por Pequim. O organismo propõe-se a reunir os ministros da cultura dos países de língua portuguesa e da China.

Alexis Tam fez questão de vincar os eventos culturais que acontecem em Macau, dando particular destaque ao festival literário Rota das Letras como um exemplo do intercâmbio cultural e artístico desenvolvido no território que valoriza a herança da cultura portuguesa.

Durante a reunião com Luís Filipe de Castro Mendes foram realçadas as exposições organizadas em Portugal de artistas da RAEM, assim como a presença das orquestras de Macau em eventos em solo português.

Pedaços de história

O ministro português mencionou que Macau tem uma importância especial no relacionamento entre Portugal e a República Popular da China. Castro Mendes lembrou que em 2019 se celebram 40 anos do restabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países. Foi também realçado que será o ano em que se celebram 20 anos da transferência de soberania, uma data propícia à realização de iniciativas de cariz cultural.   

O encontro serviu também para celebrar o reconhecimento das Chapas Sínicas como obra “Memória do Mundo”, pelo Comité Regional da Unesco para a Ásia e Pacífico. As peças são constituídas por um conjunto de mais de 3600 arquivos das autoridades da Dinastia Qing, com datas compreendidas entre 1693 e 1886.

Alexis Tam foi ver as Chapas Sínicas numa visita à Torre do Tombo, e realçou a importância dos trabalhos de restauro e digitalização da colecção. O secretário aproveitou para anunciar a realização de exposições e palestras, no próximo ano, em Macau e Portugal sobre o acervo histórico. O secretário sugeriu ainda que sejam emitidos selos comemorativos que marquem o êxito da candidatura à Unesco.

22 Set 2017

Protocolo do IPM com Castelo Branco alargado

[dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] já no próximo ano lectivo que os alunos do curso de licenciatura em português do Instituto Politécnico de Macau (IPM) vão frequentar o segundo ano do curso no Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB). A garantia foi dada ao HM por Natividade Pires, docente que é responsável pela ida de alunos de Macau para a instituição de ensino superior.

“Já está previsto que no próximo ano lectivo, além de virem de novo os alunos deste curso [de chinês], o protocolo será alargado a outro grupo de alunos que está a iniciar em Macau uma licenciatura em língua portuguesa. No próximo ano contamos ter cá dois grupos de alunos.”

Actualmente o IPCB tem 138 alunos estrangeiros matriculados, ao abrigo do estatuto de estudante internacional, incluindo os da licenciatura de estudos chineses do IPM. A ida destes alunos para a instituição de ensino localizada no interior do país aconteceu depois da assinatura de um protocolo com o IPM.

Segundo Natividade Pires, os estudantes terão acesso a um conjunto de disciplinas especialmente programado para si.

“Temos uma série de disciplinas na área do português e também disciplinas em chinês, leccionadas por uma professora do IPM, que estará aqui todo o ano lectivo.”

Em termos de desafios, a responsável falou de uma “dimensão de relacionamento e de dinâmica ao nível de actividades extra que vamos organizar, como visitas de estudo e estabelecimento de uma interacção com os outros alunos”. “Isto implica uma grande disponibilidade da parte das outras pessoas”, acrescentou.

Novas energias

Natividade Pires garantiu ao HM que a ida dos pouco mais de 20 alunos da RAEM para o IPCB levou ao surgimento de novas dinâmicas, tanto dentro como fora do próprio politécnico.

“A presença dos alunos neste novo contexto permite o desenvolvimento de uma dinâmica muito interessante em termos da instituição que os recebe. Existe um interesse para os alunos que mergulham no contexto da língua e da cultura portuguesa, e, apesar de ser um grupo pequeno, diferente do habitual, acaba por ser interessante numa cidade do interior do país.”

21 Set 2017

Justiça | Sentença dos filhos de Coutinho a 17 de Outubro

O julgamento de Alexandre e Benjamim Coutinho, filhos de Pereira Coutinho, teve ontem a sessão em que foram feitas as alegações finais. A defesa argumentou a fraca consistência das provas apresentadas pela acusação, enquanto o Ministério Público sustenta as alegações nas mensagens de WeChat e Whatsapp

[dropcap style≠’circle’]“N[/dropcap]ão é assim que se acusa e, muito menos, é assim que se condena”. Frase que soou na sala de audiência do 3º Juízo Criminal, proferida por Francisco Leitão, advogado de Benjamim e Alexandre Coutinho, filhos do deputado eleito Pereira Coutinho. A dura crítica à forma como decorreu a investigação e acusação do processo onde os irmãos são acusados de tráfico de estupefacientes foi reiterada nas alegações finais, na sessão que fixou o dia 17 de Outubro para a leitura de sentença.

Francisco Leitão argumentou a falta de validade probatória demonstrada pela acusação ao longo do processo, algo que já vinha de trás devido a uma investigação defeituosa. “Os investigadores não foram a lado nenhum, não falaram com ninguém, não descobriram nada e depois vieram para tribunal debitar as teses da acusação”, disse o advogado dos irmãos Coutinho. De acordo com o causídico, a única coisa que os agentes da Polícia Judiciária provaram foi que sabem ler.

A defesa foi mais longe ao adjectivar a forma como a acusação tentou fazer prova de “irrelevante e inútil”, não tendo atingido outro fim além de poluir a discussão em tribunal e na opinião pública.

Antes de Francisco Leitão apresentar as suas alegações ao colectivo de juízes, a procuradora do Ministério Público mencionou que Alexandre Coutinho cheirou o pacote na altura em que o foi levantar. A acusação alegou ainda que os irmãos mantinham uma rede de venda de marijuana com base em mensagens trocadas através das aplicações WeChat e Whatsapp.

Neste capítulo, Francisco Leitão disse que ao longo do julgamento “as palavras mais proferidas foram WeChat e Whatsapp”. O advogado concluiu que os elementos probatórios apresentados foram muito fracos. “Mensagens precisam de ser contextualizadas, não são o princípio mas o fim da prova para completar factos já apurados. A simples alusão a encomendas e vendas são de valor nulo”, elucidou a defesa. Francisco Leitão acrescentou ainda que “proferir palavras só é crime em casos de injúrias”.

Embrulho mexido

Outro dos argumentos do advogado dos irmãos Coutinho é que para as acusações de narcotráfico em lado nenhum o Ministério Público chegou perto de provar a existência venda de drogas, nem sequer foi alegado um preço, ou que produto era traficado, de e para quem.

A defesa alegou também que o único trunfo da acusação é a encomenda que foi aberta tanto pelas autoridades alfandegárias de Hong Kong, assim como pela Polícia Judiciária de Macau antes de chegar às mãos dos arguidos. É de salientar que as autoridades da região vizinha não foram arroladas como testemunhas.

Uma das maiores inconsistências da tese do Ministério Público prende-se com a alegação de que Benjamim Coutinho teria enviado a encomenda para o irmão Alexandre. Porém, ficou provado que Benjamim se encontrava em Macau na altura em que a encomenda foi enviada pela DHL a partir do Canadá.

Quando a testemunha arrolada pela acusação, ligada à investigação, foi confrontada com esta incongruência, limitou-se a especular que alguém deveria ter procedido ao envio da droga em nome de Benjamim Coutinho. Neste aspecto, o advogado de defesa realçou as conjecturas e especulações por parte da acusação, assim como “as extensas lacunas na factualidade” apresentada. Francisco Leitou alertou para o facto de a acusação ter um caso assente em mensagens de WeChat e Whatsapp sem ter apresentado uma única conversa que provasse que o arguido havia instruído um terceiro para o envio da encomenda.

Além disso, o advogado de defesa argumentou que desde que o embrulho foi remetido até chegar às mãos de Alexandre Coutinho houve um rol de situações que levantam sérias dúvidas. “A encomenda que chegou a Macau não é a mesma que saiu do Canadá”, adiantou Francisco Leitão.

A defesa acrescentou ainda que “a Alfândega de Hong Kong não agiu de acordo com a lei processual penal de Macau, portanto, a encomenda não pode ser usada como prova”.

21 Set 2017

Fronteira | FIJ condena proibição de entrada de jornalistas

Depois do tufão, as eleições. Mais jornalistas, de órgãos como o Apple Daily ou o South China Morning Post, foram barrados na fronteira e impedidos de cobrir as legislativas. A Associação de Jornalistas de Hong Kong vai enviar uma carta a Chui Sai On

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) emitiu um comunicado esta terça-feira onde condena a actuação do Governo por ter proibido a entrada de jornalistas de Hong Kong no território um dia depois das eleições legislativas.

A FIJ, que é parceira da Associação de Jornalistas de Hong Kong, explica que “segundo um comunicado emitido pela associação, dez jornalistas de Hong Kong foram proibidos de entrar em Macau pelas autoridades”, sendo que todos os repórteres viajavam para o território com o objectivo de cobrir as eleições.

“Os jornalistas são dos órgãos Apple Daily, HK01 e South China Morning Post. Desde o dia 26 de Agosto, data da passagem do tufão Hato, que, pelo menos, 15 jornalistas radicados em Hong Kong foram proibidos de entrar em Macau”, recorda a FIJ.

Segundo o comunicado da Federação, a associação de jornalistas vai enviar uma carta ao Chefe do Executivo a pedir explicações sobre o sucedido.

“A associação mostra-se profundamente preocupada e rejeita totalmente as últimas acções das autoridades de Macau. A associação de jornalistas está a trabalhar numa carta, destinada ao Governo de Macau e à tutela da Segurança de Hong Kong, que pede explicações sobre o facto dos jornalistas não serem autorizados a entrar em Macau”, lê-se no documento publicado no website da FIJ.

A própria FIJ “junta-se à associação de jornalistas e exige explicações sobre as restrições de movimentos e viagens que têm sido impostas pelos governos de Macau e Hong Kong”.

A representação da FIJ na região da Ásia-Pacífico considera que “restringir os movimentos de jornalistas e trabalhadores da comunicação social dificulta a sua capacidade de reportar os acontecimentos livremente e impede a liberdade de imprensa”.

Além disso, “a situação dos jornalistas de Hong Kong que viajam para Macau mantém-se incerta e levanta questões sobre a liberdade de imprensa na região”.

Sinais de alerta

José Carlos Matias, presidente da Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau (AIPIM), lembrou ao HM que “a situação repete-se e sinaliza uma tendência bastante preocupante”.

“Tal como sucedeu na altura da cobertura do tufão Hato, em que tivemos casos de proibições de jornalistas de Hong Kong, voltamos a referir e reiteramos que lamentamos profundamente esta decisão das autoridades”, acrescentou.

José Carlos Matias frisou ainda que “barrar jornalistas desta forma é algo que consideramos incompreensível”. As explicações [das autoridades] “são claramente insatisfatórias”, disse.

“Este tipo de atitudes, que nos deixa perplexos, contribui para o agravamento da imagem da RAEM, porque surge como um impedimento a uma livre circulação e ao exercício livre da actividade jornalística daqueles que são impedidos de entrar”, concluiu.

 

Relatório sobre liberdade de imprensa sai dia 27

É já no próximo dia 27, quarta-feira, que a Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau (AIPIM) apresenta o relatório intitulado “Retrato da liberdade de imprensa e do acesso às fontes de informação no exercício da actividade de jornalista em Macau”. A apresentação e conferência de imprensa decorre na Casa Garden às 17h00. O relatório em causa é fruto de uma acção da AIPIM para avaliar o exercício da liberdade de imprensa em Macau. Os resultados partiram de um inquérito feito aos jornalistas do território e foram avaliados por uma comissão independente, constituída pelo advogado Frederico Rato, o coordenador do curso de media na Universidade de São José, José Manuel Simões, e Rui Flores, ex-coordenador do programa académico da União Europeia em Macau e antigo jornalista.

21 Set 2017

BNU | Actividade entre Macau, China e países lusófonos vai crescer

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD) considerou ontem, em Macau, que o Banco Nacional Ultramarino (BNU) vai desempenhar um papel ainda mais activo na promoção de negócios entre o território, a China e os países lusófonos.

À margem da cerimónia do 115.º aniversário do BNU, que contou com a presença do chefe do Executivo, Chui Sai On, Paulo Macedo disse que o BNU é “um negócio saudável num mercado extremamente competitivo” e que “está a crescer”, tal como a região, o que é “obviamente importante” para a CGD, grupo que o BNU integra.

Para a CGD, Macau e o BNU são uma porta da China para os países lusófonos, em termos de negócio e trocas comerciais, afirmou o responsável, numa referência ao centro de compensação de reminbis para o mundo lusófono [câmaras de compensação no âmbito das trocas comerciais realizadas em reminbis entre a China e os países lusófonos].

“Os projectos à volta do reminbi são vários, Portugal tem estado em conversações com a China para poder vir a emitir, no futuro, dívida em reminbi”, afirmou.

“Este é um negócio que queremos ver crescer e que será mais alto, em termos dos Países de Língua Portuguesa e também em termos de Portugal”, sublinhou.

Somos o primeiro

Paulo Macedo lembrou que o BNU está presente em Macau há 115 anos e é o primeiro banco-emissor de papel-moeda no território, lembrando que a CGD está presente em sete países lusófonos e é líder em cinco: Portugal, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

“A CGD tem vários produtos em reminbi e o BNU autoriza as várias operações de importação e exportação em reminbis. Faz todo o sentido estar numa região do mundo que está a crescer e representa uma oportunidade para a China, Portugal e para os Países de Língua Portuguesa”, acrescentou Paulo Macedo.

Este papel de promoção de negócios entre Macau, China e os Países de Língua Portuguesa será “ainda mais activo” com a abertura da agência do BNU em Hengqin (ilha da Montanha), em Janeiro passado, e da representação da CGD em Xangai.

Para o presidente executivo do BNU, Pedro Cardoso, o principal desafio “num mercado imenso” como é a China, em fase de internacionalização e expansão, é “saber escolher cuidadosamente quais as oportunidades imediatas e a médio e a longo prazo”.

Pedro Cardoso afirmou que o grande projeto chinês de infraestruturas “Uma Faixa, Uma Rota” é, na medida em que inclui os Países de Língua Portuguesa, sobretudo em África, “uma oportunidade muito grande para o grupo CGD e BNU”.

Por outro lado, se o conceito da iniciativa “Grande Baía de Guangdong-Macau-Hong Kong” ainda está por precisar, o BNU, através da presença na província de Guangdong, “pretende obviamente aproveitar as oportunidades decorrentes deste projecto”, sublinhou o responsável.

Depois da abertura da agência na ilha da Montanha, o BNU conta com dois grupos de clientes, os de Macau com operações na China continental, em particular Guangdong, e as empresas portuguesas.

“Este segundo grupo talvez não seja o mais importante em termos de valor de negócios, mas temos mantido um diálogo muito proveitoso que em breve se irá traduzir em negócio”, afirmou Pedro Cardoso aos jornalistas.

Além de Chui Sai On, estiveram presentes no aniversário do BNU o secretário para a Economia e Finanças de Macau, Lionel Leong, o director-geral do departamento de Assuntos Económicos do gabinete de ligação do governo da China, Liu Bin, um representante do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Zhang Jian, e o cônsul-geral de Portugal, Vítor Sereno, entre outros.

21 Set 2017

Estudo | Só 13 por cento dos residentes criam negócios próprios

Um estudo sobre a criação de negócios locais em Macau revela que os residentes a investir neste sector são apenas 13 por cento, número mais baixo face às regiões vizinhas. Pouca mão-de-obra e custos elevados são os maiores entraves

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] território que quer destacar-se no contexto da política “Uma Faixa, Uma Rota” ou no projecto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau ainda revela baixos níveis de investimento em termos de Pequenas e Médias Empresas (PME).

Segundo o jornal Ou Mun, um estudo sobre a criação de negócios locais mostra que os residentes que investem na sua própria empresa são apenas 13,1 por cento. Trata-se de um número mais baixo em relação aos das regiões vizinhas.

O estudo foi elaborado pela Plataforma dos Serviços para PME, em parceria com a eRS e-Research Lab e a Universidade de Macau, e visou compreender, através de entrevistas via telefone, o panorama da criação de negócios no território e a atitude dos residentes perante o sector.

Os resultados revelam, portanto, que em cada cem pessoas 13 têm um negócio próprio, valores semelhantes aos registados na Coreia do Sul, mas ainda assim inferiores a Taiwan, Hong Kong e Shenzen. Estes têm, respectivamente, valores de criação de negócios na ordem dos 15,6 por cento, 15,3 por cento e 23,4 por cento.

A recolha mostra ainda que, em Macau, os pequenos comerciantes têm poucos meios para abrir uma empresa, associados às dificuldades de contratação de mão-de-obra e elevados custos, nomeadamente com rendas.

Mais fundos, precisam-se

Ma Chi Seng, deputado nomeado e fundador da Plataforma dos Serviços para PME, considerou ao jornal Ou Mun que, apesar das dificuldades referidas no estudo, os apoios financeiros do Governo têm sido bastante significativos. O responsável garantiu ainda que a atmosfera de negócios melhorou nos últimos anos.

As razões encontradas por Ma Chi Seng para o facto de apenas 13,1 por cento dos residentes investirem em PME estão relacionadas com a melhor performance da economia e o facto do território viver uma situação de pleno emprego.

Para Ma Chi Seng, há vários exemplos de países com economias bem sucedidas que revelam baixos valores de criação de PME. O deputado lembra que esse número só mostra as restrições que continuam a existir para quem quer ser empresário.

Apesar dos baixos valores de investimento, os entrevistados revelaram maiores conhecimentos técnicos e experiência do que no interior da China, Hong Kong e Taiwan.

Ma Chi Seng defende ainda um desenvolvimento ao nível dos apoios providenciados pelo sector bancário e pelo Governo, incluindo a criação de fundos de investimento próprios para as políticas “Uma Faixa, Uma Rota” e a Grande Baía.

20 Set 2017

Seguros | Estragos do tufão avaliados em 2,9 mil milhões de patacas

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s seguradoras de Macau avaliaram os prejuízos causados pelo tufão Hato, o mais forte em 53 anos, em 2,9 mil milhões de patacas, afirmou ontem o novo presidente da Autoridade Monetária.

Os dados foram avançados por Benjamin Chan à margem da cerimónia de posse ontem de manhã, em declarações aos jornalistas.

De acordo com a Rádio Macau, apenas 2,07 milhões de patacas foram pagos, a maioria relacionados com indemnizações por morte ou ferimentos.

“De acordo com as informações que temos, até 11 de Setembro há pelo menos cerca de 19 mil casos de pedido de indemnização, envolvendo 2,9 mil milhões [de patacas]. Têm a ver com danos patrimoniais. Já foram aprovados 20 milhões de patacas para casos relacionados com morte e lesão corporal”, disse o novo presidente da Autoridade Monetária de Macau, que substituiu Anselmo Teng.

Segundo Benjamim Chan, não há, até agora, queixas sobre as seguradoras, que não terão dificuldade em pagar as indemnizações: “Não é assim tão grave porque as despesas são assumidas pelas seguradoras do exterior. Não há uma situação grave em termos de situação financeira das seguradoras”.

No início do mês, o Chefe do Executivo, Chui Sai On, tinha apresentado as estimativas do Governo sobre os prejuízos, no montante de 11,4 mil milhões de patacas.

Após a passagem do tufão, o Governo criou um subsídio de 50 mil patacas para ajudar as Pequenas e Médias Empresas a fazer face aos estragos causados pelo tufão.

Além deste abono, o Governo criou também uma linha de crédito, sem juros, para as PME afectadas até ao montante máximo de 600 mil patacas.

20 Set 2017

Turismo | Visitantes na Semana Dourada devem aumentar até 15 por cento

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]g Iong Wai, presidente da Associação de Promoção dos Guias Turísticos de Macau, disse ao jornal Ou Mun que o número de excursões deve aumentar entre dez a 15 por cento nos primeiros dias de Outubro, altura em que se celebra o aniversário da República Popular da China.

Depois da passagem do tufão Hato, que causou uma ligeira quebra no número de turistas, Ng Iong Wai estima que o número de grupos de turistas possa aumentar subitamente nos próximos dias e também em Outubro. Por esta razão, a procura de guias turísticos vai também aumentar.

Em relação às taxas de ocupação hoteleira, Ng Iong Wai afirma que vai haver uma grande procura em Outubro, sendo que as agências de viagens já começaram a aceitar menos grupos.

Alguns guias turísticos disseram também ao jornal de língua chinesa que, após o regresso das excursões a Macau, o trabalho aumentou bastante no sector. A chegada da Semana Dourada traz, portanto, perspectivas positivas de emprego para os guias.

Ainda assim, a possível chegada de mais tufões faz com que quem trabalhe na indústria clame por mais instruções e orientações vindas da Direcção dos Serviços de Turismo, para que se possam reduzir eventuais prejuízos.

20 Set 2017

Cultura | Residentes continuam a preferir ir ao cinema

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s residentes do território continuam a preferir, nos momentos de lazer, ir ao cinema. De acordo com os dados dos Serviços de Estatística e Censos, o segundo trimestre de 2017 revela uma subida, a nível anual, na ordem dos 2,1 por cento, representando uma taxa de 39,2 por cento.

No total, foram ao cinema entre Abril e Junho, 173.400 residentes dos quais 36.200 escolheram ver películas produzidas no território. O crescente interesse pelas produções locais, deve-se às acções do Governo que visam promover os filmes feitos em Macau e às sessões realizadas para que sejam exibidos, refere o comunicado enviado à comunicação social.

Também a frequência das bibliotecas locais aumentou no segundo trimestre de 2017. Foram às bibliotecas do território 129.500 residentes, mais 13,2 por cento do que no mesmo período do ano passado.

Os museus e o património continuam a ser também o alvo crescente de visitas. Com mais de 115 mil visitantes, a percentagem aumentou em 1,4, sendo que cada visitante terá ido, em média, a mais de três locais. De entre estes, 87.900 visitaram locais que integram o património mundial e 77.600 foram a museus.

Já os espectáculos tiveram uma adesão inversa. Entre Abril e Junho a afluência de público registou uma diminuição de 12,2 por cento em termos anuais. O mesmo aconteceu com os visitantes de exposições que diminuíram em 8,9 por cento.

No total, 295.800 indivíduos participaram em actividades culturais do território.

19 Set 2017

Jorge Álvares | Localização de réplica da biblioteca ainda por decidir

A Fundação Jorge Álvares quer edificar em Lisboa uma réplica da biblioteca de matriz chinesa que se encontra no jardim de São Francisco, junto ao Clube Militar, mas a localização ainda não é certa. Quatro anos depois, projecto ainda está a ser avaliado

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oi há quatro anos que a Fundação Jorge Álvares decidiu erguer na capital portuguesa uma réplica da pequena biblioteca de matriz chinesa, da Associação Comercial de Macau, que está localizada junto ao Clube Militar.

Contudo, e após uma mudança de planos, o projecto ainda se encontra sob análise da Câmara Municipal de Lisboa, confirmou a própria fundação ao HM.

“O processo de execução da réplica [da biblioteca] encontra-se em desenvolvimento na Câmara Municipal de Lisboa. Entre outros aspectos administrativos, aguarda-se, após uma primeira definição, que consideramos inapropriada, de um local definitivo para a sua edificação e construção”, lê-se em resposta escrita.

Em 2014, Guilherme Valente, editor literário, era membro do conselho de administração da fundação e explicou ao HM que o projecto estaria a cargo do arquitecto Carlos Bonina Moreno.

“É um projecto muito edificante. Esta ideia foi acarinhada pela câmara municipal de Lisboa e já temos o projecto feito”, disse o responsável, garantindo que os custos deste projecto seriam totalmente suportados pela entidade.

“A fundação tem gerido com um rigor muito grande os seus fundos e tem recursos de rendimento que lhe permitem assumir a despesa toda”, acrescentou.

Nem data, nem local

Se em 2014 a fundação não tinha previsto um calendário para a sua inauguração, este continua a não existir, após a alteração dos planos iniciais.

“Desejamos [que seja inaugurada] o mais depressa possível, mas as coisas têm de ser bem feitas. Estamos a trabalhar para que o sítio indicado seja visitado, frequentado e animado”, frisou Guilherme Valente.

A ideia do editor literário era mostrar a união de duas culturas na capital portuguesa.

“Não há em Lisboa um monumento que seja bonito, significativo e que relacione e lembre a China e a nossa presença [em Macau]. Lembrámo-nos que um monumento bonito seria uma réplica da biblioteca chinesa do jardim de São Francisco”, apontou.

À data, a Fundação Jorge Álvares não tinha ainda feito contactos com o Governo de Macau para este projecto, mas mostrava-se aberta a eventuais parcerias.

19 Set 2017

Trânsito | Terminal das Portas do Cerco só em 2019

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] recuperação do Terminal das Portas do Cerco ainda está em fase de desenho de planta, prevendo-se que só deva retomar a operacionalidade total no quarto trimestre de 2019. Para já, ainda não há orçamento previsto para uma obra que se tornou essencial depois da devastação provocada pelo tufão Hato

As Portas do Cerco são uma das zonas de maior tráfego de Macau com intensa circulação rodoviária de transportes colectivos de passageiros. Nesse contexto, o Terminal das Portas do Cerco era um equipamento essencial que servia de ponto de paragem para 24 carreiras e um registo diário de três mil de autocarros.

Já estava previsto uma remodelação do terminal, mas a passagem do tufão Hato por Macau, refez os planos que já estavam na gaveta. O terminal inundou e ficou severamente destruído.

A Direcção dos Serviços para os Assuntos do Tráfego (DSAT) anuncia que os projectos de remodelação se encontram em fase de desenho de planta, mas que o terminal deve abrir ao público, embora parcialmente, no segundo trimestre de 2019. A previsão dos serviços presididos por Lam Hin San é que os trabalhos de remodelação estejam concluídos no quarto trimestre de 2019, daqui a mais de dois anos. Como o projecto ainda se encontra em fase de concepção ainda não há um orçamento estimado, mas Lam Hin San garante que este será divulgado assim que houver dados.

Para estes dois anos em que vão durar as obras, a DSAT espalhou as 24 paragens anteriores por dez pontos periféricos “com base nos fluxos de circulação rodoviária, as condições operacionais para os autocarros e a adaptabilidade para os passageiros”, até ao primeiro trimestre de 2019, altura em que parte do terminal será aberta ao público.

Por água abaixo

Segundo os serviços de tráfego, a planta original para a remodelação, feita em 2016, tinha previsto formas de mitigar inundações. Na altura o desenho havido sido concebido com um tufão como referência. Porém, o Hato inundou esses planos juntamente com o terminal. Os planos da DSAT tiveram de ser alterados.

Na nova planta os equipamentos de ar condicionado e ventilação foram deslocados para o rés-do-chão, além de terem sido feitos reparos na planta de forma a garantir melhor escoamento de águas. Ainda assim, Lam Hin San recorda que esta é uma obra de remodelação, não um terminal novo.

O espaço subterrâneo onde os passageiros aguardam por transporte terá o dobro da área. No centro estará uma sala coberta de vidros, equipada com ar condicionado com temperatura entre os 24 e os 25 graus. O projecto novo, apesar de ser ainda um trabalho em progresso, prevê mais entradas de luz natural, além de ser equipado com iluminação artificial com lâmpadas LED.

Além disso, a nova planta reordena as zona de casas de banho e as salas de descanso dos motoristas.

Entretanto, para colmatar as dificuldades de apanhar transportes nas Portas do Cerco, o director da DSAT anuncia que “caso seja necessário, serão adicionadas frequências de autocarros em hora de ponta”.

Para já, a reparação do Terminal das Portas do Cerco vai começar pelo abastecimento eléctrico, reparação de equipamentos de drenagem e instalações ao nível do pavimento.

19 Set 2017

Apoio Social | Caritas ajuda a superar os danos do Hato e a cidade retribui

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]om quase 70 anos de história em Macau, a Caritas é um dos pilares sociais da cidade. A braços com muitos estragos na sequência do tufão Hato, a instituição mantém o foco no apoio aos que mais precisam. O secretário-geral da Caritas, Paul Pun, faz o ponto da situação, mais de 20 dias depois do tufão.

No dia seguinte à devastação provocada pelo Hato, um voluntário da Caritas contou ao HM o perigo que era conduzir por estradas cheias com todo o tipo de detritos. Contou o drama vivido num prédio no Fai Chi Kei onde centenas de idosos estavam isolados. Mais de 20 dias depois, a contabilidade dos estragos ainda não foi feita por uma questão de prioridades. “Até agora ainda não temos uma noção concreta de quanto perdemos, porque temos estado a gastar toda a nossa energia a servir na comunidade”, conta Paul Pun.

Uma das situações mais complicadas verificada imediatamente a seguir à passagem do tufão, o mais forte que Macau viu nos últimos 50 anos, aconteceu na loja social da Ilha Verde, uma instalação que hoje já está recuperada.

O secretário-geral da instituição conta que, na primeira semana, a prioridade era assistir “idosos, doentes crónicos, pessoas com deficiências físicas e outras que estavam isoladas”.

Outra situação a que tiveram de acorrer foi “a manutenção da operacionalidade dos asilos, nomeadamente arranjando fontes alternativas de energia para manter o auxílio a pessoas dependes de máquinas de suporte à respiração”.

Mas também a Caritas precisa de ajuda na sequência dos danos que as suas instalações e equipamentos sofreram. “Pelo menos 16 veículos ficaram danificados, alguns podem ser arranjados, mas outros ficaram irreparáveis”, revela Paul Pun.

Em termos de instalações, as que precisam de maior cuidado é o Centro de Santa Lúcia, em Ka Ho, onde estão internadas mulheres com doenças mentais.

Dar e receber

Outro centro danificado foi o Lar de Nossa Senhora da Penha, uma instituição que recebe pessoas com deficiências mentais e físicas, e que tem capacidade para receber 28 pessoas em sistema de internato.

De forma a apaziguar os problemas da Caritas, a comunidade respondeu em peso. Em primeiro lugar, as concessionárias de jogo chegaram-se à frente com várias formas de apoio.

A Galaxy ajudou a substituir quatro carros de serviço da Caritas, além de ter feito uma doação de um milhão de patacas. Foi também oferecido material de construção para remendar os danos provocados pelos ventos fortes do Hato.

Também a Sands China está em vias de facultar um veículo com elevador para transportar doentes com problemas de mobilidade e dois carros de serviço.

A MGM irá providenciar um equipamento que serve para transportar doentes em edifícios sem elevador e irá doar um veículo para o Lar de Nossa Senhora da Penha. Além destes, também a Wynn irá ajudar a Caritas a recuperar a operacionalidade. Outra das ajudas em destaque foi providenciada pela fundação a ligada ao jornal Ou Mun, que doou dois milhões de patacas.

Além disso, muitos voluntários se juntaram à organização para reforçar os trabalhos de apoio aos mais carenciados. Houve entregas anónimas de água, arroz e outros víveres.

A Caritas criou ainda o Centro de Apoio Pós-Desastre, com o objectivo de ajudar as pessoas necessitadas e que ficam de foram do alcance dos apoios dos governos. O centro pretende ajudar em Macau, no Interior da China e pelo mundo fora. O objectivo da instituição é dar resposta eficaz e rápida àqueles que ficam em situação de carência devido à crueldade dos elementos.

A Caritas alargou o âmbito da sua linha SOS depois da passagem do tufão Hato para receber pedidos de ajuda da população. Entre o dia 23 de Agosto e 9 de Setembro, a única contabilidade disponível até agora, a Caritas recebeu 137 pedidos de ajuda.

Água | Vem aí mais uma conduta de abastecimento

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]omeça hoje a instalação da quarta conduta de abastecimento de água, a partir da China, para reforçar o fornecimento na zona de casinos entre as ilhas da Taipa e Coloane. Um comunicado conjunto dos serviços da água, tráfego e do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais refere que, para “acompanhar o desenvolvimento e a necessidade de abastecimento de água da zona do Cotai, o Governo irá instalar nesta zona a quarta conduta de abastecimento de água a Macau, estabelecendo uma ligação com a respectiva conduta no interior da China para assegurar o abastecimento de água bruta na região”.

“Com capacidade de abastecimento diário de 200 mil metros cúbicos de água, a conduta irá diminuir a dependência da rede de abastecimento actual que liga com o território através da zona norte de Macau, aumentando, desta forma, a sua capacidade de resistência a eventuais riscos”, indica.

A conduta estende-se directamente desde a Ilha da Montanha, na China, até à zona do Cotai. “Com o desenvolvimento contínuo da zona das ilhas e de acordo com tendência actual de aumento do uso de água, prevê-se que, em alguns anos, o sistema de abastecimento de água em Macau atinja a sua capacidade total”, acrescenta.

A execução da obra, prevista para cerca de 600 dias úteis, envolve cerca de 2,8 quilómetros de comprimento, sendo o diâmetro da conduta de 1,6 metros. As autoridades referem ainda “a articulação com a estação de tratamento de água em construção na zona de Seac Pai Van, com capacidade de tratamento diário de 130 mil metros cúbicos de água”, vai “aliviar a produção concentrada de água na península de Macau, garantindo, deste modo, a segurança e a estabilidade do fornecimento de água nas ilhas”.

18 Set 2017

Turismo | Airbnb vai continuar a ser ilegal em Macau

A população está contra este tipo de serviço. O Governo também não concorda. Airbnb é moda do estrangeiro. Em Macau, alojamentos em casas costumam resultar em crimes diversos

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] directora dos Serviços de Turismo de Macau disse ontem que a população é contra a plataforma online Airbnb e que este tipo de serviço de arrendamento de casas ou quartos vai continuar a ser ilegal.

Helena de Senna Fernandes, que falava numa conferência de imprensa após a abertura da feira de turismo da Associação de Turismo da Ásia-Pacífico (PATA, na sigla inglesa), disse existir em Macau, há vários anos, um problema com as pensões ilegais.

“Nesta altura [o Airbnb] é ilegal. Temos um problema com o alojamento ilegal”, sublinhou, explicando que o problema é anterior ao início de actividade da plataforma online.

Senna Fernandes observou que os serviços de arrendamento de casas ou quartos por curtos períodos de tempo são por vezes usados para actividades ilícitas e criminosas. “Muitas destas transacções comerciais têm acontecido em áreas próximas dos casinos e muitas das pessoas que usam este tipo de alojamento também estavam envolvidas em actividades ilegais ou até criminosas, e é por isso que a população de Macau é bastante contra este conceito”, disse.

“Tudo isto causou muitos problemas em muitos edifícios de apartamentos. Fizemos dois inquéritos em 2014 e no ano passado, e os resultados de ambos não são a favor de usar casas privadas para alojamento em Macau por causa das dificuldades causadas aos residentes”, acrescentou.

Senna Fernandes argumentou que, “com actividades ilegais a acontecer, ainda não é a altura adequada” para legalizar. “Por isso, temos de chegar a um consenso antes de podermos impulsionar estes novos conceitos. (…) Como não é da aceitação geral da população, vamos continuar a monitorizar”, acrescentou.

A directora dos Serviços de Turismo acrescentou que actualmente Macau tem mais de 600 quartos disponíveis no alojamento económico e que “há soluções legais”. “Eles podem ir à Direcção de Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes e pedir uma alteração (…) e obter uma licença para operarem como ‘guest house’”, referiu.

PATA apoia novos conceitos

Helena de Senna Fernandes falava depois de o director executivo da PATA, Mario Hardy, ter dito que a organização apoia os novos conceitos de negócio na hotelaria. “Nós somos a favor da economia partilhada. O Airbnb é nosso membro há duas semanas (…) Claro, é competição, mas colocando o meu chapéu de homem de negócios, diria que é preciso ser criativo se queres competir com eles”, afirmou. “Acho que há espaço para ambos [os negócios] na maior parte dos destinos”, acrescentou.

Mario Hardy defendeu que estes novos conceitos devem ser regulados. “Deve o Governo regulá-los? Absolutamente. Será que devem pagar impostos? Absolutamente. Tem de haver uma competição justa. Mas em termos da operação propriamente dita dos serviços é preciso que a hotelaria seja criativa e crie novos conceitos”, concluiu.

Macau tem actualmente 103 hotéis em funcionamento. Segundo dados divulgados ontem por Senna Fernandes, os Serviços de Turismo têm em curso cerca de 20 pedidos de licenciamento, a maioria (17) de hotéis económicos. Há três pedidos de licenciamento para hotéis de cinco estrelas, um para a categoria de quatro estrelas, e dois para três estrelas.

A feira de turismo da PATA, que decorre pela terceira vez em Macau, depois das edições de 2005 e 2015, termina hoje. Macau é membro da PATA desde 1958. A associação dedicada à promoção da indústria de turismo e viagens na Ásia Pacífico foi fundada em 1951 e tem, entre os seus membros, 95 entidades governamentais de turismo, 29 companhias aéreas internacionais, aeroportos e operadores de cruzeiros, 63 instituições de ensino de turismo e centenas de companhias de turismo da Ásia Pacífico.

17 Set 2017

Hotel Estoril | Concurso de arquitectura lançado até ao fim do mês

O processo vai finalmente andar. O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura anunciou ontem que o concurso público de arquitectura para reconverter o antigo Hotel Estoril num centro de actividades para jovens deverá ser lançado até final do mês

[dropcap style≠’circle’]“O[/dropcap] Hotel Estoril vai avançar, já temos projecto e vai avançar um concurso público para um centro de actividades para jovens, mais conservatório de música, dança e teatro e talvez uma piscina. Já há um projecto, acho que muito em breve, se calhar para a semana, talvez no fim do mês vai ser lançado o concurso público”, disse ontem Alexis Tam.

O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura falava aos jornalistas à margem da abertura da 40.ª PATA Travel Mart, a feira de turismo da Associação de Turismo da Ásia-Pacífico (PATA, na sigla inglesa), que decorre pela terceira vez no território, depois das edições de 2005 e 2015.

O hotel, construído na década de 1960 e onde Stanley Ho iniciou a sua concessão de jogo em Macau, fechou portas nos anos 1990 e está desocupado desde então.

Questionado sobre a demora no lançamento do concurso público de arquitectura, o secretário disse que “o projecto é bastante grande” e que “inclui três serviços: a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, o Instituto de Deporto e o Instituto Cultural”. “E, claro, para preparar um concurso público, tem de se preparar um caderno [de encargos] e o programa de concurso não [pode ser] apenas na língua chinesa, também na língua portuguesa”, afirmou. “Leva tempo, mas agora já está pronto”, acrescentou.

Alexis Tam disse que além do concurso público para o projecto de arquitectura será lançado outro para a construção, mas escusou-se a avançar datas sobre essa fase, ressalvando que não é da sua tutela.

A polémica fachada

O Governo avançou em 2015 com a ideia de reconverter o edifício do Hotel Estoril num centro de artes e escolas artísticas direccionado para os jovens. Alexis Tam manifestou-se, desde o início, a favor da demolição do edifício, considerando que não tinha valor.

Em Setembro desse ano, a associação de urbanistas Root Planning lançou uma petição para pedir a avaliação do valor patrimonial do antigo Hotel Estoril e piscina adjacente mas, em Março passado, o Conselho do Património Cultural de Macau decidiu que o edifício não será classificado.

O processo de reconstrução do Hotel Estoril esteve, desde o início, envolto em polémica. Além de alguma oposição da sociedade civil aos planos do Governo, foram também controversas as escolhas do arquitecto.

O arquitecto português Siza Vieira chegou a ser convidado, mas quando defendeu a demolição e a não manutenção da fachada gerou-se um debate sobre a requalificação do edifício e o eventual valor patrimonial e histórico, tendo o Governo lançado uma consulta pública e encomendado um inquérito.

Meses mais tarde, o Executivo decidiu que a solução mais viável seria o lançamento de um concurso público, para que arquitectos locais, que se manifestaram insatisfeitos com o ajuste directo a Siza Vieira, pudessem também participar. O arquitecto disse posteriormente não ter interesse em participar no concurso público.

A 26 de Julho de 2016, os membros do Conselho do Planeamento Urbanístico decidiram que a fachada do Hotel Estoril pode ser demolida para dar lugar a um novo projecto para a reutilização do espaço.

Nas declarações de ontem, Alexis Tam não se pronunciou directamente sobre a preservação ou demolição do painel da fachada.

“Vocês vão poder ver, daqui a uma ou duas semanas, porque vai ser publicado o concurso público”, disse.

17 Set 2017

Visitantes | PATA aconselha distribuição

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] director executivo da Associação de Turismo da Ásia-Pacífico disse ontem, em Macau, que há muitas cidades com excesso de visitantes, fenómeno que defende ser necessário contrariar com “uma melhor distribuição do turismo”.

“Há muitas cidades actualmente a sofrer de excesso de turismo. Algumas famosas como Veneza ou Barcelona, mas há muitas outras no mundo [como por exemplo] Reiquejavique, e mesmo aqui na Ásia, Bali é um bom exemplo”, disse.

Mario Hardy falava à margem da abertura do Simpósio da Juventude da Associação de Turismo da Ásia-Pacífico (PATA, na sigla inglesa), no Instituto de Formação Turística de Macau.

A sustentabilidade e capacidade para receber turistas é um dos temas recorrentes no território. Sem referir directamente o caso de Macau, Mario Hardy afirmou que “há boas soluções” para lidar com o excesso de turismo. “Alguns países têm sabido implementá-las. É algo que nós na PATA temos vindo a promover há quase quatro anos, e que chamamos de dispersão do turismo ou de melhor distribuição do turismo”, acrescentou.

Para o director executivo da PATA, os destinos turísticos devem “fazer um muito melhor trabalho a promover, não só um único ponto de interesse, mas sim múltiplas atracções”. “Há muito mais na Indonésia do que Bali”, disse, a título de exemplo.

Na abertura do simpósio da juventude, Mario Hardy falou para uma plateia composta maioritariamente por alunos do Instituto de Formação Turística. Além de Mario Hardy, a iniciativa incluiu oradores como o director executivo da Air Asia, Tony Fernandes, JC Wong, embaixadora profissional de turismo jovem da PATA, e a presidente do Instituto de Formação Turística, Fanny Vong.

14 Set 2017