Turismo | Número de visitantes não deverá chegar aos 30 milhões

A directora dos Serviços de Turismo admitiu que “é provável” que o ano chegue ao fim com menos de 30 milhões de visitantes. Desde 2014 que não se via nada assim. São as outras consequências do tufão Hato

[dropcap style≠’circle’]H[/dropcap]elena de Senna Fernandes afirmou ontem que é provável uma descida anual no número de visitantes e que 2017 termine sem que se chegue à meta dos 30 milhões. “É provável, porque embora tivéssemos tido uma subida na ordem dos cinco por cento até Julho, normalmente a última parte do ano é onde temos mais turistas, e vai haver uma influência sobre o número de turistas em todo o ano”, afirmou.

A directora dos Serviços de Turismo falava à imprensa à margem da abertura do simpósio de juventude da PATA, integrado na feira de turismo internacional PATA Travel Mart, que decorre na cidade até amanhã. Macau é desde 1958 membro da Associação de Turismo da Ásia-Pacífico (PATA, na sigla inglesa), fundada sete anos antes.

A RAEM passou a fasquia dos 30 milhões de visitantes anuais pela primeira vez em 2008, tendo conseguido o feito novamente em 2014, com um recorde de 31,5 milhões de turistas. Nos últimos dois anos registou 30,7 e 30,9 milhões de visitantes, respectivamente.

Até à passagem pela cidade do pior tufão dos últimos 53 anos, a cidade recebia em média cerca de 100 mil turistas por dia, disse Helena de Senna Fernandes. No passado dia 24, um dia depois da passagem do Hato ter levado ao encerramento de fronteiras e à interrupção dos voos e viagens de barco, recebeu cerca de 80 mil visitantes.

No dia seguinte ao Hato, os Serviços de Turismo aconselharam ao cancelamento das viagens de grupo para o território, uma “decisão necessária para concentrar esforços na recuperação da cidade”, e que foi aplicada sobretudo aos grupos provenientes da China, explicou. No entanto, não foi possível cancelar todos, nomeadamente os grupos do estrangeiro, pelo que Macau recebeu cerca de 60 mil visitantes diariamente no período em que esteve em vigor o pedido de cancelamento (até ao passado dia 2), acrescentou.

Segundo dados enviados à Lusa, Macau recebeu 761.917 visitantes entre 23 e 30 de Agosto do ano passado. Os Serviços de Turismo não forneceram os dados relativos a igual período deste ano.

O caos afasta

Os danos causados pelo tufão nas infra-estruturas para as exibições pirotécnicas levaram as autoridades a cancelar a 29.ª edição do fogo-de-artifício, um dos grandes eventos internacionais anuais em Macau, o que também tem impacto no número de visitantes, observou a directora.

Senna Fernandes reconheceu o impacto do caos, destruição e lixo acumulado na cidade durante vários dias após a passagem do tufão: “Quando as pessoas vêem esse tipo de imagens, vai afectar de certeza a sua confiança e a sua inclinação para vir a Macau, sobretudo durante uma altura próxima do acontecimento”.

Nesse sentido, observou a “boa oportunidade” do evento da PATA: “Como temos os ‘buyers’ [quem compra] e ‘sellers’ [quem vende] da PATA em Macau, podemos dar uma boa imagem de Macau a essas pessoas, para que elas possam ajudar-nos a divulgar a situação actual” do território.

Embora considerando que “é difícil evitar desastres naturais”, e que os mesmos “podem acontecer em todo o mundo”, admitiu haver espaço para melhorias na resposta.

“A lição que aprendemos é a de que temos de procurar ter informações mais atempadas, para assim podermos difundir essas informações para os turistas e para a indústria, sobretudo para os nossos guias turísticos e para o nosso pessoal que está na linha da frente”, afirmou.

“Daqui para a frente temos de fazer o nosso papel de promoção, não só pintar uma linda imagem de Macau, mas também dar informações da realidade de Macau para que as pessoas possam ter confiança no nosso destino”, acrescentou.

Segundo a directora, mais de 90 por cento dos hotéis e cerca de 80 por cento das agências de viagens da cidade estão operacionais. Os primeiros sofreram inundações e cortes de água e luz, e as segundas registaram, por exemplo, perdas de autocarros com o tufão.

A responsável observou que ainda há museus fechados, como o Museu Marítimo, localizado na Barra, uma das zonas da península de Macau mais fustigada pelas inundações decorrentes da subida da maré e do tufão, assim como bibliotecas. Também referiu que o próprio Centro Cultural de Macau sofreu danos e foi forçado “a parar durante algum tempo”.

14 Set 2017

São Januário | Pai de utente ameaça médico

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ) tornou ontem público um episódio ocorrido esta semana, em que o pai de uma criança é acusado de ter ameaçado e insultado um médico. A situação obrigou à intervenção da segurança do hospital.

De acordo com um comunicado do CHCSJ, os pais do utente discordaram das recomendações feitas pelo médico em causa, na consulta externa do Serviço de Medicina Física e Reabilitação. Descontente com os procedimentos adoptados, o pai da criança “levantou a voz, ameaçou e insultou o médico”.

O caso teve “um impacto grave” no funcionamento do hospital e nos outros pacientes, lê-se na mesma nota. Não tendo sido possível acalmar o pai, os profissionais de saúde chamaram a segurança e a polícia foi contactada para acompanhamento da ocorrência.

O CHCSJ “condena fortemente actos de ameaça e intimidação” dos profissionais de saúde e frisa que “jamais será permitido qualquer distúrbio que afecte o normal funcionamento do hospital”, pelo que “o incidente será tratado e apurado com seriedade nos termos da lei”. A unidade hospitalar salienta ainda que “entre médicos e pacientes deve haver respeito e confiança” para que seja possível a construção de uma boa relação.

14 Set 2017

Hato | Fundação Macau recebeu nove mil pedidos para restauros

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Fundação Macau (FM) recebeu até ao momento um total de nove mil pedidos no âmbito do subsídio para restauros residenciais, uma medida implementada após os estragos causados pelo tufão Hato.

Segundo um comunicado, foram convidadas nove associações do sector da construção civil, arquitectura e engenharia para “constituírem equipas de avaliação técnica profissional e verificação local”. Tudo para que haja uma “eficiência na aprovação [dos projectos]” e para que “o nível profissional de verificação seja elevado”.

O prazo para a inscrição neste subsídio termina no próximo dia 30, sendo que “no fim de Setembro a FM começará a distribuir o subsídio, cujo valor não ultrapassa as 30 mil patacas”. O mesmo comunicado indica que o requerente do apoio financeiro deve apresentar o recibo das obras necessárias com “o nome de cliente, o endereço de obra, o conteúdo da obra de restauração, nomeadamente a área, a quantidade, o material e o título da obra respeitante”.

A FM pede ainda que sejam entregues outros comprovativos dos estragos, tais como fotografias e também elementos bancários do proprietário do imóvel ou seu representante, juntamente com o formulário para o pedido de subsídio.

14 Set 2017

Porto Interior | Obras Públicas prometem trabalhar para evitar cheias

O Governo tem estado a trabalhar para evitar a subida das águas nas zonas mais baixas da cidade, mas é preciso ter em consideração a localização do território e a relação que existe com as regiões vizinhas nesta matéria. A mensagem é das Obras Públicas, que deixam ainda um recado a quem dá opiniões

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Administração analisa “pragmaticamente” a opinião da sociedade sobre a questão das cheias e inundações no Porto Interior, garante a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT). Além disso, “continua a envidar esforços no sentido de encontrar a melhor solução possível”.

A ideia foi deixada ontem em comunicado, numa altura em que se ouvem ainda muitas críticas ao trabalho do Governo na sequência da passagem por Macau do tufão Hato. A DSSOPT faz um enquadramento da situação geográfica da RAEM, em jeito de ressalva, ao destacar que o território está localizado no curso baixo do estuário do Rio das Pérolas. Assim sendo, “quaisquer obras que impliquem a intervenção nos recursos hídricos envolvem as cidades vizinhas e as que estão situadas no curso alto do estuário do rio, ou seja, requerem uma cooperação regional concertada”.

Essa concertação foi procurada esta semana, num encontro entre o Governo de Macau e as autoridades da província de Guangdong que resultou numa promessa de “estudo aprofundado” para a construção da barragem de marés.

A Administração “agradece as opiniões e propostas apresentadas pelos vários sectores sociais” para a resolução do problema das cheias e inundações na zona do Porto Interior, mas vinca que “há que ter concretamente em consideração as circunstâncias existentes, proceder a uma análise aprofundada, objectiva e cientificamente comprovada dos planos de resolução”. É preciso fazer uma avaliação profunda sobre o impacto no canal do Porto Interior, no funcionamento das pontes-cais, no traçado das vias, na paisagem urbana e na preservação cultural, elenca a DSSOPT. Neste contexto, as Obras Públicas deixam um recado: “A Administração espera que as associações civis e o sector da construção civil, sob a sua responsabilidade, verifiquem previamente a viabilidade dos seus planos antes de os divulgaram ao público”.

Diques mais altos

Recado dado, a DSSOPT recorda o que fez no passado para diminuir as inundações no Porto Interior, ao referir “a barragem e muro para retenção de água nas pontes-cais e diques do Porto Interior com o ‘remate de fissuras’, no sentido de reforçar a capacidade de controlo de inundações na linha costeira, obra concluída em 2015”.

As Obras Públicas acrescentam que, além do Porto Interior, nos últimos anos tem sido aumentada a capacidade global de escoamento no sistema de drenagem de Macau. Foi renovado o sistema da rede de drenagem dos bairros antigos para acelerar o escoamento das águas pluviais, e também foram instaladas estações elevatórias para bombear e desviar as águas pluviais das colinas. Foram igualmente construídos “culvert pipes” de grande envergadura para armazenamento da água, a fim de evitar o seu escoamento para as zonas baixas.

Não obstante a resolução do problema das cheias e inundações da zona do Porto Interior “se revestir de singular complexidade”, as Obras Públicas prometem que a Administração “terá em consideração, de forma pragmática, as opiniões e sugestões de todos os sectores da sociedade, e mantém o diálogo com o sector da construção civil, no sentido de implementar um plano tecnologicamente avançado aplicável às circunstâncias existentes na zona”. Além disso, vai ser elevada a altura dos diques na orla costeira de Macau, aumentando a sua capacidade de contenção de água de forma a fazer face às intempéries naturais.

14 Set 2017

APOMAC pede reintrodução do alarme sonoro em caso de tufão 9

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] reintrodução de um alarme sonoro em caso de tufão foi uma das várias propostas apresentadas na terça-feira pela Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC) ao secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam.

Ao HM, Francisco Manhão, presidente da direcção da APOMAC, recordou os tempos em que os alertas em caso de tufão eram mais evidentes e em que as pessoas “sabiam o que era um tufão”, algo que, considera, não existe nos jovens. “Há mais de 60 anos que assisto a tufões no território e já presenciei situações bastante graves”, apontou. No entanto, “antigamente, quando era içado o sinal nove, a Fortaleza do Monte tocava a sirene e quando chegava o sinal 10 eram também disparados três tiros de canhão”.

Já no que respeita à informação para os mais novos, a APOMAC avançou com a sugestão de promoção de conhecimentos através das escolas. A ideia é “incutir nos adolescentes a verdadeira percepção de um tufão e das suas nefastas consequências, através das escolas primárias e secundárias de Macau”.

Para Francisco Manhão, trata-se de “uma boa sugestão levantada na altura porque, de facto, a camada jovem não tem a noção do que é verdadeiramente um tufão”. O presidente da associação considera ainda que a responsabilidade não cabe aos jovens, mas sim às instituições de ensino que “têm a obrigação de transmitir conhecimentos aos alunos e de informar acerca dos perigos que podem acontecer”.

Num momento em que Macau ainda vive o rescaldo da passagem do Hato, as opiniões dos reformados da APOMAC vão no sentido de melhorar tanto o conhecimento, como a resposta em situações de calamidade.

É necessária ainda, consideram os associados, a criação de um plano de contingência para fornecimento de energia eléctrica e de água canalizada em casos de catástrofe.

Foram também feitas algumas sugestões no que toca à comunicação, sendo que, alerta a entidade, é necessária uma melhoria urgente do sistema de Internet, “aumentando a sua potência caso necessário”.

Associação com mais saúde

Entretanto, a associação tem novos projectos e espera o apoio do Governo para a sua concretização. A ideia, adianta Francisco Manhão, é proporcionar mais serviços aos associados, pelo que precisam de acesso a mais espaço, uma reivindicação antiga. O objectivo é ter instalações capazes de albergar uma clínica dentária e uma clínica de medicina tradicional chinesa. A razão, apontou o responsável, é responder a uma maioria da população local que procura este último serviço. “Temos de responder a esta necessidade e ir de encontro às tradições do território”, remata Francisco Manhão.

14 Set 2017

Marisa Peixoto, directora do Jardim de Infância D. José da Costa Nunes

 

Era, até há bem pouco tempo, educadora no jardim-de-infância de matriz portuguesa, mas a saída de Lola Flores do Rosário levou à sua escolha para a direcção do D. José da Costa Nunes. Marisa Peixoto quer aproximar a escola aos pais e à comunidade, e diz que são necessários mais terapeutas da fala em Macau

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m novo ano lectivo, mais alunos. O que traz de novo ao Costa Nunes?

Por enquanto, ideias, porque tenho de seguir o que já estava definido. Normalmente preparamos o ano lectivo no fim do ano anterior. Tenho sobretudo ideias para implementar nos próximos anos. Espero que o ano lectivo corra da melhor maneira possível e que as crianças saiam daqui felizes, e que os pais também estejam satisfeitos.

É, portanto, uma directora na continuidade.

Ajudei a fazer o plano anual, mas ainda como educadora. Como directora ainda não trago nada de novo.

Disse que queria fomentar o ensino do cantonês. Como é que isso vai ser feito?

O cantonês já existia no ensino extracurricular. Este ano vamos ter o cantonês mas em moldes de workshops, e como são muitas horas dá para estender durante todo o ano lectivo. As crianças vão participar, sendo que o workshop é também dirigido a funcionários.

O jardim-de-infância é de matriz portuguesa, mas tem cada vez mais alunos chineses. O objectivo deste projecto é ir transformando aos poucos a escola numa instituição bilingue?

Não, de todo. O objectivo é que as crianças portuguesas e de língua não materna chinesa (temos crianças que só falam mandarim) possam aprender um pouco mais de cantonês, que é a língua que se fala na rua. Eu adorava saber cantonês, por exemplo. É interessante, já que vivemos em Macau, ter essa oportunidade, e decidimos estender isso às crianças. Quanto mais cedo começarem, melhor.

O jardim-de-infância recebe mais alunos todos os anos. Há uma capacidade de expansão e de resposta face a esta tendência?

Por enquanto temos capacidade de resposta, mas não iremos ter para muitas mais turmas. Estamos a usar a sala de actividades no edifício novo, onde estão as educadoras de infância. Temos ainda salas no edifício antigo, que são usadas como refeitório e também para as restantes actividades. A nossa capacidade não irá além de duas ou três salas, mas estão sempre a sair os alunos de cinco anos, que ocupam quatro salas. Por isso temos capacidade de reabrir estas salas.

Sobre o ensino do mandarim, vão tentar equilibrar o ensino nas duas línguas?

O mandarim é obrigatório para todos, mesmo para as crianças que já dominam a língua. Temos apoio ao português todos os dias e as crianças que já dominam o cantonês podem ter workshops de português, enquanto as outras estão nos workshops de cantonês. Mas ainda vamos fazer esses horários.

As línguas dificultam o processo de integração dos alunos e a relação com as educadoras e os colegas?

No início é um pouco difícil, se bem que tentamos ter sempre na sala alguém que fale cantonês. Algumas educadoras falam, mas nem todas. Depois, as crianças vão interiorizando algumas palavras. Para os pais também é difícil, ficam ansiosos porque não conseguem ajudar. Acham que depois de um mês as crianças já deveriam falar português. Eu tive a experiência como educadora. Como não domino cantonês, sentia que não os conseguia perceber para satisfazer as necessidades que tinham.

Esperava chegar a directora de uma escola em Macau, sobretudo uma instituição como esta, com um papel importante na sociedade?

Não, de todo. Estava a fazer o meu papel como educadora com muito gosto e não estava à espera. Fiquei contente porque é o reconhecimento do meu trabalho. Quando saiu a directora Vera Gonçalves achava que a nova directora (Lola Couto do Rosário) era para ficar.

Traz a estabilidade que o Costa Nunes precisa, com esta nova direcção?

Espero que sim.

Disse-me que está a seguir o plano que já tinha sido estabelecido. Mas que novas ideias traz para o jardim-de-infância?

São ideias que vou ter de amadurecer com as minhas colegas, porque muitas são elas que as põem em prática. Gostava de chamar mais os pais, para que fizessem mais parte deste processo educativo de três anos. Gostava de ter mais actividades direccionadas a pais e filhos e também à comunidade envolvente. Ia passar por pequenos e grandes projectos. Quero chamar mais a comunidade e os pais ao jardim-de-infância.

As famílias entregam muito a educação dos seus filhos à escola e depois há um distanciamento?

Não tenho essa ideia, de todo. Mas, se calhar, até gostariam de estar mais presentes. Temos algumas actividades dirigidas a pais e filhos, mas não muitas. Sinto os pais muito interessados no processo de educação dos filhos.

A língua portuguesa é realmente uma aposta da parte deles. O Costa Nunes vai responder a isso nos próximos anos? Há uma manutenção desta tendência?

Penso que sim, e se tivermos mais crianças de língua não materna portuguesa teremos de ter mais apoio, dentro e fora da sala de aula, ao português. A tendência vai continuar a ser esta, a ter mais crianças de língua materna não portuguesa.

Em termos de recursos humanos fazem falta mais educadoras bilingues?

Se existirem, óptimo. Por outro lado, se não souberem, não caem na tentação de falar a mesma língua da criança. Desta forma, as crianças mais rapidamente entendem o português e fazem um esforço para falar e entender. Mas, de facto, se houvesse mais educadoras bilingues não sentiam as dificuldades que senti no início.

Pretendem contratar mais pessoas?

Se abrirmos novas salas sim, até lá penso que não.

Em termos de infra-estruturas, havia alguns projectos de obras em andamento. Como está esse processo?

Já foram autorizadas as obras no recreio, que serão feitas no Verão do próximo ano. As obras nada têm que ver com tufão, tivemos apenas pequenos danos.

O Costa Nunes continua a fazer a diferença e a demarcar-se das outras instituições de ensino? Como?

A maior diferença – e é a opinião dos pais que nos chega, chineses sobretudo – é ser uma escola com um currículo muito diferente, mais aberto, onde as crianças aprendem através do brincar. Não temos o ensino da escrita e da leitura. Se virmos que a criança tem necessidade disso, claro que vamos alimentar, mas não é institucional, não é obrigatório. Temos crianças que antes de chegarem aos seis anos já conseguem ler, e aí não pomos de parte essa competência. Essa obrigatoriedade de leitura e de escrita não está sequer nas metas que seguimos de Portugal e de Macau. Os pais sentem essa liberdade e gostam da parte de brincar dos filhos, sentem falta disso nos currículos das escolas chinesas.

Tendo em conta as novas directrizes implementadas pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), acha que o ensino é muito exigente e apela pouco à criatividade e pensamento livre do aluno?

As escolas pecam por isso. A DSEJ está a tentar mudar, a criar currículos mais flexíveis e que as escolas apliquem isso, que dêem importância à parte artística e ao brincar, que é tão importante nestas idades. É uma questão cultural, mas a DSEJ está a tentar mudar para melhor.

Chegou a Macau em 2014. Que desafios sentiu em relação ao sistema educativo?

Tive de mudar algumas coisas porque tinha crianças de língua não materna portuguesa. Esse foi o meu maior desafio. Tive de remodelar o meu modo de ensino, os meus planos, e tentar trabalhar de modo a dar mais apoio a essas crianças. Quando queria contar uma história, a alunos de três anos, tinha de usar coisas mais visuais. Tive de me adaptar.

É preciso inovar no sistema educativo local? Em termos de recursos humanos e não só de docentes, mas ter, por exemplo, mais formação para o pessoal auxiliar?

Em relação ao pessoal auxiliar, ou agentes de ensino, nenhuma das pessoas que temos cá tem formação em educação. Em Portugal já há esse curso e acho que seria importante ter cursos de formação aqui. Sentimos que é importante, e fazia a diferença e sentido.

Em termos de apoio pedagógico ou de medidas para crianças com necessidades educativas especiais, há lacunas?

No nosso caso, não temos necessidade de mais terapeutas. Temos duas educadoras a tempo inteiro para o apoio ao aluno inclusivo, três conselheiras escolares e uma psicóloga. Sentimos falta, com a quantidade de crianças que temos tido, de termos mais terapeutas da fala. Começamos a sentir que a pessoa que dá a terapia da fala não tem mãos a medir com tantas crianças. Seria importante termos um terapeuta mais dirigida para a nossa escola e não um profissional que tenha de andar por várias escolas. Pelo menos que estivesse a tempo parcial.

É necessária uma flexibilização do sistema de recrutamento no sector da educação?

Acho que sim. Não temos direito a um terapeuta só para nós, temos de seguir algumas normas, como termos um número de alunos suficiente. Mas depois têm poucas horas por semana. Os alunos recebem esse apoio, mas não é necessário para resolver alguns casos. Há pais que têm de recorrer ao apoio privado, e a maioria das terapeutas só fala chinês. Terapeutas que dominam o português são poucos.

Aquando da saída de Lola Flores do Rosário foi noticiado que havia questões relacionadas com orçamentos por clarificar. Tudo isso já foi resolvido?

Sim, penso que foi sobretudo sobre o financiamento do Fundo de Desenvolvimento Educativo, da DSEJ. Mas já está tudo resolvido.

13 Set 2017

Recuperação | Centro Cultural deverá receber FIMM

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]inda não há data para que seja retomado o funcionamento normal do Centro Cultural de Macau (CCM). Em nota de imprensa, o Instituto Cultural (IC) explicou ontem que foi já removida a estrutura perigosa no telhado do edifício, que ficou com grandes danos devido à passagem do tufão Hato pelo território.

Os técnicos da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) já retiraram a pala do telhado do CCM, que apresentava riscos para a segurança pública. O CCM encontra-se agora a levar a cabo uma vistoria e trabalhos de manutenção internos. “O funcionamento normal será retomado quando se mostrar adequado”, afirma o IC.

Depois de uma inspecção e análise de riscos, o pessoal do IC e da DSSOPT chegou à conclusão de que o edifício não sofreu danos estruturais. O Instituto Cultural promete manter uma comunicação estreita com a DSSOPT, esperando que os trabalhos de reparação possam ser concluídos com a maior brevidade possível para que o CCM entre de novo em funcionamento.

Neste momento, estão a ser feitos os trabalhos de limpeza e recuperação das zonas em redor do Centro Cultural. O IC acredita que as actuações do XXXI Festival Internacional de Música de Macau vão decorrer conforme está previsto.

Pediatria | Mais de 1300 crianças no Centro de Avaliação Conjunta

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]esde que entrou em actividade, em Junho do ano passado, o Centro de Avaliação Conjunta Pediátrica dos Serviços de Saúde já fez a avaliação de mais de 1300 crianças. Na informação, dada ontem pelo canal chinês da Rádio Macau, Tai Wa Hou, director do serviço, avança ainda com a redução do tempo de espera que passou de um ano para um mês. Já o Centro de Reabilitação Operacional, que abriu este ano, e que tem a seu cargo as terapias ocupacional e da fala, reduziu o período de espera em cerca de metade do tempo. Tai Wa Hou recordou ainda que, antes da criação do Centro de Reabilitação Pediátrica, cabia às unidades de fisioterapia e de reabilitação do Centro Hospitalar Conde de São Januário este tipo de intervenção, sendo que os tempos de espera iam de 15 a 24 meses. Neste momento, a terapia da fala tem uma espera de cinco a nove meses, enquanto os que precisam de terapia ocupacional deverão aguardar entre oito e 11 meses.

PJ | Novo posto de combate à droga em Mong Há

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Polícia Judiciária (PJ) tem desde ontem um posto da Divisão de Investigação e Combate ao Tráfico de Estupefacientes em Mong Há, na Rua de Francisco Xavier Pereira. Com a nova estrutura, as autoridades policiais pretendem melhorar a capacidade de resposta ao tráfico transfronteiriço de droga que ocorre na Zona Norte do território.

Em comunicado, a PJ recorda que, nos últimos anos, a maioria da droga vendida no mercado local é comprada fora de Macau. Dado que os postos fronteiriços das Portas do Cerco e da Zona Industrial Transfronteiriça de Zhuhai-Macau se localizam na Zona Norte, e que a construção da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau estará concluída em breve, “é previsível que os criminosos tentem utilizar estes novos postos fronteiriços para efectuar o tráfico de droga”.

A PJ lembra ainda que, no passado, foram desmantelados locais de produção de estupefacientes, de grande envergadura, nesta mesma área da cidade, zona que tem a maior densidade populacional e onde ocorrem muitos casos ligados a drogas.

Atendendo a este contexto, com o novo posto em Mong Há as autoridades policiais esperam poder movimentar melhor os agentes. A distância entre as novas instalações e os postos fronteiriços na zona norte percorre-se em menos de dez minutos, salienta a PJ, “permitindo melhorar a reacção aos crimes de droga”.

13 Set 2017

Catástrofes | Mais de 1200 opiniões sobre mecanismo de resposta

[dropcap style≠’circle’]V[/dropcap]ão para análise e estudo as ideias da população sobre o modo como a cidade deve responder a grandes catástrofes. A recolha de opiniões está concluída. Mais de 1200 pessoas enviaram sugestões ao think tank do Governo.

Foi uma das respostas oficiais à tragédia que o Hato trouxe à cidade: o Gabinete de Estudo das Políticas do Governo decidiu ouvir a população sobre o mecanismo de resposta a grandes catástrofes. Ontem, terminado o período de auscultação, o think tank anunciou que, em 15 dias, recebeu 1264 opiniões e sugestões, o que revela uma participação “muito activa e zelosa”.

O gabinete não divulgou as sugestões feitas, mas fez um resumo dos temas abordados: estão relacionadas com o mecanismo de alerta nas situações de catástrofe, a organização das operações de protecção civil, a divulgação de notícias, a construção e a administração da cidade, bem como a partilha de experiências de outras regiões.

As opiniões recebidas vão ser agora reencaminhadas para a Comissão para a Revisão do Mecanismo de Resposta a Grandes Catástrofes e o seu Acompanhamento e Aperfeiçoamento, presidida pelo Chefe do Executivo, “de modo a avaliar eficientemente o mecanismo actual de resposta às crises futuras, e servindo de referência para o plano global de resposta eficaz à gestão de crises”.

Recorde-se que, duas semanas após a passagem do tufão Hato, o Governo anunciou a criação de uma nova direcção de “prevenção especializada de resposta e trabalhos de acompanhamento após catástrofe natural ou incidentes de segurança”.

A nova direcção ainda não tem data para ser criada, mas tem o nome provisório de Direcção de Protecção Civil e de Coordenação de Contingência.

Numa conferência de imprensa da Comissão para a Revisão do Mecanismo de Resposta a Grandes Catástrofes e o seu Acompanhamento e Aperfeiçoamento, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, disse que a nova direcção vai ficar sob a sua tutela. Vai ficar também responsável pelo Centro de Operações da Protecção Civil, que passará a chamar-se Centro de Protecção Civil e de Operações de Contingência.

A direcção vai ter “funcionamento permanente e contínuo”, e vai ficar encarregada da “divulgação e sensibilização permanente” sobre catástrofes naturais e de incidentes de segurança.

O tufão Hato, o mais forte registado em Macau nos últimos 53 anos, causou dez mortos e mais de 240 feridos. A resposta do Governo à tragédia foi muito criticada.

Hato | Edifício classificado na Rua da Barca em risco

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] passagem do tufão Hato pelo território colocou em perigo de queda um histórico edifício localizado na Rua da Barca, que foi classificado pelo Instituto Cultural.

De acordo com o jornal Ou Mun, os moradores da zona estão preocupados com a possibilidade de o prédio vir mesmo a ruir caso novas tempestades passem por Macau. O edifício estará ainda mais inclinado, com parte da vedação partida, ainda que os peões continuem a circular ali perto sem medidas de segurança adicionais, escreve o diário.

Um residente disse que, nos últimos quatro anos em que as obras no edifício têm estado suspensas, o prédio tem sofrido o impacto de ventos e chuvas, tendo receio de que os peões possam sofrer acidentes. O mesmo entrevistado espera que o Governo adopte medidas de segurança mais fortes, para evitar mais consequências com a passagem de um novo tufão.

Em 2013, o proprietário do edifício em causa decidiu demolir o prédio na totalidade, mas o IC decidiu classificá-lo como um espaço histórico que necessita de protecção. No seu interior, contudo, há estruturas já demolidas. O crescimento de árvores no exterior pode ainda levar à queda de algumas paredes, noticia o diário em língua chinesa.

13 Set 2017

Ambiente | Veículos verdes representam percentagem minúscula

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]o final de Agosto, Macau tinha registados 203 veículos movidos a energias renováveis, uma parcela ínfima do valor global. Esta semana, foi anunciado na Agência Xinhua que a China tenciona proibir a produção e venda de carros a gasolina e gasóleo.

Na semana passada, a Direcção para os Assuntos do Tráfego (DSAT) anunciou o reembolso total do imposto pago na compra de um veículo danificado pelo tufão Hato caso o lesado escolhesse comprar um carro, ou motociclo, novo e amigo do ambiente. Os serviços deram como exemplo veículos eléctricos, ou que usem a energia solar ou gás como combustíveis.

De acordo com dados fornecidos pela própria DSAT, no final de Agosto estavam registados em Macau 203 veículos eléctricos. Desse reduzido universo, 22 pertencem à Função Pública, 14 à CEM e três pertencem aos serviços do aeroporto. Ou seja, de um total de 242.718 veículos, apenas 164 são eléctricos e têm donos privados, o que representa a ínfima percentagem de 0,07.

Carros movidos a energia solar não existem, enquanto os que usam gás como combustível são 99, todos veículos pesados de transporte de passageiros.

A aposta tímida neste tipo de transporte não é coisa de agora. Em 2006, a arquitecta Maria José de Freitas apostou no sector. Conseguiu o contacto de uma fábrica em Shenzhen que produzia os automóveis, e outra que fazia e reciclava baterias, ambas patrocinadas pelo Governo Central. “O ciclo era perfeitamente controlado. Consegui trazer esses carros para cá, estiveram em exposição no Venetian por dois anos consecutivos, mas não havia legislação que suportasse isso em Macau, não havia forma de autenticar a utilização dessas viaturas”, conta.

Proibição ecológica

Maria José de Freitas enfrentaria uma batalha quixotesca, um jogo do empurra entre a DSAT e a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental. “Foi uma corrida de obstáculos permanente, extremamente desgastante”, recorda.

Desde então, apesar de haver enquadramento legal, pouco mudou na realidade de Macau quanto ao uso de veículos amigos do ambiente. No final de Agosto estavam registados 86 motociclos “verdes”, o que, num universo total de 94.865, representa uma percentagem de 0,09.

A China, o maior mercado automóvel do mundo, anunciou que vai proibir a venda e produção de carros a gasolina e gasóleo, seguindo os exemplos da França, Reino Unido, Noruega e Índia. Apesar de ainda não ter data estabelecida, a decisão promete abalar a inteira indústria automóvel. Maria José de Freitas acredita que esta medida pode mudar totalmente o jogo.

A entrada em campo da Tesla já havia mudado ligeiramente o panorama cultural onde conduzir um carro eléctrico não dava status. Independentemente de questões culturais, a Ford, General Motors e Volkswagen, que estão instaladas na China, já anunciaram a produção de carros 100 por cento eléctricos.

Proprietários de carros inundados entregam carta na DSAT

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m grupo de proprietários de veículos que ficaram inundados com a passagem do tufão Hato dirigiram-se esta semana à Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) para a entrega de uma carta onde expressam as suas opiniões e queixas sobre as medidas a adoptar pelo Governo acerca desta matéria.

O representante dos donos dos veículos, de apelido Ng, disse que as inundações registadas em cinco parques de estacionamento públicos provocaram estragos em 700 veículos.

Segundo o Jornal do Cidadão, os proprietários pedem que sejam feitas melhorias na medida de redução do imposto, uma vez que há pessoas que não estão interessadas em comprarem novos automóveis. Esta é uma situação que não está prevista nas medidas anunciadas pela DSAT, e pedem, por isso, que sejam pagas indemnizações.

Os donos dos veículos pedem ainda que sejam concedidos empréstimos sem juros para quem ainda não terminou de pagar o carro, montante que, reivindicam, deveria ser pago aquando do cancelamento das matrículas.

Negligência?

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] carta exige ainda ao Governo que apure se existiu negligência por parte das empresas que gerem os parques de estacionamento, uma vez que algumas infra-estruturas não funcionaram, o que levou a que vários auto-silos tenham ficado inundados durante seis dias.

U Wai Kun, presidente da Associação de Reciclagem de Veículos de Macau, esteve presente no local e revelou que não concorda com as medidas adoptadas pelo Governo, pois o tratamento dos carros inutilizados será feito pela Administração, o que vai trazer consequências negativas para o sector da reciclagem.

Para U Wai Kun, seria mais viável que os proprietários entregassem directamente as suas viaturas nos locais de ferro velho.

Si Ka Lon, candidato às eleições, esteve presente no local e defendeu que, no futuro, a DSAT deve aumentar os requisitos para as empresas aquando da realização de novos concursos públicos para a gestão de parques de estacionamento. O candidato disse ainda que o Governo deve legislar o mais depressa possível sobre assuntos relacionados com catástrofes naturais.

13 Set 2017

Tufão Hato | Afectada obra sob alçada do GDI

[dropcap style≠’circle’]V[/dropcap]árias obras da responsabilidade do Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI) ficaram afectadas com a passagem do tufão Hato pelo território. Segundo um comunicado oficial, o auto-silo na cave do edifício Bairro da Ilha Verde, que estava “em fase de vistoria e recepção”, terá registado “a maior influência com a intrusão da água do mar, sendo que a maior parte dos equipamentos electromecânicos ficou danificada com a inundação”.

Segundo o GDI, “o edifício não preenche os critérios previstos de vistoria e recepção, havendo necessidade de substituição ou recuperação dos equipamentos”. Assim sendo, “o calendário do procedimento de vistoria e recepção e da entrega será afectado”.

Ainda sobre o parque de estacionamento, o GDI afirma que, com base numa avaliação preliminar, “a encomenda dos equipamentos envolvidos e a pretensão da recuperação necessitarão de meio ano”.

“Este gabinete irá manter comunicação apertada com os serviços responsáveis pela vistoria e recepção, para que os trabalhos possam ser acelerados”. Tudo para permitir “a entrega [da obra] aos serviços interessados para programação dos trabalhos posteriores após conclusão da recuperação”.

12 Set 2017

Exposições | Macau é o mercado “mais destacado” da Ásia Pacífico

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]az parte dos mais pequenos e dos que se começaram a desenvolver recentemente, mas foi aquele que teve o melhor desempenho nos últimos anos. A Associação Global da Indústria de Exposições destaca o território no relatório mais recente sobre o sector.

A Associação Global da Indústria de Exposições (UFI, na sigla inglesa) está satisfeita com o progresso do sector em Macau. Os elogios são deixados no mais recente relatório anual sobre a indústria de feiras comerciais da Ásia-Pacífico: para a organização, a RAEM é um dos mercados da região com menor tempo de desenvolvimento e também um dos mais pequenos, mas foi aquele que, nos últimos cinco anos, teve o melhor desempenho no mercado de exposições.

De acordo com o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), que dá conta da avaliação da UFI, a indústria das exposições foi a que mais cresceu no período em análise, quando comparando com outros locais na Ásia. Em 2012, a área útil de exposição vendida em Macau era de 72.500 metros quadrados, tendo subido para 215.250 metros quadrados em 2016. Feitas outras contas, registou-se um aumento de cerca de 200 por cento.

Apesar de a economia global da RAEM continuar a ser afectada devido ao ambiente económico externo, realça o IPIM, “a área útil de exposição vendida em Macau ainda continua a registar algum crescimento, tendo cada exposição registado, em média, receitas de cerca de 2,1 milhões de dólares americanos, pelo que se pode constatar que o desempenho do mercado de exposições de Macau teve melhor desempenho em relação ao desempenho económico global”.

Futuro feliz

O IPIM refere ainda que o relatório em questão destaca o “grande apoio” dado pelo Governo da RAEM à indústria de exposições, “bem como as excelentes instalações inerentes, sendo esses os factores que contribuíram para o desenvolvimento estável da indústria de exposições de Macau”. O instituto dá como exemplos a Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, cuja abertura está prevista para final deste ano, e a expansão gradual da rede de destinos do Aeroporto Internacional de Macau.

As duas estruturas “irão melhorar significativamente o transporte regional, criando uma nova perspectiva para a economia da Região do Delta do Rio das Pérolas”. O IPIM aponta que a indústria de exposições do território deverá manter a sua actual tendência de desenvolvimento: nos próximos dois a três anos, o crescimento médio será na ordem dos cinco por cento.

A UFI congrega gestores e organizadores de exposição de todo o mundo, com o objectivo de promover o desenvolvimento do sector ao nível regional e em termos internacionais. A organização pede todos os anos a consultadoria que analise e estude as exposições que têm como alvo visitantes profissionais. O relatório em que Macau surge em local de destaque é um “importante material de referência para os organizadores de exposições e entidades de gestão de exposições internacionais”. Nas estatísticas relativas a 2016, foram incluídas 26 exposições realizadas na RAEM, que geraram receitas de 53,55 milhões de dólares americanos.

12 Set 2017

Menstruação | Grupo de Hong Kong quer promover educação nas escolas de Macau

Chama-se “MenstruAction” e é um grupo que visa o debate sobre um assunto que ainda é tabu em Hong Kong. Joyce Fung tem vindo a promover workshops em prol da liberdade de escolha das mulheres. O grupo quer também desenvolver acções com escolas de Macau

[dropcap style≠’circle’]J[/dropcap]oyce Fung licenciou-se em Sociologia pela Universidade de Hong Kong e decidiu abordar um assunto que é ainda tabu numa sociedade que considera conservadora. A menstruação e a falta de debate sobre o assunto levaram-na a desenvolver um projecto final de curso e a criar o grupo “MenstruAction”, juntamente com Jessie Leung.

A ideia do grupo criado no Facebook, e que já foi notícia no jornal Guardian, é dar liberdade de escolha às mulheres, para que tenham mais opções além do tradicional penso higiénico. O grupo de mulheres que compõe o “MenstruAction” tem também promovido workshops e campanhas de educação sexual.

Ao HM, Joyce Fung contou que o projecto poderá também estender-se a Macau, território que considera ser também conservador neste aspecto. “Não conheço o panorama da educação sexual em Macau, mas em Hong Kong há ainda muito conservadorismo em relação a isso. Macau é também uma sociedade tradicional chinesa e penso que a situação seja mais ou menos semelhante ao que temos aqui”, afirma.

“Penso que seria interessante contactar entidades em Macau que têm interesse em divulgar a mensagem que estamos a promover. Poderíamos começar nas escolas, por exemplo”, acrescentou uma das fundadoras do grupo.

Governo tem culpa

Além das palestras sobre o assunto, as mulheres que fazem parte do grupo “MenstruAction” pretendem implementar máquinas, acessíveis um pouco por toda a cidade, que possam disponibilizar vários tipos de produtos para os dias do período, como é o caso dos tampões ou dos copos menstruais.

“Queria começar um debate sobre este assunto porque na sociedade chinesa, bem como nas sociedades asiáticas, gostaríamos que existisse um maior debate, para que o estigma deixe de existir”, explicou Joyce Fung, que defende que o Governo de Hong Kong ajuda a que se prolongue o tabu.

“O Executivo de Hong Kong tem alguma culpa, pois faz com que a sociedade continue a ser conservadora sobre este assunto. Enquanto grupo apenas podemos trabalhar do ponto de vista da educação e penso que isso é muito importante. O nosso Governo não tem feito o suficiente e não tem promovido campanhas de educação sexual suficientes”, considera.

Para Joyce Fung, Taiwan será o território onde as mulheres têm uma maior liberdade de escolha em termos de produtos e também acesso a mais diálogo. Se Macau está no mesmo patamar que Hong Kong, no Continente a situação será ainda pior, aponta.

“Conheço melhor a realidade de Taiwan, e são mais abertos sobre esta questão. As pessoas já usam outro tipo de produtos e não apenas os pensos higiénicos. As gerações mais novas em Hong Kong já começam a aceitar, mas as gerações mais velhas não. Na China a situação é ainda pior, as mulheres nem sequer usam tampões”, frisou.

12 Set 2017

Hato | Vitor Sereno assina carta a pedir apoio para associações

[dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]em possibilidades de arcar com as despesas nos reparos aos estragos causados pela passagem do Hato por Macau, associações pedem apoio ao Governo em carta assinada por Vitor Sereno. Os danos e necessidades foram debatidos em reunião no passado dia 30 entre as associações de matriz portuguesa no território e o cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong

Vinte e uma associações portuguesas e de matriz portuguesa propuseram, na sexta-feira, ao Governo de Macau a criação de um mecanismo de apoio para os trabalhos de recuperação dos danos causados pela passagem do tufão Hato, a 23 de Agosto.

Na carta, assinada pelo cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Vítor Sereno, em nome das 21 associações e entregue à secretária para Administração e Justiça, Sónia Chan, é destacada a necessidade de um apoio específico para estas organizações sem fins lucrativos.

Sobre o “mecanismo de apoio” às associações afectadas é proposto um “subsídio extraordinário, tendo em conta a gravidade dos danos e o valor das respectivas reparações”, ou que sejam autorizadas a utilizar “algum montante do subsídio já concedido no presente ano”.

As associações de matriz portuguesa “têm desempenhado um papel importante nas áreas da cultura, educação e solidariedade social”, com destinatários “que ultrapassam o universo dos sócios”, representando um “complemento no cumprimento das metas da acção governativa”, de acordo com a mesma carta.

Apoios para quase todos

Após a passagem do Hato, o mais forte tufão a atingir Macau em 53 anos, o Governo de Macau lançou uma linha de crédito, sem juros, para as PME afectadas até ao montante máximo de 600 mil patacas, e anunciou um pacote de “Medidas de abono” paras as empresas “responderem às situações emergentes”, “de natureza pós-calamidade” com um limite máximo de 30 mil patacas.

A nível individual, a Fundação Macau (FM) anunciou três tipos de apoios financeiros para as vítimas do tufão, incluindo familiares de cada vítima mortal, residentes que ficaram feridos, um montante máximo de 30 mil patacas a atribuir às famílias que “sofreram estragos nas suas residências provocados pela intrusão de água do mar causada pela passagem do tufão, ou com janelas partidas ou vidros quebrados”.

Duas mil patacas serão disponibilizadas às famílias “afectadas pelo corte do abastecimento de electricidade e água”, sendo este subsídio “acertado” com as empresas de abastecimento de electricidade e água, de acordo com a FM.

No passado dia 30, teve lugar uma reunião entre Vitor Sereno e as associações e matriz portuguesa no território. Após o encontro, o presidente da Associação dos Macaenses, Miguel de Senna Fernandes disse ao HM que quando questionou a FM acerca de possíveis apoios a resposta foi negativa. “A Fundação Macau disse que não há, neste momento, qualquer tipo de apoio dirigido às associações”, referia Miguel de Senna Fernandes.

Associação dos Macaenses, Casa de Portugal em Macau, Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau, Instituto Internacional de Macau e Associação Promotora da Instrução dos Macaenses, Escola Portuguesa, Jardim de Infância D.José da Costa Nunes. Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau, Clube Militar, Instituto Português do Oriente são algumas das 21 associações subscritoras.

11 Set 2017

Instituto Ricci | Acervo destruído pelas inundações

Serão cerca de 15 milhões de patacas de prejuízos. O acervo do Instituto Ricci a cargo da Universidade de São José estava guardado em caixotes numa cave, e não resistiu às inundações provocadas pela passagem do Hato no território

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s inundações causadas pela passagem do tufão Hato em Macau destruíram todo o acervo do Instituto Ricci, cerca de 25.000 livros e revistas, armazenado no novo ‘campus’ da Universidade de São José.

Peter Stilwel, reitor da instituição de ensino superior ligada à Universidade Católica, estimou em cerca de 15 milhões de patacas, os prejuízos da perda de cerca de 28.000 exemplares, incluindo 3.000 livros da Universidade de São José.

“Veio a enxurrada e [os livros] ficaram todos irrecuperáveis”, disse à agência Lusa Peter Stilwell. “Quando se percebeu a dimensão do tufão [Hato] já era tarde para fazer alguma coisa”, acrescentou.

Todo o acervo da Biblioteca Tomás Pereira, do Instituto Ricci, estava encaixotado numa das caves do novo ‘campus’ da Universidade de São José, para onde tinha sido enviado nos últimos meses, com o objectivo de mais tarde ser transferido para a biblioteca daquela instituição do ensino superior.

Os livros ficaram durante três dias submersos em água salgada que galgou do delta do Rio das Pérolas, juntamente com peixes trazidos na enxurrada.

“Percebemos logo que os livros tinham sido atingidos, porque as caixas [dos livros] estavam desfeitas e ainda por cima era água salgada vinda do Porto Interior. Mas como havia animais a apodrecer ali, e gases tóxicos, tivemos primeiro de despejar a água e fazer alguma ventilação”, afirmou.

O novo ‘campus’ da Universidade de São José, que recebe este ano lectivo estudantes e professores pela primeira vez, está localizado na Ilha Verde, na

península de Macau, uma das zonas da cidade mais afectadas pelas inundações.

Segundo um relatório dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), a estação da Doca da Ilha Verde que monitoriza o nível da maré chegou a registar 5,04 metros.

Fragilidades

A cave onde estavam os caixotes com os exemplares fica situada numa zona contígua à que inicialmente tinha sido pensada para armazém dos livros da biblioteca, explicou o reitor da Universidade de São José. “Agora percebemos que tem uma vulnerabilidade enorme”, disse.

Segundo Stilwell, o gasto que seria necessário para tentar recuperar os livros era superior à substituição do acervo, que deverá demorar pelo menos três anos.

“A notícia menos má é a de que não haveria exemplares raros na colecção do Instituto Ricci, que é excelente e preciosa, e que vale a pena tentar recuperar”, acrescentou, indicando que vão tentar a compra em editoras ou alfarrabistas, ou ainda por via da solidariedade de outras bibliotecas, que podem ter exemplares repetidos, nomeadamente das revistas perdidas na inundação.

No acervo perdido da biblioteca do Instituto Ricci havia livros de teologia e da história da Igreja, mas também outros de carácter geral, sobre a história de Macau e sobre o encontro de culturas entre o ocidente e o oriente.

“Imagino que em Macau haverá interesse em ter uma biblioteca sobre a história do território e sobre a relação de Macau com a China continental ao longo dos séculos”, observou Stiwell.

O reitor adiantou que à excepção das inundações, as instalações do novo campus resistiram à passagem do tufão Hato.

“Ainda estamos a lamber as feridas, a tentar perceber a dimensão dos estragos. Acima do piso térreo, o ‘campus’ resistiu bastante bem. (…) Não houve uma única árvore arrancada nos jardins que temos nos telhados”, afirmou.

As aulas no novo campus da Universidade de São José têm início a 18 de Setembro.

No total estão inscritos cerca de 1.100 alunos, incluindo 355 novos estudantes.

11 Set 2017

Ho Chio Meng | Negada possibilidade de recurso

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] processo que culminou com a sentença que condenou o ex-procurador a uma pena única em cúmulo jurídico de 21 anos de prisão transitou em julgado. O arguido interpôs recurso, a 4 de Agosto, da decisão condenatória sugerindo a criação de um tribunal de recurso, ou de um tribunal ad hoc que admitisse essa fase processual. Foi exactamente a falta desta entidade que sustentou o despacho da juiz que decidiu sobre o recurso da defesa de Ho Chio Meng. “A admissão de recurso pressupõe a existência de um órgão judiciário com poder de julgar em instância superior, que pode apreciar e decidir o recurso”. Uma vez que o Tribunal de Última Instância é o mais elevado órgão judiciário da RAEM, não existe outro tribunal competente para julgar o recurso de uma decisão que daí seja emanada. Além disso, a juiz argumenta que a criação de um órgão judiciário é algo que pressupõe “a existência de uma previsão legal”.

11 Set 2017

Pearl Horizon | Polytec disponibiliza empréstimos sem juros

O Grupo Polytec vai disponibilizar um plano de empréstimos sem juros aos compradores de casa no empreendimento Pearl Horizon. A medida é bem-vinda, no entanto, para Zheng Anting, o montante não é o suficiente

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Grupo Polytec avançou com um plano de empréstimo sem juros aos compradores de fracções no Pearl Horizon. De acordo com o jornal Ou Mun, a medida destina-se aos compradores que estão a pagar pelas casas que compraram no empreendimento.

O Grupo Polytec vai oferecer 8 mil patacas em empréstimo sem juros que podem ser pagas num máximo de quatro prestações.

Para Zheng Anting, esta é uma medida que pode vir a atenuar a pressão vivida pelos compradores de fracções, apesar de não corresponder ao desejado. “O montante de empréstimo é menor do que o falado nas reuniões com o Grupo Polytec, mas vai aliviar aqueles que estão sob uma situação urgente de pagamento”, disse.

Zheng Anting prevê que os apoios possam estar disponíveis no final do mês, sendo que o Grupo Polytec alerta para a total devolução dos apoios concedidos aquando da entrega das fracções.

Com fundamento

O n.º 2 da União Macau Guandong, refere ainda que a situação vem na sequência de alguns dos proprietários do Pearl Horizon se terem mostrado muito preocupados com os pagamentos mensais a que têm vindo a ser sujeitos numa altura em que não sabem ainda se as obras vão ser retomadas.

Quando Zheng Anting entrou em contacto com o Grupo Polytec o montante falado era de 10 mil a 15 mil patacas de empréstimo, o que não veio a acontecer.

O candidato não está satisfeito, e frisa que no futuro vai lutar pela extensão do período de apoio até que as obras sejam retomadas. Os formulários de pedido de apoio já começaram a ser distribuídos e prevê-se que cerca de 80 por cento dos proprietários se inscrevam.

Em resposta ao plano de apoio do Grupo Polytec, Kou Meng Pok, presidente da União dos Proprietários do Pearl Horizon, disse ao Jornal Ou Mun que esta medida veio aumentar o trabalho da associação que lidera e não se mostrou agradado com o montante, nem com o número de prestações. Para Kou Meng Pok, os proprietários só deveriam pagar de volta o empréstimo quando estivessem na casa que compraram.

11 Set 2017

Autocarros | Começam hoje mais dois trajectos rápidos

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]ntram hoje em actividade mais duas carreiras rápidas extra. O autocarro n.º 3AX e o n.º 25AX têm o objectivo “de escoar a afluência dos passageiros da Zona Norte e de Seac Pai Van”, diz a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) em comunicado. 

As duas carreiras irão operar nos dias úteis durante a parte da manhã e horas de ponta, para responder à necessidades de deslocação dos residentes nos momentos de maior afluência de trânsito.
A carreira n.º 3AX terá um percurso em sentido único, saindo da zona de estacionamento de veículos pesados de passageiros do norte da Praça das Portas do Cerco, seguindo para as paragens, “Av.1 de Maio/ Kwong Wa”, “Av. Dr. Sun Yat-Sen/Av. Amizade”, “Nape / Centro Cultural”, “Centro Transfusões Sangue”, “Rua Cidade de Sintra”, até a última paragem “Praça Ferreira Amaral”. A frequência das partidas é de 8 a 10 minutos, das 7h à 8h45 da parte de manhã, nos dias úteis.
Já o n.º 25AX terá um percurso de sentido circular, saindo também das Portas do Cerco, e passando pelas paragens, “Av.1 de Maio/ Kwong Wa”, “Praça Ferreira Amaral”, “Esparteiro/ Regency”, “Edf. Chun Luen”, “Est. do Istmo/ C.O.D.”, “Av. Vale das Borboletas / Terminal”, em sentido oposto, “Al. da Harmonia/ Edf. Lok Kuan”, “Est. do Istmo/ Parisian”, “Treasure Garden”, “Av. Sun Yat Sen/ CTM”, “Praça Ferreira Amaral”, “R. Nova Areia Preta/ Nam Wa”.
Também os autocarros n.º 3A e 25 foram alvo de melhorias, tendo em conta a temporária suspensão de funcionamento do Terminal das Portas do Cerco.

 

 

São Januário | Funcionário do hospital encontrado sem vida

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ), confirmou, na quarta-feira, um caso de suicídio dentro das suas instalações. De acordo com o comunicado dos Serviços de Saúde, foi encontrado o corpo de um funcionário do hospital, com 50 anos de idade numa sala de arrumos. O São Januário fez, de imediato, a notificação do caso às autoridades e a Polícia Judiciária já iniciou a investigação. A suspeita é de que se trata de suicídio até porque, antes do incidente, o funcionário tinha deixado uma nota nesse sentido em casa, tendo os familiares informado o hospital da situação. O CHCSJ tendo conhecimento da situação começou a procurar o funcionário que acabou por encontrar sem vida.

8 Set 2017

DSAT | Anunciadas isenções para veículos novos após danos com tufão

[dropcap style≠’circle’]Q[/dropcap]uem ficou com o carro danificado na sequência da devastação provocada pelo Hato pode ser reembolsado do imposto pago pelo veículo danificado. Esta isenção estende-se ainda a viaturas que não existem à venda no território, tais como carros movidos a energia solar ou gás natural

Estão aí as medidas concretas que se esperavam para remediar os danos causados aos veículos que foram apanhados pelo tufão Hato. “No dia 23 de Agosto lançámos apenas um quadro geral. Para implementar esta medida em concreto tivemos de ouvir opiniões de várias partes e depois definimos o limite mínimo e máximo de reembolso”, explica Lam Hin San, director da Direcção dos Serviços para os Assuntos do Tráfego (DSAT).
O dirigente, explicou ainda que quem ficou com os veículos danificados terá até 18 de Setembro para proceder ao cancelamento de matrículas. “Entre 23 de Agosto e 6 de Setembro recebemos 1100 requerimentos para cancelar matrículas, 548 automóveis e 460 motociclos”, anunciou Lam Hin San. O director acrescentou ainda que destes cancelamentos, 90 por cento são veículos afectados pelo tufão.
Os automobilistas, assim como os motociclistas, que necessitem de um novo veículo vão ter uma isenção, ou reembolso, de imposto pago pela viatura danificada pelo tufão.
Em primeiro lugar, será necessário uma lei aprovada pela nova Assembleia Legislativa, uma vez que é o órgão com competência exclusiva para aprovar uma medida desta natureza.
Iong Kong Leong, director dos Serviços de Finanças, adianta que “será pedido efeito retroactivo” para reembolsar quem já pagou o imposto dos novos veículos antes da lei aprovada. O director acrescentou que “o processo legislativo terá natureza urgente” e que ainda não existe uma redacção para a proposta de lei que fixará estes reembolsos fiscais.

Carros inexistentes

O proprietário do automóvel danificado que adquirir um carro novo que use combustíveis fósseis, terá um reembolso até 80 por cento do imposto pago pelo veículo danificado, num montante máximo de 140 mil patacas. Quanto aos motociclos, o reembolso pode atingir os 100 por cento, para um valor limite de 5500 patacas. Quem estiver interessado terá de pedir primeiro o cancelamento da matrícula.
A DSAT adianta que a taxa de amortização pode ir até aos 100 por cento no caso da compra de veículos movidos a energias renováveis. Em comunicado de imprensa dos serviços pode-se ler que quem comprar viaturas movidas a gás natural, energia solar e carros eléctricos será reembolsado dos impostos pagos pelo veículo danificado. É de referir neste capítulo que em Macau não existem viaturas movida a energia solar e que a gás natural apenas existem alguns autocarros de transporte público. Quanto aos carros eléctricos, são uma parcela ínfima do parque automóvel do território. Em Abril último, havia 180 veículos eléctricos, sendo que 22 pertenciam ao Governo.
Neste aspecto, Lam Hin San entende que “se houver mais procura destas viaturas movidas a novas energias, acredito que os concessionários terão mais incentivos para importar este tipo de veículos”.
Outra das questões levantadas pela destruição de carros e motociclos prende-se com a falta de locais para acolherem aquilo que normalmente se designa como ferro-velho. Aliás, um problema que Macau já sentia antes da passagem do Hato, sendo recorrente o abandono de veículos na via pública.
Porém, o director da DSAT refere que “segundo os dados recolhidos não temos problemas nesta matéria”. Lam Hin San acrescentou ainda que serão feitos esforços para que “os veículos abatidos sejam enviados para a DSF para irem a leilão”. Em seguida, de acordo com o director, a empresa que os adquirir pode exportá-los para o exterior.

8 Set 2017

Ensino | Costa Nunes tem mais alunos este ano

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]arisa Peixoto, directora do jardim de infância D. José da Costa Nunes, disse à Rádio Macau que a instituição conta com mais alunos no início do novo ano lectivo. No total são 224 crianças que estão matriculadas, quando o ano passado eram 193. Foram ainda criadas mais duas turmas para crianças com três anos de idade.
Marisa Peixoto disse ainda que foram contratadas mais três educadores de infância, um deles em sua substituição. Recorde-se que Marisa Peixoto assumiu funções como directora em substituição de Lola Couto do Rosário, que esteve um ano à frente da instituição de ensino.
A nova responsável disse à Rádio Macau que o ensino do cantonense é uma das apostas da escola de matriz portuguesa. “Vamos ter durante o ano bastantes horas de cantonense para as crianças portuguesas e de outras nacionalidades que não sabem falar cantonense. E também para os adultos da escola que não falam. Normalmente [as crianças] têm o mandarim curricular e o inglês e este ano apostamos também no cantonense”, disse.
Quanto aos estragos causados pela passagem do tufão Hato, o jardim de infância ficou com algumas mazelas na zona exterior, mas na próxima segunda-feira os mais pequenos já podem usar o recreio. É ainda necessário fazer um controlo das pragas, rematou Marisa Peixoto.

BNU | Sam Tou é o novo director executivo

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oi decidida em Maio, mas só ontem foi dada a conhecer a nova nomeação do BNU. O cargo é de Sam Tou que, de acordo com o comunicado à imprensa, “possui conhecimentos ricos e profundos do sector bancário, tendo vindo a colaborar com o BNU há mais de seis anos num cargo de gestão”. O novo director executivo, nascido em Macau e Mestre em finanças conta já com uma vasta experiência na banca e nos negócios locais. Sam Tou viveu as mudanças e transformações económicas e comerciais inerentes à transferência de administração do território e “vem fortalecer ainda mais o relacionamento do BNU com as empresas locais”.

 

8 Set 2017

Tribunal | PJ diz que Irmãos Coutinho queriam pôr a droga na ATFPM

[dropcap style≠’circle’]R[/dropcap]ealizou-se ontem mais uma sessão do julgamento que coloca os filhos de José Pereira Coutinho no banco dos réus, por suspeita de tráfico de droga. Agentes da Polícia Judiciária disseram que os dois irmãos tinham o plano de despachar droga para a casa e associação a que o pai preside

Decorreu ontem a primeira sessão de julgamento referente ao processo dos dois filhos de José Pereira Coutinho, candidato às eleições legislativas. Segundo o jornal Ou Mun, os arguidos, de nome Alexandre e Benjamim Pereira Coutinho, teriam planos para despachar a droga que alegadamente traficavam por via postal para a casa do pai e também para a associação que este dirige, a Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM).
Ontem vários agentes da Polícia Judiciária (PJ) prestaram depoimentos na qualidade de testemunhas. Um deles, de apelido Lai, referiu que, a 15 de Dezembro do ano passado, os Serviços de Alfândega de Hong Kong descobriram, numa inspecção regular, uma encomenda postal que tinha como destino Macau, e que continha droga no seu interior.
Esta encomenda teria o nome do destinatário e o endereço iguais aos dados do irmão mais velho de Coutinho. A partir daí, as autoridades começaram a acompanhar o processo de transacção. Quando Alexandre e Benjamim chegaram aos correios para levantar a encomenda, um dos irmãos terá cheirado a encomenda, escreve o Ou Mun.
A mesma testemunha disse que o irmão mais novo tinha começado a “enviar encomendas” em Junho do ano passado, tendo sido bem sucedido nas primeiras vezes. A quinta encomenda acabaria por ser alvo da atenção dos serviços alfandegários dos Estados Unidos, e a sexta embalagem seria detectada pelos serviços congéneres de Hong Kong.
A factura referente à encomenda não permitia identificar o remetente como sendo um dos irmãos, mas mensagens trocadas através de uma aplicação de telemóvel permitiram às autoridades ver que o irmão mais novo terá avisado o mais velho para não ir buscar a encomenda, com medo de ser apanhado.

Mensagens ajudaram

A mesma aplicação de telemóvel terá permitido às autoridades ver mensagens que questionavam se as “mercadorias” tinham sido todas vendidas. As autoridades terão ainda visto uma fotografia que serviu de comprovativo de uma transferência bancária de 190 mil patacas. Este dinheiro terá sido transferido para a conta do irmão mais novo.
O advogado de defesa dos filhos de José Pereira Coutinho terá questionado os agentes da PJ quanto à sua presença no momento em que as autoridades de Hong Kong inspeccionaram as encomendas, e se seguiram a legislação vigente nesse processo.
O agente Lai disse que não esteve presente e que o conteúdo do pacote não foi remexido. Apenas os papéis do exterior da encomenda foram retirados.
No final da sessão, que decorreu no Tribunal Judicial de Base, o delegado do procurador do Ministério Público pediu que os agentes dos serviços de alfândega de Hong Kong sejam chamados a testemunhar no processo.

8 Set 2017

Efeméride | Correios lançam colecção de selos sobre Pessanha

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Correios de Macau emitiram ontem uma colecção especial de selos sobre o poeta português, cujo aniversário se celebrou esta semana

Os 150 anos do nascimento de Camilo Pessanha foram ontem assinalados em Macau com uma emissão filatélica dedicada ao poeta que viveu e morreu no antigo enclave português, onde a efeméride tem dado o mote para várias actividades.
O lançamento feito pelos Correios de Macau inclui dois selos e um bloco filatélico desenhados pelo arquitecto Carlos Marreiros, um “estudioso do poeta” que conheceu nos tempos de liceu através da revista Selecta Literária.
Desde os anos de 1970, Marreiros já assinou mais de mil trabalhos, entre desenhos, pinturas e ilustrações, sobre o autor considerado o expoente máximo do simbolismo português.
Camilo Pessanha nasceu em Coimbra. Depois de se ter formado em Direito, foi viver para Macau, em 1894, para exercer funções de professor no Liceu de Macau.
O autor de “Clepsydra” viveu durante 32 anos em Macau até à sua morte, em 1926, mantendo-se os seus restos mortais sepultados no cemitério de São Miguel Arcanjo.
“Dei ênfase a esta relação do poeta com a cidade. Ele realmente é coimbrão, é considerado o maior poeta simbolista português, mas é um poeta de Macau, porque toda a poesia dele está imbuída de sons, de cenários e emoções, paixões da longínqua China e precisamente de Macau e da zona da [cidade chinesa de] Cantão”, disse Carlos Marreiros à agência Lusa.
No bloco filatélico, o arquitecto desenhou Camilo Pessanha a “flutuar” com a “mulher da vida dele”, cujo nome chinês traduzido para português “significa literalmente Águia de Prata”.
“O bloco mostra-o a esvoaçar com a Águia de Prata: ele vestido de mandarim e a Águia de Prata uma senhora delicada, flutuante, doce, mas que tem garras de águia, ao invés de ter pezinhos, mas de forma romântica, sobre o Porto Interior, portanto, a ligação da paixão dele e o Porto Interior [na península de Macau]”, explicou.
Num dos selos, o poeta português aparece com a “Águia de Prata a namoriscar, a poetar, a filosofar – cada um entenda como quiser – numa mesa, a beber qualquer coisa”.
No outro, Pessanha surge sozinho, “sentado, com asas de anjo e pés [transformados] em garras de águia”, em mais uma referência à mulher. Mas neste selo, mais do que a vida íntima de Pessanha, Marreiros quis destacar a ligação do escritor à Maçonaria em Macau.
“Aqui faço uma referência, ele está de branco, mas as asas não são de águia, mas de um anjo. É a ligação, segundo a história, que ele tinha com a Maçonaria em Macau, porque o nome simbólico dele era Angélico”, justificou, acrescentando que “Camilo Pessanha aparece de certa forma angélico neste segundo selo”.
A pedido do artista, os selos são a preto e branco: “São adaptações de desenhos antigos meus e queria mesmo que fosse a preto e branco. A cor pontual só aparece no título e na indicação numérica postal e no preço”.

A exposição

Além da emissão filatélica, Carlos Marreiros é também o autor de uma instalação sobre Camilo Pessanha, que vai estar exposta em duas praças de Macau. A instalação, ainda sem data para inaugurar, intitula-se “Camilo Pessanha no Ano do Galo”, porque “os 150 anos do nascimento coincidem com o Ano do Galo”, iniciado em 28 de Janeiro, sob o signo daquele que figura como um dos doze animais do milenar zodíaco chinês.
Entre outros trabalhos mais antigos, o macaense pintou o acrílico sobre tela “Camilo Pessanha e a Máscara”, um quadro integrado há vários anos na exposição permanente do Museu de Arte de Macau.
Além de Macau, o artista plástico já levou os desenhos, pinturas e ilustrações de Camilo Pessanha até Portugal, Itália, Hong Kong, China ou Japão.
Em 1998, fez a exposição “O Poeta e a Cidade”, com desenhos realizados entre 1977 e 1997, a qual se tornou itinerante e foi mais tarde estendida a “O Poeta, a Cidade e o Mar”.

8 Set 2017

Tufão Hato | Associação de Psicologia alerta para stress pós-traumático

Na sequência de um desastre natural, como a passagem do tufão Hato, podem surgir situações de stress pós-traumático. Estes incidentes podem revelar-se em perturbações de sono, irritabilidade e falta de apetite. Cintia Chan, directora da Associação de Psicologia de Macau, aponta saídas para quem possa ter ficado com sequelas psicológicas

[dropcap style≠’circle’]H[/dropcap]á feridas que não se vêem, ou que podem não ser evidentes à primeira vista. As dores psicológicas podem encaixar-se nestas características. O stress pós-traumático pode levar a consequências com gravidade variável.

“Eventos stressantes, como o tufão Hato, podem resultar em reacções e sintomas que podem durar vários dias, ou semanas, mas vão decrescendo com o tempo”, explica Cintia Chan, directora da Associação de Psicologia de Macau (APM).

Este tipo de reacção psicológica pode levar a uma alteração duradoura da personalidade, o que não é muito frequente em casos de calamidades naturais como um tufão. Passar por uma situação que cause trauma psicológico pode, inclusive, levar ao reforço da resiliência pessoal, mas também pode resultar em fragilização psicológica. Nesse caso é importante estar atento aos sintomas.

“Quem passa por um evento traumático pode experimentar flashbacks recorrentes sobre a situação levando a sensações intrusivas de desconforto, medo, ansiedade”, revela Cintia Chan. A psicóloga acrescenta ainda à lista de sintomas a irritabilidade, raiva, perturbações de sono, falta de concentração, diminuição de apetite, palpitações e dificuldades em respirar. Quem sofre de stress pós-traumático pode chegar mesmo chegar a evitar tudo o que avive a memória do evento, incluindo conversas.

Estas são as reacções normais a uma situação, em tudo, anormal e das quais a maioria das pessoas recupera sem necessidade de recorrer a acompanhamento terapêutico.

Ainda assim, “se depois de um mês as reacções ao evento afectarem significativamente a rotina diária da pessoa, esta deve procurar ajuda profissional”, revela Cintia Chan.

Circunstâncias como ficar sem água ou electricidade, sofrer com os efeitos de cheias podem dar azo a efeitos psicológicos numa escala abrangente da sociedade. Porém, num espectro alargado de população o restabelecimento da vida normal, regressar ao trabalho, pode ser o catalisador para restabelecer o equilíbrio.

Ajuda necessária

Normalmente o stress decorrente de se ter passado por algo como um tufão com efeitos devastadores vai diminuindo com o tempo. No entanto, existem formas de acelerar o processo de recuperação como, por exemplo, falar do acontecimento com a família e amigos, fazer exercício físico, envolvimento comunitário, fazer voluntariado e expressar gratidão. “Por vezes, actos simples como dar uma mão ao nosso vizinho pode ajudar, aliás, estas reacções não são sinais de fraqueza”, descodifica a psicóloga.

Um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS), que incidiu sobre 21 países, revela que 21,8 por cento dos inquiridos testemunharam violência, 18,8 por cento participaram em violência, 17,7 por cento sofreram acidentes e 16,2 por cento foram expostos a situações de guerra. Segundo as estimativas da OMS, 3,6 por cento da população mundial sofreu de stress pós-traumático no ano de 2012.

Cintia Chan recorda que não basta a experiência de viver algo como um tufão de sinal 10 para afectar alguém. Perder alguém próximo, passar por outra situação que coloque em perigo a vida pode levar a um vasto leque de diagnósticos no espectro do trauma.

De acordo com a APM, o Governo lançou uma série de serviços de reabilitação para responder à “crise psicológica” após a passagem do tufão Hato. A própria associação, em cooperação com o Instituto de Acção Social e a Serviços de Administração e Função Pública, realizou uma acção de formação em psicologia na semana passada. Frequentaram a formação cerca de 600 profissionais de acção social, de forma a ficarem habilitados a fornecer informação, identificar e gerir situações de stress numa primeira abordagem.

Depois da passagem do tufão Hato por Macau, as redes sociais foram inundadas com vídeos, fotografias e mensagens. Rever constantemente os vídeos do evento é algo que pode aprofundar as feridas psicológicas, assim como sentir que pode estar próximo outro fenómeno similar.

Além de demonstrações de altruísmo, circularam na Internet informações de dúbia veracidade. De forma a fornecer informação correcta sobre os efeitos psicológicos de calamidades como o Hato, a APM lançou um site chamado “Psychological Recovery and Resources After Typhoon Hato” (recuperação psicológica pós-tufão Hato). No entanto, o site tem informação disponível apenas em cantonês.

Apesar terem decorrido duas semanas da passagem de um dos maiores tufões de que há memória em Macau, o próprio içar de sinais de alerta pode despoletar memórias traumáticas que ficaram por sarar.

7 Set 2017

Tufão Hato | EPM com prejuízos de um milhão de patacas

A direcção da Escola Portuguesa de Macau já avaliou os estragos causados pela passagem do tufão Hato. Os custos rondam um milhão de patacas. O ano lectivo arrancou ontem com reuniões da parte da manhã, sem grandes alterações

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s aulas arrancaram, como previsto, na Escola Portuguesa de Macau (EPM), duas semanas depois da passagem do pior tufão dos últimos 53 anos, que causou prejuízos na ordem de um milhão de patacas no estabelecimento de ensino, informou a direcção à agência Lusa.

“Neste momento apontamos para um prejuízo na ordem de um milhão de patacas”, disse o director da EPM, Manuel Machado.

O mesmo responsável salientou o apoio disponibilizado, “desde o primeiro momento, pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude e pelo conselho de administração da Fundação Escola Portuguesa de Macau para ajudar no que for necessário para estes trabalhos de reconstrução e reparação”.

“O que falta fazer é a substituição dos vidros partidos porque há escassez de vidros. (…) Há muita gente a precisar de vidros. Já foram encomendados, e o que está previsto é serem todos colocados ao mesmo tempo quando vierem. Há algumas janelas sem vidros, na cantina também faltam alguns, mas o funcionamento está assegurado”, explicou Manuel Machado.

Tufão Hato levou mural assinado por Vhils. Foto: HM

“Julgo que até ao final deste mês, os [trabalhos de reparação] devem estar concluídos”, observou.

O director da Escola Portuguesa adiantou também que os dois muros exteriores da escola derrubados pelo tufão já foram reconstruídos, mas que “ainda têm de ser pintados e têm que ser colocadas grades que também foram danificadas” pelo Hato.

Um desses muros tinha, no final de Maio, sido objecto de uma intervenção do artista português Vhils. A direcção da escola já informou o artista da queda do mural, mas não foram estabelecidos mais contactos no sentido de, no futuro, Vhils realizar novo trabalho naquele espaço.

“Isso ainda não foi conversado”, disse Manuel Machado.

O melhor possível

O mesmo responsável afirmou que o novo ano escolar arrancou ontem “da melhor maneira” para os 574 alunos inscritos entre o 1.º e 12.º ano, depois de realizadas algumas obras na escola.

“Felizmente, conseguimos em tempo útil fazer todos os trabalhos de reconstrução e reparação necessários ao arranque do ano lectivo sem pôr em causa a data previamente acordada”, afirmou.

Não houve necessidade de nenhuma medida extra porque “todos os espaços por onde circulam professores, alunos e funcionários estão devidamente seguros”, observou.

“De manhã, as crianças do primeiro ciclo foram recebidas pelos seus professores e estão ainda em actividades. Às 10:00 houve uma reunião geral dos alunos do segundo e terceiro ciclos do ensino secundário com a direcção da escola e posteriormente foram recebidos pelos directores de turma. Portanto, decorreu da melhor maneira, e as actividades estão agora em curso”, afirmou.

Além de algumas janelas e portas partidas e da queda de muros, quase todas as árvores nos pátios da escola foram arrancadas pelo tufão, que também causou danos nos ares condicionados e sistemas de ventilação.

 

Ensino | DSEJ diz que há mais alunos e professores

Mais de 79 mil alunos em 77 escolas. São estes os números oficiais do arranque de mais um ano lectivo, e que representam um aumento de 2,7 por cento de estudantes face ao ano passado, disse a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) em comunicado. O aumento de alunos verifica-se mais no ensino infantil, que conta este ano com um total de 19.023 estudantes, mais 6,6 por cento. Há também um aumento de 5,5 por cento de alunos no ensino primário, que conta com quase 30.800 estudantes. No ensino secundário, o número de alunos regista uma quebra de 2,8 por cento. Ao nível dos docentes, a DSEJ explica que este ano haverá mais professores nas salas de aula, num total de 7.606 face aos 7.304 registados o ano passado.

7 Set 2017

David Chow quer que casinos fechem portas com sinal 8 içado 

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]avid Chow, empresário e antigo deputado, disse ao jornal Ou Mun que considera injusta a actual situação dos trabalhadores dos casinos, que se vêem obrigados a trabalhar mesmo que seja içado o sinal 8 de tempestade. Por essa razão, o também presidente da Associação Comercial Federal Geral das Pequenas e Médias Empresas de Macau pede que seja criado um melhor regime, que garanta a segurança dos funcionários de jogo. Na prática, o empresário exige que o Governo avance com uma lei especial que determine que os croupiers e demais funcionários dos casinos não possam trabalhar quando estiver içado o sinal 8 de tempestade.

A legislação determina que os casinos funcionam 365 dias por ano, durante 24 horas, o que significa que os funcionários têm de cumprir os turnos, independentemente das condições atmosféricas. David Chow acrescentou ainda que, em caso de sinal 8, todos têm de estar em segurança, bem como o pessoal dos serviços de protecção civil e forças de segurança.

Questionado anteriormente sobre a aquisição de seguros para a protecção dos trabalhadores, David Chow recusou a ideia, por considerar injusta a obrigatoriedade de ter de se deslocar para o local de trabalho com condições atmosféricas adversas. O empresário acredita mesmo que o território não deveria receber excursões de turistas nestas alturas.

O proprietários dos empreendimentos Landmark e Doca dos Pescadores pede ainda à Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) que implemente leis complementares que possam permitir aos trabalhadores não residentes (TNR) que, em casos urgentes, possam trabalhar noutros locais não designados no seu blue card, em prol do desenvolvimento do território. Esta ideia foi referida no contexto de ajuda que se verificou após a passagem do tufão Hato, quando foram necessários muitos braços para eliminar os destroços. Vários grupos de TNR colaboraram nas limpezas ao lado das autoridades.

7 Set 2017