Tufões | SJM e MGM a favor de fecho por ordem do Chefe do Executivo

Sociedade de Jogos de Macau (SJM) e MGM concordam que o Chefe do Executivo possa ordenar o fecho dos casinos durante tufões, mas defendem que a medida deve ser ponderada caso a caso

 

[dropcap style≠‘circle’]D[/dropcap]uas das seis operadoras de jogo de Macau concordam que o Chefe do Executivo deve ter o poder de ordenar o fecho dos casinos em circunstâncias excepcionais, como fortes tufões, em nome da segurança de residentes e turistas. Contudo, tanto para SJM como para a MGM, a aplicação dessa medida deve ser ponderada “caso a caso”.

“Penso que, dada a natureza da economia, o Chefe do Executivo deve reservar-se sempre no direito de garantir que protegemos os residentes e os turistas. O ponto fulcral é assegurar que a comunicação é boa e garantir a segurança das pessoas”, afirmou na segunda-feira o CEO da MGM, à margem da recepção comemorativa do 69.º aniversário da implantação da República Popular da China. “Tudo deve ser sempre uma opção”, observou Grant Bowie, defendendo que a medida deve ser “obviamente” analisada “caso a caso”. “Tenho a certeza de que o Chefe do Executivo se aconselha junto dos seus assessores”, complementou.

O CEO da SJM pronunciou-se no mesmo sentido. “É bom que o Chefe do Executivo possa ter autoridade para fechar as operações dos casinos”, afirmou Ambrose So, invocando os benefícios da adopção da medida aquando da passagem do Mangkhut. “Da última vez houve um tufão muito forte, [pelo que o fecho] vai minimizar os danos e [salvar] a vida das pessoas. Penso que isso é mais importante do que preservar o crescimento económico”, argumentou.

 

Sem obrigatoriedade

Tal como Grant Bowie, Ambrose So também partilha da ideia de que os casinos não devem encerrar obrigatoriamente com o hastear do sinal 8 de tempestade tropical como defendido, por exemplo, pela líder da Associação dos Direitos dos Trabalhadores de Jogo, Cloee Chao. “Isso deve ser deixado à consideração do Chefe do Executivo”, afirmou o CEO da SJM, defendendo que o líder do Governo “pode julgar” em conformidade com os dados que tiver em mãos, “em vez de definir que os casinos fecham sempre que estiver içado sinal 8”.

De recordar que, aquando da passagem do Mangkhut, os casinos estiveram encerrados entre 23h de dia 15 e as 8h de dia 17, um facto inédito na história da RAEM, isto quando não há normas – seja na lei de Macau ou nos contratos – que obriguem os casinos a fechar portas em situações de tempestade. Com efeito, a proposta de Lei de Bases da Protecção Civil, cuja consulta pública terminou em Agosto, sugere como medida excepcional o direito do Chefe do Executivo de ordenar o fecho dos casinos, embora esteja por definir em que circunstâncias.

 

Receitas sobem 2,8 por cento em Setembro

Os casinos fecharam Setembro com receitas de 21.952 milhões de patacas, traduzindo um aumento de 2,8 por cento em termos anuais homólogos. Segundo dados publicados na segunda-feira pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), no acumulado de Janeiro a Setembro, os casinos encaixaram 224.055 milhões de patacas, ou seja, mais 15,9 por cento face aos primeiros nove meses do ano passado. Setembro marca o mês com o pior desempenho desde o início do ano, um cenário ao qual não terá sido alheio o facto de os casinos terem encerrado por mais de 24 horas devido à passagem do Mangkhut.

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