Há imigrantes em Macau a sobreviver da doação de alimentos, dizem associações

Associações de Macau disseram à Lusa que há trabalhadores imigrantes com graves carências de bens de primeira necessidade que sobrevivem apenas da doação de alimentos, devido à perda de salários.

“Na verdade, não sei como vamos sobreviver, mas pedimos comida uns aos outros, cada grupo [comunitários filipino] dá assistência alimentar”, disse a presidente do Sindicato Progressivo dos Trabalhadores Domésticos em Macau, Jassy Santos, na semana em que os trabalhadores se encontram sob licença sem vencimento, situação que deverá terminar amanhã.

Outra associação filipina, a Aliança Comunitária Filipina, disse que os trabalhadores receiam não ter salário suficiente para pagar as despesas de subsistência até ao próximo mês. “Precisamos de pagar o arrendamento da casa e contas de eletricidade”, para além da alimentação, disse o presidente, Hazhel C. Mamamngon, que recebeu mais de 200 pedidos de ajuda durante o confinamento parcial, além do apoio a mais de 60 imigrantes isolados num hotel, a cumprirem quarentena obrigatória.

Hazhel C. Mamamngon revelou também que os trabalhadores filipinos estão igualmente a pedir ajuda financeira e alimentar através de organizações governamentais, tais como o Consulado Geral das Filipinas, a Oficina do Trabalho Estrangeiro das Filipinas e a Administração do Bem-Estar dos Trabalhadores Estrangeiros (OWWA) ao longo do confinamento.

De acordo com a OWWA, os trabalhadores filipinos que apresentam sintomas à covid-19 e que necessitam de hospitalização ou isolamento podem beneficiar da assistência financeira da agência Covid After Care no valor de 200 dólares.

Contudo, Jassy Santos disse que a assistência das autoridades filipinas é insuficiente, e criticou a OWWA por nem todos poderem receber os benefícios. “Não é suficiente. (…) Eles não deram a comida suficiente. (…) “Sim, há uma ajuda de 200 dólares, mas só para os mais afectados”, sublinhou.

Ambas as associações filipinas receberam queixas de que alguns empregadores não estão a fornecer alimentos a empregados domésticos que vivem nas suas casas e alguns são obrigados a trabalhar horas extraordinárias sem pagamento.

Pobres e mal pagos

Entretanto, o Sindicato dos Trabalhadores Migrantes Indonésios (UTMI) indicou que está a recolher donativos para ajudar pessoas em necessidades da sua comunidade.

“Os nossos principais doadores são os nossos amigos, que ainda têm emprego, alguns indonésios que vivem aqui, organização muçulmana indonésia, alguns amigos e associações locais”, disse a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Migrantes Indonésios, Yosa Wari Yanti, observando que o Governo indonésio ainda não prestou ajuda: “Telefonei para o consulado indonésio em Hong Kong, mas, até agora, ainda nenhuma acção”.

Uma associação que representa a comunidade muçulmana também se organizou para prestar apoio. “Há alguns que são afectados por este bloqueio parcial (…) e nós organizamos comida para eles em restaurantes seleccionados, que tenham comida ‘halal’, sendo que os números de não-residentes que precisam de ajuda devido à ausência de pagamento do ordenado está a aumentar”, observou um membro da comunidade muçulmana, Bilal Khalil. “Estamos a tentar o nosso melhor para ajudar todas as comunidades, mesmo (…) não-muçulmanas”, esclareceu Bilal Khalil.

Segundo dados da UTMI, um trabalhador doméstico recebia entre 3.000 e 5.000 patacas por mês.
Com a actual escassez de mão-de-obra, o salário mensal terá aumentado para valores entre 4.000 e 6.000 patacas, quando o rendimento mensal médio da população empregada é 16.000 patacas.

22 Jul 2022

Comerciantes encaram recomendação para ficar em casa um entrave ao consumo

Apesar de o chamado período de consolidação, que entra em vigor amanhã, prever a reabertura de espaços comerciais virados para a rua, responsáveis por negócios ouvidos pelo jornal Ou Mun, consideram que o facto de o Governo manter o apelo para a população ficar em casa cria uma situação dúbia, que não contribui para estimular o consumo.

O dono de uma loja de roupa no centro da cidade considera que os critérios de convivência social em vigor a partir de amanhã, são “pouco claros” e lamenta que, ao encorajar a população a ficar em casa, o Governo “não está a contribuir para estimular o consumo”. Contudo, lembra, dado que todas as lojas com portas viradas para o exterior voltam a poder abrir ao público, na verdade, a população está autorizada a sair de casa para consumir e frequentar espaços comerciais.

O proprietário de uma outra loja situada no centro de Macau antevê que a procura interna continue “lenta”, ao ritmo das “rigorosas” medidas de prevenção que ainda será necessário manter, da limitação da lotação máxima dos espaços e da pouca disponibilidade financeira dos residentes.

A pisar ovos

Além disso, esperando que no futuro não se repitam novos surtos de covid-19 no território, o mesmo responsável sublinhou ao jornal Ou Mun que, o facto de as fronteiras com o território vizinho estarem ainda fechadas (com quarentena obrigatória no regresso a Zhuhai) implicará sempre um volume de negócio reduzido, mesmo que situação venha a ser relativamente normalizada.

É por isso defendido que, após o alívio da situação epidémica em Macau, o Governo faça tudo o que está ao seu alcance para atrair turistas dos territórios vizinhos e para “restabelecer a confiança”. Sobretudo, quando no horizonte, está a semana dourada do feriado do Dia Nacional, em Outubro.

Recorde-se que, durante o período de consolidação, além das “sociedades e entidades que prestam serviços públicos essenciais e serviços necessários para garantir o indispensável funcionamento da sociedade”, o Governo vai permitir a operação dos estabelecimentos que “tenham acesso à via pública” e que possam garantir a ventilação do espaço, incluindo, por isso, alguns casinos.

22 Jul 2022

Consolidação | Negócios que vão continuar a meio gás fazem contas à vida

Os negócios que vão continuar encerrados, em regime de take-away ou a funcionar online durante o período de consolidação fazem contas à vida para se manterem à tona, e há mesmo quem considere fechar portas. A perda de clientes portugueses e chineses que abandonaram Macau é a cereja no topo do bolo das dificuldades

 

A transição do confinamento parcial para o período de consolidação, que começa amanhã, fará pouca diferença para a instrutora de yoga Rita Gonçalves, que fundou há quase 8 anos o Yoga Loft na zona do Largo de Senado, espaço que permanecerá fechado.

As expectativas de abertura caíram por terra na quarta-feira quando foi publicado no Boletim Oficial o despacho do Chefe do Executivo que dá conta da abertura dos espaços comerciais que estão na via pública, mantendo-se o encerramento de negócios como ginásios, cinemas, parques ou espaços fechados de entretenimento. Os centros de explicações continuam a funcionar online.

“Tem sido complicado”, confessou Rita Gonçalves ao HM. “No meu caso, os professores só recebem quando dão aulas, imagine se eu tivesse de pagar salários. Gostava de ver a situação gerida de forma diferente e deveríamos aprender a viver com o vírus. Preferia voltar ao período que tínhamos antes, sem usarmos máscara o tempo todo e com as coisas abertas. Não consigo exercer a minha actividade com aquela máscara”, declarou.

Fernando Sousa Marques, que gere o restaurante Macau Gourmet Café&Bistro junto ao edifício dos CTT, também no Leal Senado, estima já ter perdido cerca de 800 mil patacas mantendo o regime de take-away. “A maior parte das empresas que fazem este serviço só funcionam em Macau [na península], se fossem para a Taipa tinha mais negócio, porque há mais estrangeiros.”

O empresário do sector da restauração lamenta que na conferência de imprensa do Centro de Coordenação e de Contingência do novo tipo de coronavírus não tenham ficado esclarecidos pontos sobre as licenças sem vencimento ou os apoios prometidos para os salários de trabalhadores. “Se houver esse apoio será excelente, e assim conseguirei manter [o negócio]. Não consigo pagar salários e já dei comida aos meus empregados. Servia uma média de 60 a 70 almoços por dia e até ao final do mês não deverei ter grande movimento”, disse.

Fernando Sousa Marques destaca ainda a inflação que tomou conta da economia local, o que torna a sobrevivência dos negócios num desafio ainda maior. “Antes comprava carne de porco a 90 patacas o quilo, hoje compro a 200. Como faço pratos depois com lucro?”, questiona, acrescentando que desistir não está no seu vocabulário. “Não pondero fechar, mas sim mudar o conceito, apostar em pratos mais baratos, para acompanhar a economia.”

Susana Diniz, fundadora de um centro de formação que aposta em clubes de leitura em português para crianças, já tinha o Verão preparado com actividades pedagógicas, mas mais uma vez terá de mudar os planos. “Tenho algumas aulas online, mas não é a mesma coisa. Começamos a perder forças para aguentar tudo isto. O Verão é sempre uma boa altura, por causa das férias. Diria que vou perder cerca de 100 mil patacas este mês e em Agosto.”

A curto prazo, Susana Diniz pretende manter o centro a funcionar online. Todas as terças-feiras, são organizadas sessões de cinema online, e às quintas-feiras o foco é a leitura. “O regime online não dá para suportar as despesas mensais. Estou a tentar manter um jogo de cintura para ver se vai dar, esperando pelo regresso das aulas em Setembro.”

Clientes a ir embora

Além dos negócios que se mantêm a meio gás, junta-se outro ingrediente explosivo para quem tenta sobreviver financeiramente: os clientes habituais que já deixaram Macau de vez devido às restrições impostas no território.

“O mais complicado não é estar fechada há um mês, mas ver as pessoas a partirem. Os negócios estão a perder clientela, porque deixa de ser vantajoso estar cá. Desde o princípio do ano, já disse adeus a sete alunas regulares, não apenas portuguesas, mas também chinesas, com cerca de 50 anos que decidiram deixar o trabalho e ir para Inglaterra.”

Fernando Sousa Marques assinala dificuldades semelhantes no seu restaurante. “Notam-se menos clientes portugueses e é uma pena, mas já estavam a ir embora [antes do surto]”.

Por estes dias, manter negócios em Macau é um permanente jogo de sobrevivência. Rita Gonçalves pondera deixar de jogar. “Já estou a equacionar [fechar o Yoga Loft] juntamente com a minha família. Tal como outras pessoas, estamos a ver mais possibilidades. Se o meu marido for despedido ficamos numa situação complicada e será difícil. Se tiver de fechar continuarei com a minha vida, pois sei fazer muitas coisas. Não tenho medo de sair para Portugal ou Singapura”, rematou.

22 Jul 2022

Covid-19 | Nacionais filipinos obrigados a testes diários

A partir de hoje, todos os nacionais das Filipinas estão obrigados a fazer testes diários à covid-19. Segundo a médica Leong Iek Hou, a medida é explicada devido “à sua cultura”, que implica muitos encontros e visitas e ao facto de representarem 10 por cento dos casos confirmados. Pessoas que vivem ou estiveram nas redondezas da Rua de São José, Rua da Praia do Manduco, Jardim Camões e Rua da Barca serão submetidos a testes durante três dias

 

Residentes ou não, a partir de hoje e por tempo indeterminado, todos os portadores de passaporte das Filipinas estão obrigados a fazer um teste de ácido nucleico diário. Segundo as autoridades de saúde, tomando como referência apenas a nacionalidade, os cidadãos filipinos que estão no território foram considerados um novo “grupo-chave” por haver “mais riscos de infecção” por covid-19. As empregadas domésticas que estão a pernoitar em casa dos patrões também terão de fazer os testes diários.

“Vamos considerar todas as pessoas de nacionalidade filipina como um grupo-chave, porque verificámos que há mais riscos de infecção entre este grupo de pessoas, registando maior proporção de infecção. Por isso, para uma intervenção precoce (…) exigimos que todas as pessoas portadoras de passaporte filipino efectuem testes de ácido nucleico diariamente a partir de 22 de Julho [hoje]”, começou por anunciar ontem, Leong Iek Hou, Chefe da Divisão de Prevenção e Controlo de Doenças Transmissíveis.

Questionada sobre as razões na base da decisão, a responsável justificou que tal se deve ao facto de 10 por cento do total de 1.795 casos confirmados desde o dia 18 de Junho, dizerem respeito a pessoas de nacionalidade filipina.

Quando questionada se a medida não poderia ser considerada discriminatória e geradora de constrangimentos desnecessários a uma classe, já de si, mais vulnerável, Leong Iek Hou não respondeu directamente, mas frisou que não se podem correr riscos durante a fase de consolidação que começa amanhã. Além disso, a médica referiu que “devido à sua cultura”, os nacionais filipinos promovem “mais encontros e visitas” entre si, implicando um maior risco de transmissão da doença.

“De acordo com os novos casos detectados, especialmente na comunidade, muitos deles são de nacionalidade filipina e até são residentes de Macau. Se calhar, devido à sua cultura, fazem muitos encontros e visitas entre eles. Entre 1.795 casos confirmados, 171 casos são de pessoas com nacionalidade filipina, pelo que (…) há um elevado risco de transmissão de covid-19 entre este grupo. Por isso, queremos reforçar a testagem entre estas pessoas. Neste período de consolidação, queremos unir esforços para detectar os grupos de maior risco”, apontou.

Além de todos os nacionais filipinos, fazem parte dos chamados grupos-chave, que terão de fazer testes diários, trabalhadores que prestam serviços de limpeza, seguranças, pessoal do sector da restauração e da administração de condomínios e condutores de transportes públicos.

Vê por onde andas

Durante a conferência de imprensa foi ainda anunciado que todas as pessoas que habitem, trabalhem ou tenham permanecido, desde a passada segunda-feira, durante mais de 30 minutos nas zonas envolventes à Rua de São José, Jardim Camões, Rua da Praia do Manduco e Rua da Barca, terão de fazer testes de ácido nucleico durante três dias seguidos.

“Classificámos algumas novas zonas-chave. Todas as pessoas e trabalhadores que tenham estado nestas zonas precisam fazer um teste de ácido nucleico durante três dias consecutivos (…), ou seja as pessoas que moram, trabalham ou qualquer pessoa que tenha circulado nestas zonas durante mais de meia-hora a contar do dia 18 de Julho, precisa, a partir de 22 de Julho [hoje], de fazer um teste de ácido nucleico durante três dias seguidos”, explicou Leong Iek Hou.

Segundo a médica, estima-se que o universo em causa seja de 20.000 pessoas para a área da Rua de São José e de cerca de 15.000 para a zona do jardim Camões, não havendo isenções para grupos vulneráveis.

Detido por ir à praia

O chefe da Divisão de Ligação de Assuntos Policiais e Relações-Públicas dos Serviços de Polícia Unitários (SPU), Cheong Kin Ian, revelou ontem que foi acusada mais uma pessoa suspeita de violar a lei de prevenção da pandemia, elevando assim para 29 o número de acusações desde 11 de Julho. Em causa, está um homem que decidiu guiar o seu veículo até à praia “sem justificação”. “Desde 11 de Julho, já fizemos 29 acusações devido à violação da lei de prevenção e controlo de doenças transmissíveis. Hoje [ontem] houve mais um caso de acusação. Em causa está um arguido que guiou o seu carro até uma zona de praia sem justificação”, disse Cheong Kin Ian. No decorrer do dia de ontem, foram feitos 929 avisos até às 15h.

12 novos casos

No quarta-feira, Macau registou 12 novos casos de covid-19, elevando para 1.795 o total de infectados registados desde o dia 18 de Junho. Segundo o Centro de Coordenação, dos 12 novos casos confirmados, 11 foram registados em zonas vermelhas ou hotéis de quarentena e apenas um foi detectado na comunidade. O caso comunitário foi encontrado durante a testagem em massa. Até às 08h de ontem, foi feito o acompanhamento de 22.353 pessoas.

Confirmada sexta morte

O médico adjunto da direcção do Hospital Conde de São Januário, Lei Wai Seng anunciou ontem a sexta morte associada à covid-19 desde o início do surto. Trata-se de um idoso não vacinado contra a covid-19, com 93 anos e portador de uma doença crónica. “Um homem de 93 anos faleceu hoje [ontem] por volta das 03h da madrugada devido a várias complicações (…) no sistema respiratório. Este homem não tinha qualquer vacina”, apontou. No seguimento do anúncio, Lei Wai Seng fez referência à situação de Hong Kong para lembrar que a maior parte dos casos mortais no território vizinho, dizem respeito a pessoas não vacinadas contra a doença.

22 Jul 2022

Economia | Retalho baixou 42% e restauração 22% em Maio

O passado mês de Maio penalizou o volume de negócios da restauração com quebras de 22,2 por cento em relação ao mesmo mês do ano passado. Segundo dados divulgados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos, os restaurantes chineses quebraram 30,6 por cento em termos anuais, enquanto os estabelecimentos de comidas “ocidentais” tiveram menos 28,6 por cento do negócio de Maio de 2021.

Quanto ao comércio a retalho, durante o mês em análise o volume de negócios dos retalhistas baixou 42,2 por cento, em termos anuais. Neste segmento, os negócios das mercadorias de armazéns e quinquilharias foram os mais penalizados com o comércio a cair 57,4 por cento, seguidos do vestuário para adulto (menos 54,6 por cento) e das relojoarias/joalharias (menos 54 por cento). Só os supermercados fizeram mais dinheiro, com as receitas a subir 9,8 por cento anualmente.

Ainda assim, em termos mensais, Maio de 2022 trouxe 5,6 por cento mais volume de negócios na restauração, em comparação com Abril deste ano. Também o comércio a retalho aumentou entre Abril e Maio, com subidas de 11,9 por cento ao nível do volume de negócios. Neste capítulo, as lojas de cosméticos e higiene e joalharia tiveram os melhores resultados, com subidas mensais de 31,1 por cento e 23,1 por cento, respectivamente.

22 Jul 2022

Sands com prejuízo de 422 milhões de dólares no segundo trimestre

A Sands China anunciou um prejuízo de 422 milhões de dólares no segundo trimestre do ano, mais do dobro das perdas registadas no mesmo período do ano passado. O presidente do grupo considera que a saída da maioria dos promotores de jogo de Macau vai permitir “recuperar espaço de jogo” que pode ser usado para explorar novas vertentes premium do jogo de massas

 

A operadora de jogo Sands China anunciou, na quarta-feira, um prejuízo de 422 milhões de dólares americanos (cerca de 3.41 mil milhões de patacas) no segundo trimestre do ano, ou seja, mais do dobro das perdas registadas no mesmo período de 2021. Segundo dados consultados pela agência Lusa, no primeiro trimestre do ano passado, a Sands China contabilizou um prejuízo de 166 milhões de dólares, mas o cenário também é negativo quando comparado com o trimestre anterior deste ano, altura em que a operadora registou perdas de 336 milhões de dólares.

Além disso, o desempenho da Sands China nos primeiros três meses de 2022 já se tinha relevado pior do que o do último trimestre de 2021 e do que aquele verificado em igual período do ano passado.

Recorde-se que, em 2021, a Sands China registou um prejuízo de 1,05 mil milhões de dólares, a reboque da contínua redução de visitantes do Interior da China e devido às restrições impostas devido à pandemia de covid-19.

Durante a videochamada para anunciar os resultados do grupo, Robert Goldstein, presidente e CEO da Las Vegas Sands, começou por dizer, segundo o portal GGR Asia, que espera a chegada de dias melhores “em breve”, com um “aumento considerável” de visitantes a chegar Macau.

Janela de oportunidade

Acerca das transformações profundas que o sector do jogo está a enfrentar, empoladas pela nova legislação que prevê que cada promotor de jogo só possa exercer actividade com uma concessionária, Robert Goldstein aponta que, na verdade, a perda de margem de manobra dos junkets pode traduzir-se em novas oportunidades de lucro através da conversão do espaço de jogo, anteriormente destinado ao jogo VIP, em mais áreas de exploração de vertentes premium do jogo de massas.

“Estamos felizes por recuperar estes espaços [dedicados ao jogo VIP]”, começou por dizer. “O negócio dos promotores de jogo, nunca duvidámos, sempre foi desafiante em termos da gestão das margens de lucro. Estou grato por termos recuperado este espaço que podemos agora reorganizar e reaproveitar. Considero que esta movimentação poderá acrescentar todo o tipo de oportunidades para a vertente de massas, premium de massas e vertente premium por si só. Para mim, esta é uma transição muito valiosa que se pode traduzir em maiores margens de lucro”, apontou Goldstein segundo o portal GGR Asia.

Sobre o concurso público para a atribuição de concessões de jogo, o presidente da Las Vegas Sands aplaudiu a forma como o Governo tem gerido o processo e considera que “a maioria dos receios foram dissipados”.

“Estamos muito satisfeitos com a clareza transmitida pelo Governo. O processo está a decorrer muito bem e acho que muitos dos receios iniciais levantados por algumas pessoas foram eliminados. Considero que as operadoras estão satisfeitas com a forma como tudo está a decorrer (…) e estamos esperançosos de que vamos alcançar um desfecho positivo”, referiu.

22 Jul 2022

Surto | Sulu Sou diz que trabalhadores devem estar cientes dos seus direitos

O ex-deputado Sulu Sou considera que, no decorrer do actual surto de covid-19, os trabalhadores devem prestar particular atenção ao cumprimento dos seus direitos laborais. Isto, tendo em conta que em caso de infecção ou obrigação de cumprir quarentena, devem estar cientes das possíveis compensações a que têm direito. “É lamentável que muitos funcionários estejam confusos em relação aos seus direitos laborais, acabando, por isso, por perder compensações a que têm direito por desconhecimento ou porque o prazo para as solicitar expirou”, apontou Sulu Sou ao All About Macau.

Além disso, o ex-deputado acusa ainda a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) de “não ter promovido activamente” as explicações necessárias sobre os possíveis impactos que pandemia pode ter nas condições de trabalho da população, incluindo os funcionários que estão em regime de circuito fechado.

“A DSAL devia ter explicado activamente que garantias existem na lei laboral para os funcionários dos lares que estão a trabalhar em regime de circuito fechado, mas não o fez”, acrescentou o ex-deputado. Como exemplo, Sulu Sou aponta que existe uma directiva da DSAL que nunca foi divulgada oficialmente e que indica que os trabalhadores devem notificar o organismo no prazo de 24 horas, caso sejam infectados com covid-19.

21 Jul 2022

Habitação | Surto expôs más condições dos prédios antigos

Os edifícios San Mei On e Kat Cheong, na zona norte da península, estão selados há algumas semanas por terem sido decretadas zonas vermelhas. Os edifícios apresentam sinais evidentes de degradação e más condições de saneamento e higiene. Arquitectos ouvidos pelo HM afirmam que o surto evidenciou um problema de décadas: o da má habitação

 

Por estes dias, o lixo acumulado nas áreas comuns do edifício San Mei On, no bairro do Iao Hon, na zona norte da península de Macau, foi amplamente noticiado e alvo de comunicados das entidades públicas. O prédio, com cerca de cinco décadas de construção e designado como zona vermelha, está selado há quase um mês, apresenta sinais evidentes de degradação e falta de manutenção. Situações que agravam as condições de habitabilidade e segurança de quem está “preso” em casa, muitas vezes sem possibilidade de assegurar o distanciamento físico.

Dois arquitectos ouvidos pelo HM defendem que o surto de covid-19 veio evidenciar as más condições de habitabilidade nas zonas mais antigas do território. “A maximização do rendimento em detrimento de tudo o resto foi sempre uma prática comum em Macau”, defende André Ritchie. “Acrescenta-se a isso uma atitude geral de desinteresse pela manutenção dos edifícios, o que resulta em quarteirões inteiros com condições de habitabilidade muito pouco dignas.”

O arquitecto macaense não tem dúvidas de que factores como a falta de espaço, má higiene e pouca salubridade dos prédios “favorecem a propagação do vírus”, circunstâncias que acabam por afectar particularmente as classes mais baixas e vulneráveis.

“O caso do edifício San Mei On não se limita à arquitectura e ao desenho urbano. A classe menos favorecida da população vê-se obrigada a residir nessas condições, sendo escassas as alternativas economicamente viáveis. Famílias numerosas, às vezes contando até três gerações, partilham apartamentos de área reduzida para tal. A alta densidade urbana regista-se não só à escala macro, mas também dentro de casa”, frisou.

Tudo ao molho

A situação tem-se agravado nos últimos dias, com os moradores a queixarem-se de falhas na gestão do surto e de informações vagas quanto à continuação do confinamento. Por outro lado, entidades como o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) têm apontado o dedo a quem lá vive, atribuindo a responsabilidade pela falta de higiene e excesso de lixo doméstico nas áreas comuns a quem está fechado em casa.

Os moradores têm defendido que deveriam ter sido colocados num hotel para fazer a quarentena, como aconteceu no ano passado, ideia com a qual o arquitecto Mário Duarte Duque concorda.

“A gestão da pandemia deveria estar a corrigir essas situações quando isso passou a ser um factor de risco para a saúde pública”, disse. Isto porque estão em causa “moradores que pagam renda por cama a proprietários ou arrendatários”, sendo que “presentemente muitos seguram os seus postos de trabalho sem vencimento”.

O arquitecto ressalva que existe um “número máximo legal” de habitantes por apartamento, consoante a tipologia, que acaba por ser ultrapassado constantemente. “A gestão do surto pandémico não teve em conta as situações de grande parte da população trabalhadora não-residente, que habita em fogos convertidos em dormitórios. São situações que não deveria ser uma preocupação porque não deveriam estar a acontecer em prédios habitacionais”, concluiu o arquitecto.

Além da má qualidade dos prédios, acresce ainda o problema dos esgotos. Exemplo disso foi o incidente ocorrido na terça-feira, quando o IAM foi chamado para limpar esgotos num restaurante junto ao edifício Kat Cheong.

21 Jul 2022

Violência doméstica | Assegurado apoio económico e abrigo face a aumento de casos

Questionado sobre o aumento de casos de violência doméstica durante a pandemia, o Governo respondeu que a lei tem mecanismos para garantir o acolhimento temporário e apoio económico e judiciário urgente “independentemente da qualificação penal” dos actos. Num cenário em que a revisão legal não parece estar em cima da mesa, o IAS promete “acelerar” aprovação de pedidos de ajuda

 

Alertado pela deputada Wong Kit Cheng para o aumento do número de casos de violência doméstica que tem surgido a reboque da pandemia de covid-19 e para as limitações que a lei vigente oferece em termos de execução de medidas de protecção, o Instituto para a Acção Social (IAS) garante que a legislação que está em vigor desde 2016, detém mecanismos suficientes para ajudar as vítimas deste tipo de casos.

Recorde-se que, de acordo com os dados do próprio IAS citados por Wong Kit Cheng, em 2021 registaram-se 81 casos suspeitos de violência doméstica, representando um aumento significativo para mais do dobro, em comparação com o total de 38 casos registados em 2020. Além disso, numa interpelação enviada ao Governo, a deputada alerta para o facto de ser “cada vez mais notória a forma como a situação económica de Macau está a ser afectada pela epidemia” e como isso se traduz no aumento de pedidos de ajuda relacionados com conflitos familiares e violência doméstica.

Perante as preocupações de Wong Kit Cheng, o IAS garante que a actual lei da violência doméstica permite às vítimas recorrer a um acolhimento temporário, e receber apoio económico e judiciário urgente, mesmo que o caso não tenha formalmente resultado numa acusação.

“Nos termos das disposições da Lei de violência doméstica, a intervenção do IAS ou de outras entidades públicas em situações de violência doméstica, ou em situações de risco, ocorre independentemente da qualificação penal dos actos em causa”, pode ler-se na resposta assinado pelo presidente do IAS, Hon Wai.

Além disso, é apontado, mesmo nos casos suspeitos de violência doméstica podem ser aplicadas as “diversas medidas de protecção e de apoio” previstas na Lei da Violência Doméstica tais como, acolhimento temporário em instalações de abrigo, assistência económica de urgência, apoio judiciário urgente, acesso gratuito a cuidados de saúde, assistência no acesso ao ensino ou ao emprego, aconselhamento individual e familiar e prestação de aconselhamento jurídico.

Apoio instantâneo

Sobre o apoio económico destinado às vítimas de violência doméstica, o IAS assegura ainda que estão previstos vários cenários e que tudo fará para “acelerar” o processo de avaliação e aprovação dos pedidos de ajuda.

“Pelo facto de a vítima não ter emprego ou não poder trabalhar temporariamente devido às lesões que a violência doméstica lhe causou (…) o IAS irá seguir os procedimentos adoptados para o tratamento de casos, no sentido de acelerar o processo de avaliação e aprovação do respectivo pedido de assistência económica de urgência, com vista a ajudar a vítima ou sua família a atravessar as dificuldades”, aponta o IAS.

De frisar ainda que em 2021, além da violência conjugal, ocorreram 30 casos de violência contra crianças, uma fatia de 37,1 por cento. Sobre o perfil profissional dos agressores, 34,6 por cento não tem rendimentos, enquanto que 35,9 por cento está “inactivo”. Sobre o nível de ensino, 27,2 por cento tem o ensino secundário completo.

Desde 2016, a violência doméstica é um crime público, o que significa que qualquer pessoa fora do contexto familiar pode alertar as autoridades se observar uma situação de violência e o processo crime não depende de queixa. No entanto, em 2021, apenas 3,7 por cento dos casos foram apresentados por pessoas externas às ocorrências.

21 Jul 2022

TNR | Confinamento motivou pedidos de ajuda de mais de 400 indonésios

O agravamento da situação económica devido ao confinamento parcial de Macau, levou mais de 400 trabalhadores indonésios a recorrer à linha de apoio da União de Trabalhadores Migrantes da Indonésia para pedir ajuda financeira. Yosa Wari Yanti aponta que a maioria dos trabalhadores está “assustada” por não ter rendimentos há um mês e pela possibilidade de perder o emprego

 

O arrastar do actual surto de covid-19 ao longo de um mês e o encerramento de todas as actividades não essenciais desde 11 de Julho, levou mais de 400 pessoas a pedir ajuda à União de Trabalhadores Migrantes da Indonésia (UTMI). Em causa, revelou a presidente da associação, Yosa Wari Yanti, estão casos de trabalhadores que em dificuldades de subsistência por terem ficado sem rendimentos devido ao confinamento, problemas com a renovação de vistos de trabalho devido ao encerramento dos serviços públicos e pedidos de ajuda relacionados com a implementação de medidas anti-epidémicas.

Para fazer face ao aumento de solicitações, potenciados pelo surto iniciado a 18 de Junho e a imposição do confinamento parcial, a União de Trabalhadores Migrantes da Indonésia criou uma linha telefónica, disponível 24 horas por dia, para reforçar o apoio aos trabalhadores do país. Contas feitas, desde 6 de Julho, a associação já recebeu mais de quatro centenas de pedidos de ajuda.

“Desde 6 de Julho, recebemos cerca de 400 pedidos de ajuda através da nossa linha de apoio. Destes, cerca de 200 deixaram de ter rendimentos por estarem impedidas de ir trabalhar e os outros 200 foram dispensadas, viram o seu contrato terminado e estão impossibilitadas de arranjar novo trabalho”, começou por explicar Yosa Wari Yanti ao HM.

“Após três semanas, muitas empregadas domésticas, deixaram de ir trabalhar a pedido dos empregadores e estão a enfrentar ainda mais dificuldades financeiras. Isto porque, mesmo antes do confinamento já muitas empresas começaram a fechar ou a oferecer menos trabalho, devido à pandemia. Por isso, estamos a enfrentar grandes dificuldades financeiras. Temos de pagar rendas e comprar comida para sobreviver e não temos rendimentos, que, normalmente, são já de si, extremamente baixos. Esta situação surgiu de repente e não temos reservas preparadas para aguentar muito mais tempo”, acrescentou.

Entre os 400 pedidos de ajuda, além de empregadas domésticas, estão também funcionários de empresas de limpeza, restaurantes e hotéis.

Perdidos na tradução

Outra das dificuldades a que a linha de apoio da UTMI tem procurado dar resposta prende-se com as constantes mudanças no que respeita às medidas de combate à pandemia anunciadas pelo Governo. Até porque muitos dos trabalhadores não falam inglês ou qualquer uma das duas línguas oficiais de Macau.

“Muitos dos que nos ligam querem saber quais são as novas medidas do Governo, porque a informação oficial é apenas transmitida em chinês, português e inglês e muitos indonésios não sabem falar inglês. Por isso, temos de ser nós a explicar-lhes as medidas do Governo e a transmitir-lhes essas informações”, apontou.

Devido à necessidade crescente, Yosa Wari Yanti reiterou que a linha de apoio da UTMI está disponível 24 horas por dia e que os cerca de 15 membros que compõem a equipa da associação, estão constantemente a traduzir e a publicar nas redes sociais os anúncios do Governo.

“Com a entrada em vigor de novas medidas de um dia para o outro, muitas pessoas acabam por nos ligar a pedir ajuda e conselhos sobre aquilo que devem ou não fazer. Além disso, estamos sempre a traduzir as informações mais importantes para indonésio e a publicá-las na nossa página de Facebook para que, ao acordar, as pessoas possam perceber o que devem fazer”, disse.

O adensar de pedidos de ajuda levou a UTMI a solicitar auxílio ao Consulado Geral da Indonésia em Hong Kong. No entanto, as autoridades do país mostraram-se apenas receptivas a ajudar aqueles que pretendem voltar à Indonésia e não em relação ao envio de apoio financeiro e bens alimentares para ajudar os nacionais que estão em Macau.

“Apesar de não termos muito para dar, o que estamos a fazer é ajudar com aquilo que podemos. No ano passado, conseguimos dar bens alimentares a quem nos pediu ajuda a cada duas semanas, mas agora apenas conseguimos ajudar com algum dinheiro, pois estamos a falar de 400 pessoas”, partilhou Yosa Wari Yanti.

20 Jul 2022

DSAMA | Lixo nas zonas costeiras mais do que duplicou

A quantidade de lixo encontrado em locais como Porto Exterior, Ka-Hó, e nas praias de Cheoc Van e Hac-Sá mais do que duplicou nos últimos dias em relação ao habitual para esta época do ano. A Direcção dos Serviços para os Assuntos Marítimos e da Água (DSAMA) aponta como causas as chuvas torrenciais que têm caído na região e pequenas inundações que resultaram do excesso de pluviosidade.

Para responder às marés de lixo, foram contratadas empresas de limpeza e recrutados trabalhadores da DSAMA para proceder à remoção dos resíduos. Segundo uma nota de imprensa da direcção de serviços, desde o início do mês de Julho foram recolhidas nas zonas costeiras de Macau 35 toneladas de lixo, enquanto que nas praias têm sido recolhidas 10 a 15 toneladas de lixo nos dias mais problemáticos.

A autoridades indicam que a maior parte dos detritos são compostos por vegetação arrancada pelas enxurradas, mas também lixo doméstico.

20 Jul 2022

Turismo | Fluxo de visitantes caiu 36,6% entre Junho e Maio

Durante o mês de Junho, chegaram a Macau 380.671 visitantes, o que representou uma quebra de 36,6 por cento em relação a Maio, “devido à implementação de medidas mais restritivas nos postos fronteiriços Zhuhai-Macau, surgidas após o aparecimento em meados de Junho de casos confirmados locais” de covid-19.

Também a nível anual, o mês passado trouxe uma quebra do número de visitantes de 28 por cento, em relação a Junho de 2021.

Analisando a natureza dos visitantes, no mês passado entraram em Macau 199.881 excursionistas e 180.790 turistas, valores que representam quebras de 36,2 por cento e 15,9 por cento, respectivamente, em termos anuais.
O período médio de permanência foi de 1,1 dias, menos 0,1 dias, em termos anuais.

Quanto à via de entrada em Macau, chegaram por via terrestre 360.601 visitantes (-19,8 por cento, em termos anuais) no mês em análise, dos quais 75,6 por cento (272.754) entraram pelas Portas do Cerco e 15 por cento (53.948) entraram pelo Posto Fronteiriço Hengqin. Por via marítima e por via aérea, chegaram 15.524 e 4.546 visitantes, respectivamente.

Em termos semestrais, na primeira metade de 2022 entraram em Macau 3.465.107 visitantes, menos 11,8 por cento face ao primeiro semestre do ano passado.

20 Jul 2022

Jogo | 2022 pode acabar com perdas de 800 milhões de dólares

A correctora Morgan Stanley estima que as concessionárias de jogo podem chegar ao fim deste ano com quebras de EBITDA na ordem dos 800 milhões de dólares, quando as expectativas eram mais positivas no início do ano. As receitas brutas do segmento de massas no primeiro semestre do ano caíram quase 40 por cento

 

O confinamento parcial decretado pelas autoridades está a mudar novamente as regras do jogo em relação aos resultados dos casinos para este ano. Segundo um relatório da correctora Morgan Stanley, citado pelo portal Macau News Agency, os casinos deverão chegar ao final do ano com um EBITDA [lucros antes de impostos, amortizações, juros e depreciações] negativo de 800 milhões de dólares americanos.

Inicialmente, as previsões apontavam para um cenário de EBITDA positivo de 991 milhões de dólares americanos no final do ano. Porém, a realidade o panorama da indústria do jogo fui revisto em baixa, com as estimativas a apontarem para quebras das receitas do jogo a cair a rondar sete mil milhões de dólares americanos este ano, face aos 11 mil milhões de dólares americanos de receitas do jogo de massas registadas no ano passado.

“Acreditamos que as receitas do jogo de massas em 2022 serão piores do que em 2021 devido à ocorrência de surtos ocasionais de covid-19 e aos confinamentos decretados na China e Macau em 2022. Também esperamos que uma total abertura das viagens aconteça apenas a partir do segundo trimestre de 2023”, estima a Morgan Stanley.

Dinheiro deitado fora

O relatório da Morgan Stanley dá ainda conta do panorama de falta de liquidez que as operadoras estão a atravessar. Num cenário de zero receitas, as perdas podem representar uma hemorragia financeira de 2,2 mil milhões de dólares americanos

“A capacidade de liquidez da maior parte das operadoras suporta perdas de dinheiro (incluindo despesas de capital) por menos de dois anos. A Sands e a Sociedade de Jogos de Macau (SJM) podem suportar [esta situação] por apenas 15 e 9 meses, respectivamente, enquanto a Wynn Macau, MGM China e Melco Crown suporta entre 19 a 20 meses. A Galaxy suporta 27 meses”, descreve o documento.

Entretanto, a Direcção dos Serviços de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) indicou que as receitas brutas do jogo nos primeiros seis meses de 2022 foram de 19,44 mil milhões de patacas, valor que representa uma quebra anual de 38,1 por cento.

20 Jul 2022

IAS | Centro de acolhimento recebeu 2.799 pessoas desde o início do surto

A imposição de restrições nas fronteiras levou a que, desde o início do actual surto, 2.799 pessoas tenham recorrido ao Centro de Acolhimento Temporário “Wui Ieng” gerido pela Caritas. Segundo o IAS, 25 por cento são portadores de BIR que vivem em Zhuhai e 75 por cento são TNR que trabalham em Macau. Durante o confinamento parcial, os 10 sem-abrigo que vivem nas ruas de Macau devem recorrer ao abrigo temporário para evitar consequências legais

 

Desde o início do actual surto de covid-19 em Macau, um total de 2.799 pessoas recorreram ao Centro de Acolhimento Temporário “Wui Ieng”, na Ilha Verde, para fazer face à imposição de medidas mais restritivas nas fronteiras. Segundo o Instituto de Acção Social (IAS), entre aqueles que procuraram abrigo entre 19 de Junho e 12 de Julho, estão 2.278 homens e 521 mulheres, incluindo residentes e não residentes.

“Devido à evolução da pandemia de covid-19 e à alteração de medidas tomadas no âmbito de migração em Macau, o IAS encarregou a Caritas de Macau de abrir o Centro de Acolhimento Temporário ‘Wui Ieng’, localizado na Rua Leste da Ilha Verde, n.º 34, Edifício do Bairro da Ilha Verde, E1. No período de 19 de Junho a 12 de Julho, registou-se um total acumulado de 2.799 pessoas (…) beneficiárias do serviço de alojamento, sendo 2.278 (…) do género masculino e 521 pessoas (…) do género feminino”, pode ler-se numa resposta enviada ao HM.

Do total de 2.799 pessoas que procuraram o abrigo, 25 por cento diz respeito a portadores de BIR com residência em Zhuhai e 75 por cento a não-residentes que trabalham em Macau.

Recorde-se que, com o novo surto de covid-19 em Macau, as autoridades da cidade vizinha de Zhuhai impuseram uma quarentena de sete dias, em hotéis designados, para quem chega de Macau. A medida, deixou muitos trabalhadores não-residentes (TNR), estudantes e até residentes de Macau que moram em Zhuhai, impossibilitados de cruzar as fronteiras. No início do surto, mais de 200 TNR de nacionalidade chinesa do sector da construção civil que foram dispensados pelo empregador, manifestaram-se perto do Gabinete de Ligação do Governo Central em Macau contra o pagamento da quarentena no regresso a casa.

Toca a todos

Questionado sobre a situação dos sem-abrigo que habitualmente pernoitam nas ruas de Macau, nomeadamente em restaurantes que funcionam 24 horas ou em casinos, o IAS apontou que, à luz do confinamento parcial da cidade que ditou a obrigatoriedade de ficar em casa e o encerramento de todas as actividades não essenciais, não há excepções e que “todas as pessoas têm de permanecer no domicílio” para evitar consequências legais.

O IAS lembra que, mesmo para aqueles que não têm casa, quem estiver na rua, salvo por motivos de trabalho necessário, compra de bens básicos e outros motivos urgentes, pode ser alvo de sanções. “Os infractores serão acusados, punidos com pena de prisão ou com pena de multa”, foi reforçado.

Contudo, aponta o organismo, “se as pessoas tiverem necessidade de alojamento temporário”, este poderá ser solicitado.

Ainda sobre os sem-abrigo, o IAS revelou que, até ao dia 30 de Junho de 2022, o Centro de Acolhimento para Desalojados, ou seja, a Casa Corcel da Caritas, registou a entrada de 28 pessoas. Além disso, a Casa Corcel através da prestação de serviços externos, “dá carinho e acompanha” cerca de 10 sem-abrigos, o que corresponde, aproximadamente, ao número de pessoas nesta condição registadas em 2021.

17 Jul 2022

Confinamento agrava crise em Macau e impede regressos à China continental

O confinamento parcial imposto para conter o pior surto de covid-19 a atingir Macau desde o início da pandemia agravou a crise económica e tem impedido famílias e estudantes de regressar à China continental.

Lili Zhang já tinha perdido o emprego em fevereiro quando a loja de roupa em que trabalhava fechou portas. “A situação estava tão má que nem tentaram vender a roupa que sobrou, deixaram-nos levá-la para casa”, disse a residente à Lusa.

Com Macau a atingir mais de 13.300 desempregados – o número mais elevado dos últimos 19 anos – a única fonte de rendimento que a residente encontrou foi o contrabando.

Lili chegou a atravessar a fronteira seis vezes por dia, levando sobretudo produtos ocidentais importados, que na China continental são mais caros devido aos impostos de consumo ou sobre bens de luxo. “Antes era uma coisa só para velhos, até porque não pagam grande coisa, mas com tanta gente a perder o emprego, começaram a ser cada vez mais”, disse.

A polícia de Macau já tinha começado a apertar o cerco aos contrabandistas, que, diz Lili, começaram a trocar dicas sobre as fronteiras menos vigiadas e os horários menos suspeitos. Mas o atual surto pôs um fim ao negócio, com a cidade vizinha de Zhuhai a impor uma quarentena de sete dias, em hotéis designados, para quem chega de Macau. “O meu marido trabalha no casino Grand Emperor, mas agora mandaram-no para casa, sem salário. E nem sei se vai voltar a trabalhar”, admitiu Lili.

Mas a residente, natural de Guangxi, no sul da China, diz que a principal preocupação é com o filho de 7 anos, cujo ano letivo acabou mais cedo e que agora “passa os dias com os olhos colados à televisão”.

Desde o início do atual surto, em 18 de junho, que surgiram nas redes sociais vários grupos, cujos membros são sobretudo famílias com crianças, para a partilha de informações sobre como reservar um quarto nos hotéis de quarentena em Zhuhai.

“É uma corrida contra o tempo”, explicou Lisa Kuan à Lusa. “As marcações abrem todos os dias às 10 da manhã e em meros segundos os quartos ficam logo todos reservados em todos os hotéis”, disse.

No início de julho, Lisa conseguiu finalmente ser das mais rápidas e marcar um quarto em Zhuhai para ela, o marido e a filha de 3 anos.

O plano era, depois da quarentena de sete dias, ir passar o verão na aldeia de Sanxiang, a apenas 20 quilómetros de Macau, de onde são os pais de Lisa.

Poucas horas depois, o plano saiu furado. “Detetaram um caso aqui no meu prédio, que passou a ser uma zona amarela”, explicou Lisa, referindo-se à classificação como uma zona de risco, algo que impediu a família de passar a fronteira.

O sentimento de isolamento tornou-se ainda maior na quinta-feira, quando Zhuhai – cidade que enfrenta também um surto de covid-19 – deixou de aceitar pessoal de Macau em quarentena. Ainda assim, segundo dados oficiais da Polícia de Segurança Pública, nas últimas três semanas já abandonaram a cidade mais de 2.400 residentes.

Também os alunos da China continental tinham planeado regressar a casa durante as férias do verão. Para os estudantes da Universidade de Macau em particular, o surto significou um duplo confinamento, com restrições impostas à entrada no ‘campus’ da instituição, em Hengqin.

Edmund é natural da província de Sichuan, no sudoeste da China, mas disse à Lusa que já desistiu de regressar à terra natal este verão. “Aqui há muitos estudantes na mesma situação”, lamentou.

Numa altura em que os residentes debatem nas redes sociais um eventual relaxamento das restrições, o jovem defende o apertar do confinamento, tal como aconteceu em muitas cidades na China continental, onde os habitantes estavam proibidos de sair de casa.

Edmund defendeu que, “se Macau não conseguir controlar este surto, então vai acontecer o mesmo que em Hong Kong”, que tem registado uma média de mais de 2.800 casos de covid-19 por dia. “Se for preciso fazer quarentena, então que turista quererá visitar Macau?” questionou o estudante.

17 Jul 2022

Casinos perdem 600 milhões de dólares todos os meses

Em pleno confinamento parcial, e depois de dois anos a tentar reerguer um negócio que outrora rendeu milhões, as operadoras de jogo estão neste momento a perder cerca de 600 milhões de dólares americanos todos os meses, além de enfrentarem sérios problemas de liquidez, com grandes quebras de receitas.

Os valores avançados pela Reuters traçam o cenário do duro período que os casinos vivem devido ao prolongamento das medidas para lidar com a pandemia. O analista e director da consultora de jogo 2NT8, Alidad Tash, considera que os casinos ainda vão ter de “jogar um longo jogo”. “É apenas uma questão de recuperação quando tudo começar de novo. A parte triste é que vai demorar anos até que o negócio regresse ao que costumava ser”, frisou.

Para se manterem à tona e lidar com o concurso público que irá renovar as licenças de jogo, as concessionárias estão a pedir empréstimos às empresas parcerias. À Reuters, o analista DS Kim, da JP Morgan, prevê que a Sociedade de Jogos de Macau (SJM) irá pedir um empréstimo no valor de cinco mil milhões de dólares de Hong Kong à Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM). O analista acredita que a SJM terá apenas dinheiro em caixa para um mês, caso os casinos permaneçam fechados.

Na segunda-feira a Sands China anunciou ter assegurado um empréstimo de mil milhões de dólares americanos à Las Vegas Sands. Isso dará, segundo a JP Morgan, capacidade de liquidez à Sands China para 15 meses. Em Junho, a Wynn anunciou o pedido de empréstimo de 500 milhões de dólares americanos à Wynn em Las Vegas.

O bom aluno

A Reuters escreve ainda que as operadoras de jogo têm tentado mostrar o seu papel social, mantendo trabalhadores e salários. Além disso, procuram também respeitar o papel em matéria de responsabilidade social corporativa, ao disponibilizar hotéis para quarentenas ou dar apoio a negócios locais. Questionadas pela Reuters, as operadoras não responderam às questões sobre esta matéria.

É também referida a questão do jogo VIP, seriamente afectado por casos como a detenção de Alvin Chau, ex-CEO do grupo Suncity, e a nova lei do jogo, que reduz as concessões de 20 para 10 anos e prevê que um contrato possa ser rescindido por questões de interesse público.

As contas feitas pela Reuters mostram que, desde 2002, as operadoras de jogo pagaram ao Governo um total de 160 mil milhões de dólares americanos em impostos.

Outro assunto elencado pela Reuters prende-se com as questões de segurança nacional levantadas pela nova lei do jogo, que assume agora uma posição importante na atribuição das licenças e da sua manutenção. “É uma questão de geopolítica e de segurança nacional, porque o panorama de norte-americanos dominarem 50 por cento da principal indústria económica de Macau é, provavelmente, um risco inaceitável em matéria de segurança nacional”, rematou Ben Lee.

15 Jul 2022

Saúde mental | Residentes criam programas gratuitos de nutrição e exercício

Catarina Rodrigues, coach de Nutrição Integrativa e Fome Emocional, e Cíntia Leite Martins, co-fundadora da plataforma Mana Vida, criaram programas online gratuitos de exercício e nutrição. O objectivo é promover a saúde mental em época de confinamento

 

Muitos têm sido os relatos sobre o difícil panorama que se vive em Macau em matéria de saúde mental, com cada vez mais pessoas a procurar ajuda psicológica. A pensar nisso, duas residentes decidiram criar programas online que combinam nutrição com exercício a fim de fomentar uma vida mais activa em casa.

Um deles é “Stayin Vida Challenge”, gratuito e sem horários pré-definidos, é uma ideia de Cíntia Leite Martins, co-fundadora da plataforma de bem-estar e exercício Mana Vida. As inscrições podem ser feitas através do Instagram cintia.milk.

“Todas as terças e sextas-feiras faço aulas online. Além disso, os participantes também recebem instruções e emails com conteúdos sobre nutrição e exercício. As pessoas podem inscrever-se até ao final do mês e não precisam concretizar todas as tarefas”, contou Cíntia, que lecciona vários cursos na área do desporto.

No ano passado, a plataforma Mana Vida lançou um programa semelhante, focado para quem cumpria quarentena, que fez sucesso. “Este programa ajuda as pessoas a manterem uma rotina saudável e a se focarem na descoberta de novos talentos. Podem traçar planos para poderem concretizar sonhos, que, muitas vezes com uma vida agitada, não conseguimos planear”, contou.

Num período em que o território está parado, com toda a população em casa, as especialistas ouvidas pelo HM destacam a importância de seguir a máxima “mente sã, corpo são”. “Um dos maiores desafios é fazer com que a pessoa tome posse e se responsabilize pela sua própria saúde. Um desafio destes, com o apoio da comunidade e de uma coach, permite que a pessoa encontre ferramentas e se dê conta dos bloqueios mentais que não a permitem atingir os seus objectivos.”

Integrar uma comunidade

Catarina Rodrigues é coach de Nutrição Integrativa e Fome Emocional, com formação feita nos EUA e experiência profissional em Macau desde 2007. Actualmente, reside em Portugal, mas acompanha de perto a situação no território onde é residente permanente. Desta forma, decidiu criar um programa vocacionado para quem se vê obrigado a ficar fechado em casa e quer ocupar melhor o tempo. O programa chama-se “Nutrir Corpo&Mente”, e funciona de forma gratuita no Telegram, onde são partilhadas receitas e dicas de nutrição para a perda de peso. De um grupo de 41 participantes, 17 são de Macau.

“Por estar a acompanhar algumas pessoas e ter amigos em Macau, estou ciente do que se está a passar, por isso quis criar algo gratuito que pudesse beneficiar quem aí vive. O mais difícil num lockdown é a sensação de ansiedade, desânimo, falta de controlo por um lado e a ausência de rotina por outro. Os desafios que criei foram no sentido de aumentar o bem-estar dos participantes. Concentrei-me nos pilares do autocuidado, redução do stress e exercício”, contou ao HM.

Catarina Rodrigues destaca que o mais importante neste processo de confinamento é cada um saber “que não está sozinho e que faz parte de uma comunidade”, o que “faz toda a diferença”.

15 Jul 2022

Confinamento | Associação diz ser necessário sensibilizar estrangeiros sobre infrações

Após as primeiras condenações por violação das regras do confinamento parcial de Macau, o Centro da Política da Sabedoria Colectiva considera que os empregadores têm de esclarecer os trabalhadores estrangeiros sobre as medidas em vigor, dado que estes “não são fluentes em chinês” e “não dão atenção às notícias locais”. A vice-presidente da associação ligada aos Kaifong defende ainda que o Governo deve reforçar o apoio prestado à saúde mental da população

 

A vice-presidente do Centro da Política da Sabedoria Colectiva, Cheong Sok Leng, considera que à luz do aumento diário das infracções às regras do confinamento parcial, os empregadores e outros agentes devem sensibilizar os trabalhadores estrangeiros com quem mantêm contacto, de forma a sensibilizá-los para o cumprimento das medidas de excepção em vigor até à próxima segunda-feira.

Citada pelo jornal Ou Mun, a responsável da associação ligada aos Kaifong, mostra-se “preocupada” com o facto de “alguns dos suspeitos de violar as actuais medidas de prevenção da pandemia serem estrangeiros”, nomeadamente por não usarem máscara na rua, tirarem a máscara para fumar e fazerem exercício físico ao ar livre. Além disso, aponta, na base das infracções estará o facto de estes trabalhadores não serem fluentes em chinês e de não prestarem atenção às notícias locais.

Por isso, refere que os empregadores “têm a responsabilidade de fornecer aos trabalhadores estrangeiros, informações sobre as medidas mais actualizadas de prevenção e combate da pandemia e contribuir para a sua sensibilização”.

Depois da confirmação das primeiras condenações por violação das regras do confinamento, Cheong Sok Leng disse ainda esperar que, tanto os trabalhadores estrangeiros como os residentes, “não devem interpretar a lei à medida das suas necessidades” e sugere que aqueles que costumam fazer exercício físico passem a fazê-lo dentro de casa para reduzir o risco de transmissão da covid-19.

Em nome da harmonia

Em pleno “período crítico” de combate à pandemia, a vice-presidente do Centro da Política da Sabedoria Colectiva disse ainda esperar que as autoridades reforcem o apoio à saúde mental da população, através da criação de mais linhas telefónicas de apoio, destinadas a prestar aconselhamento geral e emocional.

Isto, quando ao fim de mais de dois anos, os residentes estão “inevitavelmente cansados” da pandemia e, devido à crise económica gerada pela mesma, muitos estão a enfrentar enormes dificuldades financeiras para sustentar as suas famílias ou pagar as dívidas.

Recorde-se que, desde segunda-feira, as forças de segurança enviaram ainda para o Ministério Público 19 casos de pessoas suspeitas de violarem as restrições, revelou o chefe da Divisão de Ligação de Assuntos Policiais e Relações-Públicas dos Serviços de Polícia Unitários (SPU), Cheong Kin Ian.

Na quarta-feira, o Tribunal Judicial de Base (TJB) aplicou a primeira sentença desde o início do confinamento através de um processo sumário, a um residente encontrado “sem máscara a fumar na rua” na terça-feira à noite, revelou o dirigente policial na ocasião.

Além de uma pena de prisão de cinco meses, suspensa por cinco meses, o homem tem ainda um mês para pagar uma multa de 10 mil patacas, disse Cheong Kin Ian. Segundo o despacho do Chefe do Executivo que decretou a suspensão das actividades não essenciais de Macau, “todas as pessoas têm de permanecer no domicílio, salvo por motivos de trabalho necessário e compra de bens básicos para a vida quotidiana ou por outros motivos urgentes”.
A violação destas regras pode ser punida com uma pena de prisão de até dois anos ou até 240 dias de multa.

15 Jul 2022

Leong Sun Iok denuncia “injustiça” de trabalhadores de casinos que vivem em Zhuhai

Leong Sun Iok, ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) reclama tratamento igual para todos os trabalhadores do sector do jogo. Num artigo publicado ontem no Jornal do Cidadão, o deputado afirmou ter enviado uma carta à Sociedade de Jogos de Macau (SJM) a pedir explicações para aquilo que argumenta ser a forma injusta como a empresa está a tratar os trabalhadores oriundos do Interior.

O deputado afirma que os funcionários que vivem do outro lado da fronteira enfrentam situações complicadas e estão há um mês sem receber salário por não poderem vir a Macau assinar o acordo de licença sem vencimento, ou por estarem condicionados pela obrigação de cumprimento de sete dias de quarentena, mais três de autogestão no regresso a Zhuhai. Além disso, refere que os trabalhadores que ficaram em quarentena por estarem em horário de expediente na altura em que o Grand Lisboa encerrou também estão sem receber salário.

“As empresas de jogo estão a aplicar medidas que têm os empregados que vivem no Interior como alvos e que os impedem que pedir licença sem vencimento. Estas políticas são irrazoáveis e injustas. Esperamos que as concessionárias assumam as suas responsabilidades sociais e tratem os trabalhadores com igualdade, e que o Governo intervenha em coordenação com as empresas para ajudar os trabalhadores”, afirmou o deputado.

Zonas a cores

Além dos trabalhadores que moram no Interior da China, Leong Sun Iok realçou que os funcionários de casinos que vivem em edifícios onde foi decretada zona amarela ou vermelha vivem situação semelhante.

O deputado da FAOM sugeriu ao Governo da RAEM que negoceie com as autoridades de Zhuhai a abertura de um corredor humanitário que permita a saída de pessoas de Macau por motivos de doença severa, e que seja facilitada a possibilidade de cumprir quarentena na cidade vizinha, processo complicado pela dificuldade em encontrar vagas em hotéis.

14 Jul 2022

Animais | Petição exige permissão para passeios na rua

“Os passeios de cães deveriam ser permitidos durante o confinamento parcial” é o nome da petição que circula online desde ontem e que contava à hora do fecho da edição com quase 2700 assinaturas. O documento pede às autoridades que reconsiderem a proibição de levar animais à rua, para evitar problemas de saúde e até a morte

 

O Governo decidiu que até segunda-feira será proibido circular na rua, incluindo para levar cães a passear ou para fazerem as suas necessidades básicas. Uma medida que está a levantar muitos protestos por parte da sociedade. Depois de associações como a ANIMA e Masdaw se terem mostrado contra a decisão, surgiu ontem uma petição online com o objectivo de pedir o fim da proibição.

O documento, intitulado “Os passeios de cães deveriam ser permitidos durante o confinamento parcial” [Dog-walking should be allowed during partial-lockdown] alerta para os problemas graves de saúde que podem ser causados aos animais se estes não puderem fazer as suas necessidades fora de casa.

“Do ponto de vista humano, a maior parte dos cães em Macau urina na rua ou em casas de banho públicas para cães. É contra a natureza mudar os seus hábitos fisiológicos para que façam as necessidades em casa num curto período de tempo. Tal pode potencialmente causar sérios problemas de saúde e até a morte de alguns cães”, pode ler-se.

Desta forma, os autores da petição, que se intitulam “um grupo de cidadãos e donos de animais” descrevem que “um grande número de pessoas expressou preocupação e ansiedade tendo em conta a interpretação das autoridades do despacho do Chefe do Executivo”.

“Depois de dois dias de questões colocadas pelos media e pelas associações de defesa dos direitos dos animais, aparentemente a posição das autoridades não mudou. Ao apresentar esta petição, gostaríamos que o Governo tenha a percepção de que este não é um pedido de poucos donos de animais a título individual, mas sim um respeito pelos direitos básicos e interesses da maioria de cidadãos responsáveis.”

A petição cita ainda a lei da protecção dos direitos dos animais, nomeadamente o artigo relativo aos deveres dos donos. No diploma, em vigor desde 2016, lê-se que quem tem animais deve “proporcionar ao animal alimentação e água potável adequadas, bem como espaço suficiente para a sua movimentação”. O dono deve ainda “prestar ao animal os demais cuidados apropriados” ou “tomar as medidas necessárias para evitar que a saúde pública seja prejudicada pelo alojamento do animal”.

“Ao mesmo tempo, a fim de apoiar a luta governamental contra a pandemia, os cidadãos estão dispostos a cooperar, pelo que deveria ser permitido passear os seus estimados animais sozinhos, usando uma máscara KN95 nesse período”, escrevem os autores da petição. Os passeios seriam pequenos e de curta duração, apontam ainda.

Uma carta aberta

Entretanto, o grupo Everyone Stray Dogs Macau Volunteer Group enviou uma carta aberta ao Governo onde afirma que tem recebido muitas queixas apresentadas por donos de animais. A associação volta a reiterar que não levar os animais à rua constitui um perigo para a sua saúde, porque muitos deles não conseguem fazer as necessidades em casa.

Alguns problemas de saúde apontados pela associação prendem-se com uremia, disfunção da bexiga, insuficiência renal, doença da próstata ou problemas na coluna vertebral. A situação piora quanto mais velhos forem os animais, que também poderão sentir ansiedade por estarem fechados.

14 Jul 2022

EPM | Prisão de Coloane em regime de circuito fechado

Desde o dia 4 de Julho que o Estabelecimento Prisional de Coloane (EPM) se encontra a operar em gestão de circuito fechado, à semelhança dos lares de idosos. Segundo uma nota de imprensa, os 310 funcionários da prisão e do Instituto de Menores (IM) devem fazer um teste rápido todos os dias para irem trabalhar e usar equipamentos de protecção.

Além disso, zonas prisionais, alas de internamento do IM, viaturas celulares e outras instalações públicas são limpas com desinfectante todos os dias. A implementação do regime de circuito fechado deve-se ao facto de o EPM ser um espaço “densamente povoado e fechado, pelo que, caso ocorra um caso de infecção, as consequências serão muito graves”.

Os guardas prisionais trabalham por um período de sete dias, fazendo isolamento de sete dias nos dormitórios dos instruendos das Forças de Segurança de Macau e guardas prisionais, que estão equipados “com instalações básicas”.

Segundo a Direcção dos Serviços Correccionais, os funcionários têm ao seu dispor “espaço suficiente para secar vestuário e roupa de cama”, além de existirem “suprimentos e instalações sanitárias que respondem aos padrões de higiene”. É disponibilizado o serviço de lavagem dos uniformes. As refeições diárias são confeccionadas pela cantina dos trabalhadores.

14 Jul 2022

Lares | Longe da família, funcionários em “stress psicológico” pedem medidas concretas

O Sindicato dos Assistentes Sociais de Macau criticou o IAS por não ter lançado medidas para proteger os funcionários dos lares que estão a trabalhar em circuito fechado e sem contacto com a família desde o início do surto. Na primeira pessoa, funcionários relatam stress psicológico por estarem longe dos filhos e não receberem bens essenciais. IAS vai implementar descanso por turnos “fora do circuito”

 

Através de uma conferência de imprensa transmitida online e cartas tornadas públicas pelo Sindicato dos Assistentes Sociais de Macau, funcionários que se encontram a trabalhar nos lares subsidiados em circuito fechado desde o início do surto, criticaram a postura do Instituto para os Assuntos municipais (IAS) no que toca à falta de medidas concretas para aliviar a pressão psicológica. Isto, tendo em conta que a sua chamada para trabalhar em regime de circuito fechado nos lares surgiu repentinamente, sem que houvesse tempo para preparar bens essenciais, e que a situação já se arrasta há muito tempo, deixando funcionários afastados das famílias.

Na primeira pessoa, um dos funcionários afectados disse estar a sofrer de stress psicológico profundo, devido à falta de descanso e afastamento prolongado da família e rejeitou a ideia veiculada oficialmente pelo Governo de que todos os trabalhadores “têm muita vontade de integrar o trabalho em regime de circuito fechado dos lares”.

“Estamos no fundo da cadeia alimentar e não temos hipótese de recusar este trabalho. Todos temos família. Como é que este arranjo não prevê situações de reunião familiar? Será que chegaram alguma vez a considerar que os funcionários dos lares também têm limites no que diz respeito à pressão psicológica que podem aguentar?”, pode ler-se numa carta publicada na página de Facebook do Sindicato dos Assistentes Sociais de Macau.

Outro trabalhador conta que, muita da pressão psicológica sentida nestes dias por quem trabalha em circuito fechado nos lares de Macau, se deve ao facto de muitos, estarem impedidos de cuidar ou contactar com os seus filhos menores ou recém-nascidos, necessitando, muitas vezes, do auxílio de medicamentos para dormir.

Além disso, com a entrada em vigor do decreto do Chefe do Executivo que confinou parcialmente Macau, foi partilhado, os funcionários deixaram de poder receber bens essenciais através das entregas feitas pelas famílias.

“Na execução da medida, o Governo não teve em conta as necessidades dos funcionários dos lares”, disse um trabalhador. “Não estou desiludido com o regime de circuito fechado em si, mas desapontado por não existir qualquer indicação sobre datas concretas do seu fim ou atribuição de folgas. O Governo não pode resolver os problemas dos funcionários apenas com agradecimentos”, disse outro trabalhador.

Apagar fogos

Durante a conferência de actualização sobre a covid-19 de ontem, o Chefe de Departamento de Solidariedade Social do IAS, Choi Sio Un, revelou que os 36 lares subsidiados que se encontram a trabalhar em regime de circuito fechado, “já identificaram os trabalhadores que precisam de sair” e estão, neste momento, “a preparar locais para isolamento”. Além disso, revelou, um desses lares vai começar hoje o processo de substituição dos funcionários que pretendem sair, sendo esperado que, nos próximos dias, o mesmo comece a acontecer noutros lares para “promover o descanso dos trabalhadores”.

“O IAS sabe que há falta de camas. Dispomos de camas dobráveis, podem contactar-nos. Os trabalhadores dizem que os seus familiares não conseguem entregar bens essenciais nos lares, mas apelamos para o cumprimento das medidas de prevenção, pelo que pedimos que fiquem em casa. Caso precisem de algum bem o IAS pode disponibilizar”, disse.

Num comunicado divulgado na manhã de ontem, o IAS disse ainda que, para além de implementar “em breve” o plano de descanso por turnos “fora do circuito”, os lares estão a “considerar activamente” a atribuição de salários e subsídios adicionais aos funcionários que trabalham em circuito fechado.

14 Jul 2022

Confinamento total pode levar a depressões, suicídio e falta de acesso a cuidados médicos

Um estudo realizado por um grupo de investigadores da Universidade de Macau (UM) e divulgado na passada sexta-feira, concluiu que submeter Macau a um confinamento total pode ter consequências nefastas ao nível das relações sociais, acesso a cuidados de saúde, podendo potenciar o surgimento de conflitos familiares, depressão, ansiedade e até suicídio. Isto, além de todas as consequências que o encerramento de todas as actividades, poderá trazer para a economia.

“Uma redução no Produto Interno Bruto (PIB) é frequentemente utilizada para reflectir a perda associada às medidas de encerramento. Contudo, existem muitos outros efeitos negativos ou secundários, tanto tangíveis como intangíveis, que devem ser tidos em conta. Medidas rigorosas de encerramento teriam um impacto profundo na manutenção dos laços sociais e na acessibilidade da educação e dos serviços médicos, e podem aumentar os riscos de conflitos familiares, depressão, ansiedade ou mesmo suicídio, juntamente com outras perturbações mentais graves”, pode ler-se no estudo.

Além disso, é apontado, através de “experiências que tiveram lugar em todo o mundo”, um confinamento geral não impede o surgimento de novos surtos e apenas poderá ser “completamente eficaz” quando a transmissibilidade é elevada. Neste momento, esse não é o caso de Macau, dado que apenas 0,2 por cento da população estava infectada na passada sexta-feira.

Recorde-se que Macau está desde segunda-feira em estado “relativamente confinado”, segundo as palavras do secretário para a Administração e Justiça, André Cheong que rejeitou, aquando do anúncio, que a cidade iria ser submetida a um lockdown total.

Situações distintas

O grupo de investigadores aponta ainda que a especificidade de Macau não permite assegurar o fornecimento de mercadorias e que o território carece de organizações comunitárias, recursos humanos e uma organização geográfica precisa, à semelhança daquilo que acontece no Interior da China.

“Em primeiro lugar, Macau carece de uma demarcação geográfica precisa, o que torna muito difícil estabelecer um sistema detalhado de fornecimento de bens domésticos. Em segundo lugar, Macau não tem organizações fortes de base comunitária, à imagem das comissões de bairro ou de aldeia na China continental que desempenham um papel crucial ao nível da operação. Para assegurar o fornecimento de bens que chegam a todas e cada uma das famílias durante o encerramento rigoroso, a enorme procura de mão-de-obra é essencial, mas seria muito difícil de satisfazer”, é acrescentado.

13 Jul 2022

Suicídio | Caritas recebeu mais de um terço do número de chamadas anuais em três semanas

Desde o início do surto comunitário, até ao final da tarde de ontem, a linha de apoio da Caritas Macau para a prevenção do suicídio recebeu 18 chamadas, além de mais de 500 pedidos de ajuda por outros motivos psicológicos. Em apenas três semanas, as chamadas ultrapassaram um terço das recebidas num ano inteiro. Duas psicólogas dizem que o panorama da saúde mental de Macau tem piorado

 

Desde que começou a luta para combater o surto comunitário de covid-19 que deflagra em Macau, o panorama da saúde mental da população agravou-se. Um dos dados que denota essa realidade foi o aumento considerável de chamadas recebidas pela linha de apoio de prevenção do suicídio e de apoio psicológico da Caritas Macau.

Desde 18 de Junho, até ao final da tarde de ontem, a linha de apoio foi contactada 18 vezes. Paul Pun, secretário-geral da Caritas Macau, descreveu ao HM uma tendência de aumento e apela a que a comunidade se ajude entre si. “Por norma, num ano, recebemos entre 45 e 50 chamadas, mas este ano temos tido mais pessoas a abordar este assunto. Neste momento, precisamos de mais recursos e colaboradores para podermos ajudar as pessoas. Temos funcionários a trabalhar 24 horas por dia”, contou ao HM.

Paul Pun revelou ainda que desde que começou o surto, a linha de apoio recebeu mais de 500 chamadas relacionadas com problemas psicológicos, como depressão, ansiedade e problemas resultantes de conflitos familiares.

“A minha expectativa é que durante o confinamento parcial deverá haver muito mais casos. Alguns dos pedidos que recebemos já estão relacionados com o confinamento que começou ontem [segunda-feira]. Há muitas pessoas que estão a sentir uma enorme tensão, e para os grupos vulneráveis essa pressão é ainda maior. Pelo menos, através desta linha directa, podem expressar o que sentem e os seus problemas emocionais, para enfrentar melhor os problemas e evitar cometer suicídio”, revelou Paul Pun.

Remédios profanos

Muitos residentes procuram ajuda psicológica fora do território, com profissionais com quem já tiveram consultas presenciais. É o caso de Goreti Lima, cuja agenda está praticamente preenchida com utentes a viver em Macau.

“As problemáticas que estão em cima da mesa são depressões e ansiedades, de pessoas que estão agarradas ao passado, do que foi, e do que vai ser. O problema é mesmo viver no presente, e é esse o trabalho que tenho estado a desenvolver.”

No caso dos portugueses, muitos querem ficar porque os filhos ainda estão a estudar, enquanto que outros já preparam o regresso definitivo a Portugal. “Alguns estrangeiros querem mesmo ir embora porque têm uma estrutura financeira diferente”, contou a psicóloga, que garante que “não há uma rede de apoio e as pessoas não confiam nos serviços de Macau, embora isso seja recorrente”.

A psicóloga dá conta também de casos de automedicação de pessoas que não conseguem dormir ou controlar sentimentos de ansiedade ou ataques de pânico. “Muitas das pessoas vão ter de recorrer à medicação, mas é um paliativo. Algumas começam a ficar revoltadas e precisam mesmo de comprimidos para dormir e para estarem mais calmas e tranquilas. Há muitos casos de automedicação.”

“Situação pesada”

A primeira semana de encerramento total de todos os serviços não essenciais em Macau começou com a notícia trágica de uma idosa de 87 anos que se atirou do apartamento onde vivia sozinha, tendo sido encontrada no parque de estacionamento situado no terceiro andar do edifício na Rua Norte do Patane.

As autoridades repetem recorrentemente a intenção de as medidas restritivas durarem o menor tempo possível. Mas a sua duração não é certa e isso pode representar um factor que potencia a instabilidade emocional. “É uma situação bastante pesada aquela que é vivida pelo povo de Macau, sobretudo quando sentimos que o resto do mundo tem já outro tipo de políticas para enfrentar a pandemia. Quando percebemos que as coisas são diferentes do outro lado do mundo, isso causa sentimentos de injustiça e de raiva. As pessoas estão saturadas e muitas são levadas a agir por impulso e por emoção. Há um cansaço epidémico muito grande”, disse Filipa Freire, ex-residente e psicóloga, que também atende muitas pessoas de Macau.

A profissional nota “que muitos estão conscientes de que é uma fase”, embora haja “sentimentos de revolta, ansiedade, com pessoas a ter ataques de pânico e a agir por impulso”.

Filipa Freire não tem dúvidas de que, se os alarmes soarem, o Governo tem capacidade para accionar uma rede de apoio. “Mas é importante haver essa consciência. Começa-se de facto a falar na questão da saúde mental, e isso é um começo. Mas deveria existir um atendimento nos centros de saúde ou a aposta numa rede de consultas gratuitas ou online.”

Recentemente a Pac Man Junior Chamber, uma organização sem fins lucrativos, organizou um evento online de apoio psicológico intitulado “RISE With SME – Strengthen Business Leaders Mental Health”, virado, como o nome indica, para as questões de saúde mental de empresários e comerciantes. Filipa Freire defende que a Associação dos Psicólogos de Macau deveria actuar neste sentido. O HM tentou contactar Elvo Sou, presidente da entidade local, para obter comentários sobre este assunto, mas este não quis prestar declarações “por não ter informações suficientes”.

Caso tenha pensamentos suicidas e necessite de auxílio, pode ligar para o Serviço de Auxílio da Caritas Macau, através do número 2852 5222, em chinês, ou do número 2852 5777, em inglês.

Idosos | Linha de apoio recebe quase 200 chamadas por dia

O Centro de Apoio de Teleassistência “Peng On Tung”, ligado à União Geral das Associações de Moradores de Macau (Kaifong), tem recebido quase 200 pedidos de apoio de idosos, sobretudo os que moram sozinhos. Ao jornal Ou Mun, Pun Ka Lon, responsável pelo Centro, disse que, apesar da subida do número de chamadas, os idosos que precisam de assistência para admissão hospitalar tem-se mantido estável, rondando entre dez e 15 casos por dia.

Pun Ka Lon disse ainda que o encerramento de restaurantes afectou o estado emocional dos mais velhos, que costumavam passar tempo nestes locais com amigos ou familiares. O isolamento social foi, portanto, um dos factores elencados pelo responsável que mais contribuiu para os problemas psicológicos reportados por utentes.

Muitos referiram também que se sentem confusos com a realização dos testes rápidos, uma vez que não podem receber ajuda dos filhos. Assim sendo, o Centro disponibilizou mais funcionários para apoiar estas pessoas, sobretudo os idosos que vivem sozinhos e que sofrem de doenças crónicas.

13 Jul 2022