Confinamento | Medida condiciona futuro de crianças com necessidades especiais em Macau

Caso sejam impostos confinamentos sempre que haja um surto de covid-19 em Macau, o desenvolvimento futuro de crianças com necessidades especiais pode ficar comprometido devido à ausência de rotinas, contacto com terapeutas qualificados, equipamentos e contacto humano. Quem o diz são especialistas que afiram que “criar crianças por videoconferência” não é solução   

Especialistas consideram que se for imposto o confinamento da cidade cada vez que Macau registar um surto de covid-19, as autoridades estarão a condicionar “de forma significativa” o futuro das crianças com necessidades especiais. Lam, de 12 anos, tem uma perturbação do espectro autista. Nos últimos dois anos e meio, este jovem de Macau, que frequenta o ensino especial, viu aulas e sessões de apoio suspensas e passou longos períodos em casa, à frente do computador, a aprender à distância.

 

O contacto com o espaço escolar e terapeutas qualificados, parte de uma rotina necessária ao desenvolvimento de crianças com necessidades especiais, foi interrompido com o aparecimento da covid-19.

 

Aconteceu mais do que uma vez: no final de Janeiro de 2020, por exemplo, as escolas fecharam durante praticamente meio ano – Lam esteve três meses sem aulas e outros três com ensino à distância – e, no ano seguinte, em Setembro, foi ordenado o encerramento das instituições na sequência de duas novas infecções.

Macau voltou a fechar-se, mais recentemente, a 18 de Junho, com um novo surto, que infectou 1.821 pessoas, na maioria assintomáticas, e que causou seis mortes, todos idosos com doenças crónicas.

 

À semelhança do Interior da China, Macau segue a política de ‘zero casos’, impondo, por isso, restrições à mobilidade da população, várias rondas de testagens massivas e quarentenas forçadas. E para Lam, isso significou terminar o ano lectivo quatro semanas antes.

 

“Parou tudo, a escola parou, os centros [de terapia] encerraram, e nós aderimos a umas aulas organizadas por associações, mas que não são profissionais”, conta à Lusa a mãe, Ruby Hui, a quem coube, nestes quase três anos, suprir a responsabilidade dos professores e terapeuta “para que não houvesse um retrocesso” no desenvolvimento do filho.

 

Apesar de assumir que “sem acompanhamento [profissional] presencial, o progresso é difícil” para qualquer criança com necessidades especiais, Ruby acredita que, para crianças mais novas, a situação poderá ter implicações mais graves.

Ligações cortadas

 

Aos 12 anos, Lam já percorreu a fase em que é necessária maior assistência qualificada, esclarece Ruby, lembrando que, entre os dois e os seis anos, a família passava todos os fins de semana em Hong Kong em sessões de terapia – tratamentos que, nota, ainda escasseiam em Macau.

 

Com a imposição de quarentenas a quem viaja entre Macau e Hong Kong, a consulta de especialistas da região vizinha, ou a vinda destes a Macau, não voltou a normalizar, facto que levou, aliás, a deputada da Associação dos Operários, Ella Lei, a confrontar o Governo, em julho de 2020, sobre a escassez de terapeutas da fala em Macau, numa altura em que os profissionais de Hong Kong, contratados para “atenuar a carência”, não conseguiam deslocar-se ao território.

 

Dois anos passaram, pouco mudou. A quem chega a Macau de Hong Kong é exigida uma quarentena de sete dias num hotel local. A Associação Promotora da Educação Especial para Alunos com Necessidades de Ensino Especial propôs, entretanto, às autoridades locais virarem-se para o outro lado da fronteira, a China continental, nomeadamente para fazer tratamentos ou adquirir dispositivos de assistência, como cadeiras de rodas ou andarilhos, para crianças com deficiência física.

 

Aparelhos que “não se produzem em Macau e têm um custo muito elevado”, indica à Lusa o vice-presidente desta associação, Alex Chao, referindo que do Governo não chegou resposta.

 

“As crianças têm um desenvolvimento físico rápido na infância e, se não tiverem o melhor equipamento terapêutico (…) durante este período, isso vai ter um grande impacto nos problemas de saúde física”, reforça o responsável.

 

Alex Chao chama ainda atenção para as sequelas que podem aparecer em crianças com necessidades especiais que permanecem confinadas em casa: “Muitas vezes, parar demasiado tempo, faz com que tenham maiores flutuações psicológicas e que as emoções e comportamentos adquiram formas fora do padrão regular”.

 

Durante este último surto, por exemplo, a população foi aconselhada a ficar em casa, além de que parques e outros espaços públicos estiveram encerrados. E estas são crianças “que precisam de actividades em comunidade e contacto humano, de forma a poderem comunicar e progredir”, explica Chao.

Dependentes do ecrã

 

Além disso, acrescenta Joana Pereira, professora do primeiro ciclo na Escola Portuguesa de Macau (EPM), o confinamento veio acentuar a ligação das crianças aos ecrãs, seja em lazer ou, no caso do período escolar, com as aulas à distância.

 

“Estamos a proporcionar situações em que as obrigamos a passar ainda mais tempo agarrados a este tipo de equipamentos electrónicos e eu penso que, do ponto de vista de desenvolvimento pessoal e social, é muito castrador”, refere a docente portuguesa, com formação e experiência na área da educação especial.

“Estamos a criar crianças por videoconferência”, acrescenta.

 

Recentemente, o director dos Serviços de Saúde de Macau, Alvis Lo, admitiu durante uma conferência de imprensa que “no futuro pode surgir novo surto” que obrigue a cidade a voltar a impor restrições à mobilidade.

 

Joana Pereira avalia as implicações de mais paragens no universo escolar: “Isso sim, vai condicionar de forma significativa a aprendizagem e o desenvolvimento dessas crianças. De todas, mas muito mais dessas crianças”, admite.

 

A professora do primeiro ciclo, que contou no ano lectivo passado com quatro alunos inclusivos, recorda à Lusa que, com as sucessivas pausas educativas, o retrocesso na aprendizagem “notou-se imenso”: “Tive alunos que, na passagem do segundo para o terceiro ano nem o nome sabiam escrever, porque é algo que faz parte das rotinas diárias, mas que eles já não faziam, porque em casa não havia necessidade de o fazer”.

 

Para o próximo ano letivo, Joana Pereira vai acompanhar um primeiro ciclo, ou seja, alunos pequenos que iniciam uma nova etapa escolar. A docente da EPM já soma perguntas. “Sei que vou ter alunos com necessidades e se eu tiver de começar um ano por videoconferência? Será que eu consigo criar uma relação com eles à distância? Será que consigo motivá-los?”, questiona, antecipando, no caso de um início de aulas à distância, “dificuldades ao nível de adaptação” e de “relação interpessoal”.

 

E completa: “Uma criança com dislexia só pode ser diagnosticada no final de um segundo ano de escolaridade, que é quando se tem a certeza que a instrução foi feita por completo. (…) Com interregno, quando é que fica uma instrução completa? Não fica. Em vez de demorar dois anos, demora três ou quatro, e o diagnóstico destas dificuldades acaba sempre por se atrasar”.

3 Ago 2022

Creches subsidiadas recebem apenas crianças em caso de necessidade

O Instituto de Acção Social (IAS) divulgou ontem os critérios de admissão nos serviços sociais e programas subsidiados, de acordo com o processo de reabertura gradual definido pelo Governo. Na segunda-feira, o chefe do Departamento de Solidariedade Social do IAS, Choi Sio Un, anunciou de forma genérica a reabertura de 21 creches subsidiadas que iriam prestar “serviço de simpatia”. Ora, ontem foram adiantadas as condições a preencher para que os residentes possam usufruir dos serviços de creche.

Assim sendo, pode recorrer às creches “pai ou mãe de família monoparental” que tenha “obrigações profissionais fora de casa durante o período diurno”, famílias em que “ambos os pais têm obrigações profissionais fora de casa durante o período diurno”, “cuidadores que têm de cuidar, simultaneamente, de mais que uma criança e/ou cuidar ainda de outros agregados familiares doentes/deficientes/idosos com idade avançada”, indica o IAS.

Face a estes requisitos, cabe à creche avaliar se a família apresenta, de facto, dificuldades na prestação de cuidados antes da admissão.

Em termos globais, as estruturas de acção social subsidiadas pelo IAS vão disponibilizar, até dia 8 de Agosto, 50 por cento das vagas totais. Entre 9 e 15 de Agosto, o número máximo de vagas poderá aumentar para 75 por cento

Lares e fronteiras

Outro detalhe clarificado ontem, em relação à conferência de imprensa de segunda-feira que abriu alas ao chamado período de estabilidade, diz respeito à gestão de funcionamento dos lares de idosos.

Na segunda-feira, Choi Sio Un referiu que “nos 36 lares (…) os trabalhadores vão poder optar por trabalhar ou não em regime de gestão em circuito fechado” e que as visitas continuariam suspensas até 15 de Agosto. Ontem, foi acrescentado que também está fora de questão a “recepção de bens de subsistência sem qualquer tipo de contacto físico”.

O IAS esclareceu que tanto os utentes como os funcionários dos lares residentes do Interior da China, e que não tenham domicílio em Macau, vão permanecer em “circuito fechado”.

A exigência de cumprir quarentena à entrada em Zhuhai faz também parte dos critérios que vão determinar a gestão de funcionamento dos lares e que darão a possibilidade de escolha se o trabalhador quer, ou não, trabalhar em circuito fechado. “Os utentes continuam a permanecer nos lares. Tanto os funcionários com domicílio em Macau como os funcionários sem domicílio em Macau, que tenham regressado à sua residência no Interior da China no dia de abertura das fronteiras, podem optar por trabalhar, ou não, em ‘circuito fechado’”, indicou ontem o IAS.

3 Ago 2022

Quarentenas | Redução para sete dias a partir de sábado

Macau vai reduzir, a partir de sábado, o período de quarentena para quem chega ao território de 10 para sete dias, anunciou ontem o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus.

A medida abrange todas “as pessoas que entrem em Macau provenientes de países estrangeiros, da Região Administrativa Especial de Hong Kong ou da Região de Taiwan”.

Além dos sete dias de observação médica num hotel designado pelas autoridades, continua a ser necessário cumprir mais três dias de autogestão, sublinhou o centro, num comunicado.

A medida aplica-se a quem tiver “concluído todos os procedimentos de vacinação contra o novo tipo de coronavírus” e apresentado resultados negativos no teste à chegada a Macau, assim como nos testes durante o período de quarentena.

Já na fase de autogestão, indicou o comunicado, o código de saúde terá a cor amarela. Para o código se tornar verde, o viajante deve “realizar testes de ácido nucleico nos 1.º, 2.º, 3.º, 5.º e 7.º dias após o fim” da quarentena no hotel, referiu o centro.

3 Ago 2022

Surto | Origem em produto importado foi hipótese por exclusão de partes

Dois dias depois de Alvis Lo ter dito que a origem do surto esteve relacionada com produtos importados, Leong Iek Hou deu a entender que essa explicação terá surgido por exclusão de partes e relativizou estudos científicos que apontam para a baixa possibilidade de contaminação através de objectos. Escolas deixam de ter postos de testagem. Compra de vacinas para crianças com menos de cinco anos em negociação

“A Organização Mundial de Saúde diz que não há provas que o vírus possa ser transmitido através de um objecto causando um grande surto epidémico. É verdade que a maior parte dos surtos epidémicos dizem respeito à contaminação entre pessoas.  Mas será que o objecto não contaminar uma pessoa? Eu acredito que existe essa possibilidade se uma pessoa tocar num objecto contaminado.” Foi desta forma que Leong Iek Hou, do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus respondeu depois de confrontada com as orientações da Organização Mundial de Saúde e estudos científicos que indicam a baixa hipótese de um surto pandémico ter como origem um objecto infectado.

Recorde-se que no domingo, Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde, afirmou que o “surto não foi causado por pessoas vindas do exterior (…) mas sim pela importação de produtos”.

No passado dia 12 de Julho, a Comissão Nacional de Saúde da China indicou que os governos locais da China iam deixar de fazer testes à covid-19 em produtos importados, excepto congelados. Estudos revelam que os vírus têm um tempo de sobrevivência curto na superfície da maioria dos objectos à temperatura ambiente e, portanto, “as medidas devem ser actualizadas”, referira na altura a Comissão Nacional de Saúde.

Segundo o portal da Organização Mundial de Saúde (OMS) na Internet, “não há provas até ao momento de vírus que causam doenças respiratórias serem transmitidos através de comida ou embalagens de comida”. “Os coronavírus não conseguem multiplicar-se em comida; precisam de um hospedeiro animal ou humano para se multiplicar”, referiu a OMS.

Face a esta informação, a médica e coordenadora da autoridade que dirige o combate à pandemia inferiu não existir consenso científico quanto à matéria.

“Na nossa perspectiva, como podemos observar com a gripe sazonal, quando uma pessoa contacta com um objecto pode ser contaminada, isto é uma prova científica. Mas quanto tempo permanece o vírus nos produtos. Existem muitos tipos diferentes de estudos. Por exemplo, temos de ver de que tipo de materiais estamos a falar, há diferentes estudos. São necessárias muitas provas e estudos para observar a carga viral e quanto tempo o vírus pode permanecer no objecto”, afirmou.

A coordenadora revelou que as autoridades tiveram em conta para a investigação epidemiológica as pessoas infectadas no estrangeiro, os chamados casos importados. “Nenhum deles tinha sido infectado pela variante BA 5.1, portanto, se não foi por através de pessoas, provavelmente terá sido por objectos ou produtos”, acrescentou.

Porém, confessou que nunca foi encontrado o objecto ou produto que esteve na origem do surto, e que o mesmo já poderá ter sido destruído, da mesma forma que se “tiver sido uma pessoa, essa já pode ter saído de Macau”.

Com outros testes

Foi também ontem anunciado que as instalações do Pavilhão C da Nave Desportiva suspenderam as funções no combate à pandemia, por ter deixado de existir a necessidade de acolher pessoas.

Outra novidade da conferência de imprensa de ontem, foi a desactivação dos postos de testagem nas escolas de Macau. No total, foram suspensos 11 locais que estavam até ontem ao serviço dos testes de ácido nucleico, sendo substituídos por oito postos ao ar-livre e três postos gerais no pavilhão desportivo do Tap Seac, Centro de Actividades Juvenis da Areia Preta e no Posto de Saúde Provisório de Seac Pai Van.

Os postos nos bairros vão estar espalhados por locais como o Jardim da Areia Preta e outro junto ao Centro de Inspecção de Motociclos, no Parque de Lazer da Rua 4 do Iao Hon, zona de lazer da Rua da Missão de Fátima, Travessa do 1.º de Maio, Parque do Iao Hon, zona de lazer do Templo do Bazar e o toldo branco da Avenida Panorâmica.

Realidade futura

O médico adjunto da direcção do hospital Conde São Januário, Lei Wai Seng, revelou que “o objectivo é que no futuro todas as zonas tenham os respectivos postos e que os cidadãos se desloquem a pé para fazer o teste. Por exemplo, se precisam passar a fronteira, ou se tiverem uma profissão de alto risco”. Para já, as autoridades vão analisar se a quantidade de postos é suficiente, mas o caminho a seguir será o estabelecimento de postos de pequena dimensão para “prestar um serviço mais conveniente”, mas alertaram que é necessário primeiro fazer a marcação do teste antes da deslocação ao local.

As autoridades revelaram ainda que Macau está a tentar comprar lotes de vacinas contra a covid-19 especialmente concebidas para crianças entre seis meses e cinco anos. “Já contactámos a BioNTech, mas ainda não sabemos quando recebemos as vacinas de mRNA”, confirmou ontem Leong Iek Hou.

Foi ainda confirmada a continuação da exigência de vacinação completa contra a covid-19 a todos os passageiros que queiram viajar do estrangeiro para Macau. “Se não se vacinarem, não reúnem condições sequer para embarcar no voo de regresso a Macau”, mesmo que sejam residentes, reiterou Leong Iek Hou.

3 Ago 2022

Equacionados cortes salariais e despedimentos se recuperação económica tardar

Lojas e cadeias de restauração ponderam reduzir salários e avançar com despedimentos, caso a situação económica de Macau não melhore rapidamente. Com a queda abrupta do negócio devido à pandemia, há quem já tenha reduzido o horário de trabalho para seis horas, cancelado promoções e bónus e pondere substituir funcionários por mão-de-obra mais barata que “esteja disposta a partilhar o sofrimento”

 

Caso a entrada no período de estabilização não comece a surtir efeitos imediatos na economia de Macau, empresários ligados aos sectores da restauração e do retalho admitem recorrer, numa primeira fase, a cortes salariais e a despedimentos, numa fase posterior. Isto, numa altura em que, a reboque do surto de covid-19 que começou a 18 de Junho, a maioria dos estabelecimentos foram obrigados a encerrar temporariamente e os restaurantes forçados a vender apenas refeições em regime de takeaway.

Ouvidos pelo jornal Ou Mun, alguns empresários revelam que, apesar de ainda não terem avançado com cortes salariais, indirectamente, já começaram a cortar na folha de despesas salariais para fazer face ao impacto do último surto, através da redução do horário de trabalho dos funcionários. “Se o volume de negócios não aumentar em breve, temos de equacionar avançar para cortes salariais e, no pior cenário, despedimentos”, disse um dos responsáveis.

Sem negócio e perante a necessidade de equilibrar contas, os empresários têm proposto contratos de trabalho com reduções na carga horária dos trabalhadores. Caso não aceitem, a empresa irá emitir um aviso prévio de despedimento de dois meses, com direito à respectiva indemnização.

Ao jornal Ou Mun, o responsável de uma cadeia de restaurantes conta que vai introduzir um novo sistema de pagamento de horas extraordinárias para encorajar os trabalhadores não-residentes (TNR) do Interior da China a vir para Macau. Isto, tendo em conta que muitos TNR estão relutantes em trabalhar no território devido às incertezas inerentes à imposição de medidas de prevenção epidémicas. Além disso, após um mês de restrições rigorosas, descartados estão também aumentos salariais, o pagamento de bónus e do 13º mês.

 

Sem margem de manobra

Já o proprietário de uma loja revela que o negócio caiu entre 60 e 70 por cento durante o último surto e mostra-se pouco optimista em relação ao futuro, sobretudo porque a vontade de consumir está agora em níveis muito baixos, considera.

“Embora não tenha sido necessário (…) reduzir salários, encurtámos o horário de trabalho dos nossos funcionários de oito para seis horas, ajustando a sua remuneração em conformidade. Será que o próximo passo é avançar para cortes salariais efectivos? Isso depende apenas da situação económica. Passado este surto, caso seja possível recuperar rapidamente algum volume de negócios, acredito que vamos ser capazes de aguentar”, apontou.

Outras empresas, revela o jornal Ou Mun sem detalhar a que ramo pertencem, têm introduzido medidas mais rigorosas para cortar nos gastos, com a agravante de que, caso os empregados “não estejam dispostos a partilhar o sofrimento” sentido nesta fase, podem avançar com despedimentos directos. Para o seu lugar virão trabalhadores dispostos a aceitar salários mais baixos.

 

Deixem-nos trabalhar

Perante a iminência de voltar a servir refeições no interior dos restaurantes, o presidente da Associação dos Operários da Restauração, Sou Wai Leong, apela ao Governo para definir medidas concretas, como o número de clientes por mesa ou se é necessário instalar divisórias dentro dos estabelecimentos, para que volte a haver negócio e os trabalhadores possam ter rendimentos.

“A pandemia parece estar atenuada. Para que recebam clientes, os restaurantes não podem, por exemplo, instalar divisórias, permitir apenas dois clientes por mesa ou cerca de 50 por cento da lotação máxima do espaço? É melhor que sejam tomadas algumas medidas para que as pequenas e médias empresas possam voltar a ter negócio e pagar salários aos trabalhadores”, disse à TDM-Canal Macau.

Uma empregada de mesa mostra-se preocupada com a falta de clientes e admite que muitos colegas estiverem em regime de licença sem vencimento. “As pessoas estiveram muito tempo sem poder sair de casa e o Governo controla o fluxo de pessoas, por isso, temos muito menos clientes. Durante a semana, só trabalhamos alguns dias”, conta.

2 Ago 2022

Receitas do jogo de Julho foram as mais baixas desde que há registos

Julho fica na história de Macau como o pior mês ao nível das receitas de jogo desde que há registo. Segundo a informação publicada ontem pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), no mês passado os casinos tiveram receitas de 398 milhões de patacas, um montante muito abaixo dos dados de 2003, os mais antigos disponíveis no portal da Direcção de Serviços de Estatística e Censos.

Os números são justificados não só pela adopção das medidas mais restritivas desde o início da pandemia, em 2019, que levaram inclusive ao encerramento dos casinos, mas também às restrições na circulação com o Interior, que impedem a passagem da fronteira de turistas sem o cumprimento de quarentenas.

Desde 2003 até ao início da pandemia, o valor mais baixo das receitas brutas do jogo tinha sido de 1,655 mil milhões de patacas. O montante foi registado em Maio de 2003, numa altura em que se preparava a abertura do mercado do jogo. Nesse mês, o casino Sands Macau ainda se encontrava em construção. Só abriria um ano mais tarde, em Maio de 2004.

 

Série negativa

Durante o primeiro ano da pandemia o recorde negativo tinha sido batido quatro vezes, em Abril de 2020, quando as receitas foram de 754 milhões de patacas, e Junho de 2020 quando totalizaram 716 milhões de patacas. Também Julho e Agosto do primeiro ano da pandemia foram meses complicados para o sector, com as receitas brutas a atingirem 1,344 mil milhões de patacas e 1,330 mil milhões de patacas, respectivamente. No entanto, o mês passado trouxe o pior registo não ultrapassando a marca dos 400 milhões de patacas.

Em termos anuais, o último mês de Julho trouxe uma redução de 95,4 por cento das receitas, porque em Julho de 2021 o valor tinha sido de 8,444 mil milhões de patacas.

Quanto aos primeiros sete meses do ano, as receitas brutas acumuladas foram de 26,68 mil milhões de patacas, o que representa uma queda de 53,6 por cento face ao período homólogo, quando o montante tinha sido de 57,467 mil milhões de patacas.

2 Ago 2022

Período de estabilização reabre actividades e dura até domingo. Produtos importados na origem do surto

Desde a meia-noite é possível tomar refeições em restaurantes e frequentar ginásios, espaços de entretenimento, desportivos e culturais, mediante a apresentação de um teste feito nos últimos três dias. É o chamado período de estabilização e estará em vigor até domingo, deixando de ser necessário, a partir daí, realizar testes para ir trabalhar e entrar em espaços. Alvis Lo diz que a origem do surto está em “produtos importados”. Fronteiras com a China continuam fechadas

 

No seguimento do despacho do Chefe do Executivo publicado ontem em Boletim Oficial, o Governo levantou, desde a meia-noite de hoje, as restrições que levaram ao encerramento de salões de beleza, bares, piscinas, espaços culturais, desportivos e de entretenimento e que impuseram aos restaurantes a obrigatoriedade de servir apenas refeições em regime de takeaway.

Desta feita, mediante a apresentação de um teste de ácido nucleico realizado nos últimos três dias, até domingo, dia 7 de Agosto, os cidadãos voltam a poder comer dentro de restaurantes e a frequentar todo o tipo de espaços. Durante este período de seis dias, quem sai de casa para trabalhar deverá realizar testes de ácido nucleico a cada três dias e continuam a existir grupos-chave obrigados a fazer testes diariamente. As máscaras continuam a ser obrigatórias, mas estão naturalmente previstas excepções para comer, beber, fumar, praticar exercício físico, entre outras.

No despacho, justifica-se o alívio de medidas a partir de hoje, com o facto de “Macau registar zero casos na comunidade por nove dias consecutivos e de os resultados obtidos na 14.ª ronda de teste em massa de ácido nucleico terem sido todos negativos”.

“Será determinada, através de orientações a estabelecer pelos Serviços de Saúde de Macau (SSM), a exigência do uso de máscara aos indivíduos quando saírem e de apresentação do certificado de recolha da amostra do teste de ácido nucleico, realizado nos últimos três dias, para consumo dentro dos estabelecimentos de comidas e bebidas”, é detalhado.

Assim sendo, de acordo com o director dos SSM, Alvis Lo Iek Long, a partir de domingo, 7 de Agosto, e ultrapassado o período de estabilização, Macau entra numa nova fase onde deixa de ser necessário fazer testes para ir a restaurantes e entrar em determinados recintos. Até lá, há regras a cumprir.

“A partir de amanhã [hoje] vamos entrar no período de estabilidade de seis dias, ou seja, até domingo, 7 de Agosto. Durante este período, a sociedade vai recuperar o seu funcionamento (…) e a realização de testes de ácido nucleico é gratuita. Os grupos-alvos continuam a ter que realizar testes de ácido nucleico diariamente”, começou por explicar Alvis Lo por ocasião da conferência de imprensa de actualização sobre a covid-19.

Deste grupo, revelou, deixam, contudo, de fazer parte, os trabalhadores da área da segurança, da restauração e as empregadas domésticas, incluindo as que não estão alojadas em casa dos empregadores, continuando obrigados a fazer testes diários os trabalhadores das áreas da limpeza, entrega de takeaway, obras de remodelação, condutores de autocarro e taxistas. De resto, “todas as pessoas que necessitam de sair de casa para trabalhar” devem fazer um teste a cada três dias, sendo que a fiscalização da medida ficará a cargo da entidade empregadora. De frisar ainda que as empregadas domésticas deixam de ter que ficar alojadas em casa dos empregadores.

Ao entrar no chamado “período de normalidade”, Alvis Lo apontou que não será preciso fazer testes para entrar em restaurantes e noutros espaços e que, somente alguns trabalhadores, como os profissionais de saúde e pessoal que lida com produtos congelados importados, terá que realizar testes diários à covid-19.

 

Perigo inanimado

Durante a conferência de imprensa, Alvis Lo defendeu ainda que aquele que foi o pior surto de covid-19 registado em Macau “foi causado pela importação de produtos” e admitiu que “no futuro podem surgir novos surtos” que obriguem as autoridades a voltar a impor restrições à mobilidade.

“Claro que poderão surgir novos surtos epidémicos, porque conseguimos verificar que, na verdade, este surto não foi causado por pessoas vindas do exterior (…) mas sim pela importação de produtos. Por isso, acredito que, no futuro, poderão surgir novos surtos, mas o mais importante é saber o que podemos fazer”, começou por partilhar.

“Futuramente vamos actualizar as nossas orientações para que, mesmo no período de normalidade, possamos fazer um trabalho melhor para proteger a nossa comunidade”, acrescentou.

Sobre a reabertura das fronteiras com o Interior da China, Cheong Kin Ian, dos Serviços de Polícia Unitários (SPU) revelou que apesar de Macau reunir os critérios para ser classificada como zona de baixo risco, “é preciso continuar avaliar”.

“Desde 19 de Julho, as partes voltaram a estabelecer o mecanismo de negociação sobre a passagem fronteiriça (…) e as autoridades de Guangdong e Zhuhai têm vindo a colaborar com o Governo. Macau é basicamente uma zona de baixo risco, mas existe a necessidade de continuar a avaliar”, apontou.

2 Ago 2022

Suicídios | Mais de 50 casos desde Janeiro. Registadas 10 mortes entre Junho e Julho

Desde Janeiro registaram-se 53 suicídios em Macau, número que se aproxima dos totais de 2021 (60), 2020 (76) e 2019 (66). Destes, 10 coincidiram com a imposição de apertadas medidas anti-epidémicas durante o surto, incluindo o confinamento parcial da cidade. As autoridades de saúde admitem o problema e apelam à população para estar atenta e pedir ajuda psicológica

É um registo negro que continua a adensar-se à medida que o tempo passa e a normalidade tarda em chegar, devido as medidas de prevenção inerentes à covid-19. Desde o início do ano até à passada sexta-feira, ou seja, em menos de sete meses, registaram-se 53 suicídios em Macau, número que se aproxima do valor total dos anos 2021 (60), 2020 (76) e 2019 (66). Os dados foram revelados no sábado pela TDM-Canal Macau, com base em informação compilada a partir de notificações da Polícia Judiciária (PJ), enviadas aos meios de comunicação social aquando da ocorrência destes casos.

Segundo a análise, é possível ver que, entre Janeiro e Julho de 2022, houve quase tantos suicídios do que os registados ao longo de todo o ano de 2021, período em que houve, no total, 60 ocorrências. Além disso, dos 53 casos reportados pela PJ, 10 ocorreram entre Junho e Julho, meses marcados pela imposição de rigorosas medidas restritivas à população, nomeadamente o confinamento parcial da cidade e o encerramento de praticamente todas as actividades consideradas “não essenciais”.

Recorde-se que, durante parte deste período, os cidadãos foram proibidos de sair à rua, incluindo para fazer exercício físico ou passear animais de estimação, estando limitados à compra de bens em supermercados e à participação em testes em massa.

Dos 53 casos registados desde o início do ano, o último ocorreu na passada sexta-feira e diz respeito a uma mulher de 24 anos que saltou de um prédio localizado na Taipa. A partir da compilação de dados feita pela TDM-Canal Macau é possível ver que, do total, 46 pessoas são residentes de Macau e sete são não-residentes. A maioria dos casos pertence às faixas etárias entre 30 e 40 anos, 50 e 60 anos e entre 70 e 80 anos. De frisar ainda que, das 53 mortes por suicídio, 12 sofriam de doenças, quatro estavam desempregados e não conseguiam arranjar trabalho e que 12 deixaram notas à família.

No último mês registou-se ainda uma tentativa de suicídio numa zona vermelha, referente a um homem de 30 anos que pretendia saltar do edifício onde estava confinado, mas acabou persuadido pelos bombeiros a desistir da ideia.

Recorde-se que, no primeiro trimestre deste ano, o número de mortes por suicídio em Macau quase triplicou, dado que, entre Janeiro e Março de 2022, 28 pessoas cometeram suicídio, ou seja, mais 18 casos (180 por cento) em comparação com o mesmo período do ano passado, altura em que foram registados 10 casos.

Na altura, os Serviços de Saúde disseram que a situação “não pode ser ignorada” e apontaram como possíveis causas dos suicídios registados no primeiro trimestre de 2022, problemas financeiros, relacionados com jogos de azar e ainda, doenças crónicas, físicas ou mentais. Além disso aconselharam “manter um estilo de vida saudável”, que inclua uma dieta equilibrada, exercício físico e sono adequado, que prescinda do consumo de tabaco e álcool e privilegie o “relaxamento”, soluções parcialmente impedidas de ser concretizadas devido às medidas impostas durante o último surto, que teve início a 18 de Junho.

 

Poucas soluções

Confrontadas com os 53 casos dos últimos sete meses, as autoridades de saúde admitiram o problema e aconselharam os residentes com problemas de saúde mental, devido ao confinamento, a pedir ajuda.

“Muitas pessoas tiveram que ficar em isolamento, inclusivamente as pessoas infectadas tiveram que ficar mais tempo em observação médica. O Instituto de Acção Social [IAS] tem vindo a acompanhar de perto estes casos”, começou por dizer, o médico-adjunto da direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário, Lei Wai Seng, segundo a TDM-Canal Macau.

“Para alem de receberem tratamento, as pessoas que estão em isolamento também podem pedir aconselhamento psicológico. Podemos ver que há muita pressão na nossa sociedade, incluindo a questão do emprego ou até conflitos familiares devido ao período de isolamento. Apelo que, caso os residentes tenham essa necessidade, podem ligar ao IAS, pedir apoio através do website ou ligar para a linha de aconselhamento psicológico, não devendo acumular esses problemas e chegar a uma situação extrema. Os nossos serviços de urgência também prestam tratamento psicológico para as pessoas necessitadas”, acrescentou.

De frisar que, os Centros de Saúde do Tap Seac, Fai Chi Kei, Areia Preta, Ilha Verde, Jardins do Oceano, Nossa Senhora do Carmo — Lago, e Praia do Manduco, subordinados dos Serviços de Saúde, foram abertas consultas externas de saúde mental.

Caso tenha pensamentos suicidas e necessite de auxílio, pode ligar para o Serviço de Auxílio da Cáritas, através do número 2852 5222, em chinês, ou do número 2852 5777, em inglês.

1 Ago 2022

Suicídios | Mais de 50 casos desde Janeiro. Registadas 10 mortes entre Junho e Julho

Desde Janeiro registaram-se 53 suicídios em Macau, número que se aproxima dos totais de 2021 (60), 2020 (76) e 2019 (66). Destes, 10 coincidiram com a imposição de apertadas medidas anti-epidémicas durante o surto, incluindo o confinamento parcial da cidade. As autoridades de saúde admitem o problema e apelam à população para estar atenta e pedir ajuda psicológica

 

 

É um registo negro que continua a adensar-se à medida que o tempo passa e a normalidade tarda em chegar, devido as medidas de prevenção inerentes à covid-19. Desde o início do ano até à passada sexta-feira, ou seja, em menos de sete meses, registaram-se 53 suicídios em Macau, número que se aproxima do valor total dos anos 2021 (60), 2020 (76) e 2019 (66). Os dados foram revelados no sábado pela TDM-Canal Macau, com base em informação compilada a partir de notificações da Polícia Judiciária (PJ), enviadas aos meios de comunicação social aquando da ocorrência destes casos.

Segundo a análise, é possível ver que, entre Janeiro e Julho de 2022, houve quase tantos suicídios do que os registados ao longo de todo o ano de 2021, período em que houve, no total, 60 ocorrências. Além disso, dos 53 casos reportados pela PJ, 10 ocorreram entre Junho e Julho, meses marcados pela imposição de rigorosas medidas restritivas à população, nomeadamente o confinamento parcial da cidade e o encerramento de praticamente todas as actividades consideradas “não essenciais”.

Recorde-se que, durante parte deste período, os cidadãos foram proibidos de sair à rua, incluindo para fazer exercício físico ou passear animais de estimação, estando limitados à compra de bens em supermercados e à participação em testes em massa.

Dos 53 casos registados desde o início do ano, o último ocorreu na passada sexta-feira e diz respeito a uma mulher de 24 anos que saltou de um prédio localizado na Taipa. A partir da compilação de dados feita pela TDM-Canal Macau é possível ver que, do total, 46 pessoas são residentes de Macau e sete são não-residentes. A maioria dos casos pertence às faixas etárias entre 30 e 40 anos, 50 e 60 anos e entre 70 e 80 anos. De frisar ainda que, das 53 mortes por suicídio, 12 sofriam de doenças, quatro estavam desempregados e não conseguiam arranjar trabalho e que 12 deixaram notas à família.

No último mês registou-se ainda uma tentativa de suicídio numa zona vermelha, referente a um homem de 30 anos que pretendia saltar do edifício onde estava confinado, mas acabou persuadido pelos bombeiros a desistir da ideia.

Recorde-se que, no primeiro trimestre deste ano, o número de mortes por suicídio em Macau quase triplicou, dado que, entre Janeiro e Março de 2022, 28 pessoas cometeram suicídio, ou seja, mais 18 casos (180 por cento) em comparação com o mesmo período do ano passado, altura em que foram registados 10 casos.

Na altura, os Serviços de Saúde disseram que a situação “não pode ser ignorada” e apontaram como possíveis causas dos suicídios registados no primeiro trimestre de 2022, problemas financeiros, relacionados com jogos de azar e ainda, doenças crónicas, físicas ou mentais. Além disso aconselharam “manter um estilo de vida saudável”, que inclua uma dieta equilibrada, exercício físico e sono adequado, que prescinda do consumo de tabaco e álcool e privilegie o “relaxamento”, soluções parcialmente impedidas de ser concretizadas devido às medidas impostas durante o último surto, que teve início a 18 de Junho.

 

Poucas soluções

Confrontadas com os 53 casos dos últimos sete meses, as autoridades de saúde admitiram o problema e aconselharam os residentes com problemas de saúde mental, devido ao confinamento, a pedir ajuda.

“Muitas pessoas tiveram que ficar em isolamento, inclusivamente as pessoas infectadas tiveram que ficar mais tempo em observação médica. O Instituto de Acção Social [IAS] tem vindo a acompanhar de perto estes casos”, começou por dizer, o médico-adjunto da direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário, Lei Wai Seng, segundo a TDM-Canal Macau.

“Para alem de receberem tratamento, as pessoas que estão em isolamento também podem pedir aconselhamento psicológico. Podemos ver que há muita pressão na nossa sociedade, incluindo a questão do emprego ou até conflitos familiares devido ao período de isolamento. Apelo que, caso os residentes tenham essa necessidade, podem ligar ao IAS, pedir apoio através do website ou ligar para a linha de aconselhamento psicológico, não devendo acumular esses problemas e chegar a uma situação extrema. Os nossos serviços de urgência também prestam tratamento psicológico para as pessoas necessitadas”, acrescentou.

De frisar que, os Centros de Saúde do Tap Seac, Fai Chi Kei, Areia Preta, Ilha Verde, Jardins do Oceano, Nossa Senhora do Carmo — Lago, e Praia do Manduco, subordinados dos Serviços de Saúde, foram abertas consultas externas de saúde mental.

Caso tenha pensamentos suicidas e necessite de auxílio, pode ligar para o Serviço de Auxílio da Cáritas, através do número 2852 5222, em chinês, ou do número 2852 5777, em inglês.

1 Ago 2022

TUI confirma condenação de John Mo a seis anos de prisão por abuso sexual

O Tribunal de Última Instância confirmou a condenação de John Mo pelo crime de abuso sexual de pessoa incapaz de resistência. Se não for entregue pelas autoridades do Interior, o ex-director da Faculdade de Direito da Universidade de Macau não deverá cumprir pena

 

 

O Tribunal de Última Instância (TUI) manteve a condenação a seis anos de prisão para John Mo, antigo director da Faculdade de Direito da Universidade de Macau, pelo crime de abuso sexual de pessoa incapaz de resistência. A decisão foi tomada na passada quarta-feira e coloca um ponto final num caso que se arrastava desde 2018.

Foi nesse ano que John Mo terá cometido o abuso contra uma aluna de mestrado de outra instituição local que não a Universidade de Macau. O episódio aconteceu durante uma saída à noite, numa sala de karaoké e foi registado pelas câmaras de videovigilância. A vítima era casada, tinha terminado os estudos, e terá apresentado a queixa antes de regressar ao Interior, de onde é natural.

Em Fevereiro de 2019, na primeira decisão sobre o caso, o Tribunal Judicial de Base (TJB) absolveu John Mo do crime de violação, de que estava inicialmente acusado. Na perspectiva do colectivo de juízes do TJB, não havia relação de poder entre os dois, e a mulher teve várias oportunidades para deixar a sala de karaoké, onde o crime aconteceu, porém, nunca mostrou resistência face aos avanços do académico.

O TJB também colocou a hipótese de a queixa ter sido apresentada devido ao facto da mulher ir regressar ao Interior, onde tinha o marido à sua espera, e precisar de justificação para as marcas que apresentava no pescoço.

 

Volte-face

A decisão da primeira instância permitiu a John Mo sair da prisão e deixar o território, pelo que não deverá cumprir pena, a não ser que seja entregue à RAEM pelas autoridades do Interior. As notícias mais recentes sobre o seu paradeiro são de Junho de 2021, quando a publicação Mariana Variety revelou que o académico estava em Saipan, nas Ilhas Marianas do Norte, como consultor jurídico de Cui Li Jie, ex-presidente da empresa Imperial Pacific International.

No entanto, o Ministério Público não aceitou a absolvição e apresentou recurso. O Tribunal de Segunda Instância aceitou o recurso, e considerou que não estava em causa o crime de violação, mas antes de abuso sexual de pessoa incapaz de resistência.

John Mo foi assim condenado a uma pena de prisão de seis anos e a pagar indemnização, por danos não patrimoniais, no valor de 100 mil patacas.

A defesa de John Mo, liderada pela advogada Oriana Pun, apresentou recurso da condenação, mas o TUI confirmou a decisão no que diz respeito à matéria criminal e manteve a condenação a seis anos de prisão. Em relação a recurso relativo ao pagamento da indemnização de 100 mil patacas, a decisão também foi mantida, uma vez que o TUI recusou analisar a matéria.

1 Ago 2022

Duas agentes da Polícia de Segurança Pública vão a karaoke e infringem a lei

Operação contra um karaoke ilegal acabou com a detenção de 44 pessoas entre as quais dois agentes do CPSP. Em destaque na conferência de imprensa de ontem, esteve também o caso de um agressor sexual que não utilizou máscara durante o alegado crime. Fase de consolidação pode terminar hoje

 

 

Duas agentes do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) foram apanhadas a divertir-se num karaoke ilegal, na Avenida Venceslau Morais, de acordo com a informação apresentada ontem na conferência de imprensa sobre a evolução da pandemia. Segundo Lei Tak Fai, representante do CPSP, as agentes vão ser alvo de processos disciplinares, depois de terem sido interceptadas numa operação que levou a um total de 44 detenções.

“Entre os 40 clientes do karaoke ilegal havia dois agentes dos CPSP, que entraram para a corporação em 2014 e 2017. O CPSP não tolera actos ilegais e vamos tomar conta do assunto de forma rigorosa, através dos respectivos processos disciplinares”, prometeu Lei Tak Fai.

Segundo os pormenores da operação, o CPSP detectou a existência de um karaoke ilegal num edifício industrial na Avenida Venceslau Morais. Foram detidas 44 pessoas, com idades entre os 16 e 43 anos, a grande maioria residentes locais, além de um residente de Hong Kong. O bar estaria em funcionamento, segundo o gerente, há cerca de seis meses.

Os 44 presentes arriscam até dois anos de prisão, ou multa de 240 dias, por infracção do artigo 30.º da Lei de Prevenção, Controlo e Tratamento de Doenças Transmissíveis.

 

Sem máscara, não!

Entre os casos de infracção à Lei de Prevenção, Controlo e Tratamento de Doenças Transmissíveis revelados ontem, o CPSP destacou também o episódio de um trabalhador não-residente que alegadamente cometeu um crime de importunação sexual. Contudo, o aspecto mais destacado durante a conferência de imprensa foi o facto de o alegado criminoso não estar a utilizar máscara.

Segundo Lei Tak Fai, o caso aconteceu na madrugada de ontem, na Taipa, e o homem, com cerca de 20 anos, terá tocado numa mulher que passava na rua. “O homem tentou fugir e estava sem máscara. Durante a fuga ainda tirou a roupa da parte de cima do corpo e o chapéu”, foi revelado. “Na altura do assédio estava sem máscara, tem mais de 20 anos, nacionalidade indiana e é suspeito de ter infringido a Lei de Prevenção, Controlo e Tratamento de Doenças Transmissíveis”, foi acrescentado.

De acordo com o porta-voz do CPSP, o agressor está igualmente indiciado pelo crime de importunação sexual.

 

Consolidar para estabilizar

Também ontem, foi revelado que às 15h, durante a 14.ª ronda de testes em massa, havia 488.817 resultados apurados, entre um total de 619.469 testados, e todos tinham resultados negativos. Até ontem, o território tinha registado 791 casos confirmados da covid-19 e 1.378 casos de infecção assintomática.

Caso se confirme que não há resultados positivos na ronda de testes que decorreu até ontem, Macau vai deixar a chamada fase de consolidação e entrar na fase de estabilização.

Os representantes das autoridades pouco revelaram sobre as medidas de “estabilização”, que só deverão ser anunciadas hoje. No entanto, Leong Iek Hou, médica, deixou no ar a possibilidade de as empresas deixarem de ter restrições sobre o número de trabalhadores nas suas instalações. “Não vai haver limite de trabalhadores, mas vai haver restrições, como uma distância de um metro e vai ser preciso haver divisórias para tomar refeições”, indicou. “Mas as medidas vão ser anunciadas amanhã”, acrescentou.

Por sua vez, Luís Gomes, representante dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude, revelou que algumas escolas poderão ter mais tempo para preparar o início do novo ano lectivo, uma vez que as medidas do governo face ao surto sobrecarregaram as instituições ao nível dos trabalhos administrativos.

1 Ago 2022

Sector quer testes rápidos à entrada em vez de ácido nucleico

Uma associação de proprietários de restaurantes apelou à moderação do Governo nas condições para a reabertura dos estabelecimentos e pede que seja exigido apenas resultado de teste antigénio no código de saúde, em vez de ácido nucleico. Deputados do sector comercial esperam que seja tida em conta a possibilidade de colapso de muitos pequenos restaurantes

 

 

Com o período de consolidação quase a passar à história e cinco dias consecutivos sem infecções de covid-19 na comunidade, a relativa normalização da sociedade parece estar ao virar da esquina, apesar das restrições fronteiriças. A possibilidade de voltar a comer num restaurante ou de frequentar um café poderá estar para breve. Porém, depois de mais de um mês restritos à necessidade de apenas vender comida para fora, a hipótese de reabrir com a exigência de os clientes terem de mostrar resultado negativo de teste de ácido nucleico não agrada ao sector da restauração.

Seguindo a filosofia de normalização gradual repetida pelo Governo, Fong Kin Fu, da União das Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau, encara a obrigação de mostrar resultado negativo de teste de ácido nucleico uma medida inconveniente e penalizadora para um sector que já está em apuros. Como tal, argumenta que a exigência de apresentar apenas teste rápido antigénio seria uma solução mais equilibrada.

Além de representar um inconveniente e afastar clientes, o dirigente associativo e empresário destaca o tempo excessivo que demora até o resultado ser carregado no código de saúde, obrigando o cliente a fazer o teste de ácido nucleico entre 12 horas e um dia antes de ir ao restaurante.

Em declarações ao jornal Ou Mun, Fong Kin Fu diz compreender a prioridade do Executivo em relação à segurança, mas argumenta que depois de tanto tempo encerrados, a procura reprimida ao longo de mais de um mês pode levar a enchentes. Situação que pode ser evitada, caso se verifiquem requisitos semelhantes aos estabelecimentos comerciais já abertos, como limitar o volume de clientela a menos de 50 por cento da capacidade

 

Em busca de equilíbrio

Um gerente de restaurante ouvido pelo jornal Ou Mun vincou que já antes do surto “o volume de negócio estava longe de ser satisfatório” e que “o cenário económico não era favorável”.

O responsável acrescentou que seria suficiente limitar o número de clientes, requerer o scan do código do local e a desinfecção e limpeza do restaurante. Em situações que podem representar maior risco, como banquetes de casamento e grandes jantares, o empresário considera que seria apropriado exigir a apresentação de resultado de teste de ácido nucleico. Porém, para pequenos restaurantes e cafés, onde uma refeição pode demorar perto de 10 minutos, o empresário entende que é um exagero pedir teste de ácido nucleico, e espera que o Governo tenha em conta as necessidades dos negócios e estabeleça restrições de forma equilibrada.

O trio de legisladores Chui Sai Peng, Ip Sio Kai e Wang Sai Man voltou a tomar uma posição conjunta, afirmando que a reabertura de restaurantes é essencial para a sobrevivência de muitas pequenas, médias e micro-empresas, assim como para a taxa de desemprego.

Os deputados eleitos indirectamente pelo sector industrial, comercial e financeiro afirmam que com mais de um mês de portas encerradas, a restauração caiu para menos de 20 por cento do volume de negócios normal.

Muitos negócios faliram ou lutam para sobreviver num ecossistema económico estéril onde apenas as despesas com rendas, salários e contas se mantêm estáveis.

Como tal, Chui Sai Peng, Ip Sio Kai e Wang Sai Man apelam ao Governo para formular e divulgar o mais brevemente possível os requisitos essenciais para a reabertura gradual de restaurantes, sugerindo o limite de mesas e clientes, acrescentar separadores entre mesas.

29 Jul 2022

Máscaras normais podem voltar amanhã, assim como negociação para abrir fronteira

Se Macau continuar sem infecções de covid-19 na comunidade, a partir de amanhã, as máscaras do tipo KN95 podem deixar de ser obrigatórias e as lojas em centros comerciais reabrir. Seguindo os padrões nacionais, se Macau continuar sem casos positivos amanhã, a reabertura de fronteiras pode ser negociada. Deixaram de existir zonas vermelhas

 

A partir de sábado, as lojas dos centros comerciais, ou estabelecimentos sem portas abertas para a rua, podem voltar a abrir, assim como podem ser retomadas as obras de remodelação de apartamentos e espaços interiores. Para tal acontecer, será necessário a manutenção de zero casos na comunidade, de acordo com as declarações de ontem da médica Leong Iek Hou, coordenadora do núcleo de prevenção e controle de doenças transmissíveis.

“Nesses três dias de consolidação prolongada [que começa amanhã] estamos esperançados que poderemos abrir lojas nos centros comerciais. Vão poder passar a operar também os trabalhos de remodelações de casas e espaços interiores e creio que mais estabelecimentos vão começar a poder operar”, afirmou sem especificar.

Outra novidade anunciada ontem, foi o fim das chamadas zonas vermelhas, com a saída dos últimos três prédios, terminando a longa saga de edifícios isolados. No entanto, mantêm-se 15 zonas de código amarelo, onde os moradores continuam obrigados a realizar periodicamente testes de ácido nucleico, sublinhou o centro.

Em relação ao uso das máscaras de tipo KN95, bastantes criticadas devido às dificuldades respiratórias que acarretam, Leong Iek Hou indicou que a partir de amanhã o padrão das máscaras usadas pode ser ligeiramente relaxado.

“No período de consolidação prolongado já podemos usar máscara cirúrgica, (…) podemos reduzir o padrão das máscaras usadas.”, indicou a médica.

 

Mudar paradigma

Uma das tónicas da conferência de imprensa de ontem foi a repetição de alguns conceitos relativos às diversas fases de retorno gradual à normalidade. Terminado hoje o período de consolidação, seguem-se três dias de consolidação prolongada, durante os quais será feita a testagem em massa.

Se as autoridades continuarem sem detectar casos comunitários, Macau pode passar para à “estabilidade”. Uma das consequências dessa transição poderá ser a reabertura das fronteiras com Zhuhai.

Sem se comprometer com datas concretas ou critérios para a reabertura, o representante dos Serviços de Polícia Unitários, Cheong Kin Ian disse que as autoridades estão “a tentar o mais cedo possível conseguir um consenso” com a cidade vizinha de Zhuhai para reabrir as fronteiras.

Cheong Kin Ian sublinhou que “não há um prazo estipulado”, mas admitiu que o critério adoptado pelo Governo Central – sete dias consecutivos sem casos comunitários – “será uma das hipóteses”. Esse objectivo poderá ser alcançado amanhã.

 

Questões hospitalares

Durante o dia de ontem 75 pacientes receberam alta depois de terem estado em isolamento devido à infecção por covid-19, número incluído no total de 1.218 que tiveram alta hospitalar desde o início do surto.

O médico adjunto da direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário, Lei Wai Seng, sublinhou ontem que os critérios adoptados pelas autoridades de Macau para receber alta seguem as normas nacionais, ou seja, com um intervalo de 24 horas o paciente precisa ter dois testes de ácido nucleico negativos, e valor de CT igual ou inferior a 35.

O clínico acrescentou que será ainda observada a ocorrência de sintomas e que uma vez reinseridos na comunidade, serão exigidos mais dois testes de ácido nucleico ao terceiro e sexto dia após a alta hospitalar.

Outro dos assuntos do dia, prendeu-se com os cuidados de saúde a recém-nascidos. Nesse aspecto, Lei Wai Seng garantiu que para já apenas os casos urgentes são atendidos, o que inclui a vacinação de bebés.

Quanto à possibilidade de abrir os serviços públicos, o médico pediu calma à população. “Creio que cada serviço público também vai atender à necessidade dos cidadãos, de forma limitada. A população não precisa de ter pressa, se os serviços não são urgentes podem esperar até à normalização do funcionamento dos serviços públicos”, algo que acontecerá com a estabilidade da pandemia. “Queremos trazer maior conveniência aos cidadãos”, acrescentou o médico da direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário.

29 Jul 2022

Normalização de viagens pode trazer retoma rápida das receitas do jogo

Um analista da JP Morgan Securities LLC deu o exemplo de Singapura para demonstrar como o alívio de restrições fronteiriças foi uma lufada de ar fresco no mercado do jogo. Apesar dos tempos complicados, o especialista considera que, a longo-prazo, Macau continua a ter características únicas que dão confiança a investidores

 

“A curto prazo a perspectiva empresarial [do sector do jogo] é dura, mas Macau – a longo prazo” tem acesso a “uma grande quantidade de pessoas com elevada propensão para o jogo”. Portanto, as perspectivas para o futuro Macau “devem ser brilhantes”, afirmou o analista Joseph Greff da JP Morgan Securities LLC na terça-feira ao canal CBNC.

Greff começou a entrevista na estação norte-americana dedicada a assuntos económicos afirmando peremptoriamente que os últimos tempos “têm sido um desastre completo em termos de receitas de jogo”. “A mobilidade para viajar tem sido fraca, particularmente desde o início deste ano. Neste momento, podemos estimar resultados muito rapidamente porque são zero, ou algo perto disso”, acrescentou.

Em relação ao investimento nas concessionárias, o analista indicou que 2022 é um ano para esquecer e que no próximo ano, à medida que os “casos de covid-19 diminuírem e as taxas de vacinação aumentarem”, o alívio das medidas restritivas nas fronteiras com o Interior da China e Hong Kong pode ter um rápido efeito positivo na indústria.

O especialista da JP Morgan destaca que o problema não se concentra apenas no lado das receitas, mas também nas despesas. “As empresas são basicamente obrigadas a pagar os salários dos trabalhadores. Entretanto, estão a sofrer perdas significativas de EBITDA (ganhos antes de amortizações, depreciações, juros e impostos)”, afirmou à CNBC, projectando um retorno para metade das receitas antes da pandemia algures a meio de 2023.

Entusiasmo em Singapura

Face à ausência de sinais de mudança de política na luta contra a pandemia e com os repetidos compromissos das autoridades de Macau face à política de zero casos, o analista da JP Morgan Securities LLC destacou o exemplo dos resultados da indústria do jogo em Singapura. “Se olharmos para qualquer mercado de jogo num cenário pós-pandemia, como Singapura neste momento, as receitas e o número de visitantes recuperaram rapidamente quando as restrições de viagens foram levantadas, abrindo acesso a jogadores vindos de fora”, apontou.

Com o concurso público para renovar as licenças de jogo, e tendo em conta as receitas astronómicas apuradas no passado, as perspectivas de longo prazo das empresas e dos investidores continuam a ser optimista. Mas até chegar a bonança, o analista da JP Morgan Securities LLC prevê que a tempestade financeira se mantenha no curto-prazo.

A indústria do jogo teve no passado mês de Junho o mais fraco registo de receitas brutas do ano, e o mais baixo desde Setembro de 2020. No primeiro semestre de 2022, as receitas brutas dos casinos caíram 46,4 por cento em termos anuais.

28 Jul 2022

Takeaway | Empresa obrigou trabalhadores a desinfectarem caixas de refeições

Um vídeo partilhado nas redes sociais mostra trabalhadores de um estaleiro de obras a desinfectarem embalagens de refeições takeaway. O motivo para este comportamento terá origem nas ordens do empreiteiro, que exigiu que as embalagens de alimentos fossem desinfectadas com um spray de álcool antes de entrarem no estaleiro.

A situação mereceu a resposta do deputado e médico Chan Iek Lap, que destacou, em declarações ao jornal Ou Mun, a falta de necessidade e eficácia de molhar caixas de “tapau” com spray de álcool. O legislador eleito por sufrágio indirecto foi um pouco mais além e indicou que a prática coloca em risco a saúde dos trabalhadores que podem ingerir acidentalmente álcool com as refeições. O consumo pode resultar em sintomas como ataques de asma, erupção cutânea, dores de barriga, além do risco de os trabalhadores conduzirem em estado de embriaguez.

Em relação aos riscos de transmissão, o deputado destacou que a prevenção deve ser feita à priori, durante a confecção e distribuição dos alimentos.

O deputado mostrou-se ainda preocupado com a saúde dos trabalhadores da construção devido ao uso prolongado das máscaras do tipo KN95, aconselhando à hidratação.

A médica Leong Iek Hou comentou este incidente durante a conferência de imprensa dedicada ao acompanhamento da situação pandémica, reiterando que o relativo estado de alerta em que Macau se encontra pressupõe a manutenção dos cuidados de higiene. “Sempre que entrarmos em contacto ou tocarmos numa refeição, temos de desinfectar primeiro. O álcool é um dos meios que podemos usar, mas temos de ter em atenção que pode estragar os alimentos. Nesses casos, talvez seja melhor limpar as caixas de refeições”, afirmou a médica.

28 Jul 2022

DSC | Saúde de reclusos assegurada com telefonemas, aeróbica e “músicas leves”

Devido à imposição da gestão em circuito fechado na prisão de Coloane, os reclusos estão confinados à sua cela e impedidos de receber visitas ou fazer exercício físico. Para assegurar a saúde física e mental, os serviços correccionais permitem aos reclusos fazer chamadas “um por um”, ouvir “músicas leves” e exercitar os músculos tendo por base a distribuição de “cartilhas sobre aeróbica”. Ajustes podem ser feitos “em tempo oportuno”

 

A saúde física e mental dos reclusos que se encontram no Estabelecimento Prisional de Macau (EPM), Coloane, em regime de circuito fechado, está a ser assegurada com telefonemas, exercícios de aeróbica, música e, em caso de necessidade, apoio psicológico por profissionais através de videoconferência.

A garantia foi dada ao HM pela Direcção dos Serviços Correccionais (DSC), que justificou a necessidade de confinar os reclusos à ala do edifício onde foram colocados, sem a possibilidade de receber visitas ou fazer exercício físico, com o facto de as prisões serem “locais fechados”, com elevada densidade de pessoas.

“Tendo em consideração que as prisões são locais fechados e de alta densidade populacional, apenas reduzindo a circulação de pessoas pode-se minimizar o risco de contágio para garantir a saúde e a segurança dos reclusos”, pode ler-se na resposta.

Por escrito, a DSC assegura ainda que “até agora, os reclusos têm cooperado com as medidas e providências tomadas”, e que já foram prestados “vários apoios” para proteger a sua saúde física e mental. Entre as medidas, é detalhado, está a possibilidade de fazer telefonemas, o ensino de exercícios de relaxamento, a distribuição de “cartilhas de aeróbica” e a divulgação de “músicas leves”, para reduzir a ansiedade e proporcionar a prática de exercício.

“No sentido de assegurar a saúde física e mental dos reclusos, a DSC continua a prestar vários apoios aos reclusos, incluindo providenciar para que os reclusos façam telefonemas um por um, nos termos da lei, divulgar informações sobre a epidemia e músicas leves e ensinar exercícios de relaxamento aos reclusos através de transmissão para reduzir a ansiedade e distribuir cartilhas sobre aeróbica, para permitir que os reclusos exercitem os seus músculos”, enumerou o organismo.

Sem fim à vista

Assegurando “estar atenta às emoções dos reclusos”, a DSC diz ainda que o pessoal profissional de serviço social e de psicologia do estabelecimento prisional poderá, caso venha a ser necessário, prestar “aconselhamento aos reclusos necessitados através de videoconferência”.

Questionada sobre a possibilidade de rever as medidas que ditaram a imposição da gestão em circuito fechado na prisão, a DSC revela que vai prestar atenção “às mudanças na situação epidémica” e “introduzirá os ajustamentos em tempo oportuno”.

Recorde-se que a questão do confinamento dos reclusos do Estabelecimento Prisional de Macau foi levantada no domingo durante a conferência de imprensa de actualização sobre a covid-19, com a médica Long Iek Hou a confirmar que os reclusos têm estado impedidos de sair das alas nas últimas semanas, devido à imposição de medidas de controlo inerentes ao surto que assola Macau desde o dia 18 de Junho.

27 Jul 2022

Casa de Portugal falha pagamento de rendas devido à crise gerada pela pandemia

A paralisação de Macau, ditada pelo confinamento parcial e a mando do período de consolidação ainda em vigor, levou a Casa de Portugal a falhar o pagamento das rendas de Junho e Julho das oficinas de actividades. Isto, porque a expectável transferência de verbas da Fundação Macau destinadas a esse fim, não chegou a acontecer devido ao surto.

Em declarações à TDM-Rádio Macau, a presidente da Casa de Portugal, Amélia António explicou que, dada a situação de debilidade financeira da associação, a prioridade passa agora por pagar salários com as verbas restantes. Amélia António espera agora que, a breve trecho, a situação normalize, permitindo assim que a Fundação Macau possa transferir a última tranche do subsídio de 2021 e a primeira de 2022.

Questionada sobre se a Casa de Portugal tem recebido pedidos de ajuda de elementos da comunidade a atravessar dificuldades económicas, Amélia António referiu apenas que algumas pessoas têm solicitado apoio psicológico e que é frequente ouvir que outras estão a ponderar a sua continuidade em Macau.

27 Jul 2022

Casinos-satélite | Operador pede responsabilidade social à banca

O responsável pela gestão de um casino-satélite que pediu para não ser identificado, revelou ao jornal Ou Mun esperar que, devido à crise gerada pela pandemia, os bancos possam assumir também a sua quota parte de responsabilidade social, permitindo, temporariamente, que o pagamento de dívidas seja feito através da amortização de juros e não do capital. A mesma fonte disse ainda já ter proposto a solução a duas entidades bancárias, tendo apenas sido aceite numa das ocasiões.

Lembrando que durante o confinamento parcial de Macau, apesar de não ter rendimentos, continuou a pagar salários a cerca de 1.000 funcionários, o responsável apontou que os bancos também devem assumir a sua responsabilidade social, permitindo não só facilidades às pequenas e médias empresas, mas também às empresas de maior dimensão que precisam urgentemente de capital. Caso contrário, isso poderá traduzir-se, no futuro, em perdas para o próprio banco.

Com cada vez menor fluxo de caixa, o operador acredita que será preciso esperar sensivelmente até meio de Agosto para que a reabertura das fronteiras com o Interior da China seja concretizada. Contudo, lamentou, o facto de grande parte das férias do Verão já terem passado, sem contribuir para alcançar resultados animadores ao nível das receitas.

Por último, o responsável pela gestão do casino-satélite referiu ter esperança de que, após o 20º Congresso Nacional do Partido Comunista da China, agendado para Outubro, o Governo Central possa relaxar consideravelmente as políticas de entrada no país. Caso contrário, mais empresas poderão fechar portas, acredita.

27 Jul 2022

Quase 60 médicos e enfermeiros agredidos desde 2017

Nos últimos cinco anos, foram registados 59 casos de violência contra médicos e enfermeiros enquanto trabalhavam. Os Serviços de Saúde instalaram equipamentos de gravação “nos postos da linha da frente”, criaram orientações de prevenção e resposta e ministraram cursos para melhorar a capacidade de comunicação do pessoal

 

Nos últimos cinco anos, registaram-se em Macau um total de 59 casos de violência contra profissionais de saúde, ocorridos em instituições de saúde pública e que exigiram intervenção policial. Contas feitas, desde 2017, ocorreram, em média, 12 casos de violência anuais contra médicos e enfermeiros que desempenham funções na linha da frente. Os dados foram revelados ontem pelo director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo Iek Long, em resposta a interpelação escrita enviada pela deputada Ella Lei.

Recorde-se que, na altura, a deputada mostrou-se preocupada com a falta de mecanismos de apoio dirigidos aos profissionais de saúde que desempenham funções na linha da frente, fazendo referência ao caso de uma enfermeira do hospital público que, alegadamente, terá sido alvo de assédio sexual em Maio, por parte de um polícia e a pressão colocada pelos “desafios provocados pela pandemia de covid-19”.

“De acordo com alguns profissionais de saúde, trabalhadores da linha da frente foram agredidos ou molestados no decurso das suas funções. Os trabalhadores em serviços de urgência são mais propensos a tais situações”, alertou Ella Lei.

Na réplica, o director dos Serviços de Saúde começa por dizer que “atribui grande importância à protecção dos trabalhadores da linha da frente contra a violência no local de trabalho” e que o organismo que coordena tem implementado medidas para prevenir a ocorrência deste tipo de casos, como a criação de orientações, mecanismos de resposta e apoio emocional e cursos para melhorar a capacidade de comunicação do pessoal.

“Os Serviços de Saúde formularam orientações sobre a prevenção e resposta para casos de violência, incluindo a prestação de apoio emocional (…), ao mesmo tempo foram organizados cursos de atendimento e técnicas de comunicação destinados aos profissionais de saúde da linha da frente, com o objectivo de prevenir a ocorrência de conflitos verbais e físicos”, disse Alvis Lo por escrito.

Além disso, revelou, foi criada uma “task force nas instituições de saúde pública” para avaliar, regularmente, o nível de risco e foram instalados equipamentos de registo audiovisual em determinadas áreas públicas de atendimento. Alvis Lo acrescenta ainda que foi criado um sistema de notificação, disponível 24 horas por dia, para responder a este tipo de incidentes e destacadas mais forças de segurança.

Caso venham a ser registados mais casos de violência contra o pessoal médico, os Serviços de Saúde asseguram ainda que, além de apoio de emergência, será prestado aconselhamento psicológico e legal, com o objectivo de “proteger a saúde física e mental” dos trabalhadores.

Segundo dados dos Serviços de Saúde citados anteriormente por Ella Lei, em 2020 existiam em Macau, mais de 3.400 profissionais de saúde e foram atendidos, no total, perto de 649 mil pacientes em ambulatório, ou seja, mais 96 mil relativamente a 2017.

27 Jul 2022

DSAL | TNR com salários em atraso em acompanhamento

A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) diz estar a acompanhar o caso de 29 trabalhadores não-residentes (TNR) empregados numa empresa do sector da limpeza que reclamam o pagamento de salários em atraso.

Segundo uma nota de imprensa, a DSAL diz ter explicado aos trabalhadores os seus direitos e instaurado um processo para acompanhar o caso. Além disso, já foi contactada a empresa em causa e exigidas “informações para conhecer a situação de atribuição de salários”. Na mesma nota, a DSAL afirma que “vai continuar a acompanhar o caso, investigando-o nos termos da lei, sendo certo que aplicará sanções, caso venha a verificar a existência de qualquer acto que viole a lei, a fim de garantir os direitos e interesses legítimos dos trabalhadores”.

25 Jul 2022

Caritas | Apoio alimentar ajuda 1.000 pessoas a contornar a fome

Entre quem está desempregado há vários meses, em situação de layfoff ou perdeu o trabalho nas últimas semanas devido às restrições anti-epidémicas, o programa de ajuda alimentar da Caritas apoia cerca de 1.000 pessoas que estão a passar fome ou em dificuldade. Paul Pun, acredita que o número vai aumentar em breve e que haverá sempre forma de ajudar quem precisa, mesmo que as restrições pandémicas coloquem entraves

 

O secretário-geral da Caritas Macau, Paul Pun revelou que o programa de ajuda alimentar do organismo, “Food Sharing Project”, apoia actualmente cerca de 1.000 pessoas que estão a passar fome ou a atravessar dificuldades excepcionais inerentes à pandemia. Além disso, com a agravante das restrições anti-epidémicas das últimas semanas, que incluíram um confinamento parcial da cidade, e apesar da urgência humanitária da situação, a ajuda tem de ser feita “discretamente” e sem aglomerações e, por isso, é necessário recorrer a marcações para evitar filas de espera.

Entre os grupos que têm pedido ajuda, explicou Paul Pun ao HM, está um conjunto de cerca de 150 pessoas “desesperadas” e “a necessitar de atenção urgente”, dado estarem desempregadas há mais de dois meses, um outro grupo composto por várias centenas de pessoas que ficaram sem trabalho nas últimas semanas devido à imposição de restrições e, por fim, um terceiro grupo de pessoas “relativamente seguras” a nível financeiro, forçadas a entrar em regime de licença sem vencimento durante o confinamento parcial, mas que não perderam o trabalho.

A maioria dos pedidos de ajuda são trabalhadores não-residentes (TNR) que “estão a pedir pão” ou outros bens essenciais como leite em pó ou fraldas, mas também há residentes de Macau, geralmente idosos que estão em zonas amarelas que “não sabem o que fazer e não têm ninguém que os ajude”. Contas feitas, os primeiros dois grupos, com necessidades mais urgentes, contabilizam, no total, 800 pessoas, sendo que as restantes 200 pessoas pertencem ao grupo menos urgente. No ano passado, o número total de pessoas que pediram auxílio à Caritas chegou a ser de cerca de 2.000, mas, devido aos voos de repatriamento, o número caiu drasticamente.

“Aqueles que estão a passar fome fazem parte do primeiro grupo. As pessoas do segundo grupo também estão muito ansiosas, porque não têm rendimentos a curto prazo. As pessoas do terceiro grupo têm salário, mas não tiveram rendimentos nas últimas semanas e, por isso estão relativamente seguras. No entanto, o problema é não terem dinheiro suficiente para enviar também algum para casa”, explicou o responsável.

Contudo, tendo em conta as restrições ainda em vigor devido ao chamado “período de consolidação”, a ajuda apenas pode ser dada mediante marcação, com a prioridade canalizada, maioritariamente, para as 800 pessoas em situação mais urgente. Outro dos constrangimentos destes dias é o facto de ter sido impossível fornecer pão diariamente, durante duas semanas, a quem precisa, dado que a sua entrega esteve condicionada.

“Neste momento, a grande preocupação de todos é que há muitas pessoas a passar fome. Se estiverem a passar fome, essas pessoas podem vir ter connosco entre as 16h-20h [na Avenida do Coronel Mesquita Nº17] ou ligar a qualquer hora. Mesmo que a porta esteja fechada, a janela está aberta. Temos de fazer isto para que não se formem filas grandes à entrada do nosso espaço”, conta Paul Pun.

“Temos de fazer isto de forma discreta [devido às restrições]. Apesar de estarmos a dar coisas que as pessoas precisam urgentemente, não queremos desiludir quem nos pede ajuda e, se não podemos dar hoje, damos amanhã. Por isso, estamos a pedir às pessoas que façam marcações para vir aqui, em vez de, simplesmente, aparecerem”, acrescentou.

Filhos e enteados

Neste contexto, Paul Pun fez ainda referência ao facto de durante o dia de ontem “a maioria dos bancos ter enormes filas à porta” e, socialmente, isso não ser visto como um problema, ao contrário daquilo que poderia acontecer caso os TNR fizessem filas para receber ajuda alimentar.

“A sociedade não iria aceitar ver os trabalhadores estrangeiros a fazer fila à porta das nossas instalações para poder comer. As pessoas achariam errado. Mas num banco, apesar de muitas pessoas estarem aglomeradas e à espera durante muito tempo e com uma distância inferior a um metro, não há queixas. Aqui, bastaria acontecer uma vez para começarem a tirar fotografias e a criticar o que estávamos a fazer”, apontou.

O secretário-geral da Caritas deu ainda nota de que “há menos pessoas a fazer doações”, dado estarem agora “mais preocupadas com a sua própria subsistência”. Paul Pun considera ainda que o número de pessoas que estão actualmente a pedir ajuda de forma regular à Caritas “vai aumentar devido aos efeitos da pandemia”.

Sobre a medida, entretanto cancelada, que obrigava todos os nacionais filipinos a fazer testes de ácido nucleico diários, Paul Pun disse lamentar a forma como a situação foi enquadrada e que existiriam “maneiras melhores” de fazer com que a comunidade colaborasse mais com o trabalho de prevenção epidémica e a sentir-se melhor, através da oferta de contrapartidas e explicações mais “convincentes e científicas”, visando essencialmente o seu bem-estar em termos de saúde pública.

25 Jul 2022

Análise | Indústria do jogo vai ter de se habituar a lucros menores

Especialistas do sector disseram à Lusa que a indústria do jogo em Macau vai ter de se habituar a viver com menos lucros, mesmo num futuro sem as restrições e impacto causado pela pandemia de covid-19

 

O director executivo da empresa especializada em jogo 2NT8, Alidad Tash, estimou que os lucros dos casinos caíram para cerca de metade do que se registava antes da pandemia, mas ressalvou que também terão pela frente menos riscos.

“Penso que o negócio dos casinos continuará a ser rentável. Não tanto como antes, mas ainda assim, um lucro saudável. E a boa notícia para os casinos é que eles gastaram milhares de milhões de dólares a construir luxuosas estâncias integradas. No futuro, não estarão a gastar tanto em novas infra-estruturas. Portanto, o risco é menor. Dito de outra forma, terão menos lucro do que antes, mas também com menos risco”, sintetizou.

Apesar do desaparecimento dos ‘junkets’, “Macau continuará a ser o melhor destino para os jogadores chineses”, sustentou. “Isto porque Macau é chinês. Eles não se encontram numa terra estrangeira. Os restaurantes são autênticos, os comerciantes falam cantonês, como a sua língua materna, e também podem falar mandarim. Este não é o caso quando os jogadores chineses vão para a Coreia, Filipinas, Vietname”, explicou, quando questionado sobre uma possível aposta da indústria do jogo em outros países asiáticos.

Contudo, Alidad Tash prevê que os grandes apostadores chineses “não poderão vir com a mesma frequência”, confrontados com “maiores dificuldades em trazer grandes quantidades de dinheiro para Macau ou qualquer outro destino”. A questão é que, fundamentou, “os ‘junkets’ costumavam ser um dos maiores facilitadores para levar dinheiro ilegalmente para fora da China” continental, porque Pequim “limita quanto dinheiro por cidadão pode sair das suas fronteiras”.

Resumindo, com os ‘junkets’ fora de circulação, “os grandes apostadores vão visitar e jogar menos vezes em Macau, e com menos dinheiro por viagem”.

Planear o amanhã

Ben Lee, analista da consultora de jogo IGamix, sublinhou o impacto do desaparecimento do mercado VIP devido a uma repressão sobre o ‘marketing’ que lhe era dirigido e saída de capitais, a par de uma nova política mais restritiva na passagem de vistos por parte de Pequim, visível no último ano.

Factos que indiciam que os potenciais retornos futuros “serão mais desafiantes e menos lucrativos”. Até porque, explicou, “os custos de ‘marketing’ e promoção destinados aos segmentos de massa sempre atraíram baixos retornos em relação ao que era desembolsado”.

Dito isto, frisou, Macau “tem de avançar para a atracção de turistas de outras jurisdições que não a China”, mas para o fazer “é necessário mais do que meras palavras por parte das autoridades locais”, salientando que “o défice de especialização está a aumentar, à medida que cada vez mais competências estrangeiras estão a ser empurradas para fora de Macau”.

Ben Lee lamentou que isso aconteça, sobretudo quando “é preciso agora planear o futuro” e em que a indústria do jogo vive o seu pior momento em Macau, uma vez que “é provável” que as receitas brutas de Julho “sejam ainda mais baixas do que o mínimo anterior de 716 milhões de patacas em Junho de 2020”.

As concessionárias têm acumulado desde 2020 prejuízos sem precedentes e o Governo tem sido obrigado a recorrer à reserva extraordinária para responder à crise, até porque cerca de 80 por cento das receitas governamentais provêm dos impostos sobre o jogo.

25 Jul 2022

Parto | Infectada com covid-19 dá à luz no hospital público

Uma mulher de 26 anos, infectada com covid-19 e a cumprir quarentena no Hotel Sheraton, deu à luz na sexta-feira, um bebé do sexo masculino que testou negativo à doença. Em comunicado, os Serviços de Saúde relatam que a mulher, com um período de gestação superior a 40 semanas, apresentou sinais de parto e “precisou de ser imediatamente encaminhada para o hospital”, onde foram tomadas as previdências necessárias.

O bebé viria a nascer por volta das 05h50 de sexta-feira. Perante as questões levantas acerca da utilização de máscara durante o parto ou se o recém-nascido teria sido separado da mãe após o nascimento, o médico-adjunto da Direcção do Centro Hospitalar Conde São Januário esclareceu, segundo a TDM-Canal Macau, que os dois estão juntos no Centro Clínico de Saúde Pública no Alto de Coloane e que durante o parto, as mulheres não estão obrigadas a usar máscaras do tipo KN95.

25 Jul 2022

Serviços públicos | Reabertura limitada e apenas com marcação prévia

Os serviços públicos reabrem hoje de forma condicionada, sendo necessário efectuar marcação prévia online ou por telefone. Até à próxima sexta-feira, os horários serão reduzidos, o número de trabalhadores não pode ultrapassar 50 por cento e apenas estarão disponíveis serviços de carácter urgente

 

A partir de hoje e até à próxima sexta-feira os serviços públicos reabrem de forma condicionada, disponibilizando somente alguns serviços de carácter urgente ou inadiável e acolhendo apenas utentes com marcação prévia. Além disso, de acordo com a Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública (DSFP) e as orientações definidas pelo Chefe do Executivo para o chamado “período de consolidação”, o número de trabalhadores de cada serviço não deverá ser superior a 50 por cento do total e os interessados devem efectuar uma marcação prévia online ou por telefone.

Quanto à Direcção dos Serviços de Identificação (DSI), estarão em funcionamento, de forma limitada, os serviços de atendimento do Edifício China Plaza e no 3º andar do Centro de Serviços da RAEM das Ilhas. Já a área da DSI do 2.º andar do Centro de Serviços da RAEM, na Areia Preta, estará encerrada.

Em comunicado, a DSI apela ainda ao público para não ter “pressa” de requerer o Bilhete de Identidade de Residente para recém-nascidos e utilizar sempre que possível os quiosques de auto-atendimento. Para o tratamento de documentos, os utentes devem tirar senha ou fazer marcação prévia no website da DSI. Em casos urgentes, aconselha-se a chamada directa para os números 28370777 ou 28370888.

Também os Correios permitirão o acesso limitado aos seus serviços, num total de nove postos abertos ao público (incluindo a estação central) até sexta-feira, onde poderá ser levantada correspondência registada após a recepção do respectivo aviso. Durante o período de consolidação, a Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações (CTT) vai efectuar a distribuição da correspondência postal, incluindo a entrega de correspondência registada. O Serviço de Correio Rápido (EMS) aceita o envio de objectos postais e reinicia a distribuição postal.

A meio gás

Em relação aos postos de atendimento do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), de frisar que o Edifício de Serviços de Migração, no Pac On estará aberto para o público tratar de assuntos como o prolongamento autorização de permanência, casos de extravio dos documentos ou o levantamento do Certidão Individual de Movimentos Fronteiriços. Para o efeito, os interessados devem fazer marcação prévia através do website do CPSP ou ligar para o número 28725488.

A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) irá prestar “serviços externos limitados” relacionados com cartas de condução, veículos e inspecções de novos veículos. Os requerimentos podem ser efectuados na área de atendimento da Estrada de D. Maria II, Centro de Inspecções de Veículos Automóveis no Cotai e Centro de Inspecções de Motociclos em Macau, após marcação prévia no website da DSAT.

Quanto à Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), a maioria dos serviços está disponível online, embora os pedidos de subsídio de desemprego e de trabalhadores não-residentes possam ser feitos de forma presencial, mediante marcação prévia.

O Fundo de Segurança Social (FSS), Direcção dos Serviços de Turismo (DST), Instituto do Desporto (ID), Instituto Cultural (IC), os Serviços de Justiça (DSAJ) e outros serviços públicos estarão também a funcionar de forma limitada, apenas com alguns balcões de atendimento e mediante marcação prévia. Nos tribunais apenas os processos considerados urgentes serão julgados.

25 Jul 2022