Salões de Beleza | Associação traça cenário dramático do sector

Cheng Lai Ngan, presidente Associação de Negócios de Indústria de Beleza, revela perdas de 20 a 30 por cento no sector, só este ano. Segundo a responsável, muitos comerciantes estão a “lutar” para pagar os empréstimos sem juros contraídos no ano passado

 

Um sector a lutar pela sobrevivência e a sofrer cada vez mais com a suspensão do negócio, num ano em que as receitas estão piores que as registadas em 2020. Foi este o cenário traçado por Cheng Lai Ngan, presidente da Associação de Negócios de Indústria de Beleza de Macau, de acordo com o Jornal do Cidadão.

Na sequência das oito medidas de apoio anunciadas pelo Executivo para as Pequenas e Médias Empresas (PME), Cheng considerou o “pacote” um sinal positivo, mas levantou dúvidas sobre a eficácia e adequação ao momento actual da economia.

A medida de novos empréstimos levanta mais questões à dirigente associativa. Cheng explicou que os salões de beleza actualmente em maiores dificuldades foram os que recorreram a empréstimos semelhantes no ano passado e que estão com “muitas dificuldades” para os pagar.
Os apoios anunciados ontem pelo Governo incluem apelos à redução das rendas e juros por parte de privados e bancos, e ainda cobertura de prejuízos de empresas num valor que pode chegar às 200 mil patacas. Cheng Lai Ngan admitiu que numa primeira análise o programa “leva oxigénio à garganta do paciente”, mas “é insuficiente para chegar aos pulmões”.

Luta diária

A representante associativa explicou a situação do sector com a suspensão compulsória do negócio, os diferentes surtos que assolaram o território e as restrições de circulação.

Segundo Cheng Lai Ngan, as principais dificuldades dos salões são as despesas acrescidas com os trabalhadores que vêm de Zhuhai e que agora precisam de pernoitar em Macau, o pagamento de salários numa altura em que o Governo decretou a suspensão dos negócios e as elevadas rendas. “Para os salões de beleza trata-se de um ano sem qualquer tipo de esperança, só podemos desejar sobreviver e esperar por melhores tempos”, desabafou.

Depois das perdas recordes de 2020, o primeiro ano da pandemia, Cheng informou que este ano está a ser pior, com as receitas a caírem mais 20 a 30 por cento, face a 2020. Os números têm levado à extinção de negócios, mas Cheng avisa que se o contexto actual se prolongar que vai haver uma “onda de encerramentos” sem precedentes.

Além dos apoios para a crise financeira, a presidente Associação de Negócios de Indústria de Beleza apelou igualmente ao Governo para actualizar a legislação em vigor e passar a considerar os Salões de Beleza prestadores de serviços, em vez de serviços de entretenimento. Segundo Cheng, com a mudança de classificação é mais adequada e iria fazer com que os salões pudessem continuar a operar, mesmo nas condições actuais.

12 Out 2021

Inundações | Estação elevatória e obras de reordenamento em fase preliminar

Continuam em marcha os “trabalhos preliminares” da nova estação elevatória de águas pluviais da Baía do Norte do Bairro do Fai Chi Kei e das obras de reordenamento de várias artérias da cidade. Obras Públicas apontam que as intervenções para evitar a ocorrência de inundações nas zonas baixas serão concluídas num horizonte de médio-longo prazo

 

Os projectos de concepção das obras de construção da nova estação elevatória de águas pluviais da Baía do Norte do Bairro do Fai Chi Kei e outras intervenções com vista a evitar a ocorrência de inundações nas zonas baixas estão a ser desenvolvidas e encontram-se em fase preliminar.

O ponto de situação foi feito pela directora dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), Chan Pou Ha, em resposta a uma interpelação escrita de Sulu Sou.

Incluído no rol de projectos cujos trabalhos preliminares estão em fase de desenvolvimento estão ainda as obras de reordenamento dos esgotos do cruzamento entre a Avenida do Almirante Lacerda e a Avenida do Ouvidor Arriaga e dos esgotos da Avenida do Coronel Mesquita e da 2.ª fase da construção dos esgotos de drenagem de água pluvial da Rua de Brás da Rosa.

Vincando que as obras em questão “se situam nas principais artérias rodoviárias”, Chan Pou Ha aponta que as obras públicas e o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) vão manter uma comunicação estreita para coordenar “os condicionamentos de trânsito e as demais obras viárias”, com o objectivo de “minimizar” o impacto sobre o trânsito.

Recorde-se que na interpelação enviada, o deputado Sulu Sou questionou o Governo sobre o andamento do planeamento previsto para as obras de prevenção das inundações, ainda no rescaldo das fortes chuvas registadas a 1 de Junho (as mais intensas desde 1952) e que provocaram estragos avultados por toda a cidade. Por escrito, o deputado chega mesmo a citar obra de Victor Hugo, “Os Miseráveis”, para apontar que “os esgotos são a consciência da cidade” e que é através da resposta a uma chuva intensa que é possível “verificar se uma cidade é ou não desenvolvida”.

Horizonte alargado

Respondendo a Sulu Sou sobre as ilações a tirar do “Estudo do Melhoramento das Redes de Drenagem da Península de Macau” e do “Estudo do Melhoramento da Rede de Drenagem Pluvial da Taipa”, a DSSOPT aponta um “horizonte de médio-longo prazo” para que, efectivamente, a capacidade de drenagem de Macau seja aumentada.

“Proceder-se-á num horizonte de médio-longo prazo (…) ao aumento, em geral, da capacidade de drenagem do sistema de colectores das várias zonas de Macau (…) através da substituição do sistema de rede de drenagem dos bairros antigos pelo sistema separativo de drenagem de águas pluviais e residuais, da construção de mais estações elevatórias e de box-culvert de grandes dimensões, do desvio das águas pluviais vindas das colinas, entre outras medidas”, refere a DSSOPT.

12 Out 2021

Apoios | Deputados acusam Governo de ignorar vários grupos demográficos

Alguns legisladores vieram a público criticar as oitos medidas de apoio apresentadas na segunda-feira pelo Executivo, por considerarem que ignoram desempregados, trabalhadores em layoff ou com cortes salariais

 

Alguns deputados do campo tradicional criticaram a falta de amplitude das medidas para apoiar a população, apesar de elogiarem o pacote de ajuda às Pequenas e Médias Empresas revelado pelo Governo, na segunda-feira. As declarações foram publicadas ontem no jornal Ou Mun.

De acordo com o deputado Si Ka Lon, apoiado pela associação de Fujian e próximo do sector patronal, o ambiente empresarial está muito pior do que no ano passado. No entanto, as medidas ignoram os profissionais liberais que operam principalmente nos sectores do turismo e os taxistas.

Si Ka Lon adiantou que, na sequência das medidas anunciadas, estes sectores temem ser esquecidos pelos programas de apoio do Executivo. Por isso, o deputado apelou a Ho Iat Seng para que coordene o trabalho governativo e que revele os pormenores dos planos de ajuda às empresas e pessoas afectadas pela crise.

Os deputados Ella Lei e Leong Sun Iok, ligados à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), criticaram o Executivo por não actualizar os critérios de subemprego, ou seja, as estatísticas sobre o número de trabalhadores em layoff.

Na visão dos legisladores, apoios têm por base critérios desfasados da realidade, o que faz com que os mais prejudicados pela crise e que não conseguem encontrar um emprego não recebam ajuda.

Lei e Leong propuseram ainda a distribuição de oito mil patacas para todos os residentes em vales de consumo electrónico para acorrer às dificuldades das famílias mais carenciada.

Críticas dos Moradores

Também Ho Ion Sang, deputado eleito pela via directa e membro da Associação dos Moradores, considerou que a situação do emprego está cada vez pior e mais desgastada pela crise económica.

Face às dificuldades, Ho pediu mecanismos mais eficazes para ouvir quem ficou sem rendimentos, quem foi despedido ou forçado a ficar vários dias sem trabalhar. O deputado frisou também a importância de o Executivo ouvir fielmente a opinião da população e evitar mal-entendidos.

Por sua vez, Iau Teng Pio, advogado e deputado nomeado, também considerou necessário auscultar a população, o mais depressa possível, para que as alterações façam parte do orçamento rectificativo apresentado à Assembleia Legislativa nos próximos dias.

Finalmente, Pang Chuan, deputado nomeado, considerou as medidas positivas, mas reconheceu que a crise tem tido um impacto grande no comércio local, pelo que defendeu que o Executivo deve apresentar outras políticas, a pensar no médio e longo prazo.

12 Out 2021

“Kompasu” | Sinal 8 de tempestade tropical içado às 22h30

Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) vão içar o sinal 8 de tempestade tropical às 22h30, uma vez que o ciclone tropical “Kompasu” vai cruzar o ponto mais próximo da região, a cerca de 400 quilómetros de Macau, entre esta madrugada e o início da manhã desta quarta-feira.

Esta noite o tempo deverá ser “instável com aguaceiros fortes frequentes acompanhados de trovoadas”, apontam os SMG. Entre as 21h e as 5h devem ocorrer inundações nas zonas baixas da cidade, com o nível de altura da água a não ir além dos 0,5 metros.

12 Out 2021

“Kompasu” | Governo pede que não haja corrida aos supermercados

Depois de uma corrida aos supermercados verificada nas últimas horas, devido à chegada do ciclone tropical “Kompasu”, a Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT) e o Conselho de Consumidores (CC) garantem que a quantidade de bens alimentares disponível para venda é suficiente.

Segundo uma nota de imprensa, os fornecedores e comerciantes já foram contactados pelas autoridades para que assegurem “o fornecimento estável dos bens de primeira necessidade”.

As autoridades afirmam que “o stock de bens de primeira necessidade em Macau é suficiente”, sendo que as mercadorias têm chegado ao território “constantemente”. Neste sentido, é feito um apelo aos residentes para que “não comprem em excesso nem façam uma corrida às compras”.

Até este mês chegaram a Macau 1,47 milhões de quilos de arroz e 920 mil litros de óleo alimentar, “uma quantidade suficiente para o consumo de cerca de um mês”.

12 Out 2021

Economia | Governo lança pacote de apoio às PME e trabalhadores

O Governo anunciou oito medidas destinadas às PME e trabalhadores. Entre acesso a financiamento, isenção de rendas e apoios pecuniários, o objectivo é “aliviar” a pressão operacional e as dificuldades dos trabalhadores. Albano Martins considera as medidas “vagas” e pouco audazes. Jorge Neto Valente fala num “bom passo” para as empresas respirarem um pouco

 

O Governo de Macau anunciou ontem oito medidas para “manter a sobrevivência de estabelecimentos comerciais e assegurar o emprego”, em resposta à crise provocada pela pandemia de covid-19. Entre elas, está um apoio de 10 mil patacas destinado a trabalhadores que auferiram rendimentos baixos em 2020.

O pacote de apoio anunciado pelo Gabinete do secretário para a Economia e Finanças define a atribuição de apoio pecuniário de 10 mil patacas a todos os contribuintes do imposto profissional, com rendimentos obtidos em 2020 inferiores a 144 mil patacas, ou seja, remunerações mensais de cerca de 12 mil patacas. Abrangidos estão também os profissionais liberais que reúnam os mesmos requisitos.

Da medida denominada “Prestação de apoio aos operadores e às pessoas empregadas” fazem ainda parte os contribuintes do imposto complementar de rendimentos e do segundo grupo do imposto profissional que não obtiveram lucros operacionais em 2020. A estes contribuintes será atribuído um apoio pecuniário entre 10 mil e 200 mil patacas, “calculado com base em 5 por cento da média dos custos operacionais por si efectuados nos últimos três anos”.

Outro benefício anunciado ontem é a bonificação de juros de créditos bancários para pequenas e médias empresas (PME), alterações às condições de pedido de empréstimos sem juros para as PME e o ajustamento do reembolso de empréstimos sem juros.

Sobre a bonificação de juros de créditos, o Gabinete do secretário para a Economia e Finanças esclareceu que às PME interessadas será prestada bonificação até 4,0 por cento, com prazo de três anos. O prazo de candidatura é de 12 meses.

No capítulo do aligeiramento das condições de pedido de empréstimos sem juros a PME, a medida implica a redução de dois para um ano, do tempo mínimo de exercício de actividade, para poder aceder a um empréstimo sem juros até 600 mil patacas, com prazo de reembolso até 8 anos. Quanto ao ajustamento do reembolso de empréstimos sem juros foi definido que será prorrogada até 31 de Janeiro de 2023 o prazo da medida provisória intitulada “Ajustamento de reembolso de diversos planos de apoio”.

Incentivos e isenções

O Governo prometeu também, por intermédio da Autoridade Monetária de Macau (AMCM), incentivar a banca a ajudar empresas no reembolso dos empréstimos e as instituições financeiras aderentes ao serviço Simple Pay, a oferecerem benefícios nas taxas cobradas [ver texto].

Foi anunciada também a isenção do pagamento de rendas e retribuições dos bens imóveis pertencentes ao Governo, por um período de três meses e incentivo a proprietários de estabelecimentos comerciais na redução das rendas.

Relativamente ao incentivo para baixar rendas, a Direcção dos serviços de Finanças (DSF) esclareceu que “reajustará o valor efectivo da colecta da contribuição predial urbana e do imposto do selo sobre os prédios arrendados, segundo o mês em que a renda comece a ser reduzida” pelos proprietários.

Em comunicado, o Governo justifica que as medidas de apoio visam, não só “consolidar a confiança do mercado”, mas também aliviar a pressão operacional das PME e as dificuldades dos trabalhadores.

O Executivo sublinha ainda estar “empenhado” em acelerar a implementação do pacote de apoio e que irá levar “o mais breve possível”, à Assembleia Legislativa a proposta de alteração orçamental que as medidas implicam.

“Dado que as medidas em causa implicam a alteração do orçamento, o Governo da RAEM (…) esforçar-se-á para que a proposta de alteração orçamental seja submetida, o mais breve possível, para a discussão e aprovação célere na nova legislatura da Assembleia Legislativa após a sua entrada em funcionamento, a fim de beneficiar, com a maior rapidez possível, os comerciantes e trabalhadores que reúnem os requisitos”.

Apoio a prazo

Contactado pelo HM, o economista Albano Martins considera que o plano de apoio é “muito vago” e não contém “dados de quantificação”, sendo que apenas metade das medidas avançadas “implica perda de receita” orçamental para os cofres públicos. As restantes medidas, apontou, “são apelos a bancos e a operadoras”. Por isso, o economista espera que o impacto seja reduzido.

“O plano é relativamente fraco. Não é muito audaz. Um documento destes devia conter dados da quantificação das medidas porque, como economista, tudo é vago se não for quantificado. Ainda se está à espera de ver como vai ser a quantificação, mas considero que as medidas não têm grande impacto. Irão auxiliar claro, mas não me parece que venham a ter um grande impacto orçamental”, referiu.

Sobre o apoio pecuniário de 10 mil patacas para trabalhadores, Albano Martins defende que, além de o montante ser “baixo”, a medida falha ao deixar de fora muitos residentes que auferiram em 2020 salários dentro da mediana salarial, ou seja, até 15 mil patacas. Isto, quando o tecto definido apenas prevê apoiar os trabalhadores que obtiveram remunerações até 12 mil patacas.

“Um rendimento desses [de 144 mil patacas], para quem recebe 14 vezes, significa cerca de 10.800 patacas por mês. Estas pessoas vão receber um incentivo de 10.000 patacas, ou seja, cerca de 800 patacas por mês a mais. Se eu fosse Governo diria para olhar para a mediana salarial e, como nos estamos a referir ao ano de 2020, esta foi de 15.000 patacas. Na minha opinião, toda a gente que auferisse até 15 mil patacas por mês, deveria ganhar um salário extra de 15 mil patacas”, partilhou o economista.

Albano Martins sublinha ainda que, da forma como está pensado, o apoio deve chegar a cerca de 180 mil pessoas, de um universo de 388 mil trabalhadores. Além disso, frisa, as medidas anunciadas passam essencialmente por incentivos e “empréstimos que têm de ser pagos”.

O economista refere ainda que “dificilmente” vão entrar em vigor ainda em 2021 e que, por isso, pode não haver necessidade de alterar o orçamento este ano por causa dos apoios.

“A nova Assembleia Legislativa toma posse no final da semana e por isso temos dois meses. Não acredito que nenhuma destas medidas possa entrar em vigor já. As medidas deviam ter sido preparadas com tempo, ainda antes do fim da anterior legislatura ter saído”.

Respirar um pouco

Também para o empresário Jorge Neto Valente o novo pacote de medidas são “alívios temporários” para as PME que, apesar de não atribuir montantes a fundo perdido, chegam numa altura em que “há muita gente aflita”, num contexto atípico em que a semana dourada não passou de uma miragem.

De acordo com o empresário, há já “muita gente” a estudar formas de pedir alguns dos apoios para que possam “respirar” agora e, daqui a três meses, tentar ultrapassar a situação. “É preciso ver que muita gente vai ser deixada para trás, nem toda a gente vai sobreviver”, estima, contudo.

Apesar de não ser um apoio pecuniário concreto, o empresário concorda com a medida de incentivo para os proprietários reduzirem rendas. Isto quando considera que em Macau “há muita gente que tem propriedades, mas que não quer reduzir as rendas”.

“Conheço bastantes casos de pessoas que pedem descontos, ou redução de rendas aos proprietários porque não aguentam o encargo e os proprietários não aceitam reduzir as rendas em 20 ou 30 por cento a longo prazo. O máximo que vi foi a redução de meio mês ou um mês para um contrato de cinco anos, o que não é quase nada”, partilhou.

Mensagem de esperança?

Se por um lado, o alcance das medidas anunciadas pode ser visto como uma limitação, pode igualmente ser prenúncio para melhores dias, ou seja, para a reabertura das fronteiras a médio prazo.

Segundo Albano Martins, dado que estamos perante medidas “com uma validade de três meses”, nomeadamente, e apenas, a isenção do pagamento de rendas e retribuições dos bens imóveis pertencentes ao Governo, isso poderá significar o relaxamento das restrições transfronteiriças dentro dessa janela temporal, com o objectivo de relançar progressivamente a economia.

“Estamos perante uma medida de três meses, o que pode significar que o Governo está a dar uma mensagem de que espera, que em três meses, as fronteiras estejam abertas de novo. É essa a esperança que aí está, pois não faz sentido o Governo lançar medidas por três meses sabendo que a situação económica vai continuar a piorar”, apontou ao HM.

Para o economista, se a abertura de fronteiras não for equacionada e o território continuar a ser considerado como zona de médio e alto risco, “Macau não vai conseguir segurar a sua economia”.

Também Jorge Neto Valente defende que a abertura de fronteiras é bastante importante, não só para o sector do turismo, mas sobretudo para permitir que os trabalhadores não residentes venham ao território.

“Existe bastante gente no Interior da China que já não quer vir trabalhar para Macau, porque a diferença de salários (…) já não é tão grande e porque (…) não querem arriscar vir a Macau (…) e ficar sem quem tome conta dos filhos. Tenho trabalhadores que já me disseram que no fim deste mês, ou quando abrirem as fronteiras, quando voltarem a Zhuhai já não regressam”, rematou o empresário.

PME | Medidas não entusiasmam residentes

As medidas anunciadas ontem pelo Governo tiveram uma reacção “mista” por parte da população, de acordo com o canal chinês da Rádio Macau. À emissora, um residente de apelido Lam afirmou que o Governo está sobre forte pressão financeira, mas que as medidas anunciadas não apoiam os desempregados. Por isso, desejou que o Executivo lance apoios adicionais de forma faseada.

Por sua vez, uma funcionária do sector do jogo, de apelido Leong, apontou que está em licença sem vencimento, mas que mesmo assim não cumpre os requisitos para receber os apoios. Porém, defendeu que como o seu agregado familiar inclui idosos e crianças, o Governo deveria ter em conta estes segmentos demográficos.

Já uma responsável de uma loja de lembranças na Rua do Cunha, de apelido Wong, referiu que os descontos nas transacções com pagamentos electrónicos podem ajudar a reduzir custos, mas sublinhou que as outras medidas só beneficiam lojas que precisam urgentemente do fluxo do dinheiro.

Finamente, o proprietário de uma loja de sobremesas, de apelido Ho, afirmou que as medidas são melhores que nada e que espera redução das rendas.

12 Out 2021

Covid-19 | Dez hotéis abrem portas a testes para TNR 

Locais como o Venetian ou o Grand Lisboa, entre outras unidades hoteleiras, passam a receber trabalhadores não residentes para a realização de testes de despistagem à covid-19. Governo justifica encerramento de alguns espaços comerciais pela dificuldade de se usar máscara no interior

 

Os trabalhadores não residentes (TNR), que têm de realizar testes de despistagem da covid-19 com maior frequência, têm agora dez novos locais para o fazer. A partir de hoje, hotéis no Grand Lisboa, StarWorld, Galaxy, Broadway, Wynn Macau e Wynn Palace e Sands, MGM Macau e MGM Cotai passam a receber estas pessoas. As autoridades decidiram também alargar o horário do Campo dos Operários para o mesmo fim, passando a funcionar até à meia noite.

Segundo os dados avançados ontem na conferência de imprensa do Centro de Coordenação e de Contingência do novo tipo de coronavírus, cerca de 22 mil TNR terão de fazer testes nos próximos dias, existindo 35 mil vagas diárias nos cinco postos já existentes.

Outra novidade, é a inclusão de pessoas que trabalham com ar condicionado e elevadores neste grupo prioritário. “Os trabalhadores que estão em espaços interiores por um longo período de tempo, como aqueles que trabalham com elevadores e ares condicionados, são considerados grupos alvo. Já notificamos os seus empregadores”, esclareceu o médico Tai Wa Hou, coordenador do plano de vacinação.

Abrir ou fechar?

Leong Iek Hou, médica e coordenadora do Centro de Coordenação, justificou o encerramento de alguns espaços comerciais, como escolas, bares e ginásios, por oposição à abertura de outros, com a dificuldade de uso de máscara no seu interior.

“Nas instituições de ensino concentram-se muitas pessoas durante um longo período de tempo e há muitas crianças sem consciência da sua protecção. Suspendemos o funcionamento de outros locais por serem sítios onde as pessoas não usam máscara, como o karaoke. Nesta fase estes sítios podem aumentar o risco de transmissão”, declarou.

Questionada com o facto de os restaurantes, locais onde se retira a máscara para comer, permanecerem abertos, Leong Iek Hou referiu que estes negócios “devem adoptar medidas para evitar uma concentração elevada de pessoas”.

“Se não se permitir um número elevado de pessoas a situação é controlada. Nos casinos os códigos de saúde são controlados e todos têm de usar máscara, existindo medidas rigorosas de limpeza e desinfecção. Quanto mais rigorosos formos melhor, para melhor proteger a comunidade”, adiantou.

12 Out 2021

Covid-19 | Vietnamitas proibidos de entrar em lojas

O Governo decretou que as comunidades vietnamita e nepalesa devem ser testadas, na sequência dos últimos casos de covid-19. A resolução não é vista pelo Executivo como discriminatória, mas afectou ambas as comunidades que já começaram a sentir na pele os efeitos da medida. O horário e a organização dos centros de testes são neste momento a principal preocupação

 

O Executivo decretou que todos os não-residentes com nacionalidade nepalesa e vietnamita têm de ser testados. Na apresentação da medida, a médica Leong Iek Hou recusou que a medida fosse discriminatória. No entanto, já houve lojas a proibir a entrada de vietnamitas e empregadores a pedirem às empregadas domésticas que não fossem trabalhar ou que dormissem noutro local.

Os episódios foram confirmados ao HM pelo presidente da Overseas Vietnamese Association in Macau, Duong Trung Duc, após terem surgido nas redes sociais queixas sobre a situação. Numa das lojas, foi afixado um cartaz a declarar que os clientes vietnamitas não podiam entrar e que seriam atendidos fora do estabelecimento. Noutro estabelecimento comercial, exigia-se a apresentação do código de saúde apenas a vietnamitas. O cartaz estava escrito em vietnamita.

A situação gerou queixas, que levaram à intervenção da associação junto dos estabelecimentos. “As lojas adoptaram aquelas medidas, mas não foi com má intenção. Acredito que não entendem que se proibirem os vietnamitas de entrar devido à nacionalidade que isso é discriminação”, explicou Duong. “Depois de ter entrado em contacto com as lojas, os proprietários pediram desculpa e explicaram que não tinham tido uma intenção negativa. As situações foram resolvidas. Mas vamos continuar a acompanhar a situação e enviar pessoas aos locais para verificar se os avisos afixados foram retirados”, acrescentou.

Os estabelecimentos em causa são uma loja de carne congelada e ainda uma papelaria. Contudo, a associação diz que vai estar atenta a casos semelhantes: “Não sabemos se houve mais lojas a afixarem este tipo de avisos, mas vamos estar atentos”, prometeu.

O assunto foi abordado ontem na conferência de imprensa sobre o coronavírus e Tai Wa Hou, médico adjunto da Direcção do Hospital Conde São Januário, afirmou que não é legal nem correcto proibir a entrada de pessoas com base na nacionalidade. “Apelo que não discriminem estas pessoas [vietnamitas]”, frisou.

Durmam lá fora

Em reacção às medidas dos Serviços de Saúde, houve também empregadores que pediram às empregadas domésticas vietnamitas que saíssem das suas casas, de forma temporária. “Recebemos algumas queixas, não sei precisar o número, de empregadas domésticas a quem foi pedido que não voltassem ao trabalho, ou nos casos em que vivem com os empregadores, que ficassem a viver temporariamente noutro sítio”, revelou Duong Trung Duc.

Porém, o presidente admitiu que neste campo a área de actuação é limitada. “Sugerimos a essas empregadas que contactem com os empregadores, para se informarem melhor, porque isso já é um assunto laboral, e não podemos intervir sem ouvir os dois lados”, contou.

O HM contactou também o presidente da Nepali Social Association of Macau, Ubaraj Neupane, que não relatou a existência de problemas semelhantes. Por sua vez, Ubaraj indicou que considera que a medida do Governo é necessária e que a comunidade vai cooperar.

“Não consideramos que a medida seja discriminatória. No passado, o Governo também pediu a toda a população que fosse testada”, afirmou o presidente da associação. “Nós reconhecemos que a situação da pandemia tem sido muito difícil em todo o mundo, e o Governo de Macau tem controlado bem a situação. Reconhecemos que o Governo tem feito um bom trabalho e estamos satisfeitos”, acrescentou.

Horários preocupam

Comuns às duas comunidades, são os problemas com as longas filas nos centros de testes e as dificuldades em fazer marcações. O problema é considerado preocupante para Ubaraj Neupane e Duong Trung Duc, que falaram com o HM antes de o Governo ter anunciado a abertura de mais postos.

Ubaraj Neupane, presidente da Nepali Social Association of Macau

“A comunidade considera aceitável ser testada, porque sabe que é importante seguir as orientações do Governo. O problema não é sermos testados, mas actualmente só há cerca quatro postos de testagem e isso é problemático”, explicou. “As queixas que recebemos estão relacionadas com os horários dos testes. Há muitas pessoas que trabalham mais de 12 horas, precisam de descansar, e como têm de ir fazer os testes a cada 48 horas ficam prejudicadas”, frisou. “Houve queixas que as filas podem demorar entre quatro e cinco horas”, revelou.

Uma realidade semelhante foi partilhada por Duong Trung Duc. “Houve queixas sobre a organização dos quatro testes consecutivos. Por exemplo, no domingo estava a chover e muitas pessoas tiveram de esperar nas filas, à chuva, muitas horas”, atirou. “Queixei-me sobre o assunto ao Governo e deixei a opinião de que é melhor os postos passarem a funcionar 24 horas. Os horários actuais de funcionamento não são adequados e há muitos trabalhadores que não podem sair do emprego só para ser testados”, focou. “Também consideramos melhor abrir mais dois postos de testagem para evitar a concentração de pessoas”, concluiu.

12 Out 2021

Crime | Detido por difamar Alvis Lo e director da DSEDJ nas redes sociais

Depois de o Governo negar que ligações familiares do director dos Serviços de Saúde estiveram na base da decisão de não isolar o Edifício Bayview, a Polícia Judiciária deteve um residente de 37 anos por suspeitas de divulgar informações falsas no WeChat. A direcção dos serviços de Educação também faz parte dos queixosos

 

A Polícia Judiciária (PJ) deteve um residente de 37 anos por suspeitas de difamar e disseminar informações falsas no WeChat sobre o director dos Serviços de Saúde (SSM), Alvis Lo Iek Long, e o director dos Serviços de Educação (DSEDJ), Lou Pak Sang.

Em causa está o facto de o suspeito, morador no Edifício Bayview, ter alegado que as ligações familiares de Alvis Lo ao complexo habitacional estiveram origem da decisão que evitou que o edifício Bayview fosse isolado e os seus moradores classificados com código de saúde amarelo ou vermelho. Mais concretamente, circulou online que os sogros de Alvis Lo viviam no prédio.

Recorde-se que a polémica surgiu depois de ter sido identificado o 77.º caso de covid-19 em Macau, relativo a uma mulher vietnamita que trabalhava como empregada doméstica no Bloco 3 do Edifício Bayview.

Em comunicado divulgado ontem, a PJ revelou ter recebido no domingo queixas provenientes dos SSM e da DSEDJ a reportar a circulação de informação falsa nas redes sociais, onde se podia ler que “os sogros do director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo Iek Long vive no 28º andar” do Bloco 3 do Edifício Bayview e que “o director dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude vive no 7º andar” do mesmo empreendimento. A acompanhar a publicação estava uma fotografia do complexo habitacional.

A PJ partilhou ainda que os SSM apontaram que o conteúdo da publicação é “falso” e que “afectou a percepção da população sobre o trabalho de prevenção da pandemia”. Por seu turno, a DSEDJ reiterou que Lou Pak Sang nunca viveu no Edifício Bayview.

Dentro de portas

De acordo com a PJ, a publicação em causa foi partilhada originalmente no domingo num grupo de WeChat por um utilizador identificado como “Bobo”. Levado para interrogatório, o suspeito, vendedor de profissão, justificou a partilha, após ter visto, num outro grupo de WeChat de proprietários do Bayview, que os sogros de Alvis Lo e Lou Pak Sang viviam no mesmo edifício.

No mesmo dia, após ter sido interrogado por um antigo colega de escola sobre a sua situação enquanto morador do Bayview, o suspeito alegou que, na resposta, se limitou a resumir e partilhar a informação que tinha lido. Admitiu também ter partilhado a mesma informação noutros grupos de WeChat em que está inserido.

Segundo a PJ, o suspeito acrescentou ainda que, dado que morava no Bloco 3, “estava a salvo” porque lá também viviam “pessoas importantes”. Adicionalmente, a polícia revelou que o suspeito vive no 7.º andar do Bloco 3 do Bayview há cerca de 10 anos e que, por isso, “não tem razões para desconhecer quem são os vizinhos”.

O caso seguiu ontem para o Ministério Público, onde o homem irá responder pelos crimes de “difamação”, “publicidade e calúnia” e “ofensa a pessoa colectiva que exerça autoridade pública”. A confirmar-se as acusações, pode ser punido com pena de prisão até 6 meses ou com pena de multa até 240 dias (difamação), pena de prisão até 2 anos ou com pena de multa não inferior a 120 dias (publicidade e calúnia) e pena de prisão até 6 meses ou com pena de multa até 240 dias.

12 Out 2021

Revolução de 1911 | Ho Iat Seng destaca a eficácia de “Um País, Dois Sistemas”

Por ocasião do 110.º aniversário da Revolução de 1911, o Chefe do Executivo afirmou que a RAEM apoia “firmemente” a reunificação pacífica do país, e opõe-se “com resolução” à independência de Taiwan. Ho Iat Seng apontou “Um País, Dois Sistemas” como caminho a seguir pela Formosa, salientando que o princípio resolveu os “problemas históricos” de Macau e Hong Kong

 

Há 110 anos a China fechava um capítulo histórico com o derrube da Dinastia Qing e a queda da monarquia e entrava numa nova Era republicana com o advento da Revolução de 1911. A data foi assinalada pelo Presidente chinês, que num discurso focado na questão de Taiwan sublinhou que “a reunificação completa” do país “pode e será alcançada, mencionando o princípio “Um País, Dois Sistemas” como caminho a trilhar.

“A reunificação nacional por meios pacíficos é do interesse geral da nação chinesa, incluindo os nossos compatriotas de Taiwan”, disse o Presidente chinês num discurso que teve eco na classe política de Macau.

O Chefe do Executivo publicou ontem um artigo no jornal Ou Mun declarando que “a RAEM apoia firmemente a reunificação pacífica do país, e opõe-se com resolução à independência de Taiwan” e à intervenção de forças externas nos assuntos internos da China.

A receita a seguir será aplicar à Formosa o princípio “Um País, Dois Sistemas”, fórmula que serviu para solucionar “os problemas herdados da história de Hong Kong e Macau, assim como a forma para Macau manter a prosperidade e estabilidade a longo prazo”.

Desde a fundação da RAEM, o líder do Executivo argumenta que o sistema de governação foi melhorado, facto que se reflectiu na qualidade de vida dos residentes. “Acreditamos firmemente que ‘Um País’ é o pré-requisito, a fundação, a raiz. Só com raízes profundas podemos ter folhas deslumbrantes, só com raízes sólidas os ramos podem ser prósperos”, afirmou Ho Iat Seng.

O Chefe do Executivo destacou também a criação da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin como o próximo passo e a “nova demonstração do enriquecimento prático de “Um País, Dois Sistemas”.

Na história da revolução

Ho Iat Seng não esqueceu o legado de Sun Yat Sen, um dos pais da Revolução de 1911, em particular a sua ligação ao território. “Macau foi uma das primeiras paragens da carreira revolucionária do Dr. Sun Yat Sen” no caminho para a modernização da China. “As gloriosas pegadas da revolução do Dr. Sun Yat Sen estão profundamente gravadas na terra de Macau. O seu pensamento, espírito e o carácter moral fazem parte da preciosa riqueza espiritual do povo chinês e influência profunda em gerações de residentes de Macau.”

A memória do revolucionário foi evocada também pelo desígnio nacional da “revitalização da China”, de sua autoria, princípio que continua a orientar as macropolíticas do Governo Central.

Sun Yat Sen é uma figura incontornável da história moderna da China, mas também um vulto político e social em Macau e Hong Kong.

Em 1892, foi convidado pela direcção do Hospital Kiang Wu para fundar o departamento de medicina ocidental, onde acabaria por trabalhar a título de voluntário como médico, diagnosticando pacientes gratuitamente. Sun Yat Sen foi o primeiro médico a praticar medicina ocidental em Macau. Abriu uma clínica na Rua das Estalagens e ganhou a admiração das gentes da terra.

12 Out 2021

“Kompasu” | Içado sinal 1 de tempestade tropical

Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) içaram hoje o sinal 1 de tempestade tropical devido à passagem pelo território do ciclone tropical “Kompasu”.

Segundo um comunicado, na manhã desta terça-feira os SMG “vão considerar” içar o sinal 3. Em relação ao sinal 8, poderá ser içado entre a noite desta terça-feira e o início da manhã de quarta-feira, sendo essa possibilidade “relativamente alta”.

Às 23h o “Kompasu” estava a cerca de 870 quilómetros a lés-sueste de Macau, com direcção à Ilha de Hainan. Nas pontes, o vento pode atingir, ocasionalmente, o nível forte com rajadas. O vento deverá intensificar-se nas próximas horas, sobretudo a partir da noite de terça-feira. Nesse período o tempo “vai ser instável, havendo aguaceiros ocasionais e trovoadas”.

12 Out 2021

“Kompasu” | SMG prevêem tempestade mais forte do que “Lionrock”

Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) garantem que a próxima tempestade a passar pelo território, de nome “Kompasu”, deverá ter uma intensidade “mais forte” do que o “Lionrock”, “existindo a hipótese de poder atingir o nível de tufão”. Tal deve-se, em parte, à passagem de uma monção nordeste que se irá intensificar nos próximos dias.

Neste contexto, “nos próximos dias o tempo na região irá tornar-se instável, havendo aguaceiros e trovoadas”, com uma intensificação do vento.

A partir da meia noite de terça-feira que o “Kompasu” deverá encontrar-se a menos de 800 quilómetros de Macau, tendo uma trajectória “relativamente consistente e estável”. Os SMG prevêem que possa “atravessar rapidamente o Mar do Sul da China nos próximos dias”.

Até esta quarta-feira o “Kompasu” vai passar a sul de Macau, a cerca de 400 quilómetros, deslocando-se depois para Hainan. Segundo a mesma nota, “não se descarta a possibilidade de se emitir o sinal de ventos fortes de monção” numa primeira fase. Só depois é que os SMG planeiam emitir o sinal de tempestade “de acordo com a situação”. Nos próximos dias há ainda possibilidade de ocorrer inundações nas zonas baixas do território.

Entretanto o Instituto Cultural (IC) realizou hoje uma inspecção ao estado do património após a passagem do ciclone tropical “Lionrock”, sendo que o estado geral dos bens imóveis classificados de Macau “está basicamente intacto”. O IC descreve que ocorreram apenas algumas infiltrações de água no telhado de alguns edifícios, além de que o templo de Sin Fong ficou “inundado por um curto período” de tempo, devido ao facto de estar localizado numa zona baixa da cidade.

Quanto à chegada do “Kompasu”, o IC apela aos responsáveis dos edifícios classificados para se “manterem vigilantes” e tomarem medidas atempadas para garantir a sua segurança.

11 Out 2021

Covid-19 | Anunciadas medidas para garantir emprego e sobrevivência do comércio

O Governo anunciou hoje “oito medidas destinadas a manter a sobrevivência dos estabelecimentos comerciais e assegurar o emprego”, em resposta à crise provocada pela pandemia de covid-19.

A bonificação de juros de créditos bancários para as pequenas e médias empresas (PME), alterações às condições de pedido de empréstimos sem juros para as PME e o ajustamento do reembolso de empréstimos sem juros são três das decisões tomadas pelas autoridades.

O Governo prometeu também incentivar a abanca a ajudar as empresas no reembolso dos empréstimos e as instituições financeiras a oferecerem benefícios nas taxas cobradas.

As autoridades anunciaram também a isenção do pagamento de rendas e retribuições dos bens imóveis pertencentes ao Governo, por um período de três meses, o incentivo aos proprietários de estabelecimentos comerciais na redução das rendas e a prestação de apoio aos operadores e às pessoas empregadas.

Neste último caso, os residentes de Macau contribuintes do imposto profissional com rendimentos de trabalho não superiores a 144 mil patacas e alguns profissionais liberais vão receber um apoio extraordinário de dez mil patacas.

Já os contribuintes do imposto complementar de rendimentos e do segundo grupo do imposto profissional que não tenham obtido lucros operacionais em 2020 vão receber entre dez mil e 200 mil patacas.

11 Out 2021

Tufão | Lionrock “massacrou” território com cheias e ventos fortes

A passagem do tufão Lionrock causou seis feridos ligeiros e inundou a cidade, com maior incidência no Cotai e Taipa. As autoridades intervieram em 35 ocorrências, entre queda de janelas, reboco e retirada de pessoas presas em veículos

[dropcap]O[/dropcap] Tufão Lionrock, que passou por Macau no fim-de-semana, causou seis feridos ligeiros e obrigou as autoridades a intervirem em 35 ocorrências. Com o sinal de tufão número 8 a ser içado pela primeira vez este ano na madrugada de sábado, aos ventos fortes seguiram-se cheias, que atingiram o território com maior incidência, numa altura em que o sinal tinha sido reduzido para o número 3.

“O Centro de Operações de Protecção Civil (COPC) registou um total de 30 incidentes, nomeadamente 22 casos de queda de reboco, reclamos, janelas, toldos ou outros objectos e remoção de objectos com risco de queda”, foi revelado, num primeiro balanço, antes das cheias. “Foram também registados 6 casos de residentes com ferimentos ligeiros causados pela tempestade tropical”, acrescentaram as autoridades.

No balanço das operações de resposta ao Tufão foi igualmente indicado que não houve feridos graves nem mortes.

Contudo, devido aos ventos fortes e cheias 21 pessoas precisaram de utilizar os quatro centros de acolhimento do Instituto de Acção Social, o centro da Ilha Verde, do Campo dos Operários, do Centro de Acção Social da Taipa e Coloane e da Escola Superior das Forças de Segurança de Macau.

No âmbito das operações de combate às infracções durante tufões, o Corpo de Polícia de Segurança Pública detectou ainda quatro casos de taxistas que negociaram preços com clientes e um que se recusou a prestar o serviço.

Rotunda do Lótus inundada

Após o sinal de tufão ter baixado para número três, às 02h de ontem, abateram-se sobre Macau fortes chuvadas, que levaram ao registo de mais cinco ocorrências.

A intensidade da chuva fez-se sentir um pouco por todo o território levando a várias ocorrências, como carros presos na estrada e deslizamentos de terra. Segundo os números oficiais, citados pelo canal chinês da TDM, os bombeiros foram chamados para cinco ocorrências nas Ilhas, sem que tenha havido feridos.

No entanto, entre as pessoas resgatadas constam dois passageiros de um veículo que ficou preso na Rotundo Flor de Lótus, no Cotai, devido às cheias. A operação de salvamento decorreu por volta das 10h. Além do casal, mais três homens também ficaram presos nas viaturas e tiveram de ser retirados e colocados num lugar seguro pelo Corpo de Bombeiros.

As ilhas foram ainda afectadas por deslizamentos de terras e pedras nas traseiras do Edifício Greenville, na Rotunda Leonel de Sousa e na paragem de autocarro Piscina de Cheoc Van-1. Nestes acidentes não houve registo de feridos.

11 Out 2021

TNR nepaleses e vietnamitas obrigados a fazer testes

As autoridades detectaram dois casos positivos de covid-19 relativos a trabalhadores não-residentes do Interior da China e Vietname, e declararam nepaleses e vietnamitas como grupos de alto risco de infecção

 

O Executivo definiu todos os vietnamitas e nepaleses não-residentes em Macau como grupos de alto risco de infecção de covid-19. A decisão de testar as pessoas com base na nacionalidade foi anunciada no sábado, após de terem sido identificado os casos 76.º e 77.º, com nacionalidades chinesa e vietnamita.

Além de vietnamitas e nepaleses, também as classes profissionais de trabalhadores de obras de remodelação, pessoal de lavandarias e seguranças foram classificados como de grupos de riscos. A classificação implica que estes grupos sejam sujeitos a quatro testes de ácido nucleico, intercalados por um dia. O Executivo espera que o procedimento fique concluído até à próxima semana.

“Esta medida não é de todo discriminatória, tem por base uma avaliação dos riscos, tendo em conta que os casos recentes ocorreram com pessoas de nacionalidades nepalesa e vietnamita”, defendeu Leong Iek Hou, médica.

Ontem, os Serviços de Saúde (SSM) ainda não sabiam a dimensão dos grupos de alto risco. “Ainda estamos a fazer as estatísticas, mas com base na marcação, houve 11 mil marcações hoje [ontem] e amanhã [hoje] há mais de 4 mil, o que faz com que haja um total de mais de 15 mil agendamentos”, afirmou Tai Wa Hou. “Este é o cálculo que temos até agora”, acrescentou.

 

Novas infecções

No sábado foram identificados mais dois casos de infecção em pessoas que receberam as duas doses da vacina da Sinopharm. O primeiro caso é relativo a um trabalhador não-residente do Interior, com 53 anos. O homem vivia na mesma casa que o 75.º caso, e também era pedreiro. O segundo caso envolve uma empregada doméstica vietnamita, com 49 anos, que trabalhava no edifício Bayview, na Areia Preta.

A empregada foi colocada de quarentena, mas antes esteve com o empregador, um homem que trabalhou no centro de testes em massa do Hospital Kiang Wu. O contacto levantou questões sobre o possível contágio num dos maiores centros de testagem do território, mas os SSM dizem que o risco é baixo.

“Durante o procedimento ele estava equipado com o fato de protecção. Durante o descanso, tirou a máscara e falou com presentes. Todas essas pessoas estão classificadas como contacto próximo de segunda via, mas não houve contacto directo com o público”, afirmou Tai Wa Hou, médico e coordenador do programa de vacinação. “Segundo a nossa avaliação, o risco de transmissão é baixo”, considerou.

 

Transferência com tufão

O fim-de-semana ficou também marcado pela transferência das pessoas que estavam em quarentena no Edifício San Mei On, onde habitava o caso 75.º, 76.º e 77.º, para o Hotel Tesouro. A mudança ocorreu durante a passagem do tufão Lionrock, quando estava içado o sinal número três, e depois de se concluir que o edifício que estava classificado com código vermelho não tinha condições necessárias para garantir que não haveria mais casos.

Segundo Alvis Lo, director dos SSM, a decisão teve por base as “dificuldades no apoio à sobrevivência e à realização de testes de ácido nucleico” durante a passagem do tufão.

A transferência foi realizada numa lógica de circuito fechado, sem contacto com a comunidade, e envolveu mais de 800 pessoas e um total de 400 quartos. A organização das pessoas pelos espaços ficou a cargo da Direcção de Serviços de Turismo.

 

 

Regresso a Zhuhai

O Governo anunciou ontem um mecanismo para que os alunos com menos de 14 anos que vivem em Zhuhai possam regressar a casa, a partir de amanhã. A medida envolve 500 estudantes e cada um pode fazer-se acompanhar de um adulto. Antes de partirem para Zhuhai os alunos têm de fazer um teste e depois quarentena em casa. A medida não está disponível para todos os alunos retidos, apenas para os que cumpre os critérios negociados entre Macau e Zhuhai, que não foram revelados.

11 Out 2021

Centro de acolhimento da Cáritas com pico de migrantes desalojados

Paul Pun revelou que o centro de acolhimento da Cáritas recebeu na quarta-feira, o maior número de pedidos de ajuda desde 25 de Setembro, por parte de trabalhadores migrantes desalojados em Macau. Para o responsável, a população deve “trabalhar em conjunto” para promover a abertura das fronteiras

 

O secretário-geral da Cáritas, Paul Pun revelou que, desde que o centro de acolhimento destinado a abrigar trabalhadores migrantes desalojados em Macau começou a operar, foi registado um pico de pedidos de ajuda na passada quarta-feira.

“Ontem [quarta-feira] foi o dia com maior procura por abrigos desde o dia 25 de Setembro. O número de pessoas que recorre ao serviço é variável, dado que a situação continua a prolongar-se e mais pessoas começaram a tomar conhecimento do serviço que está a ser prestado pela Cáritas e acabam por ficar no abrigo temporário”, partilhou o responsável ao HM, acrescentando que um número exacto será divulgado mais tarde pelo Governo.

Recorde-se que a Cáritas Macau começou a disponibilizar abrigos aos trabalhadores não residentes (TNR), na sequência de ter sido identificado a 25 de Setembro, um primeiro surto depois de uma residente de Macau oriunda da Turquia e outros seis casos conexos terem sido diagnosticados com covid-19. A situação agravou-se dias depois, quando, após diagnosticados novos casos a 2 de Outubro, as autoridades de Zhuhai terem decidido decretar quarentena obrigatória de 14 dias para todos os que se deslocam de Macau para o território vizinho.

Segundo Paul Pun, as pessoas que tem recorrido ao abrigo “estão satisfeitas e agradecidas” por utilizar os serviços prestados pela Cáritas sob a alçada do Instituto de Acção Social (IAS), sendo que 90 por cento dos utilizadores dizem respeito a TNR e os outros 10 por cento são residentes locais.

Questionado sobre o impacto que os sucessivos surtos de covid-19 e o prolongamento das restrições fronteiriças estão a ter na população, o secretário-geral da Cáritas não tem dúvida que os residentes de Macau enfrentam actualmente “muitas incertezas” e que há “quem não vislumbre qualquer futuro”.

“De uma maneira geral, os residentes de Macau estão debaixo de grande pressão e encaram muitas incertezas, pois não sabem quanto tempo mais é que esta situação vai durar. Outras pessoas não veem qualquer futuro neste momento”, partilhou.

 

Unir esforços

Contudo, Paul Pun defende que as “mudanças dramáticas” que a população tem vivenciado nos últimos tempos têm contribuído, de certa forma, para ensinar os residentes a “enfrentar dificuldades” e a “preocupar-se mais uns com os outros”. “Temos visto cada vez mais voluntários a oferecer-se para nos ajudar”, vincou.

“A Cáritas serve para preencher as lacunas existentes. Não temos poder nem recursos, mas com a ajuda dos voluntários conseguimos resolver alguns problemas”, referiu Paul Pun.

Sobre o progressivo retorno à normalidade, que passará pela reabertura de fronteiras ao exterior, o responsável sublinhou que tal só será uma realidade se a população for capaz de trabalhar em conjunto e aderir à vacinação.

“Acho que ninguém pode tomar a decisão de abrir as fronteiras. Essa mudança deve ser feita por toda a sociedade, não apenas pelo Governo. Quando os cidadãos de Macau trabalharem em conjunto, as mudanças vão acontecer. Isto quer dizer que nos devemos proteger [através da vacinação], cumprir todas as medidas de prevenção epidémica e ajudar-nos uns aos outros”, apontou Paul Pun.

10 Out 2021

Associações de Táxis pedem orientações para desinfectar viaturas

Além de referirem que os profissionais do sector têm uma elevada taxa de vacinação e fazem uso escrupuloso da máscara, as associações de taxistas querem indicações claras sobre como devem desinfectar as viaturas

 

O sector dos táxis está preocupado com a falta de orientações dos Serviços de Saúde (SSM) sobre como deve ser feita a desinfecção das viaturas, principalmente numa altura em que se vive novo surto. As declarações foram prestadas por representantes da Associação Geral de Condutores de Táxi de Macau e Associação dos Comerciantes e Operários de Automóveis de Macau, ao Jornal do Cidadão.

De acordo com Leng Veng Sai, presidente da Associação dos Comerciantes e Operários de Automóveis de Macau, há um medo generalizado, que levou muitos condutores a não trabalharem nos últimos dias.

Por um lado, Leng sublinhou que o sector é dos que tem maior taxa de vacinação, devido ao entendimento entre taxistas que a profissão exige contacto próximo com o público. Por outro, admitiu que o novo surto levou a que muitos optassem por deixar as viaturas paradas, por medo de serem contagiados.

Neste sentido, o dirigente associativo pediu aos SSM orientações sobre a melhor forma de desinfectar viaturas, incluindo os produtos mais aconselhados.

Este cenário de “terror” foi igualmente partilhado por Kuok Leong Son, presidente da Associação Geral de Condutores de Táxi de Macau. De acordo com Kuok muitos motoristas deixaram de aceitar o pagamento com dinheiro vivo, por considerarem que é perigoso. Como alternativa, pediram aos clientes o pagamento através de meios de pagamentos electrónicos.

 

Adeus ao ouro

A questão do vírus está longe de ser a única preocupação do sector nesta altura. O relato dos representantes associativos mostra também uma indústria em colapso, sem clientes.

Segundo as palavras de Kuok Leong Son, o expoente da crise foi a Semana Dourada. Ao contrário do habitual, em que este período costumavam ser uma época alta, o surto veio mudar tudo. Kuok explicou que as receitas, sem contar com as despesas, caíram para 200 patacas por dia, quando no ano passado tinham sido de 800 patacas. “Os taxistas achavam que o 1.º de Outubro ia ser uma oportunidade para terem mais clientes, mas foi tudo muito desapontante, os rendimentos ficaram muito aquém” reconheceu o presidente da Associação Geral de Condutores de Táxi de Macau.

Kuok revelou também que neste “novo normal” muitos taxistas começaram a distribuir comida take-away, profissão onde ganham mais dinheiro.

Leng Veng Sai traçou um cenário semelhante, apontado que um profissional que actualmente trabalhe entre as 8h e as 13h limita-se a ter rendimentos de 200 patacas por dia. Por isso, Leng explicou que grande parte dos táxis preferem deixar os carros parados, nos locais disponibilizados pelo Governo, onde não têm de pagar renda, porque se estiverem a trabalhar no sector estão a perder dinheiro.

10 Out 2021

Restrições deixam menina de 11 anos sozinha em Zhuhai

Uma família retida em Macau apelou à ajuda do Governo para poder fazer quarentena na casa em Zhuhai, onde está uma filha de 11 anos sozinha. De acordo com um artigo publicado ontem no jornal Ou Mun, em causa está um agregado familiar com seis membros, residentes de Macau a viver no outro lado da fronteira.

Como os pais trabalham em Macau, e os avós vieram acompanhar o neto no regresso às aulas, acabaram todos por ficar retidos na RAEM, com o surgimento do surto da semana passada, a 4 de Outubro. Para regressarem, os cinco membros precisam de cumprir um período de quarentena de 14 dias. Ao mesmo tempo, o agregado tem uma criança de 11 anos a viver sozinha, no outro lado da fronteira.

A situação foi relatada pelo avô, um homem de apelido Chan, com 73 anos, que se mostrou muito preocupado com toda a situação. Quando falou ao jornal, Chan contou que estavam a ser tratadas as formalidades, através de um mecanismo entre a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude e as autoridades do Interior, para que alguém do agregado familiar pudesse passar a fronteira e tomar conta da criança. Contudo, as declarações foram prestadas numa situação em que não havia a certeza se o mecanismo ia ser aplicado.

Além disso, Chan queixou-se de sofrer de uma doença crónica e não encontrar em Macau uma clínica que lhe forneça os tratamentos adequados.

Nesta situação, a família espera que haja flexibilidade das autoridades para poder cumprir a quarentena na casa em Zhuhai.

Retenção colectiva

Além da família com a filha retida, o Ou Mun relatou igualmente o caso de um agregado familiar de quatro membros, que pretende enviar os dois filhos para Zhuhai, onde têm familiares para tomar conta deles.

De acordo com a versão da família Chang, os filhos estão retidos em Macau, assim como os pais, mas estes não têm possibilidade de tomar conta das crianças, porque precisam de trabalhar.

Além de terem sido obrigados a arrendar uma casa com um único quarto e cama à última da hora, os Chang pretendem enviar os filhos para fazerem quarentena na casa de Zhuhai, onde têm familiares à espera para tomarem conta deles.

A família espera assim que o mecanismo entre a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude e as autoridades do Interior se mostre eficaz nesta situação.

Até ontem, o mecanismo não estava em vigor e Wong Ka Ki,  chefe do Departamento de Ensino da DSEDJ, informou que as negociações entre as duas partes ainda estavam a ser feitas e que Macau precisava de fornecer mais informações.

10 Out 2021

Governo surpreende e encerra postos de testagem antes do previsto

O médico Tai Wa Hou afirmou que o objectivo dos SSM não passa só pelas necessidades da população, mas também por “poupar esforços” do pessoal de saúde. Ontem, foi reconhecida pela primeira vez a existência de casos de infecção local

 

Apesar de ter anunciado que a testagem à população ia ter a duração de três dias, os Serviços de Saúde de Macau (SSM) fecharam ontem quase todos os postos, ao fim do segundo dia, com um pré-aviso de seis horas. A decisão apanhou a população de surpresa, porque foi tomada sem indicação prévia e durante várias horas não houve informações sobre que postos ficariam a operar, dizendo-se unicamente que “manter-se-á aberta apenas uma pequena parte dos postos”.

Durante a conferência de imprensa sobre a pandemia, o médico Tai Wa Hou foi questionado sobre se o encerramento dos postos não era uma medida “desonesta”. Porém, Tai recusou essa ideia, e sublinhou que o importante é proteger o pessoal médico para “outras batalhas”.

“Logo no início tínhamos dito que gostaríamos de finalizar todos os testes em dois dias, portanto ficámos sempre a monitorizar a situação de todos os postos, a avaliar a distribuição e das recolhas das amostragens”, começou por explicar, o médico para depois justificar a “surpresa”. “Para a população pode parecer que o sistema está cada vez melhor, com base nesta terceira ronda de testes, mas, na verdade, o nosso trabalho é muito pesado […] E o nosso objectivo não é só satisfazer as necessidades da população, mas cuidar do nosso pessoal e poupar esforços para outras batalhas”, acrescentou.

Apesar do encerramento, as pessoas podem fazer as marcações desde as 21h de ontem para os postos de Centro Cultural, Fórum Macau, Centro de Actividades do Patane, Centro Desportivo de Mong Há, Campo da Federação dos Operários e Estádio Olímpico da Taipa.

Por outro lado, nos testes feitos até às 21h de ontem tinham sido efectuados 673.881 testes, dos quais 540.813 tiveram resultados negativos. Entre estes, houve duas amostras positivas, reconheceu Tai, mas depois de terem sido feitos testes individuais, todos os resultados foram negativos: “Houve dois casos de testes de mistura que acusaram positivo. Foram cerca de 20 amostras, mas depois fizemos um teste individual e conseguimos resultados negativos”, explicou.

 

Zona de alto risco

Apesar de na terça-feira os SSM terem recusado que Macau fosse um lugar de médio e alto risco de contágio por covid-19, a cidade de Doumen não se deixou convencer. Logo pela manhã, o distrito de Zhuhai lançou uma directiva a classificar a RAEM como zona de alto e médio risco.

Sobre a classificação, Leong Iek Hou atirou responsabilidades para a capacidade de Doumen lidar com a pandemia: “As cidades e províncias do Interior podem ter diferentes capacidades para assumir os riscos […] respeitamos a decisão”, afirmou.

Durante a conferência, os SSM ainda não sabiam se havia outras províncias ou cidades a adoptarem a mesma classificação para a RAEM.

Contudo, o momento de ontem ficou marcado pelo reconhecimento de que também há casos locais de infecção.

Quando questionado se Macau recusava admitir casos de infecção local para que os números não aparecessem nos dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Executivo recusou esse cenário. Pela primeira vez foram reconhecidos casos locais. “Na verdade, temos dois tipos de casos: importado e local. […] os casos locais podem ter origem numa infecção local ou num caso conexo a caso importado”, afirmou Tai. “Todos os conhecidos recentemente são casos locais conexos a importados”, acrescentou.

 

Vacina eficaz

Os casos mais recentes em Macau tinham em comum o facto de as pessoas infectadas terem sido inoculadas com a vacina da Sinopharm. Perante isto, os SSM foram questionados sobre a eficácia da vacina proveniente do Interior e se a sua qualidade seria inferior à da BioNTech.

Na resposta, Tai Wa Hou respondeu com a diferente proporção de vacinados: “Afirmar que poderá haver uma relação nas infecções e na vacina Sinopharm é um desentendimento. A maior parte da população está vacinada com a Sinopharm, a minoria é que recorreu à BioNTech, apenas 14 por cento”, afirmou”. Não é verdade que só as pessoas que apanharam a vacina da Sinopharm é que ficam infectadas”, frisou.

No mesmo sentido, Tai recusou também a possibilidade de a vacina fazer com que haja mais casos, pelo contrário. Segundo o médico, se não fosse a vacinação, em vez de “quatro ou cinco casos” poderia haver “mais de mil”.

7 Out 2021

Coutinho quer injecção de 10 mil patacas e abertura de fronteiras

Face aos novos casos de covid-19, Pereira Coutinho defende a injecção de mais 10 mil patacas nos cartões de consumo até ao final de 2021. A pensar nas minorias, estrangeiros e na recuperação económica, o deputado quer que o Governo elabore uma estratégia de abertura de fronteiras mais ambiciosa

 

[dropcap]À[/dropcap] luz do impacto que os novos surtos de covid-19 estão a provocar na economia e no tecido social de Macau, Pereira Coutinho defende que o Governo deve atribuir mais 10 mil patacas a cada residente e apresentar “com precisão” uma estratégia de abertura ao exterior.

O deputado considera “fundamental” recarregar os cartões de consumo dos residentes até ao final do ano, dado que os montantes já estão “esgotados” devido à necessidade de saldar despesas individuais e familiares, e para ajudar as Pequenas e Médias Empresas (PME), que continuam a sofrer com a falta de turistas.

“O Governo deve (…) proceder, de imediato, à injecção de verbas nos cartões de consumo. Esta é a única forma directa para resolver os problemas familiares e sociais dos cidadãos de Macau e dar um pouco de fôlego às PME. Há um mês tínhamos proposto a injecção de 5 mil patacas ao Chefe do Executivo, mas, neste momento, sugerimos 10 mil patacas, pois com a evolução da pandemia, o encerramento de espaços e as restrições de entradas e saídas dos residentes [é preciso mais]”, apontou ao HM.

Contudo, Pereira Coutinho considera que, “mais importante”, é o Governo resolver, a médio e longo prazo, a questão da abertura das fronteiras de Macau ao exterior. Para isso, o deputado defende a elaboração de um plano de abertura, a partir do momento em que a taxa de vacinação do território atinja os 80-85 por cento, que não deixe de fora os “direitos das minorias” e dos estrangeiros.

“O Governo tem de dizer, com precisão, qual o caminho e qual a estratégia de abertura de Macau ao exterior. Ou seja, definir em que condições a sociedade civil deve colaborar para que Macau volte à normalidade. Não podemos estar fechados eternamente. Se não morremos de covid-19, vamos morrer dos problemas financeiros. Há muita gente que está sob pressão, nomeadamente jovens, famílias, pessoas que perderam o emprego e outros que estão a meio-gás e só trabalham 15 dias por mês”, vincou o deputado.

 

Ir mais longe

 

Apontando que, à luz da actual política nas fronteiras, “estamos a viver uma situação dramática e caótica”, tanto os residentes como o Governo têm de se “consciencializar” de que “vamos viver com a covid-19 durante muito tempo” e a única solução passa pela vacinação.

Por isso, Pereira Coutinho é da opinião de que, ao abrigo do princípio “Um País, Dois Sistemas” e das especificidades de Macau, o Governo deve ponderar “abrir um pouco mais” ao exterior do que a China. Isto, quando, do lado de lá, a criação de uma barreira imunológica não garante a abertura das fronteiras.

“Ao abrigo do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’, temos de trabalhar por nós próprios e fazer valer a nossa circunstância, de que há situações em que teremos de abrir um pouco mais do que o Interior da China”, começou por sublinhar ao HM.

“Se seguirmos a perspectiva do Interior da China, mesmo que os cidadãos de Macau estejam todos vacinados, podemos não abrir as fronteiras. Em Macau temos minorias, há estrangeiros que não têm facilidade de entrar na China ou que nem conseguem entrar em Macau. Isto prejudica muito, além de que os 21 dias de quarentena actualmente em vigor (…) são um grande obstáculo”, rematou.

Sobre a alteração repentina das medidas nas fronteiras que deixou mais de um milhar de estudantes e trabalhadores desalojados em Macau e sem a possibilidade de regressar a Zhuhai, o deputado fala em “drama social”. Assim sendo, pede maior clarificação da população acerca das implicações de viver do outro lado da fronteira. Sobretudo quando está em marcha a promoção da cooperação entre Macau e Guangdong em Hengqin.

“O Governo tem de dizer, com toda a honestidade e seriedade, que as pessoas ao fazerem a mudança da sua residência habitual além das fronteiras de Macau, podem ter esses problemas [nas fronteiras] que depois afectam o seu dia a dia”, referiu.

7 Out 2021

Frederico Rosário prometeu cobrir perdas em criptomoedas de familiares e amigos

[dropcap]F[/dropcap]rederico Rosário, filho de Rita Santos, prometeu pagar à família e amigos mais próximos o dinheiro perdido no esquema de investimento de minerização de criptomoeda. A versão foi relatada, ontem, por Mirtilia Lameiras, prima de Rosário, em mais uma sessão do julgamento, em que o arguido e Dennis Lau, empresário de Hong Kong, são acusados da prática de 48 crimes de burla.

Segundo a testemunha, após os investidores terem deixado de receber os pagamentos prometidos foi organizada uma reunião para Frederico Rosário explicar à família e amigos mais próximos a razão dos problemas.

O encontro foi agendado, entre Junho e Julho, para casa de Mirtilia Lameiras e contou com a participação de mais de 15 pessoas.

“Ele imprimiu uns documentos e explicou-nos que tinha sido enganado, disse-nos que o Dennis Lau tinha tirado o dinheiro todo das contas”, relatou Mirtilia. “Também no início da reunião, ele comprometeu-se a pagar o dinheiro perdido. Mas, eu optei por desistir [de receber], porque o montante que tinha investido não era elevado e achei que ele devia pagar antes a outras pessoas”, acrescentou.

Mirilia foi ainda questionada sobre se o pagamento das dívidas ia ser feito com os fundos pessoais do arguido ou com o montante das empresas Genesis e Forgetech, que geriam o programa de minerização, mas não soube responder.

Segundo as contas apresentadas, a testemunha terá investido 100 mil dólares de Hong Kong e ficou sem 75 mil dólares, além de não ter recebido o retorno prometido de 20 por cento.

Apesar das perdas, Mirtilia defendeu o primo. “Não acredito que ele alguma vez me tenha tentado enganar”, contou em tribunal. “Se houve intenção de enganar alguém, foi do Dennis Lau e não do Frederico Rosário”, reiterou.

Acreditando na boa-fé do primo, Mirtilia afirmou que não queria ver Rosário responsabilizado criminalmente nem obrigado a pagar-lhe os 75 mil dólares de Hong Kong

Tudo recuperado

A sessão de ontem do julgamento foi encurtada, após as orientações do Chefe do Executivo para que os funcionários públicos ficassem em casa, de forma a evitar a propagação da covid-19.

Antes da interrupção foi ainda ouvida outra testemunha, Jocelino Santos. Este fez um investimento de 100 mil dólares de Hong Kong na minerização de criptomoeda.

No entanto, quando os pagamentos foram interrompidos, Jocelino já tinha recuperado o montante inicialmente investido, pelo que apenas foi lesado nos retornos.

A testemunha explicou ter feito o investimento em conjunto com amigos, por insistência destes, e no final afirmou que não pretendia ser ressarcida, porque não tinha perdido dinheiro.

6 Out 2021

Falta de informações e ausência de aulas online preocupam pais da Escola Portuguesa de Macau

A falta de informação quanto a planos lectivos e aulas online preocuparam alguns pais de alunos da Escola Portuguesa de Macau. Após contactada pelo HM, a direcção da escola comunicou aos pais que as aulas online arrancam na sexta-feira

[dropcap]A[/dropcap]lguns encarregados de educação da Escola Portuguesa de Macau (EPM) ficaram agastados com a falta de informações e planeamento sobre o decorrer das aulas. A situação foi explicada, ao HM, por pais que pediram para não ser identificados e pelo presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Portuguesa de Macau (APEEEP), numa altura em que ainda não tinha sido comunicado que as aulas são retomadas na sexta-feira, no formato online.

Segundo foi relatado ao HM, desde que as escolas foram encerradas, e durante a Semana Dourada, estava previsto que até ontem não houvesse aulas presenciais, mesmo sem novos casos de covid-19. Os planos iniciais apontavam o dia de hoje como a data de regresso à escola.

No entanto, ontem antes das 19h a direcção da escola ainda não tinha comunicado com os pais.

Nessa altura, já tinham sido publicados os despachos do Chefe do Executivo a encerrar serviços públicos e espaços de entretenimento.

“É inconcebível que ainda não haja aulas online a decorrer e que não tenhamos informações sobre como vão decorrer as aulas a partir de amanhã [hoje]”, relatou um pai, ao HM. “É inconcebível voltarmos a estar nesta situação [depois de se ter verificado o mesmo no ano lectivo passado]. Já devia haver um plano para que quando houvesse suspensão das aulas presenciais o ensino online pudesse arrancar logo”, acrescentou.

O encarregado de educação comparou ainda a EPM com outras escolas internacionais, como a Escola das Nações, The International School e o Colégio Anglicanos de Macau, onde afirmou que as aulas online arrancaram na semana passada. “Nas outras escolas vimos que as aulas arrancaram imediatamente, como já tinha acontecido no ano lectivo passado. Só a EPM é que não adoptou logo o sistema de ensino online”, lamentou. “A EPM tem de começar a dar prioridade aos alunos, que não podem ficar prejudicados”, frisou.

Atrasos preocupam

Ao HM, também o presidente da APEEEP se mostrou preocupado com a falta de informações. “Confirmo que não está a haver aulas online e apenas alguns professores têm enviado trabalhos de casa. Não há uma rotina comum a todos os professores e efectivamente estamos preocupados”, começou por explicar Filipe Regêncio Figueiredo.

O responsável apontou que a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) deixou ao critério das escolas encontrarem uma solução para as aulas. Nessas orientações foi recomendado que as aulas só fossem retomadas após o fim do teste a toda a população, marcado para amanhã.

No entanto, o presidente da APEEEP lamentou que ontem os pais ainda não soubessem o que estava a ser planeado pela direcção. “Era bom que os planos [sobre as aulas] fossem comunicados aos encarregados de educação, para sabermos o que estão a pensar fazer”, indicou. “Até as orientações que têm sido recebidas têm vindo apenas dos directores de turma. Nem essas informações são uniformes”, destacou.

Apesar da falta de informação, Filipe Regêncio Figueiredo considerou que a situação mais preocupante é dos alunos que têm exames nacionais: “Se em Portugal não há suspensão de aulas, e os exames vão ser iguais para todos, temos um problema grave que afecta os alunos de Macau, porque há o risco de as matérias avaliadas não serem todas leccionadas”, explicou.

Informação aos pais

Confrontado com as queixas dos pais, o director da EPM, Manuel Peres Machado, considerou que a escola tem seguido as orientações Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ). “As queixas não têm fundamento porque seguimos as orientações da DSEDJ”, considerou.

Ainda assim, o director da EPM prometeu que até ao final de ontem seria emitido um comunicado. “Posteriormente, sairá uma comunicação sobre esse assunto. Não vou acrescentar informação, porque quero que sejam os pais a saber primeiro”, afirmou.

Horas depois, por volta das 19h, a EPM enviou um comunicado aos pais a informar que, salvo indicações em contrário, as aulas começam online na sexta-feira, com os horários a serem facultados pelos docentes directores de turma.

6 Out 2021

Espaços de diversão e serviços públicos encerrados devido a surto de covid-19

No seguimento do novo surto de covid-19, os espaços de diversão estão encerrados desde a meia-noite por tempo indeterminado. Também os SAFP anunciaram que os trabalhadores dos serviços públicos estão dispensados de comparecer ao serviço até ao final do dia de amanhã

 

 

[dropcap]O[/dropcap] Chefe do Executivo emitiu ontem um despacho a decretar, por tempo indeterminado, o encerramento de espaços de diversão. A medida está em vigor desde a meia-noite de hoje.

“A partir das 00h00 do dia 6 de Outubro de 2021, são encerrados os cinemas, teatros, parques de diversão em recintos fechados, salas de máquinas de diversão e jogos em vídeo, cibercafés, salas de jogos de bilhar e de bowling, estabelecimentos de saunas e de massagens, salões de beleza, ginásios de musculação, estabelecimentos de health club e karaoke, bares, night-clubs, discotecas, salas de dança e cabaret”, pode ler-se no despacho publicado ontem.

Por seu turno, a Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) anunciou que, até ao final do dia de amanhã, os trabalhadores dos serviços públicos estão dispensados de comparecer nos locais de trabalho.

A decisão, tomada ao abrigo de um outro despacho do Chefe do Executivo emitido na sequência do mais recente surto de covid-19 em Macau, tem como objectivo “reduzir o risco da sua propagação”, mas sublinha, contudo, que os dirigentes dos serviços públicos devem tomar medidas adequadas para “assegurar o normal funcionamento dos serviços”, dado que pela sua natureza devem estar “permanentemente à disposição da comunidade”.

Em comunicado, os SAFP reiteraram ainda que os funcionários públicos só devem sair de casa, “salvo em situação urgente”.

“A dispensa de serviço tem como objectivo reduzir o risco da propagação da epidemia, pelo que, salvo em situação urgente e necessária, os trabalhadores a quem for concedida a dispensa de serviço devem evitar sair, permanecendo em casa sempre que possível, para cumprir os seus deveres”, pode ler-se na mesma nota.

A meio-gás

Uma vez divulgadas as orientações, vários departamentos anunciaram a suspensão de serviços, como a Direcção dos Serviços de Identificação (DSI), a Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ), o Instituto de Habitação (IH), Direcção dos Serviços Correccionais, Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSET), a Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) e a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL).

Relativamente à DSI, mantêm-se todos os serviços online e os serviços de auto-atendimento de 24 horas. Deixaram de estar disponíveis pedido urgentes e a entrega dos documentos foi adiada.

Em sintonia com a evolução epidémica, também a DSAJ suspendeu desde as 13h de ontem, todos os serviços públicos (incluindo serviços de registo e notariado, de apostilha e de apoio judiciário), excepto os serviços relativos ao registo de óbitos.

O Conselho dos Magistrados Judiciais decidiu também que os tribunais das diferentes instâncias manterão “um funcionamento limitado” e julgarão apenas os processos com carácter “urgente”.

A Direcção dos Serviços Correccionais suspendeu todos os serviços externos, sendo possível requerer pedidos de visita online a reclusos.

Quanto ao IH, os serviços externos estão suspensos, mantendo-se apenas os serviços online. As candidaturas online de habitação económica mantêm-se em funcionamento.

A Direcção dos Serviços de Finanças suspendeu também a sua sede e subestações, mantendo-se em funcionamento normal, contudo, os quiosques de auto-atendimento, os serviços electrónicos e a aplicação móvel “Macau Tax”.

Quanto à DSAL, está suspensa até ao final de amanhã, a realização de todos os cursos de formação, exames, testes e acções de técnicas profissionais, incluindo os cursos de formação para obtenção do Cartão de Segurança Ocupacional na Construção Civil.

Também o Fundo de Segurança Social (FSS) suspendeu o atendimento ao público. Por seu turno, a Direcção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos apenas prestará previsão e alerta antecipado de meteorologia.

 

 

Bancos com alguns balcões abertos

A Autoridade Monetária de Macau (AMCM) solicitou aos bancos e às instituições de seguros para manter algumas sucursais e agências abertas durante o período de prevenção gerado pelo último surto de covid-19 de Macau. Além de reforçar as medidas anti-epidémicas, a AMCM exige que os bancos e as seguradoras publiquem “com a maior brevidade possível” a lista das agências ou balcões que disponibilizam serviços e o respectivo horário de expediente. A AMCM aconselha ainda a população a recorrer a serviços online e multibancos sempre que possível.

 

Aulas online após testes

O chefe do departamento do Ensino Não Superior da Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), Wong Ka Ki, esclareceu ontem que, após a concretização do plano de testagem em massa, as aulas serão iniciadas online “gradualmente e de forma adequada”. “Sabemos que algumas escolas já o estão a fazer e a enviar trabalhos de casa online. Depois de concluída a testagem em massa vamos iniciar gradualmente e de forma adequada as aulas online”, avançou Wong Ka Ki.

 

Casinos permanecem abertos

Questionada sobre os critérios que permitem manter os casinos abertos enquanto outros espaços de diversão e os serviços públicos encerraram, a médica Leong Iek Hou apontou que tal se deve à “natureza” das actividades praticadas nos diferentes espaços e à propensão para utilizar máscaras. “[Ao contrário dos casinos], devido à natureza das actividades, muitas vezes, durante o funcionamento e operação de espaços como saunas, karaokes e salões de beleza nem sempre os clientes utilizam máscara. Isto apresenta um risco para a comunidade”, explicou a responsável. Relativamente aos serviços públicos, Hou apontou que a suspensão serve de “exemplo” para a população permanecer em casa. Foi ainda anunciado que o Casino Oceanus foi encerrado para desinfecção, por ter feito parte do itinerário de um infectado.

 

Visitas a lares suspensas

O Instituto de Acção Social (IAS) suspendeu desde ontem as visitas de familiares e amigos aos utentes de todos os lares, subsidiados e não subsidiados, que estão sob a gestão do organismo. Contudo, será possível agendar visitas online. “Os familiares com necessidades particulares podem contactar os lares a que pertencem. Se as circunstâncias e condições o permitirem, poderá ser disponibilizado vídeo visita”, informou ontem o IAS.

 

IC fecha instalações

Até ao final do dia de amanhã, todas as instalações culturais subordinadas ao Instituto Cultural (IC) encontram-se encerradas ao público e os serviços externos estão suspensos. De acordo com uma nota oficial, durante o período de encerramento o prazo de devolução dos livros das bibliotecas públicas será prolongado, enquanto os prazos de candidaturas para programas de apoio financeiro e de formação serão adiados.

 

Consulado de Portugal encerrado

O Consulado de Portugal vai estar encerrado até amanhã devido à pandemia, segundo aviso deixado ontem nas redes sociais. “Em correspondência ao apelo e às medidas tomadas pelo Governo da RAEM, tendo em conta a evolução da epidemia da pneumonia causada pelo novo tipo de coronavírus e a fim de reduzir o risco da sua propagação, o Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong encontrar-se-á encerrado entre os dias 6 e 7 de Outubro”, foi comunicado. As pessoas afectadas pelo encerramento vão ser contactadas para o reagendamento das marcações para a renovação de Bilhetes de Identidade e Passaportes, e outros assuntos”.

 

Detectada recaída com baixa carga viral

O médico Tai Wa Hou revelou que durante os testes em massa da população, foi detectada uma amostra mista com resultado positivo para a covid-19. No entanto, explicou que dada a carga viral “muito baixa” o caso foi classificado como “recaída” e a pessoa em questão não irá receber tratamento. “Segundo a nossa análise à sequência genética, existe um risco muito baixo de transmissão e na maioria dos países estes casos não são considerados. Mas, para sermos rigorosos, vamos colocar esta pessoas em observação médica”, partilhou Tai Wa Hou.

 

6 Out 2021

Covid-19 | Iniciada testagem em massa após três novos casos

Após a confirmação do 72º e do 73º caso de covid-19 em Macau, começou ontem à noite a 3ª ronda de testes à população. Alvis Lo quer que a testagem seja feita em 48 horas e apela à população para ficar em casa para diminuir o risco de contágio

Seis dias depois do fim do 2º plano de testagem massiva, começou ontem às 21h a 3ª ronda de testagem em massa da população. A medida foi tomada no seguimento da confirmação de um novo caso de covid-19 em Macau e anunciada pelo director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo Iek Long. Horas mais tarde foram confirmados dois outros casos conexos.

O primeiro caso diagnosticado ontem de manhã obrigou ao cancelamento de medidas que iam ser implementadas no mesmo dia, incluindo a possibilidade de deslocação para Zhuhai de pessoas inoculadas contra a covid-19, pelo menos uma dose, e com um teste negativo nas últimas 48 horas. As aulas, que deveriam ter recomeçado ontem, depois de canceladas após o último surto, também continuam suspensas.

“Vamos arrancar com uma nova ronda de testes em massa, para concluir em três dias, ou, se possível, em 48 horas. Vamos aperfeiçoar algumas medidas, nomeadamente reduzir o número de postos para 41 (…) porque [na última vez] houve postos com poucos atendimentos”, começou por dizer ontem Alvis Lo, na conferência de imprensa do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus.

“Mais de 40 mil pessoas fizeram ontem [domingo] o teste de ácido nucleico para poderem passar a fronteira. Mas, com o novo caso confirmado, suspendemos a medida [de isenção de quarentena] para permitir a deslocação entre Macau e Zhuhai”, acrescentou.

Ao contrário da última ronda, desta vez haverá 41 postos de testagem em vez de 52, sem isenções para quem tenha realizado o teste de ácido nucleico por sua iniciativa nas 24 horas anteriores. De forma inédita, foi também deixada a nota de que as pessoas vacinadas contra a covid-19, apenas devem ser testadas após 24 horas a contar a partir da saída do local de inoculação.

À semelhança das rondas anteriores, a população de Macau tem três dias para, após prévia marcação online, se dirigir a um dos postos de testagem espalhados pelo território. Desta feita, além de 41 postos de testagem abertos 24 horas por dia e vias especiais para pessoas com necessidades, existem três postos de testes pagos destinados a quem pretende atravessar a fronteira

O novo plano de testagem começou às 21h de ontem e termina às 21h de quinta-feira. Quem não realizar o teste até ao limite estabelecido, terá o código de saúde com cor amarela.

Percurso por traçar

O 72º caso de covid-19 em Macau é referente a um homem de 46 anos, trabalhador não residente proveniente de Zhuhai, que faz remodelações do interior de habitações.

Antes de ficar retido em Macau devido à imposição de quarentena a quem entra em Zhuhai, fazia diariamente deslocações entre Macau e o território vizinho e utilizava um motociclo para circular em Macau.

Após entrar no território no dia 26 de Setembro, o paciente, vacinado com duas doses da vacina da Sinopharm, ficou alojado no “The Emperor Hotel”, no “Hotel Sands” e no “Hotel Victoria”. O teste acusou positivo ontem, após o paciente ter testado negativo a 28 e 30 de Setembro.

Alvis Lo Iek Long apontou que está neste momento a decorrer uma investigação para determinar a origem do contágio, os contactos próximos e se existe alguma relação com o surto anterior, que resultou na confirmação de sete casos de covid-19.

Tal como tem sido habitual, foram ainda definidas áreas de controlo e confinamento, distribuídas por “zonas vermelhas” e “zonas amarelas”.

Classificadas como zonas vermelhas estão o Grand Emperor Hotel (Avenida Comercial de Macau), o Hotel Victoria (Estrada do Arco) e o edifício Kam Do Lei (Rua de Pedro Coutinho). De fora das zonas de código vermelho ficou o Hotel Sands [ver caixa].

Definidas como zonas de código amarelo estão os números 40-40A do Edifício Hang Lei e os números 42-42A e 46 situados na Rua de Pedro Coutinho e os edifícios Kai Keng (nº13), Kou Wang (nº11-11E), Lei Kuan (15-15C), San Hou (21-21A) da Avenida Horta e Costa.

Do percurso conhecido, revelou a médica Lou Iek Hou, sabe-se apenas que o paciente esteve num café na Avenida da Longevidade, que tomou várias refeições em restaurantes na Rua da Barca e na Rua Sacadura Cabral e que frequentou o casino Oceanus.

Horas mais tarde, o Centro de Coordenação confirmou um novo caso de covid-19 em Macau (caso 73). O paciente é um homem de 52 anos, colega de profissão do primeiro caso, com quem trabalhou numa obra num edifício do Iao Hon. À semelhança do colega, o caso 73 foi inoculado com as duas doses da vacina da Sinopharm.

Ao início da noite de ontem o Centro de Coordenação revelou também as zonas vermelhas e amarelas relacionadas com o caso 73. As novas zonas de código vermelho situam-se no nº50 da Rua Dois e no Edifício Son Lei na Rua Três do Bairro Iao Hon.

Das zonas amarelas fazem agora parte o nº52 da Rua Dois e os números 2, 3 e 4 da Rua Três do Bairro Iao Hon, o Edifício Son Lei situado entre os números 49 e 51 da Avenida da Longevidade e as lojas de vendedores ambulantes aí localizadas.

Quando já decorriam os testes em massa, foi anunciado o 74º caso, relativo a um homem de 40 anos, oriundo do Vietname, que terá trabalhado nas mesmas fracções dos dois casos anteriores. Após ter sido identificado como um contacto próximo do 73º caso, foi levado a fazer teste de ácido nucleico que testou positivo. O centro de contingência adiantou que este paciente foi inoculado com uma dose da vacina da Sinopharm no dia 15 de Setembro.

Recorde-se que os códigos de saúde dos moradores das zonas vermelhas passaram a ter a mesma cor e estão obrigados a fazer quarentena no local de residência ou outro indicado pelas autoridades e ainda, testes de ácido nucleico regulares. Apenas os funcionários dos Serviços de Saúde estão autorizados a entrar nestas áreas. Por seu turno, nas zonas amarelas, apenas os moradores estão autorizados a entrar, estando também sujeitos a testes de ácido nucleico no local.

Risco comunitário

Durante a conferência de imprensa, o director dos Serviços de Saúde admitiu que, desta vez o risco para a comunidade é maior e apelou à população para ficar em casa o mais possível.

“Os residentes de Macau devem ter muito cuidado e permanecer em casa. Estamos a identificar as pessoas de contacto próximo e a fazer o nosso trabalho de prevenção. Nesta fase só podemos apelar aos residentes para não saírem de casa e respeitarem as medidas de prevenção da pandemia”, frisou Alvis Lo.

Fecho de casinos em cima da mesa

Alvis Lo Iek Long referiu que a decisão de fechar casinos e outros espaços de diversão está em cima da mesa, mas depende dos resultados da testagem em massa da população. “A 3 de Agosto não fechámos os casinos e, desta vez, ainda estamos a recolher dados relacionados (…) com o novo caso. Além disso, queremos acabar a testagem em massa dentro de 48 horas. De acordo com o resultado vamos tomar a decisão de fechar ou não os casinos, bem como os estabelecimentos de diversão”, apontou. Sobre as razões para não classificar o Hotel Sands como zona vermelha, a médica Leong Iek Hou explicou que quando o paciente visitou o estabelecimento tinha testado negativo para a covid-19 e que a prioridade é “tratar dos hotéis com mais risco” e onde o homem esteve mais recentemente, ou seja, o Hotel Emperor e o Hotel Victoria.

 

Vacinação | Serviços de Saúde suspenderam programa

Após terem sido detectados mais dois casos de covid-19, os Serviços de Saúde anunciaram que os 18 postos de vacinação ficaram suspensos, para serem utilizados para testagem. O serviço só deverá ser retomado posteriormente, quando acabar a testagem em massa da população, o que deverá ocorrer a 7 de Outubro. Ao mesmo tempo, os Serviços de Consulta Externa de especialidade, cirurgia programada não-urgente e serviços de diálise peritoneal do Hospital Conde São Januário são igualmente suspensos, regressando à actividade a partir de 8 de Outubro.

 

SAFP | Suspensa exigência de certificado de teste ou vacina

Face ao programa de testes em massa, que arrancou ontem à noite, os Serviços de Administração e Função Pública suspenderam a medida que exigia a apresentação semanal de certificado de teste de ácido nucleico ou comprovativo de vacinação. “Durante o período entre 4 e 10 de Outubro, está suspensa a apresentação do certificado do resultado de ácido nucleico por parte dos trabalhadores da Administração Pública que ainda não foram vacinados aquando da comparência ao serviço”, lê-se no comunicado emitido ontem.

 

IAM | Centros de serviços Toi San e Fai Chi Kei suspensos

O Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) anunciou ontem a suspensão dos centros de prestação de serviços ao público do Toi San e do Fai Chi Kei, devido ao surgimento de mais dois casos de covid-19. A medida tem efeitos a partir desta manhã e, segundo o IAM, os centros “passam a estar encerrados […] até data a ser comunicada posteriormente”. Face a esta situação, o IAM pediu a “atenção e compreensão dos cidadãos” e ainda que a população se coordene com os trabalhos mais recentes do Governo.

5 Out 2021